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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS


BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM GESTÃO E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS

FUNDAMENTOS E
IMPLEMENTAÇÃO DO
PROGRAMA DE PREVENÇÃO À
POLUIÇÃO

Profa. Diani Fernanda da Silva Less

Santarém-PA
2024
CONTEÚDO

1Introdução: Contextualização do tema


1.1 Conceito OBJETIVO
2 Fundamentos da Prevenção a Poluição (PP) Apresentar conceitos, técnicas e
3 Implementação da Prevenção a Poluição metodologias para implementação
3.1 Metodologia para Implementação de um do Programa de Prevenção a
Programa de P2; Poluição.

4 Principais Pontos Abordados na Aula


5 Referências Bibliográficas
1 INTRODUÇÃO

• Tradicionalmente, a gestão ambiental no Brasil, no que se refere aos processos


produtivos, vem priorizando a abordagem de Comando e Controle (C&C);
Dispositivos e Monitoramento e
exigências legais fiscalização

• Não-integração de fatores ambientais, fatores bióticos, sociais e a adoção de


medidas de forma isolada, visando essencialmente ao controle da poluição;

• Estimula uma postura reativa por parte das empresas;

• Atores adotam posições antagônicas e de confronto.


I INTRODUÇÃO

• A partir dos anos 90 algumas empresas tem mudando de


comportamento;
• Baseia-se numa nova relação entre meio ambiente e negócios, (demandas
de mercado) com adoção voluntária de instrumentos de G.A. ;
• Melhoria no desempenho ambiental, com destaque para os programas de
Prevenção á Poluição/Produção mais Limpa baseado no princípio de
“antecipar e prevenir”;
• Benefícios tecnológicos, financeiros, ambientais e aumento da
competitividade.
1.1 CONCEITO

• Prevenção da Poluição (“PP” ou “P2”), conceito bastante semelhante a


PML;
• Waste Minimization Opportunity Assesment Manual (EPA,1988);

PP: refere-se a qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que vise a


redução ou eliminação em volume, concentração e/ou toxicidade dos
poluentes na fonte geradora. É uma estratégia de uso de material, processos e
gerenciamento que reduz ou elimina a criação de poluentes na fonte.
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Será que você ainda precisa ser convencido de que o único caminho
para a humanidade sobreviver é tornar seus processos produtivos não
poluentes? Prevenir a poluição?

• Atualmente, existe uma quase unanimidade em torno da causa


ambiental, seja por razões mercadológicas, ou de efetivo compromisso
social (ou ambas?); o fato é que cada vez mais pessoas e empresas
adotam atitudes susentáveis.

• Os resultados que estão sendo atingidos efetivamente apontam para


uma reversão do processo de degradação ambiental, ou também para
uma redução da velocidade com que esse se dá?
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Graedel e Allenby (1998), no trabalho intitulado “Ecologia Industrial e o


Automóvel”, apresentam um interessante raciocínio para ilustrar a
evolução do impacto do desenvolvimento sobre o meio ambiente nas
últimas décadas e o que podemos esperar para o futuro;

• Equação Mestra de impacto ambiental

𝒊𝒎𝒑𝒂𝒄𝒕𝒐 𝒂𝒎𝒃𝒊𝒆𝒏𝒕𝒂𝒍
I𝒎𝒑𝒂𝒄𝒕𝒐 𝑨𝒎𝒃𝒊𝒆𝒏𝒕𝒂𝒍 = 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 × 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝒑𝒆𝒓 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂 ×
𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐
2 FUNDAMENTOS DA PP

• ANÁLISE DA EQUAÇÃO MESTRA

• População e consumo per capita: Um consumidor americano consome 52


vezes a quantidade de produtos químicos inorgânicos que um indiano, e
um cidadão médio de um país em desenvolvimento é responsável pela
emissão de um oitavo da quantidade de CO2 que um cidadão de um pais
desenvolvido emite.

• É o padrão de consumo que se coloca como o gerador principal da


pressão sobre os recursos naturais e não o crescimento populacional;
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Impacto ambiental de cada unidade de consumo:


provocado no ciclo de vida do produto, pode ser
avaliado e até quantificado com o uso da Análise
de Ciclo de Vida (ACV).

• O que é necessário para alcançar a


sustentabilidade?
• Atingir padrões de consumo e de produção
sustentáveis. Mas será que temos uma clara
consciência disto?
• Desvinculação do crescimento econômico da Figura 1. Curva de Kutsnetz. Fonte: Graedel e
degradação ambiental (OECD, 2002a,b). Allemby (1995).
2 FUNDAMENTOS DA PP

• “Progresso científico e desenvolvimento tecnológico;

• Novas tecnologias: promessa para se desvincular crescimento


econômico da degradação ambiental de longo prazo;

• Os governos precisam:
- criar um ambiente de políticas que forneça os devidos sinais aos
inovadores e aos usuários de processos tecnológicos,
- financiar pesquisa básica, e
- apoiar iniciativas privadas de forma adequada.
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Hábitos de consumo: assunto abordado em nível internacional (OECD,


UNEP e UNIDO);

• Uso de indicadores:
- Demanda Total de Material (TMR) per capita: considera todas as
formas de materiais e energia, excluindo-se o ar e a água, utilizadas tanto no
território britânico como fora dele, para suportar as atividades econômicas
do país estudado (WUPPERTAL INSTITUTE; DEFRA UK, 2002; SHEERIN,
2002;WUPPERTAL INSTITUTE et al., 2002)
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Tendência à estabilização da
pressão sobre os recursos
naturais, apesar de ter havido, no
período (Figura 2), crescimento
dos seus respectivos Produtos
Nacionais Brutos.

Figura 2. Evolução da TMR per capita de diversos países desenvolvidos.


Fonte: WUPPERTAL INSTITUTE; DEFRA UK (2002)
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Especificamente para o Reino


Unido, a desvinculação entre
crescimento econômico e
demanda de materiais (Figura 3).

• Análise de Fluxos de Materiais


(MFA): monitorar o
desenvolvimento das economias
dos países e sua relação com o
esgotamento dos recursos naturais.
FIGURA 3. PNB, População, Demanda Total de Materiais e Entrada Direta de
Materiais, no Reino Unido, entre 1970 e 1999. Fonte: Wuppertal Institute e
DEFRA UK (2000).
2 FUNDAMENTOS DA PP

• DO FIM DE TUBO AO RESÍDUO ZERO: AS TENDÊNCIAS DA


TECNOLOGIA AMBIENTAL

• Desafio do desenvolvimento sustentável exige respostas à pergunta de


como se atingir o Fator 10.
• Tecnologias Fim de Tubo X Tecnologias Limpas
Aumentar em 10 vezes a eco-eficiência no processo
produtivo nos próximos 30 anos, buscando um
desenvolvimento que promova o progresso das gerações
não se tem mostrado capaz de deter o
presentes, mas que também garanta o das gerações
avanço da degradação ambiental quanto
futuras.
mais de gerar as mudanças requeridas para
se atingir o Fator 10.
SHEN, 1995; MISRA (1996) ; LaGREGA et al., (1994)
2 FUNDAMENTOS DA PP

• O termo eco-eficiência foi cunhado pelo Conselho Empresarial Mundial para o


Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development,
WBCSD), em 1992 a sua publicação "Mudança em Curso".

• É baseado no conceito de criação de mais bens e serviços ao usar menos recursos e


criando menos desperdício e poluição.

• A redução do consumo de materiais na produção de bens ou serviços;


• A redução da intensidade energética de bens ou serviços;
• A redução da dispersão de materiais tóxicos;
• Aprimoramento da reciclagem;
• A máxima utilização de recursos renováveis;
• A maior durabilidade dos produtos;
• Aumentar a intensidade de serviços no balanço entre bens e serviços.
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Questionamento: É possível nos próximos 50 anos reduzir em Fator 10 o


impacto causado pelos meios de produção, a partir de melhorias
tecnológicas e modos de consumo?
• Que tipo de tecnologia ou evolução tecnológica seria capaz de tanto? A
nossa velha tecnologia fim-de-tubo?

Figura 4. Exemplo de tecnologias fim de tubo. Fonte: Wasser link (2013); MW E Engenharia (sd); Brasil Engenharia (sd).
2 FUNDAMENTOS DA PP

• Uma empresa engessada por inúmeras exigências pontuais de controle de


emissões dificilmente teria como operar satisfatoriamente (encargos e
custos adicionais).
• Por outro lado, nada estaria sendo feito para reduzir a extração de recursos
naturais.

• É preciso rever conceitos: o que são resíduos, senão matéria-prima mal


aproveitada.

• Poluição é o produto de uma baixa eficiência no aproveitamento


dos recursos naturais.
2 FUNDAMENTOS DA PP

• O desafio é não gerar poluição! Não gerar resíduos!

• Estratégias:
- repensar as matérias primas utilizadas;
- rever os processos de fabricação, discutindo por que estes geram perdas de material e
energia, e considerando se algumas dessas perdas, devidamente processadas, não
seriam insumos para outros processos.
- estudar o transporte de insumos e produtos, as embalagens e a vida útil de produtos e
o destino desses pós-consumo.
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Mas, afinal de contas, se Prevenção da


Poluição é a opção mais óbvia, por
que tanto esforço para implementá-
la?
• Na realidade, nem sempre novas
propostas nascem óbvias. Elas assim
se tornam depois de se mostrarem
bem-sucedidas e, ainda assim, podem
não ser implementadas na medida do
esperado.
• Exemplo: relação saneamento X
saúde;
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Os profissionais que operam processos produtivos tendem a se


enclausurar nos seus próprios métodos e paradigmas.

• Eles se aprofundam nas peculiaridades inerentes à tecnologia da


produção e em torno dela circulam suas experiências.

O conhecimento circulando
principalmente dentro da fábrica,
ou dentro da lógica do setor.

Figura 6. Resposta não interativa correspondente a lógica do projetista e do operador do processo.


3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Por outro lado, as pressões ambientais foram geradas a partir da


constatação da degradação dos recursos naturais e dos impactos
provocados na saúde da população.

• Na busca por soluções para os problemas ambientais, os setores


organizados e as agências ambientais partem na direção dos
empreendimentos geradores das cargas poluidoras.

• Cria-se a indústria ambiental com o objetivo de adequar a carga


poluidora das emissões industriais à capacidade receptora dos corpos
ambientais.
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Necessidade de considerar os fatores externos de interação e identificar


alternativas tecnológicas para a melhoria do desempenho ambiental.

As tecnologias fim-de-tubo
se caracterizam pelo baixo
valor dos seus subprodutos,
pelo alto custo da sua
implementação e pelo fato
de não eliminar os
poluentes, mas apenas
transferi-los de um meio
receptor para outro.
Figura 7. Lógica do controle externo sobre os poluentes.
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• A PP representa um novo paradigma para


equacionar o problema da poluição: transfere o
eixo da discussão dos limites da fábrica para o
interior do processo produtivo.

• Torna-se necessário identificar as causas da


geração de resíduos, que estão normalmente
associadas às falhas no processo produtivo.

Figura 8. A mudança de lógica para tecnologias limpas.


• Gerar resíduos implica custos adicionais com:
perdas de matéria-prima, custos para
tratamento e disposição final.
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Questão para reflexão:


• Como você interpretaria a prioridade dada nos dias de hoje às medidas
“fim-de-tubo”?
• Ao longo dos anos, o meio ambiente foi considerado um aspecto de segunda
ordem ou de menor importância, para o setor produtivo, tanto no campo
econômico como no técnico.
• Econômico: externalidade.
• Técnico: medidas de controle da poluição têm sido tomadas para adequar
as emissões aos padrões exigidos.
1.1 CONCEITO

• Prevenção da Poluição (“PP” ou “P2”), conceito bastante semelhante a


PML;
• Waste Minimization Opportunity Assesment Manual (EPA,1988);

PP: refere-se a qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que vise a


redução ou eliminação em volume, concentração e/ou toxicidade dos
poluentes na fonte geradora. É uma estratégia de uso de material, processos e
gerenciamento que reduz ou elimina a criação de poluentes na fonte.
3 IMPLEMENTAÇÃO DA PP

• Nível inferior: medidas fim de tubo;

• Nível intermediário: medidas que


procuram modificar o próprio processo
produtivo, dentro de uma fábrica ou
cadeia produtiva;

• Nível superior: procura-se otimizar


todo o mecanismo econômico-social
para que este funcione articulado e
respeitando a capacidade de suporte do
nosso planeta (KIPERSTOK, 2002; Figura 9. Evolução das práticas ambientais. Fonte:
(KIPERSTOK, 2002; KIPERSTOK; MARINHO, 2001.
KIPERSTOK; MARINHO, 2001).
Figura 10. Organograma das ações para prevenção e controle da poluição. Fonte: Lagrega et al.,
1994); Kiperstok (2006).
3.1 METODOLOGIA PARA IMPLEMENTAÇÃO
DE UM PROGRAMA DE P2

• Manual de Implementação de um Programa de Prevenção à Poluição (CETESB,


2002);

• O comprometimento da direção da empresa/orgão é decisivo para o sucesso de


um Programa de Prevenção à Poluição.

• É também essencial que, todas as pessoas que não estejam diretamente


envolvidas no planejamento e execução do programa, sejam sistematicamente
informadas do seu andamento, para que possam assimilar todas as mudanças
resultantes dessa implantação.
Figura 11. Etapas para implantação de um Programa de Prevenção a Poluição. Fonte: CETESB (2002).
ETAPA 1. COMPROMETIMENTO DA DIREÇÃO DA
EMPRESA

• Premissa básica o comprometimento da direção da empresa com o


princípio preconizado por este programa, que poderá ser alcançado
através de várias ações, destacando-se:
• otimização do uso e recuperação dos recursos disponíveis, tais como: água,
energia, matérias primas, etc;
• substituição de matérias-primas e mudanças nos processos produtivos;
• adoção de tecnologias limpas e desenvolvimento de novos produtos;
• melhoria da operação e manutenção dos equipamentos;
• implantação de um programa de conscientização e informação de todos os
funcionários, dentre outros.
ETAPA 1. COMPROMETIMENTO DA DIREÇÃO DA
EMPRESA

• Este comprometimento deve ser estabelecido através da anuência


formal da direção por meio de uma Declaração de Intenções.

• A Declaração de Intenções (Figura 11) tem por objetivo apresentar


formalmente sua aceitação e o comprometimento, na
implementação de medidas de P2 em seus processos/atividades.

• Os objetivos e as prioridades gerais do programa devem estar


inseridos nesta declaração, a qual deverá ser divulgada a todos os
interessados, ou seja, funcionários, fornecedores e clientes.
• Deve:
- conter compromisso com a
prevenção à poluição;
- conter as diretrizes ambientais
do programa (redução da
geração de resíduos, etc);
- ser direcionada ao
envolvimento de todo o corpo
funcional; e
- disponível para o público.

Figura 11. Exemplo de carta de intenções.


ETAPA 2: DEFINIÇÃO DA EQUIPE DE P2

• Equipe formada por pessoas de diferentes setores da empresa


(ECOTIME);
• O número de pessoas vai depender do tamanho e da estrutura da
empresa.

• A escolha de um líder é fundamental, o líder familiarizado com todos


os aspectos operacionais da indústria e possua fácil acesso a todos os
níveis hierárquicos da empresa.

• Incentivo às participações voluntárias: sugere-se que as contribuições


recebidas sejam divulgadas em um boletim interno.
• A figura 12 mostra um
exemplo de uma equipe
de P2, que deverá ser
adaptada à realidade das
empresas que adotarem
este programa.

Figura 12. Exemplo de uma equipe de P2.


ETAPA 2. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

• O primeiro desafio da equipe é o estabelecimento de uma política


ambiental baseada nos princípios da P2.

• A equipe também será responsável pelo:


o desenvolvimento,
o acompanhamento,
o implantação das medidas de P2,
o avaliação e manutenção do programa, de acordo com as
necessidades e potencialidades da empresa.
ETAPA 3. ESTABELECIMENTO DE
PRIORIDADES, OBJETIVOS E METAS

• A equipe de P2 deve definir as ações prioritárias e, dentro das condições


da empresa, estabelecer tanto objetivos como metas quantificáveis e
exequíveis dentro de um prazo determinado.
• Os objetivos e metas estabelecidos nesta etapa devem ser compatíveis
com os objetivos gerais contemplados na Declaração de Intenções, bem
como devem estar aliados a um sistema de gestão.
ETAPA 3.1. ELABORAÇÃO DE UM
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

• A equipe deverá elaborar


um cronograma para a
execução do programa:
• contemplar todas as
etapas a serem
desenvolvidas durante o
transcorrer do programa,
• estabelecer prazo e um
responsável para a
execução de cada uma
delas. Figura 13. Cronograma de atividades.
ETAPA 4 DISSEMINAÇÃO DE
INFORMAÇÕES SOBRE P2

• A equipe deve desenvolver um plano de treinamento e de comunicação


que se adapte ao sistema existente, para que todos possam acompanhar
o desenvolvimento do programa na empresa.

• A disseminação de informações (cartazes, circulares, memorandos,


eventos, etc.): assegurar que o programa se torne assunto do dia a dia,
treinamentos bem como aumentar a conscientização e a participação
de todos os funcionários.
ETAPA 5 LEVANTAMENTO DE DADOS

• Qualificação de todo o processo produtivo;


• Quantificação de entradas (matérias-primas, água energia e outros
insumos), com maior enfoque para água e energia;
• Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e
produtos);
• Por meio do levantamento das saídas, será possível avaliar os custos reais
envolvidos no tratamento e disposição dos resíduos gerados e verificar o
retorno financeiro de um investimento em P2.
ETAPA 5 LEVANTAMENTO DE DADOS

• Fluxograma do Processo:
representação gráfica de todos os
passos de um processo e do
modo como estão relacionados
entre si.

Figura 13. Fluxograma do processo de coleta, tratamento e destinação final


do resíduos sólidos municipais. Fonte: SRHAU (2013)
FLUXOGRAMA QUALITATIVO
FLUXOGRAMA QUANTITATIVO
TABELA DE ENTRADAS

Quantidade por período


definido no cronograma
ETAPA 5 LEVANTAMENTO DE DADOS

• Vistoria Check-List
• Os materiais são armazenados de forma a evitar vazamentos e rupturas?
• São evidenciados vazamentos? Podem ser evitados ou reutilizados? Para
onde vão?
• Tipo e a quantidade de insumos favorecem a geração de resíduos?
• Há desperdícios de energia?
• Os funcionários possuem sugestões para redução na geração de
resíduos?
• Como os resíduos são segregados? Para onde são destinados?
ETAPA 6 DEFINIÇÃO DE INDICADORES
DE DESEMPENHO

• Definição dos indicadores de desempenho, que deverão ser quantificáveis


e medidos antes e após a implantação das medidas de P2 (análise
comparativa e ganhos ambientais e econômicos);
• A escolha dos indicadores dependerá do tipo e das características dos
projetos a serem desenvolvidos. Ex:
• quantidade de poluentes por unidade de produção, exemplo: kg de resíduos por kg de
peças produzidas;
• consumo de água por unidade de produção, exemplo: L de água por kg de peças
produzidas;
• consumo de energia por unidade de produção;
• número de acidentes de trabalho e faltas decorrentes dos mesmos.
ETAPA 7 LEVANTAMENTO DE
TECNOLOGIAS E OPORTUNIDADES

• Aspectos devem ser considerados pela equipe de P2:

• identificar as tecnologias que melhor se apliquem às necessidades do


interessado;
• conhecer a legislação em vigor, para avaliar possíveis consequências
relativas à alteração e/ou substituição de equipamentos;
• caracterizar e avaliar os efluentes gerados, a fim de propor a sua
segregação dentro dos processos.
ETAPA 7 LEVANTAMENTO DE
TECNOLOGIAS E OPORTUNIDADES
ETAPA 7 LEVANTAMENTO DE
TECNOLOGIAS E OPORTUNIDADES

• Aspectos: elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma


organização que pode interagir com o meio ambiente (causa)
• Impacto: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais
da organização (consequência).
ETAPA 8 AVALIAÇÃO TÉCNICA

• É importante considerar:
• A medida pode afetar a qualidade do produto (negativo/positivo)?
• Experiências de outras companhias com a opção que está sendo estudada;
• Haverá resistência de funcionários e departamentos atingidos pela mudança?
• Haverá necessidades de mudanças de pessoal, operações adicionais e pessoal de
manutenção, além do treinamento de pessoas envolvidas?
• a quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida;
• a qualidade dos resíduos, efluentes e emissões que tenham sido eliminados;
• verificar se estes contêm menos substâncias tóxicas e componentes reutilizáveis;
• a redução na utilização de recursos naturais.
ETAPA 9 AVALIAÇÃO ECONÔMICA

• É importante considerar:
• os custos e receitas existentes e projetadas;
• a economia da empresa com a redução/eliminação de multas;
• devem ser priorizadas as medidas de baixo custo;
• Para medidas que envolvem custos de investimento, o uso de índices de
lucratividade deve ser adotado, como o cálculo do período de retorno do
capital investido.
ETAPA 9 AVALIAÇÃO ECONÔMICA

Exemplo:
A substituição de um sistema de iluminação convencional por
LED requerer um investimento de R$120.000. Atualmente são
gastos R$30.000 por ano com manutenção (troca e destinação)
e consumo de energia. Com as novas lâmpadas serão gastos
R$6.000,00 manutenção e consumo.
ETAPA 10 SELEÇÃO DE OPORTUNIDADES

• Considerar os benefícios imediatos decorrentes da implantação e


o seu significado para a empresa
• haverá ganho ambiental significativo?
• haverá melhoria da qualidade do produto, na eficiência do processo ou na
saúde do trabalhador?
• haverá́ maior facilidade em atender aos requisitos legais?
• haverá́ um melhor relacionamento com as agências de controle ambiental ou
com a comunidade?
• haverá́ retorno financeiro a curto, médio ou longo prazo?
Aquelas que não forem nem técnica nem economicamente viáveis
devem ser adiadas
ETAPA 11 E 12: IMPLEMENTAÇÃO DAS
MEDIDAS E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

• Após atestada a viabilidade técnica, deve-se implementar as medidas,


cabendo ao GT a elaboração de um cronograma e indicação de
prioridades:
• Verificar os benefícios ambiental e econômico;
• avaliar os problemas e barreiras encontrados durante a sua
implementação;
• Comparação dos indicadores propostos e aplicados para os
diferentes períodos;
ETAPA 13 MANUTENÇÃO DO
PROGRAMA

• Elaborar relatório;
• Informar as partes interessadas sobre os resultados;
• Identificar oportunidades de melhoria no projeto;
• Propor novas metas e medidas.
• Melhoria contínua
4 PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS

• A construção da sustentabilidade ambiental exige da sociedade


moderna e de cada um dos seus membros, muito mais do que fazer
apenas o que está ao seu alcance.
• As cadeias produtivas têm que ser articuladas e os produtos devem
ser projetados sob a lógica do mínimo impacto ambiental ao longo
de todo o seu ciclo de vida.
• Isto tudo ainda não será suficiente se os padrões de consumo não
forem revistos de forma a se adequar à capacidade do planeta de
recompor o seu próprio equilíbrio.
ETAPAS PARA
IMPLANTAÇÃO DE
UM PROGRAMA DE
PREVENÇÃO A
POLUIÇÃO.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• CETESB. Manual para implementação de um programa de prevenção à Poluição. 4. ed. São


Paulo: CETESB, 2002. 16 p.
• ENVIRONAMENTAL PROTECTION AGENCY. Waste minimization opportunity assessment
manual. Cincinnati, Ohio, 1988. 96 p.
• ENVIRONAMENTAL PROTECTION AGENCY. Principles of pollution prevention and cleaner
production. Facilitator’s manual. 1999.
• KIPERSTOK,A. et al. Prevenção da poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002. 290 p.
• KIPERSTOK, A. Sustentabilidade Ambiental: Produção e Consumo. Rev. ciênc. exatas, Taubaté, v. 12, n. 2,
p. 141-150, 2006.

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