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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUIMICA

4º ANO - 7ºSEMESTRE

DISCIPLINA DE: QUÍMICA AMBIENTAL COMPLEMENTAR

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Capítulo I- Introdução à noção de Gestão Ambiental

Capítulo II- Avaliação de Impacto Ambiental

Capítulo III- Auditorias Ambientais

Capítulo IV- Ecoprodutos

Capítulo V- Análise do Ciclo de vida


CAPITULO I – INTRODUÇÃO À NOÇÃO DE GESTÃO AMBIENTAL

Objectivo(s) Geral(ais): Compreender:


. Quais as premissas para a existência de um ambiente sustentável
. A necessidade de implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
. As razões, vantagens e desvantagens da implementação de um SGA
Objectivo(s) Específico(s): - Saber:
. O conceito de Gestão Ambiental (GA)
. A evolução dos Sistemas de Gestão Ambiental
. As razões para implementar um SGA
. As dificuldades que se podem encontrar na implementação de um SGA

1.1 – Sustentabilidade Ambiental


1.2 – Actividades Económicas e Poluição Ambiental
1.3 – Gestão Ambiental
1.4 – Evolução dos Sistemas de Gestão Ambiental
1.5 – Razões para Implementar um SGA
1.6 – Dificuldades na Implementação de um SGA
1.7 – Passos para a implementação de um SGA
CONTEUDOS AUXILIARES

. Declaração de Estolcolmo (1972)

. Eco-92 (1992)

. Protocolo de Kioto (1997)

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/fe_e_meio_ambiente/principais_conferencias_
internacionais_sobre_o_meio_ambiente_e_documentos_resultantes.html ( 28-02-
2015)
1.1 – Sustentabilidade Ambiental

Os problemas ambientais não conhecem fronteiras

Diminuição da
Poluição
camada de ozono Os lixos
dos mares

Destruição Emissões dos A qualidade de


das florestas canos de escape água dos rios
Mudanças
Barulho
climáticas
da aviação

E têm um grande impacto na saúde e no bem estar das populações

Paradoxalmente todos estes problemas surgem como resultado de um FULGURANTE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO.
Em 1987, a World Commission on Environment and Development emitiu o denominado relatório Brundtland sob tema
“OUR COMMON FUTURE” onde se abordava o tema “desenvolvimento sustentável” e cuja fundamental conclusão foi:

A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES DA GERAÇÃO ACTUAL


NÃO DEVE COMPROMETER
A CAPACIDADE DAS GERAÇÕES FUTURAS
EM SATISFAZER AS SUAS.

Em 1992 a United Nations Conference on Environment and Development (UNCED), também conhecida como
“Conferência do Rio – Eco 92” teve como fundamental conclusão:

O CRESCIMENTO ECONÓMICO SÓ SERÁ POSSÍVEL


COM A PROTECÇÃO SIMULTÂNEA DO MEIO AMBIENTE
EXERCÍCIO: Comente estas duas conclusões

CONCLUSÃO

Proteção do Ambiente

Crescimento Económico Desenvolvimento Sustentável

Bem Estar Social


1.2 – Actividades Económicas e Poluição Ambiental
Poluição: Introdução directa ou indirecta, por acção humana, de substâncias, vibrações, calor ou ruido, no ar
na água ou no solo, susceptíveis de prejudicar a saúde humana ou a qualidade do ambiente e de causar
deteriorações ou entraves ao usufruto do ambiente ou a outras utilizações ilegítimas deste último.

Poluir: Ameaçar o funcionamento dos meios naturais, explorando-os acima dos seus níveis de reversibilidade
ou despejando detritos em grande escala sem preocupações de reciclagem para os recolocar, de novo, no
funcionamento da máquina económica.
Ou
Poluir: Participar na degradação do ambiente, ameaçando o equilíbrio natural, contribuindo para o
esgotamento dos recursos naturais ou para a sua degradação.

Poluente: qualquer material estranho ou forma de energia cujo grau de transferência entre os seus
componentes e os factores do ambiente é de tal modo alterado, que o bem estar dos organismos ou
ecossistemas é, negativamente afectado.
Exemplos de poluentes: gases, líquidos, sólidos, ruídos, odores, descargas radioactivas de entre outros

que incapacitam os recursos para os seus fins específicos,


que afectam adversamente os seres humanos, os animais, os edifícios
que provocam efeitos sinergéticos trágicos e estão na origem de desastres ambientais

Exercício: Olhando as imagens que se seguem diga: de que poluição se trata e o tipo de poluente e
consequências para o meio ambiente
1.
2.

3.
A INDÚSTRIA é um dos principais factores
de impacto negativo sobre o meio ambiente
em todo o mundo

Contaminação das águas


Produção de resíduos tóxicos
Utilização de sintéticos não biodegradáveis
Introdução de espécies não autóctones
Produção excessiva de roídos por mecanização
daí o facto de ser necessária
Emissão de gases tóxicos e/ou com efeito de estufa toda uma politica
Exploração de minérios a céu aberto e degradação paisagística de
Transporte inadequado de substâncias tóxicas Gestão Ambiental
Abate de grandes áreas florestais
Producção de monoculturas agrícolas não florais
Criação excessiva de bio contaminantes
1.3 – Gestão Ambiental
Gestão Ambiental: conjunto de
processos que gerem as relações
entre o ser humano e o ambiente
e as transformações por ele
proporcionadas, tendo em linha
de conta variáveis como o
desenvolvimento sustentável, as
políticas ambientais, a legislação
ambiental internacional,
comunitária, nacional e as
auditorias ambientais.
 a Gestão Ambiental possui caráter multidisciplinar, profissionais dos mais diversos campos podem
atuar na área, desde que devidamente habilitados.

• Fazem parte também do arcabouço de conhecimentos associados à gestão ambiental:


• técnicas para a recuperação de áreas degradadas,
• técnicas de reflorestamento,
• métodos para a exploração sustentável de recursos naturais,
• o estudo de riscos e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação
de atividades produtivas.
redução de custos diretos
GESTÃO AMBIENTAL diminuição do desperdício de matérias-primas e
de recursos cada vez mais escassos e mais
Variável AMBIENTE dispendiosos, como água e energia

PLANEJAMENTO EMPRESARIAL redução de custos indiretos


sanções e indenizações relacionadas a danos ao meio
ambiente ou à saúde de funcionários e da população de
comunidades que tenham proximidade geográfica com
as unidades de produção da empresa
À medida que a sociedade se vai conscientizando da necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião
pública começa a pressionar o meio empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades econômicas de
maneira mais racional.

Ou seja, o próprio consumidor passa a selecionar os produtos que consome em função da responsabilidade
social das empresas que os produzem.

As raízes históricas da educação ambiental e de muitas das leis de GA hoje existentes, remontam às
conferências mundiais sobre o meio ambiente tais como:

Declaração de Estolcolmo (1972)

Eco-92 (1992)

Protocolo de Kioto (1997)

Exercício: Faça um breve resumo sobre as decisões, metas a atingir de cada uma destas conferências
podendo englobar Rio + 10 (2002), Rio + 20 (2012).
• 1972: Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo

• 1984: Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento: Nosso Futuro Comum (1987)

• 1984: Programa de Atuação Responsável da Indústria Química

• 1991: A ISO discute o desenvolvimento de padrões ambientais

• 1991: 16 Princípios da Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável

• 1992: Rio 92 – Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

• 1992: 27 Princípios da Carta da Terra

• 1994: Normas e esquemas: BS 7750, EMAS, ISSO

• 1996: Norma ISO 14001

• 2002: Rio Mais 10


1.4 – Evolução dos SGA

Do ponto de vista histórico

1ª norma GA: 1992 foi publicada pelo British Standards Institution


e baseada no modelo do Ciclo de Deming (PDCA-Plan, do, Check,
Act), tendo sido conhecida pela norma BS 7750.

Grande parte desta norma foi utilizado por outros países (França,
Espanha) para formulares as suas próprias leis e até a nível da CEE
(em 1993) esta norma foi utilizada no projecto conhecido como
EMAS (Eco management and audit scheeme).
Esta norma especifica os requisitos para o desenvolvimento,
implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental que
visem garantir o cumprimento de políticas e objetivos ambientais
definidos e declarados.

A norma não estabelece critérios de desempenho ambiental


específicos, mas exige que as organizações formulem políticas e
estabeleçam objetivos, levando em consideração a disponibilização
das informações sobre efeitos ambientais significativos.

Ela aplica-se a qualquer organização que deseje:


. Garantir o cumprimento a uma política ambiental estabelecida;
. Demonstrar este cumprimento a terceiros.
2ª norma GA: Por essa mesma altura uma organização não
governamental (criada em 1947) com sede em Genebra (Suíça) a ISO
(International Standard Organization) verificou a necessidade de
desenvolver normas sobre a questão ambiental, com o intuito de
padronizar processos de empresas que utilizassem recursos naturais
e/ou causassem algum dano ambiental, decorrente de suas
actividades. Reuniu, por isso, diversos profissionais e criou um comité
, designado por “Comité Técnico TC 207” dividido em diversos sub
comités com o objectivo de desenvolver normas (série 14000) nas
seguintes áreas ambientais:
SUB ÁREA
COMITÉ
1 Sistemas de Gestão Ambiental
2 Auditorias Ambientais
3 Rotulagem Ambiental
4 Performance Ambiental
5 Análise do Ciclo de Vida
6 Definições de Conceitos
7 Integração de Aspectos Ambientais no Projecto de
Desenvolvimento de Productos
8 Comunicação Ambiental
9 Mudanças Climáticas
Até ao momento foram publicadas variadíssimas normas ISO, algumas já foram revistas e outras aguardam
publicação.
NORMAS ISO 14000 RELACIONADAS À QUESTÃO AMBIENTAL

ENFOQUE NA ORGANIZAÇÃO
Sistemas de Gestão Ferramentas de Performance Comunicação
Ambiental Auditoria Ambiental Ambiental
ISO 14 001 ISO 19 011 ISO 14 031 ISO / TC 207 / WG 5
ISO 14 004 ISO 14 015 ISO 14 032 ISO 14 063
ISO 14 061

ENFOQUE NO PRODUCTO
Rotulagem Análise do Ciclo de Definições de Integração de Aspectos Mudanças Climáticas
Ambiental Vida Conceito Ambientais em Productos

ISO 14 020 ISO 14 041 ISO 14 050 ISO TR 14 062 ISO TC 207 / WG 5
ISO 14 021 ISO 14 044 ISO TC 14 064
ISO 14 024 ISO TR 14 047 ISO TC 207 / WG 6
ISO TR 14 025 ISO 14 048 ISO TC 14 065
ISO TR 14 049
3ª norma GA: Em 2001 o regulamento EMAS (Eco management and audit scheeme) foi revisto e revogado
sendo actualmente suportado pelo regulamento (CE) nº 761/2001 do PE e do Concelho. As alterações
continuaram nos anos seguintes, sempre com vista à aproximação à norma ISO 14 001: 2004.

Hoje em dia estabeleceu-se que a cada 5 anos as normas ISO estão sujeitas a um processo de revisão.
Desta forma consegue-se ter tempo de implementação de uma norma, fazer a sua reavaliação e sugerir ou
não alterações decorrentes de todo o desenvolvimento/ retrucesso (social, económico, tecnológico)
verificado.

A implementação de um SGA ( e consequente certificação) constitui uma ferramenta estratégica para as


organizações, possibilitando a identificação de oportunidades de melhoria que minimizem os impactos
sobre o ambiente, decorrentes das actividades da organização.
1.5 – Razões para Implementar um SGA
A implementação de um SGA é suportada por um número razoável de considerações desde as
certificações nacionais e internacionais bem como toda uma série de vantagens e potencialidades que
advêm da sua implementação.
Aumento de Vantagens
Motivações Competitivas

Redução de Custos RAZÕES Internas

Aumento de Receitas
Sinergéticas

Exercicio: Quais as razões dentro de cada categoria ?


- Exigências de clientes
- Exigências de investidores
- Exigências de conformidade legal
MOTIVAÇÕES - Ecomarketing e melhoria de imagem
- Redução de custos (Ex: seguros de responsabilidade civíl)
- Responsabilidades ambientais

- Aumento de eficácia dos processos que previnem e reduzem impactos ambientais


- Aumento da eficácia económica por redução de consumos REDUÇÃO
- Maiores facilidades de financiamento DE CUSTOS
- Redução em taxas de seguro
- Redução de coimas

- Aumento da produção de “produtos verdes” vendidos a preços mais altos


- Aumento de produtos menos poluentes
AUMENTO - Aumento do processo de reciclagem (- resíduos, - efluentes)
DE RECEITAS - Novas linhas de produção para novos mercados
- Satisfação dos critérios dos investidores e melhor acesso ao capital
- Liderança de mercado AUMENTO DE
- Aumento de quotas de mercado em produtos ecológicos VANTAGENS
- Melhoria de imagem
- Melhoria das relações públicas e internas com trabalhadores e colaboradores
COMPETITIVAS
- Reconhecimento internacional por obtenção de certificações ambietais

INTERNAS
- Controlo de requisitos legais ambientais
- Diminuição de riscos de acidentes ambientais e profissionais
- Melhoria de eficiência operacional ou de processos (gestão de recursos, controlo/prevenção da poluição)
- Aumento da motivação/consciencialização de colaboradores (programas sensibilização e/ou formação)
- Melhoria contínua do desempenho ambiental

SINERGÉTICAS
- Diferencial competitivo (IMAGEM, PRODUCTIVIDADE, NOVOS MERCADOS)
- Melhoria organizacional (GESTÃO INTEGRADA À QUALIDADE AMBIENTAL, CONSCIENCIALIZAÇÃO)
- Minimização de custos (ELIMINAÇÃO DE DESPERDÍCIOS, RACIONALIZAÇÃO E ALOCAÇÃO DE RECURSOS)
- Minimização de riscos (SEGURANÇA)
1.6 – Dificuldades na Implementação de um SGA

A par dos inegáveis benefícios da implementação de um SGA, existem sérias dificuldades que podem
impedir esse objectivo:

- Existência de mentalidades, práticas e procedimentos prévios inadequados

- Legislação vaga, complexa, dispersa, contraditória , omissa, pouco exequível

- Custos elevados de consultoria

- Custos elevados de formação

- Custos elevados para estar conforme com a legislação

- Custos elevados para obtenção de certificação


1.7 – Passos para a Implementação de um SGA
Regra geral, a implementação de um SGA é levada a cabo num processo dividido em 10
etapas. Na listagem que se segue, a numeração apresentada representa a ordenação
temporal de desenvolvimento do processo, contudo, esta ordenação não é rígida havendo
necessidades inseridas em etapas distintas que, por razões de eficiência, podem decorrer
em simultâneo.

1. Levantamento da Situação Inicial: nesta etapa procura-se conhecer o estado actual da


organização em matéria ambiental; o que a organização faz, como faz e com o quê
(equipamentos, materiais, matérias primas, energia, …), identificando todas as actividades:
● Concepção e desenvolvimento; ● Processos produtivos; ● Embalagem e transporte; ●
Desempenho ambiental e práticas de subcontratados e fornecedores; ● Gestão de
resíduos.
Uma forma simples e eficaz de fazer este levantamento é desenhar fluxogramas dos
principais processos de forma a visualizar as principais actividades e as actividades
subsidiárias destas e realizar uma auditoria diagnóstico dos aspectos ambientais
relacionados com as actividades (materiais, produtos, equipamentos, instalações e
serviços, impactos sobre o ambiente, mecanismos de implementação, controlo e
verificação do grau de cumprimento dos requisitos legais ou outros que a organização
subscreva. E pode ser levada a cabo por um consultor externo.
2. Sensibilização da Direcção da Organização: nesta etapa são apresentados os
resultados do diagnóstico inicial e chama-se à atenção para as vantagens da
implementação de um SGA. A organização deve começar a ministrar formação
apropriada aos seus directores, quadros superiores e técnicos médios; acções de
sensibilização para o maior número possível de colaboradores a fim de conseguir a
adesão de todos e uma boa colaboração de cada um para o projecto; acções de
informação sobre o andamento do projecto (elaboração de boletins informativos).
3. Definição da Política Ambiental: nesta etapa a organização define a sua política
ambiental, a qual deve de ter em consideração a realidade da organização em matéria
ambiental (resultado do diagnóstico inicial), e os recursos que a organização pode
disponibilizar para o projecto, de forma a que seja adaptada às necessidades, devendo
assegurar o comprometimento da administração e a participação de todos os
colaboradores.
A política constitui a “espinha dorsal” de um SGA. É aí que a administração formaliza o
compromisso da organização em garantir que a protecção e a promoção ambiental é
considerada na definição de prioridades em igualdade com todos os outros objectivos do
negócio. É igualmente nesta fase que a organização escolhe o referencial que quer
adoptar para projectar e implementar o sistema e a administração nomeia o seu
representante.
4. Definição da equipa de projecto: nesta etapa, a organização analisa o trabalho que tem
de ser feito e quem o pode fazer. Após avaliar as competências de que dispõe, a organização
decide à cerca da necessidade de contratar ajuda externa.
A equipa de projecto tem como principais funções: ● participar na definição e elaboração da
documentação do SGA; ● garantir a implementação do SGA na organização; ● promover a
motivação e envolvimento dos colaboradores da organização.
Durante esta etapa consultores com experiência reconhecida podem ser recrutados para
auxiliar e, se for o caso, estabelecer claramente as condições contratuais de modo a que
fiquem bem definidas as obrigações de ambas as partes, os ritmos a que se obrigam e a
forma de monitorizar os progressos do projecto.
5. Formação da Equipa de projecto em SGA: nesta etapa, a organização providencia
formação especializada a fim de dotar a equipa de projecto das competências
necessárias para a boa prossecução do projecto.

6. Definição do Projecto de Implementação: nesta etapa, a organização estabelece os


objectivos do projecto (não confundir objectivos com metas ambientais), define a sua
calendarização, as competências e responsabilidades individuais de cada elemento da
equipa de projecto, a forma de monitorização dos progressos do projecto, a
periodicidade das reuniões de acompanhamento com o representante da
administração…
7. Planeamento: nesta etapa, a organização redige o procedimento de identificação de
aspectos ambientais e determinação da sua significância e aplica-o de forma a conhecer
com pormenor os impactos para o ambiente associados ás suas actividades, produtos e
serviços e as medidas para minimizar os impactos negativos e promover os positivos .
Paralelamente, deve também redigir o procedimento de requisitos legais e outros,
efectuar o levantamento dos diplomas legais aplicáveis à organização bem como outras
obrigações que a organização subscreva e avaliar à cerca do seu cumprimento.
Já na posse desses dados, a organização deve estabelecer os objectivos e metas que
pretende atingir tendo em conta o comprometimento contido na política. De seguida,
planeiam-se as acções que permitam atingir os objectivos e metas definidas e o
cumprimento dos requisitos do referencial.
8. Implementação e funcionamento: nesta etapa (a mais longa de todas), definem-se os
recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade de todos os colaboradores cujo
desempenho tenha relevância no desempenho ambiental da organização e comunicam-se
aos respectivos colaboradores. Elaboram-se e implementam-se os procedimentos de
formação, sensibilização e competência, de comunicação, de gestão e controlo de
documentos, de controlo operacional (e todas as instruções técnicas necessárias ao controlo
dos processos críticos) e de prevenção e capacidade de resposta a emergências (e respectivo
Plano de Emergência Interno).

Qualquer colaborador pode propor melhorias ao sistema as quais têm de ser devidamente
estudadas e aprovadas. Para incentivar todos os colaboradores é aconselhável que a equipa
do projecto elabore com regularidade e de forma assídua, um boletim informativo dando
conta dos avanços do projecto.
9. Verificação e acções correctivas: nesta etapa, efectua-se a análise crítica do SGA quanto à
prossecução dos seus objectivos e criam-se os mecanismos que permitam o controlo sistemático e
permanente de forma a agir pro-activamente sobre o sistema. Elaboram-se e implementam-se os
procedimentos de medição e monitorização, avaliação da conformidade, não conformidade e acções
correctivas e preventivas, controlo de registos e auditorias.
As auditorias internas procuram evidências objectivas que confirmem a eficácia e conformidade do
que está a ser feito ou identifiquem os desvios de forma a que atempadamente se possa agir sobre
eles corrigindo-os.
Este processo culmina na revisão do sistema pela direcção de topo, procedendo à análise dos
resultados da monitorização de dados e indicadores sobre o desempenho da organização. É efectuada
a avaliação global da eficácia do SGA para atingir os objectivos traçados, revendo os aspectos menos
bem conseguidos. Esta fase constitui também a oportunidade para a organização avançar, traçando
novos e mais ambiciosos objectivos e metas.
10. Certificação: esta etapa constitui a meta final de todo o processo, em que a
entidade certificadora assegura (certifica) que o sistema cumpre os requisitos do
referencial. Assim, o sistema garante aos clientes (internos e externos), à gestão e de
um modo geral a todas as partes interessadas que as actividades da organização se
processam de modo controlado e de acordo com o previsto.

A organização só deve proceder à certificação do seu sistema após este estar rodado,
ou seja, após haver cumprido um ciclo de Deming completo.
1.7.1 – O que é a certificação?

Certificação: é o reconhecimento por uma terceira parte (a entidade certificadora) de


que o sistema cumpre os requisitos de uma norma de referência.
A certificação não deve ser o objectivo único da implementação do sistema, deve de
ser o passo final, que é dado quando o sistema já está “rodado”, isto é, quando já
completou um ciclo Deming completo e com resultados satisfatórios.
As vantagens da certificação são a evidência inequívoca junto dos colaboradores, dos
clientes, do estado e de outras partes interessadas dos esforços desenvolvidos pela
organização em matéria ambiental e as vantagens publicitárias que daí advêm.
Pedido de certificação à entidade certificadora

Cópia do manual do SGA e dos procedimentos requeridos pelo referencial normativo

Organograma da organização

Layout (esboço, desenho) simplificado das instalações (indústrias)

Dossier de Planta de localização da organização


candidatura
de uma Lista dos aspectos ambientais identificados pela organização
organização Lista da legislação ambiental identificada como aplicável pela organização
à certificação:
Lista de compromissos específicos subscritos pela organização

Objectivos, metas e programa(s) de Gestão Ambiental

Lista de equipamentos de medição e ensaio e processos onde são utilizados.

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