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Gestão em recursos naturais

Aula 6: Responsabilidade social na GRN

Apresentação
Atualmente, empresas de todo o mundo têm sido levadas a buscar melhorias contínuas em seu desempenho. Desse
modo, diminuem as consequências das mudanças que impactam a sociedade e o meio ambiente e trazem grandes
preocupações aos cientistas no que diz respeito à previsão de cenários futuros relacionados com as questões
socioambientais.

É fundamental que as organizações públicas e privadas, juntamente com a sociedade civil organizada, tenham uma nova
postura quanto ao seu envolvimento e condução das questões ambientais.
Objetivos
Reconhecer a importância da participação de todos os segmentos da sociedade (governos, empresas e cidadãos) na
preservação ambiental;

Analisar o Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente;

Verificar a importância da proximidade das políticas públicas aos cidadãos e a necessidade de um


comprometimento, cada vez maior, dos governos, da iniciativa privada e das organizações não governamentais.

Introdução
De acordo com o Instituto Ethos 1 , a preocupação com as
questões ambientais é, provavelmente, a pedra fundamental
das discussões atuais sobre o direcionamento de todo o
processo produtivo para a gestão responsável dos recursos,
e não apenas para a geração de riqueza e consumo.

Já faz muito tempo, os ambientalistas sinalizam que a


principal causa dos problemas sociais e ambientais são os
atuais padrões, insustentáveis, de produção e consumo.

Entretanto, uma radical mudança no panorama econômico  Fonte: freepik <https://br.freepik.com/vetores-premium/conceito-de-engrenagem-


de-economia-de-ecologia-e-desenvolvimento-de-energia-ambiental-
mundial e o equilíbrio definitivo entre a produção e a sustentavel_4748736.htm> .

degradação ambiental dependem de vários fatores.

Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentável (PPCS) —


Ministério do Meio Ambiente
O Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis
(PPCS), lançado em 23 de novembro de 2011 (1º Ciclo), foi
o documento direcionador das ações pelo governo, na
época, do setor produtivo e da sociedade brasileira para
padrões mais sustentáveis de produção e consumo.

O Plano articula as principais políticas ambientais e de


desenvolvimento do País, em especial, as Políticas
Nacionais de Mudança do Clima e de Resíduos Sólidos e o
plano Brasil Maior. O que auxilia no alcance de suas metas
por meio de práticas produtivas sustentáveis e da adesão
do consumidor a esse movimento.
 Fonte: freepik <https://br.freepik.com/vetores-gratis/conservacao-ambiental-e-
protecao-do-nosso-mundo_2945093.htm > .

Em seu primeiro ciclo, de 2011 a 2014, o PPCS focou seus esforços em seis áreas principais:

1. Educação para o Consumo Sustentável;

2. Varejo e Consumo Sustentável;

3. Aumento da reciclagem;

4. Compras Públicas Sustentáveis;

5. Construções Sustentáveis;

6. Agenda Ambiental na Administração Pública — A3P.

Essas áreas foram escolhidas estrategicamente, pois, articuladas, promovem um rápido avanço em direção à práticas mais
sustentáveis de produção e consumo.

Saiba mais
Veja:

Quais foram os principais resultados da Política de Produção e Consumo Sustentável do Governo


no Ministério do Meio Ambiente..

Propostas para 2015 a 2018.

Sustentabilidade empresarial

 (Fonte: freepik).

As políticas e práticas de sustentabilidade empresarial precisam atender, de modo simultâneo, critérios de sustentabilidade:

relevância social;

preocupação ambiental;

viabilidade econômica.

Eis o grande desafio do mundo empresarial para este século.

Urge a necessidade de reflexões, discussões, ideias e práticas que viabilizem a sustentabilidade empresarial e a tornem
realidade.
Em matéria publicada pela revista Exame.com , o Instituto Akatu aponta quais são as 10 Práticas de Sustentabilidade
Empresarial mais valorizadas:

1. Não ao trabalho infantil e escravo;

2. Igualdade de oportunidades;

3. Remuneração justa;

4. Cuidados com o bem-estar;

5. Respeito ao trabalho terceirizado;

6. Economia de água;

7. Investir em especialização;

8. Preocupação com reciclagem;

9. Formar Consumidores Conscientes;

10. Orientar sobre uso e descarte.

Stakeholders

Vejamos alguns exemplos


de stakeholders
Fornecedores
Governos
Comunidade Local
Proprietários
Defesa do Consumidor
Clientes
Concorrentes
Mídias
Empregados
Defesa do Ambiente
Grupos Específicos
Outros (Eventuais)

 Fonte: Por Max Griboedov / Shutterstock.

Triple Bottom Line – O tripé da


sustentabilidade
O triple bottom line, traduzido como tripé da
sustentabilidade foi um termo introduzido pelo sociólogo
John Elkinton em 1994

Cada perna do tripé representa um dos aspectos que devem


interagir para se atingir a sustentabilidade.

O tripé representa, portanto, os aspectos econômicos,


sociais e ambientais que caracterizam a sustentabilidade.

Global Reporting Initiative


A GRI (Global Reporting Initiavite) é uma organização
multistakeholders, sem fins lucrativos, criada em 1997, que
estrutura relatórios de sustentabilidade em todo o mundo.

Trata-se de um documento que atende às necessidades


corporativas em âmbito global, cuja finalidade é cumprir o
mesmo papel dos tradicionais relatórios financeiros, porém,
com um demonstrativo que reflita o desempenho
econômico, ambiental e social das empresas.

Por essa razão, mais de 1500 organizações no mundo todo


— 70 delas só no Brasil — adotam as diretrizes GRI para a
 Fonte: Global Reporting Initiative
elaboração de seus relatórios de sustentabilidade. <https://www.globalreporting.org/Pages/default.aspx> .

Índices de sustentabilidade
Os índices de sustentabilidade são ferramentas para análise, do ponto de vista da sustentabilidade corporativa, do grau de
comprometimento das empresas com o tripé da sustentabilidade. O que auxilia na tomada de decisões referentes a
investimentos nessas instituições.

Veja, a seguir, três exemplos de índices de sustentabilidade:

2
3

1 O ICO2 (Índice Carbono Eficiente) é um


outro indicador Bovespa, lançado em
2010, e serve para avaliar as emissões
de gases estufa pelas empresas.
O DJSI World (Dow Jones Sustainability O ISE (Índice de Sustentabilidade
Index World) foi lançado em 1999, Empresarial), estudado na aula 2, foi
sendo o primeiro indicador de criado pela Bovespa e baseia-se na
performance financeira de eficiência econômica, equilíbrio
desenvolvimento sustentável. Trata-se ambiental, justiça social e governança
de um índice mundial de coorporativa. Tem por objetivo induzir
sustentabilidade que avalia práticas de as empresas a adotarem as melhores
gestão social, ambiental e econômica. práticas de sustentabilidade empresarial
e apoiar os investidores na tomada de
decisão de investimentos sustentáveis e
responsáveis.

Responsabilidade Social

2010 - Novemvbro 
Em novembro de 2010, foi publicada, em
Genebra (Suíça), a Norma Internacional ISO
26000, que trata das Diretrizes sobre
Responsabilidade Social.

 2010 - Dezembro
Em dezembro do mesmo ano, a ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas)
publicou, em São Paulo, a versão em
português, a NBR ISO 26000.

De acordo com essa norma, a responsabilidade social se expressa:

“Pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos
decisórios e a responsabilizarem-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente”.

De acordo com a NBR ISO 26000:2010, os sete


princípios da responsabilidade social são:

Accountability (Prestação de Contas);

Transparência;

Comportamento ético;

Respeito pelos interesses das partes


interessadas;
Respeito pelo Estado de Direito;

Respeito pelas normas internacionais de


comportamento;

Respeito pelos Direitos Humanos.

 Fonte: SPor lovelyday12 / Shutterstock

Comentário

De acordo com Barsano e Barbosa (2012), enquanto as questões econômico-financeiras são avaliadas
por meio de uma gestão com sustentabilidade empresarial, no quesito ambiental, sua dimensão é
abordada pelo aspecto da ecoeficiência e, no aspecto social, é a responsabilidade social que orienta o
compromisso das empresas com o desenvolvimento econômico aliado às melhorias da qualidade de
vida na comunidade.

Pacto Global
O Pacto Global é uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania,
através de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.

Foi desenvolvido pelo Ex-Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, de modo a mobilizar a comunidade empresarial internacional a
adotar, em suas práticas de negócios, valores fundamentais e internacionalmente aceitos, na forma de 10 princípios, derivados
da:

Declaração Universal de Direitos Humanos;

Declaração da Organização Internacional do


Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no
Trabalho;

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento;
 Fonte: Pacto Global Rede Brasil.
Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

Saiba mais
Conheça os dez princípios do Pacto Global..

Balanço social

 Fonte: Por Bakhtiar Zein / Shutterstock.

O balanço social é a maneira adotada pelas empresas para que suas ações sociais possam ser vistas e analisadas,
principalmente pelos seus stakeholders.

Isso garante a transparência de suas ações. Também foram desenvolvidas certificações e normas internacionais, de modo a
atestar o compromisso da empresa no desenvolvimento de ações que estejam dentro do Pacto Global.

Protocolo verde
O Governo Federal, em conjunto com a Federação Brasileira
de Bancos (FEBRABAN), o Ministério do Meio Ambiente e
outras instituições, instituiu, em 1995, um instrumento legal
de regulamentação para a liberação de financiamentos
firmados em um documento chamado Protocolo Verde.

O objetivo era criar mecanismos que evitassem a


concessão de crédito e benefícios fiscais para empresas
causadoras de impactos ao meio ambiente e,
consequentemente, sem compromisso com o
desenvolvimento sustentável de seus empreendimentos.
 Fonte: Por DreamcatcherDiana / Shutterstock.

Saiba mais
Conheça o texto da lei e alguns princípios do Protocolo Verde.

Educação ambiental

De acordo com o artigo primeiro da Lei 9795/1999,


que institui a Política Nacional de Educação
Ambiental:

“Entendem-se por educação ambiental os processos


por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade”.

Partindo desse entendimento, Mousinho (2003)


afirma que a Educação Ambiental nada mais é do que
um processo que visa despertar a preocupação tanto
individual quanto coletiva para as questões
ambientais.

Ela garante o acesso à informação em linguagem


acessível, contribuindo para o desenvolvimento de
uma consciência crítica e estimulando o
enfrentamento das questões socioambientais.

É fundamental trabalhar não apenas a mudança


cultural, mas a transformação social, de modo a
assumir a crise ambiental como uma questão ética e
,política.

Além disso, fora do ambiente escolar, podemos


acrescentar que a educação ambiental dentro das
empresas é fundamental para a conscientização dos
funcionários, despertando sua ação proativa para a
busca de soluções concretas para os problemas
ambientais, não só no ambiente de trabalho, mas
também no seu cotidiano.

A partir disso é possível obter um compromisso com


a melhoria do desempenho ambiental no seu setor,
dentro da empresa.

 Fonte: Por OZ photo / Shutterstock.


Atividade
1. Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmativas a seguir:

a) Em português, “stakeholders”, significa “partes interessadas”, ou seja, é uma pessoa ou grupo de pessoas que direta ou indiretamente,
voluntária ou involuntariamente têm alguma relação com a empresa e, consequentemente com seu produto ou serviço.

b) O Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), lançado em 23 de novembro de 2011 (1º Ciclo), é o documento
direcionador das ações de governo, do setor produtivo e da sociedade brasileira para padrões mais sustentáveis de produção e consumo.

c) O balanço social é a maneira adotada pelas empresas para que suas ações sociais possam ser vistas e analisadas, somente por seus
diretores. Isso garante a transparência de suas ações.

d) As políticas e práticas de sustentabilidade empresarial precisam atender, de modo simultâneo, os critérios de sustentabilidade: relevância
social, preocupação ambiental e viabilidade econômica.

e)O Pacto Global é uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, através de
lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.

Notas

Instituto Ethos 1

Site do Instituto.

Título modal 1

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ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 26000: Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro, 2010.

Referências
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Meio Ambiente – Guia Prático e Didático. São Paulo: Érica, 2012.

CRESPO, S. O Desafio da Produção e do Consumo Sustentáveis. Disponível aqui


DOW Jones Sustainability Index World. Disponível aqui

GLOBAL Reporting Initiavite. Disponível aqui

INSTITUTO ETHOS. Meio Ambiente. Disponível aqui

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Produção e Consumo Sustentáveis. Disponível aqui

MOUSINHO, P. Glossário. In: TRIGUEIRO, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Londrina: Planta, 2001.

PACTO Global. Disponível aqui

PROTOCOLO Verde.

SPITZCOVISKY, D. 10 práticas de sustentabilidade empresarial mais valorizadas. Revista Exame.com, 2013. Disponível aqui

Próxima aula

Recursos Hídricos, sua importância e os principais problemas ambientais;

Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH);

Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil.

Explore mais

Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.

Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de
aprendizagem.

Leia os textos:

“Manual para Elaboração, Administração e Avaliação de Projetos Socioambientais”. Disponível aqui.

“Pilares da Sustentabilidade”, leia o texto Disponível aqui.

Banco de Práticas – Dimensão Ambiental..

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