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CONTABILIDADE ECOLÓGICA:

RECONHECIMENTO DAS EXTERNALIDADES PARA


GESTÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

1
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PATRIMÔNIO
ECONÔMICO

ECONOMIA

ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTE EXTERNO AMBIENTE EXTERNO


ANTES DEPOIS

ENTIDADES ou
ORGANIZAÇÕES

2
NECESSIDADES BÁSICAS

habitação (bem estar)

água (elemento vital)

alimentos (componente vital)

3
CAPITAL NATURAL

4
RECURSOS NATURAIS
CAPITAL NATURAL

Tomando a Amazônia como exemplo, a


situação é crítica, as queimadas provocam
efeitos negativos em toda a América do Sul.

6
CAPITAL NATURAL

1999
A indústria tem conhecimento do custo de uma garrafa
para água, cuja matéria-prima deriva dos recursos
naturais, contudo, a indústria não procura conhecer o
verdadeiro custo daquele produto, cujo processo para
sua obtenção gera efeitos externos como a poluição
do ar e a degradação ambiental.
Thomas Prugh. Natural Capital and Human Economic
Survival. New York: Lewis Publishers, 1999.

2007
A poluição no céu está vinculada ao lixo produzido no
solo. Menos de um quarto das garrafas plásticas é
reciclado, deixando 900 milhões de quilos por ano para
os aterros.

Revista ISTOÉ no 1973 de 22/08/2007, pg. 87.

7
CAPITAL ECONÔMICO

Geólogos avaliaram como o consumo médio de carne se reflete na


Emitem o emissão de gases de efeito estufa. Nos EUA, somente em 2003, o
GÁS METANO (CH4) total de metano e óxido nítrico produzido pela pecuária emitiu o
equivalente a 232 milhões de toneladas desses gases.
Greenpeace. Comendo a Amazônia. www.galileu.globo.com
IMPACTO AMBIENTAL

As empresas infalivelmente afetam o meio ambiente (Pahlen Acuña, 2004)

EFEITOS EXTERNALIDADES
EXTERNOS
CONTABILIDADE AMBIENTAL

O ambiente social ganhou novo perfil, [...] são as perdas sociais representadas pelo
impacto ambiental
auferidas pela utilização
QUE direta
SUPERAM AS VANTAGENS auferidas pela utilização
direta dos recursos naturais. (destaque nosso)
dos recursos naturais.
HOSOKAWA, Roberto Tuyoshi et al. Economia ambiental – uma introdução ao
tema. Curitiba: FUPEF, 2000.

Os efeitos externos são custos que deveriam estar no sistema econômico compondo a
formação dos preços, que estão distorcidos pela mais simples e frustrante das razões:
o capital natural nunca foi
CONTABILIDADE OBSOLETA, o capital natural nunca foi colocado nos
colocado nos balanços das empresas ou
balanços das empresas ou países. (destaque nosso)
países.
PRUGH, Thomas et al. Natural capital and human economic survival. London:
Lewis Publishers, 1999.
10
CONTABILIDADE AMBIENTAL

IBRACON
NPA 11 - CONTABILIDADE AMBIENTAL
Ativos e passivos ambientais, retorno do investimento ambiental e forma de apresentação nas
demonstrações financeiras.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE


NBCT-15 BALANÇO SOCIAL
Norma que estabelece o conceito, os objetivos e os procedimentos para elaboração, conteúdo
e estrutura do Balanço Social

AUDITORIA INTEGRADA
AMBIENTAL

A IFAC (International Federation of Accountants) emitiu norma sobre o assunto,


considerando os seguintes tópicos:
a)Considerações sobre leis e regulamentações ambientais;
b)Obtenção de informações suficientes sobre o negócio em relação aos problemas ambientais
relevantes;
c)Usar o trabalho de especialistas em meio ambiente.

EXTRITAMENTE NO CONTEXTO DO SISTEMA ECONÔMICO


NÃO CONTEMPLAM OS EFEITOS EXTERNOS (EXTERNALIDADES)
IMPACTO AMBIENTAL
POSITIVAS NEGATIVAS

EXTERNALIDADES – SÃO Qualquer


Atividades do ecossistema como:
regeneração das florestas, retorno da
BENS PÚBLICOS
acidente natural no ecossistema que
fauna e absorção dos gases de efeito possa gerar problemas à sociedade.
estufa.
Tangíveis ou intangíveis
AS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
Tangíveis ou intangíveis
SÃO O REFLEXO DO IMPACTO AMBIENTAL
Elementos conseqüentes das atividades do
sistema econômico, dos quais os mais comuns
são:
Elementos gerados por atividades a)Desmatamento e retirada de madeira;
humanas e mantidos pelo sistema b)Redução/extinção por morte ou migração de
econômico que propiciem benefícios à elementos biológicos;
CONCEITO: quando positivas
sociedade. é impossível impedir que
c)Erosão no ambiente e/ou assoreamento das
qualquer pessoa desfrute do vias seu uso; no mesmo sentido,
fluviais;
Tangíveis d)Extinção das nascentes provocadas por
quando negativas, é impossível impedir que qualquer pessoa
desmatamento ou aterramento;
sofra as conseqüências dose)Ocorrência
seus efeitos. ou espargimento de elementos
Ex. Uma estrada, uma ponte, um parque poluentes por acidente.
etc. f)Emissão de gases de efeito estufa gerados por
automotores, queimadas e outros.

Tangíveis ou intangíveis
QUANTO À CONTABILIDADE
Fonte: Elaboração própria com base em Stiglitz
AS EXTERNALIDADES NÃO(2003)ESTÃO NOS SEUS REGISTROS
Fonte: Elaboração própria com base em Stiglitz (2003)

SÃO EXTERNAS QUANTO AO SISTEMA ECONÔMICO 12


PATRIMÔNIO
ECONÔMICO

ECONOMIA

ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTE EXTERNO AMBIENTE EXTERNO


ANTES DEPOIS

ENTIDADES ou
ORGANIZAÇÕES

13
ECOSSISTEMAS

É um conjunto de sistemas que se interagem, formando o


mundo que nos cerca.

Pode-se entendê-lo como um patrimônio diferente e composto


por um conjunto de circunstâncias exteriores aos indivíduos, ou
ainda, elementos que rodeiam as pessoas jurídicas ou naturais
– animais, clima, ar, solo, coisas, água entre outros, agrega
ainda as belezas naturais, formadas por rios, montanhas,
florestas etc. Pode-se chamá-lo de patrimônio ambiental.

O patrimônio ambiental abrange todos os componentes do


ecossistema, onde as pessoas jurídicas ou naturais são apenas
usuários e vai além do patrimônio econômico, campo de atuação
14
da contabilidade tradicional.
O patrimônio ambiental pertence à humanidade, pertence a
todos, assim, a contabilidade e a economia não podem ficar
alheias às suas questões.

Sob esta ótica e utilizando os mesmos recursos e conceitos,


podemos estender os controles contábeis para além do
patrimônio econômico (Sistema Econômico) e aplicá-los no
controle do patrimônio ambiental (Ecossistemas).

15
CONTABILIDADE E ECONOMIA

Considerando os sistemas econômicos, a internalização dos custos ambientais é um


passo importante para controlar o uso dos recursos e serviços naturais, tendo como
conseqüência induzir os consumidores a pagar o custo real do adquirido, em vez de
repassar indiscriminadamente esses custos à sociedade; o meio ambiente é
considerado uma dimensão do desenvolvimento e como tal deve ser internalizado em
todos os níveis de decisão.
MATTOS, Katty Maria da Costa et al. Valoração econômica do meio ambiente: uma
abordagem teórica e prática. São Carlos : Rima. 2004. (págs. 17-26)

É a mesma preocupação de Prugh (1999), ou seja, incorporar a deterioração do capital


natural aos custos dos produtos e serviços.

Incorporar a deterioração do capital natural aos custos dos produtos e serviços significa
registrar todas as informações que impactam o ecossistema e demonstrá-las.

O problema é como fazer isso; há dificuldades 16


Indicadores de ecoeficiencia da UNCTAD
(Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento).

Indicadores de desempenho Indicadores de desempenho


Problema ambiental
ambiental financeiro

Esgotamento (diminuição) dos


Uso de energia fóssil/valor
recursos energéticos não Custos da energia/valor adicionado
adicionado
renováveis

Redução(diminuição) da água
Uso da água/valor adicionado Custo da água/valor adicionado
potável

Emissões de gases que geram


Aquecimento global aquecimento global/valor (*)
adicionado

Emissões de gases que geram


Empobrecimento da capa de ozônio diminuição da capa de ozônio/valor (*)
adicionado

Dispersão de resíduo sólido e Resíduos sólidos e líquidos/valor Custo dos resíduos sólidos e
líquido adicionado líquidos/valor adicionado

(*) Ainda não é possível medir financeiramente o aquecimento global .

Fonte: Ferreira (2003)


17
Fonte: Ferreira (2003)
NO REGISTRO CONTÁBIL

Dificuldades para valoração e inserção no campo


econômico e contábil

Desconhecimento, pelas empresas, da dinâmica ambiental e da finitude dos

1) recursos naturais. A falta de consciência e a transformação do patrimônio


ambiental em patrimônio particular da empresa;

O desenvolvimento da contabilidade ocorreu no contexto de consolidação do


capitalismo, destinando-se exclusivamente ao controle dos negócios e à

2) proteção do patrimônio econômico. Assim, o ecossistema e demais


elementos (efeitos externos) gerados pela sua utilização, e, sendo o primeiro,
aparentemente “inexaurível” e sem proprietário privado, nunca foi alcançado
pelas técnicas contábeis;

Meio ambiente não é considerado riqueza e poluição não é considerada como

3)
perda. Os recursos naturais potencialmente utilizáveis, a qualidade de vida
anterior à degradação, os custos e as perdas ambientais nunca foram objeto de
cálculo;

4) Não têm MATERIALIDADE ECONÔMICA, assim, não compõem os valores da


economia ou da contabilidade. 18
NA PROJEÇÃO ECONÔMICA

Dificuldades para valoração e inserção no campo


econômico e contábil

A teoria neoclássica define que os preços de bens e insumos resultam somente do


equilíbrio entre a oferta e a procura, seja um produto final adquirido no mercado pelos
consumidores, seja um insumo adquirido por agentes produtores.

O impacto ambiental tinha que fazer parte da lógica que prevalece na psicologia do consumidor, o
que aumenta mais as contradições quando se trata de fatos intangíveis como as externalidades.

Quando se fala em ‘custo social’, se trata na verdade de um ‘custo fictício’ no sentido econômico e
para o qual não existe expressão monetária mediante transações voluntárias estabelecidas entre
agentes que atuam no espaço dos direitos de propriedade.

19
EXTERNALIDADES POSITIVAS

EFEITOS DA RESTAURAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Valoração dos resultados do seqüestro de carbono pela quantidade de CO2 absorvido.

Aplicações da empresa consideradas de natureza social/ambiental, que possibilitem a geração


de informações quanto à administração da mesma na gestão ecologicamente correta.

20
CONTABILIDADE

Regra básica para construir os demonstrativos contábeis:

Cada débito corresponde ... ... a um crédito de igual valor

ATIVOS AMBIENTAIS: Representados PASSIVOS AMBIENTAIS: São as


por todos os bens e direitos da obrigações assumidas pela empresa
empresa utilizados na função de em decorrência das transações
preservação ou conservação ambientais da mesma.
ambiental.

CUSTOS AMBIENTAIS: São todos os gastos requeridos para a gestão responsável do


impacto ambiental das atividades da empresa, bem como outros gastos focados nos
objetivos ambientais da empresa.

Dentro da mesma estrutura considera o registro separadamente das transações relativas


ao meio ambiente: custos, despesas, ativos e passivos ambientais

21
PATRIMÔNIO ECONÔMICO E
PATRIMÔNIO SÓCIOAMBIENTAL

Eventos Patrimônio Econômico Patrimônio Sócioambiental


Capital Social, Reservas e Lucros/Perdas
Composição social contábil Capital Natural
Acumuladas
Equação patrimonial PL = Ativo – Passivo Não se aplica
Proprietários Acionistas ou proprietários individuais A humanidade
Objetivos Lucro Sustentabilidade da vida no planeta
Valor econômico Determinado ou indeterminado Desconhecido
Valor de uso (Moura, 2003) Mensurável Mensurável e não mensurável

Valor de opção (Moura, 2003) Não se aplica Mensurável e não mensurável

Valor de existência (Moura, 2003) Não se aplica Intangível mensurável e não mensurável

Valor de não-uso (Mattos, 2004) Não se aplica Mensurável e não mensurável


Efeitos gerados Internos e internalizados Externalidades positivas e negativas
Medição dos objetivos Demonstração de Resultados do Exercício Não mensurável
Controles contábeis Contabilidade Financeira e Gerencial Não se aplica Ecológica
Contabilidade
Transferências da riqueza gerada, tem como fonte a
Circulação de valores Investimentos e aplicações Demonstração do Valor Adicionado ou Balanço
Social.
Identificação do destino da Demonstração do Valor Adicionado ou
Não existe ECOBALANÇO
riqueza gerada Balanço Social
22
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
22
Como instrumento informativo, é um dos mais competentes criado pela contabilidade

Apresenta uma estreita vinculação entre a economia e a contabilidad, pode-se inclusive afirmar que: para o
critério de cálculo da distribuição da riqueza, a DVA poderá ser superior ao econômico.

Do ponto de vista das Ciências Econômicas: o valor adicionado está estreitamente ligado à apuração do
produto nacional bruto (PNB).

23
Como instrumento informativo, é um dos mais competentes criado pelo ambiente social

Apresenta uma estreita vinculação entre a economia, a contabilidade e as atividades que visam o bem estar
da sociedade como um todo.

Contudo, tanto a DVA como o BS têm suas limitações quanto ao que ocorre no ecossistema

24
GRÁFICO DA DVA e BS - limitações

Como as externalidades não têm materialidade contábil, estão fora deste contexto, ou seja, para a contabilidade
simplesmente não existem e o custo social conseqüente dos efeitos da degradação ambiental não é registrado;

A DVA e o BS, informativos econômico e social resultantes da extração dos números que compõem o Demonstrativo
de Resultados do Exercício (DRE), se limita ma informar somente os benefícios sociais distribuídos;

Y Na contabilidade, no que concerne aos efeitos externos, sem a confrontação dos custos sociais
com os benefícios sociais, estes representados pela riqueza gerada, o gráfico da DVA/BS mostra
uma situação INCOMPLETA;
Sob a ótica do Patrimônio Sócioambiental afetado pelas externalidades, a DVA
40
Mostra
e o Balanço Social têmum gráfico
suasque contem somente a curva dos benefícios advindos da riqueza distribuída,
limitações.
com números SEMPRE MAIORES QUE ZERO;

20 Não confirmam a afirmação de Hosokawa


et al. (2000) de que “[...] as perdas sociais
representadas pelo impacto ambiental se
sobrepõem às vantagens recebidas pela
utilização direta dos recursos naturais”.

0 X
X1 X2 X3 X4 Xn

- 20 BENEFÍCIO SOCIAL DISTRIBUÍDO 25


INSTRUMENTOS CONTÁBEIS PARA EVIDENCIAR
O VALOR DOS EFEITOS EXTERNOS

Há um recurso muito SIMPLES


AS CONTAS DE COMPENSAÇÃO
Prescritas nas Normas Brasileiras de Contabilidade = NBC-T 2.5.

São de natureza neutra, logo não interferem na variação patrimonial, quando usadas servem
para registrar os atos administrativos antes de seus efeitos.

Sua utilização é reconhecida por autores de renome: “para isto existem contas especiais e que
se denominam Compensações”.
Sá, Antonio Lopes de. Fundamentos da contabilidade geral. Belo Horizonte: UNA, 2000.

Registrando as externalidades no contexto das informações contábeis e usando a DVA ou o


BS, podemos EVIDENCIAR A RESPONSABILIDADE SÓCIOAMBIENTAL .

Usando a DVA ou o BS como base do ECOBALANÇO podemos levar a contabilidade além dos seus limites
tradicionais.
26
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PATRIMÔNIO ECONÔMICO

ECONOMIA

ADMINISTRAÇÃO

AMBIENTE EXTERNO AMBIENTE EXTERNO


ANTES DEPOIS
AMBIENTE EXTERNO ANTES AMBIENTE EXTERNO DEPOIS
ENTIDADES ou
ORGANIZAÇÕES

27
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE

CONTAB. FINANCEIRA CONTAB. ECOLÓGICA


ENTIDADE RESPONSABILIDADE

Na condição de usuários do Capital


Reconhece o Patrimônio como
Natural, reconhece o Patrimônio
objeto da Contabilidade que não se
Ambiental como objeto da
confunde com o patrimônio dos seus
Contabilidade que pode mesclar-se
sócios ou proprietários, no caso de
com o patrimônio dos seus gestores,
sociedade ou instituição.
sócios ou proprietários.

28
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
28
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE

CONTAB. FINANCEIRA CONTAB. ECOLÓGICA


CONTINUIDADE SUSTENTABILIDADE

A CONTINUIDADE ou não da A SUSTENTABILIDADE do


ENTIDA-DE deve ser considerada Patrimônio Ambiental depende da
quando da classificação e avaliação RESPONSABILIDADE Sócioam-
das mutações patrimoniais. É indis- biental e deve ser considerada quan-
pensável para aferir a capacidade do da avaliação das mutações ocor-
futura de geração de resultado. ridas no Sistema Ecoambiental, in-
dispensável para a sobrevivência
das gerações futuras sem compro-
meter a eficiência econômica.

29
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
29
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE

CONTAB. FINANCEIRA CONTAB. ECOLÓGICA


OPORTUNIDADE OPORTUNIDADE

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se à


simultaneamente, à tempestividade e à inte- tempestividade e à integridade do registro
gridade do registro do patrimônio e das suas das externalidades puras ou impuras do
mutações. patri-mônio sócio-ambiental.
•Desde que tecnicamente estimável, o regis- •Desde que tecnicamente estimável, o regis-
tro das variações patrimoniais deve ser feito tro das variações ecoambientais deve ser feito
mesmo na hipótese de somente existir razoá- mesmo na hipótese de somente existir razoá-
vel certeza de sua ocorrência; vel certeza de sua ocorrência;
•O registro compreende os elementos quanti- •O registro compreende os elementos quanti-
tativos e qualitativos, contemplando os aspec- tativos e qualitativos, contemplando os aspec-
tos físicos e monetários; tos físicos ocorridos no meio ambiente;
•O registro deve ensejar o reconhecimento •O registro deve ensejar o reconhecimento
universal das variações ocorridas no patrimô- universal das variações ocorridas no âmbito
nio da ENTIDADE, em um período de tempo das atividades da ENTIDADE, em um perío-
determinado, base necessária para gerar do de tempo determinado, base necessária
informações úteis ao processo decisório da para gerar informações úteis ao processo
gestão. decisório da gestão.
30
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
30
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE
CONTABILIDADE

CONTAB. FINANCEIRA CONTAB. ECOLÓGICA


COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA

As receitas e as despesas devem Os ganhos e as perdas ambien-


ser incluídas na apuração do tais devem ser incluídos na apu-
resultado do período em que ração do resultado ecoambiental
ocorrerem e determina quando no período em que ocorrerem e
as alterações no ativo ou no determinam as alterações no
passivo resultam em aumento ou Sistema Ecoambiental que resul-
diminuição no patrimônio tam em aumento ou diminuição
líquido. no patrimônio sócioambiental.

31
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
31
EXTERNALIDADES

ELEMENTOS GERADORES
De Efeitos Externos Positivos
Supressão de Ruídos
Purificação de água servida
Seqüestro de Carbono
De Efeitos Externos Negativos
Passivo Contingente
Multas Ambientais
Automotores móveis e estacionários
Queimadas de Florestas
Animálias Ruminantes
Extinção/Migração da Fauna
Seqüestro de Carbono não ocorrido

Fonte: Elaboração própria


Fonte: Elaboração própria
32
EMPRESA XXX
BALANÇO PATRIMONIAL
Em 31 de dezembro de
ATIVO 2002 2003 2004 PASSIVO 2002 2003 2004
CIRCULANTE 7.698,33 6.189,68 6.520,47 CIRCULANTE 2.173,03 5.139,58 5.033,36
Bens e Direitos Diversos 7.529,13 5.870,92 5.806,13 Obrigações Diversas 2.173,03 1.315,18 3.121,16
Direitos Ambientais 169,20 318,76 714,34 Obrigações Ambientais 0,00 3.824,40 1.912,20

PERMANENTE 3.229,40 2.965,05 2.382,77 PATRIMONIO LÍQUIDO 8.754,70 4.015,15 3.869,88


Investimentos 6,09 3,78 3,45 Capital 3.670,00 3.670,00 3.700,00
Inst.Preserv.Ambiental (líquidos) 633,10 569,79 506,48 Lucros/(Prejuizos) Acumulados 5.084,70 345,15 169,88
Outros Imobilizados (líquidos) 2.590,21 2.391,48 1.872,84

TOTAL DO ATIVO 10.927,73 9.154,73 8.903,24 TOTAL DO PASSIVO 10.927,73 9.154,73 8.903,24

CONTAS DE COMPENSAÇÃO
EFEITOS SOCIO AMBIENTAIS RESULTADOS SOCIO AMBIENTAIS
Efeitos Sócio Ambientais 25.521,71 -5.987,85 20.698,03 Valor Adicionado Distribuido 20.312,43 11.025,81 11.259,58
Efeitos externos líquidos 5.209,27 -17.013,66 9.438,45
Patrimonio Sócio Ambiental 25.521,71 -5.987,85 20.698,03

Fonte: Elaboração própria


Fonte: Elaboração própria
Dentro da mesma estrutura considera o registro
separadamente das transações relativas ao meio
ambiente: custos, despesas, ativos e passivos
ambientais, inclusive as externalidades. 33
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Em 31 de dezembro de 2002 2003 2004
Receita Operacional Líquida 17.866,24 16.659,31 9.392,44
Custo do Produto Vendido -15.585,18 -13.970,23 -8.126,41
Lucro Bruto 2.281,06 2.689,08 1.266,03
Despesas Administrativas -2.145,64 -2.798,65 -1.804,87
Despesas e Receitas Financeiras -357,24 -861,20 -158,36
Outras desp/rec/Operacionais 3,41 0,00 816,61
Resultado Operacional -218,42 -970,77 119,41
Rec./Desp.não Operacionais 266,15 851,93 59,48
Multas Ambientais 0,00 -3.824,40 0,00
Resultado Antes do Imp.Renda 47,73 -3.943,24 178,90
Provisão p/Imposto de Renda -14,73 0,00 -354,17
Resultado do Exercício 33,00 -3.943,24 -175,27

Fonte: Elaboração própria


Fonte: Elaboração própria
34
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Em 31 de dezembro de 2002 2003 2004
Receita Bruta de Vendas 19.301,09 17.678,91 10.243,04
Receitas Financeiras 418,58 142,23 122,91
Outras Receitas Operacionais 3,41 0,00 816,61
Receitas Não Operacionais 589,35 853,47 77,03
Soma das Receitas 20.312,43 18.674,61 11.259,58

Insumos Adquiridos de Terceiros 9.044,92 8.427,41 3.804,55


Serviços de Terceiros 4.342,00 4.287,75 2.593,77

Depreciação, Amortização e Exaustão 304,93 272,39 255,85

Pessoal e Encargos (excluso INSS) 3.173,29 2.848,39 2.786,45


Financiadores 775,83 1.003,44 281,27

Impostos Federais (inclusive INSS) 1.461,68 1.301,96 920,37


Impostos Estaduais 856,46 650,85 773,84
Impostos Municipais 1,28 1,27 1,22
Multas Ambientais 0,00 -3.824,40 0,00
Lucros Distribuídos 319,04 0,00 17,54
Resultado do exercicio 33,00 -3.943,24 -175,27
Valor Adicionado Distribuído 20.312,43 11.025,81 11.259,58

Fonte: Elaboração própria 35


Fonte: Elaboração própria
DEMONSTRAÇÃO DO ECOBALANÇO
Períodos 2002 2003 2004
Valor Adicionado Distribuído (DVA ou BS) 20.312,43 11.025,81 11.259,58
Externalidades Positivas
Supressão de Ruídos 338,67 338,67 338,67
Purificação de água servida 294,43 294,43 294,43
Sequestro de Carbono 13.216,39 13.058,22 13.058,22
Soma das externalidades positivas 13.849,49 13.691,32 13.691,32
Externalidades Negativas
Passivo Contingente 0,00 0,00 0,00
Multas Ambientais 0,00 -3.824,40 0,00
Emissão CO2 - Automotores -7,62 -8,43 -8,36
Emissão CO2 - Queimadas -7.672,43 -23.017,30 0,00
Emissão CH4 - Bovinos -249,04 -1.743,25 -4.233,62
Extinção/Migração da Fauna -700,23 -2.100,70 0,00
Sequestro de Carbono não ocorrido -10,89 -10,89 -10,89
Soma das externalidades negativas -8.640,22 -30.704,98 -4.252,87
Responsabilidade Sócioambiental 25.521,71 -5.987,85 20.698,03

Fonte: Elaboração própria 36


Fonte: Elaboração própria
GRÁFICO DO ECOBALANÇO

Y Períodos
Valor Adicionado Distribuído (DVA ou BS)
2002 2003
20.312,43 11.025,81
2004
11.259,58
Soma das externalidades positivas 13.849,49 13.691,32 13.691,32
Soma das externalidades negativas -8.640,22 -30.704,98 -4.252,87
40 Responsabilidade Sócioambiental 25.521,71 -5.987,85 20.698,03

20

0 X

- 20 Assim, com o reconhecimento dos efeitos


externos gerados pelo impacto ambiental, a
CONTABILIDADE confirma a afirmação de
Hosokawa et al. (2000), segundo a qual ‘[...] as
- 40 perdas sociais representadas pelo impacto
ambiental se sobrepõem às vantagens recebidas
pela utilização direta dos recursos naturais’.

37
2002 2003 2004
CONCLUSÃO

O reconhecimento do impacto ambiental através do registro contábil das externalidades,


inclusive sujeitos à Auditoria Integrada, elimina os vazios existentes nos demonstrativos
financeiros no que concerne às necessidades de seus usuários para controlar a degradação
PATRIMÔNIO ECONÔMICO
ambiental e permite que:

1) A Contabilidade possa transpor seus limites tradicionais e até seus paradigmas;

2) O gestor empresarial possa administrar o impacto ambiental no entorno das atividades da


entidade com a mesma eficiência com que administra seu capital de giro;

3) Os usuários dos relatórios financeiros (sociedade) possam avaliar a RESPONSABILIDADE


SÓCIOAMBIENTAL da entidade;

4) Ao Estado, compor os números para apurar o PIB ECOLÓGICO ou PIB VERDE.

38
CONCLUSÃO

O reconhecimento do impacto ambiental através do registro contábil das externalidades,


inclusive sujeitos à Auditoria Integrada, elimina os vazios existentes nos demonstrativos
A Contabilidade
financeiros no que concerne às necessidades denão vai resolver
seus usuários os a degradação
para controlar
problemas
ambiental e permite que: ambientais, mas face a sua
capacidade de fornecer informações, pode
1) A Contabilidade possa transpor seus limites tradicionais e até seus paradigmas;
alertar os vários atores sociais para a
gravidade
2) O gestor empresarial possa do problema
administrar vivenciado,
o impacto ambiental no entorno das atividades da
entidade comajudando desta
a mesma eficiência forma
com que na seu
administra procura
capital de de
giro;

3) Os usuáriossoluções.
dos relatórios financeiros (sociedade) possam avaliar a RESPONSABILIDADE
SÓCIOAMBIENTAL da entidade;

Clementina Ferreira
4) Ao Estado, compor os números para apurar o PIB ECOLÓGICO ou PIB VERDE.

39
NOSSOS SINCEROS
AGRADECIMENTOS PELA ATENÇÃO

O AUTOR
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