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PRODUTO 22
Relatório de Análise das Políticas de Desenvolvimento Urbano
Fevereiro, 2022
Versão 02
SECRETARIA DE ESTADO DOS
TRANSPORTES METROPOLITANOS
TABELA DE IDENTIFICAÇÃO
APROVAÇÃO
Versão Responsável Data Modificações
Juliana Carmo Antunes
Produção 23/12/2021
Joana Grangeiro
Versão Lígia Rocha
Revisão 28/12/2021 Emissão Inicial
01 Marcia Grosbaum
ÍNDICE
1 APRESENTAÇÃO 9
2 MARCO LEGAL 10
4.1 METODOLOGIA 33
METODOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DA BASE VETORIZADA 33
METODOLOGIA PARA A CONSOLIDAÇÃO DO ZONEAMENTO 35
METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA 36
4.2 SÍNTESE DA LEITURA TERRITORIAL 40
4.3 SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA 45
MACROZONEAMENTO DO PDUI-RMSP 45
ZONEAMENTO URBANO CONSOLIDADO 56
4.4 DINÂMICA DOS EIXOS DE DESENVOLVIMENTO METROPOLITANO 58
SUB-REGIÃO NORTE 58
SUB-REGIÃO LESTE 59
SUB-REGIÃO SUDESTE 60
SUB-REGIÃO SUDOESTE 61
SUB-REGIÃO OESTE 62
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93
APÊNDICES 95
APÊNDICE 1 - MAPAS 95
APÊNDICE 2 – COMPILAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES 95
APÊNDICE 3 – BASES DE DADOS GEORREFERENCIADAS 95
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
1 APRESENTAÇÃO
O Governo do Estado de São Paulo, representado pela Secretaria dos Transportes
Metropolitanos (STM), através do Contrato STM Nº 002/2020, contratou o Consórcio SYSTRA LOGIT
para a elaboração do Plano Integrado de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de São
Paulo (RMSP) – PITU 2040.
O PITU 2040 é um plano estratégico que tem como objetivo desenvolver, para os próximos
20 anos, a política de mobilidade da RMSP. Dentro dessa política, o PITU define a estratégia de
mobilidade para a RMSP, baseada na rede de transportes de passageiros futura da região, buscando
expandir, racionalizar e melhorar o sistema de alta e média capacidade de transporte público de
passageiros em associação com demais medidas de gestão e preço. Além disso, dentro do escopo
do PITU são indicadas as ações e investimentos necessários no setor de mobilidade, para a
obtenção do cenário planejado.
2 MARCO LEGAL
2.1 O ESTATUTO DA CIDADE
A lei define também os instrumentos da política urbana, com destaque para aqueles
utilizados para o planejamento municipal, regional e metropolitano, do parcelamento, uso e
ocupação do solo, das zonas especiais de interesse social, do Estudo Prévio de Impacto Ambiental
- EIA e do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV. Nesse contexto, o plano diretor é definido
como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, sendo obrigatório
para cidades com mais de vinte mil habitantes (Art. 41, inciso I) e para aquelas integrantes de
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas (Art. 41, inciso II), devendo ser revisto a cada dez
anos (Art. 39, § 3º).
A Lei Federal nº 13.089 de 12 janeiro de 2015 (alterada pela Lei nº 13.683, de 19 de junho
de 2018) estabeleceu o Estatuto da Metrópole, com o objetivo de promover avanços em
disposições fundamentais presentes na Constituição Federal, criando regras para a governança
compartilhada de grandes aglomerados urbanos e fixando diretrizes gerais para regiões
metropolitanas e aglomerações urbanas instituídas pelos estados.
A lei estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das funções
públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas
pelos Estados, normas gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado e outros
instrumentos de governança interfederativa, e critérios para o apoio da União a ações que
envolvam governança interfederativa no campo do desenvolvimento urbano, com base nos incisos
XX do art. 21 , IX do art. 23 e I do art. 24 , no § 3º do art. 25 e no art. 182 da Constituição Federal.
Assim, a lei prevê a governança interfederativa dos entes políticos integrantes das regiões
metropolitanas e das aglomerações urbanas e determina que o Plano de Desenvolvimento Urbano
Integrado - PDUI, a ser aprovado mediante lei estadual, seja o instrumento para a articulação dos
parâmetros de planejamento urbano interfederativo, estabelecendo, com base em processo
A Região Metropolitana da Grande São Paulo foi instituída pela Lei Complementar Federal
nº 14, de 8 de junho de 1973, e disciplinada pela Lei Complementar Estadual nº 94, de 29 de maio
de 1974. Em 2011, foi instituída a Lei Complementar Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011, a
qual alterou sua denominação para Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, reorganizando a
região metropolitana como unidade regional do território estadual e criando o Conselho de
Desenvolvimento.
1
As figuras apresentadas ao longo do texto e desenvolvidas no âmbito deste estudo têm caráter
ilustrativo das questões abordadas e são reapresentadas no Apêndice 1, em escala de maior detalhe, quando
pertinente.
2
O material disponibilizado não contém bases georreferenciadas, tendo sido necessário
realizar a vetorização a partir de formato rasterizado, utilizando-se internamente dos mesmos
procedimentos adotados para outros materiais e detalhados no item 4.1, de modo a viabilizar a
utilização desse material para as análises territoriais desta etapa.
Ainda que tenha sido aprovado pelo Conselho da RMSP em abril de 2019, e que a minuta
de Projeto de Lei tenha sido enviada à Assembleia Legislativa de São Paulo – ALESP, o PDUI, ainda
não foi institucionalizado como lei até o atual momento.
O Plano Diretor é o principal instrumento da política urbana e tem como função orientar o
desenvolvimento urbano, incorporando ações, programas e estratégias para que a cidade cumpra
sua função social. Já o zoneamento municipal tem por função detalhar as diretrizes impostas pelo
plano, organizando a cidade em zonas, categorizadas por usos admissíveis e por limites de
ocupação, e estabelecendo as regras sobre a ocupação desses espaços - tais como a delimitação de
áreas de proteção e/ou restrição à ocupação, a limitação de altura das edificações, a indicação de
áreas públicas e de lazer, entre outros, definindo o que pode ou não ser construído.
Após a publicação do Estatuto da Cidade, foi estabelecido o prazo de outubro de 2006 para
que todos os municípios enquadrados nas condições estabelecidas (mais de 20 mil habitantes e/ou
integrantes de regiões metropolitanas ou aglomerados urbanos) estabelecessem seu plano diretor,
caso ainda não o tivessem, ou o atualizassem, caso este tivesse sido aprovado há mais de 10 anos.
Assim, nesse período muitos municípios organizaram-se para elaborar seus planos, criando-se
nessa mesma época a base do arcabouço do planejamento de vários municípios.
No caso dos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, apenas dois não contam
com Plano Diretor: Pirapora do Bom Jesus e São Lourenço da Serra, municípios com população
estimada inferior a 20 mil habitantes, mas que deveriam ter Plano Diretor por pertencerem a uma
região metropolitana. Dos demais municípios, 13 (treze) contam com Planos Diretores
desatualizados, com versões publicadas entre 2004 e 2007, justamente o período estabelecido após
o estatuto da Cidade para que os municípios providenciassem seus planos – destes, apenas cinco
encaminharam as revisões do instrumento, as quais ainda não foram consolidadas em lei até o
momento deste Estudo.
A Tabela 1 a seguir apresenta a listagem dos Planos Diretores recebidos e destaca a situação
de prazo, indicando aqueles que estão dentro do limite estabelecido pelo Estatuto da Cidade e
aqueles que se encontram desatualizados, ou seja, cuja promulgação ou última revisão data de
mais de dez anos. A tabela indica também a situação quanto ao material referente ao zoneamento,
apresentando quais municípios disponibilizaram informações para esta consultoria e qual a
extensão desses arquivos (SHP, PDF, KML, DWG). O Apêndice 2 traz as informações completas dos
Sub-região Município População 2021 Plano Diretor Ano - PD Ext. Situação da documentação Situação do prazo
Centro São Paulo 12.396.372 LEI Nº-16.050 DE 31 DE JULHO DE 2014 2014 SHP Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Caieiras 104.044 LEI COMPLEMENTAR N° 4538 DE 23 DE MARÇO DE 2012 2012 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Cajamar 79.034 LEI COMPLEMENTAR N° 179, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019 2019 DWG Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Norte Francisco Morato 179.372 LEI COMPLEMENTAR N° 338, DE 9 DE ABRIL DE 2020 2020 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Franco da Rocha 158.438 LEI COMPLEMENTAR Nº 244/2015 2015 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Mairiporã (1) 103.645 LEI COMPLEMENTAR Nº 297, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2006 2006 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Arujá 92.453 LEI COMPLEMENTAR N° 006, DE 02 DE JANEIRO DE 2007 2007 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Biritiba Mirim (2) 33.265 LEI COMPLEMENTAR N°05, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2004 2004 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Ferraz de Vasconcelos (3) 198.661 LEI COMPLEMENTAR N° 175, DE 18 DE OUTUBRO DE 2006 2006 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Guararema 30.465 EDITAL Nº 42 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2016 2016 DWG Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Guarulhos 1.404.694 LEI Nº 7.730, DE 04 DE JUNHO DE 2019 2019 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Leste Itaquaquecetuba 379.082 LEI COMPLEMENTAR Nº 131, DE 01 DE NOVEMBRO DE 2006 2006 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Mogi das Cruzes 455.587 LEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2019 2019 KML Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Poá 119.221 LEI Nº 3.201, DE 05 DE DEZEMBRO DE 2006 2006 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Salesópolis 17.363 LEI COMPLEMENTAR Nº 009, DE 19 DE ABRIL DE 2018 2018 Listar Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Santa Isabel 58.529 LEI COMPLEMENTAR Nº 184, DE 29 DE MARÇO DE 2016 2016 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Suzano 303.397 LEI COMPLEMENTAR Nº 312 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2017 2017 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Diadema 429.550 LEI COMPLEMENTAR Nº 473, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019 2019 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Mauá 481.725 LEI Nº 4153, DE 26 DE MARÇO DE 2007 2007 JPG Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Ribeirão Pires 125.238 LEI Nº 5907, DE 23 DE OUTUBRO DE 2014 2014 - Zoneamento não disponível Dentro do prazo
Sudeste
Rio Grande da Serra 52.009 LEI Nº 1.635, DE 5 DE OUTUBRO DE 2006 2018 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Santo André 723.889 LEI Nº 9.394 DE 05 DE JANEIRO DE 2012 2012 SHP Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
São Bernardo do Campo 849.874 LEI Nº 6.184, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2011 2011 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Sub-região Município População 2021 Plano Diretor Ano - PD Ext. Situação da documentação Situação do prazo
Sudeste São Caetano do Sul 162.763 LEI N° 5374, DE 09 DE DEZEMBRO DE 2015 2015 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Cotia 257.882 LEI COMPLEMENTAR Nº 72, DE 02 DE JANEIRO DE 2007 2007 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Embu das Artes 279.264 LEI COMPLEMENTAR Nº 186 DE 20 DE ABRIL DE 2012. 2012 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Embu-Guaçu 70.402 LEI COMPLEMENTAR Nº 156/2019 2019 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Itapecerica da Serra 179.574 LEI Nº 1771, DE 26/12/2006 2006 JPG Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Sudoeste
Juquitiba 31.844 LEI Nº 1507 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007. 2007 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
São Lourenço da Serra 16.127 - - - Sem Plano Diretor NA
Taboão da Serra 297.528 LEI COMPLEMENTAR Nº 290, DE 27/12/2012 2012 KML Com Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Vargem Grande Paulista 54.315 LEI COMPLEMENTAR Nº 067 DE 16 DE DEZEMBRO DE 2013 2013 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Barueri (4) 279.704 LEI Nº 150, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2004 2004 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Carapicuíba 405.375 LEI Nº 3.074, DE 28 DE ABRIL DE 2011 2011 - Zoneamento não disponível Dentro do prazo
Itapevi 244.131 LEI COMPLEMENTAR Nº 143, DE 25 DE AGOSTO DE 2021 2021 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Oeste Jandira 127.734 LEI Nº 2.260, DE 18 DE JUNHO DE 2019 2019 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Dentro do prazo
Osasco (5) 701.428 LEI COMPLEMENTAR Nº 125, DE 03 DE AGOSTO DE 2004 2004 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Pirapora do Bom Jesus 19.453 - - - Sem Plano Diretor NA
Santana de Parnaíba 145.073 LEI COMPLEMENTAR Nº 30, DE 17 DE NOVEMBRO 2006 2006 PDF Sem Zoneamento Georreferenciado Desatualizado
Notas: (1) Para Mairiporã, Foram feitas alterações/complementações até 2012, porém não há revisão da Lei do Plano Diretor; (2) Para Biritiba-Mirim, há uma revisão em 2018, porém não consolidada como lei; (3) Para Ferraz
de Vasconcelos, , há uma revisão em 2016, porém não consolidada como lei; (4) Para Barueri, foi encaminhado um documento oficial de 2016 intitulado” Revisão Decenal”, que no entanto não está configurado como Lei; (5)
Para Osasco, há uma revisão em andamento, consolidada em Minuta de PL, no ano de 2020.
Fontes: Elaboração própria (a partir de Planos Diretores enviados pelas Prefeituras Municipais, 2021; IBGE Estimativas populacionais 2021)
EMPLASA
O Atlas de Uso e Ocupação do Solo na RMSP foi desenvolvido pela EMPLASA com a
finalidade de tornar disponíveis as informações produzidas pela EMPLASA no âmbito do Projeto
“Mapa do Uso e Ocupação do Solo da RMSP”. O Atlas é composto por pranchas representando cada
um dos municípios da RMSP e seu entorno e tem como objetivo subsidiar as ações dos diferentes
agentes intervenientes da Região Metropolitana, sejam eles públicos ou privados. Historicamente,
a EMPLASA produziu mapas de uso e ocupação do solo desde os anos 1970, sendo que, a partir de
2002, as atualizações passaram a ser disponibilizadas em formato digital, produzidas
principalmente por meio da interpretação de imagens do satélite Ikonos. O mapeamento foi
realizado em escala de 1:25.000, sendo classificado conforme a Figura 3, que segue.
As informações desta base de dados têm especial relevância no âmbito da presente análise,
uma vez que subsidiam o entendimento das dinâmicas existentes de uso e ocupação do território
na mancha urbana, dando suporte às análises que resultarão nas diretrizes para o território.
IBGE
Essa informação tem especial relevância no âmbito da presente análise na medida em que
apresenta claramente o padrão de distribuição socioespacial no território, o que, em conjunto com
as demais informações levantadas, dá a medida da exclusão socioterritorial na RMSP que empurra
as camadas mais pobres da população para as bordas da cidade constituída.
Outra informação relevante diz respeito aos resultados da Pesquisa Origem e Destino do
Metrô, de 2017, que permite a identificação das linhas de desejo de viagens entre as zonas de
transporte, dando a dimensão dos deslocamentos na Região Metropolitana.
Os dados utilizados foram extraídos da Tabela 30 - Matriz de Viagens Diárias Totais por
Zonas de Origem e Destino - 2017 e contém o número total de viagens realizadas diariamente a
partir de cada uma das 517 zonas para as demais.
A produção do documento Visão de Futuro da RMSP, contendo análises que possam servir
de subsídios ao PITU, esteve a cargo do Consórcio e seus resultados são apresentados no Produto
P07. A sistematização dos resultados indica um conjunto de orientações para a política de
transportes a ser seguida e, embora não traga informações passíveis de serem traduzidas em mapas
ou linhas de desejo que possam subsidiar a análise territorial, os componentes da visão estão
alinhados aos objetivos do presente documento, com destaque para:
Dos trinta e nove municípios que integram a RMSP, somente seis disponibilizaram os dados
em formato editável (ESRI Shapefile, KML ou DWG georreferenciados); para os demais, vinte e nove
prefeituras disponibilizaram a totalidade do plano diretor apenas em formato rasterizado, a maioria
em PDF, sendo que, no caso específico de São Bernardo do Campo, foi disponibilizado um arquivo
DWG com o zoneamento incompleto, sendo necessário complementar internamente a informação
com base no mapa em PDF. Além disso, identificou-se que dois municípios (Pirapora do Bom Jesus
e São Lourenço da Serra) não contam com planos diretores, apesar de ser condição obrigatória para
municípios pertencentes a regiões metropolitanas.
Sem informações de
Carapicuíba e Ribeirão Pires 2
zoneamento
O passo seguinte foi transformar os mapas rasterizados em dados que pudessem ser
utilizados, construindo uma base georreferenciada que permitisse o trabalho analítico. Para tanto,
foi necessário um trabalho minucioso de edição e georreferenciamento a partir de coordenadas
geográficas coletadas remotamente, formando um mosaico com todos os planos diretores da
região metropolitana (Figura 14):
3
Redesenho em vetores georreferenciados, ou por cima do PDF, ou ainda usando uma ferramenta
de conversão de raster para vetor, exigindo o trabalho de limpeza e organização da conversão.
Tabela 3: Critérios para a integração dos usos e agrupamento das intensidades de ocupação
Intensidade de
Integração dos Usos Descrição
Ocupação (0 a 5)
Áreas de proteção integral, que não permitem
Proteção Ambiental nenhum tipo de uso; reservas estaduais, áreas 0
registradas no SNUC
Ocupação Restrita Uso sustentável, ocupação controlada 1
Assim, a estrutura final da base georreferenciada para análise dos zoneamentos municipais
é formada por um conjunto de dados organizado por meio do uso permitido em cada zona e outro
por meio da ocupação que cada um desses usos permite. Com essa base georreferenciada
produzida, em formato ESRI Shapefile, as análises referentes aos Planos Diretores e às legislações
municipais são realizadas neste produto.
CÓDIGO DESCRIÇÃO
ID: Identificação do Ponto
ID_ID Número de identificação
ID_MUN Nome do Município
ID_SUBREG Subregião da RMSP
Identificação da rede de transporte:
ID_TRANS
Trilho existente ou trilho projetado/ corredor existente ou corredor projetado
ID_ZT Zonas de Transporte cortadas pelo diagnóstico
US: Análise de Uso do Solo
US_PDUI Macrozona pertencente do PDUI
US_USO_SL Uso do Solo Predominante
US_APA Área de Proteção
US_DENS Densidade demográfica de acordo com setor censitário do IBGE de 2010: Baixa, Média, Alta
US_TIP Tipologia urbana predominante do IBGE
US_AGSN Aglomerados Subnormais: sim ou não
US_CENTR Centralidade Próxima
ZON: Zoneamento
ZON_PDUI Zoneamento Municipal está condizente com o macrozoneamento do PDUI?
ZON_OCUP Qual escala de ocupação no Zoneamento Consolidado?
ZON_USO Qual Uso no Zoneamento Consolidado?
SIN: Síntese
SIN_TRS Zoneamento permite transformação? Sim ou não
SIN_TRS_Z Análise de áreas no eixo ocupadas que podem transformar. Sim ou não
SIN_BARR Eixo funciona como barreira? Sim ou não
• Eixo Nordeste: Formado pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) e pela Rodovia Governador
Carvalho Pinto (SP-70), constitui importante eixo de conexão da Macrometrópole Paulista
(MMP), ligando a RMSP aos municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral
Norte, em direção ao estado Rio de Janeiro, configurando-se também como eixo de
estruturação urbana de diversos municípios de seu entorno;
• Eixo Norte: Formado pela Rodovia Fernão Dias (SP-381), faz a ligação da RMSP com o Estado
de Minas Gerais, constituindo importante barreira de segregação viária entre a malha urbana
dos municípios de Guarulhos e Mairiporã e dos bairros da região norte do município de São
Paulo;
• Eixo Noroeste: Formado pela Rodovia Anhanguera (SP-330) e pela Rodovia dos Bandeirantes
(SP-348), constitui importante eixo de conexão da MMP, ligando a RMSP com o Aglomerado
Urbano de Piracicaba, com as Regiões Metropolitanas de Jundiaí e de Campinas e com o
noroeste do Estado.
• Eixo Oeste: Formado pela Rodovia Castelo Branco (SP-381) e pela Rodovia Raposo Tavares (SP-
270), constitui também importante eixo de conexão da MMP fazendo a ligação com a Região
Metropolitana de Sorocaba e com a porção oeste do Estado;
• Eixo Sudoeste: Formado pela Rodovia Regis Bittencourt (BR 116), fazendo a ligação com a
porção sudoeste do estado de São Paulo e com o estado do Paraná, em direção à capital
Curitiba;
• Eixo Sul: Formado pela Rodovia Anchieta (SP-150) e Rodovia Imigrantes (SP-160), constitui
também eixo importante de ligação da MMP, fazendo a ligação com os municípios da Região
Metropolitana da Baixada Santista.
Além dos eixos listados, destaca-se o Rodoanel Mário Covas (SP-021), que corresponde a
anel rodoviário que circunda a Grande São Paulo conectando os dez eixos rodoviários citados,
passando pelos municípios de Santana de Parnaíba, Barueri, Carapicuíba, Osasco, Cotia, Embu das
Artes, Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Suzano,
Poá, Itaquaquecetuba, Arujá, Guarulhos e São Paulo. A implantação do Rodoanel, bem como a
complementação da capacidade dos grandes sistemas de circulação rodoviária no entorno da
metrópole, tem contribuído para a formação de novos distritos de negócios junto aos eixos
rodoviários e seus principais entroncamentos, notadamente relacionados ao setor logístico. O
rodoanel é dividido em quatro trechos, construídos em etapas, sendo que somente um (trecho
norte) ainda se encontra em construção.
Já a rede de transportes sobre trilhos de alta capacidade é formada por linhas de trens
metropolitanos (CPTM) e linhas de metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) as quais
configuram o sistema de transportes de alta capacidade, com características bastante distintas
entre si – sobretudo no que se refere à inserção urbana. A abrangência da rede da CPTM é mais
ampla e de caráter metropolitano, com grande extensão das linhas em superfície, utilizando o
traçado das ferrovias de carga que, ainda no século XIX, deram origem ao núcleo urbano da
metrópole. Por sua configuração, apresenta grande interferência com o tecido urbano existente,
reduzindo a permeabilidade transversal, configurando em muitos casos barreiras urbanas e
resultando em conflitos à circulação e espaços residuais sem qualidade urbana. Já a rede de metrô
possui menor abrangência, limitando-se ao município de São Paulo e entorno do centro expandido,
e tem grande parte de seu traçado subterrâneo e completamente segregado do tráfego geral, não
configurando barreira ou condicionando a ocupação do território.
• Unidades de Proteção Integral, que têm como finalidade preservar a natureza, sendo admitido
apenas o uso indireto dos recursos naturais, com regras e normas restritivas.
• Unidades de Uso Sustentável, que conciliam a conservação da natureza com o uso sustentável
de parte dos recursos naturais.
Ainda que não tenham sido georreferenciadas, deve-se destacar também a existência de
Terras Indígenas, sendo elas a TI do Jaraguá (Homologada, reg. CRI e SPU - Decreto nº 94.221/1987;
Uso e Ocupação
• Sub-região Norte (Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã): Região
de topografia elevada, com relevo acidentado, sendo o traçado orientado pelas formações
serranas da Cantareira, Japi e Pedra, dificultando a urbanização (PDUI, 2019) e favorecendo,
em alguns casos, a ocupação irregular. A área possui restrições ambientais representadas pela
Área de Proteção Ambiental (APA) de Cajamar e a proteção aos mananciais em Mairiporã. Sua
estrutura fundiária é marcada pela presença de grandes glebas em mãos de poucos
proprietários e áreas de propriedade da União, caracterizando-se também pelo assentamento
de segmentos de baixa renda em loteamentos de baixo padrão, sendo a maior concentração
demográfica ao longo da área servida pela atual Linha 7-Rubi da CPTM em Franco da Rocha e
Francisco Morato. A despeito de ser área protegida por legislação ambiental, a Serra da
Cantareira foi objeto de intenso processo de ocupação irregular.
• Sub-região Leste (Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos,
Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano): Região
heterogênea com relação ao uso e ocupação, abrigando áreas em diferentes estágios de
urbanização, além de áreas de produção hortifrutigranjeira e área de proteção aos mananciais.
Estrutura-se ao longo de dois eixos, sendo um rodoviário, formado pela Rodovia Presidente
Dutra e pela Rodovia Governador Carvalho Pinto, configurando o eixo industrial que faz a
ligação com a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte e outro de origem
ferroviária, ao longo do eixo que é hoje a Linha 11-Coral da CPTM, que estrutura a ocupação
urbana dos municípios de Poá, Suzano e Mogi das Cruzes. Configura um dos principais vetores
de crescimento da RMSP, sendo formado por áreas de baixa renda formadas por loteamentos
precários carentes de serviços e infraestrutura e com características de cidade-dormitório.
• Sub-região Sudeste (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São
Bernardo do Campo, São Caetano do Sul): Região de ocupação heterogênea, apresentando
urbanização consolidada e com alta densidade urbana, sobretudo em São Caetano do Sul e nas
das áreas centrais de São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema e Mauá. A presença de
limitações de caráter ambiental constitui um freio à expansão no território, porém parte dessa
área protegida já se encontra comprometida por ocupação inadequada e irregular. A tendência
ao abandono das edificações associadas à atividade industrial tem gerado uma dinâmica
importante de mudança de usos, através de investimentos em atividades terciárias nesses
municípios.
• Sub-região Sudoeste (Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São
Lourenço da Serra, Taboão da Serra, e Vargem Grande Paulista): A maior parte dos municípios
está inserida nos limites da Lei de Proteção aos Mananciais, o que restringe a expansão
territorial, embora grande parcela já esteja comprometida com ocupações irregulares. Trata-
se de região com características de dormitório A ocupação urbana organiza-se em torno dos
eixos rodoviários, caracterizada por diferentes padrões de ocupação, predominando a
ocupação precária, em loteamentos carentes de infraestrutura e serviços urbanos. Sua
ocupação é condicionada pelos eixos rodoviários sobretudo o eixo da Rodovia Regis
Bittencourt, que liga São Paulo ao estado do Paraná.
• Sub-região Oeste (Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e
Santana do Parnaíba): Região estruturada pelos traçados das rodovias Castelo Branco e Raposo
Tavares, é o eixo urbano mais adensado a oeste da RMSP, apresentando uma estrutura urbana
diversificada, com áreas consolidadas e eixos de expansão urbana com distintos perfis de
ocupação (PDUI, 2019):
• Eixo 1: Ocupação pelo segmento de renda média e alta, principalmente em Barueri e
Santana de Parnaíba;
• Eixo 2: Área de expansão dos empreendimentos de renda média, concentrados em Jandira
e Itapevi;
• Eixo 3 (Raposo Tavares): Instalação de atividades terciárias e loteamentos para as rendas
média e alta.
• Município de São Paulo: Maior cidade da América do Sul. Trata-se de importante centro de
serviços corporativos e financeiros, sede de inúmeras empresas nacionais e multinacionais e
importante polo de turismo de negócios. Trata-se de importante centro universitário de
pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico para os setores de educação, saúde,
energia, recursos naturais, construção civil, meio ambiente entre outros (PDUI, 2019). A
diversidade de usos e padrões de ocupação do seu território sofre com o modelo radio-
concêntrico de desenvolvimento que caracteriza o município e a RMSP como um todo,
proliferando eixos de deslocamentos para atender toda a demanda.
Condições de Vida
Macrozoneamento do PDUI-RMSP
Destaca que a configuração dessa macrozona segue uma estrutura anelar, externa à
Macrozona Urbana de Adensamento, configurando uma área de transição entre as áreas
destinadas ao uso urbano e aquelas que preveem usos restritivos ou não urbanos.
Já com relação aos critérios para ocupação, sintetizados na Figura 31, destaca-se que, com exceção
dos municípios de São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Diadema e Santo André, Embu das Artes e
Taboão da Serra, cujos planos diretores apresentam diretrizes específicas para o desenvolvimento
ao longo dos eixos de transporte, os critérios e limites de ocupação permitidos pelos zoneamentos
dos municípios são relativamente homogêneos nas áreas urbanizadas, não havendo diretrizes que
apontem para transformações urbanísticas – perpetuando os modelos de ocupação já
consolidados.
Por fim, é importante destacar que dos 39 municípios componentes da RMSP, somente 24
possuem plano diretor dentro do prazo de vigência, conforme apresentado anteriormente na
Tabela 1, o que pode explicar parcialmente o descompasso entre as propostas contidas nos
instrumentos de planejamento, uma vez que cada município se encontra em um estágio distinto
desse debate. Destes municípios, apenas 15, não incluindo a capital, tiveram seus planos diretores
revisados e aprovados após a instituição do Estatuto da Metrópole (Lei 13.089/2015), porém não
foram encontrados indicativos de que tenham incorporado em seu planejamento as discussões
empreendidas no âmbito da elaboração do PDUI-RMSP, o que poderia ter ocorrido no caso dos
planos posteriores a 2016, quando as discussões relativas ao planejamento metropolitano já se
encontravam em estágio avançado. Deve-se destacar o fato de que o PDUI, embora já tenha sido
discutido nos devidos fóruns e aprovado por diferentes instâncias, até o momento não foi
constituído como lei, o que não somente explica o relativo descolamento das propostas contidas
nos instrumentos de planejamento em escala metropolitana e aqueles discutidos internamente em
escala municipal, mas também contribui para o atraso na construção da visão de metrópole.
Sub-região Norte
Essa sub-região é marcada por um núcleo industrial forte, principalmente nas margens do
sistema rodoviário da Anhanguera e da Bandeirantes. De modo geral é onde se concentram os
principais usos industriais, reforçados inclusive pelos zoneamentos propostos pelos municípios
cruzados por essas rodovias. Cajamar, por exemplo, é atravessado pelo eixo rodoviário da
Anhanguera, onde se concentram usos industriais, com pontos específicos de adensamentos
urbanos, mas predominando de forma geral a baixa densidade ao longo dos eixos.
Destaca-se, por fim, que os municípios da sub-região norte possuem suas divisões de
zoneamentos construídas de forma bastante agregada, trazendo diretrizes similares para áreas de
características bastante heterogêneas. Assim, esses instrumentos não apresentam diretrizes
específicas voltadas à melhoria das conexões com a malha urbana metropolitana, ou mesmo de
transformação urbana ligadas ao sistema de transporte.
Sub-região Leste
Marcada por três eixos principais, sendo dois rodoviários formados pela Rodovia
Governador Carvalho Pinto e pela Rodovia Presidente Dutra, e outro, de menor extensão, formado
pela Linha 11-Coral da CPTM, apresenta padrões de ocupação e planejamento bastante distintos.
Por fim, tem-se o eixo conformado pela Linha 11-Coral da CPTM, que atravessa os
municípios de Itaquaquecetuba, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes, sendo que, excetuando-se o
primeiro, estes municípios apresentam sua área urbana organizada em torno do eixo da linha férrea
que se caracteriza como um dos principais eixos de adensamento e de transformação urbana da
sub-região. Os municípios identificam claramente esse eixo, tratando seu entorno como áreas
mistas de alta densidade em seus instrumentos de planejamento, dando um caráter de
continuidade ao longo desse corredor. Destaca-se que, no caso dos municípios que configuram esse
eixo e que também tem seu território atravessado pela Rodovia Governador Carvalho Pinto, as
áreas que margeiam a rodovia são tratadas como áreas de Ocupação Restrita ou uso Rural.
Além dos três grandes eixos destacados, é importante mencionar que a EMTU possui
projeto de corredor estruturado de transporte ao longo do eixo da rodovia SP-056 (Estrada de Santa
Isabel/Rod. Alberto Hinoto), a ser implantado em parceria com o DER e que fará a ligação entre
Itaquaquecetuba e Arujá.
Sub-região Sudeste
Representada pelo Grande ABC, compreende área caracterizada pela boa qualidade de
vida, conforme indicam o estudo de tipologias intraurbanas do IBGE, sendo, portanto, dotada de
infraestrutura urbana adequada, ampla rede de transportes e alto adensamento populacional nas
áreas consolidadas da malha urbana. Possui grandes estoque de área urbana subutilizada, em
função do processo de desconcentração industrial pelo qual vem passando a metrópole,
apresentando grande potencial de desenvolvimento nessas áreas, embora os instrumentos de
planejamento não reflitam essa condição. É marcada, em sua porção sul, pela presença de áreas de
proteção de mananciais, densa rede hidrográfica e, portanto, por áreas de preservação ambientais,
que, no entanto, sofrem fortes pressões de ocupação por núcleos urbanos informais.
Nesta região são identificados dois eixos de transporte importantes, responsáveis por
maiores adensamentos urbanos. O primeiro consiste no eixo ferroviário da Linha 10-Turquesa da
CPTM, que liga o município de São Paulo a Rio Grande da Serra, ao longo do qual se observam áreas
altamente urbanizadas, que contrastam com os terrenos ociosos e vazios às margens da via, e que
representam áreas com forte potencial de transformação urbana. Já o segundo é configurado pelo
corredor da EMTU que faz a ligação entre Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André, para
ao longo do qual não se identifica, nos instrumentos de planejamento, qualquer diretriz especial de
adensamento ou mudança de usos.
Sub-região Sudoeste
Sub-região estruturada pelo eixo da Rodovia Régis Bittencourt e pelo eixo proposto para a
implantação de um corredor da EMTU, que atravessa os municípios de Taboão da Serra, Embu das
Artes, Itapecerica da Serra e Embu Guaçu. Assim como a sub-região Sudeste, é marcada pela
presença da Área de Proteção de Mananciais, o que condiciona os limites de sua expansão.
Sub-região Oeste
majoritariamente residencial horizontal de baixa densidade, não é cruzada por nenhum eixo de
transporte existente importante. Entretanto, há a proposta de um corredor da EMTU, para o qual
o zoneamento do município não prevê maior adensamento ou não orienta sua ocupação de acordo.
As cidades estão ligadas entre si por uma rede na qual se estabelecem fluxos de
mercadorias, pessoas e informações; a falta de diversificação e concentração de atividades em
Assim, a descentralização das atividades produtivas urbanas tem como objetivo promover
a relativa autonomia dos bairros e/ou centralidades, levando o emprego e novas formas de inserção
no mercado de trabalho para áreas periféricas, além dos serviços públicos básicos, diminuindo as
distâncias e os tempos de deslocamento e reduzindo em parte a necessidade de grandes
deslocamentos pendulares para uma parcela da população.
A identificação das áreas homogêneas, apresentada no item 4.1.3, teve como objetivo
avaliar o conjunto de informações levantadas e filtrar os dados relevantes para a análise
pretendida. Após essa leitura do território, foram então identificadas as centralidades potenciais,
considerando-se o entorno de terminais e estações de transporte relevantes para o sistema
metropolitano e com potencial para o desenvolvimento orientado para o transporte sustentável.
O porte, classificado entre “grande, médio, pequeno e núcleo isolado”, foi definido a partir
da combinação das informações provenientes da base integrada de zoneamento municipal,
consolidada na etapa anterior; densidade populacional projetada para a respectiva zona de
transporte; quantidade de viagens destinadas para as zonas de transporte; existência de restrições
Área de Proteção aos Mananciais Inserção em Área de Proteção aos Mananciais (S/N)
Uma vez classificadas por porte e quanto ao grau de consolidação, as centralidades foram
relacionadas às macrozonas do PDUI, de modo que as diretrizes propostas no próximo item sejam
adequadas a estes aspectos e à sua inserção no conjunto da RMSP.
Destaca-se que, com relação ao centro expandido de São Paulo, optou-se por tratar as
centralidades de forma linear, considerando sua relevância na dinâmica metropolitana. Além disso,
uma vez que o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo – PDE já contempla princípios
de desenvolvimento orientado para o transporte sustentável, foram consideradas como
centralidades todas as zonas próximas aos principais eixos de transporte, que também são aquelas
que possuem os maiores coeficientes de aproveitamento, sendo que para elas, são mantidas as
diretrizes já contidas no PDE.
4
Anuário do Mercado Imobiliário 2020
5
Documento resultante de um seminário que ocorreu em dezembro de 1976 na cidade do mesmo
nome. Nele estão sintetizadas as ideias desenvolvidas inicialmente por um grupo de urbanistas do CEPAM
– Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal, e apresenta a fundamentação jurídica para os
instrumentos então propostos.
6
Respeitadas as finalidades previstas no Estatuto, a saber: I – regularização fundiária; II – execução
de programas e projetos habitacionais de interesse social; III – constituição de reserva fundiária; IV –
ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V – implantação de equipamentos urbanos e
comunitários; VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII – criação de unidades de
conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII – proteção de áreas de interesse
histórico, cultural ou paisagístico (Lei 10.257/2001, Estatuto da Cidade, art. 26).
Quadro 6: Situação dos municípios com relação aos instrumentos de regulamentação da OODC
O PDE, em seu Capítulo III - Seção II - Subseção II, nos artigos 115 a 119,
Centro* São Paulo trata da Outorga Onerosa do Direito de Construir, indicando critérios de
cálculo e destinação dos fundos auferidos.
Instrumento previsto no Plano Diretor e regulamentado através da Lei
Norte Caieiras
Complementar nº 5119 de 9 de novembro de 2018.
A LC 179/2019 (PDE) prevê a figura da OODC em seu Capítulo IV, artigos
Norte Cajamar
126 a 130.
De acordo com a legislação referente ao Plano Diretor, o município
Norte Francisco Morato
poderá dispor de OODC, através de Lei específica (não localizada)
De acordo com Lei nº 618, de 11 de abril de 2007, alterada pela Lei
Complementar nº 244 de 03 de julho de 2015 (revisão do PD), o
Norte Franco da Rocha
município poderá dispor de OODC, através de Lei específica (não
localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Norte Mairiporã
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Arujá
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC, em
Leste Biritiba Mirim
áreas delimitadas por lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Ferraz de Vasconcelos
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Guararema
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Guarulhos
através de Lei específica (não localizada)
A Lei Complementar Municipal nº 327, de 13 de julho de 2021, dispõe
Leste Itaquaquecetuba sobre a Regularização edilícia no Município de Itaquaquecetuba (...) bem
como disciplina o Instrumento da Outorga Onerosa, já instituído.
A LC 150/2019 (PDE) apresenta os critérios para a OODC nos artigos 85 e
Leste Mogi das Cruzes
86
A Lei n° 4.148, de 18 de agosto de 2020 regulamenta e delimita os
Leste Poá perímetros das áreas de implementação da OOCD a teor do que prevê o
PDDI da Estância Hidromineral de Poá
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Salesópolis
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Leste Santa Isabel
através de Lei específica (não localizada)
A Lei Complementar Nº 348, de 07 de dezembro de 2020 dispõe sobre a
Leste Suzano regulamentação do instrumento da Outorga Onerosa do Direito de
Construir (OODC), previsto na Lei Complementar nº 312/2017.
A LC 473/2019 (PDE) prevê a figura da OODC em seu Capítulo I, Seção II,
Sudeste Diadema
Subseção II, artigos 137 a 144
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Sudeste Mauá
através de Lei específica (não localizada)
De acordo com o Plano Diretor, o município poderá dispor de OODC,
Sudeste Ribeirão Pires
através de Lei específica (não localizada)
A Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (LEI Nº 2334 DE 31 DE
Sudeste Rio Grande da Serra OUTUBRO DE 2019) prevê a figura da Outorga Onerosa de Alteração de
Uso, mas não detalha os critérios ou indica legislação específica.
com maior potencial valerá mais que os outros. Assumindo que maiores edificabilidades são
atribuídas a áreas com mais infraestrutura, tem-se que o poder público, ao determinar as regras do
zoneamento, atribui valor a lotes, beneficiando aleatoriamente proprietários que se apropriam do
valor gerado pela norma urbana. A OODC incide para corrigir essa distorção.
Até o momento, São Paulo foi uma das poucas cidades no país que adotou a OODC seguindo
o conceito original do solo criado e alinhada à diretriz do Estatuto. Inicialmente proposto pelo
prefeito Olavo Setúbal (que governou a cidade entre 1975 e 1979), o Coeficiente de
Aproveitamento básico único unitário foi previsto nos projetos de lei dos planos diretores de 1991
e 2002 e finalmente aprovado em 2014. A cidade também adota o valor do terreno “virtual” como
base para o estabelecimento da contrapartida, que reflete o valor gerado pela possibilidade de
criação, ou multiplicação de solo como ilustra a Figura 38 a seguir.
Ainda que haja espaço para o aprimoramento do instrumento, trata-se de uma experiência
notável, que já se mostrou relevante também do ponto de vista da receita gerada. Esse é um
primeiro aspecto que justifica a adoção deste caso como referência para estimar o potencial de
receita do instrumento para o conjunto da RMSP.
Dados recentes confirmam a dinâmica ilustrada no mapa acima. Em 2020, foram 60 mil
unidades lançadas no município central, contra 5,4 mil no conjunto dos outros 38 municípios
metropolitanos, ou seja, 92% das unidades foram lançadas no Município de São Paulo nesse ano.
Também é expressiva a diferença em termos do valor dos lançamentos: R$ 27,3 bilhões contra R$
2,3 bilhões em 2020, comparando a Capital com o restante da RMSP. Para a estimativa da
contrapartida por OODC, o valor dos lançamentos é um ótimo parâmetro, já que o valor do terreno
– usado como base para o cálculo da contrapartida – é resultado do valor das unidades.
800
700
600
500
400
300
200
100
Figura 40: Receita nominal de OODC no Município de São Paulo (em R$ Milhão)
Fonte: elaboração própria a partir de dados disponíveis portal do FUNDURB da PMSP
A receita nominal foi corrigida para valores reais, utilizando-se o mesmo índice adotado
pelo Secovi para os valores globais dos empreendimentos lançados na cidade. A avaliação da
dinâmica imobiliária da capital versus a dinâmica imobiliária nos outros 38 municípios
metropolitanos permite extrapolar a receita obtida em São Paulo para as demais cidades e, a partir
desse cenário base, ensaiar cenários alternativos que considerem o aumento ou redução da
atividade imobiliária nos próximos anos.
A cidade de São Paulo tem lançado em média 34,5 mil unidades imobiliárias por ano,
considerando os últimos 15 anos. Em anos de maior retração, esse número chegou a cerca de 20
mil unidades e atingiu seu ápice em 2019, com 65,3 mil unidades lançadas. O exame dos valores
globais de lançamento mostra uma variação relativamente menor. Em seus melhores anos o setor
ultrapassou R$ 30 bilhões em lançamentos, chegando a R$ 35,1 bilhões lançados em 2019 e apenas
em dois anos os valores lançados ficaram abaixo do patamar de R$ 20 bilhões. O preço médio da
unidade lançada na capital neste período é de R$ 720 mil.
70 40
60 35
30
50
25
40
20
30
15
20
10
10 5
0 0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
30 14
12
25
10
20
8
15
6
10
4
5 2
0 0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Quadro 7: Receita potencial de outorga na RMSP, segundo cenários (em R$ milhões, valores de 2020)
Outro instrumento que gera receita a partir da concessão onerosa de potencial construtivo
é a operação urbana consorciada. Outro instrumento que gera receita a partir da concessão
onerosa de potencial construtivo é a operação urbana consorciada (OUC). Na RMSP há algumas
experiências pontuais, como as operações urbanas de Franco da Rocha, Osasco e Santo André, além
de São Bernardo do Campo, aprovada, porém não regulamentada. Em São Paulo, há quatro
operações vigentes. Além disso, o Plano Diretor da Capital, aprovado em 2014, indica que novas
operações urbanas consorciadas apenas poderão se aprovadas na Macroárea de Estruturação
Metropolitana, indicada na Figura 43.
AC (m2)
90.000.000
88.000.000
86.000.000
84.000.000
82.000.000
80.000.000
78.000.000
76.000.000
74.000.000
72.000.000
70.000.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Figura 44: Evolução da Área Construída nos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana em São Paulo
Fonte: https://monitoramentopde.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br
7
Ver: Maleronka, C.; Hobbs, J. (2017). Operações urbanas: o que podemos aprender com a
experiência de São Paulo? Disponível em: https://publications.iadb.org/en/operacoes-urbanas-o-que-
podemos-aprender-com-experiencia-de-sao-paulo
Para a RMSP não há dados sistematizados nesse sentido, porém a localização dos
lançamentos residenciais na RMSP entre 2000 e 2015 ilustrada na Figura 45 indica também uma
opção por determinadas localizações, com destaque para a região do ABC, Barueri e Guarulhos.
Sem nenhum fator externo que altere estruturalmente a dinâmica imobiliária na RMSP, é
razoável supor que novos lançamentos imobiliários seguirão a lógica identificada no passado
recente, isto é, que a grande concentração – tanto em número de unidades, quanto em valor – siga
localizada no município de São Paulo, notadamente nas centralidades ao longo do sistema de
mobilidade, seguindo os incentivos proporcionados pelo plano diretor de 2014 (que orienta o
desenvolvimento e o crescimento da cidade até 2029).
Vale notar que a localização do instrumentos da OODC no território tende a coincidir com
áreas mais valorizadas, que podem ser identificadas a partir das tipologias urbanas definidas pelo
IBGE, como mostra a figura abaixo: a incidência dos processos de captação de OODC concentra-se
nas áreas classificadas pelo IBGE com os mais altos índices de qualidade de vida (A, B e C).
Nos demais municípios metropolitanos podemos identificar duas situações: (i) a produção
imobiliária voltada para o mercado, concentrada em determinadas localizações em municípios
como ABC, Barueri e Guarulhos e (ii) a produção imobiliária direcionada por programas públicos de
habitação social, que se viabilizam em terrenos de menor valor.
Essa leitura indica, portanto, que a receita potencial de OODC – qualquer que seja o cenário
em termos de avanços na regulação urbanística e contexto macroeconômico – seguirá fortemente
concentrada na capital (Figura 47). Outros municípios metropolitanos podem aproveitar a dinâmica
imobiliária para mobilizar essa receita, porém, pela própria natureza do instrumento – que
recupera a valorização da terra – a receita gerada sempre estará vinculada às localizações mais
valorizadas da região metropolitana (note-se que as centralidades de médio e grande porte estão
concentradas na Capital. Conforme ilustra a Figura 48).
As recomendações são pautadas pelas premissas definidas pela visão de futuro da RMSP,
baseando-se nos princípios de contenção do espraiamento urbano, desenvolvimento orientado
pelo transporte sustentável, descentralização das atividades produtivas e adensamento seletivo.
Tais premissas são traduzidas em propostas de diretrizes, que têm por objetivo orientar os
municípios para que o planejamento urbano seja feito de forma integrada em toda a RMSP.
Diretrizes
Porte
Uso Ocupação Infraestrutura Paisagem urbana
Promover a
Promover a reabilitação de Ampliação de áreas
diversificação dos edifícios vazios ou públicas e/ou de uso
usos, estimulando subutilizados em público; qualificação
usos residenciais (de áreas centrais, e/ou das calçadas através
interesse social, intensificar a de implantação de
mercado popular e ocupação associando mobiliário urbano,
Grande
demanda aberta) adensamento Intensificação da
combinados ao construtivo e arborização e
Promover a
comércio e serviços populacional em estímulo à
otimização da
nas áreas próximas áreas dotadas de mobilidade ativa e
utilização da
à infraestrutura de infraestrutura, com integração (ou
infraestrutura
transporte; controle de vagas de estímulo à criação
instalada e
estacionamento na ausência da
complementação
Promover a mesma) com a rede
e/ou qualificação
diversificação dos cicloviária; melhoria
Promover a de redes,
usos com graus de da interface entre
dinamização da quando
incomodidade usos públicos e
ocupação com necessário;
compatíveis ao privados através de
parâmetros
porte das estabelecimento de
urbanísticos voltados
Médio centralidades e fachadas ativas e
à média densidade,
estímulo à usos fruição pública;
associando
residenciais que integração com
adensamento
atendam ao equipamentos
construtivo e
interesse social, públicos existentes
populacional;
mercado popular e na região;
demanda aberta;
Diretrizes
Porte
Uso Ocupação Infraestrutura Paisagem urbana
Promover a Ampliação de áreas
diversificação dos públicas e/ou de uso
usos, com graus de público; qualificação
incomodidade das calçadas através
compatíveis ao de implantação de
Pequeno porte das mobiliário urbano,
centralidades e Intensificação da
atenção à promoção arborização e
de uso residenciais Promover a ocupação Promover a estímulo à
com diversidade de seletiva da área e de otimização da mobilidade ativa e
faixas de renda; forma planejada, com utilização da integração (ou
controle de impacto infraestrutura estímulo à criação
Promover a
na paisagem urbana, instalada e na ausência da
diversificação dos
desvinculando sua complementação mesma) com a rede
usos com destaque
dinamização do e/ou qualificação cicloviária; melhoria
para usos
adensamento de redes, da interface entre
sustentáveis de
construtivo; quando usos públicos e
baixa incomodidade,
necessário; privados através de
Núcleo isolado especialmente em
estabelecimento de
áreas de atenção
fachadas ativas e
para preservação de
fruição pública;
atributos
integração com
ambientais,
equipamentos
históricos e
públicos existentes
culturais.
na região;
Fonte: Elaboração própria
Diretrizes
Porte
Uso Ocupação Infraestrutura Paisagem Urbana
Garantir a
Promover a
diversificação dos usos
reabilitação de Promover o Fortalecer o
nas áreas próximas à
edifícios vazios ou controle do caráter de
infraestrutura de
subutilizados em processo de centralidade,
transporte,
áreas centrais, em saturação viária, promovendo a
Consolidado estimulando usos
centralidades otimizando a melhoria das
mistos em áreas
dotadas de oferta de condições
predominantemente
infraestrutura, com infraestrutura urbanísticas
residenciais próximas
controle de vagas existente existentes
à infraestrutura de
de estacionamento
transporte
Promover a Promover a
Promover o
diversificação dos usos Promover a melhoria das
adensamento
nas áreas próximas à melhoria e condições
seletivo da área e o
infraestrutura de complementação urbanísticas e de
aumento dos
A induzir transporte, do sistema de qualidade de vida,
coeficientes de
intensificando os usos mobilidade urbana com a qualificação
aproveitamento de
não residenciais, que e da infraestrutura dos espaços,
forma planejada e
sejam capazes de existente criação de áreas
controlada
promover inclusão verdes e
Diretrizes
Porte
Uso Ocupação Infraestrutura Paisagem Urbana
social através do requalificação de
incremento das assentamento
oportunidades de precários
geração de emprego e
renda
Fonte: Elaboração própria
Por fim, o Quadro 10 apresenta as diretrizes com relação à localização de cada centralidade
de acordo com o macrozoneamento do PDUI.
Diretrizes
Macrozonas PDUI
Uso Ocupação Infraestrutura Paisagem Urbana
Promover o controle do processo de Fortalecer o caráter de centralidade
Urbana Promover a renovação dos padrões de uso e ocupação, estimulando usos
saturação viária; otimizando a oferta municipal, respeitando o patrimônio
Consolidada mistos nas áreas próximas à infraestrutura de transporte
de infraestrutura existente histórico, cultural e religioso.
Promover a melhoria e
Urbana Promover a criação e qualificação de
Promover a melhoria das condições urbanísticas dos bairros existentes complementação do sistema de
Adensamento áreas verdes significativas
mobilidade urbana
Urbana
Fortalecer as capacidades de proteção social a partir de melhorias nas condições de vida, de convivência e de acesso às políticas públicas
Requalificação
Garantir que as novas ocupações Promover a expansão da urbanização Garantir a implantação de Incentivar a criação de novas áreas
Urbana Expansão
tenham equilíbrio entre usos de forma planejada e controlada infraestrutura verdes, como praças e parques
Promover a intensificação e
Urbana
implantação de atividades Promover transformações estruturais orientadas para o maior aproveitamento da terra urbana
Desenvolvimento
econômicas
Recuperação
Promoção de ações integradas para o controle ambiental e a reconversão de atributos ambientais visando à retomada de funções ambientais projetadas
Ambiental
Fonte: Elaboração própria
i. Quota ambiental: conjunto de regras de ocupação que fazem com que cada lote na cidade
contribua com a melhoria da qualidade ambiental, sendo que tais regras passam a incidir
quando se pretender uma nova edificação ou a reforma de um edifício existente, com
parâmetros como os relacionados à drenagem, microclima e biodiversidade
IV. Instrumentos de valorização da paisagem urbana
j. Fachada ativa: exigência de ocupação da extensão horizontal da fachada por uso não
residencial com acesso direto e abertura para o logradouro, a fim de promover usos mais
dinâmicos dos passeios públicos em interação com atividades instaladas nos térreos das
edificações e fortalecer a vida urbana nos espaços públicos.
k. Fruição pública: Uso público de área localizada no pavimento térreo que não pode ser
fechada com edificações, instalações ou equipamentos, com objetivo de estimular e
melhorar a oferta de áreas qualificadas para o uso público que privilegiem o pedestre e
promovam o desenvolvimento de atividades com valor social, cultural e econômico.
V. Instrumentos de Regularização Fundiária, tais como Usucapião Especial de Imóvel Urbano e
Concessão de uso especial para fins de moradia.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei n 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. D.O.U
de 11 de julho de 2001, Seção 1 (retificado em 17 de julho de 2001). Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10257.htm. Acesso em 03/12/2021.
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APÊNDICES
APÊNDICE 1 - MAPAS