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DEPARTAMENTO DE PROSPECTIVA E PLANEAMENTO

E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território
e do Desenvolvimento Regional

AMBIENTE, INOVAÇÃO E
COMPETITIVIDADE DA ECONOMIA

Lisboa
2007
FICHA TÉCNICA

Título: Ambiente, Inovação e Competitividade da Economia

Coordenação: Félix Ribeiro


Manuela Proença

Autores: Angela Lobo


Isabel Marques
Madalena Antunes Pereira
Manuela Proença
Maria Arménia Claro

Manuscrito terminado em Maio de 2007


ISBN: 978-972-8096-30-4
Publicação dispoíivel para download em www.dpp.pt
Editor: Departamento de Prospectiva e Planeamento
e Relações Internacionais
Av. D. Carlos I, 126
1249-073 Lisboa
Fax: (351) 213935208
Telef: (351) 213935200
E-mail: dpp@dpp.pt
www.dpp.pt

Edição Impressão e Acabamento


Divisão de Informação e Comunicação
Distribuição: Divisão de Informação e Comunicação
ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO XIII

ENQUADRAMENTO 1

1. EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS E IMPACTO DAS QUESTÕES


AMBIENTAIS NA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL – BREVE ABORDAGEM 5

1.1 Evolução das políticas ambientais 5

1.2 Impacto das questões ambientais na competitividade internacional 8

2. CONSTITUIÇÃO DE CLUSTERS DE ECO INDÚSTRIAS – EXEMPLOS


INTERNACIONAIS E CONDIÇÕES DO SEU SURGIMENTO E
DESENVOLVIMENTO 11

2.1. Ile-de-France – uma região de referência no domínio das eco-actividades 13

2.1.1. “Eco-Região” Ile-de-France – características e valências 15

2.1.2. Água e resíduos 19

2.1.3. Energias renováveis 29

2.2. Estocolmo e as tecnologias do ambiente 33

2.2.1. Suécia – País de referência do ponto de vista ambiental 33

2.2.2. Estocolmo – Uma região fortemente ligada ao ambiente 39

2.2.3. Estocolmo – Exemplo de um Cluster de tecnologias do ambiente 42

2.3. Dinamarca – Energia eólica, hidrogénio e eco-parques 47

2.3.1. Energia Eólica – Panorama mundial 48

2.3.2. Energia Eólica – Panorama europeu 50

2.3.3. Energia Eólica na Dinamarca – Um Cluster de sucesso 56

2.3.4. Outras Energias Renováveis – Hidrogen society e biofuels 67

2.3.5. Parques Eco-Industriais – O Exemplo dinamarquês de Kalundborg 68

2.4. Vancouver e a indústria das células de combustível e do hidrogénio 70

2.4.1. Indústria das células de combustível e do hidrogénio – Perspectiva mundial 70

I
2.4.2. Indústria canadiana das células de combustível e do hidrogénio – Um caso
75
de sucesso

2.4.3. Vancouver – Um Cluster de sucesso da indústria canadiana das células de


88
combustível e do hidrogénio

2.5. Ilações da experiência internacional 92

3. O “SECTOR” AMBIENTE EM PORTUGAL – BREVE ABORDAGEM 94

3.1. Avaliação na óptica da procura 94

3.2. Avaliação na óptica da oferta 98

3.3. Posição competitiva do sector 102

3.4. Formação de recursos humanos 103

4. OS EFEITOS DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA NAS


DIVERSAS ACTIVIDADES EM PORTUGAL 105

4.1. Políticas ambientais da União Europeia e suas consequências a nível nacional 106

4.1.1. Prioridades europeias ligadas à política de ambiente 106

4.1.2. Políticas de promoção das tecnologias energéticas e ambientais 114

4.1.3. Políticas transversais com impactos futuros no ambiente, inovação e


competitividade 119

4.2. Sectores de actividade mais influenciados pelas políticas ambientais 124

4.2.1. Sectores grandes consumidores de energia e de outros recursos 126

4.2.2. Indústrias químicas, um dos motores de I&D ? 137

4.2.3. Oportunidades decorrentes do aproveitamento dos recursos primários, da


floresta ao mar e à produção de energias renováveis 141

4.2.4. Infra-estruturas básicas de ambiente e construção sustentável, motores


importantes da economia? 156

4.2.5. Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento


intensivo, importantes dinamizadores do futuro? 165

4.2.6. Novos conceitos de mobilidade 169

4.2.7. Desenvolvimento do eco-turismo 177

4.2.8. Nichos de oportunidade ligados à melhoria da saúde 181

4.2.9. Nichos de oportunidade ligados à agricultura biológica e ao uso dos solos 184

4.2.10. Têxteis e moda – “bandeira” do modelo social europeu ? 189

II
5. OPÇÕES PARA A EVENTUAL CRIAÇÃO DE CLUSTER(S) DE ECO-INDÚSTRIAS E
SERVIÇOS EM PORTUGAL 193

5.1. Uma Proposta de Cluster(s) de Eco-indústrias e Serviços em Portugal 193

5.1.1. Síntese das características macroeconómicas dos diversos grupos de


actividades influenciados pelas políticas ambientais 195

5.1.2. Síntese dos actores dos diversos grupos de actividades influenciados pelas
políticas ambientais 214

5.2. Potencialidades dos diversos clusters na dinamização da economia e produção


de efeitos no curto, médio e longo prazos 221

5.2.1. Grupos de actividades a dinamizar numa óptica de redução dos efeitos


negativos no ambiente, aumento de inovação e melhoria de
competitividade (a partir da análise top-down) 221

5.2.2. Grupos de actividades a dinamizar considerando os actores emergentes (a


partir da análise bottom-up) 225

5.2.3. Proposta de mapeamento do potencial de dinamização das actividades


do(s) cluster(s) com efeitos no curto, médio e longo prazos 226

6. REFLEXÕES FINAIS 232

7. BIBLIOGRAFIA 239

8. GLOSSÁRIO DE TERMOS 246

9. SIGLAS 253

ANEXOS

ANEXO A - POLÍTICAS AMBIENTAIS E DINÂMICA DAS ECONOMIAS -


TRAJECTÓRIAS DE CONVERGÊNCIA OU DE CONFLITUALIDADE?

ANEXO B - EMPRESAS, INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES QUE DESENVOLVEM


CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL

ANEXO C – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA


COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

ANEXO D – CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ACTIVIDADES

ANEXO E – POLÍTICAS AMBIENTAIS, A NÍVEL COMUNITÁRIO E NACIONAL, COM


MAIOR INCIDÊNCIA NOS GRUPOS DE ACTIVIDADES ANALISADOS

ANEXO F – PRINCIPAIS ACTORES

ANEXO G – SINTESE DO WORKSHOP – AMBIENTE, INOVAÇÃO E


COMPETITIVIDADE DA ECONOMIA

III
QUADROS

2.1.1.1 Fileira das eco-actividades na Ile-de-France – alguns números relevantes 16

2.1.1.2 Principais centros de formação, escolas e universidades específicas ao


sector das eco-actividades, 2004 17

2.1.1.3 Principais centros de investigação e laboratórios presentes na Ile-de-


France, 2004 18

2.1.2.1 Filiais da Suez Environnement (água) no mundo em 2005 21

2.1.2.2 Filiais da Suez Environnement (gestão e tratamento de resíduos) no mundo


em 2005 22

2.1.2.3 Grupo Suez – alguns números-chave, 2005 23

2.1.2.4 Alguns valores-chave da Veolia Eau, em 2005 26

2.2.1.1 Mix energético da Suécia, TWh 35

2.2.2.1 Cidades europeias menos poluídas, 2005 41

2.3.2.1 Capacidade instalada acumulada de energia eólica (MW) na UE-15, por país 51

2.3.2.2 Capacidade instalada de energia eólica offshore 53

2.3.2.3 Instalações de energia eólica offshore planeadas para a UE-25 até 2006 54

2.3.3.1 Exportações dos principais produtores mundiais de turbinas, 2002 65

2.4.2.1 Produtores de células de combustível e integradores de sistemas


canadianos 80

2.4.2.2 Fornecedores de peças e sistemas, de serviços e infra-estruturas de


abastecimento canadianos 81

3.2.1 Actividades do ambiente 99

3.2.2 Distribuição sectorial das empresas – Estrutura para o total das empresas 100

3.2.3 Distribuição sectorial das empresas – Estrutura sector de actividade/


dimensão 101

3.2.4 Dimensão empresarial 101

4.1.1.1 Contribuição da política de ambiente para a Estratégia de Lisboa de


Crescimento e Emprego – 2005 e anos seguintes 107

4.1.1.2 Realizações nos domínios prioritários do 6º PAA, em 2005 e perspectivas de


evolução em 2006/07 109

4.1.2.1 Entraves à introdução de tecnologias ambientais no mercado 115

4.1.2.2 Orçamento de I, D&D em Energia - Portugal 117

4.2.1.1 Características do conjunto de actividades intensivas em energia e outros


recursos 127

4.2.1.2 Sectores, subsectores e instalações abrangidos pelo PNALE 130

4.2.1.3 Projecções do total de emissões nacionais para o ano 2010 131

4.2.1.4 Projecções da dimensão do CELE em 2010 131

4.2.1.5 Sectores abrangidos pela PCIP 132

V
4.2.1.6 Identificação de alguns investimentos a realizar em actividades intensivas
em energia e outros recursos 134

4.2.1.7 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades


intensivas em energia e outros recursos 134

4.2.2.1 Características do conjunto de actividades intensivas em energia e geração


de resíduos com características especiais (Química pesada, plásticos e
borracha) 138

4.2.2.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das Química pesada e


plásticos e borracha 140

4.2.3.1 Características do conjunto de actividades ligadas à utilização de recursos


primários energéticos e não energéticos 143

4.2.3.2 Barreiras e oportunidades à introdução de ERs no mercado 149

4.2.3.3 Identificação de alguns custos médios dos investimentos e tarifas


associadas 149

4.2.3.4 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


à utilização de recursos primários energéticos e não energéticos 154

4.2.4.1 Características do conjunto de actividades de infra-estruturas básicas de


ambiente, actividades industriais transversais e serviços associados 158

4.2.4.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das infra-estruturas


básicas de ambiente, actividades industriais transversais e serviços
associados 163

4.2.5.1 Características do conjunto de actividades transversais de alta intensidade


tecnológica e conhecimento intensivo 166

4.2.5.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades


transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento intensivo 168

4.2.6.1 Características do conjunto de actividades ligadas à mobilidade 170

4.2.6.2 Principais barreiras associadas à introdução de combustíveis alternativos no


mercado 173

4.2.6.3 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


à mobilidade 175

4.2.7.1 Características do conjunto de actividades ligadas ao eco-turismo 178

4.2.7.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


ao eco-turismo 180

4.2.8.1 Características do conjunto de actividades ligadas à saúde 182

4.2.8.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


à saúde 183

4.2.9.1 Características do conjunto de actividades ligadas às agro-indústrias 185

4.2.9.2 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


às agro-indústrias 188

4.2.10.1 Características do conjunto de actividades ligadas à moda 190

4.2.10.2 Reciclagem de têxteis 191

4.2.10.3 Alguns desafios e oportunidades para a dinamização das actividades ligadas


à moda 192

VI
GRÁFICOS

2.1.2.1 Repartição do volume de negócios do grupo SAUR, por actividade, no


período de 1 de Abril de 2005 a 31 de Março de 2006 28

2.2.1.1 Índice de performance ambiental 2006 – Top 20 36

2.2.1.2 Índice de sustentabilidade ambiental 2005 – Top 20 37

2.2.3.1 Número de investigadores em matérias ligadas ao ambiente na Suécia,


2002 43

2.2.3.2 Número de estudantes em áreas científicas relacionadas com o ambiente,


Suécia 2002 43

2.3.1.1 Energia eólica – Capacidade acumulada instalada no mundo (%), 2004 49

2.3.1.2 Distribuição regional – Nova capacidade instalada de energia eólica, em


2004 49

2.3.2.1 Distribuição da nova capacidade instalada de energia eólica, por país, em


2004 52

2.3.2.2 Top 10 – Produtores de turbinas eólicas, 2002 55

2.3.2.3 Emprego directo no sector das turbinas eólicas, 2002 56

2.3.3.1 Turbinas eólicas na Dinamarca 58

2.3.3.2 Energia eólica instalada na Dinamarca, MW 59

2.3.3.3 Energia eólica no consumo de electricidade dinamarquês 60

2.3.3.4 Vendas de potência eólica dos produtores dinamarqueses, kW 62

2.3.3.5 Receitas dos produtores dinamarqueses de turbinas eólicas, biliões DKK 63

2.3.3.6 Principais mercados de exportação de potência eólica da Dinamarca 64

2.4.1.1 Volume de vendas e despesas de I&D na indústria de células de


combustível na América do Norte, Europa e Ásia 74

2.4.1.2 I&D na indústria de células de combustível, por país, em 2003 74

2.4.1.3 Empregados na indústria de células de combustível, por país, em 2003 75

2.4.2.1 Tipo de organização envolvida na indústria de células de combustível, 2003


78

2.4.2.2 Áreas de competências na indústria de células de combustível, 2003 78

2.4.2.3 Focus de mercado da indústria canadiana das células de combustível e do


hidrogénio, 2003 82

2.4.2.4 Localização das actividades relacionadas com as células de combustível,


das empresas canadianas, 2003 83

2.4.2.5 Receitas da indústria de células de combustível e do hidrogénio do Canadá 84

2.4.2.6 Tipos de receitas da indústria de células de combustível e do hidrogénio do


Canadá 84

2.4.2.7 Receitas da indústria de células de combustível e do hidrogénio do Canadá


por região, 2003 85

2.4.2.8 Despesas de I&D da indústria de células de combustível e do hidrogénio do


Canadá 86

VII
2.4.2.9 Despesas de I&D da indústria de células de combustível e do hidrogénio do
Canadá por região, 2003 86

2.4.2.10 Emprego directo na indústria canadiana de células de combustível e do


hidrogénio 87

3.1.1 Despesas de ambiente por sector institucional 94

3.1.2 Despesas em ambiente das Administrações Públicas 95

3.1.3 Despesas por domínio de ambiente das Administrações Públicas 95

3.1.4 Despesas em ambiente por sectores industriais - 2005 96

3.1.5 Despesas em ambiente, por domínios de ambiente, no sector industrial -


2005 96

3.1.6 Investimento na protecção do ambiente - 2005 97

3.1.7 Custos e perdas na protecção do ambiente - 2005 97

3.2.1 Actividades do ambiente – Volume de negócios (evolução real) 2004/1999 100

3.3.1 Tecnologias ambientais 103

3.4.1 Áreas de estudo ligadas ao ambiente 103

4.2.3.1 Produção de electricidade através de renováveis. Cumprimento da Directiva


FER 144

5.1.1.1 Dinâmica económica entre 1995 e 2005 195

5.1.1.2 Dinâmica do emprego entre 1995 e 2005 197

5.1.1.3 Emprego altamente qualificado 198

5.1.1.4 Produtividade do trabalho 199

5.1.1.5 Dinâmica das exportações entre 1995/96 e 2004/05 201

5.1.1.6 Dinâmica das exportações e das quotas de mercado mundiais entre


1995/96 e 2004/05 202
5.1.1.7 Despesas de I&D 204

5.1.1.8 Evolução das despesas de I&D entre 1995 e 2003 204

5.1.1.9 Evolução do consumo de energia final e das emissões de CO2 206

5.1.1.10 Evolução do peso do CEF das actividades do Grupo 1 – Energia e indústrias


energívoras, entre 1995 e 2004 208

5.1.1.11 Evolução do peso do CEF das actividades do Grupo 6 – Mobilidade, entre


1995 e 2004 208

5.1.1.12 Evolução da intensidade energética entre 1995 e 2004 209

5.1.1.13 Evolução da intensidade energética das actividades do Grupo 1 – Energia e


indústrias energívoras, entre 1995 e 2004 210

5.1.1.14 Evolução do peso do consumo intermédio para produção de novas formas


de energia nas actividades do Grupo 1 - Energia e indústrias energívoras,
entre 1995 e 2004 211

5.1.1.15 Peso das emissões de gases poluentes - 2004 212

5.1.1.16 Peso das emissões de gases das actividades mais poluentes 2004 213

5.1.1.17 Geração de resíduos - 2001 213

5.2.1 Evolução da actividade económica e do emprego entre 1995 e 2005 221

VIII
5.2.2 Evolução da actividade económica e do mercado externo entre 1995 e
2004/05 222

5.2.3 Evolução do mercado externo e das despesas de I&D em % do VAB entre


1995 e 2003/05 222

5.2.4 Evolução da actividade económica e do emprego altamente qualificado


entre 1995 e 2005 223

5.2.5 Evolução da intensidade energética entre 1995 e 2004 223

FIGURAS

I Uma proposta de cluster de eco-indústrias e serviços em Portugal XVI

II Potencial de dinamização das actividades – Mapeamento da situação actual


2005 XX

III Potencial de dinamização das actividades - Hipótese de mapeamento no


médio prazo 2007-2013 XXI

IV Potencial de dinamização das actividades - Hipótese de mapeamento no


longo prazo 2013-2020 XXI

2.1 Principais segmentos das eco-indústrias 12

2.2 Actividades geradoras de Clusters de eco-indústrias - Exemplos 13

4.1.1.1 Política de ambiente comunitária 106

4.1.1.2 6º Programa de acção para o ambiente 2002-2012, Estratégias Temáticas 108

4.2.1.1 Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos 126

4.2.2.1 Grupo 2 – Actividades intensivas em energia e geração de resíduos com


características especiais (Química pesada, plásticos e borracha) 137

4.2.3.1 Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários, da floresta


ao mar e à produção de energias renováveis 141

4.2.4.1 Grupo 4 – Infra-estruturas básicas de ambiente e construção sustentável 156

4.2.5.1 Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e


conhecimento intensivo 165

4.2.6.1 Grupo 6 – Mobilidade 169

4.2.7.1 Grupo 7 – Eco-turismo 177

4.2.8.1 Grupo 8 – Saúde 181

4.2.9.1 Grupo 9 – Agro-indústrias 184

4.2.10.1 Grupo 10 – Moda 189

5.1.1 Uma proposta de cluster de eco-indústrias e serviços em Portugal 194

5.1.2.1 Os actores emergentes – leitura de alguns sinais da situação actual 220

5.2.3.1 Potencial de dinamização das actividades – Mapeamento da situação actual


2005 227

5.2.3.2 Potencial de dinamização das actividades – Hipótese de mapeamento no


médio prazo 2007-2013 228

5.2.3.3 Potencial de dinamização das actividades – Hipótese de mapeamento no


longo prazo 2013-2020 229

IX
MAPAS

2.1.1.1 As eco-actividades na região Ile-de-France 15

2.3.3.1 Distribuição mundial da capacidade eólica (MW) produzida pela Dinamarca,


em 2003 63
2.4.2.1 Clusters de empresas de células de combustível 76

2.4.3.1 Clusters tecnológicos no Canadá 89

3.2.1 Localização regional do sector “ambiente” 102

CAIXAS

2.1.3.1 NASKEO 32
2.4.1.1 Células de combustível 71

4.1.2.1 Plano de acção sobre tecnologias ambientais da União Europeia (ETAP –


Environmental Technologies Action Plan) 114

4.1.2.2 Acordos de implementação de tecnologias energéticas da AIE (IEA


Implementing Agreements) 116

4.1.2.3 7º Programa quadro de I&D (7º PQ) 118

4.1.2.4 O Programa de Competitividade e Inovação (CIP) 118

4.1.3.1 Política integrada de produtos (PIP) 119

4.1.3.2 Livro verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, competitiva
e segura 120

4.1.3.3 Inquérito piloto às tendências de investimento em I&D das empresas -


2005 122

4.1.3.4 Plano de Acção (2007-2009) para a Política Energética Europeia (EPE) 123

4.2.1.1 Comércio de emissões – O Plano nacional de atribuição de emissões 2005-


2007 – PNALE I 128

4.2.1.2 Comércio de emissões – O Plano nacional de atribuição de emissões 2008-


2012 – PNALE II 128

4.2.1.3 Plano nacional de alterações climáticas (PNAC) - 2006 129

4.2.1.4 Mecanismos flexíveis previstos no Protocolo de Quioto 130

4.2.1.5 Prevenção e controlo integrados da poluição – Directiva PCIP 132

4.2.1.6 Directiva Tectos – Valores-limite de emissões poluentes que provocam


acidificação, eutrofização e formação de ozono troposférico 133

4.2.2.1 Directiva REACH 139

4.2.2.2 SusChem – European Technology Platform for Sustainable Chemistry 139

4.2.2.3 Responsible Care® 139

4.2.3.1 E se algumas potencialidades nacionais vierem a dar frutos, na área das


energias renováveis? 145

4.2.3.2 Uma visão de futuro para o uso das energias renováveis 148

4.2.3.3 Uma visão de futuro para o sector das florestas 150

4.2.3.4 Sequestração / Fixação de CO2 151

X
4.2.3.5 E se algumas potencialidades nacionais vierem a dar frutos, nas áreas da
pesquisa e exploração de petróleo e da I&D marinha? 152

4.2.3.6 Uma visão de futuro para os mares e oceanos 153

4.2.4.1 Livro verde sobre a Eficiência energética – Consumo eficiente de energia


nos edifícios 159

4.2.4.2 Legislação nacional relativa ao consumo eficiente de energia nos edifícios 160

4.2.4.3 Tecnologias ambientais no sector da construção 161

4.2.4.4 Uma visão de futuro para o uso da água 161

4.2.4.5 Dinamização de clusters tecnológicos de resíduos 162

4.2.5.1 Tecnologias ambientais nas actividades transversais do conhecimento 167

4.2.6.1 Livro verde sobre a eficiência energética – Consumo eficiente de energia


nos transportes 171

4.2.6.2 Uma visão de futuro para a mobilidade rodoviária 172

4.2.6.3 E se algumas potencialidades nacionais vierem a dar frutos, nas áreas


ligadas à mobilidade? 174

4.2.7.1 Linhas orientadoras do Plano estratégico nacional do turismo (PENT 2006-


2015) 179

4.2.8.1 E se algumas potencialidades nacionais vierem a dar frutos nas áreas


ligadas à saúde? 183

4.2.9.1 Proposta de Directiva de protecção dos solos 186

4.2.9.2 Melhores tecnologias disponíveis para a gestão dos solos 187

4.2.10.1 Tecnologias emergentes para os têxteis 191

XI
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente estudo foi desenvolvido na sequência de um pedido do Senhor Ministro do


Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional ao
Departamento de Prospectiva e Planeamento, tendo por objectivos fundamentais a
compreensão do papel que as políticas ambientais podem ter e têm na dinâmica de
produtividade, competitividade e inovação das economias, e a avaliação da possibilidade
de criar e dinamizar clusters de eco-indústrias e serviços, em Portugal.

Algumas correntes de pensamento 1 mais recentes relativas aos efeitos da política


ambiental na mudança tecnológica/competitividade da economia e das empresas
apontam para a conciliação entre crescimento económico e benefícios ambientais. As
políticas ambientais não são necessariamente antagónicas do crescimento e da
competitividade da economia, podem antes constituir grandes oportunidades de alteração
do padrão de especialização produtiva, se aliadas a uma visão de desenvolvimento
industrial e de serviços dirigida a actividades de maior valor acrescentado, com
preocupações de sustentabilidade, que requerem inovações ao nível do processo, do
produto e da organização, tendentes a uma desmaterialização da economia.

Numa fase crucial de ajustamento estrutural da economia portuguesa torna-se


imperativo/decisivo fomentar o desenvolvimento de políticas duplamente ganhadoras,
tanto em termos económicos como ambientais, constituindo a aposta em políticas
promotoras do desenvolvimento de clusters uma das vias de aceleração desse processo.

Os exemplos internacionais analisados evidenciam os benefícios do desenvolvimento de


clusters de eco-actividades em determinadas regiões, os quais mediante o
desenvolvimento de know-how em toda a cadeia de valor e da articulação em redes de
proximidade, permitem simultaneamente ganhos de eficiência na utilização de recursos e
um desenvolvimento industrial sustentável, ganhos de conhecimento e inovação e
vantagens competitivas capazes de gerar receitas externas. São disso exemplo os casos
da gestão e tratamento de águas em França, da energia eólica e dos eco-parques na
Dinamarca, da construção inteligente e da mobilidade sustentável na Suécia, e das
células de combustível no Canadá. Os exemplos referidos permitiram igualmente

1
Veja-se, nomeadamente, Porter e Van der Linde, 1995 e COMMISSION STAFF WORKING DOC “The effects
of environmental policy on European business and its competitiveness – a framework for analysis” –
Document SEC(2004) 769, 10 de Junho 2004

XIII
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

identificar algumas das condições promotoras da emergência e do desenvolvimento de


clusters em determinadas localizações:

dependência do exterior em termos energéticos, e reduzido potencial de


combustíveis fósseis;

grande sensibilidade da sociedade para as questões ambientais, frequentemente


adquirida através de estratégias ou medidas de sensibilização das colectividades;

legislação regional, nacional e europeia favorável ao ambiente;

vinculação a acordos internacionais, de que Quioto constitui um exemplo;

presença de grandes actores mundiais, que operam em diversos segmentos das


eco-actividades, com forte poder de aglutinar à sua volta um denso tecido de
pequenas e médias empresas que operam, designadamente, em nichos
tecnológicos específicos. Estas empresas, de dimensão internacional, dispõem,
geralmente, de fortes equipas de investigação, que desenvolvem programas de
investigação autónomos nos seus próprios laboratórios;

existência de pólos públicos e privados de investigação e inovação geradores de


sinergias entre si;

presença de empresas dinâmicas, com forte aptidão para a inovação;

articulação da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte e


de interface, capazes de gerar e disseminar estímulos para o desenvolvimento de
clusters;

“pools” de mão-de-obra altamente qualificada e produtiva em diversos domínios,


designadamente, nos de pendor mais tecnológico e inovador;

oferta, por parte das Universidades e Institutos Superiores, de cursos e


especializações na área do ambiente;

administrações públicas locais e regionais mobilizadas e competentes; e por


último;

contexto económico geral favorável ao investimento e à competitividade: dotação


de infraestruturas adequadas e eficientes, mercados de capitais eficientes,
reduzidas barreiras à entrada, etc..

Uma breve análise do sector das eco-indústrias em Portugal, com base nas
nomenclaturas existentes e nas estatísticas disponíveis, revela um sector ainda muito
orientado para o mercado interno e para a satisfação de défices em infra-estruturas
básicas; com uma dinâmica da procura determinada pelo investimento público, sobretudo

XIV
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

da Administração Local; de baixo valor acrescentado; reduzido crescimento da


produtividade; forte dependência tecnológica; e défice comercial em agravamento.
Contudo, o sector apresenta uma dinâmica muito positiva de formação de recursos
humanos especializados e elevada capacidade de absorção de emprego com diferentes
níveis de qualificação.

A necessidade de uma visão mais abrangente das actividades que em Portugal são e/ou
serão mais influenciadas pelas políticas ambientais, conduziu a uma outra análise numa
óptica de identificação de um conjunto de actividades que, no médio-longo prazo,
possam tornar-se geradoras/promotoras de exportações de bens e serviços, aumentando
a competitividade da economia, e, por sua vez, conducente à apresentação de um
possível Cluster de eco-indústrias e serviços em Portugal.

Partindo de uma sistematização das políticas ambientais da União Europeia mais recentes
e das suas repercussões a nível nacional, classificaram-se e agruparam-se as actividades
mais atingidas por essas mesmas políticas em 10 grupos, segundo factores de
intensidade (em recursos energéticos e naturais, tecnologia, conhecimento e
qualificações, trabalho, e escala):

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos;

Grupo 2 – Actividades intensivas em energia e produção de resíduos com


características especiais;

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos;

Grupo 4 – Infra-estruturas básicas de ambiente, actividades transversais e


serviços associados;

Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e


conhecimento-intenivas;

Grupo 6 – Mobilidade;

Grupo 7 – Eco-turismo;

Grupo 8 – Saúde;

Grupo 9 – Agro-indústrias; e

Grupo 10 – Moda.

A caracterização geral em termos de dimensão económica, social, ambiental, de mercado


externo e de inovação; o mapeamento das principais políticas ambientais; a
inventariação dos principais actores; uma breve análise exploratória de algumas
tecnologias energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes; e a
identificação de algumas potencialidades de desenvolvimento futuro, para cada grupo de
actividades, conduziu à apresentação de possível(eis) Cluster(s) de Eco-indústrias e
serviços em Portugal, abrangendo um vasto leque de actividades (Figura I):

XV
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA I – UMA PROPOSTA DE CLUSTER DE ECO-INDÚSTRIAS E SERVIÇOS EM PORTUGAL


Efeito de arrastamento

/ Consumo Ecológico
Biomedicina
em actividades de

Multimédia Farmacêuticas
consumo final

Consumo Final
Actividades de
Turismo
/Conteúdos Alimentação Agricultura
Biotecnologia e Bebidas Biológica
Desporto
Agro-
Pecuária
Automóvel

Material Têxteis
Técnicos
Aeronáutica Circulante Moda

Logística Serviços
de Engenharia
E Arquitectura
I&D Robótica e
Ensaios e Automação
Análises Técnicas
Electrónica

Actividades Transversais
Efeito de arrastamento mais directo em

de Apoio
actividades de apoio

Reciclagem
Reutilização Edifícios
Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento
e Gestão
de Resíduos

Construção

Metalo-electro- Imobiliárias
mecânicas

Eólicas Fotovoltaica

Biomassa
Ondas e
Marés
Células de
Combustível
/ Processos de Produção Ecológicos

B io lo g ia
M a r in h a
I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g ia
Indústrias de Produtos

De M a r in h a
de Base e Intermédios

Da
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é t ic a

Químicas S e q u e sta çã o F lo r e s t a
Except. De
CO2
Farmacêu.
Plásticos
e
Borracha
Core

Refinarias
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel
Cogeradores

Vidro
Cimentos
Aço

Cerâmicas

XVI
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As actividades pertencentes aos Grupos 1, 2 e 3 representam as actividades


produtivas mais consumidoras de recursos e produtoras de efluentes prejudiciais
ao ambiente. Sobre elas incidem as maiores responsabilidades ambientais e, por isso,
também as maiores exigências. Os mercados altamente concorrenciais onde actuam e o
“estado-da-arte” do desenvolvimento tecnológico constituem, no entanto, fortes
estímulos para o progresso em direcção a processos de produção ecológicos, à adopção
das melhores tecnologias disponíveis e ao desenvolvimento de projectos inovadores. Este
conjunto alargado de actividades pode ser considerado o Core do Cluster.

Um segundo conjunto de actividades, pertencente aos Grupos 4 e 5, é constituído


por actividades transversais de apoio, desde as infra-estruturas básicas de
ambiente e construção mais sustentável de edifícios, às actividades produtivas
de elevada intensidade tecnológica, essenciais ao desenvolvimento de
automatismos e robótica e serviços conhecimento- intensivos. As exigências
ambientais do “core do Cluster”, bem como das actividades de consumo final, podem
constituir um motor importante para a dinamização deste conjunto de actividades, com
peso económico e social significativo no país. Trata-se, no entanto, de actividades que,
simultaneamente, terão que adaptar-se, melhorar competências e evoluir na criação de
valor, para dar respostas adequadas às novas exigências. Podem ser consideradas
actividades que sofrem efeitos de arrastamento mais directo das outras
actividades do Cluster.

Por último, um terceiro conjunto de actividades, dos Grupos 6 a 10, que engloba
actividades de consumo final. As pressões ambientais, socio-culturais e de
concorrência internacional que incidem sobre este conjunto de actividades, constituem,
igualmente, fortes estímulos para consumos mais ecológicos que exigem, por sua vez,
processos de produção mais eco-eficientes, provocando assim efeitos de arrastamento. O
Grupo 6-Mobilidade, com consumos de energia final muito significativos e com tendência
de crescimento nos últimos anos, destaca-se deste conjunto.

O desenvolvimento dos vários grupos de actividades far-se-á necessariamente de forma


diferenciada, já que partem de plataformas distintas em termos de preocupações
ambientais e energéticas, de dinâmicas económicas, sociais, de produtividade, de
mercado externo e de inovação, do panorama dos actores emergentes e, finalmente, dos
desafios e das oportunidades. Daí que a hipótese mais viável, a curto prazo, seja a de
optar pelo desenvolvimento gradual de vários grupos de actividades em clusters
“parciais” que, a prazo mais dilatado, tendam para uma forte articulação entre eles,
proporcionando a constituição do cluster global:

Os grupos de actividades foram organizados em função das suas potencialidades de


dinamização da economia e de produção de efeitos, numa perspectiva de horizonte
temporal, e de actuação dos actores emergentes. Assim:

XVII
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A) Grupos de actividades a dinamizar numa óptica de redução dos efeitos


negativos no ambiente, aumento da inovação e melhoria da competitividade
(análise top-down a partir da caracterização em termos de dimensão económica, social,
ambiental, de mercado externo e de inovação):

actividades mais dinâmicas no presente:

1) actividades que, nos últimos 10 anos, apresentaram comportamentos dinâmicos


na economia, no mercado externo e na inovação, contribuindo para a alteração da
estrutura produtiva nacional entretanto ocorrida: “Actividades transversais
conhecimento-intensivas” e “Mobilidade”;

2) actividades que contribuíram fortemente para um menor desequilíbrio da


balança de bens e serviços e evidenciaram um comportamento dinâmico na
economia e no mercado externo nos últimos 10 anos: “(Eco) Turismo”; e ainda

3) actividades mais dinâmicas em termos de esforço de redução dos consumos de


energia e das emissões poluentes, incluindo-se, neste grupo, actividades com
grande dinâmica no mercado externo e na inovação: “Actividades intensivas
em energia e outros recursos”.

actividades com potencialidades no médio prazo:

1) actividades, com pouco peso económico na estrutura produtiva nacional, mas


que englobam actividades de maior valor acrescentado e conhecimento-intensivas,
e que apresentaram, nos últimos 10 anos, ganhos em termos de mercado externo
e de aumentos substanciais de inovação: “Actividades Intensivas em Energia e
Geração de Resíduos com características especiais” e “Saúde”;

2) actividades, mais tradicionais, com um peso significativo no VAB, emprego e


exportações, mas em forte declínio, tendo apresentado, no entanto, nos últimos
10 anos, taxas elevadas de crescimento de recursos humanos em I&D e aumentos
significativos das despesas em I&D, em percentagem do VAB, e demonstrando
alguma tendência de evolução na cadeia de valor: “Moda” e “Agro-indústrias”;
e ainda

3) actividades cujo desenvolvimento se revela crucial atendendo à produção,


consumo de energia e emissões associadas e, potencialidades quer em termos de
recursos naturais existentes no país, quer em termos de eficiência energética, não
obstante o pouco peso no mercado externo, mas com peso significativo na
economia e no emprego e, determinantes da melhoria dos padrões de produção e
consumo de energia e outros recursos: “Actividades ligadas à utilização de
recursos primários energéticos e não-energéticos” e “Infra-estruturas
Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e Serviços
Associados”.

XVIII
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

B) Grupos de actividades a dinamizar (análise bottom-up a partir dos actores


emergentes):

actividades com actores emergentes com capacidade de “Ganhos de


dimensão, potenciando a inovação”: “Actividades transversais conhecimento-
intensivas”, “Saúde”, “Actividades intensivas em energia e outros recursos”,
“Actividades Intensivas em Energia e Geração de Resíduos com características
especiais”, “Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e
não-energéticos”, e “Mobilidade”;

actividades com actores emergentes com capacidade de “Ganhos de


dimensão, com pouca inovação” ou menores preocupações de inovação e
ambiente: “Moda” e “Agro-indústrias”;

actividades com actores emergentes com sinais ténues de actuação em rede


e preocupações de inovação e de ambiente, com alguma “Estagnação” :
“Infra-estruturas Básicas de Ambiente; Actividades Industriais Transversais e
Serviços Associados”, e “(Eco) Turismo”.

C) Grupos de actividades duplamente ganhadoras em termos económicos e


ambientais, ou seja “win-win”, onde o grande desafio residirá em potenciar a
dinamização das exportações, da inovação e da competitividade da economia em
conjugação com as preocupações de protecção do ambiente e de desmaterialização da
economia:

encontram-se nessa situação as actividades que, no curto prazo, têm uma


“posição” “win-win” ou que apresentam potencialidades de deslocação
para essa “posição” no médio e longo prazos (ver Figuras II, III e IV); têm,
ou indiciam a possibilidade de vir a desenvolver actividades concorrenciais no
mercado externo, tendentes a uma subida na cadeia de valor; e que possam,
concomitantemente, contribuir para uma menor intensidade energética e
carbónica da economia. Note-se que a colocação dos grupos de actividades no
quadrante “win-win”, não significa que todo o conjunto possa ser duplamente
ganhador, pretendo-se apenas indicar a existência de fortes potencialidades, com
algum significado económico, designadamente nalguns nichos de mercado;

incluem-se também actividades onde o mapeamento dos actores mostra desde já


a existência de algumas condições, que à semelhança dos exemplos
internacionais podem justificar o desenvolvimento de clusters de eco-
actividades: empresas de dimensão internacional com poder de gerar à sua volta
um denso tecido de PMEs que operem, designadamente, em nichos tecnológicos
específicos; existência de pólos de investigação e inovação que gerem sinergias
entre si; presença de empresas dinâmicas com forte aptidão para a inovação;
articulação da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte e
de interface que aparenta ser capaz de gerar e disseminar estímulos para o

XIX
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

desenvolvimento de clusters; existência de recursos humanos altamente


qualificados e produtivos em diversos domínios, designadamente em áreas mais
tecnológicas e inovadoras, e oferta de formação de qualidade pelas Universidades
e Institutos Superiores.

FIGURA II – POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES – MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO ACTUAL 2005

Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia

Win –Loose Químicas


Win –Win
Amb -Econ Except.
Farmacêu.
Serviços Econ-Amb
Plásticos de Engenharia
e E Arquitectura
Borracha I&D Robótica e
Biomedicina Ensaios e Automação
Farmacêuticas
Análises Técnicas
Electrónica
Biotecnologia
Eólicas Fotovoltaica
Refinarias
Biomassa
Ondas e Centrais
Marés
Células de
Termoeléctricas Pasta e papel
Combustível Cogeradores

Vidro
B io l o g i a Cimentos
M a r in h a
Aço
In d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g i a Automóvel
Da De M a r in h a
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é t ic a Cerâmicas Material
S e q u e s ta ç ã o F lo r e s ta Aeronáutica Circulante
De
CO2

Logística

Baixas Exportações Alimentação Agricultura Potencial de


e Bebidas Biológica
e Inovação e Dinamização das
pequeno contributo Exportações, da
para a Agro- Inovação e da
Pecuária
Competitividade da Reciclagem
Competitividade
Economia Reutilização Edifícios da Economia
Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento Multimédia
e Gestão Turismo
/Conteúdos
de Resíduos

Desporto

Construção
Têxteis
Técnicos
Metalo-electro- Imobiliárias Moda
mecânicas

Win –Loose
Loose –Loose Baixas preocupações de
Econ-Amb
Amb -Econ protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia

XX
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA III – POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES - HIPÓTESE DE MAPEAMENTO NO


MÉDIO PRAZO 2007-2013

Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia
Win –Loose
Win –Win
Amb -Econ Serviços
Eólicas Fotovoltaica
de Engenharia
E Arquitectura
Econ-Amb
I&D Robótica e
Biomassa
Ondas e
Ensaios e Automação
Marés
Células de Análises Técnicas
Combustível
Electrónica

B io lo g i a
M a r in h a
Ind ús stt ri a s E x t ra c ç
çãão G e o lo g ia
Da De M a rinh a
M a d e ira e M a te r ia is E x p lo r a ç ã o
C o rt iç
içaa E ne rg é tic a

S e q u e st
staç ão F lo re s ta Automóvel
De
CO 2 Biomedicina
Farmacêuticas Material
Aeronáutica Circulante
Biotecnologia
Refinarias Logística
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel
Cogeradores

Vidro
Cimentos
Aço

Cerâmicas

Químicas
Except.
Farmacêu.
Reciclagem
Reutilização Edifícios Plásticos
Tratamento Valorização Inteligentes e
de Água Borracha
Tratamento
e Gestão
de Resíduos Multimédia
Turismo
/Conteúdos
Têxteis
Alimentação Agricultura
Construção Técnicos Desporto
e Bebidas Biológica Moda
Baixas Exportações Potencial de
e Inovação e Metalo-electro- Imobiliárias Agro- Dinamização das
pequeno contributo mecânicas Pecuária Exportações, da
para a Inovação e da
Competitividade da Competitividade
Economia da Economia

Win –Loose
Loose –Loose
Econ-Amb
Amb -Econ
Baixas preocupações de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia

FIGURA IV - POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES - HIPÓTESE DE MAPEAMENTO NO


LONGO PRAZO 2013-2020
Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da Economia

Win –Loose
Win –Win
Amb -Econ Serviços
de Engenharia
Econ-Amb
Eólicas Fotovoltaica
E Arquitectura
I&D Robótica e
Biomassa
Ondas e
Ensaios e Automação
Marés
Células de Análises Técnicas
Combustível
Electrónica

B i o lo g i a
M a rinh a
I n d ú s t ria s E x t ra c ç ã o G e o lo g i a
Da De M a rinh a
M a d e ira e M a t e ria is E x p lo ra ç ã o
C o rt iç a E n e r g é t ic a
Automóvel
S e q u e sta ç ã o F lo re s t a
De
CO 2 Material
Refinarias Aeronáutica Circulante
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel Logística
Cogeradores
Biomedicina
Farmacêuticas
Vidro
Cimentos
Aço Biotecnologia

Cerâmicas

Químicas
Except.
Farmacêu.
Reciclagem
Reutilização Edifícios Plásticos Multimédia
Turismo
Tratamento Valorização Inteligentes e /Conteúdos
de Água Borracha
Tratamento
e Gestão
de Resíduos Desporto

Construção
Têxteis
Alimentação Agricultura Técnicos
Imobiliárias Moda
Metalo-electro- e Bebidas Biológica
mecânicas
Agro-
Pecuária

Baixas Exportações Potencial de


e Inovação e Dinamização das
pequeno contributo Exportações, da
para a Inovação e da
Competitividade da Competitividade
Economia da Economia

Loose –Loose Baixas preocupações de Win –Loose


protecção do Ambiente e
Amb -Econ desmaterialização da Econ-Amb
Economia

XXI
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Não obstante os sinais existentes sejam favoráveis, muito há ainda a fazer para que se
venham a produzir, no futuro, efeitos multiplicadores dos actuais exemplos.

Algumas das condições que presidiram ao desenvolvimento de clusters de eco-


actividades e energias renováveis noutros países, são ainda incipientes em Portugal,
apontando para a necessidade de actuação em áreas, como: a das Administrações
Públicas Locais, em geral, pouco mobilizadas e com fracas competências; a do contexto
económico geral, pouco favorável ao investimento e à competitividade, (requerendo
melhorias na dotação em infra-estruturas adequadas e eficientes, mercado de capitais
eficiente, eliminação de barreiras à entrada e de custos de contexto, etc);a da
sensibilização da sociedade para as questões ambientais; e a da cultura de cooperação e
articulação em redes.

As debilidades apontadas aliadas a algumas deficiências estruturais como sejam a


insuficiência de recursos humanos com qualificações técnicas médias e, com capacidade
de liderança e gestão empresarial, constituem sérios obstáculos à dinamização de
clusters de eco-indústrias e serviços.

Identificou-se um leque alargado de desafios e de possíveis oportunidades para a


dinamização em Portugal das principais actividades englobadas nos grupos analisados. A
sistematização efectuada pretende apenas ser um ponto de partida para uma reflexão
mais ampla, já que a efectiva implementação de clusters de eco-eficiência em Portugal
passará pela:

selecção de algumas hipóteses que possam desenvolver-se a um nível territorial e


sectorial mais desagregados e por uma análise/reflexão mais detalhada das
mesmas; e pelo

envolvimento dos actores no processo de reflexão/decisão, fomentando em


simultâneo o desenvolvimento de redes de cooperação.

Tal poderá contribuir para um desenvolvimento equilibrado do(s) território(s), o aumento


da consciência social e ambiental dos actores envolvidos e dos cidadãos em geral e para
o acréscimo de visibilidade de casos de sucesso promovendo, deste modo, um efeito
multiplicador.

XXII
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ENQUADRAMENTO

O presente estudo resulta de uma solicitação do Senhor Ministro do Ambiente, do


Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, feita ao Departamento de
Prospectiva e Planeamento, com os seguintes objectivos fundamentais:

Compreensão do papel que as políticas ambientais podem ter e têm na dinâmica


de produtividade, competitividade e inovação das economias; e

avaliação da possibilidade de criar e dinamizar clusters de eco-indústrias e


serviços, em Portugal.

A principal questão que se coloca hoje aos decisores políticos nacionais, em matéria de
sustentabilidade ambiental, é a sua interacção com a sustentabilidade económica. A
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável confronta-se, no actual contexto
internacional e europeu, com condicionantes de natureza exógena que assumem um
papel preponderante como factores de influência sobre as políticas públicas.

A economia e a sociedade portuguesas vão enfrentar nos próximos anos, uma fase de
ajustamento significativo nas suas estruturas produtiva e empresarial, bem como nas
formas de actuação do Estado, constituindo, o aumento da competitividade, o seu desafio
central. O inevitável ajustamento apresenta-se complexo, mas ao mesmo tempo
desafiador, atendendo às novas condições de concorrência, quer no mercado
internacional quer interno; a um quadro de actuação, em termos de política económica,
muito limitado; e às estratégias de muitos dos actores nacionais que se têm orientado
para negócios com reduzido impacto de geração de receitas externas.

Aliado a este desafio, suficientemente exigente do ponto de vista económico, as questões


ambientais sobem para um novo patamar, particularmente no âmbito do combate às
alterações climáticas, a que se vem juntar todo um quadro regulamentar que, gradual e
persistentemente vai sendo implementado ao nível da União Europeia.

Analisando a evolução das últimas décadas, verifica-se que Portugal tem vindo a
experimentar, desde a sua adesão à Comunidade Económica Europeia em 1986, uma
profunda transformação associada às políticas ambientais, que resultou da aplicação de
um rigoroso conjunto de exigências regulamentares, e incidindo sobre aspectos tão
variados como, conservação da natureza e biodiversidade, gestão dos recursos hídricos,
redução e tratamento dos efluentes de processos industriais e urbanos, qualidade do ar,
tratamento dos resíduos sólidos, redução das emissões de gases com efeito de estufa,
etc.

Contudo, esta dinâmica induzida directamente pelas maiores exigências regulamentares


na área do ambiente, tem apresentado três características que limitam o seu efeito
multiplicador sobre a economia portuguesa:

1
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

a esmagadora maioria das actividades geradoras de emprego estão orientadas


para o mercado interno, traduzindo-se num tecido empresarial muito extenso e
fragmentado, que focaliza nestes “mercados públicos” o essencial da sua
actividade, sendo poucas as empresas que aproveitam as competências ganhas,
para se lançarem na prestação de serviços no exterior;

a esmagadora maioria dos equipamentos, sistemas e software associados ao


investimento realizado, são importados, reduzindo substancialmente o efeito
multiplicador do investimento;

insuficiente articulação entre estas actividades e a I&D realizada no país, o que


poderia constituir um factor de dinamização.

Debatendo-se Portugal com um grave problema de défice crónico na sua balança


comercial de bens e serviços, cujas perspectivas de agravamento se podem antever se se
tiver em conta o impacto da competição das economias emergentes e em
desenvolvimento, nos sectores industriais tradicionais de exportação do País, surge, com
grande importância, a necessidade de identificar um conjunto de actividades que, no
médio/longo prazos, possam tornar-se geradoras de exportações de bens e serviços,
contribuindo para uma maior competitividade da economia portuguesa.

O trabalho está organizado em diversos Capítulos, elaborados do seguinte modo:

O Capítulo 1, de carácter meramente introdutório, apresenta uma breve abordagem da


evolução das políticas ambientais, sob a óptica dos efeitos que os diferentes tipos de
instrumentos de política (regulamentação ambiental) podem ter na dinamização
tecnológica, enquanto determinantes dos esforços de protecção ambiental e,
simultaneamente, como promotores da competitividade das empresas. É feito também
um breve esboço 1 aos efeitos que as políticas ambientais podem ter na competitividade
internacional.

O Capítulo 2 procura ilustrar, através de exemplos internacionais, a contribuição que as


eco-indústrias podem ter na criação de emprego e na competitividade das economias,
designadamente, enquanto geradoras de exportações e/ou prestadoras globais de
serviços.

O Capítulo 3, atendendo às potencialidades de crescimento que o mercado do


“ambiente” apresenta tanto a nível mundial como nacional, procura fazer uma
caracterização/avaliação do “sector” em Portugal. A breve análise desenvolvida, foi
condicionada pela inadequação/limitação das nomenclaturas existentes para o
conhecimento e caracterização das chamadas eco-indústrias em Portugal, bem como pela
inexistência de estatísticas recentes.

1
Hipótese defendida por Porter e Van der Linde.

2
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O Capítulo 4, tendo em consideração a necessidade de uma visão mais abrangente das


actividades que em Portugal são e/ou serão mais afectadas pelas políticas ambientais,
desenvolve-se numa óptica de identificação de um conjunto de actividades que, no
médio-longo prazo, possam tornar-se geradoras/promotoras de exportações de bens e
serviços, aumentando a competitividade da economia, conducente à identificação e
proposta de um possível Cluster de eco-indústrias e serviços em Portugal.

O Capítulo 5 faz uma proposta de cluster(s) de eco-indústrias e serviços em Portugal, a


partir dos vários grupos de actividades analisados no capítulo 4, agregadas, por
simplificação, em 10 Grupos, consoante as suas características e requisitos em termos
ambientais que, devido às interligações que possuem entre si, e uma vez dinamizadas,
podem produzir efeitos de arrastamento noutras actividades e/ou potenciar o
desenvolvimento de novas actividades.

O Capítulo 6 engloba um conjunto de reflexões finais.

O Anexo A, de índole teórica, faz uma abordagem relativa ao surgimento e integração


das questões ambientais no contexto da teoria económica, com um breve aflorar das
perspectivas clássica e neoclássica quanto à questão do crescimento e dos seus limites,
ditados pela utilização/afectação eficiente/ineficiente dos recursos naturais. São também
referidos alguns dos princípios/conceitos fundamentais da economia do ambiente, assim
como da economia ecológica. Por último, faz-se uma explanação da tese defendida por
Porter relativa à questionável dicotomia entre regulamentação ambiental restritiva e
competitividade das empresas, já esboçada no capítulo 1.

O Anexo B é constituído por um quadro síntese referente a empresas, instituições e


organizações que desenvolvem células de combustível.

O Anexo C apresenta uma sistematização dos principais desafios e metas ambientais,


com efeitos na competitividade e na inovação, organizada pelos quatro domínios
prioritários do 6ºPAA 2 . São referidos, a partir de documentos de referência de âmbito
internacional, comunitário e nacional, os indicadores, as metas para a UE e para
Portugal, o horizonte temporal de aplicação, o tipo de meta (obrigatória, indicativa ou de
contexto) e as actividades mais abrangidas.

O Anexo D referente à caracterização e classificação das actividades, sintetiza as


características qualitativas e faz uma comparação da classificação das actividades
consoante a nova política industrial da União Europeia, por tipologia de produtos no
comércio internacional, segundo as metodologias da UNCTAD e da OCDE. As actividades
dos 10 Grupos são retractadas de forma quantitativa, nas suas dimensões económica,
social, de mercado externo, ambiental e de I&D.

2
Programa de Acção Comunitária em Matéria de Ambiente.

3
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O Anexo E apresenta uma sistematização das políticas ambientais, a nível comunitário e


nacional, com maior incidência no conjunto de actividades analisadas, agrupadas pelas
suas características em termos de produção e consumo de materiais, importância
económica e social, intensidade tecnológica e capacidade de inovação, e dimensão do
mercado externo.

O Anexo F apresenta um mapeamento dos principais actores dos diferentes grupos,


tentando identificar alguns actores chave, nas diversas áreas de intervenção: agentes
económicos, agentes do conhecimento, infra-estruturas tecnológicas, entidades
reguladoras e sociedade civil.

O Anexo G apresenta uma síntese das sessões do workshop “Ambiente, Inovação e


Competitividade da Economia”, realizado a 14 de Dezembro de 2005, no Centro Cultural
de Belém, que teve por objectivo o envolvimento do sector empresarial, de organismos
públicos com responsabilidade, directa ou indirecta, na área do ambiente, de instituições
públicas na área da ciência e tecnologia, e de universidades, numa reflexão conjunta
sobre os obstáculos e opções para a eventual criação de cluster(s) de eco-indústrias e
serviços em Portugal, que contribua para uma maior competitividade da economia
portuguesa.

O trabalho inclui também, um Glossário de Termos Técnicos nas áreas: da economia


do ambiente, da avaliação económica das externalidades ambientais, da energia e
recursos, e da poluição, poluentes e resíduos.

4
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1. EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS E IMPACTO DAS QUESTÕES


AMBIENTAIS NA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL – BREVE ABORDAGEM

1.1. A EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS 3

Acompanhar a evolução das políticas/preocupações ambientais tanto à escala


internacional como europeia prende-se com a evolução da relação existente entre
crescimento económico e ambiente, e cujos estádios de maturação estão, ‘grosso modo’,
associados aos diferentes tipos de instrumentos de política predominantemente utilizados
para a sua implementação.

Uma das perspectivas da análise da evolução da política de ambiente prende-se com os


efeitos que os instrumentos de política utilizados para sua implementação podem ter
nomeadamente na mudança tecnológica/na competitividade das empresas. De uma
forma sucinta podem-se considerar três grandes categorias de instrumentos, cuja
utilização não tem sido mutuamente exclusiva: os instrumentos de comando e controlo,
os instrumentos económicos e fiscais ou de mercado, e os instrumentos de
informação/actuação voluntária.

Os instrumentos de comando e controlo correspondem à primeira geração de


instrumentos, que acompanhou a fase inicial de desenvolvimento da política de ambiente
em vários países, sendo ainda hoje a categoria de instrumentos mais utilizada. (Antunes,
P., 1999).

Os instrumentos de comando e controlo 4 são instrumentos de tipo normativo que visam


essencialmente atingir objectivos de eficácia ambiental 5 , e que se caracterizam por
serem ineficientes do ponto de vista dinâmico, atendendo ao diminuto incentivo à
inovação e ao desenvolvimento tecnológico. As autoridades ambientais definem as metas
a alcançar e as tecnologias a utilizar. São instrumentos característicos da década de
setenta associada a uma visão estática do crescimento económico. É a chamada corrente
de pensamento “neomalthusiano” que caracterizou o movimento do “Clube de Roma”
com o lançamento do livro “Limites ao Crescimento”.

Todavia, segundo Porter e Van der Linde 6 , a utilização de instrumentos de comando e


controlo pode revelar-se eficaz em situações que exijam uma actuação imediata como
seja, designadamente, em situações de poluição extremamente perigosa, pela imposição

3
Sistematização feita, fundamentalmente, com base em Antunes, P. et al (2002).
4
Instrumentos de regulação directa: normas, quotas, proibições,...
5
“A eficácia está relacionada com o impacto e desempenho ambiental de um instrumento, i.e., em que medida
o instrumento contribui para o cumprimento dos objectivos de política ou para a redução de emissões”,
Antunes, P. et al (2002).
6
In: Porter e Van der Linde, 1995.

5
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de uma tecnologia específica. No entanto, segundo os autores, este tipo de abordagem


deve ser sempre encarada como um último recurso.

Os instrumentos económicos e fiscais ou de mercado, caracterizam-se por actuarem


como sinais de mercado. Os sinais são dados na forma de alterações dos preços relativos,
isto é, da relação entre preços de bens e serviços que originam diferentes impactos
ambientais no seu ciclo de vida, e na forma de transferências financeiras, nomeadamente
às empresas e consumidores para estes reduzirem o dano ambiental (Antunes, P. ,
2002). Entre as vantagens associadas a este tipo de instrumentos salientam-se a
eficiência económica, o incentivo à inovação tecnológica, o potencial de geração de
receitas, a flexibilidade, o duplo dividendo 7 e a fácil integração com outras políticas
sectoriais.

Por último, refiram-se os instrumentos de informação e actuação voluntária, que


constituem a chamada terceira geração de instrumentos de política de ambiente.
Entende-se por informação a cadeia de identificação, recolha, processamento, gestão e
disseminação de dados em formas que permitam aos consumidores, produtores e
autoridades públicas melhorar a qualidade das suas decisões. (Antunes, P. et al 2002).
Este tipo de instrumentos 8 tem vindo a ser considerado uma alternativa às abordagens
económicas tradicionais e provavelmente com melhores resultados enquanto factor de
coacção/estímulo da competitividade. Todavia, segundo um estudo realizado pela OCDE 9 ,
“a sua eficácia é, em muitas situações, susceptível de ser provada e sua eficiência
económica é fraca”.

Refira-se ainda, que, dentro de cada categoria existe uma multiplicidade de instrumentos
possíveis a “explorar”/estudar pelos decisores ambientais para modificar o
comportamento dos agentes, estando a sua escolha dependente das especificidades do
problema ambiental em análise, do contexto socio-económico e dos objectivos que se
pretendem privilegiar com a política (eficácia ambiental, eficiência económica,
equidade,...).

Não obstante, numa perspectiva económica, os instrumentos de mercado tenham uma


maior “aceitação” pelas vantagens que apresentam em termos de cumprimento de
objectivos de eficiência estática 10 e dinâmica 11 , tem vindo a ser cada vez mais

7
As taxas ambientais, quando numa lógica de reforma fiscal, permitem em algumas situações, alcançar uma
melhoria da qualidade ambiental concomitante com a melhoria do emprego. Antunes, P. et al (2002).
8
acordos negociados com a indústria, ou programas públicos nos quais as empresas participam de um forma
voluntária.
9
OCDE, « Les approches volontaires dans les politiques de l’ environnement », 2003
10
“A eficiência refere-se à maximização da diferença entre o dano ambiental evitado com a implementação de
um determinado instrumento e os custos de controlo de poluição. Um instrumento tem uma boa relação
custo-eficácia se permite maximizar a melhoria ambiental obtida com um dado orçamento, ou inversamente,
se permite alcançar um determinado nível de melhoria ambiental com custo mínimo”, Antunes, P. et al
(2002).

6
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reconhecida a necessidade de adoptar “pacotes de instrumentos” que permitam atingir


diversos objectivos de forma integrada, contrariamente à implementação de
instrumentos isolados com incentivos de sinal contrário.

Mas, apesar dos instrumentos de comando e controlo corresponderem à primeira geração


de instrumentos que acompanhou a fase inicial de desenvolvimento da política de
ambiente, em que se pretendia principalmente assegurar o cumprimento de objectivos
ambientais, tem-se verificado, a nível europeu, uma utilização mais intensa deste tipo de
instrumentos para a gestão/protecção ambiental, enquanto que se regista, nos Estados
Unidos da América, uma maior tendência para a utilização dos instrumentos de mercado
para a obtenção de melhores níveis de protecção ambiental (Australian APEC Study
Centre, 2003; Antunes, P. et al, 2002).

A “preferência,” quer por parte dos decisores políticos quer dos agentes económicos em
geral, por este tipo de instrumentos relativamente aos instrumentos económicos, prende-
se, de algum modo, com a percepção por parte dos agentes que estes instrumentos
acarretam menores encargos financeiros, dado que apenas têm de suportar os custos de
cumprir as metas estabelecidas, não tendo de pagar por emissões ou danos ambientais
residuais; e por outro, com a ideia que é mais fácil entender as implicações (ambientais e
outras) resultantes da sua aplicação.

Pese embora a posição norte americana relativamente a um do mais graves problemas


ambientais globais como é a questão das alterações climáticas, traduzida
designadamente pela não ratificação do Protocolo de Quioto, as questões ambientais
fazem parte da sua agenda política. Assim, a Agência Governamental para Protecção do
Ambiente (US EPA – United States Environmental Protection Agency) tem vindo a
desenvolver uma política para protecção do ambiente cujos princípios orientadores se
afastam daquela que tem sido a prática mais generalizada a nível europeu. A referida
agência tem vindo a considerar a inovação como um imperativo na forma de
abordagem 12 dos problemas ambientais e como uma parte fundamental da forma de
realizar negócios.

No fundo, a questão essencial que se coloca reside na concepção da regulamentação


ambiental 13 que considere não só os objectivos de protecção do ambiente, mas que
concorra também para o estímulo da inovação tendo presente nomeadamente o papel
que aquela desempenha como determinante da competitividade internacional. Ou seja, a
protecção do ambiente como “fonte “ inspiradora de inovação, leia-se, da competitividade
internacional.

11
“A capacidade de obter soluções eficientes do ponto de vista dinâmico está relacionada com a magnitude do
incentivo à inovação dado pelo instrumento”, Antunes, P. et al (2002).
12
Uma abordagem focalizada nos resultados e não nas tecnologias, promovendo a melhoria contínua, não
“centrada” em nenhuma tecnologia em particular, ou seja, seguindo de certo modo a “metodologia”
defendida por Porter.
13
“É já há muito tempo reconhecido que tipos alternativos de instrumentos de política de ambiente podem ter
efeitos significativamente diferentes no ritmo e no rumo da mudança tecnológica.” (Orr, L., 1976), (in: Jaffe,
A., Newell, R. e Stavins, R., “Environmental Policy and Technological Change”).

7
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1.2. IMPACTO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS NA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL

“A relação entre comércio, ambiente e desenvolvimento é uma interacção imensa e complexa


que varia de país para país, de sector para sector, de empresa para empresa. Tanto existem
oportunidades como ameaças nesta relação para os países, para as comunidades locais e para
as empresas que prosseguem o desenvolvimento económico e a protecção ambiental.
Compreender as relações existentes é um pré-requisito para agarrar as oportunidades, reduzir
as ameaças e por fim ajudar a assegurar que comércio, ambiente e desenvolvimento se
podem ajudar mutuamente”
in: “Environment and Trade. A Handbook”, UNEP

A crescente tomada de consciência da problemática ambiental aliada à progressiva


liberalização das trocas comerciais tem determinado que a protecção do ambiente tenha
ganho magnitude na regulação do comércio internacional. Um dos aspectos importantes
a considerar nesta relação (comércio e ambiente) é a repercussão que as políticas de
ambiente podem ter na competitividade internacional.

A persistente integração da economia mundial tem aumentado a apreensão pelos


potenciais efeitos negativos que a regulamentação ambiental pode exercer na posição
competitiva dos países. Comércio internacional e ambiente estão interligados sob diversa
formas, nomeadamente na medida em que a ocorrência de comércio internacional implica
alterações nos padrões de produção e consumo que por sua vez podem ter impacto no
nível de poluição. A poluição ambiental pode ser também a causa de externalidades
espaciais, por exemplo, quando o consumo e a produção de um país implicam efeitos
secundários não menosprezáveis no nível de poluição noutros países. Por último, a
regulação do comércio internacional, através de instrumentos de política comercial, pode
ser utilizada para fazer cumprir acordos internacionais sobre questões ambientais.

A vasta literatura económica que tem vindo a ser produzida sobre comércio internacional
e ambiente centra-se nos problemas que surgem das relações acima referidas.

Mas, apesar do amplo debate teórico, controverso, e não conclusivo para qualquer das
correntes quanto às virtudes/malefícios do círculo comércio-crescimento-ambiente, um
assunto é incontornável, i.e., a crescente integração das economias e, como tal, a
impossibilidade de omitir a questão do impacto da regulamentação ambiental na
competitividade dos países/sectores à escala global.

A visão convencional do assunto é que a obtenção de melhorias para o ambiente através


de uma política de ambiente restritiva é provável que se traduza em custos económicos e
consequentemente tenha impacto negativo na competitividade das/os
indústrias/sectores. Mas, contra quaisquer custos advindos da regulamentação ambiental
deve ser estabelecido um conjunto de benefícios possíveis, incluindo, nomeadamente, a
redução de custos resultante da diminuição de desperdícios e da gestão dos mesmos,

8
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“first-mover advantages” 14 e estímulo da inovação, que pode dar origem ao


desenvolvimento de novos produtos ou novas oportunidades de negócio. Esta tem sido a
opinião que Porter e Van der Linde têm defendido na sua chamada “hipótese”, ou seja,
que a competitividade económica e a melhoria do ambiente podem e devem ser
complementares, pondo em causa todo um conjunto de pensamento económico sobre o
assunto.

Segundo os autores todo o debate acerca do possível antagonismo entre regulamentação


ambiental e competitividade reside em pressupostos errados, i.e., baseia-se numa visão
estática dessa mesma regulamentação, onde quer a tecnologia, os processos, os
produtos e as próprias necessidades dos consumidores são fixos. Assim como os
determinantes da competitividade internacional 15 estão assentes numa perspectiva
dinâmica, ou seja, na capacidade de inovar.

A dúvida quanto ao papel que a regulamentação ambiental pode desempenhar como


impulsionadora da inovação prende-se com uma visão estática que não é consentânea
com o reconhecimento crescente do papel que a tecnologia e a actividades inovadoras
desempenham como determinantes do crescimento económico. Esta foi a visão estática
que esteve subjacente no então modelo dos “Limites ao Crescimento”, cuja fragilidade se
deve ao facto de não ter considerado as potencialidades da tecnologia e da inovação na
utilização dos recursos naturais.

Segundo Porter 16 , normas ambientais exigentes podem criar condições propícias a que as
empresas que investem em tecnologias mais limpas e eficientes possam igualmente
melhorar a sua posição competitiva. Mas, o argumento 17 de “early mover advantage” só
“funciona” na medida em que as normas ambientais nacionais se antecipam e são
consistentes com as tendências internacionais de protecção ambiental, e não de “ruptura”
com elas. Ainda, segundo os mesmos autores, a regulamentação ambiental restritiva não
é obrigatoriamente uma panaceia para a inovação e para a competitividade. Ela depende
da forma como é concebida.

Dito de outro modo, na formulação da política de ambiente e escolha dos instrumentos 18


para a sua implementação devem presidir, entre outros, além do critério de eficácia
ambiental, critérios de eficiência económica dinâmica, ou seja, de estímulo à inovação,
no sentido de promover a procura contínua de soluções inovadoras (novas tecnologias,

14
“first-mover advantage” refere-se à vantagem obtida pela primeira empresa que entra o mercado com um
novo produto, e à possibilidade de utilização do lucro adicional obtido para o desenvolvimento de inovações
ulteriores
15
“As novas teorias tecnológicas de comércio internacional procuram realçar a tecnologia como a variável
crucial que explica os fluxos de comércio em oposição às teorias de vantagem comparativa que reforçavam
a dotação estática em factores.”, Soete, L.: “Technical Change Theory and International Trade Competition”.
16
Porter, M., “America’s Green Strategy”, Scientific American, April 1991.
17
Porter e Van der Linde, 1995.
18
O incentivo dado por um instrumento aos agentes económicos para encontrarem formas inovadoras de
reduzir os impactos ambientais da sua actividade deve ser considerado um critério essencial na avaliação da
política.

9
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novos processos de produção, novos produtos...) com o intuito de minimizar os impactos


ambientais negativos da actividade económica. Isto é, a regulamentação ambiental deve
focalizar-se nos resultados e não nas tecnologias 19 .

Todavia, para que este “processo” possa ser bem sucedido é necessária a participação
activa de todos os actores, mediante, designadamente, a alteração de comportamento
dos agentes económicos face ao ambiente, no sentido de adoptarem uma atitude pró-
activa que lhes permita antecipar as exigências ambientais do mercado e saber utilizá-las
como uma oportunidade de negócio, ou seja, como um factor de competitividade.

Como já referido, o debate é controverso e as opiniões têm-se dividido quer quanto aos
méritos quer quanto aos malefícios da regulamentação ambiental restritiva e seus efeitos
na competitividade. Segundo alguns 20 não existem ainda provas empíricas suficientes
para defender a hipótese de Porter nem argumentação convincente para a refutar. Aliás,
segundo outro autor citado 21 “não existia uma forte relação universal entre pressões
ambientais e desempenho competitivo, quer ao nível da empresa quer do sector.” E,
ainda, segundo a opinião de outros 22 , de um ponto de vista teórico, esta relação deve ser
preferencialmente analisada a nível sectorial mais do que a nível do país na medida em
que a política de ambiente é geralmente definida a nível sectorial.

Mas, qualquer que seja a argumentação académica que de algum modo sustente a
tomada de decisão política, importa que a solução para os grandes problemas ambientais
globais passe pelo encontrar soluções a nível nacional assentes num novo paradigma 23
cuja tónica seja a produtividade dos recursos, ou a eficiência na utilização dos mesmos, e
não meramente no controlo da poluição como tem sido norma até à actualidade.

19
“A Eco-inovação é melhor servida quando o governo estipula o objectivo, tal como produção de electricidade
com baixo teor em carbono ou embalagens recicláveis, mas deixa que o mercado escolha a melhor
tecnologia para alcançar aqueles resultados”, esta foi, nomeadamente, uma das afirmações feitas por um
dos peritos em ambiente presente no Primeiro Forum ETAP (Environmental Technologies Action Plan),
realizado na Polónia entre 21-22 Novembro 2006.
20
in: Ekins referindo outros autores
21
Jenkins’ review of the literature (1998)
22
Tinbergen Institute Discussion Paper, 2001.
23
Na criação de bases tecnológicas para um desenvolvimento sustentável.

10
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2. A CONSTITUIÇÃO DE CLUSTERS DE ECO INDÚSTRIAS – EXEMPLOS


INTERNACIONAIS E SUAS CONDIÇÕES DE SURGIMENTO E
DESENVOLVIMENTO

Uma das formas de contributo das exigências ambientais para a criação de emprego e
competitividade das economias é através do incentivo que podem fornecer ao
desenvolvimento do que se pode designar como ecoindústrias, nomeadamente, quando
estas são geradoras de exportações e/ou prestadoras globais de serviços.

Por Eco-indústrias entende a OCDE, “o conjunto das actividades que produzem bens ou
serviços que se destinem a medir, prevenir, minimizar ou corrigir danos ambientais em
águas, no ar e nos solos, bem como problemas relacionados com desperdícios, ruído e
ecossistemas”. Esta definição inclui a “obtenção de tecnologias mais limpas, produtos e
serviços que reduzem os riscos ambientais e minimizem a poluição e a utilização de
recursos”.

Por Tecnologias Limpas entende a OCDE, “tecnologias que extraiam e utilizem recursos
naturais, tão eficientemente quanto possível, em todas as fases do seu “ciclo de vida”;
que gerem produtos com menos, ou sem componentes perigosos; que permitam
minimizar as descargas para o ar, a água ou os solos, durante os processos de fabrico ou
de utilização dos produtos; e que originem produtos duradouros que possam ser
recuperados ou reciclados tão intensamente quanto possível; e cujo produto possa ser
obtido com o menor input de energia possível”

A Figura 2.1 ilustra os principais segmentos dentro das eco-indústrias:

11
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FIGURA 2.1 – PRINCIPAIS SEGMENTOS DAS ECO-INDÚSTRIAS

Monitorização
Ambiental
Controlo
&
Poluição Protecção da
Ar Instrumentação
Natureza

Controlo
Ruído

Materiais
Reciclados
Tratamento
Resíduos
GESTÃO DA GESTÃO DE
Sólidos POLUIÇÃO RECURSOS

TECNOLOGIAS Abastecº
Tratamento
Água
Efluentes LIMPAS

Redução
Redução
Poluição
Efluentes
Ar Líquidos
Redução
Resíduos
Sólidos

As eco-indústrias tendem a aglomerar-se em localizações onde estejam fortemente


implantadas grandes empresas de um – ou de vários – dos três tipos de actividades
ilustrados na Figura 2.2:

Os grandes Prestadores de Serviços Ambientais, como as empresas globais que


actuam na área da Água, do Tratamento de Efluentes, da Gestão dos Resíduos,
quer sejam elas próprias centro de grupos empresariais, quer estejam integradas
em grupos cuja base se encontra noutros sectores, como as Obras Públicas e
Gestão de Concessões de Infra-estruturas ou as “Utilities”.

As Indústrias Mecânicas e Eléctricas que fabricam Equipamentos – nomeadamente


para os sectores da Energia e das grandes Indústrias de Processo – e as Indústrias

12
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da Instrumentação, bem como as que estão especializadas na Electrónica


Profissional.

As Indústrias Químicas e de Produção de Materiais, como as Indústrias de Pasta e


Papel.

FIGURA 2.2 – ACTIVIDADES GERADORAS DE CLUSTERS DE ECO-INDÚSTRIAS – EXEMPLOS

FABRICANTES
DE EQUIPAMENTOS
&
INSTRUMENTAÇÃO

FABRICANTES
DE
ELECTRÓNICA
PROFISSIONAL

PRESTADORES
UTILITIES GLOBAIS DE
SERVIÇOS
AMBIENTAIS
INDÚSTRIAS
QUÍMICAS

INDÚSTRIAS
PASTA & PAPEL

2.1. ILE-DE-FRANCE – UMA REGIÃO DE REFERÊNCIA NO DOMÍNIO DAS ECO-


ACTIVIDADES

A aeronáutica/espacial/defesa, imagem, moda, ciências da vida e TIC`s são sectores que,


tradicionalmente, ouvimos mencionar como sectores de referência da região Ile-de-
France. Ao longo dos anos, as eco-actividades foram também elas assumindo uma
pujança crescente, vindo juntar-se aos sectores de referência desta região francesa,
muito à custa da sensibilidade e preocupações crescentes da sociedade local com o meio
que rodeia o cidadão e com a sua qualidade de vida, bem como graças ao impulso dado
pelo reforço da legislação regional, nacional e europeia em matéria ambiental.

13
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A Ile-de-France constitui, actualmente, uma referência internacional no domínio das eco-


actividades, possuindo um vasto leque de competências que concorrem para fazer dela
uma “eco-região” 24 , isto é, um território no qual as actividades relacionadas com o
ambiente (eco-actividades) assumem uma proeminência significativa no sistema
produtivo, num contexto de articulação firme com uma rede de instituições de suporte e
de interface (por exemplo, federações profissionais e associações sectoriais, umas e
outras com um importante papel no apoio à inovação e à experimentação – FNADE,
FEDEREC, ARENA, ADEMA, etc.) capazes de produzir e disseminar os estímulos
necessários para alavancar o conjunto da fileira.

Os “ecoterritórios” vão-se desenhando progressivamente e permitem ao sector ganhar


em capacidade e desempenho, agrupando em simultâneo projectos territoriais
estruturantes e inovadores (Ecopólos, Ecoparques, Ecosites, Agendas 21 locais, Planos de
Ambiente, …), e facilitam a concentração de empresas de nicho. Estas sinergias
impulsionam todas as actividades que integram a fileira. Todas as competências
concorrem, assim, para fazer da Ile-de-France uma verdadeira “eco-região” 25

A nível energético, a Ile-de-France é muito dependente do exterior e tudo indica que


continuará nos próximos anos fortemente dependente de outros territórios. Esta região
francesa produz apenas 1,7 milhões de tonelada equivalente de petróleo (Mtep), cerca de
6 a 7% das suas necessidades energéticas. O perfil do seu consumo energético (de
aproximadamente 25 Mtep) revela o predomínio dos produtos com origem no petróleo
(52%) e a análise dos consumos sugere que a aposta na poupança de energia deve
concentrar-se, prioritariamente, nos sectores residencial-terciário e transportes 26 .

De acordo com estudos efectuados, para diminuir em 75% as emissões de gases com
efeito de estufa, será necessário substituir 12 a 15 Mtep26 de energias fósseis, por fontes
não emissoras de CO2, por um lado, e agir ao nível da poupança de energia, por outro.
Para que tal objectivo seja alcançado será necessário apelar a todas as formas de
energias alternativas (solar, biomassa e geotermia, nomeadamente) nas suas diferentes
dimensões e pôr em prática medidas de sensibilização das colectividades para a
utilização de fontes de energia renováveis e para a redução, ou pelo menos limitação, do
ritmo de expansão da utilização dos combustíveis fósseis. Trata-se, porém, de um
processo demorado que implica a adopção de estratégias cujos objectivos serão
alcançados, sobretudo, a médio e longo prazos.

24
Ver: L’Ile-de-France une «EcoRégion» Pleine D’Energie, Paris Ile-de-France Agence Regional de
Développement (www.paris-region.com).
25
www.paris-region.com/upload/document/D114.pdf
26
Vd: Liaison Ile-de-France Environnement, Mensuel d’information des associations de protection de
lènvironnment en Ile-de-France, Mars 2006, nº 83 www.idfe.org/upload/AVRIL_2006_n_84.1144767070.doc

14
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2.1.1. A “Eco-Região” Ile-de-France – Características e Valências

Em sintonia com a definição da OCDE/Eurostat, entende-se por eco-actividades a


produção de bens e serviços capazes de medir, de prevenir, de limitar ou de corrigir os
impactos ambientais, tais como a poluição da água, do ar, do solo, assim como os
problemas ligados aos resíduos, ao ruído e ao ecossistema 27 .

São muito vastas e diversificadas as eco-actividades que estão a desenvolver-se na


região Ile-de-France, podendo mesmo afirmar-se que todas as actividades da fileira estão
presentes nesta região francesa, embora com diferentes níveis de intensidade. É, aliás,
desta pluralidade de soluções, quase sempre inovadoras, oferecidas pelas empresas da
região (que primam de facto pela introdução constante de novos conteúdos inovadores)
que resulta a sua designação de “eco-região” ou ecoterritório”, a que já se aludiu acima.

Destacam-se os seguintes domínios de eco-actividades com implantação na Ile-de-


France: ar, água, resíduos, solos, ruído e energias renováveis. O mapa abaixo mostra a
distribuição geográfica destas eco-actividades ao longo do território que integra esta
região francesa.

MAPA 2.1.1.1 – AS ECO-ACTIVIDADES NA REGIÃO ILE-DE-FRANCE

Fonte: L’ Ile-de-France une «EcoRégion» Pleine D’Energie, Région Ile-de-France Agence Régional de
Développement http://www.paris-region.com/upload/document/D115.pdf

27
Definição da OCDE/Eurostat.

15
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Em termos de peso na economia regional, as eco-actividades representam uma parcela


importante da economia da região, quer em termos de emprego quer de volume de
negócios (Quadro 2.1.1.1). Estes valores, nomeadamente no que respeita ao indicador de
volume de negócios, atingem já uma dimensão, não despicienda, em termos nacionais e
mesmo europeus.
28
QUADRO 2.1.1.1 - FILEIRA DAS ECO-ACTICIDADES NA ILE-DE-FRANCE - ALGUNS NºS. RELEVANTES

Nº de Laboratórios de
Nº de
investigação
Eco-Actividades Nº Trabalhadores Volume de negócios Estabelecimentos
especializada em
principais
questões “ambientais”

Ar 800 * * 29

Água 8 000 * * 56

Desperdícios 16 500 * * 269

Solos 350 * * 4

Barulho 100 * * 6

Energias renováveis 7 300 * * 61

Fileira 50 000 29 (33% 15 mil milhões de 300 Laboratórios *


euros a nível nacional
dos trabalhadores
(50% do volume de
nacionais da
negócios nacional) e
fileira) 8% do volume do
negócio europeu;
15% a 20% do
volume de negócios
provém das
exportações.

* Ausência de informação
Fonte: L’ Ile–de-France une «Éco-Région» Pleine D’Énergie, Région Ile-de-France, Agence Régionale de
Développement

A presença na região de empresas líderes mundiais como Suez, Air Liquide, Veolia, que
operam em diversos segmentos das eco-actividades, tem-se revelado o verdadeiro motor
desta indústria. Os grandes grupos internacionais contribuem para a divulgação e
comercialização de novos ecoprodutos, e induzem, por arrastamento, o desenvolvimento
de um denso tecido de PME que operam em nichos tecnológicos específicos.

As empresas que se dedicam às eco-actividades estão envolvidas por uma rede de


serviços de apoio, designadamente, centros de investigação e de desenvolvimento, e
instituições de inovação públicas e privadas. Adicionalmente, a região beneficia de um
volume significativo de oferta de mão-de-obra devidamente qualificada em matéria de
“ambiente”. A completar e reforçar esta dinâmica sinergética estão também os gabinetes
de estudos, de auditoria, de engenharia e ecogestão cujas competências são extensas e
de reconhecida qualidade.

28
Valores estimados.
29
Não existe coincidência do valor total com a soma das partes. Admite-se que não se saiba, exactamente, em
que área ou domínio operam alguns dos trabalhadores que estão envolvidos na fileira das ecoactividades.

16
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Formação

A Ile-de-France tem a tradição de possuir pools de mão-de-obra altamente qualificada e


produtiva em diversos domínios, designadamente nos de pendor mais tecnológico e
inovador, devido em parte à apetência dos trabalhadores da região para a investigação e
a criação.

Não é pois de estranhar que a região Ile-de-France apresente também nas áreas
relacionadas com o ambiente uma oferta de recursos humanos bastante diversa em
termos de qualificação e de formação (desde operadores no terreno, passando pelos
técnicos, até aos engenheiros e aos quadros dirigentes) e de enorme qualidade. Esta
situação resulta nomeadamente da pluralidade de disciplinas e especializações
disponíveis nas Universidades, Institutos especializados e outras Escolas. As numerosas
Escolas de engenharia, as Escolas de química, a Escola das Minas, o Conservatório
Nacional das Artes e Ofícios e algumas das Universidades da Região têm, com efeito,
áreas de ensino especializadas no domínio das eco-actividades, sendo que diversos
Institutos Técnicos Superiores estão preparados para formar e qualificar técnicos
especializados no âmbito das energias renováveis.

Paralelamente, os principais grandes grupos (Veolia, …) dispõem internamente de


importantes esquemas de formação contínua que permitem aos empregados um up
grading permanente dos seus conhecimentos técnicos.

Significa, pois, que se encontra um abundante leque de recursos humanos altamente


qualificados para exercer funções ao nível das eco-actividades. Registe-se que a
cooperação entre as entidades regionais e as empresas tem também contribuído para
incentivar o surgimento de novos cursos de formação nas áreas em que se detectam
necessidades específicas.

QUADRO 2.1.1.2 – PRINCIPAIS CENTROS DE FORMAÇÃO, ESCOLAS E UNIVERSIDADES ESPECÍFICAS AO

SECTOR DAS ECO-ACTIVIDADES, 2004

- CFI Centre des Formations Industrielles - Sites Paris


- Ecole des Mines de Paris - ISIGE
- Ecole Nationale de chimie, physique et biologie
- Ecole nationale du génie rural, des eaux et des forêts à Paris
- Ecole Nationale des Ponts et Chaussées (ENPC)
- Faculté des Sciences et Technologie
- Institut de l’Environnement Urbain
- Institut Supérieur de l’Environnement (I.S.E)
- IUP Génie de l'Environnement - Université Paris 7
- Université de Cergy-Pontoise
- Universités de Paris-I, VI, X, INA (Maison de l'archéologie et de l'ethnologie)
- Université Paris VI Pierre et Marie Curie (U.P.M.C)
- Université Paris 7 - UFR GHSS
- Université de Paris-X
- Université de Paris-Sud
Fonte: www.paris-region.com

17
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Investigação & Desenvolvimento e Inovação

A Ile-de-France tem um potencial enorme de investigação científica e tecnológica em


vários domínios. A comunidade de investigadores ascendia, em 2001, a 132 400
efectivos e as despesas efectuadas em I&D representavam quase 3,1% do PIB regional,
ou seja € 13,1 mil milhões. Além disso, a produção científica sob a forma de patentes,
teses, ou publicações científicas é vastíssima.

A forte aposta na inovação tem constituído indubitavelmente um dos principais trunfos


das eco-empresas radicadas na Ile-de-France e nela reside uma das principais razões da
sua competitividade de dimensão internacional.

QUADRO 2.1.1.3 – PRINCIPAIS CENTROS DE INVESTIGAÇÃO E LABORATÓRIOS PRESENTES NA


ILE-DE-FRANCE, 2004

Biorhéologie et hydrodynamique, physico-chimique, Paris


CEMAGREF, Antony
Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM), Paris
Centre National de Recherche Scientifique (CNRS), Gif-sur-Yvette
Centre d’Elaboration et de Mise en forme des Matériaux (CE2M), Gif-sur-Yvette
Centre d’Eudes Techniques et d’Inventions (CETI), Suresnes
Centre de Recherche Claude-Delorme (Air Liquide), Jouy-en-Josas
Centre de Recherche Essais pour Environnement et Déchets (CREED, groupe
Limay
Véolia Environnement),
Centre International de Recherches sur l’Eau et l’Environnement (CIRSEE,
Le Pecq
groupe Suez Environnement),
Commissariat à l’Energie Atomique (CEA), Paris et Saclay
Comité Scientifique et Technique des Industries Climatiques (COSTIC), Saint-Rémy-lès-Chevreuse
EDF : Division & Recherche, Les Renardières
Direction des Etudes et Recherches, Chatou
Ecole des Mines de Paris Paris
Institut Supérieur d’Ingénierie et de Gestion de l’Environnement (ISIGE), Fontainebleau
Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), Versailles
Institut National Agronomique Paris Grignon (INAPG)
INRETS, Arcueil Institut Pierre-Simon Laplace, Paris, Saint-Quentin-en-Yvelines
Laboratoire Central des Ponts & Chaussées (LCPC), Champs-sur-Marne
Laboratoire de Physique des Gaz et des Plasmas (LPGP), Orsay
Laboratoire de météorologie dynamique, Palaiseau
Laboratoire National d’Essais (LNE), Paris et Trappes
Laboratoire de santé publique - environnement (université Paris sud), Châtenay-Malabry
Gaz de France - Direction de la recherche, St-Denis-la-Plaine
Office National d’Etudes et de Recherches Aérospatiales, (ONERA), Châtillon
Recherche en Mécanique des Fluides et Energétique (RMFE), Châtillon

Fonte: www.paris-region.com

Vários grandes grupos privados desenvolvem programas de investigação autónomos nos


seus próprios laboratórios (Ondéo, Veolia, Air Liquide,). Quanto aos pólos de investigação
pública, eles são numerosos e transversais fomentando sinergias entre si: EDF, GDF,

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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CEA, CNRS, Instituto Pierre-Simon Laplace, LNE. A transferência de tecnologia é também


um aspecto sobre o qual se debruçam os investigadores, pois é incontornável para o
desenvolvimento efectivo das eco-actividades.

Em Setembro de 2004, foi criada a Fondaterra (Fondation Européenne pour les Territoires
Durables) que agrega as competências de investigação e de avaliação públicas e
privadas, a fim de tornar visíveis os pólos de excelência da fileira das eco-actividades.

Em suma, a presença na Ile-de-France de grandes empresas de renome internacional


(Vivendi e Suez, designadamente), centros públicos e privados de investigação e de
formação de alto nível e um tecido de PME vigoroso, explica em grande medida a pujança
do sector das eco-actividades. Encontra-se, efectivamente, na região Ile-de-France uma
cadeia completa das empresas do sector e um mercado cujas necessidades estão
directamente ligadas aos 11,5 milhões de habitantes da região.

De seguida iremos abordar aquele que é o domínio mais robusto no conjunto das eco-
actividades desta região: água e resíduos e faremos também uma pequena incursão
pelas energias renováveis, que assumem um peso crescente na economia da região.

2.1.2. Água e Resíduos

A Ile-de-France destaca-se no sector das águas através da presença de grandes


operadores tais como Ondéo (Suez) 30 e Veolia Eau 31 , bem como pela presença na
região de importantes entidades, como é o caso do Syndicat Interdépartemental pour
l’Assainissement de l’Agglomération Parisienne (SIAAP), igualmente envolvidas em
actividades de I&D. Centenas de milhões de habitantes pelo mundo fora usufruem do
know-how e das tecnologias desenvolvidas na Ile-de-France no domínio das águas
(tratamento de água potável, águas residuais, águas industriais).

A implantação das sedes sociais das empresas e dos seus centros de I&D na Ile-de-
France, próximo das filiais especializadas, facilita cooperações técnicas. Além disso,
numerosas PME inovadoras desenvolvem tecnologias novas no segmento da
instrumentação/medida ligadas à água (I&D, despoluição/descontaminação)

Destacam-se como principais empresas francesas a operar no sector das águas, as


seguintes:

Ondéo (Grupo Suez);

Veolia environnement – Générale des Eaux;

Grupo Saur.

30
www.suez-environnement.com
31
www.veoliaeau.com

19
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Ondéo (Grupo Suez)

O Grupo SUEZ desenvolve as suas actividades em dois domínios complementares: a


energia e o ambiente. O fio condutor das suas actividades, desde há 150 anos, consiste
em fornecer serviços de utilidade pública às colectividades, empresas e particulares, nos
domínios da electricidade, do gás, da água e da gestão dos resíduos. No seio do Grupo
SUEZ, a SUEZ Environnement incorpora as questões ambientais nos domínios da
gestão da água, do saneamento e gestão de resíduos.

Em 2005, o ambiente representava cerca de 27% das actividades do grupo SUEZ,


resultado de um volume de negócios de € 11,1 milhões, repartido pela gestão de
resíduos (47,5%) e gestão da água (52,5%) 32 . A ambição da SUEZ Environnement é ser
um actor de referência, simultaneamente, na água e tratamento de resíduos.

Em 2001, o grupo SUEZ agrupou todas as actividades ligadas à água sob uma mesma
bandeira, Ondéo, lançando a marca Ondéo para o domínio da àgua; a Ondéo é detida a
100% pela SUEZ e incorpora: Ondéo e Ondéo Industrial Solutions.

O grupo SUEZ oferece aos industriais e particulares de todo o mundo soluções


duradouras integrando o seu know-how na água e na gestão de resíduos. Ondéo, Ondéo
Industrial Solutions, SITA e Degrémont concentram as suas sinergias na resposta às
necessidades crescentes das colectividades locais e das empresas no que respeita aos
serviços essenciais do ambiente: água, saneamento das águas residuais e tratamento de
resíduos, aplicando ao mesmo tempo as normas ambientais necessárias a uma estratégia
de desenvolvimento duradoura.

Em 2003, Ondéo, SITA e Degrémont são agrupadas no ramo SUEZ – Environnement. A


vantagem concorrencial da SUEZ Environnement reside na sua capacidade de poder
fornecer um serviço integrado e completo, nos domínios da água e dos resíduos.

No domínio da água, através da Lyonnaise des Eaux, Eurawasser, Agbar, LYDEC, United
Water, Ondéo Industrial Solutions, Safege, Degrémont…, a SUEZ Environnement oferece
os seguintes serviços:

Concepção, construção e exploração de fábricas de tratamento de água (água


potável, dessanilização, águas residuais, tratamento de lamas).

Produção, tratamento e distribuição de água potável.

Depuração das águas residuais e valorização das lamas.

Recolha e tratamento de águas pluviais.

Optimização e gestão completa do ciclo da água industrial.

32
www.suez-environnement.com

20
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

No que toca à gestão e tratamento de resíduos oferece os seguintes serviços através da


SITA France, SITA Nederland, SITA El Beïda, SITA Sverige, SITA UK..., e das suas
sucursais especializadas: Novergie, Agro Development, Teris:

Recolha dos resíduos domésticos e dos resíduos perigosos e não perigosos.

Triagem, reciclagem e valorização biológica.

Incineração com valorização energética.

Armazenamento dos resíduos domésticos e industriais.

Limpeza urbana, saneamento e manutenção industrial.

Descontaminação e regeneração de solos.

SUEZ Environnement opera através de uma rede descentralizada de sucursais e de


agências, uma vez que a gestão da água e dos resíduos é uma tarefa eminentemente
local. Com efeito, a SUEZ Environnement estabelece parcerias com actores públicos ou
privados locais (industriais, financeiros, e associativos) para desenvolver as suas
actividades, aproveitando o conhecimento profundo que as entidades locais têm do
território. Esta ancoragem local é um garante de proximidade e de maior eficácia e
eficiência.

No que se refere à água, são as seguintes as filiais da Suez Environnement no mundo:

QUADRO 2.1.2.1 – FILIAIS DA SUEZ ENVIRONNEMENT (ÁGUA) NO MUNDO EM 2005

Degrémont www.degremont.com
Ondéo Industrial Solutions www.ondeo-is.com
Safege www.safege.fr
Eurawasser www.eurawasser.de
Aguas de Barcelona www.agbar.es
Lyonnaise des Eaux www.lyonnaise-des-eaux.fr
Ondeo Services Hungary Ldt www.vizmuvek.hu
Pecsi Vizmu www.pvrt.hu
Acque Toscane www.acquetoscane.it
Nuove Acque www.nuoveacque.it
Aquasystems www.aquasystems.si
United Water www.unitedwater.com
DHC-Aguakan www.aguakan.com
Aguas Cordobesas www.aguascordobesas.com.ar
Lydec www.lydec.ma
Australian Water Services www.australianwaterservices.com.au
Sino French Water Development www.sinofrench.com
Macao Water www.macaowater.com
Lema www.lema.com.jo
Ondeo Liban
Fonte:www.suez-environnement.com

21
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Ao nível da gestão e tratamento de resíduos, são as seguintes as filiais da Suez


Environnement:

QUADRO 2.1.2.2 – FILIAIS DA SUEZ ENVIRONNEMENT (GESTÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS) NO

MUNDO EM 2005

SITA Deutschland www.sita-deutschland.de


SITA Belgium www.sita.be
SITA France www.sita.fr
SITA Finland www.sitafinland.fi
SITA Nederland www.sita.nl
SITA Polska www.sitapolska.com.pl
SITA CZ www.sita.cz
SITA UK www.sita.co.uk
SITA Slovensko www.sitaslovensko.sk
SITA Sverige www.sita.se
Teris www.teris.fr
Fairtec www.fairtec.fr
Wasteman www.wasteman.co.za
Trashco www.trashcodubai.com
Swire SITA www.swiresita.com
STAR
SITA El Beïda

Fonte:www.suez-environnement.com

A SUEZ Environnement alimenta, em água potável, cerca de 80 milhões de habitantes no


mundo e, em 2004, recolheu cerca de 22,6 milhões de toneladas de resíduos domésticos
e industriais.

Através das suas diferentes marcas, nomeadamente SITA, Degrémont, Lionês des l’eau,
Lydec, United Water e Safege, e das suas múltiplas parcerias, a SUEZ Environnement
opera em dezenas de países, estando presente nos cinco continentes. Três quartos da
sua actividade concentra-se na Europa, onde é n°2 ao nível da água e n°1 ao nível da
gestão e tratamento de resíduos.

22
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.1.2.3 – GRUPO SUEZ – ALGUNS NºS. CHAVE, 2005

Gestão e Tratamento de
Suez Environnement Água
Resíduos

80 milhões de habitantes A actividade água da SUEZ Environnement A actividade de gestão e tratamento


alimentados com água potável representa: 5,9 mil milhões de euros de de resíduos da SUEZ Environnement
volume de negócios consolidado representa-se: 5,2 mil milhões de
50 milhões de habitantes servidos e
euros de volume de negócios
conectados por saneamento
Gestão da água e o saneamento: consolidado
Mais 10 000 fábricas de tratamento
1.359 estações de produção de água 411.000 clientes industriais e
de água construídas em 70 países
potável gerida comerciais
65 milhões de habitantes
1.778 estações de depuração das águas 42 milhões de toneladas de resíduos
beneficiários dos serviços de gestão
usadas geridas tratados
e tratamento de resíduos
3,1 mil milhões de m3 de águas usadas 935 estações de tratamento e
Volume de negócios consolidado:
tratadas exploração dos resíduos dos quais:
11,1 mil milhões de euros
4,9 mil milhões de m3 de água potável - 199 centros de triagem
Efectivo: 72.130 colaboradores
entregues aos clientes
- 97 plataformas de compostagem
Resultado bruto de exploração:
235.000 Km de rede de distribuição de
1,9 mil milhões de euros - 49 unidades de incineração
água potável
Resultado de exploração: 1 mil - 145 estações de resíduos
106.000 Km de rede de saneamento
milhões de euros perigosos
Concepção, construção e exploração - 257 estações de transferência
Resultado corrente (parte do
Grupo): 655 milhões de euros das fábricas de tratamento de água:

I&D: 52 milhões de euros 65 cidades equipadas no mundo

Em 2004, 60% do pessoal 1,3 milhão de m3 por dia de água


beneficiou de dias de formação, ultrafiltrada

representando 4,31% da massa 197 fábricas ultrafiltração


salarial bruta enquanto que a lei
3.000 estações de água potável
impõe apenas 1,6%.
construída
60% dos quadros dirigentes têm
2.500 estações de depuração das águas
uma experiência internacional
usadas urbanas

250 fábricas de dessanilização de água


de mar

Água industrial:

Mais de 200 contratos de exploração e


manutenção sobre sítios industriais

1.800 estações de tratamento de água


de processamentos construídas para
clientes industriais

2.000 estações de tratamento de águas


usadas construídas para clientes
industriais

Fonte: www.suez-environnement.com

A Suez Environnement aposta na inovação, esforçando-se por melhorar constantemente


o seu know-how em função das novas necessidades dos seus clientes e da legislação
ambiental. A sua rede de investigadores e de peritos técnicos procura antecipar novos
desafios económicos, sociais e ambientais em numerosos domínios, como o testemunham
as seguintes inovações tecnológicas:

23
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Tecnologias de dessanilização por filtração de membrana: a SUEZ Environnement


foi pioneira neste domínio;

Reutilização das águas residuais (por exemplo no México);

Tecnologias de desinfecção das águas residuais potáveis;

Limitação dos odores e tratamentos micro-poluentes;

Realimentação artificial das coberturas (em França, nos Estados Unidos-


Califórnia,...)

Redução do impacto ambiental dos resíduos sólidos.

As soluções resultantes dos projectos de investigação efectuados pela SUEZ


Environnement, são fruto de uma colaboração estreita e partilha de experiências entre
peritos da empresa e parceiros universitários e industriais.

Veolia environnement – Générale des Eaux

Em 1998, a Générale des Eaux posicionava-se como a primeira empresa mundial de


tratamento e distribuição de água. É uma empresa com uma experiência de mais de 150
anos neste domínio: “14 de Dezembro de 1853: um decreto imperial autoriza a criação
da Compagnie Générale des Eaux, Sociedade Anónima, presidida pelo Conde Henri
Simeon. Os seus fundadores têm dois objectivos: irrigar as explorações agrícolas para
“fecundar” os solos agrícolas, e alimentar as cidades” 33 .

Em 2000, a Vivendi (Générale des Eaux e USFilter - principal compahia americana no


domínio da água adquirida em Abril de 1999), posicionava-se como a primeira e única
“global water company” cobrindo o mercado mundial e todos os tipos de clientes:
colectividades locais, empresas e particulares. Este novo conjunto baseia-se na aliança
do know-how francês e americano no que concerne às tecnologias e à investigação, e
está presente em mais de 100 países espalhados pelos 5 continentes.

A Vivendi Environnement torna-se independente em 2002, com a separação progressiva


da Vivendi Universal.

O Grupo altera o nome em 2003, e passa a denominar-se Veolia Environnement,


detendo as seguintes sociedades:

Serviços de água em França: Générale des Eaux (agora Veolia Eau), Compagnie
des Eaux et de l'Ozone, Compagnie des Eaux de Paris, Société des Eaux de
Marseille, Société des Eaux du Nord, Société des Eaux de Trouville - Deauville,
Société Française de Distribution d'Eau (SFDE), Société des Eaux de Melun,
Compagnie Méditerranéenne des Services d'Eau, Société Mosellane des Eaux.

33
www.waternunc.com/fr/majefr.htm#lyono

24
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Serviços de água no estrangeiro: General Utilities (Grã-Bretanha), Compania


General de Aguas (Espanha), Aqua Alliance (Estados Unidos), United Water
(Austrália), OEWA (Alemanha), OMSA Operacion y Mantenimiento de Sistemas de
Agua (México), CGE Utilities (Malásia), CG des Eaux Tchèques, CGE Portugal,
Sociedade Mediterrânea de Águas (Espanha) CGE, Austrália, Société d'Eau et
d'Electricité du Gabon (SEEG).

Engenharia e trabalhos de hidráulica: Sade, Veolia Water (ex. OTV), Bonna


Sabla, Trailigaz, Société Internationale de Dessalement (SIDEM).

A sucursal da Veolia Environnement, a Veolia Eau 34 (antiga Générale des Eaux) é o


primeiro operador mundial de serviços de água, com presença em 57 países.

A Veolia Eau assegura, no âmbito de contratos a médio e longo prazo, um serviço


integrado aos seus clientes desde a gestão dos serviços de água e de saneamento à
concepção de soluções tecnológicas e construção de infraestruturas necessárias aos
serviços que presta (primeiro projectista e fornecedor mundial de instalações e
equipamentos de tratamento de água).

A Veolia Eau através das suas sucursais especializadas: Sade, Veolia Water Soluções &
Tecnologias, OTV, Krüger, Elga, pode oferecer os seguintes serviços:

Gestão delegada;

Soluções e tecnologias;

Água potável;

Saneamento;

Lamas de depuração;

Tratamento de odores;

Construção de infra-estruturas.

A Veolia Eau actua junto das colectividades, dos consumidores e dos industriais. A água
constitui uma utilidade primordial para todos os sectores industriais – Química, Refinação
e Petroquímica, Agro-alimentar, Farmacêutica, Automóvel, Siderurgia/Metalurgia,
Microelectrónica – pelo que a sua gestão tem impacto significativo no desempenho
económico e desenvolvimento do sector industrial. Optimizando a gestão deste recurso, a
Veolia Eau faz da água uma fonte de criação de valor e, graças a uma rede de
competências ao mesmo tempo internacional e local, a Veolia Eau propõe em dezenas de
países, designadamente:

soluções técnicas por medida para a concepção, construção e exploração de infra-


estruturas, ou unidades para a gestão da água industrial;

34
www.veoliaeau.com

25
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

uma vasta gama de serviços personalizados, adaptados a cada necessidade e


níveis de integração variáveis.

A Veolia Eau Solution & Tecnologies, a sucursal tecnológica da Veolia Eau, e as suas
sucursais em diversos países, propõe uma gama completa de soluções tecnológicas para
os seus clientes industriais:

Água pura e ultrapura;

Água de processamentos e alimentação;

Efluentes industriais;

Reciclagem/reutilização;

Tratamento de lamas;

Tratamento de odores.

QUADRO 2.1.2.4 – ALGUNS VALORES-CHAVE DA VEOLIA EAU, EM 2005

• N°1 mundial nos serviços de água


• Implantação: 57 país
• 108 milhões de pessoas servidas em água potável/saneamento no mundo
• Volume de negócios: 8,9 mil milhões de euros
Repartição por tipo de cliente: Municipalidades - 69%; soluções tecnológicas e
construção de obras - 26%; e indústrias – 5%);

Repartição por zona geográfica: França - 50%; Europa (excepto França) - 30%; Ásia -
7%; África, Médio Oriente e Índia - 6%; Américas - 7%.

• 70 700 efectivos nos cinco continentes


França – 28100

Europa excluindo França – 23700

África e Médio Orientes – 7600

Ásia – 5400

América do Norte – 3300

América Latina – 2600


Dos quais soluções tecnológicas e construção de obras – 13100

• 350 investigadores e mais de 3000 patentes.


Fonte: www.veoliaeau.com/veolia-eau/presentation/donnes-cles/

A Veolia Eau confere especial atenção às actividades de investigação. Com sede em


Maisons-Laffitte, próximo de Paris, a Anjou Recherche é o centro de investigação da
Veolia Eau. Inaugurado em 1982, tem hoje 110 investigadores cujos trabalhos de
investigação assentam, principalmente, sobre as temáticas da água potável (do

26
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

recurso à torneira do consumidor) e do saneamento (tratamento das águas usadas


urbanas, etc.).

Adicionalmente, a empresa detém um Centro Internacional em ligação com Universidades


de Berlim, denominado Centre de Compétence des Eaux de Berlin (KWB) 35 . Trata-se de
um centro internacional consagrado à investigação sobre a água e à transferência de
conhecimentos, que reúne no seu seio activos procedentes de Universidades e Institutos
de Investigação de Berlim, bem como dos grupos Berlinwasser e Veolia Eau.

O KWB é uma empresa que resulta de uma parceria pública e privada, cujos associados
são o Technologiestiftung Innovationszentrum Berlim (TSB), o Berliner Wasserbetriebe, o
Berlinwasser Holding S.A., assim como a Veolia Eau Deutschland.

Grupo Saur

Sucursal do Grupo Bouygues, a SAUR é um grupo internacional, fundado em 1933 e


especializado na gestão de serviços públicos de água e saneamento (73%), energia
(12%), gestão e tratamento de resíduos (10%) e outros serviços (5%) 36 . Está presente
em França, na Europa, África, América e Ásia oferecendo os seus serviços tanto às
colectividades como às indústrias.

Em 2006 37 , o Grupo Saur realizou um volume de negócios de € 1,4 mil milhões 38 . O


grupo possui numerosas sucursais em França e no estrangeiro, designadamente: SAUR
FRANÇA, BRLE, STEREAU, VALBE. A sua sucursal, SAUR INTERNACIONAL, está presente
na Europa (Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Polónia, República Checa e Rússia), em 18
países de África, na América do Norte (Canadá), na América Latina (Argentina), na China
e no Vietname.

O Grupo Saur exerce as suas actividades através de quatro entidades operacionais:

Saur France intervém na gestão dos serviços de distribuição de água e de


saneamento em França. As suas principais actividades são a produção e a
distribuição de água potável, bem como a recolha e o tratamento das águas
residuais antes da sua introdução no meio natural. Os trabalhos de canalização
constituem igualmente uma actividade essencial da Saur France, que é o 3º
principal actor na gestão delegada de serviços de água em França;

Coved intervém na gestão e tratamento de resíduos do Grupo Saur. Oferece aos


seus clientes uma gama completa de serviços: recolha dos resíduos (lixos
domésticos e resíduos industriais banais), triagem, transporte e tratamento nos
centros de triagem e plataformas de compostagem, e aterro dos desperdícios nos
centros de armazenamento dos resíduos finais. A Coved propõe, igualmente,
serviços complementares de limpeza urbana (ruas, retirada de graffitis, etc.).

35
A sua denominação alemã é KompetenzZentrum Wasser Berlin (KWB).
36
www.waternunc.com/fr/majefr.htm
37
Ano fiscal fechado em 31 Março de 2006.
38
www.saur.com/fr/home.php

27
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Trata-se do 3º actor mais importante ao nível da gestão e tratamento de resíduos


em França, sendo que mais de 5 milhões de habitantes beneficiam dos seus
serviços de gestão e tratamento de resíduos. A Coved possui 2700 colaboradores e
realizou um volume de negócios de € 291 milhões de Abril de 2005 a Março de
2006 39 .

Stereau dedica-se à concepção/construção de infra-estruturas ligadas ao


tratamento da água (fábricas de produção de água potável, estações de depuração
e estações de tratamento de água). No final de Março de 2006 estavam em
construção 55 estações, 53 das quais, em França. A Stereau constrói,
nomeadamente, Estações de Tratamento em Paris e Lyon, Tours e Brive. Para além
de França, está presente em Espanha e Reino Unido. Stereau é o 3º actor
principal na concepção/construção de infraestruturas ligadas ao tratamento da
água em França, propondo, igualmente, soluções de tratamento e eliminação dos
resíduos como as lamas, gorduras e areia, bem como métodos de desodorização.
Com os seus 200 colaboradores, a Stereau realizou um volume de negócios de €
109 milhões de Abril de 2005 a Março de 2006 40 ;

Saur Internacional controla as actividades internacionais de distribuição de água


potável e saneamento do Grupo Saur. As suas actividades situam-se
principalmente em Espanha e Polónia. Está igualmente presente na Rússia,
Argentina, China, bem como na Arménia. De Abril de 2005 a Março de 2006, a
Saur Internacional realizou um volume de negócios de € 95 milhões e detém
2400 colaboradores 41 .

GRÁFICO 2.1.2.1 – REPARTIÇÃO DO VOLUME DE NEGÓCIOS DO GRUPO SAUR, POR ACTIVIDADE, NO

PERÍODO DE 1 DE ABRIL DE 2005 A 31 MARÇO DE 2006

Stereau -Concep ção


e Construção Saur Intern ati onal -
Outros 8% Serviços de água no
1% estrangeiro
7%

Coved -Limpeza
20%
Saur Fra nce -
Serviços de água em
França
64%

Fonte: www.saur.com/fr/home.php

39
www.saur.com/fr/home.php
40
www.saur.com/fr/home.php
41
www.saur.com/fr/home.php

28
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O Grupo Saur desenvolveu, igualmente, em redor do seu laboratório central de


Maurepas (França), uma rede internacional de laboratórios de investigação e análises de
águas, com implantação em: Vannes (França), Nîmes (França), Frimley Green (Grã-
Bretanha), Valence (Espanha), Gdansk (Polónia), Moscou (Rússia), Harbin (China),
Mendoza (Argentina).

2.1.3. Energias renováveis

A Ile-de-France representa 16% do consumo energético francês, do qual 6% provem de


energias renováveis 42 valor que, embora tenha vindo a crescer progressivamente,
continua demasiado baixo relativamente às ambições das autoridades regionais, estando
os poderes públicos desta região francesa empenhados em apoiar fortemente o
desenvolvimento do potencial de exploração de energias renováveis.

Podem já encontrar-se na Ile-de-France as principais famílias de energias renováveis:


geotermia, biogás, biomassa, solar (térmica e fotovoltaica), eólica e hídrica que, no seu
conjunto, visam contribuir para a redução dos gases com efeito de estufa, em
conformidade com o protocolo de Quioto. Têm sido implementados planos locais, no
âmbito de parcerias estabelecidas entre o Conselho Regional, L’ADEME, L’ARENA, e as
colectividades locais com vista a estimular este tipo de energias.

A dependência energética da Ile-de-France face ao exterior (cerca de 94% das


necessidades energéticas da região) faz com que o desenvolvimento das energias
renováveis constitua uma prioridade fundamental para a região. Por outro lado, o reforço
da legislação ambiental a nível regional/municipal, nacional e europeu, apontam para
uma valorização mais eficaz e eficiente das potencialidades de todos os recursos
energéticos locais acima referenciados. De acordo com um estudo da Oxford Intelligence,
de Janeiro de 2005, as empresas deste sector antecipam excelentes perspectivas de
crescimento na região Ile-de-France e, para além disso, são identificadas importantes
oportunidades de negócios, por exemplo, na investigação e inovação ligadas às
tecnologias do ambiente.

Para contrariar esta dependência, torna-se necessário recorrer a todas as fontes de


energias renováveis possíveis, em especial a solar, biomassa e geotermia. Mas como a
alteração de paradigma leva o seu tempo, entretanto têm sido implementadas medidas
de sensibilização da população para a necessidade de proteger o ambiente, e promover a
utilização racional das energias fósseis, designadamente petróleo e gás natural.

A fixação na Ile-de-France de líderes internacionais do sector das eco-actividades tem


constituído uma forte alavanca para o desenvolvimento do conjunto das energias
renováveis regionais.

42
Vd.:Les Énergies Renouvelables en Ile-de-France – www.paris-region.com

29
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

França

Energias renováveis: 13,8% (hídrica incluída) da produção eléctrica (fonte: EDF, 2000)

Empregos: 38 900 em 2004 (fonte: Syndicat des Énergies Renouvelables).

A França emprega 19% dos assalariados europeus do sector das energias renováveis
(fonte: Oxford Intellingence).

Fonte: Les Énergies Renouvelables en Ile-de-France – www.paris-region.com

Vamos apenas fazer referência ao desenvolvimento de algumas fontes de energia


renováveis que estão a emergir na Ile-de-France de forma relativamente sustentada e
com o apoio explícito e intenso das entidades locais – geotermia, biomassa e biogás.

Uma das vantagens da região Ile-de-France em termos de diversificação dos recursos


energéticos, reside na possibilidade de desenvolvimento da energia geotérmica como
actividade local geradora de emprego e de utilização de tecnologia limpa. As
características geológicas da região permitem captar essa energia térmica inesgotável,
utilizando a tecnologia de bombas de calor tendo, assim, a possibilidade de climatizar os
edifícios ou habitações. O potencial geotérmico na Ile-de-France é elevado, bem como o
conhecimento tecnológico para a produção desta energia.

A Ile-de-France é a primeira região geotérmica francesa, com 34 explorações em


funcionamento, alimentando, no essencial, redes de calor urbano. No mix energético
regional, a geotermia supera de longe as outras fontes de energia renovável, permitindo
substituir 80.000 tep (toneladas equivalentes de petróleo) por ano (2/3 da produção
geotérmica francesa), correspondendo a 20% da produção regional de petróleo bruto;
esta produção equivale a 150.000 alojamentos aquecidos e alimentados em água quente
sanitária.

Em França, em termos de energia produzida, a geotermia ocupa a terceira posição no


conjunto das energias renováveis, a seguir à biomassa e à energia hídrica.

As características geológicas da Ile-de-France oferecem um potencial geotérmico muito


importante. As entidades regionais apoiam uma política de extensão das redes
geotérmicas urbanas, com um objectivo de conectar o equivalente a 20.000 a 30 000
alojamentos suplementares. Além desta extensão de rede, novos projectos podem ser
levados a efeito no âmbito da reactivação da geotermia. Um objectivo realista, mas
ambicioso, permitiria, assim, a realização de 5 novas redes geotérmicas na Ile-de-France
até 2010, que poderiam, até 2020, servir 100.000 alojamentos.

Até 13 de Março de 2017, as tarifas de compra da electricidade produzida por geotermia


foram fixadas em 0,0762 Euro/ kWh, ao que acresce um prémio de eficácia energética,
compreendido entre 0 e 0,003 Euro/kWh.

A biomassa pode provir de diversas origens: fracções bio-degradáveis dos produtos


oriundos da agricultura, silvicultura e indústrias conexas, com valorizações muito
diferenciadas. A biomassa é a matéria orgânica vegetal ou animal produzida directa ou

30
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

indirectamente, através da cadeia alimentar, pela fotossíntese graças à energia solar 43 .


Através da fotossíntese, as plantas captam energia do sol e transformam-na em energia
química, podendo ser convertida em várias formas de energia: combustível primário,
electricidade ou calor. Os recursos renováveis representam, actualmente, cerca de 20%
do fornecimento total de energia no mundo, com cerca de 14% proveniente de
biomassa 44 . Podemos considerar várias fontes energéticas de origem natural: biomassa
sólida; biocombustíveis gasosos; biocombustíveis líquidos44.

A procura desta fonte energética encontra-se em forte expansão e está sujeita a forte
concorrência. Os agentes económicos já interiorizaram as potencialidades e vantagens
desta fonte de energia na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, também, da sua
contribuição para a redução da dependência dos combustíveis fósseis.

A biomassa florestal é uma das formas que pode assumir a biomassa. A França produz
9,8 milhões de tep/ano de energia proveniente da biomassa florestal, produção que lhe
permite assumir a dianteira dos países europeus no que respeita à valorização desta
fonte de energia renovável. Estes resultados, não obstante serem animadores,
permanecem, porém, insuficientes para satisfazer os compromissos estabelecidos no
âmbito europeu para o horizonte de 2010.

Os argumentos a favor do desenvolvimento de uma fileira de energia da biomassa


florestal são numerosos no pressuposto de que a sua utilização se faz nas melhores
condições – tecnologias eficientes e boa gestão dos recursos.

A uma maior escala, esta fileira visa desenvolver o aquecimento colectivo,


nomeadamente em associação com as redes de calor. O desenvolvimento de uma fileira
de energia proveniente da biomassa florestal e direccionada para o aquecimento colectivo
da Ile-de-France, permitirá valorizar 50.000 a 100.000 toneladas de biomassa por ano.
Em Seine-et-Marne (Vaires, Tournan-en-Brie), caldeiras das habitações sociais são
alimentadas com briquetes de biomassa florestal. Na Ile-de-France cerca de 475 000
famílias utilizam a biomassa florestal como energia principal. Esta energia representa um
volume de negócios anual de mais de € 80 milhões (equipamentos de aquecimento a
biomassa e abastecimento em briquetes de madeira 45 .

O biogás é uma outra forma de energia resultante da biomassa, e provém da


degradação da matéria orgânica na ausência de oxigénio. O biogás é um gás composto
principalmente por metano (CH4) e por dióxido de carbono (CO2) podendo distinguir-se
vários processos de produção de biogás:

Armazenagem de resíduos em aterros;

43
http://www.areneidf.org/energies/bois.html
44
http://www.energiasrenovaveis.com/html/energias/bio_fonte.asp
45
Vd. Les Énergies Renouvelables en Ile-de-France – www.paris-region.com

31
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Tratamento dos resíduos (agro-alimentares, domésticos e industriais banais) em


digestores, geralmente chamado “metanização”;

Tratamento dos efluentes de saneamento ou industriais, em estações de


tratamento “anaeróbico”.

Em França, o potencial energético de biogás está ainda pouco explorado. O facto da


região Ile-de-France ser bastante populosa constitui uma oportunidade importante para a
produção e a valorização desta fonte de energia renovável. Existem cerca de 15 unidades
de incineração a tratarem os desperdícios domésticos dos habitantes da Ile-de-France. A
energia resultante deste processo de incineração é utilizada na produção de electricidade,
ou para a alimentação em vapor ou água quente das redes de calor da região. A rede da
Compagnie Parisienne de Chauffage Urbain (CPCU) é alimentada em mais de 50% a
partir do calor resultante do processo de incineração. A presença na Ile-de-France das
estações de depuração de Achères e os centros de aterro técnico Plessis- Gassot e Claye-
Souilly fazem com que esta região francesa seja líder em termos de biogás produzido e
valorizado.

CAIXA 2.1.3.1 – NASKEO

A Naskeo Environnement 46 escolheu implantar-se na Ile-de-France devido às importantes


oportunidades que a região oferece em termos de investigação, tendo, desde logo,
estabelecido uma parceria com a Ecole Centrale de Paris. Além disso, numerosas sedes sociais
e unidades de produção de potenciais clientes, nomeadamente, da indústria agro-alimentar,
farmacêutica, cosmética, e química, estão implantadas na Ile-de-France. O principal cliente da
Naskeo é a indústria farmacêutica de Yvelines (78), a NP Pharm, sucursal do grupo Ethypharm.

A Naskeo propõe, às pequenas e médias indústrias dos sectores acima referenciados, estações
ecológicas que permitem transformar a sua poluição orgânica (nomeadamente efluentes
líquidos) em energia renovável. Para o efeito, a Naesko utiliza o processo de metanização ou
digestão anaeróbica, um método natural. Este processo de transformação da matéria orgânica,
através da acção de uma comunidade de bactérias que vivem na ausência de oxigénio, em
biogás, constitui uma fonte de energia renovável com forte potencial.

A Naskeo Environnement SAS resultou de uma start up criada por quatro jovens engenheiros.
A empresa actua na área das energias renováveis e descontaminação de água para as
indústrias, tendo-se especializado na reciclagem dos efluentes líquidos das pequenas e médias
empresas utilizando para o efeito uma tecnologia inovadora, baptizada PROVEO, que é
caracterizada por um nível de desempenho elevado e faz parte das melhores tecnologias para o
tratamento das efluentes industriais. Esta nova tecnologia foi premiada pela Agência Francesa
da Inovação. Produzir energia a partir dos próprios efluentes, é agora possível graças à
inovação da Naskeo.

Esta jovem sociedade Naskeo Environnement ambiciona conquistar o mercado europeu,


nomeadamente, a Alemanha e Áustria, dois países particularmente sensibilizados para a
valorização dos resíduos via metanização.
Fonte: www.naskeo.fr/

46
www.naskeo.fr/

32
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

2.2. ESTOCOLMO E AS TECNOLOGIAS DO AMBIENTE

2.2.1. Suécia – Um País de Referência do Ponto de Vista Ambiental

O desenvolvimento ambientalmente sustentável ascendeu a uma das principais


prioridades da sociedade sueca. Este país escandinavo foi dos primeiros países do mundo
a reconhecer a importância da protecção e preservação do ambiente e a incluir este tema
na sua agenda política, fruto de uma ampla consciência ambiental de todos os
quadrantes da sua população. Os valores ambientais estão, com efeito, firmemente
instalados na consciência dos cidadãos, políticos e empresários e constituem um
instrumento estratégico para o desenvolvimento da indústria e comércio suecos.

A competência das instituições de investigação foi crucial para o sucesso conseguido no


combate à poluição, e não menos importante foi o envolvimento e participação activa das
empresas de serviços e de tecnologias do ambiente, que responderam muito bem a estes
desafios, apostando, em sintonia com as instituições de I&D, em novas tecnologias, bens
e serviços, compatíveis com a protecção do ambiente. O empenho e competência das
administrações locais/regionais também ajudam a interpretar este sucesso. Nos últimos
anos o sector dos produtos ambientais foi dos sectores mais dinâmicos da economia
sueca, em grande parte devido aos elevados níveis de exportação 47 .

A Suécia ocupa, assim, uma posição líder no desenvolvimento e uso de tecnologia


ambiental nos domínios da energia, purificação do ar, água, efluentes e transportes
sustentáveis.

O contexto favorável ao investimento e à competitividade, trunfos da economia sueca,


tem contribuído para o sucesso das indústrias de tecnologias do ambiente (à semelhança
do que se tem observado noutros domínios industriais) e encorajado o investimento
estrangeiro, particularmente, na região de Estocolmo. Merecem aqui destaque alguns
elementos desse contexto: colaboração estreita entre comunidade científica
(universidades, laboratórios, …) e indústria; elevado nível de formação e de
produtividade da força de trabalho; boas infra-estruturas gerais; eficiência do mercado
de capitais; reduzidas barreiras ao investimento estrangeiro; e legislação que favorece as
tecnologias do ambiente. Relativamente a este último elemento, impõe-se salientar que,
desde os anos 70 do século XX, que o governo sueco tem sido muito activo e exigente na
protecção do ambiente, exercendo vigilância no cumprimento da legislação no domínio do
ambiente. Não restam dúvidas de que, por exemplo, as restrições impostas ao nível do
controlo da qualidade da água e do ar aceleraram o desenvolvimento de tecnologias de
purificação destes dois recursos naturais, permitindo às empresas suecas conquistar e
manter uma posição líder no mercado global nestes domínios.

47
Vd. A Strong Environmental Technology Cluster (www.stockholmbusinessregion.se).

33
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Refira-se ainda que a elevada reputação internacional da Suécia nos domínios das
tecnologias do ambiente (à semelhança do que se verifica noutras áreas industriais),
deriva também dos elevados padrões de qualidade das mesmas e da excelência dos
serviços pós-venda.

São hoje atribuídos à Suécia numerosos êxitos, com projecção internacional, nos vários
domínios do ambiente, nomeadamente: purificação da água para beber; tratamento das
águas residuais; controlo da poluição industrial; tratamento dos resíduos sólidos
urbanos; sistemas de energia não nocivos para o meio-ambiente; e eliminação gradual
das substâncias prejudiciais à camada de ozono 48 . Estas conquistas foram impulsionadas
em grande medida por pressão das populações, mas o seu sucesso deveu-se
essencialmente à excelente associação dos factores acima destacados.

A Suécia apresenta hoje níveis de qualidade da água e do ar considerados


internacionalmente bons e uma gestão eficiente dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que
se rege pelo princípio de que a responsabilidade final do tratamento dos RSU é daqueles
cujas actividades estão na sua origem. O Know-how quanto à gestão dos RSU encontra-
se em todas as empresas e instituições e abrange toda a cadeia de gestão dos RSU –
produção mais limpa, recolha e transporte, assim como opções de tratamento, reciclagem
e aterro.

No domínio das energias renováveis, o desempenho da Suécia também tem sido muito
favorável. A oferta de energia a partir de fontes renováveis quase que duplicou nas
últimas 3 décadas e, não obstante este rápido crescimento, existe ainda um potencial
considerável de utilização adicional destas fontes de energia no futuro, nomeadamente
do biocombustível e das energias eólica e solar.

A produção de energia a partir de biocombustivel tem registado um aumento anual de 3-


4 MWh, o que faz com que a quota de biocombustível no mix energético da Suécia seja já
significativa (cerca de 16,5%, em 2003) 49 , esperando-se que em 2020 se atinja perto do
dobro da produção, em TWh, da registada em 2003 50 . O aquecimento é o principal
mercado desta fonte de energia, mas existem boas condições para a sua utilização na
produção de electricidade (cerca de 5 TWh de electricidade são já produzidos a partir
desta fonte de energia, produção essa que pode aumentar em resultado de esquemas de
subsidiação baseados em certificados verdes) 51 , bem como no sector dos transportes.

48
www.swedentech.com/
49
www.stem.se
50
De acordo com previsões do Swedish Bioenergy Group.
51
Vd. Sweden’s Renewable Energy Resources, Staffan Bengtsson, 2004 www.sweden.se

34
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.2.1.1 - MIX ENERGÉTICO DA SUÉCIA, TWH

Fontes de 1970 1980 1990 2003


Energia

Petróleo Bruto 350 285 191 210

Gás Natural 7 9

Bio combustível 43 48 67 103

Hídrica 41 59 73 53

Nuclear* 76 202 199

Eólica 0,62

Outras

Total 457 489 576 624

*De acordo com o método da UN/ECE para o cálculo da contribuição da energia nuclear.
Fonte: www.sem.se

A matéria-prima utilizada na produção do biocombustível é essencialmente a biomassa


de origem florestal, o que conduziu ao desenvolvimento na Suécia da indústria de
produção de maquinaria para recolha e processamento da biomassa.

A Suécia tem igualmente desenvolvido a tecnologia eólica, beneficiando de um sector


competitivo e experiente, em grande medida resultado dos esforços desenvolvidos ao
nível da I&D neste domínio, que se tem traduzido num aumento de dimensão das
turbinas e redução apreciável do seu preço, de tal modo que esta fonte de energia é hoje
competitiva com outras fontes de produção de electricidade nas localizações com um bom
recurso eólico. A necessidade de dar resposta ao protocolo de Quioto, entre outros
aspectos, tem dado um impulso significativo ao mercado de geradores das turbinas cujo
ritmo de crescimento tem sido muito elevado.

Em 2004, a capacidade instalada de energia eólica na Suécia, era de 442 MW 52 ,


correspondendo a um acréscimo de 373 MW, relativamente a 1995. Apesar de a
construção de parques eólicos nas montanhas ser um assunto controverso, e não
obstante as dificuldades de transmissão de electricidade entre o Sul e o Norte do país,
espera-se que a produção de energia eólica aumente significativamente nos próximos
anos.

Avaliação Internacional do ponto de vista Ambiental – o exemplo de dois


Índices

A confirmar o bom desempenho da Suécia no domínio do ambiente, está a sua


classificação nos indicadores internacionais ligados ao ambiente.

52
Global Wind Energy Council (GWEC).

35
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A Suécia ocupa posições cimeiras em dois importantes Índices, que por um lado
espelham a situação dos países do ponto de vista ambiental, revelando nessa perspectiva
as prioridades seguidas pelos decisores políticos, e por outro lado contribuem para a
tomada de decisões desses mesmos agentes políticos. Trata-se do Índice de Performance
Ambiental 2006 (2006 Pilot Environmental Performance Índex – EPI) e do Índice de
Sustentabilidade Ambiental 2005 (2005 Environmental Sustainability Índex - ESI), ambos
elaborados pela Yale Center for Environmental Law University e o Center for International
Earth Science Information Network (Universidade de Columbia) em colaboração com o
World Economic Fórum e o Joint Research of the European Commission. Os dois índices
complementam-se.

O EPI focaliza-se na avaliação das condições ambientais actuais, relativamente a


objectivos estabelecidos por acordos internacionais, padrões nacionais ou consenso
científico.

Este Índice abrange dois aspectos principais – redução das pressões ambientais na saúde
humana e protecção da vitalidade do ecossistema – medidos através de 16 indicadores
agrupados em 6 categorias: saúde ambiental, qualidade do ar, recursos de água,
biodiversidade e habitat, recursos naturais produtivos, e energia sustentável.

GRÁFICO 2.2.1.1 – ÍNDICE DE PERFORMANCE AMBIENTAL 2006 – TOP 20

90
87,8

85

80 Média da UE* = 81,5

75

70

65
Po a

ga
l
ca
o

ca
ga
d
id

ar

Ri
an

ue
rtu
Un

am

Irl

or
a
st
no

N
in

Co
ei

D
R

Fonte: 2006 Pilot Environmental Performance Índex 53 , Yale University and Columbia University.
* Não inclui: Luxemburgo, Malta, Chipre, Letónia, Estónia e Lituânia.

No conjunto dos 133 países analisados, a Suécia ocupa a segunda posição, atrás da Nova
Zelândia, detendo o índice mais elevado dos Estados membros da União Europeia.

53
www.yale.edu/epi

36
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Verifica-se que em todos os níveis de desenvolvimento económico existem países que


conseguem resultados que os distanciam dos seus pares (por exemplo, a Suécia obtém
resultados ambientais muito superiores ao da Bélgica que ocupa a 39ª posição neste
Índice), o que de algum modo demonstra que “policy choises matter” como diz Daniel C.
Esty, director do Yale Center for Environmental Law and Policy 54 .

Quanto ao Índice de Sustentabilidade Ambiental 2005 (ESI), este abrange um variado


conjunto de indicadores socioeconómicos, ambientais e institucionais que caracterizam a
sustentabilidade ambiental à escala nacional. O objectivo deste Índice é estabelecer
meios de comparação entre diferentes países no que respeita às principais componentes
da sustentabilidade. “The ESI provides a valuable tool, allowing benchmarking of
environmental performance country-by-country and issue-by-issue” 55 , explica Daniel C.
Esty, professor da Universidade de Yale e criador do ESI.

GRÁFICO 2.2.1.2 – ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 2005-TOP 20

80

75
71,7
70

65

60

55
Média da UE* = 55,5
50

45

40
ai
U ua

ge a
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ta i
Pa eru

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il

os ua
as
an

in

ic
gu
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R
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P
Br
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G
or

Ar
N

Fonte: 2005 Environmental Sustainability Índex, Yale University and Columbia University
* Não inclui: Luxemburgo, Malta e Chipre.

A Finlândia é o país com maior índice de sustentabilidade ambiental de acordo com esta
listagem que engloba 146 países e na qual a Suécia surge em 4º lugar com um índice
significativamente superior ao da média da União Europeia.

O estudo classifica os países de acordo com “as suas capacidades para proteger o
ambiente durante as próximas décadas” 56 , baseando-se em 21 indicadores de
sustentabilidade, entre eles a qualidade do ar e da água, a biodiversidade e a gestão dos

54
www.ens-newswire.com/ens/jan2006/2006-01-25-01.asp
55
www.sedac.ciesin.columbia.edu/es/ESI-2005_PressRelease.pdf.
56
2005 Environmental Sustainability Índex (www.yale.edu/esi).

37
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

recursos naturais, a eco-eficiência, a ciência e tecnologia, e a cooperação internacional.


Constituído em torno do conceito de “sustentabilidade”, o ESI apresenta-se como medida
da trajectória ambiental de longo prazo de um país, pretendendo descortinar as suas
estratégias passadas, presentes e futuras em matéria de ambiente.

Os cinco países com valores mais elevados (Finlândia, Noruega, Uruguai, Suécia e
Islândia) são relativamente abundantes em recursos naturais, têm uma baixa densidade
de poluição e têm, de um modo geral, conseguido gerir os desafios do desenvolvimento
com algum sucesso.

A ocupar os lugares mais baixos na lista estão a Coreia do Norte, Iraque, Taiwan,
Turquemenistão e Uzbequistão.

Alguns países subdesenvolvidos, particularmente em África, podem ser relativamente


pouco poluentes mas têm dificuldade em fornecer às suas populações infra-estruturas de
tratamento de água potável, de saneamento ou de controlo da poluição ou protecção dos
ecossistemas.

O ESI demonstra também que a protecção ambiental não precisa ser obtida à custa da
competitividade. Finlândia e EUA têm níveis elevados de competitividade mas este último
posiciona-se muito abaixo (45º lugar) do primeiro no Índice de Sustentabilidade
Ambiental.

A Rede Sueca de Tecnologia do Ambiente (Swedish Environmental


Technology Network)

Trata-se de um programa sectorial integrado no Swedish Trade Council, cujo objectivo


principal é a promoção e apoio de novas oportunidades de negócio na área das
tecnologias do ambiente. A rede oferece ao mercado internacional contactos com a vasta,
e mundialmente reconhecida, indústria sueca especializada nas tecnologias do ambiente.

A rede abrange mais de 650 empresas, e integrá-la constitui um reconhecimento de


qualidade. Estas empresas utilizam o website www.swedentech.swedishtrade.se para
divulgar o conhecimento adquirido nas questões do meio ambiente e disponibilizar
informação relativa a novas soluções, novos produtos, e know-how, bem como
informação que facilite a cooperação entre empresas e identificação de eventuais
parceiros de negócio.

Biofuel Region 57

Este projecto sueco que se iniciou em 2003, e que termina em 2006 a sua primeira fase,
abrange a maior parte dos counties de Vasternorrland e Vasterbotten e tem como
objectivo tornar esta região líder mundial em toda a cadeia de desenvolvimento e
utilização de biocombustivel, produzido a partir de biomassa florestal, das colheitas
anuais e da reciclagem e que, em 2030, a Suécia seja autosuficiente em biocombustível
no sector dos transportes.

57
Vd. BioFuel Region (www.biofuelregion.se).

38
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Esta iniciativa pretende dar resposta aos problemas associados à oferta de energia na
Suécia e, simultaneamente, contribuir para o cumprimento da directiva de Maio de 2003
do Parlamento Europeu, segundo a qual a utilização de gasolina e gasóleo no sector dos
transportes deve ser gradualmente substituída, a partir do ano de 2005, por forma a que
em 2010 se atinja 5,75% de substituição destes combustíveis por biocombustível.

A estratégia da região assenta na mobilização dos actores regionais, envolvendo


representantes dos municípios, administrações dos counties, autoridades federais e
empresas privadas, que cooperam estreitamente entre si. O trabalho desenvolvido por
estes actores regionais está organizado em grupos relativamente independentes, ligados
a áreas específicas da cadeia de desenvolvimento do bio combustível, ou seja: matérias-
primas, produção, distribuição, veículos, legislação, regulamentação e informações ao
consumidor. Os grupos de trabalho são os seguintes: Educação de adultos; Escolas;
Investigação e Desenvolvimento; Sector Público; Desenvolvimento de estações de
abastecimento; Assuntos relacionados com as matérias-primas; Desenvolvimento
industrial; e Financiamentos de longo prazo. Em 2004 já existiam aproximadamente 150
pessoas a participar nos grupos de trabalho.

2.2.2. Estocolmo – Uma Região Fortemente Ligada ao Ambiente

Conhecida internacionalmente como a capital mais limpa da Europa, a cidade de


Estocolmo insere-se numa região – Região de Estocolmo – cuja dinâmica constitui o
motor de crescimento da economia sueca. Com mais de 2,5 milhões de habitantes, a
região acolhe aproximadamente 25% da população sueca e gera 30% do Produto Interno
Bruto do país 58 .

A elevada sensibilidade e consciência ambiental 59 da população tem convertido a região


num mercado ideal para a indústria, em estreita colaboração com instituições intensivas
em investigação, testar e lançar novas ideias, conceitos e produtos ecológicos,
funcionando como um excelente ponto de partida para a expansão deste tipo de produtos
do mercado europeu para o mercado mundial.

Fruto de empenhados esforços no desenvolvimento de tecnologias ambientalmente sãs,


encontra-se em Estocolmo um leque notável de empresas fornecedoras de uma
diversidade considerável de produtos e serviços no domínio do ambiente. A região tem,
de facto, muito a oferecer no que respeita à inovação e know-how ambiental e a
comunidade internacional já percebeu que tem muito a aprender com a experiencia desta
região, dai que delegações de todo o mundo visitem Estocolmo para se inteirarem das
soluções inovadoras que têm sido desenvolvidadas e implementadas na região com vista

58
De acordo com: Stockholm – a World-class Environmemtal Technology Cluster, Business Arena Stockholm,
2002 (www.bas.stokholm.se).
59
Um exemplo desta larga consciência ambiental é o elevado nível de reciclagem efectuado na região. (Vd. a
este respeito: Stockholm – a World-class Environmemtal Technology Cluster, Business Arena Stockholm,
2002 (www.bas.stokholm.se).

39
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

à resolução de problemas comuns à maioria das áreas metropolitanas, em domínios


sensíveis do ponto de vista ambiental: gestão e tratamento de resíduos sólidos urbanos;
da água e dos efluentes; eficiência energética; sustentabilidade dos transportes; etc..

Além disso, a Suécia tem a maior percentagem mundial de empresas per capita
certificadas do ponto de vista ambiental (o mesmo acontece quando se faz a proporção
em termos de PNB). Em 2004, 395 empresas por milhão de habitantes estavam
ambientalmente certificadas de acordo com o ISO 14001 ou o EMAS 60 , cerca de 20% das
quais justamente localizadas na região de Estocolmo. Para estas empresas, o crescimento
sustentável é uma questão de estratégia empresarial.

A prioridade dada ao ambiente na região de Estocolmo prende-se obviamente com o


interesse que a população local dirige a estes assuntos e que se deve, em parte, a
algumas iniciativas desenvolvidas na Suécia ao longo das últimas décadas. A primeira
delas remonta à década de 60 61 e traduziu-se na campanha ”Keep Nature Tidy” 62 lançada
pelo Swedish Society for Nature Conversation. Esta iniciativa, à semelhança de outras
que se lhe seguiram nas décadas seguintes 63 , teve o mérito de despertar a consciência
da sociedade sueca para a importância do ambiente e de abrir caminho para a
implementação de legislação e politicas ambientais rigorosas. A realização na cidade de
Estocolmo da primeira conferencia das Nações Unidas sobre Human Environment , em
1972, foi também fundamental para o enraizar dos valores ambientais na população
sueca. Esta conferência marca a criação do United Nations Environment Programme
(UNEP) e do Stockholm Environment Institute, sendo o dia de abertura da conferencia (5
de Junho) celebrado como o dia mundial do ambiente.

Mas a ligação de Estocolmo ao ambiente não é apenas histórica. As actuais comparações


entre cidades europeias colocam Estocolmo nos lugares cimeiros quando se trata de
matérias ambientais. Um exemplo é o European Cities Monitor que quase todos os anos,
deste a sua primeira publicação em 1990, posiciona Estocomo no primeiro lugar do
ranking das ”Best cities in terms of freedom from pollution”. O quadro seguinte reflecte
este ranking no ano de 2005.

60
Fonte: NUTEK (National Board for Industrial and Technical Development). Vd. A Strong Environmental
Technology Cluster (www.stockholmbusinessregion.se).
61
Vd. www.keepswendentidy.org
62
A Fundação Keep Sweden Tidy fundada em 1983, pela Swedish Protection Agency e a companhia Returpack,
teve origem nesta campanha.
63
Refira-se a título de exemplo as seguintes: “A Cleaner Society” – campanha nacional (1970-74); campanhas
para manter as praias e as estadas limpas (1983-1990).

40
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.2.2.1 – CIDADES EUROPEIAS MENOS POLUÍDAS, 2005

P
Po
P osssiiiçççã
o ão
ã o
o C
Ciiid
C da
d ad
adde
e
e P
Po
P on
onntttu
ua
u açççã
a ão
ã o
o

1 Estocolmo 1.29

2 Oslo 1.28

3 Zurique 0.94

4 Geneva/Genebra 0.91

5 Helsínquia 0.90

6 Copenhaga 0.82

7 Dublin 0.65

8 Munique 0.52

9 Vienna 0.47

10 Barcelona 0.44

11 Amesterdão 0.41

11 Lisboa 0.41

13 Hamburgo 0.40

14 Glasgow 0.36

15 Lion 0.27

16 Praga 0.26

17 Manchester 0.23

18 Dusseldorf 0.22

19 Bruxelas 0.18

20 Berlim 0.17

21 Madrid 0.16

22 Budapeste 0.14

23 Frankfurt 0.12

23 Roma 0.12

25 Varsóvia 0.11

26 Paris 0.10

27 Londres 0.06

28 Atenas 0.04

29 Milão 0.03

30 Moscovo 0.01

Fonte: European Cities Monitor 2005, Cushman & Wakefield Healey


& Baker

Com uma pontuação de 1,29 a capital sueca assumia em 2005 a primeira posição neste
ranking, logo seguida pela capital norueguesa (Oslo) com uma pontuação muito próxima
(1,28).

41
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Estocolmo é, portanto, uma região que se caracteriza por um crescimento económico


ambientalmente sustentável como resultado de uma política conscienciosa de ambiente,
do desenvolvimento de I&D inovadora e de um sector privado que adopta os princípios do
desenvolvimento sustentável.

O projecto Hammarby Sjostad 64 , na parte Sul de Estocolmo, é um bom exemplo de


realizações resultantes do clima generalizado de elevada consciência ambiental no seio
da sociedade sueca (população, empresas, instituições, autoridades públicas, …).
Inicialmente pensado para a localização da Vila Olímpica dos jogos olímpicos do Verão de
2004, tratou-se de um dos maiores projectos de desenvolvimento urbano de Estocolmo,
em que os edifícios se inserem harmoniosamente num moderno ambiente urbano.
Quando terminado, o complexo terá 9 000 apartamentos e aproximadamente 20 000
habitantes.

A dimensão das ruas, a extensão dos blocos habitacionais, a densidade e a utilização das
infra-estruturas foram projectadas para tirar partido da paisagem, dos parques e da luz
solar. Foi dada clara prioridade à utilização de fontes renováveis de energia, ao controlo
da poluição, à utilização de produtos ecológicos na construção de edifícios e colocação de
vidros que minimizem as perdas de calor, ao estrito uso de materiais não tóxicos, à
utilização de células fotovoltaicas e de células de combustível, ao aquecimento distrital, à
disponibilização de transportes alternativos ambientalmente sustentáveis, enfim, à
utilização da inovação tecnológica como parte integrante dos sistemas diários do bairro.

2.2.3. Estocolmo – Exemplo de um Cluster de Tecnologias do Ambiente

A região de Estocolmo destaca-se pelo elevado nível de investigação e desenvolvimento


aí realizado em áreas ligadas ao ambiente, razão pela qual é reconhecida
internacionalmente como um centro de I&D ambiental. Com efeito, desde há vários anos
que Estocolmo assume uma posição internacional de topo no que respeita à descoberta e
implementação de soluções tecnológicas sustentáveis do ponto de vista ambiental. Foram
desenvolvidas na região fortes competências ao nível: da purificação da água potável e
das águas residuais; gestão e tratamento do lixo; purificação do ar; produção e poupança
de energia (energias renováveis), aquecimento distrital; etc..

Em 2002, a comunidade de investigação local era constituída por 95 investigadores, o


que significa que se concentravam na região de Estocolmo cerca de 71% do total de
investigadores que, em toda a Suécia, se dedicavam nesse ano a questões relacionadas
com o ambiente.

64
www.sustainablepittsburgh.org

42
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.2.3.1 – NÚMERO DE INVESTIGADORES EM MATÉRIAS LIGADAS AO


AMBIENTE NA SUÉCIA, 2002

33

95

Resto da Suécia Estocolmo

Fonte: Stockholm – A World-class Environmental Technology Cluster, Business Arena Stockholm

São sete as universidades e colégios universitários que dispõem de investigação


ambiental na região de Estocolmo, localizando-se também na região alguns dos principais
institutos de investigação orientados para a indústria do ambiente, tais como Beijer
Institute, IVL Swedish Environmental Research Institute e Stockholm Environment
Institute. Recorde-se que Estocolmo é o maior centro académico da Escandinávia, com 90
000 estudantes, 9 000 investigadores e professores, mais de 20 universidades e colégios
universitários e uma série de institutos de investigação, academias científicas e livrarias
de investigação.

Merece aqui destaque a investigação em sistemas baseados em células solares, pilhas de


combustível e tecnologia de bateria desenvolvida no Royal Institute of Technology, na
Stockholm University e na Uppsala University e que tem uma projecção mundial.

Refira-se ainda que, quase 30% dos 9 380 estudantes que em 2002 frequentavam cursos
ligados ao ambiente na Suécia, concentrava-se na região de Estocolmo, como espelha o
gráfico seguinte.

GRÁFICO 2.2.3.2 – NÚMERO DE ESTUDANTES EM ÁREAS CIENTIFICAS RELACIONADAS COM O AMBIENTE,


SUÉCIA 2002

2750

6630

Resto da Suécia Estocolmo

Fonte: Stockholm – A World-class Environmental Technology Cluster, Business Arena Stockholm

43
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Em uníssono com o desenvolvimento das actividades de investigação, estruturou-se em


Estocolmo uma sólida indústria do ambiente intensiva em conhecimento. Nesta indústria
encontram-se dois tipos de empresas 65 :

empresas de tecnologia ambiental que oferecem produtos e serviços relacionados


com a purificação da água e do ar, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos
urbanos e das águas residuais e produção de energia.

empresas orientadas para o ambiente, em que o ambiente enquanto tal não é


parte das suas operações, todavia elas são instrumentais para o desenvolvimento e
marketing de processos e produtos relacionados com o ambiente.

Considerando a definição da OCDE, segundo a qual a indústria dos bens e serviços


ambientais consiste em “actividades que produzem bens e serviços para medir, prevenir,
limitar, minimizar ou corrigir danos ambientais da água, ar e sol, bem como problemas
relacionados com os resíduos sólidos urbanos, ruído e ecossistema. Incluem-se aqui
tecnologias limpas, produtos e serviços que reduzem o risco ambiental e minimizam a
poluição e uso de recursos”, a região de Estocolmo alberga cerca de 2 500 empresas que
tem o seu core business na indústria dos bens e serviços ambientais 66 .

A região de Estocolmo também é frequentemente encarada como um excelente mercado


para testar inovações, uma vez que os seus habitantes são receptivos à adopção de
novas ideias e tecnologias e, como resultado disso, são com frequência confrontados com
novos produtos e serviços antes de estes serem lançados noutros mercados europeus.

Conclui-se, portanto, que esta região não é apenas um forte centro nacional de
investigação mas constitui na verdade um cluster de tecnologia ambiental com projecção
mundial, em que investigadores, empresas locais e autoridades colaboram intensamente
e partilham conhecimento em vários programas de desenvolvimento.

I&D no Domínio de Novas Fontes de Energia

Neste ponto pretende-se identificar algumas das áreas ligadas às energias renováveis,
que são alvo de intensa investigação na região de Estocolmo 67 .

A maioria dos projectos relacionados com as energias sustentáveis é desenvolvida no


AngstrÖm Laboratory, que é o principal departamento de ciência e tecnologia da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Uppsala. Este laboratório é dos
mais avançados e modernos a nível europeu no que respeita à investigação de materiais

65
www.businessarenastockhom.com/
66
Vd. A Strong Environmental Technology Cluster (www.stockholmbusinessregion.se).
67
Para o desenvolvimento deste ponto seguiu-se de muito perto o documento: Stockholm – a Hot Spot for
R&D in Environmental Technology, Business Arena Stockholm, 2002 e o documento: Sustainable Energy –
Cutting Edge Research at Uppsala University (www.uu.se).

44
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

e tem desenvolvido projectos de investigação ao nível da identificação de superfícies que


permitam uma conversão foto termal eficiente da energia solar, dos sistemas baseados
em células solares e da eficiência energética dos edifícios.

O AngstrÖm Solar Center desenvolve métodos para controlar e transformar a radiação


solar em electricidade e reduzir o consumo de energia nos edifícios, em 3 áreas de
projecto:

CIGS Thin Film Solar Cells: Tem desenvolvido com bastante sucesso
investigação ao nível das CIGS thin-film solar cells no AngstrÖm Solar Center em
Uppsala. A tecnologia thin film tem o potencial de reduzir custos substancialmente.
O grupo de investigação tem conseguido bons resultados ao nível das thin-film
solar cells, permitindo que a tecnologia das pilhas solares fique mais próxima de
uma meta comercial mais barata.

Vidros Inteligentes: são uma invenção única que foi desenvolvida no AngstrÖm
Solar Center. Os vidros inteligentes utilizam impulsos eléctricos de baixa voltagem
para regular a intensidade luz e energia solar transmitida através deles, o que
permite uma poupança significativa no consumo de energia dos edifícios. Os
protótipos em formato A4 foram desenvolvidos por Claes Granqvist e a
comercialização foi levada a cabo pela Chromogenics, uma empresa sediada em
Estocolmo. Tem sido desenvolvida uma tecnologia original que se apresenta
favorável do ponto de vista da comercialização, que se traduz na aplicação das
camadas electrocrómicas activas das janelas em substratos de plástico, mais
flexíveis e baratos do que as placas de vidro, aumentando a eficiência energética e
o conforto;

Células Solares Nanoestruturada: este tipo de células solares tem um


mecanismo de funcionamento completamente diferente do das células solares
convencionais. Fruto de uma investigação de base de longa data desenvolvida pelo
AngstrÖm Solar Center, tem sido desenvolvida uma nova forma de produzir células
solares nanoestruturadas. Estes desenvolvimentos abrem a possibilidade de
fabricar células solares em substratos plásticos, permitindo retirar vantagens da
flexibilidade, do baixo peso e da reduzida fragilidade das mesmas e possibilitando
o fabrico de células solares num processo contínuo.

Outros domínios de investigação na região de Estocolmo:

Baterias e Células de Combustível: trata-se de uma outra área prioritária, em


que o laboratório AngstrÖm Laboratory em Uppsala dispõe do grupo de
investigação mais reconhecido do mundo, designadamente por ter desenvolvido a
bateria de iões de lítio. O objectivo geral desta área de investigação é contribuir
significativamente para o desenvolvimento de fontes de energia electroquímica
eficientes e ambientalmente aceitáveis para serem usadas no sector dos
transportes e da electrónica móvel. Os investigadores, entre muitas outras coisas,

45
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

têm desenvolvido baterias espalmadas que utilizam películas polimétricas de baixo


peso que, tal como as membranas condutoras de iões de lítio, podem aplicar-se
nos veículos eléctricos, nas fontes eléctricas de emergência, entre outras
aplicações. Ao nível das células de combustível, três investigadores do Royal
Institute of Technology desenvolveram uma nova técnica que torna, praticamente,
possível massificar a produção de células de combustível a custos mais baixos do
que anteriormente, sendo considerado um grande passo no sentido da
sustentabilidade dos transportes. No futuro, os carros funcionarão com baterias e
pilhas de combustível e, por conseguinte, reduzir-se-ão as emissões de dióxido de
carbono lançadas para a atmosfera.

Produção e armazenamento de energia eléctrica: é um campo de investigação


relativamente recente no AngstrÖm Laboratory, mas que se tem expandido muito
rapidamente. A investigação desenvolvida recai na busca de soluções sustentáveis
do ponto de vista industrial e ambiental e mais eficientes do ponto de vista dos
custos no que respeita à energia hídrica, eólica e oceânica. Estão neste caso novos
conceitos de turbinas eólicas e de geradores de electricidade a partir da energia
das ondas.

Produção renovável de hidrogénio: é igualmente um domínio de investigação


da universidade de Uppsala. Entre as áreas com especial interesse destacam-se:
processos fotoelectroquímicos e sistemas fotobiológicos onde a actividade
fotossintética das bactérias e algas verdes é usada para produzir hidrogénio. A
investigação abrange também a fotossíntese artificial, que envolve o controlo da
transformação de electrões em componentes moleculares de tamanho ínfimo. A
utilização do hidrogénio nas células de combustível e hidretos metálicos também é
estudada.

Tecnologias de Purificação da Água, Efluentes e Ar 68

Estocolmo apenas retira 3% do fluxo médio do Lake Mälaren para o seu consumo de água
e nenhuma água é consumida sem primeiro passar pelo ciclo hidrológico. Não obstante a
alta qualidade desta água, Estocolmo tem um dos mais baixos custos de água na Europa.

Na Universidade de Mälardalen tem sido desenvolvida investigação nos drenos de


pequena escala. Esta tecnologia, que é vista como a tecnologia do futuro, e que tem um
excelente efeito de purificação no que respeita ao fósforo e ao azoto, reduz as emissões
no solo arável.

À semelhança do que se verifica com a Noruega e a Dinamarca, a Suécia tem um longo


historial de desenvolvimento de métodos, aplicados nas fábricas, de purificação ecológica

68
Vd. Stockholm – a Hot Spot for R&D in Environmental Technology, Business Arena Stockholm, 2002 e
Environmental Technology em www.businessarenastockhol.com/.

46
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

para a água da superfície. E Estocolmo é uma das cidades suecas que introduziu a
purificação ecológica da água de superfície em diversas residências e áreas industriais.

Como já foi anteriormente referido, a Suécia tem feito consideráveis avanços ao nível das
tecnologias de purificação do ar, razão pela qual é um dos países com melhores
resultados ao nível da redução da poluição industrial. Além disso, a indústria sueca é das
que mais integra os cuidados ambientais na sua gestão do trabalho.

Como também já ficou dito, Estocolmo tem uma excelente qualidade de ar, com baixos
níveis de dióxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de azoto, devido em grande
medida ao seu sistema de transportes públicos bem desenvolvido, ao aquecimento
distrital, ao controlo exaustivo das emissões e também à utilização de biogás de etanol
nos autocarros da cidade.

Existem hoje cerca de 60 produtos, tecnologias e serviços suecos, comercializáveis, que


permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono dos transportes e dos sectores
industrial e energético.

69
O Angstrom Energy Park

Este parque localiza-se em Uppsala e corporiza uma abordagem integrada de eficiência


energética e sustentabilidade ambiental. O principal objectivo do projecto é demonstrar,
publicamente, os benefícios ambientais, sociais e económicos da inovação e eficiência
energética aplicadas nos edifícios através de vidros inteligentes, ventilação inteligente e
painéis solares e de calor, turbinas eólicas de eixos verticais, biomassa, armazenamento
de energia, aquecimento distrital, e sinergias e integrações do sistema de energia. Além
disso, serve como infra-estrutura de I&D multidisciplinar no que respeita a soluções
energéticas sustentáveis em termos de ecologia, economia e tecnologia. São parceiros
neste projecto: a Uppsala University; o Swedish University of Agricultural Sciences (SLU);
e a City of Uppsala. Também associado ao Angstrom Energy Park está o County Council
of Uppsala e várias empresas pertencentes ao, cada vez maior, cluster industrial de
energia de Uppsala.

2.3. DINAMARCA – ENERGIA EÓLICA, HIDROGÉNIO E ECO-PARQUES

A energia eólica é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e passível de


fornecer energia eléctrica, sem criar nenhum remanescente perigoso. A utilização desta
fonte energética para produzir electricidade, em escala comercial, teve início há cerca de
30 anos e, através de conhecimentos associados à indústria aeronáutica, os
equipamentos para a produção deste tipo de energia evoluíram rapidamente, para
produtos de alta tecnologia.

69
Vd. Sustainable Energy – Cutting Edge Research at Uppsala University (www.uu.se).

47
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Na década de 70, com a crise mundial do petróleo, assistiu-se, de facto, a um grande


interesse de países Europeus e dos EUA, em viabilizar o desenvolvimento e a aplicação,
em escala comercial, de equipamentos de produção de electricidade, que permitissem
diminuir a dependência do petróleo e do carvão, tendo parte dos esforços realizados
recaído, justamente, no aproveitamento da energia eólica.

Envolvendo inicialmente, avultados custos de produção, a energia eólica constitui hoje,


uma alternativa energética competitiva. Os constantes desenvolvimentos tecnológicos
(sistemas avançados de transmissão, melhor aerodinâmica, estratégias de controlo e
operação das turbinas, etc.) têm permitido reduzir os custos e melhorar o desempenho e
a eficiência dos equipamentos, mitigando um dos principais entraves ao aproveitamento
comercial deste tipo de energia – o elevado custo dos equipamentos. E, ao contrário da
maioria das fontes de energia tradicional, os seus custos continuam em decréscimo e
prevê-se que essa tendência se mantenha no futuro. O preço do kWh produzido é,
actualmente, 1/5 do que era há 20 anos 70 . Além disso, a energia eólica não está sujeita a
oscilações bruscas de preços, proporcionando uma estabilidade dos mesmos que, outras
formas de energia, não conseguem assegurar.

Antes de nos debruçarmos especificamente sobre o cluster dinamarquês, centrado na


energia eólica, traçamos os principais elementos caracterizadores desta fonte de energia
renovável a nível mundial e europeu.

2.3.1. Energia Eólica – Panorama Mundial

Estima-se que o potencial eólico bruto mundial seja da ordem dos 500 000 TWh por ano.
Porém, em virtude de restrições ambientais, apenas 53 000 TWh (cerca de 10%) são
considerados tecnicamente aproveitáveis, sendo este valor, ainda assim, 2 vezes superior
à projecção da procura energética mundial em 2020, que se prevê ascender a 25 579
TWh/ano 71 .

Em capacidade acumulada instalada de energia eólica, a Alemanha é líder mundial, com


16 629 MW em 2004, mais de um terço da capacidade mundial instalada. Espanha ocupa
o segundo lugar com 8 263 MW e os EUA, que lançaram a indústria moderna de energia
eólica na Califórnia, no início da década de 80, encontram-se na terceira posição com 6
740 MW, seguindo-se a Dinamarca com uma capacidade instalada de 3 117 MW.

70
Fonte: www.energiasrenováveis.com:dossier energia eólica.
71
Fonte: GNEC.

48
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.1.1 – ENERGIA EÓLICA – CAPACIDADE ACUMULADA INSTALADA NO MUNDO (%), 2004

Japão Resto Mundo China


Itália 1,8% 10,2% 1,6% Alem anha
2,4% 35,1%
India
6,3%

Dinam arca
6,6%

EUA Holanda
14,2% Reino Unido 2,3%
Espanha
1,9%
17,5%

Fonte: Global Wind Energy Council (GWEC).

Alemanha, Espanha, EUA e Dinamarca são responsáveis por quase 75% dos 47 317 MW
de capacidade acumulada instalada no mundo. A Europa, no seu conjunto, é responsável
por 72% dessa capacidade e contribuiu, com cerca de 73% para a nova capacidade
instalada de energia eólica, em 2004, secundada pela Ásia com 15,9%. Na América
Latina e no continente Africano os acréscimos de capacidade instalada continuam a ser
exíguos, conforme indica o gráfico que se apresenta de seguida.

GRÁFICO 2.3.1.2 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL – NOVA CAPACIDADE INSTALADA DE


ENERGIA EÓLICA, EM 2004

América Norte Região Pacífico


6,4% 4,1%
África
0,6%

Ásia
15,9%

América Latina
e Caribe
0,6% Europa
72,4%

Fonte: The European Wind Energy Association (EWEA).

Entre 1999 e 2004, o ritmo de crescimento médio anual, da capacidade acumulada de


energia eólica, rondou os 28% sendo que em 2004 foram instalados mais 7 976 MW,
representando um volume de negócios, para a indústria das turbinas, de
aproximadamente 8 biliões de euros (Wind Force 12 - GWEC).

49
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O mercado mundial de turbinas eólicas desenvolveu-se rapidamente em tecnologias,


potências e tamanhos nos últimos 15 anos. Trata-se, hoje, de uma indústria de alta
tecnologia, dominada pelos europeus, uma vez que 90% dos fabricantes de
aerogeradores estão na Europa, conseguindo lucros combinados superiores a 1 bilião de
euros 72 .

O negócio da energia eólica é hoje encarado seriamente pelos actores da indústria


energética convencional: a Shell formou a Shell Wind Energy; e a subsidiária da Enron,
Enron Wind Corporation, foi comprada pela General Electric, para formar a GE Wind
Energy.

Estima-se que, em 2020, a energia eólica possa suprir 12% da procura mundial de
energia eléctrica, com uma capacidade instalada total de mais de 1 250 GW, o que
envolverá um investimento anual que rondará, em 2020, os 80 biliões de euros (Wind
Force 12 – Relatório 2005 – GWEC).

Da dinâmica do mercado da energia eólica prevê-se que resulte a criação de cerca de 2


milhões de empregos (estima-se que, em 2004, o emprego se cifrou entre 90 000 a 100
000 trabalhadores) e uma redução total de 10 771 toneladas de CO2, ao mesmo tempo
que se estima que, em 2020, o custo de produção de electricidade atinja os 2,45
cêntimos de euro/kWh (Wind Force 12 – Relatório 2005 - GWEC).

A energia eólica já representa, actualmente, uma parcela apreciável da electricidade


produzida em alguns países ou regiões. Na Dinamarca, por exemplo, a energia eólica
representa cerca de 20% de toda a electricidade gerada e a meta é aumentar essa
parcela para 50%, em 2030. Na região de Schleswing-Hostein, na Alemanha, cerca de
34% da electricidade consumida é proveniente da energia eólica, e na Lower Saxony essa
parcela é de 15,6%. Em Navarra, Espanha, uma parcela significativa da procura de
electricidade é também suprida pela energia eólica.

Organizações, indústria e empresas de serviços assumem, cada vez mais, o seu interesse
na energia eólica como um bom investimento e como solução para os problemas
energéticos do futuro. No entanto, a viabilidade económica dos investimentos é muito
diferente de país para país, e de região para região, dependendo, essencialmente, da
distribuição geográfica do potencial eólico.

2.3.2. Energia Eólica – Panorama Europeu

No final de 2004, a capacidade de energia eólica instalada nos países europeus atingia os
34 072 MW (72% do total da capacidade mundial instalada) distribuídos do seguinte
modo:

72
Fonte: www.energiasrenováveis.com:dossier energia eólica.

50
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.3.2.1 - CAPACIDADE INSTALADA ACUMULADA DE ENERGIA EÓLICA (MW)


NA UE-15, POR PAÍS

1
19
1 99
9 95
9 5
5 2
20
2 00
0 04
0 4
4

Áustria 5 606

Bélgica 4 95

Dinamarca 619 3117

Finlândia 6 82

França 3 386

Alemanha 1 132 16629

Grécia 28 465

Irlanda 7 339

Itália 32 1125

Luxemburgo 2 35

Holanda 249 1078

Portugal 8 522

Espanha 133 8263

Suécia 69 442

Reino Unido 200 888


EU-15 2 497 34 072

Fonte: GWEC

A Alemanha liderava o mercado europeu (e mundial), em termos de potência instalada,


com 16 629 MW, suficente para satisfazer cerca de 7% do seu consumo doméstico de
electricidade. Seguem-se, Espanha e Dinamarca com capacidades totais que lhes
permitem suprir, respectivamente, 6,5% e 20% da procura de energia eléctrica.

A capacidade instalada na Europa cresceu a uma média anual de 22%, nos últimos seis
anos (1999-2004), sendo, em 2004 suficiente para responder a 2,5% da procura europeia
de electricidade. O objectivo é que, em 2020, estejam instalados na Europa 180 000 MW de
capacidade eólica (GWEC).

51
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.2.1 - DISTRIBUIÇÃO DA NOVA CAPACIDADE INSTALADA DE ENERGIA EÓLICA, POR PAÍS
EM 2004

Resto Mundo
16,8%

Espanha
25,9%
Áustria
2,4%
Itália
2,8%

India Holanda
11,0% 2,5%

Portugal
2,8%
Alemanha
Reino Unido
25,5%
3,0% EUA
4,9% China
2,5%

Fonte: GWEC

Mais de metade da capacidade instalada no mundo em 2004, ficou a dever-se à


Alemanha e Espanha, como reflecte o gráfico acima apresentado. Porém, 5 outros
membros da UE – Áustria (192 MW), Itália (221 MW), Holanda (197 MW), Portugal (226
MW) e Reino Unido (240 MW) – registaram, igualmente, capacidades adicionais
apreciáveis.

Mercado offshore

O novo desafio da indústria eólica reside nos parques offshore, dado que no mar se pode
encontrar uma velocidade de vento consideravelmente maior.

Em 2003, apenas a Europa tinha capacidade de energia eólica offshore instalada. Catorze
projectos estavam a operar nesse ano, em cinco países da UE, com uma capacidade total
de cerca de 522 MW.

Desde que as primeiras turbinas offshore foram instaladas, em 1991, o desenvolvimento


tem sido gradual. Em 2002, surgiu o primeiro grande offshore de energia eólica instalado
em Horns na costa dinamarquesa (Mar do Norte), com uma capacidade de 160 MW. De
resto, este é o país responsável pela maior parcela de capacidade instalada na Europa
com quase 400 MW.

52
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.3.2.2 – CAPACIDADE INSTALADA DE ENERGIA EÓLICA OFFSHORE

C
CCaaap
pa
p accciiid
a da
d ad
a de
dee
CCCa aap
ppa accciiid
a da
d aadde
dee
L
Lo
L occca
o allliiizzza
a açççã
a ão
ã o
o P
Pa
P aííísss
a A
An
A no
n o
o IIIn
nsssttta
n allla
a ad
a da
d aA
a AAcccuum
u mu
m ullla
u ad
a da
daa
IIIn
nsssttta
n allla
a ad
a dda aa (((M
MW
M W)))
W (((M
MMW W)))
W

Vindeby Dinamarca 5 1991 5

Lely Ljsselmeer, Holanda 2 1994 7

TunØ Knob Jutland, Dinamarca 5 1995 12

Dronton Ljsselmeer, Holanda 17 1997 29

Bockstigen-Valor Gotland, Suecia 3 1998 32

Blyth Reino Unido 4 2000 36

Middelgrunden Copenhaga, Dinamarca 40 2000 76

Utgrunden Suécia 10 2000 86

Yttre Strengrund Suécia 10 2000 96

SamsØ Dinamarca 23 2001 119

North Hoyle Reino Unido 60 2003 179

Horns Rev Dinamarca 160 2003 339

Nysted Dinamarca 158,4 2003 497,4

Arklow Bank Irlanda 25 2003 522,4

Fonte: Wind Energy – The Facts, Volume 3, Industry & Employment, pág.121.

As expectativas apontam para um substancial crescimento do mercado offshore nos


próximos 15 a 20 anos. A EWEA estima que a capacidade de energia eólica offshore
instalada, em 2020, atinja os 70 GW.

Os planos dos dinamarqueses, ingleses e alemães, particularmente destes últimos, para


as próximas duas décadas são muito ambiciosos. O objectivo do governo alemão é atingir
25 000 MW de turbinas eólicas no mar em 2025, o que permitirá satisfazer 15% da
procura de electricidade do país.

Mas outros países europeus têm importantes planos offshore, designadamente a Holanda,
a Irlanda e a Suécia.

Entretanto, já estão projectados vários parques eólicos, desta natureza, para começar a
operar no curto prazo, como se pode ver no quadro seguinte.

53
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.3.2.3 – INSTALAÇÕES DE ENERGIA EÓLICA OFFSHORE PLANEADAS PARA A UE-25 ATÉ 2006

Pa
P
P aííísss
a De
D
D e gn
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o / o allliiizzza
occca
/LLLo a a ão
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D
D attta
a a
a MW
M
M W
W

Bélgica Thornton Bank 2005 216,0

Finlândia Kokkola 2005 207,0

Alemanha Borkum Riffgrund phase 1 2005 231,0

Alemanha NordergrÜnde 2005 266,0

Alemanha Sky 2000 2005 150,0

Irlanda Arklow Bank phase 2 2005 216,0

Holanda Near Shore wind park 2005 99,0

Holanda Q7-WP 2005 120,0

Polónia Bialogora 2005 120,0

Suécia Fladen 2005 140,0

Reino Unido Barrow 2005 108,0

Reino Unido Cromer 2005 108,0

Reino Unido Gunfleet Sands 2005 108,0

Reino Unido Lynn 2005 108,0

Reino Unido Robin Rigg (Solway Firth) 2005 108,0

França lle de Groix 2006 100,0

Alemanha Adlergrund phase 1 2006 320,0

Alemanha Amrumbank West 2006 288,0

Alemanha Arkona-Bechen Südost phase 1 2006 195,0

Alemanha Beltsee 2006 249,0

Alemanha Borkum Riffgrund West phase 1 2006 280,0

Alemanha Butendiek 2006 240,0

Alemanha DanTysk phase 1 2006 400,0

Alemanha He Dreiht 2006 535,5

Alemanha Meerwind phase 1 2006 262,5

Alemanha Nordsee Ost phase 1 2006 400,0

Alemanha North Sea Windpower phase 1 2006 166,5

Alemanha Riffgat 2006 198,0

Alemanha Sandbank 24 phase 1 2006 360,0

Alemanha Uthland 2006 400,0

Irlanda Arklow Bank phase 3 2006 263,0

Reino Unido Sheel Flat 2006 324,0

Outros Menos de 100 MW - 1072,8

Total - - 8719,3

Fonte: Wind Energy – The Facts, Volume 3, Industry & Employment, pág.121.

Oito países europeus planearam instalar quase 9 000 MW de capacidade eólica offshore
nos anos de 2005 e 2006. Grande parte desta capacidade respeita a projectos alemães.

54
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Empresas e Emprego

As empresas europeias dominam o mercado das turbinas eólicas, tendo produzido mais
de 90% das turbinas vendidas no mundo, em 2002. Nove das 10 principais empresas
produtoras de turbinas estão na Europa.

O gráfico 2.3.2.2 mostra os principais produtores mundiais de turbinas de grande porte,


em 2002.

GRÁFICO 2.3.2.2 – TOP 10 - PRODUTORES TURBINAS EÓLICAS, 2002

Outros
Nordex 5%
7% Vestas
21%
Bonus
7%

Ecotecnia
GE Wind 2%
9%

Repower
3%
Enerco
18%
Gamesa
11%
Made
NEG Micon 3%
14%

Fonte primária: BTM Consult (2003)


Fonte secundária: Wind Energy – The Facts, Volume 3, Industry & Employment.

O emprego europeu, afecto à indústria das turbinas eólicas, está concentrado em poucos
países, com a Alemanha, Dinamarca e Espanha a serem responsáveis por mais de 90%73
desse emprego 74 e tem fraca expressão no total do emprego industrial da União Europeia
(aproximadamente 0,1%). Mas, nos países onde esta indústria tem forte expressão no
sector industrial, como é o caso da Dinamarca, esta representatividade é mais expressiva
(1,2%).

Emprego Directo: Produção, Instalação e Manutenção

A Associação Europeia da Energia Eólica estima que o emprego directo neste sector
ascendeu, em 2002, a 48 363 trabalhadores, repartido por três segmentos distintos:
fabrico de turbinas eólicas, instalação e actividades de operação e manutenção. O
primeiro segmento é de longe o mais representativo, com 30 946 empregos.

73
Wind Energy – The Facts, Volume 3, Industry & Employment.
74
Os dados para o emprego directo em Itália e Holanda não foram incluídos nesta análise devido à falta de
dados, apesar de existirem alguns produtores de turbinas eólicas nestes países.

55
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.2.3 – EMPREGO DIRECTO NO SECTOR DAS TURBINAS EÓLICAS, 2002

2768 60 300 50 44 1010 966


100%
30 218
1500
213
340 4500
80% 14649 800 5771

90
60% 100

1395
40% 6624
720
30946 756 11197
1150 10439

20%
60
30

0%
do

s
l
ri a

ca
EU

a
ha

ga

ro
nh
ar

ni

an
st

rtu

ut
pa
U
Au

am

O
em

Po

Es
no
in

Al
ei
D

Fabrico de Turbinas Instalação Manutenção

Fonte secundária: Wind Energy – The Facts, Volume 3, Industry & Employment.

Para além do emprego directo, o sector eólico gera também significativos postos de
trabalho indirecto, estimando-se que, em 2002, o emprego total (directo e indirecto) do
sector, na Europa, tenha atingido 72 275 trabalhadores (+188% face a 1998). Este
crescimento terá sido mais significativo nas actividades de manutenção (+268%; de 950
trabalhadores em 1998 para 3500 em 2002). Os segmentos de produção e instalação
terão registado um crescimento similar (185%).

Num cenário baseado numa expansão considerável da energia eólica até 2020, prevê-se
que o sector empregue, na Europa, 196 900 trabalhadores, repartidos do modo seguinte:
produção – 153 400; instalação – 27 400; manutenção – 16 100.

2.3.3. Energia Eólica na Dinamarca – Um Cluster de Sucesso

A Dinamarca, país relativamente pequeno (5,4 milhões de habitantes) com uma elevada
densidade populacional (125,2 habitantes por km2) 75 , tem uma longa tradição de
utilização do vento como fonte de energia. A produção de electricidade a partir da

75
www.danishexports.dk

56
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

energia eólica começou no início do século passado, com alguns dos primeiros
desenvolvimentos creditados, precisamente, aos dinamarqueses. Mas, só na década de
70 surgiram desenvolvimentos que permitiram começar a encarar a produção deste tipo
de energia numa perspectiva comercial.

Com efeito, na segunda metade do século XX, com a crise do petróleo nos anos 70,
começaram a surgir os primeiros problemas relacionados com a forte dependência
mundial dos países produtores de petróleo. A partir dessa altura, diversos países
começaram a adoptar políticas de redução do consumo de energia e estratégias de
estímulo a fontes de energia alternativas ao petróleo.

A Dinamarca é hoje líder mundial na indústria eólica. Quase metade das turbinas eólicas
de todo o mundo são produzidas pelos fabricantes dinamarqueses, detendo a “indústria
do vento” um peso significativo na economia deste país com um emprego superior a 20
000 pessoas. O sector eólico é um dos poucos sectores industriais em que a Dinamarca é
forte, sendo tipicamente este um país prestador de serviços.

A pequena dimensão do mercado doméstico dinamarquês leva a que a “indústria do


vento” seja fortemente orientada para a exportação. 90% das turbinas de vento
fabricadas na Dinamarca são vendidas nos mercados internacionais. VESTAS e BONUS
são dois dos principais produtores de turbinas dinamarqueses com projecção a nível
mundial.

Os pequenos proprietários deram uma contribuição decisiva ao sector eólico


dinamarquês. Associações de lavradores e cooperativas de “vizinhos” são proprietárias de
parques eólicos, maximizando a rentabilidade das suas terras dando-lhes outra utilidade
para além da agricultura ou pastorícia.

Cerca de 150 000 famílias dinamarquesas são proprietárias ou têm quotas em parques de
energia eólica.

Outra razão que explica o sucesso da indústria eólica dinamarquesa assenta no


compromisso assumido pelos sucessivos governos relativamente aos planos nacionais de
energia, com o objectivo de aumentar a independência energética do país e ao mesmo
tempo proteger o ambiente.

A presença de empresas representando todas as ligações da cadeia de valor da indústria


do vento e a forte cooperação entre elas e com a comunidade científica, explica grande
parte do sucesso deste cluster. A investigação e inovação tecnológicas e respectiva
articulação com a comunidade empresarial têm sido, sem dúvida, um elemento crucial da
indústria eólica na Dinamarca.

Este pequeno país do Norte da Europa conseguiu, efectivamente, criar um cluster onde
fabricantes, fornecedores, instituições de ensino e investigação combinam competências,
experiência, inovação e tecnologia avançada numa forte indústria.

57
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Actualmente, a Dinamarca está a seguir uma estratégia com duas vertentes: está, por
um lado, a substituir as turbinas mais pequenas e menos produtivas (até 150 kw),
instaladas durante a década de 80, e a expandir a energia eólica offshore, por outro lado.
Já existem alguns parques eólicos offshore a operar neste país e vários projectos estão
em desenvolvimento.

A última referência vai para a relevante indústria de logística dinamarquesa que é


também muito importante para as empresas de turbinas eólicas que localizam a sua
produção na Dinamarca.

Capacidade de Energia Eólica Instalada na Dinamarca

A Dinamarca tinha, em 2004, 5 395 turbinas eólicas instaladas no seu território, com
uma capacidade total de 3 117 kW 76 . Esta capacidade é suficiente para satisfazer cerca
de 20% do consumo de electricidade do país (1,4 milhões de famílias dinamarquesas),
proporção muito acima da observada a nível europeu que não vai além dos 2,5%.

GRÁFICO 2.3.3.1 TURBINAS EÓLICAS NA DINAMARCA

7000

6000
6451

5389
5000 5395

4000
Turbinas

3000 3830

2000

2889
1000
1320
510
0
83

84

85

86

87

88

89

90

91

92

93

94

95

96

97

98

99

00

01

02

03

04
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

20

20

20

20

20

Fonte: Danish Wind Industry Association.

A evolução do número de turbinas instaladas na Dinamarca foi ascendente até 2001, ano
a partir do qual começou a decair, em virtude do aumento da capacidade média das
turbinas mas, sobretudo, devido ao programa de substituição das pequenas e velhas

76
Em algumas estatísticas este valor é de 3 118,5.

58
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

turbinas instaladas nos anos 80 do século passado, por novas turbinas mais potentes e
maiores. Em 2004, houve um ligeiríssimo acréscimo (mais 6 novas turbinas
relativamente a 2003) mas é de prever que o número de turbinas continuará a diminuir
nos próximos anos em consequência da introdução de novos programas de substituição.

GRÁFICO 2.3.3.2 - ENERGIA EÓLICA INSTALADA NA DINAMARCA, MW

3500
3117

3000

2500

2000
1771
1500

1000
842

500
114 343
20
0
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
00
01
02
03
04
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20

MW

Fonte: Danish Wind Industry Association 77

Nos últimos 25 anos, o potencial eólico na Dinamarca registou um elevado crescimento,


particularmente na última década, com uma evolução em exponencial, sextuplicando a
capacidade instalada (de cerca de 500 MW, em 1994, para perto de 3 200 MW, em
2004).

77
Optou-se por colocar no ano de 2004 o valor de 3 117 MW e não de 3 118,5 MW por aquele ser mais
frequente nas estatísticas a que tivemos a acesso.

59
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.3.3 – ENERGIA EÓLICA NO CONSUMO DE ELECTRICIDADE DINAMARQUÊS

22,5

20,0

17,5
15,0

12,5

10,0

7,5
5,0

2,5

0,0
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993

1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Fonte: Danish Wind Industry Association.

Em 1981, o primeiro plano energético do governo dinamarquês previa que, em 2000,


10% do consumo de electricidade deveria ser satisfeito pela energia eólica. O objectivo
foi atingido mais cedo do que o previsto, com cerca de 5 000 turbinas instaladas, com
uma média de 230 kW, quando, inicialmente, o governo esperava que tal objectivo
exigisse a instalação de 60 000 turbinas eólicas com uma capacidade média de 15 kW.

A energia eólica permitiu à Dinamarca reduções significativas nas emissões de gases com
efeito de estufa e espera-se que a parcela da energia eólica no mix energético da
Dinamarca aumente todos os anos, de modo a que em 2030 a energia eólica satisfaça
cerca de metade das necessidades de electricidade do país, com uma redução das
emissões de CO2 de igual grandeza. Para atingir este nível é preciso instalar mais 5 500
MW de capacidade, grande parte da qual em parques eólicos offshore (Wind Power 12 –
Relatório 2004).

Com efeito, a grande aposta da Dinamarca são agora os parques eólicos offshore em
virtude, designadamente, da maior velocidade do vento oferecida por essas localizações.
O primeiro grande parque eólico offshore a operar na Dinamarca (160 MW) foi construído
em 2002 e encontra-se em Horns no Mar do Norte. O segundo grande parque eólico (166
MW) encontra-se na costa de Nysted, tendo ficado concluído em 2003. Outros novos
parques eólicos offshore estão já projectados e espera-se que sejam entretanto
anunciados projectos mais ambiciosos.

Note-se, ainda, que a Dinamarca é o país com maior capacidade eólica offshore instalada.
Em 2003, este país tinha 492 dos 530 MW offshore instalados a nível mundial.

60
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Indústria do vento

A “indústria do vento” tem crescido mais do que qualquer outra na Dinamarca e é maior
do que a indústria do cimento ou do aço. Em 2002, a percentagem da “indústria do
vento” no total do emprego industrial do país era de 1,2%, mais do que a afecta à
produção de cimento e de aço.

A “indústria do vento”, que em 1981 dava trabalho a apenas algumas centenas de


trabalhadores, emprega hoje em dia mais de 20 000 dinamarqueses (desde fábricas de
turbinas de vento até à manutenção e investigação) e obtém uma receita de cerca de 3
biliões de euros.

Uma parcela significativa do emprego criado pela “indústria do vento” dinamarquesa está
situada nas áreas populacionais menos densas, contribuindo para o desenvolvimento de
algumas economias rurais.

O “cluster do vento” pode dividir-se nas seguintes categorias principais:

Produtores de Turbinas e de hélices – em que se incluem NEG Micon A/S, a Vestas


Wind Systems, a Bónus Energy A/S e a LM Glasfiber A/S;

Fornecedores de Componentes – compreende produtores de dimensão média e


pequena de componentes de aço, equipamento electrónico, ou software para as
fábricas de turbinas. Entre elas encontram-se AVN Hydraulik A/S, MITA, KK-
Electronics A/S e Niebuhr Gear Manufactory;

Um número de pequenas empresas de vários tipos. A região de Ringkobing alberga


uma concentração de empresas da indústria do metal e tecnologia relacionada com
a indústria das turbinas.

Empresas que fornecem serviços especializados de consultoria;

Instituições de ensino e de investigação.

A indústria dinamarquesa de turbinas eólicas tem registado uma evolução impressionante


ao longo dos anos, quer em capacidade de potência eólica vendida, quer em termos de
receitas geradas.

O número de unidades vendidas, que conheceu durante anos, acréscimos igualmente


significativos, está em declínio ligeiro nos últimos anos, como consequência do aumento
da capacidade média das turbinas de vento, propiciado pelos sucessivos avanços
tecnológicos.

61
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.3.4 – VENDAS DE POTÊNCIA EÓLICA DOS PRODUTORES DINAMARQUESES, KW

100% 3
117
7 388 208
23 29 98
32 526
52 317
221
44 566

33
80% 286 3034
73
21 66
2875

3088
60% 82
110 3335

81 1574
316
220
180 181 1854
681
40%
121 476

55
94 899
20 70
505
20%

20

0%
1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004
Outros países Dinamarca

Fonte: Danish Wind Industry Association.

Em 2004, os produtores dinamarqueses venderam quase 3 040 kW de potência eólica,


cerca de 76 vezes mais, relativamente a 1983, e conseguiram uma receita de 21 049
biliões DKK, quase 10 vezes mais do que 10 anos antes. Cerca de 90% das turbinas
destinaram-se à exportação. A Nordex não produz desde 2003 turbinas eólicas na
Dinamarca, o que justifica o decréscimo verificado nesse ano.

62
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.3.3.5 – RECEITA DOS PRODUTORES DINAMARQUESES DE TURBINAS EÓLICA, BILIÕES DKK

22000

20000
18000

16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Outros Paises Dinamarca

Fonte: Danish Wind Industry Association.

Como se vê no mapa 2.3.3.1, as turbinas dinamarquesas estão em todo o mundo.


Aproximadamente metade de toda a capacidade acumulada instalada de energia eólica a
nível mundial, em 2003 (cerca de 40 000 MW), respeita a turbinas produzidas pela
indústria dinamarquesa.

MAPA 2.3.3.1 - DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DA CAPACIDADE EÓLICA (MW) PRODUZIDA PELA DINAMARCA,
EM 2003

Fonte:www.windpower.org/en/stats/capacityintheworld.html

63
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Em 2004, a Dinamarca continuou a ser o principal exportador de turbinas a nível


mundial, com uma quota de mercado que ronda os 40%. Nesse ano, a Dinamarca vendeu
ao resto do mundo turbinas com uma capacidade total equivalente a 3 036 MW.

O mercado Europeu é o principal cliente da indústria de turbinas da Dinamarca, sendo a


Alemanha o comprador mais importante, com uma parcela de 25% da potência eólica
(MW) vendida pelos produtores dinamarqueses ao estrangeiro em 2004.

Os principais mercados não europeus incluem o Canadá e a Austrália.

GRÁFICO 2.3.3.6 – PRINCIPAIS MERCADOS DE EXPORTAÇÃO DE POTÊNCIA EÓLICA DA DINAMARCA

Alemanha Espanha
Itália
25% 10%
8%
Austrália
Outros 6%
11%

Reino Unido
Austria 6%
2%
India
China 6%
2% Holanda
Nova Zelândia Canadá 5%
Grécia
3% 4%
3% Irlanda
Japão 3%
Estados Unidos
3%
3%

Fonte: Danish Wind Industry Association.

A vocação marcadamente exportadora do cluster dinamarquês da energia eólica


distingue-o do de outros países, cuja produção é principalmente absorvida pelos
respectivos mercados domésticos. Esta diferença é perceptível no quadro 2.3.3.1.

64
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.3.3.1 – EXPORTAÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS DE TURBINAS, 2002

E
Em
E mp
mpprrreeesssaaa PPPaaaííísss IIIn
nssstttaaalllaaad
n daaa
d D
Dooom
D méééssstttiiicccaaa
m E
Exxxp
E pooorrrtttaaad
p daaa
d E
Exxxp
E pooorrrtttaaad
p daaa
d
2
20
2 00
0 02
0 2 (((M
2 MW
M W)))
W 2
20
2 00
0 02
0 2 (((M
2 MW
M W))) 2
W 20
2 00
0 02
0 2 (((M
2 MW
M W)))
W (((%
%)))
%

Vestas Dinamarca 1605 266 1338 83,4

NEG Micon Dinamarca 1033 166 867 83,9

GE Wind EUA 638 62 576 90,4

Bonus Dinamarca 509 74 435 85,5

Enercon Alemanha 1334 1103 230 17,3

Nordex Alemanha 504 284 220 43,7

Lagerwey Holanda 114 4 111 96,9

Mitsubishi Japão 30 5 25 84

Gamesa Espanha 854 839 15 1,8

Made Espanha 247 234 13 5

Dewind Alemanha 86 80 7 7,8

Repower Alemanha 223 221 2 0,7

Ecotecnia Espanha 120 120 0 0

Suzlon India 60 60 0 0

Fuhrlander Alemanha 47 47 0 0

Fonte primária: BTM Consult (2003)


Fonte secundária: Wind Energy – The Facts Volume 3 Industry&Employment

Em 2002, as principais empresas dinamarquesas foram responsáveis pela instalação de 2


640 MW de potência eólica fora da Dinamarca, representando cerca de 84% do total da
potência instalada por esses produtores.

Em oposição, os produtores alemães e espanhóis fornecem fundamentalmente o seu


mercado interno, em proporções que atingem os 80% e os 98%, respectivamente.

Conhecimento, Investigação & Desenvolvimento e Inovação tecnológica

A Dinamarca dispõe de uma sólida infraestrutura de investigação e tecnologia de base


em matéria de energia eólica. A “indústria do vento” beneficia da proximidade e da
cooperação estreita com esta comunidade de investigadores de renome internacional, o
que tem permitido consolidar um cluster sem rival, dotado de uma força de trabalho
altamente qualificada.

65
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A investigação académica, ao nível da energia do vento, está centrada em quatro


instituições dinamarquesas que colaboram entre si em inúmeros aspectos. Da cooperação
intensiva entre estas instituições resultou a formação de um consórcio, o Danish
Research Consortium for Wind Energy. O consórcio compreende, aproximadamente, 150
investigadores que trabalham em diferentes áreas: meteorologia; aero-dinâmica e
dinâmica estrutural, etc. e envolve a Technical University of Denmark (DTU), Aalborg
University (AAU), Risø National Laboratory, Danish Hydraulic Institute (DHI) e a
University of Copenhagen. Juntas, estas quatros entidades constituem uma parte vital do
cluster da energia do vento neste país.

Do ponto de vista educacional e respectiva qualificação, os diferentes centros


dinamarqueses cooperam no sentido de oferecerem cursos relacionados especificamente
com a indústria da energia eólica, o que constitui uma mais valia importante.

Uma das primeiras iniciativas do consócio acima referido foi, justamente, a criação da
Danish Academy in Wind Energy (DAWE), uma escola de investigação PdH, com o apoio
do Research Training Council no Danish Research Council.

Por outro lado, a I&D na indústria das turbinas de vento assume com frequência a forma
de colaborações público/privado, envolvendo por exemplo, o Reserch Centre Riso,
Technical University of Denmark (DTU), a Aalborg University (AAU), o sector da
electricidade e grandes empresas de consultoria de engenharia: Ramboll; COWI Consult;
e Carl Bro Group.

A comunidade de investigadores centra-se no aperfeiçoamento das tecnologias existentes


afectas à indústria do vento e procura novos padrões para novas turbinas eólicas
adaptadas a condições climáticas variadas. As tecnologias são, com efeito, o centro da
investigação desenvolvida na Dinamarca e cobrem múltiplos aspectos da cadeia de valor
da tecnologia, desde competências profundas em aerodinâmica, ao conhecimento e
experiência offshore. Um dos últimos exemplos da preponderância da engenharia
dinamarquesa na indústria do vento tem sido as turbinas de vento para parques offshore.

A Oresund Environment Academy dá particular atenção ao conhecimento, à investigação,


à tecnologia e inovação e aos spin offs na área do ambiente, promove o desenvolvimento
de competências nesta área e facilita a criação e o aperfeiçoamento de redes entre
investigadores de todo o mundo. A academia constitui um ponto de encontro para todos
os que lidam com as matérias relacionadas com o ambiente. Além disso, a comunidade
de investigação, juntamente com as autoridades públicas, criam novos contactos dos
quais resultam com frequência projectos de investigação e inovação.

Existem nesta região: cerca de 875 investigadores em matéria de ambiente e mais de 3


000 estudantes frequentam cursos relacionados com o ambiente, sendo que 435
estudantes fazem investigação nestes domínios. Entre as principais áreas de investigação
encontram-se as energias renováveis.

66
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A região de Aarhus (com uma população de 650 000 pessoas, das quais 285 000 vive
em Aarhus, a segunda maior cidade dinamarquesa) está fortemente representada em
tecnologia ambiental e alberga algumas das maiores empresas mundiais produtoras de
turbinas de vento bem como empresas de consultoria ambiental. Destacam-se: Vestas;
Per Aarsleff; e Silhorco.

2.3.4. Outras Energias Renováveis – Hidrogen Society e Biofuels

Para além da energia eólica, a Dinamarca tem potencialidades fortes em outras energias
renováveis, nomeadamente ao nível do hidrogénio e dos biocombustíveis.

O hidrogénio, enquanto fonte de energia, está a assumir uma importância crescente na


agenda energética global, apresentando-se como um recurso energético do futuro. A
designada Economia do Hidrogénio está, de facto, em aceleração como resultado dos
altos e insustentáveis preços do petróleo e dos novos avanços tecnológicos.

A Dinamarca não pretende ficar à margem deste desafio e está empenhada em conseguir
na área do hidrogénio um desenvolvimento similar ao observado ao nível das turbinas
eólicas.

Devido ao aumento da electricidade e energia produzida através das turbinas de vento, a


Dinamarca tem privilegiado a investigação da produção de hidrogénio a partir do excesso
de energia eléctrica e sua distribuição através da infra-estrutura da rede de gás natural.
A combinação de know-how e regulação a partir de uma rede descentralizada de gás
natural, colocou a infra-estrutura do hidrogénio da Dinamarca entre as mais promissoras
para desenvolver e testar tecnologias baseadas no hidrogénio. A infra-estrutura
dinamarquesa do gás natural oferece interessantes possibilidades de transporte,
distribuição e armazenagem de hidrogénio.

O hidrogénio também é ideal para motores a células de combustível que estão a ser
desenvolvidos pelas principais indústrias de automóveis (Honda e DaimlerChrysler, por
exemplo) e a Dinamarca tem apostado na investigação de tecnologias na área das pilhas
de combustível, com aplicações em veículos, telemóveis, etc..

Podem identificar-se pelo menos quatro razões para localizar actividades ligadas ao
hidrogénio na Dinamarca:

O país goza de uma posição reconhecida internacionalmente nas tecnologias do


hidrogénio, devido aos continuados esforços que tem desenvolvido desde o início
dos anos 90;

Tem um cluster de empresas que são eficientes e integradoras de mercados e


sistemas e uma forte componente de I&D na área das células de combustível,
nomeadamente nas tecnologias PEM (Proton Exchange Fuel Cell; aplicações –
veículos, substitutos de baterias recarregáveis), SOFC (Solid Oxid Fuel Cell;

67
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

aplicações de grande escala, veículos) e DMFC (Direct Methanol Fuel Cell;


aplicações médias, telemóveis, computadores portáteis);

Apresenta um excelente desempenho no desenvolvimento e introdução de


produtos com base comercial nas áreas das pilhas de combustível;

O governo apoia a estratégia Hidrogen Society financiando a I&D e a


implementação das tecnologias do hidrogénio.

Tal como aconteceu na área das turbinas eólicas, o sucesso da Hidrogen Society
dinamarquesa assenta num equilibrado uso entre os fundos e incentivos afectos à I&D,
aos estudos de fiabilidade e testes práticos e à comercialização e os estímulos de
mercado, ao mesmo tempo que exige que as empresas dinamarquesas congreguem
forças e trabalhem em redes formais e informais.

Também na área dos biocombustíveis, como bio-etanol e bio gás, a Dinamarca está na
dianteira do desenvolvimento. O maior output da energia renovável na Dinamarca advém
da biomassa.

2.3.5. Parques Eco-Industriais 78 – O Exemplo Dinamarquês de Kalundborg

Os Parques Eco-Industriais nasceram da necessidade de integrar as indústrias nas suas


comunidades, na busca de estratégias eficazes de sustentabilidade e de racionalidade
económica.

Um Parque Eco-industrial (PEI) envolve uma rede de empresas e organizações, que


trabalham em conjunto para melhorar a sua performance económica e ambiental. Alguns
investigadores ligados aos PEI utilizaram a expressão “ecossistema industrial” para
descrever o tipo de relacionamento simbiótico que se desenvolve entre as empresas
participantes.

Um “ecossistema industrial” é constituído por uma rede de empresas e outras


organizações instaladas numa determinada região, as quais decidiram interagir trocando
sub-produtos de uma forma que promova um ou mais dos seguintes benefícios,
relativamente a operações não interactuante (John Enrenfeld, MIT):

Redução no total de consumo de materiais;

Redução das emissões poluentes e da produção de resíduos;

Aumento da eficiência energética;

Maior valor acrescentado.

78
EcoIndustrial Parks, em inglês.

68
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Existem vários Parques Eco-industriais no mundo, em diferentes estágios de implantação,


e que são definidos justamente como sendo “ecossistemas industriais” onde o consumo
de energia e materiais é optimizado e os efluentes/resíduos de um processo servem como
matéria-prima para outro processo. Procura-se assim a eficiência na utilização de
materiais, água, energia, infra-estruturas e habitat natural, com vista à obtenção de
ganhos económicos, sociais e ambientais (Eloy Fassi Casagrande jr) 79 .

Eco-Parque Industrial de Kalundborg

Um exemplo sempre referido e que concretiza na prática o conceito de “Ecossistema


Industrial” pode ser encontrado em Kalundborg, uma pequena cidade dinamarquesa que
dista 120 Km de Copenhaga

As simbioses industriais entre as empresas da região tiveram início nos anos 70 do


século XX de uma forma espontânea, isto é, sem a intervenção de entidades gestoras
nem governamentais e foram motivadas por uma dupla necessidade: por um lado, a
necessidade de reduzir a quantidade dos resíduos produzidos e os custos associados ao
seu tratamento e, por outro, ter acesso a materiais e energia a um preço mais barato,
provenientes de excedentes de outras indústrias. Este metabolismo industrial apenas foi
possível devido à confluência de determinados factores, dos quais se destacam aqui: a
proximidade física entre as empresas, a existência de empresas âncora, o elevado grau
de inter-relação empresarial e a sua compatibilidade em termos de fluxos de matéria.

A simbiose foi crescendo ao longo dos anos, acolhendo novos parceiros, tendo evoluído
para um verdadeiro cluster de empresas ligadas uma às outras por inputs materiais.

Os principais participantes são: a Asnes, maior central termo eléctrica da Dinamarca;


uma refinaria de petróleo da propriedade da Statoil; uma farmacêutica detida pela Novo
Nordisk, o maior produtor mundial de insulina e enzimas industriais; a Gyproc, a maior
fábrica de placas de gesso da Escandinávia; e o município de Kalundborg que distribui
água, electricidade e aquecimento central a cerca de 20.000 habitantes.

Os participantes trocam materiais e energia com benefícios mútuo. Por exemplo, as


águas residuais da refinaria Statoil são utilizadas pela Asnaes. O excedente da estação de
energia é usado na rede municipal de aquecimento central, são bombeados cerca de 400
000 toneladas de vapor para a Statoil e a Novo Nordisk e a água da piscicultura é
também aquecida à custa dos excedentes de energia da Asnaes. Além disso a Asnaes
produz cerca de 170 000 toneladas de cinza por ano, reutilizadas no fabrico de cimento e
outros pavimentos. O excedente de gás da refinaria de petróleo é utilizado pela Asnaes e
pela Gyproc como fonte energética de baixo custo (a primeira reduz deste modo 2% do
consumo de carvão e a segunda economiza 90 a 95% no consumo de petróleo). Os

79
Inovação Tecnológica e Sustentabilidade: possíveis ferramentas para uma necessária interface, Centro
Federal de Educação Tecnológica do Panamá. www.ppgte.cefetpr.br

69
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

agricultores locais utilizam os sub-produtos da farmacêutica Novo Nordisk como


fertilizantes: as enzimas industriais e a insulina são produzidas a partir de
microrganismos geneticamente modificados através de um processo de fermentação cujo
resíduo é rico em nutrientes, incluindo fósforo e nitrogénio. Após um tratamento à base
de cal e calor, este resíduo converte-se em fertilizante.

Em termos de benefícios económicos esta experiência propiciou um investimento (até


2002) de 90 milhões de euros e um retorno de 200 milhões de euros. E em termos de
benefícios para o meio ambiente permitiu: uma redução total no consumo de recursos
(óleo 45 000 ton/ano, carvão 15 000 ton/ano, água 600 000 m3/ano); a redução de
emissões (CO2 175000 ton/ano, SO2 10200 ton/ano); e a valorização de
resíduos/subprodutos (enxofre 4 500 ton/ano, gesso 90 000 ton/ano e cinzas para
cimento 130 000ton/ano) 80

O projecto de simbiose industrial de Kalundborg tem recebido uma atenção internacional


muito grande e diversos prémios.

2.4. VANCOUVER E A INDÚSTRIA DAS CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO


HIDROGÉNIO

2.4.1. Indústria das Células de Combustível e do Hidrogénio – Perspectiva


Mundial

As indústrias de células de combustível e do hidrogénio estão a emergir em vários pontos


do globo em virtude do reconhecimento da sua importância para a autosuficiência e
eficiência energética e para a redução das emissões de gases de efeito de estufa e da
poluição urbana, em particular a gerada pelos transportes. As suas implicações na
melhoria da qualidade de vida são inegáveis, assumindo estas indústrias uma relevância
acrescida para os países signatários do Protocolo de Quioto, na medida em que podem
dar um contributo significativo para o cumprimento dos objectivos estabelecidos.

Empresas, investidores e países têm por isso demonstrado um interesse crescente pelas
tecnologias associadas às células de combustível e ao hidrogénio cujas potencialidades
em termos de aplicações se têm demonstrado bastante extensas. Com efeito, estas
tecnologias atrairam rapidamente a atenção mundial enquanto fonte de energia eficiente
e limpa para uma variedade de aplicações portáteis, móveis e estacionárias. As
telecomunicações (as células de combustível irão revolucionar o mundo das
telecomunicações pois permitem uma autonomia maior do que as baterias tradicionais),
o equipamento electrónico portátil (câmaras de video, etc.), os dispositivos remotos de
baixa potência (tais como aparelhos para surdez, alarmes contra roubos, etc.), os

80
Fonte: “Eco Parques Industriais”, apresentação da Eng.ª Inês Costa no Seminário Ambiente, Inovação e
Competitividade da Economia, realizado no dia 14 de Dezembro de 2005 no CCB, organizado pelo
Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP).

70
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

veículos, e as estações de tratamento de águas residuais e aterros sanitários, que estão a


usar células de combustível para converter o gás metano que produzem em energia
eléctrica, são apenas alguns exemplos de domínios de aplicação desta tecnologia de
natureza muito versátil, para além da sua utilização enquanto fonte de energia e de
aquecimento de edifícios (residências, escolas, hospitais, bancos…).

A maioria dos grandes construtores mundiais de automóveis (incluindo General Motors,


Daimler Chrysler, Ford, Toyota, Nissan, Hyundai, BMW e Honda) está envolvida no
desenvolvimento de veículos a células de combustível. Alguns dos protótipos
desenvolvidos por estes construtores estão em fase de teste e diversos construtores
disponibilizam já este tipo de veículos no mercado (o NECAR – New Energy Car da
Daimler Chrysler/Mercedes; o FCHV – fue cell Hybrid Vehicle da Toyota; e o V120TT0H2
da BMW.

Em termos de emissões de gases com efeito de estufa, as células de combustível


oferecem uma melhoria significativa sobre os sistemas de combustão interna tradicionais,
e quando funcionam a hidrogénio derivado de fontes renováveis de energia não libertam
qualquer gás com efeito de estufa, tendo como subproduto apenas vapor de água. Este
facto potencia e torna quase inevitável o desenvolvimento de uma economia baseada no
hidrogénio.

CAIXA 2.4.1.1 – CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL

Uma célula de combustível é um meio que converte energia química em energia eléctrica. O
hidrogénio – que pode ser obtido de uma variedade de combustíveis à base de carbono,
incluindo metanol, gás natural e petróleo bem como a partir de fontes renováveis – é
combinado com oxigénio no seio de uma célula de combustível para produzir
electroquimicamente electricidade, água e calor.

Canadian Fuel Cell Commercialization Roadmap, p. 15

O “coração” das células de combustível consiste em 3 partes principais: um ânodo, um


cátodo (eléctrodo negativo) e um electrólito. Os fluxos de corrente eléctrica fluem do cátodo
para o ânodo. Os materiais de que as células de combustível são compostas determinam o
modo a partir do qual produzem energia. Os principais tipos de células de combustível
incluem:

▪ Proton Exchange Membrane Fuel Cell (PEMFC)

▪ Direct Methanol Fuel Cell (DMFC) – um tipo específico de PEMFC

▪ Solid Oxide Fuel Cell (SOFC)

▪ Alkaline Fuel Cell (AFC)

▪ Phosphoric Acid Fuel Cell (PAFC)

▪ Molten Carbonate Fuel Cell (MCFC)

Vários governos optaram por apoiar energicamente o desenvolvimento das indústrias de


células de combustivel e do hidrogénio nos seus países, e o acesso ao mercado das suas
próprias empresas e instituições, através da adopção de políticas e programas específicos

71
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

envolvendo entidades públicas e privadas, designadamente parcerias governo/indústria e


alianças estratégicas entre diferentes actores da indústria. Países como o Canadá, EUA,
Japão, Alemanha e também a própria União Europeia têm afectado recursos financeiros
significativos a estas tecnologias destinados a apoiar a investigação e desenvolvimento
tecnológico, o ensaio e demonstração e a sua própria comercialização.

O potencial de mercado das células de combustível é enorme, estimando-se que em 2011


a procura global atinja 46 biliões de dólares canadianos 81 . O mercado das aplicações
estacionárias será o mais significatico ($17,9 biliões), seguindo do mercado das
aplicações portáteis ($17,6 biliões) e do mercado dos transportes ($ 10,3 biliões). Tudo
indica que, depois de 2011, a procura global de células de combustível continue a crescer
fortemente, particulamente impulsionada nessa fase pelo mercado dos transportes,
estimando-se que possa atingir, em 2021, o significativo valor de $ 2.6 triliões.

Conscientes deste elevadíssimo potencial, alguns países têm apostado fortemente na I&D
ao nível deste tipo de tecnologia e em todo o processo de transição desta para a fase de
comercialização. A investigação e desenvolvimento aplicada reveste, efectivamente, um
aspecto vital para a indústria e haverá vencedores e perdedores no processo de
comercialização à medida que a tecnologia se desenvolve.

A aceleração do ritmo de comercialização à escala mundial destas tecnologias promove a


criação de um ambiente cada vez mais concorrencial neste sector. A comercialização em
larga escala de aplicações das células de combustível depende, porém, da redução dos
custos unitários. Os produtos deverão ser comercializados a níveis de preços competitivos
com as alternativas convencionais. As aplicações estacionárias e portáteis de pequena
potência lideram presentemente o mercado.

Diferentes tecnologias são utilizadas em diferentes aplicações, no entanto as PEMFC’s e


as SOFCs emergiram como as tecnologias líderes, passíveis de mais vastas aplicações
comerciais. Actualmente, a tecnologia PEMFC é preferida para aplicações móveis e
portáteis. No sector estacionário, é possível que diversas tecnologias possam ser usadas
no longo prazo, dependendo do tipo de aplicação. Todavia, é muito cedo para dizer quais
as tecnologias que serão dominantes no futuro em certas aplicações; de qualquer modo,
as perspectivas indicam que a tecnologia PEMFC dominará nos veículos a células de
combustível e a tecnologia SOFC dominará nas aplicações estacionárias.

Perfil da Indústria das Células de Combustível

O 2004 WorldWide Fuel Cells Industry Survey, que resultou do esforço desenvolvido pelas
quatro principais Associações líderes da indústria das células de combustível da América

81
Este valor e os seguintes foram retirados do estudo: Fuel Cells The Opportunity for Canadá, Fuel Cells
Canada and PricewaterhouseCoopers, 2002.

72
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

do Norte 82 , Europa 83 e Ásia 84 no sentido de traçar um perfil das organizações


actualmente envolvidas nesta indústria, mostra que se trata de um sector industrial
dinâmico.

Este Survey assenta numa inquirição feita às Associações da indústria de células de


combustível dos EUA, Europa e Ásia cujos resultados foram posteriormente agregados
com a informação disponibilizada pela Fuel Cells Canada 85 e retratados no 2004 Canadian
Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile. A totalidade dos membros (395) destas quatro
Associações foram convidados a participar e obtiveram-se 170 respostas.

Os resultados aqui apresentados baseiam-se justamente neste Survey e correspondem


ao universo dos inquiridos.

Perfil das Organizações

Quase metade das organizações (44%) que integram a indústria são empresas do sector
privado, sendo que as empresas públicas ou divisões/subsidiárias de empresas públicas
representam cerca um terço (37%). Os restantes 20% correspondem a organizações de:
educação (4%); governamentais (8%); sem fins lucrativos (9%) e outras (1%).
Encontram-se sediadas sobretudo na América do Norte (EUA – 43% e Canadá – 32%) e a
grande maioria (66%) está envolvida em actividades ligadas às células de combustível há
menos de 10 anos, o que comprova que estamos em presença de uma indústria ainda
emergente. Trata-se fundamentalmente de developers ou produtores (23%) e/ou
fornecedores de produtores (49%). Os serviços de investigação e serviços profissionais
representam 15% cada. As aplicações estacionárias representam 42% deste mercado, as
móveis 26% e as portáteis 18%.

EUA (28%), Canadá (21%), Japão (23%) e Alemanha (11%) figuram como as principais
localizações de actividades de produção e de I&D no âmbito das células de combustível.

Indicadores-chave da indústria

De acordo com as respostas obtidas 86 , o volume de vendas em 2003 atingiu $ 338


milhões 87 , mais 41% relativamente aos 240 milhões registados em 2002. Os EUA,
Canadá e Japão representam perto de 85% destas vendas 88 .

82
US Fuel Cell Council (USFCC) e Fuel Cells Canada (FCC).
83
Fuel Cell Europe (FCEu).
84
Fuel Cell Commercialization Conference of Japan (FCCJ).
85
A Associação Canadiana das Fuel Cells.
86
Um total de 134 participantes, ou seja 79% dos inquiridos forneceram dados relativos às vendas.
87
Os valores estão expressos em dólares canadianos, sendo referido quando tal não aconteça.
88
A informação relativa à repartição geográfica das vendas foi dada por 98% dos inquiridos à questão relativa
ao volume de vendas.

73
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.4.1.1 – VOLUME DE VENDAS E DESPESAS DE I&D NA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL


NA AMÉRICA DO NORTE, EUROPA E ÁSIA

$ millhões
859
900 763
800
700
600
500
338
400
240
300
200
100
0
Vendas Despesas de I&D

2002 2003

Fonte: 2004 Worldwide Fuel Cell Industry Survey

A despesa de I&D 89 foi de $ 763 e $ 859 milhões em 2002 e 2003 respectivamente, o


que se traduz num acréscimo de 13%. Quando confrontados com o volume de vendas
estes valores assumem uma dimensão significativa e revelam a forte aposta que está a
ser feita nesta indústria em termos de investigação.

A investigação e desenvolvimento é quase toda feita na América do Norte (83%),


especialmente nos EUA (62%) como retrata o gráfico que se segue90 .

GRÁFICO 2.4.1.2 – INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE


COMBUSTÍVEL, POR PAÍS, EM 2003

Alemanha Japão
5% 6%
Outros
6%

Canadá
21%
EUA
62%

Alemanha Japão Outros Canadá EUA

Fonte: 2004 Worldwide Fuel Cell Industry Survey

89
77% dos inquiridos forneceram dados relativos às despesas de I&D.
90
Os dados geográficos cobrem 87% do universo dos inquiridos à questão relativa às despesas de I&D.

74
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Em termos de emprego, constata-se que o número de empregados envolvidos em


actividades ligadas às células de combustível ascendia a cerca de 8 000 indivíduos, em
2002 e 2003 91 , concentrando-se nos EUA (43%) e no Canadá (37%) como reflecte o
quadro seguinte 92 .

GRÁFICO 2.4.1.3 - EMPREGADOS NA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL, POR PAÍS, 2003

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
Reino
Japã o Alemanha Canadá EUA O utr os
Unido

Emprego 239 246 792 2654 3098 194

Fonte: 2004 Worldwide Fuel Cell Industry Survey

Reconhecendo os benefícios destas tecnologias sobre a saúde, o ambiente e a eficiência


energética, as economias desenvolvidas da América do Norte, da Europa e o Japão
tenderão a ser as primeiras a adoptá-las.

As necessidades de aplicação energéticas estacionárias, portáteis e móveis são também


crescentes nos países menos desenvolvidos, cada vez mais populosos e dotados de
infraestruturas energéticas clássicas menos sofisticadas. É por exemplo o caso da China e
da Índia cuja procura energética tem crescido significativamente.

2.4.2. Indústria Canadiana das Células de Combustível e do Hidrogénio – Um


Caso de Sucesso

Os clusters relacionados com as células de combustível e o hidrogénio estão, em geral,


ainda numa fase inicial do seu desenvolvimento (considera-se frequentemente que os
clusters industriais maduros contam pelo menos com 15 000 empregados) 93 . No Canadá
estes clusters já estão, no entanto, em pleno desenvolvimento e têm criado uma
capacidade fundamental que, apoiada pelos políticos e por programas governamentais
dinâmicos e por uma participação acrescida da indústria, poderá fazer com que este país
consolide a sua posição neste sector em franca expansão.

91
Um total de 152 participantes, ou 89% dos inquiridos, forneceram dados sobre o emprego.
92
Os dados geográficos têm uma cobertura de 93%.
93
Canadian Fuel Cell Commercialization Roadmap, Março 2003.

75
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O Canadá é, de facto, um dos países de referência quando se fala desta indústria, dado
que as suas empresas são reconhecidas como sendo líderes mundiais no
desenvolvimento e comercialização de células de combustível e tecnologias conexas. Esta
posição dominante cobre a maior parte dos tipos de células de combustivel, componentes
e sistemas integrados, sistemas de abastecimento e de armazenagem do combustível,
assim como serviços de engenharia e serviços financeiros ajustados às características da
indústria.

A comercialização em grande escala das tecnologias do hidrogénio e das células de


combustível oferecem ao Canadá excelentes condições, tanto no plano ambiental como
económico. É com efeito notório o contributo destas tecnologias para a redução das
emissões de gases com efeito de estufa e para o incremento da eficiência energética, ao
mesmo tempo que as expectativas em relação ao potencial de mercado desta indústria
são muito favoráveis ao Canadá. Um estudo do Freedonia Group of Cleveland 94 prevê que
a indústria canadiana absorva, em 2007, cerca de 30% do mercado mundial das células
de combustível, estimado em US$ 2.4 biliões. As empresas canadianas têm gerado níveis
de receitas que aumentam consideravelmente de ano para ano 95 , com a Ballard a deter a
parcela mais significativa. O cluster de Vancouver é o mais representativo, não obstante
serem visíveis outras “bolsas” de desenvolvimento das tecnologias associadas às células
de combustível e infraestruturas conexas noutros pontos do Canadá, designadamente em
Calgary, Toronto, Kingston e Montreal, e de todas beneficiarem de um enorme potencial
de crescimento.

MAPA 2.4.2.1 – CLUSTERS DE EMPRESAS DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL

Fonte Primária: Fuel Cells Capabilities Guide.


Fonte Secundária: Canadian Fuel Cell Commercialization Roadmap, Março 2003, p. 24.

94
www.nrc-cnrc.gc.ca/clusters/vancouvere.html
95
Vd. ponto relativo aos indicadores chave, mais adiante neste estudo.

76
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A posição de liderança do Canadá nesta indústria assenta em grande medida no elevado


nível de colaboração entre esta e as entidades governamentais e de investigação que,
muito precocemente, se envolveram no apoio a estas tecnologias. Esta relação continuará
a ser crucial para o desenvolvimento, demonstração e comercialização de novos
produtos, à medida que o Canadá faz a transição para uma economia do hidrogénio. O
governo, a indústria e o meio universitário estão plenamente conscientes que a posição
de destaque do Canadá nesta indústria não pode ser dada como adquirida.

O know-how e os produtos desenvolvidos pela indústria canadiana contribuem


fortemente para o incremento das actividades pré-comerciais no mundo inteiro, todavia a
concorrência internacional vai aumentando à medida que a indústria e o governo de
outros países despertam para as vantagens e potencialidades ambientais e de mercado
destas tecnologias e à medida que participam cada vez mais em projectos envolvendo
este tipo de tecnologias.

O número crescente de grandes empresas canadianas e estrangeiras que se aventuram


neste sector confirma o seu potencial de crescimento, a longo prazo, e fornece ao mesmo
tempo a experiência de fabrico, de marketing, e de gestão que a indústria necessita para
atingir com sucesso a plena maturidade.

Caracterização da Indústria Canadiana de Células de Combustível e do


Hidrogénio 96

A indústria canadiana das células de combustivel e do hidrogénio está, com se disse, em


pleno desenvolvimento, mas é ainda muito recente, à semelhança do que acontece no
mundo inteiro, pelo que a estrutura desta indústria reflecte isso mesmo. Pela mesma
razão há ainda poucos dados estatísticos relativos a esta indústria, mas os existentes já
são suficientes para esboçar as suas principais linhas caracterizadoras.

Perfil da Organizações Canadianas envolvidas na Indústria das Células de


combustível e do hidrogénio

Quase metade das organizações 97 envolvidas na indústria são privadas, 37% são
organizações públicas ou divisões/subsidiárias de empresas públicas, 12% são
organizações de educação e 6% são organizações governamentais ou sem fins lucrativos.

96
Esta caracterização foi desenvolvida fundamentalmente com base nos seguintes documentos: Canadian
Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004 e Canadian Fuel Cell Commercialization Roadmap, Março 2003
(em francês L’industrie canadienne des piles à combustible et de l’hydrogéne: un guide des compétences). O
primeiro documento fornece importantes actualizações à informação apresentadas pelo Economic Impact of
Industrial Hydrogen Activity no Canadá – um perfil inicial do sector conduzido por Syther Mueller and Natural
Resources Canadá em 2001 e cujas conclusões estão vertidas no segundo documento referido. Apesar dos
dois estudos não poderem ser totalmente comparados, devido às diferenças de metodologia, é no entanto
possível estabelecer algumas conclusões quanto à dinâmica da indústria e evolução de alguns indicadores.
97
Foram convidadas a participar no Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004 112 organizações
associadas ao sector do hidrogénio e das células de combustível, dos quais 83 forneceram dados.

77
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.4.2.1 – TIPO DE ORGANIZAÇÃO ENVOLVIDAS NA INDÚSTRIA CANADIANA DE CÉLULAS DE


COMBUSTÍVEL, 2003

Organizações
governamentais e sem
Divisões/Subsidiárias de
fins lucrativos
Empresas Publicas
6%
8%

Organizações de
Educações
Empresas Privadas 12%
46%

Empresas Públicas
28%

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

Trata-se, como já se referiu, de uma actividade recente mas em grande expansão. A


confirmá-lo está o facto de o número de empresas canadianas associadas a esta indústria
ter duplicado nos últimos 5 anos. As empresas de serviços profissionais, os organismos
de investigação e os fornecedores dos que desenvolvem ou produzem, são
predominantes nesta indústria.

GRÁFICO 2.4.2.2 – ÁREAS DE COMPETÊNCIAS NA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL, 2003

(os inquiridos podem estar incluidos em diversas categorias)

Organizaçõ es de Outro s
investigação 24%
21%

Agentes o u distribuido res


de células de co mbustivel
2%

A gentes que
desenvo lvem o u
Fo rnecedo res de pro duzem células de
serviço s pro fissio nais co mbustível
21% 13%

Fo rnecdo res do s
agentes que
desenvo lvem o u
pro duzem
19%

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

Podemos pois dividir as principais actividades desenvolvidas pelas empresas desta


indústria nas seguintes áreas:

78
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Serviços de engenharia;

Equipamento de produção de hidrogénio;

Equipamento de ensaio;

Montagem de pilhas de combustível;

Componentes eléctricos.

E podemos agrupar os principais actores envolvidos nesta indústria do seguinte modo:

Empresas cuja actividade ou o objectivo (missão) reside na produção de células de


combustível ou integração de sistemas, muitas das quais formaram alianças
estratégicas internacionais ou estão em via de o fazer;

Grandes fornecedores de produtos junto dos produtores de pilhas de combustível,


cuja maioria fornece simultaneamente empresas estrangeiras e canadianas;

Empresas cujas actividades assentam na infraestrutura de abastecimento;

Fornecedores de serviços junto da indústria de células de combustível.

Existem fortes interrelações entre estes actores, que vão aumentando de intensidade à
medida que a indústria adquire maior escala e dimensão.

No Canadá, e noutros lugares do mundo, a indústria conta com um número relativamente


pouco elevado de empresas que exercem a sua actividade exclusivamente no sector
(cujas actividades ligadas às células de combustivel e ao hidrogénio representam mais de
50% das receitas).

Existem no Canadá 17 empresas cuja actividade principal reside na produção de células


de combustível ou integração de sistemas.

79
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.4.2.1 – PRODUTORES DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E INTEGRADORES DE SISTEMAS CANADIANOS

Aplicações das pilhas de


Empresa Cidade Provincia
combustível
Estacionária Portátil Móvel

Aluminum Power Toronto ON X

Angstrom Power North Vancouver BC. X

Astris Energi Mississauga ON X

Ballard Power Systems Burnaby BC X X X

Cellex Power Products Richmond BC. X

DuPont Canada Kingston ON X X X

Energy Visions Mississauga/Calgary ON/AB X X X

Fuel Cell Technologies Kingston ON X

Global Thermoelectric Calgary AB X X

GreenVOLT Power Orillia ON X

Hydrogenics Mississauga ON X X X

Kinectrics Toronto ON X

MagPower Systems Delta BC X X

Palcan Fuel Cells Burnaby BC X X

PEM Technologies Vancouver BC X X

PowerDisc Development Chilliwack BC X

Siemens Canada Mississauga ON X X

Fonte Primária: Piles à Combustivel Canada, Janeiro 2003


Fonte Secundária: L’industrie canadienne des piles à combustible et de l’hydrogéne: un guide des compétences,
Setembro 2003, pág. 13.

A maior parte destas empresas são pequenas e médias empresas (segundo a definição
canadiana que considera como pequenas e médias empresas aquelas que contam com
menos de 500 trabalhadores) e, regra geral, as empresas de maior dimensão têm menos
de 500 trabalhadores afectos a actividades relacionadas com as células de combustível e
actividades conexas. A empresa Ballard Power Systems faz a excepção à regra, uma vez
que a maior parte dos seus 1 100 empregados participam directamente em actividades
ligadas ao desenvolvimento das células de combustível e à integração de sistemas.

Alguns destes produtores formaram alianças estratégicas domésticas e internacionais


com empresas de outras indústrias utilizadoras das tecnologias das células de
combustível. Estas alianças e parcerias fornecem acesso aos recursos financeiros e
competências técnicas, de produção e de marketing necessárias à indústria, à medida
que esta avança na comercialização de produtos e sistemas.

Várias destas empresas fornecem peças, sistemas ou serviços a clientes estrangeiros.

80
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Para além dos produtores de células de combustível, encontram-se no Canadá empresas


ligadas à infraestrutura de abastecimento.

QUADRO 2.4.2.2 – FORNECEDORES DE PEÇAS E SISTEMAS, DE SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA DE


ABASTECIMENTO CANADIANOS

Fornecedores de peças e Fornecedores de serviços Infra-estrutura de


sistemas ligados às células de abastecimento
combustivel
Advanced Measurement Systems Association canadienne de BC Hydro
l’hydrogéne

Agile Systems Banque de développement du BOC Gases


Canada

Azure Dynamics Banque HSBC Canada Chevron Texaco

Cimtex Industries Centre de la technologie de l’énergie Clean Energy Ltd.


de CANMET

FuelMaker Centre for Automotive Materials and Duke Energy


Manufacturing (CAMM)

Greenlight Power Technologies Chrysalix Energy Management Dynetek Industries

Kinectrics Colliers International Enbridge Gas Distribution

NORAM Conduit Ventures Ltd Fueling technologies Inc.

Northgate Energy Technologies Lda. Conseil national de recherches General Hydrogen


Canada

Pathway Design & Manufacturing Défense nationale HERA Hydrogen Storage Systems

Pivotal Power Deloitte&Touche LLP Kraus Group

PrecisionH2 Développement des ressources Membrane Reactor Technologies Ltd.


humaines Canada

QuestAir Technologies Diversification de l’economie de Methanex


l’Ouest Canada

SatCon Power Systems Canada Environnement Canada Ontario Power

SMC Pneumatics (Canada) Financière Banque Nationale Praxair

SER Controls Gowlings Lafleur Henderson LLP Stuart Energy Systems

Technologies M4 Greater Vancouver Regional District

TeleflexGFI Control Systems Growth Works

Teleflex (Canada) Heliocentrics Energy Systems

Transformix Engineering Hydro-Québec Capi Tech

Tyco Electronics Industrie Canada (Direction générale


de l’energie et de marine)

Universal Dynamics Institut canadien du chauffage, de la


climatisation et de la réfrigération

Westaim Ambeon Institut de recherche sur l’hydrogène

Xantrex Technology Institute for Integrated Energy


Systems

Zetacon Ipsos-Red-North American Division

James Hoggan ans Associates

Keen Engineering

Korn/Ferry International

KPMG

81
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 2.4.2.2 (continuação) – FORNECEDORES DE PEÇAS E SISTEMAS, DE SERVIÇOS E INFRA-


ESTRUTURA DE ABASTECIMENTO CANADIANOS

Fornecedores de peças e Fornecedores de serviços Infra-estrutura de


sistemas ligados às células de abastecimento
combustivel
Marsh Canada
McCarthy Tétrault
Ministre de l’Entreprise, des
Débouchés et de l’Innovation de
l’Ontario
Ministère de la Concurrence, des
Sciences et de l’Entreprise de la C.B.
Ontario Power Generation
Partenariat technologique Canada
PEM Engineers Inc.
Piles à combustible Canada
PricewaterhousedCoopers
Réseau de centres d’excellence
AUTO21
Ressources naturelles Canada
TD Valeurs mobilières
TISEC
Transports Canada
Travaux publics et Services
gouvernementaux Canada
University College of the Fraser Valley
Ventures West Management

Nota: Algumas empresas exercem as suas actividades em mais de um dominio.


Fonte: L’industrie canadienne des piles à combustible et de l’hydrogéne: un guide des compétences,
Setembro 2003, pág. 13.

Algumas destas empresas estão estritamente associadas a um ou dois produtores, mas a


maior parte faz negócios com vários actores da indústria.

GRÁFICO 2.4.2.3 – FOCUS DE MERCADO DA INDÚSTRIA CANADIANA DAS CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO


HIDROGÉNIO, 2003
100%

Móvel; 24%
80%

Portátil; 15%
60%

Estacionária;
40% 33%

20% Infraestrutura
Abastecimento;
28%
0%

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

82
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Metade da indústria canadiana do hidrogénio e das células de combustível está focalizada


na tecnologia Proton Exchange Membrane (PEFMC), considerada como uma das
tecnologias mais versáteis, dado que se presta quer a aplicações estacionárias quer a
aplicações móveis. A tecnologia de células de combustível Solid Oxide (SOFC), utilizada
principalmente em aplicações estacionárias, está identificada como a tecnologia mais
proeminente no futuro.

GRÁFICO 2.4.2.4 – LOCALIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES RELACIONADAS COM AS CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL,


DAS EMPRESAS CANADIANAS, 2003

China
América Sul 1%
Austrália 1%
1% Outros-Europa
2% Japão
4% Alemanha
India
Canadá Ocidental 6%
1%
38%
Reino Unido
3%

Estados Unidos
14%

Canadá Oriental
29%

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

As organizações canadianas das células de combustível e do hidrogénio exercem a sua


actividade fundamentalmente no Canadá, não obstante haver empresas canadianas
presentes noutros pontos do globo, designadamente nos EUA, Alemanha, Japão e Reino
Unido. Alguns inquiridos também mencionaram a América do Sul, Índia e China, o que
leva a pensar que as empresas canadianas poderão estar a começar a aceder aos
mercados de baixos custos de produção, aspecto que revestirá uma importância cada vez
maior à medida que a indústria se aproxima da etapa da comercialização. Estes
resultados parecem igualmente indiciar que a indústria canadiana é susceptível de
participar mais na gestão da infraestrutura energética dos países em desenvolvimento,
em contínua evolução, o que constitui uma oportunidade de mercado importante.

Indicadores-chave da Indústria

A indústria de células de combustível e do hidrogénio tem no Canadá uma vocação


marcadamente exportadora. A esmagadorada maior das receitas desta indústria deriva
de vendas efectuadas a países estrangeiros. Este facto reflecte não só a grandeza e o
potencial dos mercados externos, mas também o apoio claramente assumido pelo
governo canadiano à adopção de novas tecnologias às quais se reconhece mundialmente
diversas e diferenciadas possibilidades de aplicação. O Canadá tem, por isso, adoptado
uma estratégia de deliberada antecipação face a potenciais concorrentes, assente num
apoio significativo à I&D e à comercialização destas tecnologias, e que lhe tem permitido
conquistar vantagens competitivas na cena internacional.

83
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.4.2.5 – RECEITAS DA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO HIDROGÉNIO


DO CANADÁ

$ Milhões

2 00

1 60

1 20

188
80
134
97
40

0
2001 2002 20 03

Fonte: 2003 e 2002: Government of Canadá, Fuel Cells Canada e PricewaterhouseCoopers


in 2004 Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile.
2001 – Sypher Mueller e Natural Resources Canadá in Canadian Fuel Cell Comercialization
Roadmap

A evolução das vendas revela uma indústria em clara ascenção que, num período de
apenas 3 anos, quase duplicou o nível de receitas. Em 2001, as vendas desta indústria
ascenderam a $ 96,9 milhões, 82% das quais com origem em exportações,
representando essencialmente a venda de equipamento. Em 2003, o volume de vendas
evoluiu para $ 190 milhões, sendo que 77% resultaram da venda de equipamento (58%
em 2002) e perto de 12% a contratos de I&D, o que mostra claramente que a indústria
progride na via da comercialização.

GRÁFICO 2.4.2.6 – TIPOS DE RECEITAS DA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO


HIDROGÉNIO DO CANADÁ

$ Milhões

160

140

120

100

80
60

40

20

0
V enda de pr oduto s Con tra tos I&D Outr os

20 02 200 3

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

84
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As receitas decorrentes de contratos de I&D permaneceram relativamente estáveis,


passando de 10,4 milhões de dólares em 2002 para 11,5 milhões em 2003, ou seja um
acréscimo de cerca de 10% face a um aumento das receitas provenientes da venda de
produtos de 87% ($77,8 milhões em 2002 e $145,1 milhões em 2003).

A maioria destas receitas respeita a vendas realizadas no Oeste Canadiano mas os


Estados Unidos, a Alemanha e o Japão são igualmente mercados importantes para a
indústria canadiana.

GRÁFICO 2.4.2.7 – RECEITAS DA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO HIDROGÉNIO DO CANADÁ


POR REGIÃO, 2003

Sem resposta Japão


Outros
1,9% 10,6%
4,8%
EUA
15,9%

Reino Unido
0,2%
Canada Oeste
Alemanha
49,5% Canada Este 15,2%
1,9%

Japão EUA Reino Unido Alemanha


Canada Este Canada Oeste Outros Sem resposta

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

A venda de produtos tem efectivamente impulsionado um aumento muito significativo


das receitas, mas a indústria permanece muito focalizada na I&D. Em 2001 e 2002 o
nivel de receitas ficou muito aquém do esforço financeiro efectuado nesses mesmos anos
em I&D ($179 milhões e $276milhões respectivamente), considerado fundamental para
assegurar o desenvolvimento e a comercialização dos produtos desta indústria. Em 2003,
este desfasamento estreitou-se em resultado de um rítmo de crescimento do volume de
vendas de cerca de 40% face a um crescimento de apenas 5% das despesas de I&D.
Porém, as despesas relativas às actividades de I&D que recaiem sobre o hidrogénio e as
células de combustível continuam a representar valores que rondam os 100 000 dólares
por empregado, o que atesta o papel determinante que desempenha a I&D nesta
indústria.

85
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 2.4.2.8 – DESPESAS EM I&D DA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO


HIDROGÉNIO DO CANADÁ

2003 290

2002 276

2001 179

0 50 100 150 200 250 300

$ Milhões

Fonte: 2003 e 2002: Government of Canadá, Fuel Cells Canada e PricewaterhouseCoopers in


2004 Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile.
2001 – Sypher Mueller e Natural Resources Canadá in Canadian Fuel Cell Comercialization
Roadmap

Uma vez mais é o Oeste canadiano que está na origem da maior percentagem das
despesas de I&D realizadas no país.

GRÁFICO 2.4.2.9 – DESPESAS DE I&D DA INDÚSTRIA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E DO HIDROGÉNIO DO


CANADÁ POR REGIÃO, 2003

Japão
0,2% Alemanha EUA
4,2% 7,1%
Canadá Este
16,1%

Canadá Oeste
72,3%

Japão Alemanha EUA Canadá Este Canadá Oeste

Fonte: Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile 2004.

Trata-se fundamentalmente de I&D efectuada pelas empresas, frequentemente graças a


subvenções e empréstimos dos governos federal ou provincial. As actividades apoiadas
de investigação institucional têm sido realizadas no seio do CANMET (Natural Resources
Canada), do Canadian Hydrogen Institute e no National Research Council’s Institute for

86
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Fuel Cell Innovation em Vancouver. No decorrer dos anos, várias Universidades


canadianas começaram a desenvolver projectos de investigação sobre as células de
combustivel e o hidrogénio e espera-se um incremento do seu envolvimento neste tipo de
actividades nos próximos anos.

A participação crescente em projectos de demonstração sugere uma evolução da fase de


investigação, para uma maior aplicação da tecnologia em produtos de hidrogénio e
células de combustível comercializáveis. Com efeito, a participação em projectos de
demonstração aumentou 232% entre 2002 e 2003, passando de 79 projectos em 2002
para 262 em 2003. Esta tendência constitui um passo significativo na via da
comercialização dos produtos desta indústria e na transição para uma economia do
hidrogénio.

Os produtos da indústria canadiana das células de combustível e do hidrogénio, que


estão ainda numa fase pré-comercial, fazem parte integrante de numerosos projectos de
demonstração no Canadá e noutros locais do mundo. Cerca de 70% dos projectos que
envolvem organizações canadianas são realizados no exterior do país, maioritariamente
nos EUA, o que comprova a proeminência do saber fazer, dos produtos e dos serviços
canadianos no seio da indústria mundial. Estes projectos insidem principalmente sobre
aplicações estacionárias (42%), aplicações móveis (26%) e infraestruturas de
abastecimento (24%). As aplicações portáteis só suscitam 8% dos projectos de
demonstração.

O aumento sucessivo do número de patentes respeitante ao hidrogénio e às células de


combustível revela que a inovação é uma realidade e permanece uma constante na
indústria canadiana. Em 2003, registaram-se mais 148 novas patentes relativamente a
2002, perfazendo um total de 581 patentes

GRÁFICO 2.4.2.10 – EMPREGO DIRECTO NA INDÚSTRIA CANADIANA DE CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL E


DO HIDROGÉNIO

nº trabalhadores

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
2001 2002 2003

Fonte: 2003 e 2002: Government of Canadá, Fuel Cells Canada e PricewaterhouseCoopers in 2004
Canadian Hydrogen and Fuel Cell Sector Profile.
2001 – Sypher Mueller e Natural Resources Canadá in Canadian Fuel Cell Comercialization Roadmap

87
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Em 2003, esta indústria detinha quase 2700 empregos directos (aos quais acrescem os
empregos indirectos nos sectores que fornecem à industria produtos e serviços e que são
significativos), valor ligeiramente inferior ao registado em 2002 (2863). Esta quebra
decorre de reagrupamentos e reestruturações internas que transformaram a indústria nos
últimos anos. A esmagadora maioria deste emprego concentrava-se no Oeste do país
(60% aproximadamente em 2003) e trata-se de recursos humanos bastante qualificados.

Os indicadores apresentados permitem afirmar que existe uma procura mundial para a
tecnologia e know-how canadianos ao nível das células de combustível e do hidrogénio,
que desencadeia aumentos sucessivos de receitas. As organizações obtêm os direitos de
propriedade intelectual e beneficiam de ajudas financeiras e de alianças estratégicas
fundamentais para desenvolver, demonstrar, fabricar e comercializar os produtos. A
importância crescente das alianças e parcerias para a indústria é evidenciada por um
aumento de 90% nas alianças estratégicas (de 135 em 2002 para 256 em 2003). Os
fabricantes de automóveis são dos principais parceiros das organizações canadianas
envolvidas no sector do hidrogénio e das células de combustível.

2.4.3. Vancouver – Um Cluster de Sucesso da Indústria Canadiana das Células de


Combustível e do Hidrogénio

Os clusters têm um período de desenvolvimento e maturação relativamente longo


(algumas décadas) e exigem, sistematica e continuadamente, esforços coordenados de
todos os actores regionais/locais – governos, academias ou universidades, indústria,
associações empresariais e industriais, entidades financeiras e outras – ao longo da sua
evolução. Neste contexto, torna-se fundamental a existência de entidades capazes de
congregar estes esforços e estimular as forças locais a desenvolver clusters de acordo
com as suas necessidades específicas, potencialidades e oportunidades.

No Canadá, o National Research Council (NRC) assume-se como catalizador efectivo do


desenvolvimento de clusters, impulsionando, desse modo, o crescimento económico das
várias comunidades canadianas.

88
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

MAPA 2.4.3.1 - CLUSTERS TECNOLÓGICOS NO CANADÁ

Fonte: Building Technology Clusters across Canada, National Research Council Canada
(www.nrc-cnr.gc.ca/clusters/technology_clusters_e.pdf)

O NRC – cujos principais parceiros são Fuel Cells Canada; Simon Fraser University;
University of British Columbia; University of Victoria; Western Economic Diversification;
Natural Resources Canada; Industry Canada; Environment Canada; National Defense
Canada e Transport Canada – tem desempenhado um papel decisivo no desenvolvimento
de clusters tecnológicos emergentes e maduros no Canadá, através designadamente da
iniciativa Building Technology Clusters Across Canada, cujo objectivo é justamente
estimular o espírito empreendedor nos sectores industriais. Entre estes clusters
encontram-se os seguintes: Ottawa (fotónica); Montréal (ciências da vida); Saskatoon
(agricultura biológica); Vancouver (tecnologias das células de combustível e do
hidrogénio); Winnipeg (instrumentação médica); Saguenay (tecnologias do alumínio);
Newfoundland& Labrador (tecnologias dos oceanos); Edmonton (nanotecnologias); e New
Brunswick (e-business).

Encontra-se em Vancouver (Bristish Columbia) aquele que é considerado o cluster mais


avançado do mundo de empresas e organizações focalizadas nas células de combustível e

89
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

tecnologias do hidrogénio. Foi, particularmente, nas terras baixas à volta de Vancouver


que emergiram as primeiras actividades de desenvolvimento de células de combustível e
do hidrogénio no Canadá e se começou a desenhar um cluster a partir do
estabelecimento de uma densa rede de relações entre a Ballard Power Systems e outros
actores da indústria. Este cluster ancorado na Ballard Power System, um dos principais
produtores de células de combustível do mundo, é responsável pela esmagadora maioria
do emprego nacional afecto a esta indústria e aí se encontra a mais forte concentração de
know-how do mundo no domínio das células de combustível.

Trata-se de um excelente exemplo da dinâmica da criação de clusters, segundo a qual a


existência de capacidades fundamentais pode estimular o crescimento de uma nova
indústria, beneficiando do apoio dos governos federal e provincial, que conscientes das
vantagens a longo prazo da tecnologia das células de combustível e do hidrogénio,
apoiaram não apenas a I&D, mas também projectos de demonstração da tecnologia.
Estes projectos permitiram atingir progressos consideráveis em matéria de recolha de
dados, de conhecimentos sobre a performance dos produtos e de ensaios sobre a sua
robustez, com vista à obtenção de produtos comercializáveis.

O papel do NRC no apoio ao crescimento do cluster das células de combustível de


Vancouver remonta a 1998, com a elaboração e implementação de uma estratégia de
desenvolvimento para o sector e a criação de um Grupo de Trabalho constituido por
representantes do sector privado, das universidades e dos governos federal e provincial,
com o objectivo de tirar partido da adopção precoce desta tecnologia de modo a que as
comunidades locais e nacionais pudessem conservar e explorar os conhecimentos
adquiridos neste domínio, estabelecer novas normas para a indústria nascente, e liderar
o fornecimento de componentes, sistemas e serviços. A acção deste grupo conduziu ao
lançamento da National Fuel Cell Research Initiative em 1999 que esteve na origem da
Fuel Cells Canada (FCC) criada um ano depois. Desde então o NRC não tem cessado de
desenvolver iniciativas de apoio a esta indústria nomeadamente no domínio da
investigação e inovação.

A FCC é uma Associação industrial nacional sem fins lucrativos, que está investida das
seguintes funções 98 :

promover a indústria canadiana das células de combustível e do hidrogénio no


mercado mundial;

melhorar a visibilidade desta indústria aos olhos dos governantes para encorajar
uma aproximação estratégica nacional favorável ao desenvolvimento da mesma;

facilitar os projectos de demonstração que permitem às empresas ensaiar e


melhorar os seus produtos na fase da pré-comercialização;

98
www.fuelcellscanada.ca

90
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

promover a tecnologia das células de combustível e do hidrogénio e as suas


vantagens económicas e ambientais;

melhorar a comunicação e partilha de informação entre as empresas-membro;

favorecer a elaboração de leis, normas e códigos que estimulem a utilização


acrescida e segurança das células de combustível, novos carburantes e seus
produtos;

apoiar a melhoria das competências e dos programas de ensino nos


estabelecimentos de ensino canadianos.

Trata-se pois de um organismo criado por pressão dos actores industriais para oferecer
serviços e apoio às empresas, instituições, consórcios e outras alianças industriais que
participam no desenvolvimento, promoção, aplicação e comercialização de células de
combustíveis e sistemas conexos no Canadá.

À medida que a indústria das células de combustível e do hidrogénio se desenvolve,


novos serviços são atraídos para a região, de que são exemplo as sociedades locais de
capital de risco e os instituições financeiras especializadas.

A região em geral e a Ballard Power Systems, em particular, focalizam a sua actividade


principalmente na tecnologia PEMFC, mas outras competências de base ganham cada vez
mais importância. Mencionamos, nomeadamente, o desenvolvimento de peças e de
sistemas, a integração de sistemas, o desenvolvimento de sistemas para a infraestrutura
de abastecimento, os serviços de engenharia, os serviços de consultores especializados e
os serviços financeiros 99 .

Entre as actividades essenciais da British Columbia, encontram-se:

a concentração de actividades baseadas na tecnologia PEMFC;

a presença de produtores e integradores da tecnologia de base: Ballard Power


Systems, Palcan Fuel Cell, Cellex Power Products, Angstrom Power, PEM Fuel Cells;

a presença de fornecedores de produtos e sistemas especializados: QuestAir


Technology, Pathway Design and Manufacturing, Greenlight Power Technologies,
Cimtex Industries, Xantrex Technology;

a infraestrutura de abastecimento e de armazenagem: General Hydrogen,


Methanex, BC Hydro (Powertech), IMW, Clean Energy Canada, Praxair, Inc., BOC
Gases;

99
Canadian Fuel Cell Comercialization Roadmap, Março 2003, p.22

91
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

a presença de organismos publicos: Western Economic Diversification, Industry


Canada, National Research Council, BC Ministry of Competition, Science &
Enterprise; e de universidades: University of Victoria (IESVic), University of British
Columbia, Simon Fraser University, University College of the Fraser Valley. As
universidades assumiram-se como entidades fundamentais no processo de
desenvolvimento e consolidação do cluster na região. Durante vários anos, as
principais actividades foram desenvolvidas no Institute for Integrated Energy
Systems (IESVic) da University of Victoria, que oferece um programa de estudos
superiores em tecnologia das células de combustível e dispõe de instalações de
investigação essenciais. Importantes trabalhos de investigação também foram
realizados na Simon Fraser University em em Burnaby;

os serviços especializados: NORAM Engineering and Constructors, Keen


Engineering, Fuel Cells Canada, Chrysalix Energy Management, Ventures West
Management, GrowthWorks;

as instalações de ensaio e teste: BC Hydro (Powertech), National Research


Council’s Institute for Fuel Cell Innovation; e os organismos de I&D: National
Research Council’s Institute for fuel Cell Innovation e British Columbia Research
Inc. (BCRI).

A British Columbia (BC) está a desenvolver uma estratégia que visa fazer da região a
principal economia do hidrogénio do mundo em 2020. No âmbito desta estratégia está a
ser desenvolvido em BC um interessante projecto (Hydrogen Highway), cujo objectivo é
confrontar residentes e turistas, na próxima década, com as tecnologias das células de
combustível e do hidrogénio, através designadamente de acções de demonstração, e
assim acelerar a comercialização dos serviços e produtos associados a estas tecnologias.
Tratar-se-á de uma apresentação sem paralelo de produtos relacionados com estas
tecnologias (veículos a células de combustível, postos de abastecimento, sistemas fixos
de electricidade,...), concretizando elementos que as pessoas poderão ver, sentir e tocar,
captando assim a sua atenção e estimulando a sua procura. Pretende-se também
desenvolver massa crítica de competências, de conhecimentos e de experiênia na região
e abrir caminho a parceiros internacionais. Este projecto conta com a participação da
indústria de células de combustível e do hidrogénio de BC, do governo, das associações
industriais, e das instituições académicas.

2.5. ILAÇÕES DA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Com base nos exemplos expostos anteriormente, sistematiza-se de seguida algumas das
condições que promovem a emergência e desenvolvimento de clusters de ecoactividades
e energias renováveis, em determinadas localizações:

Dependência do exterior em termos energéticos, e reduzido potencial de


combustíveis fósseis;

92
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Forte sensibilidade da sociedade local relativamente à qualidade de vida, adquirida


com frequência através de estratégias ou medidas de sensibilização das
colectividades para as questões ambientais;

Legislação regional, nacional e europeia favorável ao ambiente;

Vinculação a acordos internacionais, de que Quioto constitui um exemplo;

Presença de grandes actores mundiais que operam em diversos segmentos das


ecoactividades, com forte poder de aglutinar à sua volta um denso tecido de
pequenas e médias empresas que operam, designadamente, em nichos
tecnológicos específicos. Estas empresas, de dimensão internacional, dispõem,
geralmente, de fortes equipas de investigação, desenvolvendo programas de
investigação autónomos nos seus próprios laboratórios;

Existência de pólos públicos e privados de investigação e inovação geradores de


sinergias entre si;

Presença de empresas dinâmicas, com forte aptidão para a inovação;

Articulação da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte e


de interface, capazes de gerar e disseminar estímulos para o desenvolvimento de
clusters;

Pools de mão-de-obra altamente qualificada e produtiva em diversos domínios,


designadamente, nos de pendor mais tecnológico e inovador;

Oferta, por parte das Universidades e Institutos Superiores, de cursos e


especializações nas áreas do ambiente;

Poderes públicos e administrações públicas locais e regionais mobilizados e


competentes;

Contexto económico geral favorável ao investimento e à competitividade: dotação


de infraestruturas adequadas e eficientes; mercados de capitais eficientes;
reduzidas barreiras à entrada; etc..

93
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

3. O “SECTOR” AMBIENTE EM PORTUGAL – BREVE ABORDAGEM

O “ambiente” é hoje um factor fundamental no desenvolvimento das economias, sendo


provavelmente um dos mercados com maior potencial de crescimento, quer a nível
mundial, quer em Portugal. Poder-se-á dizer que as preocupações ambientais estão
presentes em todas as políticas de desenvolvimento económico, sendo transversais a
toda a economia.

Na tentativa de fazer uma aproximação ao “sector” do ambiente, em Portugal,


considerando a informação estatística disponível, a presente abordagem incidiu nas
seguintes perspectivas; i) avaliação na óptica da procura (estatísticas do ambiente; EA),
ii) avaliação na óptica da oferta (estatísticas das empresas; EE e ficheiro de unidades
estatísticas; FUE), suportes estatísticos da responsabilidade do INE, iii) posição
competitiva do sector (comércio internacional de bens; Eurostat, Comext) e iv) formação
de recursos humanos (Observatório da Ciência e do Ensino Superior; OCES).

3.1. AVALIAÇÃO NA ÓPTICA DA PROCURA

A avaliação do sector do ambiente em Portugal, na óptica da procura, isto é, através da


despesa realizada na gestão e protecção ambientais, pode ser ensaiada através das
estatísticas do ambiente, que nos dão informação sobre estas despesas a nível das
Administrações Públicas e do Sector Empresarial (Indústria transformadora).

GRÁFICO 3.1.1 − DESPESAS EM AMBIENTE POR SECTOR INSTITUCIONAL

100

80

60
(%)

40

20

0
2002 2003 2004 2005

Administrações Públicas Empresas

Fonte: INE, EA

A procura total de bens e serviços ambientais tem-se mantido estável, representando,


nos anos de 2002 a 2005, cerca de 0.9% do Produto Interno Bruto (PIB). O principal
actor neste mercado tem sido a Administração Pública (Central, Local e Regional),
representando, em 2005, cerca de 70% do mercado. O crescimento médio anual nominal
da despesa ambiental, no período 2002-2005, foi mais elevado nas Administrações
Públicas (+3,3%), do que no Sector Empresarial (+1,4%).

94
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Administrações Públicas

GRÁFICO 3.1.2 - DESPESAS EM AMBIENTE DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS

100

80

60
(%)

40

20

0
2002 2003 2004 2005

Administração Central Administração Local


Administração Regional

Fonte INE, EA

GRÁFICO 3.1.3 –DESPESA POR DOMÍNIO DE AMBIENTE DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS

100%

80%

60%

40%

20%

0%
2002 2003 2004 2005
Biodiversidade e paisagem Protecção do recurso água
Outros domínios Gestão de resíduos

Fonte INE, EA

Dentro das Administrações Públicas, a Administração Local foi a que, ao longo do período
2002-2005, deteve um papel de maior relevo, nestas funções, e tendencialmente
crescente.

Por domínios de gestão e protecção do ambiente 100 , a “gestão de resíduos” tem absorvido
a quota-parte mais significativa dos recursos aplicados pelas Administrações Públicas na
área ambiental, embora o domínio da “biodiversidade e paisagem”, tenha, no período

100
Domínios de Gestão e Protecção do Ambiente (Classificação Estatística Europeia das Actividades e
Equipamentos da Protecção do Ambiente). Esta classificação contempla 9 Domínios:
Domínio 1 – Protecção da Qualidade do Ar & Clima
Domínio 2 – Gestão de Águas Residuais
Domínio 3 – Gestão de Resíduos
Domínio 4 – Protecção e Recuperação dos Solos, de Águas Subterrâneas e Superficiais
Domínio 5 – Protecção contra o Ruído Vibrações (excepto protecção dos locais de trabalho)
Domínio 6 – Protecção da Biodiversidade e da Paisagem
Domínio 7 – Protecção contra as Radiações
Domínio 8 – Investigação Desenvolvimento
Domínio 9 – Outras Actividades de Protecção do Ambiente

95
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2002-2005, merecido a preocupação das autoridades públicas, revelada pelo significativo


crescimento médio anual nominal da despesa neste domínio, muito superior ao dos
restantes domínios (+14,1%, face aos já referidos 3,3% do total da despesa ambiental
das administrações públicas).

Sector Empresarial (Indústria Transformadora)

GRÁFICO 3.1.4 – DESPESAS EM AMBIENTE POR SECTORES INDUSTRIAIS – 2005

Prod. Dist. Alimentares,


electricidade bebidas e
12,2% 9,9% tabaco
3,3%

5,3%
13,0%
Outros minerais Pasta e papel
não metálicos
14,5%

5,5% 24,2%
Químicas
Refinados do
petróleo

Fonte: INE, EA

A despesa em ambiente realizada pelas empresas do sector industrial concentrou-se


essencialmente em quatro sectores; refinados do petróleo com a quota mais elevada da
despesa (24%), outros minerais não metálicos (14%), pasta e papel (13%), produção e
distribuição de electricidade (12%) e alimentares, bebidas e tabaco (10%).

GRÁFICO 3.1.5 – DESPESA EM AMBIENTE, POR DOMÍNIOS DE AMBIENTE, NO SECTOR INDUSTRIAL –


2005

17%

46%
20%

17%

Qualidade do ar e clima Gestão de águas residuais


Gestão de resíduos Outros domínios

Fonte: INE, EA

96
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Por domínios de ambiente, as maiores preocupações ambientais do sector produtivo


centraram-se, prioritariamente, no combate à poluição atmosférica (qualidade do ar e
clima) e na gestão de resíduos. Os compromissos assumidos internacionalmente por
Portugal no âmbito da “Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações
Climáticas” (Protocolo de Quioto), terão sido determinantes para a acção do sector
industrial no combate às emissões poluentes para a atmosfera.

GRÁFICO 3.1.6 – INVESTIMENTO NA PROTECÇÃO DO AMBIENTE – 2005

Total

Prod. e distrib. electr.

Transf.n.e

Material de transp.

Equip. eléctrico

Maquinas

Metalurgica

Outros min.não met.

Borracha

Quimicos

Petrolíferos refinados

Pasta, papel

Madeira, cortiça

Calçado

Têxtil

Alim.beb.tab.

Extractiva

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Qualidade do Ar e Clima Gestão de Águas Residuais Gestão de Resíduos Outros Domínios

Fonte: INE, EA

GRÁFICO 3.1.7 – CUSTOS E PERDAS NA PROTECÇÃO DO AMBIENTE - 2005

Total

Prod. e distrib. electr.

Transf.n.e

Material de transp.

Equip. eléctrico

Maquinas

Metalurgica

Outros min.não met.

Borracha

Quimicos

Petrolíferos refinados

Pasta, papel

Madeira, cortiça

Calçado

Têxtil

Alim.beb.tab.

Extractiva

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Qualidade do Ar e Clima Gestão de Águas Residuais Gestão de Resíduos Outros Domínios

Fonte: INE, EA

A desigual repartição da despesa de “investimento” e despesa “corrente” dos diversos


subsectores do sector empresarial, por domínios de ambiente, reflecte por um lado, as
preocupações ambientais dos sectores produtivos com grandes emissões gasosas para a

97
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atmosfera e por outro, a organização empresarial do sector, na gestão de resíduos de


embalagem. Com efeito:

A despesa de investimento do conjunto do sector industrial foi, em 2005,


maioritariamente (cerca de 66%) aplicada na “protecção da qualidade do ar e do
clima”, implicando a aquisição de equipamento de filtragem e tratamento de
emissões gasosas para a atmosfera, sendo ainda mais relevante nos subsectores
grandes emissores de gases poluentes, nomeadamente, refinados do petróleo
(88%) e pasta e papel (73%).

A despesa corrente foi essencialmente (cerca de 43%), aplicada na gestão de


resíduos. Na despesa corrente inclui-se a “aquisição de serviços a terceiros” que,
no domínio da gestão dos resíduos tem uma importância acrescida face à
transferência para entidades externas às empresas geradoras de resíduos de
embalagem, da gestão destes resíduos que, em Portugal são a Sociedade Ponto
Verde e a Valormed (embalagens farmacêuticas e medicamentos fora de uso).

3.2. AVALIAÇÃO NA ÓPTICA DA OFERTA

A avaliação na óptica da oferta visa apreender a capacidade instalada do ponto de vista


das empresas que produzem bens, serviços e tecnologias para o sector do ambiente. Esta
realidade não se apreende de forma adequada através da utilização das nomenclaturas
convencionais de classificação de actividades e produtos. Foi neste contexto que o INE
iniciou um inquérito às eco-empresas 101 , o qual apenas viria a disponibilizar resultados
para 1996, 1997 e 1998. O volume de negócios destas empresas ascendia, em 1998, a
cerca de € 490 milhões (0.5%) do PIB, envolvendo 5300 trabalhadores. Uma das
principais características das eco-empresas era a sua orientação para o mercado interno,
cujo mercado representava 92% do seu volume de negócios, sendo o mercado externo
responsável pelos restantes 8%.

Face á inexistência de estatísticas mais recentes sobre esta realidade, tentámos uma
caracterização aproximada do sector a partir dos dados disponíveis nas Estatísticas das
Empresas, bem como dos elementos do Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE), ainda
que conscientes das limitações que esta abordagem simplificada envolve.

Assim, constitui-se um universo de actividades que designámos por “actividades do


ambiente” a partir de um conjunto de sectores da Classificação das Actividades
Económicas 102 (CAE), que são normalmente considerados de actividades centrais da

101
Foram consideradas eco-empresas “as unidades económicas que produzam bens de consumo e/ou
equipamento e prestação de serviços de protecção ao ambiente e cujo volume de negócios resulte
maioritariamente (maior ou igual a 50%) do comércio desses produtos “verdes” ou serviços de protecção
ao ambiente
102
Sobre a delimitação das eco-empresas a partir da Classificação das Actividades Económicas, ver “The
environmental Goods & Services Industry” – Manual for data collection and analysis (OCDE)

98
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“indústria do ambiente” 103 , ao qual adicionámos outras actividades 104 . A partir desta
delimitação do sector procurou-se:

Através dos dados das Estatísticas das Empresas tirar algumas ilações relativas à
dinâmica da oferta em termos de volume de negócios, emprego e comércio
internacional;

Através dos elementos do FUE esboçar uma caracterização do tecido empresarial.

Dinâmica da oferta

QUADRO 3.2.1 – ACTIVIDADES DO AMBIENTE

Indicadores Unidade Período Valores

Volume de Negócios Milhões de euros 2004 2.853

Volume de Negócios TMAC (real) 2004/1999 9,4

Emprego (pessoal ao serviço) indivíduos 2004 81.653

Emprego (pessoal ao serviço) TMAC 2004/1999 4,8

Produtividade (VAB/Emprego) euros 2004 16.194

Produtividade (VAB/Emprego) TMAC (real) 2004/1999 2,0

VAB/Vol. Negócios % 2004 46,3

Exportações/Vol. Negócios % 2004 6,2

Fonte: INE – Est. Empresas

Este conjunto de actividades, nos últimos anos, apresentou uma dinâmica considerável,
do volume de negócios, o qual registou, em termos reais 105 , no período 1999-2004, um
crescimento médio anual de cerca de 9%, tendo aumentado a sua expressão no conjunto
da actividade económica. O sector mais dinâmico, foi o da “recolha de resíduos”, com um
crescimento médio anual, no mesmo período, de cerca de 26%. Igualmente, as
actividades “comércio por grosso”, “ensaio e análises” e “reciclagem” registaram
crescimentos relevantes.

103
“Reciclagem” (Divisão 37), “Comércio por grosso de desperdícios e sucata” (Classe 5157) e “Saneamento,
higiene pública e actividades similares” (Divisão 90). Ver INE, Estatísticas do Ambiente 1998/1999, pág. 75
104
CAE’s: 25120 “Reconstrução de pneus”; 41000 “Captação de Água”; 74300 “Actividades de ensaio e
análise”; 74700 “Actividades de limpeza industrial”
105
Deflactor do PIB

99
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GRÁFICO 3.2.1 – ACTIVIDADES DO AMBIENTE – VOLUME DE NEGÓCIOS


(EVOLUÇÃO REAL) 2004/1999

Recolha de resíduos. e
limp. pública

Act. de limpeza industrial

Act. de ensaio e análises

Comércio por grosso

Captação de água

Reciclagem

0,0 10,0 20,0 30,0


TMAC (%)

Fonte: INE - Est.Empresas

Em termos qualitativos a dinâmica do conjunto destas actividades terá sido desfavorável,


considerando que a importância do VAB no volume de negócios regrediu entre 1999 e
2004, 5,7 p.p., tendo-se afastado deste padrão de evolução, as actividades de “limpeza
industrial” que registaram um aumento de 7,8 p.p.

A importância das exportações no volume de negócios, é reduzida, da ordem dos 6%,


embora nas actividades “comércio por grosso” e “reciclagem”, seja de 24% e 11%,
respectivamente.

Caracterização do tecido empresarial

A partir dos elementos do FUE foi possível esboçar algumas características do tecido
empresarial deste sector, no qual integrámos, igualmente, as “actividades de engenharia
e técnicas afins”, embora excluindo um conjunto de empresas com menores afinidades
com a produção de bens e serviços de ambiente.

O sector mais representado neste universo é o das empresas que realizam actividades de
“engenharia e técnicas afins”, com cerca de 57%, seguindo-se as “actividades de limpeza
e despoluição”, com perto de 24%.

QUADRO 3.2.2 – DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL DAS EMPRESAS


Estrutura para o total das empresas (%)
segundo o volume de negócios segundo o emprego
CAE Micro Pequenas Médias Grandes Total CAE Micro Pequenas Médias Grandes Total
Actividades de engenharia e Actividades de engenharia e
técnicas afins 54,3 2,0 0,3 0,1 56,7 técnicas afins 50,7 5,4 0,6 0,0 56,7
Actividades de ensaios e análises Actividades de ensaios e análises
técnicas 4,4 0,1 0,0 0,0 4,5 técnicas 3,8 0,7 0,1 0,0 4,5
Actividades de limpeza pública e Actividades de limpeza pública e
industrial, despoluição e industrial, despoluição e
actividades similares 22,6 1,0 0,3 0,0 23,9 actividades similares 16,6 5,1 1,5 0,8 23,9
Captação, tratamento e Captação, tratamento e
distribuição de água 0,9 0,3 0,3 0,0 1,6 distribuição de água 0,8 0,3 0,3 0,1 1,6

Comércio por grosso de sucatas Comércio por grosso de sucatas 4,8 0,8 0,0 0,0 5,7
4,8 0,7 0,2 0,0 5,7
Reciclagem de desperdícios Reciclagem de desperdícios 3,9 1,1 0,2 0,0 5,2
4,5 0,5 0,1 0,0 5,2
Recolha e tratamento de águas Recolha e tratamento de águas
residuais e outros resíduos 1,5 0,6 0,3 0,0 2,4 residuais e outros resíduos 1,2 0,7 0,4 0,1 2,4
TOTAL 93,1 5,2 1,6 0,1 100,0 TOTAL 81,8 14,1 3,1 1,0 100,0
Fonte: INE - FUE Fonte: INE - FUE

100
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Em termos de dimensão empresarial 106 , considerando o volume de negócios, as


microempresas são dominantes, representando 93%, embora, segundo o volume de
emprego, a representatividade destas empresas baixe para cerca de 82%.

Os sectores que mais se afastam deste padrão, quer em termos de volume de negócios,
quer de emprego, são a “captação, tratamento e distribuição de água” e “recolha e
tratamento de águas residuais e outros resíduos”, nos quais, as pequenas e médias
empresas, representam 39% e 36% e 43% e 46%, respectivamente.

QUADRO 3.2.3 – DISTRIBUIÇÃO SECTORIAL DAS EMPRESAS


Estrutura sector de actividade/dimensão (%)

segundo o volume de negócios segundo o emprego


CAE Micro Pequenas Médias Grandes Total CAE Micro Pequenas Médias Grandes Total

Actividades de engenharia e técnicas afins Actividades de engenharia e técnicas afins


95,7 3,6 0,6 0,1 100,0 89,5 9,4 1,0 0,1 100,0

Actividades de ensaios e análises técnicas Actividades de ensaios e análises técnicas


96,6 3,0 0,4 0,0 100,0 83,3 15,4 1,3 0,0 100,0
Actividades de limpeza pública e industrial, Actividades de limpeza pública e industrial,
despoluição e actividades similares despoluição e actividades similares 69,2 21,2 6,4 3,2 100,0
94,7 4,2 1,1 0,0 100,0
Captação, tratamento e distribuição de água Captação, tratamento e distribuição de água
59,8 18,3 20,7 1,2 100,0 50,0 20,7 22,0 7,3 100,0
Comércio por grosso de sucatas 84,9 11,6 3,4 0,0 100,0 Comércio por grosso de sucatas 85,3 14,7 0,0 0,0 100,0
Reciclagem de desperdícios 87,3 10,1 2,2 0,4 100,0
Reciclagem de desperdícios
Recolha e tratamento de águas residuais e 75,3 21,0 3,7 0,0 100,0
outros resíduos 63,7 24,2 12,1 0,0 100,0 Recolha e tratamento de águas residuais e
TOTAL 93,1 5,2 1,6 0,1 100,0 outros resíduos 51,6 30,6 15,3 2,4 100,0
Fonte: INE - FUE TOTAL 81,8 14,1 3,1 1,0 100,0
Fonte: INE - FUE

QUADRO 3.2.4 – DIMENSÃO EMPRESARIAL


segundo o volume de negócios segundo o emprego

Volume de negócios Micro Pequenas Médias Grandes Total Volume de negócios Micro Pequenas Médias Grandes Total
Emprego Emprego
Micro Micro 98,8 1,1 0,1 0,0 100,0
86,8 17,0 7,5 0,0 81,8
Pequenas Pequenas 78,2 19,5 2,3 0,0 100,0
11,8 52,6 21,3 0,0 14,1
Médias Médias 40,3 35,2 22,6 1,9 100,0
1,3 20,7 45,0 60,0 3,1
Grandes 0,0 9,6 26,3 40,0 1,2 Grandes 1,7 43,3 35,0 3,3 100,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Total 93,1 5,2 1,6 0,1 100,0
Fonte: INE - FUE Fonte: INE - FUE

Fazendo o cruzamento da dimensão empresarial, segundo o volume de negócios e do


emprego, poderemos concluir o seguinte:

Por dimensão do emprego, 40% das empresas de média dimensão são


microempresas em termos de volume de negócios e 43% de grandes empresas
são de pequena dimensão quando se considera o volume de negócios;

106
Microempresas – Volume de negócios; € 1 – 1 500 000; Emprego; 1 – 9
Pequenas empresas – Volume de negócios; € 1 500 001 – 7 000 000; Emprego; 10 – 49
Médias empresas – Volume de negócios; € 7 000 001 – 40 000 000; Emprego; 50 – 249
Grandes empresas – Volume de negócios; € > 40 000 001; Emprego; > 250

101
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Por dimensão do volume de negócios, 60% das empresas de grande dimensão


e 21% das pequenas empresas são médias empresas quando avaliadas em
termos de emprego.

MAPA 3.2.1 – LOCALIZAÇÃO REGIONAL DO SECTOR “AMBIENTE”

Volume de
Negócios MINHO-LIMA
Emprego MINHO-LIMA

CAVADO ALTO TRAS-OS-MONTES


CAVADO ALTO TRAS-OS-MONTES

AVE
AVE

TAMEGA
TAMEGA
GRANDE PORTO
GRANDE PORTO
DOURO
DOURO

ENTRE DOURO E VOUGA


ENTRE DOURO E VOUGA

DAO-LAFOES
DAO-LAFOES BEIRA INTERIOR NORTE
BEIRA INTERIOR NORTE BAIXO VOUGA
BAIXO VOUGA
Legenda Legenda SERRA DA ESTRELA
Volume de Neg. (x 1000) SERRA DA ESTRELA
Emprego

BAIXO MONDEGO
BAIXO MONDEGO COVA DA BEIRA
COVA DA BEIRA
< 1500 PINHAL INTERIOR NORTE
< 100 PINHAL INTERIOR NORTE

1500 - 7000 10 - 500


BEIRA INTERIOR SUL
BEIRA INTERIOR SUL
7000 - 40000 500 - 1000
PINHAL INTERIOR SUL
40000 - 200000 PINHAL LITORAL PINHAL INTERIOR SUL 1000 - 10000 PINHAL LITORAL

> 200000 > 10000


MEDIO TEJO
MEDIO TEJO

OESTE
OESTE

ALTO ALENTEJO
ALTO ALENTEJO
LEZÍRIA DO TEJO
LEZÍRIA DO TEJO

GRANDE LISBOA
GRANDE LISBOA
ACORES
ACORES

PENINSULA DE SETUBAL
PENINSULA DE SETUBAL ALENTEJO CENTRAL
ALENTEJO CENTRAL

ALENTEJO LITORAL
ALENTEJO LITORAL

BAIXO ALENTEJO
BAIXO ALENTEJO

MADEIRA MADEIRA

ALGARVE ALGARVE

Fonte: INE - FUE

Através da distribuição regional do emprego e do volume de negócios poderemos


responder à questão “onde se localizam as actividades ambientais”. Como seria
expectável, as principais manchas de concentração localizam-se na faixa litoral, quer em
termos de emprego quer do volume de negócios, embora o volume de negócios seja
preponderante em toda a faixa litoral projectando-se igualmente para o interior, em
particular o interior norte, enquanto que o emprego se concentra nas regiões litorais em
detrimento de todo o interior.

3.3. POSIÇÃO COMPETITIVA DO SECTOR (COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS)

Uma análise dos fluxos comerciais de um conjunto de produtos ambientais 107


(tecnologias ambientais), agrupados segundo as suas principais finalidades evidencia
uma posição competitiva desfavorável, representando o défice comercial, em 2005,
0,09% do PIB (0,02% em 1995). Embora se verifiquem défices comerciais em todos os
agrupamentos de produtos das tecnologias ambientais, o maior défice e com crescimento
acentuado, encontra-se nos equipamentos para o controlo de poluição do ar.

107
Selecção adoptada no estudo “As eco-indústrias da U E”, 1999

102
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 3.3.1 – TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

Balança Comercial Taxa de Cobertura das Importações

25

20

15

(%)
10

5
1995 1997 1999 2001 2003 2005
0
Controlo da poluição do ar Controlo da poluição da água Eliminação de resíduos
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Equipamento de monitorização Outro equipamento ambiental

Fonte: Eurostat, Comext Fonte: Eurostat, Comext

A taxa de cobertura das importações pelas exportações é muito baixa, não


ultrapassando, em 2005, 12%.

O ritmo de evolução das importações dos produtos ambientais tem sido muito
significativo, com crescimento médio anual nominal, no período 1995-2005 de 19,5%,
sendo que as importações de equipamentos de controlo de poluição do ar, se destacam
com aumento mais elevado, de cerca de 38%.

3.4. FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Pela análise que temos vindo a efectuar do sector ambiental em Portugal, permite-nos
verificar que o sector apresenta algum dinamismo económico e com perspectivas futuras
de crescimento, considerando o ainda insuficiente desenvolvimento em Portugal, da
protecção ambiental (actualmente muito orientado para a satisfação de défices de infra-
estruturas básicas).

GRÁFICO 3.4.1 – ÁREAS DE ESTUDO LIGADAS AO AMBIENTE


% do total dos diplomados associadas a ambiente

2,5 1600

2 1200
Número

1,5
800
%

1
400

0,5

0
0 1993 1995 1997 1999 2001 2003
1993 1995 1997 1999 2001 2003 CIÊNCIAS AGRICULTURA E RECURSOS NATURAIS TECNOLOGIAS

Fonte: OCES Fonte: OCSE

Esta dinâmica do sector tem-se reflectido ao nível da formação dos recursos


humanos, com o número de diplomados nas áreas de estudo do ambiente a registar um
aumento significativo na última década. Em 1993, apenas 0,3% do total dos diplomados
para, em 2004, atingirem 2,0% desse total.

103
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Por áreas de estudo associadas ao ambiente, verificou-se nos últimos cinco anos uma
maior apetência por cursos ligados às tecnologias de protecção do ambiente que
registaram uma TMAC (taxa média anual de crescimento) de cerca de 40%, face à média
global, próxima de 23%.

Da abordagem ao “sector” do ambiente em Portugal, atrás realizada, poderemos


sinteticamente concluir que, até 2005, as características predominantes do sector eram
as seguintes:

Sector orientado para o mercado interno, com reduzido peso das exportações;

Sector com dinâmica ainda muito orientada para a satisfação de défices em infra-
estruturas básicas;

Dinâmica da procura determinada pelo investimento público, principalmente pela


Administração Local;

Sector com baixo conteúdo de valor acrescentado;

Reduzido crescimento da produtividade;

Forte dependência tecnológica;

Défice comercial em agravamento;

Sector com elevada capacidade para a absorção de emprego com diferentes níveis
de qualificação;

Dinâmica de formação de recursos humanos especializados elevada.

Contudo, de acordo com a análise que se efectua no capítulo seguinte (4) deste estudo,
pode afirmar-se que, nos anos recentes, Portugal tem vindo a dar passos significativos,
nomeadamente na sua política energética, com uma forte aposta nas “energias
renováveis” que, conduzirão, num futuro próximo, a uma nova dinâmica no sector do
ambiente.

104
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4. OS EFEITOS DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA NAS


DIVERSAS ACTIVIDADES EM PORTUGAL

As questões ligadas ao ambiente constituem uma das áreas onde têm ocorrido mudanças
mais significativas nas últimas décadas, com impactos na competitividade das empresas
e no bem-estar dos cidadãos. Têm sido por isso alvo de grandes preocupações e também
de grande dinamismo, que não podem, no entanto, ser dissociadas de outras áreas de
mudança tais como a crescente inovação e desenvolvimento tecnológico, as alterações na
ordem política mundial ligadas ao domínio dos recursos energéticos e da água e a
concorrência agressiva dos produtos e mercados, num ambiente de crescente abertura e
globalização. A visão do desenvolvimento sustentável e da integração de políticas tem
assumido uma crescente preponderância a nível das organizações internacionais como as
Nações Unidas, a OCDE e a União Europeia, em detrimento de visões parciais de políticas
sectoriais.

Enquanto no passado as diversas “actividades” começaram por ter uma atitude reactiva
face às políticas ambientais, actualmente os vários agentes económicos tendem a ser
parceiros, adoptando uma atitude pro-activa que permita antecipar as exigências
ambientais do mercado, transformando-as em oportunidades de negócio e em factor de
competitividade.

No capítulo anterior foi feita uma breve caracterização das actividades ligadas ao
ambiente em Portugal, a partir dum conjunto de sectores da Classificação das Actividades
Económicas (CAE) que, segundo os critérios de delimitação da OCDE, englobam as eco-
empresas, entendidas como as unidades económicas produtoras de bens de consumo
e/ou equipamento e prestação de serviços de protecção do ambiente.

No presente capítulo aborda-se o tema de uma outra perspectiva em que, a partir das
políticas ambientais que afectam as empresas e as diversas actividades, se tenta
identificar um conjunto de actividades que, no médio-longo prazo, possam tornar-se
geradoras de exportações de bens e serviços. O capítulo foi desenvolvido da seguinte
forma:

Sistematização das políticas ambientais mais recentes da UE e repercussões a nível


nacional;

Classificação e agregação das actividades mais afectadas segundo as suas


características ambientais, complementadas por factores de intensidade (produtos
intensivos em recursos energéticos e naturais, tecnologia, conhecimento e
qualificações, trabalho, escala), em 10 grupos de actividades;

Caracterização macroeconómica dos vários grupos de actividades;

Mapeamento das principais políticas ambientais por grupos de actividades;

Mapeamento dos principais actores por grupos de actividades;

Breve análise exploratória de algumas tecnologias energéticas e ambientais


disponíveis no mercado ou emergentes;

Identificação de algumas potencialidades nacionais emergentes.

105
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O conjunto de actividades resultantes irá servir de ponto de partida para a reflexão sobre
possível(eis) Cluster(s) de Eco-indústrias e serviços em Portugal, proposta no capítulo 5.

4.1. POLÍTICAS AMBIENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS A


NÍVEL NACIONAL

A política de ambiente constitui um dos pilares da Estratégia Europeia de


Desenvolvimento Sustentável, e integra-se igualmente na Estratégia de Lisboa para o
Crescimento e Emprego, tal como referido na mais recente análise comunitária 108,
designadamente pelo cruzamento com a linha directriz integrada nº 11, que foca a
promoção da eco-inovação e a melhoria da regulamentação ambiental.

4.1.1. Prioridades Europeias ligadas à política de ambiente

A Figura 4.1.1.1 permite enquadrar e visualizar, facilmente, as prioridades europeias


ligadas à política de ambiente, traduzidas nos objectivos do Tratado da União Europeia e
na Estratégia de Desenvolvimento Sustentável e delineadas, mais concretamente, no 6º
Programa de Acção para o Ambiente (6º PAA ou 6th EAP). Em complemento, o Quadro
4.1.1.1 faz um resumo das principais contribuições da política de ambiente para a
Estratégia de Lisboa de Crescimento e Emprego de 2005, a nível comunitário e sua
correspondência a nível nacional.

FIGURA 4.1.1.1 – POLÍTICA DE AMBIENTE COMUNITÁRIA

Fonte: CE, SEC(2005) 1197, Annex to the Commission Working Paper “Better Regulation
and the Thematic Strategies for the Environment”, Brussels, 28.9.2005.

108
Fonte: CE, COM (2006) 70 final, Análise da política de ambiente 2005, Bruxelas, 16.2.2006.

106
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.1.1.1 – CONTRIBUIÇÃO DA POLÍTICA DE AMBIENTE PARA A ESTRATÉGIA DE LISBOA DE


CRESCIMENTO E EMPREGO – 2005 E ANOS SEGUINTES

Promoção da Eco-inovação

A nível Comunitário A nível Nacional


PNACEs – Planos Nacionais de Acção para o PNACE 2005-2015, Outubro de 2005
Crescimento e o Emprego
Relatórios bianuais de avaliação (1º Relatório
Os EMs reconheceram as oportunidades criadas entregue à Comissão Europeia a 15 de Outubro de
pelo ambiente. Focaram: 2006)
• I&D no ambiente
• Eficiência energética
• Contratos públicos ecológicos
• Instrumentos económicos (como a
tributação)

ETAP – Plano de Acção Comunitário para as Roteiro ETAP nacional – Dezembro de 2005
Tecnologias Ambientais

CIP – Programa-Quadro para a Competitividade e a QREN


Inovação 2007-2013

1/5 do orçamento previsto para apoio à eco-


inovação

7º Programa-Quadro de I&D para 2007-2013 QREN

Atribui muita importância à eco-inovação

Novas Orientações políticas para a coesão QREN


2007-2013

Papel importante para a eco-inovação

Política Industrial da UE Plano Tecnológico


Dá ênfase ao desenvolvimento de actividades de Programas Sectoriais
eco-inovação

Melhoria da Regulamentação

A nível Comunitário A nível Nacional


Simplificação Legislativa (em curso) Programa SIMPLEX, lançado em Março de 2006
• Qualidade do ar
- consolidação de 5 actos legislativos num
diploma mais conciso

• Resíduos
- revisão da Directiva-Quadro “Resíduos”

- revogação da Directiva “Óleos Usados”

Melhoria da Aplicação (em curso)


• Programa de apoio à observância das normas
para as PMEs (a apresentar pela CE)

• Oportunidades e métodos para promoção de


instrumentos económicos (a apresentar pela
CE)

Fonte: Com base em CE, COM (2006) 70 final, Análise da política de ambiente 2005, Bruxelas, 16.2.2006.

107
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O 6º PAA está organizado por temas e não por poluentes ou actividades económicas,
como no passado. Cobre 4 domínios prioritários – alterações climáticas, recursos e
resíduos, biodiversidade e ambiente e saúde – e, 7 estratégias temáticas, conforme a
Figura 4.1.1.2. Consideradas a próxima geração da política ambiental, estas estratégias
são encaradas numa perspectiva de longo prazo, com o propósito de estabelecer
objectivos para um ambiente mais limpo, no horizonte 2020.

FIGURA 4.1.1.2 – 6º PROGRAMA DE ACÇÃO PARA O AMBIENTE 2002-2012


ESTRATÉGIAS TEMÁTICAS

Prevenção e Reciclagem
Poluição do Ar de Resíduos
(Adoptada em 21/09/2005) (Adoptada em 21/12/2005)
Alterações
Climáticas
Ambiente e

Recursos e
Resíduos
Saúde

Ambiente Urbano Uso Sustentável dos


6ºPAA Recursos
(Adoptada em 11/01/2006)
(Adoptada em 21/12/2005)

Biodiversidade
Uso Sustentável de Protecção e Conservação
Pesticidas do Ambiente Marinho
(Adoptada em 12/07/2006) (Adoptada em 24/10/2005)

Solos
(Adoptada em 22/09/2006)

Em 2005 e 2006, realizaram-se progressos políticos em diversas áreas do ambiente, que


permitem verificar as tendências e antecipar perspectivas de evolução. Seguindo a
organização dos quatro domínios prioritários do 6º PAA 2002–2012, sintetizam-se as
principais realizações no Quadro 4.1.1.2.

Muitas destas acções têm metas quantitativas associadas, algumas indicativas e outras
obrigatórias, cujo não cumprimento pelos países aderentes implicará sanções. No Anexo
C, pode ser consultado um quadro de sistematização dos principais desafios e metas
ambientais quantificadas, com efeitos na competitividade e na inovação. O quadro foi
igualmente organizado pelos quatro domínios prioritários do 6º PAA e refere os diversos
documentos internacionais, comunitários e nacionais, de onde foram emanadas as metas,
os indicadores, as metas para a UE e para Portugal, o horizonte temporal de aplicação, o
tipo de meta (obrigatória, indicativa ou de contexto) e as actividades mais abrangidas.

108
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.1.1.2 – REALIZAÇÕES NOS DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS DO 6º PAA, EM 2005 E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO EM 2006/07

Domínio Prioritário 1 - Alterações Climáticas


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Início do comércio de licenças de Revisão do regime de comércio de PNALE I, 2005-2007 (em vigor) Grandes consumidores de energia:
emissão licenças de emissões da UE (aditamento
PNALE II, 2008-2012 (aprovado em - Produção de Energia,
de novos domínios e novos GEE;
CM de 8 de Junho de 2006 e em Refinaria, Metais Ferrosos,
proposta legislativa sobre a aviação)
análise na UE) Pasta e Papel,
- Vidro, Cerâmica, Cimento,
Têxtil, Química
Entrada em vigor do Protocolo de Revisão do Protocolo de Quioto e PNAC 2006 (RCM nº 104/2006, de 23 Grandes consumidores de energia:
Quioto (lançamento do MDL- prosseguimento do trabalho dos de Agosto de 2006)
- Produção de Energia,
mecanismo de desenvolvimento compromissos pós-2012 (a decorrer em
Novo conjunto de diplomas para Refinaria, Metais Ferrosos,
limpo, que permitirá às empresas da 2007)
combate às alterações climáticas Pasta e Papel,
UE investir em tecnologias limpas nos
Esforços internacionais de envolvimento (aprovado em CM de 25 de Janeiro de
países em desenvolvimento por - Vidro, Cerâmica, Cimento,
dos principais emissores – EUA, China e 2007)
contrapartida de créditos de Têxtil, Química
Índia, no processo de Quioto (a decorrer
emissão) Pós-2012 (discussões a iniciar no
em 2007) Transportes
decurso de 2007; conforme
Lançamento da 2ª fase do PEAC- Residencial e Serviços
Conclusões da Presidência do Conselho
Programa Europeu para as Alterações
Europeu de 8 e 9 de Março de 2007, Agricultura e Florestas
Climáticas (Pós-2012 – Conferência
as negociações a nível das Nações
de Montreal)
Unidas irão ser iniciadas em finais de
2007 e serão completadas em 2009)
Livro Verde sobre a Eficiência Plano de Acção sobre Eficiência Estratégia Nacional para a Energia Todos os sectores
Energética Energética (adoptado em 19/10/06) (RCM nº 169/2005, de 24 de Outubro
Produtores de energia e de
de 2005)
equipamento de produção de
energia
Publicação do Plano de Acção para a Publicação de Comunicações sobre Estratégia Nacional para as Florestas Produtores de energia e
Biomassa (destinado a promover a tecnologias limpas de utilização do carvão (RCM nº 114/2006, de 15 de equipamento de produção de
energia da biomassa, reduzir as Setembro de 2006) energia
emissões e promover as economias
Florestas, Agricultura
das zonas rurais)

109
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.1.1.2 (Continuação) – REALIZAÇÕES NOS DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS DO 6º PAA, EM 2005 E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO EM 2006/07

Domínio Prioritário 2 – Biodiversidade e Ecossistemas


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Comunicação sobre a biodiversidade com os
desafios e prioridades até 2010 (adoptada
em 22/09/2006)
Estratégia temática sobre o ambiente Estratégia Nacional para o Mar I&D (Biologia Marítima, Novos
marinho (para proteger a base de (RCM nº 163/2006, de 12 de materiais)
recursos de que dependem as Dezembro de 2006)
Pescas
actividades económicas e sociais)
POOCs – Planos de Ordenamento
da Orla Costeira
Estratégia temática sobre a poluição PNTE (Tectos de Emissão) (DL Grandes consumidores e
atmosférica (para reduzir duas das 193/2003) produtores de energia:
principais pressões sobre a
Produção de Energia, Refinaria,
biodiversidade – acidificação e
Metais Ferrosos, Pasta e Papel,
eutrofização)
Vidro, Cerâmica, Cimento,
Têxtil, Química
Avanço da conclusão da rede Natura Conclusão da rede Natura 2000 para a UE25; PNPOT (proposta de Lei aprovada Agro-alimentares
2000 alargada ao ambiente marinho em CM de 28 de Dezembro de
Eco-turismo
2006)
Protecção da biodiversidade melhor Lançamento de campanha de sensibilização à
integrada na política agrícola comum; escala da UE sobre as vantagens dos PENDR (aprovado em CM de 31 de
orientações estratégicas comunitárias alimentos biológicos, no âmbito do Plano de Maio de 2006; Versão de Setembro
de desenvolvimento rural Acção europeu para os alimentos e a de 2006)
agricultura biológica
PENT – Linhas Orientadoras do
Plano Estratégico Nacional do
Turismo (Janeiro 2006)
A nível internacional Convenção Realização da 8ª COP sobre CDB (Março 06) Agro-alimentares
sobre a Diversidade Biológica (CDB)
Eco-turismo
Estratégia temática sobre a protecção dos ENCNB – Estratégia Nacional da Agro-alimentares
solos (adoptada em 22/09/2006) Conservação da Natureza e da
Eco-turismo
Biodiversidade (RCM 152/2001)

110
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QUADRO 4.1.1.2 (Continuação) – REALIZAÇÕES NOS DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS DO 6º PAA, EM 2005 E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO EM 2006/07

Domínio Prioritário 3 – Ambiente e Saúde


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Proposta REACH – criação de um Directiva REACH (adoptada em 18/12/2006; Químicas e Farmacêuticas
sistema único para todas as entrada em vigor em 1 de Junho de 2007)
substâncias química
Prosseguiram os trabalhos sobre o Proposta de legislação que reveja a Directiva Qualidade do Ar (DL 276/99, DL Químicas, Farmacêuticas,
Plano de Acção Ambiente e Saúde relativa aos valores-limite nacionais de 111/2002, DL 320/2003) Equipamento
emissão e promova a estratégia temática
Estratégia temática sobre a poluição Programa Saúde XXI Construção
sobre poluição atmosférica (a decorrer em
atmosférica
2007) Transportes/mobilidade
Estratégia temática sobre o mercúrio
Legislação sobre mercúrio
Projectos de investigação
Estratégia temática sobre ambiente urbano
multidisciplinares sobre os impactos
(adoptada em 11/01/2006)
dos factores de pressão para a saúde
(nomeadamente metais) Elaboração de um Plano de aplicação do
sistema de informação sobre ambiente e
saúde; conclusão e teste do protocolo sobre
biomonitorização humana
Aprovada a Directiva revista sobre a Plano Rodoviário Nacional (DL Transportes/mobilidade
Tarificação Rodoviária (taxa os 222/98, Lei 98/99, Declaração de
veículos pesados em função das suas rectificação 19-D/98 e DL
emissões) 182/2003)
Plano de desenvolvimento do
Sistema Logístico Nacional (Junho
2006)
Orientações Estratégicas para o
Sector Ferroviário (Outubro 2006)
Orientações Estratégicas para o
Sector Aeroportuário (Julho 2006)
Orientações Estratégicas para o
Sector Marítimo-Portuário (2006)

111
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QUADRO 4.1.1.2 (Continuação) – REALIZAÇÕES NOS DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS DO 6º PAA, EM 2005 E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO EM 2006/07

Domínio Prioritário 3 – Ambiente e Saúde


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Decisão sobre Limites de Ruído para Regulamento Geral do Ruído (DL Transportes/mobilidade
o material circulante rodoviário 9/2007, de 17 de Janeiro)

Estratégia temática sobre a Utilização Agro-alimentares


sustentável dos pesticidas (permite
Químicas
simultaneamente a protecção das culturas)
(adoptada em 12/07/2006)

Domínio Prioritário 4 – Utilização dos Recursos


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Utilização sustentável dos recursos Elaboração de Plano de Acção para promover Gestão da Água Grandes consumidoras e
naturais a produção e o consumo sustentáveis produtores de energia:
Lei-Quadro da Água (Lei nº
58/2005) Produção de Energia, Refinaria,
Lei da Titularidade dos Recursos Metais Ferrosos, Pasta e Papel,
Hídricos (Lei nº 54/2005) Vidro, Cerâmica, Cimento,
Quadro de acção no domínio da Têxtil, Química
política da água (DL nº 77/2006, Transportes
de 30 de Março)
Residencial e Serviços
PNUEA (RCM nº 113/2005)
Agricultura e Florestas
Convenção Luso-Espanhola
PEAASAR II (Fevereiro 2006, em
discussão pública)

112
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QUADRO 4.1.1.2 (Continuação) – REALIZAÇÕES NOS DOMÍNIOS PRIORITÁRIOS DO 6º PAA, EM 2005 E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO EM 2006/07

Domínio Prioritário 4 – Utilização dos Recursos


Realizações a nível comunitário A nível nacional

2005 2006/07 Realizações Actividades mais abrangidas


Prevenção e reciclagem de resíduos Proposta de alteração aos regulamentos Gestão dos Resíduos Reciclagem
relativos ao EMAS e ao rótulo ecológico
Proposta de revisão da Directiva- PERSU (em vigor desde 2000) I&D (Novos materiais)
Quadro “Resíduos” para introdução Identificação de produtos com maior ERB (DL nº 152/2002) I&D (Design de novos processos e
do conceito de ciclo de vida potencial de melhoramento ambiental
PNAPRI (em Vigor desde 2001) produtos)
Imposição aos EMs de elaborarem
programas de prevenção dos PIRSUE (Dez de 2005)
resíduos PESGRI (1999, revisto em 2001)
Promoção activa de contratos Sistema de Compras Públicas Equipamento
públicos ecológicos Ecológicas 2008-2010 (RCM
Construção
Manual de recomendações práticas aprovada em CM de 25 de Janeiro
de 2007; Proposta de que 50% dos Transportes/mobilidade
para as autoridades públicas,
publicado pela UE concursos se realizem com base I&D
em critérios ecológicos bem
Comissão adoptou uma Directiva que definidos)
impõe que os organismos públicos
afectem ¼ dos seus contratos
públicos anuais no domínio dos
veículos pesados, a veículos
ecológicos
Lançada a Plataforma Europeia sobre I&D (avaliação de custo-eficácia
a Avaliação do Ciclo de Vida através da análise do ciclo de vida)
Nova EEDS inclui ambiente e gestão Conclusão de manual destinado a integrar o Uma Visão Estratégica para a Todas as actividades
sustentável dos recursos naturais ambiente na cooperação internacional para o Cooperação Portuguesa (Em vigor
como tema para actividades de desenvolvimento desde Fevereiro de 2006)
cooperação; apelo à utilização
sistemática da avaliação ambiental
estratégica.
Fonte: Com base em CE, COM (2006) 70 final, Análise da política de ambiente 2005, Bruxelas, 16.2.2006; cruzamento com medidas de política comunitárias, emanadas da
Comissão e do Conselho Europeu, e medidas de política nacionais publicadas em Diário da República, em preparação ou em discussão pública.

113
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.1.2. Políticas de promoção das tecnologias energéticas e ambientais

O desenvolvimento e aplicação de tecnologias ambientais, entendidas num âmbito lato,


que engloba as tecnologias energéticas, constitui um desafio para a economia, em
particular para o sector industrial, tendo em conta a racionalidade das medidas
ambientais, com ganhos de competitividade e promoção do emprego, tal como
preconizado nos objectivos da Estratégia de Lisboa.

Tanto a União Europeia como a Agência Internacional de Energia têm vindo a desenvolver
diversos programas que pretendem dinamizar esta área. Destacam-se, o Plano de Acção
sobre Tecnologias Ambientais (ETAP) da UE (Caixa 4.1.2.1. e Quadro 4.1.2.1.), e os
Acordos de Implementação de Tecnologias Energéticas da AIE (Caixa 4.1.2.2. e Quadro
4.1.2.2.)

O 7º Programa-Quadro de I&D (7ºPQ) (Caixa 4.1.2.3.) e o Programa de Competitividade


e Inovação (CIP) da UE (Caixa 4.1.2.4.) irão proporcionar, igualmente, fortes estímulos
ao desenvolvimento desta área, nos próximos sete anos, através da disponibilização de
recursos financeiros.

CAIXA 4.1.2.1 – PLANO DE ACÇÃO SOBRE TECNOLOGIAS AMBIENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA (ETAP –
ENVIRONMENTAL TECHNOLOGIES ACTION PLAN)

Objectivos:
▪ Explorar todo o potencial das tecnologias ambientais a fim de reduzir a pressão sobre os recursos
naturais, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e contribuir simultaneamente, para a
competitividade e o crescimento;
▪ Garantir que, nos próximos anos, a UE assuma um papel líder no desenvolvimento e aplicação das
tecnologias ambientais;
▪ Mobilizar todas as partes interessadas.
Âmbito de aplicação:
Existe potencial para a promoção de tecnologias ambientais em todos os sectores económicos – as
tecnologias ambientais são muito diversas, variando em termos de maturidade e de âmbito (algumas, como
as TIC, abrangem diferentes domínios de aplicação, enquanto outras visam uma questão mais específica,
por exemplo as técnicas de fixação de carbono) e o Plano de Acção visa o desenvolvimento desta
diversidade. A sua concretização exige investimentos substanciais em capital humano.
Acções:
▪ Passagem da fase de investigação para os mercados;
▪ Melhoria das condições do mercado;
▪ Actuação a nível global.
Medidas com vista a produzir um efeito de alavanca nos investimentos em tecnologias
ambientais:
▪ Parcerias dos sectores público e privado; co-investimentos para atenuação de riscos;
▪ Identificação e promoção de novos nichos comerciais promissores, como os fornecedores de serviços
energéticos (fornecem aos utilizadores finais um produto integrado que é a combinação de energia,
tecnologias consumidoras de energia e serviços de O&M dessas tecnologias);
▪ Maior utilização de instrumentos financeiros que garantam resultados, como os contratos de
desempenho energético, o financiamento por terceiros e outros;
▪ Estudo da competitividade das eco-indústrias na Europa, análise do papel que as incubadoras de
empresas podem desempenhar no apoio a empresas emergentes “verdes” (green start-ups);
▪ Promoção de investimentos responsáveis do ponto de vista social e ambiental;
▪ Difusão de boas práticas entre instituições financeiras sobre soluções de financiamento inovadoras.
Entrave às tecnologias ambientais:
Ver Quadro 4.1.2.1
Fonte: Com base em CE, COM (2004) 38 final, Promoção de Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável:
Plano de Acção sobre Tecnologias Ambientais da União Europeia, Bruxelas, 28.01.2004.

114
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.1.2.1 – ENTRAVES À INTRODUÇÃO DE TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO MERCADO

1. Preços dos produtos não reflectem custos ambientais


- Os mercados não internalizam os custos ambientais, reflectem apenas os custos económicos directos e
não os custos de poluição ambiental (Ex: custos dos cuidados de saúde decorrentes da poluição
atmosférica urbana);
⇒ Subinvestimento sistemático em tecnologias ambientais
- As intervenções governamentais falseiam ainda mais os mercados (subsídios à produção e consumo de
Económicos

materiais poluentes, por ex combustíveis fósseis).


⇒ Reduzem o interesse nas energias renováveis
2. Custos iniciais elevados
- Visão de curto prazo vs visão de longo prazo;
- Economias de escala decorrentes da “aprendizagem com a prática”.
⇒ Vantagens nem sempre beneficiam quem primeiro assume os custos
3. Investimentos muitas vezes considerados de risco
- Sujeitos a prioridades políticas em evolução
- Não considerados como uma actividade principal dos investidores (Ex: eólicas para o sector eléctrico)
⇒ Falta de capital de risco adequado, em especial para as PME e empresas emergentes
1. Legislação pouco clara
- Ex: Definição de valorização e eliminação de resíduos no âmbito da Directiva-Quadro resíduos
⇒ Incertezas no mercado
Regulamentares e Normalização

⇒ Menores incentivos ao investimento


2. Legislação que fixa valores-limite
⇒ Pode limitar a inovação ao retirar incentivos para ir mais longe
3. Legislação que apresenta especificações técnicas demasiado pormenorizadas
⇒ Reduz margem para inovação
4. Falta de legislação estável
⇒ Afasta os investidores
5. Legislação divergente dos EMs pode fragmentar o mercado único
⇒ Sujeita a penetração no mercado, das tecnologias de ambiente, a diferentes requisitos em diferentes EMs
(reduz o mercado potencial dessas tecnologias)
6. Normas mal definidas que favorecem tecnologias desadequadas
7. Desrespeito pelos direitos de propriedade intelectual
Nota: Legislação bem concebida pode funcionar como um estímulo, ao exigir o desenvolvimento e adopção de
tecnologias ambientais (ex: PCIP - Prevenção e Controlo Integrado da Poluição).

1. Apoio à I&D inexistente


- Ex: Financiamento de I&D para energias renováveis significativamente inferior ao I&D noutras formas de
Tecnológicos

energia
2. Preços de mercado não incorporam custos ambientais
⇒ Prejudicam o financiamento privado em I&D
3. I&D do sector público nem sempre tem objectivos precisos
⇒ Não promove a cooperação adequada entre universidades, centros de investigação e indústrias
4. Inexistência ou deficiência de articulação entre programas de financiamento de investigação e
inovação e programas de demonstração e difusão.
1. Falta de informação sobre potenciais tecnologias ambientais Apoio à I&D inexistente
2. Falta de conhecimento dos custos e benefícios durante todo o ciclo de vida
3. Inexistência de conhecimentos suficientes sobre as questões socio-económicas que influenciam a
aceitação das tecnologias ambientais
À Difusão

4. Canais de distribuição
5. Falta de pessoal com formação adequada para a instalação e manutenção de tecnologias
- Ex: no sector da construção, a difusão das tecnologias mais avançadas está dependente de pequenas
empresas locais de instalação e reparação
6. Preponderância de PME s como população-alvo das tecnologias ambientais
⇒ Maiores dificuldades no acesso ao financiamento e a informações que não estejam ligadas à sua actividade
principal

Fonte: Com base em CE, COM (2004) 38 final, Promoção de Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável:
Plano de Acção sobre Tecnologias Ambientais da União Europeia, Bruxelas, 28.01.2004.

115
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CAIXA 4.1.2.2 – ACORDOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS DA AIE (IEA


IMPLEMENTING AGREEMENTS)

Objectivos:
Fomentar a I&D das tecnologias energéticas menos dispendiosas, optimizando recursos e unindo esforços
entre países, através de projectos de cooperação e evitando duplicações.
Período de implementação:
A AIE desenvolve estes acordos, desde a década de 80.
Participantes:
Governos ou organizações do sector empresarial nomeadas pelos Governos. As partes contratantes
contribuem financeiramente e com recursos humanos para o desenvolvimento de projectos e têm direitos
exclusivos sobre os resultados (por ex: protecção dos direitos de propriedade intelectual). A forma de
colaboração é flexível (desde troca de informações a investigação fundamental).
Benefícios:
Partilha de custos
Partilha de dados
Disseminação de informação
Riscos:
Potencial desvantagem/risco de um país perder a oportunidade de obter vantagem competitiva no
desenvolvimento do projecto.
Áreas em que Portugal está envolvido (Março de 2005):

▪ Tecnologias mais limpas para uso de combustíveis fósseis (1 projecto)


Conversão de carvão, biomassa e outros resíduos sólidos em leito fluidizado

▪ Tecnologias de energias renováveis e hidrogénio (4 projectos)


Sistemas de conversão de energia fotovoltáica
Aquecimento e arrefecimento solar
Energia dos oceanos / ondas
Energia eólica

▪ Tecnologias de uso final (Edifícios, Transportes, Indústria, Tecnologias Transversais) (2 projectos)


Edifícios e sistemas de eficiência energética
Integração de processos na Indústria

Fonte: Com base em IEA/OECD, International Collaboration in Energy Technology. A Sampling of Success
Stories, Paris, 1999; IEA/OECD, Energy Technologies at the Cutting Edge, Paris, 2005; IEA/OECD, Renewable
Energy: R,D&D Priorities. Insights from IEA Technology Programmes, Paris, 2006. (Nota: não citar sem
autorização)

A AIE possui uma base de dados estatísticos de, Investigação, Desenvolvimento e


Demonstração (I,D&D), em energia, nos vários países, tendo-se compilado os dados do
orçamento para Portugal, nos últimos 10 anos, que nos permitem visualizar as áreas
prioritárias e sua evolução (Quadro 4.1.2.2).

116
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QUADRO 4.1.2.2 – ORÇAMENTO DE I,D&D EM ENERGIA – PORTUGAL

Milhões € (preços e câmbios de 2005)

Áreas de I&D 1995 2000 2003 2004 2005

I. Eficiência Energética 0,912 0,237 0,095 1,132 0,185


I.1 - Indústria 0,747 0,237 0,095 1,132 0,185
I.2 - Residencial e Serviços 0,027 0 0 0 0
I.3 - Transportes 0,137 0 0 0 0
I.4 - Outros 0 0 0 0 0
II. Combustíveis Fósseis 0,189 0,375 0,271 0,630 0,266
II.1 - Petróleo e Gás Total 0,189 0,077 0,134 0,603 0,191
II.1.1 - Melhorias na Produção de Petróleo e Gás 0,147 0,077 0 0 0
II.1.2 - Refinação, Transporte e Armazenamento
de Petróleo e Gás 0,044 0 0 0 0
II.1.3 - Produção não convencional de Petróleo e
0 0 0 0,603 0,191
Gás
II.1.6 - Outros Petróleo e Gás 0 0 0,134 0 0
II.2 - Carvão Total 0 0,298 0,137 0,026 0,075
II.2.1 - Produção, Preparação e Transporte de
0 0 0,013 0 0,003
Carvão
II.2.2 - Combustão de Carvão 0 0,298 0,115 0,01 0
II.2.3 - Conversão de Carvão (excl. IGCC) 0 0 0,002 0 0,039
II.2.4 - Outros Carvão 0 0 0,007 0,016 0,033
II.3 - Captura e armazenagem de CO2 Total ,, ,, ,, 0 0
III. Fontes de Energia Renovável 0,611 0,888 0,265 1.259 0,802
III.1 - Energia Solar Total 0,155 0,435 0,057 0,686 0,654
III.1.1 - Aquecimento e Arrefecimento Solar
0,118 0,431 0,047 0,678 0,654
(incl. Iluminação)
III.1.2 - Fotovoltaica 0,037 0,005 0,01 0,008 0
III.2 - Energia Eólica 0,005 0 0 0 0
III.3 - Energia dos Oceanos 0,093 0,184 0,038 0,039 0,02
III.4 - Bioenergia Total 0,06 0,197 0,147 0,533 0,129
III.4.1 - Produção de Biocombustíveis para os
Transportes incluíndo a partir de Resíduos ,, ,, ,, 0,477 0,111

III.4.3 - Aplicações para Produção de Calor e


,, ,, ,, 0,055 0,018
Electricidade
III.4.4 - Outra Bioenergia ,, ,, ,, 0,001 0
III.5 - Energia Geotérmica 0,03 0,072 0,023 0 0
III.6 - Energia Hídrica 0,267 0 0 0 0
III.6.1 - Grande Hídrica (potência > 10 MW) 0,267 0 0 0 0
IV. Cisão e Fusão Nuclear 0,119 0 2,09 0 0
IV.1 - Cisão Nuclear Total 0,119 0 0 0 0
IV.1.4 - Tecnologia Nuclear de Apoio 0,119 0 0 0 0
IV.1 - Fusão Nuclear 0 0 2,09 0 0
V. Hidrogénio e Células de Combustível ,, ,, ,, 0 0
VI. Outros Processos de Conversão e Armazenagem
0,015 0,017 0 0 0
de Energia
Eléctrica 0,01 0,017 0 0 0
VI.3 - Armazenagem de Energia 0,004 0 0 0 0
VII. Outra Investigação Técnica Total 0,021 0,201 0,021 0 0
VII.1 - Análise de Sistemas de Energia 0,007 0,017 0 0 0
VII.2 - Outros 0,014 0,184 0,021 0 0
TOTAL de I,D&D em Energia 1,869 1,718 2,742 3,021 1,253

Fonte: Agência Internacional de Energia (AIE), R,D&D Budget on Energy, Beyond 20/20 Web Data Server

117
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CAIXA 4.1.2.3 – 7º PROGRAMA QUADRO DE I&D (7º PQ)

Objectivo:
Programa de apoio financeiro que visa colocar a política de investigação europeia à altura das suas ambições
económicas e sociais através da consolidação do Espaço Europeu da Investigação (EEI).
Período de implementação:
1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2013
4 Programas específicos:
▪ Programa Cooperação – visa reforçar as relações entre a indústria e a investigação num contexto
transnacional com vista a consolidar a liderança europeia em 9 domínios-chave da investigação:
Saúde
Alimentação, agricultura e biotecnologias
TIC
Nanociências, nanotecnologias, materiais e novas tecnologias de produção
Energia
Ambiente (incluindo alterações climáticas)
Transportes (incluindo aeronáutica)
Ciências socioeconómicas e ciências humanas
Segurança e espaço.
▪ Programa Ideias
▪ Programa Pessoas
▪ Programa Capacidades
Orçamento disponível:
70 mil milhões de € no período, para os 25 EMs.

Fonte: Com base em CE, COM (2005) 119 final, Sétimo Programa-quadro de Investigação 2007-2013:
Construir a Europa do Conhecimento.

CAIXA 4.1.2.4 – O PROGRAMA DE COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO (CIP)

Objectivos:
Programa de apoio financeiro, que apoiará acções a favor da competitividade e da capacidade de inovação no
interior da UE, em especial:
▪ A utilização das TIC
▪ A utilização das tecnologias ambientais
▪ A utilização das fontes de energia renováveis
Período de implementação:
1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2013
3 Sub-programas específicos:
▪ Programa para o Espírito Empresarial e a Inovação
▪ Programa de Apoio à Política em matéria de TIC
▪ Programa “Energia Inteligente-Europa”
Orçamento disponível:
4, 213 mil milhões de € no período, para os 25 EMs.

Fonte: Com base em CE, COM (2005) 121 final, Programa-quadro para a Competitividade e Inovação 2007-
2013

118
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4.1.3. Políticas transversais com impactos futuros no ambiente, inovação e


competitividade

A UE tem vindo a melhorar os instrumentos de mercado que promovam melhorias no


ambiente, em simultâneo com a inovação e a competitividade empresarial. É o caso da
Política Integrada de Produtos (PIP), que se apoia em acordos com as empresas (Caixa
4.1.3.1) e do Livro Verde para uma Estratégia europeia para uma energia sustentável,
competitiva e segura, que enformará a política energética dos próximos anos (Caixa
4.1.3.2).

CAIXA 4.1.3.1 – POLÍTICA INTEGRADA DE PRODUTOS (PIP)

A UE tem vindo a desenvolver uma reflexão ambiental centrada no ciclo de vida do produto, traduzida numa
comunicação sobre Política Integrada de Produtos (COM (2003) 302, de Março de 2004).
Pressupostos:
Todos os produtos e serviços têm um impacto ambiental (incluindo na saúde humana), seja durante a sua
produção, utilização ou eliminação. Por outro lado, o crescimento económico e prosperidade permanentes
são consideravelmente influenciados pela produção e utilização de produtos, o que implica uma conciliação
entre a produção e o consumo e a protecção do ambiente.
Abordagem PIP:
Encara a dimensão ambiental dos produtos baseada em cinco princípios fundamentais:
▪ Conceito de ciclo de vida – considera o ciclo de vida de um produto e procura reduzir os seus
impactos ambientais acumulados, desde o “nascimento até à morte”.
▪ Relação com o mercado – estabelecer incentivos que promovam a oferta e procura de produtos mais
compatíveis com o ambiente, premiando as empresas inovadoras.
▪ Participação das partes interessadas – promover a cooperação entre as várias partes interessadas
que entram em contacto com o produto (isto é, indústria, consumidores, governo).
▪ Aperfeiçoamento contínuo – visa um aperfeiçoamento constante dos produtos, em vez de
estabelecer limiares precisos a alcançar; deste modo as empresas podem estabelecer o seu próprio
ritmo e concentrar-se nos melhoramentos economicamente mais eficientes.
▪ Instrumentos políticos diversos – a tendência da PIP é trabalhar com abordagens de carácter
voluntário, embora também possam ser necessárias medidas obrigatórias. Entre os instrumentos a
considerar, propostos na PIP, realçam-se:
a) Impostos e subsídios
- Internalização os custos externos ambientais no preço do produto
- Redução das taxas de IVA aplicáveis a produtos com rótulo ecológico da UE
- Apoio a transformações tecnológicas susceptíveis de conduzir a produtos e serviços mais
compatíveis com o ambiente.
b) Acordos voluntários e normalização
- Considerar soluções de acordos ambientais
- Promover a integração dos aspectos ambientais no processo de normalização europeu
c) Legislação em matéria de contratos públicos
- Promover os contratos públicos ecológicos como forma de incentivar o mercado de ecologização
dos produtos (Nota: os contratos públicos constituem ~16% do PIB comunitário)
Para que a PIP seja eficaz é necessário que a aplicação do conceito de ciclo de vida se torne um hábito para
todos os que lidam com o produto, sendo necessários três tipos de acções a nível comunitário:
a) Disponibilização de informações sobre o ciclo de vida e ferramentas interpretativas
b) Sistemas de gestão ambiental (SGA) e certificação ambiental EMAS
c) Obrigações relativas à concepção dos produtos e design ecológico e atribuição de rótulos ecológicos

Fonte: COM (2003) 302 final/2, de 18.3.2004, Política Integrada de Produtos. Desenvolvimento de uma
reflexão ambiental centrada no ciclo de vida.

119
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CAIXA 4.1.3.2 – LIVRO VERDE ESTRATÉGIA EUROPEIA PARA UMA ENERGIA SUSTENTÁVEL,
COMPETITIVA E SEGURA

O Livro Verde define as linhas gerais da política energética europeia nos próximos anos (COM (2006) 105
final, de 8 de Março de 2006).

Pressupostos/Visão:
A Europa entrou numa nova era energética, em que será necessário conciliar desenvolvimento sustentável,
competitividade e segurança de abastecimento.

3 Objectivos Estratégicos:
▪ Sustentabilidade
i) Desenvolver fontes de energia renováveis competitivas e outras fontes de energia e vectores com
baixa produção de carbono, nomeadamente combustíveis alternativos para os transportes;
ii) Reduzir a procura de energia na Europa;
iii) Liderar os esforços globais para travar as alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar local.
▪ Competitividade
i) Assegurar que a abertura de mercado da energia traga benefícios aos consumidores e à economia
em geral, incentivando ao mesmo tempo o investimento na produção de energia limpa e na
eficiência energética;
ii) Atenuar o impacto do aumento dos preços internacionais da energia na economia comunitária e
nos seus cidadãos;
iii) Manter a Europa na vanguarda das tecnologias energéticas.
▪ Segurança de Abastecimento
Combater a crescente dependência comunitária da energia importada graças a:
i) Uma abordagem integrada – redução da procura, diversificação do mix energético da UE com uma
maior utilização de energias competitivas endógenas e renováveis, e diversificação de fontes
geográficas e rotas de abastecimento da energia importada;
ii) Criação do quadro que incentivará investimentos adequados para fazer face ao aumento da
procura energética;
iii) Equipar melhor a UE para fazer face a situações de emergência;
iv) Melhoria das condições de acesso aos recursos globais para as empresas europeias;
v) Garantia do acesso à energia para todos os cidadãos e empresas.

6 Domínios Prioritários:
▪ Completar os mercados internos do gás e da electricidade
⇒ Investimentos na melhoria das redes de interconexão.
▪ Assegurar que o mercado interno da energia garanta segurança de abastecimento e solidariedade
entre EMs.
▪ Fomentar o debater alargado sobre as diversas fontes de energia, incluindo custos e contribuição para
as alterações climáticas.
▪ Gerir os desafios das alterações climáticas de uma forma compatível com os objectivos da Estratégia
de Lisboa, incluindo:
- Uma clara prioridade à eficiência energética ⇒ Investimentos em Eficiência Energética.
- A adopção de um road-map de longo prazo para as energias renováveis ⇒ Investimentos em FER.
▪ Adoptar um Plano estratégico para as tecnologias energéticas, com base nas plataformas energéticas
europeias e fomentando iniciativas tecnológicas conjuntas para o desenvolvimento de mercados de
ponta para a inovação em matéria de energia.
▪ Desenvolver uma política externa comum.

Fonte: COM (2006) 105 final, de 8.3.2006, Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável,
competitiva e segura.

120
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A Comissão estipulou três fases sequenciais de desenvolvimento do trabalho de


identificação e estímulo a acções sobre produtos com maior potencial de melhoria da
performance ambiental:

1ª fase – EIPRO- Environmental Impact of PROducts

Esta fase terminou com um estudo divulgado em Maio de 2006, que mostra que, numa
perspectiva de ciclo de vida do produto, os produtos provenientes de apenas três áreas
de consumo – alimentação e bebidas, transportes individuais e habitação – são
responsáveis, no seu conjunto, por 70 a 80% dos impactos ambientais do consumo
privado.

2ª fase – IMPRO- Environmental IMprovement of PROdutcs

Incidirá na melhoria dos produtos identificados na 1ª fase e espera-se que esteja


concluída em finais de 2007.

3ª fase – Implicações em medidas de política

Espera-se nesta fase poder identificar medidas de política, que tenham maior potencial
de melhoria ambiental dos produtos, ao menor custo económico e social. Nesse
sentido a Comissão está a desenvolver Tabelas de Input-Output alargadas ao
Ambiente (EEIO – Environmentally Extended Input-Output Tables).

Note-se, que, dois grupos industriais europeus têm já projectos-piloto, apresentados em


Setembro de 2006, para a redução dos impactos ambientais dos produtos. Trata-se dos
telemóveis produzidos pela finlandesa NOKIA e do mobiliário de madeira para jardim
produzido pelo grupo francês CARREFOUR.

Ainda neste âmbito, a UE possui, também, uma base de dados de empresas com rótulo
ecológico, por país e por grupo de produtos. Em Dezembro de 2005, Portugal estava
referenciado com o seguinte número de empresas certificadas por grupos de produtos:
tintas e vernizes (3; Tintas Dyrup, Tintas Robbialac, HEMPEL Portugal), têxteis (1;
Naturapura Ibérica), turismo (1; Hotel Jardim Atlântico).

Tendo ainda em conta um dos objectivos da Estratégia de Lisboa para o Crescimento e o


Emprego, de aumentar a parcela de investimento em I&D em % do PIB para 3% em
2010, a Comissão Europeia procedeu a um inquérito piloto às tendências de investimento
em I&D pelas empresas, em 10 sectores (Caixa 4.1.3.3.).

121
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CAIXA 4.1.3.3 – INQUÉRITO-PILOTO ÀS TENDÊNCIAS DE INVESTIMENTO EM I&D DAS EMPRESAS –


2005

Principais resultados:

▪ As empresas esperam que os seus investimentos globais em I&D cresçam cerca de 5% ao ano nos
próximos três anos. Esta expectativa reflecte o predomínio na amostra de empresas farmacêuticas e de
biotecnologias e químicas, que no conjunto totalizam cerca de 60% do investimento em I&D de todas
as empresas da amostra;

▪ As empresas fazem cerca de 18% de outsourcing dos seus investimentos em I&D; dos quais cerca de
2/3 a outras empresas e cerca de 1/3 a entidades públicas de investigação; o sector que mais recorre a
outsourcing de I&D é o das farmacêuticas e biotecnologias (25%) e o que menos recorre é o das TI e
hardware (5%);

▪ Os factores considerados mais importantes para a decisão de localização de I&D são: acesso ao
mercado, elevada disponibilidade de investigadores, acesso a conhecimentos e resultados de I&D
especializado, estabilidade macroeconómica e política e oportunidades de cooperação em I&D.

Nota: O inquérito abrangeu 449 empresas e cobriu 10 sectores: automóvel e componentes, químicas,
equipamento eléctrico e electrónico, metalomecânicas, alimentares, saúde, TI e hardware, farmacêuticas e
biotecnologia, aço e outros metais e serviços de apoio. Este conjunto de empresas é responsável por um
investimento global em I&D de €30 biliões, o que é muito significativo em termos europeus.

Fonte: Metodologia e resultados podem ser consultados em www.iri.jrc.es, CE/IPTS, The 2005 EU Survey on
R&D Investment Business Trends in 10 Sectors, 2005

Mais recentemente, já no início de 2007, a Comissão Europeia propôs um pacote


integrado de energia e alterações climáticas, que permita reduzir as emissões do século
XXI. Com base nesse pacote foi adoptado, no Conselho Europeu de 8 e 9 de Março de
2007, um Plano de Acção (2007-2009) para a Política Energética Europeia (EPE) (Caixa
4.1.3.4.).

122
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CAIXA 4.1.3.4 – PLANO DE ACÇÃO (2007-2009) PARA A POLÍTICA ENERGÉTICA EUROPEIA (EPE)

A Comunicação da Comissão Uma Política Energética para a Europa define um Plano de Acção para os
próximos anos, na sequência das contribuições recebidas durante o período de consulta do Livro Verde
(Caixa 4.1.3.3) (COM (2007) 1 final, de 10 de Janeiro de 2007).
O Plano de Acção (2007-2009) para a Política Energética Europeia (EPE), foi adoptado no Conselho Europeu
de 8 e 9 de Março de 2007.
Fundamento/ Objectivo Estratégico para a Política Energética para a Europa:
▪ Objectivo de 30% de redução das emissões de gases de efeito de estufa pelos países desenvolvidos
até 2020 em relação aos níveis de 1990, a defender pela UE em negociações internacionais. Até 2050
o objectivo de redução é até 50% em relação a 1990, o que implica reduções nos países
industrializados de 60-80% até essa data.
▪ Um compromisso da UE de alcançar até 2020, em quaisquer circunstâncias, pelo menos uma redução
de 20% dos gases com efeito de estufa em relação aos níveis de 1990.
O Plano de Acção:
“Alcançar o objectivo estratégico para a política energética acima exposto significa transformar a Europa
numa economia energética altamente eficiente e com baixa produção de CO2, catalisando uma nova
revolução industrial, acelerando a mudança para um crescimento reduzido do carbono e aumentando
radicalmente, ao longo de vários anos, a quantidade de energia local e com emissões reduzidas que
produzimos e utilizamos. O desafio é consegui-lo de uma forma que maximize os potenciais ganhos de
competitividade para a Europa e limite os potenciais custos.”
As medidas preconizadas pretendem não só colocar a UE na via para uma economia com baixas emissões
de carbono (descarbonizada) e baseada no conhecimento, mas também melhorar a segurança de
abastecimento e contribuir progressivamente para a competitividade:
▪ Mercado global da energia
▪ Solidariedade entre EMs e segurança do abastecimento de petróleo, gás e electricidade
▪ Compromisso de longo prazo para reduzir os gases com efeito de estufa e continuação do regime de
comércio de licenças de emissão da EU
▪ Programa ambicioso de medidas de eficiência energética a nível comunitário, nacional, local e
internacional
⇒ redução de 20% do consumo global de energia primária até 2020
▪ Objectivo a mais longo prazo para a energia renovável
⇒ aumento vinculativo de 20% do nível da energia renovável no mix global da UE em 2020
⇒ aumento vinculativo de 10% de biocombustíveis no total de combustíveis para veículos em 2020
▪ Plano estratégico europeu para as tecnologias energéticas
⇒ até 2020 deverão tornar realidade a meta de 20% de energias renováveis (nomeadamente através
da implantação de parques eólicos offshore e de biocombustíveis da segunda geração).
⇒ até 2030 a electricidade e o calor terão que ser produzidos cada vez mais a partir de fontes com
baixas emissões de carbono e em centrais eléctricas alimentadas a combustíveis fósseis com níveis
de emissões quase nulos, equipadas de sistemas de captura e armazenagem de CO2; os transportes
deverão adaptar-se cada vez mais à utilização de biocombustíveis da segunda geração e de pilhas de
hidrogénio.
⇒ até 2050 e para além, deveria estar completada a passagem para um sistema energético europeu
com baixas emissões de carbono, podendo o mix energético geral europeu incluir percentagens
elevadas de energias renováveis, carvão e gás sustentáveis, hidrogénio sustentável e, para os EMs
que o desejem, energia de cisão da 4ª geração e energia de fusão.
▪ Rumo a futuros combustíveis fósseis com baixas emissões de CO2 (Carvão limpo, captura e
armazenagem de CO2 (a incorporar no futuro regime de comércio de emissões da UE))
▪ O futuro da energia nuclear (cabe a cada EM decidir recorrer ou não à electricidade nuclear)
▪ Política energética internacional que defenda activamente os interesses da Europa
▪ Desenvolver uma política externa comum.

Fonte: COM (2007) 1 final, de 10.1.2007, Uma Política Energética para a Europa e Presidency Conclusions of
the Brussels European Council, 8/9 March 2007, Annex I, 9.3.2007.

123
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4.2. SECTORES DE ACTIVIDADE MAIS INFLUENCIADOS PELAS POLÍTICAS


AMBIENTAIS

O cruzamento das políticas comunitárias de ambiente, com as acções nacionais e


principais actividades afectadas, sintetizado no Quadro 4.1.1.2., permitiu propor
diferentes conjuntos de actividades ligadas ao ambiente. O critério base adoptado foi o
do agrupamento com base em características comuns em termos ambientais,
designadamente:

Produção e consumo de materiais (peso do consumo de energia final no VAB ou


intensidade energética, consumo de outros recursos naturais e produção de
efluentes);

Complementado por características relativas a:

Importância económica e social (peso do VAB e emprego na economia,


crescimento do VAB e emprego na última década e perspectivas de futuro);

Intensidade tecnológica e capacidade de inovação (peso das despesas de I&D


no VAB, inovação tecnológica e organizacional);

Dimensão do mercado externo (com ou sem dimensão externa, exposição à


concorrência internacional, saldo comercial, crescimento das exportações, quota de
mercado mundial).

A análise qualitativa e quantitativa dessas características segundo os agrupamentos pode


ser consultada no Anexo D. As actividades foram agrupadas em 10 Grupos privilegiando
as suas características em termos ambientais, designadamente de produção e consumo
de materiais, mas ponderando igualmente os aspectos de inovação e competitividade
relacionados com a importância económica e social e capacidade exportadora:

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos. Engloba as


principais actividades participantes no Comércio Europeu de Licenças de Emissões
(CELE) e na Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) (Produção de
energia, refinaria, metais ferrosos, pasta e papel, vidro, cerâmica e cimento).

Grupo 2 – Actividades intensivas em energia e geração de resíduos com


características especiais. Actividades também participantes no CELE e no PCIP
mas com exigências adicionais e específicas em termos de efluentes e resíduos
perigosos (Indústria química pesada e plásticos e borracha).

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários


energéticos e não energéticos. Abrange os recursos ligados à terra - florestais,
madeira e cortiça e actividades extractivas - e recursos ligados ao mar –
actividades de prospecção de petróleo e gás natural e de exploração de recursos

124
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marinhos, biológicos e geológicos. Associados a estas actividades está o


desenvolvimento e exploração de energias renováveis (Solar térmica e fotovoltáica,
hídrica, eólica, biomassa, biogás, geotermia, ondas e marés, células de
combustível).

Grupo 4 – Infra-estruturas básicas de ambiente, actividades transversais e


serviços associados. Engloba actividades de apoio que podem sofrer efeitos de
arrastamento pelos grupos de actividades anteriores, bem como por actividades de
consumo final (Reciclagem, tratamento de água e efluentes, metalo-electro-
mecânicas, construção sustentável e imobiliária).

Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e


conhecimento intensivo. Engloba as actividades produtivas de apoio, de alta
intensidade tecnológica e serviços de conhecimento intensivo (Electrónica,
processos de controlo e robótica, serviços de informática, serviços de arquitectura,
I&D e consultoria).

Grupo 6 – Mobilidade. Abrange as actividades ligadas aos transportes, desde a


produção dos equipamentos à sua utilização e organização (Automóvel,
aeronáutica, material circulante, logística, actividades de transporte de passageiros
e de mercadorias).

Grupo 7 – Eco-turismo. Abrange o turismo e actividades de lazer associadas,


desde o multimédia às actividades recreativas, culturais e desportivas.

Grupo 8 – Saúde. Engloba as actividades ligadas ao tratamento de doenças e ao


bem-estar (Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico).

Grupo 9 – Agro-indústrias. Engloba as actividades ligadas ao desenvolvimento


rural e agrícola e à produção de alimentos (Agricultura, pecuária e indústrias
alimentares e de bebidas).

Grupo 10 – Moda. Abrange indústrias tradicionais relacionadas com a moda


(Têxteis, vestuário e calçado).

Procede-se a seguir a uma breve caracterização dos 10 Grupos de actividades


seleccionados.

125
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4.2.1. Sectores grandes consumidores de energia e de outros recursos

Considerou-se um primeiro conjunto FIGURA 4.2.1.1


de sectores grandes consumidores de
energia e emissores de poluentes, com
obrigações específicas em termos Refinarias
Centrais
ambientais, Grupo 1. Abrange o Termoeléctricas Pasta e papel
Cogeradores
sector energético (produção de
electricidade de origem térmica, gás e Vidro
Cimentos
Aço
refinaria) e as indústrias grandes
consumidoras de recursos e energia Cerâmicas

(pasta e papel, cimento, vidro,


cerâmicas e aço).

Trata-se de um conjunto de sectores que, por ter elevados consumos de energia e outros
recursos, constitui uma das principais fontes de produção de efluentes gasosos
(sobretudo gases de efeito de estufa (GEE ou CO2e), gases acidificantes (SOx e NOx),
resíduos sólidos (designadamente, resíduos industriais banais (RIB) e resíduos industriais
perigosos (RIP)).

Em 2004, foi responsável por 16% do consumo final de energia e por cerca de 97% do
consumo intermédio para produção de novas formas de energia (produção de
electricidade e co-geração), originando 34% das emissões nacionais de CO2 (cerca de
29% provenientes do sector eléctrico), 75% das emissões nacionais de SOx (cerca de
50% provenientes do sector eléctrico) e 24% das emissões nacionais de NOx (cerca de
18% do sector eléctrico). Entre 1990 e 2004 o crescimento das emissões de CO2 atingiu
os 30%.

Em 2001, foi responsável por 21% da produção de resíduos industriais banais e 27% da
produção de resíduos industriais perigosos. Algumas actividades deste grupo contribuem,
no entanto, para a gestão dos resíduos, através de reciclagem e valorização. Em 2003, o
sector da pasta, papel e cartão teve uma taxa de reciclagem de 50% e uma taxa de
valorização de 67% dos seus resíduos. O sector do vidro atingiu, no mesmo ano, taxas de
reciclagem e valorização de 38% de resíduos. As taxas de reciclagem e de valorização de
resíduos de metais atingiram os 53%.

Em 2005, o Grupo 1 representou, 5,0% do VAB da economia e 1,9% do emprego.


Engloba actividades sujeitas a forte exposição à concorrência internacional, com elevado
peso nas exportações nacionais de bens (13,9%, em 2004), em particular devido ao peso
da pasta e papel (4,4%), produtos da indústria siderúrgica (3,6%), produtos refinados
(2,4%), cerâmica (1,3%) e vidro (1,1%). Neste Grupo, apenas os sectores da pasta e
papel, do vidro, dos produtos cerâmicos refractários e da cerâmica fina, apresentam
saldos comerciais positivos. Contudo, o cimento, cal e gesso, betão e os produtos da
indústria metalúrgica, têm vindo a ganhar quota de mercado mundial.

126
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram, 0,58% do VAB, enquanto os


recursos humanos em I&D contribuíram, em média, para 0,48% do emprego do Grupo.

Sintetizam-se, a seguir, as principais características deste conjunto de actividades


(Quadro 4.2.1.1), que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

QUADRO 4.2.1.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES INTENSIVAS EM ENERGIA


E OUTROS RECURSOS

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos

Fortes consumidores de energia e outros recursos


Os principais desafios referem-se à energia e ambiente
Fonte importante de inovação para outros sectores
Algumas actividades fortemente exportadoras

Por memória: %
Dimensão Económica e Social
Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 5,0
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 1,9
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 2,7
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) -1,3
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 4,1
Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 16,1
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade 96,9
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 1,8
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) -0,3
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004) :
CO2 34,0
SOx 75,3
NOx 24,5
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) 30
Peso da Produção de Resíduos no total (2001) :
RIB 20,9
RIP 27,0
Gestão de resíduos (2003):
Taxa de reciclagem de papel 50
Taxa de valorização de papel 67
Taxa de reciclagem de vidro 38
Taxa de valorização de vidro 38
Taxa de reciclagem de metais 53
Taxa de valorização de metais 53
Dimensão do Mercado Externo
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 13,9
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~9,9
Economia (2004)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações (1995-2004) 6,2
Quota de mercado mundial (2004) 0,5
Saldo Comercial (2004) Negativo
Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,5
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 6,8
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,6
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 9,4

127
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As actividades do Grupo 1 são abrangidas por um vasto conjunto de exigências


ambientais onde se destaca o PNALE - Plano Nacional de Atribuição de Licenças de
Emissão e a PCIP – Prevenção e Controlo Integrado da Poluição.

O comércio de emissões insere-se no âmbito mais vasto do Protocolo de Quioto para as


Alterações Climáticas, constituindo um dos mecanismos flexíveis previstos (Caixa
4.2.1.1). A União Europeia adoptou o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) a
partir do início de 2005, ao qual as instalações mais consumidoras de energia e
emissoras de gases de efeito de estufa têm obrigatoriamente que aderir. Uma primeira
fase experimental decorre até final de 2007, após o que entrará em vigor uma segunda
fase, de 2008 a 2012 (Caixas 4.2.1.2, 4.2.1.3, 4.2.1.4 e Quadros 4.2.1.2, 4.2.1.3,
4.2.1.4).

CAIXA 4.2.1.1 – COMÉRCIO DE EMISSÕES - O PLANO NACIONAL DE ATRIBUIÇÃO DE LICENÇAS DE EMISSÃO


2005-2007 - PNALE I

O Comércio de Emissões constitui uma forma de introduzir flexibilidade num sistema em que os
participantes têm que cumprir metas de redução de emissões; os participantes podem adquirir licenças
de emissão que cubram as emissões acima das metas ou podem vender licenças de emissão se
superarem as metas; a existência de um mercado para estas licenças de emissão, cria um valor para a
unidade emitida permitindo assim, estimular investimentos em áreas mais rentáveis, conduzindo a uma
racionalização de custos de cumprimento dos objectivos.

O Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) está em vigor desde o início de 2005, em todos os
países da UE e encontra-se numa fase experimental até final de 2007. O Plano Nacional de Licenças de
Emissão (PNALE I) foi aprovado em Resolução do Conselho de Ministros nº 53/2005, de 3 de Março e
aceite por decisão da Comissão, em Outubro de 2004. A quantidade total de licenças de emissão
atribuídas para o período 2005-2007, bem como a respectiva repartição pelos operadores das
instalações, foi determinada por Despacho Conjunto nº 686-E/2005, de 13 de Setembro.

Para o período de 2005 a 2007 foram atribuídas licenças de emissão num total de 114,5 Mt CO2. Os
sectores, subsectores e número de instalações abrangidas estão sistematizados no Quadro 4.2.1.2.

CAIXA 4.2.1.2 – COMÉRCIO DE EMISSÕES - O PLANO NACIONAL DE ATRIBUIÇÃO DE LICENÇAS DE EMISSÃO


2008-2012 - PNALE II

O PNALE II foi aprovado no Conselho de Ministros (CM) de 1 de Junho de 2006 e notificado à Comissão
Europeia (CE) no final do mesmo mês. Após apreciação pela CE e pelos outros Estados Membros, aquela
pode propor alterações ou rejeitar, justificando, certos aspectos que considere incompatíveis com a
Directiva do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).

Após aceitação pela Comissão, o PNALE II torna-se definitivo mediante aprovação por Resolução do
Conselho de Ministros e será a base para a atribuição final das licenças de emissão às instalações, no
período 2008-2012, por Despacho Conjunto dos Ministros com tutela do Ambiente e da Economia.

O PNALE II deve ser inserido no contexto mais vasto do Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC)
2006 (Caixa 4.2.1.3).

O valor limite a atribuir às instalações existentes e que se encontrem abrangidas pelo CELE à data de
notificação do PNALE 2008-2012 à Comissão Europeia, será de 33,93 Mt CO2e/ano, ou seja 169,65 Mt
CO2e no período 2008-2012. Estas licenças serão atribuídas gratuitamente às instalações abrangidas.

128
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.1.2 (continuação) – COMÉRCIO DE EMISSÕES - O PLANO NACIONAL DE ATRIBUIÇÃO DE


LICENÇAS DE EMISSÃO 2008-2012 - PNALE II

A metodologia de atribuição das licenças de emissões aos sectores, no PNALE II, obedeceu aos seguintes
princípios:

▪ Cumprimento de Quioto;

▪ Primazia ao crescimento económico;

▪ Maior esforço exigido aos sectores que consomem combustíveis mais poluentes;

▪ Remanescente a incorporar na tarifa eléctrica.

Por sector de actividade foram, resumidamente, aplicados os seguintes critérios por instalação:

▪ Indústria Transformadora (Cimentos, Cerâmicas, Vidro e Pasta e Papel) – critério base das emissões
históricas relativas ao período 2000-2004;

▪ Siderurgia – projecções de emissões assentes na informação disponível, dado que o critério histórico
não reflecte as alterações entretanto efectuadas ao processo (designadamente a substituição do alto
forno pelo forno eléctrico);

▪ Refinaria – projecções de emissões assentes na informação disponível (de notar que as novas
exigências legais implicam maior necessidade de produção de hidrogénio, o que acarreta um aumento
das emissões, pelo que, embora seja exigido esforço a esta actividade as emissões terão que
crescer).

A atribuição de licenças de emissão por sector de actividade, com excepção do sector electroprodutor, é a
que resulta do somatório das atribuições às instalações.

As emissões do Sistema Electroprodutor resultam do diferencial entre a visão top-down e a visão bottom-
up resultante do somatório das atribuições aos restantes sectores. Para as instalações electroprodutoras do
Continente o volume de licenças fixado para o sector electroprodutor será repartido proporcionalmente
pelas instalações do sistema.

Existe ainda uma reserva de aproximadamente 5 a 10% do tecto CELE para licenças de emissões a atribuir
a novos entrantes.

CAIXA 4.2.1.3 – O PLANO NACIONAL DE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS (PNAC) - 2006

O PNAC 2006 (RCM nº 104/2006, de 23 de Agosto) tem por base as projecções macro-económicas
aprovadas no Orçamento de Estado de 2006 e o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 2006-
2009.

Nele foram revistas as políticas e medidas com o objectivo de garantir o cumprimento dos compromissos
nacionais de Quioto, apresentadas em dois cenários: um cenário de referência e um cenário de políticas e
medidas adicionais (PMAs).

Da conjugação da abordagem top-down do PNAC 2006 com a abordagem bottom-up que derivou das
projecções das emissões das actividades abrangidas pelo CELE, resultou um tecto global CELE para o
PNALE II. Os valores a reter encontram-se sintetizados nos Quadros 4.2.1.3 e 4.2.1.4.

129
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.1.4 – MECANISMOS FLEXÍVEIS PREVISTOS NO PROTOCOLO DE QUIOTO

Na perspectiva da impossibilidade de os países cumprirem os objectivos assumidos para a redução dos


GEE, apenas com políticas de âmbito nacional, o Protocolo de Quioto criou os seguintes mecanismos de
flexibilidade: Comércio de Licenças de Emissões (CELE); Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e
Implementação Conjunta (IC), que permitem o investimento em energias limpas nos países em
desenvolvimento e industrializados, por contrapartida de créditos de emissão.

No PNALE II foi fixada uma percentagem máxima de 10% do montante de licenças de emissão por
instalação, para utilização em mecanismos de projecto previstos no Protocolo de Quioto (IC e MDL).

No CM de 1 de Junho, foi igualmente aprovada a dotação que o Orçamento de Estado transferirá


anualmente para o Fundo Português de Carbono, até 2012 (110 milhões de euros em termos plurianuais).
Este Fundo, criado pelo Dec-Lei nº 71/ 2006, de 24 de Março, destina-se a garantir o investimento em
mecanismos de flexibilidade, no âmbito do Protocolo de Quioto.

QUADRO 4.2.1.2 – SECTORES, SUBSECTORES E INSTALAÇÕES ABRANGIDOS PELO PNALE


Nº de Licenças Licenças
Sector Instalações Nº de anuais anuais a
(PNALE I/ Subsector PNALE I Instalações atribuídas atribuir
PNALE II) PNALE II (Mt CO2) (Mt CO2)
PNALE I PNALE II
Carvão 2 2
Centrais Biomassa 1 1
Termoeléctricas CCGT 2 2 21, 5 19,8
(16/16) Fuel 10 10
Gasóleo 1 1
Refinação
Refinação 2 2 3,3 3,2
(2/2)
Agro alimentar 7 6
Agro-florestal 3 4
Papel 8 8
Cogeração
Químico 5 5 2,5
(35/35)
Têxtil 5 10
Extracção de Matéria Mineral 0 1
Vários 7 1
Agro-alimentar 11 16
Agro-florestal 1 2
Instalação de
Metais ferrosos 1 1
Combustão 0,5
(25/32) Químico 5 5
Têxtil 7 7
Outros 0 1
Metais ferrosos
Metais ferrosos 2 2 0,3 0,2
(2/2)
Cimentos e Cal Cal 6 6
7,1 7,0
(12/12) Cimentos 6 6
Embalagem 6 6
Vidro
Plano 1 1 0,7 0,7
(9/9)
Outros 2 2
Integrado 1 1
Pasta e Papel
Papel 22 24 0,4 1,0
(28/30)
Pasta 5 5
Argila 2 0
Pisos e Azulejos 23 0
Cerâmica 0
Refractários 2 1,1 1,0
(114/76)
Tijolos e telhas 87 0
Tijolos, telhas e acessórios - 76

Total 37,3 33,9

Fonte: PNALE I - Despacho conjunto nº 686-E/2005, de 13 de Setembro; PNALE II – Versão para Consulta Pública,
01 de Junho de 2006 (valores aproximados).

130
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.1.3 – PROJECÇÕES DO TOTAL DE EMISSÕES NACIONAIS PARA O ANO 2010

Abordagem top-down Mt CO2e/ano 109

PNAC 2006 – Cenário de Referência (tem em consideração as Políticas e Medidas já em 87,96


aplicação em 2005) – total de emissões
Alterações no uso dos solos e das florestas – abatimento (-) 3,36
PNAC 2006 – Cenário de Referência – emissões líquidas 84,60
Por memória: 27% aumento permitido a Portugal, relativamente a 1990 77,19
Políticas e Medidas Adicionais – abatimento (-) 3,69
=> Défice a colmatar por recurso a aquisição de créditos provenientes dos mecanismos 3,73
previstos no Protocolo de Quioto e/ou redução nas atribuições em sede de CELE

Abordagem bottom-up

Projecção das emissões das actividades abrangidas pelo CELE (incluindo já 1,04 Mt 35,80
CO2e/ano de medidas adicionais imputáveis ao CELE)
Proposta de aquisição pelo Governo, através do Fundo Português do Carbono (-) 1,86
=> Défice residual (3,73 – 1,86) a ser obtido por reduções no seio do CELE (-) 1,87
=> Tecto CELE para o PNALE II 33,93
Fonte: Com base no PNALE II – Versão para Consulta Pública, 01 de Junho de 2006 e PNAC 2006 – RCM nº
104/2006, de 23 de Agosto.

QUADRO 4.2.1.4 – PROJECÇÃO DA DIMENSÃO DO CELE EM 2010


(% das emissões de CO2)
Dimensão do CELE:
Cenário de Referência do Dimensão do CELE:
Com novas co-gerações
PNAC 2006 - Sectores Âmbito actual
(em 2010)
Oferta de energia 100% 100%

Sector electroprodutor 100% 100%


Refinação 100% 100%
Outras indústrias energéticas 0% 0%
Indústria CELE 97% 97%
Metais ferrosos (Siderurgia) 95% 95%
Pasta e papel 100% 100%
Cimento 100% 100%
Cerâmica 80% 80%
Vidro 100% 100%
Outras Indústrias 25% 46%
Indústria extractiva 14% 36%
Química 26% 46%
Têxteis 7% 14%
Madeira e cortiça 0% 0%
Alimentação e bebidas 34% 60%
Metalo-electro-mecânicas e 82% 152%
outras
Agricultura 9% 9%
Total CELE 85% 89%
Fonte: Com base no PNALE II – Versão para Consulta Pública, 01 de Junho de 2006

109
Valor anual das emissões em milhões de toneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (inclui o Dióxido de
Carbono, CO2 e os outros gases de efeito de estufa).

131
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A Prevenção e Controlo Integrados da Poluição constituem outra importante


obrigatoriedade para este grupo de actividades (Caixa 4.2.1.5 e Quadro 4.2.1.5).

CAIXA 4.2.1.5 – PREVENÇÃO E CONTROLO INTEGRADO DA POLUIÇÃO – DIRECTIVA PCIP

A Directiva PCIP foi transposta para a legislação nacional e está em vigor desde 2000. Tem por objectivo
a “prevenção e controlo integrado da poluição proveniente de certas actividades e o estabelecimento de
medidas destinadas a evitar ou, quando tal não for possível, a reduzir as emissões dessas actividades
para o ar, a água ou o solo, a prevenção e controlo do ruído e a produção de resíduos, tendo em vista
alcançar um nível de protecção do ambiente no seu todo. Abrange os sectores referidos no Quadro
4.2.1.5., praticamente os mesmos que os referidos no Quadro 4.2.1.2.

Note-se que as orientações da Comissão Europeia - COM (2003) 830, de 7 de Janeiro de 2004 e COM
(2005) 703, de 22 de Dezembro de 2005) vieram aproximar as instalações abrangidas pelo PNALE e pelo
PCIP, ao trazer alterações à interpretação utilizada no PNALE I 2005-2007, designadamente:

▪ Clarificação da articulação entre a Directiva do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) e a


Directiva de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP) ao nível das instalações,
nomeadamente as do sector cerâmico;

▪ Conceito de Instalação de Combustão, o que alarga o âmbito de aplicação do PNALE II a uma parte
do sector químico e ao sector agro-alimentar.

QUADRO 4.2.1.5 – SECTORES ABRANGIDOS PELA PCIP

Sector Subsector

Instalações de Combustão com potência calorífica > 50 MW


Indústrias do sector da energia Refinarias de petróleo e fábricas de gás
Fabricação de coque
Gaseificação e liquefacção de carvão
Ustulação ou sinterização de minério metálico
Produção e transformação de Aço
metais Laminagem a quente
Fundição de metais
Tratamentos de superfície
Clinquer e cal
Amianto
Indústria Mineral
Vidro
Produtos cerâmicos
Químicos orgânicos de base
Químicos inorgânicos de base
Adubos
Indústria Química
Produtos fitofarmacêuticos de base e biocidas
Produtos farmacêuticos de base
Explosivos
Eliminação ou valorização de resíduos > 10t/dia
Eliminação de resíduos não perigosos > 50t/dia
Gestão de Resíduos
Incineração / combustão de resíduos urbanos > 3t/hora
Aterros de resíduos urbanos ou outros não perigosos > 10t/dia
Pasta e papel
Têxteis
Curtimenta
Matadouros
Outras actividades
Eliminação ou valorização de carcaças e resíduos de animais >
10t/dia
Criação intensiva de aves
Tratamentos de superfície que utilizem solventes orgânicos
Produção de carvões minerais

Fonte: Legislação sobre o PCIP, Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de Agosto.

132
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A Directiva Tectos, constitui também uma peça legislativa importante para este grupo de
actividades (Caixa 4.2.1.6.).

CAIXA 4.2.1.6 – DIRECTIVA TECTOS – VALORES-LIMITE DE EMISSÕES POLUENTES QUE PROVOCAM


ACIDIFICAÇÃO, EUTROFIZAÇÃO E FORMAÇÃO DE OZONO TROPOSFÉRICO

A Directiva Tectos (2001/81/EC) foi transposta para a legislação nacional e está em vigor desde 2001,
com o Programa de Tectos de Emissão Nacional (PTEN). Tem por objectivo limitar as emissões de 4
poluentes responsáveis pela acidificação, eutrofização e ozono troposférico 110:

▪ Dióxido de enxofre-SO2,

▪ Óxidos de azoto – NOx,

▪ Compostos orgânicos voláteis – VOCs

▪ Amónia –NH3.

Estes poluentes são transportados em vastas quantidades através das fronteiras transnacionais, pelo que
a Directiva tem subjacente que os Estados Membros (EMs) não podem combater isoladamente estes
efeitos. Paralelamente à Directiva, um conjunto de Estados (EMs da UE, países da Europa Central e
Oriental, EUA e Canadá) negociaram a Convenção da Poluição Transfronteiriça de Longo Alcance
(também chamada Protocolo de Gotemburgo, assinado em Novembro de 1999), onde os limites para as
emissões daqueles poluentes são os mesmos, ou menos ambiciosos.

Para além do PNALE, da PCIP e dos Limites de Emissão para alguns poluentes, as
políticas ambientais, bem como os principais actores deste grupo, podem ser consultados
nos Anexos E e F.

Identificaram-se também alguns investimentos a realizar e algumas oportunidades


ecnológicas que se podem colocar a este grupo de actividades (Quadro 4.2.1.6).

A análise detalhada das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos
nas actividades consideradas, bem como a análise exploratória de algumas tecnologias
energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto alargado de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua
dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.1.7.

110
Nota: As principais definições encontram-se no Glossário em Anexo.

133
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.1.6 – IDENTIFICAÇÃO DE ALGUNS INVESTIMENTOS A REALIZAR EM ACTIVIDADES


INTENSIVAS EM ENERGIA E OUTROS RECURSOS

Volume de Investimento a
Medidas Técnicas Associadas realizar
(103 €)

Grupo 1 Sector do Cimento

Combate à acidificação e Implementação de lavadores de gases,


10 679
eutrofização – implementação da adição de absorventes e de agentes de
a
PCIP1 mineralização, SNCR e queimadores de
84 900
baixo teor de NOx, entre outros

Sector do Vidro

Combate à acidificação e NOx - modificação da tecnologia de Embalagem – 1 083 a 5 980


eutrofização – implementação da combustão; processo 3R/reburning, Plano – 1 347 a 1 796
PCIP1 SNCR/SCR e fusão oxy-fuel Doméstico 225 a 564

Sector da Pasta e Papel

Combate à acidificação e NOx - controlo das condições de


eutrofização – implementação da combustão; processo 3R/reburning, SNCR
PCIP1 e queimadores de baixo teor de NOx
SO2 – utilização de combustíveis de baixo
teor de enxofre, instalação de lavadores de NOx – 1 686 a 2 394
gases e precipitadores electrostáticos, SO2 – 48 733
aumento da concentração de sólidos secos
na lixívia negra, aquisição de novos
sobreaquecedores, recolha e recuperação/
incineração das emissões de SO2

Fonte: 1 IA, DCEA da FCT/UNL, CEEETA, Programa para os Tectos de Emissão Nacional. Avaliação do
Potencial de Eficácia ambiental dos instrumentos de Política em Vigor, Maio 2004.
Notas: 1 As gamas apresentadas para o volume de investimento correspondem aos valores de emissão
associados a melhores tecnologias disponíveis (MTD) menos e mais exigentes; SNCR – Selective Non
Catalytic Reduction (Redução Selectiva Não Catalítica); SCR - Selective Catalytic Reduction (Redução
Selectiva Catalítica).

QUADRO 4.2.1.7 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES


INTENSIVAS EM ENERGIA E OUTROS RECURSOS

Grupo 1 - Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Concorrência no mercado ▪ Expansão do sistema electroprodutor
europeu através de um mix energético menos
▪ Concretização do MIBEL nefasto ao ambiente (renováveis, gás
natural, novas tecnologias limpas de
▪ Expansão do sistema
carvão incluindo o sequestro de CO2,
Sector Electroprodutor electroprodutor (mix
discussão da opção nuclear de 3ª ou 4ª
energético; lançamento da
geração?)
discussão sobre o nuclear?)
▪ Diversificação (de serviços e de clientes)
▪ Maior eficiência na
produção, transporte e ▪ Serviços energéticos de eficiência
distribuição energética e gestão da procura
... ▪ Produção descentralizada de energia
▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para actuação
em mercados externos
▪ ...

134
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.1.7 (continuação) – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS


ACTIVIDADES INTENSIVAS EM ENERGIA E OUTROS RECURSOS

Grupo 1 - Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Gestão das matérias-primas ▪ Criação de um eco-parque
(origens e qualidade das ramas) industrial em Sines?
▪ Qualidade dos produtos refinados ▪ Investimentos petroquímicos em
▪ Mix adequado de produtos processos mais eco-eficientes /
refinados, face às necessidades possibilidade de simbioses
de mercado industriais, na zona industrial de
▪ Eco-eficiência empresarial Sines?
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Diversificação de mercados
Refinação
energéticos ▪ Diversificação de produtos
▪ Reservas de combustível ▪ Novos serviços energéticos
▪ Prospecção de petróleo? associados à distribuição de
▪ ... combustíveis
▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...
▪ Segurança de abastecimento e ▪ Novos serviços de eficiência
diversificação das fontes energética e gestão da procura de
geográficas de abastecimento do gás natural
Outras indústrias
gás natural e do gás natural ▪ ...
energéticas
liquefeito
▪ Reservas de gás natural
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Criação de eco-parques industriais
▪ Qualidade e inovação de produto na zona centro?
▪ Patenteamento ▪ Criação de “nichos verdes” de
▪ Eco-eficiência empresarial inovação sustentável?
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Diversificação de produtos
energéticos ▪ Desenvolvimento de produtos
▪ Gestão das matérias-primas inovadores
Pasta e Papel ▪ Aplicação da política integrada de ▪ Exportação de produtos inovadores
produto para mercados muito exigentes
▪ Certificação ambiental e de ▪ Gestão sustentável da floresta e
responsabilidade social imagem de responsabilidade social
▪ ... ▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Criação de “nichos verdes” de
▪ Qualidade e inovação de produto inovação sustentável? (por ex.
▪ Design do produto novos materiais para a construção
▪ Patenteamento termicamente mais eficiente?)
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Desenvolvimento de produtos
▪ Fecho de ciclos materiais e inovadores
energéticos ▪ Exportação em articulação com
▪ Gestão das matérias-primas outros produtos nacionais de
Cerâmica qualidade
▪ Certificação ambiental
▪ Nichos de mercado de produtos
▪ ...
inovadores, com elevada qualidade
e design diferenciador
▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...

135
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.1.7 (continuação) – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS


ACTIVIDADES INTENSIVAS EM ENERGIA E OUTROS RECURSOS

Grupo 1 - Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Mercado concorrencial ▪ Desenvolvimento de produtos
▪ Qualidade e inovação de produto inovadores
▪ Design do produto ▪ Exportação em articulação com
▪ Patenteamento outros produtos nacionais de
▪ Eco-eficiência empresarial qualidade
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Nichos de mercado de produtos
Vidro
energéticos inovadores, com elevada qualidade
▪ Gestão das matérias-primas e design diferenciador
▪ Certificação ambiental ▪ Mercado de CO2
▪ ... ▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...
▪ Qualidade e inovação de produto ▪ Desenvolvimento de produtos
▪ Patenteamento inovadores
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Novos produtos com características
▪ Fecho de ciclos materiais e específicas e inovadoras, para
energéticos mercados exigentes
▪ Aplicação da política integrada de ▪ Aproveitamento de materiais
produto resultantes da demolição e
Cimento
▪ Certificação ambiental e de investigação de novos materiais
responsabilidade social ▪ Eliminação de RIP a curto-prazo,
▪ ... por recurso à co-incineração
▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...
▪ Qualidade e inovação de produto ▪ Desenvolvimento da zona industrial
▪ Patenteamento do Seixal, promovendo maior eco-
eficiência (descontaminação dos
▪ Eco-eficiência empresarial
solos, instalação de “nichos verdes”
▪ Fecho de ciclos materiais e de inovação sustentável? Por ex.
energéticos empresas de produtos e serviços
▪ Certificação ambiental e de ambientais?)
responsabilidade social ▪ Novos investimentos com vocação
▪ ... exportadora
Siderurgia ▪ Desenvolvimento de produtos
inovadores
▪ Novos produtos com características
específicas e inovadoras, para
mercados exigentes
▪ Mercado de CO 2
▪ Mecanismos de JI e MDL para
actuação em mercados externos
▪ ...

136
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.2. As Indústrias Químicas, um dos motores de I&D?

As Indústrias Químicas, Grupo 2, constituem um FIGURA 4.2.2.1


segundo conjunto de sectores, grandes consumidores de
energia e emissores de poluentes que, além de terem as
Químicas
obrigações específicas em termos ambientais, do Grupo Except.
anterior, possuem outras responsabilidades relacionadas Farmacêu.
Plásticos
com a ética ambiental e a preservação da saúde e
humana. Borracha

Em 2004, este grupo de actividades da química pesada


e fabricação de plásticos e borracha, foi responsável por
4% do consumo final de energia e por cerca de 1% do consumo intermédio para
produção de novas formas de energia, através de co-geração. Engloba actividades que
contribuem fortemente para as emissões de gases acidificantes com base no enxofre,
tendo sido responsáveis por 10,4% das emissões nacionais de SO2, 1,5% das emissões
nacionais de NOx e 6,2% das emissões nacionais de CO2. Entre 1990 e 2004 o
crescimento das emissões de CO2 atingiu os 75%, incluindo os processos de combustão,
os processos industriais e o uso de solventes e outros produtos.

As actividades deste Grupo são das principais responsáveis pela produção de resíduos
industriais perigosos, tendo contribuído, em 2001, com 33,5% da produção total de RIP.
Algumas actividades deste Grupo contribuem, no entanto, para a gestão dos resíduos,
através de reciclagem e valorização, designadamente os plásticos e a borracha. Em 2003,
as taxas de reciclagem e de valorização de plásticos foram de 9% e 40%,
respectivamente, enquanto no caso dos pneus usados as mesmas taxas foram de cerca
de, 58% para a reciclagem e 27% para a valorização.

Em 2005, o Grupo 2, representou, 1,0% do VAB da economia e 0,8% do emprego.


Engloba actividades com forte exposição à concorrência internacional atingindo, em
2004, 8,4% do total das exportações de bens, sendo que, 3,8% foram provenientes do
sector da fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas, fortemente associados
ao sector automóvel. Embora as trocas comerciais apresentem saldo negativo, em todas
as actividades deste Grupo, as actividades de fabricação de artigos de borracha e
matérias plásticas e o sector de tintas, vernizes e produtos similares, tem vindo a ganhar
quota de mercado mundial.

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram, em média, 2,9% do VAB,


sendo um dos grupos que, em termos relativos, mais aposta na inovação e onde,
nominalmente, se registou um maior crescimento médio anual, no período 1995-2003.
Os recursos humanos em I&D contribuíram, em média, para 0,9% do emprego do Grupo.

Sintetizam-se no Quadro 4.2.2.1 as principais características deste conjunto de


actividades, que podem ser consultadas mais em detalhe no Anexo D.

137
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.2.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES INTENSIVAS EM ENERGIA E


PRODUÇÃO DE RESÍDUOS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS (QUÍMICA PESADA E PLÁSTICOS E BORRACHA)

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características
especiais (Química pesada e Plásticos e Borracha)

Fortes consumidores de energia e outros recursos


Fortes produtores de resíduos perigosos
Os principais desafios referem-se ao ambiente e inovação
Fonte importante de inovação para outros sectores

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 1,0
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 0,8
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 2,1
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) 0,6
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 1,5

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 4,0
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade 0,8
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 3,4
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) 1,6
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 6,2
SOx 10,4
NOx 1,5
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) 75
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 1,6
RIP 33,5
Gestão de resíduos (2003):
Taxa de reciclagem de plásticos 9
Taxa de valorização de plásticos 40
Taxa de reciclagem de pneus usados 58
Taxa de valorização de pneus usados 27

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 8,4
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~6,0
Economia (2004)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações (1995-2004) 10,6
Quota de mercado mundial (2004) 0,4
Saldo Comercial (2004) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,9
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 10,5
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 2,9
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 19,6

Nas actividades do Grupo 2, incidem pesadas responsabilidades relacionadas com a


saúde humana e com a gestão de produtos químicos perigosos, para além do conjunto de
exigências ambientais que atingem as actividades do Grupo 1 – com destaque para o
Comércio Europeu de Licenças de Emissão e para a Prevenção e Controlo Integrados da
Poluição, já abordados em 4.2.1.

138
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Destacam-se as exigências comunitárias preconizadas na directiva REACH e alguns


programas internacionais de adesão voluntária, importantes para as empresas que
concorrem no mercado global, de que são exemplo a Plataforma Tecnológica SusChem e
os programas Responsible Care® (Caixas 4.2.2.1, 4.2.2.2 e 4.2.2.3).

No decorrer da Conferência Internacional de Produtos Químicos do Programa de Ambiente


das Nações Unidas realizada em meados de 2006, foi igualmente aprovado o Plano
SAICH (Strategic Approach Initiatives for Chemical Management), com um âmbito mais
alargado e uma abordagem considerada mais razoável do que a do Programa REACH.

CAIXA 4.2.2.1 – DIRECTIVA REACH

A Directiva REACH – Registration, Evaluation & Authorisation of CHemicals, foi aprovada pelo PE em 18
de Dezembro de 2006, no Conselho de Ministros de Ambiente e entrará em vigor a 1 de Junho de 2007.

Define uma nova política da UE para os produtos químicos, que tornará obrigatório o registo de todos os
produtos químicos, juntamente com informação necessária ao seu uso seguro, pelos produtores e
importadores desses produtos.

Permitirá um nível de protecção mais elevado da saúde humana e do ambiente; em simultâneo realçará a
competitividade da indústria química europeia, através do encorajamento da inovação e do assegurar de
elevados padrões de segurança para os seus produtos.

Baseia-se na adopção do “Princípio de Substituição” – os produtos químicos perigosos, tais como os


que causam o cancro ou problemas reprodutivos deveriam ser substituídos por alternativas menos
prejudiciais, sempre que possível.

Fonte: EC, site www.euractiv.com/en/environment.

CAIXA 4.2.2.2 – SUSCHEM – EUROPEAN TECHNOLOGY PLATFORM FOR SUSTAINABLE CHEMISTRY

O SusChem – European Technology Platform for Sustainable Chemistry é um programa de I&D voluntário.
As indústrias participantes adoptaram uma proposta de plano de acção de focalização dos investimentos
europeus de I&D, nas áreas mais promissoras, no que respeita à sustentabilidade e à rentabilidade.

As prioridades centram-se em 8 temas: economia “bio-based”, energia, cuidados de saúde, TIC,


nanotecnologia, qualidade de vida sustentável, design de produtos e processos sustentáveis e transportes.

Estima-se um investimento na ordem dos € 1,4 biliões anuais, nos próximos anos, dos quais cerca de
metade proveniente de fundos públicos, da UE ou nacionais.

Entre as ideias e conceitos promissores estão a construção da “smart energy home”, a instalação piloto de
uma “biorefinaria integrada” e a construção de uma fábrica química do futuro, mais rápida e mais flexível.

Fonte: EC, site www.euractiv.com/en/science.

CAIXA 4.2.2.3 – RESPONSIBLE CARE®

A Responsible Care® consiste num acordo voluntário global, das indústrias químicas, através das suas
associações, segundo o qual as empresas se propõem trabalhar em conjunto para a melhoria contínua da
sua performance em termos de saúde, segurança e ambiente, trocando informações com as outras
associadas sobre os seus produtos e processos.

A Carta Global de “Responsible Care” é um acordo entre membros da International Council of Chemical
Associations (ICCA) que envolve 52 países.

Fonte: Responsible Care ®, site www.rclg.alert.com.mt.

139
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As políticas ambientais, bem como os principais actores deste Grupo, podem ser
consultados nos Anexos E e F. A análise detalhada das principais restrições ambientais
em vigor e previstas, com efeitos nas actividades consideradas, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua dinamização em
Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.2.2.

QUADRO 4.2.2.2 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS QUÍMICA PESADA E
PLÁSTICOS E BORRACHA

Grupo 2 - Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características especiais


(Química pesada e Plásticos e Borracha)

Actividades Desafios Oportunidades

▪ Mercado concorrencial ▪ Investimentos associados ao fecho de


▪ Qualidade e inovação de produto ciclos materiais e energéticos

▪ I&D de novos produtos ▪ Novos produtos com características


específicas e inovadoras, para
▪ Patenteamento
mercados exigentes
▪ Eco-eficiência empresarial
▪ Mercado de CO 2
▪ Fecho de ciclos materiais e
▪ ...
energéticos
▪ Redução da produção de resíduos
Química Pesada e tratamento adequado dos
resíduos perigosos
▪ Aplicação da política integrada de
produto
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social
▪ Substituição de produtos
químicos perigosos por outros,
menos prejudiciais à saúde
▪ ...

▪ Mercado muito concorrencial ▪ Investimentos associados ao fecho de


▪ Qualidade e inovação de produto ciclos materiais e energéticos

▪ I&D de novos produtos ▪ Novos produtos com características


específicas e inovadoras, para
▪ Patenteamento
mercados exigentes, associados ao
▪ Eco-eficiência empresarial sector automóvel
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Aproveitamento de resíduos e
Plásticos e Borracha energéticos investigação de novos materiais
▪ Reaproveitamento dos resíduos ▪ ...
▪ Aplicação da política integrada de
produto
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social
▪ ...

140
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.3. As oportunidades decorrentes do aproveitamento dos recursos primários,


da floresta ao mar e à produção de energias renováveis

Portugal é um país rico em recursos naturais, possuidor de um vasto conjunto de


actividades ligadas ao uso da terra e à exploração dos oceanos. Associado à exploração
destes recursos, existe um potencial de inovação considerável que pode conduzir à
dinamização de nichos de mercado de produção de energias renováveis e
desenvolvimento de outras tecnologias de minimização dos efeitos nocivos ao ambiente.

FIGURA 4.2.3.1

Eólicas Fotovoltaica

Biomassa
Ondas e
Marés
Células de
Combustível

B io lo g ia
M a r in h a
I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g ia
Da De M a r in h a
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é t ic a

S e q u e staç ã o F lo r e s t a
De
CO2

O Grupo 3, tem a particularidade de poder funcionar como um sumidouro de CO2, ou


seja, permitir a sua fixação. Este processo pode ser feito no curto prazo por duas vias: o
sequestro biológico - através do armazenamento nas árvores da floresta efectuado pela
fotossíntese, e o sequestro geológico – através da injecção de CO2 no subsolo, em
reservatórios profundos, normalmente campos petrolíferos, de gás ou carvão,
desactivados.

Para efeitos de compilação de dados estatísticos agregaram-se as actividades ligadas à


terra (silvicultura e exploração florestal, indústrias da madeira e cortiça e indústrias
extractivas de minérios e pedra e rochas ornamentais) e, ligadas ao mar (extracção de
petróleo bruto e gás natural e actividades da pesca e aquacultura).

Este Grupo inclui várias actividades emergentes em Portugal, ligadas à I&D em áreas da
biologia e geologia marinhas e exploração energética, para as quais não existe ainda
informação estatística desagregada utilizando as mesmas fontes. O mesmo acontece para
as energias renováveis, cuja caracterização socio-económica e ambiental aparece
agregada com a informação para o sector energético, englobada no Grupo 1. Por outro
lado, a desagregação das actividades nem sempre é a mesma nas diversas fontes de
informação, designadamente económica e energética, tal como referido no final dos
quadros do Anexo D, pelo que a caracterização quantitativa deste grupo apresenta várias
aproximações, devendo a interpretação dos valores ser efectuada com cautela.

Em 2004, este Grupo de actividades foi responsável por 3,5% do consumo final de
energia e 0,6% do consumo intermédio, para produção de novas formas de energia,

141
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

através de co-geração. Este Grupo tem a particularidade de ser composto por actividades
que emitem gases poluentes, designadamente gases de efeito de estufa, mas também
contribuem para a sua absorção - tais como as actividades florestais e os oceanos -
funcionando como sumidouros de CO2.

Este conjunto de actividades contribuiu fortemente para a produção de resíduos


industriais banais, representando, em 2001, 41,5% da produção total de RIB (entre eles,
resíduos das actividades das minas, das pedreiras e da indústria da madeira e cortiça) e
3,9% da produção de resíduos industriais perigosos. Foi, igualmente, um forte produtor
de resíduos agrícolas (RA) (cerca de 73% do total de RA segundo uma estimativa de
1994). Algumas actividades deste grupo contribuem, no entanto, para a gestão dos
resíduos, através de reciclagem e valorização, designadamente dos resíduos da madeira
e cortiça, cujas taxas de taxas de reciclagem e de valorização, em 2001, foram de 72% e
79%, respectivamente.

Em 2005, o Grupo 3 representou 2,1% do VAB da economia e 2,1% do emprego. Engloba


algumas actividades tradicionais ligadas ao uso de recursos da terra, fortemente
exportadoras, tais como a indústria da madeira e cortiça e a extracção de mármores e
produção de rochas ornamentais. Em 2004, as actividades deste Grupo representaram
6,6% das exportações totais de bens, sendo que, 6,2% estavam ligadas ao uso de
recursos da terra. Embora as trocas comerciais do Grupo sejam fortemente deficitárias,
em virtude da importação de produtos energéticos, a parcela correspondente ao uso de
recursos ligados à terra é excedentária, essencialmente devido às exportações das
actividades tradicionais já mencionadas (indústria da madeira e cortiça (4,3% das
exportações de bens) e a extracção de mármores e produção de rochas ornamentais
(0,5% das exportações de bens), bem como das actividades de extracção de minérios de
urânio e de tório e de extracção e preparação de minérios metálicos, entre eles, o cobre e
estanho (0,6 % das exportações de bens). Estas actividades apresentam, no entanto,
alguns sinais de declínio, já que, tanto o seu peso nas exportações totais de bens, como
as suas quotas de mercado mundiais têm vindo a reduzir-se, desde 1995.

Em 2003, as despesas de I&D neste grupo, representaram em média apenas 0,2% do


VAB, (note-se que não estão englobadas despesas de I&D em energias renováveis ou, em
investigação em biologia e geologia marinha). Os recursos humanos em I&D, em média,
não chegaram a atingir 0,1% do emprego do grupo.

Sintetizam-se no Quadro 4.2.3.1 as principais características deste conjunto de


actividades, que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

Algumas actividades deste Grupo, mais consumidoras de energia, têm que cumprir as
exigências ambientais que atingem as actividades do Grupo 1 – com destaque para o
Comércio Europeu de Licenças de Emissão e para a Prevenção e Controlo Integrados da
Poluição, já abordados em 4.2.1. Para além disso, apresentam algumas especificidades
ligadas ao uso dos solos e da floresta, aos mares e oceanos e à preservação da
biodiversidade. A produção de energias renováveis está também condicionada a várias
orientações comunitárias e nacionais.

142
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.3.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS À UTILIZAÇÃO DE RECURSOS


PRIMÁRIOS ENERGÉTICOS E NÃO ENERGÉTICOS

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 3 – Actividades Ligadas À Utilização De Recursos Primários Energéticos E Não Energéticos
(Utilização Da Floresta, Produção De Energias Renováveis E Exploração Do Mar E Oceano)

Produtores de energias limpas


Sumidouros de emissões de CO2
Fortes produtores de resíduos industriais banais que podem ser reaproveitados
Os principais desafios referem-se à energia e ambiente
Fonte importante de inovação para outros sectores
Algumas actividades fortemente exportadoras e com saldos comerciais positivos

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 2,1
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 2,1
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 2,2
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) -0,8
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 3,1

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 3,5
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade 0,6
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) -1,4
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) -4,2
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 -
SOx 0,1
NOx 2,3
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) -
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 41,5
RIP 3,9
RA (1994) 72,7
Gestão de resíduos (2001):
Taxa de reciclagem de madeira e cortiça 72
Taxa de valorização de madeira e cortiça 79

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 6,6
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~4,7
Economia (2004)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações (1995-2004) 4,7
Quota de mercado mundial (2004) 0,2
Saldo Comercial (2004) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,1
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 11,5
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,2
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 15,6

As políticas ambientais, bem como os principais actores deste Grupo, podem ser
consultados nos Anexos E e F.

Este Grupo engloba um conjunto de actividades, com alguma dinâmica nos anos mais
recentes, sendo um dos Grupos que apresenta maiores potencialidades de

143
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

desenvolvimento no curto prazo. Referem-se a seguir algumas realizações recentes em


Portugal, oportunidades tecnológicas e visões de futuro, para o desenvolvimento de
actividades como as energias renováveis, a floresta e a biomassa e os mares e oceanos.

Energias Renováveis

Portugal é um dos países da UE com maior incorporação de energias renováveis na de


produção de electricidade, devido essencialmente ao peso das grandes centrais
hidroeléctricas. Contudo, na última década a potência instalada e a parcela de produção
de energia eléctrica por outras renováveis tem vindo a aumentar (ANEXO D, Quadros
D12 e D13).

No âmbito da directiva das energias renováveis, Portugal comprometeu-se a alcançar o


objectivo de 45% para a produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis até
2010. Meta ambiciosa, considerando que, em 2006 esta meta se encontrava em 35,4%
(Gráfico 4.2.3.1).

GRÁFICO 4.2.3.1 – PRODUÇÃO DE ELECTRICIDADE ATRAVÉS DE RENOVÁVEIS. CUMPRIMENTO DA


DIRECTIVA FER
Portugal Continental

42,6%
20 000 45%

18 000 35,9% 36,2% 35,9% 40%


34,6% 35,3% 35,4%
34,0%
16 000 32,3%
35%
14 000
30%
12 000
25%
GWh

10 000
20%
8 000
15%
6 000
10%
4 000

2 000 5%

0 0%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*

Eólica Biomassa (c/ cogeração) Biomassa (s/ cogeração)


RSU Biogás Fotovoltaica
Ondas/Marés Hídrica Total % de Renováveis (Directiv

Nota*: Ano móvel de Dezembro de 2005 a Novembro de 2006


Fonte: Com base nos dados da Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), Renováveis.
Estatísticas Rápidas Nº 21, Novembro2006

Por outro lado, estão em curso várias iniciativas que irão contribuir para concretizar este
objectivo. São disso exemplo, a dinamização de um “cluster” eólico localizado em Viana
do Castelo, a instalação de uma grande central solar em Moura, o lançamento de
concursos para a atribuição de capacidade instalada de produção de energia eléctrica por
centrais termoeléctricas a biomassa florestal em diversos pontos do País e o
desenvolvimento de energia das ondas nos Açores e na Póvoa do Varzim (Caixa 4.2.3.1).

144
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.3.1 – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR FRUTOS, NA ÁREA DAS

ENERGIAS RENOVÁVEIS?

Eólica

A constituição de um “cluster” eólico foi dinamizada através do lançamento de um concurso, em Agosto


de 2005, para atribuição de cerca de 1 500 MW de capacidade para energia eléctrica produzida em
centrais eólicas, realizado em duas fases sequenciais.

A primeira fase do concurso terminou em finais de Outubro de 2006, com a adjudicação ao grupo Eólicas
de Portugal, da produção de 1200 MW de energia eólica, em 48 parques a instalar por todo o país, até
2010-2012. O projecto engloba a criação de uma nova fileira industrial para o fabrico integral de
equipamento (aerogeradores), instalação e operação dos parques eólicos, tendo sido assinado o contrato
de construção de um complexo industrial com 5 fábricas, em Viana do Castelo, a 31 de Outubro. Prevê
igualmente a criação de um centro de I&D, também em Viana do Castelo.

O consórcio Eólicas de Portugal é liderado pelo grupo EDP e nele participam também a Enercom, empresa
alemã de fabrico de aerogeradores tecnologicamente avançados, a Termoeléctrica Portuguesa, detida
pela Sonae e Endesa, a Generg da Electrabel, a Finerge da Endesa e a SIIF da EDF. Prevê-se o arranque
da primeira fábrica de aerogeradores em Outubro de 2007 e a conclusão de todo o complexo até
Dezembro de 2009.

O projecto global abrange um investimento de € 1,67 mil milhões, a realizar entre 2006 e 2011, dos
quais € 1,47 mil milhões na instalação dos parques eólicos, € 161 milhões em unidades fabris e serviços
associados, € 35 milhões para um fundo de financiamento do sistema científico nacional e € 8 milhões
para centros de despacho para gestão da produção eólica. O projecto permitirá reduzir em cerca de um
milhão, as toneladas de CO2 emitidas até 2010.

Fonte: Portal do Governo, 30 de Outubro 2006; Artigo do Diário de Notícias, 1 de Novembro 2006; Artigo do
Diário Económico, 2 de Novembro 2006.

Solar

Iniciou-se a construção de uma fábrica de painéis fotovoltaicos e da instalação uma central solar de
produção de energia eléctrica de 62 MW, uma das maiores do mundo, em Moura. Prevê-se que a fábrica
de painéis solares comece a laborar em Dezembro de 2007. A central solar deverá ser construída em
duas fases, em que na primeira, entrarão em funcionamento, em 2008, cerca de 40MW, entrando a
restante potência em funcionamento, em 2010. Prevê-se também a instalação do Tecnopólo de Moura,
dedicado à investigação e criação de empresas do sector.

O projecto será da responsabilidade da empresa espanhola Acciona, líder no mercado espanhol de


energias renováveis. Para esse efeito foi celebrado um acordo, em Setembro de 2006, que prevê a
compra por aquela empresa, da Amper Central Solar, empresa criada para construir a central, detida pela
Câmara Municipal de Moura, pela empresa Renatura e pela Cooperativa Mourense de Interesse Público de
Responsabilidade Limitada.

O investimento global previsto é de € 250 milhões e o projecto permitirá evitar a emissão de cerca de 60
mil toneladas de CO2 até 2010.

A empresas portuguesas Enerpura e Meci em consórcio com a australiana SHP – Solar Heat Power
prevêem investir entre € 17 e 18 milhões numa central solar térmica para produção de electricidade, de
5,4 MW, a instalar em Tavira. A central deverá entrar em funcionamento em Janeiro de 2008.

A empresa Ao Sol, 100% detida pela Enerpura, é já proprietária de uma unidade de fabricação de
coletores solares com tecnologia própria vai investir € 5 milhões nos próximos três anos, com o objectivo
de alcançar, em 2010, 30% da quota do mercado português de painéis solares para aquecimento de
águas e climatização. O objectivo da empresa é triplicar a actual capacidade de produção da fábrica de
Porto Alto e entrar no mercado exportador.

Fonte: Artigo do El País, 29 de Setembro 2006; Artigo do Diário de Notícias de 30 de Maio 2006; Artigo do
www.diariodigital.sapo.pt de 3 de Novembro 2006; Artigo do www.alentejo-terramae.pt de 3 de Novembro
2006.

145
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.3.1 (continuação) – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR FRUTOS, NA

ÁREA DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS?

Biomassa
Foram lançados diversos concursos para atribuição de capacidade instalada de produção de energia
eléctrica por centrais termoeléctricas a biomassa florestal em diversos pontos do país, que terminam em
Novembro de 2006.
Fonte: Site da Direcção Geral de Geologia e Energia, www.dgge.pt , 2 de Novembro 2006.

Ondas
“O aproveitamento da energia das ondas pode ter um impacto muito significativo para Portugal,
nomeadamente em termos de produção de energia por meios renováveis, criação de emprego,
oportunidade de exportação de equipamentos e serviços, inovação e desenvolvimento de tecnologia e
tecido empresarial com vocação para a exploração de outros recursos oceânicos.”
“Existem actualmente 4 protótipos de 4 diferentes tipos (AWS, Pelamis, OWC, Wave Dragon) em teste no
mar (Portugal, Escócia e Dinamarca). Não é ainda possível saber qual ou quais os sistemas que poderão
tornar-se economicamente competitivos; outros 4 sistemas estão em fase um pouco mais atrasada de
desenvolvimento.”
Em Portugal estão em curso dois projectos:
▪ “Central de Coluna de Água Oscilante do Pico (400 kW). A produção de energia faz-se por uma
turbina de ar acoplada a um gerador eléctrico.”
▪ “ Visão futura do AWS. Sistema submerso de que foi testada em 2004 no mar uma central piloto de
2 MW ao largo da Póvoa do Varzim. A produção de energia eléctrica faz-se por um gerador linear.”
“Foram recentemente dados os seguintes passos:
▪ Aquisição pela Enersis da Oceanergia, empresa detentora da central Piloto submersa AWS, de 2MW
de potência, testada ao largo da Póvoa do Varzim em 2004;
▪ Início da recuperação da central do Pico por um consórcio de empresas no âmbito do Centro de
Energia das Ondas no ano de 2004;
▪ Projecto para construir em 2005 uma central semelhante à do Pico no novo quebramar Norte da Foz
do Douro;
▪ Constituição do Centro de Energia das Ondas em Março de 2003, uma associação privada sem fins
lucrativos envolvendo 8 empresas e 3 instituições de I&D;
▪ Contrato preliminar entre a Enersis e a OPD (Escócia) para a construção e ensaio de 4 unidades
Pelamis (de 750 kW cada) em Portugal em 2005.
▪ Três candidaturas de financiamento submetidas em 2003 ao PRIME, respectivamente para apoio à
recuperação da central do Pico, ensaios do AWS e engenharia básica da central da Foz do Douro,
ainda sem resposta.”
Portugal apresenta algumas vantagens comparativas:
▪ “Boas condições naturais para o desenvolvimento e exploração (águas profundas junto da costa,
recurso médio-alto, boas condições climatéricas);
▪ Boas infra-estruturas junto dos locais para instalação de parques (portos, estaleiros de reparação
naval e pontos de ligação);
▪ Bons conhecimentos técnico-científicos (Mais de 25 anos de actividades de I&D no IST e INETI e
envolvimento em 3 centrais piloto europeias - Pico, Limpet (Escócia) e AWS - tornam Portugal um
dos líderes mundiais nesta área);
▪ Tarifa de remuneração da energia produzida elevada.”
Fonte: Centro Energia das Ondas / Wave Energy Centre, Potencial e estratégia de
desenvolvimento da Energia das Ondas em Portugal, 2004.

O INESC Porto tem estado a desenvolver para a empresa Enersis, um estudo de identificação do ponto de
ligação à rede mais adequado para a central que irá converter a energia das ondas em electricidade,
recorrendo à tecnologia Pelamis. A futura central a instalar na Póvoa do Varzim terá uma potência de 24
MW e está previsto que os geradores ocupem um quilómetro quadrado de oceano, a cerca de 5
quilómetros de terra. A energia será depois recolhida por um cabo submarino e encaminhada para terra.
Fonte: www.cienciahoje.pt, 2 de Agosto de 2006

146
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.3.1 (continuação) – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR

FRUTOS, NA ÁREA DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS?

Células de Combustível

Portugal tem acompanhado bem a tecnologia das pilhas de hidrogénio e possui empresas nacionais a
trabalhar nesta área, como é o caso da SRE – Soluções Racionais de Energia.

As pilhas de combustível utilizam um processo electroquímico de produção de energia eléctrica a partir do


Hidrogénio, cujo subproduto é a água. A tecnologia das pilhas de combustível é relativamente simples e
modular. A potência que se retira depende da conjugação do número de células e da superfície das
mesmas.

Os grandes problemas da economia do Hidrogénio são de duas ordens: como obter o Hidrogénio e
como o transportar. O Hidrogénio é o elemento mais simples e mais abundante na natureza,
encontrando-se no estado gasoso, à temperatura ambiente, sendo por isso um material furtivo.
▪ A produção de Hidrogénio pode ser conseguida de várias formas: através de energias renováveis, da
reformação do Gás Natural ou a partir do subproduto resultante das futuras centrais nucleares de 4ª
geração.
▪ A logística do Hidrogénio, numa fase intercalar será provavelmente de “carriers” através de
bioetanóis; a prazo o hidrogénio poderá ser produzido por termólise (processo que utiliza
directamente a energia solar térmica para produção de hidrogénio e que exige temperaturas
elevadas de 600-700ºC) mas o armazenamento do hidrogénio exige pressões muito elevadas (de
700 bar), em nanocarbonos ou compósitos renováveis cujo custo energético é ainda muito elevado.

Os factores críticos de sucesso da pilha de combustível são: em geral - o preço do Hidrogénio, o preço
do kW produzido pela pilha/ gerador e a logística do Hidrogénio; por segmento - na produção estacionária
o tempo de vida da pilha (as actuais 6 000 horas são insuficientes) e no automóvel a maior autonomia.

A nível internacional os EUA é um dos países com maiores ambições para a economia do hidrogénio. O
plano Americano é de atingir um custo de 100 US$ / kW em 2015 (o que tornaria mais barata a utilização
da pilha de combustível no automóvel, comparativamente ao actual valor utilizando o motor de
combustão). No segmento automóvel a utilização de 1 litro de Gasolina equivale a cerca de 2,5 m3 de
Hidrogénio; actualmente (2006) a relação de preços é aproximadamente de 1 €/ l gasolina para 2-4 € /
2,5 m3 de hidrogénio; a tendência para 2010 é de subida do preço da gasolina e de descida do preço do
hidrogénio para cerca de 1-2 €, tornando a pilha concorrencial.

Existem boas oportunidades para a economia nacional. Vantagens em termos de: impacto positivo
na macroeconomia, autonomia energética, valorização das fontes renováveis, cadeias de valor abertas
(vantagem para a SRE, ou qualquer outra empresa que se queira instalar, na medida em que existem
vários produtos no mercado que permitem fazer um “assembling” próprio) e custo de entrada
relativamente reduzido.

O custo actual da electricidade da pilha de combustível produzida pela SRE é de cerca de 1 000 € / kW, o
que lhe permite a entrada no mercado, em nichos.

A potência máxima produzida pela SRE é de 200 W, mas está mais especializada em pilhas de
combustível PEM (Pilhas de Membranas Políméricas) de potências 5-10 W e 20-100 W para aplicações em
telemetria. A SRE tem como objectivos para 2010, atingir 10 milhões de € de vendas e a liderança do
mercado mundial de pequenas potências. A SRE lidera e participa também na iniciativa EDEN –
Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas, em consórcio com a Autosil, EDP, EEM, EFACEC,...,
financiada pelo PRIME).
Fonte: Notas tiradas no Seminário “Energia e Desenvolvimento Sustentável”, Associação de Amizade Portugal
/Estados Unidos da América, intervenção do Engº Campos Rodrigues, presidente da empresa portuguesa SRE,
13 de Dezembro de 2006.

Na Caixa 4.2.3.2 é apresentada uma visão de futuro para as energias renováveis,


baseada na Estratégia Nacional para a Energia e é feita uma enumeração do estado da
arte das tecnologias e áreas de investigação estratégica. No Quadro 4.2.3.1 sintetizam-se
algumas barreiras e oportunidades associadas à introdução das energias renováveis no

147
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

mercado e, no Quadro 4.2.3.2, apresentam-se os custos médios dos investimentos e


tarifas associadas.

CAIXA 4.2.3.2 – UMA VISÃO DE FUTURO PARA O USO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005, de 6 de Outubro)

“A política energética pode funcionar como uma alavanca da economia, pela capacidade de criar condições
concorrenciais favoráveis ao desenvolvimento de empresas modernas, eficientes e bem dimensionadas,
pelo seu efeito potencial na redução do preço dos factores, pela sua capacidade em gerar novo
investimento, pela oportunidade de poder suscitar o aparecimento de novos projectos industriais em áreas
com uma elevada componente tecnológica e, também, pelas oportunidades que cria para o
desenvolvimento de centros de competência nacionais.

Paralelamente, a política energética deve visar o bem-estar das populações e articular-se de modo estreito
com a política de ambiente, integrando a estratégia de desenvolvimento sustentável do País.”

[...] “A promoção da eficiência energética e das energias renováveis pode constituir também uma
importante contribuição para o crescimento da economia, ao gerar volumes significativos de investimento
e oportunidades à investigação. Estima-se que o volume de investimento em produção de energia eléctrica
a realizar até 2010 seja superior a 7 mil milhões de euros, cabendo a maior parte às energias renováveis.

As condições técnicas específicas da inserção, na rede de transporte e de distribuição, da energia eléctrica


com origem em fontes renováveis, assim como toda a fileira das actividades associadas à eficiência
energética, nomeadamente os serviços de energia, constituem, por outro lado, estímulos à inovação e ao
desenvolvimento tecnológico aplicados à energia por parte dos centros de I & D nacionais. O
desenvolvimento de uma indústria fornecedora de bens de equipamento e de serviços para as energias
renováveis, se for bem sucedido, poderá ser uma resposta às necessidades de crescimento e de
modernização do País e, bem assim, potenciar as exportações portuguesas, à semelhança do que já
aconteceu noutros países”.

Tecnologias Disponíveis / Áreas de Investigação Estratégica

A. Tecnologia maduras (1ª geração de ERs, desde finais séc. XIX )


1. Hídrica
2. Biomassa – Combustão
3. Geotérmica – Produção de electricidade e calor
B. Tecnologias já desenvolvidas, em melhoria (2ª geração de ERs, desde os anos 80)
1. Solar – Aquecimento e arrefecimento
2. Solar – Fotovoltaica
3. Eólica
4. Bioenergia – Novas formas
C. Tecnologias em desenvolvimento (3ª geração de ERs)
1. Solar – Concentradores de energia
2. Ondas e marés
3. Geotérmica – Sistemas melhorados
4. Bioenergia – Sistemas integrados

Fonte: Com base em Estratégia Nacional para a Energia, RCM 169/2005, de 6 de Outubro; e IEA/OECD,
Renewable Energy: RD&D Priorities. Insights from IEA Technology Programmes, Paris, 2006.

Será no entanto de ressalvar que, a produção de energia através de vias renováveis, não
é totalmente isenta de impactos ambientais, essencialmente devido à natureza dos
materiais utilizados e aos danos ecológicos associados 111.

111
Nota: Consultar por exemplo Antunes, P., Santos, R., Martinho, S., Lobo, G., Estudo sobre Sector Eléctrico
e Ambiente. Relatório Síntese, ERSE, FCT/UNL/ Centro de Economia Ecológica e gestão do Ambiente, 2003
(Tabela 1 - Síntese dos impactes ambientais do sector eléctrico, pág.7).

148
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.3.2 – BARREIRAS E OPORTUNIDADES À INTRODUÇÃO DE ERS NO MERCADO

Barreiras Oportunidades

▪ Flutuações diurnas ou sazonais, ▪ Desenvolvimento de tecnologias de


Tecnológicas nalguns casos; armazenagem de ERs (maior
▪ Intermitência, nalguns casos flexibilidade e fiabilidade);
▪ Melhorias na gestão de redes de
▪ Armazenagem de ERs ainda com
electricidade e calor
custos elevados, pouco flexível e
pouco fiável; ▪ Tendência de aumento do investimento
do sector privado em ERs de 1ª e 2ª
▪ Assistência técnica débil em
geração: hídrica, eólica, fotovoltaica e
tecnologias de ERs emergentes;
bioenergia;
Económicas ▪ Infra-estrururas de apio pouco
▪ Avanços nas tecnologias de
desenvolvidas para as tecnologias
demonstração e introdução no
emergentes;
mercado, de: concentradores de
▪ Integração das ERs nas redes energia solar, energia das ondas e
eléctricas e de calor. marés e novas tecnologias de
bioenergia.
Fonte: Com base em IEA/OECD, Renewable Energy: RD&D Priorities. Insights from IEA Technology
Programmes, Paris, 2006.

QUADRO 4.2.3.3 – IDENTIFICAÇÃO DE ALGUNS CUSTOS MÉDIOS DOS INVESTIMENTOS E TARIFAS ASSOCIADAS
Tarifa média
Custos médios Custos de Incentivos ao Incentivos ao
DL 33-
Tecnologias de investimento O&M Investimento Investimento
A/2005
(€/kW) (k€/MWh) (actual QCA) (futuro QCA)
(€/MWh)
Energias Renováveis
Centrais Hídricas (< 10MW) 1 500 11 75 Sim Sim
Centrais Eólicas 1 000 15 74 Sim Não
Centrais de Biomassa Florestal 2 100 72 110 Sim Sim
Centrais de RSU 4 500 10 75 Sim Não
Centrais de Biogás de aterro 3 100 34 102 Sim Não
Centrais Fotovoltaicas (> 5 kW) 4 500 12 310 Sim Sim
Centrais Fotovoltaicas (< 5 kW) > 5 000 12 450 Sim Sim
Centrais Térmicas Eléctricas 2 000 – 2 500 n.d. n.d. Não Sim
Centrais de Ondas n.d. n.d. n.d. Não Sim
Fonte: Correia Bernardo, J.P., O aproveitamento das fontes de energia renovável em Portugal, VI Jornadas do
Ambiente 2005, DGGE, Outubro 2005, disponível no site www.dgge.pt

Floresta e Biomassa

Portugal é um dos países da UE com maior percentagem de área de floresta, embora nos
últimos anos os incêndios repetidos tenham contribuído para a sua redução considerável.
A Estratégia Nacional para as Florestas 112 refere que a “produção económica anual da
floresta portuguesa é avaliada em € 1,2 mil milhões, estimativa que considera os
produtos tradicionais (a madeira, a cortiça e a resina) assim como os frutos, cogumelos,
plantas aromáticas, silvipastorícia, caça, recreio e paisagem, protecção do solo e dos
recursos hídricos, biodiversidade, e outros valores ambientais como o sequestro de
carbono”.

Na Caixa 4.2.3.3 é apresentada uma visão de futuro para o sector das florestas e são
referidas algumas áreas de investigação estratégica, a nível internacional.

112
DGRF, Estratégia Nacional para as Florestas – Documento Final (2006)

149
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.3.3 – UMA VISÃO DE FUTURO PARA O SECTOR DAS FLORESTAS

“Visão 2030

O sector europeu baseado na floresta assume um papel chave numa sociedade sustentável.

Engloba uma indústria competitiva e baseada no conhecimento, que acolhe o uso extensivo dos recursos
renováveis da floresta.

Esforça-se por assegurar um contributo à sociedade no contexto de uma economia Europeia baseada no
uso da natureza, liderada pelo consumidor e globalmente competitiva.

Sustentabilidade, desenvolvimento e fabrico de produtos inovadores, uso múltiplo da floresta,


biodiversidade, produção de bio-energias e eficiência energética – ao abordar estas áreas e outras, a
Agenda de Investigação Estratégica é claramente um feito ambicioso”.

Áreas de Investigação Estratégica

Fonte: Tradução livre e quadro de FTP - Forest-Based Sector Technology Platform, A Strategic Research
Agenda for Innovation, Competitiveness and Quality of Life, Brussels, 31 January, 2006.

A floresta constitui uma das alternativas mais viáveis para o desenvolvimento de


sumidouros naturais de CO2, através de um aumento do crescimento de árvores. Essa
dinamização pode incluir a redução da desflorestação, a florestação de zonas nunca
florestadas e a reflorestação de áreas, designadamente áreas ardidas. A florestação, além

150
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

de permitir criar sumidouros de CO2, permite gerar recursos endógenos de biomassa para
um conjunto diversificado de actividades económicas, ligadas à energia, ao
desenvolvimento rural e ao eco-turismo. Segundo um estudo recente da BCSD
Portugal 113 “ Em Portugal cerca de 2 milhões de hectares de terrenos improdutivos
podem ser florestados, com importantes benefícios económicos e ambientais”.

A mais longo prazo, o desenvolvimento de tecnologias de sequestração/fixação de CO2,


com destaque para a captura e armazenagem de CO2, poderá igualmente vir a contribuir
para uma economia mais descarbonizada (Caixa 4.2.3.4).

CAIXA 4.2.3.4 – SEQUESTRAÇÃO/FIXAÇÃO DE CO2

Áreas de Investigação Estratégica

Captura e armazenagem de CO2

▪ Tecnologias diversas de separação de CO2 dos gases de saída dos processos de combustão, para
armazenamento a longo prazo; o armazenamento implica grandes reservatórios, por ex. depósitos
de sal-gema, minas de carvão, campos de petróleo ou de gás abandonados, aquíferos profundos, ou
no fundo do oceano.
▪ Armazenamento de CO2 em sedimentos oceânicos profundos – tecnologia em investigação pelos
norte americanos, que permitirá a injecção de CO2 puro em sedimentos marinhos a várias centenas
de metros do solo, em profundidades oceânicas superiores a 3 000 m; a combinação de baixas
temperaturas com a elevada pressão permitirá transformar o CO2 gasoso num líquido mais denso
do que a água do mar, prevenindo assim a possibilidade de fuga e um método seguro de
armazenagem a longo prazo.

Fonte: Com base em BCSD Portugal, ISR-Dep. De Eng. Electrotécnica e de Computadores da Universidade
de Coimbra, Manual de Boas Práticas de Eficiência Energética. Implementar o Desenvolvimento Sustentável
nas Empresas, Novembro 2005 e CE/DG Environment, Science for Environment Policy, Out 2006.

Mar e Oceano

A Estratégia Nacional para o Mar, publicada em Dezembro de 2006, delineia oito


estratégias para um melhor aproveitamento do mar de forma sustentável. Entre elas
realça-se a promoção de Portugal como um centro de excelência de investigação das
ciências do mar da Europa, o planeamento e ordenamento espacial das actividades e a
protecção e recuperação dos ecossistemas marinhos e fomento da economia do mar.

Tal como referido na Estratégia “Portugal dispõe de uma das maiores Zonas Económicas
Exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1.700.000 Km2, o que corresponde a cerca de
18 vezes a sua área terrestre. Existe, ainda, a possibilidade de vir a contar com espaços
marítimos sob sua soberania ou jurisdição que poderão exceder, em muito, a actual área
da ZEE. O trabalho que a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental
está a realizar irá determinar os espaços a reclamar por Portugal, para além das 200
milhas náuticas, no âmbito de uma proposta a ser apresentada até Maio de 2009 à
Comissão de Limites da Plataforma Continental, criada no âmbito da Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar. As regiões autónomas da Madeira e dos Açores
assumem aqui um papel de destaque, pelo seu posicionamento central nos espaços
marítimos sob soberania ou jurisdição nacional.”

113
BCSD Portugal; ISR- Dep. de Eng. Electrotécnica e de Computadores da Univ. de Coimbra, Manual de Boas
Práticas de Eficiência Energética. Implementar o Desenvolvimento Sustentável nas Empresas; Novembro de
2005

151
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Esta condição nacional é ímpar para a dinamização de uma série de actividades, tanto
tradicionais - actividade pesqueira e turismo nas orlas costeiras – como altamente
inovadoras - exploração sustentada de recursos energéticos, desde a exploração e
prospecção de hidrocarbonetos offshore (Caixa 4.2.3.5), à investigação de novos
materiais, investigação nas áreas da biologia e da geologia marinhas.

CAIXA 4.2.3.5 – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR FRUTOS, NAS ÁREAS DA

PESQUISA E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E DA I&D MARINHA?

Pesquisa de Petróleo

A actividade de pesquisa de petróleo iniciou-se em Portugal no início do século XX, incidindo na pesquisa
onshore. No início da década de 70 foram atribuídas concessões no offshore, algumas das quais no deep-
offshore. Nos anos 90 foi criada uma base de dados georeferenciada. Ao longo de todo o séc. XX,
sobretudo a partir da década de 60, várias companhias operaram em Portugal no offshore e no onshore.

No período de 2000 a 2005 a empresa norueguesa TGS-NOPEC adquiriu 23 000 kms de linhas sísmicas,
tendo sido reprocessados 4 130 kms. O consurso público em 2002, para o deep-offshore resultou na
adjudicação em 2005, dos blocos 13 e 14, situados na costa algarvia, ao consórcio Repsol-RWE. Várias
outras companhias operaram neste período na costa portuguesa: a Mohave (no onshore e offshore), a
Taurus e a Repsol.

O conhecimento geológico tem evoluído constantemente e no estado actual do conhecimento considera-


se existir alguma probabilidade de descobertas com viabilidade económica na costa portuguesa,
designadamente por: identificação de diversas rochas-mãe e rochas reservatório (incluindo de natureza
recifal); identificação de analogia entre as bacias de deep-offshore Norte e as bacias offshore Leste do
Canadá, a bacia do Alentejo e as bacias do offshore Oeste de África e a bacia do Algarve e a bacia de
Cadiz.
Fonte: Com base em DPEP – Divisão para a Pesquisa e Exploração de Petróleo da DGGE; site
www.dgge.pt/dpep

Plataformas de Aquisição de Dados Marinhos


A Marinha Portuguesa tem ao seu serviço dois navios de investigação para as zonas costeiras e dois para
as zonas oceânicas. Os dois últimos – o NRP “D. Carlos I” e o NRP “Gago Coutinho”, foram adquiridos aos
EUA para serem converidos em navios hidrográficos. O “D. Carlos I” já foi reconvertido e encontra-se
actualmente empenhado nos trabalhos do estudo para a proposta de extensão da plataforma continental
portuguesa. A conversão do “Gago Coutinho” está em curso, estando prevista a sua conclusão em 2007.

“Apesar da designação tradicional de navios hidrográficos, estas plataformas têm capacidade de, para
além da hidrografia, realizar trabalhos no âmbito da oceanografio física, química, biologia marinha e
geologia marinha”.
Nota: NRP – Navio da República Portuguesa
Fonte: Revista Ingenium, Ordem dos Engenheiros, Nº 93, Maio/Junho 2006

Na Caixa 4.2.3.6 é apresentada uma visão de futuro para os mares e oceanos, baseada
no Livro Verde Rumo a uma Política Marítima para a União: uma visão Europeia para os
Oceanos e os Mares.

Dada a extensão da costa nacional, Portugal poderá ter um papel interventor na


preservação do Oceano Atlântico, bem como na do Mar Mediterrânico, já que está
igualmente prevista a adopção da Estratégia Mediterrânica para o Desenvolvimento
sustentável 2020 114 e do respectivo Plano de Acção Mediterrânico, que têm como

114
Consultar CE, COM(2006) 475 final, de 5.9.2006, Estabelecimento de uma estratégia de ambiente para o
Mediterrâneo.

152
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

objectivo principal a despoluição do Mar Mediterrâneo, identificando e atacando as fontes


de poluição, até 2020.

Poderá contribuir também para o reforço do papel de Portugal nesta área, a instalação da
sede da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA – European Maritime Safety
Agency) em Lisboa, ocorrida em Setembro de 2006.
CAIXA 4.2.3.6 – UMA VISÃO DE FUTURO PARA OS MARES E OCEANOS

“How inappropriate to call this planet Earth when it is quite clearly Ocean”
citação atribuída a Arthur C. Clarke
Visão Europeia
“Conceber uma política marítima abraçada por todos os europeus, com o objectivo de desenvolver uma
economia marítima próspera, de forma ambientalmente sustentável. Tal política deve ser suportada na
excelência em I&D, tecnologia e inovação marítima”.
“A UE é a potência marítima líder a nível mundial, em particular no que respeita à navegação, tecnologia naval,
turismo costeiro, energia de offshore, incluíndo renováveis, e serviços auxiliares. De acordo com um estudo
prospectivo da Irish Marine Institute, os sectores com maior potencial de crescimento parecem ser a navegação
de cruzeiros, portos, aquacultura, energias renováveis, telecomunicações submarinas e biotecnologia marítima.”

Blue Biotechnology
“A “biotecnologia azul” refere-se a novos produtos que podem ser obtidos através da exploração da rica
biodiversidade marinha do planeta. Oferece um vasto potencial de longo prazo, estimando-se que, 80% dos
organismos vivos mundiais, são encontrados em ecossistemas aquáticos. A biotecnologia marinha contribuirá
para muitos sectores industriais, desde a aquacultura aos cuidados de saúde e da cosmética aos produtos
alimentares.”
“À semelhança dos “ fundos de investimento verdes” a UE poderia estabelecer “fundos de investimentos azuis”
para mobilizar capitais de risco adicionais para eco-inovações, tecnologias ambientais e biotecnologias ligadas
aos oceanos”.
Áreas de Interesse/Investigação Estratégica
1. Os mares e oceanos geram receitas através do turismo;
2. O mar tem um papel importante na competitividade, sustentabilidade e segurança de abastecimento de
energia;
3. Os mares e oceanos oferecem inúmeras potencialidades de desenvolvimento tecnológico:
Exploração de hidrocarbonetos no offshore;
Energias renováveis marinhas;
Operações deep-sea;
Investigação oceanográfica;
Veículos e robôs submarinos;
Engenharia costeira;
Investigação de novos materiais;
Absorção de CO2
4. Os mares serão uma fonte ainda mais importante para a satisfação das necessidades alimentares da
humanidade, também através de novas áreas de desenvolvimento tecnológico:
I&D em tecnologia de aquacultura offshore;
Processamento, embalagem, transporte e marketing de peixe;
5. Os mares e oceanos apresentam boas potencialidades ligadas, não só às necessidades alimentares, como
aos transportes e ao lazer:
Estaleiros, indústria de equipamento de pesca, abastecimento e manutenção de navios.
Fonte: Tradução livre de CE, Livro Verde Rumo a uma Política Marítima para a União: a visão Europeia para
os Oceanos e os Mares, 2006 (Nota: documento em consulta pública de 7 de Junho de 2006 a 30 de Junho
de 2007).

A análise detalhada das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos
nas actividades consideradas, bem como a análise exploratória de algumas tecnologias
energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto alargado de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua
dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.3.4.

153
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.3.4 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES LIGADAS
À UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PRIMÁRIOS ENERGÉTICOS E NÃO ENERGÉTICOS

Grupo 3 - Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não-energéticos


(Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)

Actividades Desafios Oportunidades

Actividades ligadas ao uso da ▪ Mercados onde Portugal tem ▪ Exportação em articulação com
terra: projecção externa e saldos outros produtos nacionais de
- Biomassa e Floresta comerciais positivos, que qualidade
deverá manter e aumentar ▪ Nichos de mercado de produtos
- Indústria da Madeira e
Cortiça ▪ Qualidade e inovação de inovadores, com elevada
produto qualidade e design diferenciador
- Indústria Extractiva
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Criação de “nichos verdes” de
- Rochas Ornamentais
▪ Reaproveitamento dos inovação sustentável em torno da
resíduos sólidos floresta?
▪ Produção de energia da ▪ Desenvolvimento da floresta para
biomassa sequestro de carbono
▪ Sequestação de CO2 ▪ I&D em processos de
sequestração de carbono
▪ Certificação ambiental
▪ Desenvolvimento de equipamento
▪ ...
de corte específico para o sector
das rochas ornamentais
▪ ...

Actividades ligadas ao mar e ▪ Exploração do potencial ▪ Manutenção e captação do


oceano marítimo interesse de novas empresas
- Pesca ▪ Afirmação de Portugal como estrangeiras com know-how e
um país com uma grande capacidade financeira na pesquisa
- Pesquisa e Exploração de
vertente marítima e exploração de petróleo
Petróleo
▪ Desenvolvimento e ▪ Desenvolvimento de centros de
- Actividades de I&D em
afirmação de competências excelência de I&D em biologia e
biologia e geologia marinha
de I&D geologia marinha

▪ ... ▪ Forte ligação a redes europeias e


captação de projectos para
Portugal
▪ Criação de “nichos verdes” de
inovação sustentável em torno do
mar?
▪ Desenvolvimento da indústria
naval
▪ ...

154
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 (continuação) - Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não-


energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do Mar e
Oceano)

Actividades Desafios Oportunidades


Energias Renováveis ▪ Diversificação das fontes de ▪ Desenvolvimento do “cluster” de
abastecimento energético, energia eólica, com a produção
relativamente aos associada de equipamento de
combustíveis fósseis e elevada intensidade tecnológica,
redução da factura com possibilidade de exportação
energética /Criação de eco-parques
▪ Desenvolvimento de uma industriais associados?
indústria nacional de ▪ Desenvolvimento do “cluster” de
equipamentos diversos, energia solar, com a produção
associada à produção de associada de equipamento de
energias renováveis elevada intensidade tecnológica,
maduras com possibilidade de exportação
▪ I&D em energias renováveis /Criação de eco-parques
em fase de industriais?
desenvolvimento ▪ Desenvolvimento do “cluster” de
▪ Contribuir fortemente para energia das ondas, com a
o cumprimento dos produção associada de
compromissos assumidos equipamento de elevada
no âmbito do Protocolo de intensidade tecnológica, com
Quioto possibilidade de exportação
/Criação de eco-parques
industriais associados?
▪ Aproveitamento da biomassa
florestal, promoção da co-geração
e prevenção aos incêndios
▪ Criação de “nichos verdes” de
inovação sustentável em torno da
floresta / biomassa florestal?
▪ Desenvolvimento de centros de
excelência de I&D em várias
áreas das energias renováveis,
especialmente as ligadas à
utilização da energia solar e das
ondas
▪ Criação de “nichos verdes” de
inovação sustentável em torno
das ondas e do solar?
▪ ...

155
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.4. As infra-estruturas básicas de ambiente e a construção sustentável,


motores importantes da economia?

No Grupo 4, incluiu-se um conjunto de actividades industriais transversais em sentido


lato, que engloba o sector da construção, e serviços associados, designadamente as
actividades imobiliárias. Este agrupamento de actividades, em cujo centro está o sector
da construção, associado às actividades de fabrico de máquinas e equipamentos,
eléctricos e não eléctricos e produtos metálicos, constitui não só um motor para o
desenvolvimento das infra-estruturas básicas ligadas ao ambiente e ao tratamento de
efluentes, como oferece potencialidades de novos desenvolvimentos na área da
construção de edifícios inteligentes.

FIGURA 4.2.4.1

Reciclagem
Reutilização Edifícios
Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento
e Gestão
de Resíduos

Construção

Metalo-electro- Imobiliárias
mecânicas

Em 2004, este Grupo de actividades foi responsável por 6,4% do consumo final de
energia. As estatísticas disponíveis de emissões de gases poluentes, não permitem isolar
as emissões correspondentes a este Grupo de actividades.

As actividades do Grupo 4 têm uma contribuição significativa para a produção de


resíduos industriais perigosos (RIP), tendo contribuído, em 2001, com 19,3% da
produção total destes resíduos, essencialmente provenientes das actividades da indústria
metalo-electro-mecânica. Algumas actividades do Grupo começam, no entanto, a
contribuir para a gestão dos resíduos, através de reciclagem e valorização,
designadamente de resíduos da construção (demolições) e de máquinas e equipamentos
eléctricos e não eléctricos, embora ainda não existam dados estatísticos disponíveis.

Este Grupo tem um peso significativo no VAB e no emprego nacionais, representando, em


2005, 15,0% e 12,1%, respectivamente. Engloba actividades de reciclagem, captação,
tratamento e distribuição de água, construção e actividades imobiliárias, menos sujeitas
aos mercados externos, e as actividades metalo-electro-mecânicas, mais expostas à

156
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

concorrência internacional. Em 2004, representou 13,7% das exportações totais de bens


nacionais e 3,1% das exportações de serviços, totalizando 10,7% do total das
exportações de bens e serviços. As trocas comerciais são no entanto deficitárias em todas
as actividades produtoras de bens, mas são positivas nos serviços da construção. As
actividades de fabricação de produtos metálicos e de fabricação de máquinas e
equipamentos (designadamente moldes) têm vindo a ganhar quota de mercado mundial.

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram em média 0,2% do VAB, com
destaque para a actividade de fabricação de máquinas e equipamentos que atingiu os
4,0%. Os recursos humanos em I&D contribuíram, em média, para 0,1% do emprego do
Grupo, atingindo, a actividade de fabricação de máquinas e equipamentos, 1,5%.

No Quadro 4.2.4.1 sintetizam-se a seguir as principais características deste conjunto de


actividades, que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

Note-se que os dados apresentados no Quadro 4.2.4.1, referentes ao peso do consumo


de energia final do conjunto das actividades deste Grupo, na economia, traduzem apenas
os consumos das actividades produtivas. Os consumos de energia final que podem ser
associados aos edifícios (residenciais e de serviços) representaram, em 2004, 29% do
total do consumo de energia final, dos quais 16,1% no sector doméstico e 12,9% no
sector serviços. Os consumos energéticos nos edifícios têm um peso grande em toda a
Europa, com as consequentes implicações, em termos de emissões de gases poluentes,
sendo por isso uma das áreas onde existem preocupações crescentes de melhoria da
eficiência energética.

Este Grupo abrange empresas que têm necessidade de cumprimento de legislação


específica sobre os recursos hídricos, reciclagem e valorização de resíduos e eficiência
energética, nomeadamente no que respeita à construção de edifícios e sua futura
utilização. As políticas ambientais, bem como os principais actores deste Grupo, podem
ser consultados no Anexos E e F.

O Grupo 4, engloba um conjunto de actividades de apoio (reciclagem, tratamento de


água e efluentes, metalo-electro-mecânicas, construção sustentável e imobiliário), que
podem sofrer efeitos de arrastamento pelo dinamismo das actividades de grupos a
montante, já abordados, bem como por actividades de consumo final, a juzante. Por
outro lado, as actividades do Grupo podem também contribuir para impulsionar a
economia, dada a sua transversalidade, o seu peso económico e as inovações necessárias
para fazer face às novas dinâmicas ambientais e de desenvolvimento do território.

157
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.4.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURAS BÁSICAS DE


AMBIENTE, ACTIVIDADES INDUSTRIAIS TRANSVERSAIS E SERVIÇOS ASSOCIADOS

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 4 – Infra-Estruturas Básicas de Ambiente e Construção Sustentável

Fortes produtores de resíduos


Os principais desafios referem-se à energia e ambiente
Oportunidades de desenvolvimento em áreas ligadas ao tratamento, valorização e
reciclagem de resíduos
Oportunidades de inovação na construção de edifícios

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 15,0
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 12,1
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 1,5
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) 1,3
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 0,2

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 6,4
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 3,5
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) 1,5
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 -
SOx -
NOx -
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) -
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 1,5
RIP 19,3
Gestão de resíduos (2003):
Taxa de reciclagem e valorização de resíduos da construção -
Taxa de reciclagem e valorização de resíduos de equipamento eléctrico -
Taxa de reciclagem e valorização de resíduos de máquinas e equipamentos -
Taxa de reciclagem e valorização de resíduos de produtos metálicos -

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 13,7
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Serviços da Economia 3,1
(2005)
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~10,7
Economia (2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 6,5
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Serviços (1996-2005) 7,0
Quota de mercado mundial (2004) 0,4
Saldo Comercial (2004/05) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,1
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 3,9
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,2
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 11,6

158
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Referem-se a seguir algumas oportunidades tecnológicas e visões de futuro, para o


desenvolvimento de actividades neste Grupo.

Construção Sustentável

O Livro verde para a eficiência energética, lançado pela Comissão Europeia em 2005,
refere um potencial de redução do consumo de energia final na Europa, de 20%, em
2020, considerando que 10% poderão ser alcançados através de poupanças de energia
nos edifícios, nos electrodomésticos, na produção de calor e no sector dos transportes
(Caixa 4.2.4.1).

CAIXA 4.2.4.1 – LIVRO VERDE SOBRE A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


CONSUMO EFICIENTE DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS

O Livro verde para a eficiência energética, lançado pela Comissão Europeia em Junho de 2005, pretende
lançar pistas para a elaboração de um futuro Plano de acção com ideias renovadas no domínio da
eficiência energética.

No domínio dos Edifícios considera as seguintes medidas específicas:

▪ Aplicação da Directiva relativa ao desempenho energético dos edifícios (2002/91/CE) a partir de


2006 (estima-se que permita um ganho de cerca de 40 Mtep até 2020). Foi desenvolvida uma
metodologia integrada de cálculo do desempenho energético dos edifícios que os EMs
deverão aplicar numa base voluntária. Na ausência dessa aplicação será considerada a possibilidade
de normas vinculativas numa futura versão alterada da directiva.

▪ Exigência, no âmbito da Directiva, de certificação do desempenho energético dos edifícios de


mais de 50 m2 quando estes são construídos, vendidos ou alugados, que devem ser acompanhados
de recomendações para melhorar, de forma rentável, o desempenho energético do edifício.

▪ Um estudo do Ecofys (2005), Cost effective retrofit in buildings, conclui que o potencial técnico desta
directiva poderia ser enorme se as suas regras se aplicassem a todas as renovações (actualmente a
Directiva apenas se aplica aos edifícios em renovação de mais de 1 000 m2). O estudo refere ainda
que, em termos económicos, a maior oportunidade reside na combinação de medidas para
melhorar a eficiência energética com medidas de remodelação.

▪ Aplicação do programa europeu Green Light, para promoção da utilização e desenvolvimento de


sistemas de iluminação mais modernos e inteligentes.

No domínio dos Aparelhos Electrodomésticos considera as seguintes medidas específicas:

▪ Rotulagem sobre eficiência energética de uma série de aparelhos electrodomésticos (em vigor
desde 1992). A Comissão irá aumentar o número de aparelhos cobertos.

▪ Aplicação da Directiva recentemente adoptada sobre concepção ecológica, que propõe uma nova
abordagem, estabelecendo requisitos de concepção ecológica aplicáveis a aparelhos
electrodomésticos.

Estabelecer requisitos em matéria de eficiência energética para uma gama de aparelhos e aplicações
como, por exemplo, o controlo em modo de vigília das luzes, do aquecimento e arrefecimento e
dos motores eléctricos.

Fonte: CE, Fazer Mais com Menos, Livro verde sobre Eficiência Energética, 2005

A Directiva do desempenho energético dos edifícios da Comissão Europeia originou a


publicação de legislação nacional recente, nesta área (Caixa 4.2.4.2). Os sectores da

159
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

construção e da produção de equipamentos de consumo doméstico, designadamente


electrodomésticos poderão, assim, ver emergir novas oportunidades de mercado. Além
disso, novas áreas de negócio irão surgir, associadas aos serviços energéticos, ao
urbanismo e aos gabinetes de arquitectura, designadamente de arquitectura solar
passiva.

CAIXA 4.2.4.2 – LEGISLAÇÃO NACIONAL RELATIVA AO CONSUMO EFICIENTE DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS

Sistema Nacional de Certificação Energética


e da Qualidade do Ar Interior dos Edifícios (SCE)
(DL 78/2006, 4 de Abril)

Objectivo: Certificar o desempenho energético e identificar as medidas correctivas ou de melhoria


aplicáveis aos edifícios.

Âmbito: Aplica-se aos novos edifícios e aos existentes, sujeitos a grandes intervenções de reabilitação
(nestes, os certificados e declarações de conformidade regulamentar passam a ser exigidos a partir de
2007). Os edifícios de serviços existentes, ficam sujeitos a auditorias periódicas. Os certificados e
declarações de conformidade regulamentar passam a ser exigidos, aquando das transacções ou alugueres
de qualquer edifício, a partir de 2009.

Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE)


(DL 80/2006, 4 de Abril)

Objectivo: Estabelecer as regras a observar no projecto de todos os edifícios de habitação e de serviços


sem sistemas de climatização centralizados, de forma a garantir que o conforto térmico através de
aquecimento e arrefecimento, bem como as necessidades de água quente sanitária, possam vir a ser
satisfeitos, sem dispêndio excessivo de energia. O regulamento define os índices e parâmetros
fundamentais para a sua aplicação, bem como os requisitos mínimos de qualidade térmica. Passará a ser
obrigatória a instalação de colectores solares térmicos, para aquecimento de água sanitária, nos edifícios
abrangidos pelo regulamento, em determinadas condições, ou utilizadas outras formas renováveis de
energia.

Âmbito: Aplica-se a cada uma das fracções autónomas de todos os novos edifícios de habitação e de
todos os novos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados.

Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização de Edifícios (RSECE)


(DL 79/2006, 4 de Abril)

Objectivo: Estabelecer as condições a observar nos projectos de novos sistemas de climatização, em


termos de conforto térmico e de qualidade do ar interior, de concepção, da instalação e das condições de
manutenção, bem como a observância dos princípios da utilização racional de energia, de materiais e
tecnologias adequadas. São fixados limites máximos de consumo de energia, nos grandes edifícios de
serviços existentes, e as condições de manutenção.

Âmbito: Aplica-se todos os edifícios ou fracções autónomas não residenciais existentes, com
determinadas características, ao licenciamento dos novos edifícios ou fracções não residenciais e no
licenciamento de edifícios ou fracções residenciais com sistemas de climatização.

Fonte: Com base na legislação e em Santo, F., A Nova Regulamentação da Certificação Energética de
Edifícios, in Revista Ingenium, Ordem dos Engenheiros, Nº 93, Maio/Junho 2006; Maldonado, E., Certificação
Energética e Ambiental de Edifícios, in Revista Ingenium, Ordem dos Engenheiros, Nº 94, Julho/Agosto 2006.

Muitas tecnologias ambientais do sector da construção são de utilização relativamente


simples necessitando todavia de maior sensibilização e formação aos agentes do sector
da construção (Caixa 4.2.4.3).

160
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.4.3 – TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO SECTOR DA CONSTRUÇÃO

Tecnologias Disponíveis

“Importância da sensibilização e formação: o exemplo do sector da construção

Muitas tecnologias ambientais no sector da construção (por exemplo, vidros de janelas) oferecem
possibilidades de redução do consumo de matérias-primas, promovendo a reutilização e reciclagem de
resíduos de construção e demolição e valorizando a eficiência energética. Este aspecto é importante
devido ao facto de cerca de 25% das emissões de CO2 serem provenientes das habitações, pelo que
estas tecnologias podiam ter um impacto considerável na eficiência do sector, especialmente em zonas
urbanas. Todavia, muitas das tecnologias de ponta comercializadas são ainda pouco utilizadas devido à
falta de sensibilização dos decisores-chave (por exemplo, arquitectos). Por conseguinte, um melhor
acesso a informações-chave sobre as tecnologias ambientais, por exemplo através da formação contínua,
poderia melhorar o desempenho ambiental do sector.”

Fonte: CE, COM (2004) 38 final, Promoção de Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável: Plano de
Acção sobre Tecnologias Ambientais da União Europeia, Bruxelas, 28.01.2000.

A dinamização de projectos de reabilitação urbana, de que são exemplos, em Lisboa, a


reabilitação das zona das Baixa-Chiado, Lisboa Ocidental (Belém, Ajuda e Alcântara) e
Lisboa Oriental (Beato, Marvila, Santa Maria dos Olivais e São João) e noutras áreas do
país vários programas de intervenção associados ao projecto Polis, constitui uma boa
oportunidade para o desenvolvimento de projectos energeticamente eficientes e
inovadores.

Água – Reciclagem e Reutilização

Também ao nível dos usos da água se deverá ter cada vez mais em atenção a sua
eficiente utilização, constituindo um desafio, o desenvolvimento e uso de tecnologias
inovadoras (Caixa 4.2.4.4).

CAIXA 4.2.4.4 – UMA VISÃO DE FUTURO PARA O USO DA ÁGUA

“A reutilização da água cumpre normalmente duas funções fundamentais: o efluente tratado é utilizado
como uma fonte de água para usos benéficos e o efluente é mantido fora dos cursos de água, lagos ou
praias, reduzindo assim a poluição das águas superficiais e subterrâneas. A acrescer aos benefícios
económicos originados pela reutilização da água, a reciclagem permite a recuperação de substâncias
valorizáveis e do calor, num processo de descarga zero”.

Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) / Áreas de Investigação Estratégica

A. Tecnologia de Membranas
1. Bioreactor de membranas
2. Micro, ultra e nano filtração
3. Osmose inversa
B. Processos de Desinfecção – tecnologias avançadas de oxidação
1. Ozono
2. Raios UV
3. PhotoFentonn

Fonte: Tradução livre de Urkiaga, A; De las Fuentes, L., Best Available Technologies for Water Reuse and
Recycling. Needed Steps to Obtain the General Implementation of Water Reuse, Fundación Gaiker, Parque
Tecnologico de Bizkaia, 2003.

O sector industrial tem sido pioneiro no uso eficiente da água, que deve ser alargado ao
agro-alimentar e ao uso doméstico. O equipamento de infraestruturas básicas de
tratamento de água e resíduos, poderá dinamizar o sector da construção.

161
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Resíduos

A recente legislação relativa à gestão de resíduos, aprovada em Setembro de 2006 115,


contempla a dinamização de um mercado de resíduos, que poderá englobar bolsas de
resíduos que dinamizem a economia, à semelhança do que tem sido feito noutros países.
Um mercado organizado de resíduos deverá estimular o encontro da oferta e procura
destes bens, a sua reutilização, reciclagem e valorização e, numa perspectiva mais
ambiciosa, poderá servir de base à investigação de novos materiais a partir da
combinação de resíduos diversos. Vários clusters tecnológicos poderão ser dinamizados
(Caixa 4.2.4.5).

CAIXA 4.2.4.5 – DINAMIZAÇÃO DE CLUSTERS TECNOLÓGICOS DE RESÍDUOS

“A promoção de novas tecnologias de reciclagem e valorização energética de resíduos pode constituir-se


como um forte driver de inovação em Portugal, potenciando o desenvolvimento de tecnologias de ponta
no nosso país, a atracção de investimento estrangeiro e a criação e implementação de novas empresas
de base tecnológica”
Exemplos de sectores e clusters tecnológicos relevantes para a prossecução das metas
relativas aos resíduos

Fonte: Ferrão, P., Conceição, P., Baptista, R. et al., Inovação, Empreendedorismo e Desenvolvimento: O que
podemos aprender da Investigação para a Formação de Políticas Públicas nas Áreas da Ciência, Inovação,
Crescimento Económico e Desenvolvimento Sustentável – Preparar Portugal para um Novo Ciclo de Fundos
Estruturais 2007-2013, IST, IN+, Observatório do QCA III, Agosto 2000

115
Regime Geral de Gestão de Resíduos (Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro)

162
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A análise detalhada das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos
nas actividades consideradas, bem como a análise exploratória de algumas tecnologias
energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto alargado de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua
dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.4.2.

QUADRO 4.2.4.2 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS INFRA-ESTRUTURAS


BÁSICAS DE AMBIENTE, ACTIVIDADES INDUSTRIAIS TRANSVERSAIS E SERVIÇOS ASSOCIADOS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e Serviços


Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção, Metalomecânicas
Imobiliária)

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Adaptação da construção nova ▪ Desenvolvimento de soluções
às recentes iniciativas urbanísticas planificadas e
legislativas (eficiência e sustentáveis
certificação energética) ▪ Dinamização do mercado da
▪ Eco-design dos edifícios reabilitação urbana
▪ Novos materiais de construção ▪ Desenvolvimento de novas
com características térmicas actividades de serviços energéticos
mais eficientes (ligado ao Grupo 5)
▪ Arquitectura solar passiva ▪ Desenvolvimento de gabinetes de
(ligado ao Grupo 5) arquitectura focalizados na energia
▪ Equipamentos de climatização solar passiva (ligado ao Grupo 5)
com energias alternativas ▪ Desenvolvimento de actividades de
▪ Reaproveitamento de produção e fornecimento de
Construção
materiais provenientes da equipamentos de climatização
Edifícios Inteligentes
demolição eficientes e com oferta de energias
alternativas
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social ▪ Desenvolvimento de serviços de água
quente solar (ligado ao Grupo 5)
▪ ...
▪ Dinamização de actividades de
produção e instalação de painéis
solares
▪ I&D de novos produtos para a
construção (ligado ao Grupo 5)
▪ Exportação de produtos e serviços
inovadores para mercados muito
exigentes
▪ ...
▪ Mercado muito concorrencial ▪ Diversificação de produtos
▪ Qualidade e inovação de ▪ Desenvolvimento de produtos
produto inovadores
▪ Design ecológico dos produtos ▪ Exportação de produtos inovadores
▪ Patenteamento para mercados muito exigentes
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Inserção em redes de fornecedores
internacionais para subida na cadeia
▪ Fecho de ciclos materiais e
Metalo- de valor
energéticos
electromecânicas ▪ ...
/Reaproveitamento de
produtos em fim de vida útil
▪ Aplicação da política integrada
de produto
▪ Rotulagem de equipamentos
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social
▪ ...

163
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.4.2 (CONTINUAÇÃO) – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS INFRA-
ESTRUTURAS BÁSICAS DE AMBIENTE, ACTIVIDADES INDUSTRIAIS TRANSVERSAIS E SERVIÇOS ASSOCIADOS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e Serviços


Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção, Metalomecânicas
Imobiliária)

Actividades Desafios Oportunidades

▪ Dotar o país das infra- ▪ Desenvolvimento de actividades de


estruturas de tratamento de gestão de resíduos (recolha,
resíduos sólidos (RIB, RIP, reutilização, valorização, reciclagem)
RSU, RA...), aproveitando para ▪ Criação de clusters tecnológicos de
posicioná-lo na utilização das resíduos
MTD e tecnologias emergentes ▪ Desenvolvimento de uma bolsa de
▪ Aumentar as taxas de resíduos e de um sistema de
recuperação (reutilização, comercialização de resíduos /
reciclagem e valorização Aproveitamento futuro da base de
energética) de diversos fluxos de resíduos para a promoção
resíduos de simbioses industriais e criação de
Infra-estruturas
básicas de ambiente ▪ Melhorar os sistemas de eco-parques
recolha de resíduos ▪ I&D de novos materiais a partir de
▪ Melhorar os sistemas de resíduos
separação de resíduos ▪ Construção dos CIRVER
▪ Melhorar os tratamentos de ▪ Construção de ETARs e ETARIs
efluentes líquidos (Águas ▪ Instalação de equipamentos diversos
residuais urbanas, industriais e de despoluição (dessulfuração,
agrícolas) desnitrificação, despoeiramento...)
▪ Melhorar os tratamentos de ▪ Processos de tratamento de água,
efluentes gasosos incluindo dessalinização?
▪ ... ▪ ...

164
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.5. Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento


intensivo, importantes dinamizadores do futuro?

Grupo 5 agrega actividades transversais a FIGURA 4.2.5.1


que se designou de conhecimento, por
integrar actividades produtivas de apoio,
Serviços
de alta intensidade tecnológica e serviços de Engenharia
E Arquitectura
de conhecimento intensivo (Electrónica, I&D Robótica e
Automação
processos de controlo e robótica, serviços Ensaios e
Análises Técnicas
de informática, serviços de arquitectura, Electrónica

I&D e consultoria).

Trata-se de um conjunto de actividades


pouco consumidoras de energia e consequentemente pouco produtoras de emissões e
efluentes líquidos ou sólidos, mas que pode ter um papel fundamental na automação dos
processos de fabrico, na melhoria da qualidade dos produtos e no desenvolvimento de
novos processos e produtos contribuindo, assim, para a desmaterialização da economia.

As estatísticas de energia e de emissões de gases poluentes não permitem desagregar o


consumo de energia e a produção de emissões gasosas para este conjunto de actividades
particulares. Engloba actividades como o fabrico de material electrónico e instrumentos
de precisão que contribuíram, em 2001, com 0,2% para a produção de resíduos
industriais banais e 0,2% para a produção de resíduos industriais perigosos.

Em 2005, o Grupo 5 representou 3,5% do VAB da economia e 4,0% do emprego, estando


a ganhar peso, desde 1995. Engloba actividades sujeitas a forte exposição à concorrência
internacional atingindo, 8,6% das exportações totais de bens (2004), - das quais 6,0%
provenientes do sector de fabricação de equipamento e aparelhagem electrónica – e
15,6% das exportações totais de serviços (2005), representando cerca de 10,6% das
exportações nacionais de bens e serviços. As trocas comerciais são deficitárias em todas
as actividades produtivas deste Grupo mas, as actividades de fabricação de máquinas de
escritório e tratamento automático de informação e de fabricação de instrumentação e
aparelhagem de controlo, têm vindo a ganhar quota de mercado mundial. As actividades
de serviços prestados às empresas apresentaram saldo positivo em 2005 e as suas
exportações apresentaram uma taxa de crescimento médio anual significativa nos
últimos 10 anos.

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram, em média, 3,6% do VAB,


sendo um dos grupos que, em termos relativos, mais aposta na inovação e, onde,
nominalmente, se verificou dos maiores crescimentos médios anuais da despesa de I&D
no período 1995-2003. Os recursos humanos em I&D contribuíram, em média, para 1,5%
do emprego do Grupo.

Sintetizam-se a seguir as principais características deste conjunto de actividades (Quadro


4.2.5.1), que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

165
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.5.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES TRANSVERSAIS DE ALTA


INTENSIDADE TECNOLÓGICA E CONHECIMENTO INTENSIVO

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento intensivo

Pouco consumidores de energia e outros recursos


Forte exposição à concorrência internacional
Fortemente inovadores e fonte muito importante de inovação para outros sectores
Os principais desafios referem-se à inovação e à dinamização de mercados externos
Fortes contribuintes para uma economia mais desmaterializada

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 3,5
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 4,0
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 2,5
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) 4,0
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) -0,3

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) -
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004) :
CO2 -
SOx -
NOx -
Peso da Produção de Resíduos no total (2001) :
RIB 0,2
RIP 0,2

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 8,6
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Serviços da Economia 15,6
(2005)
~10,6
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da
Economia (2004/05) 10,2
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 14,9
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Serviços (1996-2005) 0,2
Quota de mercado mundial (2004) Negativo
Saldo Comercial (2004)

Dimensão da Inovação 1,5


23,5
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 3,6
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 20,8
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003)
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003)

As políticas ambientais, bem como os principais actores deste Grupo, podem ser
consultados nos Anexos E e F.

Este conjunto de actividades abrange um conjunto alargado de empresas e áreas de


actividades que vão desde as tecnologias de informação e comunicação ao
desenvolvimento de novos materiais utilizando por exemplo as nanotecnologias e as
biotecnologias (Caixa 4.2.5.1).

166
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.5.1 – TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NAS ACTIVIDADES TRANSVERSAIS DE CONHECIMENTO

Tecnologias Disponíveis

“As tecnologias ambientais são muito diversas: o exemplo das TIC

As tecnologias da informação e das comunicações são cada vez mais incorporadas em todas as
espécies de sistemas e processos. Esses sistemas de TIC incorporados já controlam actualmente
centrais eléctricas e motores de automóveis e fornecem a inteligência necessária para reduzir a
poluição ambiental e evitar o desperdício dos recursos naturais. Permitem também a introdução de
tecnologias inteiramente novas que têm um impacto favorável no ambiente tais como:
- controladores incorporados em rede maximizam a eficiência energética dos processos de produção
industriais e podem também minimizar a emissão de poluentes perigosos; e

- redes sensoras inteligentes instaladas em edifícios podem reduzir as necessidades de aquecimento


a um mínimo muito baixo.

Os sistemas darão também origem a novas aplicações, algumas das quais são actualmente difíceis de
prever.”

“Importância de intensificar a demonstração e difusão: o exemplo das “biotecnologias brancas”

As biotecnologias industriais (ou “brancas”) oferecem novas formas de melhorar o desempenho


ambiental dos processos industriais em vários sectores, incluindo indústrias tradicionais como as de
química, têxteis, curtumes e papel, e sectores de elevado valor, como o sector farmacêutico. Tais
aplicações (por exemplo, biomassa para energia/combustíveis e matérias-primas para a indústria,
biopolímeros, biocatálise e biorremediação) podem reduzir o consumo de matérias-primas e energia,
bem como permitir uma redução da poluição e um aumento da percentagem de resíduos recicláveis e
biodegradáveis. Este potencial tem sido demonstrado num número crescente de casos industriais, mas
é necessária uma maior demonstração e difusão.”

Fonte: CE, COM (2004) 38 final, Promoção de Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável: Plano de
Acção sobre Tecnologias Ambientais da União Europeia, Bruxelas, 28.01.2004.

A análise detalhada das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos
nas actividades consideradas, bem como a análise exploratória de algumas tecnologias
energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua dinamização em
Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.5.2.

167
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.5.2 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES


TRANSVERSAIS DE ALTA INTENSIDADE TECNOLÓGICA E CONHECIMENTO INTENSIVO

Grupo 5 - Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento intensivo


(Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática, Serviços de
Arquitectura, I&D e Consultoria)

Actividades Desafios Oportunidades

▪ I&D de novas tecnologias que ▪ Desenvolvimento de novas


permitam maior eco-eficiência actividades de start-ups em áreas
e desmaterialização da novas ligadas ao tratamento
economia ambiental e ao desenvolvimento de
▪ Dinamização de mercados de novos materiais (por ex: empresas
produtos e serviços ambientais de nanotecnologias e
biotecnologias)
▪ Dinamização de mercados de
produtos e serviços na área ▪ Dinamização dos mercados de
das TIC e automatismos automatismos e TIC ligados aos
processos de fabrico, para permitir
▪ Sensibilização ambiental e
maior eco-eficiência
energética
Serviços de ▪ Desenvolvimento de novas
Conhecimento ▪ Certificação ambiental e de
actividades de serviços energéticos
Intensivo responsabilidade social
(ligado ao Grupo 4)
(Serviços de
▪ ...
Informática, ▪ Desenvolvimento de gabinetes de
Arquitectura, Energia arquitectura focalizados na energia
e Ambiente, I&D, solar passiva (ligado ao Grupo 4) /
Consultoria...)
Criação de “nichos verdes” de
inovação sustentável ligados à
arquitectura solar passiva?
▪ Desenvolvimento de serviços de
água quente solar (ligado ao Grupo
4)
▪ Serviços de consultoria em eco-
eficiência
▪ Exportação de serviços inovadores
para mercados muito exigentes
▪ ...

▪ Mercado muito concorrencial ▪ Diversificação de produtos


▪ Qualidade e inovação de ▪ Desenvolvimento de produtos
produto inovadores
▪ Design ecológico dos produtos ▪ Exportação de produtos inovadores
▪ Patenteamento para mercados muito exigentes

▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Inserção em redes de fornecedores


Indústria de Alta internacionais para subida na cadeia
Intensidade ▪ Fecho de ciclos materiais e
de valor
Tecnológica energéticos /
(Electrónica, processos Reaproveitamento de produtos ▪ ...
de controlo e em fim de vida útil
robótica...)
▪ Aplicação da política integrada
de produto
▪ Rotulagem de equipamentos
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social
▪ ...

168
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.6. Novos conceitos de mobilidade

O Grupo 6 abrange as actividades ligadas aos FIGURA 4.2.6.1


transportes, desde a produção dos equipamentos à
sua utilização e organização (Automóvel, aeronáutica,
material circulante, logística, actividades de transporte
de passageiros e de mercadorias). Automóvel

Material
É um dos grupos que mais fortemente tem contribuído Aeronáutica Circulante
para o aumento dos efeitos nocivos no ambiente e na
Logística
saúde humana, pela utilização dos transportes mas,
por outro lado, engloba actividades produtivas como a
indústria automóvel e aeronáutica, com forte
desenvolvimento tecnológico, pioneiras no desenvolvimento de produtos e processos
mais ecológicos.

A minoração dos efeitos nefastos ao ambiente, originados pelos transportes, tem uma
importância decisiva na resolução dos problemas energéticos e ambientais globais, já que
foi o Grupo que mais contribui para o consumo final de energia e para as emissões de
óxidos de azoto (NOx) que desencadeiam efeitos acidificantes e eutrofizantes. Ocupa o
segundo lugar nas emissões de gases de efeito de estufa, a seguir ao Grupo 1, de
actividades intensivas em energia, mas foi o Grupo onde o crescimento das emissões de
gases de efeito de estufa, foi mais intenso, entre 1990 e 2004.

Em 2004, foi responsável por 35,4% do consumo final de energia originando 29,5% das
emissões nacionais de CO2, 1,9% das emissões nacionais de SOx e 40,6% das emissões
nacionais de NOx. Entre 1990 e 2004, o crescimento das emissões de CO2 atingiu os
97%. Para este panorama contribuem, essencialmente, os consumos de combustíveis
utilizados nos transportes rodoviários, públicos e privados, de passageiros e mercadorias.

Em 2001, a actividade produtiva inserida neste Grupo foi responsável, por 2,8% da
produção de resíduos industriais banais, provenientes essencialmente da produção dos
interiores dos veículos automóveis e 10,3% da produção de resíduos industriais
perigosos, do fabrico de automóveis e outro material de transporte. O sector automóvel
em particular, tem sido sujeito a fortes pressões ambientais que vão, desde metas
legislativas de cumprimento obrigatório, a acordos voluntários com a indústria, para
melhoria da performance energética dos automóveis e designs mais eco-eficientes, que
facilitem a reciclagem do veículo em final de vida (Anexo B referente às metas
ambientais). As exigências de reciclagem, dos veículos em fim de vida, encontram-se em
vigor, mas não existem ainda dados estatísticos disponíveis.

As principais características deste conjunto de actividades encontram-se sintetizadas no


Quadro 4.2.6.1 e podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

169
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.6.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS À MOBILIDADE

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 6 – Mobilidade

Fortes consumidores de energia e produtores de emissões poluentes


Principais responsáveis pela poluição localizada, nos centros urbanos
Especialmente sujeitos a desafios ambientais
Fonte importante de inovação para outros sectores
Algumas actividades fortemente exportadoras e concorrenciais
Os principais desafios referem-se à energia, ao ambiente e ao ordenamento do território

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 9,7
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 7,2
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 3,2
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) 2,0
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 1,1

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 35,4
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade -
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 4,4
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) 1,6
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004) :
CO2 29,5
SOx 1,9
NOx 40,6
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) 97
Peso da Produção de Resíduos no total (2001) :
RIB 2,8
RIP 10,3
Gestão de resíduos (2003):
Taxa de reciclagem de VFV n.d.

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 18,6
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Serviços da Economia (2005) 21,1
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da Economia ~19,3
(2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 10,9
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Serviços (1996-2005) 9,8
Quota de mercado mundial (2004) 0,55
Saldo Comercial (2004) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,06
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 8,6
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,12
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 8,3

Em 2005, o Grupo 6 representou 9,7% do VAB da economia e 7,2% do emprego. Engloba


actividades sujeitas a forte exposição à concorrência internacional, com elevado peso nas
exportações nacionais de bens (18,6%, em 2004), em particular devido ao peso do sector
automóvel (13,8%). As exportações de serviços associados aos transportes, sobretudo os
aéreos e rodoviários, são também significativas (21,1% das exportações totais de
serviços, em 2005). Este grupo de actividades totaliza um peso de 19,3% no total das

170
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

exportações nacionais de bens e serviços. Apresenta saldos comerciais negativos e,


embora tenha uma quota de mercado mundial baixa, esta tem vindo a aumentar.

Em 2003, as despesas de I&D, representaram, em média, 0,12% do VAB (0,75% no caso


do sector automóvel), enquanto que os recursos humanos em I&D contribuíram, em
média, para 0,06% do emprego do Grupo (0,62% no sector automóvel).

Face às pressões ambientais e de desenvolvimento sustentável que este Grupo em


particular enfrenta, não basta actuar ao nível dos fabricantes automóveis para que
melhorem a eficiência e o design dos veículos e para que utilizem combustíveis
alternativos. À utilização dos transportes estão associados outros problemas, como as
acessibilidades e os movimentos pendulares, os congestionamentos de tráfego, os
acidentes rodoviários e a qualidade de vida em zonas urbanas, problemas estes, muito
ligados às questões do ordenamento do território. Os hábitos socio-culturais e os padrões
sociais, têm também uma forte influência nos comportamentos relativos à mobilidade.
Este Grupo enfrenta, por isso, grandes desafios no que respeita à inovação que permita
reinventar novas formas de ordenamento do espaço físico e das actividades, bem como
inovações societais nos padrões de mobilidade.

O Livro verde sobre eficiência energética da Comissão Europeia faz algumas


recomendações particulares para o sector dos transportes (Caixa 4.2.6.1).

CAIXA 4.2.6.1 – LIVRO VERDE SOBRE A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - CONSUMO EFICIENTE DE ENERGIA
NOS TRANSPORTES

O Livro Verde sobre Eficiência Energética, lançado pela Comissão Europeia em Junho de 2005,
recomenda uma série de caminhos possíveis para refrear o consumo de energia no sector dos
transportes:
▪ Introdução de um sistema fiscal que promova a aquisição de veículos mais económicos, que utilizem
combustíveis limpos;
▪ Abrir os contratos públicos ecológicos aos veículos “limpos”;
▪ Limitar o consumo de combustíveis pelos veículos e incitar a indústria automóvel a melhorar ainda
mais a eficiência energética dos veículos;
▪ Melhorar a gestão do tráfego, com o auxílio das múltiplas aplicações e serviços que estarão
disponíveis a partir de 2008, no âmbito do Programa Europeu de satélites de rádio-navegação
GALILEO, que tornará possível suavizar o fluxo de tráfego;
▪ Organizar a gestão do tráfego aéreo, de forma a reduzir o congestionamento crescente nas
proximidades dos aeroportos e os resíduos de combustível de aviação;
▪ Incitar a indústria automóvel a melhorar a eficiência dos pneus e o consumidor a verificar os níveis
de pressão;
▪ Financiar projectos de investigação e demonstração de combustíveis alternativos.

E ainda, a adopção de uma verdadeira Política de Transportes Urbanos, que:


▪ Introduza portagens urbanas ou interdições à circulação automóvel para restringir o acesso de
veículos poluentes aos centros urbanos;
▪ Promova os transportes públicos.

Fonte: Com base em CE, Green Paper on Energy Efficiency, June 2005

171
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As políticas ambientais bem como os principais actores deste Grupo podem ser
consultados nos Anexos E e F.

As questões energéticas e ambientais associadas à mobilidade, constituem uma das


áreas de maior preocupação, a nível internacional e europeu. Apresenta-se a seguir uma
visão de futuro para a mobilidade rodoviária e as melhores tecnologias disponíveis e
áreas de investigação estratégica a nível mundial, tanto na área da concepção dos
veículos como na da promoção de combustíveis alternativos (Caixa 4.2.6.2). A
penetração no mercado destas alternativas está, no entanto, ainda sujeita a diversas
barreiras (Quadro 4.2.6.2).

CAIXA 4.2.6.2 – UMA VISÃO DE FUTURO PARA A MOBILIDADE RODOVIÁRIA

Sustainable Transport Goals for 20301

“Para atingir uma mobilidade sustentável em meados do século XXI, terão que ser ultrapassados pelo
menos 7 grandes desafios relacionados com a mobilidade. Para além disso, será necessário fazer face a
um desafio adicional que vai para além da mobilidade – a criação da capacidade institucional capaz de
lidar com os grandes desafios da mobilidade:
▪ Reduzir as emissões convencionais relacionadas com os transportes (monóxido de carbono, óxidos
de azoto, compostos orgânicos voláteis, partículas e chumbo) para níveis tais que não possam ser
considerados uma séria preocupação para a saúde pública, qualquer que seja a parte do mundo;
▪ Limitar as emissões de gases de efeito de estufa relacionadas com os transportes para níveis
sustentáveis;
▪ Reduzir significativamente o número de mortes, a nível mundial, por acidentes rodoviários;
▪ Reduzir o ruído relacionado com os transportes;
▪ Mitigar os congestionamentos relacionados com os transportes;
▪ Estreitar as “fracturas” na mobilidade existente actualmente: a) entre a média dos cidadãos do
país mais pobre do mundo e a média dos cidadãos do país mais rico, e b) entre grupos
desfavorecidos e a média dos cidadãos, na maioria dos países;
▪ Preservar e realçar as oportunidades de mobilidade disponíveis para a população em geral.”

The introduction of alternative fuels in the European transport sector2

“A necessidade de melhorar a segurança de abastecimento energético da Europa e reduzir as emissões


de gases de efeito de estufa, levaram a União Europeia a propor a introdução de combustíveis
alternativos no sector dos transportes rodoviários. A visão da Comissão é substituir 20% do petróleo
utilizado no sector dos transportes por biocombustíveis, gás natural e hidrogénio, até 2020 ”.

Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) / Áreas de Investigação Estratégica

Alterações ao nível dos Veículos

A. Motores de combustão interna a gasóleo e gasolina - melhoria dos veículos convencionais


Actualmente - cada vez mais controlos electrónicos
- melhorias nos motores de combustão convencional
B. Motores de combustão interna a combustíveis alternativos: GPL, GN, Hidrogénio, alcoóis,
combustíveis sintéticos
Actualmente - já existentes, em desenvolvimento
C. Veículos eléctricos
D. Veículos híbridos
E. Veículos movidos a células de combustível
Até 2020

172
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.6.2 (continuação) – UMA VISÃO DE FUTURO PARA A MOBILIDADE RODOVIÁRIA

Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) / Áreas de Investigação Estratégica

Promoção de combustíveis alternativos

A. Biocombustíveis
Actualmente – Bioetanol e biodiesel produzidos por culturas agrícolas
Até 2010 (2ª geração de biocombustíveis) - Desenvolvimento de processos para utilização de
materiais lenhosos e celulósicos tais como produtos florestais, como matéria prima para
a produção de bioetanol;
- Gaseificação da biomassa.
B. Hidrogénio
Nota: Produção muito exigente em termos de consumo de energia; existem muitos processos em
desenvolvimento
Até 2010 – vias para produção de Hidrogénio baseadas nas energias renováveis (ERs);
– vias para produção de Hidrogénio baseadas no gás natural do “steam reforming”;
– vias para produção de Hidrogénio baseadas na gaseificação do carvão ou da biomassa;
– vias para produção de Hidrogénio baseada na electrólise ( =>consumos de energia
muito elevados).
Fonte: 1Tradução livre de WBCSD, Mobility 2030: Meeting the challenges to sustainability, 2004; 2Tradução
livre de CE - DG Joint Research Centre, IE – Institute for Energy, IPTS – Institute for Prospective Technological
Studies (Seville), (Doc EUR 21173 EN), The introduction of alternative fuels in the European transport sector:
techno-economic barriers and perspectives, May 2004.

QUADRO 4.2.6.2 – PRINCIPAIS BARREIRAS ASSOCIADAS À INTRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS


NO MERCADO

Barreiras Biocombustíveis Gás Natural Hidrogénio

Tecnológicas ▪ Requer alguma ▪ Não existe uma clara ▪ Produção, distribuição e


alteração, mas não vantagem na armazenagem (existem muitas
significativa, das infra- eficiência do motor a tecnologias promissoras, mas
estruturas, ou dos gás natural, ainda por desenvolver).
veículos ou motores. comparativamente aos
motores convencionais
a gasolina e gasóleo.

Económicas ▪ Elevados
investimentos em
redes de infra-
estruturas de
distribuição e
armazenagem.

Societais ▪ Necessidade de solos ▪ Aceitação geral de alterações


disponíveis para o radicais no sector dos
cultivo de biomassa. transportes, o que implica a
resolução de problemas de
custo do abastecimento,
segurança dos veículos, infra-
estruturas de abastecimento,
combustíveis disponíveis e
eficientes.
Fonte: Com base em CE - DG Joint Research Centre, IE – Institute for Energy, IPTS – Institute for
Prospective Technological Studies (Seville), (Doc EUR 21173 EN), The introduction of alternative fuels in the
European transport sector: techno-economic barriers and perspectives, May 2004.

Em Portugal, este Grupo engloba um conjunto de actividades produtivas que têm


contribuído fortemente para o crescimento económico e para o aumento das exportações
nacionais, designadamente pelo desenvolvimento do sector automóvel. Por outro lado, o
desenvolvimento das infra-estruturas de transportes rodoviários e a menor atenção às

173
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

questões do ordenamento do território têm conduzido a padrões de consumo energético e


efeitos ambientais negativos nos transportes que, necessitam de ser alterados. Referem-
se a seguir algumas realizações recentes em Portugal e oportunidades que podem vir a
concretizar-se (Caixa 4.2.6.3).

CAIXA 4.2.6.3 – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR FRUTOS NAS ÁREAS LIGADAS À

MOBILIDADE?

Automóvel
A Agni – Advanced Energy Technology, está a estudar a possibilidade de criar em Portugal uma fábrica
de automóveis movidos a hidrogénio, destinados à comercialização na Europa e nos EUA, aproveitando
as sinergias com do acordo entre Portugal e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). O REAL –
Renewable Energy Automobile é um automóvel citadino, de baixo custo, 100% ecológico, trabalhando a
partir de energia eléctrica e pilhas de hidrogénio. De notar que a empresa malaia Agni formalizou
recentemente um contrato de investimento com a API, para instalação de uma fábrica de pilhas de
hidrogénio em Montemor-o-Velho.
Ainda à na sequência do acordo assinado com o MIT, 10 empresas sedeadas em Portugal assinaram um
acordo com a Fundação Portuguesa para a Ciência e Tecnologia (FCT), de filiação industrial ao Programa
MIT-Portugal. As empresas envolvidas - Amorim Industrial Solutions, Celoplás-Plásticos para a Indústria
SA, IBER Oleff-Componentes Técnicos em Plástico SA, Inapal Metal SA, Inapal Plásticos SA, Manuel da
Conceição Graça Lda., Plasdan, Simoldes Plásticos Lda., Sunviauto Indústria de Componentes de
Automóveis SA e TMG-Automotive – comprometem-se a duplicar a despesa interna em I&D e a
contratação de doutorados e investigadores para as suas empresas, nos próximos 3 anos, até 2009,
devendo atingir em média 6% da facturação no período 2007-2013.
Fonte: www.cienciahoje.pt, 11 Outubro 2006
Automóvel e Aeronáutica
Foi assinado um contrato entre o MIT e Universidades Nacionais. A Universidade do Minho coordenará a
área temática “Engenharia de Concepção e Sistemas Avançados de Produção”, que se centra em temas
relacionados com a indústria automóvel, aeronáutica e dispositivos médicos.
Fonte: www.cienciahoje.pt, 10 Outubro 2006
Aeronáutica
Estão previstos alguns investimentos na área da aeronáutica (anunciados na Comunicação social como
projectos PIN): a instalação da empresa francesa Geci International, no Alentejo, em Évora e Beja, para
produção de um avião bimotor multiusos -Skylander, a partir de 2007, que arrastará, entre outros,
investimentos na área do fornecimento de componentes.
Fonte: Artigo do Jornal de Negócios, 19 Setembro 2006
Aeroespacial
Ainda ligada à área da Exploração Espacial, 8 alunos portugueses do Departamento de Física da
Faculdade de Ciências do Porto, participam num projecto da Agência Espacial Europeia (ESA) de testes
em situações de ausência de gravidade “Zero-G”. Trata-se de duas equipas nacionais a “SkySickers” e a
“HeavyMetal”.
Fonte: www.cienciahoje.pt, Agosto 2006
O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) organizou a Conferência Internacional de Astronomia que
reuniu em Sintra, a 10 de Outubro de 2006, cerca de 150 cientistas dos melhores centros de
investigação astronómica mundial. Investigadores nacionais do OAL participam no desenvolvimento de
uma nova técnica de detecção de galáxias mais distantes, juntamente com investigadores de
universidades estrangeiras.
Fonte: www.cienciahoje.pt, 10 Outubro 2006
Logística
O grupo espanhol Albertis tem em vista um projecto de instalação de uma grande plataforma logística,
considerada projecto PIN, no concelho de Vila Franca de Xira. A plataforma incluirá espaços de
armazenagem e distribuição e um conjunto alargado de serviços.
Fonte: Artigo do Jornal Público, 6 Julho 2006
Ferrovia
Construção do TGV e de vários outros investimentos na ferrovia, previstos nas Orientações Estratégicas
para o Sector Ferroviário, 28 de Outubro 2006

174
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Relativamente à produção de biocombustíveis começou a ser construída em Aveiro, em


Julho de 2006, uma instalação de biodiesel, pertencente ao Grupo Martifer, cuja entrada
em funcionamento está prevista para Março de 2007. Outras empresas como a
Fomentiveste, a Iberol, a Tagol, a Avibom e a Enersis têm também intenção de produzir
biocombustíveis.

Em Julho de 2006 foi introduzida uma medida fiscal - a componente ambiental no


imposto automóvel (IA), passando a carga fiscal a ter em conta não só a cilindrada do
veículo (na proporção de 90%), como as emissões de gases poluentes emitidos pelos
veículos, designadamente o CO2 (na proporção de 10%). O Governo português decidiu
que, a componente ambiental no IA seja, 10% em Janeiro de 2007; 30% em Julho de
2007 e 60% em Janeiro de 2008.

A análise detalhada das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos
nas actividades consideradas, bem como a análise exploratória de algumas tecnologias
energéticas e ambientais disponíveis no mercado ou emergentes, conjugada com as
características e actores emergentes neste grupo de actividades, permitiu identificar um
conjunto de desafios e enumerar algumas oportunidades, para a sua dinamização em
Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.6.3.

QUADRO 4.2.6.3 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES


LIGADAS À MOBILIDADE

Grupo 6 - Mobilidade (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)


Actividades Desafios Oportunidades
▪ Racionalizar o sistema de oferta ▪ Desenho dos PROTs e PDMs, tendo
de transportes/reforço da em conta a mobilidade sustentável
intermodalidade ▪ Organização dos espaços de forma a
▪ Aumentar o uso dos transportes reduzir os movimentos pendulares
públicos em detrimento do uso ▪ Maior articulação entre sistemas de
Planeamento
Urbanístico, do veículo particular, para transportes e desenvolvimento de
Ordenamento do reduzir os consumos de energia plataformas logísticas multimodais
Território e Gestão da e as emissões de gases e
▪ Desenvolvimento de negócios
Mobilidade partículas poluentes e aumentar
emergentes de aluguer de serviços
a qualidade de vida e a saúde
de mobilidade
pública
▪ Transportes públicos rodoviários
▪ Prestação de serviços de
movidos a combustíveis alternativos
qualidade
▪ Gestão de frotas e mercadorias
▪ Maior atractividade do território ▪ Modernização dos portos nacionais
português e melhor gestão do ▪ Desenvolvimento de plataformas
Logística transporte de mercadorias logísticas intermodais
▪ .... ▪ Incorporação de tecnologias de
ponta (georeferenciadas)
▪ ...
▪ Automóveis com motores ▪ Atracção de IDE para o
Novas formas de alternativos desenvolvimento de veículos
mobilidade e movidos a hidrogénio
▪ Cumprimento das metas para os
produção de
biocombustíveis biocombustíveis ▪ Produção de biodiesel
▪ ... ▪ ...

175
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.6.3 (Continuação) – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS


ACTIVIDADES LIGADAS À MOBILIDADE

Grupo 6 - Mobilidade (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Mercado muito concorrencial ▪ Manutenção e captação de IDE
▪ Qualidade e inovação de produto estruturante
▪ Design ecológico dos produtos ▪ Inserção em redes de fornecedores
▪ Eco-eficiência empresarial internacionais para subida na cadeia
▪ Fecho de ciclos materiais e de valor
energéticos /Reaproveitamento ▪ Especialização no fornecimento de
de produtos em fim de vida útil partes automóveis, designadamente
▪ Aplicação da política integrada de interiores
Sector Automóvel produto ▪ I&D de novas soluções ligadas aos
▪ Certificação ambiental e de interiores dos automóveis (por ex.
responsabilidade social design, novos materiais, incorporação
▪ ... de electrónica, materiais
“inteligentes”,...)
▪ Inserção em redes de I&D
internacionais
▪ Afirmação dos Centros de Excelência
nacionais
▪ ...
▪ Maior atractividade do território ▪ Construção de um novo aeroporto
português e inserção numa rede internacional com um máximo de
mundial de transportes incorporação de valências nacionais
▪ Qualidade e inovação de produto ▪ Desenvolvimento de serviços de
▪ Design ecológico dos produtos apoio associados
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Manutenção e captação de IDE
Aeronáutica ▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Inserção em redes de fornecedores
energéticos /Reaproveitamento internacionais para subida na cadeia
de produtos em fim de vida útil de valor
▪ Aplicação da política integrada de ▪ Aproveitamento de sinergias com o
produto sector automóvel
▪ Certificação ambiental e de ▪ ...
responsabilidade social
▪ ...
▪ Qualidade e inovação de produto ▪ Desenvolvimento de produtos
▪ Design ecológico dos produtos inovadores
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Inserção em redes de fornecedores
▪ Fecho de ciclos materiais e internacionais para subida na cadeia
energéticos /Reaproveitamento de valor
Aeroespacial
de produtos em fim de vida útil ▪ Exportação de produtos inovadores
▪ Aplicação da política integrada de para mercados muito exigentes
produto ▪ Inserção em redes de I&D
▪ Certificação ambiental e de internacionais
responsabilidade social ▪ ...
▪ ...
▪ Maior atractividade do território ▪ Construção da Rede de TGV e da
português e inserção numa rede rede ferroviária nacional com um
mundial de transportes máximo de incorporação de valências
▪ Desenvolvimento das nacionais
capacidades nacionais de ▪ Desenvolvimento de serviços de
produção de material circulante apoio associados
▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Inserção em redes de fornecedores
Material Circulante e
Máquinas Agrícolas ▪ Fecho de ciclos materiais e internacionais para subida na cadeia
energéticos /Reaproveitamento de valor
de produtos em fim de vida útil ▪ Afirmação dos Centros de Excelência
▪ Aplicação da política integrada de nacionais
produto ▪ Aproveitamento de sinergias com o
▪ Certificação ambiental e de sector automóvel
responsabilidade social ▪ ...
▪ ...

176
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.7. Desenvolvimento do eco-turismo

Portugal é um país de grande riqueza paisagística que FIGURA 4.2.7.1


possui uma vasta biodiversidade terrestre e marinha e
também um interessante património histórico e
cultural.
M u ltim é d ia
T u r is m o
/ C o n te ú d o s
O clima, as condições naturais e a afabilidade natural
D e sp o rto
dos portugueses potenciaram o desenvolvimento do
turismo no país, sobretudo na vertente sol e mar,
embora muitas outras áreas tenham enorme potencial
de desenvolvimento, aproveitando de modo sustentável as valências
ambientais.Consideraram-se no Grupo 7, o turismo e actividades de lazer associadas,
desde o multimédia às actividades recreativas, culturais e desportivas.

As estatísticas de energia e de emissões de gases poluentes não permitem desagregar o


consumo de energia e a produção de emissões gasosas para este conjunto de actividades
particulares, dado que se encontram agregadas numa rubrica de serviços em geral.

Em 2005, o Grupo 7 representou 6,2% do VAB da economia e 7,7% do emprego, tendo


vindo a ganhar representatividade, desde 1995, (+0,9 p.p. e +1,2 p.p.,
respectivamente). As exportações do turismo representaram, em 2005, 53,7% das
exportações nacionais de serviços, contribuindo com cerca de 15% para as exportações
totais de bens e serviços. Este grupo apresenta um saldo comercial francamente positivo
sendo um forte contribuinte para a redução do desequilíbrio da balança comercial
portuguesa.

Apesar de ser um sector preponderante da economia portuguesa, em termos de I&D não


se tem revelado muito dinâmico, registando as despesas de I&D no VAB uma expressão
muito reduzida, (0,01%, em 2003), para além de uma variação negativa de 8,8%, no
período 1995-2003, da taxa média anual de crescimento, dos recursos humanos em I&D.

Sintetizam-se a seguir as principais características deste conjunto de actividades (Quadro


4.2.7.1), que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

As políticas ambientais, bem como os principais actores deste Grupo, podem ser
consultados nos Anexos E e F.

177
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.7.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS AO ECO-TURISMO

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 7 – Eco-turismo

Sujeito a fortes pressões da legislação ambiental


O principal desafio refere-se ao desenvolvimento sustentável – crescimento económico e social
tendo em atenção a preservação da biodiversidade e o ordenamento do território
Importância da divulgação e preservação do património nacional – cultural, histórico, paisagístico
Actividade fortemente “exportadora”

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 6,2
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 7,7
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 1,6
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) 2,8
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) -1,2

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) n.d.
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da -
Actividade no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) n.d.
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) n.d.
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 n.d.
SOx n.d.
NOx n.d.
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) n.d.
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 0,3
RIP 1,9

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 0,2
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Serviços da Economia 53,7
(2005)
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~15,0
Economia (2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 3,3
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Serviços (1996-2005) 6,4
Quota de mercado mundial (2004) 0,12
Saldo comercial de bens e serviços (2005) Positivo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego 0,0
(2003)
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) -8,8
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,01
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) n.d.

Em Janeiro de 2006 foram lançadas as linhas orientadoras do Plano Estratégico Nacional


do Turismo (PENT) (Caixa 4.2.7.1). O Plano visa por um lado, requalificar os produtos
tradicionais e, por outro, desenvolver novos pólos de atracção turística em torno do
território, como são os casos do Alqueva, Litoral Alentejano, Oeste, Douro, Serra da
Estrela, Porto Santo e Açores.

178
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.7.1 – LINHAS ORIENTADORAS DO PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DO TURISMO


(PENT 2006-2015)

Objectivos:
▪ Assegurar no horizonte 2015, um aumento da contribuição do Turismo para o PIB nacional,
incrementar o emprego qualificado e acelerar o crescimento do sector.

Eixos:
▪ Eixo I – Território, Destinos e Produtos - potenciar as valências de todo o país desenvolvendo novos
pólos de atracção turística . O plano identificou 10 produtos estratégicos:
Tradicionais
- Sol & Mar
- City e Short breaks
- Golfe
- Touring cultural e paisagístico
- Turismo de Negócios
Inovadores
- Gastronomia e Vinho
- Saúde e Bem-estar
- Turismo de Natureza
- Turismo Residencial
- Turismo Náutico

▪ Eixo II – Marcas e Mercados – afirmar a Marca Portugal Turismo, consolidar e desenvolver mercados.

▪ Eixo III – Qualificação de Recursos – qualificar serviços e destinos mediante a sua certificação e a
aposta em recursos humanos qualificados e na desburocratização e simplificação dos processos.

▪ Eixo IV – Distribuição e Comercialização – assegurar o ajustamento das empresas nacionais aos


novos modelos de negócio, designadamente através dos canais de distribuição electrónica e da
presença on-line dos destinos e produtos.

▪ Eixo V – Inovação e Conhecimento – conhecimento como factor de inovação e de orientação da


actividade turística mediante o desenvolvimento de sistemas de informação, monitorização e
avaliação e a introdução de ferramentas avançadas de gestão do território. Este eixo interliga-se
com o Plano Tecnológico através da investigação e do apoio a projectos de inovação em turismo.

Fonte: DGT, Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT 2006-2015), Bolsa de Turismo de Lisboa, 18 de
Janeiro de 2006, em www.dgturismo.pt

A preservação da qualidade ambiental no turismo permitirá, a prazo, aumentar a


competitividade e sustentabilidade no sector. Engloba, entre outras, medidas de estímulo
à certificação ambiental (EMAS e ISO 14 001) e à adopção de rótulos ecológicos, sendo
de referir que Portugal acolheu, em Fevereiro de 2006, a 1ª Conferência Internacional de
Turismo, Certificações Ambientais e Rótulos Ecológicos. Pretende-se assim, atrair um
novo perfil de turista, que selecciona o seu destino de férias com base em critérios
ambientais e sociais.

O desenvolvimento da certificação ecológica engloba, no que respeita ao turismo de mar


e sol, a “bandeira azul” nas praias, que pode ser considerado um certificado ecológico.

A análise das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos nas
actividades consideradas, conjugada com as características e actores emergentes neste
grupo de actividades, permitiu identificar um conjunto de desafios e enumerar algumas
oportunidades, para a sua dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.7.2.

179
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.7.2 - ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES


LIGADAS AO ECO-TURISMO

Grupo 7 - Ecoturismo (Turismo Sustentável e Actividades de Lazer Associadas)

Actividades Desafios Oportunidades

▪ Afirmação do território como um ▪ Diversificação de produtos e serviços


grande “reservatório” natural ▪ Melhoria da qualidade
▪ Desenvolvimento das várias ▪ Exploração do turismo de natureza,
vertentes do turismo designadamente ligado aos parques e
preservando a biodiversidade, às reservas naturais
aproveitando-a também como
▪ Turismo de habitação, turismo rural e
vantagem turística
melhor divulgação do património
▪ Aproveitamento das vantagens histórico e cultural
turísticas ligadas ao mar/oceano
▪ Enoturismo
▪ Gestão eficiente da energia nas
▪ Artesanato
instalações hoteleiras e na
Turismo e Lazer ▪ Oferta de pacotes integrados
restauração
▪ Desenvolvimento de polos de eco-
▪ Melhoria da qualidade
turismo ? (Alqueva, Litoral
▪ ...
Alentejano, Oeste, Douro, Serra da
Estrela, Porto Santo e Açores)
▪ Atracção de novos turistas,
designadamente turismo sénior, ao
longo do ano
▪ Atracção de novos turistas, incluindo
os mais jovens, em torno das cidades
e fomento de intercâmbios culturais
▪ ...

▪ Aproveitar a projecção nacional ▪ Captação de eventos desportivos


em termos desportivos de alta internacionais diversos, para
competição, para captação de aproveitamento das infra-estruturas
turistas. existentes
Actividades ▪ Ligar os benefícios do desporto ▪ Promoção de eventos desportivos
Desportivas aos benefícios da natureza mais ligados à natureza,
▪ Ligar os benefícios do desporto a aproveitando o mar (desportos
uma vida mais saudável e ao náuticos)
turismo sénior ▪ ...
▪ ...

▪ Desenvolvimento de conteúdos ▪ Criação de empresas de conteúdos


em língua portuguesa tendo em vista o mercado global em
▪ Novos conteúdos e animação língua portuguesa

Conteúdos e cultural ▪ Divulgação dos valores culturais,


Multimédia ▪ Afirmação dos valores culturais, patrimoniais e históricos
patrimoniais e históricos ▪ ...
aumentando a atractividade do
país em termos turísticos
▪ ...

180
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.8. Nichos de oportunidade ligadas à melhoria da saúde

O Grupo 8, engloba as actividades ligadas ao FIGURA 4.2.8.1


tratamento de doenças e ao bem-estar (Farmacêuticas,
cosmética e equipamento médico).

Dadas as preocupações crescentes com a vida


Biomedicina
saudável, com a preservação do aspecto jovem, com os Farmacêuticas
cuidados de saúde em geral, em particular com os
relacionados com envelhecimento populacional, este Biotecnologia

Grupo de actividades satisfaz um mercado em


expansão.

As empresas pertencentes a estas actividades são altamente concorrenciais. A indústria


farmacêutica em particular, tem uma elevada intensidade tecnológica e é fortemente
dependente dos investimentos que faz em I&D de novos produtos. Uma das formas
encontradas pela indústria para fomentar a inovação e atenuar os riscos associados a
novas descobertas, tem sido o incentivo a spin-offs que emergem de grandes
farmacêuticas ou do meio universitário, para criação de empresas de pequena dimensão,
com custos operacionais mais baixos e altamente inovadoras. Muitas delas trabalham nos
ramos das biotecnologias e das nanotecnologias, o que proporciona um vasto campo de
I&D e de aplicações diversas no mercado, que poderão trazer grandes benefícios para a
saúde humana. Vários peritos alertam, contudo, para o facto dos eventuais impactos
nocivos no ambiente que estas tecnologias poderão vir a causar.

Abrem-se também novas oportunidades ligadas à engenharia biomédica e ao


desenvolvimento tecnológico, associado a novos equipamentos médicos e a próteses e
implantes médicos diversos.

As estatísticas de energia e de emissões de gases poluentes não permitem desagregar o


consumo de energia e a produção de emissões gasosas para este conjunto de actividades
particulares, dado que se encontram agregadas numa rubrica de serviços em geral.
Trata-se, no entanto, de um conjunto de actividades pouco consumidoras de energia e,
consequentemente, pouco produtoras de emissões gasosas, mas contribuem para a
emissão de compostos orgânicos voláteis (COV).

Em 2005, o Grupo 8 representou, 0,4% do VAB da economia e 0,2% do emprego.


Engloba actividades sujeitas a forte exposição à concorrência internacional atingindo, em
2004, 1,8% das exportações totais de bens. As trocas comerciais são deficitárias em
todas as actividades deste Grupo, e os produtos de higiene são os únicos que têm vindo a
ganhar quota de mercado mundial. Foi contudo nas farmacêuticas que se verificou, em
termos nominais, no período 1995-2004, a maior taxa média anual de crescimento
(12,7%).

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram cerca de 5,2% do VAB, sendo
um dos grupos que, em termos relativos, mais aposta na inovação e onde se notaram

181
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

maiores crescimentos nominais na despesa de I&D desde 1995. Os recursos humanos em


I&D dão um contributo significativo (2,57%) para o emprego do Grupo, sendo que as
farmacêuticas representavam 3,03%.

Sintetizam-se a seguir as principais características deste conjunto de actividades (Quadro


4.2.8.1), que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

QUADRO 4.2.8.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS À SAÚDE

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 8 – Actividades ligadas à Saúde

Grupo altamente inovador em que os investimentos em I&D são determinantes


Fortemente exportador e concorrencial
Sujeito a pressão da legislação ambiental
Consumos de energia baixos
Os principais desafios referem-se à inovação, ao ambiente e à saúde

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 0,4
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 0,2
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) -0,6
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) -2,8
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 2,2

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) n.d.
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade -
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) n.d.
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) n.d.
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 n.d.
SOx n.d.
NOx n.d.
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) n.d.
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB n.d.
RIP n.d.
Gestão de resíduos (2003):
Taxa de reciclagem de resíduos hospitalares n.d.

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 1,8
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~1,3
Economia (2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações (1995-2004) 10,4
Quota de mercado mundial (2004) 0,6
Saldo Comercial (2004) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 2,57
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 11,8
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 5,24
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 13,8

As políticas ambientais bem como os principais actores deste Grupo podem ser
consultados nos Anexos E e F.

182
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAIXA 4.2.8.1 – E SE ALGUMAS POTENCIALIDADE NACIONAIS VIEREM A DAR FRUTOS NAS ÁREAS

LIGADAS À SAÚDE?

Dispositivos Biomédicos e Sistemas de Bio-engenharia


Foi assinado um contrato entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Universidades Nacionais.
A Universidade do Minho coordenará as áreas temáticas “Engenharia de Concepção e Sistemas Avançados
de Produção” – que se centra em temas relacionados com a indústria automóvel, aeronáutica e
dispositivos médicos, e “Sistemas de Bio-engenharia” – que visa a investigação e educação em
biotecnologia ambiental, saúde e industrial.
Fonte: www.cienciahoje.pt, 10 Outubro 2006

A análise das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos nas
actividades consideradas, conjugada com as características e actores emergentes neste
grupo de actividades, permitiu identificar um conjunto de desafios e enumerar algumas
oportunidades, para a sua dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.8.2.

QUADRO 4.2.8.2 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES


LIGADAS À SAÚDE

Grupo 8 - Saúde (Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico)

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Mercado muito concorrencial ▪ Inserção em redes de I&D para
▪ Qualidade e inovação de produto desenvolvimento de novos produtos e
▪ I&D de novos produtos subida na cadeia de valor
▪ Patenteamento ▪ I&D de novos medicamentos e
▪ Eco-eficiência empresarial terapêuticas com base em novas
▪ Fecho de ciclos materiais e energéticos tecnologias, designadamente
biotecnologias, nanotecnologias,
▪ Aplicação da política integrada de produto
genómica...
Farmacêuticas ▪ Certificação ambiental e de
▪ Criação de novos produtos com
responsabilidade social
características específicas e inovadoras,
▪ Substituição de produtos químicos
para nichos de mercados muito exigentes
perigosos por outros, menos prejudiciais à
▪ Exportação para nichos de mercado
saúde
muito exigentes
▪ ...
▪ Criação de novas empresas inovadoras, a
partir de spin-offs de empresas maduras
e/ou do meio universitário
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Inserção em redes de I&D para
▪ Qualidade e inovação de produto desenvolvimento de novos produtos e
▪ I&D de novos produtos subida na cadeia de valor
▪ Patenteamento ▪ Criação de novos produtos com
▪ Eco-eficiência empresarial características específicas e inovadoras,
Produtos de para nichos de mercados exigentes
higiene e ▪ Fecho de ciclos materiais e energéticos
▪ Aplicação da política integrada de produto ▪ Exportação para nichos de mercado
limpeza
muito exigentes
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social ▪ ...
▪ Substituição de produtos químicos
perigosos por outros, menos prejudiciais à
saúde
▪ ...
▪ I&D de novos equipamentos e ▪ Inserção em redes de I&D para
aperfeiçoamento dos existentes desenvolvimento de novos produtos e
Equipamento ▪ I&D de novas próteses e implantes subida na cadeia de valor
médico médicos ▪ Desenvolvimento de novos produtos com
▪ Articulação de várias tecnologias (TIC, características específicas e inovadoras,
nanotecnologias, biotecnologias, para nichos de mercados muito exigentes
inteligência artificial...) ▪ ...

183
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.9. Nichos de oportunidade ligados à agricultura biológica e ao uso dos solos

O Grupo 9, das agro-indústrias, engloba as actividades ligadas ao desenvolvimento rural


e agrícola e à produção de alimentos (agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de
bebidas).

FIGURA 4.2.9.1 Algumas grandes instalações do sector alimentação e


bebidas têm consumos energéticos significativos e estão
abrangidas Plano Nacional de Atribuição de Licenças de
Emissão e pela Prevenção e Controlo Integrado da
Alimentação Agricultura Poluição.
e Bebidas Biológica

Agro- É o caso das grandes empresas cervejeiras, da refinação


Pecuária de açúcar, de algumas grandes produtoras de óleos
alimentares, de sumos, de lacticínios e de concentrado
de tomate.

Em 2004, este Grupo foi responsável por 4,3% 116 do consumo final de energia e por 0,5%
do consumo intermédio para produção de novas formas de energia (co-geração),
originando 3,1% das emissões nacionais de CO2, 2,0% das emissões nacionais de SOx e
5,7% das emissões nacionais de NOx.

Em 2001, foi responsável por 23,9% da produção de resíduos industriais banais (RIB) e
2,6% da produção de resíduos industriais perigosos (RIP). Em 1994, 27,3% da produção
de resíduos agrícolas foram também imputados a este Grupo.

Em 2005, o Grupo 9 representou, 5,4% do VAB da economia e 12% do emprego. È um


Grupo sujeito a forte concorrência internacional, representando, em 2004, 7,3% das
exportações totais de bens, 6,3% da industria de alimentação e bebidas. Estas
actividades apresentam saldos comerciais negativos, mas tanto a agricultura como as
indústrias alimentares e bebidas no seu conjunto, têm vindo a ganhar quota de mercado
mundial. As despesas de I&D neste Grupo, representaram em média 0,09% do VAB, em
2003, enquanto os recursos humanos em I&D contribuíram em média para 0,02% do
emprego do Grupo.

116
Nota: Valor sobreavaliado; corresponde à nomenclatura 10.1.1 do Balanço Energético nacional, que inclui
Agricultura e Florestas (CAE 01 e 02)

184
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.9.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS ÀS AGRO-INDÚSTRIAS

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 9 – Agro-indústrias

Sumidouros de Emissões de CO2


Sujeito a pressão da legislação ambiental
Algumas actividades fortemente exportadoras e concorrenciais
Algumas actividades inovadoras
Os principais desafios referem-se ao ambiente, em particular a preservação da biodiversidade e saúde

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 5,4
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 12,0
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) 1,7
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) -1,0
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 2,7

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 4,3*
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da 0,5
Actividade no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 1,6
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) -3,9
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 3,1
SOx 2,0
NOx 5,7
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) -
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 23,9
RIP 2,6
RA (1994) 27,3

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 7,3
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~5,3
Economia (2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 6,1
Quota de mercado mundial (2004) 0,42
Saldo Comercial (2004) Negativo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego 0,02
(2003)
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 15,9
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,09
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 14,3

Nota * – Valor sobreavaliado; corresponde à nomenclatura 10.1.1 do Balanço Energético nacional, que inclui
Agricultura e Florestas (CAE 01 e 02)

As políticas ambientais bem como os principais actores deste Grupo podem ser
consultados nos Anexos E e F.

O solo constitui um recurso natural actuante em várias funções importantes para a


sociedade, tais como a produção de alimentos e a protecção da biodiversidade, sendo
também essencial para a protecção da água e para a armazenagem de carbono.

185
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

No âmbito da Estratégia temática de Protecção de Solos, inserida no 6º PAA, foi proposta


uma nova Directiva de Protecção dos Solos que assumirá grande importância para este
Grupo de actividades, uma vez que pretende incorporar num único documento legislativo
uma política integrada e exaustiva e não apenas de combate a ameaças específicas de
desertificação ou contaminação dos solos (Caixa 4.2.9.1)

CAIXA 4.2.9.1 – PROPOSTA DE DIRECTIVA DE PROTECÇÃO DOS SOLOS

A proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 final, de 22.9.2006) estabelece o
quadro legislativo para a protecção do solo e para a preservação da capacidade de actuação do solo em
qualquer das seguintes funções ambiental, económica, social ou cultural:

▪ Produção de biomassa, incluindo agrícola e florestal;

▪ Armazenagem, filtragem e transformação de nutrientes, substâncias e água;

▪ Receptáculo de biodiversidade, tais como habitats, espécies e genes;

▪ Ambiente físico e cultural para os seres humanos e para as suas actividades;

▪ Fonte de matérias-primas;

▪ Actuante como receptáculo de carbono;

▪ Arquivo de herança geológica e arquitectónica.

Para esse fim, a directiva estabelece medidas de prevenção dos processos de degradação do solo
causados, tanto por fenómenos naturais, como por uma vasta gama de actividades humanas que
prejudicam a capacidade do solo para exercer aquelas funções. Essas medidas incluem a mitigação dos
efeitos desses processos e a recuperação e remediação da degradação dos solos para um nível de
funcionalidade consistente.

O sector agrícola, bem como a floresta, têm um duplo papel na questão das alterações
climáticas. Por um lado, são emissores de gases de efeito de estufa, mas por outro,
funcionam como sumidouros de CO2 e de outros gases de efeitos de estufa.

Os agricultores podem adoptar práticas modernas de gestão e armazenagem de carbono


nos solos agrícolas e de redução das emissões de metano e de óxido nitroso.

Por outro lado, as culturas destinadas aos biocombustíveis permitem reduzir a


dependência dos combustíveis fósseis. Estas novas práticas podem constituir novas
fontes potenciais de rendimento e de redução de custos, para as empresas do sector.

A aplicação das melhores práticas na agricultura e o uso de biocombustíveis, têm


também outros benefícios para além da redução dos gases de efeito de estufa: permitem
aumentar o conteúdo de matéria orgânica dos solos, que acompanha a armazenagem de
carbono no solo, melhorar a qualidade e fertilidade do solo, aumentar a retenção de
água, e reduzir a erosão dos solos. O uso mais eficiente do azoto pode reduzir a fuga de
nutrientes e melhorar a qualidade da água tanto à superfície como nas águas
subterrâneas. Também a melhoria da gestão da adubagem natural permite, igualmente,
reduzir as quantidades de emissão de metano e óxido nitroso e beneficiar a qualidade da
água e do ar e reduzir os odores.

186
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O uso de resíduos das pecuárias para produção de biogás constitui outra fonte potencial
de aproveitamento de resíduos, produção de energia e fonte adicional de rendimento
para as empresas do sector.

Na Caixa 4.2.9.2 mencionam-se algumas das melhores tecnologias disponíveis para a


gestão dos solos, de forma a aumentar o stock de carbono e reduzir os gases de efeito de
estufa.

CAIXA 4.2.9.2 – MELHORES TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS PARA A GESTÃO DOS SOLOS

Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) para a gestão dos solos

Fonte: Richards, K.; Sampson, R.; Brown, S., Agricultural & Forestlands: U.S Carbon Policy Strategies, Pew
Center on Global Climate Change, September 2006

Em Portugal começou a ser construída em Aveiro, em Julho de 2006, uma instalação de


biodiesel, pertencente ao Grupo Martifer, cuja entrada em funcionamento está prevista
para Março de 2007. Outras empresas como a Fomentiveste, a Iberol, a Tagol, a Avibom
e a Enersis têm também intenção de produzir biocombustíveis.

O país oferece boas condições naturais para o desenvolvimento de produtos como o


biocombustível, o azeite e as frutas e hortículas transformadas (que têm sido
dinamizadas pela Agência Portuguesa para o Investimento (API), especialmente para a
região do Alentejo).

187
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A análise das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos nas
actividades consideradas, conjugada com as características e actores emergentes neste
grupo de actividades, permitiu identificar um conjunto de desafios e enumerar algumas
oportunidades, para a sua dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.9.2.

QUADRO 4.2.9.2 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES LIGADAS
ÀS AGRO-INDÚSTRIAS

Grupo 9 - Agro-indústrias (Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas)

Actividades Desafios Oportunidades

▪ Aproveitamento dos solos nas ▪ Desenvolvimento de produtos da


várias vertentes da agro- agricultura biológica
industria preservando a ▪ Práticas de rotações culturais para
biodiversidade, e aproveitando-o protecção dos solos
também como sumidouro de CO2
▪ Práticas de protecção integrada das
▪ Gestão eficiente dos solos culturas
▪ Aumento da produtividade ▪ Inovação de produtos através de
▪ Melhoria da qualidade tecnologias de experimentação
▪ ... contínua
Agricultura e uso dos
▪ Afirmação de produtos nos mercados
solos
internacionais
▪ Desenvolvimento de nichos de
mercado de produtos hortícolas de
elevada qualidade, para exportação
▪ Desenvolvimento de nichos de
mercado ligados à enologia, de
elevada qualidade e exportação
▪ Desenvolvimento de mercado de
biocombustíveis
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Criação de eco-parques industriais ?
▪ Qualidade e inovação de produto ▪ Criação de “nichos verdes” de
▪ Patenteamento inovação sustentável ?

▪ Eco-eficiência empresarial ▪ Diversificação de produtos

▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Desenvolvimento de produtos


Industrias Alimentares inovadores
energéticos
e de Bebidas
▪ Aplicação da política integrada de ▪ Exportação de produtos inovadores
produto para mercados muito exigentes

▪ Certificação ambiental e de ▪ Mercado de CO2


responsabilidade social ▪ Mecanismos de JI e MDL para
▪ ... actuação em mercados externos
▪ ...

188
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

4.2.10.Têxteis e moda – “bandeira” do modelo social europeu?

Finalmente, o Grupo 10 abrange indústrias tradicionais relacionadas com a moda


(Têxteis, vestuário e calçado), fortemente globalizadas e exportadoras.

FIGURA 4.2.10.1 Algumas grandes instalações do sector têxtil têm consumos


energéticos significativos e estão abrangidas pelo Plano
Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão e pela
Prevenção e Controlo Integrado da Poluição.
Têxteis
Técnicos
Moda
As empresas deste Grupo são em geral produtoras de
efluentes líquidos que necessitam de tratamento,
designadamente os provenientes das tinturarias, tanto do
têxtil como do calçado, e do tratamento do couro.

Em 2004, o Grupo 10 foi responsável por 2,7% do consumo final de energia e por cerca
de 1,1% do consumo intermédio para produção de novas formas de energia (co-
geração). As estatísticas das emissões não permitem desagregar as emissões nacionais
de CO2, SOx e NOx para este conjunto. Foi igualmente responsável por 7,3% da
produção de resíduos industriais banais e 0,7% da produção de resíduos industriais
perigosos, em 2001.

Em 2005, o Grupo 10 representou, 2,8% do VAB da economia e 5,8% do emprego.


Engloba actividades sujeitas a forte exposição à concorrência internacional,
tradicionalmente com elevado peso nas exportações nacionais de bens (19,5%, em
2004), dos quais a indústria do vestuário (7,6%), a fabricação de têxteis (7,1%) e o
calçado (4,7%). Neste Grupo qualquer dos três sectores mencionados apresenta saldos
comerciais positivos, contudo têm vindo a perder peso nas exportações e na quota de
mercado mundial.

Em 2003, as despesas de I&D neste Grupo, representaram em média 0,28% do VAB,


enquanto os recursos humanos em I&D contribuíram em média para 0,08% do emprego
do Grupo.

Sintetizam-se a seguir as principais características deste conjunto de actividades (Quadro


4.2.10.1), que podem ser consultadas, mais em detalhe, no Anexo D.

189
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.10.1 – CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DAS ACTIVIDADES LIGADAS À MODA

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Grupo 10 – Moda

Necessidade de inovação para subida na cadeia de valor


Necessidade de actuação na contrafacção
Pode funcionar como exemplo de modelo “social e ambiental” europeu
Actividades fortemente exportadoras

Por memória: %

Dimensão Económica e Social


Peso do VAB da Actividade no VAB da Economia (2005) 2,8
Peso do Emprego da Actividade no Emprego da Economia (2005) 5,8
Taxa média anual de variação em volume do VAB (1995-2005) -2,8
Taxa média anual de variação do Emprego (1995-2005) -2,8
Taxa média anual de variação em volume da Produtividade do Trabalho (1995-2005) 0,0

Dimensão Ambiental
Peso do Consumo de Energia Final (CEF) da Actividade no CEF da Economia (2004) 2,7
Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Formas de Energia (CI) da Actividade 1,1
no CI total (2004)
Taxa média anual de variação do CEF (1995-2004) 3,2
Taxa média anual de variação da Intensidade Energética (1995-2004) 5,4
Peso das Emissões de gases no total das Emissões (2004):
CO2 n.d.
SOx n.d.
NOx n.d.
Taxa de variação das emissões de CO2 no período (1990-2004) n.d.
Peso da Produção de Resíduos no total (2001):
RIB 7,3
RIP 0,7

Dimensão do Mercado Externo


Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens da Economia (2004) 19,5
Peso das Exportações da Actividade no total das Exportações de Bens e Serviços da ~14,2
Economia (2004/05)
Taxa média anual de variação em valor das Exportações de Bens (1995-2004) 0,5
Quota de mercado mundial (2004) 1,38
Saldo Comercial (2004) Positivo

Dimensão da Inovação
Recursos Humanos em I&D (ETI) no sector empresas, em percentagem do emprego (2003) 0,08
Taxa média anual de variação dos RH em I&D (1995-2003) 11,2
Despesas de I&D, em percentagem do VAB (2003) 0,28
Taxa média anual de variação em valor da despesa em I&D (1995-2003) 19,7

As políticas ambientais bem como os principais actores deste Grupo podem ser
consultados nos Anexos E e F.

Na Caixa 4.2.10.1 e no Quadro 4.2.10.2, mencionam-se algumas tecnologias emergentes


neste Grupo de actividades, que poderão contribuir para a subida na cadeia de valor.

Estes sectores sofrem uma elevada concorrência, particularmente aumentada pela


abertura da OMC à China, com vantagens competitivas significativas em termos de preço
da mão-de-obra. Por outro lado, dados os impactos destas actividades no ambiente e na
saúde humana, a tendência europeia é de restringir os standards sociais e ambientais.

190
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Pode, por isso, questionar-se se a indústria dos têxteis e da moda poderá desenvolver-se
de forma mais sólida, aproveitando a oportunidade para “exportar” o modelo social
europeu? 117

CAIXA 4.2.10.1 – TECNOLOGIAS EMERGENTES PARA OS TÊXTEIS

Algumas Tecnologias Emergentes

A reciclagem de têxteis (moda e interiores de automóveis)

“Tal como em qualquer sector industrial, o melhor uso de produtos reciclados requer uma dupla
abordagem: o aumento do uso de produtos contendo materiais reciclados e um design mais
sistematizado dos produtos, que facilite a posterior separação e reutilização de materiais”.
Fonte: Com base em http:// ec.europa.eu/research/grwth/gcc/projects/recycling-textiles.html

Os têxteis inteligentes

“O Vital Jacket®, um pré-produto desenvolvido na unidade de investigação IEETA da Universidade de


Aveiro. [...] Este produto «made in UA» congrega tecnologia têxtil e micro-electrónica para permitir a
monitorização de variáveis vitais do seu utilizador onde quer que ele se encontre.

Baseado num conceito criado pelo grupo de Sistemas de Informação na Área da Saúde que
posteriormente desenvolveu a vertente micro-electrónica, informática e de comunicações, coube ao
CITEVE (por subcontratação) o desenho e confecção têxtil da peça final.

Desta forma, os sinais cardíacos, de temperatura, de saturação de oxigénio no sangue e actividade


física podem ser continuamente analisados através de sistemas electrónicos e informáticos ligados à
roupa por comunicação sem fios.

Sendo concebido igualmente a pensar no paradigma da «Casa do Futuro», esta unidade vestível é
também complementada com diferentes sistemas electrónicos de monitorização em casa (“home-
monitoring”) ligados em rede, como por exemplo, uma unidade de medição de pressão arterial, uma
balança, um dispensador automático de medicamentos, entre outros.”
Fonte: www.cienciahoje.pt, 10 Outubro 2006

Fonte: Com base em http:// ec.europa.eu/research/grwth/gcc/projects/recycling-textiles.html

QUADRO 4.2.10.2 – RECICLAGEM DE TÊXTEIS

Principais problemas Principais utilizações

▪ Separação e classificação dos resíduos ▪ Panos de limpeza


▪ Produção de fibras
▪ Aplicações na indústria do papel

Fonte: Projecto CRAFT in http:// ec.europa.eu/research/grwth/gcc/projects/recycling-textiles.html

A análise das principais restrições ambientais em vigor e previstas, com efeitos nas
actividades consideradas, conjugada com as características e actores emergentes neste
grupo de actividades, permitiu identificar um conjunto de desafios e enumerar algumas
oportunidades, para a sua dinamização em Portugal, sintetizadas no Quadro 4.2.10.2.

117
Fonte: Commissariat Général du Plan, Sustainable development: public affaires or private concern?
Government and Corporate social responsability in 2020, Paris, Décembre 2005

191
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO 4.2.10.3 – ALGUNS DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A DINAMIZAÇÃO DAS


ACTIVIDADES LIGADAS À MODA

Grupo 10 - Moda (Têxteis, Vestuário e Calçado)

Actividades Desafios Oportunidades


▪ Mercado concorrencial ▪ Subida na cadeia de valor através da
▪ Qualidade e inovação de produto melhoria de factores intangíveis (design,
▪ Marca marca, rapidez de resposta, marketing,
▪ Eco-eficiência empresarial distribuição...)
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Desenvolvimento de produtos inovadores
energéticos ▪ Exportação em articulação com outros
▪ Aplicação da política integrada de produtos nacionais de qualidade,
produto (associados à moda / casa / interiores de
▪ Certificação ambiental e de automóveis...)
responsabilidade social ▪ Nichos de mercado de produtos
Têxteis inovadores, com elevada qualidade e
▪ ...
design diferenciador, TIs
incorporadas,...para mercados muito
exigentes
▪ Criação de “nichos verdes” de inovação
sustentável? (por ex. novos materiais
regeneráveis?..) para mercados muito
exigentes
▪ Mercado de CO2
▪ Mecanismos de JI e MDL para actuação
em mercados externos
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Subida na cadeia de valor através da
▪ Qualidade e inovação de produto melhoria de factores intangíveis (design,
▪ Marca marca, rapidez de resposta, marketing,
▪ Eco-eficiência empresarial distribuição...)
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Desenvolvimento de produtos inovadores
energéticos ▪ Exportação em articulação com outros
▪ Aplicação da política integrada de produtos nacionais de qualidade,
produto associados à moda
Vestuário ▪ Nichos de mercado de produtos
▪ Certificação ambiental e de
responsabilidade social inovadores, com elevada qualidade e
▪ ... design diferenciador, TIs
incorporadas,...para mercados muito
exigentes
▪ Criação de “nichos verdes” de inovação
sustentável? (por ex. novos materiais
regeneráveis?..) para mercados muito
exigentes
▪ ...
▪ Mercado concorrencial ▪ Subida na cadeia de valor através da
▪ Qualidade e inovação de produto melhoria de factores intangíveis (design,
▪ Marca marca, rapidez de resposta, marketing,
▪ Eco-eficiência empresarial distribuição...)
▪ Fecho de ciclos materiais e ▪ Desenvolvimento de produtos inovadores
energéticos para mercados muito exigentes
▪ Aplicação da política integrada de ▪ Desenvolvimento de equipamento de
Calçado produto corte específico para o sector
▪ Certificação ambiental e de ▪ Exportação em articulação com outros
responsabilidade social produtos nacionais de qualidade,
▪ ... associados à moda
▪ Nichos de mercado de produtos
inovadores, com elevada qualidade e
design diferenciador, TIs
incorporadas,...para mercados muito
exigentes
▪ ...

192
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

5. OPÇÕES PARA A EVENTUAL CRIAÇÃO DE CLUSTER(S) DE ECO-INDÚSTRIAS E


SERVIÇOS EM PORTUGAL

5.1. UMA PROPOSTA DE CLUSTER(S) DE ECO-INDÚSTRIAS E SERVIÇOS EM


PORTUGAL

As actividades analisadas no capítulo 4., agregadas por simplificação em 10 Grupos


consoante as suas características e requisitos em termos ambientais, possuem
interligações entre si que, dinamizadas, podem produzir efeitos de arrastamento noutras
actividades e/ou potenciar o desenvolvimento de novas actividades.

Na Figura 5.1.1 propõe-se um Cluster de Eco-indústrias e serviços em Portugal, com base


nas ligações entre o conjunto das actividades dos 10 Grupos, anteriormente analisados.

As actividades pertencentes aos Grupos 1, 2 e 3 representam as actividades produtivas


mais consumidoras de recursos e produtoras de efluentes prejudiciais ao ambiente. Sobre
elas incidem as maiores responsabilidades ambientais e, por isso, também as maiores
exigências. Os mercados altamente concorrenciais onde actuam e o estado da arte do
desenvolvimento tecnológico constituem, no entanto, fortes estímulos para o progresso
destas actividades em direcção a processos de produção ecológicos, adopção das
melhores tecnologias disponíveis e desenvolvimento de projectos inovadores. Este
conjunto alargado de actividades pode ser considerado o Core do Cluster.

Um segundo conjunto de actividades, pertencente aos Grupos 4 e 5, é constituído por


actividades transversais de apoio, desde as infra-estruturas básicas de ambiente e
construção mais sustentável de edifícios, às actividades produtivas de elevada
intensidade tecnológica, essenciais ao desenvolvimento de automatismos e robótica e
serviços de conhecimento intensivo. As exigências ambientais das actividades do core do
Cluster, bem como do conjunto de actividades de consumo final, podem constituir um
motor importante para a dinamização deste conjunto de actividades, com peso
económico e social significativo no país. Trata-se no entanto de um conjunto de
actividades que, simultaneamente, terá que saber adaptar-se, melhorar competências e
evoluir na criação de valor, para dar respostas adequadas às novas exigências. Podem
ser consideradas actividades que sofrem efeitos de arrastamento mais directo das outras
actividades do Cluster.

Finalmente, um terceiro conjunto de actividades, dos Grupos 6 a 10, incide em


actividades de consumo final. As pressões ambientais, socio-culturais e de concorrência
internacional para este conjunto de actividades, constituem, igualmente, fortes estímulos
para consumos mais ecológicos que exigem, por sua vez, processos de produção mais
eco-eficientes, provocando assim efeitos de arrastamento em actividades de consumo
final. Destaca-se neste conjunto, o Grupo 6, que agrega actividades em torno da
Mobilidade, com consumos de energia final muito significativos e com tendência de
crescimento nos últimos anos.

193
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA 5.1.1 – UMA PROPOSTA DE CLUSTER DE ECO-INDÚSTRIAS E SERVIÇOS EM PORTUGAL


Efeito de arrastamento

/ Consumo Ecológico
Biomedicina
em actividades de

Multimédia Farmacêuticas
consumo final

Consumo Final
Actividades de
Turismo
/Conteúdos Alimentação Agricultura
Biotecnologia e Bebidas Biológica
Desporto
Agro-
Pecuária
Automóvel

Material Têxteis
Técnicos
Aeronáutica Circulante Moda

Logística Serviços
de Engenharia
E Arquitectura
I&D Robótica e
Ensaios e Automação
Análises Técnicas
Electrónica

Actividades Transversais
Efeito de arrastamento mais directo em

de Apoio
actividades de apoio

Reciclagem
Reutilização Edifícios
Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento
e Gestão
de Resíduos

Construção

Metalo-electro- Imobiliárias
mecânicas

Eólicas Fotovoltaica

Biomassa
Ondas e
Marés
Células de
Combustível
/ Processos de Produção Ecológicos

B io lo g ia
M a r in h a
I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g ia
Indústrias de Produtos

De M a r in h a
de Base e Intermédios

Da
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é t ic a

Químicas S e q u e sta çã o F lo r e s t a
Except. De
CO2
Farmacêu.
Plásticos
e
Borracha
Core

Refinarias
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel
Cogeradores

Vidro
Cimentos
Aço

Cerâmicas

Legenda:

Actividades Produtivas Intensivas na utilização de Energia e outros Recursos

Actividades “Ambientais”, que permitem reduzir o Consumo de Recursos e a Produção de Resíduos

Actividades Produtivas Transversais de Apoio

Actividades de Serviços Transversais de Apoio

Actividades de Consumo Final

194
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As políticas ambientais têm impactos, maiores ou menores, em quaisquer destes grupos


de actividades, conforme abordado no capítulo anterior e, em todos eles é possível
identificar também um conjunto de actividades que, no médio-longo prazo, poderão
tornar-se geradoras de exportações de bens e serviços.

A seguir faz-se uma síntese das características macro-económicas dos vários grupos de
actividades, dos seus actores e de um conjunto de desafios e oportunidades para cada
grupo.

5.1.1. Síntese das características macroeconómicas dos diversos grupos de


actividades influenciados pelas políticas ambientais

Dinâmica Económica

A análise da dinâmica económica dos 10 grupos de actividades considerados, ilustrada na


Gráfico 5.1.1.1, permite constatar que, entre 1995 e 2005:

GRÁFICO 5.1.1.1 – DINÂMICA ECONÓMICA ENTRE 1995 E 2005

5
G6 -
G 1- M o b il i d ad e
Ener g í vo r as
4
G2 -
Q uí micas
3 G5 -
VAB (tmac volume 95-05)*

A ct . C o nh.
I nt ensi vo
G9 - 2
A g r o - I nd úst G 7-
1 Eco t ur i smo
G3 -
G4 -
U t i l . R ecur so s
Pr i már io s 0 I nf r aest r .
B ási cas
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

G8 -
-1
G 10
Saúd e
M oda
-2

-3

-4
Ganhos / Perdas de Peso do VAB da Actividade no Total do VAB da Economia
(%) - 95-05

Fonte: INE, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do VAB da Actividade no Total do VAB da
Economia, em 2005; * Estimativa. Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para
2005, no Anexo D.

Ganharam peso económico e apresentaram uma dinâmica positiva de


crescimento (1º Quadrante)

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (acompanhado de


uma taxa média anual de 2,5% de crescimento real do VAB).

195
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 6 – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística (acompanhado de


uma taxa média anual de 3,2% de crescimento real do VAB).

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas (acompanhado de uma


taxa média anual de 1,6% de crescimento real do VAB).

Perderam peso económico mas apresentaram uma dinâmica positiva de


crescimento (2º Quadrante)

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (acompanhado de


uma taxa média anual de 2,7% de crescimento real do VAB).

Grupo 2 – Químicas (acompanhado de uma taxa média anual de 2,1% de


crescimento real do VAB).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários, floresta e mar (acompanhado de uma


taxa média anual de 2,2% de crescimento real do VAB).

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electromecânicas associadas


(acompanhado de uma taxa média anual de 1,5% de crescimento real do VAB).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas


(acompanhado de uma taxa média anual de 1,7% de crescimento real do VAB).

Perderam peso económico e apresentaram simultaneamente uma dinâmica


negativa de crescimento (3º Quadrante)

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (acompanhado de uma


taxa média anual de decréscimo real do VAB de 0,6%).

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (acompanhado de uma taxa média anual


de decréscimo real do VAB de 2,8%).

Os Grupos com maior peso económico, em 2005, foram o Grupo 4 – Construção e


actividades metalo-electro-mecânicas da apoio associadas (15%), seguido do Grupo 6 –
Automóveis, aeronáutica, material circulante e logística (9,7%).

196
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Dinâmica Social

O Gráfico 5.1.1.2 ilustra a dinâmica social dos grupos de actividades considerados,


medida através do emprego:

GRÁFICO 5.1.1.2 – DINÂMICA DO EMPREGO ENTRE 1995 E 2005

6 G5 -
A ct . C o nh.
5 I nt ensi vo

4
Emprego (tma 95-05)*

G 7-
3 Eco t ur i smo

2
G6 -
G2 - M o b il i d ad e
1
Q uí mi cas
G4 -
0
G3 - Inf r aest r .
-5 -4 -3 -2 -1s
U t i l. R ecur so 0 1
B ásicas 2 3 4 5
Pr imár i o s
-1
G9 -
A g r o - Ind úst G1-
-2
Ener g í vo r as
-3
G10 G8 -
M oda Saúd-4
e

Ganhos / Perdas de Peso do Emprego da Actividade no Total do Emprego da


Economia (%) - 95-05

Fonte: INE, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do Emprego da Actividade no Total do Emprego da
Economia, em 2005; * Estimativa. Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para
2005, no Anexo D.

Entre 1995 e 2005:

Ganharam peso no emprego e apresentaram uma dinâmica positiva do seu


crescimento (1º Quadrante)

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (taxa média anual


de 4,0% de crescimento do emprego).

Grupo 6 – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística (taxa média


anual de 2,0% de crescimento do emprego).

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas (taxa média anual de


2,8% de crescimento do emprego).

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electro-mecânicas da apoio associadas


(taxa média anual de 1,3% de crescimento do emprego).

197
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Perderam peso social e apresentaram simultaneamente uma dinâmica


negativa de crescimento do emprego (3º Quadrante)

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (taxa média anual


de decréscimo do emprego de 1,3%).

Grupo 2 – Químicas (taxa média anual de 0,6% de crescimento do emprego).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários, floresta e mar (taxa média anual de


decréscimo do emprego de 0,8%).

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (taxa média anual de


decréscimo do emprego de 2,8%).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (taxa média


anual de decréscimo do emprego de 1,0%).

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (taxa média anual de decréscimo do


emprego de 2,8%).

Os Grupos com maior peso social em 2005 foram o Grupo 4 – Construção e actividades
metalo-electro-mecânicas da apoio associadas (12,1%), seguido do Grupo 9 –
Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (12,0%).

Por outro lado, o peso do emprego altamente qualificado e a sua dinâmica entre 1995 e
2003, distribuiu-se pelos Grupos de actividades conforme ilustrado na Gráfico 5.1.1.3:

GRÁFICO 5.1.1.3 – EMPREGO ALTAMENTE QUALIFICADO

30
G5-
A ct. C o nh.
Recursos Humanos em I&D (tmac 95-03)

25 Intensivo
G8-
20 Saúde
G2-
G9 Químicas
15 G10
G1-
G3
Energívo ras
10
G6
5
G4
0
-1 0 1 2 3
-5

-10

-15

Recursos Humanos em I&D em % do Emprego da Actividade - 2003

Fonte: OCES e INE, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso dos RH em I&D em % do Emprego da Actividade,
em 2005.

198
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Destacam-se:

Actividades com maior peso de Recursos Humanos em I&D no emprego e


maior dinâmica de crescimento dos Recursos Humanos em I&D

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (importância


significativa de 2,57% dos RH em I&D em % do emprego e taxa média anual de
crescimento de 11,8%; tem contudo uma taxa média anual de decréscimo do
emprego de 2,8%).

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (importância de


1,54% dos RH em I&D em % do emprego e taxa média anual de crescimento de
23,6%; acompanhado de uma taxa média anual de 4,0% de crescimento do
emprego).

Grupo 2 – Químicas (quase 1% (0,94%) dos RH em I&D em % do emprego e taxa


média anual de crescimento de 10,5%; acompanhado de uma taxa média anual de
0,6% de crescimento do emprego).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (0,48% dos RH em


I&D em % do emprego e taxa média anual de crescimento de 6,8%; no entanto
acompanhado de uma taxa média anual de decréscimo do emprego de 1,3%).

Note-se que todos os grupos de actividade apresentaram uma dinâmica positiva de


evolução dos RH em I&D.

Dinâmica da Produtividade

A conjugação da evolução dos indicadores anteriores traduziu-se numa dinâmica de


produtividade ilustrada na Gráfico 5.1.1.4.

GRÁFICO 5.1.1.4 – PRODUTIVIDADE DO TRABALHO


6
G 1-
95-05)*

Ener g ívo r as
5
G3 -
U t i l . R ecur so s
G9 -
4 Pr i már i o s
vol

A g r o - Ind úst .
G8 -
Produtividade do Trabalho (tmac

3 Saúd e

G2 -
2 Q uí micas

G 10 - 1 G6 -
M oda
M o b i l i d ad e

0
0 100 200 300 400 500
-1 G4 -
G5-
I nf r aest .
A ct . C o nh.
B ási cas
-2 I nt ensivo
G 7-
Eco - T ur i smo
-3

Índice relativo à média nacional (Média =100) - 2005

Fonte: INE, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do VAB da Actividade no Total do VAB da
Economia, em 2005; * Estimativa. Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para
2005, no Anexo D.

199
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Destacam-se:

Grupos de actividades mais produtivas (Índice de produtividade acima da


média nacional) com uma dinâmica positiva da produtividade do trabalho
entre 1995 e 2005 (1º Quadrante)

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (4,1% de


crescimento real anual da produtividade do trabalho).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários, floresta e mar (3,1% de crescimento


real anual da produtividade do trabalho).

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (2,2% de crescimento


real anual da produtividade do trabalho).

Grupo 2 – Químicas (1,5% de crescimento real anual da produtividade do


trabalho).

Grupo 6 – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística (1,1% de


crescimento real anual da produtividade do trabalho).

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electromecânicas associadas (0,2% de


crescimento real anual da produtividade do trabalho).

Grupos de actividades menos produtivas (Índice de produtividade abaixo da


média nacional) mas com uma dinâmica positiva da produtividade do trabalho
entre 1995 e 2005 (2º Quadrante)

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (2,7% de


crescimento real da produtividade do trabalho).

Grupos de actividades menos produtivas (Índice de produtividade abaixo da


média nacional) e com uma dinâmica negativa ou de estabilização da
produtividade do trabalho entre 1995 e 2005 (3º Quadrante)

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (estabilização real da produtividade do


trabalho).

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (decréscimo real da


produtividade do trabalho de 0,3%).

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas (decréscimo real da


produtividade do trabalho de 1,2%).

200
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Dinâmica do Mercado Externo

Os Grupos de actividades com maior peso no mercado externo, em 2004/2005 foram o


Grupo 6 – Automóveis, aeronáutica e material circulante (cerca de 19%) seguido do
Grupo 7 – (Eco)Turismo e actividades de lazer associadas (cerca de 15%) e do Grupo 10
– Têxteis, vestuário e calçado (cerca de 14%).

Dos grupos de actividades analisados apenas dois apresentam saldos comerciais


favoráveis, nomeadamente:

Grupo 7 – (Eco)Turismo e actividades de lazer associadas.

Grupo 10 – Têxteis, Vestuário e Calçado.

Os quadros mais detalhados sobre a Dimensão do Mercado Externo, apresentados no


Anexo C, permitem no entanto constatar actividades englobadas nos outros grupos que
apresentam igualmente saldos comerciais positivos.

Para ilustrar a dinâmica do mercado externo construíram-se dois gráficos, um com dados
das exportações (Gráfico 5.1.1.5) e outro que conjuga exportações e quotas de mercado
mundiais (Gráfico 5.1.1.6).

GRÁFICO 5.1.1.5 – DINÂMICA DAS EXPORTAÇÕES ENTRE 1995/96 E 2004/05

14 G2 - G6 -
Químicas Mobilidade
G8 -
Exportações (tmacvalor 95-04)*

12
Saúde

10
G1-
Energívoras
8 G4 - G5 -
Infraestr. Act.Conh.
Básicas Intensivo
6
G3 -
Util. Recursos
G10 G9-
Primários 4
Moda Agro-Indúst

2
G7-
Ecoturismo
0
-15 -10 -5 0 5 10
-2

Ganhos / Perdas de Peso das Exportações da Actividade no Total das Exportações


de Bens e Serviços da Economia (%) - 95-04*

Fonte: INE e BP, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso das Exportações da Actividade no Total de Exportações
de Bens e Serviços da Economia, em 2004/ 2005; * Exportações de Serviços - 96-05.

201
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 5.1.1.6 – DINÂMICA DAS EXPORTAÇÕES E DAS QUOTAS DE MERCADO MUNDIAIS


ENTRE 1995/96 E 2004/05

1,0
Ganhos / Perdas de Quotas de

0,8 G2-
Mercado Mundial (%) 95-04

Químicas G5 -
0,6 Act. Conh.
Intensivo
0,4
G6-
G9
G40,2 Mobilidade
G1

0,0
-15 -10 -5 0 5 10
G10 - -0,2 G7-
G3 -
Moda Eco-Turismo
Util. Recursos -0,4
Primários
-0,6

-0,8

-1,0

Ganhos / Perdas de Peso das Exportações da Actividade no Total das Exportações


de Bens e Serviços da Economia (%) - 95-04*

Fonte: INE e CHELEM, consultar Anexo D.


Notas: Dimensão das Bolas corresponde ao peso das Exportações da Actividade no Total de
Exportações de Bens e Serviços da Economia, em 2004/ 2005; * Exportações de Serviços - 96-05.

Pode constatar-se que, entre 1995 e 2004/05:

Ganharam peso exportador, apresentaram uma dinâmica positiva de


crescimento e ganharam quota de mercado mundial (1º Quadrante dos
Gráficos 5.1.1.5 e 5.1.1.6)

Grupo 6 – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística (acompanhado de


taxas médias anuais de 10,9% e de 9,8% de crescimento em valor das
exportações de bens e de serviços, respectivamente, e de um acréscimo na quota
de mercado mundial (0,55%); saldos comerciais positivos no mobiliário e colchões,
associados ao interior dos veículos, e nos serviços de transportes aéreos e
rodoviários).

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (acompanhado de


taxas médias anuais de 10,2% e de 14,9% de crescimento em valor das
exportações de bens e de serviços, respectivamente, e de um acréscimo na quota
de mercado mundial (0,23%); balança de serviços positiva na Investigação &
desenvolvimento e nalgumas Outras actividades de serviços prestados às
empresas, designadamente: Intermediação comercial; Serviços agrícolas, mineiros
e industriais; Serviços jurídicos, contabilísticos, de consultadoria em gestão e de
relações públicas; Serviços de publicidade, estudos de mercado e de opinião
pública; Outros serviços às empresas).

Grupo 2 – Químicas (acompanhado de uma taxa média anual de 10,6% de


crescimento em valor das exportações de bens, e de um acréscimo ligeiro na quota
de mercado mundial (0,36%)).

202
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Perderam peso exportador mas apresentaram uma dinâmica positiva de


crescimento (2º Quadrante do Gráfico 5.1.1.5) e ganharam quota de mercado
mundial (1º Quadrante do Gráfico 5.1.1.6)

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas


(acompanhado de uma taxa média anual de 6,1% de crescimento em valor das
exportações, e de um acréscimo na quota de mercado mundial (0,42%)).

Praticamente estabilizaram o peso exportador e a quota de mercado mundial


(em torno da origem dos eixos do Gráfico 5.1.1.6)

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electro-mecânicas da apoio associadas


(acompanhado de taxas médias anuais de 6,5% e de 7,0% de crescimento em
valor das exportações de bens e de serviços, respectivamente, mas um decréscimo
na quota de mercado mundial (0,39%); saldo comercial positivo nos serviços
associados à construção).

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas (acompanhado taxas


médias anuais de 3,3% e de 6,4% de crescimento em valor das exportações de
bens e de serviços, respectivamente, e de um ligeiro decréscimo na quota de
mercado mundial (0,12%); balança de serviços positiva).

Perderam peso exportador e quota de mercado mundial (3º Quadrante do


Gráfico 5.1.1.6)

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (acompanhado de


uma taxa média anual de 6,2% de crescimento em valor das exportações de bens,
mas um decréscimo na quota de mercado mundial (0,47%); apenas a pasta e
papel, o vidro, produtos cerâmicos e cerâmica fina com saldos comerciais
positivos).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários, floresta e mar (acompanhado de uma


taxa média anual de 4,7% de crescimento em valor das exportações de bens, e de
um decréscimo na quota de mercado mundial (0,24%); saldos comerciais positivos
na extracção de urânio, extracção e preparação de minérios metálicos, indústria da
madeira e cortiça e rochas ornamentais).

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (acompanhado de uma taxa média anual


de 0,5% de crescimento em valor das exportações, e de um decréscimo
significativo na quota de mercado mundial (1,38%); saldo comercial positivo).

203
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Ganharam peso exportador mas perderam quota de mercado mundial (4º


Quadrante do Gráfico 5.1.1.6)

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (acompanhado de uma


taxa média anual de 10,4% de crescimento em valor das exportações, mas um
decréscimo na quota de mercado mundial (0,16%)).

Dinâmica de Inovação

A análise do peso das despesas de I&D em % do VAB das actividades e da evolução das
despesas de I&D entre 1995 e 2003 (Gráficos 5.1.1.7 e 5.1.1.8), associada à análise do
peso do emprego altamente qualificado e sua evolução entre 1995 e 2003 (Gráfico
5.1.1.3), permite tirar algumas ilações sobre a dinâmica de inovação dos diversos Grupos
de actividades:
GRÁFICO 5.1.1.7 – DESPESAS DE I&D
pcorr 95-

30 G5 -
Ac t . Conh.
G2 - I nt e nsi v o
25 G10
Quí mi c a s
Moda
Despesas de I&D (tmac

20 G8 -
G3 -
G9 - Ut i l . Re c ur sos S a úde
03)

Agr o- I ndúst 15 P r i már i os

G1-
10 Ene r gi a e
G6 - I nd. Ene r gí v or a s
M obi l i da de
5 G4 -
I nf r a e st r .
Bási c a s
0
-1 0 1 2 3 4 5 6

Despesas de I&D em % do VAB - 2003

Fonte: OCES e INE, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das Bolas corresponde à Despesa de I&D a pcorr, em 2003.

GRÁFICO 5.1.1.8 – EVOLUÇÃO DAS DESPESAS DE I&D ENTRE 1995 E 2003

6
Despesa de I&D em % do VAB (%)

1995

1999
5
2003

0
G1- Energia G2 - G3 - Util. G4 - G5 - A ct. G6 - G7 - G8 - Saúde G9 - A gro - G10 - M o da
e Ind. Químicas Recurso s Infraestrut. Co nh. M o bilidade Eco turismo indústrias
Energívo ras P rimário s B ásicas Intensivo

Fonte: OCES e INE, consultar Anexo D.

204
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupos de actividades com um peso da despesa de I&D no VAB da actividade


superior a 1%:

Grupo 8 – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (peso de 5,2% de


despesas de I&D em % do VAB, acompanhado de uma taxa média anual de
crescimento em valor da despesa em I&D de 13,8%, entre 1995 e 2003; apresenta
também um peso significativo de 2,57% dos RH em I&D em % do emprego, com
uma taxa média anual de crescimento de 11,8%, no mesmo período).

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (peso de 3,6% de


despesas de I&D em % do VAB, acompanhado de uma taxa média anual de
crescimento em valor da despesa em I&D de 20,8%, entre 1995 e 2003; apresenta
também um peso importante de 1,54% dos RH em I&D em % do emprego, com
uma taxa média anual de crescimento de 23,6%, no mesmo período).

Grupo 2 – Químicas (peso de 2,9% de despesas de I&D em % do VAB,


acompanhado de uma taxa média anual de crescimento em valor da despesa em
I&D de 19,6%, entre 1995 e 2003; peso de quase 1% (0,94%) dos RH em I&D em
% do emprego, com uma taxa média anual de crescimento de 10,5%, no mesmo
período).

Grupos de actividades com um peso da despesa de I&D no VAB da actividade


inferior a 1%:

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (peso de 0,58% de


despesas de I&D em % do VAB, acompanhado de uma taxa média anual de
crescimento em valor da despesa em I&D de 9,4%, entre 1995 e 2003; peso de
0,48% dos RH em I&D em % do emprego, com uma taxa média anual de
crescimento de 6,8%, no mesmo período).

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (peso de 0,28% de despesas de I&D em %


do VAB, acompanhado de uma taxa média anual de crescimento em valor da
despesa em I&D de 19,7%, entre 1995 e 2003; peso negligenciável de 0,08% dos
RH em I&D em % do emprego, mas com uma taxa média anual de crescimento
significativa, de 11,2%, no mesmo período).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários (peso de 0,18% de despesas de I&D em


% do VAB, acompanhado de uma taxa média anual de crescimento em valor da
despesa em I&D de 15,6%, entre 1995 e 2003; peso negligenciável de 0,06% dos
RH em I&D em % do emprego, mas com uma taxa média anual de crescimento
significativa, de 11,5%, no mesmo período).

Grupo 4 – Metalo-electro-mecânicas (peso de 0,16% de despesas de I&D em % do


VAB, acompanhado de uma taxa média anual de crescimento em valor da despesa
em I&D de 11,6%, entre 1995 e 2003; peso negligenciável de 0,1% dos RH em

205
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

I&D em % do emprego, com uma taxa média anual de crescimento moderada, de


3,9%, no mesmo período).

Grupo 6 – Produção de veículos automóveis, aeronáutica e outro material


circulante (peso de 0,12% de despesas de I&D em % do VAB, acompanhado de
uma taxa média anual de crescimento em valor da despesa em I&D de 8,3%, entre
1995 e 2003; peso negligenciável de 0,06% dos RH em I&D em % do emprego,
com uma taxa média anual de crescimento de 8,6%, no mesmo período). Note-se
que neste grupo, a actividade de fabricação de veículos individualmente apresenta
valores mais elevados (peso de 0,75% de despesas de I&D em % do VAB,
acompanhado de uma taxa média anual de crescimento em valor da despesa em
I&D de 8,6%, entre 1995 e 2003; peso de 0,62% dos RH em I&D em % do
emprego, com uma taxa média anual de crescimento de 13,8%, no mesmo
período).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (peso de


0,09% de despesas de I&D em % do VAB, acompanhado de uma taxa média anual
de crescimento em valor da despesa em I&D de 14,3%, entre 1995 e 2003; peso
negligenciável, de 0,02% dos RH em I&D em % do emprego, mas com uma taxa
média anual de crescimento de 15,9%, no mesmo período).

Dinâmica Energética e Ambiental

Os Gráficos 5.1.1.9 a 5.1.1.17 pretendem sintetizar o comportamento energético e


ambiental, dos grupos de actividades analisadas, ilustrando o comportamento do
Consumo de energia final, da Intensidade energética, da Produção de energia, das
Emissões de gases, e da Geração de resíduos.

GRÁFICO 5.1.1.9 – EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA FINAL E DAS EMISSÕES DE CO2

G6 -
Consumo de Enegia Final (tma

6 M ob ilidad e

5 G2 -
G1- Químicas
4
Energia e
95-04)

Ind. Energívo ras


3

0
80 100 120 140 160 180 200 220
-1

Índice de Variação das Emissões de CO2 (1990 = 100) - 2004

Fonte: DGGE e IA, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das Bolas corresponde ao peso das Emissões de CO2 da actividade no Total das
Emissões de CO2, em 2004.

206
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O Consumo de Energia das diversas actividades, designadamente o Consumo de Energia


Final (CEF), utilizada essencialmente em processo de combustão, está directamente
relacionado com as emissões de gases poluentes. O mix de energias utilizadas influencia
directamente o output de emissões de Gases de Efeito de Estufa, (GEE, traduzidos em
CO2e) e de Gases Acidificantes (essencialmente SO2 e NOx). No estado actual de
desenvolvimento tecnológico estes últimos podem ser reduzidos facilmente através da
instalação de equipamentos de tratamento de fim de linha, o que não acontece ainda
com as emissões de GEE.

Consumo de Energia Final

Os dados de CEF e emissões não permitem uma desagregação sectorial tão fina como
para as dimensões anteriormente analisadas. Pode no entanto constatar-se que:

Os grupos de actividades com maior peso no CEF são:

Grupo 6 – Mobilidade e uso dos transportes (35,4%).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (16,1%).

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-mecânicas associadas (6,4% a que


acrescem mais 16,1% se se considerar o CEF do sector residencial e mais 12,9%
se se considerar o CEF do sector serviços, ou seja, o consumo de energia associado
à utilização dos edifícios residenciais e de serviços respectivamente).

Os grupo de actividades que ganharam peso no CEF entre 1995 e 2004 foram:

Grupo 6 – Mobilidade e uso dos transportes, designadamente os transportes


rodoviários e aéreos (em 1995 representava 33,2% do CEF, aumentando para
35,4% em 2004, acompanhado de uma taxa média anual de 4,4% de crescimento
do CEF).

Grupo 4 - Construção e actividades metalo-mecânicas associadas (este grupo


estabilizou o peso no CEF, em 6,4%, mas se se considerar o peso do CEF do sector
serviços, ou seja, o peso do consumo de energia associado à utilização dos edifícios
de serviços, a este valor acresce 7,8% em 1995 e 12,9% em 2004).

Todos os outros grupo de actividades perderam peso no CEF entre 1995 e


2004.

Entre as actividades mais consumidoras de energia destaca-se o esforço de


redução do CEF nos sectores industriais e o aumento do CEF do sector
transportes, entre 1995 e 2004.

207
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 5.1.1.10 – EVOLUÇÃO DO PESO DO CEF DAS ACTIVIDADES DO GRUPO 1 – ENERGIA


E INDÚSTRIAS ENERGÍVORAS, ENTRE 1995 E 2004

10

1995
2000
8
2004

0
P asta e Papel Vidro Cerâmica Cimento Siderurgia

Fonte: DGGE, consultar Anexo D.

GRÁFICO 5.1.1.11 – EVOLUÇÃO DO PESO DO CEF DAS ACTIVIDADES DO GRUPO 6 - MOBILIDADE,


ENTRE 1995 E 2004

35

30 1995
2000
25 2004

20

15

10

0
Caminho de ferro Rodoviários Transportes por água Transportes aéreos

Fonte: DGGE, consultar Anexo D.

Intensidade Energética

A intensidade energética, medida pelo rácio entre o consumo de energia final e o VAB da
actividade permite completar a análise, através da constatação dos grupos de actividades
intrinsecamente menos consumidores e dos que, sendo mais energívoros, têm ou não
efectuado melhorias.

208
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 5.1.1.12 – EVOLUÇÃO DA INTENSIDADE ENERGÉTICA ENTRE 1995 E 2004

8
Intensidade Energética (tma 95-04)

G10
M o da
6
G6 -
M o bilid ad e
4 G2 -
Químicas G1-
G4 - Energia e
Inf raest r. 2 Ind. Energívo ras
B ásicas

0
-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

-2

G9 - G3 -
Ag ro- Ind úst -4 U t il. Recurso s
Primários
-6
Intensidade Energética - Índice relativo à média nacional (Média = 100) -
2004

Fonte: DGGE e INE, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do Consumo de Energia Final da actividade no
Consumo de Energia Final Total, em 2004

Destacam-se pela negativa as actividades do Grupo 6 – Mobilidade, com maior peso no


consumo de energia final, maior intensidade energética relativamente à média nacional e
em crescimento nos últimos dez anos. Pela positiva são de mencionar as actividades do
Grupo 1 – Produtores de energia e actividades industriais mais energívoras, onde se
notou um esforço de contenção da intensidade energética.

Grupos de actividades com intensidade energética acima da média nacional


com tendência de agravamento (1º Quadrante):

Grupo 6 – Mobilidade e uso dos transportes, designadamente os transportes


rodoviários e aéreos (grupo com maior intensidade energética, acompanhada de
um crescimento médio anual de 1,6% entre 1995 e 2004).

Grupo 2 – Químicas (acompanhado de um crescimento médio anual de 1,6% na


intensidade energética).

Grupos de actividades com intensidade energética abaixo da média nacional


mas com tendência de agravamento (2º Quadrante):

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-mecânicas associadas (acompanhado


de um crescimento médio anual de 1,5% na intensidade energética).

Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (acompanhado de um crescimento médio


anual de 5,4% na intensidade energética).

209
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupos de actividades com intensidade energética abaixo da média nacional e


com tendência de melhoria (3º Quadrante):

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas


(acompanhado de um decréscimo de 3,9% na intensidade energética; note-se que
este valor inclui todo o sector da agricultura e floresta).

Grupo 3 – Utilização de recursos primários (acompanhado de um decréscimo de


4,2% na intensidade energética; note-se que este valor inclui todo o sector da
agricultura e floresta).

Grupos de actividades com intensidade energética acima da média nacional e


com tendência de melhoria (4º Quadrante):

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (acompanhado de


um decréscimo de 0,3% na intensidade energética).

Dentro deste grupo destacam-se as actividades da Pasta e Papel, Vidro e


Siderurgia como as que obtiveram melhorias mais significativas nos últimos dez
anos (Gráfico 5.1.1.13).

GRÁFICO 5.1.1.13 – EVOLUÇÃO DA INTENSIDADE ENERGÉTICA DAS ACTIVIDADES DO GRUPO 1 - ENERGIA E


INDÚSTRIAS ENERGÍVORAS, ENTRE 1995 E 2004

5 C i ment o
Intensidade Energética (tma 95-04)

3
Past a e Pap el
C er âmica
1

-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
-1

V id r o
-3

-5

Si d er ur g i a
-7

-9

-11
Intensidade Energética - Índice relativo à média nacional (Média = 100) -
2004

Fonte: DGGE e INE, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do Consumo de Energia Final da actividade no
Consumo de Energia Final Total, em 2004.

210
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Produção de Energia

Algumas destas actividades, grandes consumidoras de energia, contribuíram


inclusivamente para a descentralização da produção energética, através da produção de
energia por co-geração de electricidade e calor. Destacam-se a refinação e a pasta e
papel (Gráfico 5.1.1.14).

GRÁFICO 5.1.1.14 – EVOLUÇÃO DO PESO DO CONSUMO INTERMÉDIO PARA PRODUÇÃO DE NOVAS FORMAS
DE ENERGIA NAS ACTIVIDADES DO GRUPO 1 - ENERGIA E INDÚSTRIAS ENERGÍVORAS, ENTRE 1995 E 2004

80

1995
2000
2004
60

40

20

0
Pasta e Papel Refinaria Siderurgia Produção de Electricidade

Fonte: DGGE, consultar Anexo D.

O Grupo com maior peso no Consumo Intermédio (CI) para produção de novas formas de
energia é o Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos,
designadamente o sector eléctrico. Note-se que estes consumos para produção de novas
formas de energia correspondem à utilização para produção de electricidade e calor em
processos de co-geração, com excepção da produção de electricidade pelo sector
eléctrico.

Entre 1995 e 2004 ganharam peso na produção de energia:

Grupo 3 – Utilização de recursos primários (acompanhado de uma taxa média


anual de crescimento de 2,5% do CI; note-se que este valor inclui todo o sector da
agricultura e floresta).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas


(acompanhado de uma taxa média anual de crescimento de 10,3% do CI; note-se
que este valor inclui todo o sector da agricultura e floresta).

• Grupo 10 – Têxteis, vestuário e calçado (acompanhado de uma taxa média anual


de crescimento de 3,3% do CI).

211
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Entre 1995 e 2004 perderam peso na produção de energia:

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (acompanhado de


uma taxa média anual de 0,6% de crescimento do CI).

Grupo 2 – Químicas (acompanhado de uma taxa média anual de decréscimo do CI


de 3,7%).

Grupo 4 – Metalo-electro-mecânicas (acompanhado de uma taxa média anual de


decréscimo do CI de 9,5%).

Emissões de Gases (CO2 , SO2 e NOX)

Os principais gases emitidos podem causar efeitos de estufa (caso do CO2) ou de


acidificação e eutrofização (casos do SO2 e NOX), daí a importância da sua limitação.

Relativamente às emissões de CO2 os Grupos de actividades que mais contribuem são o


Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (34,0%) seguido do Grupo
6 – Mobilidade (29,5%).

Embora a meta de 27% de crescimento das emissões de CO2, entre 1990 e 2008-2012
seja global para o país, vários Grupos de actividades ultrapassaram já essa meta:

Grupo 6 – Mobilidade e uso dos transportes, designadamente os transportes


rodoviários e aéreos (praticamente duplicaram as emissões de CO2, em 14 anos).

Grupo 2 – Químicas (aumentaram 75% as emissões de CO2, em 14 anos).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (aumentaram 30%


as emissões de CO2, em 14 anos).

Note-se que no período houve um aumento das emissões de CO2 absorvidas por
sumidouros (uso do solo e florestas).

GRÁFICO 5.1.1.15 – PESO DAS EMISSÕES DE GASES POLUENTE – 2004

80

G1- Energia e Ind. Energívo ras


70
G2 - Químicas
60 G6 - M o bilidade
G9 - A gro-indústrias
50

40

30

20

10

0
CO2 SOx NOx

P eso das Emissõ es de Gases no To tal das Emissõ es


(%)

Fonte: IA, consultar Anexo D.

212
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 5.1.1.16 – PESO DAS EMISSÕES DE GASES DAS ACTIVIDADES MAIS POLUENTES - 2004

60

M o bilidade

P ro dução , transpo rte e


40 distribuição de electricidade

P asta e P apel

Refinaria
20

Siderurgia

0
CO2 SO2 NOx

Fonte: IA, consultar Anexo D.

Quanto aos gases acidificantes e eutrofizantes, o Grupo que mais contribui para as
emissões de SO2 é o Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos,
designadamente o sector eléctrico (75,3%) e os que mais contribuem para as emissões
de NOx são o Grupo 6 – Mobilidade e uso dos transportes, designadamente os
transportes rodoviários e aéreos (40,6%), seguido do Grupo 1 – Actividades intensivas
em energia e outros recursos, designadamente o sector eléctrico (24,5%).

Resíduos

As actividades produtivas geram vários tipos de resíduos, designadamente resíduos


industriais banais (RIB), resíduos industriais perigosos (RIP) e resíduos agrícolas (RA). Os
Grupos que mais contribuem para geração de resíduos estão representados no Gráfico
5.1.1.17.
GRÁFICO 5.1.1.17 – GERAÇÃO DE RESÍDUOS – 2001

80

70 Peso da Produção de Resí duos no t ot al


(%) (RIB)
Peso da Produção de Resí duos no t ot al
60 (%) (RIP)
Peso da Produção de Resí duos no t ot al
50 (%) (RA)

40

30

20

10

0
G1 - Energia e G2 - G3 - Ut il. G4 - G5 - Act . G6 - G7 - G8 - Saúde G9 - Agro- G10 - M oda
Ind. Quí micas Recursos Inf raestrut . Conh. M obilidade Ecot urismo indústrias
Energí voras Primários Básicas Int ensivo

Fonte: IR, consultar Anexo D.

213
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Maiores geradores de Resíduos Industriais Banais (RIB):

Grupo 3 – Utilização de recursos primários (41,5%, acompanhado de taxas de


reciclagem e valorização da madeira de 72% e 79%, respectivamente).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (23,9%).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (20,1%,


acompanhado de taxas de reciclagem e valorização do papel e cartão de 50% e
67%, respectivamente; do vidro de 38% em ambos os casos; dos metais de 53%
em ambos os casos).

Grupo 2 – Químicas e Plásticos e Borracha (1,6%, acompanhado de taxas de


reciclagem e valorização do plástico de 9% e 40%, respectivamente; dos pneus
usados de 58% e 27%, respectivamente).

Maiores geradores de Resíduos Industriais Perigosos (RIP):

Grupo 2 – Químicas (33,5%).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (27,0%).

Grupo 4 – Metalo-electro-mecânicas, designadamente fabricação de produtos


metálicos, máquinas e equipamentos, máquinas e aparelhos eléctricos e
reciclagem (19,3%).

Grupo 6 – Produção de veículos automóveis e outro material circulante (10,3%).

Maiores geradores de Resíduos Agrícolas (RA):

Grupo 3 – Utilização de recursos primários (72,7%).

Grupo 9 – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas (27,3%).

5.1.2. Síntese dos actores dos diversos grupos de actividades influenciados pelas
políticas ambientais

Da tentativa de levantamento dos actores efectuada, ainda que de forma não exaustiva,
pode constatar-se a existência de um conjunto emergente de actores, quer empresariais,
quer do meio universitário de área ligadas à inovação, em diversas grupos de actividades
económicas.

Uma melhor articulação entre os actores, a dinamização de redes e o fomento de


sinergias parecem sugerir a possibilidade de um dinamismo crescente nos próximos anos.

214
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Parecem estar a consolidar-se alguns grupos de actores em áreas mais tradicionais e a


emergir novos actores em áreas de inovação mais tecnológicas e de maior valor
acrescentado, com indícios de tendência crescente para o funcionamento em rede.

A partir do mapeamento da situação dos actores dos diversos grupos de actividades,


efectuado no Anexo F podem tirar-se algumas ilações:

Grupos de actividade em que os actores são mais coesos e demonstram


alguma propensão ao funcionamento em rede (têm presença de actores de
dimensão internacional capazes de aglutinar actividades à sua volta; articulam actores
da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte ligadas à
inovação; possuem recursos humanos altamente qualificados)

Grupo 6 – Mobilidade – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística


(predomínio de empresas multinacionais nos segmentos de Fabricantes
automóveis, Fornecedores de componentes, Material circulante e máquinas
agrícolas; empresas multinacionais a emergir nos segmentos de Aeronáutica e
aeroespacial e Logística; existência de vários Centros Tecnológicos e Centros de
Excelência: CATIM, CENTIMFE, CEEIA, INTELI; existência de vários Institutos de
novas tecnologias e centros de transferência de tecnologia, espalhados pelo país e
com crescente dinamismo; número significativo de empresas emergentes com
projectos de inovação, nas áreas de Sistemas de Informação, Transportes,
Ferrovia/Bilhética/Inteligência Artificial, Aeronáutica, Aeroespacial, Materiais e
equipamentos, Produção de biocombustíveis; competências crescentes nos
Institutos Superiores e Universidades). Note-se no entanto a existência de grandes
lacunas no funcionamento, pouco cooperativo, dos organismos do Estado,
designadamente a nível do poder local.

Grupo 8 – Saúde – Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico (predomínio


de empresas multinacionais nos segmentos de Farmacêuticas, Cosmética e
Produtos de Higiene; existência de Parques de C&T e Pólos Tecnológicos: Beira
Atlântico Parque (Cantanhede), Tecnopólo de Coimbra e TagusPark (Oeiras);
existência de vários Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de
tecnologia, espalhados pelo país e com crescente dinamismo; existência de várias
universidades, Hospitais Escola e Institutos de I&D, com núcloes fortes no Porto,
Coimbra e Lisboa, a desenvolver novas competências em áreas novas como a
genética, a biotecnologia e a nanotecnologia; número significativo e emergente de
laboratórios privados e empresas com investigação em áreas farmacêuticas,
biotecnologia, telemedicina e equipamento médico, com projectos de inovação).

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (predomínio de


empresas multinacionais nos segmentos de Material eléctrico, electrónico e de
precisão e Serviços de Informática e Comunicação; existência de vários Parques de
C&T e Pólos Tecnológicos espalhados pelo país: Tech Park (Braga), Tecmaia (Maia),

215
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Portus Park (Porto), ABAP-Beira Atlântico Parque (Cantanhede), Tecnopólo de


Coimbra, TagusPark (Oeiras), LISPOLO- Pólo Tecnológico de Lisboa, Maden Park
(Monte da Caparica); existência de vários Institutos de novas tecnologias e centros
de transferência de tecnologia, espalhados pelo país e com crescente dinamismo;
empresas de serviços de energia e ambiente e serviços de consultoria em
crescimento; número significativo de empresas emergentes com projectos de
inovação, nas áreas de Ambiente e energia, Engenharia e produção industrial,
Electrónica e TIC, Robótica; competências crescentes nas mesmas áreas nos
Institutos Superiores e Universidades).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (poucos actores e


coesos nos segmentos de Produção de Electricidade, Refinação de Petróleo,
Indústria da Pasta e Papel, Cimento, Siderurgia e Vidro, com predomínio de
empresas de capital estrangeiro nos três últimos casos; no segmento das
Indústrias Cerâmicas bastantes actores, PMEs, pouco coesos mas centrados na
região Centro; existência de Associações Empresariais dinâmicas e intervenientes;
existência de vários Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de
tecnologia, espalhados pelo país e com crescente dinamismo; número significativo
de empresas com projectos de inovação nas áreas de Energia e Ambiente, nos
segmentos da Energia, Pasta e Papel e Cerâmica; competências crescentes nos
Institutos Superiores e Universidades).

• Grupo 2 – Actividades intensivas em energia e produção de resíduos com


características especiais – Indústria Química Pesada e Plásticos e Borracha
(poucos actores, com predomínio de capital estrangeiro, relativamente coesos;
existência de Associações Empresariais dinâmicas e intervenientes; existência de
vários Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de tecnologia,
espalhados pelo país e com crescente dinamismo; várias empresas com projectos
de inovação; competências nos Institutos Superiores e Universidades).

Grupos de actividade em que os actores são menos coesos mas existem fortes
sinais de mudança (têm presença de alguns actores de dimensão internacional com
indícios de serem capazes de aglutinar actividades à sua volta; articulação já visível de
actores da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte ligadas à
inovação; pólos de recursos humanos altamente qualificados)

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos – Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração
do Mar e Oceano (empresas nacionais com predomínio no mercado mundial no
Sector Agro-florestal/Cortiça; predomínio de empresas multinacionais na
Exploração Mineira de produtos metálicos e não metálicos/rochas ornamentais;
várias companhias internacionais com concessões na prospecção e pesquisa de
petróleo, com dinamismo crescente; várias empresas a emergir em várias áreas de
Produção de Energias Renováveis: produção de electricidade a partir de solar

216
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

fotovoltaica, hídrica, resíduos e biomassa, eólica, geotérmica, ondas e células de


combustível; produção de calor a partir de energia solar térmica e geotérmica;
existência e boas competências em Laboratórios do Estado e afins; existência de
vários Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de tecnologia,
espalhados pelo país e com crescente dinamismo; existência de várias empresas
com projectos de inovação em diversas áreas: Agroflorestal, Extracção de
materiais, Energias Renováveis, Mar e Oceanos; existência de várias Universidades
e Institutos ligados a projectos de inovação nas mesmas áreas).

Grupos de actividade em que os actores são menos coesos mas existem


alguns sinais de mudança (têm presença de alguns actores de dimensão
internacional com indícios de serem capazes de aglutinar actividades à sua volta;
indícios de articulação de actores da comunidade empresarial com uma rede de
instituições de suporte ligadas à inovação; início de dinamização de recursos humanos
altamente qualificados)

Grupo 9 – Agro-indústrias – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das


bebidas (alguns grandes grupos nacionais e internacionais no segmento das
Bebidas, da Refinação de Açúcar e na Produção de Oliaginosas; várias empresas de
menor dimensão nos segmentos de Lacticínios, Concentrado de Tomate, Óleos e
Rações, Produtos Avícolas, Cafés, Vitivinícolas e outras; existência de vários
Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de tecnologia,
espalhados pelo país e com crescente dinamismo; número significativo de
empresas com projectos de inovação na área Agro-alimentar nos segmentos
Vitivinívcola, Lacticínios, Hortofrutículas, Culturas energéticas; competências
crescentes nos Institutos Superiores e Universidades).

Grupo 10 – Moda – Têxteis, vestuário e calçado (várias empresas de média e


pequena dimensão, centradas na região Norte; várias com projecção internacional;
existência de várias Associações Empresariais dinâmicas; existência de vários
Institutos de novas tecnologias e centros de transferência de tecnologia, centrados
na região Norte, com crescente dinamismo; várias empresas com projectos de
inovação na área da Moda; competências crescentes nos Institutos Superiores e
Universidades).

Grupos de actividade em que os actores são mais dispersos, com tendência a


um funcionamento individualizado (têm presença de alguns actores de dimensão
internacional com indícios de serem capazes de aglutinar actividades à sua volta;
muito pouca articulação de actores da comunidade empresarial com uma rede de
instituições de suporte ligadas à inovação; poucos recursos humanos altamente
qualificados)

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electromecânicas associadas


(predomínio de empresas com capital estrangeiro ano segmento das

217
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

metalomecânicas; poucos grupos nacionais e internacionais ligados à Construção a


actuar em mercados mundiais; várias PMEs com pequena dimensão para aposta no
mercado externo no segmento da Construção; várias empresas a emergir no
segmento de Reciclagem e Tratamento de Resíduos; várias empresas municipais
de Água; algumas empresas de Reabilitação Urbana com expressão ainda ténue;
existência de Associações Empresariais com alguns sinais de cooperação; agentes
governamentais e da administração local com um funcionamento individualizado,
pouco cooperativo; associações profissionais com um funcionamento
individualizado; algumas empresas com projectos de inovação na área do
Ambiente e Construção; competências em Universidades e Institutos Superiores.

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas (alguns grandes grupos


nacionais e internacionais ligados ao turismo a actuar em mercados mundiais;
grandes grupos internacionais no segmento de Edições e Publicações e Multimédia;
alguns grupos empresariais no segmento de Actividades desportivas, de lazer e
animação turística).

O cruzamento destas ilações com as maiores ou menores preocupações destes grupos de


actividades relativamente às questões do ambiente e da inovação permitem situar o
conjunto dos actores nos quadrantes e um Diagrama que cruza dois eixos cruciais para a
dinamização de clusters: um eixo relacionado com a inovação e outro com o
funcionamento em rede (Figura 5.1.2.1):

Grupos de actividades com actores emergentes situados no Quadrante


“Ganhos de dimensão potenciando a inovação” (1º Quadrante):

Grupo 6 – Mobilidade – Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística.

Grupo 8 – Saúde – Farmacêuticas, cosmética, produtos de higiene e equipamento


médico.

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo – Electrónica,


Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática, Serviços de
Arquitectura, I&D e Consultoria.

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos - Produção de


Electricidade, Refinação de Petróleo, Indústria da Pasta e Papel, Cimento,
Siderurgia, Vidro, Indústrias Cerâmicas.

Grupo 2 – Actividades intensivas em energia e produção de resíduos com


características especiais – Indústria Química Pesada e Plásticos e Borracha.

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos – Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração
do Mar e Oceano.

218
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupos de actividades com actores emergentes situados no Quadrante


“Ganhos de dimensão com pouca inovação” (2º Quadrante):

Grupo 9 – Agro-indústrias – Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das


bebidas.

Grupo 10 – Moda – Têxteis, vestuário e calçado.

Grupos de actividades com actores emergentes situados no Quadrante


“Estagnação” (3º Quadrante):

Grupo 4 – Construção e actividades metalo-electromecânicas associadas.

Grupo 7 – (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas.

219
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA 5.1.2.1 - OS ACTORES EMERGENTES – LEITURA DE ALGUNS SINAIS DA SITUAÇÃO ACTUAL

Coesão/
Ganhos de Funcionamento Ganhos de
em rede
dimensão com dimensão
pouca inovação Automóvel
potenciando a
Serviços
de Engenharia
inovação
Material
Biomedicina E Arquitectura
Aeronáutica Circulante Farmacêuticas I&D Robótica e
Ensaios e Automação
Logística Análises Técnicas
Biotecnologia Electrónica

Refinarias
Químicas
Centrais Except.
Termoeléctricas Pasta e papel Farmacêu.
Cogeradores
Plásticos
e
Vidro Borracha
Eólicas Fotovoltaica Cimentos
Aço
Alimentação Agricultura Biomassa
Ondas e
e Bebidas Biológica Marés Cerâmicas
Células de
Combustível
Agro-
Pecuária
B i o lo g ia
Têxteis M a r in h a
Técnicos I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g i a
Moda Da De M a rin h a
E x p lo r a ç ã o
M a d e ira e M a te r ia is
C o r tiç a E n e rg é tic a

S e q u e s ta ç ã o F lo re s t a
De
CO2

Multimédia
Turismo
/Conteúdos
Reciclagem
Reutilização Edifícios
Desporto Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento
e Gestão
de Resíduos
Preocupações
crescentes de
Quase ausência de
inovação e de
preocupações de
ambiente
inovação e de Construção
ambiente

Metalo-electro- Imobiliárias
mecânicas

Inovação sem
ganhos de
Estagnação Dispersão/ dimensão
Funcionamento
individualizado

220
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

5.2. POTENCIALIDADES DOS DIVERSOS CLUSTERS NA DINAMIZAÇÃO DA


ECONOMIA E PRODUÇÃO DE EFEITOS NO CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS

O desenvolvimento dos vários grupos de actividades far-se-á necessariamente de forma


diferenciada, já que, como se pôde verificar ao longo deste capítulo e do capítulo 4, os
diversos grupos partem de diferentes preocupações ambientais e energéticas,
apresentam diferentes dinâmicas económicas, sociais, de produtividade, de mercado
externo e de inovação, o panorama dos actores emergentes é heterogéneo e,
finalmente, os desafios e oportunidades são também diversos. Daí que a hipótese mais
viável, a curto prazo, seja a de optar pelo desenvolvimento gradual de vários grupos de
actividades em clusters “parciais” que, a mais longo prazo, tendam para uma forte
articulação entre eles, proporcionando a constituição do cluster global proposto na
Figura 5.1.1.

Optou-se por isso por organizar os referidos grupos de actividades em função das suas
potencialidades de dinamização da economia e produção de efeitos no curto, médio e
longo prazos.

5.2.1. Grupos de actividades a dinamizar numa óptica de redução dos efeitos


negativos no ambiente, aumento da inovação e melhoria da
competitividade (a partir da análise top-down)

A conjugação das dinâmicas dos diferentes indicadores atrás analisados (ponto 5.1.1)
permite finalmente tirar algumas ilações finais quanto aos Grupos a dinamizar,
desejavelmente numa óptica de redução dos efeitos negativos no ambiente, aumento da
inovação e melhoria da competitividade.

GRÁFICO 5.2.1 – EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA E DO EMPREGO ENTRE 1995 E 2005

5
Actividade no Total do VAB da Economia

4
Ganhos / Perdas de Peso do VAB da

G5 -
3 A ct . C o nh.
G7- Int ensivo
Eco
2 - T ur ismo

G6 -
(%) 95-05

1 M o b ilid ad e
G8 -
Saúd e
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
G3 -
U t i l.R ecur so s -1
Pr imár io s
G9 - -2
A g r o - Ind úst . G4 -
G1-
-3
Ener g ívo r as I nf r aest .
B ásicas
G10 -
M oda -4

-5
Ganhos / Perdas de Peso do Emprego da Actividade no Total do Emprego da
Economia (%) - 95-05

Fonte: INE, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das bolas corresponde ao peso do VAB da Actividade no Total do VAB da Economia,
em 2005.

221
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os Gráficos 5.2.1 a 5.2.5 ilustram o cruzamento de dinâmicas de diferentes indicadores,


designadamente as dinâmicas económica e social, económica e mercado externo,
mercado externo e despesas de I&D, economia e emprego altamente qualificado e
intensidade energética.

GRÁFICO 5.2.2 – EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA E DO MERCADO EXTERNO


ENTRE 1995 E 2004/05
5
Actividade no Total do VAB da Economia

4
Ganhos / Perdas de Peso do VAB da

3 G5 -
A ct . C o nh.
G 7-
Int ensivo
2E co - T urismo
G6 -
M o b il id ad e
1
(%) 95-05

0
-15 -10 -5 0 5 10
G 10 - G2 -
-1
M oda Q uímicas
G 1-
Ener g ívo r as
-2 G8 -
G4 - S aúd e
-3 Inf raest .
G9 - B ásicas
A g r o - I nd úst .
-4

-5
Ganhos / Perdas de Peso das Exportações da Actividade no Total das
Exportações de Bens e Serviços da Economia (%) - 95-04*

Fonte: INE e BP, consultar Anexo D. Nota: Dimensão das bolas corresponde ao peso do VAB da
Actividade no Total do VAB da Economia, em 2005; *Exportações de Serviços - 96-05.

GRÁFICO 5.2.3 – EVOLUÇÃO DO MERCADO EXTERNO E DAS DESPESAS DE I&D EM % DO VAB


ENTRE 1995 E 2003/05
5
G8 -
S a úd e G5 -
4
Despesas de I&D em % do VAB da

A c t . C o nh.
G2 -
Ganhos / Perdas de Peso das

I nt e nsi v o
3
Quí m i c a s
Actividade (%) - 95-03

2
G10 -
M od a 1

G6 -
0
M obi l i da d e
-15 -10 -5 0 5 10
-1 G7 -
G9 - Ec o - Tur i sm o
A g r o- I ndúst .
-2
G1-
G4 - Ene r g í v or a s
-3
I nf r a e st .
B ási c a s
-4

-5

Ganhos / Perdas de Peso das Exportações da Actividade no Total das


Exportações de Bens e Serviços da Economia (%) - 95-04*

Fonte: INE, BP e OCES, consultar Anexo D. Nota: Dimensão das bolas corresponde ao peso do
VAB da Actividade no Total do VAB da Economia, em 2005; *Exportações de Serviços - 96-05.

222
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GRÁFICO 5.2.4 – EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA E DO EMPREGO ALTAMENTE QUALIFICADO


ENTRE 1995 E 2003/05

4
Ganhos / Perdas de Peso do VAB da
Actividade no Total do VAB da

3
G7- G6 -
G5 -
Economia (%) 95-05

Eco - Turismo 2 M o bilidad e


A ct . Co nh.
Int ensivo
1 G8 -
Saúd e
0 G3 -
-15 -10 -5 0 5 10 1U5 t il.R ecursos
20 25 30
Primário s
-1

-2
G4 -
Inf raest .
-3
B ásicas G10 - G9 -
G1- M od a A g ro- Ind úst .
-4
Energ ívoras

-5

Recursos Humanos em I&D (%) (tmac - 95-03)

Fonte: INE e OCES, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das bolas corresponde ao peso do VAB da Actividade no Total do VAB da
Economia, em 2005.

GRÁFICO 5.2.5 – EVOLUÇÃO DA INTENSIDADE ENERGÉTICA ENTRE 1995 E 2004

8
G10
Intensidade Energética (tma 95-04)

M o da
6
G6 -
M ob ilidade
4 G2 -
Químicas G1-
G4 - Energ ia e
Inf raest r. 2 Ind . Energ ívoras
B ásicas

0
-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

-2

G9 - G3 -
A gro - Indúst -4 U t il. R ecurso s
Primário s

-6
Intensidade Energética - Índice relativo à média nacional (Média = 100) - 2004

Fonte: DGGE e INE, consultar Anexo D.


Nota: Dimensão das Bolas corresponde ao peso do Consumo de Energia Final da actividade no
Consumo de Energia Final Total, em 2004.

223
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Algumas ilações:

Grupos de actividades mais dinâmicos no Curto Prazo (~ no presente)

Identifica-se um primeiro conjunto de grupos de actividades que nos últimos 10 anos


apresentaram comportamentos dinâmicos na economia, no mercado externo e na
inovação, contribuindo para a alteração na estrutura produtiva nacional entretanto
ocorrida:

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (Electrónica,


Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática, Serviços de
Arquitectura, I&D e Consultoria).

Grupo 6 – Mobilidade (Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística).

Outro grupo de actividades que contribuiu fortemente para um menor desequilíbrio da


balança de pagamentos e evidenciou um comportamento dinâmico na economia e no
mercado externo nos últimos 10 anos foi o:

Grupo 7 – (Eco) Turismo (Turismo sustentável e actividades de lazer associadas).

Por outro lado, um olhar sobre a evolução da intensidade energética e sobre o peso do
consumo de energia final dos vários grupos de actividade permite realçar igualmente
um grupo de actividades mais dinâmico em termos de esforço de redução dos consumos
de energia e das emissões poluentes, incluindo-se neste grupo várias actividades com
grande dinâmica no mercado externo e na inovação:

• Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (Produção de


electricidade, Refinação, Pasta e Papel, Vidro, Cerâmica, Cimento, Siderurgia)

Grupos de actividades com potencialidades no Médio Prazo (horizonte ~


próximos 5 a 7 anos - 2013)

Nos últimos 10 anos outro conjunto de grupos de actividades, com pouco peso
económico na estrutura produtiva nacional, mas que engloba actividades de maior valor
acrescentado e conhecimento intensivo, apresentou ganhos de mercado externo e
aumentos substanciais de inovação:

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Geração de Resíduos com


características especiais (Químicas pesada e Plásticos e borracha).

Grupo 8 – Saúde (Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico).

Outro conjunto de actividades, mais tradicionais, com um peso significativo no VAB,


emprego e exportações, mas em forte quebra, apresentou no entanto, nos últimos 10
anos, taxas elevadas de crescimento de recursos humanos em I&D e aumentos

224
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

significativos das despesas de I&D em percentagem do VAB, demonstrando alguma


tendência de evolução na cadeia de valor:

Grupo 10 – Moda (Têxteis, vestuário e calçado).

Grupo 9 – Agro-indústrias (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das


bebidas).

Por outro lado, um olhar sobre a produção e os consumos de energia e emissões


associadas e sobre as potencialidades quer em termos de recursos naturais existentes
no país, quer em termos de eficiência energética, apontam para a importância crucial do
desenvolvimento de actividades com pouco peso no mercado externo, mas com peso
significativo na economia e no emprego e determinantes na melhoria dos padrões de
produção e consumo de energia e outros recursos:

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e


não-energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e
Exploração do Mar e Oceano).

Grupo 4 – Grupo 4 - Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais


Transversais e Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metalomecânicas, Imobiliária).

5.2.2. GRUPOS DE ACTIVIDADES A DINAMIZAR CONSIDERANDO OS ACTORES EMERGENTES (A


PARTIR DA ANÁLISE BOTTOM-UP)

Tendo em conta o levantamento efectuado dos principais actores e a leitura do que


parecem ser alguns sinais de propensão a actuar de forma coesa e em redes que
potenciem a inovação considerando as preocupações crescentes na área do ambiente
(consultar Figura 5.1.2.1) podem tirar-se as seguintes ilações:

Grupos de actividades com actores emergentes que parecem indicar


capacidade de “Ganhos de dimensão potenciando a inovação”

Grupo 5 – Actividades transversais de conhecimento intensivo (Electrónica,


Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática, Serviços de
Arquitectura, I&D e Consultoria).

Grupo 8 – Saúde (Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico).

Grupo 1 – Actividades intensivas em energia e outros recursos (Produção de


electricidade, Refinação, Pasta e Papel, Vidro, Cerâmica, Cimento, Siderurgia).

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Geração de Resíduos com


características especiais (Químicas pesada e Plásticos e borracha).

225
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e


não-energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e
Exploração do Mar e Oceano).

Grupo 6 – Mobilidade (Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística).

Grupos de actividades com actores emergentes que parecem indicar


capacidade de “Ganhos de dimensão com pouca inovação” ou menores
preocupações de inovação e ambiente

Grupo 10 – Moda (Têxteis, vestuário e calçado).

Grupo 9 – Agro-indústrias (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das


bebidas).

Grupo de actividades com actores emergentes que parecem indicar apenas


sinais ténues de actuação em rede e preocupações de inovação e de
ambiente, mostrando alguma “Estagnação”

Grupo 4 – Grupo 4 - Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais


Transversais e Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metalomecânicas, Imobiliária).

Grupo 7 – (Eco) Turismo (Turismo sustentável e actividades de lazer associadas).

5.2.3. Proposta de mapeamento do potencial de dinamização das actividades


do(s) cluster(s) com efeitos no curto, médio e longo prazos

Tendo em conta as considerações anteriormente efectuadas optou-se por mapear os


diversos grupos de actividades num diagrama de dois eixos onde é feita a intersecção
de dois factores considerados importantes: no eixo horizontal o potencial de
dinamização das exportações, da inovação e da competitividade da economia e no eixo
vertical as preocupações de protecção do ambiente e desmaterialização da economia.

As Figuras 5.2.3.1 a 5.2.3.3, tentam sintetizar o potencial de dinamização dos grupos


de actividades considerados, mapeando a situação actual, ou de curto prazo, uma
hipótese de evolução no médio prazo (2007-2013) e outra hipótese de evolução a mais
longo prazo (2013-2020).

O grande desafio residirá em potenciar actividades duplamente ganhadoras em termos


económicos e ambientais, ou seja “win-win”, onde a dinamização das exportações, da
inovação e da competitividade da economia se conjugue com as preocupações de
protecção do ambiente e desmaterialização da economia.

A colocação dos grupos de actividades no quadrante “win-win”, não significa que todo o
conjunto possa ser duplamente ganhador, pretendo apenas indicar a existência de
fortes potencialidades, com algum significado económico, pelo menos nalguns nichos de
mercado.

226
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA 5.2.3.1 - POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES – MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO ACTUAL 2005

Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia

Win –Loose Químicas


Win –Win
Amb -Econ Except.
Farmacêu.
Serviços Econ-Amb
Plásticos de Engenharia
e E Arquitectura
Borracha I&D Robótica e
Biomedicina Ensaios e Automação
Farmacêuticas
Análises Técnicas
Electrónica
Biotecnologia
Eólicas Fotovoltaica
Refinarias
Biomassa
Ondas e Centrais
Marés
Células de
Termoeléctricas Pasta e papel
Combustível Cogeradores

Vidro
B i o lo g ia Cimentos
M a r in h a
Aço
I n d ú s t r ia s E x tr a c ç ã o G e o lo g ia Automóvel
Da De M a r in h a
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo ra ç ã o
C o rt iç a E n e r g é t ic a Cerâmicas Material
S eq u estaçã o F lo r e s ta Aeronáutica Circulante
De
CO2

Logística

Baixas Exportações Alimentação Agricultura Potencial de


e Bebidas Biológica
e Inovação e Dinamização das
pequeno contributo Exportações, da
para a Agro- Inovação e da
Pecuária
Competitividade da Reciclagem
Competitividade
Economia Reutilização Edifícios da Economia
Tratamento Valorização Inteligentes
de Água
Tratamento Multimédia
e Gestão Turismo
/Conteúdos
de Resíduos

Desporto

Construção
Têxteis
Técnicos
Metalo-electro- Imobiliárias Moda
mecânicas

Win –Loose
Loose –Loose Baixas preocupações de
Econ-Amb
Amb -Econ protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia

227
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA 5.2.3.2 - POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES – HIPÓTESE DE MAPEAMENTO NO MÉDIO PRAZO 2007-2013

Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia
Win –Loose
Win –Win
Amb -Econ Serviços

Eólicas Fotovoltaica
de Engenharia
E Arquitectura
Econ-Amb
I&D Robótica e
Biomassa
Ondas e
Ensaios e Automação
Marés
Células de Análises Técnicas
Combustível
Electrónica

B io lo g ia
M a r in h a
I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g ia
Da De M a r in h a
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é t ic a

S e q ue stação F lo r e s t a Automóvel
De
CO2 Biomedicina
Farmacêuticas Material
Aeronáutica Circulante
Biotecnologia
Refinarias Logística
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel
Cogeradores

Vidro
Cimentos
Aço

Cerâmicas

Químicas
Except.
Farmacêu.
Reciclagem
Reutilização Edifícios Plásticos
Tratamento Valorização Inteligentes e
de Água Borracha
Tratamento
e Gestão
de Resíduos Multimédia
Turismo
/Conteúdos

Têxteis
Alimentação Agricultura
Construção Técnicos Desporto
e Bebidas Biológica Moda
Baixas Exportações Potencial de
e Inovação e Metalo-electro- Imobiliárias Agro- Dinamização das
pequeno contributo mecânicas Pecuária Exportações, da
para a Inovação e da
Competitividade da Competitividade
Economia da Economia

Win –Loose
Loose –Loose
Econ-Amb
Amb -Econ
Baixas preocupações de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da
Economia
228
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

FIGURA 5.2.3.3 - POTENCIAL DE DINAMIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES – HIPÓTESE DE MAPEAMENTO NO LONGO PRAZO 2013-2020

Preocupações elevadas de
protecção do Ambiente e
desmaterialização da Economia

Win –Loose
Win –Win
Amb -Econ Serviços
de Engenharia
Econ-Amb
Eólicas Fotovoltaica
E Arquitectura
I&D Robótica e
Biomassa
Ondas e
Ensaios e Automação
Marés
Células de Análises Técnicas
Combustível
Electrónica

B io lo g ia
M a r in h a
I n d ú s t r ia s E x t r a c ç ã o G e o lo g ia
Da De M a r in h a
M a d e ir a e M a t e r ia is E x p lo r a ç ã o
C o r t iç a E n e r g é tic a
Automóvel
S e q u e sta çã o F lo re s ta
De
CO 2 Material
Refinarias Aeronáutica Circulante
Centrais
Termoeléctricas Pasta e papel Logística
Cogeradores
Biomedicina
Farmacêuticas
Vidro
Cimentos
Aço Biotecnologia

Cerâmicas

Químicas
Except.
Farmacêu.
Reciclagem
Reutilização Edifícios Plásticos Multimédia
Turismo
Tratamento Valorização Inteligentes e /Conteúdos
de Água Borracha
Tratamento
e Gestão
de Resíduos Desporto

Construção
Têxteis
Alimentação Agricultura Técnicos
Imobiliárias Moda
Metalo-electro- e Bebidas Biológica
mecânicas
Agro-
Pecuária

Baixas Exportações Potencial de


e Inovação e Dinamização das
pequeno contributo Exportações, da
para a Inovação e da
Competitividade da Competitividade
Economia da Economia

Loose –Loose Baixas preocupações de Win –Loose


protecção do Ambiente e
Amb -Econ desmaterialização da Econ-Amb
Economia

229
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Algumas ilações:

Os grupos de actividades que no curto prazo se situam no quadrante “win-win” ou


que têm potencialidades de deslocação para esse quadrante no médio e longo prazos
têm, ou mostram indícios de poder vir a ter, actividades concorrenciais no mercado
externo, tendentes a uma subida na cadeia de valor e que possam contribuir para
uma menor intensidade energética e carbónica da economia.

Englobam também actividades onde o mapeamento dos actores mostra desde já a


existência de algumas condições que, à semelhança dos exemplos internacionais
analisados no Capítulo 2, podem justificar o desenvolvimento de clusters de eco-
actividades:

Empresas de dimensão internacional com poder de gerar à sua volta um denso


tecido de PMEs que operem, designadamente, em nichos tecnológicos específicos.

Existência de pólos de investigação e inovação que gerem sinergias entre si.

Presença de empresas dinâmicas com forte aptidão para a inovação.

Articulação da comunidade empresarial com uma rede de instituições de suporte e


de interface que parece ser capaz de gerar e disseminar estímulos para o
desenvolvimento de clusters.

Existência de recursos humanos altamente qualificados e produtivos em diversos


domínios, designadamente em áreas mais tecnológicas e inovadoras e oferta de
formação com qualidade pelos Institutos Superiores e Universidades.

Muito haverá ainda a fazer neste conjunto de condições, para que se venham a
desenvolver, no futuro, efeitos multiplicadores dos exemplos já existentes, mas os
sinais existentes são favoráveis.

No entanto, algumas das condições que parecem ter justificado o desenvolvimento de


clusters de eco-actividades e energias renováveis noutros países, são muito débeis
em Portugal, apontando para a necessidade de actuação nessas áreas,
designadamente:

Administrações públicas locais muito pouco mobilizadas e em geral com fracas


competências.

Contexto económico geral pouco favorável ao investimento e à competitividade:


necessárias melhorias na dotação de infra-estruturas adequadas e eficientes,
mercado de capitais eficiente, barreiras à entrada, custos de contexto, etc.

Fraca sensibilização da sociedade local com a qualidade de vida e as questões


ambientais e fraca cultura de cooperação e articulação em redes.

230
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Estas três debilidades perpassam a economia e a sociedade portuguesas e,


juntamente com algumas deficiências estruturais, como sejam a insuficiência de
recursos humanos com qualificações técnicas médias e de recursos humanos com
capacidade de liderança e gestão empresarial, constituem sérios obstáculos à
dinamização de clusters de eco-indústrias e serviços.

A identificação de um conjunto alargado de desafios e a enumeração/ interrogação de


algumas possíveis oportunidades para a dinamização das diversas actividades
económicas em Portugal, englobadas nos grupos analisados no Capítulo 4, pretende
constituir apenas um ponto de partida para uma reflexão mais alargada. Considera-se
da maior importância, para a efectiva implementação de clusters de eco-eficiência em
Portugal:

Seleccionar algumas hipóteses que possam desenvolver-se a um nível territorial e


sectorial mais desagregados e proceder a uma análise/reflexão mais detalhada
das mesmas.

Envolver desde logo os actores no processo de reflexão/decisão, fomentando em


simultâneo o desenvolvimento de redes de cooperação.

Tal poderia contribuir para um desenvolvimento equilibrado do(s) território(s),


aumentar a consciência social e ambiental dos actores envolvidos e dos cidadãos em
geral e aumentar a visibilidade de casos de sucesso facilitando o efeito multiplicador.

231
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

6. REFLEXÕES FINAIS

Este relatório constitui essencialmente um levantamento e sistematização da situação


existente no que se refere às actividades associadas ao ambiente em Portugal,
identificando-se possíveis sinais de mudança. Reúne um conjunto exaustivo de
informação que conduz a áreas como sejam as políticas transversais, os mercados e o
papel dos actores e da sociedade. Engloba na análise os contributos da ciência económica
e da ciência ambiental, podendo constituir um documento pedagógico de abertura à
reflexão.

A análise das tendências mais recentes da política ambiental e dos seus impactos na
competitividade, efectuada no capítulo 1, conduz à constatação da importância
fundamental para um país como Portugal − numa fase crucial de ajustamentos
estruturais da sua economia − de fomentar políticas de desenvolvimento duplamente
ganhadoras, quer em termos económicos, quer ambientais.

Uma das vias de aceleração deste processo, reside no desenvolvimento de clusters. A


partir de diversas experiências internacionais de clusters de eco-indústrias,
sistematizadas no capítulo 2, foi possível identificar um conjunto de condições que podem
conduzir à emergência e desenvolvimento desses clusters em determinadas localizações.

Em Portugal a abordagem ao sector das eco-indústrias, efectuada no capítulo 3, revela


um sector ainda muito orientado para o mercado interno e para a satisfação de défices
em infra-estruturas básicas, de baixo valor acrescentado, reduzido crescimento da
produtividade, forte dependência tecnológica, e défice comercial em agravamento, com
uma dinâmica da procura determinada pelo investimento público, sobretudo da
Administração Local. Em termos de absorção de emprego, o sector caracteriza-se pela
capacidade de reter níveis de qualificação muito diferenciados e, no cômputo geral, pela
absorção de elevados níveis de mão-de-obra. Quanto ao potencial de evolução futura,
identifica-se uma dinâmica muito positiva da oferta de recursos humanos especializados.

A sistematização dos grupos de actividades mais influenciados pelas políticas ambientais,


efectuada no capítulo 4, conjugada com a análise de um conjunto de indicadores
macroeconómicos, dos actores emergentes e das perspectivas de evolução das restrições
ambientais e de desenvolvimento de novas tecnologias de energia e ambiente, permitiu
detectar alguns sinais emergentes de mudança.

A identificação de um conjunto de actividades que, no médio-longo prazo, possam


tornar-se geradoras de exportações de bens e serviços e contribuir para a
competitividade da economia conduziram à apresentação, no capítulo 5, de possível(eis)
Cluster(s) de eco-indústrias e serviços em Portugal, abrangendo um vasto leque de
actividades. Todavia, os grupos de actividades englobados no cluster não apresentam,
em simultâneo, as mesmas oportunidades, tendo-se optado, por isso, por organizá-los
em função das suas potencialidades de dinamização da economia e de produção de
efeitos no curto, médio e longo prazos.

232
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Opções para a dinamização dos eco-clusters :

A dinamização do(s) cluster(s) de eco-indústrias e serviços em Portugal poderá ser


promovida tendo por base duas abordagens possíveis:

uma, mais clássica, de agregação de actividades, onde se inserem empresas


“âncora”, desenvolvendo inovações incrementais, ao nível dos processos produtivos
e dos produtos, e com potencial de arrastamento de outras actividades. Estes
agrupamentos permitiriam elevar as exportações e a competitividade, numa
perspectiva de acompanhamento dos mercados internacionais;

outra, mais arrojada, na qual todos os factores anteriores se contextualizam no


sentido da evolução para uma sociedade do futuro 118 , onde presidem os conceitos
de “Metabolismo da Economia”, “Ecologia Industrial” e “Inovação Sustentável”.
Este modelo revela-se muito mais exigente, não tanto pelos aspectos tecnológicos
ou económicos mas, sobretudo, pelas fortes implicações a nível societal, i.e.,
passando pela dinamização de alterações nos valores sociais e culturais das
empresas e da sociedade em geral, pressupondo um paradigma com uma elevada
expressão nos valores da responsabilidade social. Sendo a aposta muito mais
exigente permitirá, todavia, ganhos económicos, sociais, ambientais e de
competitividade, muito superiores para o país.

As economias desenvolvidas encontram-se numa fase de transição relativamente às


políticas de desenvolvimento. Nesta fase, a questão reside em saber se Portugal
continuará a apostar numa política de prevenção de riscos ambientais 119 (onde as
empresas se preocupam sobretudo com o seu desempenho ambiental e com a
implementação de sistemas de gestão do ambiente), ou, se antecipando as tendências
futuras, já emergentes, e tentando “saltar” etapas, optará por fomentar uma política
integrada de desenvolvimento sustentável 120 , (onde as empresas se preocupam com a
sustentabilidade, encarando o ambiente, a economia, a sociedade e a dimensão
externa/responsabilidades internacionais, como pilares fundamentais da sua estratégia
de actuação).

Acredita-se ser possível adoptar para Portugal a visão mais ambiciosa, com base na
convicção que a melhoria da competitividade da economia nacional, num contexto de

118
Ferrão, P., Conceição, P., Baptista, R. et al., Inovação, Empreendedorismo e Desenvolvimento: O que
podemos aprender da Investigação para a Formação de Políticas Públicas nas Áreas da Ciência, Inovação,
Crescimento Económico e Desenvolvimento Sustentável – Preparar Portugal para um Novo Ciclo de Fundos
Estruturais 2007-2013, IST, IN+, Observatório do QCA III, Agosto 2005.
119
Antunes, P., Santos, R., Martinho, S., Lobo, G., Estudo sobre o Sector Eléctrico e Ambiente, Relatório
Síntese, ERSE, FCT/UNL/ Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente, 2003.
120
CE, COM(2005) 658 final, On the review of the Sustainable Development Strategy. A Platform for Action,
Brussels, 14.12.2005 e CE, Documento 10117/06, de 9.06.06, Reapreciação da Estratégia da EU para o
Desenvolvimento Sustentável (EDS) – Nova Estratégia, aprovada em Conselho Europeu de Ministros de 14
e 15 de Junho de 2006.

233
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

globalização, envelhecimento populacional e acentuação das desigualdades sociais, exige


uma concentração de esforços em áreas de inovação “radical” (tecnológica,
organizacional e societal), também designada “inovação sustentável”, nas quais o
“ambiente”, em sentido lato e integrado, pode constituir o motor.

Condicionantes de partida e eixos de actuação:

As condicionantes estruturais do país, mencionadas em vários documentos


121
estratégicos , aconselham, no entanto, a ponderar um conjunto equilibrado e gradual
de oportunidades de desenvolvimento, que permitam acomodar os ajustamentos
estruturais em curso a um desenvolvimento sustentável do país, nas suas componentes
económica, ambiental, de coesão social e de desenvolvimento equilibrado do território,
sugerindo-se, assim, alguns eixos de actuação:

dinamizar actividades que criem valor − a focalização dos investimentos em


actividades de maior valor acrescentado e maiores ganhos de produtividade, de
que são exemplo as actividades dos Grupos 5, 6 e 8 − Electrónica, Robótica,
Actividades Informáticas, Serviços de Conhecimento Intensivo, Actividades de I&D,
Automóvel, Aeronáutica, Logística e Saúde, deve ser conjugada com o
desenvolvimento simultâneo de mercados de nicho, designadamente, em
actividades produtivas em decréscimo, de menor valor acrescentado, como sejam,
nomeadamente, as actividades dos Grupos 9 e 10 − Agro-alimentares e Têxteis e
Moda;

melhorar a qualificação dos recursos humanos − a focalização dos


investimentos na formação de recursos humanos de elevada qualidade, em áreas
de futuro, exigentes em competências de elevado nível científico e tecnológico,
como sejam a Electrónica, a Robótica, as TIC, a Farmacêutica, a Biotecnologia, a
Nanotecnologia, a Biologia Marinha, os Materiais, a Aeronáutica, o Automóvel, deve
ser articulada com investimentos na formação contínua e na aprendizagem ao
longo da vida, assim como na reconversão de recursos humanos em actividades
menos exigentes em competências de nível elevado, designadamente ligadas ao
turismo e ao desenvolvimento rural, ao lazer e aos cuidados sociais;

dinamizar as exportações − a focalização dos investimentos em actividades de


média-alta intensidade tecnológica e serviços conhecimento-intensivos como sejam
a Electrónica, a Robótica, as TIC, a Farmacêutica, a Biotecnologia, a
Nanotecnologia, a Biologia Marinha, os Materiais, a Aeronáutica, o Automóvel, deve
ser conjugada com a aposta simultânea em actividades de nicho, de maior valor
acrescentado, nos sectores tradicionais, como os Têxteis, o Vestuário, o Calçado, a

121
Vide Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável ENDS 2005-2015 (aprovada em CM de 28 de
Dezembro de 2006), capítulo “Portugal – O ponto de partida para uma Estratégia de Desenvolvimento
Sustentável”.

234
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Pasta e o Papel, a Madeira e a Cortiça, as Cerâmicas, o Vidro, e com uma maior


atracção de turismo de natureza, cultural e desportivo;

fomentar a inovação – a focalização das despesas de I&D em áreas de elevado


valor acrescentado, com impactos a médio prazo na economia, de que são exemplo
a Electrónica, a Robótica, as TIC, a Farmacêutica, a Biotecnologia, a
Nanotecnologia, a Biologia Marinha, os Materiais, a Aeronáutica, o Automóvel, deve
ser conjugada com a aposta simultânea das despesas de I&D em “nichos verdes”
que proporcionem o aproveitamento das valências do território, com efeitos a mais
longo prazo, como sejam os casos das energias alternativas, da biologia marinha,
da geologia marinha e dos novos materiais, entre outros;

reduzir o consumo de energia final – a focalização dos investimentos na


eficiência energética e em processos produtivos eco-eficientes, através da
racionalização dos consumos de energia, da utilização das melhores tecnologias
disponíveis (MTD) e da maximização do uso de automatismos e robótica em todos
os sectores de actividade com especial ênfase nos sectores de consumo intensivo
(actividades dos Grupos 1, 2 e 3), deve ser articulada com a focalização
simultânea de investimentos em duas áreas decisivas: Gestão da Mobilidade
(Grupo 6) e Construção Sustentável, incorporando as soluções de edifícios
inteligentes (Grupo 4);

reduzir o consumo de materiais e aumentar a eco-eficiência – a focalização


dos investimentos numa produção energética mais racional (produção
descentralizada de energia, processos de produção eco-eficientes, desenvolvimento
de combustíveis mais limpos), deve ser conjugada com a focalização de
investimentos em padrões de consumo mais sustentados (produção e consumo
local do calor gerado, designadamente através de “simbioses industriais”, criação
de eco-parques industriais, fecho do ciclo dos materiais);

reduzir as emissões poluentes, designadamente os GEE – ponderar a


utilização dos diversos instrumentos de política (económica, regulatória, de
sensibilização e informação e de C&T), designadamente mecanismos flexíveis de
Quioto (CELE, MDL e IC) 122 , conjugados com a aplicação de mecanismos fiscais a
sectores não abrangidos, como seja o caso dos Transportes. A médio e longo
prazos, privilegiar instrumentos de política de ciência e tecnologia, investindo em
processos de produção e consumo limpos (produção de energia “carbono zero” e
fomento do ciclo dos materiais, entre outros), e desenvolvimento de sumidouros de
CO2, (I&D em processo de sequestração de CO2, “nichos verdes” de inovação
sustentável, aumento dos sumidouros através de incentivos à florestação, etc.),
eventualmente associados a contratos públicos ecológicos;

122
CELE – Comércio Europeu de Licenças de Emissão; MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; IC –
Implementação Conjunta.

235
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

valorizar os resíduos – ponderar investimentos, a curto prazo, no tratamento de


resíduos sólidos e efluentes (entre eles reciclagem e valorização de RA e RIB e
tratamento dos RIP) 123 , com investimentos a médio e longo prazos, designadamente
para a criação de bolsas de resíduos, I&D para produção de novos materiais,
aproveitamento de resíduos da floresta para prevenção de incêndios e valorização
energética da biomassa, I&D em processos de liquefacção e gaseificação da madeira,
dinamização de desmanteladores e fragmentadores para o aproveitamento dos
Veículos em fim de vida (VFV), fecho do ciclo dos materiais, “nichos verdes” de
inovação sustentável.

Áreas de trabalho a desenvolver 124 :

Constituindo este relatório um primeiro levantamento e sistematização das actividades


associadas ao ambiente em Portugal, conclui-se que várias áreas necessitam de
desenvolvimento em trabalhos futuros, entre elas:

estudar o consumo de materiais do conjunto dos sectores, de forma desagregada,


de modo a acompanhar a produtividade dos recursos e a intensidade carbónica dos
agrupamentos seleccionados, promovendo o desenvolvimento dos mais favoráveis,
a fim de evoluir no sentido de uma maior “desmaterialização” e “descarbonização”
da economia;

seleccionar em cada agrupamento determinadas actividades e comparar, a nível


internacional, produtividades dos recursos e intensidades carbónicas, assim como
entre empresas de média dimensão e empresas líderes a nível ambiental (por ex.
indústria cimenteira);

identificar, igualmente, os sectores onde Portugal poderá ter vantagens


competitivas em termos ambientais (por ex. agricultura biológica) e onde poderá
melhorar a produtividade dos recursos, explorando exemplos de simbioses
industriais entre actividades cujas sinergias poderão originar o desenvolvimento de
actividades “win-win”;

aprofundar a dinâmica dos actores explorando nomeadamente a dinâmica social,


assim como os modelos de negócio e as vias de subida na cadeia de valor que
viabilizem uma maior “desmaterialização” da economia, através da venda de
serviços de ambiente e não de produtos (serviços de desinfestação de solos vs.
herbicídas);

123
RA – Resíduos Agrícolas; RIB – Resíduos Industriais Banais; RIP – Resíduos Industriais Perigosos.
124
Nota: Estas reflexões integram os principais comentários elaborados no Workshop de apresentação do
trabalho, realizado no DPP, em 12 de Março de 2007, pelos dois comentadores convidados: Profª Paula
Antunes e Dr. Rui Jorge Ferreira Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL, e por outras
personalidades de organismos também presentes (com destaque para a Engª Eduarda Beja Neves, do
LNEC, Dra. Teresa Avelar, do GPP/MADRP e Dra. Luísa Leitão do Vale do Programa Ambiente/MAOTDR).

236
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

complementar os casos de estudo internacionais com casos exemplares em


Portugal, permitindo disseminar exemplos de boas práticas no sentido de promover
a sua reprodução;

antecipar riscos ambientais acompanhando, designadamente, as tecnologias


emergentes, dado que existem actualmente muitas incertezas ligadas não só ao
clima como às soluções tecnológicas ao nível dos processos produtivos e dos
produtos (ex. células de combustível, organismos geneticamente modificados,
etc.), revelando-se pertinente o acompanhamento, de uma forma continuada, das
novas áreas tecnológicas;

equacionar um conjunto de políticas públicas que dinamizem a implementação e o


desenvolvimento de clusters de eco-indústrias e serviços, à semelhança do que
tem vindo a ser feito noutros países, nomeadamente na dinamização de situações
por si só não ganhadoras (não “win-win”) 125 . Pese embora, a política ambiental
europeia seja muito exigente, deixa, no entanto, “margem de manobra” suficiente
aos Estados Membros para definirem o caminho para atingirem as metas
pretendidas. Daí, a importância da escolha das políticas públicas e dos
instrumentos para sua implementação, revelando-se pertinente uma reflexão mais
aprofundada sobre o tipo de instrumentos a implementar consoante o tipo de
situação a resolver. Os instrumentos económicos e de mercado apresentam, entre
outras vantagens, a capacidade de gerar receitas, introduzindo o ambiente como
um factor adicional de custo para os agentes, mas são instrumentos mais flexíveis
que responsabilizam e exigem uma atitude pró-activa dos actores na procura de
soluções inovadoras, enquanto os instrumentos de comando e controlo, mais
utilizados no passado, conduzem a uma atitude reactiva e passiva no cumprimento
das metas que lhes são estritamente exigidas;

os vários grupos de actividades estudados têm especificidades próprias, dada a


diversidade das suas características e dos actores envolvidos, pelo que as políticas
públicas a implementar para a dinamização de eco-indústrias e serviços,
abrangerão uma panóplia alargada e diversificada de medidas. Considera-se que a
sua definição e efectiva implementação requer um trabalho prévio de discussão
com os intervenientes. Propõe-se, por isso, que sejam seleccionados alguns
grupos, no âmbito dos quais se escolheria um painel de actores, a quem seriam
feitas apresentações do estudo focalizadas em aspectos específicos. Tais sessões
teriam como objectivos principais despoletar reacções e fomentar uma maior
interacção entre a Administração e os agentes económicos, tendo em vista:

• avaliar, junto de um painel representativo do grupo, as possibilidades de


dinamização do sector, a curto, médio e longo prazos; as políticas públicas
necessárias; o estabelecimento e dinamização de redes e sinergias;

125
Situações em que não se verificaram ganhos, tanto em termos económicos como ambientais.

237
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

• definir, em simultâneo, um conjunto de indicadores qualitativos e quantitativos


que permitisse: monitorizar os resultados alcançados com determinadas
medidas, contemplando a abordagem territorial; avaliar e redefinir políticas e
medidas, caso a caso, através da consulta de uma rede de “peritos”;

• e por último, contribuir, de algum modo, para a reflexão conjunta sobre estas
matérias e para o aprofundamento e consolidação de massa crítica nas
questões em debate a nível europeu e internacional, numa altura em que o país
tem vindo e continuará a ser confrontado com um conjunto de opções
estratégicas tanto em termos de política industrial como energética.

238
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
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8. GLOSSÁRIO

Acidificação 126 – excesso de acidez provocada pela deposição de amoníaco, óxidos


nítricos e dióxido de enxofre que pode provocar danos na água e nos ecossistemas
terrestres.

Amónia (NH3)126 – gás emitido essencialmente a partir dos dejectos animais e por
aplicação de fertilizantes.

Avaliação contingencial 127 – método de valorização dos bens ambientais que utiliza
técnicas de inquérito para questionar directamente sobre a disponibilidade para pagar/
receber por determinado bem ambiental.

Avaliação do Ciclo de Vida 128 – envolve a quantificação e avaliação dos impactos


ambientais de um produto ao longo do seu ciclo de vida (COM (2003) 302 - PIP).
Importante ao considerar o design e produção dos bens e serviços, a promoção do uso
sustentável de materiais e energia e a redução do uso de materiais perigosos prejudiciais
para o ambiente.

Biomassa 129 – designa, em geral, a quantidade de matéria orgânica que se forma num
determinado espaço associada ao metabolismo de plantas e animais. Pertencem à
biomassa num sentido amplo, as matérias orgânicas tais como plantas (troncos, ramos,
cascas) e matérias transformadas tais como resíduos de indústria transformadora da
madeira, da indústria alimentar e da agro-pecuária.

Biomimetismo 130 – redesenho dos sistemas industriais inspirado nos sistemas naturais.

Camada do Ozono 131 – concentração de ozono (O3) existente na estratosfera (parte


superior da atmosfera, situada aproximadamente entre 10 a 50 km da superfície
terrestre).

126
Fonte: CE, Thematic Strategy on Air Pollution – Council conclusions, Bruxelas, 15 Março 2006 (Tradução
livre).
127
Fonte: http:// technologies.ewindows.eu.org/technologies/industry, em Julho de 2006.
128
Fonte: Adaptado de Ferrão, P., Conceição, P., Baptista, R. Et al., Inovação, Empreendedorismo e
Desenvolvimento: O que podemos aprender da Investigação para a Formação de Políticas Públicas nas
Áreas da Ciência, Inovação, Crescimento Económico e Desenvolvimento Sustentável – Preparar Portugal
para um Novo Ciclo de Fundos Estruturais 2007-2013, IST, IN+, Observatório do QCA III, Agosto 2005.
129
Fonte: BCSD Portugal; ISR – Dep. de Eng. Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra,
Manual de Boas Práticas de Eficiência Energética - Implementar o Desenvolvimento Sustentável nas
Empresas, Novembro 2005.
130
Fonte: Antunes, P., A Regulação Ambiental e as Estratégias das Empresas, Centro de Economia Ecológica e
Gestão do Ambiente, DCEA, FCT/UNL, 2005.
131
Fonte: Adaptado de Regulamento (CE) nº 2037/2000, relativo às substâncias que empobrecem a camada
de ozono.

246
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Capital económico – empresas economicamente sustentáveis possuem a qualquer


momento cashflow suficiente para garantir liquidez, produzindo simultaneamente um
retorno acima da média para os seus accionistas.

Capital natural – empresas ecologicamente sustentáveis utilizam apenas recursos


naturais que são consumidos a uma taxa inferior à regeneração natural ou a o
desenvolvimento de substitutos. Não causam emissões a uma taxa superior à capacidade
dos sistemas ambientais as assimilarem.

Capital social – empresas socialmente responsáveis acrescentam valor às comunidades


onde operam, contribuindo para aumentar o seu capital humano e social.

Capitalismo natural 132 – assenta no pressuposto de que o ambiente (capital natural)


não deve ser encarado como um factor de produção “menor”, mas antes como o
invólucro sustentado de toda a economia. Os defensores do capitalismo natural
preconizam quatro estratégias fundamentais, designadamente: produtividade dos
recursos, biomimetismo, economia de serviços e investimento no capital natural.

Células de combustível – dispositivos electroquímicos que convertem directamente a


energia química contida num combustível rico em hidrogénio em energia utilizável
(electricidade e calor) sem combustão.

CFEs – clorofluorocarbonos, substâncias químicas que destroem a camada do ozono,


resultantes essencialmente da utilização de aerossóis e de equipamentos de refrigeração
e climatização.

Co-geração 133 – produção combinada de energia eléctrica e energia térmica para um


determinado fim (utilização industrial, aquecimento ambiente, etc.).

Competitividade das empresas130 – uma empresa é competitiva se consegue fornecer


bens ou serviços de qualidade superior ou custo inferior aos dos seus rivais.

Compostos Orgânicos Voláteis (COV) – os COV são compostos químicos voláteis


baseados no carbono (tais como solventes ou componentes de tintas e vernizes) que são
emitidos para a atmosfera a partir de fontes naturais ou em resultado de actividades
humanas.

Compostos Orgânicos Voláteis não Metânicos (COVNM) – os COVNM são compostos


químicos voláteis resultantes do armazenamento e distribuição de gasolinas.

132
Fonte: Hawken et al (1999) in Antunes, P., Santos R., Lobo G., Estudo sobre Sector Eléctrico e Ambiente –
4º Relatório, Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico, Centro de Economia Ecológica e
Gestão do Ambiente, FCT/UNL, ERSE, Lisboa, 2003.
133
Fonte: site da ERSE em 21 de Abril de 2006.

247
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Custo da viagem133 – método de valorização de bens ambientais que estima o valor de


determinado bem ambiental tendo por base os custos suportados que permitam a
utilização/consumo desse mesmo bem. Por exemplo, o valor dado a um parque natural
pode ser estimado tendo em consideração os custos de transporte, alojamento, tempo
despendido, etc. para poder desfrutar do parque.

Desenvolvimento sustentável 134 – satisfação das necessidades presentes, sem


comprometer as possibilidades das gerações futuras virem a satisfazer as suas próprias
necessidades.

Dióxido de Carbono (CO2) – gás resultante do processo de combustão de qualquer


combustível.

Dióxido de Enxofre (SO2) – gás resultante do processo de combustão de combustíveis


que contêm enxofre.

Dow Jones Sustainability World Index – derivado do índice Dow Jones Global (DJGI);
inclui 300 empresas que representam as 10% mais sustentáveis, das 2500 que compões
o DJGI, em 59 sectores industriais e 33 países.

Dow Jones Sustainability STOXX Index – derivado do índice Dow Jones STOXX (pan-
europeu e zona euro); inclui 158 empresas que representam as 20% mais sustentáveis,
das 600 componentes do DJ STOXX.

Desmaterialização (relativa) da economia – estádio económico que implica aumentos


de rendimento acompanhados de taxas de crescimento do consumo de materiais muito
menores ou mesmo nulas.

Eco-eficiência 135 – fornecimento de bens e serviços, que satisfazem as necessidades


humanas e aumentam a qualidade de vida, a preços competitivos, reduzindo
progressivamente os impactes ecológicos e a intensidade de recursos no seu ciclo de
vida, até um nível compatível com a capacidade de sustentação estimada da Terra.

Ecologia Industrial128 – área científica emergente que tem como objecto o estudo
objectivo e multi-disciplinar dos sistemas económicos e industriais e das suas inter-
relações com os sistemas naturais. Pode ser vista como uma construção social, em que o
elemento chave não passa apenas por soluções tecnológicas mas também pelas relações
sociais geradas pelos intervenientes.

Eco-Parque Industrial – conjunto de empresas localizadas numa área definida podendo


partilhar matérias-primas, energia e serviços como transporte, marketing e
licenciamento, envolvendo também a interactividade com a comunidade envolvente.

134
Fonte: Relatório Bruntland, 1987
135
Fonte: WBCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, in 5.

248
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Efeito de Estufa 136 – alterações na composição da atmosfera que ocorrem por efeito de
acumulação de gases de efeito de estufa na estratosfera, que actuam como um escudo
protector das radiações de infravermelhos que saem da terra, emitindo-as de novo para a
superfície terrestre. Fenómeno que ocorre naturalmente e ajuda ao aquecimento da
superfície e atmosfera terrestres; resulta do facto destes gases terem a capacidade de
alterar o balanço energético do planeta pela absorção de radiações de infravermelhos.

Entrada Directa de Materiais (EDM)128 – indicador proposto pelo EUROSTAT para


medir todos os materiais processados pela economia para consumo interno ou para
exportar. Resulta do somatório de todos os materiais com valor económico extraídos no
país (extracção doméstica) e de todos os materiais importados, sejam eles matérias-
primas, produtos semi-acabados ou produtos finais.

Empresas “necrófagas” – empresas que possam introduzir sub-produtos rejeitados


brutos como matérias-primas na sua produção; constituem uma componente
fundamental para o estabelecimento de um ecossistema industrial.

Empresas “decompositoras” – empresas que possam reutilizar sub-produtos


rejeitados por empresas “necrófagas” retirando componentes que lhes interessam.

Energias renováveis – são geralmente designadas as fontes de energia que se podem


considerar inesgotáveis ou cujo potencial energético se possa renovar. São usualmente
incluídas no âmbito das fontes de energia renovável, a energia eólica, hídrica,
geotérmica, solar, energia das ondas, energia das marés e o aproveitamento da
biomassa.

Eutrofização – acumulação de azoto nutriente (essencialmente na forma de amoníaco


ou de óxidos nítricos) que pode provocar alterações na composição das comunidades de
ecossistemas e conduzir a perdas de biodiversidade.

Fecho dos Ciclos de Materiais128 – forma de aumentar a produtividade dos recursos,


através da reutilização, reciclagem e valorização energética.

Fluxos “ocultos” – materiais retirados do seu estado natural, aos quais não são
atribuídos valores económicos.

Gases de Efeito de Estufa (GEEs) – dióxido de carbono – CO2, metano – CH4, óxido
nitroso – N2O, hidrofluorcarboneto –HFC, perfluorcarboneto – PFC e hexafluoreto de
enxofre – SF6 .

Inovação Sustentável128 – inovação que intervêm nas dimensões do desenvolvimento


sustentável, contribuindo como valor acrescentado na dimensão económica, mas
intervindo também com valores ambientais e sociais. As principais características das

136
Fonte: Adaptado de Richards, K.; Sampson, R.; Brown, S., Agricultural & Forestlands: U.S Carbon Policy
Strategies, Pew Center on Global Climate Change, September 2006 e de Fundamentals of Physical
Geography, www.physicalgeography.net.

249
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

inovações ditas sustentáveis são a possibilidade de permitirem uma redução directa dos
impactes ambientais e sociais negativos ou potenciar os positivos.

Materiais abióticos – matérias-primas originárias de base mineral, desde combustíveis


fósseis, a minerais de construção e minerais industriais.

Materiais bióticos – matérias-primas originárias de actividades como a agricultura,


produção florestal e pescas.

Metabolismo da Economia – fluxo de energia e materiais processados pelo sistema


económico, numa perspectiva de que as economias modernas podem ser vistas como um
organismo vivo, que ingere matérias-primas, metaboliza-as em produtos e serviços e
excreta resíduos, na forma de poluição e produtos/serviços sem aplicação.

Método hedónico – método de valorização de externalidade ambiental que estima o seu


valor partindo da análise dos preços de mercado de bens relacionados. Uma técnica
utilizada é a de analisar a variação do valor dos terrenos, casas, etc. em função de
variáveis ambientais (ex: ruído, espaço verde, etc.).

Óxidos de Azoto (NOx) – gases óxido nítrico (NO) e dióxido de azoto (NO2). O NO é
predominantemente formado em processos de combustão a alta temperatura e pode ser
subsequentemente transformado em NO2 libertado para a atmosfera.

Ozono Troposférico (O3) – ozono formado na troposfera (parte mais inferior da


atmosfera, situada abaixo dos 10 km da superfície terrestre), a partir da reacção de
óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis, em presença da luz solar. O ozono é um
gás fortemente oxidável.

Partículas PM10 e PM2,5 – partículas no ar ambiente com um diâmetro inferior a 10 ou a


2,5 micrometros, respectivamente.

Poluição Transfronteiriça do Ar – os poluentes emitidos num país são transportados


na atmosfera e podem provocar impactos negativos na saúde e no ambiente, noutros
países.

Produção em Regime Especial (PRE) – produção de energia eléctrica com base em


energias renováveis, resíduos ou co-geração.

Produtividade dos recursos naturais – consiste na eficiência com que os materiais e a


energia são utilizados na economia, ou seja, o valor acrescentado por unidade de
recursos utilizados. Pode ser definida pelo quociente entre o Produto Interno Bruto (PIB)
e a Entrada Directa de Materiais (EDM).

Reciclagem 137 – reprocessamento de resíduos com vista à recuperação e ou regeneração


das suas matérias constituintes em novos produtos a afectar ao fim original ou a fim
distinto.

137
Fonte: Regime Geral de Gestão de Resíduos (Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro)

250
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Recursos naturais – incluem as matérias-primas necessárias à actividade humana e os


serviços prestados pelo ambiente à manutenção da vida através dos diversos meios,
como o ar, a água e o solo.

Resíduo137 – qualquer substância ou objecto de que o detentor se desfaz ou tem a


intenção ou a obrigação de se desfazer, nomeadamente os identificados na Lista Europeia
de Resíduos.

Reutilização – reintrodução, sem alterações significativas, de substâncias, objectos ou


produtos nos circuitos de produção ou de consumo de forma a evitar a produção de
resíduos.

Sequestração – processo através do qual o carbono é removido da atmosfera, pelas


plantas (através da fotossíntese) e armazenada no solo e nas árvores ou por processos
artificiais de armazenagem.

Simbioses Industriais – novos métodos de ligação de processos, fábricas ou indústrias


em rede operativa que minimiza a quantidade total de materiais enviados para deposição
final, ou que se perdem em processos intermédios, daí que seja importante o incentivo
ao estabelecimento de redes entre empresas e comunidades, optimizando recursos e
reduzindo custos económicos e ambientais.

Sustentabilidade das empresas – reconhecimento de que a sustentabilidade


económica não é, por si só, condição suficiente de sustentabilidade global da empresa. A
empresa é encarada como parte da natureza, integrando conscientemente a sua visão e
operações nos ciclos e processos naturais, tem consciência da sua responsabilidade social
e perspectiva de valor a longo prazo.

Sustentabilidade ecológica – escala sustentável das actividades humanas na biosfera


(Nota: biosfera é a parte do planeta ocupada pelos seres vivos; geralmente, a expressão
refere-se ao conjunto de todos os ecossistemas da Terra, existentes na litosfera - parte
terrestre, na hidrosfera – parte aquática e na atmosfera).

Sustentabilidade económica130 – afectação eficiente dos recursos.

Sustentabilidade social – distribuição justa dos recursos e direitos de propriedade.

Tecnologias ambientais – tecnologias industriais e processos menos poluentes, menos


intensivos em recursos e/ou que empreguem tecnologias eficientes em energia através
de sistemas de produção melhorados.

Trigeração129 – produção combinada de energia eléctrica, calor e frio.

Triple bottom line (TBL) – responsabilidade social e ambiental das empresas, a par dos
objectivos económicos.

251
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Valorização 138 – operação de reaproveitamento de resíduos (prevista na legislação em


vigor) que implica alteração das características mecânicas, físicas, químicas ou biológicas
do resíduo inicial.

Vantagem competitiva – resulta do valor que uma empresa é capaz de criar para os
seus clientes, que se traduz na sua disponibilidade para pagar, acima do custo de o
produzir.

Vantagem competitiva sustentável – manutenção do desempenho acima da média no


longo prazo.

138
Fonte: Adaptado de Regime Geral de Gestão de Resíduos (Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro)

252
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

9. SIGLAS

ACV – Avaliação do Ciclo de Vida

AdI – Agência de Inovação

AIE – Agência Internacional de Energia (IEA – International Energy Agency)

AR – Águas Residuais

BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (Business


Council for Sustainable Development Portugal)

BP – Banco de Portugal

BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China

CDR – Combustível Derivado dos Resíduos

CE – Comissão Europeia (EC – European Commission)

CELE – Comércio Europeu de Licenças de Emissão

CIP – Programa-Quadro para a Competitividade e a Inovação (2007-2013)

CIRVER – Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos

DGGE – Direcção Geral de Geologia e Energia

DGRF – Direcção Geral dos Recursos Florestais

EDM – Entrada Directa de Materiais (Produção doméstica + Importação) (= DMI – Direct


Material Input)

EEA – European Environmental Agency

EEDS – Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável (2007-2015)

EIONET – European Environment Information and Observation Network

EMAS – Environmental Management System – Sistema Comunitário de Certificação


Ambiental

ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade

ENDS – Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (2007-2015)

ERB – Estratégia Nacional para a Redução dos Resíduos Urbanos Biodegradáveis


destinados a Aterro

ERs – Energias Renováveis

ERSE – Entidade Reguladora do Sector Energético

253
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ETAP – Plano de Acção Comunitário para as Tecnologias Ambientais

ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais

ETARI – Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais

ETI – Emprego Equivalente a Tempo Inteiro

EurActiv – EU News, Policy Positions & EU Actors online

FER – Fontes de Energia Renováveis

GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia

GEEs – Gases de Efeito de Estufa (GHGs – Green House Gases)

GICs – Grandes Instalações de Combustão

GWh – Giga Watts hora (109 Watts hora)

IA – Instituto do Ambiente

IC – Implementação Conjunta

INAG – Instituto Nacional da Água

INE – Instituto Nacional de Estatística

INR – Instituto Nacional dos Resíduos

IPH – Índice de Produção Hidroeléctrica

JOCE – Jornal Oficial da Comissão Europeia

kt – Kilo toneladas (103 toneladas)

kWh – Kilo Watts hora (103 Watts hora)

MDL – Mecanismos de Desenvolvimento Limpo

mg – miligrama (10-3 gramas)

MW – Mega Watts (106 Watts)

OCES – Observatório da Ciência e do Ensino Superior

6º PAA – 6º Programa de Acção para o Ambiente (2002-2012)

PCBs - Bifenilos Policlorados

PCIP – Prevenção e Controlo Integrado da Poluição

PCH – Pequenas Centrais Hidroeléctricas

254
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PEAASAR – Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas


Residuais

PEAC – Programa Europeu de Alterações Climáticas

PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento (2006-2009)

PENDR – Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural (2007-2013)

PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo (2006-2015)

PERH – Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares

PERSU – Plano Estratégico de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos

PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais

PGP – Plano de Gestão da Procura (de Electricidade) 2002-2004

PIP – Política Integrada de Produtos (IPP – Integrated Product Policy)

PIRSUE – Plano de Intervenção para Resíduos Sólidos Urbanos e Equiparados

PMAs – Políticas e Medidas Adicionais

PNACE – Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (2005-2008)

PNAC – Programa Nacional para as Alterações Climáticas

PNALE I – Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão de CO2 (2005-2007)

PNALE II – Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão de CO2 (2008-2012)

PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais

PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (2007-2013)

PNTE – Programa Nacional de Tectos de Emissão

PNUEA – Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira

PPDA – Planos de Promoção do Desempenho Ambiental

ppm – partes por milhão

PPQA – Plano de Promoção da Qualidade Ambiental

7º PQ de I&D – 7º Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento (2007-2013)

QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional (2007-2013)

255
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

RA – Resíduos Agrícolas

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

REEE – Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos

RI – Resíduos Industriais

RIB – Resíduos Industriais Banais

RIP – Resíduos Industriais Perigosos

RGCE – Regulamento de Gestão do Consumo de Energia

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

tep – tonelada equivalente de petróleo

VFV – Veículos em Fim de Vida

WBCSD – World Business Council for Sustainable Development

μg – micrograma (10-6 gramas)

256
ANEXOS
ANEXO A

POLÍTICAS AMBIENTAIS E DINÂMICA DAS ECONOMIAS: TRAJECTÓRIAS


DE CONVERGÊNCIA OU DE CONFLITUALIDADE
Índice

A.1. – Perspectiva Clássica E Neoclássica 5-A

A.2. – Economia do Ambiente 10-A

A.3. – Economia Ecológica 11-A

A.4. – Impacto sobre a Competitividade (das Empresas) 13-A

Caixa A1 – Exemplo da Indústria Holandesa de Flores 14-A

Caixa A2 – Implicações da melhoria Ambiental na Eficiência dos Recursos 15-A

Quadro A1 – Os impactos das Restrições Ambientais nas Empresas 17-A


DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Os bens ambientais têm uma característica própria que dificulta a sua inclusão numa
lógica de mercado. Na generalidade, trata-se de bens relativamente aos quais não
existem a priori direitos de propriedade: o ar, os rios, os oceanos, etc. Enquanto a
poluição (fumo das chaminés industriais, poluição de rios, descargas ao ar livre, etc.) se
circunscreveu a actos mais ou menos pontuais que afectavam apenas a vizinhança mais
próxima, e a natureza parecia dotar-se de uma capacidade de regeneração infinita, as
questões associadas ao ambiente não se constituíram como preocupação central dos
agentes económicos mas, à medida que estes fenómenos se agudizaram e
generalizaram, o ambiente tornou-se num importante tema de discussão no contexto da
teoria económica e, as relações entre economia e ambiente não mais deixaram de captar
a atenção dos estudiosos das duas áreas. É justamente sobre o conhecimento que se foi
produzindo sobre a relação entre as políticas ambientais e a dinâmica das economias que
nos iremos debruçar neste capítulo.

A.1. PERSPECTIVA CLÁSSICA E NEOCLÁSSICA 1

A economia clássica 2 deixou-nos um legado de ideias que frequentemente inspiram, ou


servem de base, ao debate das questões ambientais. A discussão fundamental centra-se
na questão do crescimento e dos seus limites. Vários autores defendem que, por razões
de ordem ambiental, esses limites existem e alguns avançam mesmo a possibilidade de
um “crescimento zero” ou “estado estacionário”.

A grande contribuição de Adam Smith para o Pensamento Económico assenta na


chamada "Teoria da Mão Invisível". Este autor foi o primeiro a sistematizar o argumento
da importância do mercado na alocação de recursos, colocando a ênfase naquilo que nós
agora chamamos de efeitos dinâmicos do mercado 3 . Com a “Teoria da Mão Invisível”
Smith postula que, na busca egoísta do seu próprio interesse individual, os indivíduos
acabarão por contribuir para a prossecução do interesse geral e colectivo. Neste caminho,
eles são conduzidos e guiados por uma espécie de “Mão Invisível”. O autor acredita,
então, que ao conduzir e perseguir os seus interesses, o indivíduo acaba por beneficiar a
sociedade como um todo de uma maneira mais eficaz. Porém, para que isso aconteça, a
intervenção do Estado no mercado deve ser mínima, pois este último tem a capacidade
de se auto-regular por si só. Adam Smith acredita que a intervenção do Estado, noutros
domínios, para além da segurança, justiça e manutenção do funcionamento adequado de

1
Este ponto foi desenvolvido com base em: Economic Development, Michael P. Todaro, Longman Singapore
Publishers, 1994; "Natural Resource and Environmental Economics", R. Perman, Y. Ma, J. McGilvray e
M. Common, 3ª edição, Pearson Addison Wesley, 2003; Mercado e Ambiente,
www.semiramis.weblog.com.pt ; Economia, Paul A. Samuelson e William D. Nordhouse, 16ª edição,
McGraw-Hill.
2
Designadamente os contributos de Adam Smith, Thomas Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill.
3
Vd. "Natural Resource and Environmental Economics", R. Perman, Y. Ma, J. McGilvray e M. Common, 3ª
edição, Pearson Addison Wesley, 2003, capítulo 1, ponto 1.2.

5-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

certas instituições públicas, seria não só inútil, como prejudicial. Este autor clássico crê
na eficiência do mecanismo de mercado enquanto princípio de organização fundamental
das prescrições políticas da economia, incluindo ao nível da economia do ambiente e dos
recursos 4 .

Na ausência de obstáculos institucionais, e com a nova tecnologia pós newtoniana que


emergiu com a revolução industrial, Adam Smith defende um crescimento quase sem
limites e a hipótese de um “estado estacionário” parecia-lhe demasiado remota para
merecer uma análise séria.

A Revolução Industrial do século XVIII deu origem a uma Era de confiança quase
absoluta na capacidade criadora do homem e a uma fé muito forte num crescimento sem
limites à vista. O progresso tecnológico que lhe estava associado permitiria conhecer
melhor as forças e os fenómenos naturais e dominar e controlar melhor a própria
natureza.

Contudo, quando se percebeu que os recursos naturais (a terra) 5 , determinantes da


riqueza e do seu crescimento, constituíam um importante input para a produção
subjugados à “lei dos rendimentos decrescentes”, a economia clássica concluiu que o
progresso económico seria transitório. Seria inevitável que se acabasse por cair num
“estado estacionário”. Esta tese está mais fortemente associada a Thomas Malthus. Para
este autor clássico, a disponibilidade limitada de terra, a tendência assumida para um
crescimento continuamente positivo da população, e a existência de rendimentos
decrescentes na agricultura implicavam uma tendência de longo prazo no sentido do
padrão de vida da massa da população se encaminhar para o nível de subsistência.

A noção de “estádio estacionário” foi formalizada e estendida por David Ricardo. A


assumpção de Malthus de um stock fixo de terra foi substituída por um conceito no qual a
terra está disponível em parcelas de qualidade variável. O output agrícola pode ser
expandido explorando uma parcela de terra mais intensivamente ou então aproveitando
as terras não cultivadas para usos produtivos. Todavia, em qualquer dos casos, os
rendimentos do recurso terra seriam decrescentes. O desenvolvimento económico ocorre
de tal modo que o “economics surplus” é apropriado crescentemente sob a forma de
renda, o rendimento da terra, e o desenvolvimento converge novamente para um “estado
estacionário malthusiano”.

John Stuart Mill culmina esta evolução clássica baseando-se no conceito de rendimentos
decrescentes mas, simultaneamente, reconhece a influência do conhecimento e do
progresso técnico na agricultura, e na produção de uma forma mais geral. Tendo os seus
escritos sido produzidos em Inglaterra quando o output por pessoa estava aparentemente

4
Vd. "Natural Resource and Environmental Economics", R. Perman, Y. Ma, J. McGilvray e M. Common, 3ª
edição, Pearson Addison Wesley, 2003, capítulo 1, ponto 1.2.
5
Por vezes usava-se a palavra terra para referir os recursos naturais em geral.

6-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

a aumentar, não a diminuir, ele deu menos ênfase aos rendimentos decrescentes: a
expansão colonial trouxe novas parcelas de terra, os combustíveis fósseis foram sendo
crescentemente explorados e as inovações foram rapidamente aumentando a
produtividade agrícola. O conceito de “estádio estacionário” não foi abandonado, mas ele
seria atingido a um nível mais elevado de prosperidade. Mill adoptou uma visão mais
abrangente dos papéis desempenhados pelos recursos naturais do que os seus
antecessores. Adicionalmente, para além dos usos agrícolas e extractivos da terra, Mill
defendeu tratar-se de uma fonte de amenidades – beleza intrínseca do campo, … – cuja
importância relativa poderia aumentar à medida que as condições materiais melhoravam.

A teoria económica neoclássica que desabrochou na 2ª metade do século XIX, crente


nas possibilidades ilimitadas de crescimento face a recursos ambientais indefinidamente
vastos e adaptáveis, começou por secundarizar a preocupação clássica com o crescimento
económico de longa duração.

Os neo-clássicos vieram introduzir uma nova noção de valor ao defini-lo como sendo
determinado na troca, portanto, reflectindo os custos de produção e não como a
economia clássica defendia que o valor surgia da força de trabalho incorporada – directa
e indirecta – no output, visão que encontrou os seus fundamentos mais intensos no
trabalho de Karl Marx.

A evolução da análise económica neo-clássica conduziu, assim, a uma ênfase na


estrutura da actividade económica e sua eficiência alocativa, mais do que sobre o nível
agregado de actividade económica. Porém, com a realidade das décadas de 60 e 70 do
século XX - níveis de poluição crescentes e crises energéticas – os modelos de produção
neoclássicos começaram a dar importância aos recursos naturais. Mas, mesmo antes
disso, surgiram autores que equacionaram as questões da eficiência económica e da
problemática do ambiente no contexto económico.

A noção de eficiência económica, também conhecida por eficiência alocativa ou óptimo de


pareto, foi desenvolvida por Vilfredo Pareto. De acordo com este autor, pode mostrar-se
que em certas condições mais restritivas, uma economia organizada como uma economia
de mercado, atingirá um estado de eficiência económica. Quando as condições não são
preenchidas, os mercados não atingem a eficiência na alocação de recursos e surge uma
«falha de mercado». Uma manifestação de falha de mercado é o fenómeno das
externalidades. Trata-se, pois, de situações onde, devido à estrutura dos direitos de
propriedade, as relações entre os agentes económicos não são todas medidas pelo
mercado. O problema da poluição é o principal tema da economia do ambiente. A
primeira análise sistemática da poluição como uma externalidade encontra-se em Pigou
1920, todavia a economia ambiental não arrancou verdadeiramente antes dos anos de
1970 (vd. ponto relativo à Economia do Ambiente).

Assim, o fundador da teoria moderna do bem-estar, Pigou, em Economics Welfare


(publicada em 1920), sugere que o interesse público e os interesses privados não

7-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

coincidiam, nomeadamente, quando o custo marginal social — ou seja, o custo para o


conjunto dos indivíduos — e o custo marginal privado — ou seja, o custo para um
indivíduo tomado isoladamente — não são iguais. Esta divergência entre custo social e
custo privado, foi considerada por este autor como uma externalidade. As externalidades
surgem, sempre que determinados agentes impõem custos ou geram benefícios para
outros agentes sem que estes recebam qualquer indemnização ou efectuem qualquer
pagamento, e podem manifestar-se em diferentes domínios como, por exemplo, a I&D, a
formação ou o ambiente. No caso da I&D e da formação tratam-se de externalidades
positivas, uma vez que as empresas não inovadoras ou que não investiram em formação
se vão apropriar deste efeito positivo. No caso da poluição estamos, pelo contrário, em
face de uma externalidade negativa pois o efeito que se gera para os outros agentes é
negativo 6 .

É hoje indiscutível que o crescimento económico implica custos ambientais. Por um lado,
a actividade económica explora os recursos naturais e, por outro, cria desperdícios aos
quais o planeta tem de dar destino. Há mais de cem anos que os economistas
reconhecem que a realidade é caracterizada por produzir, simultaneamente, bens e
«males». Com efeito, os agentes económicos não interagem apenas trocando bens mas
também transferindo «males». Neste quadro Pigou sublinhava, como se referiu
anteriormente que, na ausência de mercado para os «males», os custos privados e
sociais das actividades económicas podem divergir e podem levar a uma ineficiente
afectação de recursos. Desde aí, do ponto de vista económico, as falhas de mercado
constituem uma importante – talvez a mais importante – justificação teórica para a
intervenção governamental e têm sustentado o desenvolvimento de políticas ambientais.
De facto, e apesar dos avanços decorrentes do desenvolvimento tecnológico permitirem
não só um melhor aproveitamento das matérias-primas mas também minimizar o
problema da poluição, se não houver intervenção do poder público o ambiente não será
protegido, precisamente porque a mão invisível do mercado falha ao querer aliar os
interesses dos indivíduos e das empresas individuais com os da sociedade no seu
conjunto.

Pigou propôs como forma de compensar a divergência entre o custo social e o custo
privado o pagamento de uma taxa (ou uma renda) por parte do responsável pela
nocividade, taxa cujo montante seria justamente igual à diferença entre os dois custos
em causa.

Autores posteriores, no quadro da economia neoclássica, menos adeptos das soluções


fiscais, defendem que a solução óptima implica que o produto da taxa seja entregue à
vítima do efeito externo, para que esta possa ser devidamente compensada do seu
prejuízo.

6
Vd. Política Industrial no Contexto Europeu: Fundamentos, Alcance e Limites, Isabel Marques,
Editorial Caminho, Lisboa 2001, p.149-150.

8-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

É neste quadro que se inscreve o teorema de Coase, um dos pioneiros da análise da


Economia do Ambiente 7 : “a internalização não pode provir senão de uma negociação
bilateral entre emissor e vítima, ou seja, de uma discussão de preços entre os agentes
económicos em causa, desde que o custo da organização dessa negociação não seja
proibitivo e nunca ultrapasse o ganho social que dele se pode esperar. Esta condição de
nulidade dos custos de transacção (ou de organização da negociação) é essencial na
demonstração de Coase, pois o que Coase critica é o carácter unilateral da solução fiscal
de Pigou. Convém notar que o teorema de Coase já tem mais de meio século e foi
elaborado numa situação em que a acção sobre o ambiente não se desenrolava à escala
planetária, ou pelo menos ainda não havia consciência disso. Em qualquer dos casos,
muitas das soluções adoptadas actualmente, têm a ver, directa ou indirectamente, com o
teorema de Coase” 8 .

A teoria neoclássica pressupõe a supremacia do mercado e, para os economistas


defensores desta corrente, a degradação ambiental decorre de uma falha de mercado,
sendo que as próprias forças de mercado através do mecanismo de preços são em certas
condições susceptíveis de resolver os problemas ambientais. O mercado, através de um
funcionamento eficiente do sistema de preços (das alterações de preços relativos)
permite conciliar elevados níveis de actividade económica com um nível aceitável de
qualidade ambiental. O preço é o indicador que traduz a escassez de um recurso. Os
preços proporcionam aos produtores sinais acerca da relativa escassez dos diferentes
factores produtivos e ajuda-os, deste modo, a seleccionar a combinação mais apropriada
para os factores disponíveis pela sociedade (Samuelson e Nordhaus).

O receio do esgotamento de recursos naturais dotados de um preço de mercado (energias


fósseis, minérios) desapareceria se se deixasse agir, sem qualquer intervenção, os
mecanismos de mercado. No entanto, muitos recursos naturais são limitados em termos
biofísicos: existe uma quantidade ou capacidade regenerativa finitas do recurso; ou o
recurso é potencialmente finito devido a um limiar a partir do qual os custos de extracção
se tornam demasiado elevados, mas essa escassez é sempre tida como relativa. Existem
duas grandes forças que, combinadas, podem mitigar a escassez relativa dos recursos,
permitindo assim o crescimento económico com recursos naturais limitados, são elas: a
substituição e as mudanças tecnológicas. Assim, à medida que os preços aumentassem,
as estratégias de exploração e as investigações tecnológicas seriam simultaneamente
estimuladas. Estas últimas permitiriam não só a substituição entre recursos, como
também o aumento da eficiência destes, ou seja, uma diminuição do seu desperdício.

Os neoclássicos defendem que os factores de produção (terra, trabalho e capital) são


independentes e substituíveis entre si 9 . A substituição traduz-se no facto de a escassez
de um recurso natural poder ser compensada pela utilização de outro recurso natural. Se

7
Vd. Ponto seguinte.
8
Mercado e Ambiente, www.semiramis.weblog.com.pt
9
A capacidade de substituição de um factor por outro é designada por elasticidade de substituição.

9-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

os factores de produção tiverem uma elevada elasticidade (> 1%) são bons substitutos e
a produção pode crescer mesmo que um dos factores, incluindo os recursos naturais, seja
escasso (em quantidade).

Por sua vez, as inovações técnicas permitem diminuir a escassez relativa dos recursos, na
medida em que aumentam a produtividade dos factores de produção e facilitam a
substituição de factores escassos por não escassos. As matérias-primas podem ser
utilizadas de forma mais eficiente graças aos avanços tecnológicos que, por sua vez,
também contribuem para a redução da poluição do ar, da água e do solo. 10

A substituição e os melhoramentos tecnológicos são, portanto, dois dos caminhos


apontados pelos neoclássicos para um crescimento económico infinito. Esta dupla
perspectiva consubstancia a teoria económica da exploração óptima dos recursos
naturais, permitindo uma redução contínua dos preços dos recursos escassos, garantindo
assim um processo de produção ininterrupto e um crescimento económico infinito.

Realce-se, porém, que as abordagens neoclássicas sobre a escassez dos recursos naturais
incidem primordialmente nos recursos minerais e agrícolas, que na sua maioria têm
direitos de propriedade definidos e valor de mercado. As análises relativas a outro tipo de
recursos, nomeadamente os recursos que absorvem os desperdícios da produção (oceano
e atmosfera, por exemplo) e fornecem bens vitais (por exemplo, o oxigénio produzido
pelas florestas) são mais difíceis de analisar no quadro do modelo neoclássico baseado no
preço, pois muitos destes recursos não são propriedade de ninguém, mas sim
propriedade colectiva.

O crescimento pode, no entanto, acontecer a um ritmo que ultrapasse a capacidade de


resposta dos bens e serviços ambientais disponíveis, gerando-se uma situação de
sobreexploração dos recursos ou das capacidades de absorção da biosfera. Por exemplo,
enquanto a concentração de dióxido de carbono e de dioxinas, etc. foram tratadas como
recursos de preço nulo, não existiam incentivos para tomar medidas contra a sua
sobreexploração.

Os problemas de poluição, desapareceriam, à semelhança do desperdício de certos


recursos naturais, se fosse criado um duplo mercado: para poluentes e para os recursos
naturais actualmente disponíveis. Por detrás desta sugestão está a crença de que os
problemas do meio ambiente provêm do facto de muitos bens e serviços ambientais
serem gratuitos.

A.2. ECONOMIA DO AMBIENTE

Como ficou dito acima, a economia do ambiente inspira-se na teoria dos custos de
transacção, segundo a qual os custos de poluição devem ser internalizados para
assegurar a eficiência no mercado e a sua compatibilização com os padrões ambientais.

10
A lógica dos 3 “R” – reutilizar, reciclar, reduzir – que tem sido aplicada nos países desenvolvidos, sobretudo
ao nível dos resíduos, enquadra-se nesta abordagem.

10-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Mas a economia ambiental preocupa-se também com o ambiente natural enquanto fonte
de serviços recreativos e de amenidades, cujo papel pode ser analisado utilizando
conceitos e métodos similares àqueles que foram usados para olhar os problemas da
poluição. Além disso, faz uso extensivo das técnicas de análise custo-benefício, que
emergiram nas décadas de 1950-1960 como um veículo prático para aplicar à economia
do bem-estar e decisões de política.

A relação da economia ambiental com os recursos naturais apoia-se no princípio da


escassez, que classifica como “bem económico” os recursos escassos. Outro dos
princípios fundamentais desta abordagem é a noção de “internalização das
externalidades”. Como vimos no ponto anterior este conceito assenta na premissa de que
os recursos naturais devem ser reduzidos à lógica de mercado, precisam ser privatizados,
ou seja devem ter preço 11 . A ideia central é “internalizar as externalidades”, é
estabelecer ou fixar preços para os bens públicos em conformidade com a lógica de
mercado (fixar quotas de contaminação é uma forma de privatizar um certo grau de
contaminação, de acordo com Foladori). Nestas circunstâncias a “internalização das
externalidades” garantirá que os agentes não abusam uns dos outros, dado incutir-lhes a
percepção de que não podem fazer o que bem entendem uma vez que tudo o que os
rodeia tem dono e tem preço. Note-se, porém, que esta abordagem permite que o
poluidor privado pague sempre que contamine e, portanto, permite aos poluidores mais
afortunados, que possam pagar os danos que geram, a obtenção de vantagens
económicas, legitimando desse modo a apropriação e o uso de espaços públicos para
servir interesses de natureza privada.

Em suma, “a solução pode passar por atribuir um preço a estes bens e serviços
ambientais, o que pode ser feito por diferentes métodos, ou encontrar processos sociais
tais como o princípio «poluidor-pagador», o qual permite avaliar monetariamente o custo
da sobreexploração de certos recursos naturais ou o da poluição. Daí decorre a questão
da avaliação dos bens e serviços ambientais, assim como da «internalização dos efeitos
externos», que conduz à realização de um óptimo de poluição que iguala o custo social
marginal do prejuízo e o custo marginal de redução da poluição”.

A.3. ECONOMIA ECOLÓGICA

A economia ecológica é um campo relativamente novo e interdisciplinar. Nos anos 80,


vários economistas e cientistas naturais concluíram que se o progresso for feito tendo em
atenção os problemas ambientais, então é necessário estudá-los de um modo inter-
disciplinar. Entre as diversas disciplinas envolvidas podemos destacar a biologia,
ecologia, geologia, geografia, psicologia social e, logicamente, a economia. Não se trata
de uma nova disciplina mas de uma nova maneira de abordar os problemas, mais
integradora de contributos provenientes de diferentes áreas de conhecimento 12 , que
tenta conciliar as componentes do sistema económico com as do sistema ambiental, com

11
Economia ambiental, ecológica e marxista versus recursos naturais, José Edmilson de Souza-Lima,
Revista da FAE, Curitiba, v.7, nº1, p.119-127, jan/jun 2004: www.fae.edu/publicacoes
12
www.wikipedia.org

11-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

vista a perceber o seu funcionamento comum. Para tal procura desenvolver novos
conceitos e instrumentos, mas também recorre a conceitos e instrumentos utilizados por
essas duas ciências e outras disciplinadas interligadas.

As críticas ambientalistas dos anos 60, sobretudo no âmbito das ciências físicas e
biológicas, alastraram-se progressivamente ao campo da ciência económica, uma vez que
o alvo da critica assentava no funcionamento do próprio sistema económico, em
particular na incompatibilidade existente entre crescimento económico e preservação dos
recursos ambientais.

Surge, assim, nos anos 80, um campo próprio de análise do sistema económico
designado de “bioeconomics”, apoiado em conceitos e instrumentos biofísicos e
ecológicos, que tem gerado abordagens e resultados diferentes dos apresentados pelas
teorias económicas convencionais.

A International Society for Ecological Economics nasceu em 1989. A escolha da


designação desta sociedade pode ter sido influenciada pelo facto de a maioria dos
cientistas envolvidos serem ecologistas, mas, mais importante, foi o facto da economia e
da ecologia serem vistas como 2 disciplinas que dizem directamente respeito ao que é o
problema principal – a sustentabilidade.

O foco central da ecologia é o ecossistema, o qual se traduz num conjunto de interacções


entre plantas e animais e o seu ambiente. A economia ecológica defende que o mundo
natural e os seus recursos são mais do que uma componente do sistema económico: são
a sua base. Nesta perspectiva considerar os recursos naturais como meros factores de
produção independentes é ignorar a realidade física do mundo em que vivemos. Torna-
se, pois, fundamental ter em consideração as relações que se estabelecem entre o
sistema económico e os recursos ambientais e compreender os fluxos materiais e
energéticos que se estabelecem entre si. Nestas circunstâncias, os defensores da
economia ecológica advogam que a compreensão do sistema económico passa por
considerar o papel desempenhado pelo mundo físico no qual se desenrola, uma vez que é
dele que provêem a energia e as matérias-primas essenciais à economia.

A característica distintiva da economia ecológica é que, de acordo com o seu ponto de


partida, e o seu princípio de organização central – o sistema económico é parte de um
sistema mais alargado que é o planeta terra, tratando-se pois de sistemas
interdependentes –, ela recorre a conhecimentos produzidos em várias disciplinas com
especial ênfase para a termodinâmica e a ecologia. Há mesmo autores que defendem que
a génese da economia ecológica deve ser justamente procurada na Lei da
Termodinâmica. Esta lei física trata dos “fluxos energéticos” que se estabelecem entre os
vários sistemas do universo. Apesar desta descoberta ser longínqua e ser muito utilizada
pelos cientistas físicos, ela permaneceu marginalizada ao nível da economia até aos anos
70 do século XX, altura em que a economia ecológica aproveita para elaborar as suas
críticas à economia ambiental e projectar-se como alternativa teórica. A sua principal
crítica à economia ambiental assenta no facto desta construir as suas explicações como
se o sistema económico fosse uma redoma de vidro, quando na realidade ele é aberto ao

12-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

universo no que respeita à captação de energia e outros recursos. A partir de tais


pressupostos os defensores da economia ecológica questionam as teses do crescimento
ilimitado, pois detectam constrangimentos à capacidade dos humanos continuarem
indefinidamente a desenvolver tecnologias e a encontrar substitutos para os recursos
naturais escassos.

Defendendo que os recursos são limitados, os apologistas desta abordagem advogam que
deve haver preocupações com os padrões de consumo dos recursos naturais, pois a sua
utilização desregrada pode comprometer as gerações futuras. Esta abordagem defende,
também, que os factores de produção são interdependentes entre si e como tal não é
possível substituir completamente um factor por outro, o que revela uma perspectiva
menos “elástica” da substituição e sugere a existência de um limite. Porém, esta visão
considera que tais limites não são intransponíveis uma vez que o progresso técnico os
permite ultrapassar, designadamente através de aumentos de eficiência e da substituição
de recursos finitos por recursos renováveis. Efectivamente, uma das molas mestras da
reestruturação da economia, de acordo com a visão em causa, é justamente o recurso às
energias renováveis.

A economia ecológia advoga, também, que o progresso técnico tem limites físicos e que
não ocorrerá indefinidamente pelo que nada garante que no futuro surjam inovações
suficientes que permitam sempre fazer face aos recursos naturais escassos.

Em suma, a economia ambiental ao sobrevalorizar a “internalização das externalidades”,


tende a eliminar qualquer valor intrínseco que a natureza possa ter. Esta
sobrevalorização acaba por servir de base a qualquer apropriação, mesmo que abusiva,
dos recursos naturais, na medida que transforma tudo em mercadoria. A lógica de
mercado emerge, assim, como solução inevitável para as questões ambientais. Por seu
lado, a economia ecológica ao tentar explicar o sistema económico com base em leis
físicas – as da termodinâmica – tende a admitir que as principais soluções no domínio
ambiental são fundamentalmente técnicas. Porém, nenhuma das abordagens tem em
conta as relações sociais como mediadoras da relação do ser humano com a natureza.

A.4. IMPACTO SOBRE A COMPETITIVIDADE (DAS EMPRESAS) 13

De acordo com as teses defendidas por Michael Porter, e outros autores, existe uma
lógica que liga o ambiente, a produtividade dos recursos 14 , a inovação e a
competitividade.

A necessidade de existir regulamentação adequada para proteger o ambiente é


largamente aceite pela população, que quer preservar o planeta onde vive, mas é

13
Para o desenvolvimento deste ponto seguiu-se de muito perto Green and Competitive, Michael E. Porter e
Claas van der Linde, e seguiu-se também: A Road Map for Natural Capitalism, Amory B. Lovins, L.
Hunter Lovins e Paul Hawken, Harvard Business Review, Maio-Junho 1999 e Industrial Ecology and
Competitiveness – Strategic Implications for the Firm, Daniel C. Esty e Michael E. Porter, Journal of
Industrial Ecology, Volume 2, Número 1, 1998.
14
Resource productivity, na formulação anglo-saxónica.

13-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

também encarada como algo que vai diminuir a competitividade. Com efeito, a visão que
tem prevalecido é a de que existe um trade-off entre ecologia e economia. De um dos
lados temos os benefícios sociais resultantes de uma regulamentação ambiental mais
apertada, e do outro lado encontramos os custos privados das indústrias afectos à
prevenção e à despoluição. Estes custos levam a um incremento do preço dos produtos
finais e, por conseguinte, afectam negativamente a competitividade. Porém, Porter é um
dos autores que contesta esta visão, que considera incorrecta por se basear numa
perspectiva estática em que tudo, excepto a regulamentação, é constante. Com efeito, se
a tecnologia, os produtos, os processos e as necessidades dos consumidores se
mantiverem constantes, é inevitável que se conclua que um aumento da regulamentação
acabará por aumentar os custos. Mas, na verdade, não é isto que acontece segundo a
óptica de Porter. As condições referidas não são estáticas no tempo mas evoluem,
designadamente, por força da dinâmica concorrencial. As empresas estão
constantemente a encontrar soluções inovadoras para responderem às pressões da
concorrência, dos consumidores e dos reguladores.

Na perspectiva de Porter, a exigência de padrões ambientais mais saudáveis pode


desencadear inovações que induzam a redução do custo total de produção ou aumentem
o valor desta. Isto acontece porque tais inovações ajudam as empresas a utilizar um
conjunto de inputs de modo mais produtivo – desde as matérias-primas à energia –
contrariando assim a lógica acima descrita. Este aumento de produtividade dos recursos
incrementa a competitividade das empresas e não a diminui.

CAIXA A1 – EXEMPLO DA INDÚSTRIA HOLANDESA DE FLORES

Confrontada com sérios problemas ambientais, a indústria de flores holandesa respondeu com inovação e
incremento da produtividade dos recursos utilizados.

O intenso cultivo de flores em pequenas áreas contaminava o solo e canais de água subterrâneos com
pesticidas, herbicidas e fertilizantes. Tendo que enfrentar uma regulamentação ambiental cada vez mais
restritiva no que toca, nomeadamente, à utilização de químicos, os produtores de flores holandesas
perceberam que a única solução seria desenvolver um sistema closed-loop. Assim, muitas das flores
holandesas (produtores mais avançados) crescem agora em água e madeira de rocha e não em terra.
Este processo diminui significativamente o risco de infestação, reduz a necessidade de fertilizantes e
pesticidas, os quais são colocados em água que circula e é reutilizada.

O sistema closed-loop devidamente motorizado também reduz as variações nas condições de


crescimento, aumentando deste modo a qualidade do produto. Simultaneamente, os custos diminuem
porque as flores são agora cultivadas em plataformas apropriadas, especialmente concebidas para o
efeito. Pode então concluir-se que para resolver problemas ambientais, a indústria holandesa de flores
inovou e dessa inovação resultou um aumento da produtividade dos recursos envolvidos no crescimento
das flores. Portanto, o resultado não se ficou pela diminuição considerável do impacto ambiental deste
tipo de actividade mas estendeu-se a uma diminuição dos custos, a uma melhoria da qualidade do
produto e a um reforço da competitividade global desta indústria.

Fonte: Green and Competitive, Michael E. Porter e Claas van der Linde

Porter defende, pois, que o debate acerca da relação entre competitividade e ambiente
tem-se desenvolvido no sentido errado, porque os actores envolvidos (políticos, líderes
empresariais e ambientalistas) se têm focalizado nos custos dos impactos numa

14-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

perspectiva estática (custos estáticos dos impactos da regulamentação ambiental),


ignorando os importantes benefícios que derivam dos processos de inovação.

Os argumentos de Porter baseiam-se na crença de que a poluição ambiental é,


frequentemente, uma forma de desperdício económico. Quando determinadas
substâncias ou formas de energia são descarregadas no ambiente como poluição, é um
sinal de que os recursos tiveram uma utilização incompleta, ineficiente ou ineficaz.
Simultaneamente as empresas são obrigadas a desenvolver actividades adicionais que
aumentam os custos, mas que não criam qualquer valor para os consumidores (como por
exemplo: manipulação, armazenamento, tratamento das descargas, …).

O conceito de resource productivity avançado por Porter, e outros autores, permite


encarar os dois sistemas de custos (social e privado) de uma forma diferente e
conciliável, bem como enfatizar a possibilidade de aumentar o valor associado a cada
produto. As ineficiências ao nível dos recursos são, nas empresas, mais visíveis na forma
incompleta como utilizam os materiais envolvidos no processo produtivo e na debilidade
dos processos de controlo. Estas ineficiências conduzem a desperdícios desnecessários,
defeitos e material armazenado. Mas, há também outros custos escondidos no ciclo de
vida dos produtos. As “deitadas fora” distribuidores ou consumidores, por exemplo,
desperdiça recursos e aumenta custos. Os esforços no sentido de melhorar o ambiente
têm tradicionalmente negligenciado estes custos, advoga Porter. Além disso, tem havido
um excessivo enfoque sobre o controlo da poluição através de uma melhor identificação,
processamento, e tratamento dos efluentes ou desperdícios.

CAIXA A2 – IMPLICAÇÕES DA MELHORIA AMBIENTAL NA EFICIÊNCIA DOS RECURSOS

Benefícios ao nível do processo


▪ Poupança de materiais como resultado de processos mais completos, substituição, reutilização ou
reciclagem dos inputs de produção;
▪ Menos perdas de tempo através de uma monitorização e manutenção mais cuidada;
▪ Melhor utilização dos sub-produtos;
▪ Conversão dos desperdícios em recursos com valor;
▪ Diminuição dos consumos de energia durante o processo de produção;
▪ Diminuição do material armazenado e melhor gestão de custos;
▪ Redução ou eliminação dos custos relativos às actividades de transporte, descarga e armazenagem
dos desperdícios;
▪ Melhorias na produção como resultado de alterações de processo (tais como melhores processos de
controlo).

Benefícios ao nível do produto


▪ Melhoria na qualidade dos produtos;
▪ Redução dos custos de produção (por exº com base na substituição de materiais);
▪ Mais eficiência de recursos;
▪ Tornar os produtos mais seguros;
▪ Reduzir os custos líquidos de produção de desperdícios;
▪ Aumentar o valor dos desperdícios.

Fonte: Green and Competitive, Michael E. Porter e Claas van der Linde

15-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Todavia, nos últimos anos, as empresas mais avançadas e os reguladores têm aderido ao
conceito de prevenção da poluição, utilizando métodos como a substituição de materiais
ou processos closed-loop para limitar a poluição antes desta ocorrer. Apesar da
prevenção ser, de facto, um aspecto muito importante, as empresas devem apreender a
promover melhorias ambientais com base em ganhos de eficiência na utilização dos
recursos (resource productivity). Actuações neste sentido permitem melhorias
simultâneas na qualidade ambiental e no desempenho competitivo.

Em suma, esta nova visão da poluição como resultado da ineficiência na utilização dos
recursos induz o surgimento de métodos inovadores que podem melhorar a qualidade dos
produtos em uníssono com uma diminuição dos respectivos custos. O poder da inovação
para restringir ou eliminar o que as empresas tradicionalmente aceitavam como sendo
um trade-off incontornável. Como os defeitos, a poluição também revela falhas na
concepção do produto ou no processo produtivo. Esforços para eliminar a poluição
podem, por conseguinte, seguir os mesmos princípios básicos largamente usados nos
programas de qualidade: utilizar os inputs mais eficientemente, eliminar actividades
desnecessárias, etc.

Assume, portanto, uma importância crucial para as empresas a integração e articulação


das políticas de ambiente com as políticas económicas, tendo em atenção não só os
benefícios e oportunidade de negócio que podem proporcionar, mas também os custos.
Os impactos das restrições ambientais nas empresas estão sistematizados no quadro A1.

Da análise feita neste capítulo podemos concluir que, muitos dos actuais instrumentos
utilizados no quadro das políticas ambientais: taxas, tarifas, normas e regulamentos,
coimas, etc., têm sustentação, directa ou indirecta, nos desenvolvimentos da teoria
económica. Os avanços no domínio da ciência económica serão, sem dúvida,
determinantes na evolução das questões ambientais e na sua inclusão na agenda política
dos governos e organizações internacionais com responsabilidade nestas matérias.

16-A
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO A1 – OS IMPACTOS DAS RESTRIÇÕES AMBIENTAIS NAS EMPRESAS

Empresas - Custos e efeitos das restrições ambientais

Sectores mais Sectores mais


Custos Efeitos
atingidos atingidos
No curto prazo:

variação dos preços dos inputs Nas decisões de investimento


↑ Preço electricidade (verde) Todos ↑ Investimentos em equipamento de fim de linha,
↑ Preço matérias primas (derivados de produtos de Todos, Químicas alteração de processo e/ou aquisição de novos
petróleo) equipamentos antes do final de vida do anterior
↑ Preço substâncias perigosas, por escassez das Químicas, Transferência de recursos da produção para a Todos, sobretudo
mesmas Farmacêuticas, monitorização de emissões, formação em ambiente, os sectores mais
Agro-alimentares etc. consumidores de
energia e
Na produtividade e rentabilidade
emissores de
↓ Produtividade total dos factores
restrições e sobrecargas adicionais aos processo de Sectores mais poluentes, e os
↓ Rentabilidade mais sujeitos à
produção consumidores de
Valores limite de emissões energia e Na dinâmica da produção concorrência
Fundos para a gestão de riscos associados à saúde emissores de ↑ Preço do produto final internacional
poluentes
No médio e longo prazos:

afectação da disponibilidade (performance e preço do Todos, sobretudo Nas decisões de investimento


output) Químicas,
↑ Investimentos em inovação ⇒ ↑ produtividade dos
Proibição ou carga fiscal sobre certos produtos Farmacêuticas,
recursos ⇒ ↑ competitividade empresarial
prejudiciais ao ambiente e à saúde humana Agro-alimentares,
Automóveis Nas decisões de localização empresarial
↑ Custos pode conduzir à relocalização das empresas
fora do espaço Europeu

17-A
DEPARTAMENTO DE
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO A1 (CONTINUAÇÃO) – OS IMPACTOS DAS RESTRIÇÕES AMBIENTAIS NAS EMPRESAS

Empresas – Benefícios e oportunidades derivados das restrições ambientais

Sectores mais Sectores mais


Benefícios Oportunidades
atingidos atingidos
No curto e médio prazos:

Redução de custos derivados de estratégias de gestão De criação e desenvolvimento de novos mercados:


dos riscos ambientais: Todos, sobretudo Procura de produtos menos prejudiciais ao ambiente
↓ Custos decorrentes de responsabilidade por os sectores mais ⇒ estar na linha da frente (“first mover advantages”)
acidentes ou danos ambientais graves consumidores de Novos mercados “limpos”, por ex. energias
↓ danos na reputação das empresas energia e renováveis; produtos naturais Todos, sobretudo os
↓ Custos associados a incidentes nas instalações emissores de Serviços de apoio energético e ambiental sectores mais
(perturbação das operações) poluentes inovadores e os
De inovação:
Inovações que ↓ o custo do produto ou ↑ o seu valor mais sujeitos à
Utilização das melhores tecnologias disponíveis (MTD) concorrência
internacional
Aumento dos ganhos esperados através de estratégias Todos, sobretudo De internacionalização:
de diferenciação: os que Internacionalização de empresas de serviços e I&D em
Diferenciação ambiental dos produtos desenvolvem mais energia e ambiente, designadamente para mercados
Certificação ID&D em grande expansão, como os BRIC
Patenteamento Partilha de experiências e soluções com esses países,
para maior influência e criação de novos mercados
Criação de condições de exportação favoráveis às eco-
indústrias europeias, por liderança da UEU na
configuração de standards adequados aos seus
interesses

No longo prazo:
De aumento da produtividade e da competitividade:
Alterações comportamentais nas empresas, traduzidos
em melhor uso dos recursos e maior inovação, com
ganhos de produtividade
Imagem “ambiental” pode constituir vantagem
competitiva para as empresas

Fonte: Com base em CE, Doc. SEC(2004) 769, The Effects of Environmental Policy on European Business and its Competitiveness, Junho 2004; Antunes, P., A Regulação
Ambiental e as Estratégias das Empresas, Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente, DCEA, FCT/UNL, 2005.

18-A
ANEXO B

EMPRESAS, INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÕES QUE DESENVOLVEM


CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Acumentrics Massachusetts, E.U.A. ICV-CSIC Madri, ESPANHA (SOFC)


Corporation (SOFC)

Advanced Alberta, CANADÁ IdaTech Óregon, E.U.A. (PEM)


Measurements Inc. (Sistemas de Prova de
Células de Combustível)

Anuvu Incorporated Califórnia, E.U.A. (PEM) InnovaTek, Inc. Washington, E.U.A.

Apollo Energy Systems, Flórida, E.U.A. (AFC) Ion Power, Inc. Delaware, E.U.A. (PEM)
Inc.

Arbin Instruments Texas, E.U.A. (Sistemas de Japan Automobile JAPÃO (PEM)


Prova de Células de Research Institute, Inc.
Combustível)

Laboratório Nacional Ilinóis, E.U.A. (PEM, MCFC JLG Industries Pennsylvania, E.U.A. (PEM)
Argonne e SOFC)

Astris Energi, Inc. Mississauga, Ontário, Lawrence Berkeley Califórnia, E.U.A. (PEM)
CANADÁ (AFC) Laboratory

Avista Laboratories Washington, E.U.A. (PEM) Laboratório Nacional Califórnia, E.U.A.


Lawrence Livermore

Azienda Energetica Milão, ITÁLIA (PAFC) Laboratório Nacional Novo México, E.U.A. (PEM)
Municipale (AEM spa Los Alamos
Milano)

Ball Aerospace & Colorado, E.U.A. Instituto de Tecnologia Lund, SUÉCIA (SOFC)
Technologies Corp. de Lund

Ballard Power Systems, Columbia Britânica, Lynntech, Inc. Texas, E.U.A. (PEM)
Inc. CANADÁ (PEM)

Ballard Power Systems, Columbia Britânica, Manhattan Scientifics Novo México, E.U.A. (PEM)
Inc. CANADÁ (PEM) Inc.

BCS Technology, Inc. Texas, E.U.A. (PEM) Instituto de Tecnologia Massachusetts, E.U.A.
de Massachusetts (PEM, SOFC)

Case Western Reserve Ernest B. Yeager Center, Materials and Arizona, E.U.A. (PEM)
University Ohio, E.U.A. (PEM) Electrochemical
Research Corporation

Celsius Malmo, SUÉCIA (PEM) Materials and Systems Utah, E.U.A. (SOFC)
Research, Inc.

Ceramatec Utah, E.U.A. (SOFC) McDermott Technology, Ohio, E.U.A. (PEM, SOFC)
Inc.

Ceramic Fuel Cells Ltd. Victória, AUSTRÁLIA Medis Technologies ISRAEL (PEM)
(SOFC)

Conselho Superior de Madri, ESPANHA (PEM, Metallic Power Califórnia, E.U.A. (ZFC)
Investigações MCFC, SOFC)
Científicas

Coval H2 Partners Califórnia, E.U.A. (PEM) Mitsubishi Electric JAPÃO (PAFC)


Corporation

CSIRO Energy Nova Gales do Sul, Mitsubishi Heavy Nova York, E.U.A. (PEM e
Technology AUSTRÁLIA Industries, Inc. SOFC)

DAIS Corporation Flórida, E.U.A. (PEM) MTU Friedrichshafen ALEMANHA (MCFC)


GmbH

DE NORA s.p.a. ITÁLIA (PEM) National Aeronautics y Ohio, E.U.A. (Células de


Space Administration Combustível regenerativas)

Desert Research Nevada, E.U.A. (PEM, Laboratorio Nacional JAPÃO (PEM)


Institute PAFC) Aerospacial

3-B
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Draeger Safety Colorado, E.U.A. (PEM) Centro Nacional de Califórnia, E.U.A.


Investigações de
Células de Combustível

EBARA Ballard Tokyo, JAPÃO (PEM) Laboratórios Nacionais Colorado, E.U.A. (PEM)
Corporation de Energia Renovável
(NREL)

Electric Power Research Califórnia, E.U.A. (PAFC e Netherlys Energy HOLANDA (PEM, MCFC e
Institute MCFC) Research Foundation SOFC)

Electro-Chem-Technic Oxford, REINO UNIDO NexTech Materials, Ltd. Ohio, E.U.A. (PEM e SOFC)
(PEM, PAFC)

ElectroChem, Inc. Massachusetts, E.U.A. OMG Corp. Michigan, E.U.A. (PEM)


(PEM)

Element 1 Power Califórnia, E.U.A. Ontario Hydro Ontário, CANADÁ (SOFC)


Systems Inc. Technologies

Elf Atochem North Pennsylvania, E.U.A. (PEM) Laboratórios Nacionais Washington, E.U.A. (PAFC,
America Pacific Northwest MCFC e SOFC

Emprise Corporation Geórgia, E.U.A.

Energia Ltd. Virginia, E.U.A. Pivotal Power Nova Scotia, CANADÁ


(Componentes de Células
de Combustível)

Energy Conversion Michigan, E.U.A. (RFC) Plug Power, LLC Nova York, E.U.A. (PEM)
Devices, Inc.

Energy Visions Inc. Ottowa, Ontário, CANADÁ Powerzinc Electric, Inc. CA, E.U.A. (Zinco/Ar)
(DMFC)

Esoro AG Faellyen, SUÍÇA (PEM) Procyon Power Systems, Califórnia, E.U.A. (AFC,
Inc. PEM)

ETH Materials Zurich, SUÍÇA (SOFC) Protonex Technology Massachusetts, E.U.A.


Corporation (PEM)

eVionyx Nova York, E.U.A. (Célula Proton Motor GmbH Starnburg, ALEMANHA
de Combustível Metal-Ar) (PEM)

Federal Energy West Virginia, E.U.A. Refrac Systems Arizona, E.U.A.


Technology Center (MCFC e SOFC)

FEV Motorentechnik ALEMANHA (PEM, SOFC) Laboratório Nacional de Roskilde, DINAMARCA


GmbH Risø (SOFC)

Centro de Energia Solar Flórida, E.U.A. (PEM) Rocky Mountain Colorado, E.U.A. (PEM)
da Florida Institute

Forschungszentrum ALEMANHA (DMFC, SOFC e Laboratórios Nacionais Novo México, E.U.A.


Julich PEM) Syia

FuelCell Energy Connecticut, E.U.A. (DFC) Schafer Corporation Califórnia, E.U.A. (PEM

Fuel Cell Resources Inc. Geórgia, E.U.A. Centro de Investigações Califórnia, E.U.A. (PEM)
(membranas PEM) em Energia Schatz
(SERC)

Fuel Cell Technologies, Ontário, CANADÁ Siemens Westinghouse Pennsylvania, E.U.A.


Ltd. Power Corporation (SOFC)

Instituto de Tecnologia Ilinois, E.U.A. (MCFC, South Coast Air Quality Califórnia, E.U.A. (PAFC,
do Gás PAFC, PEM e SOFC) Management District PEM)

Gaz De France La Plaine, FRANÇA (PAFC, Southern States Power Louisiana, E.U.A. (PEM)
PEMFC, SOFC) Co.

4-B
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

GE Energy and Califórnia, E.U.A. (PEM, Southwest Research Texas, E.U.A. (PEM)
Environmental Research MCFC, SOFC) Institute
Corp.

Global Thermoelectric CANADÁ (SOFC) Sulzer Hexis Ltd. SUÍÇA (SOFC)


Inc.

Greenlight Power CANADÁ (Sistemas de Instituto de Recursos ÍNDIA (MCFC)


Technologies Prova de Células de Energéticos TATA
Combustível) (TERI)

GreenVolt Power CANADÁ (AFC) Technology Ohio, E.U.A. (SOFC)


Corporation Management, Inc. (TMI
Systems)

H Power Nova Jersey, E.U.A. (PEM) Teledyne Energy Maryly, E.U.A. (Provas de
Systems, Inc. Células de Combustível,
PEM, Geração de
Hidrogênio)

Hitachi Works Ibaraki, JAPÃO (MCFC) TNO Energia & Apeldoorn, HOLANDA
Ambiente (PEM)

Hoku Scientific Hawai, E.U.A. (PEM) Toshiba Corporation Yokohama, JAPÃO (PAFC e
PEM)

HTceramix Lausanne, SUÍÇA(SOFC) Toyota Motor JAPÃO (PEM)


Corporation

H-Tec - Wasserstoff- Luebeck, ALEMANHA (PEM) Departamento de Washington D.C., E.U.A.


Energie-Systeme GmbH Energia dos E.U.A. (PAFC, PEM, MCFC e SOFC)
(principal)

Instituto de Quebec, CANADÁ Departamento de Washington D.C., E.U.A.


Investigações de Hydro Energia dos E.U.A. (PAFC e PEM)
Quebec (Oficina de Tecnologias
do Transporte)

Hydrocell U.K. REINO UNIDO (AFC, PEM) United Technologies Connecticut, E.U.A. (PAFC
Research Center (UTRC) e PEM)

Hydrogenics Toronto, CANADÁ UTC Fuel Cells Connecticut, E.U.A. (PAFC


Corporation e PEM)

Hydrovolt Energy Califórnia, E.U.A. (SOFC) VTT Chemical FINLY (PEM)


Systems Technology

ICP-CSIC Madri, ESPANHA Warsitz Enterprises Califórnia, E.U.A. (PEM)

ICTP-CSIC Madri, ESPANHA (PEM) Westinghouse Savannah Geórgia, E.U.A. (PEM,


River Company SOFC)

Instituto Politécnico de Massachusetts, E.U.A. Ztek Corporation Califórnia, E.U.A. (SOFC e


Worcester (PEM) Reformadores de
Hidrogênio)

Fonte: Breakthrough Technologies Institute/Fuel Cells 2000 – www.worldwide.fuelcells.org

5-B
ANEXO C

PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA


COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO
(15/03/2007)
Índice

C1 - Domínio Prioritário 1 – Alterações Climáticas 5-C

C2 - Domínio Prioritáro 2 – Biodiversidade e Ecossistemas 9-C

C3 - Domínio Prioritáro 3 – Ambiente e Saúde 12-C

C4 - Domínio Prioritáro 4 – Utilização dos Recursos 15-C

C5 – Outras Metas 17-C


DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C1 – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 1 – Alterações Climáticas

Desafio 1 :
Limitar as alterações climáticas, bem como os seus custos e efeitos negativos para a sociedade e para o ambiente
Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Internacionais
Protocolo de Quioto (1992) Limitar as emissões de GEE ou Redução de Limitação Todos os sectores
Comunitários CO2e 8%, do 2008-2012 O Grandes consumidores de
PEAC – Programa Europeu de Alterações relativamente crescimento energia:
Climáticas a 1990 a 27%, Produção de Energia,
6º PAA - 6º Programa de Acção para o relativamente Refinaria, Metais Ferrosos,
Redução de a 1990
Ambiente Pasta e Papel, Vidro,
20-30%,
EEDS – Estratégia Europeia para o 2020 Cerâmica, Cimento, Têxtil,
relativamente (em discussão)
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) a 1990 Química
Uma política Energética para a Europa Transportes
(COM(2007) 1 final, de 10 de Janeiro) Redução de Residencial e Serviços
Plano de Acção para a Energia (Conclusões do 60-80%, Agricultura e Florestas
Conselho Europeu de 8 e 9 de Março de 2007) relativamente 2050
(em discussão)
a 1990
Nacionais
PNAC 2006 – Programa Nacional para as Integração dos aspectos das
Alterações Climáticas (RCM 104/2006) alterações climáticas em todas – – C Todos os Sectores
ENDS – Estratégia Nacional de as políticas
Desenvolvimento Sustentável (Aprovada em CM
de 28/12/2006) Aumentar a produção de energia
Estratégia Nacional para a Energia (RCM eléctrica a partir de carvão com 800 MW 2014 I Produtores de electricidade
169/2005 e DL 172/2006) níveis reduzidos de emissão de
Criação de reserva destinada à produção de gases de efeito de estufa
energia eléctrica a partir de carvão com níveis
reduzidos de emissão de gases de efeito de Substituir o carvão utilizado nas 5 a 10% 2010 I Produtores de electricidade
estufa (Portaria 1074/2006, de 3 de Outubro) centrais de Sines e do Pego por (centrais de Sines e do Pego)
Novo conjunto de diplomas para combate às biomassa ou resíduos
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25
de Janeiro de 2007)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

1
Nota: Formulação com base no documento da EEDS aprovado no Conselho Europeu de Junho (Doc 10117/06, de 9 de Junho de 2006).

5-C
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C1 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 1 – Alterações Climáticas (continuação)

Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Energias Renováveis
Comunitários
Livro Branco das Energias Renováveis (COM Aumentar a parcela das fontes de 12% 2010 I Produtores de energia e de
(97) 599 final) energia renováveis no consumo 20% 2020 O equipamento de produção de
Livro Verde Estratégia europeia para uma de energia primária energia
energia sustentável, competitiva e segura
(COM (2006) 105 final) Aumentar a produção de 22% 45% 2010 I Produtores de energia e de
Directiva de promoção da produção de electricidade a partir de fontes de equipamento de produção de
electricidade a partir de fontes renováveis de energia renováveis energia
energia (2001/77/CE)
Uma política Energética para a Europa Aumentar o número de colectores 150 000 2010 I Produtores e instaladores de
solares instalados em Portugal m2/ano painéis solares
(COM(2007) 1 final, de 10 de Janeiro)
Serviços de AQS
Plano de Acção para a Energia (Conclusões do
Criar capacidade em parques de 1 000 000 m2 2010 I
Conselho Europeu de 8 e 9 de Março de 2007)
colectores solares
Nacionais
PNAC 2006 – Programa Nacional para as
Aumentar a potência instalada
Alterações Climáticas (RCM 104/2006)
para produção de electricidade
Orientações da política energética portuguesa com recurso a energias
(RCM 63/2003 e RCM 171/2004) renováveis:
Estratégia Nacional para a Energia (RCM Grande Hídrica (> 30 MW) 5 000 MW 2010 I Produtores de energia e de
169/2005) PCH (≥ 10 MW) 400 MW 2010 I equipamento de produção de
Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Eólica 4 700 MW 2010 I energia
Endógenas 5 100 MW 2012 I
Programa Água Quente Solar para Portugal Biomassa (s/ co-geração) 150 MW 2010 I
(AQS) RSU 130 MW 2010 I
Novo conjunto de diplomas para combate às Biogás 50 MW 2010 I
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25 Fotovoltaica 150 MW 2010 I
de Janeiro de 2007) Ondas 50 MW 2010 I

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C- Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica;
Notas: PCH – Pequenas Centrais Hídricas; RSU – Resíduos Sólidos Urbanos.

6-C
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C1 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 1 – Alterações Climáticas (continuação)

Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Eficiência Energética
Comunitários
EEDS – Estratégia Europeia para o Reduzir o consumo final de 12% 2010 I Todos os sectores
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) energia 15% 2015 I Produtores de energia e de
Livro Verde Estratégia europeia para uma 20% 2020 I equipamento de produção de
energia sustentável, competitiva e segura energia
(COM(2006) 105 final) Reduzir o consumo de energia 20% 2020 O
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, primária Todos os sectores
Junho 2005)
Uma política Energética para a Europa Poupança global do Consumo de 9% 1% ao Construção
(COM(2007) 1 final, de 10 de Janeiro) Energia Final em 9 anos ano, 2017 I Gabinetes de Arquitectura
Plano de Acção para a Energia (Conclusões do relativamen
Conselho Europeu de 8 e 9 de Março de 2007) te à média
Nacionais 2001-2005
Estratégia Nacional para a Energia (RCM
169/2005) 10% do 2015
Novo conjunto de diplomas para combate às consumo
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25 energético
de Janeiro de 2007) (final?)
Biocombustíveis
Comunitários
Estratégia Comunitária para os Aumentar o consumo de 5,75% 10% 2010 I Transportes
Biocombustíveis (COM (2006) 34 final) biocombustíveis no sector 8% 2015 I Agricultura
Directiva dos Biocombustíveis (2003/30/CE) transportes 10% 2020 I
EEDS – Estratégia Europeia para o
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06)
Uma política Energética para a Europa
(COM(2007) 1 final, de 10 de Janeiro)
Nacionais
PNAC 2006 – Programa Nacional para as
Alterações Climáticas (RCM 104/2006)
ENDS – Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Sustentável (Maio 2006, em
discussão pública)
Novo conjunto de diplomas para combate às
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25
de Janeiro de 2007)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

7-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C1 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 1 – Alterações Climáticas (continuação)

Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Transportes sustentáveis
Comunitários
EEDS – Estratégia Europeia para o Substituir os combustíveis 20% 2020 I Transportes
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) tradicionais em transporte
Livro Branco A Política Europeia de rodoviário, por combustíveis
Transportes no horizonte 2010: a hora das alternativos
opções (2001) Substituir por GN 10% 2020 I Transportes
Uma Política Energética para a Europa Substituir por biocombustíveis 2020
(COM(2007) 1 final, de 10 de Janeiro) de 2ª geração
Substituir por pilhas de 2030
Nacionais combustíveis
PNAC 2006 – Programa Nacional para as
Alterações Climáticas (RCM 104/2006) Implementar uma taxa de imposto 10% em Jan 2007
Novo conjunto de diplomas para combate às automóvel em função das função do CO2
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25 emissões de CO2 30% em Jul 2007
de Janeiro de 2007) função do CO2
60% em Jan 2008
função do CO2

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

8-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C2 – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 2 – Biodiversidade e Ecossistemas

Desafio1:
Melhorar a gestão e evitar a sobreexploração dos recursos naturais, reconhecendo o valor dos serviços ligados ao ecossistema
Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Biodiversidade
Internacionais
Estratégia Mediterrânica de Desenvolvimento Utilizar os recursos naturais numa C Todos os Sectores
Sustentável (MSSD) (2006) proporção que não exceda a sua
Comunitários capacidade de regeneração
Comunicação “Halting the loss of biodiversity
by 2010 – and beyond. Sustaining ecosystem Promoção de inovações eco- C Todos os Sectores
services for human well-being” (COM (2006) eficientes I&D
216 final)
EEDS – Estratégia Europeia para o Recuperação dos ecossistemas Pesca
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) marinhos degradados. Alcançar a 2015 I I&D (Biologia Marítima, Novos
6º PAA – 6º Programa de Acção para o captura máxima nas pescas Materiais)
Ambiente
Nacionais Reduzir a taxa de perda de 2010 I Florestas
ENDS – Estratégia Nacional de biodiversidade Agro-alimentares
Desenvolvimento Sustentável (Maio 2006, em Eco-turismo
discussão pública)
ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação
da Natureza e da Biodiversidade (RCM
152/2001)
Florestas e Biomassa
Comunitários
6º PAA – 6º Programa de Acção para o Florestas
Ambiente Aumentar a certificação de ≥ 20% 2013 I Agro-alimentares
Plano de Acção para a Floresta Europeia 2007- produtos lenhosos e cortiça Eco-turismo
2011 (COM (2006) 302 final)
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM
(2005) 628 final)
Nacionais
Estratégia Nacional para as Florestas (RCM
144/2006, 17 Agosto)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

9-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C2 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 2 – Biodiversidade e Ecossistemas

Metas
Documentos de referência Objectivos Operacionais e Actividades mais abrangidas
Indicadores Horizonte
UE Nacionais temporal Tipo
Acidificação e Eutrofização
Internacionais
Convenção da Poluição Transfronteiriça de Redução da área de ecossistema
Longo Alcance (Protocolo de Gotenburgo) florestal que excedeu os níveis de 74% 2020 I Todos os sectores, sobretudo:
(Novembro 1999) acidificação, relativamente a 2000 Transportes
Comunitários Agricultura
6º PAA – Estratégia Temática sobre a Poluição Redução da área de ecossistema
Atmosférica (COM (2005) 446 final) aquífero que excedeu os níveis de 39% 2020 I
Directiva Tectos (2001/81/CE) acidificação, relativamente a 2000
Directiva PCIP (96/61/CE)
Directiva GICs (2001/80/CE) Redução da área de ecossistema
Directiva COVNM do armazenamento e que excedeu os níveis de 43% 2020 I
distribuição de gasolinas (94/63/CE) eutrofização, relativamente a
Directiva COVs de solventes orgânicos 2000
(1999/13/CE)
Directiva das Emissões de SO2 provenientes da Redução das emissões de gases Grandes consumidores e
combustão de Combustíveis Líquidos para usos acidificantes e eutrofizantes 160 kt 2010 O produtores de energia:
não rodoviários (1999/32/CE) SO2 250 kt 2010 O Produção de Energia,
Directivas que regulam as emissões dos NOx 180 kt 2010 O Refinaria, Metais Ferrosos,
veículos automóveis (70/220/CEE, 98/69/CE, COVNM 90 kt 2010 O Pasta e Papel, Vidro,
88/436/CEE, 89/458/CEE, 94/12/CE, NH3 Cerâmica, Cimento, Têxtil,
93/59/CEE, 96/69/CE) Química, Alimentação e
Directiva de especificações ambientais para a Redução das emissões de Bebidas
gasolina sem chumbo e para o gasóleo poluentes pelos veículos
(98/70/CE e 2003/17/EC) rodoviários pesados novos 4,0 g/kWh 4,0 g/kWh Out 2005 O
Programa Auto-Oil de Redução das Emissões CO 0,55 g/kWh 0,55 g/kWh Out 2005 O
dos Transportes Rodoviários ((COM(96) 248, HC 2 g/kWh 2 g/kWh Out 2005 O
COM (1999) 125 e COM (2000) 626 final) NOx 1,1 g/kWh 1,1 g/kWh Out 2005 O Sector Automóvel
Proposta de regulamentação para Redução das COVNM 0,03 g/kWh 0,03 g/kWh Out 2005 O
Emissões dos Veículos Automóveis Partículas
(COM(2005) 683)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

10-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C2 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 2 – Biodiversidade e Ecossistemas

Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Acidificação e Eutrofização
Nacionais
PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Redução das emissões de poluentes
Nacional (DL 193/2003) pelos veículos rodoviários ligeiros
PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da novos a gasóleo (Standards Euro 4)
Poluição (DL 194/2000 e Port 1047/2001) CO 0,5 g/km 0,5 g/km Jan 2005 O
Controlo de COVNM do armazenamento e HC 0,05 g/km 0,05 g/km Jan 2005 O Sector Automóvel
distribuição de gasolinas (Port 646/97) NOx 0,25 g/km 0,25 g/km Jan 2005 O
Controlo de COVs da utilização de solventes Partículas 0,025 g/km 0,025 g/km Jan 2005 O
orgânicos (DL 242/2001)
Limites máximos no teor de enxofre para os Redução das especificações
gasóleos não rodoviários (DL 281/2000) estabelecidas para os combustíveis
automóveis
Gasolina
Benzeno 1,0% v/v 1,0% v/v Jan 2000 O Sector Automóvel
Teor de Enxofre 50 mg/kg 50 mg/kg Jan 2005 O
Teor de Chumbo 0,005 g/l 0,005 g/l Jan 2000 O
Gasóleo
Índice de Cetano 51,0 51,0 Jan 2000 O
Teor de Enxofre 50 mg/kg 50 mg/kg Jan 2005 O Refinarias

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

11-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C3 – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 3 – Ambiente e Saúde

Desafio1:
Promover a saúde pública em condições equitativas e melhorar a protecção relativamente às ameaças para a saúde e Satisfazer as
necessidades da sociedade minimizando as repercussões indesejáveis na economia, sociedade e ambiente
Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
Comunitários
EEDS – Estratégia Europeia para o Melhorar a capacidade de resposta C Saúde
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) coordenada às ameaças à saúde Farmacêuticas
6º PAA – 6º Programa de Acção para o pública
Ambiente
Estratégia Europeia de Ambiente e Saúde: um
caminho conjunto para o desenvolvimento
sustentável (2003)
Produtos Químicos
Internacionais
Plano SAICH (Strategic Aproach Initiative for Aplicar a Directiva REACH de C Químicas e Farmacêuticas
Chemical Management) das Nações Unidas criação de um sistema único para
Comunitária todas as substâncias químicas
6º PAA – 6º Programa de Acção para o
Ambiente
EEDS – Estratégia Europeia para o
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06)
Directiva REACH (Adoptada em 18/12/2006)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

12-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C3 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 3 – Ambiente e Saúde

Metas
Objectivos Operacionais e Actividades mais
Documentos de referência Horizonte
Indicadores abrangidas
UE Nacionais temporal Tipo
Qualidade do Ar
Internacional Todos os sectores, sobretudo:
Protocolo de Montreal de Protecção da Camada Reduzir o número de mortes
do Ozono (1977) prematuras associadas a causas Transportes
~40% 2020 I Agricultura
Convenção da Poluição Transfronteiriça de ligadas à poluição do ar,
Longo Alcance (Protocolo de Gotenburgo) relativamente ao valor de 2000.
(Novembro 1999)
Reduzir o número de anos de
Comunitário vida perdidos devido à inalação 47%
Regulamento relativo às substâncias que de partículas, relativamente a 2020 I
empobrecem a camada do ozono (Reg(CE) 2000
2037/2000)
Directiva Tectos (2001/81/CE) Reduzir a mortalidade aguda 10% 2020 I
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar devida ao ozono , relativamente a
(96/62/CE) 2000
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2,
NOx, partículas e chumbo, no ar ambiente Reduzir a área de floresta que 15% 2020 I
(1999/30/EC) excedeu os níveis de ozono,
relativamente a 2000
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno
e monóxido de carbono no ar ambiente Qualidade do ar
(2000/69/EC) Limites de emissão:
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, Partículas P2.5 25 μg/m3/dia 1Jan 2015 O2
no ar ambiente (2002/3/EC) Partículas P10 40 μg/m3/ano 40 μg/m3/ano 1Jan 2005 O
6º PAA - 6º Programa de Acção para o 50 μg/m3/dia 50 μg/m3/dia 1Jan 2005 O Químicas, Farmacêuticas,
Ambiente Redução da concentração Equipamento
Estratégia Temática sobre a Poluição anual: Construção
Atmosférica (COM (2005) 446 final) Partículas P2.5 20% 2010-2019 O2 Transportes/mobilidade
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Níveis obrigatórios de alerta de
concentração de poluentes em
Ambiente e Ar mais limpo para a Europa” aglomerados populacionais (>
(que irá actualizar a Directiva-Quadro de 250 000 habitantes):
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133) ≥ 500 μg/m3 ≥ 500 μg/m3 1Jan 2015 O2
SO2
Estratégia Temática sobre o Mercúrio (A NOx ≥ 400 μg/m3 ≥ 400 μg/m3 1Jan 2015 O2
adoptar) O3 (Ozono Troposférico) ≥ 240 μg/m3 ≥ 240 μg/m3 2010 O
Estratégia Temática sobre Ambiente Urbano
(Adoptada em 11/01/2006)
Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

2
Nota: Com base nas Conclusões do Conselho Ambiente de 23/10/2006 (Doc. IP/06/1447), relativas ao acordo da Comissão face à nova proposta (Junho de 2006), ainda
não aprovada, para a Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133).

13-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C3 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 3 – Ambiente e Saúde

Metas
Objectivos Operacionais e Actividades mais
Documentos de referência Horizonte
Indicadores abrangidas
UE Nacionais temporal Tipo
Qualidade do Ar
Comunitário
Programa CAFE – Clean Air for Europe (COM Reduzir o factor de emissão 140 g/km 140 g/km 2008/09 I
(2001) 245) médio de CO2 dos veículos 120 g/km 120 g/km 2012 Sector Automóvel
EEDS – Estratégia Europeia para o comerciais ligeiros novos Transportes/mobilidade
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) Agricultura
Estratégia Comunitária relativa às emissões de Reduzir o factor de emissão 140 g/km 140 g/km 2008/09 I
CO2 dos veículos comerciais ligeiros médio de CO2 dos veículos
Programa Auto-Oil de Redução das Emissões ligeiros de passageiros novos
dos Transportes Rodoviários ((COM(96) 248,
COM (1999) 125 e COM (2000) 626 final) 3 Adequar o sistema fiscal aos
Nacional veículos pesados em função das
Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL suas emissões
320/2003)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

3
Nota: O Programa Auto-Oil concretiza-se em Acordos Ambientais entre a UE e as associações da indústria automóvel, ACEA - Associação Europeia da Indústria Automóvel,
JAMA – Associação de Comerciantes de Automóveis Japoneses e KAMA – Associação de Comerciantes Automóveis Coreanos.

14-C
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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C4 – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 4 – Utilização dos Recursos

Desafio1:
Promover padrões de consumo e produção sustentáveis
Metas
Objectivos Operacionais e Actividades mais
Documentos de referência Horizonte
Indicadores abrangidas
UE Nacionais temporal Tipo
Comunitários
EEDS – Estratégia Europeia para o Manter a capacidade de carga dos C Todos os sectores
Desenvolvimento Sustentável (Doc 10117/06) ecossistemas
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica Melhorar o desempenho ambiental e C Todos os sectores
de Produtos que consomem energia (COM social dos produtos e processos Igualar o
(2003) 453 final) Elevar o nível médio de contratos nível ao dos I Equipamento
Directiva dos contratos públicos ecológicos no públicos ecológicos (CPE) melhores Construção
domínio dos veículos pesados Aumentar a parcela de veículos EMs da UE Transportes/mobilidade
Nacionais ecológicos nos contratos públicos no 2010 O I&D
Novo conjunto de diplomas para combate às domínio dos veículos pesados 25% Produtores de energia e de
alterações climáticas (Aprovado em CM de 25 Aumentar a quota de mercado equipamento de produção de
de Janeiro de 2007) mundial da UE, das tecnologias O energia e ambiente
ambientais e inovações tecnológicas Serviços de ambiente
Elevar a % de concursos públicos que I&D
se realizem com base em critérios
ecológicos 50% ?
Água
Comunitários
6º PAA – 6º Programa de Acção para o Atingir um “bom estado” para a Todos os sectores
Ambiente qualidade de todas as águas 2015 I Produtores de Energia
Plano de Acção para promover a Produção e europeias (todas as águas Construção
o Consumo Sustentáveis (Adoptado em superficiais incluindo rios, zonas Residencial e Serviços
21/12/2005) costeiras e lagos). Agricultura e Florestas
Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE)
Nacionais
Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005)
Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei
54/2005)
Quadro de Acção no Domínio da Política da
Água (DL 77/2006, de 30 de Março)
PNUEA – Prog. Nac. para o Uso Eficiente da
Água (RCM 113/2005)
PEAASAR II – P. Estr. Abastecimento de Água
e Saneamento de Águas Resíduais (Fevereiro
de 2006, em discussão pública)
Convenção Luso-Espanhola

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

15-C
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C4 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 4 – Utilização dos Recursos

Metas
Objectivos Operacionais e Actividades mais
Documentos de referência Horizonte
Indicadores abrangidas
UE Nacionais temporal Tipo
Resíduos
Comunitários
6º PAA – 6º Programa de Acção para o Reduzir a % admissível de resíduos ≤ 75% Jan 2006 O
Ambiente urbanos biodegradáveis destinados a ≤ 50% Jan 2009 O
Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), aterro ≤ 35% Jan 2016 O
que substitui a anterior (75/442/CEE)
Directiva de Deposição de resíduos em aterro Aumentar a reciclagem de
(1999/31/CE) embalagens e resíduos de
Directiva Embalagens e Resíduos de embalagem: Gestão de Resíduos (Recolha,
Embalagem (94/62/CE e 2004/12/CE) Média 55-80% Dez 2011 O Reutilização, Valorização,
Directiva Pilhas e Acumuladores (2006/66/CE, Vidro 60% Dez 2011 O Reciclagem)
6 Setembro) Papel 60% Dez 2011 O Comercialização de resíduos
Directiva dos Veículos em Fim de Vida (VFV) Metais 50% Dez 2011 O
(2000/53/CE) Plásticos 22,5% Dez 2011 O I&D (Novos materiais)
Directiva relativa à Homologação de Veículos a I&D (Design de novos
Motor, no que respeita à Reutilização, Aumentar a recolha, reutilização e processos e produtos)
Reciclagem e Valorização dos Veículos a Motor valorização dos pneus usados:
(2005/64/CE) % de recolha anual ≥ 95% Jan 2007 O
Nacionais % de recauchutagem anual ≥ 30% Jan 2007 O
Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL % de valorização anual 100% Jan 2007 O
178/2006, 5 Set), que revoga a anterior Lei da qual % reciclada ≥ 65% Jan 2007 O
Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
PERSU – Plano Estratégico dos Resíduos Aumentar a taxa de recuperação
Sólidos Urbanos (reutilização, reciclagem e
ERB – Estratégia Nacional para a Redução dos valorização energética) dos VFV
Resíduos Urbanos Biodegradáveis destinados a (categorias M1 e N1):
Aterro (DL 152/2002, 23 Maio) Produzidos após 1980 ≥ 85% em ≥ 85% em 1Jan 2006 O
PIRSUE – Plano de Intervenção para Resíduos massa massa
Sólidos Urbanos e Equiparados (Dez de 2005) Produzido antes de 1980 ≥ 75% em ≥ 75% em 1Jan 2006 O Fabricantes Automóveis
PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos massa massa Desmanteladores e
Industriais (1999, revisto em 2001) ≥ 95% em ≥ 95% em 1Jan 2015 O Fragmentadores
PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de massa massa
Resíduos Industriais (2001)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

16-C
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO C4 (CONTINUAÇÃO) – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Domínio Prioritário 4 – Utilização dos Recursos

Metas
Objectivos Operacionais e Actividades mais
Documentos de referência Horizonte
Indicadores abrangidas
UE Nacionais temporal Tipo
Resíduos
Nacionais
Directrizes de actuação para a gestão de RIP Fabrico dos veículos de forma a
(DL 3/2004 de 3 de Janeiro) aumentar a reutilização e/ou
Embalagens e Resíduos de Embalagens (DL reciclagem dos VFV:
366-A/97, DL 162/2000 e DL 92/2006 de 25 Categoria M1 – Veículos de ≥ 85% em 15Dez 2008 O
Maio) passageiros massa Fabricantes Automóveis
Pneus Usados (DL 111/2001) Categoria N1 – Veículos ≥ 95% em 15Dez 2008 O
Pilhas e Acumuladores (DL 62/2001) comerciais ligeiros massa
Óleos usados (DL 153/2003)
Veículos em Fim de Vida – VFV (DL 292-
B/2000)
Resíduos de Equipamentos Eléctricos e
Electrónicos – REEE (DL 230/2004)

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

QUADRO C5 – PRINCIPAIS DESAFIOS E METAS AMBIENTAIS COM EFEITOS NA COMPETITIVIDADE E NA INOVAÇÃO

Outras Metas

Metas
Objectivos Operacionais e
Documentos de referência Horizonte
Actividades mais abrangidas
Indicadores
UE Nacionais temporal Tipo
I&D
Comunitários
Estratégia de Lisboa para o Crescimento e Aumentar a despesa pública em I&D 3% 1% 2010 I Todos os sectores em
Emprego em % do PIB particular as actividades de
Nacionais Aumentar a despesa das empresas 0,8% 2010 I alta intensidade tecnológica e
PNACE – Programa Nacional de Acção para o em I&D em % do PIB conhecimento intensivo
Crescimento e o Emprego 2005/2008
Plano Tecnológico

Notas: Tipos de Metas: O – Obrigatória; I – Indicativa; C – Medida de Contexto, não mensurável através de meta específica.

17-C
ANEXO D

CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES


Índice

D1 – Caracterização das Actividades. Aspectos Qualitativos: Inovação, Produção


e consumo de materiais, Importância económica e social, Mercado externo 5-D

D2 – Classificação das Actividades: Grandes categorias da Indústria Transformadora,


Tipologia de produtos no comércio internacional por factor de intensidade
(UNCTAD) e por factor de competitividade (OCDE) 10-D

D3 – Dimensão Económica 18-D

D4 – Dimensão Social – Emprego 20-D

D5 – Dimensão Social – Emprego Altamente Qualificado 18-D

D6 – Dimensão do Mercado Externo 22-D

D7 – Dimensão Ambiental – Consumo de Energia 28-D

D8 – Dimensão Ambiental – Produção de Energia 30-D

D9 – Dimensão Ambiental – Emissão de Gases 32-D

D10 – Dimensão Ambiental – Geração de Resíduos 34-D

D11 – Dimensão de I&D 36-D

D12 – Energias Renováveis – Potência Total Instalada – Portugal Continental 38-D

D13 – Energias Renováveis – Produção de Electricidade – Portugal Continental 38-D


DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D1 - CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

ASPECTOS QUALITATIVOS
IMPORTÂNCIA
INOVAÇÃO PRODUÇÃO E CONSUMO DE MATERIAIS ECONÓMICA E MERCADO EXTERNO
SOCIAL
Ramo CAE Rev2

Exposição à concorrência
1

Inovação Organizacional

Reciclagem de Materiais
2
Intensidade Tecnológica

Gasosos - Acidificantes
Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes
Intensidade Energética

Produção de Resíduos
Inovação Tecnológica

Gasosos - Partículas
Ramo CITI

Produção de Metais

Peso Económico

Saldo comercial
Gasosos - GEE

internacional
Designação (CAE Rev.2)

Peso Social

Mercado
Líquidos
Pesados

Sólidos
Actividades Intensivas em Energia e outros
Grupo 1 Recursos
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos Baixa Média Alta Forte Forte Forte Média Forte Forte Forte Médio Média Exportador Positivo
Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus.
23 23 Méd-Baixa Forte Alta Forte Forte Forte Média Forte Forte
nuclear
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro Méd-Baixa Média Alta Forte Forte Forte Forte Médio Médio Média Exportador Positivo
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262 Méd-Baixa Alta Forte Forte Forte Médio Médio Média Exportador Positivo
destinados a construção) e refractários
Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de
2692 263 Méd-Baixa Alta Forte Forte Forte Médio Médio Média Exportador Positivo
cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro
2693 264 Méd-Baixa Alta Forte Forte Forte Médio Médio
para a construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso Méd-Baixa Alta Forte Forte Forte Médio Baixo
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite Méd-Baixa Alta Forte Forte Forte Médio Baixo
27 27 Indústrias metalúrgicas de base Méd-Baixa Alta Forte Média Forte Forte Forte Forte Médio Forte Exportador
Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água
40 40 Alta Média Média Alta Forte Forte Forte Média Forte Médio
quente
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade Alta Média Média Alta Forte Forte Forte Média Forte Médio Forte

Actividades Intensivas em Energia e Produção


de Resíduos com características especiais
Grupo 2
(Indústria Química pesada e Plásticos e
Borracha)
24 24 Indústria química Média-Alta Forte Média Forte Forte Forte Média Forte Forte
241 241 Produtos químicos de base Média-Alta Média Forte Forte Forte Média Forte Forte Médio Médio Forte
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos Média-Alta Média Forte Forte Forte Média Forte Forte Baixo Baixo Forte
Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de
2422 243 Média-Alta Forte Média Forte Forte Forte Média Forte Forte Médio Médio Forte Exportador
impressão
2429 246 Outros produtos químicos Média-Alta Média Média Média Média Média Forte Forte Baixo Baixo Forte
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais Média-Alta Média Média Média Média Média Forte Forte Baixo Baixo Forte
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas Méd-Baixa Forte Forte Média Média Média Média Média Forte Forte Forte Forte Forte Forte Exportador

5-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D1 (CONTINUAÇÃO) - CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

ASPECTOS QUALITATIVOS
IMPORTÂNCIA
INOVAÇÃO PRODUÇÃO E CONSUMO DE MATERIAIS ECONÓMICA E MERCADO EXTERNO
SOCIAL

Exposição à concorrência
Ramo CAE Rev2

Intensidade Tecnológica1

Inovação Organizacional

Reciclagem de Materiais
Intensidade Energética2

Gasosos - Acidificantes
Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Resíduos
Inovação Tecnológica

Gasosos - Partículas
Ramo CITI

Produção de Metais

Peso Económico

Saldo comercial
Gasosos - GEE

internacional
Designação (CAE Rev.2)

Peso Social
Líquidos

Mercado
Pesados

Sólidos
Actividades ligadas à utilização de Recursos
Primários Energéticos e não Energéticos
Grupo 3
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)

Ligadas à Terra
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. Baixa Média Forte Média Média Forte Forte Médio
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa Baixa Forte
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório Média Forte Exportador Positivo
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos Baixa Média Média Forte Média Exportador Positivo
14 14 Outras indústrias extractivas Baixa Média Forte Médio Médio Média ?
Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e
20 20 Baixa Média Média Forte Forte Forte Forte Fraca Exportador Positivo
espart.
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra Méd-Baixa Média Forte Médio Médio Fraca Exportador Positivo
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos Méd-Baixa Forte
Ligadas ao Mar
Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc.
11 11 Forte
prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. Baixa Forte Média Médio Médio

Infraestruturas Básicas de Ambiente,


Actividades Industriais Transversais e Serviços
Associados
Grupo 4
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas,
Imobiliária)
37 37 Reciclagem Méd-Baixa Média Médio Médio
41 41 Captação, tratamento e distribuição de água Média Médio Forte
45 45 Construção Baixa Média Baixa Média Média ? Forte Baixa Forte Forte Média
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento Méd-Baixa Média Média Forte Baixa Médio Forte Fraca Exportador
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. Média-Alta Forte Média Forte Baixa Médio Médio Forte Exportador
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. Média-Alta Média Baixa Forte Forte Forte
70 Actividades Imobiliárias Forte Médio

6-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D1 (CONTINUAÇÃO) - CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

ASPECTOS QUALITATIVOS
IMPORTÂNCIA
INOVAÇÃO PRODUÇÃO E CONSUMO DE MATERIAIS ECONÓMICA E MERCADO EXTERNO
SOCIAL

Exposição à concorrência
Ramo CAE Rev2

Intensidade Tecnológica1

Inovação Organizacional

Reciclagem de Materiais
Intensidade Energética2

Gasosos - Acidificantes
Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Resíduos
Inovação Tecnológica

Gasosos - Partículas
Ramo CITI

Produção de Metais

Peso Económico

Saldo comercial
Gasosos - GEE

internacional
Designação (CAE Rev.2)

Peso Social
Líquidos

Mercado
Pesados

Sólidos
Actividades Transversais de Alta Intensidade
Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica,
Serviços de Informática, Serviços de
Arquitectura, I&D e Consultoria)

Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da


30 30 Alta Média Baixa Baixa Médio Médio Forte Exportador
informação
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação Alta Forte Baixa Baixa Médio Médio Forte Exportador
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida,
332 332 verificação, controlo, navegação e outros fins (excepto controlo Média-Alta Forte Baixa Forte
de processos industriais)
Fabricação de equipamento de controlo de processos
333 333 Média-Alta Forte Baixa Forte
industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas Alta Forte Baixa Forte Forte Forte
73 73 Investigação e desenvolvimento Alta Forte Baixa Forte Médio Forte
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas Alta Forte Baixa Forte Forte Forte

Mobilidade
Grupo 6 (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante,
Logística)
34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques Média-Alta Forte Forte Média Forte Média Forte Médio Forte Exportador
35 35 Fabricação de outro material de transporte Média-Alta Forte Média Forte Média Médio Médio Forte Exportador
361 361 Mobiliário e Colchões Baixa Média Média Média Forte Forte Média Exportador Positivo
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50 Baixa Forte Forte
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos
60 60 Média Alta Forte Média Forte Forte Forte Forte
(pipelines)
61 61 Transportes por água Alta Média Média Médio Médio
62 62 Transportes aéreos Alta Média Média Forte Médio Médio
631 Manuseamento e armazenagem Média Média
632 Outras actividades auxiliares dos transportes Média Forte Médio
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de
634 Média
apoio ao transporte

7-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D1 (CONTINUAÇÃO) - CARACTERIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES

ASPECTOS QUALITATIVOS
IMPORTÂNCIA
INOVAÇÃO PRODUÇÃO E CONSUMO DE MATERIAIS ECONÓMICA E MERCADO EXTERNO
SOCIAL

Exposição à concorrência
Ramo CAE Rev2

Intensidade Tecnológica1

Inovação Organizacional

Reciclagem de Materiais
Intensidade Energética 2

Gasosos - Acidificantes
Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Efluentes

Produção de Resíduos
Inovação Tecnológica

Gasosos - Partículas
Ramo CITI

Produção de Metais

Peso Económico

Saldo comercial
Gasosos - GEE

internacional
Designação (CAE Rev.2)

Peso Social
Líquidos

Mercado
Pesados

Sólidos
Ecoturismo
Grupo 7 (Turismo sustentável e actividades de lazer
associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados Baixa Baixa Forte Forte
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares) Baixa Média Forte Forte Forte
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de
633 Médio Médio
apoio turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas Baixa Forte Forte

Saúde
Grupo 8 (Farmacêuticas, cosmética e equipamento
médico)
2423 244 Farmacêuticas Alta Forte Forte Baixa Média Médio Médio Forte
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento,
2424 245 Média-Alta Média Média Média Média Média Média Médio Médio Forte
perfumes e produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica Média-Alta Forte Forte Baixa Forte

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e
de bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. Baixa Forte Forte
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas Baixa Média Média Média Média Média Média Média Forte Forte Forte Média Exportador

Moda
Grupo 10
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis Baixa Média Média Média Forte Forte Forte Forte Exportador Positivo

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo Baixa Média Média Média Forte Forte Forte Forte Exportador Positivo
Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e
19 19 Baixa Média Média Média Forte Média Forte Forte Forte Exportador Positivo
calç.

Fontes: 1
- Classificação Tecnológica da Indústria - critério da OCDE, Science, Tecnology and Industry Scoreboard, 2003; Classificação Tecnológica dos Serviços - critério do EUROSTAT, Statistics in Focus, High-tech and knowledge-
intensive sectors creating employment in Europe, Outubro 2003
2
- Classificação Energética da Indústria - critério da OCDE / AIE

8-D
9

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Legendas:

INOVAÇÃO:
Importância Forte - Actividades Industriais de alta intensidade tecnológica ou actividades de serviços de alta tecnologia, segundo 1.
tecnologia
média
Alta e

1
Importância Forte - Actividades de alta tecnologia, mas não classificadas em .
1
Importância Média - Actividades Industriais de média-alta intensidade tecnológica ou actividades de serviços de conhecimento intensivo, segundo .
1
Importância Baixa - Actividades Industriais de média-baixa intensidade tecnológica , segundo .
tecnologia
Baixa

1
Importância Baixa - Actividades de baixa tecnologia, mas não classificadas em .
1
Importância Baixa - Actividades Industriais de baixa intensidade tecnológica , segundo .

PRODUÇÃO E CONSUMO DE MATERIAIS:


+ Importância Forte - Actividades Industriais com forte consumo energético por unidade de valor acrescentado, segundo 2, forte consumo de materiais e geração de resíduos
Intensidad

Recursos

Importância Forte - Actividades com forte consumo energético por unidade de valor acrescentado, não classificadas em 2.
e em

2
Importância Média - Actividades Industriais com médio consumo energético por unidade de valor acrescentado, segundo , médio consumo de materiais e geração de resíd

- Importância Baixa - Actividades Industriais com baixo consumo energético por unidade de valor acrescentado, segundo 2, baixo consumo de materiais e geração de resíduo

IMPORTÂNCIA ECONÓMICA E SOCIAL:


+ Importância Forte - Actividades com peso económico e/ou social grande.
Econ.
Socia

Importância Média - Actividades com peso económico e/ou social médio.


l

- Importância Baixa - Actividades com peso económico e/ou social baixo.

MERCADO EXTERNO
+ Importância Forte - Actividades com forte exposição à concorrência internacional, e/ou exportadoras e/ou com saldos comerciais positivos.
Exter.
Merc.

Importância Média - Actividades com exposição à concorrência internacional média, e/ou exportadoras.

- Importância Baixa - Actividades com exposição à concorrência internacional baixa.

9-D
10

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D2 - CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES

CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES


UNCTAD4- Tipologia de produtos no comércio OCDE5- Tipologia de produtos no
3
internacional comércio internacional
CE - Classificação da Indústria
Europeia Por principal factor de
Por factor de intensidade
competitividade
Ramo CAE Rev2
Ramo CITI

Qualificações e tecnologia
Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia
Indústrias de produtos de

Indústrias de máquinas e

requerendo fornecedores
Indústrias alimentares e

Indústrias da moda e do

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em
Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos diferenciados

Produtos baseados no
das ciências da vida

trabalho e recursos
base e intermédios
Designação (CAE Rev.2)

escala e capital /
escala e capital /

escala e capital /

especializados

conhecimento
de sistemas

elevadas

recursos

trabalho
médias
baixas

escala
design
Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos
Grupo 1
(Principais participantes no CELE e no IPPC)

21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos

23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear

261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro


Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários

2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica


Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base

40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente

401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química
241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos

2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão

2429 246 Outros produtos químicos


243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas

10-D
11

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D2 (CONTINUAÇÃO) - CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES

CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES


UNCTAD4- Tipologia de produtos no comércio OCDE5- Tipologia de produtos no
3
internacional comércio internacional
CE - Classificação da Indústria
Europeia Por principal factor de
Por factor de intensidade
Ramo CAE Rev2 competitividade
Ramo CITI

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia
Indústrias de produtos de

Indústrias de máquinas e

requerendo fornecedores
Indústrias alimentares e

Indústrias da moda e do

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em
Produtos diferenciados

Produtos baseados no
das ciências da vida

trabalho e recursos
base e intermédios
Designação (CAE Rev.2)

escala e capital /

escala e capital /

escala e capital /

especializados

conhecimento
de sistemas

elevadas

recursos

trabalho
médias
baixas

escala
design
Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários
Energéticos e não Energéticos
Grupo 3
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)

Ligadas à Terra
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio.
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos
14 14 Outras indústrias extractivas

20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart.

2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra


2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar

11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção

05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona.

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem
41 41 Captação, tratamento e distribuição de água
45 45 Construção
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. ***
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. *
70 Actividades Imobiliárias

11-D
12

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D2 (CONTINUAÇÃO) - CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES

CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES


UNCTAD4- Tipologia de produtos no comércio OCDE5- Tipologia de produtos no
3
internacional comércio internacional
CE - Classificação da Indústria
Europeia Por principal factor de
Por factor de intensidade
competitividade
Ramo CAE Rev2
Ramo CITI

Indústrias de produtos de

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia
Indústrias de máquinas e

requerendo fornecedores
Indústrias alimentares e

Indústrias da moda e do

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em
Produtos diferenciados

Produtos baseados no
das ciências da vida

trabalho e recursos
base e intermédios
Designação (CAE Rev.2)

escala e capital /

escala e capital /

escala e capital /

especializados

conhecimento
de sistemas

elevadas

recursos

trabalho
médias
baixas

escala
design
Actividades Transversais de Alta Intensidade
Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)

30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação

32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação


Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332 controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
industriais)

333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais

71 72 Actividades informáticas e conexas


73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas

Mobilidade
Grupo 6
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques


35 35 Fabricação de outro material de transporte ****
361 361 Mobiliário e Colchões
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos

60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines)

61 61 Transportes por água


62 62 Transportes aéreos
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

12-D
13

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D2 (CONTINUAÇÃO) - CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES

CLASSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES


UNCTAD4- Tipologia de produtos no comércio OCDE5- Tipologia de produtos no
3
internacional comércio internacional
CE - Classificação da Indústria
Europeia Por principal factor de
Por factor de intensidade
competitividade
Ramo CAE Rev2
Ramo CITI

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia

Qualificações e tecnologia
Indústrias de produtos de

Indústrias de máquinas e

requerendo fornecedores
Indústrias alimentares e

Indústrias da moda e do

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em

Produtos intensivos em
Produtos diferenciados

Produtos baseados no
das ciências da vida

trabalho e recursos
base e intermédios
Designação (CAE Rev.2)

escala e capital /

escala e capital /

escala e capital /

especializados

conhecimento
de sistemas

elevadas

recursos

trabalho
médias
baixas

escala
design
Ecoturismo
Grupo 7
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)

22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados **


55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas

Saúde
Grupo 8
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas


Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio.
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas

Moda
Grupo 10
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo

19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç.

13-D
14

DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

3
Fontes: - CE, Empresa Europa, Reforçar a Indústria Transformadora da EU, Out-Dez 2005 Notas: *313-Fabricação de fios e cabos isolados
4
- UNCTAD, Trade and Development Report 1996, United Nations, 1996 **223-Reprodução de suportes gravados
5
- OCDE, Industrial Policies in OECD Countries, Annual Review 1994, OECD, 1994 ***296-Fabricação de armas e munições

Legendas:

CE - Classificação da Indústria Europeia:


Indústrias de produtos de base e intermédios

Indústrias de máquinas e de sistemas

Indústrias alimentares e das ciências da vida

Indústrias de moda e design

UNCTAD - Tipologia de produtos no comércio internacional:

Produtos intensivos em escala e capital / Qualificações tecnológicas elevadas

Produtos intensivos em escala e capital / Qualificações tecnológicas médias

Produtos intensivos em escala e capital / Qualificações tecnológicas baixas

Produtos intensivos em trabalho e recursos

OCDE - Tipologia de produtos no comércio internacional:

Produtos intensivos em recursos

Produtos intensivos em escala

Produtos intensivos em trabalho

Produtos diferenciados requerendo fornecedores especializados

Produtos intensivos em conhecimento

14-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CLASSIFICAÇÃO DA INDÚSTRIA EUROPEIA

CE 1 – Classificação da Indústria Europeia

Indústrias de produtos de base e intermédios

Indústrias extractivas não energéticas

Metais não ferrosos

Cimento e cal

Cerâmica

Vidro

Madeira e produtos de madeira

Pasta, papel e produtos de papel

Edições e publicações

Aço

Químicos, borracha e plásticos

Construção

Indústrias de máquinas e de sistemas

TIC

Construções mecânicas

Construções eléctricas

Veículos a motor

Aeroespacial

Indústrias da defesa

Construção naval

Indústrias alimentares e das ciências da vida

Géneros alimentícios, bebidas e tabaco

Cosméticos

Medicamentos

Biotecnologia

Dispositivos médicos

Indústrias da moda e do design

Têxteis

Couro e produtos de couro

Calçado

Mobiliário

1
CE, Empresa Europa, Reforçar a Indústria Transformadora da EUE, Out-Dez 2005

15-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

TIPOLOGIAS DE PRODUTOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL

UNCTAD 2 - Categorias de produtos por factor de intensidade

Produtos primários não petrolíferos

Produtos intensivos em trabalho e em recursos

Couro, têxteis, vestuário e calçado

Brinquedos e artigos de desporto

Madeira e papel

Produtos minerais não metálicos

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia baixas

Produção siderúrgica

Produtos metálicos

Equipamento simples de transporte

Equipamento sanitário

Construção naval

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia médias

Produtos de borracha e plástico

Equipamento não eléctrico

Equipamento eléctrico (que não semicondutores)

Veículos automóveis

Produtos intensivos em escala e capital/Qualificações e tecnologia elevadas

Produtos químicos e farmacêuticos

Equipamento informático e burótica

Microelectrónica e equipamento de telecomunicações

Aeronáutica

Instrumentação científica, relojoaria e equipamento fotográfico

2
UNCTAD, 1996, Trade and Development Report 1996, (United Nations: New York and Geneve).

16-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

OCDE 3 - Categorias de produtos por principal factor de competitividade

Produtos primários não petrolíferos

Produtos intensivos em recursos

Produtos florestais

Produtos minerais não metálicos

Produtos intensivos em trabalho

Couro, têxteis, vestuário e calçado

Produtos metálicos

Outros produtos excluindo os plásticos

Produtos diferenciados requerendo fornecedores especializados

Equipamento não eléctrico

Equipamento eléctrico

Equipamento de comunicação

Produtos intensivos em escala

Papel

Química excluindo a farmácia

Produtos de borracha e plásticos

Produção siderúrgica

Veículos automóveis

Navios (construção naval) e outro equipamento de transporte excluindo aeronáutica

Produtos baseados no conhecimento

Aeronáutica

Equipamento informático e burótica

Farmácia

Instrumentação científica

3
OCDE, 1994, Industrial Policies in OCDE Countries, Annual Review 1994, (OECD: Paris).

17-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D3 – DIMENSÃO ECONÓMICA

DIMENSÃO ECONÓMICA
Taxa média Produtividade do Trabalho2
Ramo CAE Rev2

Peso do VAB da Actividade no anual de Índice


Ramo CITI

Taxa de
VAB da Economia1 variação em relativo à
variação em
Designação (CAE Rev.2) (%) volume do VAB2 média
volume
(%) nacional
(%)
(Média=100)
1995 2000(*) 2005(**) 1995-2005(**) 1995-2005 2005(**)

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 6,7 5,5 5,0 2,7 4,1 388
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 1,4 0,9 0,7 1,8 3,0 487
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 0,0 0,2 0,2 ... ... ...
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 0,2 0,2 0,2 2,9 3,6 185
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262 0,3 0,3 0,2 0,8 2,6 92
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica 0,1 0,1 0,1 2,7 2,0 152
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264 0,1 0,1 0,1 -1,0 2,6 117
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso 0,4 0,4 0,3 1,2 3,8 1 055
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite 0,2 0,2 0,2 3,0 2,0 141
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 0,8 0,5 0,6 1,4 2,8 197
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 3,1 2,5 2,5 4,3 6,6 1 240
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade 3,0 2,3 2,3 3,7 6,4 1 238

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 1,3 1,1 1,0 2,1 1,5 164
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
241 241 Produtos químicos de base 0,5 0,3 0,2 -1,8 1,1 319
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos 0,0 0,0 0,0 3,6 3,7 325
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão 0,2 0,1 0,1 1,4 1,6 200
2429 246 Outros produtos químicos 0,1 0,0 0,0 1,1 2,9 162
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais 0,0 0,0 0,0 4,1 4,0 221
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 0,6 0,5 0,6 4,7 2,9 128

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 3,1 2,6 2,1 2,2 3,1 147
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 2,6 2,2 1,8 1,5 1,9 138
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 0,9 0,6 0,6 0,9 1,4 408
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa 0,0 0,0 0,0
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório 0,0 0,0 0,0
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 0,2 0,1 0,1 -2,9 -2,1 615
14 14 Outras indústrias extractivas 0,3 0,3 0,2 2,6 3,0 118
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 0,9 0,9 0,7 2,1 3,0 91
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra 0,2 0,2 0,2 2,8 0,9 85
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 0,0 0,0 0,0 4,7 2,4 173
Ligadas ao Mar 0,5 0,4 0,3 5,5 8,7 193
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção 0,0 0,0 0,0
5 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 0,5 0,4 0,3 5,5 8,7 193

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 15,6 16,9 15,0 1,5 0,2 123
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 0,1 0,1 0,1 5,1 2,3 209


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 0,4 0,3 0,3 2,4 2,9 180
45 45 Construção 6,9 8,1 6,5 0,3 -1,2 65
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento 0,5 0,6 0,5 2,0 1,2 50
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 0,5 0,5 0,3 0,5 2,4 111
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. 0,9 0,7 0,7 2,9 2,2 118
70 Actividades Imobiliárias 6,4 6,6 6,6 2,5 -0,7 1 051

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços 3,2 3,2 3,5 2,5 -0,3 95
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação 0,1 0,2 0,2 9,5 2,6 138
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação 0,3 0,2 0,3 10,5 8,1 267
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332 0,1 0,0 0,0 -2,4 0,6 190
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais 0,0 0,0 0,0 6,7 3,8 237
71 72 Actividades informáticas e conexas 0,6 0,7 0,7 4,4 0,7 96
73 73 Investigação e desenvolvimento 0,1 0,1 0,1 2,2 -1,4 59
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas -2,7 73
Actividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria; consultoria fiscal;
741 estudos de mercado e sondagens de opinião; consultoria empresarial e 1,0 0,9 1,2 2,1
de gestão; gestão de sociedades de participações sociais (Holdings)
742 742 Actividades de arquitectura, de engenharia e técnicas afins 0,5 0,4 0,4 -1,9
743 Actividades de ensaios e análises técnicas 0,0 0,0 0,0 5,5
746 Actividades de investigação e de segurança 0,4 0,6 0,5 3,2

18-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D3 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO ECONÓMICA

DIMENSÃO ECONÓMICA
Taxa média Produtividade do Trabalho2
Ramo CAE Rev2

Peso do VAB da Actividade no anual de Índice


Ramo CITI

Taxa de
VAB da Economia1 variação em relativo à
variação em
Designação (CAE Rev.2) (%) volume do VAB2 média
volume
(%) nacional
(%)
(Média=100)
1995 2000(*) 2005(**) 1995-2005(**) 1995-2005 2005(**)

Mobilidade
Grupo 6 9,1 10,2 9,7 3,2 1,1 141
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques 0,5 0,9 0,6 10,3 11,3 324
35 35 Fabricação de outro material de transporte 0,4 0,5 0,4 -2,8 -2,5 87
361 361 Mobiliário e Colchões 0,5 0,7 0,6 4,7 1,5 62
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50 3,6 4,4 4,4 2,9 -0,8 127
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 2,0 1,9 1,8 1,1 0,9 112
61 61 Transportes por água 0,3 0,2 0,2 1,2 1,2 517
62 62 Transportes aéreos 0,7 0,6 0,6 3,6 3,9 704
63 Acti. ane.e aux. dos transportes; agên. de viagem e de turismo 3,8 2,0
631 Manuseamento e armazenagem 0,1 0,1 0,1 268
632 Outras actividades auxiliares dos transportes 0,7 0,8 0,8 300
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634 0,2 0,2 0,2 136
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 5,3 6,3 6,2 1,6 -1,2 67
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados 0,8 1,0 0,7 -0,4 -1,1 104
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares) 2,8 3,0 3,2 1,4 -1,8 48
633 Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio 0,1 0,1 0,1 3,8 2,0 102
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas 1,7 2,2 2,2 2,5 0,3 114

Saúde
Grupo 8 0,7 0,5 0,4 -0,6 2,2 239
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)
2423 244 Farmacêuticas 0,5 0,3 0,3 0,3 3,2 306
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245 0,2 0,1 0,1 -4,1 1,6 190
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica 0,1 0,1 0,0 0,7 -1,0 115

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 7,4 5,8 5,4 1,7 2,7 60
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 4,0 2,6 2,3 1,6 3,2 44

15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 3,4 3,3 3,1 1,8 1,1 103

Moda
Grupo 10 5,1 4,1 2,8 -2,8 0,0 59
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 2,5 1,9 1,3 -2,3 1,1 79
18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 1,6 1,3 0,9 -2,6 -0,3 45
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 1,0 0,9 0,6 -4,5 -1,8 50

1
Fontes: - INE, Contas Nacionais Anuais 1995 a 2003 (Base 1995); INE, Contas Nacionais Trimestrais 2004 e 2005; INE, Estatísticas das Empresas 1996 a 2003; INE,
Índices de Produção Industrial 2004 e 2005; INE, Índices de Preços na Produção Industrial 2004 e 2005. Cálculo a preços correntes. Ver Notas relativas às
estimativas sectoriais para 2000 e 2005.
2
- INE, Contas Nacionais Anuais 1995 a 2003 (Base 1995); INE, Contas Nacionais Trimestrais 2004 e 2005; INE, Estatísticas das Empresas 1996 a 2003; INE,
Índices de Produção Industrial 2004 e 2005; INE, Índices de Preços na Produção Industrial 2004 e 2005. Cálculo a preços constantes de 1995.

Notas: ... - Valores muito oscilantes


n.d. - Valores não disponíveis
(*)
- Estimativa. Situações em que a actividade pertence a um ramo da CAE a dois dígitos que não coincide com a Secção - estimativa com base na aplicação da
última estrutura da secção existente para a CAE a dois dígitos (1999); situações em a actividade pertence a um ramo da CAE a três dígitos - estimativa com base na
aplicação da estrutura do VABpm a preços correntes das Estatísticas das Empresas.
(**)
- Estimativa. Actividades coincidentes com as actividades das Contas Nacionais Trimestrais - estimativa com base nas taxas de variação em volume (para os
preços constantes) e em valor (para os preços correntes) das últimas Contas Nacionais Trimestrais (aplicação das variações das Contas Nacionais Trimestais em
2004 e 2005, aos valores do VAB das Contas Nacionais do último ano disponível (2003)); Situações em que a actividade pertence a um ramo da CAE a dois dígitos
que não tem correspondência com as Contas Nacionais Trimestrais - estimativa com base na variação média anual dos Índices de Produção Industrial (aplicação das
variações dos Índices em 2004 e 2005, aos valores do VAB das Contas Nacionais do último ano disponível (2003)); Situações em a actividade pertence a um ramo
da CAE a três dígitos - estimativa com base nas Estatísticas das Empresas (aplicação da estrutura do VABpm a preços correntes, das actividades da CAE a três
dígitos, relativamente à CAE a dois dígitos, ao valor do VAB da CAE a dois dígitos, das Contas Nacionais Anuais, estrutura do ano de 2003, no caso de 2004 e 2005).

19-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D4 – DIMENSÃO SOCIAL – EMPREGO

DIMENSÃO SOCIAL (Emprego)


Taxa média
Ramo CAE Rev2

Peso do Emprego da Actividade no anual de


Ramo CITI

Emprego (ETI)3
Emprego da Economia3 variação do
Designação (CAE Rev.2) (Nº)
(%) Emprego
(%)

2005(**) 1995 2000(*) 2005(**) 1995-2005(**)

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 92 821 2,4 2,1 1,9 -1,3
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 14 297 0,4 0,3 0,3 -1,2
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 1 002 0,0 0,0 0,0 -3,3
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 7 319 0,2 0,2 0,1 -0,6
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262 16 733 0,4 0,4 0,3 -1,7
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica 4 254 0,1 0,1 0,1 0,7
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264 3 770 0,1 0,1 0,1 -3,5
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso 1 642 0,0 0,0 0,0 -2,5
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite 9 678 0,2 0,2 0,2 1,0
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 18 566 0,5 0,4 0,4 -1,4
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 15 560 0,4 0,3 0,3 -2,2
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade 14 269 0,4 0,3 0,3 -2,6

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 41 346 0,9 0,9 0,8 0,6
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
Indústria química pesada
241 241 Produtos químicos de base 5 081 0,2 0,1 0,1 -2,8
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos 295 0,0 0,0 0,0 -0,1
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão 4 670 0,1 0,1 0,1 -0,2
2429 246 Outros produtos químicos 1 975 0,1 0,0 0,0 -1,7
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais 776 0,0 0,0 0,0 0,1
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 28 549 0,5 0,6 0,6 1,8

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 106 743 2,6 2,4 2,1 -0,8
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 89 520 2,1 2,0 1,8 -0,4
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 10 184 0,2 0,2 0,2 -0,5
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa n.d 0,0 0,0 0,0
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório n.d 0,0 0,0 0,0
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 1 203 0,0 0,0 0,0 -0,8
14 14 Outras indústrias extractivas 12 703 0,3 0,3 0,3 -0,4
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 51 593 1,3 1,2 1,0 -0,9
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra 12 612 0,2 0,3 0,3 1,9
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 1 226 0,0 0,0 0,0 2,2
Ligadas ao Mar 17 223 0,5 0,4 0,3 -2,9
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção n.d 0,0 0,0 0,0
5 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 17 223 0,5 0,4 0,3 -2,9

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 603 632 11,8 13,2 12,1 1,3
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 1 955 0,4 0,3 0,4 2,7


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 11 942 3,2 2,7 2,8 -0,5
45 45 Construção 453 640 8,7 10,0 8,9 1,5
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento 45 770 0,9 1,0 0,9 0,8
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 18 857 0,5 0,5 0,4 -1,8
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. 39 490 0,8 0,9 0,9 0,7
70 Actividades Imobiliárias 31 978 0,5 0,5 0,7 3,2

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços 199 558 3,0 3,3 4,0 4,0
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação 6 894 0,1 0,1 0,1 6,7
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação 14 610 0,3 0,3 0,3 2,2
321 Componentes electrónicos
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332 996 0,0 0,0 0,0 -2,9
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais 1 058 0,0 0,0 0,0 2,8
71 72 Actividades informáticas e conexas 39 098 0,6 0,7 0,8 3,7
73 73 Investigação e desenvolvimento 9 775 0,2 0,2 0,2 3,7
74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas
Actividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria; consultoria fiscal;
741 estudos de mercado e sondagens de opinião; consultoria empresarial e 69 630 1,0 1,0 1,4 4,9
de gestão; gestão de sociedades de participações sociais (Holdings)
742 742 Actividades de arquitectura, de engenharia e técnicas afins 22 474 0,5 0,4 0,4 0,8
743 Actividades de ensaios e análises técnicas 2 710 0,0 0,0 0,1 8,4
746 Actividades de investigação e de segurança 32 313 0,4 0,6 0,6 6,1

20-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D4 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO SOCIAL – EMPREGO

DIMENSÃO SOCIAL (Emprego)


Taxa média
Ramo CAE Rev2

Peso do Emprego da Actividade no anual de


Ramo CITI

Emprego (ETI)3 3
Emprego da Economia variação do
Designação (CAE Rev.2) (Nº)
(%) Emprego
(%)

2005(**) 1995 2000(*) 2005(**) 1995-2005(**)

Mobilidade
Grupo 6 360 762 6,6 7,3 7,2 2,0
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques 17 883 0,4 0,5 0,4 -1,0
35 35 Fabricação de outro material de transporte 15 678 0,4 0,4 0,3 -0,3
361 361 Mobiliário e Colchões 56 851 0,9 1,1 1,1 3,1
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50 156 351 2,4 3,0 3,1 3,7
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 81 043 1,8 1,7 1,6 0,2
61 61 Transportes por água 2 517 0,1 0,1 0,1 0,1
62 62 Transportes aéreos 5 738 0,1 0,1 0,1 -0,3
63 Acti. ane.e aux. dos transportes; agên. de viagem e de turismo 1,8
631 Manuseamento e armazenagem 2 283 0,0 0,0 0,0
632 Outras actividades auxiliares dos transportes 14 861 0,3 0,3 0,3
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634 7 558 0,1 0,2 0,2
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 384 933 6,5 7,3 7,7 2,8
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados 31 150 0,7 0,7 0,6 0,6
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares) 270 810 4,4 4,9 5,4 3,3
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633 6 507 0,1 0,1 0,1 1,8
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas 76 467 1,4 1,6 1,5 2,2

Saúde
Grupo 8 11 630 0,3 0,3 0,2 -2,8
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas 6 532 0,2 0,2 0,1 -2,7


Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245 2 699 0,1 0,1 0,1 -5,7
produtos de higiene
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33
de precisão, de óptica e de relojoaria
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica 2 399 0,05 0,05 0,05 1,6

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 603 733 14,8 12,3 12,0 -1,0
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 441 518 11,5 9,1 8,8 -1,5
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 162 216 3,4 3,2 3,2 0,7

Moda
Grupo 10 269 925 8,0 7,0 5,8 -2,8
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 104 446 3,3 2,7 2,2 -3,4
18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 110 855 3,1 2,9 2,4 -2,3
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 54 624 1,6 1,4 1,1 -2,7

Fontes: 3
- INE, Contas Nacionais Anuais 1995 a 2003 (Base 1995); INE, Inquérito ao Emprego 2004 e 2005; INE, Estatísticas das Empresas 1996 a 2003; INE, Índices
de Emprego 2004 e 2005. Emprego Equivalente a Tempo Inteiro (ETI). Ver Notas relativas às estimativas sectoriais para 2000 e 2005.

(*)
Notas: - Estimativa. Situações em que a actividade pertence a um ramo da CAE a dois dígitos que não coincide com a Secção - estimativa com base na aplicação da
última estrutura da secção existente para a CAE a dois dígitos (1999); situações em a actividade pertence a um ramo da CAE a três dígitos - estimativa com
base na aplicação da estrutura do Pessoal ao Serviço das Estatísticas das Empresas.
(**)
- Estimativa. Actividades coincidentes com as actividades do Inquérito ao Emprego - estimativa com base nas taxas de variação do último Inquérito ao
Emprego (aplicação das variações do Inquérito ao Emprego em 2004 e 2005, aos valores do Emprego das Contas Nacionais do último ano disponível (2003));
Situações em que a actividade pertence a um ramo da CAE a dois dígitos que não tem correspondência com as actividades do Inquérito ao Emprego -
estimativa com base na variação média anual dos Índices de Emprego (aplicação das variações dos Índices em 2004 e 2005, aos valores do Emprego das
Contas Nacionais do último ano disponível (2003)); Situações em a actividade pertence a um ramo da CAE a três dígitos - estimativa com base nas Estatísticas
das Empresas (aplicação da estrutura do Pessoal ao Serviço, das actividades da CAE a três dígitos, relativamente à CAE a dois dígitos, ao Valor do Emprego da
CAE a dois dígitos, das Contas Nacionais Anuais, estrutura do ano de 2003, no caso de 2004 e 2005).

3
Fontes: - INE, Contas Nacionais. Emprego Equivalente a Tempo Inteiro (ETI). Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para 2000 e 2005.
(*)
Notas: - Estimativa. Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para 2000.

(*)
- Estimativa. Ver Notas Metodológicas relativas às estimativas sectoriais para 2005.

21-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D5 – DIMENSÃO SOCIAL – EMPREGO ALTAMENTE QUALIFICADO

DIMENSÃO SOCIAL (Emprego altamente qualificado)


Recursos Humanos em I&D 4
Ramo CAE Rev2

Recursos Humanos em
Ramo CITI

Em percentagem do Taxa média anual de


I&D (ETI) no sector
Designação (CAE Rev.2) emprego 5 variação
empresas 4
(%) (%)
(Nº)

2003 2003 1995-2003

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 483* 0,48* 6,8*
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 49 0,32 4,0
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 251* 25,02* 4,4*
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 25 0,32 67,6
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 25 0,13 67,6
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 8 0,04 -21,2
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 413* 0,94* 10,5*
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
Indústria química pesada 251* 1,77* 4,4*
241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 162 0,54 44,7

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 65 0,06 11,5
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 58 0,06 10,5
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 5 0,04
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 2 0,17 -17,0
14 14 Outras indústrias extractivas 3 0,02
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 48 0,09 13,9
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra 0,00
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 0,00
Ligadas ao Mar 8 0,04 23,4
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção 0
5 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 7 0,04 22,4

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 618 0,10 3,9
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 1 0,05 -8,9


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 11 0,08 -7,5
45 45 Construção 88 0,02 47,7
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento 56 0,12 14,9
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 296 1,45 10,7
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. 161 0,34 -6,6
70 Actividades Imobiliárias 4 0,01

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços 2 877** 1,54** 23,6**
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação 47 0,62 40,9
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação 557 3,94 10,3
321 Componentes electrónicos 365 14,2
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33 106 1,63 11,8
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas 874 2,42 46,0
73 73 Investigação e desenvolvimento 203 2,24 13,3
74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas 1 092 0,41 33,1
Actividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria; consultoria fiscal;
741 estudos de mercado e sondagens de opinião; consultoria empresarial e
de gestão; gestão de sociedades de participações sociais (Holdings)
742 742 Actividades de arquitectura, de engenharia e técnicas afins
743 Actividades de ensaios e análises técnicas
746 Actividades de investigação e de segurança

22-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D5 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO SOCIAL – EMPREGO ALTAMENTE QUALIFICADO

DIMENSÃO SOCIAL (Emprego altamente qualificado)


Recursos Humanos em I&D4
Ramo CAE Rev2

Recursos Humanos em
Ramo CITI

Em percentagem do Taxa média anual de


I&D (ETI) no sector
Designação (CAE Rev.2) emprego5 variação
empresas4
(%) (%)
(Nº)

2003 2003 1995-2003

Mobilidade
Grupo 6 (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, 225 0,06 8,6
Logística)
34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques 120 0,62 13,8
35 35 Fabricação de outro material de transporte 18 0,10 -6,6
361 361 Mobiliário e Colchões 24 0,04 25,8
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 23 0,03 -6,3
61 61 Transportes por água
62 62 Transportes aéreos
63 Acti. ane.e aux. dos transportes; agên. de viagem e de turismo 40 0,13 n.d.
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 (Turismo sustentável e actividades de lazer 8 0,00 -8,8
associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados 2 0,01 -23,5
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas 6 0,01 n.d.

Saúde
Grupo 8 326 2,57** 11,8**
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas 220*** 3,03 11,8


Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33 106 1,63 11,8
de precisão, de óptica e de relojoaria
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 153 0,02 15,9
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 41 0,01 24,4
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 111 0,07 13,7

Moda
Grupo 10 240 0,08 11,2
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 148 0,12 6,7
18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 70 0,06 n.d
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 22 0,04 n.d

Fontes: 4
- OCES-Observatório da Ciência e do Ensino Superior, IPCTN - Inquérito ao potencial Científico e Tecnológico Nacional.Emprego Equivalente a
Tempo Inteiro (ETI).
5
- OCES-Observatório da Ciência e do Ensino Superior, IPCTN - Inquérito ao potencial Científico e Tecnológico Nacional; INE, Contas Nacionais.
Notas: * - Por razões de segredo estatístico os resultados da CAE 23 e 24 são apresentados em conjunto.
** -Valor sobreavaliado dado que engloba a totalidade da CAE 33.
*** - Estimativa para o sector das farmacêuticas, com base na estrutura do IPCTN de 2001 (peso da actividade 244 no total da 23+24).

23-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D6 – DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO

DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO - BENS


Taxa média
Peso das Exportações da
Ramo CAE Rev2

anual de
Saldo Actividade no total das Quota de Mercado
Ramo CITI

variação em
Comercial6 Exportações de Bens da Mundial
7

Designação (CAE Rev.2) 3 6


valor das
(10 €) Economia (%)
Exportações6
(%)
(%)
2004(***) 1995 2000 2004(***) 1995-2004 1995 2000 2004(***)

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 -1 678 769 13,7 12,8 13,9 6,2 0,53 0,45 0,47
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 359 858 6,0 5,2 4,4 2,4 1,15 1,04 1,09
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear -354 292 3,0 2,2 2,4 3,7 0,58 0,27 0,29
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 74 287 1,1 0,9 1,1 6,2 0,92 0,77 0,88
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262 290 795 1,8 1,3 1,3 1,9 4,63 3,39 3,77
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica 70 456 0,5 0,4 0,5 6,4 0,05 0,09 0,12
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264 - 632 0,0 0,0 0,0 3,7 1,75 1,29 1,71
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso -38 086 0,0 0,0 0,2 23,6 0,20 0,07 0,89
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite -19 283 0,0 0,0 0,1 19,5 0,32 0,30 0,77
27 27 Indústrias metalúrgicas de base -1 919 513 1,2 2,7 3,6 20,2 0,09 0,22 0,25
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente -142 357 0,0 0,1 0,2 87,5 0,00 0,11 0,63
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade -142 358 0,0 0,1 0,2 90,1 0,00 0,11 0,63

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais -1 865 738 5,8 6,8 8,4 10,6 0,28 0,30 0,36
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
241 241 Produtos químicos de base -866 613 2,9 3,0 3,3 7,6 0,29 0,26 0,29
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos -76 759 0,0 0,1 0,1 10,5 0,10 0,11 0,14
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão - 168 660 0,2 0,2 0,4 16,3 0,25 0,26 0,46
2429 246 Outros produtos químicos -351 079 0,6 0,5 0,8 9,2 0,16 0,14 0,22
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais -151 680 0,3 0,2 0,1 -4,5 0,31 0,35 0,23
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas -250 946 1,8 2,8 3,8 15,1 0,35 0,47 0,60

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 -2 830 055 7,4 6,7 6,6 4,7 0,41 0,25 0,24
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 728 365 7,1 6,4 6,2 4,5 1,04 0,93 0,86
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. -56 530 0,3 0,2 0,4 9,7 0,71 0,60 0,91
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa -257 296 0,0 0,0 0,0 -7,7 0,00 0,00 0,00
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório 4 387 0,0 0,0 0,0 21,7 0,19 0,22 0,02
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 184 830 1,2 0,5 0,6 -1,0 1,20 0,44 0,43
14 14 Outras indústrias extractivas -48 322 0,3 0,2 0,2 3,8 0,21 0,15 0,17
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 816 913 4,6 4,7 4,3 5,3 1,84 1,87 1,74
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra 116 532 0,7 0,7 0,5 2,2 3,71 3,08 2,38
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos -32 149 0,1 0,1 0,1 13,7 0,18 0,24 0,40
Ligadas ao Mar -3 558 420 0,2 0,3 0,3 10,2 0,03 0,02 0,02
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção -3 484 611 0,0 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. -73 809 0,2 0,3 0,3 10,2 0,59 0,74 0,83

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 -1 913 447 13,1 14,9 13,7 6,5 0,40 0,41 0,39
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 0,0 0,0 0,0 0,13 0,13 0,19


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 0,0 0,0 0,0
45 45 Construção 0,0 0,0 0,0
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento - 75 806 2,7 2,8 3,5 9,0 0,57 0,55 0,66
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. -1 647 472 4,1 5,2 5,7 9,9 0,21 0,26 0,28
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. - 190 168 6,3 6,9 4,5 2,1 0,79 0,66 0,60
70 Actividades Imobiliárias 0,0 0,0 0,0

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços -1 855 553 6,1 7,4 8,6 10,2 0,22 0,18 0,23
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação - 550 490 0,2 0,3 2,0 37,2 0,02 0,03 0,20
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação -1 111 896 5,3 6,7 6,0 7,6 0,34 0,28 0,31
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332 - 182 531 0,6 0,4 0,6 5,3 0,32 0,11 0,17
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais 0,0 0,0 0,0 0,08 0,06 0,11
71 72 Actividades informáticas e conexas - 9 896 0,0 0,0 0,0 13,0
73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas - 740 0,0 0,0 0,0 10,8 0,10 0,06 0,04

24-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D6 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO

DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO - BENS


Taxa média
Peso das Exportações da
Ramo CAE Rev2

anual de
Saldo Actividade no total das Quota de Mercado
Ramo CITI

variação em
Comercial6 Exportações de Bens da Mundial7
Designação (CAE Rev.2) valor das
(103 €) Economia6 6 (%)
Exportações
(%)
(%)

2004(***) 1995 2000 2004(***) 1995-2004 1995 2000 2004(***)

Mobilidade
Grupo 6 -1 882 809 12,5 16,8 18,6 10,9 0,45 0,48 0,55
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques -1 900 859 10,0 13,8 13,8 9,9 0,51 0,59 0,59
35 35 Fabricação de outro material de transporte - 278 887 1,3 1,6 2,2 12,7 0,18 0,15 0,25
361 361 Mobiliário e Colchões 296 937 1,2 1,4 2,6 15,6 0,68 0,62 1,01
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines)
61 61 Transportes por água
62 62 Transportes aéreos
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 -383 981 0,3 0,3 0,2 3,3 1,11 1,03 1,22
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados - 242 741 0,3 0,2 0,2 0,6 0,16 0,14 0,12
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio 1,22 1,13 1,33
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas - 141 239 0,0 0,0 0,1 27,1 0,03 0,04 0,06

Saúde
Grupo 8 -2 082 045 1,2 1,7 1,8 10,4 0,18 0,17 0,16
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas -1 354 111 0,6 1,2 1,1 12,7 0,16 0,22 0,14
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245 -413 231 0,3 0,4 0,5 11,3 0,25 0,24 0,33
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica -314 703 0,3 0,2 0,2 0,6 0,19 0,10 0,13

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de -3 520 537 7,3 6,7 7,3 6,1 0,37 0,39 0,42
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. -1 489 746 0,6 0,7 1,0 11,7 0,12 0,14 0,19
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas -2 030 791 6,6 6,1 6,3 5,4 0,50 0,51 0,53

Moda
Grupo 10 2 145 387 31,5 24,8 19,5 0,5 2,08 1,53 1,38
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 371 086 10,2 9,3 7,1 1,9 1,61 1,42 1,42
18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 1 189 999 13,1 9,2 7,6 -0,2 2,22 1,24 1,05
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 584 302 8,2 6,3 4,7 -0,2 3,08 2,42 1,93

6
Fontes: - INE/GEE, BDCI-Base de Dados do Comércio Internacional. Cálculo a preços correntes.
7
- Base de dados CHELEM. Peso da exportação portuguesa da actividade no total da exportação mundial da actividade.

(***)
Notas: - Valores provisórios.

25-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D6 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO

DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO - SERVIÇOS


Taxa média
Peso das Exportações da Peso das Exportações da
Ramo CAE Rev2

anual de
Saldo Actividade no total das Actividade no total das
Ramo CITI

8 variação em
Comercial Exportações de Serviços Exportações de Bens e
Designação (CAE Rev.2) valor das
(103 €) da Economia8 Serviços da Economia8
Exportações8
(%) (%)
(%)
2005 1996 2000 2005 1996-2005 1996 2000 2005

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio.
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos
14 14 Outras indústrias extractivas
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart.
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona.

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 233 797 3,4 1,7 3,1 7,0 0,8 0,4 0,9
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem
41 41 Captação, tratamento e distribuição de água
45 45 Construção 233 797 3,4 1,7 3,1 7,0 0,8 0,4 0,9
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e.
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e.
70 Actividades Imobiliárias n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços - 59 297 8,9 15,9 15,6 14,9 2,2 4,3 4,4
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas - 84 808 0,5 0,8 1,0 16,1 0,1 0,2 0,3
73 73 Investigação e desenvolvimento 7 023 0,2 0,2 0,2 8,9 0,05 0,04 0,07
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas9 18 488 8,2 14,9 14,4 15,0 2,0 4,0 4,1

26-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D6 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO

DIMENSÃO DO MERCADO EXTERNO - SERVIÇOS


Taxa média
Peso das Exportações da Peso das Exportações da
Ramo CAE Rev2

anual de
Saldo Actividade no total das Actividade no total das
Ramo CITI

variação em
Comercial8 Exportações de Serviços Exportações de Bens e
Designação (CAE Rev.2) valor das
(103 €) da Economia8 Serviços da Economia8
Exportações8
(%) (%)
(%)
2005 1996 2000 2005 1996-2005 1996 2000 2005

Mobilidade
Grupo 6 117 790 18,1 16,1 21,1 9,8 4,7 4,3 6,0
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques


35 35 Fabricação de outro material de transporte
361 361 Mobiliário e Colchões
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines)
61 61 Transportes por água 117 790 18,1 16,1 21,1 9,8 4,7 4,3 6,0
62 62 Transportes aéreos
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 3 794 980 61,5 59,8 53,7 6,4 14,6 15,7 15,0
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633 3 901 969 60,3 58,3 52,3 6,3 14,6 15,6 14,9
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas - 106 989 1,2 1,5 1,4 9,9 0,03 0,06 0,05

Saúde
Grupo 8
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas


Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio.
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas

Moda
Grupo 10
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis
18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç.

Por memória:
Peso das Exportações no
total das Exportações de
Bens e Serviços da
Economia8
(%)
1996 2000 2005

Bens 75,8 73,1 71,6

Serviços 24,2 26,9 28,4

8
Fontes: - Banco de Portugal, Estatísticas da Balança de Pagamentos. Cálculo a preços correntes.
9
- Inclui Serviços de "Direitos de Utilização" (Direitos de Patente, de Marcas, Royalties e Copyright, Franchising e Outros)

27-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D7 – DIMENSÃO AMBIENTAL – CONSUMO DE ENERGIA

DIMENSÃO AMBIENTAL (Consumo de Energia)


Intensidade Energética9
Peso do Consumo de Taxa média
Ramo CAE Rev2

Energia Final (CEF) da anual de


Ramo CITI

Actividade no CEF da variação do Taxa média Índice relativo


Designação (CAE Rev.2) anual de à média
Economia8 CEF8 (tep/ 106 €)
variação nacional
(%) (%)
(%) (Média=100)

1995 2000 2004 1995-2004 2004 1995-2004 2004

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 18,9 17,8 16,1 1,8 1 019 -0,3 448
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 6,0 5,1 4,9 1,3 801 -0,7 353
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 1,4 1,3 1,2 1,4 960 -2,1 422
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica 4,5 4,6 4,2 2,8 1 780 1,5 783
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
4,5 4,7 4,9 4,5 1 737 1,9 764
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 2,4 2,1 1,0 -6,4 292 -8,3 128
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 4,1 3,9 4,0 3,4 710 1,6 312
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química 3,9+ 3,7+ 3,9+ 3,4+


241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 0,2++ 0,2++ 0,2++ 4,3++

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 5,5+++ 4,0+++ 3,5+++ -1,4+++ 244+++ -4,2+++ 107+++
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 4,8 3,2 3,0 -1,6 266 -3,6 117
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 3,4+++ 1,8+++ 1,6+++ -4,7+++ 408+++ -6,6+++ 180+++
++* ++* ++* ++* ++* ++*
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa 0,4 0,5 0,6 9,3 318 8,4 140++*
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos
14 14 Outras indústrias extractivas
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 0,9 0,8 0,7 0,7 178 -1,5 78
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar 0,7 0,8 0,5 0,3 163 -6,4 72
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 0,7 0,8 0,5 0,3 163 -6,4 72

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 6,4+** 5,7+** 6,4+** 3,5+** 95+** 1,5+** 42+**
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 0,4 0,4 0,8 10,7


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 0,0 0,0 0,0
45 45 Construção 4,8 4,0 4,4 2,4 163 1,6 72
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento
+** +** +** +** +** +**
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 1,2 1,2 1,2 4,2 142 0,9 62+**
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e.
70 Actividades Imobiliárias

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas
73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas

28-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D7 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO AMBIENTAL – CONSUMO DE ENERGIA

DIMENSÃO AMBIENTAL (Consumo de Energia)


Intensidade Energética9
Peso do Consumo de Taxa média
Ramo CAE Rev2

Energia Final (CEF) da anual de


Ramo CITI

Actividade no CEF da variação do Taxa média Índice relativo


Designação (CAE Rev.2) anual de à média
Economia8 CEF8 (tep/ 106 €)
variação nacional
(%) (%)
(%) (Média=100)

1995 2000 2004 1995-2004 2004 1995-2004 2004

Mobilidade
Grupo 6 33,2 36,5 35,4 4,4 1 952 1,6 859
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques n.d. n.d. n.d. n.d.


35 35 Fabricação de outro material de transporte n.d. n.d. n.d. n.d.
361 361 Mobiliário e Colchões n.d. n.d. n.d. n.d.
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
Transportes Nacionais 33,2 36,5 35,4 4,4 1 952 1,6 859
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 30,1 33,6 32,4 4,5
Caminho de ferro 0,6 0,5 0,4 -2,3
Rodoviários 29,5 33,2 32,0 4,6
61 61 Transportes por água 0,7 0,4 0,6 1,0
62 62 Transportes aéreos 2,3 2,4 2,4 4,2
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas

Saúde
Grupo 8 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)
2423 244 Farmacêuticas
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 6,9+++ 4,6+++ 4,3+++ -1,6+++ 130+++ -3,9+++ 57+++
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 3,4+++ 1,8+++ 1,6+++ -4,7+++ 87+++ -7,3+++ 38+++
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 3,4 2,8 2,7 0,9 184 -1,1 81

Moda
Grupo 10 2,8 2,9 2,7 3,2 174 5,4 77
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 2,4 2,6 2,4 3,7 301 5,4 132

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo


0,4 0,3 0,3 0,0 40 2,7 18
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç.

Fontes: 8
- DGGE, Balanços Energéticos nacionais, 1995 a 2004.

9
- DGGE, Balanços Energéticos nacionais, 1995 a 2004; INE, Contas Nacionais. CEF por unidade de VAB a preços constantes de 1995.

Notas: n.d. - Valores não disponíveis


+
- Valor sobreavaliado; correspondente à nomenclatura 10.3.4 do Balanço Energético nacional, que inclui as Químicas e Plásticos (CAE 24 e parte da CAE 25).
++
- Valor subavaliado; correspondente à nomenclatura 10.3.12 do Balanço Energético nacional, que inclui o sector da Borracha (parte da CAE 25).
+++
- Valor sobreavaliado; correspondente à nomenclatura 10.1.1 do Balanço Energético nacional, que inclui a Agricultura e Florestas (CAE 01 e 02).
++*
- Valor correspondente à nomenclatura 10.2 do Balanço Energético nacional, que inclui as indústrias extractivas (CAE 10, 11, 12, 13 e 14).
+**
- Valor sobreavaliado; correspondente à nomenclatura 10.3.13 do Balanço Energético nacional, que inclui as Metalo-electro-mecânicas (CAE 28 a 32 mais CAE
34 e 35).

29-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D8 – DIMENSÃO AMBIENTAL – PRODUÇÃO DE ENERGIA

DIMENSÃO AMBIENTAL (Produção de energia)


Ramo CAE Rev2

Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Taxa média anual


Ramo CITI

Formas de Energia(CI) no CI Total10 de variação do CI


Designação (CAE Rev.2) (%) (%)

1995 2000 2004 1995-2004

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 97,2 96,3 96,9 0,6
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 5,0 5,7 5,5 1,8
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 20,1 17,7 18,8 -0,1
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 0,1 0,1 0,1 -0,2
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica 0,0 0,1 0,1 n.d.
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
0,0 0,0 0,0 n.d.
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 0,8 0,5 0,0 n.d.
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 71,1 72,3 72,4 0,9
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade 70,5 72,0 72,4 1,0

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 1,2 0,9 0,8 -3,7
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química
241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 0,5++++ 0,5++++ 0,6++++ 2,5++++
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 0,0++++ 0,1++++ 0,1++++ 23,7++++
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos
14 14 Outras indústrias extractivas
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 0,5 0,5 0,4 -0,6
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona.

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 0,1 0,1 0,0 -9,5
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem
41 41 Captação, tratamento e distribuição de água
45 45 Construção
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 0,1 0,1 0,0 -9,5
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e.
70 Actividades Imobiliárias

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços n.d. n.d. n.d. n.d.
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas
73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas

30-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D8 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO AMBIENTAL –PRODUÇÃO DE ENERGIA

DIMENSÃO AMBIENTAL (Produção de energia)


Ramo CAE Rev2

Peso do Consumo Intermédio para Produção de Novas Taxa média anual


Ramo CITI

Formas de Energia(CI) no CI Total10 de variação do CI


Designação (CAE Rev.2) (%) (%)

1995 2000 2004 1995-2004

Mobilidade
Grupo 6 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques


35 35 Fabricação de outro material de transporte
361 361 Mobiliário e Colchões
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
Transportes Nacionais
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines)
Caminho de ferro
Rodoviários
61 61 Transportes por água
62 62 Transportes aéreos
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas

Saúde
Grupo 8 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)
2423 244 Farmacêuticas
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 0,2++++ 0,6++++ 0,5++++ 10,3++++
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 0,0++++ 0,1++++ 0,1++++ 23,7++++
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 0,2 0,5 0,4 8,6

Moda
Grupo 10 0,9 1,3 1,1 3,3
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 0,8 1,2 1,0 3,8

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo


0,1 0,1 0,0 -5,2
19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç.

Fontes: 10
- DGGE, Balanços Energéticos nacionais, 1995 a 2004.Consumo intermédio para produção de electricidade por co-geração.

Notas: n.d. - Valores não disponíveis


++++
- Valor sobreavaliado; correspondente à nomenclatura 6.7.4. do Balanço Energético nacional, que inclui a co-geração na Agricultura e Florestas (CAE 01

31-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D9 – DIMENSÃO AMBIENTAL – EMISSÃO DE GASES

DIMENSÃO AMBIENTAL (Emissão de gases)


Peso das Emissões de Gases no Total das Emissões
(%)
Índice de variação
Ramo CAE Rev2

das Emissões de
Ramo CITI

CO2 11
Designação (CAE Rev.2) CO211 SOx12 NOx12
(1990=100)

2004 2004 2004 2004

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 130 34,0 75,3 24,5
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 122 1,4 11,5 3,5
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 130 3,8 13,4 2,5
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 26 0,2 0,2 0,1
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade 134 28,6 50,3 18,3

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 175- 6,2- 10,4 1,5
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química
241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 n.a n.a 0,1 2,3
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. n.a n.a 0,7
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos
14 14 Outras indústrias extractivas
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart.
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 0,1 1,6

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem
41 41 Captação, tratamento e distribuição de água
45 45 Construção
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e.
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e.
70 Actividades Imobiliárias

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços n.d. n.d. n.d. n.d.
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas
73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas

32-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D9 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO AMBIENTAL –EMISSÃO DE GASES

DIMENSÃO AMBIENTAL (Emissão de gases)


Peso das Emissões de Gases no Total das Emissões
Índice de (%)
Ramo CAE Rev2

variação das
Ramo CITI

Emissões de CO2
Designação (CAE Rev.2) 11
CO211 SOx12 NOx12
(1990=100)

2004 2004 2004 2004

Mobilidade
Grupo 6 197 29,5 1,9 40,6
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques


35 35 Fabricação de outro material de transporte
361 361 Mobiliário e Colchões
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
Transportes Nacionais 197 29,5 1,9 40,6
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 199 28,6 1,7 38,2
Caminho de ferro 50 0,1 0,0 0,6
Rodoviários 202 28,5 1,7 37,6
61 61 Transportes por água 88 0,3 0,1 1,8
62 62 Transportes aéreos 243 0,6 0,0 0,6
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas

Saúde
Grupo 8 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)
2423 244 Farmacêuticas
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de n.a 3,1--- 2,0 5,7
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. n.a 1,6--- 0,3 4,8
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 115 1,4 1,6 1,0

Moda
Grupo 10 n.d. n.d. n.d. n.d.
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo

19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç.

Fontes: 11
- IA, Inventário de Emissões, Submissão 2006 à UNFCCC (Convenção Quadro para as Alterações Climáticas), referente ao período 1990 a 2004, Maio 2006.
12
- IA, Inventário de Emissões, Submissão 2006 à UNECE (Convenção Quadro sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance), referente ao
período 1990 a 2004, Maio 2006.

Notas: n.a. - Não aplicável


n.d. - Valores não disponíveis
-
-Inclui utilização no processo de combustão, processo industrial e uso de solventes e outros produtos.
--
- Valor referente ao uso do solo e florestas.
---
- Valor sobreavaliado; referente ao sector agricultura, floresta e pescas.

33-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D10 – DIMENSÃO AMBIENTAL – GERAÇÃO DE RESÍDUOS

DIMENSÃO AMBIENTAL (Geração de resíduos)


Peso da Geração de Resíduos no total13 13
Gestão dos Resíduos
(%)
Ramo CAE Rev2
Ramo CITI

Resíduos Resíduos
Resíduos Taxa de Taxa de
Designação (CAE Rev.2) Indústriais Indústriais
Agrícolas Reciclagem Valorização
Banais Perígosos
(RA) (%) (%)
(RIB) (RIP)

1994
2001 2001 2003 2003
(estimativa)

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 20,9 27,0
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 2,8 4,9 50 67
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 0,1 5,1
# #
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 13,5 1,5 38 38
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
## ##
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 1,9 9,7 53 53
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 2,6 5,8
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 1,6 33,5
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química 1,3 32,6


241 241 Produtos químicos de base
2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos
2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão
2429 246 Outros produtos químicos
243 247 Fibras sintéticas ou artificiais
#+ #+
9 40
25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 0,3 0,9 #- #-
57 9 27 1

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 41,5 3,9 72,7
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 41,5 3,9 72,7
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 72,7
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 11,8 0,1
14 14 Outras indústrias extractivas 15,3 3,1
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 14,4 0,7 72#* 79#*
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
Ligadas ao Mar
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona.

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 1,5 19,3
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 0,3 3,7


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 0,1 0,1
45 45 Construção n.d. n.d.
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento 0,8 7,6 n.d. n.d.
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 0,2 5,3 n.d. n.d.
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. 0,1 2,6 n.d. n.d.
70 Actividades Imobiliárias

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços 0,2 0,2
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação 0,0 0,0
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação 0,1 0,2
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33 0,1 0,0
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas
73 73 Investigação e desenvolvimento
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas

34-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D10 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO AMBIENTAL – GERAÇÃO DE RESÍDUOS

DIMENSÃO AMBIENTAL (Geração de resíduos)


Peso da Geração de Resíduos no total13
Gestão dos Resíduos13
(%)
Ramo CAE Rev2
Ramo CITI

Resíduos Resíduos
Resíduos Taxa de Taxa de
Designação (CAE Rev.2) Indústriais Indústriais
Agrícolas Reciclagem Valorização
Banais Perígosos
(RA) (%) (%)
(RIB) (RIP)

1994
2001 2001 2003 2003
(estimativa)

Mobilidade
Grupo 6 2,8 10,3
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques 0,5 4,6


35 35 Fabricação de outro material de transporte 0,3 5,2
361 361 Mobiliário e Colchões 2,0# 0,5#
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
Transportes Nacionais
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines)
Caminho de ferro
Rodoviários
61 61 Transportes por água
62 62 Transportes aéreos
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 0,3 1,9
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)
22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados 0,3 1,9
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares) 0,0 0,0
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas

Saúde
Grupo 8 n.d. n.d.
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)
2423 244 Farmacêuticas
Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 23,9 2,6 27,3
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 27,3
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 23,9 2,6

Moda
Grupo 10 7,3 0,7
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 2,8 0,5

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 0,6 0,0

19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 3,9 0,2

Fontes: 13
- Instituto dos Resíduos, Sistema Gestão de Informação sobre Resíduos (SGIR).

Notas: #
- Valor correspondente à CAE 26.
##
- Valor correspondente ao total de Metais.
#+
- Valor correspondente aos Plásticos.
#-
- Valor correspondente aos Pneus Usados.
#*
- Valor referente a 2001.

35-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D11 – DIMENSÃO DE I&D

DIMENSÃO DE I&D
Taxa média
Ramo CAE Rev2

anual de
Despesa de
Despesa de I&D em % do VAB15
Ramo CITI

variação em
I&D a pcorr14
(%) valor da
Designação (CAE Rev.2) (103 €)
Despesa em I&D
(%)

2003 1995 1999 2003 1995-2003

Actividades Intensivas em Energia e outros Recursos


Grupo 1 33 323* 0,34 0,29 0,58 9,4*
(Principais participantes no CELE e no IPPC)
21 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 2 866 0,34 0,18 0,35 -2,1
23 23 Fabri. de coque, produ. petrolífe. refina. e trat. de combus. nuclear 19 932* 13,7*
26 Minerais não metálicos 6 830 0,05 0,07 0,43 34,4
261 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro
Fabricação de produtos cerâmicos não refractários (excepto os
2691 262
destinados a construção) e refractários
2692 263 Fabricação de azulejos, ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica
Fabricação de tijolos, telhas e de outros produtos de barro para a
2693 264
construção
2694 265 Fabricação de cimento, cal e gesso
2695 266 Fabricação de produtos de betão, gesso, cimento e marmorite
27 27 Indústrias metalúrgicas de base 1 176 0,01 0,15 0,21 41,9
40 40 Prod. e distrib. de electricidade, de gás, de vapor e água quente 2 518 0,23 0,12 0,09 -8,3
401 401 Produção, transporte e distribuição de electricidade

Actividades Intensivas em Energia e Produção de


Grupo 2 Resíduos com características especiais 30 964* 0,78* 1,17* 2,90* 19,6*
(Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)

24 24 Indústria química 19 932* 1,29* 1,77* 4,25* 13,7*

241 241 Produtos químicos de base

2421 242 Pesticidas e outros produtos agroquímicos

2422 243 Tintas, vernizes e produtos similares; mastiques; tintas de impressão

2429 246 Outros produtos químicos

243 247 Fibras sintéticas ou artificiais

25 25 Fabri. de artigos de borracha e de matérias plásticas 11 032 0,07 0,57 1,84 58,9

Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários


Energéticos e não Energéticos
Grupo 3 4 888 0,07 0,27 0,18 15,6
(Utilização da Floresta, Produção de Energias
Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
Ligadas à Terra 4 620 0,08 0,32 0,20 15,3
02 02 Silvicultura, exploração florest. e activi. dos ser. relacio. 104 0,00 0,01 0,01
10 10 Extracção de hulha, linhite e turfa
12 12 Extracção de minérios de urânio e de tório 0,00 -1,02
13 13 Extracção e preparação de minérios metálicos 704 0,21 0,05 1,05 8,7
14 14 Outras indústrias extractivas 94 0,00 0,02 0,03
20 20 Ind. mad. e cort. e suas obr., exc. mobili.;fab. obr. de cest.e espart. 3 718 0,17 0,75 0,41 16,2
2696 267 Serragem, corte e acabamento da pedra 0,00 0,00 0,00
2699 268 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 0,00 0,00 0,00
Ligadas ao Mar 267 0,02 0,04 0,06 22,8
11 11 Ext. de petróleo bruto, gás natur. e act. ser. rel., exc. prospecção 20
05 05 Pesca, aquacultura e actividades dos ser. relaciona. 248 0,02 0,03 0,06 21,6

Infraestruturas Básicas de Ambiente, Actividades


Industriais Transversais e Serviços Associados
Grupo 4 28 378 0,11 0,17 0,16 11,6
(Reciclagem, Tratamento de água e efluentes,
Construção, Metaloelectromecânicas, Imobiliária)

37 37 Reciclagem 58 0,05 0,04 0,08 12,5


41 41 Captação, tratamento e distribuição de água 225 0,25 0,09 0,06 -13,6
45 45 Construção 3 745 0,00 0,02 0,05 60,2
28 28 Fabri. de prod. metálicos, exc. máquinas e equipamento 1 657 0,66 0,63 0,28 -3,1
29 29 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 15 875 1,47 2,26 4,02 15,6
31 31 Fabricação de máquinas e aparelhos eléctricos, n.e. 6 626 0,65 1,42 0,75 6,9
70 Actividades Imobiliárias 193 0,00 0,00 0,00

Actividades Transversais de Alta Intensidade


Tecnológica e Conhecimento Intensivo
Grupo 5 (Electrónica, Processo de Controlo e Robótica, Serviços 141 613** 1,39** 2,32** 3,60** 20,8**
de Informática, Serviços de Arquitectura, I&D e
Consultoria)
30 30 Fabri. de máqui. de escri. e equi. para trata. auto. da informação 1 298 0,12 3,42 0,71 42,1
32 32 Fab. de equi. e apare. de rádio, televisão e comunicação 31 534 7,45 7,80 11,63 7,1
321 Fabricação de componentes electrónicos 22 790 10,6
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33 5 060 0,93 2,72 2,40 17,0
de precisão, de óptica e de relojoaria
Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação,
332 332
controlo, navegação e outros fins (excepto controlo de processos
333 333 Fabricação de equipamento de controlo de processos industriais
71 72 Actividades informáticas e conexas 28 858 0,51 2,43 3,51 38,5
73 73 Investigação e desenvolvimento 15 391 4,89 7,06 12,16 18,9
74 74 Out. activi. de ser. prestados principalmente às empresas 59 471 0,17 0,48 1,07 34,7

36-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D11 (CONTINUAÇÃO) – DIMENSÃO DE I&D

DIMENSÃO DE I&D
Taxa média
Ramo CAE Rev2

anual de
Despesa de
Despesa de I&D em % do VAB15
Ramo CITI

variação em
I&D a pcorr14
(%) valor da
Designação (CAE Rev.2) (103 €)
Despesa em I&D
(%)

2003 1995 1999 2003 1995-2003

Mobilidade
Grupo 6 13 948 0,11 0,10 0,12 8,3
(Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

34 34 Fab. de veículos automóveis, reboques e semi-reboques 6 448 0,90 0,51 0,75 8,6
35 35 Fabricação de outro material de transporte 899 0,86 0,41 0,18 -12,7
361 361 Mobiliário e Colchões 457 0,05 0,06 0,06 12,4
Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
50 50 0,00 0,02 0,00
motociclos; comércio a retalho de combustíveis para veículos
60 60 Trans.terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines) 3 203 0,08 0,12 0,15 13,4
61 61 Transportes por água
62 62 Transportes aéreos
63 Acti. ane.e aux. dos transportes; agên. de viagem e de turismo 2 942 0,00 0,05 0,21 82,5
631 Manuseamento e armazenagem
632 Outras actividades auxiliares dos transportes
Actividades dos agentes transitários, aduaneiros e similares de apoio ao
634
transporte

Ecoturismo
Grupo 7 592 0,00 0,02 0,01 n.d.
(Turismo sustentável e actividades de lazer associadas)

22 22 Edi., impres. e repro. de supor. de informação gravados 121 0,03 0,06 0,01 -4,1
55 55 Alojamento e restauração (restaurantes e similares)
Agências de viagens e de turismo e de outras actividades de apoio
633
turístico
92 92 Actividades recreativas, culturais e desportivas 470 0,00 0,03 0,02 n.d.

Saúde
Grupo 8 22 376** 1,57** 2,84** 5,24** 13,8**
(Farmacêuticas, cosmética e equipamento médico)

2423 244 Farmacêuticas 17 317*** 1,98 2,50 5,82 13,0


Sabões e detergentes, produtos de limpeza e de polimento, perfumes e
2424 245
produtos de higiene
Fabricação de aparelhos e instrumentos médico-cirúrgicos, ortopédicos,
33 5 060 0,93 2,72 2,40 17,0
de precisão, de óptica e de relojoaria
331 331 Aparelhagem médico-cirúrgica

Agro-indústrias
Grupo 9 (Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e de 6 253 0,04 0,05 0,09 14,3
bebidas)
01 01 Agricultura, pro. animal, caça e activi. dos ser. relacio. 637 0,00 0,03 0,02 35,8
15 15 Indústrias alimentares e das bebidas 5 616 0,09 0,08 0,15 13,1

Moda
Grupo 10 11 243 0,07 0,13 0,28 19,7
(Têxteis, Vestuário e Calçado)
17 17 Fabricação de têxteis 8 354 0,11 0,20 0,43 19,5

18 18 Ind. do vestu.; pre., tingimento e fab. de arti. e peles com pêlo 2 156 0,00 0,03 0,17 n.d.

19 19 Cur.acab. peles s. pêlo; fabr. art. viag.,marro.,art. corr.,sel. e calç. 733 0,09 0,14 0,09 1,1

Fontes: 14
- OCES-Observatório da Ciência e do Ensino Superior, IPCTN - Inquérito ao potencial Científico e Tecnológico Nacional.
15
- OCES-Observatório da Ciência e do Ensino Superior, IPCTN - Inquérito ao potencial Científico e Tecnológico Nacional; INE, Contas Nacionais. Cálculos
a preços correntes.

Notas: n.d. - Valores não disponíveis


* - Por razões de segredo estatístico os resultados da CAE 23 e 24 são apresentados em conjunto.
** -Valor sobreavaliado dado que engloba a totalidade da CAE 33.
*** - Estimativa para o sector das farmacêuticas, com base na estrutura do IPCTN de 2001 (peso da actividade 244 no total da 23+24).

Notas: ** -Valor sobreavaliado dado que engloba a totalidade da CAE 33.


*** - Estimativa para o sector das farmacêuticas, com base na estrutura do IPCTN de 2001 (peso da
actividade 244 no total da 23+24).

37-D
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO D12 –INFORMAÇÃO ADICIONAL SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS - POTÊNCIA TOTAL INSTALADA EM
RENOVÁVEIS - PORTUGAL CONTINENTAL
MW

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006* TCMA

Hídrica Total 4 228 4 236 4 263 4 288 4 292 4 561 4 752 4 801 1,8
Grande Hídrica (>30 MW) 3 783 3 783 3 783 3 783 3 783 4 043 4 234 4 234 1,6
PCH ( <= 10 MW) 226 228 240 251 251 251 232 281 3,2
PCH (> 10 e <= 30 MW) 219 226 240 254 258 267 286 286 3,9
Eólica 51 76 114 175 253 537 1 047 1 637 64,1
Biomassa (c/ cogeração) 344 344 344 372 352 357 357 357 0,5
Biomassa (s/ cogeração) 8 8 8 8 8 12 12 12 6,0
RSU 88 88 88 88 88 88 88 88 0,0
Biogás 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 7,0 8,2 8,2 35,1
Fotovoltaica 0,9 1,2 1,3 1,5 2,1 2,3 2,3 2,3 14,3
Ondas/Marés
TOTAL 4 721 4 754 4 819 4 933 4 996 5 564 6 266 6 905 5,6
Fonte: Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), Renováveis. Estatísticas Rápidas Nº 21, Novembro 2006
*Novembro de 2006

PCH - Pequenas Centrais Hidroeléctricas


RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
TCMA - Taxa de crescimento Média Anual entre 1999 e 2006

QUADRO D13 –INFORMAÇÃO ADICIONAL SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS - PRODUÇÃO DE ELECTRICIDADE


ATRAVÉS DE RENOVÁVEIS - PORTUGAL CONTINENTAL
GWh

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*

Hídrica Total 12 953 7 514 11 607 14 240 8 096 15 894 10 053 5 000 9 736
Grande Hídrica (>30 MW) 11 844 6 556 10 388 12 887 6 896 14 303 9 065 4 454 8 439
PCH ( <= 10 MW) 621 458 628 690 615 822 487 265 683
PCH (> 10 e <= 30 MW) 489 500 590 663 585 769 501 281 614
Eólica 78 108 154 239 341 468 787 1 741 2 814
Biomassa (c/ cogeração) 1 021 1 075 1 030 1 065 1 166 1 069 1 206 1 288 1 472
Biomassa (s/ cogeração) 3 7 21 42 43 52 64 71
RSU 157 514 511 518 523 475 545 459
Biogás 0,6 1,1 1,6 2,2 2,5 2,3 14 31 34
Fotovoltaica 0,8 1,1 1,4 1,6 1,8 2,6 3 3 3
Ondas/Marés
TOTAL 14 054 8 860 13 315 16 080 10 168 18 002 12 590 8 672 14 589
IPH (ano base da Directiva - 1997) 0,852 0,557 0,885 0,975 0,623 1,090 0,664 0,336 0,698
Hídrica Total Corrigida (IPH =1) 15 204 13 490 13 115 14 605 12 995 14 581 15 140 14 881 13 949
Total Corrigido 16 304 14 836 14 823 16 445 15 067 16 690 17 677 18 553 18 802
Produção Bruta + Saldo Imp. 38 262 41 358 43 535 45 484 46 652 48 220 50 017 51 729 53 152
% de Renováveis (Real) 36,7 21,4 30,6 35,4 21,8 37,3 25,2 16,8 27,4
% de Renováveis (Directiva) 42,6 35,9 34,0 36,2 32,3 34,6 35,3 35,9 35,4
Fonte: Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), Renováveis. Estatísticas Rápidas Nº 21, Novembro 2006
*Ano móvel de Dezembro de 2005 a Novembro de 2006

PCH - Pequenas Centrais Hidroeléctricas


RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
IPH - Índice de Produção Hidroeléctrica

38-D
ANEXO E
POLÍTICAS AMBIENTAIS, A NÍVEL COMUNITÁRIO E NACIONAL, COM
MAIOR INCIDÊNCIA NOS GRUPOS DE ACTIVIDADE ANALISADOS
(15/03/2007)
Índice

E1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos 5-E

E2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características


especiais – Indústria Química Pesada, Plásticos e Borracha 7-E

E3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos – Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração
de Mar e Oceano 9-E

E4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados – Reciclagem, Tratamento de Água e Efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária 12-E

E5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


Intensivo – Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria 14-E

E6 – Mobilidade – Automóvel, Aeronaútica, Material Circulante, Logística 16-E

E7 – Ecoturismo – Turismo Sustentável e Actividades de Lazer Associadas 18-E

E8 – Saúde – Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico 21-E

E9 – Agro-Indústrias – Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas 23-E

E10 – Moda – Têxteis, Vestuário e Calçado 26-E


DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E1 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 1

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos


A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
de Quioto) 104/2006, de 23 de Agosto)
Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2005- M
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL) 2007 (PNALE I) (em vigor)
Implementação Conjunta (IC ou JI) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2008- M
2012 (PNALE II) (aprovado em CM de 1 de Junho de 2006)
Conjunto de diplomas para combate às alterações climáticas L
(aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP)
Alterações
(96/61/CE) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Climáticas Poluição Directiva de Controlo das emissões de poluentes provenientes Port 1047/2001)
do ar das Grandes Instalações de Combustão (GICs) (2001/80/CE)
Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL 193/2003) L
(2001/81/EC)
Directiva COVNM do armazenamento e distribuição de gasolinas Controlo de COVNM do armazenamento e distribuição de gasolinas L
(94/63/CE) (Port 646/97)
Directiva COVs de solventes orgânicos (1999/13/CE) Controlo de COVs da utilização de solventes orgânicos (DL L
Directiva das Emissões de SO2 provenientes da combustão de 242/2001)
Combustíveis Líquidos para usos não rodoviários (1999/32/CE) Limites máximos no teor de enxofre para os gasóleos não L
Directiva de especificações ambientais para a gasolina sem rodoviários (DL 281/2000)
chumbo e para o gasóleo (98/70/CE e 2003/17/EC)
Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005 e DL 172/2006) P
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Criação de reserva destinada à produção de energia eléctrica a partir
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE) de carvão com níveis reduzidos de emissão de gases de efeito de L
estufa (Portaria 1074/2006, de 3 de Outubro)
Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a
camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE – Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Ambiente e
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
Saúde Ambiente 1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
Urbano chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

5-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E1 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 1

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos


A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Biodiversi- Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Solos
dade (96/61/CE) Port 1047/2001)
Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P
Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE) Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Convenção Luso-Espanhola C
consomem energia (COM (2003) 453 final) Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
PNUEA (RCM 113/2005) P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo PEAASAR II (Fevereiro de 2006, em discussão pública) P
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005)
Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005 e DL 172/2006) P
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
18/10/2006) 171/2004)
Uso PIIP – Programa de Investimentos e Infra-estruturas Prioritárias E
Sustentá- Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, (Julho 2005)
vel dos competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Novo Plano de Expansão do Sistema Electroprodutor P
Recursos Criação de reserva destinada à produção de energia eléctrica a partir
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de de carvão com níveis reduzidos de emissão de gases de efeito de L
10 de Janeiro) estufa (Portaria 1074/2006, de 3 de Outubro)
Recursos e
Resíduos Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
RGCE – Regulamento de Gestão do Consumo de Energia L
Directiva de Fiscalidade sobre os Produtos Energéticos e Acordos Voluntários com as Indústrias V
Electricidade (2003/96/CE) PGP – Plano de Gestão da Procura (de Electricidade) 2002-2004 V
PPQA – Planos de Promoção da Qualidade Ambiental e PPDA – V
Directiva relativa aos requisitos de Eco Design para os Produtos Planos de Promoção do Desempenho Ambiental (empresas
que Utilizam Energia (Proposta COM (2003) 453) reguladas)
Política Integrada de Produtos (PIP) (Com (2003) 302 – IPP, PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Integrated Product Policy) Port 1047/2001)
Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Prevenção Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
e Recicla- (96/61/CE) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de em 2001)
Resíduos Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
anterior (75/442/CEE) (2001)
Co-incineração de resíduos perigosos nas cimenteiras de Souselas e
Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) Outão

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; C – Convenção; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

6-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E2 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 2

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características especiais


(Indústria Química Pesada e Plásticos e Borracha)
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
de Quioto) 104/2006, de 23 de Agosto)
Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2005- M
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL) 2007 (PNALE I) (em vigor)
Implementação Conjunta (IC ou JI) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2008- M
2012 (PNALE II) (aprovado em CM de 1 de Junho de 2006)
Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP)
(96/61/CE) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Directiva de Controlo das emissões de poluentes provenientes Port 1047/2001)
das Grandes Instalações de Combustão (GICs) (2001/80/CE) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
Alterações Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) 193/2003)
Climáticas Poluição (2001/81/EC) Controlo de COVs da utilização de solventes orgânicos (DL
do ar L
Directiva COVs de solventes orgânicos (1999/13/CE) 242/2001)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
18/10/2006)
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE)
Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a
camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC)
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
Ambiente e limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Saúde Ambiente Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)
Urbano Directiva de Avaliação de Impacte Ambiental (97/11/CE) Avaliação de Impacte Ambiental (DL 197/2005) L
Directiva REACH (adoptada em 18/12/2006) Prevenção e Controlo dos Perigos associados a Acidentes Graves que
Directiva de Notificação de novas substâncias (79/831/CEE) envolvam Substâncias Perigosas (DL 164/2001) L
Directiva de Avaliação dos riscos potenciais das novas Regulamento para a Notificação de Substâncias Químicas e para a
substâncias, para a saúde humana e para o ambiente Classificação, Embalagem e Rotulagem de Substâncias Perigosas (DL L
(93/67/CEE) 260/2003 e Portaria 732-A/96)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

7-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E2 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 2

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características especiais


(Indústria Química Pesada e Plásticos e Borracha)
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Uso
Sustentá- Directiva de Classificação, embalagem e rotulagem de Substâncias Perigosas (DL 82/95, DL 260/2003, Portaria 732-A/96) L
Biodiversi- vel de substâncias perigosas (67/548/CEE)
dade Pesticidas
Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Solos
(96/61/CE) Port 1047/2001)
Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P
Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE) Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Convenção Luso-Espanhola C
consomem energia (COM (2003) 453 final) Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
PNUEA (RCM 113/2005) P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo PEAASAR II (Fevereiro de 2006, em discussão pública) P
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Uso Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
sustentá- competitiva e segura (COM (2006) 105 final) 171/2004)
vel dos Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de PIIP – Programa de Investimentos e Infraestruturas Prioritárias E
Recursos 10 de Janeiro) (Julho 2005)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Novo Plano de Expansão do Sistema Electroprodutor P
18/10/2006) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
Recursos e Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE) RGCE – Regulamento de Gestão do Consumo de Energia L
Resíduos Directiva de Fiscalidade sobre os Produtos Energéticos e Acordos Voluntários com as Indústrias V
Electricidade (2003/96/CE) PGP – Plano de Gestão da Procura (de Electricidade) 2002-2004 V
PPQA – Planos de Promoção da Qualidade Ambiental e PPDA – V
Directiva relativa aos requisitos de Eco Design para os Produtos Planos de Promoção do Desempenho Ambiental (empresas
que Utilizam Energia (Proposta COM (2003) 453) reguladas)
Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Política Integrada de Produtos (Com (2003) 302 – IPP, revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
Integrated Product Policy) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
Prevenção Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a em 2001)
e Recicla- anterior (75/442/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
gem de Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) (2001)
Resíduos Directiva Embalagens e Resíduos de Embalagem (94/62/CE e Embalagens e Resíduos de Embalagens (DL 366-A/97, DL L
2004/12/CE) 162/2000 e DL 92/2006 de 25 Maio)
Pneus Usados (DL 111/2001) L
Bifenilos Policlorados - PCB L
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; C – Convenção; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

8-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E3 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 3


Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários Energéticos e não Energéticos
(Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo
de Quioto) Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) 104/2006, de 23 de Agosto)
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2005- M
Implementação Conjunta (IC ou JI) 2007 (PNALE I) (em vigor)
Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2008- M
Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) 2012 (PNALE II) (aprovado em CM de 1 de Junho de 2006)
Alterações (2001/81/EC)
Climáticas Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) 193/2003)
Livro Branco das Energias Renováveis (COM (97) 599 final)
Poluição Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005 e DL 172/2006) P
do ar competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM p
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de 171/2004)
10 de Janeiro) PIIP – Programa de Investimentos e Infra-estruturas Prioritárias E
Directiva de promoção da produção de electricidade a partir de (Julho 2005)
fontes renováveis de energia (2001/77/CE) Novo Plano de Expansão do Sistema Electroprodutor p
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) Proposta de Lei para o Regime Jurídico de acesso e exercício das
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) actividades de produção de energia eléctrica a partir da energia das L
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em ondas (aprovada em CM de 25 de Janeiro de 2007)
18/10/2006) Decreto-Lei que concretiza um conjunto de medidas ligadas às
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE) energias renováveis previstas na Estratégia Nacional para a Energia L
(aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a
camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Ambiente e
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
Saúde
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Ambiente 2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
Urbano carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

9-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E3 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 3
Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários Energéticos e não Energéticos
(Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P


Biodiversidade (RCM 152/2001)
Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do P
final) Território (RCM 41/2006)
PENDR – Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural P
Orientações Estratégicas Comunitárias de Desenvolvimento (Aprovado em CM de 31 de Maio de 2006, Versão Setembro 2006)
Rural PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Nacional do Turismo (Janeiro 2006)
PEDIZA II – Programa Específico para o Desenvolvimento Integrado P
da Zona do Alqueva
RURIS – Plano de Desenvolvimento Rural (DL 64/2004, Portaria P
Solos
680/2004, Portaria 176/2005, Desp Normativo 16/2006)
Plano de Acção para a Floresta Europeia 2007-2011 (COM
(2006) 302 final) Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 15 Setembro) P
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final)
Biodiversi- PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e
dade Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) Port 1047/2001) L
(96/61/CE) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL
193/2003) L
Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE)
(2001/81/EC) Regime Jurídico de Concessão do exercício da actividade de
recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas (DL 198- L
A/2001)
ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P
Livro verde Rumo a uma Política Marítima para a União: a visão Biodiversidade (RCM 152/2001)
Protecção Europeia para os oceanos e os mares, 2006 (Documento em Estratégia Nacional para o Mar (RCM 163/2006, de 12 de Dezembro P
e consulta pública de 7 de Junho de 2006 a 30 de Junho de de 2006)
Conserva- 2007) POOCs – Planos de Ordenamento da Orla Costeira P
ção do Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura Plano Estratégico para a Pesca 2007-2013 (Doc. De Trabalho – P
Ambiente Europeia (CE/EU, 2002) Versão para discussão MADRP/DGPA, 2006)
Marinho PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Nacional do Turismo (Janeiro 2006)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

10-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E3 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 3
Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de Recursos Primários Energéticos e não Energéticos
(Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do Mar e Oceano)
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE) Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P


Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
Convenção Luso-Espanhola C
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
consomem energia (COM (2003) 453 final) PNUEA (RCM 113/2005) P
PEAASAR II (Fevereiro de 2006, em discussão pública) P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005 e DL 172/2006) P
Livro Branco das Energias Renováveis (COM (97) 599 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Uso Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, 171/2004)
sustentá- competitiva e segura (COM (2006) 105 final) PIIP – Programa de Investimentos e Infraestruturas Prioritárias E
vel dos Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de (Julho 2005)
Recursos 10 de Janeiro) Novo Plano de Expansão do Sistema Electroprodutor P
Directiva de promoção da produção de electricidade a partir de Proposta de Lei para o Regime Jurídico de acesso e exercício das
Recursos e fontes renováveis de energia (2001/77/CE) actividades de produção de energia eléctrica a partir da energia das L
Resíduos Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) ondas (aprovada em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Decreto-Lei que concretiza um conjunto de medidas ligadas às L
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em energias renováveis previstas na Estratégia Nacional para a Energia
18/10/2006) (aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE)
Directiva de Fiscalidade sobre os Produtos Energéticos e Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 15 Setembro) P
Electricidade (2003/96/CE) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas
Directiva relativa à Eficiência Energética na Utilização Final de p
Energia e aos Serviços Energéticos (2006/32/CE)

Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L


Prevenção revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
e Recicla- Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de anterior (75/442/CEE) em 2001)
Resíduos Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
(2001)
Resíduos Agrícolas L
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

11-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E4 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 4


Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente e Construção Sustentável
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, 171/2004)
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar L
Alterações Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Interior nos Edifícios (SCE) (DL 78/2006, 4 Abril)
Climáticas Poluição Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Decreto-Lei que estabelece uma taxa ambiental sobre as lâmpadas E
do ar 18/10/2006) de baixa eficiência energética (Aprovado em CM de 25 de Janeiro de
Directiva de Eficiência Energética nos Edifícios (2002/91/CE) 2007)

Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a


camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC)
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Ambiente e carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
Saúde Ambiente 3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
Urbano (2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do P


Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 Território (RCM 41/2006)
Biodiversida final) PENDR – Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural P
Solos
de Orientações Estratégicas Comunitárias de Desenvolvimento (Aprovado em CM de 31 de Maio de 2006, Versão Setembro 2006)
Rural PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Nacional do Turismo (Janeiro 2006)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

12-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E4 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 4
Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente e Construção Sustentável
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE) Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
consomem energia (COM (2003) 453 final) Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Convenção Luso-Espanhola C
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, PNUEA-Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (RCM P
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) 113/2005)
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de PEAASAR II -Plano Estratégico de Abastecimento e Saneamento de P
10 de Janeiro) Águas Residuais (Fevereiro de 2006, em discussão pública)
Uso Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
sustentá- Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
vel dos 18/10/2006) 171/2004)
Recursos Directiva de Eficiência Energética nos Edifícios (2002/91/CE) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
Balastros e Lâmpadas Fluorescentes (2000/55/CE) Programa Água Quente Solar para Portugal (AQS) P
Directiva de Rotulagem de Fornos Eléctricos, Aparelhos de Ar Programa P3E – Programa Nacional para a Eficiência Energética nos P
Condicionado e Equipamento de Refrigeração (2002/40/CE, Edifícios
2002/31/CE, 2003/66/CE) Regulamento das características de Comportamento Térmico dos L
Regulamentação sobre Rotulagem “Energy Star” para Edifícios (RCCTE) (DL 80/2006, 4 Abril)
Recursos e Equipamento de Escritório (2001/2422/CE) Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios L
Resíduos Directiva relativa à Eficiência Energética na Utilização Final de (RSECE) (DL 79/2006, 4 Abril)
Energia e aos Serviços Energéticos (2006/32/CE) Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar L
Interior nos Edifícios (SCE) (DL 78/2006, 4 Abril)
Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Política Integrada de Produtos (Com (2003) 302 – IPP, revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
Integrated Product Policy) PERSU – Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos P
ERB – Estratégia Nacional para a Redução dos Resíduos Urbanos P
Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a Biodegradáveis destinados a Aterro (DL 152/2002, 23 Maio)
anterior (75/442/CEE) PIRSUE – Plano de Intervenção para Resíduos Sólidos Urbanos e P
Prevenção Directiva de Deposição de resíduos em aterro (1999/31/CE) Equiparados (Dez de 2005)
e Recicla- Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de Directiva Embalagens e Resíduos de Embalagem (94/62/CE e em 2001)
Resíduos 2004/12/CE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
Directiva Pilhas e Acumuladores (2006/66/CE, 6 Setembro) (2001)
Proposta de alteração aos regulamentos do EMAS e rótulo PERH – Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (1999) p
ecológico Pilhas e Acumuladores (DL 62/2001) L
Recuperação e reciclagem de equipamentos que destroem a Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos – REEE (DL L
Camada do Ozono – (Regulamento (CE) 2037/2000) 230/2004)
Resíduos de Construção e Demolição – RCD L
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

13-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E5 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 5


Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento intensivo
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo


Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Alterações competitiva e segura (COM (2006) 105 final) 171/2004)
Climáticas Poluição Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de
do ar 10 de Janeiro)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
18/10/2006)
Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a
camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC)
Ambiente e 2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
Saúde Ambiente carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
Urbano 3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

Biodiversi- Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do P
Solos
dade final) Território (RCM 41/2006)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

14-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E5 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 5

Grupo 5 – Actividades transversais de alta intensidade tecnológica e conhecimento intensivo


A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que


consomem energia (COM (2003) 453 final) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) 171/2004)
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
Uso
competitiva e segura (COM (2006) 105 final)
sustentá-
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de
vel dos
10 de Janeiro)
Recursos
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Recursos e Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
Resíduos 18/10/2006)
Directiva relativa à Eficiência Energética na Utilização Final de
Energia e aos Serviços Energéticos (2006/32/CE)

Política Integrada de Produtos (Com (2003) 302 – IPP, Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Prevenção Integrated Product Policy) revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
e Recicla- Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de anterior (75/442/CEE) em 2001)
Resíduos Proposta de alteração aos regulamentos do EMAS e rótulo PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
ecológico (2001)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

15-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E6 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 6

Grupo 6 – Mobilidade
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
104/2006, de 23 de Agosto)
Livro Branco A Política Europeia de Transportes no horizonte Conjunto de diplomas para combate às alterações climáticas L
2010: a hora das opções (2001) (aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
A Joint Strategy for European Rail Research 2020 – Towards a
single European railway system (European Rail Organizations, Plano Rodoviário Nacional (DL 222/98, Lei 98/99, Declaração de P
Alterações
May 2001) rectificação 19-D/98 e DL 182/2003)
Climáticas
Poluição European Aeronautics – A Vision for 2020 (CE, Junho 2001) Plano de desenvolvimento do Sistema Logístico Nacional (Junho P
do ar 2006)
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário (Outubro 2006) P
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Orientações Estratégicas para o Sector Aeroportuário (Julho 2006) P
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário (2006) P
10 de Janeiro)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
18/10/2006) 193/2003)
Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) Controlo de COVNM do armazenamento e distribuição de gasolinas L
(2001/81/EC) (Port 646/97)
Directiva COVNM do armazenamento e distribuição de gasolinas
(94/63/CE) Limites máximos no teor de enxofre para os gasóleos não L
Directiva de especificações ambientais para a gasolina sem rodoviários (DL 281/2000)
chumbo e para o gasóleo (98/70/CE e 2003/17/EC)
Directivas que regulam as emissões dos veículos automóveis
(70/220/CEE, 98/69/CE, 88/436/CEE, 89/458/CEE, 94/12/CE,
93/59/CEE, 96/69/CE)
Ambiente e Programa Auto-Oil de Redução das Emissões dos Transportes
Saúde Rodoviários ((COM(96) 248, COM (1999) 125 e COM (2000)
Ambiente 626 final)
Urbano Directiva de medidas a tomar para limitar as emissões de gases
e partículas poluentes dos motores de veículos alimentados a
gás natural ou a GPL (2005/55/CE)
Proposta de regulamentação para Redução das Emissões dos Regulamento Geral do Ruído (DL 9/2007, de 17 de Janeiro) L
Veículos Automóveis (COM(2005) 683)
Decisão sobre Limites de Ruído para o material circulante
rodoviário

Estratégia Comunitária para os Biocombustíveis (COM (2006)


34 final)
Directiva dos Biocombustíveis (2003/30/CE)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

16-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E6 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 6

Grupo 6 – Mobilidade
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a
camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE – Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Ambiente e Ambiente
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
Saúde Urbano
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)
Biodiversi- Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do L
Solos final) Território (RCM 41/2006)
dade
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P
consomem energia (COM (2003) 453 final) Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
Directiva dos contratos públicos ecológicos no domínio dos Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
veículos pesados Convenção Luso-Espanhola C
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
Uso
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) PNUEA (RCM 113/2005) P
Sustentá-
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, PEAASAR II (Fevereiro de 2006, em discussão pública) P
vel dos
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Recursos
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
10 de Janeiro) 171/2004)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) PIIP – Programa de Investimentos e Infraestruturas Prioritárias E
Recursos e Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em (Julho 2005)
Resíduos 18/10/2006) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
Directiva relativa aos requisitos de Eco Design para os Produtos
que Utilizam Energia (Proposta COM (2003) 453)
Política Integrada de Produtos (PIP) (Com (2003) 302 – IPP, Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Integrated Product Policy) revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
Prevenção Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
e Recicla- anterior (75/442/CEE) em 2001)
gem de Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
Resíduos Directiva dos Veículos em Fim de Vida (VFV) (2000/53/CE) (2001)
Directiva relativa à Homologação de Veículos a Motor, no que
respeita à Reutilização, Reciclagem e Valorização dos Veículos a
Motor (2005/64/CE)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

17-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E7 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 7


Grupo 7 – Eco-turismo
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
de Quioto) 104/2006, de 23 de Agosto)

Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Alterações Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM p
Climáticas Poluição Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, 171/2004)
do ar competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Decreto-Lei que estabelece uma taxa ambiental sobre as lâmpadas E
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de de baixa eficiência energética (Aprovado em CM de 25 de Janeiro de
10 de Janeiro) 2007)
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
18/10/2006)

Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a


camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
Ambiente e 1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
Saúde Ambiente chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC)
Urbano 2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

18-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E7 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 7
Grupo 7 – Eco-turismo
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P


Biodiversidade (RCM 152/2001)
Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do P
final) Território (RCM 41/2006)
Orientações Estratégicas Comunitárias de Desenvolvimento PENDR – Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural P
Rural (Aprovado em CM de 31 de Maio de 2006, Versão Setembro 2006)
Solos Plano de Acção para a Floresta Europeia 2007-2011 (COM PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
(2006) 302 final) Nacional do Turismo (Janeiro 2006)
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) PEDIZA II – Programa Específico para o Desenvolvimento Integrado P
da Zona do Alqueva
Biodiversi- RURIS – Plano de Desenvolvimento Rural (DL 64/2004, Portaria P
dade 680/2004, Portaria 176/2005, DespNormativo 16/2006)
Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 15 Setembro) P

ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P


Protecção Livro verde Rumo a uma Política Marítima para a União: a visão Biodiversidade (RCM 152/2001)
e Europeia para os oceanos e os mares, 2006 (Documento em Estratégia Nacional para o Mar RCM 163/2006, de 12 de Dezembro P
Conserva- consulta pública de 7 de Junho de 2006 a 30 de Junho de de 2006)
ção do 2007) POOCs – Planos de Ordenamento da Orla Costeira P
Ambiente PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Marinho Nacional do Turismo (Janeiro 2006)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

19-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E7 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 7
Grupo 7 – Eco-turismo
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
consomem energia (COM (2003) 453 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo 171/2004)
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 17 Agosto) P
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Programa Água Quente Solar para Portugal (AQS) P
Uso Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de Programa P3E – Programa Nacional para a Eficiência Energética nos P
sustentá- 10 de Janeiro) Edifícios
vel dos Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) Regulamento das características de Comportamento Térmico dos L
Recursos Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) Edifícios (RCCTE) (DL 80/2006, 4 Abril)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios L
Recursos e 18/10/2006) (RSECE) (DL 79/2006, 4 Abril)
Resíduos Directiva relativa à Eficiência Energética na Utilização Final de Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar L
Energia e aos Serviços Energéticos (2006/32/CE) Interior nos Edifícios (DL 78/2006, 4 Abril)
Decreto-Lei que estabelece uma taxa ambiental sobre as lâmpadas E
de baixa eficiência energética (Aprovado em CM de 25 de Janeiro de
2007)

Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L


Prevenção Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
e Recicla- anterior (75/442/CEE) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) em 2001)
Resíduos PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
(2001)
Resíduos Agrícolas L
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

20-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E8 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 8

Grupo 8 – Actividades ligadas à Saúde


A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
de Quioto) 104/2006, de 23 de Agosto)

Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
(2001/81/EC) 193/2003)
Directiva COVs de solventes orgânicos (1999/13/CE) Controlo de COVs da utilização de solventes orgânicos (DL L
Alterações 242/2001)
Climáticas Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Poluição Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
do ar 18/10/2006)

Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a


camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC)
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)
Ambiente e Prevenção e Controlo dos Perigos associados a Acidentes Graves que L
Saúde Directiva REACH (adoptada em 18/12/2006) envolvam Substâncias Perigosas (DL 164/2001)
Ambiente
Urbano Directiva de Notificação de novas substâncias (79/831/CEE) Regulamento para a Notificação de Substâncias Químicas e para a L
Directiva de Avaliação dos riscos potenciais das novas Classificação, Embalagem e Rotulagem de Substâncias Perigosas (DL
substâncias, para a saúde humana e para o ambiente 260/2003 e Portaria 732-A/96)
(93/67/CEE)

Estratégia Europeia de Ambiente e Saúde: um caminho Programa Saúde XXI P


conjunto para o desenvolvimento sustentável (2003)
Plano de Acção Europeu em Ambiente e Saúde 2004-2010
(CEHAPE)
Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

21-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E8 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 8

Grupo 8 – Actividades ligadas à Saúde


A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Uso
Sustentá- Directiva de Notificação de novas substâncias (79/831/CEE) Substâncias Perigosas (DL 82/95, DL 260/2003, Portaria 732-A/96) L
vel de
Pesticidas
Biodiversi-
Protecção
dade Livro verde Rumo a uma Política Marítima para a União: a visão ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P
e Conser-
Europeia para os oceanos e os mares, 2006 (Documento em Biodiversidade (RCM 152/2001)
vação do
consulta pública de 7 de Junho de 2006 a 30 de Junho de Estratégia Nacional para o Mar (aprovada em Conselho de Ministros P
Ambiente
2007) de 4 de Outubro de 2006, em discussão pública até 3 de Novembro)
Marinho

Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que


consomem energia (COM (2003) 453 final) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) 171/2004)
Uso
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável,
sustentá-
competitiva e segura (COM (2006) 105 final)
vel dos
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de
Recursos
10 de Janeiro)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
18/10/2006)
Recursos e Directiva relativa aos requisitos de Eco Design para os Produtos
Resíduos que Utilizam Energia (Proposta COM (2003) 453)
Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Política Integrada de Produtos (Com (2003) 302 – IPP, revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
Integrated Product Policy) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
Prevenção Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a em 2001)
e Recicla- anterior (75/442/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
gem de Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) (2001)
Resíduos Directiva Embalagens e Resíduos de Embalagem (94/62/CE e PERH – Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (1999) P
2004/12/CE) Embalagens e Resíduos de Embalagens (DL 366-A/97, DL 162/2000 L
Proposta de alteração aos regulamentos do EMAS e rótulo e DL 92/2006 de 25 Maio)
ecológico Bifenilos Policlorados - PCB L

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

22-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E9 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 9

Grupo 9 – Agro-indústrias
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática
Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo
de Quioto) Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) 104/2006, de 23 de Agosto)
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2005- M
Implementação Conjunta (IC ou JI) 2007 (PNALE I) (em vigor)
Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2008- M
Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) 2012 (PNALE II) (aprovado em CM de 1 de Junho de 2006)
Alterações (96/61/CE) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Climáticas Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) Port 1047/2001)
Poluição (2001/81/EC) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
do ar Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo 193/2003)
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005)
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) p
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM p
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de 171/2004)
10 de Janeiro) Decreto-Lei que concretiza um conjunto de medidas ligadas às L
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) energias renováveis previstas na Estratégia Nacional para a Energia
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005) (aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
18/10/2006) RGCE – Regulamento de Gestão do Consumo de Energia L
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE) Acordos Voluntários com as Indústrias V
Estratégia Comunitária para os Biocombustíveis (COM (2006)
34 final)
Directiva dos Biocombustíveis (2003/30/CE)

Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a


Ambiente e camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Saúde Programa CAFE - Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Ambiente Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
Urbano 1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

23-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E9 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 9
Grupo 9 – Agro-indústrias
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Directiva de Notificação de novas substâncias (79/831/CEE)


Directiva de Classificação, embalagem e rotulagem de Prevenção e Controlo dos Perigos associados a Acidentes Graves que L
Uso substâncias perigosas (67/548/CEE) envolvam Substâncias Perigosas (DL 164/2001)
Sustentá- Directiva de Avaliação dos riscos potenciais das novas Substâncias Perigosas (DL 82/95, DL 260/2003, Portaria 732-A/96) L
vel de substâncias, para a saúde humana e para o ambiente
Pesticidas (93/67/CEE)
Plano de Acção Europeu para os alimentos e a agricultura
biológica

ENCNB – Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da P


Biodiversidade (RCM 152/2001)
PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do P
Proposta de Directiva de Protecção dos Solos (COM (2006) 232 Território (RCM 41/2006)
Biodiversi- final) PENDR – Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural P
dade Orientações Estratégicas Comunitárias de Desenvolvimento (Aprovado em CM de 31 de Maio de 2006, Versão Setembro 2006)
Rural PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Solos Plano de Acção para a Floresta Europeia 2007-2011 (COM Nacional do Turismo (Janeiro 2006)
(2006) 302 final) PEDIZA II – Programa Específico para o Desenvolvimento Integrado P
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) da Zona do Alqueva
RURIS – Plano de Desenvolvimento Rural (DL 64/2004, Portaria P
680/2004, Portaria 176/2005, DespNormativo 16/2006)
VITIS – Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação das E
Vinhas (Portaria 1510/2004, Portaria 442/2006)
Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 15 Setembro) P

Protecção
e Conser-
POOCs – Planos de Ordenamento da Orla Costeira P
vação do
PENT 2006-2015 – Linhas Orientadoras do Plano Estratégico P
Ambiente
Nacional do Turismo (Janeiro 2006)
Marinho

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

24-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E9 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 9
Grupo 9 – Agro-indústrias
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Directiva-Quadro da Água (2000/60/CE) Lei-Quadro da Água (Lei 58/2005) P


Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos (Lei 54/2005) L
Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Quadro de Acção no domínio da Política da Água (DL 77/2006) L
consomem energia (COM (2003) 453 final) Convenção Luso-Espanhola C
Licença de Utilização do Regime Hídrico (DL 46/94) L
PNUEA (RCM 113/2005) P
Uso Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo PEAASAR II (Fevereiro de 2006, em discussão pública) P
sustentá- Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005)
vel dos Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
Recursos competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de 171/2004)
10 de Janeiro) Decreto-Lei que concretiza um conjunto de medidas ligadas às L
Plano de Acção para a Biomassa 2010 (COM (2005) 628 final) energias renováveis previstas na Estratégia Nacional para a Energia
Recursos e (aprovado em CM de 25 de Janeiro de 2007)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Resíduos Estratégia Nacional para as Florestas (RCM 144/2006, 15 Setembro) P
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas
18/10/2006)
P

PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L


Política Integrada de Produtos (PIP) (Com (2003) 302 – IPP, Port 1047/2001)
Integrated Product Policy) Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
Prevenção Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
e Recicla- (96/61/CE) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
gem de Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a em 2001)
Resíduos anterior (75/442/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
(2001)
Resíduos Agrícolas L
Óleos Alimentares Usados L

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

25-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E10 – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 10

Grupo 10 – Moda
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Programa Europeu de Alterações Climáticas (PEAC) (Protocolo Programa Nacional de Alterações Climáticas – PNAC 2006 (RCM P
de Quioto) 104/2006, de 23 de Agosto)
Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2005-2007 M
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo(MDL) (PNALE I) (em vigor)
Implementação Conjunta (IC ou JI) Programa Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão 2008-2012 M
Alterações (PNALE II) (aprovado em CM de 1 de Junho de 2006)
Climáticas Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Poluição (96/61/CE) Port 1047/2001)
do ar Directiva dos Tectos de Emissão de Poluentes (PNTE) PTEN – Programa para os Tectos de Emissão Nacional (DL L
(2001/81/EC) 193/2003)
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) p
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM p
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) 171/2004)
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de
10 de Janeiro)
Livro verde sobre a Eficiência Energética (CE, Junho 2005)
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE)

Regulamento relativo às substâncias que empobrecem a


camada do ozono (Reg(CE) nº 2037/2000)
Programa CAFE – Clean Air for Europe (COM (2001) 245)
Ambiente e Directiva-Quadro da Qualidade do Ar (96/62/CE)
Saúde 1ª Directiva “Filha” – Limites para o SO2, NOx, partículas e
Ambiente
chumbo, no ar ambiente (1999/30/EC) Qualidade do Ar (DL 276/99, DL 111/2002, DL 320/2003) L
Urbano
2ª Directiva “Filha” – Limites para o benzeno e monóxido de
carbono no ar ambiente (2000/69/EC)
3ª Directiva “Filha” – Limites para o ozono, no ar ambiente
(2002/3/EC)
Proposta de Directiva “Qualidade do Ar Ambiente e Ar mais
limpo para a Europa” (que irá actualizar a Directiva-Quadro de
Qualidade do Ar) (SEC (2005) 1133)

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

26-E
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO E10 (CONTINUAÇÃO) – POLÍTICAS AMBIENTAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA NO CONJUNTO DE ACTIVIDADES DO GRUPO 10

Grupo 10 – Moda
A nível Comunitário A nível Nacional
Domínio Área
Instrumentos de Política Instrumentos de Política Tipo
Estratégico Temática

Biodiversi- Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L
Solos
dade (96/61/CE) Port 1047/2001)

Proposta de Directiva de Concepção Ecológica de Produtos que Estratégia Nacional para a Energia (RCM 169/2005) P
consomem energia (COM (2003) 453 final) Orientações da política energética portuguesa (RCM 63/2003 e RCM P
Plano de Acção para promover a Produção e o Consumo 171/2004)
Sustentáveis (Adoptado em 21/12/2005) Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas P
Livro Verde Estratégia europeia para uma energia sustentável, RGCE – Regulamento de Gestão do Consumo de Energia L
Uso
competitiva e segura (COM (2006) 105 final) Acordos Voluntários com as Indústrias V
Sustentá-
Uma Política Energética para a Europa (COM(2007)1 final, de
vel dos
10 de Janeiro)
Recursos
Directiva de Promoção da Cogeração (2004/8/CE)
Plano de Acção sobre Eficiência Energética (Adoptado em
18/10/2006)
Recursos e Directiva relativa aos requisitos de Eco Design para os Produtos
Resíduos que Utilizam Energia (Proposta COM (2003) 453)

PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (DL 194/2000 e L


Política Integrada de Produtos (PIP) (Com (2003) 302 – IPP, Port 1047/2001)
Prevenção Integrated Product Policy) Regime Geral de Gestão dos Resíduos (DL 178/2006, 5 Set), que L
e Recicla- Directiva da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP) revoga a anterior Lei Quadro dos Resíduos (DL 239/97, 9 Set)
gem de (96/61/CE) PESGRI – Plano Estratégico de Resíduos Industriais (1999, revisto P
Resíduos Directiva “Resíduos” (2006/12/CE, 5 Abril), que substitui a em 2001)
anterior (75/442/CEE) PNAPRI – Plano Nacional para a Prevenção de Resíduos Industriais P
Directiva relativa a Resíduos Perigosos (91/689/CEE) (2001)
Lamas L

Notas: Tipos de Instrumentos: P – Programa; L – Legislativo; E – Económico; V – Acordos voluntários; M – Mercado; R – Regulatório.

27-E
ANEXO F

PRINCIPAIS ACTORES
Índice

F1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos 5-F

F2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com características 9-F


especiais – Indústria Química Pesada, Plásticos e Borracha

F3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não 12-F


energéticos – Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração de
Mar e Oceano

F4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e 17-F


Serviços Associados – Reciclagem, Tratamento de Água e Efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária

F5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento 22-F


Intensivo – Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria

F6 – Mobilidade – Automóvel, Aeronaútica, Material Circulante, Logística 28-F

F7 – Ecoturismo – Turismo Sustentável e Actividades de Lazer Associadas 31-F

F8 – Saúde – Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico 32-F

F9 – Agro-Indústrias – Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas 35-F

F10 – Moda – Têxteis, Vestuário e Calçado 39-F


DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F1 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 1

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
INR – Instituto Nacional dos Resíduos Nº de actores
INAG – Instituto Nacional da Água – Vários; pouco
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia cooperativos; por
DGE – Direcção-Geral da Empresa vezes concorrentes
Governo e
DREs – Direcções Regionais
Administração
ADENE – Agência para a Energia Questões
Pública
RENAE – Rede Nacional de Agências de Energia tecnológicas e
IPQ – Instituto Português da Qualidade científicas com
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial ligação ao ambiente
AdI – Agência de Inovação – Com importância
API – Agência Portuguesa de Investimento determinante na
Organizações não Governamentais tomada de
Consumidores decisões.

Reguladores ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Nível de


AEP – Associação Empresarial Portuguesa intervenção da UE e
AIC – Associação dos Industriais de Cristalaria Nacional
AIMinho – Associação Industrial do Minho – elevado;
AIP – Associação Industrial portuguesa instrumentos
AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos legislativos,
e Afins de Portugal regulação,
ANEMM – Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e incentivos
Electromecânicas financeiros,
AIVE – Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem incentivos fiscais.
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
Associações Integração de
APE – Associação Portuguesa de Energia
Empresariais Políticas
APETRO – Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas
APICER – Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica – em franco
APIGEE – Associação Portuguesa de Grandes Consumidores de progresso
Energia Eléctrica
BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável
CELPA – Associação da Indústria Papeleira
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa
COGEN Portugal – Associação Portuguesa de Cogeração
COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação
Laboratórios
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
do Estado
Centros CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica
Tecnológicos CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro
Centrais Térmicas (CT)
CT Pego (carvão) – Tejo Energia Nº de actores
CT Sines (carvão) – CPPE / Grupo EDP – Poucos e coesos.
CT Ribatejo (CCGT) – CPPE / Grupo EDP
CT Tapada do Outeiro (CCGT) – Turbogás Questões
CT Carregado (fuelóleo) – CPPE/ Grupo EDP tecnológicas e
Sector CT Barreiro (fuelóleo) – CPPE/ Grupo EDP científicas com
Electroprodu- CT Setúbal (fuelóleo) – CPPE/ Grupo EDP ligação ao ambiente
tor CT Porto Santo (fuelóleo) – EEMadeira – Com importância
pertencente CT Vitória (fuelóleo) – EEMadeira determinantes na
ao CELE CT Santa Bárbara (fuelóleo) – EAçores tomada de
CT Belo Jardim (fuelóleo) – EAçores decisões;
CT Caldeirão (fuelóleo) – EAçores alterações com
CT Pico (fuelóleo) – EAçores efeitos no longo
CT Caniçal (fuelóleo) – Atlantic Islands Electricity prazo.
CT Tunes (gasóleo) – CPPE/ Grupo EDP
Centrais de Co-geração (CG)
Climaespaço – Soc. Prod. e Dist. Urbana Energia Térmica

5-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos (continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

Refinação Refinarias
Nº de actores
CELE Refinaria de Sines – Petrogal (GALP Energia)
– Muito poucos e
Refinaria do Porto – Petrogal (GALP Energia)
coesos.
Centrais de Co-geração (CG)
SOPORGEN - Grupo Portucel/Soporcel
Prado Energia
ENERPULP – Setúbal – Grupo Portucel Nº de actores
ENERPULP – Lavos – Grupo Portucel – Poucos e coesos.
ENERPULP – Cacia – Grupo Portucel
Portucel Viana Energia Questões
SPCG tecnológicas e
Caima Energia (Constância) científicas com
Produção Integrada de Pasta e Papel ligação ao ambiente
SOPORCEL – Com importância
Produção de pasta determinantes na
CELBI – Celulose Beira Industrial tomada de
PORTUCEL – Setúbal decisões;
PORTUCEL – Cacia alterações com
PORTUCEL Tejo efeitos no longo
CAIMA (Constância) prazo.
Produção de papel
Indústrias da Manuel José de Oliveira & Cª
Pasta e Papel NISA – Ind. Transf. de Celulose e Papel
CELE e PCIP Comp. De Cartões do Cávado
Soc. Transf. de Papéis Vouga
Fapovar – Fáb. Papel de Ovar
Fáb. de Papel e Cartão da Zarrinha
Oliveira Santos & Irmão
Fapajal
PORTUCEL – Setúbal
PORTUCEL – Viana
CPK – Comp. Prod. Papel Kraftsack
Luís Santos & Monteiro
RENOVA – Almonda
Joaquim Mariz de Carvalho & CA
Fáb. de Papel da Lapa
Papeleira Portuguesa
Cemopol Celuloses Moldadas portuguesas
Gopaca – Fáb. de Papel e Cartão
Prado – Cartolinas da Lousã
Prado Karton – Comp. de Cartão
Ilhavense – Soc. Ind. de Papel
Fapulme – Fáb. de Papel de Ulme
SECIL
CIMPOR – Alhandra Nº de actores
CIMPOR – Loulé – Poucos e coesos;
CIMPOR – Souselas predomínio de
Indústrias do CMP – Cimentos Maceira e Pataias – Liz empresas de capital
Cimento CELE CMP – Cimentos Maceira e Pataias – Pataias estrangeiro.
e PCIP Microlime – Prod. Cal e Derivados
Calcidrata – Ind. de Cal
Manuel Piedade Baptista e Irmão
Lusical
SECIL Martingança
CIMPOR – Fáb de Cal Hidráulica de cabo Mondego
Nº de actores
Siderurgia LUSOSIDER – Aços Planos – Muito poucos;
CELE e PCIP SN Seixal empresas de capital
SN Maia estrangeiro.

6-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos (continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Saint-Gobain Glass Portugal, Vidro Plano Nº de actores
Saint-Gobain Mondego – Poucos;
Indústrias da Ricardo Gallo – Vidro de Embalagem diversificados;
Vidro CELE e Santos Barosa Vidros predomínio de
PCIP BA – Fábrica de Vidros Barbosa e Almeida empresas de capital
Sotranco, embalagem de vidro estrangeiro;
Dâmaso – Vidros de Portugal centrados na região
Crisal – Cristalaria Automática Centro
LUSOCERAM – Empreendimentos Cerâmicos
INACER – Ind. Nacional de Cerâmica Nº de actores
Indústrias da BARVEL – Emp. Cerâmica de Barro Vermelho – Bastantes;
Cerâmica Ceticerâmica – Ind. Cerâmica Portuguesa PMEs;diversificado;
CELE e PCIP Fábricas Mendes Godinho pouco coesos;
SANITANA centrados na região
LUSOTELHA Centro.
....
Produção, Transporte, Distribuição e Comercialização de Energia
Eléctrica Nº de actores
REN – Redes Energéticas Nacionais – Poucos, mas em
REN Rede Eléctrica Nacional expansão; grandes
Grupo EDP empresas.
EDP Distribuição
EDP Cogeração
EDP Comercial
Enernova
EDP Produção Bioeléctrica
EDP Corporate
Iberdrola Comercialização de Energia, Lda
Endesa Energia, S.A
Union Fenosa Comercial, SL
Sodesa – Sonae Comercialização de Energia
...
Importação, Recepção e Armazenagem, Transporte e Distribuição de
Gás Natural
REN – Redes Energéticas Nacionais
REN Armazenagem
REN Atlântico
REN Gasodutos
Outras Grupo EDP
empresas do EDP Gás, SGPS
sector de Portgás
Oferta de Setgás
Energia Elcogás
Beiragás
Dianagás
Dourogás
Duriensegás
Lisboagás
Lusitâniasgás
Medigás
Paxgás
Tagusgás

Produção, Transporte, Distribuição e Comercialização de Produtos


Petrolíferos
PETROGAL (GALP Energia)
GALPGESTE – Gestão de Áreas de Serviço
BP Portugal
BP GEST24 – Exploração de Lojas de Conveniência
ESSO Portuguesa
CEPSA
TOTAL Portugal
Shell
AGIP
...

7-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 1 – Actividades Intensivas em Energia e Outros Recursos (continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Saint Gobain Sekurit Portugal – Vidro Automóvel
Outras
VVA – Vista Alegre Atlantis
grandes
ROCA – Cerâmica e Comércio Nº de actores
empresas
GROHE Portugal – Componentes Sanitários – Vários; predomínio
Exportadoras
CINCA – Comp. Industrial de Cerâmica de empresas de
(com
SANINDUSA – Indústria de Sanitários capital estrangeiro.
projecção
REVIGRÉS
internacional)
RECER
...
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
Institutos de INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Nº de actores
novas do Porto – Vários; com
tecnologias e INOVA – Instituto de Inovação da UNL crescente
centros de IPN – Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e dinamismo.
transferência Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia
de tecnologia ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade
RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel
TecMinho – Associação Universidade Empresa para o
Desenvolvimento

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Nº de actores


ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto – Vários; espalhados
Universidades
ADFCUP – Associação para o Desenvolvimento da Faculdade de pelo país.
e Institutos
Ciências do Porto
ligados a
projectos de
Universidade de Aveiro
inovação na
área da
CEEETA – Centro de Estudos em Economia de Energia dos
Energia e
Transportes e do Ambiente do ISEG/UTL
Ambiente
DINÂMIA – Centro de Estudos do ISCTE
FCT/UNL – Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente
IST – Instituto Superior Técnico
IST IN+ – Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de
Desenvolvimento do IST
Energia
GALP/ PETROGAL – Petróleos de Portugal, S.A
REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. Nº de actores
LABELEC, SA – Grupo EDP – Vários.
INTERG – Instituto de Energia
Algumas AC+COGER – Sociedade Portuguesa de Cogeração, Lda.
Empresas com EFACEC – Sistemas de Electrónica S.A
projectos de EFACEC Energia – Máquinas e Equipamentos Eléctricos, S.A
inovação na
área da Pasta e papel
Energia e Grupo PORTUCEL/SOPORCEL
Ambiente
Cerâmica
POCERAM – Produtos Cerâmicos, S.A.
CERISOL – Isoladores Cerâmicos, S.A.
Rauschert Portuguesa - Porcelanas Técnicas, Lda.
MAQUICERAM – Máquinas para Cerâmica, S.A

Fontes: Com base em PNALE I e II; Revista Exame, 500 Maiores; AdI; AmbienteOnline, Directório de Empresas.

8-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F2 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 2


Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com
características especiais (Indústria Química Pesada e Plásticos e Borracha)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
INR – Instituto nacional dos Resíduos Nº de actores
INAG – Instituto Nacional da Água – Vários; pouco
DGGE - Direcção-Geral de Geologia e Energia cooperativos; por
Governo e
DGE – Direcção-Geral da Empresa vezes concorrentes
Administração
DREs – Direcções Regionais
Pública
IPQ – Instituto Português da Qualidade
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial Questões
AdI – Agência de Inovação tecnológicas e
API – Agência Portuguesa de Investimento científicas com
Organizações não Governamentais ligação ao ambiente
– Com importância
Consumidores
determinantes na
Reguladores AC – Autoridade da Concorrência tomada de
ADETTI – Associação para o Desenvolvimento das Telecomunicações decisões.
e Técnicas de Informática
AEP – Associação Empresarial Portuguesa
AIP – Associação Industrial portuguesa Nível de
APCER – Associação Portuguesa de Certificação intervenção da UE e
APE – Associação Portuguesa de Energia Nacional
APEQ – Associação Portuguesa de Empresas Químicas – elevado;
APFTV – Associação Portuguesa de Fabricantes de Tintas instrumentos
APIGEE – Associação Portuguesa de Grandes Consumidores de legislativos,
Associações regulação,
Energia Eléctrica
Empresariais incentivos
APIP – Associação Portuguesa de Indústrias de Plásticos
BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento financeiros,
Sustentável incentivos fiscais.
CEFAMOL – Associação Nacional de Indústrias dos Moldes
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa Integração de
COGEN –Portugal – Associação Portuguesa de Cogeração Políticas
COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação – em progresso
PRODEQ – Associação para o Desenvolvimento da Engenharia
Química
Laboratórios INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
de Estado LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Centros
CENTINFE – Centro Tecnológico da Indústria dos Moldes
Tecnológicos

Indústrias grandes consumidoras de energia e outros recursos Nº de actores


BAMISO – Poucos; grandes
Selenis Energia empresas.
GAPL Power (Carriço)
REPSOL – Prod. de Electricidade e Calor, ACE Questões
tecnológicas e
Indústrias
Indústrias com grandes instalações de combustão científicas com
CELE e PCIP
QUIMIGAL ligação ao ambiente
do Sector
Continental Mabor – Com importância
Químico
ADP – Adubos de Portugal (Alverca) determinantes na
DOW Portugal tomada de
AP – Amoníaco de Portugal (Lavradio) decisões;
alterações com
Outras grandes empresas efeitos no médio
CIRES – Resinas Sintéticas prazo.

9-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com


características especiais (Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
(Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

Borealis Nº de actores
Solvay – Poucos; predomínio
Bayer de empresas de
COLEP CCL capital estrangeiro.
Tyco Electronics – Componentes Electromecânicos
CIN – Corporação Industrial do Norte Questões
Tintas ROBBIALAC tecnológicas e
Soc. Portuguesa de Ar Líquido científicas com
SIMOLDES – Plásticos ligação ao ambiente
IBEROMOLDES – Com importância
VAN GEST determinantes na
GASIN – Gases Industriais tomada de
SAPEC-AGRO decisões;
Outras
INTRAPLAS – Ind. Transf. de Plásticos alterações com
empresas
INPLÁS – Indústrias de Plásticos efeitos no médio
PLATAZE – Plásticos de Azeméis prazo.
POLIAZE – Reciclagem de Plásticos
FERRO – Indústrias Químicas
EURORESINAS
LOGOPLASTE
MAPKEY Plásticos
RESPOL – Resinas Sintéticas
PLASDAN – Máquinas para Plásticos
TECMOLDE – Centro Técnico de Moldes para Plásticos
GECO – Gabinete Técnico e de Controlo de Moldes em Fabricação
TJ Moldes
CAD 3D

AEMITEQ – Associação para a Inovação Tecnológica e Qualidade Nº de actores


Institutos de
ICTPOL – Instituto de Ciência e Tecnologia dos Polímeros – Vários; com
novas
IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação crescente
tecnologias e
Tecnológica do Minho dinamismo.
centros de
INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
transferência
do Porto
de tecnologia
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade

TecMinho – Associação Universidade Empresa para o


Desenvolvimento
Universidade do Minho Nº de actores
– Vários;
espalhados pelo
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto país.
Universidades Laboratório de Química Inorgânica Pura e Aplicações
e Institutos Interdisciplinadres da Universidade do Porto
ligados a
projectos de Universidade de Aveiro
inovação nas
áreas da INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
Processo e IBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
Ambiente Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
PIEP Associação – Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros
Centro de Química Estrutural da Universidade Técnica de Lisboa
Instituto de Biologia e Tecnologia Química
Centro de Química Fina e de Biotecnologia da Universidade de Lisboa

Universidade do Algarve

10-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 2 – Actividades Intensivas em Energia e Produção de Resíduos com


características especiais (Indústria Química pesada e Plásticos e Borracha)
(Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

PETROGAL – Petróleos de Portugal, S.A


QUIMIGAL – Química de Portugal Nº de actores
CIRES – Companhia Industrial de Resinas Sintéticas, S.A – Vários.
TECNIMOPLAS – Indústria Técnica de Moldes, Lda.
VETROPLÁS – Indústria de Transformação de Polímeros, Lda.
ISAR – Rakoll Chemie Portuguesa, S.A.
Lima & Resende, Lda.
LORCOL – Indústria de Colas e Produtos Químicos, Lda.
F. Lima, S.A.
Têxtil Manuel Gonçalves, S.A.
INDINOR – Indústrias Químicas, S.A.
Algumas NECTON – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, S.A.
Empresas com PROBOS – Resinas e Plásticos, S.A.
projectos de PARALAB – Equipamentos Industriais e de Laboratório, Lda.
inovação FIBOPE Portuguesa – Filmes Biorientados, S.A
PLASFIL – Plásticos da Figueira, S.A
DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e Desenvolvimento, Lda
CCG – Centro de Computação Gráfica
3D-TECH – Produção, Optimização e Reengenharia, Lda
MOLIPOREX – Moldes Portugueses, Importação Exportação, S.A
EURORESINAS, S.A
3D-TECH – Produção, Optimização e Reengenharia, Lda
AMORIM Industrial Solutions – Industria de Cortiça e Borracha, S.A
IBER-OLEFF – Componentes Técnicos de Plástico, S.A
CIN – Corporação Industrial do Norte, S.A
BARBOT – Indústria de Tintas, S.A

Fontes: Com base em PNALE I e II; Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a
globalização.

11-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F3 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 3


Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não
energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do
Mar e Oceano)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

IA – Instituto do Ambiente Nº de actores


INR – Instituto Nacional dos Resíduos – Vários; pouco
INAG – Instituto Nacional da Água cooperativos; por
CBE – Centro de Biomassa para a Energia vezes concorrentes
IPIMAR – Instituto de Investigação das Pescas e do Mar
INIAP – Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia Questões
Governo e
DGE – Direcção-Geral da Empresa tecnológicas e
Administração
DREs – Direcções Regionais científicas com
Pública
ADENE – Agência para a Energia ligação ao ambiente
EDV Energia – Entre Douro e Vouga Agência de Energia – Com importância
RENAE – Rede Nacional de Agências e Energia determinantes na
IPQ – Instituto Português da Qualidade tomada de
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial decisões.
AdI – Agência de Inovação
API – Agência Portuguesa de Investimento
Nível de
Organizações não Governamentais intervenção da UE e
Consumidores Nacional
– elevado;
Reguladores ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos instrumentos
legislativos,
AEP – Associação Empresarial Portuguesa regulação,
AIC – Associação dos Industriais de Cristalaria incentivos
AIMinho – Associação Industrial do Minho financeiros,
AIP – Associação Industrial portuguesa incentivos fiscais.
AIVE – Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
APE – Associação Portuguesa de Energia Integração de
APICER – Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica Políticas
APIGEE – Associação Portuguesa de Grandes Consumidores de – Fraca
Energia Eléctrica
Associações APREN – Associação Portuguesa de Produtores Independentes de
Empresariais Energia Eléctrica de Fontes Renováveis
AP2H2 – Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio
ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores,
Granitos e Ramos Afins
BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável
CELPA – Associação da Indústria Papeleira
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa
COGEN Portugal – Associação Portuguesa de Cogeração
COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação
SPES – Sociedade Portuguesa de Energia Solar

INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial


Laboratórios
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
de Estado e
Marinha Portuguesa – Navios de Investigação Científica / Plataformas
afins
de Aquisição de Dados Marinhos

CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização


Centros das Rochas Ornamentais e Industriais
Tecnológicos CTCOR – Centro Tecnológico da Cortiça
CTIMM – Centro Tecnológico da Indústria da Madeira e do Mobiliário

12-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do
Mar e Oceano) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Indústrias grandes consumidoras de energia e outros recursos
Nº de actores
Centrais Térmicas (CT) – Vários.
CT Mortágua ( biomassa) – O&M Serviços
Centrais de Co-geração (CG) Questões
SIAF – Socied.de Iniciativa e Aproveitamentos Florestais tecnológicas e
(biomassa) científicas com
ENERCAIMA – Produção de Energia (biomassa) ligação ao ambiente
ENERBEIRA – Recursos Energéticos (biomassa) – Com importância
Indústrias
SONAE INDÚSTRIA – Prod. e Comerc. de Derivados de Madeira determinantes na
CELE e PCIP
(biomassa) tomada de
decisões;
Adelino Duarte da Mota- Unidade de Cogeração (Extracção de alterações com
matéria mineral) efeitos no médio
prazo.
Indústrias com grandes instalações de combustão
Luso Finsa – Ind. e Com. de Madeiras
JOMAR – Madeiras e Derivados

Outras
Nº de actores
grandes Amorim & Irmãos
– Poucos; grandes
empresas do Amorim Revestimentos
empresas; com
Sector Corticeira Amorim Indústria
predomínio no
Agroflorestal
mercado mundial.

Produção de Electricidade de Fonte Renovável Nº de actores


Solar Fotovoltaica – Vários; em
COEPTUM expansão.
SOLARCITY
FF Sistemas Questões
AMPER Central Solar tecnológicas e
Catavento científicas com
Hídrica ligação ao ambiente
EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A – Com importância
Empresas de EDIA determinantes na
Produção de Grupo GENERG tomada de
Energias Grupo ENERSIS decisões;
Renováveis Hidrocentrais Reunidas alterações com
Energias Hidroeléctricas efeitos no médio,
TMG longo e muito longo
Grupo HIDROERG prazos.
SHN
Hidroeléctrica da Boavista
EHATB
Resíduos e Biomassa
VALORSUL
LIPOR
EDP – Produção Bioeléctrica

13-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do
Mar e Oceano) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Produção de Electricidade de Fonte Renovável (continuação)
Eólica
ENERNOVA
Grupo GENERG Nº de actores
Grupo ENERSIS – Vários; em
Grupo SIIF expansão.
Monte dos Vendavais
Energiekontor Questões
Finerge tecnológicas e
Tecneira científicas com
SEE ligação ao ambiente
Gamesa – Com importância
Renergys determinantes na
Eólica da Boneca tomada de
EEVM decisões;
Enervento alterações com
Empresas de
MARTIFER Energia efeitos no médio,
Produção de
Repower Portugal longo e muito longo
Energias
MziMEGAWATT prazos.
Renováveis
Anywind-Reetec
(continuação)
...
Geotérmica
8 Centrais nos Açores (S. Miguel, Terceira, Faial, Pico, S. Jorge,
Graciosa, Flores e Corvo)
Ondas(projectos experimentais)
Central do Pico
Central da Foz do Douro (em curso)
Células de Combustível (projectos experimentais)
AGNI
SRE – Soluções Racionais de Energia
Produção de Calor com Energia Renovável
Solar Térmica
SET – Sociedade de Engenharia e Transformação, S.A
Ao Sol – Energias Renováveis
METALECEIA – Metalomecânica Industrial, Lda.
Geotérmica
Termas de S. Pedro do Sul e Lisboa
Minérios metálicos
SOMINCOR – Sociedade Mineira de Neves-Corvo, S.A (Grupo Nº de actores
Eurozinc; Prospecção e pesquisa de pirites – cobre, zinco, chumbo – Vários; de capital
e estanho) estrangeiro; em
Pirites Alentejanas (Grupo Eurozinc; Prospecção e pesquisa de expansão;
pirites obre, zinco, chumbo e estanho; Aljustrel) espalhados pelo
Beralt Tin & Wolfram Portugal, S.A (Prospecção e pesquisa de país.
minérios de estanho e tungsténio; Panasqueira)
Empresas
EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro (Prospecção e
Mineiras
Pesquisa de Urânio; Recuperação ambiental das minas; Urjeiriça)
Iberian Resources (Prospecção de ouro; Montemor-o Novo)
Kernow Mining (Prospecção de ouro; Gralheira e Limarinho na
região Norte)
Minérios não metálicos
Grupo Adelino Duarte da Mota (Felmica e Mota Mineral; Prospecção
e pesquisa de quartzo, feldspato e argilas)
Saibrais (Prospecção e pesquisa de quartzo, feldspato e argilas)
Onshore
Mohave (Aljobarrota e Torres Vedras) Nº de actores –
Offshore Várias companhias
Mohave Oil and Gas Co. (Atlântico Zona Centro de Portugal internacionais com
Empresas de Taurus (Atlântico Norte de Portugal) concessões; com
Pesquisa de Repsol (Algarve / Atlântico Zona Sudeste de Portugal) crescente
Petróleo Deep-Offshore dinamismo.
Repsol-RWE (Algarve / Atlântico Zona Sudeste de Portugal)
Hardman Resources Lta (Atlântico Zona Sudoeste de Portugal; em
adjudicação à data de Outubro de 2006)

14-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do
Mar e Oceano) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Agroflorestal
ICTPOL – Instituto de Ciência e Tecnologia dos Polímeros
Institutos de INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial Nº de actores
novas INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e – Vários; com
tecnologias e Computadores do Porto crescente
centros de IPN – Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e dinamismo.
transferência Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia
de tecnologia RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel
Mar e Oceanos
IBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
Agroflorestal
ISA – Instituto Superior de Agronomia
INIA – Instituto Nacional de Investigação Agrária
ICAT – Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da FCUL Nº de actores
IST – Instituto Superior Técnico – Vários;
Instituto Politécnico de Bragança espalhados pelo
Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade país.
Nova de Lisboa
Universidade de Aveiro

Extracção de Materiais
INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
IST – Instituto Superior Técnico
Universidade de Aveiro

Energias Renováveis
IST – Instituto Superior Técnico
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
LAFS – Laboratório de Aplicações Fotovoltaicas e Semicondutores

Mar e Oceanos
CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e
Universidades
Ambiental da Universidade do Porto
e Institutos
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
ligados a
CZCM – Centro das Zonas Costeiras e do Mar da Universidade de
projectos de
Aveiro
inovação em
Instituto do Mar da Universidade de Coimbra
diversas áreas
IST – Instituto Superior Técnico
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica
IMAR – Instituto do Mar
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica
Portuguesa
Centro de Oceanografia da Universidade de Lisboa
Laboratório Marítimo da Guia – Imar – da Universidade de Lisboa
Maretec – Centro de Ambiente e Tecnologia marítimos da
Universidade Técnica de Lisboa
Unidade de Investigação em Eco-Etologia do Instituto Superior de
Psicologia Aplicada
Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente da Universidade do
Algarve
Centro de Ciências do Mar do Algarve
Centro de Modelação Ecológica – Imar – da Universidade do
Algarve
CIMA – Centro de Investigação Marinha e Ambiental da
Universidade do Algarve
Centro do Instituto do Mar da Universidade dos Açores
Departamento de Oceanografia da Universidade dos Açores
Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores

15-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 3 – Actividades ligadas à utilização de recursos primários energéticos e não


energéticos (Utilização da Floresta, Produção de Energias Renováveis e Exploração do
Mar e Oceano) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

Agroflorestal
ERENA – Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, Lda. Nº de actores
Viveiros Jorge Bohm – Plansel – Vários.
ARTESIS – António Armindo da Silva Oliveira
Azevedos Indústrias, S.A.
CASCA – Sociedade de Revestimentos, S.A
EURORESINAS – Indústrias Químicas, S.A
FREZITE – Ferramentas de Corte, S.A.
Carmo, Lda.
VINOCOR – Indústria de Cortiça, Lda.
Subercentro Cortiças, Lda.
INFEIRA – Gabinete de Consultadoria,
Subercor
Woodtech – Consultoria e Interm. Tecnológica para as Indústrias
dos Produtos Florestais, Lda
Datelka – Engenharia e Sistemas, Lda
3D-TECH – Produção, Optimização e Reengenharia, Lda
AMORIM Industrial Solutions – Industria de Cortiça e Borracha, S.A
Amorim & Irmãos

Extracção de Materiais
FREZITE – Ferramentas de Corte, S. A.
DURIT – Metalúrgica Portuguesa de Tungsténio, Lda
MARMETAL – Mármores e Materiais de Construção, S.A.
Algumas
PEDRAMOCA – Sociedade Extractiva de Pedra, Lda.
Empresas com
projectos de
Mar e Oceanos
inovação
APS – Administração do Porto de Sines, S.A.
APDL – Administração dos Portos do Douro e Leixões, S.A.
RINAVE – Registo Internacional Naval, S.A.
CONAFI – Construção Naval de Fibras, S.A.
NECTON – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, S.A.
Maçarico S.A

Eólicas
4 Eolic – Novas Energias

Solar Térmica
SET – Sociedade de Engenharia e Transformação, S. A.
Ao Sol – Energias Renováveis
METALECEIA – Metalomecânica Industrial, Lda.

Solar Fotovoltaica
Amper Central Solar S. A.

Células de Combustíveis
SRE – Soluções Racionais de Energia
AGNI

Ondas
ENERSIS

Fontes: Com base em PNALE I e II; Revista Exame, 500 Maiores; AdI; APREN; DPP (2003), Portugal, o litoral e
a globalização; AmbienteOnline, Directório de Empresas; Revista Ingenium, nº 93, Maio/Junho 2006.

16-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F4 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 4

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
INR – Instituto Nacional dos Resíduos Nº de actores
INAG – Instituto Nacional da Água – Vários; pouco
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia cooperativos; por
DGE – Direcção-Geral da Empresa vezes concorrentes;
Governo e DREs – Direcções Regionais alguma cooperação
Administração ADENE – Agência para a Energia entre as
Pública RENAE – Rede Nacional de Agências e Energia associações da
IPQ – Instituto Português da Qualidade Construção.
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial
ADI – Agência de Inovação Questões
API – Agência Portuguesa de Investimento tecnológicas e
Câmaras Municipais científicas com
Organizações não Governamentais ligação ao ambiente
– Com importância
Consumidores crescente na
tomada de
Reguladores IRAR – Instituto Regulador de Água e Resíduos decisões;
AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas percepcionada
AEP – Associação Empresarial Portuguesa como nova
AEPSA – Associação das Empresas portuguesas para o Sector do oportunidade de
Ambiente mercado.
AFCAL – Associação de Fabricantes de Embalagens de Cartão para
Alimentos Líquidos Nível de
AICCOPN – Associação de Industriais de Construção Civil e Obras intervenção da UE e
Públicas Nacional
AIP – Associação Industrial portuguesa – baixo;
AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos instrumentos
e Afins de Portugal legislativos,
ANEMM – Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e incentivos
Electromecânicas financeiros.
ANEOP – Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas
Associações Integração de
ANR – Associação Nacional dos Resíduos
Empresariais Políticas
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de - Fraca
Construção
APE – Associação Portuguesa de Energia
APEMETA – Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias
Ambientais
APETRO – Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas
APPC – Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores
Associação de Urbanistas Portugueses
BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável
CEFAMOL – Associação Nacional da indústria dos Moldes
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa
SPES – Sociedade Portuguesa de Energia Solar
UNIOIL – Associação dos Operadores de Gestão dos Óleos Usados
Ordem dos Engenheiros
Associações
Ordem dos Arquitectos
Profissionais
ANET – Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos
Laboratórios INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
de Estado LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Centros
CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica
Tecnológicos
Empresas de
EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa
Urbanização

17-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
AdP – Águas de Portugal, SA Nº de actores
Águas da Figueira, SA – Poucos.
Águas de Gaia, EM
Águas do Algarve, SA Questões tecnológicas
Águas do AVE e científicas com
Águas do Cávado, SA ligação ao ambiente
Águas do Centro – Com importância
Águas do Centro Alentejo, SA determinante na
Águas do Douro e Paiva, SA tomada de decisões;
Águas do Norte Alentejano alterações com efeitos
Águas do Oeste, SA no curto e médio
Águas do Sado, SA prazo.
Empresas de
Aquaambiente
Água
Aqualogus – Consultores de Hidráulica e Recursos Hídricos, Lda
EDIA, SA
ETARs
FOCSA – Serviços de Saneamento de Portugal, SA
INDÁQUA – Indústria e Gestão de Águas, SA
LUSÁGUA – Gestão de Águas, SA
PRIDESA – Tratamento de Águas e Resíduos, SA
SANEST – Saneamento da Costa do Estoril, SA
SETH – Soc. Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos, Lda
SIMARSUL – Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais
da Península de Setúbal, SA
SIMLIS – Saneamento Integrado dos Municípios do Lis, SA
Gestão de Resíduos
SPV – Sociedade Ponto Verde (Embalagens)
VALORMED (Embalagens com Medicamentos)
ECOPILHAS – Soc. Gestora de Resíduos de Pilhas e
Acumuladores
VALORCAR – Soc. de Gestão de Veículos em Fim de Vida
VALORPNEU – Soc. Gestora de Pneus Usados
AMB3E – Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e
Electrónicos
ERP Portugal – Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos
e Electrónicos
Empresas de SOGILUB – Soc. De Gestão Integrada de Lubrificantes Usados
Reciclagem e VALORFITO – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e
Tratamento de Resíduos da Agricultura
Resíduos RECIPOR – Recuperação e Valorização de Resíduos, SA
Auto-Vila, SA
ALGAR – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, As
Vidrologic – Gestão de Resíduos e Ambiente
CIRVER – Centros Integrados para a Reciclagem e Eliminação
de Resíduos (Res. Industriais Perigosos)
Rib Tejo
Resi Tejo
Unidades de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos
VALORSUL
LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de resíduos do
Grande Porto
Grandes MOTA-ENGIL Nº de actores
empresas do TEIXEIRA DUARTE – Poucos.
sector da SOARES DA COSTA Questões tecnológicas
Construção SOMAGUE e científicas com
(vocacionadas CME ligação ao ambiente
para áreas do ZAGOPE – Com importância
ambiente e OPCA crescente na tomada
internacionali- EDIFER de decisões;
zação) COBA alterações com efeitos
MARTIFER no médio prazo.

18-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Construtora do Tâmega
Tecnovia Nº de actores
Tecnovia-Madeira – Várias; PMEs com
Avelino Farinha & Agrela pequena dimensão
Somague Madeira para aposta em
Somague Ediçor mercados externos.
LENA Engenharia e Construções
MSF – Moniz da Maia, Serra & Fortunato
Monte & Monte Questões
Abrantina tecnológicas e
Bento Pedroso científicas com
Soc. De Empreitadas Adriano ligação ao ambiente
Soc. Construções H.HAGEN – Ainda incipientes;
MECI – Montagens Eléctricas Civis e Industriais alterações com
Tecnasol –FGE – Fundações e Geotecnia efeitos no médio e
Conduril – Const. Duriense longo prazo.
Alves Ribeiro
Rosas – Construtores
ETERMAR – Emp. Obras Terrestres e Marítimas
Alberto Martins de Mesquita Filhos
SOPOL
Outras
Teodoro Gomes Alho & Filhos
empresas do
Construções Gabriel A.S. Couto
sector da
Eusébios & Filhos
Construção
Transmetro, ACE
Empreits Casais de António Fernandes da Silva
NOVOPCA
VIATEL – Tecnologia de Comunicações
Domingos da Silva Teixeira
Amândio Carvalho
Manuel Rodrigues Gouveia
Construtora San Jose
ENSUL – Empreendimentos Norte e Sul
OBRECOL
HCI – Construções
Edificadora Luz & Alves
OBRIVERCA
Marques
J. Gomes
Montiterras
FDO – Construções
PAVIA – Pavimentos e Vias
A Santos – Emp. Industriais e Turísticos
CONTACTO
Ramalho Rosa Cobetar
...

Imoretalho – Gestão de Imóveis


Parque Expo 98 Nº de actores
SGAL – Soc. Gestora da Alta de Lisboa – Vários.
Imobiliária Multidevelopment Corporation Portugal
Gerium – Promoção e Construção Imobiliária
...

19-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Nº de actores
– Vários; predomínio
de empresas com
capital estrangeiro,
entre as grandes
empresas.

Questões
VULCANO – Termo-domésticos tecnológicas e
EUGSTER & FRISMAG-Electrodomésticos científicas com
MARTIFER – Construções Metalomecânicas ligação ao ambiente
Metalomecâ-
INDESIT Company Portugal – Electrodomésticos – Com bastante
nicas
IBEROMOLDES importância na
SIMOLDES tomada de
PLASDAN decisões,
... designadamente no
que respeita à
maior eficiência
energética dos
equipamentos;
alterações com
efeitos no médio
prazo.

Tratamento de Efluentes e Resíduos Nº de actores


AESBUC – Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da – Vários; com
Institutos de Universidade Católica crescente
novas INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial dinamismo.
tecnologias e Construção
centros de INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
transferência IPN – Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e
de tecnologia Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade
UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias

Tratamento de Efluentes e Resíduos Nº de actores


Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica – Vários.
Portuguesa
IDAD – Instituto do Ambiente e Desenvolvimento
INEB – Instituto Nacional de Engenharia Biomédica
Universidade de Aveiro
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica
Universidades ISA – Instituto Superior de Agronomia
e Institutos
ligados a Construção
projectos de FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
inovação INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
UMA – Universidade da Madeira
IC – Instituto de Construção
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica
IST – Instituto Superior Técnico
Universidade do Minho
Centro de Estudos de Arquitectura da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra

20-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 4 – Infra-estruturas Básicas de Ambiente, Actividades Industriais Transversais e


Serviços Associados (Reciclagem, Tratamento de água e efluentes, Construção,
Metalomecânicas, Imobiliária) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina Nº de actores
Algumas SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana de Lisboa Ocidental (Belém, – Vários; expressão
Empresas de Ajuda e Alcântara) ainda ténue; mais
Reabilitação SRU, Sociedade de Reabilitação Urbana de Lisboa Oriental (Beato, centrados em Lisboa...
Urbana Marvila, Santa Maria dos Olivais, São João)
...

Ambiente
SIA – Sociedade de Inovação Ambiental, Lda
WS ATKINS (Portugal) – Consultores e Projectistas Internacionais, Nº de actores
S.A. – Vários; expressão
NET – Novas Empresas e Tecnologias, S.A. ainda ténue.
B.E.M. – Biomateriais, Electrónica e Medicina, Lda.
SODEFAM – Sociedade de Defesa do Ambiente, S.A.
AC+COGER – Sociedade Portuguesa de Cogeração, Lda.
MDEMÁQUINA – Sistemas Industriais, Lda
TRATAVE – Tratamento de Águas Residuais do AVE, S.A

Construção
MARTIFER
STAP – Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas, S.A
Algumas
AMM – Alberto Martins Mesquita & Filhos, S.A
Empresas com
Junta Autónoma de Estradas
projectos de
LIZMUNDO – Materiais de Construção, Lda.
inovação na
FERSEQUE – Sociedade de Construções e Comércio, S.A.
área do
ETECLDA – Escr. Técnico de Eng. Civil, Lda.
Ambiente e
J. Gomes – Sociedade de Construções do Cavado, S.A.
Construção
CRUMAR – Comércio Internacional, Lda.
Fivitex Têxteis Técnicos, Lda.
APDL – Administração dos Portos do Douro e Leixões, S.A.
ENGIL, S.A
Maprel, Empresa de Pavimentos e Materiais Pré-Esforçados, Lda
Sika – Indústria Química, S.A
ZetaCorr Ser Tecn. Prev. Corrosão, Lda
A2P
PRÉGAIA, Sociedade de Pré-Fabricação, S.A
Civitest – Pesquisa de Novos Materiais para a Engenharia Civil, Lda
TE&M, Tecnologia e Engenharia de Materiais, S.A
Castros & Marques, Lda
VIDROPOL, S.A
Grupo Lena

Fontes: Com base em Revista Exame, 500 Maiores; Pássaro, M. Carlos (2006), Resíduos Sólidos, Fluxos
específicos e Sistemas Integrados de Gestão de Resíduos; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a globalização;
AmbienteOnline, Directório de Empresas; Revista Ingenium, nº 94, Julho/Agosto 2006.

21-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F5 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 5


Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento
intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
DGE – Direcção-Geral da Empresa Nº de actores
Governo e DREs – Direcções Regionais – Vários.
Administração IPQ – Instituto Português da Qualidade
Pública INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial Questões
AdI – Agência de Inovação tecnológicas e
API – Agência Portuguesa de Investimento científicas com
Organizações não Governamentais ligação ao ambiente
– Inerentes aos
Consumidores processos
ADETTI – Associação para o Desenvolvimento das Telecomunicações tecnológicos; com
e Técnicas de Informática importância
AEP – Associação Empresarial Portuguesa crescente na
AIP – Associação Industrial portuguesa tomada de
Associações ANETIE – Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de decisões.
Empresariais Informação e Electrónica
ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários Nível de
APCER – Associação Portuguesa de Certificação intervenção da UE e
COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação Nacional
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa – baixo;
Laboratórios instrumentos
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial legislativos,
de Estado
CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica incentivos
Centros financeiros.
CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas
Tecnológicos
Especiais e Plásticos
Integração de
Portus Park (Porto)
Políticas
Tech Park (Braga)
– Razoável
Tecmaia (Maia)
Parques de
ABAP – Beira Atlântico Parque (Cantanhede)
C&T e Pólos
Tecnopólo de Coimbra (Coimbra)
Tecnológicos
TagusPark (Oeiras)
LISPOLO – Pólo Tecnológico de Lisboa
Maden Park (Monte da Caparica)
SIEMENS
GRUNDIG – Sistemas de Electrónica Nº de actores
LEGRAND Electrica – Vários;
BOSCH Security Systems – Sists de Segurança predomínio de
EFACEC – Sistemas de Electrónica empresas
PHILIPS Portuguesa multinacionais.
Electromecânica Portuguesa PREH
SOTECNICA – Sociedade Electrotecnica Questões
Robert BOSCH tecnológicas e
FUJITSU SIEMENS Computers científicas com
Empresas de SOLBI – Soc. Luso Britânica de Informática ligação ao ambiente
material ISA – Instrumentação e Sistemas de Automação, Lda – Com importância
eléctrico, Cahapuz – Equipamentos para pesagem, Lda crescente na
electrónico e BHB – Sistemas de Controlo e Medida, Lda tomada de
de precisão CEGELEC – Instalações e Sistemas de Automação, AS decisões;
Blaupunkt alterações com
Leica efeitos no médio
Infineon prazo.
Visteon
Tyco Electronics
Alcatel
Epcos
Vishay
GE Power
Pioneer

22-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

EFACEC Energia – Máquinas e Equiptos Eléctricos


EFACEC Ambiente Nº de actores
Enervento – Energias renováveis – Vários; em
LABELEC, SA – Grupo EDP crescimento.
General Cable CELCAT – Energia e Telecoms
GASCONTROL Questões
FTG – Formação Tecnológica e Gás tecnológicas e
LINDE SOGÁS, Lda científicas com
SONDAR – Amostragens e tecnologias do Ar, Lda ligação ao ambiente
JVO – J. Ventura de Oliveira, Lda – Com importância
ELANOTEC – recursos Naturais e Energias Alternativas, SA crescente na
Atlas Seis – Cogeração, Lda tomada de
ALSTOM Portugal, SA decisões;
Ambicare Industrial – Tratamento de Resíduos, SA alterações com
Algarve Solar Lights efeitos no médio
Comel prazo.
Jayme da Costa, Mecânica e Electricidade, SA
Stab Ambiente
Eco-Oil
Ecoserviços
Equilibrium – Laboratório de controlo de qualidade e de processos,
Lda
Ambipolis – Técnicas Ambientais, SA
Arsol
Degrémont, SA
Empresas de Orm – Tecnologias e Ciência, Lda
Serviços de Carmona / Lobbe
Energia e Enterprise Project
Ambiente Intergraph
IT-GEO
NATURAUTA, Projectos de Ambiente e Lazer, Lda
Pisto 68
GKE II Investimentos e Projectos Ambientais, Lda
Prospectiva – Projectos, Serviços, Estudos, Lda
SARPonyx
Texto Portugal, Lda
Resopre, SA
Tratolixo – Tratamento de resíduos sólidos, EIM
Pedamb – Engenharia Ambiental, Lda
AGROLOGOS, Análise e Desenvolvimento de Espaços Verdes, Lda
AMBIminho – Ensaios e Análises Ambientais, Lda
Absorsor
Acustiprojecto – Gabinete de Engenharia Acústica, Lda
ZÓIA, Acções Ambientais, Lda
Desli – Organização de Campanhas de Sensibilização Ambiental, Lda
AGROLEICO – Laboratório de análises químicas e bacteriológicas, Lda
AGS – Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA
AMARSUL, SAS
IPA – Inovação e Projectos em Ambiente, lda
NÍVEL – Serviços Topográficos, Lda
Quimitécnica Ambiente, SAS
Rivaz Química, Lda
Ecoágua
SelfEnergy

23-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
MSFT – Software para Microcomputadores Nº de actores –
IT LOG – Logística e Gestão de Tecnologias de Informação Vários; predomínio
SIBS – Soc. Interbancária de Serviços de empresas
SAP Portugal multinacionais.
PT Contact – Telemarketing e Sistemas de Informação
EDINFOR – Sistemas Informáticos Questões
CPCIS tecnológicas e
Vodafone científicas com
Unisys ligação ao ambiente
Nokia – Com importância
Siemens crescente na
Serviços de
Alcatel tomada de
Informática e
NEC decisões;
Comunicação
CISCO alterações com
Motorola efeitos no médio
Microsoft prazo.
IBM
Altitude Software
Novabase
Oracle
TMN
Optimus
Edisoft
ENABLER
NORDECONSULT Lda
ACCENTURE – Consultores de Gestão Nº de actores
EFACEC Engenharia – Vários; em
EFACEC Ambiente crescimento.
EGF – Empresa Geral de Fomento, SA
Eco-Partner – Consultoria e Projectos Ambientais, SA Questões
Quartenaire Portugal tecnológicas e
Agri-Pro – Ambiente Consultores, SA científicas com
Serviços de
Ambientar – Consultores em Ambiente, Lda ligação ao ambiente
Consultoria
VISA Consultores, SAS – Com importância
GEOPLANO AHERNE – Consultores Geotécnicos, Lda crescente na
CERTIPROJECTO – Arquitectos e Engenheiros Consultores, Lda tomada de
ECOATLÂNTICO – Engenharia Ecológica, Lda decisões;
ECOPROGRESSO – Consultores em Ambiente e Desenvolvimento alterações com
ECOSSISTEMA – Consultores em Engenharia do Ambiente, Lda efeitos no médio
PROEGRAM – Projecto e Consultoria em Engenharia e Ambiente prazo.
Sair da Casca
AEMITEQ – Associação para a Inovação Tecnológica e Qualidade
AESBUC – Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Nº de actores
Universidade Católica – Vários; com
AIBILI – Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em crescente
Luz e Imagem dinamismo.
IBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
ICTPOL – Instituto de Ciência e Tecnologia dos Polímeros
Institutos de IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação
novas Tecnológica do Minho
tecnologias e INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
centros de INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
transferência do Porto
de tecnologia INOV – INESC Inovação – Instituto de Novas Tecnologias
INOVA – Instituto de Inovação da UNL
IPN – Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e
Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade
RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel
UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias

24-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Ambiente e Energia
ADDF – Associação para o Desenvolvimento do Departamento de Nº de actores
Física da Universidade de Coimbra – Vários;
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica emergentes.
Portuguesa
CEEETA – Centro de Estudos em Economia de Energia dos Questões
Transportes e do Ambiente do ISEG/UTL tecnológicas e
DINÂMIA – Centro de Estudos do ISCTE científicas com
FCT/UNL – Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente ligação ao ambiente
IDAD – Instituto do Ambiente e Desenvolvimento – Inerentes aos
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica processos
IST – Instituto Superior Técnico tecnológicos; com
IST IN+ – Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas importância
de Desenvolvimento do IST crescente na
tomada de
Engenharia e Produção Industrial decisões;
Universidade de Aveiro alterações com
PIEP Associação – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros efeitos no médio,
Universidade do Minho longo e muito longo
INEB – Instituto Nacional de Engenharia Biomédica prazos.
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
ADFCUP – Associação para o Desenvolvimento da Faculdade de
Ciências do Porto
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de
Lisboa
Universidades Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
e Institutos Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
ligados à Universidade de Coimbra
inovação ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica
SPR – Sociedade Portuguesa de Robótica

TIC e Electrónica
Instituto Politécnico de Bragança
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
INESC-ID
IST – Instituto Superior Técnico
Universidade de Aveiro
Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
Nova de Lisboa
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Universidade de Évora
ISEP – Instituto Superior de
ISEC – Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
Instituto de Telecomunicações – Pólo de Lisboa
Laboratório de Telecomunicações de Telemática
Centro de Excelência de Microelectrónica e Optoelectrónica de
Processos do UNINOVA
FCTUNL – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
Nova de Lisboa
ISR – Instituto de Sistemas e Robótica
Instituto Geográfico Português
Universidade Católica Portuguesa
GEONAV – Soluções Integradas em Geodesia e Navegação, Lda
Instituto de Telecomunicações – Pólo de Aveiro

25-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Ambiente e Energia
EFACEC Energia – Máquinas e Equipamentos Eléctricos, S.A Nº de actores
SIA – Sociedade de Inovação Ambiental, Lda – Vários; empresas
WS ATKINS (Portugal) – Consultores e Projectistas Internacionais, emergentes.
S.A.
NET – Novas Empresas e Tecnologias, S.A. Questões
B.E.M. – Biomateriais, Electrónica e Medicina, Lda. tecnológicas e
SODEFAM - Sociedade de Defesa do Ambiente, S.A. científicas com
CHIRON – Sistemas de Informação, Lda ligação ao ambiente
MDEMÁQUINA – Sistemas Industriais, Lda – Inerentes aos
ISA – Instrumentação e Sistemas de Automação, Lda processos
E.VALUE tecnológicos; com
SENDECO2 – Sistema Electrónico de Negociação de Direitos de importância
Emissão de CO2 crescente na
tomada de
Engenharia e Produção Industrial decisões;
Siemens, S.A alterações com
Cruz Martins & Wahl, Lda. efeitos no médio,
MAQUISIS – Máquinas e Sistemas Automáticos, S.A. longo e muito longo
EUROCITEL – Instrumentos e Equipamentos Médico-Cirúrgicos, prazos.
Lda.
TERMOLAB – Fornos Eléctricos, Lda.
Solalva Mecânica de Precisão, S.A
ThyssenKrupp Portugal – Aços e Serviços, Lda
Mahle Componentes de Motores, S.A
Tekelec, Componentes e Equipamentos Lda.
Algumas SONAFI – Sociedade Nacional de Fundição Injectada, S.A.
empresas Dias de Sousa, S.A.
ligadas à CADFORM – Design de Produto Assistido por Computador e Fabrico
inovação de Protótipos, Lda
Iberomoldes, S.A
Azevedos Indústrias, S.A.
Ernesto São Simão, Lda.
Fernando Reis, Lda
SOMOLTEC – Insústria Técnica de Moldes para Plásticos, Lda.
MOLIPOREX – Moldes Portugueses Importação e Exportação, Lda
PARALAB – Equipamentos Industriais e de Laboratório, Lda.
Lima & Resende, Lda
PORTUMOLDE – Moldes Portugueses, Lda
TECNIFREZA – Indústria de Moldes, Lda.
CEL – Cachapuz Electrónica, Lda
TECMIC – Tecnologias de Microelectrónica, S.A
TAPE – Tecnologias Avançadas para a Produção de Electrónica, S.A
SERVOTROL – Sistemas de Comando Automático, Lda.
FREZITE – Ferramentas de Corte, S. A.
DURIT – Metalúrgica Portuguesa de Tungsténio, Lda
CEI – Companhia de Equipamentos Industriais, S.A
DISTRIM 2 – Indústria, Investigação e Desenvolvimento, Lda
CCG – Centro de Computação Gráfica
3D-TECH – Produção, Optimização e Reengenharia, Lda
IBER-OLEFF – Componentes Técnicos de Plástico, S.A
SETSA – Sociedade de Engenharia e Transformação, S.A
Integridade – Serviços de Manutenção e Integridade Estrutural,
Lda
Peixinhos, Lda
RCS – Sistemas de Controlo Remoto, S.A

26-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 5 – Actividades Transversais de Alta Intensidade Tecnológica e Conhecimento


intensivo (Electrónica, Processos de Controlo e Robótica, Serviços de Informática,
Serviços de Arquitectura, I&D e Consultoria) (Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Serviços de Arquitectura
AO – Oficina de Arquitectura, Urbanismo Construção e Imagens
Virtuais, Lda
Alberto Martins Mesquita & Filhos, S.A Nº de actores
– Vários; empresas
Electrónica e TIC emergentes.
NEOSIS – Sistemas e Tecnologias de Informação, S.A
João R. Matos – Soldadura, Artigos e Equipamentos, S.A Questões
Rauschert Portuguesa - Porcelanas Técnicas, Lda. tecnológicas e
TAPE – Tecnologias Avançadas para a Produção de Electrónica, S.A científicas com
Portugal TELECOM, S.A ligação ao ambiente
CSP – Componentes e Semicondutores de Portugal, Lda. – Inerentes aos
EFACEC – Sistemas de Electrónica S.A processos
Siemens, S.A tecnológicos; com
Ydreams –Informática, S.A importância
Critical Software, S.A crescente na
Altitude Software tomada de
Primavera Software decisões;
Outsystems alterações com
WeDo efeitos no médio,
ChipIdea Microelectrónica, S.A longo e muito longo
WIT – Software, Consultoria e Software para a Internet Móvel, Lda prazos.
Algumas
Heurística – Serviços de Informática, Lda
empresas
TECMIC – Tecnologias de Microelectrónica, S.A
ligadas à
Sidereus – Sistemas de Informação e Consultoria informática, S.A
inovação
ParadigmaXis – Arquitectura e Engenharia de Software, S.A
Gestluz – Consultores de Gestão, Lda
IPORTALMAIS – Fornecedor de Conteúdos para a Internet, Lda
Ericsson Telecomunicações, Lda
Portugal Telecom Inovação, S.A
MobiComp – Computação Móvel, Lda
IdMind – Engenharia de Sistemas, Lda
Novabase Business Intelligence – Sistemas de Inf. De Suporte à
Decisão, Qualidade de Dados e Geo-Referenciação, S.A
Contraste, Sistemas de Informação, S.A
Reverse Engineering – Sistemas de Metrologia e Multimedia, Lda
Siscog
IP Global
Sol-S
Mind
Mailtec
Octal
Megamédia
Octal
Tecmic
Bizdirect
Quadriga
Fontes: Com base em Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a globalização;
AmbienteOnline, Directório de Empresas; DPP (7 de Março 2006), Conferência Serviços baseados nas
Tecnologias de Informação. Desafios e oportunidades para Portugal.

27-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F6 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 6

Grupo 6 – Mobilidade (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
INR – Instituto Nacional dos Resíduos Nº de actores
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia – Vários; pouco
DGE – Direcção-Geral da Empresa cooperativos; por
Governo e DGV – Direcção-Geral de Viação vezes concorrentes.
Administração IPQ – Instituto Português da Qualidade
Pública INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial
AdI – Agência de Inovação Questões
API – Agência Portuguesa de Investimento tecnológicas e
CMs – Câmaras Municipais científicas com
AMTs – Autoridades Metropolitanas de Transportes ligação ao ambiente
Organizações não Governamentais – Determinantes
para o processos de
Consumidores tomada de
AANP – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal decisões.
ACAP – Associação do Comércio Automóvel de Portugal
AEP – Associação Empresarial Portuguesa
AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel Nível de
AIMA – Associação dos Industriais de Automóveis intervenção da UE e
AIP – Associação Industrial portuguesa Nacional
ANECRA – Associação Nacional de Empresas do Comércio e – Baixo na UE;
Associações Reparação Automóvel elevado a nível
Empresariais ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de nacional e local;
Automóveis Ligeiros instrumentos
APAE – Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço legislativos,
APAT – Associação de Transitários de Portugal incentivos
APVE – Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico financeiros,
ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel incentivos fiscais.
PEMAS – Associação para a Valorização e Promoção das Empresas
Nacionais para o Sector Aeronáutico
Laboratórios Integração de
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial Políticas
de Estado
CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica – Fraca.
Centros
CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas
Tecnológicos
Especiais e Plásticos
Centros de CEEIA
Excelência INTELI
REFER EP – Rede Ferroviária Nacional
CP – Caminhos de Ferro Portugueses
Metro de Lisboa
CARRIS
Empresas de
Soc. Transportes Colectivos do Porto
Transporte
NORMETRO – Agrupamento do Metrolpolitano do Porto ACE
(Operadores
TST – Transportes Sul do Tejo
Públicos e
Barraqueiro Transportes
Privados)
Portugália
SATA Internacional
Euro Atlantic Airways
ANA – Aeroportos de Portugal

AUTOEUROPA Nº de actores
Fabricantes de Salvador Caetano – Vários;
Automóveis Mitsubishi Trucks Europe predomínio de
PSA – Automóveis Citroen empresas
multinacionais.

28-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 6 – Mobilidade (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)


(Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Yazaki Saltano
Fornecedores
Yazaki Saltano de Ovar Nº de actores
de
ALCOA Fujikura portugal – Vários;
Componentes
Grupo Antolin Lusitania predomínio de
Eléctricos e
CACIA empresas
Electrónicos
COINDU multinacionais.
Goodyear Dunlop Tires Portugal
Continental Mabor – Ind. Pneus Questões
Fornecedores Bridgestone portugal tecnológicas e
de Outros Sociedade Portuguesa do Acumulador TUDOR científicas com
Componentes HUF Portuguesa ligação ao ambiente
MAHLE – Componentes de Motores – determinantes na
GESTAMP Aveiro tomada de
ACECIA decisões;
Simoldes alterações com
Gestamp? efeitos no curto e
Fornecedores Sunviauto médio prazo.
de Interiores Plásfil
Ipetex?
FAURECIA – Assentos de Automóvel
TMG
STET – Soc. Tecnica de Equipamentos e Tractores
GALUCHO – Industrias Metalomecânicas Nº de actores
Material TOMIX – Indústria de Equipamentos Agrícolas e Industriais – Vários;
Circulante e REFER emergentes;
Máquinas CP predomínio de
Agríclolas ABB empresas
ALSTOM Portugal multinacionais.
SIEMENS
Empresas de Aeronáutica e Aeroespacial Questões
TAP, Air Portugal tecnológicas e
MOTOEÁVIA – Engenharia Aeronáutica, S.A científicas com
OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal ligação ao ambiente
SKYSOFT – determinantes na
Fornecedores de Componentes tomada de
Aeronáutica Alma Design decisões;
Couro Azul alterações com
Critical Software efeitos a médio e
Iberomoldes longo prazo.
Listral
Plasdan
Manuel Pousada e Herdeiros

APL – Administração do Porto de Lisboa Nº de actores


APS – Administração do Porto de Sines, S.A. – Vários;
APDL − Administração dos Portos do Douro e Leixões, S.A. emergentes;
LISNAVE predomínio de
SETENAVE empresas
PATINTER – Portuguesa de Aut. Transpotadores multinacionais.
CLC – Companhia Logística de Combustíveis
Transinsular – Transportes Marítimos Insulares Questões
Logística tecnológicas e
CTT Expresso – Serviços Postais e Logística
Transportes Luís Simões científicas com
VASP – Soc. Transp e Distribuição ligação ao ambiente
PORTLINE – Transp. Marítimos Internacionais – Muito importantes
Lassen Transitários na tomada de
Logística Portugal – Dist. de Pubçlicações decisões;
Transviária – Gestão de Transportes alterações com
Mediterranean Shipping Company Portugal – Agentes de Navegação efeitos no longo
prazo.

29-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 6 – Mobilidade (Automóvel, Aeronáutica, Material Circulante, Logística)


(Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação
Institutos de Tecnológica do Minho Nº de actores
novas INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial – Vários; com
tecnologias e INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores crescente
centros de do Porto dinamismo.
transferência IPN – Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e
de tecnologia Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade
PIEP – Universidade do Minho
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Nº de actores
Universidades Instituto de Telecomunicações – Pólo de Aveiro – Vários;
e Institutos INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores espalhados pelo
ligados à ISR – Instituto de Sistemas e Robótica país.
inovação Faculdade de Ciências e tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
ICAT – Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da FCUL
IST – Instituto Superior Técnico
Sistemas de Informação
FATRONICA- Fabrico de Artigos Electrónicos, Lda Nº de actores
Archway –Vários;
Transportes emergentes.
Grupo Brraqueiro – Joaquim Jerónimo, Lda.
STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, S.A. Questões
Vimeca Transportes – Viação Mecânica de Carnaxide, Lda. tecnológicas e
Companhia Carris de Ferro de Lisboa científicas com
Horários do Funchal – Transportes Públicos, Lda. ligação ao ambiente
Oservit, Tecnologias de Visão, Lda – Inerentes aos
Brisa, Auto-Estradas de Portugal, S.A processos
AMI – Comércio de Equipamentos de Informática, Lda tecnológicos; com
importância
Ferrovia/ Bilhética /Inteligência Artificial determinante na
Siscog tomada de
Aeronáutica decisões;
TAP, Air Portugal alterações com
MOTOEÁVIA – Engenharia Aeronáutica, S.A efeitos no médio e
FIRMAGO – Fundição de Alumínios, Lda longo prazos.
Aeroespacial
Empresas Activespace Technologies
ligadas à Deimos Engenharia
Inovação Lusospace
Skysoft
Space Services
Edisoft
Critical Software
Materiais e equipamentos
AEROHÉLICE – Sociedade de Manutenção e Revisão Geral de
Hélices, Lda.
A. Brito – Indústria Portuguesa de Engrenagens, Lda.
FERESPE – Fundição de Ferro e Aço, Lda
SONAFI – Sociedade Nacional de Fundição Injectada, S.A.
PORTUMOLDE – Moldes Portugueses, Lda.
TECNIFREZA – Indústria de Moldes, Lda.
Produção de biocombustíveis
MARTIFER
Biomart Energy s.r.l.
Fomentivest
Iberol
Tagol
Avibom
Enersis

Fontes: Com base em Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a globalização.

30-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F7 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 7

Grupo 7 – Ecoturismo (Turismo Sustentável e Actividades de Lazer Associadas)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente
DGE – Direcção-Geral da Empresa Nº de actores
DREs – Direcções Regionais – Vários.
IPQ – Instituto Português da Qualidade
Governo e DGT – Direcção geral do Turismo Questões
Administração IFT – Instituto do Turismo de Portugal tecnológicas e
Pública ICEP – Instituto das Empresas para os Mercados Externos científicas com
ICN – Instituto de Conservação da Natureza ligação ao ambiente
ADI – Agência de Inovação – com importância
API – Agência Portuguesa de Investimento crescente para o
Regiões de Turismo desenvolvimento
Organizações não Governamentais sustentável.

Consumidores Nível de
AEP – Associação Empresarial Portuguesa intervenção da UE e
AIP – Associação Industrial portuguesa Nacional
AHP – Associação dos Hotéis de Portugal – baixo na EU;
ANT – Agência Nacional do Turismo médio a nível
APCER – Associação Portuguesa de Certificação nacional e elevado
APAVT – Associação Portuguesa de Agências de Viagem a nível local;
Associações Associação Portuguesa de SPA & Termas instrumentos
Empresariais AREAL – Associação de Resorts do Alentejo Litoral legislativos,
ATL – Associação de Turismo de Lisboa incentivos
CENTER – Centro Nacional de Turismo no Espaço Rural financeiros.
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa
CTP – Confederação do Turismo de Portugal Integração de
TURIHAB – Associação do Turismo de Habitação Políticas
– Baixa
Grupo PESTANA
EUREST Portugal – Sociedade Europeia de Restaurantes Nº de actores
SOLVERDE – Soc. de Investim. Turísticos da Costa Verde – Vários.
SONAE Turismo
IBERUSA – Hotelaria e Restauração Questões
GERTAL – Comp. Geral de restaurantes e Alimentação tecnológicas e
Vila Galé – Soc. de Empreendimentos Turísticos científicas com
Grupos ligados Porto Bay ligação ao ambiente
ao turismo BES Turismo – com importância
Amorim Turismo crescente para o
ITAU – Instituto Técnico de Alimentação Humana desenvolvimento
Sistemas McDonald’s Portugal sustentável;
TUI Portugal – Agência de Viagens e Turismo alterações com
Turismo Cruzeiro efeitos no médio,
Geotur – Viagens e Turismo longo e muito longo
Halcon Viagens e Turismo prazo.
Actividades
desportivas, Varzim Sol – Turismo, Jogo e animação
de lazer e Estoril Sol III – Turismo, Animação e Jogo, ASA
animação
turistica
SIC – Sociedade Independente de Comunicação
Global Notícias, Publicações
Cabovisão – Televisão por Cabo
Rádio Difusão Portuguesa
Edições e
Edimpresa – Editora
Publicações /
Sojornal
Multimédia
Impala
Porto Editora
Público
Wtvision
Serviços Megameios – Publicidade e Meios, ACE
Associados Easy Media – Central de Meios de Publicidade
Fontes: Com base em Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a globalização; DPP
(7 de Março 2006), Conferência Serviços baseados nas Tecnologias de Informação. Desafios e oportunidades
para Portugal.

31-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F8 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 8

Grupo 8 - Saúde (Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
IA – Instituto do Ambiente Nº de actores
INR – Instituto Nacional dos Resíduos – Vários.
Governo e
DGS – Direcção-Geral da Saúde Questões
Administração
IPQ – Instituto Português da Qualidade tecnológicas e
Pública
ADI – Agência de Inovação científicas com
API – Agência Portuguesa de Investimento ligação ao ambiente
Organizações não Governamentais – Inerentes aos
processos
Consumidores tecnológicos; com
importância
ACAPO – Associação para Cegos e Amblíopes de Portugal crescente na
AEP – Associação Empresarial Portuguesa tomada de
Associações decisões.
AIP – Associação Industrial Portuguesa
Empresariais Nível de
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica intervenção da UE e
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa Nacional
Laboratórios – baixo;
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial instrumentos
de Estado
legislativos,
Centros CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica
incentivos
Tecnológicos (Equipamentos médico-cirúrgicos)
financeiros.
Parques de Beira Atlântico Parque (Cantanhede) Integração de
C&T e Pólos Tecnopólo de Coimbra (Coimbra) Políticas
Tecnológicos TagusPark (Oeiras) – Razoável
MERCK SHARP & DOHME
GLAXOSMITHKLINE Nº de actores
AVENTIS Pharma – Vários;
NOVARTIS Pharma predomínio de
SEBER Portuguesa empresas
ROCHE multinacionais.
BRISTOL MYER SQUIBB
ASTRAZENECA Questões
SANOFI SYNTHELABO tecnológicas e
SERVIER Portugal científicas com
Laboratórios MEDINFAR ligação ao ambiente
WYETH LEDERLE Portugal – Com importância
LILLY Portugal crescente na
B. BRAUN Medical tomada de
UNILFARMA decisões;
SCHERING Lusitana alterações com
TECNIMEDE _Soc. Tecnico-medical efeitos no longo e
Empresas CODIFAR – Cooperativa Distribuidora Farmacêu muito longo prazos.
Farmacêuticas União de Farmacêuticos de Portugal
PROFARIN – Distribuidora de Prod. Farm Ind
LABESFAL – Labs Almiro
FARBEIRA – Cooperativa de Farmacêu Centro
ALLIANCE UNICHEM Farmacêutica
BIAL – Portela & Cª, S. A.
BLUEPHARMA
OCP – Portugal
PORTELA & CA
SOQUIFA
HOVIONE Farmaciência
CIPAN – Companhia Industrial Produtora de Antibióticos
Cilag International
Hikma Farmacêutica
Rothafarm
TECNIMED
COFANOR – Cooperativa dos Farmacêu. Norte
COOPROFAR – Cooperativa dos Propriet. Farm

32-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 8 - Saúde (Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico) (Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Nº de actores
– Vários.
SCA – Hygiene Products Questões
Botelho e Rodrigues tecnológicas e
FAPOMED – Industria de Confecções de Produtos Médico-Cirurgicos científicas com
Bastos & Veigas ligação ao ambiente
Outras
General Electric – Com importância
Empresas
Boehringer Ingelheim crescente na
Gambro li tomada de
BAYER Portugal decisões;
BAYER CROPSCIENCE Portugal – Produtos para a Agricultura alterações com
efeitos no longo e
muito longo prazos.

AEMITEQ – Associação para a Inovação Tecnológica e Qualidade Nº de actores


AESBUC – Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da – Vários; com
Universidade Católica crescente
Institutos de
AIBILI – Associação para a Investigação biomédica e Inovação em dinamismo.
novas
Luz e Imagem
tecnologias e
IBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
centros de
ICTPOL – Instituto de Ciência e Tecnologia dos Polímeros
transferência
IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação
de tecnologia
Tecnológica do Minho
INESC Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
do Porto

Universidade do Minho Nº de actores


– Vários; núcleos
Hospital de São João, Porto fortes no Porto,
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Coimbra e Lisboa.
ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Questões
INEB – Instituto Nacional de Engenharia Biomédica tecnológicas e
ISMAI – Instituto Superior da Maia científicas com
Laboratório de Química Inorgânica Pura e Aplicações ligação ao ambiente
Interdisciplinadres da Universidade do Porto – Com importância
crescente na
Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA tomada de
Aveiro) decisões;
Laboratório CICECO da unidade de Física de Semicondutores em alterações com
Camadas, Optoelectrónica e Sistemas Desordenados da Universidade efeitos no médio,
Universidades, de Aveiro longo e muito longo
Hospitais prazos.
Escola e Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Institutos de Universidade de Coimbra
I&D Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra
IBILI – Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem

IST – Instituto Superior Técnico


ITN – Instituto Tecnológico Nuclear
ISA – Instituto Superior de Agronomia
ITIME - Instituto de Tecnologia e Inovação para a Modernização
Empresarial
PIEF Associação – pólo de inovação em Engenharia de Polímeros
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Hospital Garcia da Orta
Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
Centro de Química Estrutural da Universidade Técnica de Lisboa
Instituto de Biologia e Tecnologia Química
Centro de Química Fina e de Biotecnologia da Universidade de Lisboa

33-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 8 - Saúde (Farmacêuticas, Cosmética e Equipamento Médico) (Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

BIAL – Portela & Cª, S. A.


EUROCITEL – Instrumentos e Equipamentos Médico-Cirúrgicos, Lda.
PRONEFRO – Produtos Nefrológicos, S.A. Nº de actores
TECNIJOMA – Plásticos Técnicos – Vários; empresas
A.J. Fonseca, Lda. emergentes.
CIPAN – Companhia Industrial Produtora de Antibióticos, S.A.
OFTALDER – Produtos Farmacêuticos, S.A. Questões
Novabase Porto, S.A tecnológicas e
TAPE – Tecnologias Avançadas para a Produção de Electrónica, S.A científicas com
Portugal TELECOM, S.A ligação ao ambiente
LIP – Laboratório de Experimentação e Física Experimental de – Inerentes aos
Particulas processos
NOVAMED – Equipamentos Médicos, S.A. tecnológicos; com
HERBEX – Produtos Químicos, Lda importância
Schering Lusitana, Lda. crescente na
FAPOMED – Industria de Confecções de Produtos Médico-Cirúrgicos, tomada de
S.A decisões;
CENTRALCER – Central de Cervejas, S.A alterações com
Laboratórios
ITEXCORK - Indústria de Transformação e Exportação de Cortiça, efeitos no médio,
Privados e
Lda. longo e muito longo
Empresas com
Labor Qualitas – Estudos e Controle na Qualidade, S.A. prazos.
Investigação
PLUMAPOR, Lda.
em áreas
B.E.M. – Biomateriais, Electrónica e Medicina, Lda.
farmacêuticas,
PRONEFRO – Produtos Nefrológicos, S.A.
biotecnologia,
LIP – Laboratório de Experimentação e Física Experimental de
telemedicina,
Particulas
equipamento
PARALAB – Equipamentos Industriais e de Laboratório, Lda.
médico,...
MNI – Médicos na Internet, Saúde na Internet, S.A
Bluepharma, Indústria Farmacêutica, S.A
ECBio – Empresa de Consultoria em Biotecnologia
Labor Qualitas – Estudos e Controle na Qualidade, S.A
TAGUSPARQUE – Sociedade de Promoção e Desenvolvimento do
parque de Ciência e Tecnologia da Área de Lisboa, S.A
LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de
Partículas
Biotecnol, S.A
STAB Vida, Investigação e Serviços em Ciências Biológicas, Lda
Laboratórios ATRAL, S.A
JABA
BIOCANT – Centro de transferência de Biotecnologia
AGROMAT – Biomaterial
Biocon
Alfama
Crioestaminal
Mendifar/ Cytothera

Fontes: Com base em Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a globalização.

34-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F9 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 9

Grupo 9 - Agro-indústrias (Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

IA – Instituto do Ambiente Nº de actores


INR – Instituto Nacional dos Resíduos – Vários.
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia
DGE – Direcção-Geral da Empresa Questões
DREs – Direcções Regionais tecnológicas e
Governo e DGPA – Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura científicas com
Administração DGPC – Direcção-Geral de Protecção das Culturas ligação ao ambiente
Pública IPQ – Instituto Português da Qualidade – Com importância
AdI – Agência de Inovação crescente na
API – Agência Portuguesa de Investimento tomada de
Direcções Regionais de Agricultura decisões.
Instituto da Vinha e do Vinho
Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto Nível de
intervenção da UE e
Organizações não Governamentais Nacional
– elevado;
Consumidores (DECO – Defesa do Consumidor) instrumentos
legislativos,
Reguladores ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica incentivos
financeiros;
AEP – Associação Empresarial Portuguesa incentivos fiscais.
AIP – Associação Industrial Portuguesa
Associações
ANCOSE – Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Integração de
Empresariais Políticas
Estrela
APCER – Associação Portuguesa de Certificação – Fraca
CAP – Confederação da Agricultura Portuguesa
Laboratórios
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
de Estado

Centrais de Co-geração (CG) Nº de actores


UNICER, Energia e Ambiente, S.A (Central de co-geração de Leça – Vários.
do Balio)
UNICER, Energia e Ambiente, S.A (Central de co-geração de Questões
Santarém) tecnológicas e
CTE – Central Termoeléctrica do Estuário científicas com
Companhia Térmica Tagol ligação ao ambiente
RAR – Cogeração Unipessoal – Com importância
POWERCER – Galp Power crescente na
tomada de
Indústrias com grandes instalações de combustão decisões;
TAGOL – Comp. Oliaginosas do Tejo alterações com
Indústrias IBEROL – Soc. Ibérica de Oliaginosas efeitos no longo e
CELE e PCIP Tate & Lyle Açucares de Portugal prazo.
do Sector DAI, Soc. Desenvolv. Agro-Industrial
Agroalimentar Nestlé Portugal
Ind. Alimentação IDAL (Benavente)
Pronicol, Produtos Lácteos
COMPAL
Rogério Leal & Filhos
Avilafões
SUGAL
LACTOGAL
SOPRAGOL
FIT – Fomento Ind. Tomate
Tomsil – Soc. Ind. Concentrado de Tomate
ITALAGRO
Tabaqueira

35-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 9 - Agro-indústrias (Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas)


(Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
DANONE Portugal Nº de actores
FIMA – Produtos Alimentares – Vários.
FIMA/VG – Dist. de Produtos Alimentares
UNILEVER Bestfoods Portugal Questões
PANRICO tecnológicas e
DAN CAKE Portugal científicas com
Fromageries Bel Portugal ligação ao ambiente
CEREALIS – Com importância
Rui Costa e Sousa & Irmão crescente na
DILOP – Prod. Alimentares tomada de
SOGRAPE Vinhos decisões;
NOVADELTA – Com. e Ind. de Cafés alterações com
SICASAL – Ind. e Com. de Carnes efeitos no longo
COFACO Açores – Conservas prazo.
SCAGEL – Soc. Alim. Congelados
PROVIMI Portuguesa
Cargill Portugal
Rações Valouro
Augusto Duarte Reis
SORGAL – Óleos e Rações
Outras SAPJU – Soc. Agro-pecuária
empresas do LUSIAVES
Sector AVIPRONTO
Agroalimentar AVIBOM
INTERAVES
Longa Vida
AGROS
Lacticínios VIGOR
PRONICOL – Produtos Lácteos
UNICOL – Un. Coop. Lacticínios Terceirense
PROLEITE
LACTICOOP
SOVENA
Indústria de Carnes Nobre
Sapropor – Produtos Alimentares
Sicasal – Soc. Avicula e Salsicharia
Kilom
SICAL
Cafeeira, Lda
Nicola Cafés
COPAZ – Companhia Portuguesa de Azeites
CENTRALCER – Soc. central de Cervejas
Cervejas Cintra
PROMALTE
SUMOLIS

36-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 9 - Agro-indústrias (Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas)


(Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

AESBUC – Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Nº de actores


Institutos de
Universidade Católica – Vários; com
novas
COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional crescente
tecnologias e
IBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica dinamismo.
centros de
IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação
transferência
Tecnológica do Minho
de tecnologia
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial

Universidade do Minho Nº de actores


Instituto Politécnico de Bragança – Vários.

DARN - Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Norte Questões


FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto tecnológicas e
ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar científicas com
Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-alimentares da ligação ao ambiente
Universidade do Porto – Com importância
Instituto de Desenvolvimento Agrário da Região Norte crescente na
tomada de
Universidade de Coimbra decisões;
Instituto do Mar da Universidade de Coimbra alterações com
Instituto Politécnico de Tomar efeitos no médio,
Instituto Politécnico de Santarém longo e muito longo
Universidades prazos.
e Institutos IST – Instituto Superior Técnico
ligados à ICAT – Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da FCUL
inovação na ICETA – Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-
área Alimentares
Agroalimentar ISA – Instituto Superior de Agronomia
INIA – Instituto Nacional de Investigação Agrária
ADISA – Associação para o Desenvolvimento do Instituto Superior de
Agronomia
Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa
ICAT – Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia
Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Escola Agrária de Elvas


Universidade de Beja
Universidade de Évora
Universidade do Algarve

Universidade da Madeira

37-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 9 - Agro-indústrias (Agricultura, Pecuária e Indústrias Alimentares e de Bebidas)


(Continuação)
Características
Alguns Actores-Chave
Principais

AGROS – União das Cooperativas de Produtos de Leite de Entre-


Douro e Minho e Trás-os-Montes, U.R.C.L
Lacticínios Âncora, Lda. Nº de actores
Lacticínios Halos, S.A. – Vários; empresas
Quinta dos Ingleses - Agro Indústria, S.A. emergentes.
CAMPOTEC – Comercialização e Consultadoria em Hortofrutículas, S.A.
NECTON – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, S.A. Questões
FRUTOESTE – Cooperativa Agrícola dos Hortofruticultores do Oeste, tecnológicas e
C.R.L. científicas com
Central de Frutas do Painho, S.A. ligação ao ambiente
Unirocha – Centro Exportador de Pera Rocha, Lda. – Inerentes aos
PARALAB – Equipamentos Industriais e de Laboratório, Lda. processos
ADITIVA – Fármacos e Suplementos, Lda. tecnológicos; com
Portucel Embalagem, S.A. importância
SONAE – Comércio e Serviços, S.A. crescente na
Viveiros Jorge Bohm – Plansel tomada de
Fialho & Irmão, Lda. decisões;
SANAMAR – Comércio de Importação e Exportação de Produtos alterações com
Alimentares, Lda. efeitos no médio,
EUROPROTEA – Sociedade Agrícola, Lda longo e muito longo
FRULACT – Ingredientes para a Indústria de Lacticíneos, S.A. prazos.
Vaz & Irmã, Lda.
STAB – Tratamento de Águas e Biotecnologia, Lda.
PLUMAPOR, Lda.
Empresas com ARSOPI – Indústrias Metalúrgicas Arlindo S.Pinho, S.A.
projectos de CAVEX – Sociedade de Exportação-Importação, Estudos e
inovação na Planeamentos de Equipamentos Industriais
área Maçarico S.A
Agroalimentar STAB Vida, Investigação e Serviços em Ciências Biológicas, Lda
Queijo Saloio – Indústria de Lacticínios, S.A
CaniSemen Rep. Ani. Soc. Uni. Lda
IPATIMUP
Madeira Wine Company, S.A
Dão Sul – Sociedade Vitivinícola, S.A
Quinta do Monte d’Oiro
Quinta da Lourosa, Sociedade Agrícola, Lda
Agrologos
Proenol – Indústria Biotecnológica, Lda
MAROFA II – Lacticínios, Lda
Frutercoop – Cooperativa de Hortofruticultores da Ilha Terceira
FOODMETRICS
MARTIFER
Agromart Energy s.r.l
Fomentivest
Iberol
Tagol
Avibom
Enersis
LusoMorango – Organização de Produtores de Pequenos Frutos, S.A
Casa Prudêncio
Sérgio Nicolau
BerryPort
LusoBerries
Luso Farms

Fontes: Com base em PNALE I e II; Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a
globalização; Revista Ingenium, nº 93, Maio/Junho 2006.

38-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

QUADRO F10 – OS PRINCIPAIS ACTORES DO GRUPO 10

Grupo 10 – Moda (Têxteis, Vestuário e Calçado)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

IA – Instituto do Ambiente Nº de actores


INR – Instituto Nacional dos Resíduos – Vários; pouco
DGGE – Direcção-Geral de Geologia e Energia cooperativos; por
Governo e
DGE – Direcção-Geral da Empresa vezes concorrentes.
Administração
DREs – Direcções Regionais
Pública
IPQ – Instituto Português da Qualidade Questões
AdI – Agência de Inovação tecnológicas e
API – Agência Portuguesa de Investimento científicas com
ligação ao ambiente
Organizações não Governamentais – Com importância
crescente na
Consumidores tomada de
decisões.
ATP – Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal
AEP – Associação Empresarial Portuguesa Nível de
intervenção da UE e
AICR – Associação dos Industrias de Cordoaria e Redes Nacional
AIMinho
AIP – Associação
– Associação Industrial
Industrial do Minho
Portuguesa – elevado;
ANIL – Associação Nacional das Indústrias de Lanifícios instrumentos
Associações ANIT-LAR – Associação Nacional das Indústrias Têxteis Lar legislativos,
Empresariais ANIVEC/APIV – Associação Nacional das indústrias de Vestuário e incentivos
Confecção financeiros.
APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado,
Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos Integração de
APCER – Associação Portuguesa de Certificação Políticas
APIC – Associação Portuguesa de Industriais de Curtumes – Fraca
CIP – Confederação da Indústria Portuguesa

Laboratórios
INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
de Estado

CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de


Centros Portugal
Tecnológicos CTC – Centro Tecnológico do Calçado
CTIC – Centro Tecnológico das Indústrias do Couro

Indústrias grandes consumidoras de energia e outros recursos


Nº de actores
Centrais de Co-geração (CG) – Vários;
Saramagos – Soc. Prod. Energia predominantes na
Lameirinho – Recursos Energéticos região Norte.
AFGER – Cogeração
SEVA Questões
SPE tecnológicas e
Fábrica do Arco científicas com
Comp. Térmica do Serrado, ACE ligação ao ambiente
Indústrias
Comp. Térmica Oliveira Ferreira, ACE – Com importância
CELE e PCIP
Comp. Térmica Mundo Têxtil, ACE crescente na
do Sector
MABERA tomada de
Têxtil
decisões;
Indústrias com grandes instalações de combustão alterações com
Riopele efeitos no longo
Arco Têxteis prazo.
TMG – Acabamentos Têxteis
Tinturaria e Acabam. de Tecidos, Vale de Tábuas
Coelima
ATB – Acabam. Têxteis de Barcelos
Malhas Eical

39-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 10 – Moda (Têxteis, Vestuário e Calçado) (Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais
Nº de actores
Irmãos Vila Nova – Vários.
Paulo de Oliveira
COTESI – Comp de Tecidos Sintéticos Questões
ECCO’LET Portugal tecnológicas e
BERSHKA Portugal científicas com
ZARA Portugal (Fábrica?) ligação ao ambiente
ITALCO – Com importância
Outras MODALFA crescente na
grandes Fepsa tomada de
empresas JMA-Felpos decisões;
Exportadoras FISIPE – Fibras Sintéticas de Portugal alterações com
(com SOMELOS – Tecidos efeitos no longo e
projecção Mundotextil – Indústrias Têxteis prazo.
internacional) Confetil – Confecções Têxteis
CIMA – Tecnologias Têxteis
Vicri
Lanidor
Dielmar
Diniz e Cruz
Naturapura
Ímpetus
Salsa Jeans

Institutos de
CENESTAP - Centro de Estudos Têxteis Aplicados Nº de actores
novas
ICTPOL - Instituto de Ciência e Tecnologia dos Polímeros – Vários; com
tecnologias e
IDITE – Minho – Instituto de Desenvolvimento e Inovação crescente
centros de
Tecnológica do Minho dinamismo.
transferência
INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
de tecnologia
Nº de actores
– Vários;
predomínio na
Região Norte.
Universidade do Minho
TECMinho – Associação Universidade Empresa para o Questões
Universidades Desenvolvimento tecnológicas e
e Institutos Universidade da Beira Interior científicas com
ligados à IEETA da Universidade de Aveiro ligação ao ambiente
inovação na INESC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Com importância
área da Moda Instituto Politécnico de Tomar crescente na
tomada de
decisões;
alterações com
efeitos no médio,
longo e muito longo
prazos.

40-F
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Grupo 10 – Moda (Têxteis, Vestuário e Calçado) (Continuação)

Características
Alguns Actores-Chave
Principais

Arco Têxteis – Emp. Industrial de Sto. Tirso, S.A.


Tinturaria e Acabamentos de Tecidos Vale de Tábuas, Lda.
ORM – Tecnologia de Ciência na Indústria, Lda. Nº de actores
Petit Patapon – Comércio Electrónico de Vestuário e Calçado, S.A – Vários; empresas
Lima & Resende, Lda emergentes.
ISAR – Rakoll Chemie Portuguesa, S.A.
Lima & Resende, Lda Questões
Têxtil Manuel Gonçalves, S.A. tecnológicas e
INDINOR – Indústrias Químicas, S.A. científicas com
ISAR – Rakoll Chemie Portuguesa, S.A ligação ao ambiente
Lima & Resende, Lda. – Com importância
TECMACAL – Máquinas e Artigos para Calçado, Lda. crescente na
CAVEX – Sociedade de Exportação-Importação, Estudos e tomada de
Planeamentos de Equipamentos Industriais decisões;
Algumas BASILIUS – Empresa Produtora de Calçado, S.A. alterações com
Empresas com Curtumes Aveneda, Lda. efeitos no médio e
projectos de M. J. AMARAL – Equipamentos Industriais, Lda longo prazos.
inovação na TINTROFA – Tinturaria da Trofa , S.A.
área da Moda F. Duarte & Duarte, Lda.
JEFAR – Indústria do Calçado, S.A.
CEI – Companhia de Equipamentos Industriais, S.A
Estamparia Textil – Adalberto Pinto da Silva, Lda.
CEL – Cachapuz Electrónica, Lda
Curtumes João B. Salgueiro, Lda
Bresfor – indústria do Formol, S.A
Interagua – tecnologia e Gestão da Água, Lda
Tecialgo – Sociedade de Acabamentos e Manufacturas Têxteis, S.A
Prafil – Joaquim Prata & Filhos, Lda
Maquisis – Máquinas e Sistemas Automáticos, S.A
Somelos – Acabamentos Têxteis, S.A
Orfama – Organização Fabril de Malhas, S.A
Tequimaq – Máquinas para a Indústria Química e Corticeira, Lda
Soprefa – Componentes industriais, S.A

Fontes: Com base em PNALE I e II; Revista Exame, 500 Maiores; AdI; DPP (2003), Portugal, o litoral e a
globalização.

41-F
ANEXO G

SINTESE DO WORKSHOP – AMBIENTE, INOVAÇÃO E


COMPETITIVIDADE DA ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O workshop em causa foi realizado a 14 de Dezembro de 2005 no Centro Cultural de


Belém.

Sessão I: Conservação da Natureza e Dinâmica das Actividades Turísticas e


de Lazer – Complementaridades e Conflitos Potenciais

Moderador: Profª. Maria do Rosário Partidário (Faculdade de Ciências e Tecnologia da


UNL).

Painel:

Dr. João C. Rosmaninho Menezes (ICN);

Dr. Gilberto Jordan (LUSOTOR Golfes);

Engº. Henrique Montelobo (SONAE Turismo);

Dr.ª Cristina Siza Vieira (Directora-Geral Turismo).

O turismo é uma importante indústria em todo o mundo e perspectiva-se que em 2020


seja a principal actividade económica mundial, continuando a Europa a ser (tal como é
hoje) o continente mais procurado pelos turistas. Em Portugal, o peso do turismo é já
apreciável. Este sector é responsável por 11% do nosso PIB e 10% do nosso emprego e o
seu potencial de crescimento é significativo, dai a necessidade que o nosso país tem de
se posicionar estrategicamente na evolução ascendente da actividade turística,
maximizando as suas potencialidades, no sentido de diversificar o produto turístico que
oferece e adaptá-lo a uma procura turística crescente e cujas motivações estão a mudar.
Hoje em dia é cada vez maior a preferência por destinos “amigos” do ambiente,
complementares ou mesmo substitutos do tradicional turismo baseado na valência sol e
praia.

A busca de um produto turístico diversificado, pluridimensional e de qualidade passa,


portanto, por encarar a natureza e o ambiente em geral como valências turísticas fonte
de diferenciação e de vantagens competitivas.

No âmbito desta Sessão, foram identificadas algumas questões no que respeita à ligação
estratégica entre turismo e conservação da natureza/respeito pelo ambiente. Foi
enfatizada a importância da diversidade e qualidade paisagísticas enquanto âncoras de
diferenciação do produto turístico, aspecto fundamental para a competitividade do
turismo nacional, e foi sublinhada a necessidade de conciliar a conservação do nosso
património natural com a actividade turística. É preciso que ao mesmo tempo que
continuamos a proteger os nossos territórios mais sensíveis do ponto de vista ambiental,
sejamos capazes de usufruir da sua valia turística. Para tal, esses espaços precisam de
ser devidamente infraestruturados, pois só assim a população pode ter acesso a eles e
usufruir dos mesmos. A questão da utilização do território foi, pois, apresentada como
sendo estratégica para o futuro do turismo em Portugal.

3–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O duplo objectivo de promover o crescimento e a diversificação da nossa actividade


turística, tem de ser assumido com firmeza pelos vários actores (privados, Estado, ICN,
…) e implica a adopção de políticas públicas em matéria de ordenamento do território, de
conservação da natureza, de regulação dos mercados, etc.

O turismo baseado na natureza é já um nicho emergente no nosso país, e tem


capacidade/potencial para crescer, mas a sua evolução tem de algum modo sido limitada,
quer devido à fragmentação da oferta (pequena escala) quer devido à inércia do Estado,
que não se tem organizado de modo a potenciar esse nicho. Para a sua projecção impõe-
se que o país, através de um conjunto de indicadores, seja capaz de mostrar ao exterior
que já não é aquele país pobre e indiferenciado do mediterrâneo, mas um país que zela
pelos seus valores naturais e que gere eficazmente as suas áreas protegidas. Mas, uma
vez mais, isto só será possível se o turismo for de facto encarado como um desígnio
nacional, capaz de congregar esforços de todos os quadrantes.

De acordo com o Engº Henrique Montelobo, os standarts ambientais podem ser


encarados como um factor de promoção da competitividade do sector, se considerarmos
que as empresas são agentes inovadores, que se movem num contexto de competição
dinâmica e que, portanto, encontrarão sempre soluções interessantes para responder
quer às pressões do regulador, quer da concorrência, quer às preferências, sempre em
mutação, dos clientes. Porém, é importante que o processo de regulação seja estável,
previsível e célere, de modo a transmitir confiança aos agentes. Seria igualmente
importante que os industriais do ramo fossem, também eles, incluídos no processo de
regulação.

Sessão II: Exigências Ambientais e Oportunidades de Inovação,


Competitividade e Geração de Novas Actividades em Sectores da Indústria e
Energia

Moderador: Prof. Paulo Trigo Pereira (MAOTDR)

Painel:

Engº Hélder Rosendo (CITEVE);

Engº Óscar Arantes (POTUCEL/SOPORCEL);

Engº António Neves Carvalho (EDP);

Engº Jorge Borrego (GALP POWER);

Engª Inês Costa (IN+/IST);

Engº Manuel Freitas Oliveira (COGEN Portugal)

4–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Portucel/Soporcel e EDP são o exemplo de duas grandes empresas portuguesas que


incorporaram as preocupações ambientais e que apostam na certificação ambiental como
um importante factor de competitividade no mercado mundial. As indústrias têxteis e de
vestuário também já encaram a eco-eficiência, na tripla dimensão – produto, processo e
recursos humanos – como uma valência competitiva a explorar, que permitirá,
designadamente, fazer face à concorrência de produtos similares fabricados noutros
países (China, por exemplo) num contexto de dumping social e de dumping ambiental.

O CITEVE 1 , cuja actuação incide em várias áreas (actividade laboral, desenvolvimento


tecnológico, certificação e normalização, valorização dos recursos humanos, etc.), tem,
nos últimos anos, sido objecto de solicitações que assumem novos contornos face aos
pedidos que lhe eram dirigidos na década de 80. Nessa fase, caracterizada pela produção
em massa, os pedidos recaíam principalmente no controlo de qualidade dos produtos,
certificação de produtos e processos e assistência técnica. Há medida que se foi evoluindo
para produtos de maior valor acrescentado, com uma maior componente de
diferenciação, o que implica portanto um maior esforço de inovação ao nível de produtos
e processos, de I&D e de implementação de estratégias de marca/moda, os pedidos têm
sido direccionados principalmente para a certificação ambiental e Eco-labeling.

Este centro tecnológico identifica um conjunto de oportunidade de I&D, no contexto das


indústrias que apoia, em áreas relacionadas com o ambiente, entre as quais: reciclagem
e reutilização de águas de processo; valorização de resíduos; têxteis técnicos para
aplicação na fileira ambiental; e incorporação de filtros naturais de nova geração que
podem ser aplicados no sector automóvel.

O Grupo Portucel/Soporcel, que ocupa a 5ª posição no mercado europeu do papel, possui


licenciamento ambiental relativamente ao complexo industrial da Figueira da Foz e às
duas fábricas (de papel e de pasta) do complexo industrial de Setúbal, e está em fase de
preparação do pedido de licenciamento ambiental do Centro Fabril de Cacia. A
certificação também já é uma realidade deste grupo, no que respeita aos domínios:
laboratório, qualidade e ambiente. E caminha para a certificação ao nível da segurança. O
grupo dispõe, ainda, de um Instituto de I&D (o Centro RAIZ), cujos principais parceiros
são prestigiadas Universidades nacionais, que se dedica à investigação tecnológica e à
investigação florestal, no sentido, nomeadamente, do desenvolvimento de técnicas e
inovação aplicada em áreas ambientais (minimização do impacte ambiental,
desenvolvimento sustentável). Em resultado da investigação desenvolvida, tem sido
possível reduzir significativamente as interacções negativas com o ambiente, que no
passado criaram algumas dificuldades.

Estão actualmente a ser desenvolvidos por este Centro vários projectos inovadores na
área do ambiente, dos quais se destaca o Projecto Ecocel, que visa identificar soluções
para a valorização de resíduos da indústria de pasta de eucalipto, uma vez que estes

1
Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal.

5–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

podem ter utilizações economicamente sustentáveis em diferentes áreas (materiais de


construção, produção de fertilizantes, incineração, etc.), acabando assim com a parcela
deste tipo de resíduos que ainda vai para aterro. A economia de água constitui um outro
domínio que tem merecido (e continuará a merecer) a atenção das equipas de
investigação do RAIZ, dado que a minimização do consumo de água é crucial para esta
indústria.

A EDP tem desenvolvido um conjunto de práticas no sentido de melhorar a sua relação


com o ambiente e de dar resposta ao desafio da redução das emissões de gases com
efeito de estufa. Entre as práticas desta empresa incluem-se: investimentos em novas
centrais de energias renováveis, como factor de renovação dos processos produtivos;
aproveitamentos de cinzas volantes de carvão na indústria cimenteira e betoneira, o
Projecto MICROGRIDS de integração em larga escala de micro-geração em redes de baixa
tensão; a integração no SIT - Sistema de Informação Técnica - das condicionantes
ambientais no planeamento de linhas. Alguns destes projectos resultam de parcerias
internacionais com instituições de I&D.

Portugal tem um vasto potencial de exploração de energias renováveis, designadamente,


nos domínios da energia eólica onshore e offshore, da energia das ondas e da biomassa
(vd. Comunicação do Engº António Neves Carvalho, slide nº 2), situação que abre boas
perspectivas para o desenvolvimento de clusters nacionais. Efectivamente, a aposta na
I&D no domínio das tecnologias ligadas às energia renováveis pode gerar novas
oportunidades de negócio e fazer emergir clusters nacionais de tecnologia, em áreas
como a tecnologia de monitorização ambiental avançada (software dedicado; electrónica
de monitorização) ou tecnologias de baixo teor carbónico.

A co-geração como forma de produção de energia constitui igualmente uma alternativa


com potencial no nosso país. Várias directivas comunitárias abrem portas à co-geração
(algumas ainda em fase de transição) e Portugal tem um enquadramento próprio, desde
1988, que regulamenta o exercício desta actividade em Portugal. Esta tecnologia é
responsável pela produção de cerca de 13% da energia eléctrica consumida em Portugal
e espera-se que nos próximos anos haja um acréscimo apreciável desta forma de
produção de energia no mix energético do país.

Prevê-se que em 2010 a capacidade instalada de co-geração atinja os 2050 MW. Em


2004 a potencia instalada era de 1 250 MW, o que corresponde a cerca de 10% do total
da potência instalada no país. A co-geração foi-se implementando nos diversos sectores
industriais, sendo que a maior percentagem de potência instalada está no têxtil.

Existem alguns obstáculos ao desenvolvimento da co-geração em Portugal, desde logo


porque é uma tecnologia que depende da energia térmica, mas também porque existem
dificuldades de acesso à rede eléctrica, incerteza tarifária antes do investimento, e
dificuldades na transposição das directivas europeias.

6–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Estão actualmente a ser estudados alguns projectos de co – geração no nosso país:


Matosinhos (refinaria do porto), Alhandra (Iberol – óleos alimentares); Setúbal (Portucel
Setúbal – papel) e Sines (Borealis – química de base).

As estratégias ambientais podem desenvolver-se tendo como referência diferentes


espaços de incidência: dentro da empresa, entre empresas e a nível regional/local. As
simbioses industriais que se estabelecem no contexto dos Eco-Parques Industriais são um
exemplo de actuação a nível regional/local, na medida em que existe interactividade com
a comunidade envolvente. Os Eco-Parques Industriais nasceram, justamente, da
necessidade de integrar as indústrias nas respectivas comunidades, na busca simultânea
de estratégias eficazes de racionalidade económica e de sustentabilidade ambiental.
Definem-se como sendo um conjunto de empresas de uma determinada região que
partilham entre si materiais, energia e serviços, com vista à obtenção de ganhos
económicos, sociais e ambientais. Estas empresas inter-agem também com outras
organizações da comunidade envolvente.

O Eco-Parque Industrial de Kalundborg (Dinamarca), de enorme projecção internacional,


nasceu do relacionamento espontâneo das empresas da região, de modo a conseguirem
aceder a materiais e energia a preços mais baixos e reduzir os resíduos produzidos e o
respectivo custo de tratamento. Mas esta simbiose industrial só foi possível em virtude da
confluência de determinados factores, entre os quais: proximidade geográfica, existência
de indústrias âncora (produtoras de resíduos e consumidoras de matérias), e pressão
legislativa.

Em termos de benefícios económicos esta experiência propiciou um investimento (até


2002) de 90 milhões de euros e um retorno de 200 milhões de euros. E em termos de
benefícios para o meio ambiente permitiu: uma redução total no consumo de recursos
(óleo 45 000 ton/ano, carvão 15 000 ton/ano, água 600 000 m3/ano); a redução de
emissões (CO2 175000 ton/ano, SO2 10200 ton/ano); e a valorização de
resíduos/subprodutos (enxofre 4 500 ton/ano, gesso 90 000 ton/ano e cinzas para
cimento 130 000ton/ano) 2

Pretende-se aplicar este conceito no concelho da Chamusca, concelho que se encontra


em acentuado declínio demográfico e cuja população residente está a envelhecer, mas
que simultaneamente tem uma vasta área e possui uma vasta experiência na área da
gestão de resíduos: RibTejo, ResiTejo.

A ideia é criar aí um parque industrial orientado para o fornecimento de bens e serviços,


produzidos em conformidade com o paradigma da ecologia industrial, com o triplo
objectivo de: atrair empresas inovadoras, criar emprego e proteger o ambiente.

2
Fonte: “Eco Parques Industriais”, apresentação da Eng.ª Inês Costa no Seminário Ambiente, Inovação e
Competitividade da Economia, realizado no dia 14 de Dezembro de 2005 no CCB, organizado pelo
Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP).

7–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Sessão III: O “Ciclo da Água” e o Tratamento de Resíduos – As


Oportunidades de Internacionalização na Indústria e Serviços

Moderador: Engº Artur Magalhães (MAOTDR)

Painel:

Rafaela Matos (LNEC);

Engº Pedro Cunha Serra (Águas de Portugal);

Engª Dulce Álvaro Pássaro (IRAR),

Engº João Quinhones Levy (ECOSERVIÇOS);

Engº António Campos Almeida (MOTA ENGIL);

Engº Fernando Ferreira (Efacec Ambiente)

O mercado da água apresenta um conjunto de características específicas, que o


diferencia de outros mercados. Trata-se de um mercado que funciona em monopólio
natural e cujos consumidores, para além de não terem opção de escolha em relação ao
fornecedor, enfrentam uma procura rígida pois trata-se de um bem essencial à vida e aos
ecossistemas. Como tal está sujeito a regulação económica e ambiental, que permita
assegurar o seu fornecimento a um preço aceitável e com respeito pelo ambiente.

Tradicionalmente controlado pelo Estado, este sector tem-se aberto progressivamente à


iniciativa privada como resposta aos elevados investimentos exigidos pelo sector (capital
intensivo) e às crescentes restrições orçamentais com que os Estados se confrontam. A
concentração, que permite atingir uma dimensão técnica e uma dimensão económico-
financeira mínimas, tem sido também utilizada como estratégia de superação destas
condicionantes. Mas, não obstante este movimento tendente a uma maior intervenção
dos privados, continua a tratar-se de um reduto do sector público fortemente
condicionado pelas políticas públicas. França e Reino Unido são os dois países europeus
em que a intervenção privada neste sector é mais significativa e as duas maiores
empresas mundiais são francesas (Vivendi e Suez) que juntamente com a RWE (alemã)
controlam 75% do mercado mundial da água.

Embora dominado por um numero reduzido de grandes operadores, os mercados da água


e dos resíduos apresentam um elevado potencial em todo o mundo, e Portugal não é
excepção. É verdade que o facto de ser um sector capital intensivo, cujos lucros não são
particularmente atractivos e onde os riscos são muitos e variados, tende a afastar o
interesse das empresas de menor dimensão. Mas ainda assim, há segmentos deste
mercado atractivos para as PME (consultores - estudos e projectos; prestadores de
serviços ambientais: operação, manutenção, gestão; fornecimento e montagem;
empreiteiros electromecânicos, etc.). Há, portanto, um conjunto de oportunidades a

8–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

explorar neste sector e com potencial de internacionalização no caso de se conseguirem


desenvolver produtos competitivos à escala mundial, o que exigirá sem dúvida um
grande esforço de inovação.

Este mercado comporta várias vertentes: abastecimento de água para consumo humano,
saneamento de águas residuais urbanas, abastecimento de água para fins industriais e
saneamento de águas residuais industriais. As perspectivas de crescimento em biliões de
euros são mais significativas no que respeita à última vertente (6% entre 2005 e 2009 e
7% entre 2010 e 2014) (vd. apresentação do Engº Pedro Serra, slide 5).

Ao nível da investigação e desenvolvimento tecnológico no domínio do ciclo da água e


dos resíduos, as perspectivas são positivas. O Departamento de Hidráulica e Ambiente
está já a desenvolver várias linhas de investigação que incluem: uso eficiente da água;
métodos e tecnologias para controlo da qualidade da água para consumo humano;
inovação tecnológica para a melhoria de eficiência da gestão dos serviços de águas, de
águas residuais e de resíduos sólidos urbanos; gestão de risco e da emergência em
sistemas urbanos de águas, etc. (vd. apresentação da Engª Rafaela Matos, slides 6 e 7).
Esta investigação resulta em parte das exigências impostas pela legislação europeia e
pelas recomendações da OMS nos domínios da água e dos resíduos. E há também boas
perspectivas no que respeita a novos projectos de I&DT (ver slides 8 e 11 da
apresentação da Engª Rafaela Matos).

Mas para que a actividade de I&DT contribua efectivamente para o incremento da


competitividade nestes domínios, é imperativo reforçar a articulação entre a I&DT e a
indústria e os serviços das águas e resíduos, a jusante e a montante da investigação e
mesmo durante os próprios processos de investigação (vd. apresentação da Engª.
Rafaela Matos, slides 13 e 14).

É fundamental que as empresas portuguesas consigam produzir tecnologia avançada e


que o conhecimento tecnológico acumulado gere potencial de exportação. As parcerias
com empresas nacionais, e mesmo estrangeiras, constituem opções interessantes na
perspectiva de adquirir capacidades e minorar riscos. E espera-se que os organismos
públicos competentes incentivem e apoiem as iniciativas das PME.

As actividades que se desenvolvem (e que se vierem a desenvolver) ao longo da cadeia


de valor do abastecimento de água e saneamento básico estão sujeitas aos requisitos
exigidos pelo IRAR (garante da qualidade dos serviços nesta área), qualquer que seja o
promotor (câmaras, sistemas multimunicipais, concessionárias). Apesar destas
actividades serem exclusivamente atribuições municipais até 1993, entendeu-se que
seria do interesse público criar concessões desde que devidamente regulamentadas. Ás
concessionárias foi, também, concedida a possibilidade de exercer actividades acessórias
e complementares. Estas concessionárias não estão impedidas de participar em projectos
de nível internacional se daí advierem mais valias para o nosso país.

9–G
DEPARTAMENTO DE
PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Sessão IV: As Energias Renováveis como Factor de Diversificação Industrial?

Moderador: Engº José Eduardo Barroso

Painel 1 – Energia Eólica:

Engª Ana Estanqueiro (INETI);

Engº José Rui Felizardo (INTELI);

Prof. António Sá Costa (AMPER);

Engº Almada Lobo (EFACEC)

De acordo com os objectivos definidos, 39% da electricidade produzida em Portugal em


2010 deverá ser de origem renovável. Esta meta implica instalar cerca de 3 250 MW de
capacidade eólica entre 2006 e 2010, o que envolve um investimento que ronda 1,1
milhões de euros por MW ou seja 3,575 milhões de euros de investimento nos próximos 5
anos. Portugal é o segundo país com custos de instalação por unidade de potência mais
elevados.

O sector eólico é dominado pelos europeus (com mais de 2/3 da capacidade total mundial
instalada). A Alemanha é o país com mais capacidade eólica acumulada e a Dinamarca
satisfaz cerca de 20% das suas necessidades de electricidade a partir da energia eólica.
Este país também domina o mercado mundial das turbinas eólicas, com uma quota de
exportação que rondava os 40% em 2004.

Portugal apresenta indicadores e parâmetros industriais para que se verifique o


desenvolvimento do sector eólico, sector cujas taxas de crescimento só são superadas
pelo mercado dos telemóveis (vd. apresentação Engª Ana Estanqueiro, slide 7).

Tarifas eólicas elevadas ajudam ao desenvolvimento deste sector, embora não sejam
suficientes. A Alemanha, por exemplo, é o país com mais capacidade eólica acumulada
mas nem por isso é o país onde as tarifas são mais elevadas (está em quinto lugar no se
refere ao preço das tarifas). A explicar o sucesso deste sector estão, também, outros
factores como o empenhamento político, as externalidades associadas ao fabrico da
tecnologia, um bom planeamento central e regional e uma burocracia reduzida que
permita processos de licenciamento ágeis, o que não acontece no nosso país (demora
anos – 7, 8, … – a obtenção de uma licença). Este último aspecto tem constituído, de
facto, um constrangimento forte ao desenvolvimento do nosso sector eólico, daí que a
AREN sugira uma revisão do processo de licenciamento no sentido de o tornar mais
rápido (reduzir prazos ou eliminar fases).

Existem já em Portugal algumas indústrias neste sector como sejam uma fábrica de pás e
3 fabricantes de torres de turbinas eólicas, entre outras (vd. apresentação Engª Ana
Estanqueiro, slide 21). Porém, o equipamento instalado nos nossos parques eólicos é

10–G
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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

quase todo importado, sendo a parcela de incorporação nacional baixa. A situação é, no


entanto, diversa no que respeita aos serviços, cuja incorporação nacional ronda os 90%.
Significa que se fazem em Portugal os serviços relativos à avaliação do recurso eólico e
estimativa de produção, ao projecto e sua avaliação, desempenho e impactes, ao
financiamento, etc.

A I&D sobre energia eólica é ainda pouco expressiva, mas de qualidade. Já começam a
surgir alguns estudos no nosso país desenvolvidos por instituições como, por exemplo, o
INETI, RISO, SINTEF, etc. ou mesmo pela EDP em parceria com o INESC-Porto (estudo
de compatibilidade entre recursos hídricos e eólicos).

Mas há ainda uma série de áreas em que importa apostar e desenvolver, ao nível de:
normas de qualidade, fabrico de turbinas eólicas, mecanismos de reciclagem de turbinas,
etc.

As perspectivas de crescimento do sector eólico em Portugal são muito animadoras,


podendo o nosso país, de acordo com algumas opiniões, tornar-se um dos mais atractivos
mercados mundiais das eólicas. Actualmente, é um mercado ainda muito longe da
maturidade: quer em termos de exploração comercial de energia, quer em termos de
produção de equipamento e respectiva I&D, mas que está em condições de aproveitar o
recente concurso lançado pelo Estado para atribuição de capacidade eólica e estimular
por essa via a criação de um cluster eólico.

Este concurso irá permitir produzir no nosso país a esmagadora maioria das componentes
de um parque eólico (estima-se uma poupança de 1 300 milhões de euros na importação
de equipamento), criar emprego directo e indirecto, (prevêem-se 6 000 postos de
trabalho distribuídos pela indústria, instalação e manutenção) e impulsionar as
exportações na medida em que se prevê que os fornecedores que se vão instalar,
nomeadamente em torno da unidade produtiva resultante de IDE, tenham capacidade
competitiva a nível internacional. As empresas portuguesas poderão estar em quase
todas as fases da cadeia de valor: desenvolvimento, produção de componentes,
construção e montagem, instalação e exploração/manutenção. Também se espera
aumentar significativamente o valor acrescentado bruto gerado pelo sector, quer na fase
de instalação quer na fase de manutenção e reparação, para além dos importantes
benefícios que são esperados ao nível da redução das emissões de CO2.

Será assim possível uma maior especialização tecnológica das empresas nacionais e uma
maior integração de tecnologia nacional em bens transaccionáveis na indústria eólica e
áreas relacionadas. Além disso, novas tecnologias e processos poderão ser integrados em
diversos sectores devido às melhorias em áreas como a Electrónica e Controlo, a
Metalomecânica de Precisão, o Software ou os Materiais Compósitos.

Trata-se pois de uma oportunidade única para desenvolver um verdadeiro cluster eólico
em Portugal.

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PROSPECTIVA E PLANEAMENTO
E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Refira-se, ainda, que já existem em Portugal alguns actores empresariais com fortes
competências e referências no que respeita à energia eólica. É por exemplo o caso da
Efacec.

Sessão IV: As Energias Renováveis como Factor de Diversificação Industrial?

Moderador: Engº José Eduardo Barroso

Painel 2 – Outras Energias Renováveis:

Engª Maria João Rodrigues (Solar – IN+);

Engº José Manuel Oliveira (AMPER);

Engº Joaquim Pescada (AO SOL);

Engº António Macedo (CBE);

Dr. Sri Lingham (AGNI INC).

Energia da Ondas:

Prof. António Sarmento (IST).

O sector das energias renováveis apresenta-se como uma alternativa interessante para
investimento no nosso país. O mercado das renováveis começa agora a emergir e oferece
perspectivas de grande expansão (reforçada pela evolução do preço do petróleo), o que
na leitura de alguns especialistas do sector é propício ao desenvolvimento de clusters
industriais inovadores.

Em Moura está a nascer um Tecnopólo estruturado em torno de uma das energias


renováveis com maior potencial de crescimento, a energia fotovoltaica. De acordo com a
Engª Maria João Rodrigues esta energia renovável tem um potencial de crescimento
ainda maior do que o da energia eólica, já de si bastante elevado.

A capacidade instalada acumulada de energia fotovoltaica a nível mundial tem crescido


consideravelmente na última década, atingindo em 2004 mais de 2 500 MW, dos quais
mais de 2 000 com ligação à rede, a que corresponde uma produção muito próxima dos 1
200 MW. O objectivo definido para o nosso país em termos de energia fotovoltaica
corresponde a 150 MW de capacidade acumulada instalada em 2010. Hoje essa
capacidade ronda os 2,6 MW (cerca de 1/3 com ligação à rede). Esta meta é considerada
muito pouco ambiciosa. De acordo com um estudo técnico efectuado, somente o
aproveitamento dos edifícios existentes nas cidades médias portuguesas permitiria
instalar 3 700 MW.

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A Central de Moura, implantada no epicentro solar da Europa, será responsável pela


instalação adicional de 62 MW, o que permitirá uma produção de 90 GWh. Para além da
maior central fotovoltaica do mundo, este grande projecto prevê a criação de uma fábrica
de painéis solares, a maior do país, cuja produção, depois de construída a central, será
exportada (os mercados europeu e mundial estão em forte crescimento). Prevê também a
criação de um laboratório para I&D e a captação de investimentos para indústrias de
equipamentos relacionados (inversores, estruturas de suporte, etc.). Além disso, o
projecto encerra outras importantes mais valias para a região: criação de 120 postos de
trabalho directos ao longo da construção da central e 30 para manutenção e assistência
ao longo de 30 anos, entre 1 280 a 2 400 empregos indirectos, apoia à criação de uma
licenciatura em energias renováveis, etc. (vd. apresentação José Manuel d’Oliveira). A
central e a fábrica funcionarão assim como investimentos âncora que permitirão que o
Tecnopólo de Moura possa sobreviver como cluster.

Este projecto dará sem dúvida um impulso importante ao desenvolvimento do mercado


da energia fotovoltaica em Portugal, que actualmente é ainda bastante incipiente. Os
postos de trabalho associados a esta energia renovável rondam os 175 trabalhadores, a
maior parte dos quais integra a Shell Solar, que faz a montagem de módulos para
exportação.

Num horizonte temporal mais alargado (2030), prevê-se uma capacidade instalada de 3
000 MW, aplicada preferencialmente em edifícios e outras estruturas urbanas, pois este
tipo de aplicação encerra um maior potencial de incorporação de conhecimento nacional
(vd. apresentação da Engª Maria João Rodrigues).

O solar térmico, por seu lado, pode dar um contributo positivo em sistemas que
permitam produzir calor e frio, em simultâneo ou separadamente. Apesar da má
performance dos anos 90 ao nível do solar térmico, em parte devido a instalações mal
executadas ou sem projecto, está-se a assistir a um incremento da procura deste tipo de
soluções no nosso país (hotelaria, escolas, complexos desportivos, piscinas, etc.), sendo
que a produção nacional actual satisfaz apenas 40% da procura.

O uso de biomassa enquanto fonte energética constitui também uma importante


oportunidade de negócio a explorar, nomeadamente no que respeita à Biomassa Florestal
Residual (BFR), em virtude da importância do sector e espaços florestais no nosso país.
Além de impactos positivos em termos de emprego, esta tecnologia favorece a fixação
das populações em regiões menos favorecidas e integra-se na gestão dos espaços
florestais. Seria, assim, importante apostar no desenvolvimento de equipamentos de
recolha, transporte e tratamento da BFR, e de equipamento para aproveitamento
energético adaptado a diferentes escalas e realidades.

A AGNI, empresa que se dedica à produção de pilhas de combustível e outras tecnologias


de processamento de bio carbonetos, tem 2 centros de produção tecnológica, china e
kuala Lumpur, e pondera a possibilidade de criar uma terceira unidade de produção de

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E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

tecnologias em Portugal, bem como um centro de investigação. Esta unidade de produção


funcionaria como a plataforma da empresa para o mercado europeu. Esta perspectiva
abre oportunidades interessantes para as indústrias portuguesas. A AGNI também
desenvolve tecnologias nas áreas de gasificação, micro-geração e sequestração de CO2.

No que concerne à energia das ondas, as perspectivas também são positivas a avaliar
pelas condições que o nosso país oferece para a exploração deste tipo de energia
renovável: grande área de costa, ventos médios altos, boas condições de acesso ao mar
alto, facilidade de integração da energia produzida na rede, etc.

Segundo estudos de grandes petrolíferas, a energia das ondas será a forma mais barata
de energia dentro de 15 ou 20 anos. E estima-se que este mercado atinja os 5 mil
milhões de euros em Portugal. A aposta nesta energia fomentaria a possibilidade de
Portugal desenvolver tecnologia nestes domínios, desenvolver empresas viradas para o
oceano e a criar postos de trabalho com alto conteúdo tecnológico. Esta aposta
implicaria, entre outros aspectos, a fixação de metas e apoios ao nível do mercado
interno, a angariação de investimento nacional e estrangeiro e a procura de parceiros a
nível financeiro, tecnológica e comercial.

Porém, apostar na energia das ondas é ainda uma aventura, porque não há legislação,
nem experiência, a tecnologia ainda não está estabilizada (há 4 protótipos em estudo),
as perspectivas de mercado ainda não estão definidas, a cadeia de fornecedores é ainda
incipiente para suportar uma indústria credível e tudo isso gera uma grande insegurança
do ponto de vista dos promotores.

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