Você está na página 1de 120

Apresentação

A solicitação de proposta RFP Nº: JOF-2731/2021 ao PROJETO BRA/16/11 –


“Projeto de Apoio à formulação e implementação do Plano de
Desenvolvimento Econômico da Bahia para um futuro sustentável e inclusivo”,
emitida no dia 07 de abril de 2021, requisitada pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e voltada para contratação de
Consultoria Nacional de serviços técnicos especializados para a atualização e
revisão do Estudo da Rede Urbana da Bahia, teve como vencedor o consórcio
URBTECTM Engenharia, Planejamento e Consultoria Ltda. VERTRAG
PLANEJAMENTO LTDA, e ENVEX Engenharia e Consultoria Ltda.,
joint venture de empresas brasileiras, denominada “Consórcio Rede Urbana”.

As Consorciadas listadas acima são empresas que atuam na prestação de


serviços de engenharia, arquitetura e urbanismo, consultoria e projetos de
planejamento e desenvolvimento urbano, desenvolvimento sustentável,
mobilidade, acessibilidade, transportes. Vale ressaltar que este contrato,
firmado em 29/07/2021, será supervisionado pelo Oficial de Projeto do PNUD
no Brasil e pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia –
SEDUR.

O presente produto, sua composição e sua organização estão estruturados de


forma a atender integralmente as solicitações presentes no Termo de
Referência - TR que orienta a revisão e atualização do Estudo da Rede Urbana
da Bahia.

Seu conteúdo versa sobre a Sistematização da Rede Urbana Atual do estado da


Bahia e sua evolução e recomendação de diretrizes e políticas gerais,
contemplando os itens elencados no TR, sequencialmente distribuídos nos
seguintes capítulos: Sistematização da Rede Urbana atual da Bahia: evolução e
recomendação de diretrizes e políticas gerais; Recomendações à Rede Urbana
da Bahia: destaques, políticas públicas, diretrizes e aspectos gerais; Síntese
Analítica das Propostas e Diretrizes; e Referências.

O primeiro capítulo é constituído pelos procedimentos metodológicos, síntese


dos produtos anteriores e comentários acerca da evolução da rede urbana
baiana. Como fechamento das análises desenvolvidas nos produtos anteriores,
os capítulos 2 e 3 contemplam as alterações da rede urbana da Bahia, seus
destaques identificados e suas diretrizes e recomendações propostas. Por fim, o
capítulo de Referências apresenta os subsídios teóricos que amparam o
presente produto.
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Equipe Técnica Principal
Augusto dos Santos Pereira
Geógrafo

Débora Follador
Arquiteta Urbanista

Mariano de Matos Macedo


Economista

Zulma das Graças Lucena Schussel


Arquiteta Urbanista

Equipe Técnica Complementar


Gustavo Taniguchi - URBTEC™
Engenheiro Civil

Manoela Fajgenbaum Feiges - URBTEC™


Arquiteta Urbanista

Clovis Ultramari - Vertrag


Arquiteto Urbanista

Guilherme Fragomeni - Vertrag


Advogado

Helder Rafael Nocko - Envex


Engenheiro Ambiental

Luciane Leiria Taniguchi - URBTEC™


Advogada

Luis Henrique Cavalcanti Fragomeni - Vertrag


Arquiteto Urbanista

Mariana Andreotti - URBTEC™


Arquiteta Urbanista

Matheus Rocha Carneiro - URBTEC™


Jornalista

Máximo Alberto S. Miquelles - URBTEC™


Engenheiro Cartógrafo

Paulo Henrique Costa – Envex


Geógrafo

Sérgio Luiz Zacarias - URBTEC™


Jornalista

4
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Equipe SEDUR
Rui Costa
Governador do Estado

Eures Ribeiro Pereira


Secretário de Desenvolvimento Urbano

Armindo Gonzales
Superintendente de Planejamento e Gestão Territorial

Gabriela Britto
Diretora de Planejamento Territorial

Técnicos
Bruno Rafael Araújo Ribeiro
Arquiteto e Urbanista

Cristianderson Lima de Luna


Arquiteto e Urbanista

Edson Nascimento dos Santos


Arquiteto e Urbanista

Laiz Silva da Cunha


Urbanista

Rafael Antônio Pedreira Gaspar de Souza


Arquiteto e Urbanista

Patrícia Duarte Silva


Arquiteta e Urbanista

Estagiários
Caique Gabriel Carvalho da Silva Santos
Estudante de Urbanismo - UNEB

Carina Santos Mercês


Estudante de Arquitetura e Urbanismo - UNIRUY

5
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

Sumário

1. Sistematização da Rede Urbana atual da Bahia:

evolução e recomendação de diretrizes e políticas gerais ..12

1.1. Sistematização da Hierarquia, Classificação e Regiões de Influência dos


Centros Urbanos da Bahia ........................................................................................................ 14

1.2. Sistematização da Caracterização multiescalar da Rede Urbana Estadual


da Bahia ............................................................................................................................................ 33

1.3. Comentários sobre a evolução e alterações da rede .................................... 51

2. Recomendações à Rede Urbana da Bahia: destaques,

políticas públicas, diretrizes e aspectos gerais .....................55

3. Síntese analítica das propostas e diretrizes ............... 111

4. Referências ..................................................................... 119

6
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

Índice de Figuras

Figura 1 - Confirmação de especificidades na Rede Urbana da Bahia a partir de


destaques da produção econômica................................................................................................ 30

Figura 2 - Oferta hoteleira por zonas turísticas da Bahia, com base na Secretaria de
Turismo do Estado da Bahia, 2019. ................................................................................................. 35

Figura 3 - Investimentos Privados Nacionais e Internacionais previstos por zona


turística 2020-2035 – US$ milhões, com base na Secretaria de Turismo do Estado da

Bahia, 2020. .............................................................................................................................................. 36

Figura 4 - Arranjos populacionais e Concentrações Urbanas na Bahia conforme

publicação do IBGE, 2016. .................................................................................................................. 43

Figura 5 - Municípios que fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento

(RIDE) Petrolina – Juazeiro, 2002. .................................................................................................... 44

Índice de Mapas
Mapa 1 - Classificação dos Centros Urbanos segundo o REGIC [2018] ........................... 16

Mapa 2 – Comparativo do nível hierárquico dos centros urbanos [2007 – 2018]......... 18

Mapa 3 – Arranjos Produtivos Locais e Rotas de Integração ................................................ 20

Mapa 4 - Percentual de cobertura de sinal de telefonia móvel (todas as tecnologias)


segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, 2021. ................................................... 22

Mapa 5 – Deslocamentos para Ensino Superior conforme o REGIC [2018] .................. 24

Mapa 6 - Deslocamentos para Atividades Culturais conforme o REGIC [2018] ............. 26

Mapa 7 - Destaques econômicos da Bahia [2019] por Regiões Geográficas


Intermediárias [2017] ........................................................................................................................... 28

Mapa 8 - Densidade econômica [2018] por vulnerabilidade ambiental [2020] ............ 32

Mapa 9 - Região de Influência das Cidades [2018] - Síntese de Deslocamentos


7
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Bahia ........................................................................................................................................................... 40

Mapa 10 - Síntese de Análises Regiões de Influência das Cidades [2018] ....................... 42

Mapa 11 – Densidade Intraestadual ............................................................................................... 47

Mapa 12 – Análise de Densidade Intraestadual ......................................................................... 49

Mapa 13 – Arcos da Rede Urbana da Bahia [2021]................................................................... 52

Mapa 14 – Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas ............112

Mapa 15 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas


Específicas – Grandes Questões Estratégicas ............................................................................114

Mapa 16 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas


Específicas – Cultura e Turismo ......................................................................................................116

Mapa 17 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Síntese de Impactos por Políticas


Públicas Específicas .............................................................................................................................118

Índice de Quadros
Quadro 1 - Síntese comparativa dos seis Arcos da rede urbana da Bahia....................... 53

Quadro 2 - A Rede Urbana da Bahia e suas Grandes Questões Estratégicas:


Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 ........................................................ 57

Quadro 3 - A Rede Urbana da Bahia e a Cultura e o Turismo: Destaques, Políticas,


Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 .................................................................................................. 71

Quadro 4 – A Rede Urbana da Bahia e a organização do território baiano: Destaques,


Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 ............................................................................... 82

Quadro 5 – A Rede Urbana da Bahia e a Economia e Meio Ambiente: Destaques,


Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 ............................................................................... 86

Quadro 6 – A Rede Urbana da Bahia e sua demografia: Destaques, Políticas, Diretrizes


e Aspectos Gerais, 2021 ...................................................................................................................... 98

8
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Quadro 7 – A Rede Urbana da Bahia e questões fundiárias: Destaques, Políticas,
Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 ................................................................................................101

Quadro 8 – A Rede Urbana da Bahia e os Grandes Projetos Estratégicos do Estado:


Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021 ......................................................108

9
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Siglas
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
APL Arranjo Produtivo Local
APP Área de Preservação Permanente
BA Bahia
BRA Brasil
CAR Cadastro Ambiental Rural
CIMI Conselho Indigenista Missionário
CTP Comissão Pastoral da Terra
DPT Diretoria de Planejamento Turístico
ES Espírito Santo
FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
FIOL Ferrovia de Integração Oeste-Leste
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IES Instituição de Ensino Superior
INCRA Instituto Nacional da Reforma Agrária
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ONU Organização das Nações Unidas
PBI Projeto Baixio de Irecê
PDI Plano de Desenvolvimento Integrado
PDITS Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável
PE Pernambuco
PIB Produto Interno Bruto
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRA Programa de Regularização Ambiental
PRODETUR/ Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste
10
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
NE
REGIC Regiões de Influência das Cidades
RIDE Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SESI Serviço Social da Indústria
SETUR Secretaria de Turismo
SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
SUINVEST Superintendência de Investimentos em Zonas Turísticas
SVO Sistema Viário Oeste
TI Território de Identidade
ZEE Zoneamento Ecológico Econômico

11
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

1. Sistematização da Rede Urbana atual da Bahia:

evolução e recomendação de diretrizes e políticas gerais

O presente produto corresponde à última etapa da revisão do Estudo da Rede Urbana da


Bahia, parte constituinte do Projeto BRA/16/011 – “Projeto de Apoio à Formulação e
Implementação do Plano de Desenvolvimento Econômico da Bahia para um Futuro
Sustentável e Inclusivo”. Seu desenvolvimento foi orientado pelo objetivo de oferecer
subsídios técnicos à Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI Bahia 2035 e à Política de
Desenvolvimento Estadual, tendo em vista a preocupação em tornar a economia do estado
mais dinâmica, sustentável e inclusiva até 2035, e a busca em convergir o planejamento e
desenvolvimento do estado baiano aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da
Organização das Nações Unidas - ONU.

Tal revisão foi estruturada em quatro etapas, sequenciais e complementares: Etapa 1 – Análise
Crítica e Plano de Trabalho; Etapa 2 – A Rede Urbana do Estado da Bahia: hierarquia,
classificação e regiões de influência; Etapa 3 – Caracterização da Rede Urbana Estadual da
Bahia: interfaces internacional, interestadual e intraestadual; Etapa 4 – Sistematização da
Rede Urbana Atual da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais.

A Etapa 1 correspondeu ao momento estruturante do trabalho, quando foram discutidas


questões relacionadas à metodologia, elementos compositivos do estudo, etapas e
cronograma; e compartilhamento e avaliação preliminar das informações disponíveis.

A Etapa 2, materializada no produto “A Rede Urbana do Estado da Bahia: Hierarquia,


classificação e regiões de influência”, avaliou criticamente temas como centralidades,
hierarquia, classificação dos centros urbanos e região de influência; contextualizou a rede
urbana estadual à partir de variáveis metodologicamente selecionadas em função do seu
rebatimento da conformação da rede, quais sejam, gestão pública estadual; implicações
ambientais; grandes projetos; ensino superior; inserção digital; informalidade do uso do solo;
eventos culturais; a aderência desses aspectos com políticas públicas estaduais; vocações dos
centros urbanos identificadas; e apresentou as principais mudanças e permanências na rede
urbana da Bahia.

A Etapa 3, sistematizada no produto “Caracterização da Rede Urbana Estadual da Bahia:


Interfaces internacional, interestadual e intraestadual”, versou sobre a caracterização

12
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
multiescalar da rede. Na sua interface Internacional, foram avaliados aspectos relacionados à
conectividade internacional do Estado a partir dos serviços ofertados, exportação de
mercadorias, mercado imobiliário e turismo. Na sua interface Interestadual, foram analisadas
as sobreposições de representações das estruturas dimensional, funcional e espacial da rede
urbana baiana, por meio de informações sobre sobreposição de redes, perdas territoriais e
aglomerações urbanas em fronteiras interestaduais. Na sua interface Intraestadual, foram
discorridas as análises sobre saltos hierárquicos e densidades presentes na rede. Ao fim, o
produto ofereceu contribuições acerca das mudanças e permanências verificadas na rede à
partir dessas temáticas abordadas, auxiliando na compreensão da dinâmica consolidada na
rede estadual e prospecção de tendências possíveis de serem materializadas. A partir disso,
chegou-se à uma proposta de leitura e abordagem cuja estruturação partiu de recortes
territoriais estratégicos, delimitados por meio dos Arcos da Rede Urbana da Bahia.

No que tange aos processos metodológicos adotados é importante ressaltar que, resguardadas
as particularidades assumidas em cada produto1, adotou-se ao longo de toda a revisão do
estudo o REGIC 20182 como principal fonte, sobretudo em função da qualidade e da
atualidade do conteúdo oferecido na publicação. Além disso, todas as análises desenvolvidas
foram rebatidas3 territorialmente, por meio dos Territórios de Identidade, Regiões Geográficas
Imediatas e Regiões Intermediárias do IBGE, auxiliando no entendimento acerca das
dinâmicas temáticas e a rede urbana.

O conteúdo correspondente à Etapa 4, presente neste produto final da revisão do estudo,


estrutura-se a partir dos achados detalhadamente trabalhados nos produtos que o antecederam,
e sistematiza toda a contextualização e caracterização da Rede Urbana da Bahia, com a
identificação dos seus principais atributos, suas desigualdades, e suas possíveis tendências
que necessitam de políticas públicas e diretrizes específicas para reconduções ou eventuais
potencializações. Considerando a leitura sempre interdisciplinar até então realizada, a
estruturação adotada neste documento não está compartimentada em áreas de conhecimento,
mas em destaques da rede estadual identificados.

1
Para aprofundamento acerca dos procedimentos metodológicos utilizados, sugere-se a leitura dos produtos na
sua íntegra.
2
Para maiores esclarecimentos acerca da utilização do REGIC 2018 como principal fonte para o
desenvolvimento do trabalho, ver item “1.4.1. Procedimentos Sequenciais Metodológicos”, do cap. “1.4.
Metodologia”, do Produto 1 “Análise Crítica e Plano de Trabalho (P1)”.
3 Para maiores esclarecimentos acerca desse rebatimento, sugere-se a leitura dos produtos na sua íntegra.
13
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Buscando a convergência entre o Estudo da Rede Urbana da Bahia, com as orientações
previstas no PDI 2035, voltadas à redução das desigualdades e qualificação das condições de
vida da população; e com os ODS da ONU, que dedicam-se à erradicação da pobreza,
proteção do meio ambiente e do clima, além da garantia de paz e prosperidade a todas as
pessoas, o objetivo geral da presente revisão – e, mais especificamente, das recomendações
contidas neste documento - é o de viabilizar a sustentabilidade ambiental, equilíbrio
socioeconômico e redução das desigualdades presentes na Bahia de forma equilibrada e
integrada às redes nacionais e internacionais de cidade. Por uma escolha metodológica, optou-
se por não explicitar tais documentos (PDI 2035 e ODS da ONU), porém, eles estão
implícitos na síntese do diagnóstico e nas proposições recorrentes.

Em suma, o intuito principal foi o de sistematização das informações, conclusões e


encaminhamentos voltados à estruturação de políticas públicas, diretrizes e aspectos gerais a
serem considerados, que possam contribuir para o desenvolvimento da Política de
Desenvolvimento Urbano da Bahia. Tal sistematização, políticas, diretrizes e demais aspectos
estão contidos no item 2. “Recomendações à Rede Urbana da Bahia: destaques, políticas
públicas, diretrizes e aspectos gerais”, deste documento.

A partir destas considerações, são discorridos os próximos itens que, em um primeiro


momento, sistematizam os principais achados identificados nos produtos anteriores;
sequencialmente, trazem breves esclarecimentos metodológicos e conceituais adotados ao
longo do desenvolvimento do trabalho; e, por fim, oferecem recomendações à Rede Urbana
da Bahia.

1.1. Sistematização da Hierarquia, Classificação e Regiões de Influência


dos Centros Urbanos da Bahia

Compreender o sistema de composição dos centros urbanos a partir da identificação e


caracterização das cidades que exercem centralidade, suas relações e a intensidade das suas
ligações, determinadas por condições de subordinação, influência e complementariedade,
oferece, dentre outros aspectos, contribuições aos processos de planejamento regional e
subsídios para as tomadas de decisão voltadas ao desenvolvimento territorial.

Dependendo da produção e serviços que concentram, dos vínculos que criam e dos fluxos que
motivam, as cidades contribuem para nucleações urbanas mais ou menos densas, resultando

14
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
em redes urbanas significantemente assimétricas. Compreender essas assimetrias é
fundamental para a efetivação de um planejamento orientado pela busca à redução de
desigualdades sociais, manutenção das diversidades culturais e ambientais e sustentabilidade
econômica.

No REGIC de 2018, localidade central é conceituada como um núcleo que concentra


atividades, distribui bens e serviços para a população externa ao próprio núcleo, e polariza a
região do entorno, de onde os habitantes se deslocam para adquirir esses bens e serviços que
somente lá estão disponíveis. Logo, explicita-se o entendimento de que, quanto maior e mais
qualificada a oferta e a diversidade de bens e funções ofertadas, maior será a concentração de
ligações da rede polarizada por uma cidade e, consequentemente, a sua centralidade.

A depender da concentração de atividades, funções, bens e serviços, as centralidades são


classificadas conforme cinco níveis da hierarquia dos centros urbanos: Metrópole; Capital
Regional (A, B e C); Centros Sub-regionais (A e B); Centros de Zona (A e B); e Centros
Locais (conforme Mapa 1). As Metrópoles são os elos finais da rede urbana, o que significa
que todos os centros urbanos do país se direcionam à uma delas, direta ou indiretamente. As
capitais regionais correspondem a centros urbanos que concentram atividades de gestão; os
centros sub-regionais configuram cidades de menor porte, concentrando atividades menos
complexas; os centros de zona apresentam menores níveis de atividades; e, por fim, os centros
locais são cidades que exercem influência restrita aos seus limites territoriais, apresentando
baixa concentração e complexidade inferior de atividades. As regiões de influência são
identificadas pela ligação das Cidades de menor para as de maior hierarquia urbana.

15
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 1 - Classificação dos Centros Urbanos segundo o REGIC [2018]

16
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Em linhas gerais, entre 2007 e 2018 ocorreu uma progressão da Rede Urbana do estado da
Bahia, com um maior adensamento de cidades nos níveis superiores da hierarquia urbana,
concentradas majoritariamente nas regiões Centro e Sul do Estado (Mapa 2, abaixo). Os
centros urbanos que descenderam na sua hierarquia, estão concentrados nas regiões Leste e
Centro-Oeste do Estado. Já o arco conformado pelas regiões Norte-Oeste-Sudoeste do Estado
concentra os centros urbanos que permaneceram estáveis no seu nível hierárquico.

O processo de mudanças na rede urbana, no qual cidades ganham ou perdem níveis


hierárquicos ou centralidade, responde à especificidade da dinâmica econômica, social e
espacial observada, entre esses anos, na economia e na sociedade baianas. Em análise
detalhada, dentre as cidades classificadas como Centros Locais, em 2007, dezenove delas
ascenderam para níveis superiores no último REGIC, de 2018. Destas, chama-se a atenção
para Porto Seguro e Senhor do Bonfim, que se tornaram Centros Sub-regionais A, sinalizando
uma qualificação desses centros.

Da mesma forma, Euclides da Cunha (Centro de Zona B), Conceição do Coité, Ipiaú,
Itamaraju, Itapetinga e Serrinha (Centros de Zona A), e Luiz Eduardo Magalhães, Centro
Local em 2007, tornaram-se Centros Sub-regionais B em 2018, com destaque ao último
município citado, o qual obteve um ganho de três níveis na hierarquia urbana.

Por outro lado, alguns municípios descenderam de nível. Ilhéus, anteriormente classificada
como Capital Regional B, tornou-se uma Capital Regional C, decrescendo um nível na
hierarquia urbana, assim como Jacobina, Camacan, Macaúbas, Xique-Xique, Barra, Boquira,
Ibicaraí, Nazaré, Poções e Serra Dourada, que também decresceram de posição no período
analisado.

17
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 2 – Comparativo do nível hierárquico dos centros urbanos [2007 – 2018]

18
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Tendencialmente, grandes projetos, investimentos estratégicos, arranjos produtivos locais e
rotas de integração nacional contribuem para a progressão da rede urbana. Uma vez
implementados, estruturados ou consolidados, tais elementos podem criar ou fortalecer
centralidades nas cidades onde ocorrem, incidindo na sua qualificação e, consequentemente,
classificação.

Nesse sentido, no âmbito do transporte e logística, a Bahia tem projetos e obras estruturantes,
como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), Porto Sul, Hidrovia do São Francisco e o
Sistema Viário Oeste (SVO), assim como o Projeto Bai io de Irecê (PBI) e o Estaleiro
Enseada do Paraguaçu, que podem influenciar na classificação.

Além disso, a existência de Arranjos Produtivos Locais - APL e Rotas de Integração Nacional
em um ou mais municípios podem apresentar impactos na rede urbana baiana, pois criam ou
fortalecem centralidades nas cidades ou regiões onde ocorrem, na medida que apresentam
articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais
(governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa). Atualmente, o
estado da Bahia conta com 20 APLs especificados pelo Ministério da Economia (2021), dois
especificados pelo Núcleo Estadual de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais e 6
Rotas de Integração que envolvem dezenas de municípios, conforme espacializados no Mapa
3, a seguir.

19
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 3 – Arranjos Produtivos Locais e Rotas de Integração

20
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Nas condições atuais de desenvolvimento das Tecnologias de Comunicação e Informação, a
análise da cobertura de domicílios com sinal de telefonia móvel nos municípios do estado da
Bahia é relevante, pois, incide nos relacionamentos dos grupos sociais que caracterizam os
Territórios de Identidade; e contribui para a maior ou menor centralidade das cidades e para a
estrutura de suas Regiões Geográficas, por meio da disponibilidade de canais digitais de
serviços.

As análises desenvolvidas ao longo do trabalho, considerando dados da ANATEL (2021),


possibilitaram classificar os municípios do estado segundo seus percentuais de domicílios
cobertos por sinal de telefonia móvel (todas as tecnologias). Isso possibilitou constatar que
essa cobertura é heterogênea, com uma parcela expressiva de municípios e respectivos
domicílios apresentando um Grau mais elevado de Vulnerabilidade referente ao percentual
atendido, conforme expresso no Mapa 4.

21
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 4 - Percentual de cobertura de sinal de telefonia móvel (todas as tecnologias) segundo a Agência Nacional
de Telecomunicações, 2021.

22
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
No que tange ao ensino superior, é importante salientar que os serviços à ele relacionados
constituem funções urbanas que são capazes de gerar centralidade para as cidades onde estão
localizados. A intensidade dos destinos de fluxos para acesso a serviços de ensino superior
(Mapa 5), definida pelo número de cidades de origem desses fluxos, é maior nas cidades que
compõem o Arranjo Populacional de Salvador (83); em Vitória da Conquista (61), Feira de
Santana (49), Itabuna (37), Paripiranga (34), Barreiras (24), Guanambi (22), Jequié (21),
Paulo Afonso (16), Alagoinhas (15) e Teixeira de Freitas (15).

23
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 5 – Deslocamentos para Ensino Superior conforme o REGIC [2018]

24
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Com relação ao tema cultura, as análises realizadas demonstraram que a dinâmica cultural
consolidada ao longo desses anos não contribuiu para alterações significativas na rede. Não
obstante, observou-se que as estratégias e ações previstas nos PDITS não parecem ter
impactado a dinâmica regional, contribuindo, talvez, para o desenvolvimento local, mas não
incidindo nos níveis hierárquicos dos centros.

Embora tais atividades sejam representativas no Estado da Bahia, a maior parte da


atratividade correspondente localiza-se, justamente, nos níveis hierárquicos mais altos. Tal
constatação sugere que as centralidades atribuídas às hierarquias inferiores se conformam em
razão de uma rede urbana sazonal e flutuante, de influência proporcional à classificação
hierárquica do seu centro. Nesse sentido, ainda que alguns centros de zona e centros locais
despontem em função das atividades culturais que oferecem, sua importância permanece de
reconhecimento local ou microrregional, não interferindo na estruturação e dinâmica da rede.

Em termos espaciais (Mapa 6), constata-se um protagonismo da atratividade cultural da


porção Leste do Estado, capitaneado pela Metrópole de Salvador e pela Capital Regional B –
Feira de Santana, que se distribui linearmente para as porções Centro-Oeste e Centro-norte da
Bahia. Esse destaque é gradativamente assumido pela região Sudeste/Sudoeste, em função das
Capitais Regionais B de Vitória da Conquista e Itabuna e, junto desta última, a Capital
Regional C de Ilhéus. Na porção Oeste, observa-se uma atratividade da Capital Regional C de
Barreiras que atinge distâncias menores, se comparada às centralidades já citadas, mas que
ainda se estende por uma escala microrregional. Já no Norte do Estado, a Capital Regional C
de Juazeiro se classifica como culturalmente atrativa, mas com uma abrangência territorial
substancialmente pontual.

25
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 6 - Deslocamentos para Atividades Culturais conforme o REGIC [2018]

26
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Em convergência com tais constatações, a leitura do ZEE expressa a importância das cidades
com maior nível hierárquico regional, visto que as novas centralidades impactadas pela
exploração de potencialidades ambientais e econômicas locais, parecem se utilizar justamente
da infraestrutura logística já provida para atender, em outrora, uma cidade maior já
consolidada.

Ademais, a atração de investimentos capazes de transformar as potencialidades em


oportunidades de desenvolvimento, tem revelado duas tendências nas cidades baianas
moldadas, dentre outros aspectos, pela natureza do recurso explorado: uma de consolidação
de centros urbanos mais estruturados com consequente redução da população de núcleos e
centros locais próximos de baixa oferta de infraestrutura; e outra, de propagação das
oportunidades para municípios próximos, desde que esses ofereçam condições favoráveis para
a expansão do recurso explorado.

Por fim, os desenhos de regionalização operacional das Secretarias de Estado demonstram, a


um tempo, a confirmação das maiores centralidades como “organizadoras” da atuação setorial
do executivo baiano, sendo que a adoção de desenhos regionais tem resultado em
especificidades setoriais fundamentais no território do estado.

Para além das análises dos centros urbanos a partir de temas específicos, buscou-se identificar
as vocações regionais da rede urbana da Bahia, com o intuito de diagnosticar as
especificidades da classificação das centralidades do estado, de forma referenciada pela
REGIC (2018). Para tanto, adotou-se como opção teórico-metodológica o recurso a dois
campos de análises, o econômico e o ambiental, por serem aspectos que correlacionam as
demais áreas e incidem diretamente nas possibilidades existentes nas redes urbanas4.

As análises da quantidade de empregos formais existentes nos municípios, vinculados às


divisões5 “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura”, “Indústrias
e trativas”, “Indústrias de transformação; e “Eletricidade e gás”, possibilitaram identificar
uma distribuição de incidência e concentração de atividades, ilustrada no Mapa 7, a seguir.

4
As justificativas para a adoção desse recorte teórico-metodológico estão detalhadamente apresentadas no cap.
4. “O Estudo da Rede Urbana da Bahia: Vocações dos centros urbanos”, do Produto 2. “A Rede Urbana do
Estado da Bahia: Hierarquia, classificação e regiões de influência”, deste estudo.
5
Não foram destacados os grupos “Administração do estado e da política econômica e social” e os de serviços
em geral (atividades comerciais etc.) sempre relevantes na estrutura produtiva de todos os municípios, exceto os
grupos “Educação Superior” e “Atividades de atendimento hospitalar”, relevantes na determinação da
centralidade das cidades onde os seus volumes de emprego formal são expressivos.
27
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 7 - Destaques econômicos da Bahia [2019] por Regiões Geográficas Intermediárias [2017]

28
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
As informações contidas no mapa acima sugerem que quanto maior o número de empregos
formais de uma Região Geográfica Intermediária, maior tende a ser o nível hierárquico do seu
município polo. Mais especificamente, ao se analisar a geração de empregos segundo
hierarquia na rede urbana, podem ser observados os seguintes resultados:

De modo geral, a relação entre uma posição hierárquica na rede urbana e a maior geração
relativa no número de empregos é proporcional entre os casos analisados. Do total de dez
Regiões Geográficas Intermediárias, duas delas (Juazeiro e Irecê) apresentam resultados para
pior, e outras duas (Santo Antônio de Jesus e Guanambi) para melhor. Nos dois casos em que
se tem um menor percentual de empregos que o esperado, confirmam uma centralidade
funcional constituída pelo vazio de suas áreas dependentes; ou seja, a centralidade se
confirma por uma rede pouco densa e, no geral, com baixa oferta de funções urbanas de
complexidades médias ou superiores. O saldo positivo na geração de empregos em Santo
Anto Antônio de Jesus e Guanambi se explicam pela forte integração e proximidade deles
com seus polos superiores e com mais intensa atividade econômica: Salvador no primeiro
caso, e Vitória da Conquista, no segundo.

Por último, a análise das informações referentes aos destaques econômicos (atividades e
geração de empregos) em conjunto com a posição hierárquica dos polos das regiões
administrativas, conforme pode ser observado na Figura 1, permite confirmar a singularidade
de alguns compartimentos e a adesão de outros a eles.

29
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Figura 1 - Confirmação de especificidades na Rede Urbana da Bahia a
partir de destaques da produção econômica.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

Essa caracterização das atividades econômicas de destaque nas Regiões Geográficas


Intermediárias e seus municípios é convergente com a caracterização das seis zonas mais
dinâmicas e suas determinações ambientais e econômicas segundo o ZEE/BA. Nesse sentido,
o Mapa 8 apresenta a Densidade Econômica (PIB/km2)6 dos municípios das diferentes
regiões do estado da Bahia, em 2018,7 vis a vis a vulnerabilidade ambiental8 que apresentam.

6
O conceito de Densidade Econômica dos municípios, definido pela razão entre o valor do Produto Interno
Bruto (PIB) e a área municipal vem sendo utilizado pelo IBGE.
7
Último ano para o qual a informação encontra-se disponível.
8
Os níveis de vulnerabilidade ambiental de cada região imediata foram obtidos a partir do cruzamento de três
camadas de vulnerabilidade contidas no ZEE/BA: vulnerabilidade hídrica, vulnerabilidade da biodiversidade e
vulnerabilidade do solo aos processos erosivos.
30
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Conforme ilustrado no mapa abaixo, a densidade econômica de seus principais municípios,
relativamente elevada, e a natureza das atividades econômicas de destaque das Regiões
Geográficas Intermediárias de Barreiras e Salvador ocorrem em áreas de baixa
vulnerabilidade ambiental.

O mesmo fato ocorre em grande parte no sul da Região Intermediária de Ilhéus e Itabuna. Nas
regiões de Juazeiro e Paulo Afonso, a densidade econômica relativamente elevada de seus
principais municípios estão, em geral, associadas a áreas de alta vulnerabilidade ambiental,
enquanto na região de Irecê, com áreas de média vulnerabilidade.

31
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 8 - Densidade econômica [2018] por vulnerabilidade ambiental [2020]

32
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
As análises desenvolvidas sinalizaram que, de modo geral, as regiões imediatas com maior
vulnerabilidade são justamente aquelas que abrigam unidades de paisagem formadas por
elementos naturais como as áreas de vegetação nativa da caatinga e seus ecossistemas. Já as
regiões imediatas de menor vulnerabilidade apresentam unidades de paisagem formadas por
elementos antrópicos, como as atividades agrícolas, silvícolas e da pecuária.

Além disso, é possível constatar que os compartimentos resultantes da análise desses dois
campos de análises (econômico e o ambiental) demonstram aderências bastante grandes com
os subcompartimentos da rede urbana da Bahia servindo, assim, como referência para a parte
final do estudo dessa rede, que é a proposição de políticas públicas, estabelecimento de
diretrizes e sugestão de modos de acompanhamento e/ou monitoramento.

1.2. Sistematização da Caracterização multiescalar da Rede Urbana


Estadual da Bahia

A caracterização multiescalar da rede urbana da Bahia versou sobre as escalas internacional


(relações com outros países), interestadual (relações com outros estados) e intraestadual
(relações internas no estado da Bahia).

Essas escalas são interdependentes e as suas articulações e especificidades permitem, de


forma multiescalar, identificar e entender tessituras da Rede Urbana, possibilitando a
definição de diretrizes e estratégias relativas à política estadual de desenvolvimento urbano.
Nesse sentido, as análises dessa Rede, quando restritas somente a uma escala, tende a ser
limitada, ao não levar em consideração as demais interfaces. Assim, as leituras por interface
são orientadas por uma articulação entre os aspectos que transitam pelos ambientes
internacional, interestadual e intraestadual, resultando em um entendimento complexo, mas
detalhado, da rede urbana da Bahia.

Na interface internacional, verificou-se que as exportações estaduais de mercadorias estão


concentradas no Arranjo Populacional de Salvador e nas Regiões Geográficas Intermediárias
de Barreiras e de Ilhéus-Itabuna:

 As exportações de Camaçari, São Francisco do Conde, Dias d'Ávila, Candeias,


Salvador e Simões Filho (municípios integrantes do Arranjo Populacional da metrópole
de Salvador) corresponderam a 39,0% do total. As exportações de 2 municípios desse
Arranjo (Camaçari e São Francisco do Conde) representaram 29,9% do total.

33
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
 Luís Eduardo Magalhães (Capital Sub-regional B), Barreiras (Capital Regional C),
Formosa do Rio Preto (Centro Local), Correntina (Centro Local), São Desidério (Centro
Local) e Riachão das Neves (Centro Local), localizados na Região Geográfica
Intermediária de Barreiras: 28,3% do total; e

 Mucuri (Centro de Zona A), Eunápolis (Capital Regional C), Ilhéus (Capital Regional
C) e Itabuna (Capital Regional B) na Região Geográfica Intermediária de Ilhéus -
Itabuna: 13,2%do total.

Em 2020, esses municípios / Regiões Geográficas e os do Arranjo Populacional de Salvador


corresponderam à 80,5% do total das exportações do estado.

Em relação à participação do mercado internacional no mercado imobiliário-turístico da


Bahia, as análises desenvolvidas levaram em consideração os investimentos privados
internacionais em empreendimentos hoteleiros-residenciais e, de forma mais superficial, em
terras rurais, subsidiando a identificação de regiões que se assemelham e se distinguem
internamente à rede urbana do Estado.

Os achados sinalizaram para o fato de que a região que dispõe de um maior número de meios
de hospedagem, é a localizada na costa da Bahia. A partir daí, constata-se uma oferta que
diminui gradativamente à medida que se avança pelas regiões central e oeste do estado. A
região localizada ao norte é a que menos se destaca, com um número de meios de
hospedagem consideravelmente inferior que as demais (Figura 2).

34
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Figura 2 - Oferta hoteleira por zonas turísticas da Bahia, com base na
Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, 2019.

Fonte: Consórcio Rede Urbana (2021), com base em SETUR/SUINVEST/DPT (2019).

Essa espacialização sugere indicativos de que as regiões localizadas a leste, centro e oeste do
estado são, sequencialmente, as mais qualificadas em termos de infraestrutura turística,
favorecendo uma maior incidência na atração de turistas.

Das três regiões turísticas que se destacam em termos de meios de hospedagem, a região à
leste do estado é a que mais se beneficiou e a que mais se beneficiará pelos investimentos
destinados a ativos imobiliários turístico-residenciais, além de ser a única destinatária dos
recursos internacionais previstos até 2035 para o setor. Esses recursos são provenientes,
majoritariamente, de Portugal, França, Espanha e Alemanha.

Em termos de distribuição da origem do recurso por zona turística, verifica-se a manutenção


dos investimentos internacionais nas zonas Costa dos Coqueiros, Costa do Descobrimento e
Costa do Cacau, demonstrando que tais zonas continuam sendo as principais destinatárias dos
recursos internacionais, coincidindo com os principais fluxos de turistas estrangeiros,

35
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
conforme já observado no Estudo de 2011. As demais zonas turísticas serão beneficiadas,
especificamente, por investimentos nacionais (Figura 3).

Figura 3 - Investimentos Privados Nacionais e Internacionais previstos


por zona turística 2020-2035 – US$ milhões, com base na Secretaria de
Turismo do Estado da Bahia, 2020.

Fonte: elaborado por SETUR/SUINVEST/DPT (2020).

Rebatendo o cenário identificado com os Territórios de Identidade, os que apresentam a maior


oferta hoteleira do estado são o Litoral Norte e Agreste Baiano, Metropolitano de Salvador,
Baixo Sul, Litoral Sul e Costa do Descobrimento, Chapada Diamantina e Bacia do Rio
Grande. Destes, Costa do Descobrimento, Litoral Sul e Litoral Norte e Agreste Baiano são,
também, os destinatários da maior parte dos investimentos privados nacionais e internacionais
voltados a empreendimentos turísticos hoteleiros e imobiliários previstos até 2035.

A concentração tanto dos empreendimentos hoteleiros e imobiliários existentes, quanto dos


empreendimentos prospectados, somada aos atrativos naturais que oferecem e à proximidade
ao Aeroporto Internacional de Salvador, reforçam tais TIs como os principais mercados
imobiliários e polos turísticos internacionais da Bahia. Percebe-se, portanto, a conformação de
uma região turística e imobiliária internacional que se justifica mais em função das
prospecções financeiras positivas que sinalizam, que em função das existentes e possíveis
relações entre os centros urbanos baianos.

36
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Além desses investimentos internacionais, salienta-se a territorialização do capital
transnacional na região do Matopiba9, oeste da Bahia, onde atualmente localizam-se 26
empresas de capital transnacional atuando diretamente na estrangeirização da terra. Em
termos de TIs, tratam-se da Bacia do Rio Grande e Bacia do Rio Corrente, justamente em
função da característica predominantemente rural correspondente.

Embora estejam previstos investimentos turísticos até 2035 para tal região, a
internacionalização das áreas rurais que vem ocorrendo por ali pode favorecer esforços
voltados à dinamização da área enquanto possível polo turístico internacional. Sobre isso é
importante ressaltar que tal dinamização deve vir acompanhada de debates, políticas e
programas que garantam a manutenção e qualidade de vida. Isso, pois, se por um lado a
estrangeirização pode gerar riquezas, ela não é igualmente apropriada pela população local,
além de adentrar em temas sensíveis como soberania, segurança e identidade. Esse cuidado
deve ser equacionado a ações voltadas à qualificação e promoção dos atrativos e infraestrutura
relacionada que oferecem, fortemente ancorados nas festividades e manifestações culturais.

Se, por um lado, as atividades relacionadas ao setor imobiliário-turístico dinamizam


positivamente o setor econômico baiano, por outro, o aumento da quantidade de
estabelecimentos concentrados em áreas específicas do estado corrobora com a desigualdade
da rede urbana. Tendencialmente, as principais centralidades são, também, as mais
beneficiadas pelo turismo e mercado imobiliário internacionais, por meio de arranjos político-
institucionais, alianças estratégicas entre os agentes econômicos, valorização da terra e novos
tipos de urbanização.

Na interface interestadual, entre 2007 e 2018, ocorreu, em geral, uma progressão da rede
urbana do estado da Bahia, com um maior adensamento de cidades nos níveis superiores da
hierarquia urbana. Isso, pois, nesse período, houve um processo de relativa desconcentração
regional da produção, merecendo destaque os seguintes vetores10:

9
A expressão Matopiba designa a extensão geográfica que recobre parcialmente os territórios dos Estados do
Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, abrangendo 337 municípios em uma área de 73.173.485 hectares.
10
Relativa desconcentração na medida que, ainda em 2018, as Regiões Sudeste e Sul concentravam 53,3% e
17,1%, respectivamente. Nesse ano, o Nordeste respondeu por 14,3%; o Centro-Oeste, 9,9%; e o Norte, 5,5%.
Desde de 2002, a participação do PIB da Bahia no total nacional situou-se em torno de 4%.
37
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
 o dinamismo e à dispersão da agropecuária e dos agronegócios no Território Nacional
(p. ex. Regiões Intermediárias de Barreiras e de Juazeiro/Petrolina, na Bahia).11 A
expressiva expansão da fronteira agrícola e dos agronegócios ocorreu principalmente
nas regiões Centro-Oeste, Matopiba e Norte. A região do Matopiba é considerada a
grande fronteira agrícola nacional da atualidade, localizada no encontro dos estados do
Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia (Região Geográfica Intermediária de Barreiras), no
coração do Cerrado Brasileiro. Nesse contexto, as regiões de Juazeiro e Petrolina e do
Matopiba constituem bases geográficas que sustentam interfaces interestaduais
relevantes da Rede Urbana da Bahia;

 a base desconcentrada de recursos minerais (minério de ferro, manganês, bauxita, etc.)


favoreceu o dinamismo da indústria extrativa, em particular no estado do Pará. Essa
atividade, com a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL), tende a se
fortalecer no estado da Bahia devido as possibilidades de aumento da exploração e
exportações de minério de ferro em Caitité (Região Geográfica Intermediária de
Guanambi).

 o crescimento generalizado do terciário, reforçando centralidades na Rede Urbana


brasileira;

 o efeito da relocalização de empresas da indústria de transformação para regiões fora do


core industrial do país (MACEDO, 2011) a exemplo da Braskem, Ford e Pirelli no Polo
Industrial de Camaçari; da Pirelli, em Feira de Santana; e da Suzano, em Mucuri, no
estado da Bahia;

 a atração de investimentos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste em


decorrência da “guerra fiscal” interestadual, especialmente a partir de meados dos anos
90. Em particular, essa”guerra” induziu o espraiamento da indústria automobilística,
com alto coeficiente de importação de insumos, para os estados do Paraná (Renault e
Volkswagen, em São José dos Pinhais / RMC), Goiás (Mitsubishi Motors, Suzuki
Motors, John Deere, em Catalão; Hyundai Caoa e a Caoa Chery, em Anápolis), Bahia

11
No que se refere a uma das interfaces da Rede Urbana da Bahia, a Região Administrativa Integrada de
Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro - Ride Petrolina e Juazeiro foi regulamentada pelo Decreto nº
10.296/2020 com o objetivo de promover a articulação e a harmonização das ações administrativas da União,
dos Estados de Pernambuco e da Bahia e dos Municípios que a integram, e institui o seu Conselho
Administrativo. Os seguintes Municípios integram a Ride Petrolina e Juazeiro: Petrolina; Lagoa Grande; e
Orocó; e Santa Maria da Boa Vista (Pernambuco); e a) Juazeiro; Casa Nova; Curaçá; e Sobradinho (Bahia).
38
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
(Ford, em Camaçari / RMS) e Pernambuco (Jeep, em Goiana, na Zona da Mata Norte
do estado), rompendo com a concentração do complexo automobilístico (montadoras e
fornecedores de autopeças) na Região Sudeste, principalmente no estado de São Paulo;

 a retomada dos investimentos públicos nos anos 2000 e o direcionamento de uma


parcela expressiva desses investimentos para fora do Sul e Sudeste. Merece destaque os
investimentos da Petrobras, em particular no Nordeste, com destaque para Camaçari
(Bahia); e

 o papel da infraestrutura e da logística, elos de conexão das regiões entre si e com o


mercado externo e, portanto, indutores do processo de reestruturação do território.

Atualmente, no que se refere ao estado da Bahia, merece ser destacada construção da Ferrovia
de Integração Oeste-Leste (FIOL), renovando as condições logísticas de exportação de grãos,
na Região Geográfica Intermediária de Barreiras, e de minério de ferro de Caitité, na Região
Geográfica Intermediária de Guanambi. O impacto desse eixo logístico na Rede Urbana do
estado deverá ser expressivo.

Além desses aspectos, alguns achados merecem destaque (Mapa 9). Primeiro, a manutenção
da polarização intermediária que Salvador exerce sobre outros centros, já identificada em
2011, sugere uma certa constância da sua dinamicidade socioeconômica, insuficiente para
abranger toda a Bahia. Em termos interestaduais, sua influência tem diminuído, e restringe-se
a poucas cidades de outros estados, localizadas no extremo-sul. Mais especificamente,
Salvador influencia indiretamente algumas cidades de Minas Gerais, com centros urbanos
fazendo parte das redes de Teixeira de Freitas (BA) e Vitória da Conquista (BA).

39
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 9 - Região de Influência das Cidades [2018] - Síntese de Deslocamentos Bahia

40
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
A rede urbana da Bahia, agora mais complexa e qualificada que aquela de 2011, ainda carece
de polos em posições hierárquicas intermediárias em número suficiente para dispensar a
necessidade de grandes deslocamentos por sua população. Tal carência é traduzida, dentre
outras coisas, por perdas territoriais e compartilhamento de influência para estados vizinhos,
enfraquecendo a rede nas suas interfaces intraestadual e interestadual. Estes são os casos dos
TIs de Bacia do Rio Corrente, a Oeste, Sertão do São Francisco, ao Norte, e Semiárido
Nordeste II, a Nordeste, cujas perdas territoriais avançam sobre os estados de Goiânia,
Pernambuco e Sergipe, respectivamente; e dos casos dos TIs da Bacia do Rio Grande, a
Oeste, e Extremo Sul, ao Sul, cuja polarização é compartilhada com os estados de Goiânia e
Espírito Santo, respectivamente.

Desse modo, o mapa 10 a seguir apresenta a síntese das análises das regiões de influência
baianas e suas relações interestaduais

41
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 10 - Síntese de Análises Regiões de Influência das Cidades [2018]

42
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Terceiro, o Estado dispõe de uma única Aglomeração Urbana12 de caráter interestadual,
correspondente ao arranjo entre Petrolina (PE) e Juazeiro, cuja dinâmica socioeconômica,
fomentada pela fruticultura, vem sendo potencializada tanto em razão da complementaridade
de funções entre os dois centros urbanos quanto pela continuidade da malha urbana (Figura
4).

Figura 4 - Arranjos populacionais13 e Concentrações Urbanas na Bahia


conforme publicação do IBGE, 2016.

12
Aglomeração Urbana corresponde a um arranjo configurado a partir da identificação de complementaridade de
funções entre dois centros urbanos que detêm centralidade em uma determinada Região de Influência e que
apresentam proximidade geográfica. A urbanização contínua não é um critério de identificação, mas a interação
e alternância de funções.
13
Arranjos Populacionais são agrupamentos de dois ou mais municípios com forte integração populacional.
43
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Fonte: IBGE (2016).
Além do Arranjo Populacional, essas duas cidades também conformam a Região
Administrativa Integrada de Desenvolvimento – RIDE do Polo Petrolina – Juazeiro. Tal qual
verificado no arranjo populacional Petrolina-Juazeiro, a RIDE tem no agronegócio, mais
precisamente na fruticultura e na agroindústria, a sua principal fonte de dinamismo
econômico e social. A barragem presente em Sobradinho contribui fortemente para essa
característica, favorecendo a consolidação econômica da região. Tanto o é, que a RIDE
engloba um Arranjo Produtivo Local – APL muito bem sucedido de empresas no ramo da
fruticultura, denominado “APL de Fruticultura”, conformado pelos mesmos municípios que
compõem a unidade federativa (Figura 5).

Figura 5 - Municípios que fazem parte da Região Integrada de


Desenvolvimento (RIDE) Petrolina – Juazeiro, 2002.

Fonte: Brasil (2010).

Em se tratando da RIDE, especificamente, tal atração recai sobre Petrolina e Juazeiro, cuja
dinâmica econômica, complexidade e especialidade que oferecem polarizam considerável

44
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
fluxo. As demais cidades da região administrativa apresentam características menos
complexas e menos especializadas de centros locais, incidindo em uma menor motivação aos
deslocamentos. Tal contexto, incrementado pelo arranjo populacional resultante dessas duas
cidades, apresenta condicionantes determinantes para alterações na rede que dependem,
dentre outros fatores, da elevação de índices de eficiência na oferta de serviços, escolaridade,
qualificação da mão-de-obra e gestão integrada na região. Se materializados, tais avanços
podem incidir nas relações entres os centros urbanos e, consequentemente, em mudanças na
configuração da rede urbana da Bahia. No entanto, a forte polarização que esse arranjo recebe
de Recife configura como um desafio com tendência intransponível, de difícil reversão para
Salvador, já que a metrópole pernambucana oferece funções urbanas e condições
suficientemente satisfatórias que justificam a sua consolidação enquanto polo regional.

Por fim, outra área que se destaca em termos interestaduais é a do Matopiba14, que vem
apresentando relevante crescimento nas últimas décadas, atribuído à sua característica rural
cuja lógica de produção abarca regiões da Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão. Por esta razão,
percebe-se um fluxo intenso do agronegócio que se distribui por esses estados e avança para o
restante do país. No caso da Bahia, tal fluxo ocorre, majoritariamente, em direção à Salvador
(IBGE, 2015). Dentre as cidades baianas que compõem o Matopiba, sobressaem-se Barreiras
e Luís Eduardo Magalhães, no extremo-oeste do estado. Em termos de TIs, tratam-se do
Sertão do São Francisco, Bacia do Rio Grande e Bacia do Rio Corrente, todos com expressiva
relação e polarização com outros estados.

Na interface intraestadual, foram identificadas as chamadas áreas de fragilidade do ponto de


vista das suas relações na referida rede, pautadas, sobretudo, em função dos saltos
hierárquicos e densidade dos centros urbanos. O presente estudo reitera essas conclusões e
observa novidades.

Considerando os raios de 50km e 100km para os polos analisados, seguindo uma referência
que se adequa à realidade brasileira: para o caso de deslocamentos diários para trabalho e
estudo, o limite seria o de 50km, para deslocamentos de caráter repetido, mas eventual, o
limite de 100km igualmente parece razoável. Para possibilitar uma quantificação dessas
densidades, atribui-se um peso distinto para cada uma das centralidades referentes aos seus

14
Sua área compreende 337 municípios, dos quais, 135 no Maranhão, 139 no Tocantins, 33 no Piauí e 30 na
Bahia.
45
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
raios de 50km; ou seja, quanto mais alta na hierarquia, mais pontuação lhe é outorgada. Esta
mensuração é distinguida no mapa por meio de cores (Mapa 11).

46
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 11 – Densidade Intraestadual

47
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
De imediato, tem-se:
1. Uma concentração de densidades mais altas nas proximidades de Salvador, incluindo a
sobreposição de raios de 50Km;
2. Uma concentração de médias densidades no entorno imediato da capital baiana, mas já
com destaque para a direção sul;
3. Médias densidades num grande eixo norte sul na região central do estado;
4. Concentração “isolada” em Barreiras, mas já apresentado um compartilhamento com
Luis Eduardo Magalhaes;
5. Um grande vazio de centralidades na porção oeste do estado;
6. Um possível avanço da mancha de baixas densidades no centro do estado, na
sobreposição com o Território de Identidade da Chapada Diamantina;
7. Persistência de vazios intersticiais.

Ao se mapear o resultado deste estudo (Mapa 12) sobre as densidades funcionais


intraestaduais da Bahia, tem-se:

48
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 12 – Análise de Densidade Intraestadual

49
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
A formação de uma nova centralidade ao lado da de Barreiras pode contribuir para uma
melhoria na baixa densidade funcional observada na grande porção oeste do estado.

Ao se observar os espaços intersticiais que não estão nem no raio de 100Km dos polos
analisados, ficam evidentes grandes manchas no oeste do estado, outras que se adentram para
a região central e também, de modo isolado, nos extremos do perímetro estadual.

Por último, é importante considerar que altas densidades funcionais não garantem a plenitude
de funções capaz de reduzir desigualdades sociais. Os cenários apresentados guardam
especificidades, para melhor e para pior, quando analisados no nível micro de cada um dos
municípios. Políticas públicas regionais, entretanto, podem considerar as grandes manchas de
alta densidade como aquelas mais complexas e que devem avançar na sua posição hierárquica
no estado da Bahia e no Brasil; no caso das grandes manchas de baixa densidade, valem
políticas que gerem novos centros funcionais, que permitam a criação de oferta de serviços
públicos em rede e que incentivem potencialidades competitivas.

Em se tratando dos saltos hierárquicos da rede urbana, o cenário que se tem para a Bahia é,
em tese, positivo. Conforme já anunciado anteriormente, a se considerar o cenário idealizado
resultante da leitura dos indicadores de volume demográfico e sua concentração no território,
a posição esperada para a Bahia seria a 14ª no país. O resultado, porém, coloca o Estado na 5ª
posição. Diferenças maiores só ocorrem em Alagoas, Sergipe e Paraíba (para pior), e Minas
Gerais e Mato Grosso (para melhor).

No caso da Bahia, a grande pontuação obtida resulta da presença de um único município, Luís
Eduardo Magalhães, com distinção funcional positiva significativa em todas as funções com
aderência agrícola selecionadas. Esse fato relativiza o resultado bastante positivo de uma
posição idealizada para ocupar a 14ª posição frente aos demais estados brasileiros confirmar-
se em 5ª. Assim, os saltos hierárquicos existentes na rede urbana da Bahia não deixam de ser
significativos. No caso dos Territórios de Identidade de Bacia do Rio Grande, Bacia do Rio
Corrente, a despeito da dinâmica econômica que aí se observa, os degraus devem persistir
devido ao perfil agrícola de baixa densidade demográfica que aí se observa. A preocupação
maior com os saltos hierárquicos deve ocorrer para os territórios centrais e do leste do
território baiano.

Tais diferenças, sejam de saltos hierárquicos, de densidade, de relações intraestaduais e


interestaduais, de maior ou de menor complexidade, sugerem o que chamamos de Arcos da

50
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Rede Urbana da Bahia, conforme apresentados e discutidos em item específico ao final do
Produto 3, e resgatados no item a seguir.

1.3. Comentários sobre a evolução e alterações da rede

Conforme explicitado nos produtos 2 e 3, a Rede Urbana da Bahia apresentou algumas


mudanças e permanências, a depender da variável de análise. A identificação de tais
mudanças e permanências foi fundamental para se compreender a dinâmica consolidada na
rede estadual e se prospectar tendências possíveis de serem materializadas. As análises
setoriais desenvolvidas, combinadas com o desenho da rede fornecida pelo REGIC 2018 e
rebatidas com os Territórios de Identidade e Regiões Geográficas imediatas e intermediárias,
sugeriram certa semelhança territorial em um contexto de rede. Tais semelhanças foram
traduzidas por meio de uma proposta de leitura e abordagem cuja estruturação parte de
recortes territoriais estratégicos, delimitados por meio dos Arcos da Rede Urbana da Bahia
(Mapa 13, a seguir). Tais arcos seriam a representação gráfica e regionalizada do retrato atual
da rede, resultante de sua evolução recente, capaz de indicar tendências e a necessidade de
políticas e programas.

Toma-se como pressuposto que sua definição territorial precisa é de difícil determinação. Por
isso, ressalta-se que a proposta sugere a utilização dos arcos não como recortes definidos, mas
como lentes de análise que auxiliam na leitura e enfrentamentos temáticos – e que, portanto,
flexíveis e adaptáveis.

51
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 13 – Arcos da Rede Urbana da Bahia [2021]

52
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Identificam-se, então, seis arcos principais na rede urbana da Bahia. Tais arcos, ilustrados no
mapa acima, contam com especificidades econômicas, sociais, históricas e de infraestruturas,
minimamente, e com reduzida precisão cartográfica, esperadamente. Mais do que em outras
regionalizações utilizadas neste trabalho, os Arcos apresentam mais aderência em suas áreas
centrais ou próximas aos seus polos hierárquicos de rede, e um certo esgarçamento,
sobreposição ou mesmo imprecisão de aderência, em suas bordas mais distantes.

O quadro 1 a seguir ensaia uma síntese comparativa dos principais aspectos observados,
detalhadamente trabalhados no Produto 3.

Quadro 1 - Síntese comparativa dos seis Arcos da rede urbana da Bahia.

Arco Polo Classificação do polo pelo Principais atributos


REGIC 2018

Arco 1 Salvador Metrópole Nacional Rede caracterizada por sua alta densidade de polos
urbanos, complexidade de funções, grande
concentração de população e atividades
econômicas. Polo articulador de toda a rede
estadual. Arco com grande diversidade interna.

Arco 2 Vitória da Capital Regional B Grande parcela intermediária entre o Arco 1 (denso
Conquista em população, atividades econômicas, número de
polos urbanos e funções urbanas de Salvador) e o
Arco 3 (rarefeito em termos de ocupação do
território.

Arco 3 Barreiras Capital Regional C Reduzido número de polos, grandes distâncias


geográficas entre eles e altamente vinculado ao
mercado internacional de commodities. Este fato o
permite constituir uma outra tipologia territorial em
nível nacional, com a formação do chamado
Matopiba (partes de Maranhão, Tocantins, Piauí e
da própria Bahia).

Arco 4 Arranjo Capital Regional C Importante polo regional, porém submetido à rede
Populacional urbana de Recife / PE.
Petrolina-
Juazeiro

Arco 5 Teixeira de Centro Sub-regional A e Polos distantes de Salvador, de reduzida hierarquia


Freitas e Capital Regional C, na rede baiana, porém capazes de polarizar cidades
Eunápolis respectivamente. do Estado de Minas Gerais.

Arco 6 Paulo Centro Sub-regional A Arco cujo polo encontra-se distante de Salvador,
Afonso constituindo uma rede de baixa densidade de
centros urbanos. Compartilha sua dependência com
Salvador e outros estados vizinhos.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

53
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
A delimitação desses arcos, com os respectivos aspectos principais observados, orientou o
delineamento dos destaques sobre as principais mudanças e permanências identificadas na
rede urbana estadual, bem como a recomendação de políticas públicas, diretrizes e aspectos
gerais a serem considerados. Tais elementos estão descritos no item 2. “Recomendações à
Rede Urbana da Bahia: destaques, políticas públicas, diretrizes e aspectos gerais”, deste
documento.

Para facilitar a leitura, os quadros (2-8) a serem apresentados na sequência, estão


compartimentados em sete grandes temas: Grandes Questões Estratégicas, Cultura e Turismo,
Demografia, Economia e Meio Ambiente, Questões Fundiárias, Organização do Território
Baiano e Grandes Projetos Estratégicos. Tais temas foram definidos a posteriori; ou seja, tal
lista, por si só, revela os grandes tópicos de importância identificados no presente estudo.
Chama a atenção, esperadamente, a importância de grandes questões estratégicas, de questões
relativas à cultura e ao turismo e da economia vinculada a questões ambientais.

54
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

2. Recomendações à Rede Urbana da Bahia:

destaques, políticas públicas, diretrizes e aspectos gerais

A partir dos principais destaques identificados com base nas análises desenvolvidas ao
longo dos produtos que compõem a revisão do Estudo da Rede Urbana da Bahia, o
presente capítulo apresenta recomendações gerais, no que tange a Política de
Desenvolvimento Urbano estadual.

Para tanto, foram consideradas as particularidades territoriais e a articulação estratégica


entre elas, visando o fortalecimento dos centros urbanos intermediários, a consequente
desconcentração de funções, o maior equilíbrio entre as centralidades e redução das
desigualdades da rede, a partir de novos arranjos e novos atributos urbanos.

Nesse sentido, as políticas públicas recomendadas foram pensadas de maneira a


potencializar o desenvolvimento regional integrado cujo êxito será explicitado por meio
da qualificação das funções urbanas, da melhoria dos indicadores sociais e econômicos
e da diminuição dos saltos hierárquicos presentes na rede.

Deste modo, a identificação e sistematização das alterações da rede urbana da Bahia,


com ênfase nas desigualdades, bem como nas recomendações, foram orientadas por dois
aspectos principais: a delimitação dos Arcos da Rede Urbana da Bahia, e a abrangência
setorial analisada, classificada em regional, quando relacionada a um arco específico, ou
geral, quando correspondente a toda a rede.

Tais elementos estão organizados nos quadros a seguir da seguinte forma: na primeira
coluna, estão indicados os destaques identificados por meio das análises desenvolvidas;
na segunda, as possíveis políticas públicas e diretrizes que podem auxiliar no
enfrentamento da questão identificada; na terceira, são listados aspectos gerais de
monitoramento, assim como observações quanto à abrangência correspondente (se
geral, ou se particular a determinado Arco).

Dessa forma, as propostas aqui sugeridas buscaram entender as relações entre uma
realidade econômica e regional com aquela de interesse precípuo neste trabalho que é a
social e urbana, sobretudo em termos de densidades e hierarquias.

55
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
É importante destacar que, distante de se configurar como elementos definitivos e
rígidos em sua estrutura e conformação, os quadros a seguir devem ser entendidos como
ferramenta em construção, que visa auxiliar o Estado da Bahia nos direcionamentos do
seu desenvolvimento e que, portanto, pode ser adaptada e complementada, conforme
necessidade.

Portanto, ressalta-se que esses destaques selecionados servirão como insumo para
elaboração de diretrizes para política urbana no que diz respeito à rede de cidades,
constituindo um ponto de partida para o debate entre sociedade civil e órgãos do
governo.

56
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Quadro 2 - A Rede Urbana da Bahia e suas Grandes Questões Estratégicas: Destaques, Políticas, Diretrizes e
Aspectos Gerais, 2021
A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Analisada do ponto de vista teórico, ou 1.1 Considerar esse potencial de destaque nas centralidades urbanas 1.1 Instituição de um Comitê de
seja, a partir de uma relação entre volume em nível nacional, na negociação por interesses baianos, seja Políticas Estratégicas Regionalizadas,
demográfico e número/complexidade de política, seja economicamente; com representantes de secretarias
funções urbanas, a Bahia idealmente selecionadas que trabalhe a partir de
1.2 Consorciar um comitê intersecretarial que possa refinar as
ocuparia a 14ª posição hierárquica no uma versão final deste documento
propostas preliminarmente aqui anunciadas, identificar modos de
Brasil; entretanto, ocupa a 5ª. O destaque denominado Projeto de Apoio à
implementá-las e estabelecer critérios claros de avaliação de
dessa posição – significativamente para Formulação e Implementação do Plano
inciativas, seu acompanhamento, avaliação e monitoramento;
melhor – resulta, entretanto, da presença de de Desenvolvimento Econômico da
1.3 Políticas públicas com interesse em reduzir desigualdades no
um único município, Luís Eduardo Bahia para um Futuro Sustentável e
desenho da rede urbana estadual devem estudar mecanismos de
Magalhães, com distinção funcional Inclusivo”. A versão final deste
diversificação em rede daquilo que hoje se tem a partir de Luís
positiva significativa em todas as funções documento é definida pelo próprio
Eduardo Magalhães, reforçando sua especialidade, porém
com aderência agrícola. Esse fato relativiza governo do Estado da Bahia. Tal comitê
diversificando-a em um maior número de funções, ainda que no
o resultado bastante positivo de uma deve estabelecer sua própria agenda,
mesmo contexto agropecuário. A política que aqui se propõe é,
posição idealizada para ocupar a 14ª frente modus operandi e parâmetros de
pois, a de fomentar uma especialização ainda maior de Luís
aos demais estados brasileiros confirmar-se monitoramento;
Eduardo, sofisticando-a a ponto de não apenas compor uma
em 5ª.
1.2 Avaliação qualitativa e
realidade exportadora maior (junto com outras áreas do Brasil),
Grandes diferenças entre aquilo que pode monitoramento da consolidação da
mas, sim, de posicioná-la com destaque nesse conjunto. Estudos

57
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
ser o ideal, ou o esperado, em termos de específicos poderão dizer se tal incremento na especialidade de Luís política de desenvolvimento estadual
uma rede urbana equilibrada - com Eduardo Magalhães pode se dar no setor de máquinas agrícolas, com bases territoriais e regionais;
pequenos saltos hierárquicos e uma assistência técnica, instituições de pesquisa agropecuária, por
1.3 Avaliação qualitativa e
distribuição homogênea das centralidades exemplo. Tais políticas, é importante reiterar, devem observar
monitoramento da política de expansão
no território - e a rede urbana real, aquela outras diretrizes e interesses já consorciados e que dizem respeito a
da rede de ensino das universidades
confirmada pelo REGIC 2018. questões ambientais sociais e a da agricultura familiar, por
estaduais segundo interesses específicos
exemplo;
Tais diferenças só ocorrem em Alagoas, de minimização das desigualdades da
Sergipe e Paraíba (onde o identificado pelo 1.4 O modelo agroexportador observado como um fenômeno com organização da rede urbana;
REGIC 2018 é um cenário menos positivo potencial de alterar a rede urbana baiana deve ser entendido em toda
1.4 Avaliação qualitativa e
do que o esperado segundo modelos sua complexidade, a partir de críticas já conhecidas sobre impactos
monitoramento de mudanças nos
teóricos) em Minas Gerais e Mato Grosso ambientais e sociais, mas sobretudo se corresponde ou não a
avanços de interiorização da
(onde ocorre o contrário). diretrizes já acordadas em outras discussões e absorvidas como de
universidade federal, também seguindo
interesse para o governo baiano e sua população. Um exemplo é a
princípios de interesses regionalizados;
diretriz de apoio à agricultura familiar. Assim, aquilo que se propõe
1.5 Observação em séries históricas de
aqui a partir do potencial transformador desse setor produtivo deve
eventuais mudanças no desenho da rede
ser tomado, obrigatoriamente, com ressalvas sociais, ambientais e
urbana, seja por meio de estudos
daquilo já acordado pelo próprio governo baiano;
específicos e seriados como o REGIC do
1.5 Tem-se como pressuposto que a expansão da graduação e da
IBGE, seja por meio de estudos e
pós-graduação brasileira revela práticas e interesses das instituições
indicadores ad hoc e disponíveis nos

58
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
de ensino superior, não correspondendo, necessariamente, a tempos intermediários entre um estudo e
necessidades regionais ou a estratégias governamentais. No caso outro em nível nacional.
das universidades estaduais, o executivo baiano conta com
Estudo da manutenção dos arcos ora
autoridade para direcionar as referidas expansões. A meta que se
identificados e eventuais mudanças de
propõe é a de que a expansão desse ensino corresponda a demandas
seus atributos.
verdadeiramente regionais. Assim, é importante, a partir de
inciativas da própria Bahia:
Ocorrência prioritária para políticas
 a identificação de possíveis clusters de experimentação e
capacitação científica para atividades agropecuárias avançadas; públicas e seu monitoramento:

 o mapeamento dos vazios na cobertura da rede estadual e federal Geral no território estadual.
de ensino superior;
 o estabelecimento de políticas regionais da rede estadual baiana
de ensino superior, graduação e pós-graduação, para atender a
demandas regionais específicas; e
 considerando que o governo estadual não conta com ingerência
direta na decisão de universidades federais ou mesmo do
Ministério da Educação. Entretanto, é importante que
negociações sejam feitas para que instituições de ensino federal
possam ser instaladas ou ampliadas em regiões (Arcos ou
Territórios de Identidade) consideradas prioritárias para a Bahia.
Há casos, onde o papel de deputados federais ou senadores, ou
mesmo de governadores, é fundamental em decisões como essas

59
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
das universidades federais.

2. A Metrópole de Salvador tem destaque 2.1 Políticas para incorporação de parcelas não inseridas na Rede 2.1 Estudos de sistemas urbanos em
mediano no cenário de centralidades Urbana de Salvador deverão considerar a difícil reversão da nível nacional que indiquem possíveis
urbanas brasileiras, dividindo parcelas submissão a Recife. Certamente exige grande inversão de mudanças no desenho da rede urbana
importantes de seu território com Recife- investimentos em infraestruturas rodoviárias e/ou ferroviárias e atual e suas relações extraestaduais.
PE. eventuais políticas fiscais ou de taxas que priorizem negócios no
interior do estado;
Ocorrência prioritária para políticas
2.2 Identificação de possíveis grandes empreendimentos logísticos
públicas e seu monitoramento:
que poderiam alterar a relação de parcelas do território baiano hoje
Geral no território estadual, mas com
dependentes de redes urbanas extra estaduais. Por tais
destaque para os Arcos 4 e 5.
empreendimentos entende-se ações concretas de políticas públicas,
majoritariamente em parceria com o setor privado para efetivar o
aporte de recursos, e que contribuam para reverter o atual interesse
de parcelas territoriais da Bahia hoje mais economicamente
vinculadas com Pernambuco para centralidades no interior de seu
próprio território.

3. Observa-se um grande número de polos 3.1 Identificar e adotar políticas públicas que respondam a 3.1 Estudos específicos e de meio termo
baianos que atraem usuários/compradores demandas universais em termos de infraestrutura e de serviços (entre o atual REGIC 2018 e sua
para especialidades, como por exemplo, públicos, ainda que em sistema integrado, mas envolvendo a atualização futura) que possam sugerir

60
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
vestuário. Porém, tais polos contam com totalidade dos municípios baianos. Essa é uma preocupação com as mudanças na configuração da rede
características de funções urbanas básicas, e demandas básicas da população que deve ser constante e universal urbana baiana;
não complexas como se esperaria de um em todo o território estadual, independentemente de vazios ou
3.2 Discussões entre o planejamento do
centro que atua como polo regional. baixas hierarquias na sua rede urbana;
governo estadual, da FAPESB, das
Visto isso, tal fato, ao invés de confirmar a 3.2 Fomentar políticas de uso do solo (de responsabilidade universidades estaduais com campus nos
existência de polos capazes de organizar o municipal) que respeitem ao princípio da cidade compacta para que Arcos 3, 5 e 6 e pesquisadores com
território e de reduzir vazios no tais serviços e infraestruturas sejam mais factíveis de serem experiência científica na temática para
atendimento de funções urbanas, confirma ofertados localmente. Para esse segundo caso, a concentração de diagnosticar cenário atual, qualificar
uma realidade: a existência de grandes centralidade para insumos agropecuários, maquinários, tendências e propor ações corretoras.
parcelas do território ou de um grande implementos, assistência técnica para a atividade agrícola, com
número de pequenos centros urbanos muito destaque, em Luís Eduardo Magalhães, sugere uma rede
Ocorrência prioritária para políticas
incapazes de oferecer aquilo que é básico. urbana de apoio a atividades rurais ainda muito iniciante, com
públicas e seu monitoramento:
poucos pontos de atração cobrindo grandes extensões do território;
Ou seja, tem-se, de um lado, um grande
Geral no território estadual, mas com
número de centros urbanos pequenos e sem 3.3 Abertura de editais específicos da Fundação de Amparo à
destaques específicos para todos os
poder atender a necessidades comerciais ou Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) para pesquisas acadêmicas
Arcos.
de serviços básicas; de outro, polos que se que identifiquem e analisem a interiorização das vendas hoje feitas
distinguem no cenário estadual, mas tão em polos distantes e impliquem em custos adicionais ao consumidor Como Arcos a serem priorizados para o
somente pela oferta de funções de baixa da pequena cidade. referido estudo tem-se aqueles com
complexidade. menor densidade da rede: o 3, de

61
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Barreiras, o 5, de Teixeira de Freitas, e
o 6, de Paulo Afonso.

4. A partir da análise da existência de 4.1 Realização de ações que valorizem e consolidem ainda mais as 4.1 Discussões sobre como a
centralidades selecionadas e a inserção, ou centralidades ora observadas, no sentido de complexificá-las e de consolidação dessas centralidades
não, de cidades baianas no ranking das 30 consolidá-las, minimamente em grandes grupos, conforme abaixo: podem alterar os atributos dos seis arcos
mais centrais, tem-se: ora identificados e como podem reiterar
 Feira de Santana (TI Portal do Sertão), Vitória da Conquista (TI
Sudoeste Baiano), Santo Antônio de Jesus (TI Recôncavo), Irecê ou reduzir desigualdades;
 Cidades com centralidade específica
(TI Irecê) e Eunápolis (TI Costa do Descobrimento) para
para compra de vestuário e calçado: 4.2 Distinguir dentre as centralidades
comércio de varejo regional;
Feira de Santana, Vitória da Conquista,
Santo Antônio de Jesus e Irecê;  Paripiranga (TI Semiárido Nordeste II), Itabuna (TI Litoral Sul) identificadas, aquelas que possam ser
 Cidades com centralidade específica e Feira de Santana (TI Portal do Sertão) para deslocamento para mais ou menos alteradas a partir de
para compra de móveis e cursar ensino superior;
eletrodomésticos: Feira de Santana, políticas públicas ou de ação do capital
 Itabuna (TI Litoral Sul), Santo Antônio de Jesus (TI
Santo Antônio de Jesus, Vitória da
Recôncavo), Irecê (TI Irecê) e Guanambi (TI Sertão Produtivo) privado;
Conquista, e Eunápolis;
serviços de saúde de baixa e média complexidade e Salvador (TI
 Cidades com centralidade específica
Metropolitano de Salvador) para serviços de saúde de alta 4.3 Identificação e análise de
para deslocamento para cursar ensino
complexidade; 4. Porto Seguro (TI Costa do Descobrimento), indicadores que possam especificar
superior: Paripiranga, Itabuna e Feira de
Senhor do Bonfim (TI Piemonte Norte do Itapicuru), Vitória da
Santana;
Conquista (TI Sudoeste Baiano), Serrinha (TI Sisal), Itacaré (TI ainda mais tais centralidades e seus
 Cidades com centralidade específica Litoral Sul), Salvador (TI Metropolitano de Salvador), Euclides principais agentes causadores;
para serviços de saúde de baixa e média da Cunha (TI Semiárido Nordeste II) para atividades culturais
complexidade: Itabuna, Santo Antônio e/ou esportivas:
de Jesus, Irecê e Guanambi; 4.4 Estudos específicos e de meio termo
 Cidades com centralidade específica  Luís Eduardo Magalhães (TI Bacia do Rio Grande) para (entre o atual REGIC 2018 e sua
para serviços de saúde de alta comercio e serviços de apoio à agropecuária; e
complexidade: Salvador;

62
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
 Cidades com centralidade  Salvador (TI Metropolitano de Salvador) como único destino da atualização futura) que possam sugerir
especificamente para atividades produção agropecuária de exportação. mudanças na configuração da rede
culturais: Porto Seguro, Senhor do
Dos seis grupos de cidades e suas centralidades apresentados acima,
Bonfim, Vitória da Conquista, Serrinha; urbana baiana.
 Cidades com centralidade específica preliminarmente, tem-se o grupo 1 com maior caracterização
para atividades esportivas: Itacaré, definida pelo setor privado e os demais grupos a serem
Salvador, Euclides da Cunha;
 Cidades com centralidade potencialmente mais alterados por políticas públicas regionalizadas. Ocorrência prioritária para políticas
especificamente para aquisição de Assim, devem ser articuladas parcerias entre o governo do estado e públicas e seu monitoramento:
insumos agropecuários: Luís Eduardo
Magalhães; instituições de apoio a capacitação do setor produtivo (SEBRAE, Geral no território estadual, mas com
 Cidades com centralidade específica SENAC, SESI, dentre outros) para o fortalecimento dessas destaque para os Arcos 1, 2, 3 e 4.
para aquisição de maquinários e
implementos agrícolas para a produção centralidades por meio de maiores complexidades e não pelo
agropecuária: Luís Eduardo Magalhães; simples vazio da sua oferta nas regiões dependentes.
 Cidades com centralidade específica
para assistência técnica para produção
agropecuária: Luís Eduardo Magalhães;
e
 11. Cidades com centralidade específica
para o destino da produção
agropecuária: Salvador.

5. Confirmação de Vitória da Conquista 5.1 Realização de estudos que confirmem as centralidades 5.1 Avaliações em início de gestão do
como polo do Arco 2, entre uma mancha de identificadas e os seus atributos que possam reiterar esse destaque governo estadual sobre as referências de
rede urbana densa e outra ainda bastante nos territórios em que se encontram. regionalização utilizadas pelas
rarefeita. secretarias;

63
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Esse arco se apresenta como compartimento 5.2 Avaliações específicas sobre o
intermediário entre a rede densa e significado de distintas sobreposições
consolidada mais imediata de Salvador e regionais, considerando sobretudo
aquela ainda em consolidação de Barreiras. aquelas com origem privada ou
Neste caso, tem-se pouco destaque no associativas.
crescimento do PIB, no crescimento
Ocorrência prioritária para políticas
demográfico, na concentração de grandes
públicas e seu monitoramento:
propriedades e nos índices médios de
destaque para o Arco 2.
vulnerabilidade ambiental. Com tais
atributos, entende-se que o polo de Vitória
da Conquista tenha poucas competividades
para, de um lado, competir com o de
Salvador, de outro, com o emergente de
Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Essa
tendência mais geral, entretanto, não exclui
o incremento de funções especializadas e
competitivas no contexto estadual.

6. Confirmação de Barreiras e Luís Eduardo 6.1 O perfil do Arco 3 e sobretudo de um de seus municípios 6.1 Avaliações em início de gestão do

64
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Magalhães como polos estruturadores do explica uma posição de destaque da Bahia no cenário nacional, governo estadual sobre as referências de
Arco 3, com características de ocupação porém de modo fragilizado. Essa situação, singular exige políticas regionalização utilizadas pelas
rarefeita e a partir de uma única públicas de interesse regional/estadual, mas com estudos sobre o secretarias;
especialidade urbana, a de apoio a território municipal, avaliando-se as funções urbanas aí localizadas
6.2 Avaliações específicas sobre o
atividades agropecuárias de exportação. O e buscando formas de diversificá-las com novos usuários;
significado de distintas sobreposições
destaque dessa atividade econômica não
6.2 Tais políticas públicas devem buscar incrementar o valor regionais, considerando sobretudo
reduz a importância de outros setores, como
agregado das atividades de apoio à produção agropecuária, seja na aquelas com origem privada ou
por exemplo o caso da indústria química. A
capacitação técnica de extensão, seja no desenvolvimento associativas;
distinção que se observa aqui é que essa, a
tecnológico de produtos ora tão somente consumidos e
6.3 Avaliações específicas, técnicas
indústria química da metrópole de
comercializados. São Territórios de Identidade com destaque para
(organizadas pelo executivo estadual),
Salvador, reitera uma centralidade histórica,
esse caso, o de Bacia do Rio Grande e o de Sertão do São
acadêmicas (fomentadas por sua agência
sem gerar novidades no desenho da rede
Francisco.
de fomento de pesquisa) e da sociedade
urbana ora estudada. Já o caso do
(via Conselho das Cidades, por
agronegócio implica em novas
exemplo) sobre a real viabilidade de se
centralidades, e até mesmo possíveis
implementarem políticas alternativas e
redesenhos da sua hierarquia.
complementares à atividade
Este Arco 3 deve ser entendido como
agroexportadora que atenda a interesses
aquele organizado por uma centralidade
distintos daquilo que ora se tem como a
com implicações mais lentas que aquelas
principal atividade econômica nesta
observadas no passado no Arco 1, por

65
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
exemplo. Ademais, conforme demonstrado, região da Bahia.
sua grande centralidade de produção e
exportação não corresponde a sua
Ocorrência prioritária para políticas
centralidade em termos de atendimento por
públicas e seu monitoramento:
funções urbanas ao entorno regional, nem
pela geração de empregos e renda. destaque para o Arco 3.

7. A rede urbana da Bahia, agora mais 7.1 Consolidação de centros urbanos regionais, intermediários, 7.1 Aumento no número de polos
complexa que aquela de 2011, ainda qualificando-os por meio de infraestruturas, serviços e intermediários na rede;
demanda por polos em posições equipamentos urbanos especializados, fortalecendo a rede na sua
7.2 Diminuição das perdas territoriais;
hierárquicas intermediárias em número interface intraestadual e diminuindo as perdas interestaduais. Para
7.3 Diminuição do compartilhamento de
suficiente para dispensar a necessidade de tanto, salienta-se a importância de órgãos públicos estaduais,
influência da rede baiana com outras
grandes deslocamentos por sua população. fundamentais nesse processo;
redes estaduais.
Tal carência é traduzida, dentre outras
7.2 Desenvolvimento de estudos estratégicos, incluindo plano de
coisas, por perdas territoriais (ou seja, perda
ação, voltados à qualificação e especialização de polos
de influência de determinada porção do Ocorrência prioritária para políticas
intermediários.
território para outro(s) estado) e públicas e seu monitoramento:
compartilhamento de influência para
Geral no território estadual, mas com
estados vizinhos, enfraquecendo a rede nas
destaque para os Arcos 3, 4, 5 e 6.
suas interfaces intraestadual e interestadual.

66
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Estes são os casos dos TIs de Bacia do Rio
Corrente, a Oeste (Arco 3), Sertão do São
Francisco, ao Norte (Arco 4), e Semiárido
Nordeste II, a Nordeste (Arco 6), cujas
perdas territoriais avançam sobre os estados
de Goiânia, Pernambuco e Sergipe,
respectivamente; e dos casos dos TIs da
Bacia do Rio Grande, a Oeste (Arco 3), e
Extremo Sul, ao Sul (Arco 5), cuja
polarização é compartilhada com os estados
de Goiânia e Espírito Santo,
respectivamente.

8. No que tange às perdas territoriais 8.1 As Políticas públicas de desenvolvimento devem contribuir para 8.1 Recuperação da influência de
interestaduais, em análise comparativa com a consolidação de Salvador como polo regional, tanto do ponto de Salvador sobre o TI Sertão do São
o Estudo de 2011, constata-se que Salvador vista urbano, por meio da qualificação de funções, infraestruturas e Francisco;
(Arco 1 – TI Metropolitano de Salvador) serviços, quanto do ponto de vista de fortalecimento do seu
8.2 Diminuição das perdas de influência
perdeu a influência que exercia sobre potencial econômico. O intuito maior é o de resgatar a influência
de Salvador.
Aracaju, além daquela que compartilhava que exercia sobre o TI Sertão do São Francisco e fortalecer a
com Recife sobre a Região Administrativa influência que exerce sobre os demais polos, evitando novas perdas.

67
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Integrada de Desenvolvimento – RIDE Ocorrência prioritária para políticas
Petrolina-Juazeiro (agora polarizada mais públicas e seu monitoramento:
fortemente pela rede de influência da
Geral no território estadual, mas com
capital pernambucana). A forte polarização
destaque para os Arcos 1 e 4.
que tal arranjo (Arco 4 – TI Sertão do São
Francisco) recebe de Recife configura como
um desafio com tendência intransponível,
de difícil reversão para Salvador, já que a
metrópole pernambucana oferece funções
urbanas e condições suficientemente
satisfatórias que justificam a sua
consolidação enquanto polo regional. Ainda
que a distância desse Arranjo seja menor
para Salvador, a diversidade e volume de
funções urbanas encontradas na capital
pernambucana deve seguir atraindo.
Contribui para essa permanência a maior
área de influência, a maior população, a
maior densidade demográfica e o maior PIB
de Recife em relação a Salvador (IBGE,

68
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
2020).

9. O arranjo entre Petrolina (PE) e Juazeiro 9.1 Analisar as ações compartilhadas entre Bahia e Pernambuco do 9.1 Diminuição das assimetrias no que
(Arco 4, TI Sertão do São Francisco) é o ponto de vista estratégico com interesse para o primeiro e tange a aspectos socioeconômicos e
único na Bahia de caráter interestadual, cuja considerando o necessário fortalecimento dos centros urbanos classificação dos centros urbanos da
dinâmica socioeconômica vem sendo intermediários, dinamizando a região e diminuindo a dependência região;
potencializada tanto em razão da que as cidades do entorno têm com Juazeiro (e Petrolina).
9.2 Incremento na dinâmica entre os
complementaridade de funções entre os
centros urbanos da região, incidindo na
dois centros urbanos quanto pela
diminuição das distâncias percorridas
continuidade da malha urbana.
em busca de serviços e equipamentos
Além do Arranjo Populacional, essas duas especializados.
cidades também conformam a Região
Administrativa Integrada de
Ocorrência prioritária para políticas
Desenvolvimento – RIDE do Polo Petrolina
públicas e seu monitoramento:
– Juazeiro, a qual divide com as Regiões
Metropolitanas de Recife e Fortaleza os destaque para o Arco 4.
fluxos de bens e serviços e comanda um
subsistema urbano onde sobressaem as
cidades de Belém do São Francisco (PE),
Salgueiro (PE), Remanso (BA), Araripina

69
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

A Rede Urbana e suas Grandes Questões Estratégicas


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
(PE), Ouricuri (PE) e Senhor do Bonfim
(BA), que por sua vez, articulam trinta e
três núcleos urbanos. No contexto da
referida RIDE a atração recai sobre
Petrolina e Juazeiro, cuja dinâmica
econômica, complexidade e especialidade
que oferecem polarizam considerável fluxo.
As demais cidades da região administrativa
apresentam características menos
complexas e menos especializadas de
centros locais, incidindo em uma menor
motivação aos deslocamentos.

Ainda vale ressaltar que, distante 114km da


RIDE, localiza-se a Represa de Sobradinho,
que vem comprometendo a mobilidade dos
municípios por ela separados.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

70
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Quadro 3 - A Rede Urbana da Bahia e a Cultura e o Turismo: Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais,
2021
Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. As manifestações culturais existentes na 1.1 Direcionar os esforços das políticas públicas de turismo, cultura 1.1 Articulação interinstitucional entre
Bahia não mobilizam pessoas, e de desenvolvimento urbano para medidas que, por um lado, os órgãos municipais, regionais e
infraestrutura complexa e serviços contribuam para o fortalecimento dos centros menores e estaduais de turismo e cultura, poder
especializados a ponto de interferir nas intermediários, e que, por outro, viabilizem a manutenção e público e iniciativa privada;
centralidades e hierarquia da rede de modo preservação do patrimônio material e imaterial inserido na sua
1.2 Maior alcance territorial,
permanente, mas, sim, sazonal ou efêmero. escala tradicional;
materializada pelos fluxos turísticos, das
Embora muitas das manifestações culturais
1.2 Estruturar e qualificar o setor turístico dos centros urbanos, por festividades e manifestações culturais;
correspondam a importantes dinâmicas
meio de programas de incentivo voltados à especialização de
1.3 Consolidação de subcentros culturais
econômicas para muitos municípios, tal
serviços e infraestrutura relacionados ao turismo e às manifestações
regionais;
importância restringe-se a festividades e
culturais, contribuindo na atração e motivação de fluxos;
períodos específicos, insuficiente para 1.4 Reforço na divulgação das agendas
1.3 Integrar as políticas de turismo dos polos, por meio de
desencadear outras atividades e funções culturais hoje praticadas pelo executivo
discussões envolvendo gestores públicos, representantes do trade
urbanas. Trata-se, como já definido em estadual e seus parceiros na organização
turístico e sociedade civil organizada;
2011, de uma rede urbana sazonal e do turismo baiano junto a mercados
flutuante, que não consegue se estabelecer 1.4 Desenvolver estudos de impacto socioeconômico e de consumidores;
e, tampouco, consolidar a relevância dos abrangência territorial dos eventos culturais contribuindo, por um 1.5 Estruturação da instância de
seus centros. Em suma, as manifestações lado, para a instrumentalização da gestão pública e governança turística e cultural integrada

71
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
culturais existentes no estado restringem-se desenvolvimento de estratégias voltadas à dinamização do setor na entre os centros.
a festividades realizadas em períodos rede e, por outro, garantindo a sustentabilidade das comunidades
específicos em determinadas cidades, não tradicionais.
Ocorrência prioritária para políticas
interferindo significativamente na
públicas e seu monitoramento:
conformação e dinâmica da rede urbana.
Geral no território estadual.

2. As estratégias e ações previstas nos 2.1 A política pública de turismo deve considerar direcionamentos 2.1 Alinhamento regional dos
programas de desenvolvimento turísticos regionais que possam ser articulados nos PDITS, garantindo o direcionamentos turísticos;
(vide o PDITS), não parecem ter impactado desenvolvimento local de forma integrada ao cenário estadual. Isso,
2.2 Implementação de processos e
a dinâmica regional da REDE, justamente pois, embora o Estado disponha de inúmeros desses planos,
ferramentas de gestão turística integrada
por estarem orientadas ao desenvolvimento percebe-se uma desarticulação e descontinuidade nas ações e
regional.
de uma localidade/região específica. Ou estratégias neles previstas;
seja, embora tais recomendações possam ter
2.2 Planejar objetivos e metas regionais, prospectados como
contribuído para o desenvolvimento local, Ocorrência prioritária para políticas
potenciais à progressão da rede, considerando as especificidades
elas não tiveram o alcance de influência das públicas e seu monitoramento:
locais;
relações entre as centralidades e não Geral no território estadual, mas com
2.3 Estabelecer mecanismos, estratégias e ações voltados a
incidindo, portanto, nos níveis hierárquicos destaque para os Arcos 1, 3, 4, 5 e 6.
complementariedades turísticas regionais, tendo em vista os
dos centros.
potenciais locais.

72
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento

3. Muitas cidades com baixa ou inexistente 3.1 A Política Pública de Turismo pode contribuir para a dinâmica 3.1 Envolvimento entre gestão
concentração de funções urbanas assumem correlata às centralidades, justamente pelo possível fomento à municipal e iniciativa privada na
centralidade especificamente em dinamização local e regional a ela relacionada, incrementada, por estruturação cultural desses arcos;
decorrência de atividades culturais que exemplo, pela promoção de festividades.
3.2 Incremento no número de visitantes
oferecem em determinados períodos do
Essa estruturação, vinculada à intensificação da promoção das por arco, em função da notoriedade
ano. São estes os casos de Vitória da
festividades nessas localidades, pode favorecer a valorização do desses arcos enquanto atrativos
Conquista, Porto Seguro, Senhor do Bonfim
patrimônio material e imaterial estadual. Sobre isso, destaca-se a culturais;
e Serrinha, que respectivamente, fazem
necessidade de que tais políticas sejam pensadas de maneira a não
3.3 Maior alcance dos fluxos
parte dos Territórios de Identidade do
comprometer a qualidade de vida da população diretamente
relacionados às festividades e
Sudoeste Baiano, Costa do Descobrimento,
impactada e economicamente menos favorecida, bem como o
manifestações culturais que ocorrem
Piemonte Norte do Itapicuru e Sisal. Em
patrimônio material e imaterial local;
nesses arcos;
síntese, a relação entre as cidades baianas
3.2 Desenvolver estudos e projetos voltados à estruturação cultural,
em função das manifestações culturais 3.4 Aumento do número de programas
com a definição de objetivos, estratégias e ações de curto, médio e
conforma uma rede urbana sazonal e regionais culturais e de turismo;
longo prazo compatíveis com as especificidades e potencialidades
flutuante, que não consegue se estabelecer 3.5 Aumento do número de festividades
regionais;
e, tampouco, consolidar a relevância dos regionais, organizadas a partir de um
seus centros. Na mesma linha, os TIs Bacia 3.3 Elaborar Projeto de Dinamização dos Eventos Tradicionais, tais
circuito que favoreça os deslocamentos e
do Rio Corrente, Bacia do Polo Rio Grande, como os festejos religiosos e de São João, contemplando os integração entre as localidades.

73
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Velho Chico, Irecê e Sertão do São impactos socioeconômicos da cadeia produtiva, contribuindo para o
Francisco, Itaparica, Semiárido Nordeste II, reposicionamento turísticos e cultural desses territórios na rede de
Ocorrência prioritária para políticas
Extremo Sul e Piemonte Norte do Itapicuru forma sustentável, não comprometendo a qualidade de vida da
públicas e seu monitoramento:
(Arcos 1, 3, 4, 5 e 6) apresentam uma baixa população diretamente impactada, bem como garantindo a
Geral no território estadual
atratividade cultural, com uma abrangência preservação do patrimônio material e imaterial local;
territorial substancialmente pontual, tal qual
3.4 Incrementar a linha do produto cultural dos TIs Bacia do
a região correspondente ao Arco 2, cuja
Paramirim, Sertão Produtivo e Sudoeste Baiano (Arco 2), e dos TIs
atração se dá quase que exclusivamente em
Bacia do Rio Grande, Bacia do Rio Corrente e Velho Chico (Arco
função das festividades que ocorrem na
3), por meio de um programa de integração entre os centros urbanos
cidade de Guanambi (TI Sertão Produtivo).
existentes nessas porções do território, salientando segmentos
estratégicos para investimentos nos respectivos polos regionais e
favorecendo o posicionamento dessas regiões no mercado regional,
estadual, nacional e internacional. Como exemplo de programa
regional, destaca-se o “Pontão de Cultura”, que estruturado pelo
extinto Ministério da Cultura, buscava articular diversos pontos de
cultura, seja por temas afins ou por região geográfica. O “Pontão de
Cultura do Jongo/Ca ambu”, e emplo desse programa, abrangeu
quinze comunidades jongueiras de toda a região Sudeste e foi
organizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF);

74
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
3.5 Estruturar os produtos culturais relacionados ao ambiente rural,
principalmente no Arco 3, em função da sua característica
predominantemente agrícola, com o cuidado de se preservar o
patrimônio material e imaterial existente, bem como a qualidade de
vida da sua população.

4. A metrópole de Salvador (Arco 1) e seu 4.1 Especificamente em se tratando do Arco 1, identificam-se a 4.1 Aumento do número de polos
arranjo populacional desempenham papel região litorânea e a região da Chapada Diamantina como potenciais culturais intermediários;
de destaque no que tange às manifestações turísticos e culturais, cujas características e dinâmicas particulares
4.2 Distribuição do fluxo de forma mais
culturais em relação aos demais centros (de turismo de sol e praia, e de aventura, respectivamente) podem
equilibrada entre os centros;
urbanos, muito provavelmente em função ser intermediadas por aspectos relacionados ao contexto de centros
4.3 Efetivação de uma dinâmica de
da maior concentração de equipamentos, como Feira de Santana e Itaberaba. Nesse sentido, sugere-se o
circulação que articula regionalmente os
serviços, oferta de festividades e desenvolvimento de programas voltados à conformação de polos
centros em função da sua atratividade
infraestrutura correlata que dispõem culturais intermediários, considerando a espacialização da
cultural e turística específica.
durante todo o ano. Trata-se dos TIs hierarquia dos centros urbanos pelo estado;
Metropolitano de Salvador e Portal do
4.2 Estabelecer uma articulação regional entre os diferentes polos
Sertão, localizados na porção leste do Ocorrência prioritária para políticas
culturais.
Estado. A forte atração gerada por esse arco públicas e seu monitoramento:
(Arco 1) acaba influenciando em uma
destaque para o Arco 1.
menor polarização dos demais arcos.

75
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
5. As políticas, diretrizes e ações do 5.1 A Política Pública de Turismo deve considerar a 5.1 Aumento dos investimentos
PRODETUR/NE e do Plano Nacional de compatibilização das diferentes estratégicas, ações e investimentos destinados às demais regiões do Estado,
Turismo destinaram a maior parte de seus em um programa de desenvolvimento turístico na sua escala para além do litoral do Estado;
recursos financeiros à infraestrutura básica estadual, ampliando seus esforços para além das potencialidades
5.2 Distribuição mais equilibrada dos
e urbana para qualificação do litoral do localmente identificadas. Pode auxiliar, nesse sentido, a Elaboração
investimentos provenientes de planos e
Estado (Arco 1), em detrimento das demais de um Programa de Dinamização do Turismo, a fim de contribuir
programas nacionais e estaduais pelas
regiões da Bahia. para a qualificação e dinamização do setor de forma mais
regiões da Bahia;
equilibrada;

5.2 Desenvolver estudos voltados à uma maior dinamização da


Ocorrência prioritária para políticas
aplicação dos recursos, à luz da distribuição espacial ou perfil de
públicas e seu monitoramento:
atividades, sobretudo nos Arcos 2, 4 e 6, que atualmente são pouco
favorecidos por esses esforços. Geral no território estadual, mas com
destaque para os Arco 1, 2, 4 e 6.

6. As regiões que concentram as 6.1 As Políticas públicas de desenvolvimento devem orientar os 6.1 Assistência e manutenção da
centralidades de hierarquias superiores são, setores econômicos, territoriais e ambientais de maneira população tradicional;
também, as que chamam mais atenção ao equilibrada, equacionando as novas relações econômicas e os
6.2 Existência de planos e políticas de
turismo e mercado imobiliário conflitos socioespaciais por elas potencializados, materializados por
uso e ocupação do solo e de

76
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
internacionais, por meio de arranjos significativas repercussões no ordenamento territorial, meio desenvolvimento sustentável que
político-institucionais, alianças estratégicas ambiente e nas comunidades diretamente impactadas; compatibilizam investimentos turístico-
entre os agentes econômicos, valorização imobiliários, habitação social e
6.2 Desenvolver planos de uso do solo e planos de desenvolvimento
da terra e novos tipos de urbanização. Se, regularização fundiária;
sustentável voltados às principais áreas receptoras dos
por um lado, isso dinamiza positivamente o
investimentos turísticos e imobiliários, como forma de ordenar os 6.3 Incentivos aos investidores nacionais
setor econômico baiano, por outro, o
resultados advindos da pressão tradicionalmente desencadeada e locais.
aumento da quantidade de estabelecimentos
pelos empreendimentos correlacionados. Tais planos devem
concentrado em áreas específicas do estado
orientar o planejamento de tais investimentos de tal forma que não
corrobora com a desigualdade da rede Ocorrência prioritária para políticas
se contribua para o enfraquecimento dos investidores nacionais e,
urbana. públicas e seu monitoramento:
sobretudo, locais;
Destaques para os Arcos 1, 3 e 5.
6.3 Planejar mecanismos de controle dos impactos sobre o acesso à
terra, tais como especulação imobiliária e segregação, sobretudo
nos principais destinos dos investimentos em ativos imobiliários;

6.4 Estruturar os municípios e capacitar gestores para o


recebimento, planejamento e distribuição dos investimentos em
ativos imobiliários.

7. A região norte do estado (Arco 4) é a que 7.1 Fortalecimento e criação de marcas e produtos para 7.1 Aumento no número de turistas na
menos se destaca na oferta de meios de reposicionamento dos destinos presentes no arco 4. Pode contribuir, região;

77
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
hospedagem, sugerindo uma menor nesse sentido, o fortalecimento do enoturismo existente na região; 7.2 Aumento no número de serviços e
qualificação da infraestrutura turística e equipamentos especializados ofertados;
7.2 Desenvolvimento ou ampliação de Planos de Marketing
contribuindo para uma menor incidência de
estratégicos e operacionais voltados tanto para a divulgação dos 7.3 Incremento na oferta hoteleira;
turistas.
atrativos quanto para o angariamento de investimentos na região do
7.4 Aumento e fortalecimento de marcas
Arco 4, principalmente de investidores nacionais e, sobretudo,
e produtos turísticos da região.
locais.
Ocorrência prioritária para políticas
públicas e seu monitoramento:

destaque para o Arco 4.

8. A participação de apenas três países 8.1 Políticas Públicas de Turismo e de Desenvolvimento devem 8.1 Aumento no número de países
(Espanha, Portugal e Suécia) nos prever estratégias voltadas à promoção e atração de investidores investidores no Estado.
investimentos prospectados no setor internacionais por meio de mecanismos que auxiliem na
turístico-imobiliário da Bahia sinaliza uma recuperação da Bahia como destino atrativo para ativos turístico-
Ocorrência prioritária para políticas
possível diminuição de interesse imobiliários, sobretudo para os países que já investiram no estado
públicas e seu monitoramento:
internacional no Estado, se comparada com anteriormente. A procura pela ampliação do número de países de
a participação verificada no Estudo de origem dos investimentos é fundamental para possíveis Geral no território estadual.
2011. compensações quando de crises econômicas nacionais;

8.2 Criar um Programa de Promoção Turística, com estratégicas de


marketing voltadas ao fortalecimento da imagem do estado

78
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
enquanto posicionamento no mercado turístico internacional.

9. Salvador (Arco 1 – TI Metropolitano 9.1 Políticas públicas de turismo devem prever programas e 9.1 Inclusão de outras cidades baianas
Salvador) é a única cidade baiana que está projetos voltados à difusão e promoção de Salvador, objetivando a no grupo dos destinos nacionais mais
dentre os destinos nacionais mais visitados recuperação da capital baiana como destino turístico que dispõe de visitados por turistas estrangeiros;
por turistas estrangeiros, sobretudo em variadas tipologias de atrativos. Além disso, esforços também
9.2 Aumento do número de turistas
função de seus atrativos de lazer. Ao se devem ser direcionados visando a inclusão de outras localidades do
nacionais e internacionais por todo o
comparar o período compreendido entre Estado no grupo de cidades nacionais mais visitadas por turistas
território da Bahia;
2014 e 2018, no entanto, é interessante estrangeiros;
9.3 Retomada e, em um segundo
salientar que a visitação em Salvador
9.2 Elaborar um Programa de Educação Patrimonial e Promoção
momento, aumento dos índices de
diminuiu em todas as categorias turísticas
Turística que contribua para a formação de agentes multiplicadores,
visitação em Salvador.
analisadas.
com atuação junto a órgãos/agências de turismo na divulgação dos
atrativos e localidades baianas para outros estados e países;
Ocorrência prioritária para políticas
9.3 Integrar as estratégias de comunicação, distribuição e promoção
públicas e seu monitoramento:
turística para fortalecer a imagem de Salvador, ampliando e
consolidando seus produtos turísticos no mercado regional, Geral no território estadual, mas com
estadual, nacional e internacional. destaque para o Arco 1.

10. A concentração do fluxo de turistas 10.1 As Políticas Públicas devem considerar mecanismos de atração 10.1 Aumento no número de produtos
estrangeiros ao longo da costa e centro de investimentos e fluxo turístico nos Arcos 2, 4 e 6, justamente por turísticos do Estado;

79
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
baiano (Arco 1) coincide com a estes apresentarem uma baixa participação na oferta de 10.2 Aumento dos investimentos nos
concentração majoritária dos empreendimentos existentes, uma baixa representatividade nos Arcos 2, 4 e 6;
empreendimentos capitaneados por investimentos prospectados para o período entre 2020 e 2035, e
10.3 Aumento dos empreendimentos
investimentos internacionais prospectados uma baixa incidência de turistas estrangeiros;
turístico-imobiliários nos Arcos 2, 4 e 6;
para o período compreendido entre 2020 e
10.2 Desenvolver planos, programas e projetos de controle e
10.4 Efetivação dos planos, programas e
2035. Em termos de Territórios de
fiscalização dos aspectos ambientais, uso e ocupação do solo e dos
projetos de controle e fiscalização dos
Identidade, são Metropolitano de Salvador,
impactos nas comunidades diretamente impactadas pelo fluxo
aspectos ambientais, uso e ocupação do
Litoral Sul, no litoral, e Chapada
turístico e empreendimentos turístico-imobiliários, sobretudo nas
solo;
Diamantina que despontam como as regiões
principais regiões destinatárias dos investimentos;
mais atrativas para os turistas estrangeiros. 10.5 Assistência e manutenção das
10.3 Desenvolver planos e programas voltados à capacitação e
Tal constatação enfatiza a distribuição comunidades diretamente impactadas
instrumentalização da gestão municipal para lidar com os impactos
desuniforme de turistas internacionais pelo pelo fluxo turístico e empreendimentos
e pressões advindas dos fluxos e empreendimentos turístico-
território da Bahia, concentrada turístico-imobiliários.
imobiliários;
majoritariamente na costa litorânea e
diluída principalmente em direção à porção 10.4 Desenvolver estratégias de comunicação, distribuição e
Ocorrência prioritária para políticas
centro-oeste do estado (Arco 3). Além promoção turística, ampliando e consolidando as variadas tipologias
públicas e seu monitoramento:
disso, quando rebatido na rede, esse de produtos turísticos existentes nos arcos 2, 4 e 6;
contexto explicita uma de 10.5 Mobilizar e integrar ações do poder público e iniciativa Geral no território estadual, mas com
condição
desigualdade substancialmente acentuada privada do Estado, visando a consolidação dos potenciais turísticos especificidade para cada um dos Arcos
nas interfaces intra-centros e inter-centros. (2, 4 e 6).
no mercado regional, estadual, nacional e internacional dos Arcos 2,

80
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Cultura e Turismo
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
4 e 6.

11. Os turistas chegam na Bahia 11.1 As Políticas Públicas de Desenvolvimento devem voltar seus 11.1 Aumento das conexões do setor
principalmente por meio do aeroporto de esforços ao incremento das infraestruturas do setor aéreo, aéreo do estado nas escalas interestadual
Salvador (Arco 1 – TI Metropolitano corroborando para a competitividade do Estado no âmbito nacional e intraestadual;
Salvador) e, em menor escala, aeroporto de e tornando-as mais robustas para o recebimento de um fluxo
11.2 Ascendência na classificação dos
Ilhéus (Arco 1 – TI Litoral Sul). Tal fluxo internacional;
aeroportos regionais;
não incide em mudanças na rede em termos
11.2 Desenvolvimento de planos e projetos de modernização e
11.3 Aumento no fluxo de passageiros, e
de malha e, tampouco, configura ou reforça
ampliação (quando for o caso) dos aeroportos existentes na Bahia,
cargas;
um determinado ponto para além da capital
incorporando os recursos e incentivos federais voltados ao setor
baiana. Ao contrário, apenas confirma – e 11.4 Aumento da capacidade dos
aéreo na escala estadual, principalmente naqueles localizados nos
fortalece - a posição mais alta da metrópole aeroportos regionais para atendimento
Arcos 3, 5 e 6, favorecendo a dinamização e o incremento de fluxos
do Estado. de aeronaves de portes maiores.
nessas regiões;

11.3 Desenvolver planejamento estadual voltado à ampliação,


otimização e potencialização do setor aéreo, visando a sua Ocorrência prioritária para políticas
dinamização e abrangência territorial (tanto para passageiros quanto públicas e seu monitoramento:
para cargas). Geral no território estadual, mas com
destaque para os Arcos 3, 5 e 6.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

81
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Quadro 4 – A Rede Urbana da Bahia e a organização do território baiano: Destaques, Políticas, Diretrizes e
Aspectos Gerais, 2021
Organização do território baiano
Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Ao se comparar as regionalizações 1.1 O cenário de uma crescente compartimentação nas 1.1 O aqui proposto Comitê de Políticas
historicamente realizadas para a Bahia, vê- regionalizações do Estado indica possível incremento nas Estratégicas Regionalizadas deverá
se uma compatibilização entre as Regiões especificidades de suas políticas territoriais. Fato positivo e que proceder análises qualitativas sobre as
Econômicas de 1991, Regiões de Influência deve ser mantido como diretriz. A distinção dessas regionalizações regionalizações de planejamento e sua
de 2011, e Regiões Imediatas do IBGE relativamente aos Territórios de Identidade não deve se constituir relação com os Territórios de Identidade
(tomadas como uma próxis das Regiões de em preocupação estratégica. Regionalizações diversas, cada qual e com as regionalizações operacionais
Influência de 2018). Diferencia-se, para fins específicos devem ser assimiladas e mesmo incentivadas das secretarias.
entretanto, de tais regionalizações, os por políticas públicas territoriais. Entre as razões para essa assertiva
Ocorrência prioritária para políticas
Territórios de Identidade, seja devido ao está a facilidade de se trabalhar informações e dados
públicas e seu monitoramento:
número de polígonos regionais que georreferenciados, em agregá-los ou desagregá-los conforme
Geral no território estadual.
considera (em maior número que as atuais interesses e necessidades diversos;
regionalizações), seja pela referência
1.2 Regionalizações devem ser periodicamente avaliadas e
adotada em termos de aspectos culturais e
eventualmente revistas. Este trabalho, por si só, implica na
de pertencimento.
assimilação da importância de políticas regionalizadas;

1.3 Ações diretivas do governo estadual devem sugerir o


esclarecimento e a organização das secretarias de modo

82
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Organização do território baiano


Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
regionalizado, de fato;

1.4 Regionalizações, minimamente tipificadas em estratégicas e


operacionais, podem ser múltiplas, não havendo razão de se buscar
unificações;

1.5 Os Territórios de Identidade podem ser entendidos como um


instrumento de “apro imação” dos agentes públicos estaduais com
representantes regionais e locais.

2. Para além das regionalizações de 2.1 A falta, de forma imperativa, de se trabalhar estrategicamente 2.1 Avaliações em início de gestão do
planejamento que antecedem a definição com um desenho único do território baiano, no caso os Territórios governo estadual sobre as referências de
dos Territórios de Identidade, há as de Identidade, sugere uma possível fragilidade na unidade das ações regionalização utilizadas pelas
regionalizações operacionais das de governo. Para o caso de políticas públicas territoriais, é secretarias;
secretarias, cada qual com suas importante, pois, não apenas a determinação de recortes
2.2 Avaliações específicas sobre o
delimitações específicas (vide acima). geográficos, mas a determinação de como e quando eles devem ser
significado de distintas sobreposições
utilizados. Entretanto, e isso é mais importante, é possível também
Ao se sobrepor todas as estruturas regionais regionais, considerando sobretudo
concluir que a importância dos Territórios de Identidade deveria ser
identificadas e em uso pelas secretarias aquelas com origem privada ou
buscada em níveis estratégicos estaduais e por secretarias cujo papel
estaduais, é possível identificar áreas de associativas.
seja o de agente articulador, como aquelas de Planejamento,
extrema homogeneidade econômica, social,
Desenvolvimento Urbano ou outras estruturas de apoio direto ao
de relações e físico-natural ou com alto
chefe do executivo. Tal conclusão deve embasar as discussões sobre Ocorrência prioritária para políticas

83
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Organização do território baiano


Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
grau de articulação macrorregional. Ou o uso efetivo dos Territórios de Identidade e mesmo dos resultados públicas e seu monitoramento:
seja, as distintas regionalizações adotadas e proposições do presente estudo;
Geral no território estadual.
pelas secretarias de Estado guardam
2.2 Como diretriz básica, é importante que se faça a distinção entre
grandes semelhanças nas suas composições
regionalizações operacionais, como as adotadas e justificadas pelas
municipais.
Secretarias de Estado, e as estratégicas, conforme definida pelos
Entretanto, tais homogeneidades ocorrem Territórios de Identidade e que seriam essenciais para políticas de
nos municípios geograficamente mais governo e de negociação com a população;
próximos de seus polos regionais; as
2.3 Regionalizações devem constar não apenas do planejamento
incongruências ou fragilidades se
estratégico do executivo baiano, mas igualmente das atividades
encontram nas margens de cada uma das
operacionais, de fato, das suas secretarias. Deve-se observar se a
regionalizações das secretarias ou mesmo
menção feita pelas secretarias em relação aos Territórios de
dos Territórios de Identidade.
Identidade são formais, apenas, se ou ocorrem de fato;

2.4 Regionalizações, sejam elas estratégicas ou operacionais,


podem ser múltiplas, não havendo razão de se buscar unificações;

2.5 Os Territórios de Identidade podem ser entendidos como um


instrumento de “apro imação” dos agentes públicos estaduais com
representantes regionais e locais;

2.6 Ações diretivas do governo estadual devem sugerir o

84
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Organização do território baiano


Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
esclarecimento e a organização das secretarias de modo
regionalizado, de fato;

2.7 Nos casos em que se identificaram os mais altos Graus de


Homogeneidade ou de Articulação Macrorregional, a diretriz é a de
que os recortes devam ser mantidos, seja pela maior densidade de
estruturas já instaladas, seja pelas estruturas de acesso e
comunicação que também já foram estabelecidas e consolidadas;

2.8 Nos casos de menor consistência, são necessários ajustes


constantes para que se faça corresponder a demanda com a oferta,
reduzindo-se ou eliminando-se deslocamentos desnecessários por
parte da população para o uso de serviços e infraestruturas públicas;

2.9 Como diretriz tem-se a validade e importância da manutenção


dos atuais recortes dos Territórios de Identidade. Entretanto, valem,
sempre, constantes adaptações de seus limites extremos, justamente
onde pode haver fragilidades de integração municipal a um ou outro
TI.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

85
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Quadro 5 – A Rede Urbana da Bahia e a Economia e Meio Ambiente: Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos
Gerais, 2021
Economia e Meio Ambiente
Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Nas porções oeste, extremo sul e centro As políticas públicas que consideram a variável ambiental e sua 1.1 Quantidade de programas criados e
leste da Bahia, verificam-se manchas de interface com a produção econômica ou interesse social estão /ou implementados considerando as
menor vulnerabilidade ambiental, que, resumidas no Zoneamento Ecológico Econômico, instrumento legal diretrizes do ZEE/BA;
mesmo com a existência de unidades de
para o Ordenamento Territorial. Dessa forma, sugere-se diretrizes
conservação em alguns dos municípios ali 1.2 Análise quinquenal comparativa do
que o levem em consideração, tais como:
situados, sobretudo os mais próximos ao número de conflitos ambientais e
litoral, acabam por apresentar menor 1.1 Deve-se priorizar a implementação das diretrizes do ZEE/BA, impactos ambientais decorrentes da
vulnerabilidade, impulsionada, visando, além do maior aproveitamento das potencialidades naturais expansão de atividades econômicas e
provavelmente, pela menor vulnerabilidade
existentes, o desenvolvimento de atividades que venham ao produtivas por Zona e/ou TI.
hídrica e pela menor vulnerabilidade a
encontro do que se espera para cada zona;
erosão.
Os locais com menor vulnerabilidade 1.2 Elaboração e posterior implementação de programas e ações
Ocorrência prioritária para políticas
ambiental tendem a ser mais atrativos para específicas para cada diretriz do ZEE/BA, priorizando o recorte dos
públicas e seu monitoramento:
o desenvolvimento de atividades Territórios de Identidade e em consonância com as tendências de
produtivas, as quais podem exercer pressão permanência e mudança da rede apresentadas neste Estudo. Geral no território estadual.
de uso nas unidades de conservação mais
próximas.
A existência desse quadro reforça a
necessidade de planejamentos integrados e
transversais que considerem tanto as

86
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
restrições e os potenciais ambientais
naturais como as restrições legais impostas
pela criação de áreas protegidas.

2. O cruzamento do mapeamento das áreas A política pública de desenvolvimento urbano, no que tange as 2.1 Quantidade de Planos Diretores
de menor vulnerabilidade ambiental com questões ambientais, deve direcionar os esforços para pelo menos elaborados em consonância com as
outros fatores de ordem econômica e social, três eixos principais: diretrizes básicas recomendadas;
permite constatar, entre outras questões,
que:  Prevenção de conflitos urbano-ambientais, a partir do 2.2 Quantidade de macrozoneamentos
 A maioria dos municípios que planejamento territorial e do monitoramento ambiental; postados na base cartográfica estadual;
apresentam maior densidade econômica  Priorização de ações de controle e monitoramento ambiental dos
2.3 Avaliação trienal dos níveis de
estão em porções de menor recursos existentes e das atividades poluidoras e potencialmente
poluidoras situadas nos municípios em ascensão; atendimento das diretrizes do ZEE/BA
vulnerabilidade ambiental,
principalmente os municípios  Incentivo a expansão de atividades econômicas de maior por Zona ou por Território de
pertencentes aos TIs Metropolitano de demanda dos recursos naturais em áreas de maior capacidade e Identidade;
Salvador, Portal do Sertão, Recôncavo, resiliência ambiental, de forma a otimizar as condições naturais
2.4 Acompanhamento sistemático com
Baixo Sul (Arco 1); Bacia do Rio de suporte e provisão.
comparações trienais do consumo de
Grande (Arco 3); Extremo Sul e Costa Sugere-se para tal, as seguintes diretrizes gerais:
do Descobrimento (Arco 5). água, geração de resíduos e lançamento
 Alguns dos municípios com maior 2.1 Desenvolver e implementar estratégias de sistematização do de efluentes líquidos e gasosos de
crescimento populacional, também estão planejamento integrado do uso do solo junto aos municípios, grandes empreendimentos, especial os
em porções de menor vulnerabilidade observando as restrições ambientais naturais (disponibilidade situados nos municípios em ascensão,
ambiental, principalmente os pertences hídrica, características do relevo, existência de vegetação arbórea tendo como base os instrumentos das

87
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
aos TIs Bacia do Rio Grande (Arco 3) e nativa, etc.) e instituídas pela legislação vigente (unidades de políticas ambientais nacionais e
Metropolitano de Salvador (Arco 1). conservação, terras indígenas, áreas de preservação permanente, estaduais vigentes como as outorgas de
 Alguns dos municípios com saltos etc.), tendo como base a formulação de diretrizes gerais para recursos hídricos, o monitoramento
hierárquicos positivos na comparação
elaboração dos Planos Diretores Municipais e dos Planos Diretores ambiental condicionado aos processos
REGIC 2007-2018, estão em porções de
de Desenvolvimento Urbano Integrado das Regiões Metropolitanas; de licenciamento ambiental, os
menor vulnerabilidade ambiental, tal
como os localizados nos TIs Bacia do 2.2 Exigir a disponibilização obrigatória da informação espacial monitoramentos ambientais estatais etc.;
Rio Grande (Arco 3), Extremo Sul e georreferenciada dos macrozoneamentos dos municípios para 2.5 Acompanhamento das metas de
Costa do Descobrimento (Arco 5).
compor uma base estadual de referência; eficiência e sustentabilidade de
 A maioria dos TIs com maior incidência
empresas potencialmente poluidoras.
de conflitos urbanos (Litoral Sul, 2.3 Implementar e integrar a política de desenvolvimento urbano
Metropolitano de Salvador, Baixo Sul e com as diretrizes do ZEE/BA e demais instrumentos regionais e Ocorrência prioritária para políticas
Portal do Sertão, pertencentes ao Arco estaduais de planejamento (Planos Setoriais), especialmente quanto públicas e seu monitoramento:
1) estão em porções de menor à questão da gestão dos resíduos sólidos, do abastecimento hídrico e
vulnerabilidade ambiental, evidenciando Geral no território estadual, mas com
do controle da poluição;
que, de modo geral, áreas com essas destaque para os Arcos 1, 3 e 5.
características, se situadas em 2.4 Sistematizar e utilizar os dados de monitoramento ambiental,
municípios emergentes e/ou realizado no âmbito dos diferentes processos de licenciamento e das
consolidados em termos de urbanização, políticas ambientais vigentes, para identificação mais efetiva sobre
tendem a sofrer conflitos urbano-
os impactos ambientais das atividades existentes e futuras e da
ambientais, tais como: ocupação em
capacidade de suporte do meio frente à expansão das atividades
áreas de APPs, expansão urbana em
áreas carentes de saneamento básico, econômicas;

88
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
maior pressão pelo uso de áreas de 2.5 Incentivo a adoção de sistemas produtivos com maior eficiência
proteção ambiental etc. ambiental, especialmente quanto a redução do consumo hídrico e da
geração de efluentes e resíduos, responsáveis pela poluição do solo,
da água e do ar.

3. O cruzamento do mapeamento das áreas A política pública de desenvolvimento urbano, no que tange as 3.1 Quantidade de programas lançados
de maior vulnerabilidade ambiental com questões ambientais em regiões de maior permanência ou declínio ou implementados voltados a
outros fatores de ordem econômica e social, da rede, deve direcionar os esforços para o desenvolvimento de qualificação turística, valorização de
permite constatar, entre outras questões,
atividades capazes de articular as potencialidades locais em bens e profissionalização de atividades
que:
convergência com as limitações ambientais, especialmente quanto a agrossivopastoris;
- Muitos municípios que desceram de nível
na comparação REGIC 2007-2018 estão em disponibilidade hídrica, de solo e de área disponível para construção
3.2 Número de novos empreendimentos
áreas de média ou alta vulnerabilidade de empreendimentos e para o desenvolvimento de atividades
em operação, considerados de baixo
ambiental, principalmente os pertences aos produtivas de menor impacto. Para tanto, sugere-se as seguintes
impacto ambiental;
TIs Litoral Sul (Sul do Arco 1), Chapada diretrizes:
Diamantina (sudoeste do Arco 1), Sudoeste 3.3 Comparação quinquenal dos
Baiano (Arco 2), e Velho Chico (Leste do 3.1 Desenvolver e implementar programas de investimento na
indicadores econômicos (VAB/PIB) e
Arco 3). Em geral, os municípios nessa qualificação do turismo (de contemplação, de recreação, de
populacionais nos municípios com os
situação estão próximos aos limites dos aventura, ecológico e cultural), buscando a conexão e articulação
maiores índices de vulnerabilidade
Arcos, portanto, mais distantes dos grandes com cidades maiores.
ambiental;
centros de estruturação da rede urbana já
conformada. Desenvolver e implementar programas de identificação, divulgação,
3.4 Acompanhamento das metas de
- Muitos municípios que apresentaram articulação, valorização e profissionalização dos bens culturais e

89
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
decréscimo populacional estão em áreas de das potencialidades locais (frutas, vinho, sementes, piscicultura eficiência e sustentabilidade de
média e alta vulnerabilidade ambiental, etc.); empresas potencialmente poluidoras.
principalmente os pertencentes ao TI
Sudoeste Baiano (Arco 2). 3.2 Desenvolver e implementar programas para estimular a
- Algumas das áreas de maior profissionalização e qualificação de atividades de produção e
Ocorrência prioritária para políticas
vulnerabilidade ambiental abrigam beneficiamento de produtos agrossilvopastoris, por meio da
públicas e seu monitoramento:
importantes potenciais turísticos capacitação técnica de cooperativas e microempreendedores e do
(especialmente nos TIs Chapada Geral no território estadual, mas com
repasse de capital intelectual e financeiro para o desenvolvimento e
Diamantina – Arco 1 e Sertão do São destaque para os Arcos 2, 3 e 4.
compra de maquinários;
Francisco – Arco 4, mas ainda estão em
eixos de menor degrau de relevância 3.3 Incentivar a instalação de empreendimentos mais sustentáveis e
turística no contexto estadual e nacional. de menor demanda para os recursos naturais, como usinas de matriz
- Metade dos TIs com maior número de limpa, agricultura orgânica, complexos turísticos de apropriação de
conflitos rurais (Bacia do Rio Corrente e
bens ambientais etc;
Velho Chico – Arco 3; Sertão do São
Francisco – Arco 4; e Sertão Produtivo – 3.4 Incentivo a adoção de sistemas produtivos com maior eficiência
Arco 2) estão em áreas de maior ambiental, especialmente quanto a redução do consumo hídrico e da
vulnerabilidade ambiental. geração de efluentes e resíduos, responsáveis pela poluição do solo,
da água e do ar.

4. Grande parte dos municípios que A política pública de desenvolvimento urbano, no que tange as 4.1 Obtenção do inventário de atividades
apresentaram salto hierárquico na rede questões ambientais em regiões de ascensão e mudança da rede em geradoras de emprego e renda nos
urbana estão em áreas com maior

90
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
vulnerabilidade ambiental, principalmente áreas de maior vulnerabilidade ambiental, deve direcionar os municípios que cresceram e estão em
os municípios pertencentes aos TIs esforços para a real identificação da capacidade de suporte áreas de maior vulnerabilidade
Chapada Diamantina, Vale do Jiquiriçá, ambiental para o desenvolvimento das atividades existentes e ambiental;
Bacia do Jacuípe, Sisal (Oeste do Arco 1),
pretendidas, e na avaliação precisa dos impactos dessas atividades
Piemonte Norte do Itapicuru (Sul do Arco 4.2 Quantidade de programas lançados
no ambiente natural, priorizando esforços para o controle e
4) e Semiárido Nordeste II (Arco 6). ou implementados voltados a educação
Tal constatação sugere que esses monitoramento ambiental das atividades, especialmente da
ambiental e a capacitação de pequenos
municípios estão se desenvolvendo mesmo agricultura, pecuária e silvicultura, visando a garantia da
agricultores;
com adversidades dadas pela maior preservação do meio ambiente segundo legislação vigente. Para
vulnerabilidade do ambiente natural. Neste 4.3 Quantidade de ações orientativas
tanto, sugere-se como diretrizes gerais:
caso, pode-se destacar duas reflexões: a voltadas a preservação e conservação
primeira relaciona-se com o quanto a 4.1 Diagnosticar alternativas encontradas por esses municípios
ambiental em pequenas propriedades
ascensão de nível desses municípios está visando criar estratégias-piloto de replicação em áreas com menor
rurais;
demandando ou se sustentará, considerando perspectiva de mudanças na rede e com características semelhantes;
a capacidade de suporte ambiental 4.4 Quantidade de ações de fiscalização
4.2 Desenvolver e implementar programas de educação ambiental e
existente; a segunda demonstra que mesmo em grandes propriedades rurais;
nos locais mais vulneráveis, é possível apoio técnico junto aos pequenos produtores e agricultores
4.5 Quantidade de dados ambientais
induzir mudanças na rede, cujas estratégias, familiares, visando difundir boas práticas ambientais e melhor
obtidos, organizados e mapeados, por
se bem diagnosticadas, podem ser alocadas aproveitamento dos recursos naturais tais como água, solo e
para outras áreas que apresentam limitações semestre, nos municípios piloto.
vegetação nativa;
semelhantes.
4.3 Fortalecer e executar ações de fiscalização ambiental preventiva
e orientativa para evitar o descumprimento da legislação Ambiental Ocorrência prioritária para políticas

91
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
por parte de pequenos produtores e agricultores familiares; públicas e seu monitoramento:

4.4 Aumentar a frequência e o rigor das ações de fiscalização Geral no território estadual, mas com
ambiental nas grandes propriedades agrícolas, focando na destaque para os Arcos 1, 4 e 6.
regularização ambiental das propriedades a partir da implementação
do CAR/PRA e das demais políticas estaduais e nacionais de
licenciamento e regularização ambiental e gestão dos recursos,
condicionando outorgas e licenças com monitoramentos
sistemáticos da água, do ar, do solo e da cobertura vegetal,
conforme a natureza das atividades desenvolvidas;

4.5 Analisar espacialmente e temporalmente os dados de


monitoramento ambiental da água, do ar e da vegetação, a fim de
avaliar os impactos das atividades na qualidade ambiental dos
municípios.

5. No que se refere à economia estadual e 5.1 Implementar políticas de desenvolvimento regional compatíveis 5.1 Acompanhamento dos indicadores
sua relação com a rede urbana, os destaques com o Plano de Desenvolvimento Regional do Nordeste (PRDNE). econômicos regionais, sua relação com o
são os seguintes: Conforme a SUDENE, “o objetivo é, portanto, o fortalecimento das perfil da rede urbana e sua inserção
cidades nordestinas, sobretudo aquelas situadas na base da rede tipológica em um de seus Arcos.
 a área central do Estado, com atividades
urbana, e aquelas de articulação intermediária, como tentativa à
econômicas diversificadas, ainda que
desconcentração e à interiorização do desenvolvimento regional a

92
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
entrecortada, a exemplo da economia partir da consolidação e fortalecimento de uma rede policêntrica”; Ocorrência prioritária para políticas
dos Territórios de Identidade de Bacia públicas e seu monitoramento:
5.2 Políticas públicas de caráter compensatório e inclusivas devem
do Rio Grande, Bacia do Rio Corrente e
ser avaliadas como dinamizadoras da economia local e da qualidade destaque para os Arcos 2, 3 e 4.
partes do Irecê, Sertão do São Francisco,
da vida urbana;
Piemonte Norte do Itapicuru e Piemonte
5.3 Intervenções públicas por meio de grandes projetos ou de
da Diamantina. Arranjos Produtivos
pequenas ações regionais (capacitação ou realização de eventos,
Locais e projetos de irrigação podem ter
ainda que efêmeros, mas que agreguem grande volume de
um impacto expressivo nas centralidades
visitantes) podem contribuir para o dinamismo do urbano (fluxos),
urbanas, em geral, de porte pouco
particularmente em cidades e regiões relativamente menos
expressivo;
dinâmicas;
 a área oeste, integrada ao Matopiba,
mais homogênea, baseada em 5.4 Os eventuais projetos com potenciais de reversão das
agronegócios voltados para exportação e hierarquias urbanas devem merecer atenção especial por parte da
seus requisitos de serviços urbanos (p. política urbana.
ex., educação, saúde, cultura, turismo,
etc.) e de infraestrutura vinculada ao
comércio exterior. Essa especificidade
do dinamismo da região, apesar de gerar
riqueza e alterar de forma mais lenta e
indireta hierarquias intermediárias da

93
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
rede, não tem proporcionalmente para a
rede urbana a mesma importância e
impacto que tem para a análise
econômico-regional. Pode afirmar que
especialização que gera centralidade na
rede urbana, não é a especialização
produtiva, mas os requisitos já
especificados;
na faixa leste, mais diversa, constitui uma
realidade regional mais diversa (p. ex.,
indústria química e portos, no entorno da
RM de Salvador; turismo, em geral; cacau e
atividade florestal, ao sul). Esses segmentos
de atividade econômica, além da
importância que, em geral, apresentam para
a dinâmica econômica regional, geram
fortes impactos nas cidades.

6. A análise dos principais segmentos de 6.1 Políticas públicas voltadas para a promoção do dinamismo 6.1 Taxa de Crescimento do PIB do
atividades econômicas das regiões e econômico das regiões e municípios de forma a mitigar as estado, regiões e municípios (IBGE);

94
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
municípios é relevante para entender a desigualdades socioeconômicas regionais e tornar a Rede Urbana 6.2 Índice de Complexidade Econômica.
tessitura da Rede Urbana. estadual mais integrada; Esse índice mede a diversidade e
complexidade da economia de um
A produção de bens e serviços, pode ser 6.2 Aumentar o dinamismo, a diversificação e a intensidade
território (SUDENE);
entendida, em grande parte, como funções tecnológica da economia dos municípios do Estado, garantindo a
urbanas das cidades, permitindo, assim, sustentabilidade ambiental, o aumento das condições de 6.3 Índices de Desenvolvimento
entender melhor as centralidades que desenvolvimento humano e uma menor vulnerabilidade social. Humano Municipais - IDHM (IPEA,
apresentam e suportam a sua inserção na PNUD e Fundação João Pinheiro);
hierarquia da Rede Urbana.
6.4 Índice de Vulnerabilidade Social dos
Municípios (IPEA).

Ocorrência prioritária para políticas


públicas e seu monitoramento:

destaque para todos os Arcos, mas cada


qual com suas especificidades.

7. No que se refere à Rede Urbana de um 7.1 As políticas públicas de inclusão digital são de fundamental 7.1 Percentual de cobertura de
determinado território, a avaliação da importância no mundo contemporâneo, cujo paradigma técnico- domicílios com sinal de telefonia móvel
cobertura de domicílios com sinal de econômico é centrado nas tecnologias de comunicação e nos municípios brasileiros (ANATEL).
telefonia móvel nos municípios brasileiros é

95
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
relevante sobre dois aspectos: informação;

 pode-se afirmar que a inclusão digital é 7.2 Promover a inclusão digital, aumentando para 100% o Ocorrência prioritária para políticas
um novo direito à cidadania e, portanto, percentual de cobertura de domicílios com sinal de telefonia móvel
públicas e seu monitoramento:
de fundamental relevância para os
“relacionamentos internos e e ternos” nos municípios baianos. destaque para todos os Arcos, mas cada
dos grupos sociais que caracterizam os
Territórios de Identidade; e qual com suas especificidades.
 a disponibilidade de canais digitais de
serviços (vendas de bens de consumo
duráveis e não duráveis; oferta de
trabalho; oferta de serviços de saúde,
educação e de serviços públicos, etc.)
pode contribuir para a maior ou menor
centralidade das cidades.
Atualmente, o direito à cidade por parte de
seus moradores também depende dessa
forma de inclusão. O direito à cidade
também significa a garantia ou a
possibilidade efetiva dos cidadãos
acessarem as redes e circuitos de
comunicação, de informação, de serviços e
de trocas, em geral.

8. Uma das funções urbanas que tende a 8.1 Políticas públicas estaduais de ampliação da rede de ensino 8.1 Diminuição de acidentes decorrentes

96
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
gerar centralidade para as cidades se refere superior devem decorrer também de definições estratégicas em dos fluxos de acesso ao ensino superior;
à oferta de serviços de ensino superior. nível municipal ou estadual, relacionadas à dinâmica urbana, e não
8.2 Maior proporção dos estudantes
meramente pelas IES, segundo interesses específicos;
O número de cidades de origem de fluxos utilizando transporte coletivo em seus
para acesso a serviços de ensino superior 8.2 Políticas públicas estaduais relativas a essa ampliação devem fluxos de acesso ao ensino superior.
em um determinado município ou a considerar iniciativas do setor privado e do governo federal;
intensidade do acesso a esse município
8.3 Fortalecer e qualificar o ensino superior nos municípios onde a
Ocorrência prioritária para políticas
visando esses serviços é um indicativo de
intensidade de demanda, local ou externa, seja expressiva;
públicas e seu monitoramento:
sua maior ou menor centralidade na Rede
8.4 Avaliar o potencial de descentralização dos serviços de ensino
Urbana. destaque para todos os Arcos, mas cada
superior no âmbito da Rede Urbana estadual;
qual com suas especificidades.
No estado da Bahia, essa intensidade é
8.5 Melhorar as condições de transporte coletivo dos fluxos de
maior nas cidades que compõem o Arranjo
acesso ao ensino superior, principalmente, nos municípios onde a
Populacional de Salvador (83); em Vitória
intensidade desses é maior.
da Conquista (61), Feira de Santana (49),
Itabuna (37), Paripiranga (34), Barreiras
(24), Guanambi (22), Jequié (21), Paulo
Afonso (16), Alagoinhas (15), Teixeira de
Freitas (15), Santo Antônio de Jesus (14),
Irecê (13), Jacobina (13) e Arranjo
Populacional de Petrolina/PE - Juazeiro/BA

97
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Economia e Meio Ambiente


Destaques Políticas públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
(10).

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

Quadro 6 – A Rede Urbana da Bahia e sua demografia: Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais, 2021
Demografia
Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Em termos de taxa de variação da 1.1 Regiões de baixa densidade demográfica implicam em baixa 1.1 Acompanhamento de indicadores
população total (2010-2021), poucas são as demanda por serviços e infraestruturas públicas. Considerando os demográficos de meio termo (entre
parcelas da Bahia que não contam com indicadores sociais baixos observados justamente nesses TIs, essa Censos) como as estimativas anuais do
crescimento demográfico regional baixa taxa não necessariamente implica numa situação mais IBGE, ou de simulações por meio de
significativo (no comparativo do próprio confortável em termos de investimentos públicos. Políticas públicas indicadores alternativos da própria
Estado). As manchas do território baiano setoriais devem observar essa dinâmica, e atentar para a operação as secretarias de estado;
que contam com taxas reduzidas são as responsabilidade de atendimento universal, mesmo em áreas com
1.2 Elaboração de estudos que
parcelas centro-sul e sudoeste do Estado demanda reduzida em termos quantitativos;
relacionem novos cenários demográficos
(sul de Barreiras): Territórios de Identidade
1.2 Políticas setoriais, sobretudo na área da educação e saúde, e oferta de serviços e infraestruturas
Bacia do Rio Corrente, Sudeste Baiano,
devem acompanhar o impacto que tais mudanças demográficas básicas.
Baixo Sul, Piemonte do Paraguaçu, Vale do
implicam na oferta e atendimento dos serviços e infraestruturas
Jiquiriçá e Baixo Sul. De modo geral no
básicas.

98
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Demografia
Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
território estadual, a oferta de serviços e Ocorrência prioritária para políticas
infraestruturas públicas serão mais públicas e seu monitoramento:
pressionadas pela demanda crescente. No
Geral no território estadual.
caso dos Territórios de Identidade Bacia do
Rio Corrente, Sudeste Baiano, Baixo Sul,
Piemonte do Paraguaçu, Vale do Jiquiriçá e
Baixo Sul, a pressão é menor, mas com o
risco de reforçar escalas mínimas que
restrinjam o atendimento sem descolamento
a centros maiores.

2. A região do Matopiba (Arco 3 - TI Bacia 2.1 Políticas públicas devem prever estratégias, mecanismos e ações 2.1 Verificar a integração entre as
do Rio Grande), vem apresentando que fortaleçam os municípios baianos envolvidos no Matopiba, políticas, planos, projetos e estudos,
acentuado crescimento nas últimas décadas garantindo um maior nível de concentração de funções e serviços nacionais e estaduais, intervenientes na
sinalizado, dentre outros fatores, pelo fluxo especializados, e que atenuem as disparidades socioeconômicas região;
intenso do agronegócio que se distribui existentes;
2.2 Acompanhar a performance do PIB
pelos estados que o compõem e avança para
2.2 Implementar os direcionamentos presentes no Plano de da região;
o restante do país. Apesar da forte migração
Desenvolvimento Agropecuário para a região, instituído por meio
2.3 Acompanhar a performance do
que vem ocorrendo na região,
do Decreto Federal nº 8.477, de 6 de maio de 2015, que prevê
IDHM da região;
principalmente do Sul do país, tem-se
orientações de programas, projetos e ações relacionadas a atividades

99
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Demografia
Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
consolidado ali um processo de decréscimo agrícolas e pecuárias a serem implementados nos estados 2.4 Acompanhar a ampliação ou não da
da população rural, em grande parte envolvidos; participação da região na exportação de
atribuído ao crescimento do PIB, que tem produtos baianos;
2.3 Contribuir para a promoção e coordenação das políticas
se tornado vetor de migração para os
públicas dos estados que compõem o Matopiba, voltadas ao 2.5 Avaliar incrementos ou decréscimos
centros urbanos do interior.
desenvolvimento econômico sustentável, favorecendo a melhoria da nos índices relacionados ao
qualidade de vida da população; desenvolvimento econômico e, ao
mesmo tempo, à qualidade de vida da
2.4 Implantar instrumentos voltados à mobilidade social,
população;
promovendo a melhoria da renda, do emprego e da qualificação
profissional de produtores rurais; 2.6 Análises qualitativas de avanços ou
retrocessos de atividades econômicas
2.5 Integrar o planejamento e desenvolvimento da região com as
alternativas ao atual modelo
diretrizes da Embrapa, que visam o desenvolvimento agrícola
agroexportador;
econômico, social e ambiental do Matopiba;
2.7 Análises de mercado global que
2.6 Auxiliar nos direcionamentos e adequação do Plano Nacional de
indicam a sustentabilidade e os riscos do
Logística Portuária que, dentre outros aspectos, orienta
atual modelo.
investimentos voltados à infraestrutura e aos corredores
multimodais relacionados à produção agrícola;

2.7 Elaborar políticas e ações que possam incentivar atividades Ocorrência prioritária para políticas
complementares ou alternativas ao modelo agroexportador e que públicas e seu monitoramento:

100
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Demografia
Destaques Políticas Públicas Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
estejam comprometidas com a geração de empregos, aumento da destaque para o Arco 3.
renda da população e com interesses ambientais.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

Quadro 7 – A Rede Urbana da Bahia e questões fundiárias: Destaques, Políticas, Diretrizes e Aspectos Gerais,
2021
Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Em termos de tamanho da propriedade 1.1 Uma média elevada no indicador de grandes propriedades pode 1.1 Estudos estratégicos sobre o futuro
rural, aquilo que mais chama a atenção é a sugerir modernização na agropecuária, conforme observado no do agronegócio frente a mudanças
concentração de grandes propriedades em Oeste, ou uma simples constituição de áreas de baixíssima dinâmica climáticas e pressões internacionais para
duas colunas norte sul: uma bastante rural. Em ambos os casos, a geração de empregos diretos é adoção de técnicas mais sustentáveis de
definida no extremo oeste e outra mais reduzida. No primeiro caso, complementarmente, já se observa um produção;
entrecortada na posição central do Estado. grau de funções urbanas correlatas altamente sofisticado, mesmo
1.2 Estudos estratégicos e de viabilidade
Com isso, tem-se como destaque nesse em nível nacional, porém, altamente concentrado num único
para consolidação das atividades de
indicador os Territórios de Identidade Bacia município: Luís Eduardo Magalhães. No segundo caso, corresponde
apoio à produção agropecuária de
do Rio Grande, Bacia do Rio Corrente, a parcelas do estado que não se inseriram em processos mais
exportação de modo competitivo
Médio Rio de Contas, Piemonte da modernos da economia;
nacional e internacionalmente. O
Diamantina. Piemonte do Paraguaçu,

101
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
Médio Sudoeste da Bahia, Costa do 1.2 Definir parcerias entre secretarias com perfil de planejamento objetivo desse estudo é o de identificar
Descobrimento e Extremo Sul. territorial da Bahia com agências de desenvolvimento científico nichos econômicos para além da já
podem resultar em estudos estratégicos fundamentais para a confirmada centralidade na venda de
garantia dos resultados positivos encontrados a respeito desse equipamentos, insumos e serviços em
destaque relativamente ao oeste baiano; Luís Eduardo Magalhães (Arco 3). Tal
proposta implica em se buscar
1.3 Reforços institucionais por parte do Estado na manutenção de
alternativas e complementaridades que
suas instituições de pesquisa e planejamento são fundamentais para
atendam a diretrizes outras e que
que se procedam análises que dificilmente o setor privado faria, o
valorizam a geração de empregos, a
qual tradicionalmente limita-se a atuar por seus interesses
pequena agricultura, o respeito estrito a
específicos e sem relacionar com a proposta de políticas públicas
normas de conservação do Cerrado.
específicas.

Ocorrência prioritária para políticas


públicas e seu monitoramento:

destaque para os Arcos 2 e 3.

2. No caso de conflitos de terras rurais na 2.1 Para o encaminhamento de políticas públicas referentes aos 2.1 Monitoramento e acompanhamento
Bahia, tem-se, somados os quantitativos de conflitos de terras rurais, sugere-se uma estrutura técnico- do cenário do conflito por terras rurais,
famílias atingidas em cada município, a operacional descentralizada, a partir dos Territórios de Identidade, minimamente, por meio de dados

102
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
seguinte distribuição em relação aos ou seja, as cidades com mais alta hierarquia de cada um deles para (quando atualizados) da Comissão
Territórios de Identidade: um enfrentamento regionalizado. A partir disso, diferentemente dos Pastoral da Terra (CTP), do Conselho
conflitos urbanos, é fundamental a constituição de um consórcio Indigenista Missionário (CIMI) e do
uma concentração de conflitos por terras
interinstitucional que envolva diferentes instâncias de governo. Ao Instituto Nacional da Reforma Agrária
rurais em quatro grandes compartimentos:
final, encaminhamentos em nível municipal se organizam a partir (INCRA);
1) Extremo Sul, Costa do Descobrimento, e
de destaques específicos de cada um dos conflitos (diferenciados,
Baixo Sul; 2) Sertão do São Francisco; 3) 2.2 Monitoramento segundo sugestões e
minimamente, em estágio de negociação, número de famílias e
Velho Chico, Bacia do Rio Corrente, e indicadores apresentadas pelo atual
tamanho da área motivo do conflito);
Velho Chico. A distribuição de tais Zoneamento Ecológico da Bahia.
conflitos sobre as Regiões Imediatas, 2.2 Garantia da construção de políticas por meio de diretrizes que
esperadamente, são similares. De modo impliquem em equipes interdisciplinares, interinstitucionais e
Ocorrência prioritária para políticas
geral, os municípios com maior multitemáticas, inserindo no conceito de conflitos pela terra rural,
públicas e seu monitoramento:
concentração de conflitos rurais minimamente, o de trabalho escravo, sustentabilidade ambiental e o
correspondem exatamente àqueles com de direito dos povos tradicionais. A despeito de se ter mapeado as destaque para os Arcos 3, 5 e 6.
sinais já confirmados ou com tendência áreas com maior concentração de conflitos, fatos isolados
para novas centralidades, novas regiões confirmam a necessidade de atenção prioritária também de modo
homogêneas e novas redes urbanas. específico, como é o caso da região de Cerrado chamada de
Matopiba (partes de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia/TI da
Bacia do Rio Grande), conflitos em territórios indígenas em Porto
Seguro (TI Costa do Descobrimento), Prado e Mucuri (ambos no TI
Extremo Sul) e avanço do eucalipto na região de Caravelas

103
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
(também no TI Extremo Sul).

3. Para o caso dos conflitos urbanos, a 3.1 Municípios do Arco 3 (ocupação urbana mais recente, sobre 3.1 Indicadores inseridos no próximo
partir de três tipos de irregularidades na territórios rurais de baixa densidade) e com grandes dinâmicas Censo permitirão a confirmação da
ocupação do solo (favelas, loteamentos imobiliárias demandam encaminhamento ainda não usuais para suas espacialização do problema aqui
irregulares e cortiços, conforme IBGE, estruturas de planejamento e gestão. Nestes casos, são urgentes observado e das suas particularidades;
2008) e segundo o Plano Estadual de políticas públicas de capacitação municipal. Tais políticas devem
3.2 Análises específicas da relação entre
Habitação de Interesse Social e incluir uma preocupação com a construção e uso de legislações de
conflitos fundiários e configuração da
Regularização Fundiária, da Secretaria uso do solo urbano municipal e com o encaminhamento de
rede urbana; tema pouco explorado pela
Estadual do Desenvolvimento Urbano processos de regularização fundiária e de reurbanização. Outra área
academia e no planejamento estadual;
(2015), as maiores concentrações de de destaque em termos de conflitos fundiários urbanos é a do Arco
3.3 Análises de resultado das políticas e
assentamentos irregulares aparecem na 1, constituído por agrupamento de municípios na porção mais ao sul
ações habitacionais implementadas pelo
região costeira e nos municípios mais da costa leste. Neste caso, acredita-se que a organização municipal
governo estadual;
adensados e representativos na rede urbana; seja mais consolidada que a parte oeste do estado, seja pela
ou seja, justamente naqueles que contam consolidação de suas estruturas municipais, seja pelos processos 3.4 Acompanhamento dos resultados das
com maior dinâmica econômica e maior mais antigos de suas urbanizações, seja ainda pela proximidade com diretrizes propostas no Plano Estadual
volume demográfico ou integrante de centros maiores e mais capacitados. de Habitação de Interesse Social e
aglomerações urbanas. Regularização Fundiária, da Secretaria
Evidentemente, processos de regularização não são suficientes, nem
Estadual do Desenvolvimento Urbano
Situações referentes a estruturas fundiárias tampouco, adequados para todas as situações de conflitos fundiários
(2015).
não são de fácil resolução e, portanto, urbanos; políticas habitacionais inclusivas e diversificadas são

104
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
tendem a permanecer até mesmo por mais elementos fundamentais para o encaminhamento desse problema
de uma geração. Assim, ainda que a análise em qualquer uma das duas grandes áreas observadas;
Ocorrência prioritária para políticas
feita para esse documento se sirva de dados
3.2 Diretrizes específicas poderão ser formuladas segundo as públicas e seu monitoramento:
não atuais, acredita-se que eles são válidos
características da rede de cada um dos dois Arcos em questão, mas
destaque para os Arcos 1 e 3.
na construção de cenários gerais do Estado
igualmente no recorte dos TIs de Irecê e de Bacia do Rio Grande
e mesmo de hierarquias que demonstrem
(no Oeste) e TIs de Extremo Sul, Sudoeste Baiano, Sisal, Baixo Sul
municípios com mais e com menos
Metropolitano de Salvador, Portal do Sertão, Recôncavo e Médio
conflitos.
Sudoeste da Bahia. A sobreposição desses TIs com o Arco 3 (rede
Problemas fundiários urbanos podem ser pouco densa e baixas hierarquias) e com o Arco 1 (muito densa e
encaminhados pelas prefeituras municipais, altas hierarquias) indica políticas específicas para cada uma delas,
necessitando, entretanto, de capacitação e conforme explicitado acima;
parcerias técnicas e legais garantidas pelo
3.3 Elaboração e aplicação de programas de capacitação municipal,
governo do estado de modo regionalizado e
de modo regionalizado e em parceria com instituições acadêmicas,
com parceria de municípios com maior
de modo intersecretarial, associações de municípios e Ministério
expertise no assunto (Arco 1).
Público.
A maior concentração de potenciais
conflitos pela terra urbana (sempre do
ponto de vista de grandes aglomerações
regionais) se dá no Arco 3 e no Arco 1.

105
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
4. Os TIs Costa do Descobrimento, Litoral 4.1 As Políticas públicas de turismo e de desenvolvimento urbano 4.1 Estudos sobre o preço da terra/
Sul, Litoral Norte e Agreste Baiano (Arco devem, por um lado, favorecer a qualificação de subpolos e/ou especulação imobiliária que possam
1) são os principais mercados imobiliários e polos emergentes, tornando-os atrativos para os investimentos resultar do processo de valorização do
polos turísticos internacionais consolidados nacionais e internacionais em ativos turístico-imobiliários; e, por turismo;
da Bahia, contribuindo tanto para a outro, fortalecer a gestão e a ação governamental de ordenamento e
4.2 Análise do possível aumento dos
concentração de empreendimentos fiscalização nos principais receptores dos investimentos, visando o
investimentos turístico-imobiliários nas
existentes quanto para o incremento da controle dos impactos sobre o preço e acesso à terra;
demais regiões do estado, para além do
desigualdade socioeconômica da rede
4.2 Desenvolver programas de fortalecimento turístico e litoral baiano.
urbana. Não obstante, o Arco 1 (TIs Costa
institucional dos TIs presentes nos Arcos 2, 3, 4, 5, e 6, atualmente
dos Coqueiros, Costa do Descobrimento e
pouco significativos para os fluxos internacionais de turistas e de
Costa do Cacau) é, também, o principal Ocorrência prioritária para políticas
ativos turístico-imobiliários;
destinatário dos investimentos nacionais e públicas e seu monitoramento:
4.3 Estabelecer mecanismos e ferramentas de controle do uso e
internacionais em ativos turístico- Geral no território estadual, com
ocupação do solo, bem como de distribuição dos investimentos
imobiliários previstos até 2035. especificidades em cada um dos Arcos.
nacionais e internacionais em empreendimentos turístico-
imobiliários.

5. Processo de estrangeirização da terra 5.1 Iniciar debate em nível estadual sobre o tema, agregando 5.1 Número de propriedades e área das
rural no Oeste (mais recente) e da já diferentes setores, para além daqueles que se beneficiam terras submetidas à estrangeirização, em
conhecida estrangeirização da terra para diretamente com a atividade em questão. séries históricas.

106
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
turismo e lazer na costa leste da Bahia. Tais 5.2 Elaborar estudos estratégicos do significado da compra de
processos são distintos, mas ambos com terras, declarada e não declarada, por estrangeiros de grandes
impactos no valor da terra e no uso que nela parcelas no Arco 3.
se observa.
5.3 Ampliar o debate, no interior do executivo, ou a partir do
executivo, sobre os impactos da estrangeirização da terra rural e
discutir a validade de uma audiência pública sobre o tema.

6. A estrangeirização da terra rural vem 6.1 A Política Pública de Turismo deve confirmar o potencial 6.1 Existência de estudos estratégicos na
ocorrendo mais fortemente nos TIs da turístico técnico e de negócios dos TIs da Bacia do Rio Grande e área do turismo que atestem esse
Bacia do Rio Grande e Bacia do Rio Bacia do Rio Corrente (Arco 3); potencial de atração para turismo de
Corrente (Arco 3), na região do Matopiba, negócios e técnico;
6.2 Desenvolver um plano de marketing de divulgação desses
podendo gerar, de modo ainda incipiente a
atrativos turísticos, eventualmente integrado a outras regiões 6.2 Existência de iniciativas com essa
vinda de turistas a essa região. Entende-se
brasileiras com perfil similar; oferta na Bahia;
como turistas, aqui, aqueles que buscam a
6.3 Desenvolver programa de regionalização turística, favorecendo
realização de negócios ou visitas técnicas
o fortalecimento e qualificação dos atrativos turísticos técnicos e de
para processos de plantio, produção e Ocorrência prioritária para políticas
negócios, os quais se serviriam dos atuais atrativos turísticos
transporte de grãos. Vale lembrar que o públicas e seu monitoramento:
baianos já consolidados e capazes de atrair consumidores nacionais
turismo de negócios ou turismo técnico já destaque para o Arco 3.
e estrangeiros.
representa para algumas cidades brasileiras
uma importante fonte de renda, não apenas

107
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Questões Fundiárias
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
nas grandes cidades (vide caso de
Curitiba/PR), mas também naquelas de
pequeno e médio porte (vide cidades do
interior de Santa Catarina).

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

Quadro 8 – A Rede Urbana da Bahia e os Grandes Projetos Estratégicos do Estado: Destaques, Políticas, Diretrizes
e Aspectos Gerais, 2021
Grandes Projetos Estratégicos
Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
1. Os projetos especiais podem apresentar 1.1 Incorporar em projetos e obras estruturantes, critérios de 1.1 Indicador de Infraestrutura
impactos na rede urbana baiana, na medida sustentabilidade, em quatro dimensões, conforme o conceito de
Sustentável, conforme as suas quatro
que criam ou fortalecem centralidades nas infraestrutura sustentável (BID):
cidades onde ocorrem. dimensões: Econômico-financeira,
 Econômico-financeira: considera o custo-benefício do projeto,
Merecem destaques os seguintes projetos: geração de emprego e acesso aos serviços da infraestrutura; Ambiental, Social e Institucional.
 Sistema Viário Oeste;  Ambiental: se refere à mitigação aos desastres e às mudanças
climáticas, uso eficiente de recursos e gestão adequada dos Ocorrência prioritária para políticas
 Hidrovia do São Francisco;
resíduos;
 Trem Regional; públicas e seu monitoramento:
 Social: considera os impactos na comunidade, combate à pobreza,
 Ferrovia de Integração Oeste-Leste;
direitos humanos e trabalhistas, e preservação cultural e histórica; destaque para os Arcos 1, 2 e 4.
 Projeto Baixio de Irecê; e
 Porto Sul;  Institucional: alinhamento com estratégias nacionais e acordos

108
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Grandes Projetos Estratégicos


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
 Estaleiro Enseada do Paraguaçu. internacionais; e desenho de estruturas de governança e sistemas
de gestão.
1.2 Mitigar os impactos negativos desses projetos sobre as cidades e
a rede urbana da região de abrangência.

2. Os Arranjos Produtivos Locais e Rotas de 2.1 Políticas públicas visando a criação ou consolidação de Arranjos 2.1 Produto Interno Bruto e do
Integração Nacional podem apresentar
Produtivos Locais - APL e Rotas de Integração Nacional em um ou emprego nos municípios onde se
impactos na rede urbana baiana, na medida
que criam ou fortalecem centralidades nas mais municípios contribuem para o aumento do PIB e dos níveis de localizam.
cidades onde ocorrem.
emprego regionais e tendem a reduzir as desigualdades regionais, na
medida que criam ou fortalecem centralidades;
Ocorrência prioritária para políticas
2.2 Fortalecer os APLs e as Rotas de Integração Nacional e adequar
públicas e seu monitoramento:
a infraestrutura logística pertinente;
destaque para os Arcos 1, 2, 3 e 4.
2.3 Definir, em conjunto com os Ministérios da Economia e do
Desenvolvimento Regional, normas específicas de Relatórios de
Impacto Ambiental referentes a esses Arranjos e Rotas;

2.4 Os APLs e as Rotas devem ser compatíveis com o Plano Diretor


dos municípios onde se localizam.

3. Os projetos investimentos estratégicos, 3.1 Políticas públicas relativas ao incentivo à implantação ou 3.1 O monitoramento da implantação
investimentos em implantação ou
diversificação de empreendimentos geradores de empregos diretos e desses projetos é feito pela Sudene;
diversificação de empreendimentos

109
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Grandes Projetos Estratégicos


Destaques Políticas Públicas e Diretrizes Gerais Aspectos Gerais de Monitoramento
incentivados pela SUDENE podem indiretos são relevantes. Políticas públicas dessa natureza podem 3.2 Relatórios de Impacto Ambiental.
apresentar impactos na rede urbana baiana,
auxiliar a mitigar as desigualdades econômico-sociais existentes
na medida que criam ou fortalecem
centralidades nas cidades onde ocorrem. entre as regiões do Estado;
Dessa forma, merecem uma atenção especial Ocorrência prioritária para políticas
na formulação da política urbana estadual. 3.2 Os projetos de implantação ou diversificação de
públicas e seu monitoramento:
empreendimentos incentivados pela SUDENE devem ser
destaque para os Arcos 1, 3 e 4.
compatíveis com o Plano Diretor dos municípios onde se localizam;

3.3 Mitigar os possíveis impactos ambientais que tais projetos podem


gerar.

Fonte: Consórcio “Rede Urbana” (2021).

Ao final, ressalta-se novamente que estas são diretrizes técnicas sugeridas pelo corpo técnico do Consórcio “Rede Urbana”, e que todas elas, na
sequência, serão discutidas e aprofundadas com o ConCidades e órgãos do Estado da Bahia.

110
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

3. Síntese analítica das propostas e diretrizes

Ao se fazer uma análise quantitativa e especializada das propostas feitas para cada um dos
seis arcos, alguns resultados valem ser discutidos.

Para a construção dessas análises tomou-se o total de propostas que dizem respeito aos arcos
especificamente, eliminando-se as propostas gerais feitas para o conjunto dos seis arcos. Com
isso, trabalhou-se aquilo que específico, apenas.

Assim, das 51 propostas dos quadros anteriores, 31 foram trabalhadas nos mapas a seguir. Os
Arco 1, 3 e 4 são aqueles que mais recebem propostas (Mapa 14). Isso não significa que
sejam porções prioritárias para políticas públicas de modo incondicional, mas, sim,
prioritárias como territórios que podem mais contundentemente serem transformados a partir
de políticas públicas que tenham a rede urbana como referência.

111
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 14 – Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas

112
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Se analisarmos as propostas segundo os seis principais temas tratados, Grandes Questões
Estratégicas, Cultura e Turismo, Organização do Território Baiano, Economia e Meio
Ambiente, Demografia e Questões Fundiárias, outras particularidades podem ser observadas,
evidentemente. No entanto, é importante notar que tais propostas não foram previamente
definidas e, sim, o contrário: construídas em decorrência daquilo detalhadamente analisado e
espacialmente rebatido, ao longo do trabalho. Isso significa que elas representam o que pode,
de fato, ser feito para que, com mudanças na rede, a Bahia ganhe na redução das disparidades
sociais. Para aquilo que mais interessa aqui, o fato de tais temáticas resultarem de análises, e
não estritamente de instrumentos metodológicos, significa que encaminhamentos mais
passíveis estão nesses temas específicos - e não em outros.

No caso das Grandes Questões Estratégicas, os arcos 3, 4 e 5 se destacam (Mapa 15),


sugerindo políticas de negociação, de inovação e com maior protagonismo do executivo
baiano.

113
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 15 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas Específicas – Grandes Questões
Estratégicas

114
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
No caso da Cultura e Turismo (Mapa 16), esperadamente, o arco 2 é o que apresenta menor
aderência a essa temática. Sem dúvida, para os arcos 1, 3, 4, 5 e 6, há uma clara distinção
onde as políticas públicas são de incentivo e onde são de manutenção da atividade turística e
cultural. Com tal síntese, é possível fazer a seguinte explicitação gráfica:

115
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 16 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Impactos por Políticas Públicas Específicas – Cultura e Turismo

116
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
No caso da Organização do Território Baiano, o cenário, também de modo esperado, não se
conta com destaques; ao contrário, todas as propostas identificadas para essa temática são
sugeridas em nível geral, para todo o estado da Bahia. Chama a atenção, ainda, que tais
propostas não sugerem a padronização das regionalizações operacionais de cada uma das
secretarias, mas, sim, valorizam o recorte dos Territórios de Identidade como referência para
planejamento e gestão.

No caso da Economia e Meio Ambiente, igualmente à Organização do Território, há uma


grande homogeneidade entre as propostas dentre os seis arcos. Vale, no entanto, a análise
ambiental, que distingue os arcos em termos daqueles mais vulneráveis e menos vulneráveis
segundo parâmetros adotados pelo Zoneamento Ecológico-econômico do estado.

No caso da Demografia, chama a atenção, apenas, o arco 1, onde as taxas de crescimento são
baixas, porém sobre volumes absolutos altos. Isso implica na continuidade da concentração de
funções urbanas no referido arco em relação ao restante do estado. Guarda, porém, uma
relação de centro periferia, tradicional em regiões metropolitanas, ampliando o contexto de
cidades-dormitório.

No caso das Questões Fundiárias, o grande destaque é o arco 3, sugerindo a necessidade de


articulações do governo do estado, municípios, órgãos da justiça e governo federal para
redução dos conflitos. Transferência de conhecimento entre aquilo há tempos experimentado
no arco 1 pode compor as políticas públicas específicas para esse tema.

Por último, no caso dos Grandes Projetos Estratégicos, há uma concentração, pequena, nos
arcos 1, 2 e 3. Tais planos são, sabidamente, em número menor que os demais temas;
entretanto, já contam com especificidade programática e já são considerados prioritários em
diversos ambientes políticos. Esperadamente, tais projetos são previstos para ocorrer ou cortar
os arcos de ocupação tradicional, como o 1 e o 2, e o de maior dinâmica econômica, como o
arco 3.

Ao final, é possível visualizar uma síntese de quais políticas específicas são mais possíveis
segundo cada um dos seis arcos (Mapa 17).

117
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e recomendações de diretrizes e políticas gerais

Mapa 17 - Arcos da Rede Urbana da Bahia – Síntese de Impactos por Políticas Públicas Específicas

118
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais

4. Referências

ANATEL - AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Painéis de Dados. 2021.


Disponível em: <https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/infraestrutura/panorama>. Acesso
em: 13 de set. de 2021.

BAHIA, Governo do Estado. Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Secretaria do


Planejamento. Plano de Desenvolvimento Integrado, PDI 2035: diálogos estratégicos com a
Bahia, v. 1 / SDE/Seplan – Salvador, 2018.

BAHIA, Secretaria Estadual de Planejamento e Secretaria do Meio Ambiente. Zoneamento


Ecológico Econômico. 2020. Disponível em: <http://www.zee.ba.gov.br/zee/index.php>.
Acesso em: set. 2021.

BRASIL. Plano de Ação Integração e Sustentável para a RIDE Petrolina-Juazeiro. 2010.


Brasília: Ministério da Integração Nacional.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto Interno


Bruto dos Municípios. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-
bruto-dos-municipios.html?=&t=o-que-e>. Acesso em: set. 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Regiões de


Influência das Cidades, 2007 - Regic. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv40677.pdf>. Acesso em: ago. 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Projeto Regiões


Rurais 2015 - Relatório Técnico. Rio de Janeiro: DGC, 2015. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94413.pdf>. Acesso em: out. 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Arranjos


Populacionais e Concentrações Urbanas no Brasil. 2º ed. Rio de Janeiro: DGC, 2016.
Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv99700.pdf>. Acesso em:
out. 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Divisão regional


do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. IBGE,
119
Produto 04 – Sistematização da Rede Urbana Atual do Estado da Bahia: evolução e
recomendações de diretrizes e políticas gerais
Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/divisao-regional/15778-
divisoes-regionais-do-brasil.html?=&t=acesso-ao-produto>. Acesso em: set. 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Regiões de


Influência das Cidades, 2018 - Regic. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101728.pdf>. Acesso em: ago. 2021.

NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 2021. Disponível


em: <https://brasil.un.org/pt-br/sdgs>. Acesso em: out. 2021.

SEDUR - SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DA BAHIA. Estudo da


Rede Urbana da Bahia: Caracterização da Rede Urbana Estadual e Propostas de Ações
Estratégicas. Relatório Final. Salvador, Bahia. 2011.

SEPLAN - SECRETARIA DO PLANEJAMENTO. Territórios de Identidade. 2018.


Disponível em:
<http://www.seplan.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=17>. Acesso em:
set. 2021.

SETUR/SUINVEST/DPT. Oferta hoteleira das Zonas Turísticas do Estado da Bahia.


2019. Disponível em: <http://www.observatorio.turismo.ba.gov.br/wp-
content/uploads/2019/12/Oferta_Hoteleira_Bahia_Zonas.pdf>. Acesso em: out. 2021.

120

Você também pode gostar