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(INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES)
ÊNFASE EM RODOVIAS
MANUAL DO ALUNO
2011
APRESENTAÇÃO
Espera-se que através deste trabalho, possamos dar uma base de como o
meio ambiente se insere no setor de transportes, e aqueles técnicos que o
desejarem, possam, posteriomente, aprofundar-se em seus conhecimentos,
expandindo seus horizontes.
Regina Avena
Gestão Ambiental 2
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SUMÁRIO
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MODULO I
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MODULO I
1.1 – Histórico
O homem é o principal predador do meio ambiente, alterando o equilíbrio dos ecossis-
temas ao satisfazer suas necessidades de consumo. Ele desenvolve atividades que po-
dem destruir o planeta e exterminar, praticamente, todas as formas de vida.
Além disso, com o aumento das unidades industriais, o crescimento demográfico tornou-se
desordenado, concentrando a população em grandes centros urbanos, o que passou a ser
um dos mais graves problemas ambientais de muitos países, que até hoje, tem soluções de
pouca viabilidade econômica.
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Um grande movimento para diminuir a poluição foi a convenção sobre a mudança do cli-
ma, lançada na ECO 92, dando origem ao Protocolo de Kyoto, onde se determinava que
os países industrializados se comprometessem a reduzir o total de suas emissões em
5,2% em relação ao ano de 1990.
Alguns países não aderiram e outros não cumpriram as metas.
2ª Fase
Marco principal – 1ª Conferência Internacional sobre meio ambiente, sediada em Es-
tocolmo, promovida pela ONU, em 1972.
Crise do petróleo.
Aceleração de programas nucleares na Europa.
Grandes acidentes ambientais em todo o mundo.
Surgimento das ONGs – Greenpeace em 1971 – postura radical em favor do meio
ambiente.
Em 1974, cientistas americanos chamam a atenção do mundo sobre a destruição da
camada de ozônio pelo uso do CFCs (clorofluorcarbono).
Desenvolvimento de legislação ambiental (parâmetros de qualidade da água e do ar,
lançamento de efluentes e emissões atmosféricas).
Em 1981 surge a Política Nacional do Meio Ambiente.
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3ª Fase
2.1 Ecossistemas
Para que possamos discutir as questões ambientais de nosso tempo, é necessário entender
o funcionamento de nossas estruturas bióticas e abióticas. O ambiente biótico (orga-
nismos vivos) e o ambiente abiótico (ambiente não vivo) estão inseparavelmente interrelaci-
onados e interagem entre si. Estes recursos naturais podem ser renováveis ou não.
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Mas para entendermos como funciona esta interrelação, alguns conceitos são necessá-
rios:
Ecologia – do grego “oikos” = “casa”. “É o estudo das relações dos organismos ou gru-
pos de organismos com o seu ambiente”.
Biossistema – são sistemas compostos por componentes bióticos.
Sistema – “Conjunto de componentes interdependentes que interagem regularmente e
formam um todo unificado.”
População – Conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive em um território cujos
limites é da biocenose da qual esta espécie faz parte.
Comunidade (Biocenose, Associação ou Comunidade biótica) – conjunto de populações
que funcionam como uma unidade integradora, através de transformações metabólicas
co-evoluídas uma dada área de habitat físico. Pode ser definida também, como um gru-
pamento de seres vivos reunidos pela atração não recíproca exercida sobre eles pelos
diversos fatores do meio.
N
I Componente + Componentes = BIOSSISTEMAS
V Bióticos Abióticos
E
I
S
Genes + = Sistemas Genéticos
H MATÉRIA
I Células + = Sistemas Celulares
E
R Órgãos + E = Sistemas Orgânicos
Á
R Organismos + = Sistemas Organísmicos
Q ENERGIA
U Populações + = Sistemas Populacionais
I
C Comunidade + = Ecossistemas
O
S
Barbosa -2003
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O ozônio está presente na atmosfera da terra em grande parte em uma camada chama-
da “camada de ozônio” que fica situada entre 17 km e 50 km acima do nível do mar.
Ela filtra os raios UV nocivos provenientes do sol que contribuem para o câncer de pele
e a catarata.
O ozônio é produzido pelo sol catalisando O2. Um desgaste significativo desta camada
foi notado pela primeira vez em 1984 sobre a Antártida.
As principais causas deste desgaste são os CFCs (clorofluorcarbonos), utilizados em
aerossóis, refrigeração, espumas e solventes de limpeza.
C – Aquecimento Global
Certos gases na atmosfera tais como: vapor d’água, CO2, CH4, NOx, CFCs, e VOCs
(compostos orgânicos voláteis), têm a capacidade de reter calor formando uma camada
isoladora em torno da terra. Tal camada permite a passagem dos raios solares, mas im-
pede que escape parte do calor irradiado da terra.
Há várias leis e protocolos para a redução de emissões de gases. Um dos mais impor-
tantes protocolos foi o de KYOTO, em 1997, onde os países desenvolvidos se compro-
meteram a diminuir as emissões de gases causadores do efeito estufa para 5,2% abaixo
dos níveis de 1990, até 2012.
D – Outros poluentes
Os principais poluentes do ar são, atualmente, SO2, NOx, CO, fumaça negra, compos-
tos orgânicos voláteis (VOCs), bifenilos, policlorados, dioxinas e metais pesados, inclu-
indo Pb, Cd e Hg. Odores de instalações e ruídos, também são problemas comuns em
instalações industriais, considerados poluidores do ar e nocivos à saúde.
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B – Tratamento da água
A noção de “água residual” engloba água de escoamento pluvial, água de esgoto indus-
trial e doméstico, e efluentes originários de algum tipo de processo.
Uma estação de tratamento recebe água residual poluída (influente) e é tratada até que
ela esteja limpa para ser devolvida a um corpo d’água. Este efluente da estação de tra-
tamento só pode ser liberado quando a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) estiver
nos níveis padronizados pelas normas e leis que regem esta questão. DBO é a quanti-
dade de oxigênio molecular consumido por microorganismos durante a degradação da
matéria orgânica na água.
C - Abastecimento de água
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A – Embalagens
A destinação final de embalagens constitui um dos grandes problemas ambientais na
atualidade, principalmente os plásticos. Hoje, já existem programas de reciclagem des-
ses materiais, mas há pouca viabilidade econômica para atrair investidores.
B – Papel
A reciclagem de papel tem alto interesse pelos organismos públicos. Suas vantagens
incluem conservação de energia (o papel reciclado gasta menos energia que o papel
virgem), redução de poluição (papel reciclado gasta menos reagentes químicos que o
papel comum); redução da quantidade de madeira necessária; e redução na quantidade
de resíduos para disposição final. A economia da reciclagem depende da eficiência dos
processos utilizados, principalmente da coleta.
C - Reciclagem
Encontra-se bem adiantada em algumas indústrias, principalmente de metais secundá-
rios como Cobre, Chumbo e sucata de metais ferrosos. A reciclagem tem a vantagem de
economizar os recursos naturais, reduzir a energia para produção primária e o transpor-
te, e reduzir a quantidade de resíduos em aterros.
D – Resíduos especiais
Aplica-se a resíduos nocivos a vida, ou seja, resíduos perigosos. Tais resíduos têm a
disposição final controlada por leis ambientais específicas.
E - Os solos contaminados
Estes solos devem ser isolados e sofrer algum tipo de medida de remediação. Os auto-
res da contaminação devem ser notificados e inclusos em lei de crime ambiental. (ex.
Cidade dos meninos em Caxias RJ).
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Essas fontes trazem uma grande mudança que deve ocorrer no século XXI, para que se
possam reduzir as emissões nocivas ao meio ambiente e a saúde humana. As opções
para energias renováveis incluem a utilização de Biomassa, gás de aterros, energia
eólica, das marés e solar, além da energia hidroelétrica.
Os sistemas de co-geração combinando calor e energia (ou Sistema CHP–Combined
Heat and Power) estão ampliando rapidamente sua participação no mercado.
C – Eficiência em Energia
Hoje há uma grande preocupação em fazer projetos industriais e edificações que con-
sumam um mínimo de gasto em energia. Alguns países já estão avançados nas técnicas
de redução de energia, principalmente os países da Europa. No Brasil já existe um es-
quema de rotulagem ambiental de eficiência energética para aparelhos eletrodomésticos
na linha de melhores práticas em eficiência energética, já adotado em outros países.
A – Desmatamento.
Este é um dos grandes problemas do Brasil e de outros países que sofrem com o desa-
parecimento de grandes quantidades de florestas (ex: amazônica, sul americanas, leste
africanas e indonésia) devido a projetos de desenvolvimento urbano, extração de madei-
ra, construção de represas, exploração agro-pastoreira, mineração e desenvolvimento
rodo-ferroviário.
O desmatamento causa perda irremediável de algumas madeiras de lei (ex; Mogno, Pau
Brasil, Pinho de Riga etc.), perda de recursos florestais para populações residentes na
floresta que os utilizam como meio de sobrevivência, perturbam o clima local, interferem
dramaticamente nos recursos hídricos, causam degradações de solo com as erosões,
além de ser 1/4 de todas as emissões de CO2 provocada pelo homem através das
queimadas.
B – Perda de Biodiversidade
Todas estas questões ambientais, sem um planejamento sustentável, levam a uma exa-
ustão da flora e da fauna da terra e dos oceanos e rios, constituindo em perda de fontes
valiosas de alimentos, materiais industriais, medicamentos, reservatórios de genes para
fins de reprodução de animais e plantas. Algumas espécies em extinção recebem
atualmente medidas de proteção tais como abolição da pesca da baleia, repressão ao
comércio de marfim, repressão a caça de animais silvestres, etc.
C – Recursos Sustentáveis
Muitos dos recursos naturais do mundo estão sendo consumidos a uma taxa insustentá-
vel. A utilização de combustíveis fósseis, a destruição das florestas, o consumo de mine-
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D - Ruído/Perturbação
Constitui uma perturbação ambiental bastante comum nos dias de hoje, com o aumento
de tráfego nas rodovias, ruído de fábricas, etc. Hoje existem leis de controle de poluição
sonora que obrigam fabricantes a reduzir os ruídos de máquinas e produzir motores com
níveis mais baixos de ruído.
E - Patrimônio
As questões que envolvem patrimônio são bastante abrangentes e inclui a proteção do
ambiente construído urbano, com seus sítios históricos, culturais e arqueológicos, assim
como o ambiente natural, o campo, os parques nacionais, as florestas etc.
O excesso de atividade turística, crescimento populacional desordenado, a negligência
administrativa, danos acidentais, instabilidade política, guerras, terrorismo entre outros,
destroem ou degradam a herança natural e cultural de uma nação. O eco turismo é uma
solução sustentável muito utilizado nos dias de hoje, mas também pode significar uma
ameaça para áreas naturais remotas.
NOTA: Vale lembrar que hoje, o custo da empresa que negligencia as questões ambien-
tais é muito grande por causa da perda de imagem e das multas.
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Através do Decreto 76.389, em 1975, foi criado o conceito de “zona crítica de polui-
ção”, podendo ser aplicado a algumas zonas metropolitanas como Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, pólos industriais como
Volta Redonda e Cubatão, Bacias hidrográficas de Pernambuco, Paraíba do Sul (RJ),
médio e alto Tietê (SP), do Jacuí e do estuário do Guaíba (RS). Neste decreto, já se
nota a grande preocupação com a poluição das bacias hidrográficas.
Relegavam-se para segundo plano os efeitos ambientais no longo prazo, como é a maio-
ria dos efeitos causados pelas atividades de construção de infra-estrutura de transportes.
Ainda hoje, a preocupação com efeitos no longo prazo não encontra muitos adeptos na
gestão pública de alguns empreendimentos considerados “necessários” independente
de seus riscos.
Após a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
realizada em junho de 1972, na Suécia, e conhecida como Conferência de Estocolmo,
procurou-se buscar soluções para evitar os graves problemas mundiais que estavam
surgindo em virtude da construção de grandes obras que impactaram o ambiente e
da poluição industrial cada vez mais crescente.
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A política ambiental foi evoluindo do governo central para governos estaduais, munici-
pais, entidades públicas e privadas, empresas estatais, organizações não governamen-
tais e cidadãos conscientes da necessidade de preservação ambiental e da qualidade de
vida das populações, porém muito lentamente.
A lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) deu início a uma nova fase na legis-
lação ambiental brasileira. Define Meio ambiente como “conjunto de condições, leis,
influências e interações, de ordem física, química e biológica, que permitem abri-
gar e reger a vida em todas as suas formas” (Lei n° 6.938, 1981). Esta Lei tem como
objetivo principal a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propí-
cia a vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico
compatibilizada com o meio ambiente, aos interesses de segurança nacional e à prote-
ção e dignidade da vida humana. Os objetivos levavam em consideração as desigualda-
des nacionais e peculiaridades regionais, propondo novos instrumentos técnicos e insti-
tucionais para a utilização dos recursos naturais.
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Um instrumento bastante importante para a questão dos impactos ambientais foi a Re-
solução CONAMA nº 001, de 26 de Janeiro de 1986, estabelecendo as definições,
responsabilidades, critérios básicos, diretrizes gerais para uso e implementação
da avaliação de impacto ambiental. Especificou também quais atividades estariam
sujeitas aos procedimentos de licenciamento, dando os elementos básicos para a exe-
cução do EIA e para a apresentação do RIMA.
Em seu art. 2° estabelece a necessidade de estudo de Impacto Ambiental (EIA) e res-
pectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para uma série de serviços e atividades,
onde se destaca como inciso:
“I – Estradas de Rodagem com duas ou mais faixas de rolamento”.
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Em matéria ambiental, cumpre aos Estados, em especial, o exercício das funções que
lhes são atribuídas dentro do SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA),
instituído pela Lei 6.938/81, bem como legislar supletivamente à legislação federal nas
demais matérias ambientais, salvo aquelas que se incluem na competência privativa da
União, às quais, inclusive, devem os Estados dar cumprimento.
A expressão áreas legalmente protegidas tem sentido amplo. Pretende-se definir toda
e qualquer delimitação geográfica, toda e qualquer porção do território nacional, estabe-
lecida com o objetivo de proteção ambiental, integral ou não, e assim submetida a um
regime jurídico protecionista. No conceito entrarão dois grupos de áreas legalmente pro-
tegidas: os espaços territoriais legalmente protegidos e as terras indígenas.
Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação são definidas como “as porções do território nacional, inclu-
indo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, de domínio público
ou privado, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos e limites definidos,
sob regimes especiais de administração, às quais se aplicam garantias de proteção”.
Conforme Resolução CONAMA no. 13/90 e Decreto Federal 99.274/90, o entorno das
Unidades de Conservação, “num raio de 10 km”, consiste em espaço protegido cujas
atividades estarão subordinadas às normas ambientais do CONAMA
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A Resolução do CONAMA n.º 01, de 31/01/94, definiu a vegetação primária como “aque-
la vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os
efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas ca-
racterísticas originais de estrutura e de espécie”.
A mesma Resolução apresenta as características da vegetação secundária das Flores-
tas Ombrófilas Estacionais, em estágio inicial de regeneração, em estágio médio e
avançado de regeneração.
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A Resolução CONAMA n.º 004, de 18/09/85, define como Reservas Ecológicas as for-
mações florísticas e as áreas de florestas de preservação permanente, mencionadas no
art. 18 da Lei 6.938/81, bem como as que estabelecidas pelo Poder Público de acordo
com o que preceitua o art. 1º do Decreto n.º 89.336/84.
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Portaria Interministerial n.º 0069, de 28/01/89, trata das normas comuns sobre a pes-
quisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens de valor artístico, de interes-
se histórico ou arqueológico, afundados, submersos, encalhados e perdidos em águas
sob jurisdição nacional, em terrenos de marinha e seus acrescidos e em terrenos margi-
nais, em decorrência de sinistro, alijamento ou de fortuna do mar.
Decreto-lei n.º 4.146, de 04/03/42, determina em seu art. 1º, que os depósitos fossilí-
feros são propriedades da Nação, e, como tais, a extração de espécimes fósseis depen-
de de autorização prévia e fiscalização do Departamento Nacional da Produção Mineral
– DNPM, exceto aquelas feitas por museus nacionais e estaduais, e estabelecimentos
oficiais congêneres, devendo, nesse caso, haver prévia comunicação ao mesmo Depar-
tamento.
Lei 9.605/98, que dispõe sobre os crimes ambientais, arrola nos art.(s). 62 a 65 as
hipóteses de Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural.
Terras Indígenas
O § 1º do art. 231 da Constituição atual conceitua o que sejam terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios “as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para
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No Art. 225 (Capítulo VI – Do Meio Ambiente - Título VIII: da Ordem Social), a Cons-
tituição de 88 dedica-se exclusivamente ao tema de empreendimentos impactantes,
como é o caso das construções viárias. No parágrafo 1º, inciso IV, ela assegura ao po-
der público o direito de “exigir na forma da lei, para instalação de obra ou ativida-
des potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”; e o inciso VII –
incumbe o poder público de “proteger a fauna e a flora vedadas, na forma da lei,
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais à crueldade”.
Todos os instrumentos legais anteriores à Constituição de 1988 foram por ela consolida-
dos, o mesmo acontecendo nas Constituições Estaduais que se seguiram (1989). A partir
daí, diversas resoluções ou decretos regulamentadores da Constituição ou das leis, ou
ainda versando sobre aspectos particulares da questão ambiental vieram à luz, permitindo
que, atualmente, a legislação brasileira seja uma das mais completas e avançadas.
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A primeira fase corresponde aos documentos legais anteriores a 1981 e que não con-
templavam a questão ambiental como hoje é vista. No Quadro 1, relacionamos alguns
dispositivos mais importantes:
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A segunda fase inicia-se com a Lei 6938/81. Compondo esta fase temos no Quadro 2,
outros instrumentos legais.
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Hoje, de forma clara, sabe-se que a intervenção física dessas vias de transporte direta,
ou indiretamente, contribuiu para o desequilíbrio ou destruição de vários ecossistemas
devido aos impactos que lhes são inerentes.
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Porém, mesmo com todos os avanços de uma política ambiental respaldada por
uma vasta legislação, ainda encontramos na realidade vigente, barreiras pela falta
de otimização das ações e pela ausência de planejamento integrado entre os di-
versos setores governamentais, responsáveis pela execução, administração e fis-
calização dos problemas ambientais viários.
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buscar renovar sempre sua fonte de alimentação cuidando bem de seu hospedeiro, a
natureza. E isto faz parte da sustentabilidade, ou seja, prudência para não explorar
excessivamente seu hospedeiro (Odum, 1983).
Como podemos promover sustentabilidade sem políticas claras, precisas e sem um pla-
nejamento de forma integrada, um dos grandes problemas da gestão pública brasileira
atualmente?
A falência das atividades de planejamento no Brasil é um entrave a sustentabilida-
de, pois somente através dele, o planejamento, formulamos as políticas nacionais,
estaduais e municipais. Esta formulação da política nacional dá embasamento para as
ações públicas regionais e, assim, pode-se planejar as atividades produtivas em acordo
com as outras políticas, em uma visão macro de sustentabilidade, calculando os ris-
cos que estas atividades podem trazer à região.
Sustentabilidade Ambiental
Refere-se à manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas, o que implica
a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das interferências
antrópicas. Neste caso, as construções viárias interferem nesta capacidade de sustenta-
ção se houver impactos significativos e negativos. Quando atingem as bacias hidrográfi-
cas de forma significativa por intermédio da poluição de rios e mananciais a recomposi-
ção dos ecossistemas torna-se muito difícil.
Sustentabilidade Ecológica.
Refere-se à base física do processo de crescimento e tem como objetivo a manutenção
de estoques de capital natural, incorporados às atividades produtivas. Neste caso, deve-
se recompor os recursos retirados da natureza pela atividade de construção de infraes-
truturas de transporte, recompondo as áreas degradadas.
Sustentabilidade Social
Tem como referência o desenvolvimento e como objeto a melhoria da qualidade de vida
da população. Em países com desigualdade social implica a adoção de políticas distribu-
tivas e, ou, redistributivas e a universalização do atendimento na área social, principal-
mente na saúde, educação, habitação e seguridade social.
As vias de transporte contribuem para este desenvolvimento social, podendo trazer qua-
lidade de vida à população se os impactos positivos se sobressaírem aos negativos. A
desigualdade social traz também degradação ambiental e humana.
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Sustentabilidade Política
Refere-se ao processo de construção da cidadania em seus vários ângulos e visa garan-
tir a plena incorporação do indivíduo ao processo de desenvolvimento. A sustentabilida-
de política se consegue com a participação da comunidade nos processos que podem
afetar o meio ambiente. Esclarecida, conscientizada e motivada, a população ajuda seu
governante na preservação dos recursos naturais locais.
Sustentabilidade Econômica
É um conceito que implica em uma gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-
se pela regularidade de fluxos de investimento público e privado – o que quer dizer que
a eficiência pode e deve ser avaliada por processos macrossociais. Uma gestão eficien-
te deve ser preventiva, com procedimentos pró-ativos e não reativos. O investimento
financeiro na forma de ação “reativa”, normalmente é proveniente de custo não calcula-
do, e geralmente compromete todo o orçamento do governante.
Sustentabilidade Demográfica
Revela os limites da capacidade de suporte de determinado território e de sua base de
recursos. Implica cotejar os cenários ou tendências de crescimento econômico com as
taxas demográficas, composição etária e, contingentes da população economicamente
ativa. A inserção de vias de transporte em ambientes quase saturados, extrapola os li-
mites dessa capacidade e tornam o cenário ambiental insustentável.
Sustentabilidade Cultural
Vem pautada pelo respeito da afirmação das características locais, regionais e nacionais
no contexto da padronização imposta pela globalização e que traz importantes conse-
quências para o setor de infra-estrutura em geral.
Cada empreendimento deve ir ao encontro das características locais com suas diversi-
dades regionais.
A Sustentabilidade Espacial
É norteada pelo alcance de maior equidade nas relações inter-regionais e, no caso es-
pecífico das infra-estruturas viárias, pelo conceito de universalização do acesso equâni-
me às oportunidades no espaço regional, nacional e internacional, promovendo a inte-
gração e cooperação entre as regiões. A integração viária é fundamental para que haja
inter-relações regionais.
Sustentabilidade Institucional
Está relacionada com a maior estabilidade e permanência dos arranjos institucionais e
das estruturas organizacionais, do estado e da sociedade responsáveis pela gestão go-
vernamental e pelos marcos regulatórios adequados, em suas parcerias com os demais
agentes econômicos e sociais, bem como na relação desses agentes com a ordem eco-
nômica e social.
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Esses diversos enfoques de sustentabilidade devem ser pensados “como sistemas arti-
culados, cuja integração comporta elementos que se antagonizam ou concorrem entre
si, o que torna a construção do desenvolvimento sustentável um processo de gestão de
conflitos sociais pluridimensionais” (Bezerra, Bursztyn, 2000, p.51).
Equação do Poeta
População (tamanho, composição e dinâmica demográfica)
Organização social (padrões de produção e de resolução de conflitos, a estratificação
social)
Entorno (ambiente físico e construído, processos ambientais e recursos naturais)
Tecnologia (inovação, progresso técnico e uso de energia)
Aspirações sociais (padrões de consumo, valores, cultura).
Esta equação envolve uma infinidade de variáveis que podem intervir nos conceitos par-
ticulares de preservação ambiental de cada povo em sua regionalidade.
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Há diferentes maneiras de se fazer uma gestão ambiental. Para o Dnit a gestão ambien-
tal de seus empreendimentos envolve:
a) Ter conhecimento pleno dos projetos de engenharia e dos estudos e projetos am-
bientais capacitando-se para prestar quaisquer tipos de informações quando solicitadas;
b) Orientar permanentemente o responsável pela execução da(s) obra(s);
c) Participar na solução de problemas de qualquer natureza (nos meios físico, bióti-
co e/ou antrópico), que eventualmente possam surgir e prejudicar o bom andamento da
obra, ou que afetem os objetivos do empreendimento;
d) Elaborar estudos técnico-econômicos de eventuais alterações e/ou complementa-
ções ao projeto;
e) Verificar as autorizações legais para a execução da obra, incluindo registros no
CREA, licenças ambientais, etc.;
f) Verificar o cumprimento das diretrizes ambientais estabelecidas;
g) Elaborar os relatórios de acompanhamento das atividades ambientais. A fiscaliza-
ção deve preparar programas de acompanhamento tais como: Acompanhamento das
Licenças ambientais; Controle das Licenças Recebidas e Controle da Execução dos
Planos Básicos – ou Executivos - ambientais, os quais serão usados pelo sistema de
gestão para garantir o cumprimento dos compromissos específicos de cada processo.
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Alguns requisitos são básicos para a gestão das obras de infraestrutura de qualquer
modal de transportes. Algumas delas estão citadas abaixo.
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Poluição Atmosférica
A pureza do ar é cuidada segundo padrões de qualidade estabelecidos na legislação,
em função da quantidade de partículas em suspensão, ou da quantidade de dióxido de
enxofre, ou do monóxido de carbono, ou de oxidantes fotoquímicos, medidos em micro-
gramas por metro cúbico em determinado tempo.
Existem dispositivos legais que fazem o Controle da Qualidade do Ar.
Pela Resolução CONAMA n.º 003, de 28 de junho de 1990, o Conselho Nacional do
Meio Ambiente - CONAMA estabeleceu os padrões de qualidade do ar baseados nas
concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna,
aos materiais e ao meio ambiente em geral.
Poluição da Água
A poluição da água é entendida como qualquer alteração de suas propriedades físicas,
químicas ou biológicas, que possa importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem
estar das populações, causarem danos à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso pa-
ra fins sociais e econômicos. O empreendimento a ser instalado deve obedecer às nor-
mas previstas para a não degradação das águas da bacia hidrográfica a qual pertence.
Poluição Sonora
O excesso de ruído ou a poluição sonora interfere no equilíbrio das pessoas e de seu
meio, vindo a causar perda de audição; interferência com a comunicação; dor; interfe-
rência no sono; efeitos clínicos sobre a saúde; efeitos sobre a execução de tarefas; in-
cômodo; efeitos não específicos.
Pela legislação sobre poluição sonora no Brasil a emissão de ruídos, em decorrência de
quaisquer atividades, obedecerá ao interesse da saúde, do sossego público, aos pa-
drões, critérios e diretrizes estabelecidos.
No âmbito dos estudos de impacto ambiental, a poluição sonora é analisada ao lado das
demais formas de poluição.
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MODULO II
SUMÁRIO
Gestão Ambiental 40
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MODULO II
“Conjunto de procedimentos que visam gerir ou administrar uma empresa, com a finali-
dade de obter através de uma melhoria contínua, o melhor relacionamento com o meio
ambiente.”
O poder público se destaca não só como grande poluidor ambiental, mas também como
grande modificador do meio natural. Como poluidor, ainda hoje, inúmeras cidades não
têm sequer canalização dos efluentes sanitários, obras não priorizadas pela maioria dos
governantes. Por outro lado, como modificador do status quo ambiental, investe em
grandes obras que muitas vezes carecem de estudos de impactos ambientais mais
abrangentes e adequados, não considera os impactos indiretos e cumulativos, além de
uma fiscalização ambiental pouco rigorosa.
Atualmente, até por pressões externas, existe certa conscientização de se planejar em-
preendimentos de infra-estrutura sobre uma área natural com um mínimo de impacto
Gestão Ambiental 41
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possível. A visão mais abrangente das consequências vem crescendo rapidamente, tan-
to sociais quanto ambientais desses impactos nas obras dos governos, levando a socie-
dade a participar, não com uma visão puramente ambientalista, mas com uma visão real
das necessidades ambientais, econômicas e sociais de cada região, dentro de um
programa sério de sustentabilidade ambiental e econômica.
Objetivos: O Sistema de Gestão precisa ser claro, com metas definidas material e tem-
poralmente, prevendo o uso de processos que devem ser éticos e ambientalmente acei-
táveis, envolvendo o empreendedor, os órgãos ambientais, a comunidade afetada, e
outros atores imprescindíveis, garantindo a transparência ao longo de todo o processo.
Execução: um projeto mal elaborado ambientalmente e uma execução fora dos padrões
ambientais levará fatalmente a inviabilidade da obra devido à negação de licenciamento
por órgãos ambientais.
Ao implantar um SGA em uma empresa, a alta direção deve, face às questões ambien-
tais, procurar:
Estabelecer política ambiental da organização
Planejar sua implementação com programas de gestão ambiental
Fazer análise, avaliações e ações.
Implementar e mantê-la em operação
Efetuar monitoramento e ações corretivas
Buscar revisões e análises críticas
Fomentar a cultura ambiental: Evitar desperdícios, reduzir emissões, reutilizar e
reciclar resíduos.
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Comprometimento da
Administração
Análise de con-
formidade legal
Política Ambi-
ental
KOHÃN-SAAGOYEN
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Estabelecimento de Ob-
Identificação de jetivos e Metas Identificação de
Requerimentos Alterações e
Legais e Norma- Efeitos Ambien-
tivos tais
Documentação e
Atualização de
Objetivos e Me-
KOHÃN-SAAGOYEN tas
PROGRAMAS DE GESTÃO
AMBIENTAL
Gestão Ambiental 44
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Estabelecimento e Critérios e
Manutenção da Do- Rotinas para
cumentação Básica o Controle
do SGA Operacional
do SGA
Documentação e
Identificação e
Resposta a Aci-
dentes Situações
de Emergência
IMPLEMENTAÇÃO E OPE-
RAÇÃO DO SGA
KOHÃN-SAAGOYEN
Gestão Ambiental 45
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KOHÃN-SAAGOYEN
ANÁLISE, AVALIAÇÕES E
AÇÕES
KOHÃN-SAAGOYEN
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Avaliação da Política
Ambiental Instituída
Proposição de Melh o-
rias ao SGA Impleme n-
tado.
APERFEIÇOAMENTO CONTINUO DO
SGA
KOHÃN-SAAGOYEN
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1.5 Terminologia
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Objetivos da ISO
Representar e traduzir o consenso dos diferentes países para uniformização de proce-
dimentos. Tem a função de homogeneizar métodos, medidas, materiais e seu uso.
O selo verde, além de ser uma ferramenta para a implantação de políticas ambientais
é um excelente veículo de marketing, atribuindo ao produto uma qualidade a mais.
A certificação é dada por uma instituição normalizadora nacional ou por outra por ela
delegada, emitindo um certificado para o processo de produção e/ou rótulo.
Passos:
Análise da legislação pertinente, da
documentação, e das reclamações das Classificação dos impactos e definição
partes interessadas relevantes. dos procedimentos operacionais.
Diagnóstico da situação da empresa e Quantificação, segregação e destina-
definição dos recursos necessários. ção dos resíduos.
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Primeira empresa brasileira a receber a ISO 14000: Phillips Brasil situada em Mauá, na
grande São Paulo, recebeu a certificação ambiental ISO 14001 no dia 13 de agosto de
1998.
Entidades envolvidas
As entidades envolvidas no processo de certificação são: Organismo Normalizador,
Organismo Credenciador e Organismo de Certificação Credenciado (OCC).
Organismo Normalizador – a entidade responsável para emitir normas técnicas
é a ABNT, que também atua como representante da ISO (International Organization for
Standardization) e a IEC (International Electrothecnical Commission)
Organismo Credenciador – As empresas aqui no Brasil não são obrigadas a
escolher o organismo credenciador do país que é o INMETRO (Instituto Nacional de Me-
trologia, Normalização e Qualidade Industrial). O que normalmente direciona a escolha é
o impacto que a chancela do seu organismo credenciador tem em seu mercado alvo.
NOTA: Processo (no latim procedere é verbo que indica a ação de avançar, ir para
frente (pro+cedere)). É conjunto sequencial e peculiar de ações que objetivam atingir
uma meta. É usado para criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter
e usar produtos ou sistemas.
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INICIO
1
1
OK?
Confirmação e formalização do Con-
trato
Recomenda Certificação ao órgão
Pagamento de taxa de administração Credenciador
1 N
OK?
1
S
Gestão Ambiental 51
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Para que ocorra certificação de forma tranquila, auditorias prévias são necessárias para
que a empresa não corra riscos na auditoria principal de certificação. Nelas são detecta-
das as não conformidades e as empresas tem geralmente até 3 meses para que as a-
ções corretivas sejam implementadas e se marque uma nova auditoria.
Gestão Ambiental 52
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A Norma internacional para gestão ambiental ISO 14001 identifica os elementos cons-
tituintes de um Sistema de Gestão Ambiental que complementa a estrutura de ges-
tão geral de uma organização, capacitando-a não apenas a colocar-se em conformi-
dade com os propósitos e objetivos de sua política ambiental, mas também demonstrar
tal conformidade a pessoas e agentes externos à empresa, através da certificação.
A norma ISO 14001 se baseia claramente no Ciclo de PDCA (Plan, Do, Check, Ac-
tion), ou seja:
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c – Planejamento – (“4.3”)
Aspectos ambientais - (“4.3.1”)
Estabelecimento e manutenção de procedimentos para identificar e administrar todos os
aspectos ambientais que possam ser controlados, ou sobre os quais possa ter influên-
cia, determinando os que podem ou não causar impactos significativos ao meio ambien-
te dentro de sua área de influência direta e indireta. Avalia o empreendimento antes de
sua implantação – Diagnóstico ambiental. (Não é EIA-Rima).
Aspectos Ambientais
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São exigências contidas na legislação e normas ambientais, seja no âmbito federal, es-
tadual ou municipal (inclusive internacional, dependendo da empresa). Uma lei municipal
não pode ser restritiva a estadual, e esta à federal.
Diagnóstico de Gestão Ambiental
Requisitos legais e outros requisitos.
A empresa/unidade tem aces so continuo a legislação ambiental f e-
deral, estadual e municipal aplicável às suas atividades?
A empresa/unidade tem acesso continuo a normas técnicas e outros
requisitos ambientais?
A empresa/unidade tem mecanismos para identificar, no âmbito de
todo o acervo de legislação normas técnicas e outros requisitos,
aqueles aplicáveis à sua atuação?
Existe sistemática formal para garantir o acesso e a atualização
permanente?
A empresa/unidade possui licença de operação? E outras pertine n-
tes?
Existem multas ou pro cessos na justiça sobre as questões ambie n-
tais?
Objetivos, metas e programas – (“4.3.3”)
Estabelecimento e manutenção de procedimentos para especificar objetivos ambientais
e metas correspondentes, definidas a partir da identificação dos impactos ambientais
significativos, fundamentais para a melhoria de desempenho.
O estabelecimento e manutenção dos programas de trabalho dependem do produto,
processo ou serviço da empresas.
Diagnóstico de Gestão Ambiental
Gestão Ambiental 56
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Estrutura de Responsabilidade
Comunicação – (“4.4.3“)
Estabelecimento e manutenção da eficiência na comunicação interna e externa.
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Comunicação
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Controle Operacional
1- Emissões atmosféricas
Controle Operacional
2 – Efluentes líquidos
Controle Operacional
3 – Resíduos
Gestão Ambiental 59
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Controle Operacional
4 - Ruído, Vibração e Odor
Controle Operacional
5 – Consumo de água e energia
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Controle de Registros
f - Auditorias Ambientais
Estabelecimento e manutenção de procedimentos de auditoria para confirmação da con-
formidade com os requisitos especificados do sistema de gestão ambiental, e para ga-
rantir que o sistema esteja sendo efetivamente implementado.
Diagnóstico de Gestão Ambiental
Auditorias Ambientais
A empresa tem procedimentos e programas para auditorias p e-
riódicas?
O programa é dimensionado conforme a importância ambiental
da atividade envolvida e o resultado de auditorias anteriores?
Os procedimentos consideram o escopo da auditori a e estabele-
cem a frequência?
As responsabilidades e requisitos estão definidos?
O programa é cumprido?
Os resultados são apresentados formalmente à alta administr a-
ção, para fins de análise crítica?
Existe acompanhamento de não conformidades identificadas, vi-
sando à completa eliminação de suas causas?
Análise periódica do sistema de gestão ambiental, feita pela direção, para assegurar sua
constante adequação. Isto deve incluir uma análise de todas as auditorias do sistema de
gestão ambiental realizadas no período precedente.
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NOTA: Processo (no latim procedere é verbo que indica a ação de avançar, ir para fren-
te (pro+cedere)). É conjunto sequencial e peculiar de ações que objetivam atingir uma
meta. É usado para criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter e
usar produtos ou sistemas.
É um plano utilizado para definir o processo gerencial a ser adotado para a boa exe-
cução de um conjunto de ações, necessárias à execução do empreendimento, destina-
das a evitar, ou a mitigar as consequências dos impactos provocados pela obra de im-
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O Plano deve começar pelo reconhecimento das fases por onde fluem os licencia-
mentos ambientais, cujo tempo de execução, avaliação, negociação e ajuste podem
demandar de um mínimo de seis (6) meses até dois (2) ou três (3) anos, se forem segui-
dos todos os trâmites legalmente estabelecidos, normalmente, sem maiores problemas.
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a) Definir o processo gerencial a ser adotado para que execute com eficácia um con-
junto de ações destinadas, basicamente para evitar ou mitigar as consequências dos
impactos provocados pelas obras de implantação de empreendimentos, ou de atividades
de recuperação ou de conservação deles.
b) Obedecer à legislação ambiental em vigor, tanto de âmbito federal, quanto de es-
taduais e municipais.
c) Promover estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA), acordando projetos e planos
básicos ambientais (PBA) com os organismos licenciadores e fiscalizadores.
d) Verificar a legislação e normas pertinentes.
e) Garantir o cumprimento de prazos estipulados, acordos e condições estabeleci-
das para a obtenção das: licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de ope-
ração (LO), além de autorização para supressão da camada vegetal (ASCV), junto a or-
ganismos ambientais de fiscalização e controle.
Obras sujeitas à elaboração de EIA-RIMA devem ter seus projetos básicos e estudos
ambientais iniciados pelo menos três (3) anos antes do início programado para as obras;
A elaboração dos PBA – Planos Básicos ambientais das obras objeto de PCA ou
de EIA-RIMA deve ser iniciada pelo menos um ano e meio antes do início das obras, de
modo que eles sejam levados em conta e façam parte dos Projetos de Engenharia deta-
lhados (Projetos Finais de Engenharia – PFE ou Projetos Executivos);
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OBTENÇÃO DA LICENÇA
DE OPERAÇÃO (LO)
Fo nte - D N IT
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MODULO III
AUDITORIA AMBIENTAL
SUMÁRIO
3.1 Conceitos
3.2 Evidências de Auditoria
3.3 Relatórios
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MODULO III
AUDITORIA AMBIENTAL
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Existem vários tipos de auditoria ambiental, tendo como característica comum a elas é
que todas foram projetadas para levantar informações sobre a eficácia do Sistema de
Gestão em prevenir ou reduzir impactos ambientais adversos.
Auditoria de Conformidade
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As etapas abaixo são as mais usuais na maioria das auditorias ambientais (La Rovere),
porém, dependendo do seu andamento, algumas destas etapas podem ser alteradas.
PRE- AUDITORIA
Planejamento da Auditoria
Definição do Objetivo
Definição de Critérios
Preparação da Auditoria
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Execução da Auditoria
Apresentação
Reunião de Abertura
Compreensão da unidade e de sua gestão
Reunião de trabalho
Visita de Reconhecimento
Visitas complementares de coleta de evidências
Revisão do Plano de Auditoria
Coleta de Evidências
Verificação de documentação
Observação e avaliação das práticas
Entrevista com pessoal da Unidade
Teste dos Sistemas e Procedimentos
Avaliação das Evidências
Sumário das Evidências
Confirmação de existência de comprovação de evidências
Confirmação quanto à suficiência das evidências
Registro das evidências de conformidade e das observações
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NOTA: A partir das não conformidades detectadas na Auditoria, um Plano de Ação por
parte dos responsáveis pela unidade auditada deve ser desenvolvido, contemplando a
proposta de ações corretivas, definição dos responsáveis pela execução, definição dos
recursos envolvidos, definição de prazo para execução. Há necessidade de acompa-
nhamento do Plano de Ação.
3.1 – Conceitos.
Protocolo
O protocolo de auditoria ambiental é um plano que o auditor deve seguir na aplicação da
auditoria, onde fornece ao auditor o passo a passo de todos os procedimentos a serem
seguidos. Ele deve ser adaptado a cada auditoria em função dos seus objetivos. Nor-
malmente é muito utilizado por auditores mais inexperientes.
Exemplo de Protocolo
Controle gerencial: item fornecedores.
o Verifique se a empresa considera o desempenho ambiental de fornecedores de
produtos e serviços; se há critérios definidos de avaliação de seus desempenhos; se
oferece suporte financeiro, técnico ou assistência gerencial ou consultiva nas questões
ambientais.
Lista de Verificação
A lista de verificação (check list) é um questionário de sim e não, tendendo a ser longo e
detalhado para incorporar todas as questões relevantes. As listas de verificação devem
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ser compatíveis com o sistema de gestão adotado pela empresa, porém pode ser altera-
da dependendo das necessidades na execução da auditoria.
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Ao final dos trabalhos a equipe de auditores apresenta os resultados aos auditados, on-
de são colocados amigavelmente, e com bastante tato, as evidências e observações,
dando ao auditado voz para se colocar diante das não conformidades encontradas. Logo
após esta reunião, é formalmente emitido os resultados através de um Relatório de Au-
ditoria Ambiental.
Algumas observações são necessária na confecção do relatório:
As não conformidades devem ser relatadas com clareza porém, de forma que que
as conclusões não sejam precipitadas.
Exemplo:
Errado: Não foram realizados treinamentos aos transportadores (política ambiental)
Recomendado: Não foram apresentados registros de treinamento dos transportadores
(política ambiental)
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MODULO IV
SUMARIO
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MODULO IV
O termo “avaliação de impacto ambiental” (AIA) tem hoje múltiplos sentidos. Ele de-
signa diferentes metodologias, procedimentos ou ferramentas empregados por agentes
públicos e privados no campo do planejamento e gestão ambiental, sendo usado para
descrever os impactos ambientais decorrentes de projetos de engenharia, de obras ou
atividades humanas quaisquer, incluindo tanto os impactos causados pelos processos
produtivos quanto àqueles decorrentes dos produtos desta atividade” (Sanchez).
Em uma definição simples dada pela International Association for Impact Assessement
(IAIA) a avaliação de impacto é simplesmente definida como “processo de identificar
as consequências futuras de uma ação presente ou proposta”.
Entre essas obras e atividades em que são exigidos estudos de impacto ambiental te-
mos: as vias de transportes (rodovia, ferrovia, hidrovia e dutovia); aeroportos, troncos
coletores e emissários de esgotos sanitários, processamento e destino final de resíduos
tóxicos e perigosos; obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos (barragens,
saneamento ou irrigação, retificação de cursos d”água); e projetos urbanísticos.
Poluição
Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar
negativamente ao homem ou a outros organismos. Ex: poluição das águas por esgotos
não tratados
Impacto Ambiental
A Resolução CONAMA n.º 001/86, de 23/01/86, define Impacto Ambiental como:
“Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
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causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas
que, direta ou indiretamente, afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da popula-
ção: (II) as atividades sociais e econômicas: (III) a biota: (IV) as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; (V) a qualidade dos recursos ambientais".
NOTA: Apesar de legal, esta definição é pouco apropriada, pois se trata na verdade de
uma definição de poluição. Toda poluição é um impacto ambiental, mas todo impacto
ambiental não é somente uma poluição, podendo ser causado por outras ações que não
seja a de poluir. O impacto também pode ser positivo (benéfico) e não só negativo (ad-
verso), como no caso da poluição ambiental.
Efeito Ambiental
Alteração de um processo natural ou social decorrente de uma ação humana.
Aspecto Ambiental
Introduzido pela norma NBR ISO 14001:2004, este termo é definido como: “elemento
das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com
o meio ambiente.”
Fatores Ambientais
Todo e qualquer elemento constituinte da estrutura de um ecossistema capaz de, por
necessidade e acaso, transacionar matéria e energia com todos os outros elementos
que dispõem desta mesma propriedade e com o ecossistema como um todo. Os fatores
ambientais básicos são: Água, Ar, solo, flora, fauna, homem.
Degradação Ambiental
Qualquer alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou
alteração adversa da qualidade ambiental.
Recuperação Ambiental
Aplicação de técnicas de manejo visando tornar um ambiente degradado apto para um
novo uso produtivo, desde que sustentável.
Diagnóstico Ambiental
Descrição das condições ambientais existentes em determinada área no momento pre-
sente.
Prognóstico Ambiental
Descrição das condições ambientais futuras, em determinada área, após a implantação
do empreendimento.
Medidas Mitigadoras
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Medidas Compensatórias
São aquelas destinadas a substituir um bem que será perdido, alterado ou descaracteri-
zado por outro, entendido como equivalente ou que desempenhe função equivalente.
Remediação
Termo utilizado para designar a recuperação ambiental de um tipo particular de área de-
gradada, que são as áreas contaminadas.
Termos de Referência
É um documento oficial, emitido pelo órgão ambiental, que formula as diretrizes para a
preparação de estudos ambientais de determinado empreendimento.
Gestão Ambiental 79
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NOTA: Existem outros métodos além destes acima, mas nenhum é considerado padrão
para projetos com potencial poluidor. A análise de cada projeto é que dirá qual o(s) mais
adequado(s) a cada situação.
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Sendo o sistema de transportes essencial para qualquer nação, e sabendo que toda
intervenção que modifica o meio ambiente causa impacto, há que compatibilizar estas
intervenções com o meio ambiente para reduzir ao mínimo os impactos negativos.
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Os impactos devem ser avaliados nas áreas de estudo do projeto, na interface empre-
endimento e o meio (físico, biótico e antrópico), dentro de sua área de influência direta
ou indireta.
Pode-se considerar, para efeito de análise e decisão de sua importância nos estu-
dos, a caracterização dos seguintes impactos:
Quanto à incidência:
Impactos diretos e indiretos – O impacto é direto quando se limita a área de in-
fluência direta ou indireta. O impacto é indireto quando por intermédio de agentes exter-
nos ele se manifesta fora da área de influência do empreendimento.
Quanto ao Valor:
Impactos benéficos e adversos / positivos e negativos - O impacto é positivo
quando ele produz um efeito benéfico no meio ambiente e é negativo quando traz male-
fícios ao meio ambiente.
Quanto à reversibilidade:
Impactos reversíveis e irreversíveis - Um impacto é reversível quando cessa
seus efeitos após a ação desenvolvida. Ele é irreversível quando seu efeito permanece
ao longo do tempo.
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No que diz respeito às intervenções nas fases das obras, os impactos ambientais po-
dem se dividir em:
Uma avaliação ambiental prévia deve ser realizada ainda na Fase de Planejamento,
quando há possibilidade de estudos de alternativas locacionais, após a identificação
das condicionantes ambientais da região. Nesses estudos devem ser considerados tam-
bém, as restrições à implantação do empreendimento em áreas legalmente protegidas
e em áreas de fragilidade natural, evitando assim perdas de projetos, atritos com as
comunidades envolvidas, entre outros problemas.
Convém observar que, quanto mais se conhece do ambiente afetado, maior é a capaci-
dade de prever impactos e, portanto, de gerenciar o projeto na redução de impactos ne-
gativos. Quanto menos se conhece o ambiente afetado, maior é o desconhecimento dos
processos ambientais, da resiliência da região, da vulnerabilidade e da presença de
elementos valorizados.
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Qualquer que seja a natureza e a etapa das intervenções, seja em qualquer modal, é
necessário identificar as condições de antropização e ocupação de uma determina-
da região, para a avaliação dos impactos da área de influência do empreendimento.
As áreas rurais:
Pode possibilitar a indução de novos vetores de ocupação cuja expansão pode
configurar-se inadequada às condições naturais do território.
Os Aspectos Socioeconômicos
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Segregação urbana
A segregação urbana pode ser definida como o estado em que os usuários de uma parte
da cidade, ou núcleo urbano, tem seu acesso dificultado à outra parte dessa cidade ou
núcleo urbano, em virtude da existência de obstáculo (no caso, a via de transporte), ge-
rando problemas de compartimentação.
Favelização
O processo de favelização, ou ocupação desordenada das faixas de domínio e/ou lin-
deiras, tanto pode ocorrer na fase de implantação da via como no decorrer da sua ope-
ração, de forma gradativa, caracterizando-se em um impacto negativo.
Intrusão Visual
A intrusão visual caracteriza-se pelo impedimento da visualização, parcial ou total, da
paisagem urbana, ou a visualização de uma paisagem esteticamente desagradá-
vel. Tal impacto provocado pela presença de determinado tipo de empreendimento pode
afetar negativamente as áreas lindeiras, desvalorizando-as. Por exemplo: gradeamentos
de via ou construção de viadutos e passarelas.
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As formações primárias são aquelas que não apresentam nenhum tipo de inter-
venção antrópica significativa a ponto de mudar suas características originais de estrutu-
ra e espécies.
As formações secundárias ocorrem em áreas onde houve intervenção humana
para uso das terras (pecuária, agricultura, mineração, exploração madeireira etc.), des-
caracterizando ou eliminando a cobertura primária.
Elas podem estar no Estágio de Regeneração ou Estágios Sucessionais. É uma situ-
ação transitória, no processo de regeneração de uma formação vegetal alterada ou eli-
minada pela ação antrópica. Os estágios são definidos pela Resolução CONAMA n°
01/94, art. 2° e correspondem a: inicial, médio, avançado e pioneiro.
Em ambientes florestados, as formações secundárias podem ser classificadas em ca-
poeirinha (vegetação secundária em estágio inicial); capoeira (vegetação secundária em
estágio médio) e capoeirão (vegetação secundária em estágio avançado).
A diferenciação dessas categorias é geralmente feita pela avaliação dos aspectos fisio-
nômicos (aspecto geral da mata); fitossociológicos (estrutura da mata, dada pela distri-
buição das espécies nos diferentes estratos); e florísticos (composição de espécies).
Outro aspecto a considerar nos estudos de impacto no meio biótico refere-se a valência
ecológica (capacidade de adaptação) das espécies animais, sendo que algumas for-
mas animais são altamente restritas a determinados ambientes, portanto, altamente
suscetíveis às perturbações antrópicas.
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Para a avaliação dos impactos ambientais associados ao meio físico, é fundamental rea-
lizar-se uma boa caracterização dos aspectos morfológicos, geológicos e geotécni-
cos e seus atributos básicos, pois a associação entre as feições de relevo e os mate-
riais do meio físico, permite estabelecer unidades homogêneas de terreno, entenden-
do-se que, estas unidades tendem a ter um comportamento semelhante face à implan-
tação de obras civis, dada a sua homogeneidade de forma e material associado.
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terra costumam ser baixos, as áreas de apoio são minimizadas (áreas de empréstimo e
depósitos de material excedente) e os problemas de estabilidade dos cortes e dos ater-
ros, em geral, de pequena importância.
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Material acumulado
(assoreamento)
Caso a erosão se desenvolva por influência não somente das águas superficiais, mas
também dos fluxos d'água subsuperficiais, em que se inclui o lençol freático, configura-
se o processo mais conhecido por voçoroca ou boçoroca com o desenvolvimento
da erosão interna ou entubamento ("piping").
Os solos arenosos finos, como os de várias formações das bacias sedimentares brasilei-
ras são muito suscetíveis a processos de erosão linear, ravinas e voçorocas, quando
submetidos a escoamentos d’água concentrados em bueiros ou galerias inadequadas.
Movimentos de massa
As movimentações de massa, por processos de erosão remontante e escorregamentos,
ao longo do tempo, fazem parte da dinâmica de evolução natural das escarpas das en-
costas de regiões serranas. A construção de obras viárias pode acelerar este processo,
com intervenções que introduzem ou aumentam os riscos de instabilização, em função
do incremento dos esforços sobre as encostas, causados pela construção de aterros e
escavações de taludes de corte, envolvendo modificações na geometria dos taludes das
encostas, que alteram as suas condições de drenagem e seu estado de tensões.
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Rastejos
Consistem no movimento descendente, lento e contínuo dos horizontes superficiais de
solo das encostas. Corresponde a uma deformação de caráter plástico, cuja geometria
não é bem definida e que também não apresenta o desenvolvimento de uma superfície
definida de ruptura.
Corpos de tálus,
Ocorrem preferencialmente junto ao sopé das encostas, e são originados pela deposi-
ção de massas escorregadas a partir de cotas mais elevadas, podendo ter desde alguns
poucos até várias dezenas de metros de espessura.
Processos de difícil controle devido ao grande volume e à natureza do material envolvido
(muitas vezes com enormes blocos de rochas) os rastejos podem interferir nas obras
rodoviárias, causando recalques, deslocamentos laterais e obstrução da pista. Os raste-
jos podem evoluir para escorregamentos.
Escorregamentos
Consistem no movimento rápido de massas de solo e/ou rocha, geralmente bem defini-
das quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora
de um talude (natural, de corte ou aterro).
Os escorregamentos podem se desenvolver devido à alteração das condições de resis-
tência e equilíbrio do maciço (mudança na geometria, saturação, aumento da carga apli-
cada, sub-pressões etc.); e, devido à evolução de processos erosivos.
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Corridas
São movimentos gravitacionais de massas de grandes dimensões, que se deslocam na
forma de escoamento rápido, onde a massa mobilizada comporta-se como um líquido
viscoso. Os volumes envolvidos neste tipo de movimentação são grandes, deslocando-
se através das linhas principais de drenagem. Chegam a atingir distâncias consideráveis
em áreas planas adjacentes às de relevo acidentado e, dada sua viscosidade, possuem
elevada capacidade de transporte (até grandes blocos de rocha) o que lhes confere alto
poder destrutivo.
Na sua trajetória, as corridas podem destruir e carrear massas de solos presentes nas ca-
lhas dos córregos ou riachos que lhes servem de caminho, provocando normalmente signi-
ficativa erosão nas margens, com arranque de porções de solo e da vegetação que o reco-
bre e, por vezes, extravasando o canal da drenagem ou curso d'água que serve de guia.
Assoreamento
O processo consiste na acumulação de partículas sólidas (sedimentos) em meio aquoso
ou aéreo, quando a força do agente transportador natural (curso d'água, vento) é sobre-
pujada pela força da gravidade ou quando a supersaturação das águas ou ar permite a
deposição de partículas sólidas.
O assoreamento normalmente ocorre em baixios topográficos, talvegues, calhas dos
córregos, rios, lagos, lagoas e baías através do acúmulo de materiais sólidos provenien-
tes de uma ou mais áreas fontes.
Subsidências e Colapsos
O processo de subsidência consiste na deformação ou deslocamento de direção essen-
cialmente vertical descendente, manifestando-se por afundamentos de terrenos. O termo
subsidência inclui aqui o colapso, que corresponde a movimento brusco de terreno, e a
subsidência propriamente dita, que é mais lenta.
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2.3.1 Introdução
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1 - Fase de Planejamento:
É na fase de planejamento que se define as políticas ambientais para a obra
empreendida;
a análise da viabilidade técnica e econômica e ambiental, com os custos e os
benefícios gerados;
Ter clareza da relação custo x benefício e dos riscos ambientais que se deseja
correr.
Adequar o projeto às condicionantes ambientais da região para que não haja
agressão irreparável, após estudos dos meios ambientais, técnicos e econômicos para
uma alternativa mais vantajosa.
Nesta etapa, deve ser considerada como parte de um programa ambiental inte-
grado toda a área de influência da região, direta e indireta, os cursos d’água, o solo, e
demais aspectos.
É necessário, harmonizar as características particulares do Projeto e suas al-
ternativas de traçado, com as características ambientais regionais, verificando os efei-
tos sobre as pessoas, a fauna, a flora, a atmosfera.
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2 Fase de Projeto:
Na segunda fase, a de projeto, define-se as características dos empreendimentos
diante da melhor possibilidade das alternativas estudadas,
a aproximação cuidadosa dos impactos ambientais que serão provocados e as
medidas mitigadoras que serão tomadas,
Deve-se levar em conta a legislação pertinente e as normas previstas para cada
empreendimento para sua compatibilização com a obra.
3 Fase de Construção
Uma das etapas da atividade de construção rodoviária que mais sacrifica o meio
físico e a população é a da execução da construção, pois altera a paisagem natural,
consome recursos naturais, provoca bloqueios de passagem, e conflita com interesses
diversos.
É nesta fase que a mitigação dos impactos é mais fácil, pela sua visibilidade qua-
se imediata. É uma fase bastante delicada, podendo apresentar problemas não detecta-
dos no projeto básico.
Nesta fase, os impactos começam pela intervenção física no terreno, pelo au-
mento da população local devido à mão de obra instalada, pela movimentação das
máquinas e pela destinação dos rejeitos.
Alguns impactos são provisórios como o causado pelas máquinas utilizadas para
a execução da infra-estrutura com seus ruídos e poluição do ar.
Como impactos duradouros podemos falar sobre a mão de obra não especializa-
da que, ao terminar a obra, permanece na região sem ter a menor possibilidade estrutu-
ral de acolhê-la, causando a chamada “favelização" de entorno das rodovias, trazendo
outros impactos à região de forma indireta, inclusive nos mananciais.
4 Fase da Operação
Esta fase, com a rodovia operando com seu tráfego, tem impactos de longa dura-
ção e merecem uma atenção especial, quando inseridos em um contexto ambiental que
não está preparado para recebê-los.
O tráfego de veículos traz com ele os ruídos, a poluição do ar, a ocupação do solo
quase sempre desordenada trazida pela acessibilidade humana e interação modal, a
destruição das espécies de animais e vegetais que não conseguem resistir a este im-
pacto, a mudança nas relações sócio-econômicas da população lindeira nem sempre de
forma positiva; e, finalmente, traz com ele os riscos de acidentes com produtos perigo-
sos transportados por esta via.
Hoje, já se considera uma sexta fase, a de desativação, que é uma preocupação re-
cente em termos de rodovia. Há rodovias que praticamente foram abandonadas e estão
à mercê da evolução da natureza. Porém seus passivos ficaram também a mercê desta
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evolução. Alguns poderão ser absorvidos pela natureza com pouco tempo, outros leva-
rão um tempo maior de absorção, e alguns não mais serão recuperados (perdas de bio-
diversidades, perdas humanas por veiculação de doenças etc.).
a) Atividades Rodoviárias
Podemos definir como atividades necessárias a implantação de uma Rodo-
via:
- Mobilização
- Instalação do Canteiro
- Implantação da rodovia propriamente dita
- Desmobilização
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tural;
degradação da
vegetação.
Preparação de alteração de mi- revegetação ade-
Base e pavi- cro-clima; quada da faixa de domí-
mentação ruídos e vibra- nio;
ções; dimensionamento
alteração no run- adequado;
off. sistema de drena-
gem.
Acessos de alteração do perfil adverso, direto / restrição a abertura
Serviços. das encostas; indireto, local de vias de acesso;
degradação dos temporário / controle de erosão
solos e riscos de erosão; permanente, e reabilitação das áreas
aumento de carga imediato / médio degradadas;
sólida e redução da dis- e longo prazo, proteção de nas-
ponibilidade hídrica; reversível / irre- centes e cursos d'água;
degradação da versível. proteção do patri-
vegetação da paisagem mônio natural e cultural.
e do patrimônio natural e
cultural.
Obras e Dre- degradação dos adverso, direto / Dimensiona-mento
nagem. solos e riscos de erosão; indireto, local adequado do sistema de
alteração no ru- permanente ime- drenagem;
noff. diato e irreversí- dissipação de
vel. energia e controle de ero-
são.
Obras de Arte. Degradação de adverso, direto, limitação das áreas
vegetação ciliar; local permanen- de intervenção;
alteração da pai- te, imediato, irre- redução das áreas
sagem e degradação do versível. de desmate;
patrimônio natural e cul- proteção do patri-
tural; mônio natural e cultural;
alteração da mo- reabilitação das
dalidade de uso do solo. áreas degradadas.
Usina de Asfal- emissão de gases adverso, direto, implantação de sis-
to. e material particulado; local temporário, tema de tratamento de
ruídos e vibra- imediato, rever- emissões;
ções; sível. avaliação ambien-
alteração da pai- tal dos locais de instala-
sagem e conflito de uso ção;
do solo local. reabilitação das
áreas degradadas.
Fonte: Martins (1998)
3 - Fase de Operação
Ação Impactos / Atributos Medidas mitigadoras
Efeitos ambientais
Quadro (4) - Impactos Indiretos na área urbana que podem provocar efeitos
ambientais negativos como podemos observar abaixo.
Estabelecer mecanismos no
sentido de evitar possíveis con-
flitos espaço viário x espaço
urbano.
Sugerir e colaborar com a
Ocupação desordenada de municipalidade para o desen-
áreas desocupadas volvimento ou reavaliação de
Plano Diretor.
Colaborar com a municipali-
dade na obtenção de recursos
para implantação de infra-
estrutura urbana.
Intensificação da ocupa- Colaborar com a municipali-
ção de áreas, alteração de dade no sentido de obter recur-
uso, migração, favelização, sos para ampliação de infra-
redução de receita de pe- estrutura.
quenas empresas, desem- Desenvolvimento ou reavali-
prego ação de plano diretor.
2. Segregação urbana Criar canais de acesso con-
siderando a possibilidade de
Ruptura ou redução da rebaixamento da pista manten-
acessibilidade a atividades do acessos na superfície.
(tais como escola, comér- Colaborar com a municipali-
cio. etc.). dade no sentido de relocar ati-
vidades. Desenvolvimento ou
avaliação de plano diretor.
3. Intrusão visual. Propor projetos de engenha-
ria esteticamente adequados à
Obstrução à paisagem ur-
paisagem urbana.
bana.
Criar faixas de domínio em
função do grau de obstrução.
Desenvolvimento de pai- Utilização de vegetação.
sagem esteticamente de-
sagradável.
Fonte: Martins (1998)
Vale ressaltar que os fatores ambientais, modificados pela inserção de rodovia no meio
ambiente, não são padronizados, podendo ser desdobrados de acordo com as condi-
cionantes ambientais de cada região afetada. Cada área possui um comportamento
específico para cada interferência.
3 Bota-foras
Os materiais gerados na execução das obras rodoviárias, destinados aos bota-foras, são
representados por entulhos, solos diversos e material rochoso, provenientes principal-
mente das escavações obrigatórias, e constituem materiais inertes, sem potencial de
poluição, considerados como Classe III, conforme classificação quanto à periculosidade
proposta pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua Norma NBR -
10004: Resíduos Sólidos – Classificação (1987).
Admitindo-se que somente materiais inertes, sem potencial de poluição, são encaminha-
dos aos bota-foras, as alterações nos processos do meio físico, decorrentes de sua im-
plantação, e com potencial de acarretar problemas ambientais, estão relacionadas basi-
camente às modificações na geometria da superfície dos terrenos pelo acúmulo de
materiais depositados.
Esta alteração morfológica pode acarretar um aumento na inclinação dos taludes, e uma
reordenação no regime de escoamento das águas superficiais, desviando fluxos ou pro-
piciando a sua concentração, principalmente em linhas de maior declividade.
O aumento na declividade dos terrenos pode por sua vez, favorecer um aumento na ve-
locidade e capacidade erosiva das águas de escoamento superficial, desencadeando ou
acelerando o desenvolvimento de processos erosivos, com a formação de sulcos e ravi-
nas.
Como consequência destes fenômenos, pode ocorrer ainda o assoreamento nas drena-
gens e várzeas de inundação dos cursos d’água presentes nas áreas das bacias hidro-
gráficas que contêm os bota-foras, alterando a dinâmica superficial natural, e afetando a
qualidade da água e os ecossistemas associados.
A degradação ambiental das áreas utilizadas para bota-foras, pode se manifestar tam-
bém em decorrência dos problemas geotécnicos derivados de uma disposição inade-
quada dos materiais.
2.4.1 Introdução
foi priorizado pelo governo em seu planejamento de transportes, embora este modal seja
ideal para o transporte de cargas, e não realizado por rodovias, priorizadas por sucessi-
vos governantes nas últimas décadas.
a) Implantação da Infraestrutura;
b) Implantação da Superestrutura
Movimentação de veículos
Transporte de Produtos perigosos
Operação de terminais
Serviços de conservação de via permanente
Serviços de reconstituição da linha
Serviços de manutenção de equipamento ferroviário
Serviços de recondicionamento de trilhos e dormentes
Operação de estaleiro de dormentes.
gativos e propor medidas compensatórias para aqueles que ainda persistirem após me-
didas mitigadoras.
Impactos
2.5.1 - Introdução
A participação do modal hidroviário na matriz de transporte do Brasil é bastante modes-
ta. Apesar de desempenharem um papel decisivo no desenvolvimento econômico e terri-
torial da nação e possuir uma extensa malha hidroviária de cerca de 40.000 km de hi-
drovias fisicamente aproveitáveis para a navegação interior, cerca de 28.000 km são
naturalmente navegáveis, mesmo estando por vezes em precárias condições.
Impactos
Na manipulação de cargas do tipo granel sólido:
Alteração na qualidade das águas por derramamentos de cargas na água;
risco de acidentes com operários causando ferimentos ou mortes;
intrusão visual nas áreas de manuseio e estocagem;
aumento do nível de ruído com o transporte das cargas no porto e nos acessos;
poluição do ar por material pulverulento ou fumaças de incêndios;
Na manipulação de cargas do tipo granel líquido:
Alteração na qualidade das águas superficiais;
poluição do ar por fumaças de incêndios ou explosões acidentais;
ocorrência de odores indesejáveis.
Poluição visual nos derramamentos de óleos;
Alteração aos ecossistemas aquáticos e vegetação marginal.
No armazenamento de cargas do tipo geral:
Alteração na qualidade das águas superficiais;
Danos aos ecossistemas aquáticos;
Contaminação do solo com cargas derramadas e embalagens;
Danos com equipamentos e perdas de vidas humanas.
Nas atividades de manutenção do porto:
Impactos oriundos das dragagens;
Aumento do nível de ruídos com a manutenção;
Danos a saúde dos trabalhadores e perdas de vidas humanas;
Contaminação da água, ar e solo.
Na expansão do porto na interface núcleos urbanos:
Sobrecarga nos serviços públicos locais;
Conflitos nos acessos viários terrestres;
Incremento de atividades marginais como prostituição;
Conflitos com a comunidade local;
Mudanças de comportamento sócio cultural da comunidade local;
Geração de empregos pelas atividades do porto;
Propagação de doenças estranhas à comunidade
Operações de embarcações (limpeza, lavagem, porões, máquinas):
Alteração na qualidade das águas por derramamentos de óleos e demais produ-
tos empregados na lavagem;
Danos aos ecossistemas aquáticos e vegetação marginal;
Danos à saúde do trabalhador portuário;
Danos às populações ribeirinhas de pescadores;
Contaminação das águas na colocação e retirada das águas de lastro;
Propagação de moléstias
Atividades de navegação:
Instabilidades e erosão do leito e das margens dos cursos d’água;
Perturbações nas comunidades aquáticas em águas rasas;
Aumento de ruído local;
Acidentes com usuários das embarcações e perdas humanas;
Acidentes com cargas poluindo as águas;
Danos aos ecossistemas aquáticos;
Acidentes com produtos perigosos causando danos irreversíveis á fauna e a flora
aquática e muitas vezes terrestre;
Poluição do ar, água e solo;
Danos a população ribeirinha com acidentes com cargas contaminantes.
2.6.1 Introdução
As dutovias são obras lineares que interceptam diversos ambientes. O transporte duto-
viário é o modo de transporte que utiliza um sistema de dutos (tubos ou cilindros previa-
mente preparados para determinado tipo de transporte), formando uma linha chamada
de dutovia ou via composta por dutos. Por esses dutos se movimentam produtos de um
ponto a outro, exigindo integração dos aspectos técnicos e ambientais nas suas diversas
fases de elaboração.
Os dutos podem ser classificados em submarino e terrestre, sendo este último subdividi-
do em subterrâneo, aparente e aéreo.
O transporte de cargas neste modal se dá por pressão ou arraste destes por meio de um
elemento transportador. Uma das diferenças deste modal com os demais é que o veícu-
lo que efetua o transporte é fixo enquanto que o produto a ser transportado é o que se
desloca.
Esta modalidade de transporte é bastante viável como uma das formas mais econômi-
cas de transporte para grandes volumes, principalmente de petróleo, gás natural e deri-
vados, especialmente quando comparados com os outros modais.
Os elementos que constituem uma dutovia são: os terminais, com os equipamentos de pro-
pulsão do produto; os tubos e as juntas de união destes.
Execução da infraestrutura
serviços preliminares; canteiros de obras e caminhos de serviço
Segundo Fogliatti (2004), os acidentes nas dutovias estão ligados não somente às falhas
técnicas, como ruptura nas tubulações ou falhas nos mecanismos das válvulas, mas
também pela ação de agentes externos.
Os acidentes são muito comuns neste modal e podem ocorrer durante as atividades de
implantação e poluir o solo, águas superficiais e subterrâneas entre outros.
Na operação, os acidentes podem causar poluição no solo, nas águas superficiais e sub-
terrâneas, incêndios com prejuízo ao meio biótico, morte ou intoxicação de animais, po-
luição atmosférica e acidentes envolvendo operários.
Entre outras causas que podem causar acidentes em dutovias, podem ser citados entre
outros os acidentes naturais, operacionais, mecânicos, por corrosão ou falta de manu-
tenção.
Nas dutovias que transportam produtos inflamáveis e tóxicos, um possível acidente pode
causar sérios danos, às vezes irreversíveis ao meio ambiente, no entorno das suas
áreas de influência, como também a contaminação de pessoas, do solo, das águas de
um rio e do lençol freático.
Nos quadros abaixo, exemplificamos alguns impactos gerados por construção de dutos.
Impactos
Impactos no canteiro de obras:
na saúde do trabalhador, na poluição das águas, ar e solo, na destruição de ve-
getação, causando distúrbios na drenagem e erosões de solo.
Impactos da construção de caminhos de serviços e acessos:
Desmatamentos causando processos erosivos;
Assoreamentos de cursos d’água;
Comprometimento de ecossistemas;
tensão social pela desapropriação e perda de terras produtivas.
Impactos na terraplenagem:
desmatamentos causando processos erosivos e perda de flora e fauna;
alteração da drenagem natural;
descaracterização da paisagem local;
degradação de áreas urbanizáveis ou urbanizadas;
recalques de terreno;
deterioração da água
deterioração do solo
erosão na faixa de domínio da dutovia;
escorregamentos e desmoronamentos;
contaminação de cursos d’água;
má localização de bota-fora e empréstimos causando danos à saúde da popula-
ção com incidência de vetores, desmoronamentos, etc.
acidentes envolvendo trabalhadores e transeuntes
degradação de águas superficiais e subterrâneas.
Execução de obras de artes especiais:
desestabilização de solo e sub-solo;
rebaixamento de lençol freático;
destruição de vegetação;
fuga de animais.
potencial de degradação das áreas de intervenção.
Riscos de acidentes.
Quadro (2) - Resumo de impactos ambientais de obras dutoviárias na fase de
execução propriamente dita.
Poluição do ar;
Interferência na estabilidade das edificações
Alterações na qualidade da água, solo e ar.
Adaptado por Regina Avena
Impactos
Risco de acidentes:
Aumento de emissão de gases para a atmosfera poluindo o ar.
Perdas de vidas humanas
Perda de flora e fauna por incêndios provocados por acidentes;
Acidentes com operários no transporte e manuseio de peças para manutenção;
Acidentes com máquinas de empreendimentos co-localizados trazendo prejuízos à
fauna, flora e população humana.
NOTA: A expressão natureza (do latim natura) ou natura aplica-se a tudo aquilo que tem
como característica fundamental o fato de ser natural, ou seja, envolve todo o meio ambi-
ente que não teve intervenção antrópica.
Evitar impactos adversos deve ser o primeiro objetivo de uma equipe de projeto. A
análise prévia das possíveis interferências do empreendimento com o ambiente natural e
a identificação dos impactos, permite que a sua implantação seja feita de forma adequa-
da em termos ambientais, na medida em que, nesta etapa de projeto, pode-se optar por
um traçado mais adequado ou, em alguns casos, implementar alterações nos métodos
construtivos, como por exemplo, a substituição de cortes e aterros por obras de arte me-
nos impactantes.
Estudos ambientais são "todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos am-
bientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade
ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida",
nos termos da Resolução CONAMA no. 237/97 de 19/12/97
Objetivos dos estudos ambientais - consistem em compatibilizar o desenvolvi-
mento técnico-econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente
e do equilíbrio ecológico.
Por se tratar de estudos que exigem uma visão integrada do meio ambiente,
tanto para sua elaboração como para sua avaliação por parte do órgão responsável, ne-
cessitam de equipes multidisciplinares.
Os estudos ambientais para empreendimentos ou atividades modificadoras do
ambiente, são realizados através de elaboração de relatórios específicos: Estudo de
Impacto Ambiental - EIA e Relatório de Impacto no Meio Ambiente - RIMA, estabe-
lecidos na Resolução CONAMA n° 001/86.
Entre as atividades modificadoras do meio ambiente, a Resolução CONAMA N°
001/86 cita as "estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento" (artigo 2o,
inciso I). Com a edição da Resolução CONAMA nº 237, de 19/12/97, surgiu - no Anexo 1
da referida Resolução – um rol de atividades ou empreendimentos sujeitos ao licencia-
mento ambiental, dentre as quais as obras civis relativas às vias de transportes.
Em seu art.3o, a Resolução CONAMA no. 237/97 estabelece que “a licença ambi-
ental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente cau-
sadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto
ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual
dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de
acordo com a regulamentação”.
O EIA/RIMA corresponde a um estudo de viabilidade ambiental do empreendi-
mento, constituindo-se muitas vezes um instrumento de negociação entre o empre-
endedor, a comunidade, o Poder Público Estadual e Municipal, as ONG’s, os ór-
gãos financiadores (BID, BIRD, BNDES, etc.) e os órgãos licenciadores (órgãos
estaduais de meio ambiente, IBAMA etc.).
Não pode ser encarado como um instrumento de defesa do empreendedor ou um
documento de “acusação” a ser utilizado por entidades ambientalistas ou mesmo do
próprio órgão licenciador.
À equipe que elabora o EIA/RIMA cabe levantar, dentro do limiar do conhecimen-
to, todas as variáveis, cenários e alternativas possíveis de forma a subsidiar qualquer
decisão que se venha tomar sobre o empreendimento.
Dentro desse enfoque o licenciamento ambiental e o tratamento das questões
ambientais passam a ser vistos como parte integrante do empreendimento, servindo de
base, não só para a implantação e operação do mesmo, mas também, em muitos casos
subsidiando a definição da concepção do projeto.
O Relatório do EIA - Estudo de Impacto Ambiental deve contemplar, no mínimo, o
diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento; a identificação, a carac-
terização e a avaliação dos principais impactos decorrentes do empreendimento; a pro-
posição de medidas mitigadoras, programas de acompanhamento e monitoramento dos
impactos.
O EIA deve ser acompanhado pelo RIMA - Relatório de Impacto no Meio Ambien-
te, que é um relatório contendo as informações técnicas, os resultados dos estudos téc-
nicos e científicos de avaliação de impacto ambiental, e as conclusões do EIA, expres-
sos em linguagem acessível ao público, de modo que possam ser divulgados e aprecia-
dos pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada
de decisão.
As normas gerais para o Estudo de Impacto Ambiental foram definidas no âmbito
da legislação Federal, cabendo aos estados e municípios a adaptação da norma federal
às suas peculiaridades.
O conteúdo do EIA/RIMA é decorrente de dois aspectos fundamentais: o empre-
endimento (características como tipologia, escala etc.); e, a área escolhida para sua im-
plantação. Combinando esses dois aspectos, cada EIA/RIMA torna-se específico e rela-
tivo àquela situação de análise.
A Resolução CONAMA no. 001/86, que instituiu a necessidade de apresentação e
aprovação de Estudos de Impacto Ambientais (EIA) e correspondentes Relatórios de
Impacto no Meio Ambiente (RIMA) para o licenciamento de empreendimentos, trata des-
tes documentos de forma genérica, visto que a referida Resolução se dirige a todo e
qualquer tipo de empreendimento (vias de transporte, indústrias, minerações etc.).
Os roteiros propostos para cada uma das atividades previstas na elaboração dos estu-
dos de impactos ambientais - EIA de empreendimentos rodoviários foram transcritos e,
em alguns casos adaptados, da "Instrução de Serviço Ambiental: Estudo de Impac-
tos Ambientais" (ISA-03), integrante do "Corpo Normativo Ambiental para Empre-
endimentos Rodoviários", do DNIT.
Normalmente a definição da área de influência direta toma por referência central a área
efetivamente ocupada pela rodovia (faixa de domínio), acrescida de uma faixa de con-
torno que pode ser delimitada respeitando-se os interflúvios das drenagens secundárias
seccionadas (microbacias) e considerando um afastamento do eixo da ordem de até 1,5
– 2,0 km em cada lado da via.
Os limites dessa área envolvem a faixa de domínio e as estruturas de apoio previstas,
tais como canteiros de obra (alojamentos, usinas etc.), jazidas e caixas de empréstimo,
bota-foras, caminhos de serviço e demais áreas de apoio.
É nessa faixa mais estreita, que em sua maioria, surgem os problemas que causam per-
das diretas (tanto da rodovia, como de moradores e proprietários vizinhos) através dos
assoreamentos, erosões, desapropriações, segregação urbana etc.
A análise dos fatores ambientais e suas interações na área de influência devem ser
ilustradas por cartas temáticas e desenhos em escala adequada, quadros e gráficos.
Deve-se observar que a avaliação de impacto ambiental (AIA) tem sido conceituada de
várias formas e/ou abordada por diferentes ângulos, seja pelos organismos institucionais
de diferentes países, seja pelos órgãos financeiros internacionais; entretanto, existe um
consenso quanto aos seus objetivos maiores, de identificar, prever, descrever e avali-
ar os efeitos ambientais de um determinado projeto, a fim de permitir a tomada de
decisão quanto a sua consecução.
Nesse processo, o Estudo de Impacto Ambiental - EIA tem sido o grande instrumento da
AIA, congregando seus resultados e apresentando os impactos (positivos e negativos)
decorrentes da implantação de determinado projeto.
Devem ser destacados os impactos adversos que não possam ser evitados ou mitiga-
dos, e apresentadas propostas de medidas compensatórias, conforme estabelecido na
Resolução CONAMA no 002/96.
Equipe técnica que realizou o estudo e seu respectivo registro no Conselho de Classe
bem como as Arte para os filiados ao Sistema CONFEA/CREA;
documentos fotográficos e vídeo registro;
bibliografia; e,
documentação institucional relevante.
Equipe técnica autora dos trabalhos, contendo, além do nome de cada profissio-
nal, seu título e número de registro e respectiva entidade de classe;
Documentação fotográfica; e,
Bibliografia.
O Plano de Controle Ambiental - PCA tem sido exigido também por alguns órgãos esta-
duais para o licenciamento de outros tipos de atividades.
Através da "Instrução de Serviço Ambiental: Elaboração de Plano de Controle Ambiental
- PCA" (ISA-05), o DNIT propôs um formato de PCA dirigido às obras rodoviárias, que
visa o detalhamento e orçamento das medidas mitigadoras previstas no Plano Básico
Ambiental constante do EIA/RIMA.
Neste item devem ser detalhados, dimensionados e orçados os programas que visam oti-
mizar os impactos identificados, nos quais devem constar:
sua natureza: preventivas ou corretivas;
fase do empreendimento em que deverão ser adotados;
o fator ambiental a que se destina: físico, biológico ou socioeconômico;
prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio ou longo;
equipes, materiais e equipamentos necessários; e,
responsabilidade por sua implementação: empreendedor, poder público ou ou-
tro.
Devem ser destacados os impactos adversos que não possam ser evitados ou mitiga-
dos, justificando-os.
Por ser um documento que contém as propostas que visam à prevenção, mitigação, corre-
ção ou compensação dos impactos ambientais e das não-conformidades legais relativas à
implantação das obras viárias, e vinculados à emissão da Licença de Instalação, o Plano de
Controle Ambiental - PCA está diretamente associado às atividades de implantação das
obras.
Quando o EIA e RIMA são exigidos, o documento seguinte, que deve ser entregue pelo
empreendedor, é o Plano de Trabalho (PT). Para orientar a elaboração do EIA e do
RIMA, é fornecido ao empreendedor um Termo de Referência (TR) - documento emba-
sado nos resultados do RAP e que estabelece o escopo mínimo que o EIA e o RIMA
devem contemplar, além das questões pontuais mais importantes.
Devem ser identificados os principais impactos ambientais que podem ocorrer em fun-
ção das ações previstas para a implantação e operação do empreendimento, tais como:
interferência com a infra-estrutura existente, conflitos de uso do solo, desapropriações e
relocação de população, remoção da cobertura vegetal, bem como ações modificadoras
da dinâmica superficial.
Devem ser apresentadas as medidas mitigadoras, compensatórias e/ou de controle am-
biental, considerando os impactos previstos no item anterior, com a indicação dos res-
ponsáveis pela implementação das mesmas e o respectivo cronograma de execução.
dos?
4.5 Qualidade Ambi- O texto traz uma síntese da situação pré proje-
ental to.
5 – ANALISE DOS IMPACTOS
5.1 Identificação dos Os métodos e procedimentos de análise são
impactos ambientais explicados?
Há clara distinção entre identificação, previsão
e avaliação dos impactos?
O método usado para identificação é clara-
mente explicado?
Os impactos são descritos por intermédio de
enunciados claros?
Impactos indiretos também foram identifica-
dos?
Algum impacto significativo do conhecimento
do analista foi omitido?
5.2 Previsão e avalia- Estimativas quantitativas de impactos foram
ção dos impactos am- apresentadas quando pertinente?
bientais A utilização de modelos matemáticos é justifi-
cada?
Há informações sobre sua calibração para as
condições locais?
No caso de previsões quantitativas há infor-
mações sobre as incertezas associadas?
Os critérios de atribuições de importância aos
impactos são explicitados? São utilizados de
forma coerente?
Caso tenha sido utilizada alguma ponderação,
os critérios de atribuição de pesos são claramen-
te definidos? O numero de pessoas participantes
das ponderações foi informado? O procedimento
para dirimir divergências entre equipes foi explici-
tado?
Foram considerados impactos cumulativos
decorrentes de outras ações induzidas pelo pro-
jeto analisado?
Foram considerados impactos cumulativos
decorrentes de outras ações ou empreendimen-
tos em curso ou previstos para a área de influên-
cia do projeto analisado?
5.3 Análise Preliminar Foi feita uma adequada identificação dos peri-
de Riscos gos?
As hipóteses de acidentes são plausíveis?
Alguma hipótese importante de acidente foi
desconsiderada?
5.4 Prognóstico da É feito uma síntese da qualidade ambiental
qualidade ambiental futura?
futura com e sem o
empreendimento
6 – PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
6.1 Programas de Ges- Medidas mitigadoras são compatíveis com os
ANEXOS
Algum anexo citado no texto deixou de se
apresentado?
As informações apresentadas são claras?
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
É redigido em linguagem acessível ao público?
É suficientemente conciso para permitir uma
leitura rápida?
Apresenta ilustrações que expliquem satisfato-
riamente o projeto?
Apresentam os objetivos e as justificativas do
empreendimento?
Descreve com clareza os principais impactos
ambientais?
Fonte: Sanchez/2008
MODULO V
COMPROMISSOS AMBIENTAIS
SUMÁRIO
MODULO V
COMPROMISSOS AMBIENTAIS
a – Licenciamento Ambiental:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente (Fede-
ral=IBAMA ou órgãos ambientais estaduais) licencia a localização, instalação, ampli-
ação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos am-
bientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qual-
quer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares, e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
b – Licença Ambiental:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições,
restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreen-
dedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e a operar empreendimentos
ou atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
c – Estudos Ambientais:
São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimen-
to, apresentado como subsidio para a análise da licença requerida tais como: relatório
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnós-
tico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise pre-
liminar de risco.
A licença de instalação só pode ser dada depois de concedida a licença prévia. O pro-
jeto técnico é detalhado atendendo as condições estipuladas na LP.
e) No § único, do art. 3º da Resolução 237/97, fica claro que cabe ao órgão ambiental
definir o tipo de estudo ambiental cabível a cada empreendimento.
f) Além do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (RIMA), previstos e
regulamentados em legislação anterior, são estabelecidos os seguintes estudos, espécies
do gênero “Estudos Ambientais”: Relatório Ambiental; Plano e Projeto de Controle Am-
biental; Relatório Ambiental Preliminar; Diagnóstico Ambiental; Plano de Manejo;
Plano de Recuperação de Área Degradada e Análise Preliminar de Risco.
O art. 10º da Lei 6.938/81, em princípio atribui ao órgão estadual, integrante do SISNA-
MA, a competência para conduzir o licenciamento ambiental. O órgão federal (IBAMA),
pela mesma lei, deve atuar supletivamente (em face da falta de órgão estadual) ou
obrigatoriamente, no caso de atividades ou obras com significativo impacto ambiental
de âmbito nacional ou regional.
O Município, que não é mencionado pela Política Nacional de Meio Ambiente como res-
ponsável pela condução dos licenciamentos, passa a partilhar dessa competência com os
Estados e a União, desde que os empreendimentos ou atividades produzam impacto am-
biental local e/ou faça parte de delegação de competência do Estado por instrumento
legal ou convênio, conforme disposto no art. 6º da Resolução CONAMA n.º 237/97.
As licenças ambientais (LP, LI e LO), previstas na Resolução CONAMA n.º 237/97, são
as mesmas e possuem as mesmas características daquelas previstas no Decreto federal
n.º 99.274/90, que regulamentou a Lei 6.938/81.
Em adicional, prevê-se que "o IBAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais
específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade
ou empreendimento, e ainda a compatibilização do processo de licenciamento com as
etapas de planejamento, implantação e operação", adaptando para a regra geral, o que
já estava previsto no art. 12 da Resolução CONAMA n.º 006/87, relativa ao licenciamen-
to ambiental das obras de grande porte.
b) Para cada estudo ambiental requerido, o órgão ambiental licenciador poderá elaborar
ou pedir ao empreendedor um Termo de Referência, orientando a realização dos estu-
dos para aprovação da licença.
a) Em qualquer hipótese, nos termos dos art.4º, § 1º; art.5º, § único, e art.6º da Re-
solução CONAMA n.º 237/97, o órgão ambiental licenciador deverá, sempre e necessa-
riamente, considerar o exame técnico procedido pelos demais órgãos ambientais
envolvidos, bem como o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos
Estados e dos Municípios interessados.
b) "No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente,
a Certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento
ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do
solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para
o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes".
c) Assim, conforme disposto no art. 11 da nova Resolução, “os estudos necessários ao
processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilita-
dos, a expensas do empreendedor”. Portanto, o empreendedor pode utilizar seu quadro
de profissionais, desde que habilitados, para a realização de tais estudos.
d) Em contrapartida dessa faculdade, e de forma a garantir a imparcialidade dos es-
tudos efetuados, a mencionada Resolução (§ único do art.11) responsabiliza o empre-
endedor e os profissionais que subscrevem tais estudos pelas informações apre-
sentadas, sujeitando-os a sanções administrativas, civis e penais.
e) É da responsabilidade do empreendedor arcar com os custos de análise para a
obtenção da licença ambiental, os quais deverão ser estabelecidos por dispositivo le-
gal, visando ao ressarcimento das despesas realizadas pelo órgão ambiental, e facul-
tando-se ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental
para a análise da licença.
Audiência Publica
1.5 Prazos
1.5.1 Prazos Impostos ao Órgão Ambiental e ao Empreendedor:
“Assim, tem-se como regra geral o disposto no art. 14 da Lei 6.938/81 (Política Nacional
do Meio Ambiente) que, sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal,
estadual e municipal, o não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental
sujeitará os transgressores:
I – à multa;
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabeleci-
mentos oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade.
A Lei 6.938/81, em seu art.14, §1º estabelece que “sem prejuízo das penas adminis-
trativas previstas nos incisos do artigo, o poluidor é obrigado, independentemente
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiro,
afetados por sua atividade”.
NOTA: Mesmo que a atividade esteja regular do ponto de vista ambiental, ou seja, tenha
EIA/RIMA aprovados com as licenças em vigor, essa aprovação e outorga de licença
não libera o empreendedor da responsabilidade pelo dano que vier a causar ao
ambiente e ao terceiro, permanecendo sua responsabilidade.
No caso do meio ambiente, a Lei 9.605, de 12/02/98 (Lei de Crimes Ambientais), que
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, estabelece em seu art. 2º que:
“Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta lei,
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o
gerente, o preposto ou o mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando poderia agir para
evitá-lo”.
Nota-se que as infrações penais em matéria ambiental, por essa lei, passaram a ser
consideradas crimes. Por outro lado, a lei pune tanto a pessoa física como a pessoa ju-
rídica (art.3º), observada a “gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infra-
ção e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; os ante-
cedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
a situação econômica do infrator, no caso de multa.”
Em alguns empreendimentos tais como o rodoviário, alguns tipos de Plano Básico Am-
biental (PBA) são exigidos durante a execução, operação e conservação da via.
O passivo ambiental também tem origem nas falhas da gestão do processo construti-
vo do empreendimento com o desenvolvimento de processos erosivos em taludes de
corte ou aterro. São encontradas, ainda, na exploração de áreas de “bota-foras”, jazidas
ou outras áreas de apoio. No passivo ambiental, também, se incluem os processos ero-
sivos resultantes de manutenção de drenagem na faixa de domínio.
Quando não se propõe nenhuma ação corretiva, ou a degradação estaciona, neste caso
temos um passivo com risco potencial, ou há um aumento progressivo da degradação
que pode atingir outros segmentos, causando novos impactos, que novamente devem
ser avaliados. E, assim, o ciclo se restabelece com novas demandas por estudos de im-
pactos e por mais recursos financeiros.
Passivo Ambiental é um efeito ambiental negativo causado nos meios ambientais por
intermédio de impactos significativos não mitigados. Quando não se consegue recuperar
os passivos instalados, resta então a remediação, com medidas compensatórias ou miti-
gadoras.
Empreendimento Viário
Medidas mitigadoras
Ausência de Ações
Ações Pró-ativas e Ações pró-ativas não pró-ativas
suficientes suficientes
Danos ambientais
Certo grau de dano imprevisíveis.
Não há dano ambiental
ambiental
INSTALAÇÃO DE PASSIVO
Passivo
Aumento pro-
com risco
Recuperação do Remediação do gressivo da
potencial
Passivo Passivo degradação
O reassentamento é sempre uma questão problemática, pois é difícil agradar a todos, pois
implica na desarticulação das relações sociais, mudanças de acesso a escola, emprego,
saúde etc. É preciso estabelecer um espaço de discussão dessa questão, a fim de propor-
cionar uma proposta de mitigação o mais próxima possível da expectativa da população
envolvida.
A minimização da maior parte dos impactos relacionados ao meio biótico pode ser obtida
já na escolha de alternativas do traçado, quando são avaliadas as possíveis interferên-
cias com o ambiente natural:
Presença de unidades de conservação (conformidade legal);
O risco de alteração de feições ecológicas relevantes (áreas mais conservadas,
habitats específicos, etc.);
A possibilidade de seccionamento da cobertura vegetal em áreas contíguas, ou
mesmo a intensificação de seccionamento já existentes;
A ocorrência de vetores e/ou zoonoses etc.
Uma das medidas adotadas pelo setor rodoviário em relação aos impactos sobre o meio
biótico refere-se à implementação de um Projeto Paisagístico, o qual é parte integrante
do conjunto dos projetos de um empreendimento rodoviário e responde pela finalização das
obras de uma rodovia.
Regiões de domínio das unidades litológicas do tipo arenito, que formam solos predomi-
nantemente arenosos, normalmente são mais susceptíveis à ocorrência de processos
erosivos, exigindo um controle mais rigoroso do escoamento superficial das águas pluvi-
ais, com medidas de proteção nas saídas d'água (dissipadores de energia).
Em regiões serranas, o grau de instabilização introduzido nas encostas por qualquer obra
necessária a sua transposição é diretamente proporcional ao grau de intervenção superfi-
cial que esta obra acarreta, exigindo a adoção de algumas diretrizes básicas, tais como,
implantação criteriosa das estradas de serviço; estudo adequado das travessias de talve-
gues etc.
MÓDULO VI
MONITORAMENTO AMBIENTAL
SUMÁRIO
MÓDULO VI
MONITORAMENTO AMBIENTAL
Além de monitorar as fases das obras, há diversos subprogramas que devem ser
monitorados quando de sua implantação e que constam do PGA (Plano Ambien-
tal):
Programa de Controle de Processos erosivos.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.
Programa de Paisagismo.
Programa de Recuperação de passivos ambientais.
Programa de Melhoria das travessias urbanas.
Programa de Redução de Desconforto e acidentes na fase de obras.
Programa de Controle de Materiais Particulados, Gases e Ruídos.
Programa de Segurança e saúde da Mão de Obra.
Programa de desapropriação.
Programa de Apoio às comunidades indígenas
Programa de Proteção ao Patrimônio Artístico, Cultural e Arqueológico.
Programa de Proteção a Fauna e a Flora.
Programa de Monitoramento de Corpos hídricos
Programa de Transporte de Produtos Perigosos
Programa de Ordenamento Territorial.
Programa de Compensação para Unidades de Conservação
Programa de Comunicação Social
Programa de Educação Ambiental
a) Patrimônio Cultural
A preservação dos sítios e monumentos do patrimônio cultural é garantida pela
legislação (Decreto lei 025/1937; Lei 3924/61; Portaria 07/88 do SPHAN e Decreto
3551/2000).
Deve receber cuidados no planejamento e durante as obras logo no inicio, quando
começam os serviços de desmatamento e escavações. Ao se achar um bem protegido
(sítios arqueológicos, paleontológicos, históricos etc.) a obra deve parar imediatamen-
te, e se necessário, mudar o projeto.
a) Drenagem da estrada
Drenagem das águas pluviais – Os pontos de descarga deverão receber prote-
ção contra a erosão (disposição de britas, gramas, caixas especiais de dissipação de
energia, e caixa de deposição de sólidos, caso haja carreamento de sedimentos.
Interligação com esgotos sanitários – Não é permitido em nenhuma hipótese.
O sistema de esgotamento sanitário está contemplado no Decreto 24643/34; lei 9433/97
e Resolução CONAMA 020/96.
Interligação com esgotos industriais – Deve haver um sistema separador, além
da construção de caixas de separação de óleo e graxa em pontos estratégicos do siste-
ma. Resolução CONAMA 09/93 e 020/96, Decreto 24643/34; lei 9433/97
b) Caminhos de serviço e vias de acesso
Devem ser construídos com obras de drenagem para que não ocorram erosões e
alagamentos.
c) Áreas de empréstimo e bota fora
Todos os taludes gerados em áreas de empréstimos ou bota-fora deverão ser
protegidos contra a erosão e/ou carreamento de sólidos para os cursos d’água e talve-
gues.
1.2.4 – Escavações
a) Regras gerais
As cavas resultantes de empréstimos ou de outros materiais de construção (brita,
cascalho, areia etc.) devem ser recuperadas e receber tratamento paisagístico.
b) Uso de explosivos
O desmonte a fogo deve ser realizado por pessoal habilitado e obedecer rigoro-
samente às normas de segurança (NR19 – Ministério do Trabalho).
O depósito de explosivos e detonadores deve ser mantido em condições de se-
gurança, minimizando acidentes e evitando roubos.
c) Dragagem
Nas escavações por dragagem não será permitida a descarga de material draga-
do nos corpos d’água (decreto 24643/34; lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96.
A água proveniente das dragagens deve ser conduzida a uma bacia de decanta-
ção, antes de ser devolvida a coleção hídrica superficial.
Para evitar o desbarrancamento das margens dos cursos d’água por efeito da
dragagem, esta só devera ser efetuada em bancos de areia com no mínimo a 5 metros
da margem.
1.3.1 – Poluição do ar
a) Pelo tráfego
A poluição do ar é causada em zonas de tráfego em rodovias de terra ou cascalho
por material particulado (poeiras) causando acidentes por falta de visibilidade, saúde das
pessoas causando processos alérgicos, etc. Neste caso deve-se procurar recursos para
a pavimentação ou tratamento contra o pó.
b) Por Ruídos.
O som é definido com uma sensação percebida pelo ouvido humano resultado de uma
vibração mecânica que se propaga em meio elástico. Sons em alta frequência causam
maior incomodo (agudos). Estima-se que ruídos, acima de 90 decibéis, trazem riscos de
problemas psicológicos e fisiológicos, quando em exposição de longa duração. Já com
12º decibéis é o limite da dor. Deve-se eliminar com planejamento e medidas de redu-
ção da poluição na fonte.
Alguns procedimentos devem ser adotados pelos construtores e exigidos pelas equipes
de fiscalização e supervisão, e controlados pela equipe de gestão ambiental para fazer o
monitoramento.
Quinzenal
Poluição do ar. Verificar se as superfícies dos Quinzenal.
caminhos de serviço, capazes
de produzir nuvens de poeira,
estão mantidas úmidas.
Manter reguladas as usinas de
concreto, usar filtros de pó, veri-
ficar ventos predominantes na
dispersão de fumaças (evitar
que atinjam áreas habitadas. Diário.
Degradação das Supervisionar a recuperação Mensal.
áreas utilizadas como das áreas utilizadas para insta-
instalações provisórias lação de canteiro.
Degradação do pa- Diário.
trimônio cultural
Diária
de vegetação
Bloqueios de talvegues Verificar a deposição de mate- Diária
rial oriundo da limpeza (camada
orgânica) para futura reincorpo-
ração ao das áreas a serem
recuperadas fora do talvegue.
Degradação do patrimônio cul- Verificar indícios de sítios ar- Diária
tural queológicos e históricos.
Mensal.
Degradação do patrimô- Verificar indícios de sítios ar- Diária.
nio cultural. queológicos e históricos.
Diária
Acidentes decorrentes da Verificar a comunicação A cada detonação
detonação. com a população local.
Verificar a evacuação da
região lindeira à área de de-
tonação
Sobra de material trans- Controlar o carregamento Diária
portado dos veículos.
(entulho, rocha etc.) ao lon- Verificar a superfície de
go dos trajetos de máquinas rolamento dos caminhos de Diária
e caminhões. serviço.
Controlar a velocidade de
veículos e máquinas envolvi-
dos no transporte.
Diária
Quinzenal.
Assoreamentos e Verificar atulhadamente de Semanal e após a
inundações talvegues e entupimento de bu- incidência de chuvas.
eiros.
Verificar eficiência do siste-
ma de drenagem.
Além da poluição de origem industrial, ocorreram, e vem ocorrendo, desastres com produ-
tos químicos produzidos, armazenados e transportados diariamente por vias e dutos, contri-
buindo significativamente para a incidência cotidiana desses eventos que degradam a qua-
lidade ambiental dos ecossistemas (Gusmão, 2002). Neste caso, as vias de transportes são
um importante instrumento de difusão destes desastres por viabilizar o acesso a várias regi-
ões. Consequentemente, desastres ecológicos de proporções imprevisíveis são produzidos,
muitos deles causando problemas de debilitação da saúde humana.
Um dos desastres ocorrido aqui no Brasil, no Rio Pomba, com o vazamento de efluentes
com produtos químicos, atingiu o Rio Paraíba do Sul (2003), produzindo uma contami-
nação de suas águas que levou a uma série de problemas ambientais, tais como: perda
de biodiversidades, problemas sociais (perda da produtividade de pescadores, levan-
do-os a ficar sem seu sustento diário), problemas econômicos (recursos financeiros de
recuperação e assistência à população afetada) e problemas institucionais (conflito de
competência entre dois estados, Espírito Santo - poluidor e afetado - e Rio de Janei-
ro - afetado e não poluidor).
Como se percebe, a recuperação dos passivos instalados desse evento trouxe enormes
custos aos dois estados. Estes custos são muitas vezes impagáveis, devido à sua mag-
nitude, causando perdas irrecuperáveis como morte de espécies bióticas e problemas
sociais associados com os usuários das águas da bacia correspondente.
O passivo ambiental gerados sobre terceiros vem a ser os impactos sobre a área de in-
fluência da rodovia, seja ela natural ou urbana.
É preciso então identificar, avaliar e contabilizar os gastos ambientais potenciais
dentro de um novo empreendimento.
Hoje, além dessa consciência pela “causa verde”, agrega-se a ela uma consciência eco-
nômica, pelos prejuízos causados com gestões ambientais desastrosas ou inconsequen-
tes. Hoje, existem leis mais rígidas e multas altas para os infratores ambientais. A gera-
ção de passivos ambientais por empresas tem consequências que somente as empre-
sas desavisadas podem correr. O risco de inviabilidade empresarial ou de processos
públicos é muito grande.
É importante ressaltar que leis e instrumentos ambientais regulatórios existem para uma
boa gestão das empresas em seus empreendimentos, e são de excelente qualidade
como já vimos, mas por si só, não garantem gestões ambientais adequadas dessas
empresas, sejam públicas ou privadas.
Rodovia BR-230 – Transamazônica (AM), totalmente deteriorada pela ausência de manutenção. Fonte: DNIT
(2003).
Fig. 9 Leito estradal da BR – 364, Mato Grosso, Km. 115.0, sem conservação. Foto de Regina Avena. DNIT (2003)
também a causada por terceiros ou por condições climatológicas adversas, capaz de atuar
como fator de dano ou degradação ambiental ao corpo estradal e/ou ao usuário.
Para correção dos passivos ambientais devem ser desenvolvidos projetos de reabilita-
ção ambiental ou recuperação ambiental. O passivo ambiental e as áreas da faixa de
domínio para as quais devem ser elaborados projetos de reabilitação ambiental, são limi-
tadas às ocorrências nas quais processos naturais, ou provocados, estejam colocando
em risco ou com suas evoluções venham a por em risco o corpo estradal, os usuários ou
as áreas adjacentes à faixa de domínio. Assim como, também a degradação física dos
elementos do corpo estradal e das condições de segurança e nível de serviço operacio-
nal podem ser encarados, no caso das rodovias existentes a restaurar, como passivos
ambientais da rodovia a ser recuperados.
MODULO VII
SUMÁRIO
MODULO VII
1.1 - Introdução
A expansão da indústria química vem aumentando consideravelmente a movimentação
de produtos perigosos em todo o Brasil. Hoje, circulam cerca de 20 milhões de formula-
ções químicas e, aproximadamente, um milhão de substâncias e produtos perigosos
(CETESB).
O desenvolvimento cada vez maior de indústrias químicas leva a cada ano para o mercado
consumidor um número considerável de substâncias novas sem que se tenha ainda avalia-
do os riscos que estes produtos trazem à saúde humana, às estruturas genéticas, à repro-
dução e ao meio ambiente.
A utilização de produtos químicos é essencial para que se possam alcançar objetivos de
desenvolvimento econômico e social, mas devido aos riscos, deve-se assegurar um ma-
nejo com alto grau de segurança para que eles possam ser minimizados.
Alguns desses produtos, ao serem liberados, causam problemas ambientais com conse-
quências multifacetárias. São classificados pela ONU no Orange Book como produtos
perigosos os gases, líquidos e sólidos inflamáveis, as substâncias oxidantes, as substân-
cias tóxicas, materiais radioativos e corrosivos, entre outras substâncias diversas.
Quando há um sinistro com os chamados produtos perigosos, dependendo da magnitude
de contaminação que a liberação desse material causa ao ambiente sinistrado, pode vir a
ser um verdadeiro desastre ambiental, sem respeitar fronteiras administrativas, tanto nacio-
nais como internacionais, pois a contaminação não reconhece estas fronteiras. Deste modo,
organismos nacionais e internacionais estão continuamente promovendo trabalhos conjun-
tos sobre a segurança, transporte e manejo destes produtos perigosos.
Produto Perigoso
Produto perigoso é qualquer material sólido, líquido ou gasoso que seja tóxico, radioativo,
corrosivo, quimicamente reativo, ou instável durante a estocagem prolongada, em quantida-
de que represente uma ameaça à vida, à propriedade ou ao meio ambiente. (USDOE).
Classe 1 – Explosivos
Classe 2 – Gases
Classe 3 – Líquidos inflamáveis
Classe 4 – Sólidos inflamáveis
Estabelece também que as informações deverão ficar a disposição dos órgãos e entida-
des do meio ambiente, da defesa civil e das autoridades com jurisdição sobre as vias.
Portaria n0 204 em maio de 1997 - O Ministério dos Transportes aprovou esta por-
taria com “Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos, inserindo modificações na classificação dos produtos enquadra-
dos na Classe 2 e detalhando as especificações aplicáveis às embalagens.
Como exemplo, citamos os desastres com derramamento de óleo em vários países, in-
clusive no Brasil, como as tragédias da Vila Socó, em São Paulo; o pentaclorofenato de
sódio no Rio de Janeiro; o acidente radioativo com Césio em Goiânia; as explosões pro-
vocadas por vazamento de gases, o uso indevido de explosivos que vez por outra ex-
plodem em áreas urbanas densamente povoadas, entre tantas. Em que pesem tais
exemplos, ainda há poucas empresas, entidades e pessoal técnico qualificado que, em
nosso país, dedicam-se ao estudo e difusão de informações sobre esta problemática.
Abaixo, colocamos alguns exemplos de alguns acidentes com Produtos Perigosos, com
potencial risco de danos ambientais.
Vale ressaltar que a prevenção é o melhor fator para evitar surpresas desagradáveis
nesta área. E para uma boa prevenção é necessário a informação. É através dela que
promovemos a melhoria no controle dos fatores de risco do transporte de produtos
perigosos.
Apesar das ocorrências serem relativamente baixas, os eventos acidentais com o trans-
porte de cargas perigosas (um ou mais produtos), quando acontecem provocam forte
impacto social, seja pelo número de vítimas diretas e indiretas envolvidas, seja pelo da-
no ambiental provocado.
Análise Preliminar de Riscos (Perigos) – APR (do inglês: PHA - Preliminary Hazard
Analysis), é um método de análise de riscos (perigos) com o propósito de rapidamente
reconhecer perigos na análise de um projeto.
De acordo com a metodologia adaptada para o DNIT para a APR (ou APP – análise pre-
liminar de perigos) em rodovias, os cenários acidentais são classificados em categorias
de frequência e de severidade, sejam eles riscos da via e/ou ambientais, assim a meto-
dologia se desenvolve em 4 fases, como abaixo:
O produto da frequência (f) do evento pela severidade (s) das ocorrências gera uma
matriz de riscos que fornece uma indicação qualitativa do nível de risco de cada cená-
rio analisado.
FREQUÊNCIA
A B C D E
IV 2 3 4 5 5
S
E
V III 1 2 3 4 5
E
R
I
D
A
II 1 1 2 3 4
D
E
I 1 1 1 2 3
Na fase de operação de uma via, são consideradas várias situações de risco que
envolve o usuário e o traçado.
Curvas Acentuadas;
Ponto de Cruzamento de Animais Silvestres;
Diferença de altura de Pavimentos;
Comunidades Rebaixadas;
Excesso de velocidade dos usuários;
Excesso de carga de caminhões;
Danos aos ecossistemas amazônicos sensíveis
Invasões na Faixa de Domínio de comércio, pessoas e fazendas;
Fumaça de queimadas.
III - Para disponibilizar aos usuários um Sistema de Informações mais detalhado, que
contribua para ações pró-ativas na área ambiental e possibilite a escolha de rotas mais
econômicas e seguras, orientando a logística mais adequada aos transportadores, segu-
radoras, fabricantes e destinatários.
Este Programa teve sua pesquisa iniciada em 1998, para o atendimento ao Regulamen-
to para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (Decreto Federal nº 96.044/88) e
vem se desenvolvendo ao longo desse tempo. Hoje, é um Programa apresentado em
um sítio do DNIT e possibilita a elaboração de relatórios retirados do Sistema de Infor-
mações, criados a partir de um Programa americano, o TRANSCAD, adquirido para esta
pesquisa.
Como complemento poderá fornecer outros tipos de dados de trabalho como os relativos
a tipos de veículos, a empresa transportadora, fornecedores, hospitais de apoio e suas
estruturas de atendimento, identificação de postos de estacionamento específicos para
veículos com carga perigosa, locais de postos de emergência etc.;
Na área do transporte rodoviário instituiu-se normas e legislações que são bastante mo-
dernas e eficientes, mas ainda carentes de fiscalização por parte de autoridades. Tecno-
logias foram desenvolvidas no transporte, armazenamento e transbordo, fazendo com
que a transferência de produtos perigosos de uma origem qualquer a um destino seja
feita com bastante segurança.
Deste modo, o governo criou um Plano chamado P2R2 - Plano Nacional de Prevenção,
Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Pe-
rigosos, que deverá ser elaborado para todos os estados brasileiros com o intuito de
promover maior segurança ao meio ambiente e sua população.
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