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CADERNO DE ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO

TRABALHO SOCIAL
(COTS)

2020
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Presidente
Pedro Duarte Guimarães

Vice-Presidente de Habitação
Jair Luís Mahl

Superintendência Nacional Rede Habitação


Rodrigo Souza Wermelinger

Gerência Nacional Padrões e Empreendimentos Críticos


Angélica Djenane Philippe Correa

Gerência Executiva do Trabalho Social


Renata Heringer Gadia da Costa

Concepção e Texto
Alaine Costa da Silva
Alana Cristina Gomes da Silva
Cassia Maria da Silva Rodrigues
Elaine de Santana Guimarães Hiath
Franciele Jacqueline Gazola da Silva
Giuliano Joao Paulo da Silva
Leonardo Tadeu Machado
Renata Heringer Gadia da Costa
Sidney Dias Faria

Finalização
Otto Vieira

Página 2
Sumário

Apresentação .....................................................................................................................6
1- Premissas CAIXA ......................................................................................................7
1.1 - Responsabilidade social empresarial ........................................................................ 7
1.2 - Nossos valores éticos ................................................................................................ 9
1.2.1 - Respeito ................................................................................................................. 9
1.2.2 - Honestidade ......................................................................................................... 10
1.2.3 – Compromisso ...................................................................................................... 11
1.2.4 – Transparência...................................................................................................... 11
1.2.5 – Responsabilidade ................................................................................................ 12
1.3 - Conflito de Interesses ............................................................................................. 12
1.4 - Trato das informações ............................................................................................ 13
1.5 - Premissas contratuais ............................................................................................. 14
1.6 - Distribuição dos serviços......................................................................................... 15
1.6.1 - Convocação para a prestação dos serviços.......................................................... 15
1.6.2 - Habilitação de responsável técnico (RT) .............................................................. 15
1.7 - Subcontratação dos serviços .................................................................................. 16
1.8 - Produção de materiais e propriedade autoral ........................................................ 16
1.9 - Encaminhamento de documentos comprobatórios e Guarda de materiais ........... 17
1.10 - Obrigações das credenciadas................................................................................ 17
1.11 - São obrigações da CAIXA ...................................................................................... 18
1.12 - Penalidades ........................................................................................................... 19
1.13 - Pagamento dos Serviços ....................................................................................... 19
2 - Referenciais Técnicos ..................................................................................................20
2.1 – Introdução .............................................................................................................. 20
2.2 - Normativa do Trabalho Social nos programas de habitação e desenvolvimento
territorial ......................................................................................................................... 21
2.3 - Diretrizes associadas ao Trabalho Social ................................................................. 22
2.3.1 - Desenvolvimento Territorial: Participação, Parcerias e Cooperação ................... 22
2.3.2 - Um projeto coletivo para o território .................................................................. 22
2.3.3 - Postura da equipe ................................................................................................ 24
2.3.4 - Identidade, Pertencimento e Autonomia ............................................................ 24

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2.3.5 - Comunicação ....................................................................................................... 24
2.3.6 - Estratégias Para Engajamento de Parceiros......................................................... 24
3 - Orientações Práticas ...................................................................................................26
3.1 - Serviços Prestados pela Empresa Credenciada....................................................... 26
3.1.1 - Observações sobre documentação ................................................................ 27
3.1.1.1 - Relatório ........................................................................................................... 27
3.1.1.2 - Parecer .............................................................................................................. 27
3.1.1.3 – Laudo................................................................................................................ 28
3.1.2 - Grupos de Atividades ..................................................................................... 28
3.1.2.1 - Coleta e análise de dados (Grupo H)................................................................. 28
3.1.2.2 Apoio Técnico (grupo J)....................................................................................... 29
3.1.2.3 Consultoria Especializada (Grupo K) ................................................................... 30
3.1.2.4 Elaboração e Execução de Projetos e Planos de Intervenção (GRUPO I) ............ 31
3.1.2.5 – Avaliação de Impacto (Grupo X) ....................................................................... 31
3.2 - Projeto de Trabalho Social: Pontos de Atenção ...................................................... 31
3.2.1 - Etapas do PTS ....................................................................................................... 31
3.2.2 - Elaboração de Projeto de Trabalho Social ........................................................... 33
3.2.2.1. Conteúdo Mínimo do PTS .................................................................................. 34
3.2.2.2 - Planejamento .................................................................................................... 35
3.2.2.3 - Diagnósticos integrados .................................................................................... 35
3.2.2.4 - Articulação de Parcerias: ampliando possibilidades de ação ........................... 43
3.2.2.5 - Diretrizes para elaboração das atividades do PTS............................................. 43
3.2.2.6 - Proposta Orçamentária ..................................................................................... 45
3.2.2.7 - Elaboração do orçamento do projeto ............................................................... 45
3.2.3 - Desenvolvimento do PTS ..................................................................................... 48
3.2.3.1 - Acompanhamento das Famílias/Plantão Social ................................................ 49
3.2.3.2 - Metas e indicadores .......................................................................................... 50
3.2.3.3 - Reprogramação do PTS ..................................................................................... 51
3.2.3.4 - Ferramentas tecnológicas ................................................................................. 52
3.2.4 - Prestação de contas do Trabalho Social .............................................................. 52
3.2.4.1 - Elaboração de Relatório de Acompanhamento das Atividades do Trabalho Social
........................................................................................................................................ 53
3.2.4.2 - Materiais comprobatórios de execução do Trabalho Social ............................. 56
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4. Observações finais .......................................................................................................59
Glossário ..........................................................................................................................60
Siglas e abreviaturas ........................................................................................................65
Anexo I - Modelos disponibilizados pela CAIXA ...............................................................66
Anexo II - Orientação para elaboração de pareceres - Habitação....................................67
1 - Projeto de Trabalho Social ......................................................................................... 67
1.1 - Análise no PTS ......................................................................................................... 68
1.2 - Análise de Termo de Referência ou Projeto Preliminar .......................................... 75
1.3 - Acompanhamento de Reprogramação ................................................................... 75
1.4 - Análise de Relatório de Acompanhamento do Trabalho Social .............................. 76
1.5 - Análise de Relatório Final ........................................................................................ 76
1.6 - Análise de Regulamento de Mutirão ...................................................................... 77
1.7 - Orientação Técnica ................................................................................................. 79
2 - Selo Casa Azul + CAIXA ............................................................................................... 80
3 - Concepção ou Viabilidade Social do Empreendimento ............................................. 81
Anexo III – Recursos Metodológicos ................................................................................82
A. Árvore de problemas/Muro de lamentações ....................................................... 82
B. Oficina do imaginário/Oficina do futuro/Árvore de soluções .............................. 82
C. Estudo do meio .................................................................................................... 82
D. Mapa falado ilustrado .......................................................................................... 83
E. Mutirão ................................................................................................................ 83
F. Oficinas ................................................................................................................ 83
G. Audiovisuais (teatro, filmes, fotos, pinturas etc.). ............................................... 84
H. Conversação dirigida/roda de conversa ou terapia comunitária. ........................ 84
I. Debates ................................................................................................................ 85
J. Jogos e brincadeiras dirigidas .............................................................................. 85
K. Dinâmicas de grupo ............................................................................................. 85
L. Oficinas de história de vida ou “linha do tempo” ................................................ 85
M. Grupos produtivos – GTR ..................................................................................... 85
N. Feiras de exposição e venda ................................................................................ 86
Referências ......................................................................................................................86

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Apresentação
O presente Caderno, destinado às empresas credenciadas de trabalho social para
prestação de serviços à CAIXA, tem por objetivo fornecer elementos metodológicos, de
modo a nortear a atuação no Trabalho Social em políticas de habitação, saneamento e
infraestrutura e outras oriundas do OGU, bem como no atendimento aos convênios da
CAIXA com diversos órgãos e instituições públicas que exigem a prestação dos serviços
discriminados no objeto do Edital.

Pretende, também, instrumentalizar as empresas credenciadas com orientações


gerais de atuação, metodologias e referências que possam ser úteis no planejamento,
acompanhamento, orientação e execução dos projetos.

Atendendo a esses objetivos, o COTS está dividido em três partes.

Parte I – Premissas CAIXA: Constam valores da CAIXA que deverão nortear a


atuação das empresas credenciadas e seus profissionais, bem como alguns alertas
relacionados a conflitos de interesse e premissas contratuais.

Parte II – Referenciais Técnicos: São apresentados os princípios que entendemos


como pilares para a atuação das empresas, seja no planejamento, seja no
acompanhamento ou na execução de atividades.

Parte III – Orientações Práticas: Condensa alguns conteúdos do edital de


credenciamento para a atuação técnica e informações voltadas a facilitar a elaboração e
padronização dos serviços e produtos demandados às empresas.

Adicionalmente, no anexo I, são apresentados os modelos de parecer


disponibilizados pela CAIXA, por atividade; no anexo II apresentamos orientações para
elaboração dos pareceres da habitação. Por fim, no anexo III, constam algumas
metodologias que poderão ser úteis para inspirar o planejamento de ações, em especial
do Grupo I (elaboração e execução do PTS), e que não esgotam as possibilidades
metodológicas.

Ressaltamos que o Caderno não invalida as dúvidas que poderão aparecer no


momento de execução da demanda, e que os técnicos da CAIXA permanecem à
disposição para esclarecimentos de qualquer natureza que se façam necessários.

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1- Premissas CAIXA

1.1 - Responsabilidade social empresarial

A CAIXA está orientada a gerir seus negócios com base nos princípios da
Responsabilidade Social, de forma a gerar resultados sustentáveis ao longo do tempo.

Para o aprofundamento das práticas de Responsabilidade Social, a CAIXA


estabeleceu as seguintes premissas para a gestão de seus negócios:

• Estimular o monitoramento e cumprimento dos valores e princípios do


Código de Ética no ambiente interno e fomentar a replicação deles em
toda a cadeia produtiva dos parceiros externos;

• Fortalecer a incorporação das variáveis sociais e ambientais atreladas aos


direitos humanos, às declarações de princípios da Organização
Internacional do Trabalho, aos Princípios do Pacto Global e às Metas de
Desenvolvimento do Milênio, intensificando o trato das críticas e
sugestões advindas das partes que se relacionam com a Empresa;

• Fazer constar no Relatório de Sustentabilidade as dimensões sociais,


ambientais e econômicas, os resultados favoráveis e desfavoráveis, os

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desafios e metas, devendo esses dados subsidiar o planejamento
estratégico;

• Promover com seus fornecedores a discussão acerca do


desenvolvimento das competências na sobrevivência e proteção das
crianças, buscando o envolvimento com políticas públicas
voltadas à promoção dos direitos da infância;

• Fomentar, em toda a sua cadeia produtiva, o repúdio a todas as atitudes


preconceituosas relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião,
ao credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de
discriminação, estimulando a utilização dos meios de comunicação
disponíveis para os registros de ocorrências que atentem contra o Código
de Ética da CAIXA e a legislação específica em vigor;

• Empreender ações que permitam que as questões ambientais tenham


caráter de transversalidade e sejam incluídas no Plano Estratégico, além
da existência da Política Ambiental Corporativa da CAIXA;

• Considerar nos negócios os princípios e as oportunidades


relacionados à sustentabilidade ambiental;

• Contribuir para a conscientização dos danos causados ao ambiente em


decorrência da intervenção humana, com abrangência a todas as partes
interessadas da Empresa;

• Formar parceria com fornecedores com foco na melhoria de processos


de gestão ambiental;

• Definir sistemática que permita verificar a origem e a cadeia de produção


dos insumos madeireiros e florestais, estimulando o mercado de forma
que a CAIXA utilize no seu processo produtivo materiais com certificação
de origem e Certificação da Cadeia de Custódia;

• Definir meios que contribuam para redução do consumo dos recursos


naturais utilizados na Empresa, adotando medidas adequadas à
destinação de resíduos, sem prejuízo das condições de trabalho e sem
alteração do padrão tecnológico atual;

• Incluir na política de relacionamento com fornecedores, observadas as


exigências legais, como variáveis de seleção e avaliação, as questões
referentes às relações trabalhistas, ao trabalho infantil, ao trabalho
escravo ou análogo e aos padrões ambientais, estimulando os
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fornecedores a replicarem essas considerações em relação aos seus
próprios fornecedores, criando um círculo virtuoso de conscientização
social;

• Priorizar, nos limites legais, os fornecedores que não comungam com


práticas que infrinjam os direitos humanos e, também, que contribuam
para a conservação ambiental e para a proteção à biodiversidade e que
combatam a exploração ilegal e predatória das florestas;

• Contribuir para erradicação do trabalho infantil, do trabalho forçado ou


análogo ao escravo, promovendo discussão acerca da questão com
fornecedores e estimulando-os a cumprirem a legislação;

• Definir meios que permitam a realização de campanhas de


conscientização para todos os fornecedores, de forma que seja e fique
explicitado o repúdio da CAIXA à mão-de-obra infantil e à mão-de-obra
escrava;

• Contribuir para a erradicação das políticas ilegais, imorais e antiéticas,


promovendo a divulgação e educação de todas as partes interessadas,
como fornecedores, clientes e consumidores, entre outros, em
iniciativas de combate à corrupção e propina, disseminando o tema e/ou
ensinando sobre a utilização de ferramentas correlatas;

• Estimular os fornecedores na utilização dos Indicadores Ethos, constante


no endereço www.ethos.org.br, como ferramenta de uso interno da
empresa para avaliação da gestão no que diz respeito à incorporação de
práticas de Responsabilidade Social.

1.2 - Nossos valores éticos

A CAIXA elaborou o seu Código de Ética, que tem por objetivo sistematizar os
valores éticos que devem nortear a condução dos negócios, orientar as ações e o
relacionamento com os interlocutores internos e externos.

Compartilhamos com você, que é um parceiro da CAIXA, os valores éticos que


nortearão a nossa relação:

1.2.1 - Respeito

• As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, cortesia,


igualdade e dignidade;

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• Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto
respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio
ambiente;

• Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem,


raça, sexo, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade física e
quaisquer outras formas de discriminação;

• Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de


consumidores, com a prestação de informações corretas, cumprimento
dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satisfação de
suas necessidades de negócios com a CAIXA;

• Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em


qualquer circunstância, com a determinação de eliminar situações de
provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam
o seu amor próprio e a sua integridade moral;

• Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradições


e valores da sociedade, bem como a preservação do meio ambiente;

1.2.2 - Honestidade

• No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º lugar nas


mentes dos nossos empregados e dirigentes, em detrimento de
interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a
lisura dos seus processos e de sua imagem;

• Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da sociedade e


dos fundos e programas que administramos, oferecendo oportunidades
iguais nas transações e relações de emprego;

• Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal de


comportamento que resulte em conflito de interesses e que estejam em
desacordo com o mais alto padrão ético;

• Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e


comprometam o seu corpo funcional;

• Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de


serviços, sob qualquer pretexto;

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• Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materiais
ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em nome da CAIXA,
sob qualquer pretexto.

1.2.3 – Compromisso

• Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão comprometidos


com a uniformidade de procedimentos e com o mais elevado
padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais;

• Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das


normas e dos regulamentos internos e externos que regem a nossa
Instituição;

• Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores,


correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associações e
entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética;

• Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que


atendam ou superem as expectativas dos nossos clientes;

• Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para


que tomem decisões conscientes em seus negócios;

• Preservamos o sigilo e a segurança das informações;

• Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente


de trabalho, preservando a qualidade de vida dos que nele convivem;

• Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destinadas


a resgatar a cidadania do povo brasileiro.

1.2.4 – Transparência

• As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no


princípio da transparência e na adoção de critérios técnicos;

• Como Empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de


contas de nossas atividades, dos recursos por nós geridos e com a
integridade dos nossos controles;

• Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia


dispensamos tratamento equânime na disponibilidade de informações
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claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito
cumprimento dos normativos a que estamos subordinados;

• Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão


profissional, com critérios claros e do conhecimento de todos;

• Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando


informações relevantes relacionadas aos negócios e às decisões
corporativas.

1.2.5 – Responsabilidade

• Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste


Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes
inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer
dirigentes e empregados, direta ou indiretamente;

• Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização


das informações, dos bens, equipamentos e demais recursos
colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos negócios;

• Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participamos,


por entendermos que a vida depende diretamente da qualidade do meio
ambiente;

• Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou


discriminação profissional a quem denunciar as violações a este Código,
como forma de preservar os valores da CAIXA.

1.3 - Conflito de Interesses

Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto entre interesses da


CAIXA e interesse pessoal, que pode comprometer o desempenho da Empresa
Credenciada.
No caso da atuação da empresa, pode ocorrer de ser demandada a exercer
serviços em parceria com órgãos de governo ou entidades, em que a empresa ou seus
profissionais atuam ou tem algum vínculo pessoal com profissionais dessas instituições.
Conforme consta no edital, a credenciada deve declarar-se impedida de realizar os
serviços, quando envolver:

a) Entidades ou empresas com as quais os titulares e/ou responsáveis técnicos


da CONTRATADA tenham vínculo empregatício e/ou contrato por prazo determinado;

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Atenção:
Aqui, o impedimento é de que os titulares ou responsáveis técnicos pelo serviço
demandado tenham vínculo com o ente público ou entidade organizadora.
A orientação acima é a mesma quando se tratar de serviço prestado para qualquer
órgão de governo.

b) Gerentes, sócios ou dirigentes de entidades ou empresas com as quais os


titulares e/ou responsáveis técnicos da CONTRATADA tenham vínculo;

c) Parentes até segundo grau, bem como empresas em que estes sejam
gerentes, sócios ou dirigentes;

d) Titulares e responsáveis técnicos da CONTRATADA como autores dos projetos


ou Responsáveis Técnicos pela execução dos serviços;

Atenção:
A credenciada não poderá analisar um projeto ou relatório elaborado pela própria
empresa ou por integrante de seu quadro de sócios ou colaboradores.

Para prevenir ou eliminar a ocorrência de conflito de interesses, as Empresas


Credenciadas CAIXA devem adotar, em caso de qualquer situação concreta que possa
caracterizar conflitos de interesses, uma ou mais das seguintes providências:

• Informar à Unidade Demandante, previamente à realização da atividade


demandada, a negativa de aceite do serviço devido à possibilidade de
geração de conflito de interesse da CAIXA e da Empresa Credenciada;

• Solicitar o descredenciamento geral ou ainda solicitar o


descadastramento de atividade específica ao Gestor Operacional
(CIHAR/RE – 7468), se considerar necessário, caso haja conflito de
interesses.

Atenção:
Na dúvida se a atuação de sua empresa ou colaboradores encontram-se em situação de
conflito de interesse, a CAIXA deverá ser questionada.

1.4 - Trato das informações

No exercício de suas atividades, cabe à credenciada manter, sob as penas da lei,


o mais completo e absoluto sigilo sobre quaisquer dados, informações, documentos,
especificações técnicas e comerciais da CAIXA, de que venha a tomar conhecimento, ter
acesso ou que lhe tenham sido confiados, sejam relacionados ou não com o objeto do
contrato;
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São de uso exclusivo e de propriedade da CAIXA as informações, programas,
modelos, documentos e metodologias, desenvolvidos ou em uso pela instituição.
Os assuntos referentes à CAIXA são tratados com a imprensa, exclusivamente,
pelos dirigentes ou empregados por estes delegados.
Em relação a uso, divulgação e sigilo de informações, é dever da Empresa
Credenciada:

• Guardar sigilo sobre dados, informações e operações da CAIXA, de seus


clientes, de empresas coligadas ou subsidiárias, de prestadores de
serviços e de fornecedores, que ainda não sejam públicas e das quais
tenha conhecimento em razão de sua atuação profissional;

• Não utilizar nem reproduzir, fora dos serviços contratados, normativos,


documentos e materiais encaminhados ou divulgados pela CAIXA;

• Não se pronunciar em nome da CAIXA a órgãos da imprensa ou clientes,


agentes promotores, mutuários sobre quaisquer assuntos relativos à sua
atividade, bem como sobre os serviços a seu cargo;
• Não fornecer informações, nos casos legais e determinação judicial, em
nome da CAIXA;

• Obter prévia e expressa autorização da CAIXA para publicação de


estudos, pareceres, pesquisas e demais trabalhos de caráter particular,
que envolvam assuntos e/ou informações restritos ou sigilosos;

• Não fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de


seu serviço em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros.

Ressaltamos, ainda, que todos os materiais criados pela CONTRATADA para a


prestação dos serviços serão de propriedade da contratante. A CAIXA poderá, sem
remuneração adicional para seus autores, alterar, divulgar, reutilizar, autorizar a
alteração, divulgação ou a reutilização dos trabalhos ou parte deles, com ênfase para
trabalhos de avaliação, de pesquisa, dados pesquisados e modelos construídos.

1.5 - Premissas contratuais

O edital de credenciamento, o Regulamento de Licitações e Contratos CAIXA -


RLCC e o Código de Conduta do Fornecedor CAIXA ditam as premissas de nossa relação
de parceria. Assim, reforçamos a necessidade da leitura na íntegra desses documentos
por todas as pessoas envolvidas na sua gestão, que atuem direta ou indiretamente no
contrato, assim como colaboradores.

Atenção:
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Leia os documentos Regulamento de Licitações e Contratos da CAIXA:
http://www.CAIXA.gov.br/Downloads/CAIXA-documentacao-basica-
21/Regulamento_CAIXA_Aprovado_31_03_2017.pdf

E o Código de conduta do fornecedor CAIXA:


http://www.CAIXA.gov.br/Downloads/CAIXA-documentacao-basica-
21/codigo_conduta_fornecedor_CAIXA.pdf

1.6 - Distribuição dos serviços

A distribuição dos serviços ocorrerá de acordo com as necessidades da CAIXA,


podendo, inclusive, a credenciada não receber serviços durante a vigência do contrato
de Credenciamento.

Atenção:
As regras de distribuição dos serviços constam do item 3 do anexo I do edital (Projeto
Básico)

1.6.1 - Convocação para a prestação dos serviços

A convocação para a prestação dos serviços pela CONTRATADA ocorrerá por


meio de comunicação formal, expedida por e-mail ou correspondência, pela Unidade
Demandante da CAIXA, sendo a contratada obrigada a verificar diariamente esses canais
de comunicação.

1.6.2 - Habilitação de responsável técnico (RT)

Para que a empresa possa executar o serviço, após demandada, é indispensável


a habilitação do Responsável Técnico junto à CAIXA, conforme prazos e qualificações
previstas no Anexo I-B do edital de licitação.
A habilitação de responsável técnico deve ser realizada em até 5 dias corridos
após o aceite da Autorização de Serviço (AS) através do envio a unidade demandante da
documentação necessária, conforme disposto no edital.

Atenção:
Recomendamos especial atenção ao anexo I-B do edital, que estabelece procedimento
de análise e qualificação do RT.

Os responsáveis técnicos habilitados após o primeiro aceite de AS ficam


dispensados da apresentação de documentação de comprovação de experiência técnica
para o aceite de novas demandas, para a mesma atividade ou atividades que atendam os
mesmos pré-requisitos de experiência. Após análise da documentação, a CAIXA irá
informar à credenciada as atividades para as quais o técnico foi habilitado.
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Lembramos que os profissionais só podem ser habilitados em uma empresa e os
trabalhos só poderão ser executados pelos responsáveis técnicos habilitados/
autorizados pela CAIXA para cada empresa/grupo de atividades, quando da análise
curricular, não sendo permitida procuração. Frisamos que para a prestação dos serviços,
os técnicos deverão estar regulamente inscritos no conselho profissional (quando
houver). O Responsável Técnico habilitado e designado para a execução do Trabalho
Social será o coordenador e terá como atribuição planejar, acompanhar e monitorar a
execução das ações previstas.
Os profissionais habilitados, na prestação dos serviços, deverão portar crachá de
identificação da contratada.

Atenção:
Nas atividades do grupo I, conforme previsto no item 5 do anexo I-D do edital, a
credenciada deve informar à CAIXA a composição da equipe técnica responsável pela
execução, acompanhado dos currículos e comprovante de vínculo com a credenciada.

1.7 - Subcontratação dos serviços

Exclusivamente para as atividades do grupo “H” e “I”, é facultada à


CONTRATADA a subcontratação de serviços de terceiros e insumos necessários para
execução dos serviços demandados. Esses profissionais devem ser acompanhados em
campo por profissionais habilitados em dimensionamento compatível com o porte do
projeto e complexidade das atividades.

Atenção:
É permitida contratação de consultoria e de serviços técnicos especializados para
execução de atividades específicas e/ou complementares, necessárias para apoiar o
Agente Executor do Trabalho Social no desenvolvimento de suas atividades; e para o
custeio de projetos de geração de renda e inclusão social, produtiva e econômica dos
beneficiários, inclusive os elaborados por entidades da sociedade civil, desde que
presentes na macroárea e atuantes na área de intervenção. Esses projetos devem
apresentar condições de exequibilidade e contribuir para a inserção produtiva,
admitindo-se a compra de equipamentos para dar viabilidade aos referidos projetos.

1.8 - Produção de materiais e propriedade autoral

A CAIXA é uma empresa que se preocupa com a qualidade dos serviços sob sua
responsabilidade. Por isso, a qualidade do material, conteúdo e impressão devem seguir
orientações da unidade demandante.
Atenção:
A reprodução de qualquer material utilizado na prestação dos serviços somente poderá
ocorrer após aceite formal da CAIXA.

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Após elaboração dos materiais gráficos e mídias a serem utilizadas, a
credenciada deve submeter amostra à CAIXA, para análise prévia, juntamente com
informações acerca do contexto onde será utilizado, conteúdo, parceiros envolvidos, e
outros que julgar importante. Eventuais ajustes deverão ser atendidos em no máximo 5
(cinco) dias úteis após a comunicação formal da CAIXA. A credenciada somente poderá
reproduzir o material após aceite formal da CAIXA.
Ressaltamos que a produção das peças deve observar ainda as normas relativas
à identidade visual CAIXA e do Governo Federal.
Caberá à contratada o pagamento dos direitos autorais de marcas de
propriedade de terceiros nas ações do TS.

1.9 - Encaminhamento de documentos comprobatórios e Guarda de materiais

Após a conclusão de cada mês de execução, a credenciada deve encaminhar,


através de ofício, relatório das atividades executadas, acompanhado de documentos
comprobatórios da execução das atividades, e do material utilizado. O material deve estar
organizado, preferencialmente ser autuado e numerado sequencialmente pela
credenciada.
Os documentos devem conter, no mínimo, informações como: local, data,
participantes, registro fotográfico, primeiros resultados, indicadores aferidos, atas de
reunião, listas de presença, materiais didáticos e de apoio utilizado, cópias etc.
É responsabilidade da contratada armazenar todos os documentos originais
por, no mínimo, 5 (cinco) anos após o término da vigência do contrato.
Os documentos que, por solicitação da CAIXA, sejam encaminhados em formato
digital, deverão estar assinados digitalmente pelos Responsáveis Técnico e Legal da
credenciada, conforme orientações e prazos a serem repassados pela CAIXA à empresa
credenciada.
Ressaltamos que todos os documentos sob a guarda da credenciada podem ser
solicitados pela fiscalização da CAIXA ou órgãos de controle.

1.10 - Obrigações das credenciadas

No contrato, constam as obrigações da credenciada, dentre as quais:

• Executar, perfeita e integralmente, os serviços contratados, conforme


formulários, orientações, rotinas, nos horários estabelecidos pela CAIXA
e nos prazos ajustados, por meio de pessoas idôneas/tecnicamente
capacitadas, obrigando-se a indenizar a CAIXA, mesmo em caso de
ausência ou omissão de fiscalização de sua parte, por quaisquer danos
causados às suas instalações, móveis, utensílios, máquinas e
equipamentos, quer sejam eles praticados por empregados, prepostos
ou mandatários seus. A responsabilidade estender-se-á aos danos
causados a terceiros durante a prestação dos serviços;
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• Orientar os seus empregados, treinando-os e reciclando-os
periodicamente, tanto no aspecto técnico, como no relacionamento
humano, visando a mantê-los plenamente aptos ao perfeito
desenvolvimento de suas funções, observadas as exigências e
necessidades da CAIXA;

• Estruturar-se de modo compatível e prover toda a infraestrutura


necessária à prestação dos serviços previstos no contrato, com a
qualidade e rigor exigidos, garantindo a sua supervisão desde a
implantação;

• Fornecer aos seus empregados todos os equipamentos, recursos


materiais e condições necessários para o desenvolvimento de suas
funções, exigidos por legislação ou norma do trabalho específica,
inclusive, quando for o caso, disponibilizar “e-mail”, sendo vedada a
utilização da conta de “e-mail” da CAIXA;

A empresa deve atuar em consonância com as obrigações e responsabilidades


contratuais, cumprindo o contrato, e seguindo a qualquer tempo as orientações da
CAIXA, desempenhando suas atividades profissionais, com eficiência, transparência,
ética, respeito e responsabilidade, observando a legislação em vigor, e
responsabilizando-se tecnicamente por seu trabalho.
A credenciada pode oferecer sugestões em prol da melhoria contínua da
qualidade dos processos, produtos e serviços a serem desenvolvidos. É importante
manter fidedignidade aos documentos, registros, cadastros e sistemas de informação,
disponibilizados pela CAIXA. As informações prestadas devem ser precisas, claras e
apresentadas em tempo hábil, sempre que solicitadas.

1.11 - São obrigações da CAIXA

• Indicar os locais e horários em que deverão ser prestados os serviços,


permitindo, quando for o caso, o acesso dos empregados da
CONTRATADA nas dependências da CAIXA;

• Notificar formalmente a CONTRATADA de qualquer irregularidade


encontrada no serviço contratado, oportunizando justificativa;

• Proceder à distribuição igualitária dos serviços entre todas as


credenciadas, conforme critérios de distribuição de serviços definidos no
Projeto Básico;

• Efetuar os pagamentos devidos nas condições estabelecidas no contrato;


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• Indicar o representante da CAIXA responsável pela fiscalização e
acompanhamento da execução do contrato;

• Exercer a fiscalização e acompanhamento do contrato por meio do


representante especialmente designado.

1.12 - Penalidades

As situações passíveis de aplicação de penalidades estão descritas na cláusula


11ª do Anexo III do Edital (Minuta de Contrato).
São passíveis de aplicação de penalidades faltas operacionais, faltas de postura
de atuação e erros técnicos, conforme abaixo:

• Faltas operacionais (FO): ocorrências de descumprimento direto na


execução do contrato;

• Faltas de postura de atuação (FP): ocorrências que ferem a ética


profissional, que comprometam o bom andamento das atividades, assim
como a imagem institucional da CAIXA e, que não observem as
recomendações previstas neste caderno;

• Erros Técnicos (ET): ocorrências que contrariem a boa técnica, as normas


brasileiras, as orientações deste caderno e, ainda, os praticados por
omissão total ou parcial das informações, na prestação de serviços
técnicos sociais para a CAIXA.

As penalidades poderão ser aplicadas a qualquer tempo, desde que constatado


algum dos descumprimentos previstos no Edital.

1.13 - Pagamento dos Serviços

Os serviços serão remunerados por atividade, segundo os valores, percentuais e


critérios estabelecidos nos Anexos I – D e I - E. Os deslocamentos serão remunerados
conforme definido no Anexo I - F.
Após a entrega dos serviços demandados com a comprovação de sua execução
e verificação do cumprimento de todas as cláusulas contratuais, a CAIXA efetuará o
pagamento à empresa, mediante crédito em conta corrente mantida pela CONTRATADA,
obrigatoriamente, em agência da CAIXA.
No caso da atividade I-501, o pagamento ocorrerá conforme regras de repasse
de recursos estabelecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, com previsão de
até 90 (noventa) dias após a aprovação do serviço.

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2 - Referenciais Técnicos

2.1 – Introdução

Este material foi construído como forma de instrumentalizar as empresas


especializadas em Trabalho Social, credenciadas junto à CAIXA, para as atividades de:
Pesquisa e desenvolvimento socioambiental e socioeconômico, com coleta e análise de
dados; Elaboração, Execução e Gestão de Projetos Sociais e Planos de Intervenção; Apoio
Técnico; Avaliação de Impacto e Consultoria Especializada, atribuídas a partir de interesse
previamente manifestado pela CAIXA, para atendimento de demandas.
Diante da pluralidade de possíveis atividades, optamos por apresentar
referenciais que sirvam de princípios, para atuação nas diferentes áreas correlatas; trata-
se de olhar construído ao longo de mais de duas décadas. Desde 1996, a CAIXA tem
acumulado expertise, atuando em diversas frentes de Trabalho Social, sempre executado
como parte integrante das políticas públicas de habitação, saneamento e infraestrutura,
presente em diversos locais do território brasileiro, tornando-se referência nacional na
área.
As diferentes formatações das políticas públicas incluem complexas operações,
em especial quando resultam na produção de “novos territórios”, com alteração
significativa das dinâmicas sociais e populacionais, implicando na necessidade de ampliar
e integrar as políticas nos territórios impactados. O Trabalho Social contribui para a
articulação das políticas sociais em consonância com as intervenções físicas, para a
promoção da cidadania, e para o fortalecimento das relações sociais e da integração
socioeconômica das comunidades, tendo como objetivo final, a sustentabilidade das
intervenções e a melhoria da qualidade de vida.
Ao longo desses mais de 20 anos, a CAIXA vem incentivando a qualificação do
trabalho e promovendo o desenvolvimento de novas tecnologias sociais que venham a
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contribuir com o desenvolvimento socioeconômico e com o fomento da autonomia das
comunidades. Em consonância com tais desafios, temos acompanhado as mudanças na
legislação e nas políticas públicas, buscando, na medida do possível, contribuir para o
desenvolvimento social da população brasileira, em especial, das pessoas beneficiadas
pelos programas geridos pela CAIXA.

2.2 - Normativa do Trabalho Social nos programas de habitação e desenvolvimento


territorial

O Trabalho Social de que tratamos nesse caderno é parte integrante de políticas


públicas de habitação e desenvolvimento territorial, e a sua implementação deve atender
à normatização vigente, expedida pelo órgão gestor do programa.
As normas e orientações para elaboração, contratação e execução do Trabalho
Social no Programa Casa Verde Amarela (e, anteriormente no Programa Minha Casa
Minha Vida - PMCMV), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, ainda, em
intervenções de habitação e saneamento objetos de operações de repasse ou
financiamento com o setor público, atualmente estão dispostas na Portaria 464/2018 do
extinto Ministério das Cidades (incorporado atualmente pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional).

Esta portaria, em seu Anexo I, define nos seguintes termos o Trabalho Social:

“O Trabalho Social (...) compreende um conjunto de estratégias,


processos e ações, realizado a partir de estudos diagnósticos integrados
e participativos do território, compreendendo as dimensões: social,
econômica, produtiva, ambiental e político institucional do território e da
população beneficiária. Esses estudos consideram também as
características da intervenção, visando promover o exercício da
participação e a inserção social dessas famílias, em articulação com as
demais políticas públicas, contribuindo para a melhoria da sua qualidade
de vida e para a sustentabilidade dos bens, equipamentos e serviços
implantados.”

E dispõe como Objetivo Geral das ações:

“Promover a participação social, a melhoria das condições de


vida, a efetivação dos direitos sociais dos beneficiários e a
sustentabilidade da intervenção”.

A norma sintetiza acúmulos relacionados a experiências e programas anteriores,


e explicita os complexos desafios colocados à execução e acompanhamento do Trabalho
Social.

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Ressaltamos que a Portaria acima não esgota as possibilidades de demandas
associadas ao edital.

2.3 - Diretrizes associadas ao Trabalho Social

Apresentamos, a seguir, algumas diretrizes relacionadas ao Trabalho Social,


seguindo a norma vigente. Em nosso entendimento, trata-se de diretrizes úteis à
elaboração, execução e/ou acompanhamento de ações qualificadas e efetivas nos
territórios, quando se busca promover o desenvolvimento local e acesso à cidadania.

2.3.1 - Desenvolvimento Territorial: Participação, Parcerias e Cooperação

Território será aqui entendido como um espaço geograficamente delimitado,


onde podemos identificar elementos que indicam identidade e coesão.
Com foco nesse espaço, o Trabalho Social deve buscar e valorizar os “ativos
locais”, ou seja, as potencialidades e articulações possíveis, em busca de definir objetivos,
prioridades e “sonhos” que contribuam para a melhoria da vida no território.
Nesse processo, os técnicos e parceiros poderão apoiar a comunidade
fornecendo informações, articulando recursos e investimentos de fora dos territórios, e
apoiando iniciativas que mobilizem desejos e projetos do grupo.
Espera-se que a ação no território possa impulsionar novos modos de vida e de
convivência social, em função de objetivos e prioridades estabelecidas, fortalecendo
identidades e uma visão coletiva de futuro.
A comunidade deve ser a protagonista, portanto, de seu processo de
desenvolvimento, que será fruto - dentre outras coisas - de sua capacidade de
organização, articulação e ação.
O Trabalho Social deve contribuir para um desenvolvimento baseado na
cooperação, que gera resultados compartilhados e promove a inclusão cidadã. Para
tanto, é desejável a criação de redes e parcerias, com participação aberta aos diferentes
setores (governo, sociedade civil e mercado), os quais impulsionarão projetos e ações
que carregam uma visão coletiva de futuro.

2.3.2 - Um projeto coletivo para o território

O Trabalho Social, no desafio de promover a mobilização para o


desenvolvimento local, deve incentivar a organização e construção de um projeto
comum.
Para tanto, é útil e necessário conhecer o território, e desenvolver um olhar
atento às potencialidades e desafios ali presentes.
A elaboração de diagnósticos que permitam a todos perceber a inserção do
território na região em que ele se encontra, identificando serviços e equipamentos, seus
usos (ou não) pelos beneficiários, é fator essencial na definição das prioridades do
Trabalho Social.
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Os conteúdos gerados no diagnóstico devem ser técnicos, mas também
compreensíveis a todos, constituindo-se como ferramentas para a ação na comunidade
e, também, junto aos órgãos públicos e demais agentes.

Foto: Processo de Diagnóstico e Definição dos Eixos Estratégicos – Plano Decenal de


Desenvolvimento.

Imagem: Resultado do Diagnóstico - síntese dos eixos de atuação (copa da árvore) e estruturas
de governança do trabalho social (caule). DIST Bosque das Bromélias. Salvador/BA.
CIAGS/UFBA 2016

Página 23
2.3.3 - Postura da equipe

O papel essencial das equipes, desde o diagnóstico até o final dos projetos, é
atuar como mediadores na construção deste projeto coletivo de desenvolvimento, na
busca de caminhos para que a própria comunidade possa conduzir a gestão do
desenvolvimento do território onde vive.
Neste processo, todos os envolvidos irão produzir saberes e desenvolver suas
capacidades, inclusive a equipe técnica. Os saberes técnicos devem se articular a saberes
locais, dos que ali vivem.
Cabe às equipes elaborar “roteiros”, que auxiliem a obtenção de respostas, a
serem construídas no desenrolar do projeto, pela própria comunidade. O Trabalho Social
deve promover a ação e motivação contínua, capacitando os agentes de maneira a
estudar e definir os melhores caminhos para o alcance dos objetivos estabelecidos.

2.3.4 - Identidade, Pertencimento e Autonomia

O Trabalho Social, com seus objetivos e ações desenvolvidas, contribui para a


consolidação da identidade ao promover o encontro de pessoas com interesses em
comum, ao proporcionar o encontro e o reconhecimento do outro, estimulando para a
ajuda mútua e para lidar com as diferenças.
Os espaços de encontro criados pelo Trabalho Social devem ser planejados de
forma a promover as interações e a colaboração mútua, valorizando espaços de
expressão, construção e confraternização, acolhendo a diversidade e coletividade.

2.3.5 - Comunicação

As ações comunicativas, e voltadas para formar comunicadores, merecem


atenção e podem ser fatores importantes no desenho do Trabalho Social.
Se possível, deve-se buscar ações voltadas à construção coletiva e produção de
conteúdo pela comunidade, impulsionando a visibilidade das suas ações, e contribuindo
para a consolidação da identidade local.
Na aproximação com a comunidade, podem ser utilizados conteúdos de mídia,
internet, fotografia, rádio e outros, visando atingir diferentes públicos, e fortalecer
vínculos e identidades.

2.3.6 - Estratégias Para Engajamento de Parceiros

Na busca de melhoria de qualidade de vida e sustentabilidade das intervenções,


a parceria com os entes públicos e demais parceiros pode ser fator determinante para o
alcance de resultados.
Algumas estratégias podem ser úteis na interlocução com parceiros,
contribuindo para a efetividade das ações. Um exemplo seria a construção de “agendas”

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de curto prazo, com definição de atividades e metas, na busca de concretizar objetivos
comuns.
Em alguns casos, a parceria pode resultar em agendas de médio e longo prazos,
inclusive associadas à concretização de objetivos definidos, que constem em “Planos
Estratégicos de Desenvolvimento”, nos quais a visão de futuro da comunidade esteja
traduzida em objetivos a serem alcançados, ou em outros instrumentos de planejamento.
O Trabalho Social deve buscar a construção dessa agenda, encorajando e
capacitando os beneficiários para a participação nos contatos e reuniões com órgãos
públicos e outros. Trata-se de processo contínuo, no qual a capacidade de interlocução,
organização e atuação da comunidade deve ser fortalecida, na busca de concretizar os
objetivos estabelecidos.
A divulgação de iniciativas e realizações concretas pode proporcionar
visibilidade ao território, despertando o interesse de possíveis parceiros.
Nesse processo, cabe ao Trabalho Social contribuir para a criação e consolidação
de instância(s) comunitária(s) de governança territorial, constituídas, reconhecidas e
legitimadas no território e no relacionamento com parceiros institucionais. Podem ser
pequenos núcleos, associados por temas de interesse, ou instâncias mais formais, a
depender das características locais e do contexto.

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3 - Orientações Práticas

Apresentadas as diretrizes que consideramos importantes no desenvolvimento


do Trabalho Social nas políticas sociais acompanhadas pela CAIXA, buscaremos agora
destacar alguns conteúdos do edital de credenciamento relacionados à execução das
demandas e, em complemento, apresentaremos informações adicionais voltadas a
facilitar a elaboração e padronização dos serviços e produtos demandados.
Inicialmente, apresentamos os grupos de atividades que poderão ser
demandadas às empresas credenciadas, com informações gerais sobre cada grupo,
conforme consta no anexo I-D do Edital de Credenciamento, intitulado “Informações
Técnicas e Remuneração das atividades”.
Apresentados todos os grupos de atividades, destacaremos questões
relacionadas ao Projeto de Trabalho Social - conteúdos mínimos, diretrizes gerais -
indicando “pontos de atenção” a serem considerados na elaboração, execução e análise
do PTS e, também, na prestação de contas.
A opção pelo destaque para o tema deve-se ao fato de a maior parte das
demandas de serviços às empresas credenciadas estar associada a atividades dos grupos
I (elaboração e execução de planos de intervenção) e J (apoio técnico), especialmente
relacionados aos PTS.

3.1 - Serviços Prestados pela Empresa Credenciada

A prestação de serviços pela Empresa Credenciada tem caráter temporário e


sem exclusividade.

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Os projetos são de responsabilidade técnica dos respectivos autores, e a análise
efetuada pela Empresa Credenciada não caracteriza, para os responsáveis técnicos,
corresponsabilidade técnica.
As atividades demandadas nos grupos H, J e K são registradas observando as
instruções fornecidas pela CAIXA e consolidadas conforme descrição abaixo:

Tipo de Registro Descrição


Apresentação descritiva e/ou interpretativa dos dados, fatos e
Relatório situações observadas, com a finalidade de informar, esclarecer, sem
emissão de opinião técnica.
Manifestação que contém a opinião técnica do profissional,
expressada de modo embasado e fundamentada em
Parecer descrição/relato dos dados, fatos e situações
observadas/analisadas. Deve ser sustentado em bases confiáveis e
escrito com o objetivo de esclarecer, interpretar e explicar fatos.
Apresentação de alternativas de solução, devidamente
fundamentadas, com base na descrição, relato dos dados, fatos de
Laudo
uma situação problema, previamente detectada, devendo ser
conclusivo.

3.1.1 - Observações sobre documentação

3.1.1.1 - Relatório

As empresas Credenciadas devem


apresentar relatório de visitas ou reuniões,
sempre que tais serviços sejam demandados pela
CAIXA.
Adicionalmente, os relatórios devem ser
apresentados como anexos, quando permitam
explicitar informações contidas no Parecer ou
Laudo, enriquecendo tais documentos.

3.1.1.2 - Parecer

O Parecer Técnico (PT) é uma ferramenta de resposta rápida que dá suporte ao


acompanhamento de processos e projetos, à gestão e tomada de decisão baseada em
evidências científicas.
Na sua elaboração, deve se considerar alguns pontos fundamentais: a pergunta
a ser respondida pelo parecer; a descrição dos aspectos socioeconômicos ou em relação
a efetividade da proposta a qual se está analisando; eficiência da tecnologia social
utilizada; a descrição dos ajustes metodológicos recomendados e da tecnologia social a

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ser avaliada; descrição mínima do método; as evidências disponíveis; os resultados
esperados, os alcançados e as recomendações; descrição dos métodos utilizados para a
elaboração do PT de modo a permitir sua reprodutibilidade.
O responsável técnico deve lembrar-se de que o PT será produzido para técnicos
e, também, para gestores. O PT deve conter todos os elementos que possibilitem ao leitor
avaliar a validade da análise, incluindo informações que permitam dirimir incertezas.
Portanto, deve expor o método adotado, as fontes de informação e a qualidade da
evidência selecionada, atestar a validade interna, verificar a relevância das informações
e contextualizar as implicações práticas das recomendações, para os serviços e para a
pesquisa.
Sua execução e conteúdo devem ser simplificados e de linguagem acessível.
Embora envolvam uma revisão da literatura menos extensa e abrangente que uma
revisão sistemática, e sejam de execução e elaboração mais rápidas, representam um
relato sistematizado e abrangente do conhecimento possível de ser fornecido no tempo
e com qualidade necessária para auxiliar as decisões a serem tomadas (CCOHTA, 2003;
NICE, 2004a; DACEHTA, 2005; CAMERON, 2007).

3.1.1.3 – Laudo

Tem como objetivo central a indicação de alternativas de solução, diante de uma


situação-problema. O documento deve apresentar opinião técnica baseada na análise da
situação, com justificativa da escolha da alternativa de solução, fornecendo subsídios
para a tomada de decisões.
Deve conter, no mínimo, identificação, data, assunto, ementa com síntese geral
do parecer conclusivo, contextualização, análise de viabilidade técnica com identificação
da situação-problema e apresentação de alternativas de solução, e parecer conclusivo,
com opinião técnica baseada na análise da situação, justificando a escolha da alternativa
de solução, e fornecendo subsídios para a tomada de decisões. Além disso, sempre que
couber, devem ser apresentados documentos complementares ilustrativos ou
comprobatórios.

3.1.2 - Grupos de Atividades

Os serviços especializados, de acordo com suas especificidades, foram


agregados em quatro blocos, resumidos a seguir:

3.1.2.1 - Coleta e análise de dados (Grupo H)

Conforme descrito no edital, trata-se de demandas relacionadas à coleta e/ou


análise de dados, de natureza socioeconômica e socioambiental, de demanda social e
expectativas, para diagnóstico, abrangendo grupos sociais e/ou área de intervenção, nos

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programas de desenvolvimento urbano e rural operacionalizados pela CAIXA, bem como
a respectiva tabulação/interpretação dos dados.
Poderá abranger o levantamento de dados secundários junto a órgãos oficiais
no âmbito federal, distrital, estadual e/ou municipal e demais setores da sociedade civil.
Caberá à empresa para a execução das atividades:

• Estabelecer, em comum acordo com a CAIXA, a metodologia mais


adequada e seu referencial teórico-metodológico; preparar a equipe
responsável pela coleta de dados; realizar verificação crítica dos dados,
evitando informações confusas, distorcidas, incompletas, que podem
prejudicar o resultado da pesquisa; realizar a tabulação dos dados,
verificando a inter-relação entre eles, sintetizando os dados coletados e
apresentando-os graficamente; realizar a interpretação, atribuindo
significado aos dados coletados, vinculando-os a outros conhecimentos.

3.1.2.2 Apoio Técnico (grupo J)

Os serviços abaixo referem-se à realização de apoio técnico nas intervenções


sociais dos programas de desenvolvimento urbano e rural operacionalizados pela CAIXA,
compreendendo visitas técnicas, análises de documentos técnicos, acompanhamento da
execução do TS, orientação técnica, com emissão de relatório e parecer.

• Visita técnica: abrange o levantamento de informações sobre as


características da população, da área de intervenção e seu entorno,
participação em atividades para acompanhamento da execução do TS e,
caso necessário, orientações à equipe responsável pelo desenvolvimento
do Projeto, com a respectiva emissão de relatório ou parecer.
Possibilitam, também, a verificação in loco das características da
população, área de intervenção e seu entorno, inclusive as áreas de
grandes empreendimentos, para subsidiar a análise sobre os aspectos
sociais e elaboração de parecer técnico multidisciplinar, ou para
subsidiar a análise de intervenção física e/ou social.

• Análise de projeto, plano ou reprogramação de Trabalho Social:


compreende a análise de instrumentos de planejamento, em
consonância com as diretrizes e premissas do Programa, eixos e macro
ações, metas e resultados, valores de referência, dimensionamento e
qualificação da equipe técnica e prazos de execução. Deve ser realizado
a partir de consulta às orientações normativas vigentes do MDR e da
CAIXA e em outros documentos, tais como os documentos relativos à
proposta – FRE, QCI, RDD, pareceres prévios, dentre outros necessários,
além do SIAPF.

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• Análise de relatório de acompanhamento ou relatório final de Trabalho
Social: contempla a análise do documento elaborado pelo executor, que
deve ocorrer com base no projeto ou no termo de referência aprovado
pela CAIXA, nas informações obtidas durante o desenvolvimento do TS,
por meio dos relatórios anteriores, das visitas e reuniões técnicas com a
equipe do EP/EO/Instituição Parceira e em contato direto com o público
atendido.

• Orientação técnica: compreende as atividades de assistência técnica


para EP/EO/Instituição Parceira no apoio as atividades correlatas ao
Trabalho Social. A emissão de relatório ou parecer objetiva atender
demanda específica, observando as instruções fornecidas pela CAIXA.

3.1.2.3 Consultoria Especializada (Grupo K)

Trata-se de serviços de consultoria especializada, demandados com o objetivo


de apoiar a CAIXA na implementação de ações e/ou na realização de estudos voltados
para a melhoria do processo de elaboração, análise, execução, acompanhamento e
avaliação de PTS, podendo alavancar resultados e produtos, de forma isolada ou
combinada, abrangendo, dentre outros:

• Análise, acompanhamento e avaliação de PTS;

• Participação e orientação na produção de material de apoio: cartilhas,


vídeos, folders e outros instrumentos didáticos e/ou de comunicação;

• Reuniões com equipe técnica multiprofissional para compatibilizar ações


e assegurar a permanente compreensão do processo e reformulação dos
procedimentos, de modo a garantir o alcance dos objetivos propostos;

• Articulação com as instituições públicas e ONG atuantes na área ou que


venham a atuar, objetivando desencadear ações para o desenvolvimento
da comunidade;

• Desenvolvimento de ações de capacitação técnica social;

• Elaboração e análise de pesquisas e estudos qualitativos;

• Emissão de laudo técnico com base em documentos;

• Participação em eventos como palestrante, mediador, entre outros;


• Outras atividades apresentadas pela CAIXA à empresa credenciada;

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3.1.2.4 Elaboração e Execução de Projetos e Planos de Intervenção (GRUPO I)

Trata-se de demanda para elaboração e execução de Projetos, nos programas


de desenvolvimento urbano e rural com previsão de execução do Trabalho Social – TS
pela CAIXA, devendo ser observadas as disposições constantes da legislação em vigor.
Além da previsão legal, constam no Anexo I-D diversas orientações relacionadas
a essa atividade, que merecem leitura atenta, e especial atenção.
No tópico a seguir, tecemos algumas considerações referentes ao Projeto de
Trabalho Social, que servirão de subsídio para todos os grupos de atividade elencados
acima. No caso da execução de Projetos pela EC, em que a responsabilidade pela
execução é transferida à CAIXA, orientamos que a atuação esteja especialmente alinhada
ao conteúdo abaixo.

3.1.2.5 – Avaliação de Impacto (Grupo X)

A prestação de serviços desse grupo de atividades tem o objetivo de apoiar a


CAIXA na elaboração e implementação de Avaliações de Impacto Social, aqui entendida
como aquela que busca determinar uma relação causal entre a intervenção e o impacto
desejado, necessariamente utilizando a estimativa do contrafactual (grupo controle)
para a mensuração, através de metodologias experimentais ou quase-experimentais,
abrangendo:

• Consultoria especializada em Avaliação de Impacto Social;


• Coleta de dados para Avaliação de Impacto Social;

3.2 - Projeto de Trabalho Social: Pontos de Atenção

Já considerando os princípios que entendemos como pilares para a atuação das


credenciadas apresentados na Parte II, buscaremos neste tópico apresentar pontos a
serem considerados nos PTS, relacionados à prática das empresas, na atuação em
serviços de elaboração, acompanhamento, execução e/ou prestação de contas do
Trabalho Social.
Ressaltamos a importância de um trabalho alinhado aos conteúdos abaixo, em
especial quando da elaboração e execução de PTS, considerando que neste serviço a
responsável pela execução do TS é a CAIXA, exigindo especial empenho em qualificar as
ações.

3.2.1 - Etapas do PTS

No PMCMV-FAR, conforme diretrizes da Portaria do MCidades nº 464 /2018, o


PTS contém duas etapas:

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Pré-Contratual: objetiva a elaboração do PTS e o início de sua implementação,
por meio das atividades iniciais de preparação dos beneficiários para a nova realidade
com orientações anteriores à chegada das famílias ao empreendimento.
Essa etapa deve ser iniciada após definição da demanda e estender-se até o
momento de assinatura dos contratos com as famílias e entrega das unidades
habitacionais aos beneficiários;

• Minimamente, a atuação nesta etapa contempla, além da elaboração do


PTS, o acompanhamento do GIPP, reuniões informativas com
orientações contratuais e sobre a vistoria das unidades habitacionais
pelos beneficiários, apoio à vistoria das UH;

• Quando se tratar de condomínio, deve contemplar também as reuniões


iniciais com os potenciais gestores do condomínio.

Atenção:
A assembleia de eleição de síndico e conselho fiscal deve ocorrer imediatamente após a
assinatura dos contratos, visando a implantação e formalização da gestão condominial
(emissão do CNPJ do condomínio) e transferência da titularidade das contas nas
concessionárias, antes da efetiva ocupação dos imóveis. Esta e outras ações previstas
após a assinatura dos contratos e antes da entrega das UH devem constar no
instrumento de planejamento PTS Pré-Contratual.

Pós-Ocupação: objetiva o desenvolvimento de atividades para a integração


territorial, a inclusão social e o desenvolvimento econômico das famílias, em articulação
com as demais políticas públicas setoriais.

• As atividades de pós-ocupação devem ser iniciadas, preferencialmente,


logo após a entrega das Unidades Habitacionais, com duração de, no
mínimo, 12 (doze) meses e, no mínimo, 70% dos recursos disponíveis
para o TS.

Atenção:
A atividade I-501 poderá ser demandada à empresa credenciada para elaboração e
execução de projeto, em qualquer uma das etapas descritas.

A opção metodológica, a escolha das estratégias e das técnicas a serem


utilizadas para implementação do Trabalho Social é de competência da credenciada, que
também será responsável pela qualidade e efetividade do trabalho realizado, em
consonância com a legislação vigente e com as orientações da CAIXA.
O PTS elaborado pela credenciada deverá ser apresentado e aprovado pela
CAIXA, anteriormente ao início da execução, e deverá ser estruturado em eixos

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temáticos, conforme diretrizes do Programa, em consonância com as características,
necessidades e prioridades locais.

3.2.2 - Elaboração de Projeto de Trabalho Social

O Plano deverá ser estruturado conforme as características/necessidades


/prioridades locais, e de acordo com os eixos estabelecidos para o Trabalho Social, na
legislação vigente.
O diagnóstico é a base a partir da qual será elaborado o PTS. Os dados coletados
permitem definição de objetivos prioritários para o Trabalho Social, potenciais
mobilizadores e parceiros na comunidade, interlocutores nos serviços, parceiros externos
e contatos.
A escolha metodológica do projeto é de competência da equipe técnica, que
deverá levar em conta, além dos aspectos técnicos e do tipo de intervenção, as
peculiaridades culturais, sociais, econômicas e ambientais, identificadas a partir da
caracterização da macroárea e estudo socioeconômico das famílias beneficiadas.
As propostas devem basear-se em potencialidades verificadas no território,
sonhos/projetos relatados e iniciativas já em curso (ainda que incipientes) para, a partir
disso, articular instrumentos técnicos, ideias, experiências e parceiros na elaboração e
consecução de atividades.
O PTS deve ser consolidado em documento, que a critério da CAIXA, pode se
transformar em uma publicação.
Para fins didáticos, apresentamos abaixo alguns passos importantes na
construção do PTS:

Passos Para Elaboração PTS:


1º Passo: Diagnóstico;
2º Passo: Estabelecer Objetivos e Metas;
3º Passo: Estabelecer Indicadores de Resultados;
4º Passo: Definir a Metodologia;
5º Passo: Estabelecer Instrumentos de Acompanhamento e Avaliação;
6º Passo: Definir Cronograma de Execução;
7º Passo: Levantar Custos - Orçamento;
8º Passo: Elaborar Cronograma Físico-Financeiro;
(durante a execução do Trabalho Social)
9º Passo: Executar as atividades/Elaborar relatórios e prestar contas;
10º Passo: Avaliar as atividades e conferir a evolução dos indicadores conforme alcance
dos objetivos do projeto;
12ª Passo: Retroalimentar o PTS, ajustando metodologias e atividades, se necessário,
com feedback aos envolvidos;
13º Passo: Elaborar os relatórios parciais e final.

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3.2.2.1. Conteúdo Mínimo do PTS

O conteúdo mínimo a ser apresentado no PTS deve ser:

• Características gerais da área de intervenção: número de famílias,


tipologia das unidades habitacionais, síntese do Diagnóstico das Famílias
beneficiárias e do diagnóstico da Macroárea;

• Objetivos: definidos com base no diagnóstico, nas articulações


intersetoriais e na mobilização/fortalecimento da comunidade, com
metas de curto, médio e longo prazo;

• Ações e estratégias de execução: definidas a partir do diagnóstico,


descrevendo as atividades, a metodologia, as técnicas e os instrumentos
a serem utilizados, com base no conteúdo descrito nos eixos
estruturantes do TS e nos dados coletados. Na definição da estratégia
intersetorial deverão constar os atores/parceiros a serem mobilizados
para cada ação prevista, e as responsabilidades pactuadas com cada
parceiro.

• Estrutura/arranjos de gestão do Projeto: com definição da forma e


responsáveis pelo monitoramento das ações, dos compromissos
assumidos, avaliando constantemente o projeto. Nessa estrutura de
gestão compartilhada, destacamos a obrigatoriedade de dois grupos
previstos na legislação, além de outros: Grupo Institucional do Poder
Público - GIPP, constituído por representantes de órgãos responsáveis
por políticas locais; Grupo de Governança Local - GGL, composto por
beneficiários, grupos e lideranças, para acompanhamento das
intervenções do TS e interlocução, negociação, e articulações junto aos
atores envolvidos. Ambos devem voltar-se ao desenvolvimento local
sustentável, com apoio constante da equipe técnica do TS.

• Cronograma físico-financeiro, devidamente justificado com base nos


diagnósticos realizados e no planejamento do trabalho de campo, desde
que mantido o equilíbrio metodológico e financeiro da execução.

• Monitoramento e avaliação: deve explicitar os mecanismos que serão


utilizados para monitorar e avaliar as ações do PS, considerando os
objetivos de curto, médio e longo prazo, assim como os arranjos de
gestão definidos. Devem ser explicitadas metas, indicadores e
metodologia de monitoramento, de forma que a contratada tenha
parâmetros de aferição mínimos de qualidade a serem atingidos na
execução das ações.
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• Avaliação de impactos e resultados: deverão ser definidos instrumentos
de acompanhamento e monitoramento e de gestão de qualidade da
execução do PTS, com estabelecimento de metodologia, metas
quantitativas e qualitativas mínimas que devem ser garantidas, bem
como indicadores de avaliação, utilizados como parâmetros para
avaliação do trabalho e liberação dos recursos.

3.2.2.2 - Planejamento

O planejamento é um instrumento fundamental, em todas as etapas do projeto,


e tem por objetivo analisar constantemente as informações coletadas, vislumbrar acertos
e ajustes a serem realizados para que se viabilize o alcance dos objetivos propostos.
O processo de elaboração do PTS deve ser participativo, sistematizando as
contribuições e perspectivas apresentadas – e deve ser apresentado aos envolvidos, para
validação. Devem ser utilizadas metodologias de planejamento e pesquisa participativas
- grupos temáticos, grupos focais, entre outras - que integrem os atores locais e permitam
extrair destes as visões, perspectivas, anseios etc.
Tais atividades devem ser planejadas de forma encadeada e sequencial, de
modo a permitir a construção coletiva do PTS. Primando pelo caráter técnico do trabalho,
o planejamento deve utilizar metodologia apropriada, como por exemplo o método
5W2H (O que, como, quem, quando, onde, por que), “ZOOP – Planejamento de projetos
orientado por objetivos” (que estrutura ações a partir da identificação de um problema
principal na “árvore de problemas”), ou similares.

3.2.2.3 - Diagnósticos integrados

Elaborados por meio de dados e informações obtidos junto às diversas


instituições e organizações atuantes no território. Devem abranger os aspectos sociais,
econômicos, institucionais, ambientais, culturais e políticos presentes na realidade
diagnosticada. Para tanto, considera-se vários métodos e técnicas – entrevistas,
enquetes, grupos focais, observação participante, coleta e análise de dados, informações
de fontes secundárias etc.

Atenção:
Importante observar o caráter da integração na elaboração do diagnóstico, pois os
dados não devem ser apresentados individualmente.

Devem ser comparadas e consideradas as diversidades existentes, bem como as


forças positivas e negativas, as oportunidades e ameaças presentes na realidade
diagnosticada.

Página 35
• Os diagnósticos têm também caráter pedagógico, na medida em que, ao
contemplarem as dinâmicas participativas, se configuram em uma
oportunidade da população se conhecer, perceber suas potencialidades
e habilidades a desenvolver, contribuindo com o processo de
desenvolvimento local;

• Importante, na definição de como elaborar o diagnóstico e quais


informações devem ser coletadas, considerar a eficiência no gasto dos
recursos, considerando que o principal objetivo do diagnóstico, no PTS,
é sistematizar informações significativas para a definição das prioridades
e ações projeto;

Para elaboração do PTS, apresentaremos neste documento o diagnóstico em


dois “aspectos” - diagnóstico da macroárea e diagnóstico do local (contemplando a
caracterização das famílias). Porém trata-se de uma divisão meramente didática,
considerando que ambos devem ser integrados, e são igualmente importantes para
conhecer o território.
No processo de diagnóstico, a interação com os técnicos do ente público, dos
equipamentos públicos do território, do GIPP e outras instituições também são
momentos ricos para fortalecer os vínculos e identificar objetivos/interesses em comum.
O diagnóstico utilizado no PTS deverá, portanto, articular os dois aspectos:
diagnóstico da macroárea e diagnóstico do local (contemplando a caracterização das
famílias) no sentido de possibilitar, com base nos dados levantados/mapeados, a
identificação clara de:

A) Quais questões deverão ser encaminhadas/priorizadas pela ação pública,


principalmente através da articulação intersetorial, considerando os pontos (positivos e
negativos) que foram identificados nos diagnósticos das famílias, acesso às políticas e
programas, atendimento e uso dos moradores por esses serviços;

B) Quais questões deverão ser priorizadas pelo Trabalho Social considerando


seus eixos de atuação;

C) Quais parcerias poderão ser estabelecidas com as organizações/entidades


sociais, comunitárias e culturais atuantes no território/município.

A- Diagnóstico da macroárea

Abordamos o conceito de diagnóstico integrado do território. Para se conhecer


esse espaço, na etapa de planejamento é necessário delimitá-lo. Essa delimitação iremos
chamar de “macroárea”.

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“A macroárea é uma região relativamente homogênea (...), que inclui uma ou
mais áreas de intervenção física próximas e seu entorno, com o qual tal(ais) área(s) de
intervenção interagem para acesso a serviços e equipamentos públicos, ao mercado de
trabalho e a organizações sociais (comunitárias, ONGs e movimentos sociais)”. Manual
temático AVS/MCidades Trabalho Social em Programas e Projetos de Trabalho Social,
2013, vol. 1, p. 9.
O objetivo principal do diagnóstico da macroárea, para além de auxiliar na
apreensão da dinâmica do território, é verificar e mapear as potencialidades e
estabelecer articulações que possibilitem vislumbrar soluções viáveis e sustentáveis a
curto, médio e longo prazos, no atendimento às necessidades dos beneficiários dos
Programas.
O conteúdo a ser apresentado no Diagnóstico da macroárea deve contribuir
para uma melhor apropriação, pela equipe, do território. Poderá contemplar, por
exemplo:

• Identificação dos Limites da Macroárea (representação cartográfica e


justificada a partir de argumentos baseados nas pesquisas realizadas,
quando for o caso);

• Forma, tempo e histórico de ocupação;

• Características Demográficas;

• Características econômico-produtivas;

• Identificação/localização geográfica dos serviços públicos e


equipamentos comunitários, levantados a partir da
atualização/complementação do Relatório de Diagnóstico de Demanda
por Equipamentos e Serviços Públicos Urbanos, a saber:

➢ Identificação em mapa/documento cartográfico, com escala e


raio (mínimo de 3,0 Km) em torno do empreendimento dos
equipamentos e serviços existentes ou previstos: educação,
saúde, assistência social, segurança, cultura, lazer, sistema de
mobilidade e transporte, comércio e serviços de caráter local;
➢ Caracterização dos serviços e equipamentos públicos e
respectivas capacidades de atendimento;
➢ Infraestrutura pré-existente (abastecimento de água, luz, coleta
de lixo, pavimentação);
➢ Uso e ocupação do solo e fatores de insalubridade (zoneamento
industrial, existência de lixões, aterros, fábricas, poluentes etc.);
➢ Identificação e localização de outros empreendimentos
habitacionais;
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• Áreas de vulnerabilidade e risco social;

• Projetos, programas e políticas públicas existentes e previstas,


incidentes na região;

• Identificação e caracterização das organizações sociais e


comunitárias atuantes;

• Vocações produtivas identificadas no território;

• Demandas do mercado de trabalho, potencialidades econômicas e


culturais;

• Principais problemas da localidade em todas as áreas (social,


econômica, cultural, ambiental, físico-territorial e político-
institucional);

• Potencialidades locais, ou seja, as vocações e as vantagens da


localidade em relação a outros lugares;

• Potencialidades que devem ser dinamizadas para que a localidade,


ou grupo, possa superar os problemas identificados e atingir o
desenvolvimento sustentável e autônomo.

As informações levantadas precisam ser qualificadas (quais os serviços


prestados; o público a que se destina – faixa etária, gênero, escolaridade, outros;
capacidade de atendimento/vagas disponíveis; abrangência - região que atende;
endereço, responsável e contato; funcionamento - dias e horários; distância do
empreendimento), uma vez que as informações da macroárea servirão de base para a
construção do diagnóstico e do PTS, inclusive no mapeamento da rede de referência que
norteará a ação da equipe, nos encaminhamentos aos serviços, e no estabelecimento de
parcerias.
Abaixo, segue exemplo de matriz de informações, elaborada para subsidiar
construção de diagnóstico de macroárea, apresentada no Manual temático
AVS/MCidades Trabalho Social em Programas e Projetos de Trabalho Social, 2013, vol. 1
“Conhecimento e Planejamento Integrados”.
Esclarecemos que o objetivo é de fornecer uma referência sobre dados
relevantes a serem coletados no diagnóstico. Vale ressaltar que não se trata de modelo
obrigatório.

Página 38
Página 39
Fonte: Manual temático AVS/MCidades Trabalho Social em Programas e Projetos de Trabalho Social, 2013,
vol. 1 “Conhecimento e Planejamento Integrados”. (pág. 22)

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B - Diagnóstico local

Tão importante quanto conhecer o território, seus equipamentos e serviços, é


conhecer as famílias às quais o PTS se destina.
O levantamento de informações sobre as famílias pode incluir, a depender do
tempo de ocupação do território, os dados socioeconômicos extraídos do cadastro de
seleção da demanda, já existente, ou outros documentos porventura disponíveis.
Caso a equipe opte por realizar levantamento de dados censitários, sugerimos
que ocorra previamente à ocupação dos imóveis, ou imediatamente após a ocupação de
maneira a promover a aproximação com a comunidade, e evitar a associação da pesquisa
a instrumento de “fiscalização”.
Para a realização do diagnóstico das famílias, devem ser utilizadas metodologias
participativas e, caso identificada a necessidade, complementado com pesquisa
amostral. É fundamental o contato com os indivíduos que mobilizam iniciativas na
comunidade, pessoas de referência e indivíduos com potencial de engajamento. A
interação permite checar informações prévias, e investigar a viabilidade de propostas de
ações.
Na abordagem inicial junto aos moradores, o técnico visitante deve buscar
conhecer a história e potencial de cada interlocutor. Perguntas sobre o que há de belezas
no lugar estimulam a valorização do território e do grupo, e a idealização de projetos. São
válidas perguntas sobre o que o interlocutor mais gosta no lugar, quem são as pessoas
que fazem coisas boas e, muito importante: quais os projetos individuais e coletivos para
o território.

Para a caracterização das famílias, devem ser observados, dentre outros


aspectos:

• Composição familiar: responsáveis pelos domicílios por gênero, número


de moradores por domicílio (média), e demais informações sobre
composição familiar;

• Características dos moradores por: quantidade, faixa etária, gênero,


pessoas com deficiências/doenças crônicas;

• Escolaridade dos membros da família, situação ocupacional, profissão,


mapeamento de potencialidades e vocações produtivas;

• Comprometimento médio mensal da renda familiar com o pagamento


dos encargos com a moradia (impostos, taxas, financiamento
habitacional, etc.).

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Outros dados, mais qualitativos, incluem:

• Mapeamento das prioridades, segundo a comunidade, em relação a


direitos sociais e serviços públicos;

• Inserção nos serviços públicos locais;

• Principais problemas da localidade em todas as áreas (social, econômica,


cultural, ambiental, físico-territorial e político-institucional);

• Potencialidades locais, ou seja, as vocações e as vantagens da localidade


em relação a outros lugares;

• Potencialidades que devem ser dinamizadas para que a localidade, ou


grupo, possa superar os problemas identificados e atingir o
desenvolvimento sustentável e autônomo;

• Demandas que dificultem a fixação das famílias no território e a


sustentabilidade da política implementada;

Atenção:
No caso de condomínios, importante fazer o levantamento da situação dos
condomínios, considerando que o apoio à gestão condominial é um dos eixos de atuação
do TS. Importante coletar dados sobre a formalização, composição/regularidade do
corpo gestor, acervo documental, funcionários, conservação/manutenção/limpeza,
melhorias e benfeitorias, taxa condominial, dívidas (concessionárias, funcionários,
outros), realização de assembleias/prestação de contas, cumprimento das regras
condominiais, participação dos moradores nas decisões do condomínio e outras.

C - Apresentação dos Resultados: Diagnóstico Integrado

Para concluir o diagnóstico, é necessária a análise e cruzamento das informações


obtidas por dados primários e secundários, no território e com as famílias.
Considerando que o Trabalho Social tem atuação em aspectos relacionados à
mobilização, organização e fortalecimento social; educação ambiental e patrimonial;
desenvolvimento socioeconômico, e, nos casos de condomínios, assessoria à gestão
condominial, todos esses eixos deverão estar contemplados no diagnóstico, não
necessariamente com igual ênfase, a depender da realidade local.
O diagnóstico permite o “retrato” das famílias e do território, indicando as
prioridades de ação do PTS. Elaborado o diagnóstico, é importante apresentá-lo aos
atores envolvidos no projeto, de forma a realizar troca/feedback com os participantes,
verificar/apontar se existe necessidade de aprofundamento de questões relevantes para
a definição das ações propostas, e também validar o diagnóstico.

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No caso do eixo desenvolvimento socioeconômico, por exemplo, é importante
debater aspectos do diagnóstico relacionados às potencialidades e interesses das
famílias, suas correlações com a macroárea; forças e fraquezas existentes;
potencialidades do mercado de trabalho; identificação das características econômicas e
socioculturais do território, mas também na rede instalada, na capacidade de estabelecer
parcerias com os diversos segmentos: públicos e privados.
O TS deve buscar ampliar o leque de ofertas e possibilidades, procurando
atender aos anseios de vários segmentos da população, passando pela elevação da
escolaridade, capacitação profissional, apoio aos empreendimentos individuais, fomento
e apoio aos empreendimentos solidários, entre outros.
A finalização do diagnóstico possibilitará, também, vislumbrar o fluxo para
encaminhamentos relacionados, dentre outros, a pessoas em situação de vulnerabilidade
social, violência doméstica, negligência, necessidades especiais, bem como direcionar
questões mais amplas ao GIPP (em especial demandas relacionadas a serviços públicos)
e GGL. E, ainda, vislumbrar possíveis articulações e parcerias para atividades ou projetos
mais amplos.

3.2.2.4 - Articulação de Parcerias: ampliando possibilidades de ação

As demandas identificadas no território podem implicar na necessidade de


novas articulações, as quais sugerimos que sejam formalizadas através da assinatura de
termos de compromissos ou cooperação com os parceiros, sempre que possível.
No caso das parcerias, desde já é importante frisar que as ações que constam
no cronograma de execução do Projeto são de responsabilidade da equipe executora do
TS, mesmo quando realizadas em articulação com outras instituições.
Entendemos que o estabelecimento e formalização de parcerias envolvendo
Poder Público e sociedade civil deve ser objetivo do PTS, tendo como principal objetivo
promover a articulação das políticas sociais e contribuir com a continuidade das ações.
As ações de responsabilidade do Trabalho Social, a serem realizadas ainda em
vigência contratual, utilizando dotação orçamentária do Projeto, devem ser diferenciadas
das demais, realizadas por órgãos públicos, parceiros privados, e/ou organizações sociais
locais – o que não impede que exista atuação conjunta.
O PTS pode contribuir, também, para a articulação dos beneficiários com redes,
associações, movimentos sociais e conselhos que atuam em territórios diferentes ou mais
amplos, buscando fomentar iniciativas mais abrangentes de democratização e de
participação.

3.2.2.5 - Diretrizes para elaboração das atividades do PTS

Definidas as prioridades, a equipe deverá propor o cronograma de atividades do


PTS. O projeto deve ser elaborado “por atividade”, com vistas a possibilitar maior clareza,
tanto na elaboração do orçamento, quanto no acompanhamento da execução.,

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A cada atividade, a credenciada deve elaborar objetivos SMART (específicos,
mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporalmente definidos), programar as
estratégias, instrumentos e técnicas que serão utilizadas para o alcance dos objetivos,
bem como as estratégias para averiguar se os objetivos foram atingidos.
Importante lembrar que os objetivos das atividades devem estar associados aos
objetivos gerais do PTS.
Para cada atividade, devem ser informados, também, os insumos necessários,
metodologia sugerida, meta de participantes, forma de avaliação qualitativa da ação e
responsáveis, compartilhando ao máximo responsabilidades com os beneficiários
(mobilização, organização do espaço, preparo do lanche, etc.).
O quadro abaixo, adaptado do modelo de plano de ação 5W1H (o que, por que,
onde, como, quem, quando), pode ser utilizado para apresentar as informações
relacionadas a cada uma das atividades propostas.

1- Nome da Atividade
Nome sucinto que identifica a atividade no projeto
2- Justificativa
Qual dado da realidade embasou a proposta
3- Objetivo
Os objetivos devem descrever as situações/resultados que se pretendem
alcançar/construir.
Eles devem ser: 1) Específicos; 2) Mensuráveis; 3) Alcançáveis; 4) Relevantes
e 6) Definidos no tempo. (objetivos SMART)
4- Metodologia
4.1 Mobilização
Forma de divulgação/convite para a atividade e de seleção dos
participantes;
4.2. Conteúdos
Temas, informações e dados a serem trabalhados.
4.3. Execução
Quantidade de encontros e duração;
Técnicas de condução, formatos, instrumentos, materiais, dinâmicas, etc.
4.4 Avaliação
Estratégias, técnicas e instrumentos para mensurar o grau de alcance dos
objetivos propostos, considerando as características dos participantes e
recursos disponíveis. Articulam-se ao processo contínuo de auto-avaliação
da equipe, lançando mão, inclusive de feedback dos participantes, a respeito
de todas as etapas da ação: mobilização, horário da atividade, acolhida, local,
duração, condução e outros.
5- Quando e Onde?
Datas e horários previstos dos encontros, locais físicos e virtuais.
6- Participantes
6.1 Público alvo

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Quantidade e características dos participantes. Considerar como público
alvo tanto os colaboradores (agentes ativos) como os participantes (agentes
passivos) da atividade.
6.2 Equipe
Quantidade e atribuição dos membros da equipe.
7- Recursos necessários
Elencar recursos humanos, materiais e de terceiros, indicando a quantidade,
custo unitário e custos totais "por atividade".
8- Custos da atividade
Custo de cada um dos insumos, e custo global da atividade.
9- Registro das Atividades
Formas de registro das atividades, de maneira a possibilitar construção do
relatório de acompanhamento, prestação de contas, e avaliação das ações
pela equipe.

3.2.2.6 - Proposta Orçamentária

No projeto, as atividades deverão estar organizadas em cronograma de


atividades e, também, no cronograma físico-financeiro.
A apresentação dos custos das atividades deverá atender às orientações da
CAIXA, que disponibiliza modelo de planilha orçamentária, de uso obrigatório, cabendo à
área demandante efetuar as orientações quanto ao seu uso.
Não é permitida qualquer alteração na referida planilha, tais como alteração de
fórmulas, desabilitação de macro ou divisão de suas tabelas. Após elaboração do
orçamento, ele deve ser apresentado à CAIXA assinado pelo RT e, ainda, em arquivo
digital.
Considerando a diretriz de elaboração do PTS “por atividade”, para efetividade
do modelo, os produtos devem ser específicos e ter seus insumos discriminados.
Imprecisões na elaboração do orçamento resultam em inconsistências no cronograma
físico-financeiro, prejudicando o acompanhamento/pagamento das atividades.

3.2.2.7 - Elaboração do orçamento do projeto

A CAIXA busca promover processos com alto nível de transparência, e para


alcançar esse objetivo, o orçamento tem uma missão importante, pois é onde estão
reproduzidos os custos necessários para que a empresa credenciada alcance os objetivos
propostos no PTS.
Para a definição do orçamento, é necessário detalhamento de todas as
atividades e produtos, quando do planejamento do projeto.
No planejamento, a credenciada já terá especificado e quantificado todos os
insumos necessários para a mobilização, logística e infraestrutura de cada atividade
(recursos humanos, custos com materiais impressos, projeção, equipamentos, e demais
itens que se façam necessários).

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As orientações quanto à elaboração do orçamento do projeto estão detalhadas
nos anexos I-D do edital de credenciamento, e anexo VII.
Na composição do projeto, o planejamento das atividades e orçamento da
proposta deve primar pela qualidade, economicidade e eficiência. Assim, ressaltamos os
seguintes pontos:

• Para execução do projeto, é necessário definir o responsável técnico e


equipe de campo mínima, suficiente para a execução das atividades;

• Custos administrativos do projeto, tais como cotação/compra de


insumos, gestão da equipe e gerenciamento do projeto são custos
inerentes a despesas indiretas do PTS;

• Deve-se primar pela articulação com parceiros locais, que não devem ser
remunerados pelo projeto, uma vez que o objetivo de tal articulação é
viabilizar ações de médio e longo prazos no território;

• O projeto pode incentivar e financiar a


organização/legalização/consolidação de novas estruturas organizativas
locais, atentando que estas devem ser democráticas, e terem objetivos
que contribuam com os objetivos do Trabalho Social, em detrimento de
interesses pessoais;

• Deve-se incentivar a produção local de insumos para o projeto. A


credenciada pode, por exemplo, fornecer insumos para que os próprios
moradores produzam os lanches das atividades;

• A especificação técnica dos insumos deve ser detalhada, independente


do custo do insumo. Citamos por exemplo o insumo “CAIXA de lápis de
cor”, que pode ser encontrado no mercado nas mais diversas
especificações, com preços que variam conforme as especificações, de
R$1,00 a R$200,00. Sem a especificação detalhada, a CAIXA não tem
como verificar a cotação do item;

• Não será aceita a apresentação de insumos como “verba”, sem que


possamos identificar a sua composição;

• As cotações devem ser realizadas no mercado local, uma vez que são
insumos que precisarão ser efetivamente contratados/comprados pela
empresa;

• Nos projetos, o valor da hora técnica deve considerar os encargos, de


maneira que o orçamento do projeto seja viável;
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• Deverão ser priorizados insumos de serviços, não sendo aconselhável
prever a aquisição de insumos para equipamentos da própria empresa
(ex. Cartucho ou toner de impressora, papel hectográfico - para
mimeógrafo, lâmpadas para datashow, etc), considerando a dificuldade
da empresa e da CAIXA dimensionarem a quantidade necessária para o
projeto;

• A credenciada deverá manter em arquivo toda a documentação que


embasou a elaboração da proposta orçamentária, bem como os
comprovantes fiscais de compra, podendo essa documentação ser
solicitada a qualquer tempo pela CAIXA.

O que pode?

• Orçamento por produto: com custo orçado a partir de cronograma de


atividades do PTS;

• Orçamento detalhado, com apresentação da descrição/especificação


técnica detalhada de cada insumo;

• Inserir no orçamento despesas indiretas, que podem chegar a até 25%


do valor do Projeto (percentual que é menor quando tratar-se de
execução direta pelo EP);

• Contratação de consultoria e/ou serviços técnicos especializados para


execução de atividades específicas em suporte a equipe permanente;

• Alocação de infraestrutura para capacitação, envolvendo oficinas


educativas, seminários e outras ações;

• Elaboração e produção de materiais de divulgação ou didáticos;

• Contratação de apoio logístico, especificamente para a realização das


atividades (transporte; telefonia; internet);

• Locação de equipamentos para realização de eventos e atividades


específicas;

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• Materiais de consumo necessários à execução do TS.

O que não pode?

• Orçamento mensal de profissionais: a equipe deve ser alocada com a


carga horária compatível com cada produto (custo/hora trabalhada), não
sendo aceito previsão de pagamento de salários, por exemplo;

• Previsão de insumo com quantitativo denominado “verba”, sem


destinação definida;

• Orçamento de atividade sem memória de cálculo apresentando valor e


quantidade dos insumos da atividade;

• A aquisição de materiais permanentes como computadores,


impressoras, datashow, equipamento de filmagem e de fotografia e
compra de insumos e acessórios para esses equipamentos – que só é
permitida quando o TS é executado de maneira direta pelo EP, e com a
devida justificativa e aprovação prévia da CAIXA;

• Compra de materiais permanentes para dar funcionalidade a


equipamentos públicos;

• Manutenção e/ou compra de veículos, inclusive por meio de leasing;

• Compra de prêmios que não apresentem relação pedagógica com as


atividades;

• Compra de brindes para divulgação de ações do Trabalho Social;

• Previsão de custos que devem ser contemplados em outras rubricas. Ex.


Custo administrativo da empresa, custo de alimentação de equipe fixa
(que é contemplada no custo do profissional conforme CLT).
3.2.3 - Desenvolvimento do PTS

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A execução do PTS é um desafio, considerando que o território é dinâmico e
complexo, e impulsionar do desenvolvimento local não é tarefa fácil. Exige constante
avaliação por parte da equipe e dos envolvidos, articulação com parceiros, mobilização,
e tantas outras ações. Sem pretensão de dar conta de todos os aspectos, apresentamos
abaixo algumas contribuições, em complemento a outros pontos já abordados na parte
II do Caderno.

3.2.3.1 - Acompanhamento das Famílias/Plantão Social

No planejamento das atividades, é importante prever espaços ou canais de


atendimento e orientação aos beneficiários, com a possibilidade de conversas
particulares, e que esses espaços sejam de conhecimento dos beneficiários, com seus
locais, números de contato, endereços eletrônicos e horários divulgados. O atendimento,
inclusive, pode ocorrer antes ou após as atividades, com destinação de carga horária
prévia, otimizando tempo e recursos.
A equipe deverá ter, no seu planejamento, definição de profissionais e carga
horária desse atendimento, cuja intensidade pode ser variável ao longo do projeto.
Antes da mudança para o empreendimento, e imediatamente após a ocupação
do novo território, poderá ser instalado plantão social destinado unicamente ao
atendimento aos beneficiários, em horário adequado à disponibilidade dos moradores,
com prévia divulgação dos horários.
Cabe à equipe, ao elaborar o PTS, avaliar a necessidade de instalação e
manutenção de plantão social para atendimento às famílias, como atividade desvinculada
das demais atividades do Projeto.
Um dos desafios do Trabalho Social é a articulação de políticas, e acesso dos
beneficiários a direitos e serviços. A atuação da equipe plantonista deverá ser de
orientação e encaminhamento a serviços e políticas já existentes, inclusive as tarifas
sociais, evitando comportamentos assistencialistas e paternalistas, buscando fomentar a
autonomia dos beneficiários atendidos.
A equipe deve esclarecer sobre as atribuições e responsabilidades dos atores
envolvidos (Ente Público, CAIXA, beneficiários, construtora) em relação às demandas
apresentadas, promovendo a articulação e interlocução com as instituições/parceiros e
o encaminhamento, acompanhamento e avaliação continuada junto aos beneficiários,
em parceria com o GGL e outras nucleações existentes.
Ressaltamos que o plantão deve configurar-se também como ferramenta para:
mobilização/interlocução com os moradores e participação; repasse, multiplicação e
reforço das informações; execução e encadeamento das ações, e avaliação da efetividade
do PTS.

O atendimento às famílias deve seguir um fluxo mínimo de trabalho:

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1) Recebimento da demanda;

2) Orientação ao beneficiário acerca do encaminhamento adequado para solução


da demanda;

3) Acompanhamento do beneficiário até que seja viabilizado seu atendimento;

4) Conclusão da demanda e avaliação.

A equipe deverá registrar o dia e hora de atendimento, a demanda, o


encaminhamento e o resultado do acompanhamento, para envio de relatório à CAIXA.
Eventuais denúncias ou reclamações recebidas pelo Plantão e que necessitem
de providências por parte do Poder Público, deverão ser encaminhadas ao Responsável
Técnico da (o) Contratante para providências.

3.2.3.2 - Metas e indicadores

As metas e indicadores estabelecidos quando da elaboração do PTS são úteis


para o trabalho de monitoramento e avaliação do Trabalho Social, ao longo do projeto.
Objetivos estabelecidos com clareza e legitimidade são fundamentais para o êxito de
qualquer projeto, pois são eles que orientam o planejamento, a execução e a avaliação
das ações.
Um objetivo bem formulado deve ser expresso em linguagem precisa e concisa.
Para cada objetivo deverão constar indicadores, que são meios de verificação
estabelecidos a partir dos objetivos e metas, que visam demonstrar evolução, avanço e
desenvolvimento em relação aos resultados esperados, conforme exemplo abaixo:

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL METAS
ESPECÍFICOS INDICADORES
(iniciado por verbos (Enunciadas através de
(Iniciados por verbos no (Exemplos)
no infinitivo) substantivos)
infinitivo)
• % de pessoas
capacitadas;
Capacitação de x
Capacitar... • Taxa de
pessoas em...
Fomentar a ocupação entre os
inclusão produtiva capacitados;
dos responsáveis • Número de
pelas famílias produtores
beneficiadas Constituir Formalização de uma associados;
cooperativa de... cooperativa de... • % incremento de
renda familiar dos
associados;

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Conforme ilustrado no quadro acima, os indicadores buscam medir como e o
quanto cada um dos objetivos e metas propostos foram alcançados. São, portanto,
imprescindíveis para uma avaliação mais qualificada de resultados.

Os indicadores podem ser:

QUANTITATIVOS: apoiados em métodos estatísticos e visam medir resultados


por meio da coleta de informações numéricas que podem ser obtidos tanto através do
levantamento em fontes secundárias junto a órgãos oficiais como IBGE, Secretarias de
Estados, Prefeituras Municipais, entre outros, ou em fontes primárias, onde são
levantados dados com a realização de cadastramentos, pesquisas de opinião etc.

QUALITATIVOS: centrados na análise dos processos sociais e dos atores sociais


envolvidos, os quais imprimem direção e dinâmica às ações desenvolvidas, utilizando
como fontes observações em campo, entrevistas, grupos focais, entre outros.

Cada projeto deve estabelecer seus indicadores quantitativos e qualitativos, os


quais necessariamente devem estar relacionados aos objetivos e metas estabelecidas.
Para cada indicador, devem ser informadas as fontes de dados e a metodologia aplicada.
Tais fontes podem ser primárias (internas ao projeto) ou secundárias (externas ao
projeto).

Os indicadores devem:

• Ser confiáveis: diferentes avaliadores devem obter o mesmo resultado


ao medir o mesmo projeto com os indicadores propostos;

• Ser válidos: Medir precisamente aquilo que se deseja medir;

• Medir mudanças específicas, que possam ser atribuídas ao projeto e não


a outras variáveis;

• Explicar-se de forma clara e precisa;

• Apresentar uma forma independente para cada objetivo e fase do


projeto.

3.2.3.3 - Reprogramação do PTS

Este recurso pode ser utilizado caso as ações previstas não estejam alcançando
os resultados esperados, caso alguma atividade não possa ser realizada e tenha que ser
substituída, ou em caso de necessidade de adaptação no projeto.

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A reprogramação deve ser apresentada, com a devida justificativa e em
formulário próprio. Deve ser apresentada com antecedência à implementação, para que
haja tempo hábil para análise. Somente após aprovação da CAIXA, as alterações e ajustes
poderão ser concretizados.

3.2.3.4 - Ferramentas tecnológicas

Ao elaborar o Projeto e as atividades, deve-se considerar a adoção de recursos


e ferramentas tecnológicas para expandir o alcance das ações para mais pessoas, para
otimizar o gasto de recursos e alcançar melhores resultados.
Recursos digitais, como redes sociais, páginas na internet, material audiovisual
produzido, e outros, devem ser considerados para a mobilização, para produção e
divulgação de conteúdo, para monitoramento e avaliação do projeto.
Recursos tecnológicos também podem ser empregados para consecução de
ações informativas e de capacitação. Cursos online gratuitos ou pagos (EDX, UDEMY,
SEBRAE, cursos FGV, etc), cursos digitais elaborados especificamente para o projeto, ou
ainda recursos pedagógicos digitais, podem ser empregados como forma de otimização
de recursos e incremento de qualidade nas ações, em articulação com ações presenciais.
Instrumentos de avaliação das atividades pelos participantes e instrumentos
para avaliação do desempenho dos participantes nas atividades podem ser digitais. Pode-
se, por exemplo, substituir o uso do papel em avaliações por formulários salvos em
nuvem. Exemplos de ferramentas de quiz e feedback: www.kahoot.com,
www.quizizz.com, www.mentimeter.com .
Sem desconsiderar eventuais dificuldades de acesso à internet pelos
beneficiários, entende-se que ao facilitar o acesso à rede e promover o apoio e incentivo
ao uso de tecnologias digitais, o Trabalho Social contribui para que a comunidade se
aproprie dessas tecnologias num movimento de compartilhamento de conhecimentos.
No monitoramento do projeto, a equipe deve considerar fazer uso de
ferramentas tecnológicas que permitam o acompanhamento e o gerenciamento das
ações do projeto, com cadastro das ações e eixos do projeto, com registro de seus
objetivos, metodologias, recursos, horários, etc. E deverão prever a possibilidade de
inclusão dos resultados das ações, para emissão de relatórios analíticos que permitam
melhor acompanhamento do projeto.

3.2.4 - Prestação de contas do Trabalho Social

Assim como qualquer gestor de contrato, a CAIXA não tem como acompanhar
presencialmente todas as atividades realizadas pelas credenciadas ou entes públicos, daí
a importância da elaboração de um material qualificado que comprove a execução das
atividades propostas, e permita acompanhar e avaliar o trabalho realizado.
O acompanhamento do Trabalho Social ocorre, principalmente, através da
análise de relatórios mensais e, ao final do projeto, relatório final, acompanhados de

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documentação comprobatória da execução, condição para pagamento do serviço
demandado.

Relatório Mensal de Acompanhamento: documento que apresenta as atividades


desenvolvidas no período, justificando também as atividades previstas e não realizadas.
São um instrumento de medição das ações e atividades executadas, a ser elaborado pela
empresa, e entregue como previsto no edital de credenciamento.
No relatório, a equipe apresenta sua percepção acerca do desenvolvimento e
evolução do Trabalho Social, tomando como referência os objetivos propostos. Também
deve ser apresentada a avaliação da comunidade sobre as ações desenvolvidas.
Devem constar no documento os principais resultados obtidos no período,
aspectos facilitadores e dificultadores, bem como as providências necessárias para a
melhoria do TS.

Relatório Final: deverá ser entregue após a execução dos serviços,


condicionando ao pagamento da última fatura, conforme modelo a ser disponibilizado
pela contratante.
No relatório final deverá constar o resultado da pesquisa de
satisfação/insatisfação a ser realizada junto aos beneficiários, e a avaliação global do
trabalho realizado.

3.2.4.1 - Elaboração de Relatório de Acompanhamento das Atividades do


Trabalho Social

O relatório de acompanhamento deve ser elaborado de forma a permitir, ao


máximo, a apreensão do processo de execução.
A rotina de trabalho deve incluir o registro detalhado das atividades pelos
profissionais, preferencialmente com registro imediato das ações por parte dos técnicos,
a fim de evitar a perda de informações que possam contribuir para a avaliação do
trabalho. Recomendamos uso de diário de campo (físico ou digital).
Em que pese não termos restrição a sugestões, os Relatórios de
Acompanhamento das Atividades devem conter algumas informações mínimas,
conforme apresentado abaixo:

Identificação do Projeto

A CAIXA acompanha diversos projetos de forma simultânea, portanto no


relatório devem constar informações básicas, que o diferencie dos demais, tais como:

• Número do contrato de credenciamento;

• Número da Ordem de Serviço;

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• Número de contato (APF) e nome do empreendimento, e município;

• Número de unidades habitacionais;

• Nome da empresa, CNPJ, nome dos responsáveis técnico e legal e dados


de contato.

Sumário das atividades

• Período a que se refere o relatório;

• Relação das atividades planejadas para o período;

• Descrição sucinta do objetivo de cada atividade;

• Data/hora de realização, meta prevista e meta alcançada;

• Informação sobre as atividades previstas e não realizadas.

Registro das ações/atividades

Além de um relato geral, deve constar no documento um relato específico de


cada ação ou atividade incluindo: forma de mobilização ou convite para a atividade,
critérios de seleção dos participantes, se for o caso, local da ação, horário, duração,
público alvo, equipe envolvida e papel de cada membro da equipe na ação, objetivos da
ação e conteúdos trabalhados.
Devem constar estratégias, técnicas e ferramentas utilizadas, bem como
participação, falas relevantes, apontamentos e conclusões do grupo, e encaminhamentos
realizados. De forma a revelar o impacto no público alvo, evidenciar a utilização dos
insumos e avaliar o alcance dos objetivos.
Abaixo, mencionamos alguns instrumentos de registro e sistematização, que
podem ser utilizados pela equipe executora do PTS, para comprovação da execução das
ações previstas no projeto:

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Registra ocorrências cotidianas.
Como nas demais atividades, pode resultar da gravação de
Diário de Campo
áudio ou vídeo, contendo transcrição e impressões do
técnico, que serão úteis na avaliação do trabalho.
Relato de cada atividade realizada, com participantes,
Relatório de atividade tema, objetivo, metodologia, desenvolvimento, avaliação.
Acompanhado de lista de presença e registro fotográfico.
Documento que sintetiza reunião, contendo informações
como data, local, horário de início e fim, participantes e
seus cargos, pauta e objetivo da reunião, registro das
Ata de reunião motivações das resoluções tomadas, evitando a repetição
improdutiva de debates futuros, registro das decisões e
compromissos, indicação de prazos para execução das
tarefas e indicativo de data da próxima reunião.
Deve ser sucinto, de fácil leitura.
Ferramenta a ser utilizada pela equipe técnica, para
registro e acompanhamento, no atendimento das famílias.
Pode ser confeccionada em sistema/software e deve ser
Fichas de registro e garantido o sigilo das informações lá contidas.
acompanhamento individual No relatório mensal, deve ser encaminhado o total de
das famílias atendimentos, assuntos abordados, e encaminhamentos.
Deve constar avaliação acerca da efetividade dos
encaminhamentos para atendimento às demandas dos
beneficiários.
Ferramentas a serem utilizadas pela equipe junto aos
Pesquisa de
beneficiários, para avaliação das atividades.
satisfação/insatisfação e
No relatório devem constar modelos utilizados e
instrumentos de avaliação
resultados.

Atenção:
Todos os relatos de atividades devem vir acompanhados de lista de presença e relato
fotográfico ou de vídeo.
As listas de presença devem ser apresentadas com informações já impressas acerca do
tema, local, data e atividade, na qual cada participante deve preencher seu nome,
endereço, contato e assinatura.
O registro audiovisual permite a visualização do espaço da atividade, dos participantes e da
disposição do espaço e contribui para a comprovação do emprego dos recursos humanos e
materiais.

Descrição avaliativa do trabalho no período

No relatório de atividades devem ser apresentados os avanços obtidos pelo


projeto, de maneira global, no período: acontecimentos de maior relevância, acertos e
limitações verificadas, ajustes previstos para o próximo período, e demais conclusões
obtidas após a análise global do trabalho.
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A avaliação deverá ser realizada a partir de instrumentos de acompanhamento
e monitoramento e de gestão de qualidade da execução do PTS, a partir dos indicadores
iniciais do diagnóstico (marco zero) e através de metodologia, metas quantitativas e
qualitativas mínimas informadas no PTS, que devem ser garantidas, bem como
indicadores de avaliação de acompanhamento e planejamento do Trabalho.

Avaliação da atividade pelos participantes

Mensurar o grau de alcance dos objetivos por cada participante ou pelo grupo,
conforme o caso. A avaliação deve ser planejada tendo em vista os objetivos da atividade,
deve considerar os recursos e tempo disponíveis, o perfil dos participantes, entre outros.
Pode ser escrita, oral, prática, individual, em grupo, coletiva, pontual, em etapas,
instantânea ou distante no tempo, etc. A escolha da metodologia é de responsabilidade
da equipe, e deve basear-se em análise técnica.

Avaliação da atividade pela equipe:

Percepção da equipe em relação aos resultados obtidos, contando inclusive com


o feedback dos participantes e parceiros sobre todas as etapas da ação (mobilização,
acolhida, local da ação, horário, duração, condução e outros).
O Monitoramento e Avaliação auxiliam na tomada de decisão, permitindo
seleção e priorização das estratégias de intervenção. Assim, a equipe pode ter uma
gestão mais efetiva, transparente e responsável dos recursos, identificando necessidade
de redirecionamento de ações, quando for o caso.

Descrição global dos recursos consumidos (memória de cálculo)

Outra informação importante é a de valores utilizados: devem constar os


insumos consumidos em cada ação ou atividade, com quantidades e valores; totalizando
os valores - tanto por atividade quanto valor global do trabalho no período.
Além das informações acima, devem constar no relatório o valor já executado,
e o saldo disponível, de maneira a facilitar o acompanhamento do PTS.

3.2.4.2 - Materiais comprobatórios de execução do Trabalho Social

O material comprobatório é uma das principais ferramentas de


acompanhamento, por isso merece especial atenção.

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Registro fotográfico das atividades

O registro fotográfico (ou, eventualmente, audiovisual) das atividades é uma


ferramenta fundamental para o acompanhamento do trabalho e prestação de contas.
Permite a visualização do espaço da atividade, dos participantes e da disposição do
espaço e contribui para a comprovação do emprego dos recursos humanos e materiais.
Por isso, orientamos que os registros fotográficos ou em vídeo sejam amplos e
coloridos, permitindo a identificação dos insumos e atividades (mobilização, execução e
avaliação), que devem ser identificadas com legendas, contendo nome da atividade,
horário e local.

Foto: atividade de orientações de combate a incêndio e primeiros socorros


Dia 26/05/2018 às 10h - Local: Praça do conjunto de empreendimentos – Cangulo/RJ

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Foto: Elaboração de maquete para construção de praça/espaço coletivo pelos moradores, em
mutirão – DIST 2 Campinas
Local: Empreendimento Abaeté - Campinas/SP - Fevereiro/2018;

Demais materiais comprobatórios

Outros materiais comprobatórios, como vídeos, cartazes, materiais gráficos e de


orientação, devem estar devidamente identificados, e permitir a visualização da atividade
proposta (caso de vídeos), ou das informações (caso de material educativo).
O material deverá ser de qualidade, permitindo acesso a informações claras e
identificáveis.

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4. Observações finais

Sabemos que o COTS não esgota as orientações e necessidades que emergem


no atendimento às demandas.
A complexidade dos territórios exige uma atuação qualificada e
aperfeiçoamento continuado de todos os envolvidos. Por isso, entendemos que o COTS
é uma parte importante para orientação às credenciadas para que os serviços sejam
prestados com qualidade e menor custo, contribuindo assim, para a efetividade do
trabalho junto aos beneficiários.
Continuamos à disposição!

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Glossário

Administradora – pessoa jurídica do ramo de prestação de serviço de administração de


imóveis.
Agente Executor - agente executor do Trabalho Social, responsável por assegurar a
qualidade técnica do projeto de Trabalho Social, devendo ser, preferencialmente, o Ente
Público Local/Entidade Organizadora ou, nas situações indicadas em norma específica,
podendo ser a CAIXA - Gestor operacional – FAR.
Área de risco – apresenta uma ou mais das seguintes condições: terreno alagadiço ou
sujeito a inundações; aterrado com material nocivo à saúde pública; insalubre; com
declividades que exijam obras especiais para implantação segura de edificações;
localizado em área de servidão de linhas de alta tensão, rodovias, ferrovias e dutos;
sujeito a deslizamentos; sujeito a índices de poluição que impeçam a habitabilidade e
salubridade; que apresente conformação geológica e risco natural que desaconselhe a
ocupação humana.
Assinatura digital – é a possibilidade do possuidor de um certificado digital de assinar
digitalmente qualquer tipo de documento digital, dando a ele o mesmo valor jurídico dos
assinados de próprio punho.
Autoconstrução – processo de construção realizado pelo interessado na unidade
habitacional, com orientação técnica dada pelo EP/EO responsável pelo
empreendimento.
Beneficiário – pessoa/família que receberá benefício individual ou coletivo e que seja
identificado por residir na área da intervenção.
Certificado digital – é uma espécie de carteira de identidade virtual, permitindo a
identificação segura do autor de uma mensagem e a realização de transações em redes
de computadores, evitando a ocorrência de adulterações, interceptações ou outros tipos
de fraude. Um documento eletrônico que possui Certificação Digital tem garantia de
autenticidade de origem e autoria, de integridade de conteúdo, de confidencialidade e
de irretratabilidade, ou seja, de que a transação, depois de efetuada, não pode ser
negada por qualquer das partes. Um certificado digital contém os dados de seu titular
como nome, data de nascimento, chave pública, nome e assinatura da Autoridade
Certificadora que o emitiu, podendo ainda conter dados complementares como CPF,
título de eleitor, RG, entre outros. Possibilidade de assinar digitalmente qualquer tipo de
documento digital, dando a ele o mesmo valor jurídico dos assinados de próprio punho.
Comissão de Acompanhamento de Obras – CAO, responsável, conjuntamente com a EO,
pela execução do empreendimento, acompanhando a execução das obras e a aplicação
dos recursos geridos pela CRE. Deve ser eleita em assembleia realizada entre o grupo de
beneficiários vinculados ao empreendimento, com registro em Ata, composta por no
mínimo 03 (três) pessoas, distintas dos membros da CRE, das quais duas são participantes
do empreendimento e uma vinculada à EO.
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Comissão de Representantes do Empreendimento – CRE, responsável pelo controle,
gestão e prestação de contas do empreendimento contratado, eleita em assembleia
realizada entre o grupo de beneficiários vinculados ao empreendimento, com registro
em Ata, composta por no mínimo 03 (três) pessoas, distintas dos membros da CAO, das
quais duas são participantes do empreendimento (tomadoras do empreendimento) e
uma representante vinculada à EO.
Condomínio – área aprovada por meio de legislação pública existente na malha urbana
com acesso por arruamento em área pública, onde os lotes ou UH e seus acessos internos
estão em área privada, sob a forma horizontal e/ou vertical, estando sujeito ao
regulamento de normas firmadas na Convenção de Condomínio.
Condômino – Titular do imóvel, seu cônjuge ou membro do grupo familiar (constante à
época da contratação) acima de 18 anos ou emancipado.
Conselho Consultivo - composto de, no mínimo, 3 (três) condôminos residentes no
Condomínio (composto por um presidente, um vice e um secretário), com mandatos
iguais ao do Síndico e eleitos por Assembleia Geral dos Condôminos, com as atribuições
de assessorar o síndico e fiscalizar as contas do condomínio.
Contrapartida – aporte de recursos próprios dos estados, do DF, dos municípios, da EO
ou de terceiros, em complemento aos recursos alocados, com o objetivo de compor o
valor de investimento necessário à execução do projeto, sendo constituída por recursos
financeiros e/ou bens e serviços economicamente mensuráveis.
Cronograma físico-financeiro – previsão cronológica da aplicação/desembolso dos
recursos previstos para custeio das atividades definidas, com sua precificação individual.
Custo – todo o gasto envolvido na execução do projeto. Abrange todos os insumos
necessários, assim como toda a logística/infraestrutura requerida à implementação das
ações/atividades inerentes ao Trabalho Social.
Demanda aberta – grupo de pessoas indicadas para participação no processo de seleção
dos beneficiários aos programas do crédito imobiliário, oriundas do cadastro habitacional
do município e/ou do governo estadual e do Distrito Federal.
Demanda Fechada – grupo de pessoas indicadas para os programas de crédito
imobiliário, oriundas de reassentamento, remanejamento ou substituição de unidades
habitacionais vinculadas a intervenções no âmbito do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC, ou ainda, de situações de emergência ou calamidade.
Despesas Indiretas – despesas associadas à realização do PTS quando os serviços forem
terceirizados pelo município, limitadas a 25% (vinte e cinco por cento), calculadas sobre
o valor previsto para as despesas diretas (custos das atividades programadas para o PTS).
Despesas operacionais e administrativas – correspondem aos custos indiretos envolvidos
na execução contratual decorrentes dos gastos da contratada com sua estrutura
administrativa, organizacional e gerencial, calculados mediante incidência de um
percentual sobre o somatório da remuneração, encargos sociais e trabalhistas, insumos
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de mão-de-obra e insumos diversos, tais como as despesas relativas ao: funcionamento
e manutenção da sede (aluguel, água, luz, telefone, o Imposto Predial Territorial Urbano
– IPTU, por exemplo); pessoal administrativo; material e equipamentos de escritório;
supervisão de serviços; e seguros. É custo integrante das despesas indiretas.
Edital de licitação – o documento através do qual o EP demandante estabelece todas as
condições da licitação que será realizada e divulga todas as características do bem ou
serviço a ser adquirido.
Empreendimento – obras, serviços, equipamentos, insumos, estudos, projetos,
desenvolvimento institucional e Trabalho Social integrantes de um contrato de
financiamento/repasse, o qual terá o seu desenvolvimento acompanhado pela CAIXA.
Ente Público – Estados, DF e Municípios representados por órgãos investidos de
autoridade para este fim, ou respectivos órgãos da administração direta ou indireta.
Entidade Organizadora – agente promotor, com personalidade jurídica, com a função de
apresentar proposta, organizar o grupo de beneficiários, promover a produção do
empreendimento/UH e constituir garantia, podendo ser, a depender da linha de
financiamento, cooperativas, associações, condomínios, sindicatos, Ente Público Estadual
e Municipal, companhias de habitação, construtoras/incorporadoras, entidades privadas
sem fins lucrativos, Sociedade de Propósito Específico (SPE) e outras pessoas jurídicas
voltadas à produção de unidades.
Equipamentos comunitários – bens públicos voltados à saúde, educação, segurança, ao
desporto e ao lazer, convivência comunitária, assistência à infância e ao idoso e geração
de emprego e renda das famílias beneficiadas pela proposta apresentada.
Equipamentos de uso comum – equipamentos de uso exclusivo dos condôminos,
previstos para a área interna do empreendimento, destinados ao lazer, à segurança e ao
esporte.
Execução direta – forma de execução de obras e serviços realizada pelos EP/EO por meios
próprios. No que se refere ao Trabalho Social, o EP/EO é o responsável pela realização de
todas as atividades do Projeto utilizando-se de equipe e materiais próprios disponíveis no
órgão; não excluindo a possibilidade de realização de licitações para a compra de insumos
ou para a contratação de serviços essenciais ao desenvolvimento do projeto.
Execução indireta – forma de execução de obras e serviços, na qual o órgão ou entidade
contrata com terceiros. No que se refere ao TS, o EP/EO contrata terceiros para execução
das atividades do PTS.
Glosa – retenção total ou parcial de parcela de desembolso de recursos solicitados
indevidamente.
Grupo Gestor – grupo responsável pela administração do condomínio, constituído por
um Síndico, subsíndico e conselho, eleito(s) dentre os condôminos, em Assembleia Geral
Extraordinária.

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Habitabilidade – conjunto de condições mínimas de segurança, solidez, acessibilidade,
salubridade e conforto das construções, estabelecidas pelas posturas municipais.
Interveniente executor – pessoa jurídica responsável pela execução do objeto contratual.
Itens orçamentários – “insumos” ou “elementos” necessários para execução das
ações/atividades, especificados de modo a possibilitar sua precificação.
Loteamento – área existente na malha urbana com arruamento em área pública, onde os
lotes estão em área privada e estão sujeitos exclusivamente ao regulamento das normas
públicas.
Material de Consumo – aquele que, em razão de seu uso corrente, perde suas principais
características, o que impossibilita a sua utilização por largo período de tempo. Exemplos:
material de expediente, limpeza e higiene, educativo e esportivo; alimentos, bebidas,
tecido e aviamento.
Material Permanente – bem móvel e que não se deteriora com o uso imediato, possui
vida útil superior a um ano (Ex.: microcomputador, aparelhos eletrônicos,
eletrodomésticos e móveis em geral).
Menor preço – corresponde ao menor valor de uma amostra de preços.
Mutirão – é o processo orientado de construção de UH, através do esforço coletivo de
seus beneficiários finais.
Preço – Valor final pago ao contratado pelo contratante. Contempla inclusive as despesas
Regulamento de Mutirão – documento que estabelece as regras a serem seguidas pelos
beneficiários finais/mutirantes no processo de produção da UH.
Representante legal – pessoa física dotada de poder legal para representar a pessoa
jurídica pública ou privada.
Rubrica – é a categorização de itens do orçamento de acordo com a sua natureza. As
rubricas admitidas nos orçamentos de Trabalho Social são: Recursos Humanos, Recursos
Materiais e Serviços de Terceiros.
Serviços de Terceiros – despesas com serviços prestados por empresa ou profissional
especializados, contratados pelo PTS, com vistas à execução das atividades.
Síndico – representante legal do Condomínio eleito em Assembleia Geral Extraordinária
dos condôminos, respeitada a forma estabelecida na Convenção de Condomínio. O
síndico pode ser uma pessoa jurídica contratada, desde que aprovado em Assembleia
Geral.
Termo de Referência – documento técnico que serve de base para o processo licitatório,
no qual estão descritas as atividades necessárias à execução de estudos e projetos ou
ações e instrumentos de planejamento e gestão pública e indica, no mínimo, objetivo e
contexto da ação, produtos, custos/prazos, prazos e equipe necessária.

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Valor de investimento – valor total do contrato, resultante da soma dos valores de todas
as metas, sejam de repasse, financiamento ou contrapartida, podendo esta ser financeira
e/ou bens e serviços economicamente mensuráveis.
Vulnerabilidade social – condição dos grupos de indivíduos que estão a margem da
sociedade, ou seja, pessoas ou famílias que estão em processo de exclusão social,
principalmente por fatores socioeconômicos. Algumas das principais características que
marcam o estado de vulnerabilidade social são as condições precárias de moradia e
saneamento, os meios de subsistência inexistentes e a ausência de um ambiente familiar,
por exemplo.

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Siglas e abreviaturas

AS – Autorização de Serviço
CADÚNICO – Cadastro Único para Programas Sociais
DI – Despesas Indiretas
EC – Empresa Credenciada
EO – Entidade Organizadora
EP – Ente Público
FAR – Fundo de Arrendamento Residencial
FDS – Fundo de Desenvolvimento Social
FRE – Ficha Resumo do Empreendimento
GCP – Gestão Condominial e Patrimonial
GGL – Grupo de Governança Local
IP – Instrumentos de Planejamento
MCIDADES – Ministério das Cidades
MDR – Ministério do Desenvolvimento Regional
OGU – Orçamento Geral da União
ONG – Organização Não-Governamental
PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida
PNHR – Programa Nacional de Habitação Rural
PO – Proposta Orçamentária
PT – Plano de Trabalho
PTS – Projeto de Trabalho Social
QCI – Quadro de Composição do Investimento
RT – Responsável Técnico

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Anexo I - Modelos disponibilizados pela CAIXA

Sigla Nome Pareceres HABITAÇÃO Modelo


APT Análise de Projeto Social MO 41117
Acompanhamento e
AVT MO 41118
Avaliação do Trabalho Social
Análise da Proposta de
APR Reprogramação do Projeto MO 41121
de Trabalho Social
Avaliação Final do Trabalho
AVF MO 41122
Social
Registro de Orientação
ROT MO 41194
Técnica
RVT Registro de Visita Técnica MO 41197
Análise de Plano de Trabalho
APM para Mobilização e MO 30510
Elaboração do PTS

Sigla Nome Pareceres GOVERNO Modelo


Análise de Projeto de
APTS-P MO 41226
Trabalho Social Preliminar
APTS
Análise de Projeto Social MO 31161
Análise de Plano de
ADT Desenvolvimento MO 41227
Socioterritorial
Análise de Relatório de
ARS Desenvolvimento de MO 31162
Trabalho Social Governo
Análise da Proposta de
APRT Reprogramação do Trabalho MO 41020
Social
Registro de Orientação
ROT MO 31581
Técnica Governo
Registro de Visita Técnica
RVT MO 31582
Governo
Verificação de Resultado de
VRPLS Processo Licitatório- MO 41019
Trabalho Social
AVS Análise de Viabilidade Social MO 41116

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Anexo II - Orientação para elaboração de pareceres - Habitação
1 - Projeto de Trabalho Social

O Projeto de Trabalho Social (PTS) é o instrumento de apresentação da proposta


de Trabalho Social a ser desenvolvido junto aos beneficiários, conforme diretrizes de cada
programa. Deve ser encaminhado por documento oficial, em papel timbrado, assinado
pelo representante legal do EP/EO/EC/Instituição Parceira.
O Projeto deve, também, ser apresentado em papel timbrado, e com assinatura
e rubrica do Responsável Técnico. Se a elaboração foi terceirizada pelo agente executor,
as assinaturas e rubricas no PTS devem ser do RT da pessoa jurídica contratada e,
também, do RT do EP/EO.
Pode ser apresentado como documento único, ou, no caso do FAR, nas etapas
pré-contratual e pós-ocupação, conforme escopo definido em portaria.
A análise do PTS tem o objetivo de verificar se o instrumento está adequado ao
porte e à complexidade da intervenção, à realidade socioeconômica, política, ambiental
e cultural das comunidades envolvidas, como também, ao atendimento das diretrizes
definidas pelo Programa, relativas ao desenvolvimento e participação da comunidade e
à sustentabilidade da intervenção.

A verificação do PTS tem como objetivo observar se:

• Há consistência e coerência nos conteúdos e produtos;

• Os prazos atendem aos marcos temporais definidos pela Portaria, e


estão em consonância com o cronograma de obras;

• Os custos estão compatíveis com as ações propostas;

• Há indicação formal do Responsável Técnico - RT do PTS, com


encaminhamento do currículo, comprovantes de regularidade no
respectivo Conselho de Classe, quando houver, e vínculo empregatício
com o conveniado/contratado/parceiro, sendo que as exigências são
restritas ao RT.

• Constam a assinatura e o registro profissional do Responsável Técnico.

• No caso do FAR, deve observar se o EP apresentou a documentação


referente à constituição do GIPP.

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1.1 - Análise no PTS

a) Dados de Identificação

Consiste na verificação da compatibilidade dos dados de identificação descritos


no projeto com a operação contratada, bem como com a entidade executora e o
Responsável pelo Trabalho Social.

b) Caracterização das Famílias Beneficiárias e da Macroárea

Analisa se foram apresentadas as informações acerca da caracterização das


famílias no que se refere ao tamanho, composição por faixa etária, número de pessoas
com deficiência/doença crônica, identificando o tipo; escolaridade; profissões e situações
de trabalho; renda familiar; expectativa do comprometimento médio mensal da renda
familiar a partir da mudança para a unidade habitacional; potencialidades e vocações
produtivas; necessidades apontadas como prioritárias (direitos sociais, equipamentos e
serviços públicos).
Analisa se foram apresentados os dados da caracterização da macroárea, com
relação à delimitação; equipamentos públicos e capacidade de atendimento; acesso a
serviços públicos; equipamentos comunitários e entidades e organizações sociais;
aspectos/potencialidades econômicos e culturais; demandas do mercado de trabalho;
incidência e caracterização da violência; projetos, programas e políticas públicas; áreas
de vulnerabilidade social próximas ao empreendimento que possam ser contempladas
nas ações.

Atenção:
O levantamento dos dados das famílias pode ser realizado por amostra, que deve ser
definida com base em métodos de pesquisa e estatística, a critério e sob
responsabilidade do EP/EO/EC/Instituição Parceira da CAIXA. A adequação do método e
da confiabilidade da amostra não é objeto de verificação.

c) Justificativa

Analisa a pertinência das razões que justificaram a escolha das ações, técnicas e
estratégias para a execução do TS, a partir das características da área, da população a ser
beneficiada, de outras ações/projetos relevantes realizados na área de intervenção, do
potencial de participação da comunidade no processo, dos recursos disponíveis e prazos.

d) Objetivos

Verifica se o objetivo geral descreve o resultado que se pretende alcançar ao


final da execução do projeto, analisando sua clareza, viabilidade e compatibilidade com
os prazos, recursos disponíveis e condições circunstanciais, tais como, características da
Página 68
população beneficiária, da área de intervenção e da macroárea, os aspectos ambientais
presentes e o nível de organização comunitária.
Verifica se os objetivos específicos expressam os resultados parciais necessários
que, agregados, possibilitam o alcance do objetivo geral, e se apresentam coerência,
viabilidade e estão claramente formulados e alinhados às diretrizes do Programa.
Especificamente na análise do PTS Pós-Ocupação e PTS do MCMV - Entidades,
verifica a adequação e viabilidade dos objetivos, tendo como base as articulações
intersetoriais, mobilização e fortalecimento da comunidade, e as metas de curto, médio
e longo prazos.

e) Metodologia

Verifica a descrição das estratégias, métodos, técnicas e instrumentos estão


compatíveis com os objetivos e prazos previstos para a execução do Trabalho Social.
Analisa se as estratégias, os métodos, as técnicas e os instrumentos estão
adequados ao porte e à complexidade da intervenção, às características socioeconômicas
e culturais da comunidade, como também, ao atendimento das diretrizes definidas pelo
Programa.
Devem estar claramente descritas as atividades (o que), procedimentos (como
será feito), os responsáveis (quem executa), o público de interação (qual e em que
quantidade), frequência e duração, as técnicas e instrumentos a serem empregados e os
resultados mensuráveis pretendidos.
Verifica se constam, na definição da estratégia intersetorial, os atores/parceiros
mobilizados e seus respectivos compromissos assumidos.
Verifica se estão previstos e são adequados os instrumentos de registro das
atividades.
A análise da adequabilidade restringe-se a identificar se as estratégias, os
métodos, as técnicas e os instrumentos propostos são tecnicamente viáveis para o
alcance dos objetivos estabelecidos, sendo esta definição de responsabilidade do
proponente.
Deve ser observada a existência de elementos suficientes que assegurem a
viabilidade do alcance dos objetivos propostos, preservados os aspectos de qualidade,
quantidade, custos/preços e prazos, especialmente quanto à:

• Adequação das ações/atividades propostas à sua finalidade;

• Existência de articulação e encadeamento entre ações/atividades


propostas;

• Correta caracterização da área/macroárea em que o trabalho ocorrerá;

• Adequação do local e das condições em que serão realizadas as


atividades;
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• Definição dos produtos a serem entregues;

• Correta estimativa dos tempos requeridos na execução;


• Qualificação e dimensionamento das equipes técnicas.

Atenção:
Quando a intervenção adotar o regime de mutirão, deve ser analisado o Regulamento
de Mutirão.

f) Instrumentos de Monitoramento e Avaliação

Verifica se o PTS apresenta formas de avaliação das atividades, a fim de


monitorar todo o processo de execução do TS.
Verifica se o método de avaliação apresentado é adequado para mensurar o
alcance dos objetivos, definindo:

• Instrumentos de verificação;

• Indicadores de resultados, relacionados às metas e aos objetivos


específicos.

Analisa a adequação do método de avaliação, seus instrumentos e indicadores,


às características da intervenção social e do público de interação.
Verifica se foi prevista sistematização dos resultados do processo de avaliação e
forma de apresentação.

Atenção:
Na análise da adequação e exequibilidade das técnicas e instrumentos de monitoramento
propostos no PTS Pós-Ocupação, deve-se considerar o alcance dos objetivos de curto,
médio e longo prazo e os arranjos de gestão propostos.

g) Equipe Técnica

Com base na proposta apresentada, verifica o dimensionamento e carga horária


da equipe, sua adequação ao porte, complexidade e especificidade da intervenção, e sua
compatibilidade com as estratégias, métodos, técnicas e instrumentos.
Verifica se a composição da equipe está definida, descrevendo a formação e
atribuições de cada integrante. Analisa o currículo do RT do proponente, verificando a
compatibilidade da sua formação e experiência com as exigências do Programa, quais
sejam:

Página 70
• PMCMV, preferencialmente, graduação em Serviço Social ou Sociologia,
com experiência de prática profissional no desenvolvimento de ações
socioeducativas em intervenções de habitação;

• Projetos Especiais, de acordo com as especificidades do Programa e da


intervenção.

h) Análise do orçamento

Verifica os custos/preços associados aos recursos previstos na descrição das


ações/atividades, analisando a natureza das despesas, a adequação dos valores previstos
com os parâmetros definidos pelo Programa e com o porte da intervenção, bem como a
pertinência e a compatibilidade dos valores propostos com as ações programadas.
Os parâmetros dos recursos destinados ao TS são disponibilizados pela CAIXA.
A composição de custos/preços de cada ação/atividade deve prever despensas
nas rubricas de Recursos Humanos, Serviços de Terceiros, Recursos Materiais e Despesas
Indiretas (DI) incidentes.

Atenção:
Despesas Indiretas - DI são compostas por custos indiretos (despesas operacionais e
administrativas, despesas financeiras e imprevistos), pelos tributos e pelo lucro.
As DI devem compor os custos/preços do projeto, sempre que o regime de execução for
indireto, limitadas a 25% calculado sobre o valor previsto para as despesas diretas (custos
das atividades programadas para o PTS).
No caso de instituições sem fins lucrativos, na condição de executora do TS do MCMV -
FAR, o lucro pode ser revertido em ações da própria instituição, limitado a 8%.
Quando o TS for executado de forma direta pelo EP/EO, somente são admitidos os custos
indiretos (despesas operacionais e administrativas, despesas financeiras e imprevistos),
limitados a 8,5%.
No PNHR não há incidência de DI, considerando as limitações orçamentárias do TS no
Programa.
É admitida a incidência de DI, no limite de 25%, sobre os custos variáveis, ou seja, sobre
as despesas necessárias para implementação das atividades dos PTS executados pelas EC.

No que se refere aos custos/preços previstos no item Recursos Humanos, o


cálculo do pagamento dos integrantes da equipe técnica deverá utilizar a variável “hora
técnica”, na qual devem ser considerados inclusive os encargos sociais e trabalhistas
embutidos no valor da hora técnica, com especificação:

• Da carga horária destinada à execução do projeto

• Do valor da hora trabalhada por profissional;

Página 71
Para a situação em que estagiário compuser o quadro técnico do TS, a
contratação de seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário, conforme
previsão legal, pode compor os custos/preços do TS.

Atenção:
É vedado o pagamento com recursos do Programa, a servidor público integrante do
quadro de pessoal do EP, por serviços de coordenação (RT), consultoria ou assistência
técnica, se este for o proponente do TS em análise.
A vedação de pagamento se presta, portanto, a evitar que o projeto seja usado
simplesmente para terceirizar mão de obra ou para arcar com a folha de pagamento do
EP, em especial com aqueles servidores que, pelas regras do MDR, participam do
planejamento, execução e avaliação dos trabalhos, a exemplo do coordenador (RT) e de
membros da equipe técnica que devem, regularmente, ser servidores públicos ou cargos
comissionados do quadro próprio do EP.
Essas vedações não abrangem a situação em que uma associação civil que atua como
EO, nas operações de MCMV-ENTIDADES e PNHR, contrata os serviços de um
profissional que, casualmente, também é servidor público, independentemente do
município em que atua.
Não é vedado, também, o pagamento a membro do quadro da EO, quando este atuar
especificamente nas atividades do PTS, como coordenador (RT), técnico, instrutor ou
palestrante.

Podem ser acatados os seguintes itens, como serviços de terceiros:

• Contratação de consultoria e/ou serviços técnicos especializados para


execução de atividades específicas;

• Capacitação envolvendo oficinas educativas, seminários e outras ações;

• Elaboração e produção de materiais de divulgação ou didáticos;

• Contratação de apoio logístico, especificamente para a realização das


atividades do TS (locação e/ou instalação de espaços fixos ou móveis;
transporte; telefonia; internet);

• Locação de equipamentos para realização de eventos e atividades


específicas;

• Locação de equipamentos de uso contínuo do projeto, a exemplo de


computadores, impressoras, equipamentos de filmagem e fotografia,
datashow, indispensáveis para a execução, o registro e a difusão das
ações do projeto social, só é permitida em situações de execução direta
pelo EP;

Página 72
• Custeio de projetos de geração de renda e inclusão social, produtiva e
econômica;

• Despesas com alimentação e hospedagem de prestadores de serviço, a


exemplo de consultores, instrutores, dentre outros, considerando sua
pertinência em relação à localização do empreendimento e à
programação das atividades;

• Outros serviços necessários à estruturação das atividades propostas.

Na rubrica de recursos materiais, é admitida a aquisição de materiais de


consumo necessários à execução do TS.

Atenção:
No PMCMV FAR, a aquisição de materiais permanentes a serem utilizados no
desenvolvimento do TS, como computadores, impressoras, data-show, equipamento de
filmagem e de fotografia, indispensáveis para a execução, o registro e a difusão das ações
do projeto social, só será admitida em situações de execução direta pelo EP, na qualidade
de agente executor do TS, nos casos em que o EP não dispuser de tais materiais, e
mediante incorporação ao seu patrimônio.
No PMCMV FDS e PNHR é permitida a aquisição e/ou locação de materiais permanentes,
desde que o TS seja executado de forma direta pela EO ou EP, sendo que tais bens devem
ser incorporados ao seu patrimônio.
Nos Projetos Especiais, deve seguir regramento específico do programa ou fonte de
recurso.
Não são admitidas despesas para compra de materiais permanentes para dar
funcionalidade aos equipamentos públicos (creches, unidades de segurança, postos de
saúde e outros). É vedada a manutenção e/ou compra de veículos, inclusive por meio de
leasing.

A análise dos orçamentos de PTS tem como objetivo concluir sobre os seguintes
aspectos:
• Que as atividades podem ser concluídas com os itens orçamentários e
orçamento propostos (exequibilidade);

• Que os valores indicados são compatíveis com os praticados no mercado;


• Que foram consideradas todas as ações/atividades que compõem o PTS
e que a incidência das despesas guarda compatibilidade com o
cronograma de execução.
Na análise é verificada a pertinência dos itens orçamentários previstos e sua
correspondência com as atividades programadas para todos os itens que compõem a PO.

Página 73
A análise do orçamento no PNHR consiste em verificar, apenas, o correto
preenchimento do MO 30615 ou MO 30616, em consonância com o porte do
empreendimento e a natureza do proponente da operação.
O método de análise a ser seguido, no PMCMV-FAR e PMCMV-ENTIDADES, é
composto pelas 5 etapas descritas no arquivo apensado denominado “Cartilha de Análise
de Custos/Preços em Projetos Sociais”.

Atenção:
Caso exista a previsão de realização de diversos processos licitatórios, cada PO
correspondente deve ser analisada isoladamente conforme o método apresentado no
arquivo apensado.

i) Análise do cronograma físico-financeiro

Verifica a compatibilidade entre as atividades propostas e as constantes no


cronograma, inclusive com a utilização de mesma nomenclatura, além do seu
encadeamento cronológico.
Verifica se os custos/preços lançados no cronograma são os previstos na
composição de custos/preços das atividades.
Observa se o cronograma do TS está pertinente com o cronograma do
empreendimento, quando for o caso.
Verifica se o prazo de execução do PTS está dentro da vigência do Instrumento
de formalização da operação, para os casos de PMCMV-ENTIDADES e PNHR, ou vigência
do convênio, para os casos de PMCMV-FAR, indicando sua prorrogação, se necessário.

Atenção:
Ao final das análises, emite seu parecer nos seguintes modelos:

HABITAÇÃO:
▪ Análise do Plano de Trabalho para Mobilização e Elaboração do Projeto de Trabalho
Social – APM MO30510
▪ Análise de Projeto Social – APT MO41117

GOVERNO:
▪Análise de Projeto de Trabalho Social Preliminar – APTS-P MO 41226 (no caso de
Projeto Preliminar) ou
▪ Análise de Projeto Social – APTS MO 31161 (no caso de Projeto Social)

Página 74
1.2 - Análise de Termo de Referência ou Projeto Preliminar

Somente quando o EP optar por licitar a elaboração do PTS Pós-Ocupação deve


apresentar o TR para análise da CAIXA.
A análise deve verificar a consonância da proposta com as diretrizes e premissas
do Programa, eixos e macroações, metas e resultados, valores de referência,
dimensionamento e qualificação da equipe técnica e prazos de execução.
No caso de Projeto Preliminar a análise verificará os mesmos aspectos acima
mencionados.

Atenção:
Ao final da análise, emite parecer no modelo:

HABITAÇÃO:
- Análise de Termo de Referência - ATR MO41028 (no caso da opção por licitação pelo
Ente Público) ou
- Análise de Projeto Social – APT MO41117 (no caso de Projeto Preliminar).

1.3 - Acompanhamento de Reprogramação

Apresentada quando o executor justifica a necessidade de efetuar alterações em


um conjunto de atividades que impactem em metas e/ou custos/preços e/ou prazo do
projeto, indicando que tal apresentação deve ocorrer antes da execução.
Deve ser analisada a coerência da justificativa e a pertinência das alterações
propostas, avaliando se as mudanças contribuem para o alcance dos objetivos propostos.
Verifica a adequação do novo cronograma aos recursos disponíveis e ao prazo
proposto. Verifica se os custos/preços apresentados na reprogramação apresentam as
mesmas referências de mercado coerentes com o projeto aprovado.

Atenção:
Ao final da análise, emite parecer:

HABITAÇÃO:
- Análise de Reprogramação do Trabalho Social – APR MO41121.

GOVERNO:
- Análise da Proposta de Reprogramação do Trabalho Social - APRT MO41020.

Página 75
1.4 - Análise de Relatório de Acompanhamento do Trabalho Social

Verifica se o Relatório foi encaminhado por expediente assinado pelo


Representante Legal do EP/EO/EC/Instituição Parceira e se foi assinado pelo RT da equipe
técnica. Nos casos de terceirização da execução, verifica se os relatórios da pessoa
jurídica executora foram assinados também pelo RT do EP/EO, atestando as atividades, a
qualidade da execução, a veracidade dos documentos comprobatórios e a pertinência
das despesas.
Verifica se as atividades realizadas no período de referência estão compatíveis
com as propostas no PTS para a etapa, e analisa as atividades desenvolvidas e seus
resultados com base nas metas estabelecidas no PTS.
Identifica se foram apresentadas as justificativas para as atividades previstas e
não realizadas, analisando sua pertinência.
No caso do PMCMV/FAR, verifica se o GIPP está atuante e apresentando
respostas às questões demandadas.
Avalia o nível de adesão ao TS, da população beneficiada, e seu envolvimento
nas atividades e nas avaliações realizadas.
Verifica se foram apresentados os documentos de registro de todas as
atividades, com qualidade satisfatória, e analisa a pertinência das despesas realizadas no
período de referência e sua compatibilidade com a composição de custos/preços e o
cronograma de desembolso aprovados no PTS.
Observa se consta no relatório a avaliação da efetividade das atividades pela
equipe técnica e pela população beneficiada.
Por fim, observa se as pendências apontadas anteriormente foram atendidas.

Atenção:
Ao final da análise, emite seu parecer, informando os valores passíveis de desembolso:

HABITAÇÃO
- Acompanhamento e Avaliação do Trabalho Social – AVT MO 41118.

GOVERNO
- Análise de Relatório de Desenvolvimento de Trabalho Social Governo - ARS MO 31162.

1.5 - Análise de Relatório Final

Ao receber o Relatório Final, avalia, com base nos indicadores de resultado do


PTS e no acompanhamento realizado durante o desenvolvimento do TS, por meio de
visita e reunião técnica com a equipe do EP/EO/EC/Instituição Parceira:

• A efetividade da intervenção, considerando as metas previamente


estabelecidas;

Página 76
• Se foi apresentada avaliação realizada pela comunidade e pela equipe
técnica;

• A efetividade das técnicas e instrumentos metodológicos adotados e das


parcerias implementadas;

• A eficiência do TS em relação aos recursos aplicados e aos objetivos


alcançados;

• A integração da intervenção realizada com outros projetos


desenvolvidos na área;

• Os avanços/conquistas na mobilização, capacidade de organização e


nível de autonomia apresentados pela comunidade; e, ainda, o
desenvolvimento local nas dimensões ambiental, social e econômica.

Atenção:
Concluída a análise, o credenciado procede à avaliação final da intervenção, com emissão
de:

HABITAÇÃO:

- Avaliação Final do Trabalho Social – AVF MO41122.

GOVERNO:

- Análise de Relatório de Desenvolvimento de Trabalho Social Governo - ARS MO 31162.

1.6 - Análise de Regulamento de Mutirão

A realização de obras sob a forma de mutirão requer planejamento minucioso


definindo-se normas e regulamentos a vigorar durante toda a intervenção. Assim, todas
as ações que envolvem o processo de construção de unidades habitacionais devem estar
descritas em um Regulamento de Mutirão que deve ser amplamente discutido e
acordado entre os mutirantes, antes do início das obras.

Na análise, cabe verificar se constam no documento final, minimamente:

• O objetivo específico do mutirão, identificando o número de unidades


que serão construídas e o prazo das obras;

• Participantes do processo e suas respectivas atribuições;

Página 77
• O poder de decisão durante as obras deve ser definido previamente,
estabelecendo-se grupos de trabalho e/ou comissões internas, tais
como: guarda, controle e distribuição de material e equipamentos
(almoxarifado), serviços de limpeza e manutenção das instalações
sanitárias e canteiro de obras, organização de refeições e equipamentos
necessários, bem como respectivo espaço e horários, administração e
controle de pessoal (definição de mutirantes), distribuição das tarefas,
controle e medição dos serviços executados, definição e controle do
horário de trabalho, do tratamento das horas excedentes; limite de
idade para participação nos trabalhos diversos (idosos e crianças),
normas de utilização do espaço coletivo, dentre outros;

• Sistemática para orientações técnicas e supervisão da obra;

• Vigilância do canteiro de obras;

• Definição das penalidades diante das ocorrências de infrações e formas


de aplicação das mesmas;

• Nas obras que exigirem a mão-de-obra especializada, tais como


carpinteiro, encanador e eletricista, deve ser definida a responsabilidade
pela contratação e controle dos serviços (Prefeitura/Agente Promotor);

• No caso de mutirante trabalhando na cozinha, definir as horas que serão


computadas para a produção das casas;
• Definir mecanismos para atendimento médico e primeiros socorros em
caso de acidentes, tais como convênios com hospitais e clínicas;

• Alternativas de equacionamento no caso de ocorrência de morte ou


invalidez durante a execução das obras;

• Procedimentos em caso de desistências e exclusões, com relação ao


andamento das obras e cumprimento de cronograma;

• Critérios para distribuição das moradias ao término da execução. Em


caso de sorteio, deixar clara a metodologia;

• Condições para titularidade do bem adquirido: prazo mínimo para a


venda ou transferência;

• Critérios para indenização das horas trabalhadas em caso de desistência


ou exclusão.

Página 78
Atenção:
As observações sobre o Regulamento de Mutirão compõem a análise do PTS e são
registradas no MO 41117 – APT.

1.7 - Orientação Técnica

Consiste no repasse de informações, recomendações e orientações inerentes ao


TS ao EP, EO, EC/Instituição Parceira, instituições parceiras em acordos de cooperação,
com vistas a:

• Dar conhecimento sobre os Programas, observando diretrizes,


modalidades, exigências, especificações técnicas e/ou elaboração de
documentação básica;

• Contribuir na identificação de aspectos relevantes a serem considerados


no diagnóstico e na formulação dos IP;

• Orientar a formulação de propostas de intervenção;

• Propor, quando da análise dos IP e projetos especiais, adequações e


ajustes necessários, para atender as normas dos Programas e assegurar
a coerência dos seus conteúdos;

• Orientar a elaboração de TR para licitação de elaboração ou


elaboração/execução de IP;
• Orientar sobre elaboração de relatórios, estabelecimento de prazos,
pactuando os produtos a serem entregues;

• Orientar sobre possíveis necessidades de ajustes no desenvolvimento do


TS, em função da dinâmica social da comunidade e das intercorrências e
imprevistos;

• Contribuir para a criação de espaços de troca de experiências com as


equipes técnicas, objetivando o aprimoramento do TS.

Nos casos em que o EP/EO for o responsável pelo TS, a orientação é dada
diretamente ao EP/EO, que repassa à pessoa jurídica executora as informações,
recomendações, orientações e solicitações. Os contatos com a pessoa jurídica executora,
contratada pelo EP/EO, somente poderão ocorrer apenas na presença de representante
do EP/EO.
O EP/EO/EC/Instituição Parceira deve ser orientado, dentre outras coisas, a:

• Buscar parcerias e soluções para viabilizar os IP;


Página 79
• Implementar metodologia participativa;

• Desenvolver ações voltadas para a sustentabilidade;

• Promover o redirecionamento de ações, caso observe baixa efetividade


no resultado das atividades implementadas para o alcance dos objetivos
propostos;

Atenção:
As orientações técnicas prestadas são registradas:

HABITAÇÃO
- Registro de Orientação Técnica – ROT MO41194.

GOVERNO
- Registro de Orientação Técnica Governo – ROT MO31581.

2 - Selo Casa Azul + CAIXA

Efetuar a análise de viabilidade técnica da proposta para concessão do Selo Casa


Azul + CAIXA, verificando o atendimento aos critérios de sustentabilidade estabelecidos
por esse instrumento de certificação, referentes às categorias “Qualidade Urbana e Bem-
Estar”, “Eficiência Energética e Conforto Ambiental”, “Gestão Eficiente da Água”,
“Produção Sustentável”, “Desenvolvimento Social” e “Inovação”, no que se refere a
aspectos relacionados ao escopo do Trabalho Social.
Além da análise de Projeto, os serviços podem incluir análise de relatórios,
orientação e visita técnica, visando o atendimento aos critérios estabelecidos no Projeto,
de maneira a viabilizar a certificação.

Página 80
3 - Concepção ou Viabilidade Social do Empreendimento

Atividade realizada no âmbito das operações estruturadas de financiamento


com mutuários privados, que consiste na verificação, prévia à contratação, da proposta
de intervenção social integrada à intervenção física.
Tem como base de informações a visita técnica e os documentos inicialmente
apresentados, tais como:

• Carta Consulta; e

• Proposta Preliminar para Intervenção Social no Empreendimento.

A verificação da adequação se dá com referência aos seguintes itens:

• Atendimento aos pré-requisitos do Programa;

• Características da área de intervenção e seu entorno, inclusive da área


de reassentamento, quando for o caso;

• Características da população beneficiária; e

• Proposta para Intervenção Social.

Atenção:
A análise de viabilidade social do empreendimento é registrada no MO41116 - AVS.
O parecer emitido no referido Modelo deve ser conclusivo quanto aos requisitos
estabelecidos para o Programa no qual foi enquadrado o empreendimento.

Página 81
Anexo III – Recursos Metodológicos

Vimos anteriormente que o Trabalho Social direcionado ao desenvolvimento


territorial integrado configura-se como processo, cujo leque de estratégias deve se
pautar na busca de ampliação dos direitos sociais e do desenvolvimento local, pautada
no incentivo e fortalecimento da participação e organização autônoma da população.
Assim, o processo de mobilização e execução das atividades deve estar voltado
à apropriação do território, com seus desafios e ativos, visando a construção de uma visão
comum de futuro, na qual a comunidade será a protagonista.
Para a realização das ações podem ser utilizados diversos recursos
metodológicos. Abaixo, elencamos alguns exemplos, que não esgotam as técnicas que
poderão ser utilizadas na execução do Trabalho Social. Lembramos, no entanto, que a
escolha metodológica deve partir do diagnóstico, em função dos objetivos das atividades
e das características do público atendido.

A. Árvore de problemas/Muro de lamentações

Atividade voltada à identificação dos problemas locais, com utilização de tarjetas


ou material para visualização coletiva dos temas, que serão aglutinados por aproximação.
Permite a identificação dos problemas pela comunidade, e a identificação de
prioridades de ação.

B. Oficina do imaginário/Oficina do futuro/Árvore de soluções

Atividade voltada à identificação dos cenários sonhados pela comunidade em


relação ao território, contribuindo para a criação de um projeto comum de futuro.
A partir dessa visão coletiva de futuro, é possível construir planejamentos de
intervenção estratégicos, a curto, médio e longo prazo, para os diferentes núcleos de
ação locais.

C. Estudo do meio

Proporciona os meios para conhecer os conjuntos mais significativos da


natureza e da comunidade; o estudo de meio possibilita ver, ouvir, tatear, cheirar, sentir,
perceber o meio que nos cerca, dando condições para pensar sobre o que a percepção
sensitiva informou e refletir sobre nossa contribuição neste meio em que somos
participantes e não espectadores. Pode ocorrer por meio de visitas guiadas, construção
de maquetes, ou outras técnicas.

Página 82
D. Mapa falado ilustrado

É a representação ilustrativa concreta da realidade física de uma determinada


área/território, utilizada para facilitar a percepção dos participantes sobre o ambiente
onde vivem. Pode abordar temas como: situação de conservação dos residenciais; da
limpeza, saúde dos beneficiários, uso/preservação dos espaços comuns.
Pode ser tratada como uma ronda, preferencialmente a pé, para
verificação/levantamento de uma determinada situação que se quer evidenciar, chamar
a atenção para alterar, melhorar ou resolver problema(s) advindo(s).
Após a ronda reúne-se com o grupo de moradores participantes e equipe técnica
para montagem/ilustração da realidade verificada, montando-se o Mapa Falado
Ilustrado, promovendo-se discussão da situação encontrada e os encaminhamentos
necessários e responsáveis.
Outras técnicas que podem ser utilizadas como desdobramento da atividade são
assembleias, visitas monitoradas, palestras, campanhas educativas, mutirões, reuniões,
grupos de trabalho etc.

E. Mutirão

Essa técnica possibilita o fortalecimento da coletividade e a melhoria dos


espaços comuns e, como consequência, da qualidade de vida. O processo de mutirão
com autogestão permite a vivência de uma experiência coletiva, de transformação
prática da realidade local. Envolve capacitação prévia dos participantes para a busca de
recursos, articulação com outros atores, mobilização dos vizinhos e da comunidade,
construção dos objetivos da ação e definição dos resultados esperados.
A atividade permite, nesse formato, compartilhar e absorver conhecimento, e
fortalecer a identidade coletiva.

F. Oficinas

Oficinas temáticas têm por objetivo difundir conhecimentos por meio da prática
(aprender fazendo). Permitem a produção coletiva do conhecimento, partindo-se do
princípio de que todos e todas têm a aprender e a ensinar, de maneira diferenciada.
Podem ser utilizadas de forma concomitante com outras técnicas a fim de se alcançar os
diversos grupos existentes nos territórios. O conteúdo das oficinas deverá contemplar e
ampliar o processo de multiplicação de conhecimentos adquiridos coletivamente com
outras famílias da comunidade.

Uma oficina tem três momentos:

1. Preparação, partindo da prática social dos participantes;


2. Realização de um evento prático específico para o trabalho coletivo;
3. Volta à prática social com os novos conhecimentos adquiridos.
Página 83
O processo da oficina como um todo representa, normalmente, um salto
qualitativo no conhecimento e na ação dos participantes e da equipe técnica do projeto.
As oficinas devem ser escolhidas em função das demandas específicas de cada
local, formuladas pelas famílias, em constante diálogo com os integrantes da equipe do
Trabalho Social, autarquias, ONGs e demais instituições públicas e privadas. Exemplos:
oficinas de recicláveis, trabalhos manuais, reaproveitamento de alimentos, desenho,
colagem, pintura, possibilitam a fixação dos conhecimentos adquiridos, desenvolvendo a
imaginação, sensibilidade, criatividade e capacidade de observação.

G. Audiovisuais (teatro, filmes, fotos, pinturas etc.).

Técnicas que permitem observar, indiretamente, situações ocorridas em lugares


e fatos diferentes. A utilização destas mídias complementa o conteúdo que está sendo
desenvolvido, e preferencialmente deverá estar associada a conteúdos de
educomunicação, que empoderam os agentes locais na escolha e/ou produção de seus
conteúdos informativos. Seguem algumas técnicas que podem ser utilizadas no trabalho:

• Fórum de discussões em redes sociais;

• Teatro participativo ao ar-livre e teatro de fantoches (adultos e infantis);

• Esquetes temáticas;

• Músicas educativas;

• Vídeos e fotos temáticos da comunidade;

• Exibição de filmes seguida de debate.

H. Conversação dirigida/roda de conversa ou terapia comunitária.

Técnica para orientar/despertar os participantes para que eles próprios possam


realizar um trabalho consciente e cooperativo na busca de soluções. Constitui-se em
espaços de partilha de experiências e sabedoria. Nesse processo todos são
corresponsáveis na busca de soluções para problemas. Todos os comentários são
relevantes e incluídos no grupo.
Nestas metodologias busca-se o fortalecimento dos vínculos sociais e o
redimensionamento dos conflitos com a criação/reconquista de espaços comunitários
saudáveis, onde são encontrados valorização, aconchego e confiança. Há troca de
vivências e sentimentos, como também a partilha de canções, provérbios, poesias,
lendas; tudo é material que enriquece os grupos de trabalho e faz de cada um deles uma
experiência única e marcante.

Página 84
Ressaltamos que os técnicos/ consultores responsáveis pela condução das
atividades deverão ter reconhecida experiência na área. A atividade desenvolvida deve
contemplar a finalização dos temas propostos ou formas de continuidade dos encontros
através de parceiros.
Associadas a essas propostas, poderiam ser desenvolvidos conteúdos ligados à
comunicação não violenta, e mediação de conflitos.

I. Debates

Recurso que pretende desenvolver a habilidade mental fortalecendo o espírito


de combatividade e autoconfiança; desenvolver a argumentação lógica e capacitar os
participantes a observar a argumentação do adversário anotando os seus pontos de vista
para fazer a contra argumentação. É uma técnica usada em temas polêmicos que
polarizam.

J. Jogos e brincadeiras dirigidas

Técnica que pretende favorecer aprendizagem informal e desenvolver a


sociabilidade e a articulação com os vários membros do grupo. Promove a integração
geracional.

K. Dinâmicas de grupo

Técnica que estimula o conhecimento individual e do grupo, e a reflexão sobre


práticas e posturas, levando o indivíduo ao reconhecimento de suas limitações, suas
posturas e hábitos. Esta técnica contribui para a dinamização e fortalecimento de um
grupo em especial na construção de consensos, e visualização de aspectos comuns,
permitindo o crescimento individual e coletivo, bem como a melhoria das relações
sociais.

L. Oficinas de história de vida ou “linha do tempo”

Permitem uma apresentação das histórias individuais e coletivas, a partir de um


objetivo previamente definido. Podem ser realizadas com a pergunta “como tenho
construído melhorias em minha vida e comunidade?”, de maneira a permitir o resgate
das contribuições individuais e coletivas para o território, e fortalecer a autoestima dos
indivíduos e comunidade.

M. Grupos produtivos – GTR

Trata-se de coletivos formados, vinculados à fabricação e comercialização de


produtos e serviços, visando à geração de trabalho e renda.
Página 85
N. Feiras de exposição e venda

Divulgação e comercialização de produtos confeccionados pela comunidade,


bem como dos serviços ofertados pelos prestadores locais. Pode estar associada a ações
mais estratégicas relacionadas a empreendedorismo, economia solidária, autonomia
financeira etc.

Página 86
Referências

Brasil. Portaria nº 464 de 25 de julho de 2018. Gabinete do Ministro. Ministério das


Cidades. Dispõe sobre Trabalho Social nos Programas e Ações do Ministério das Cidades.
Diário Oficial da União. 26 Jul. 2018.

CERQUEIRA, Luciano. Guia do Diagnóstico Participativo. Flacso-Brasil. 2015. Disponível


em http://flacso.org.br/files/2015/08/Guia-do-Diagnostico-Participativo.pdf. Acesso em
23 de março de 2020.

Conhecimento e Planejamento Integrados: trabalho social em programas e projetos de


habitação de interesse social: Manual temático: Volume 1. Aliança das Cidades,
MCidades, AVSI Brasil. Brasília. Secretaria Nacional de Habitação. Disponível em
http://www.avsibrasil.org.br/images/publicacoes/3eb89d425c165e1106e76019deb0d5
07.pdf, acesso em 23 de março de 2020.

Ecoar. Manual de metodologias participativas para o desenvolvimento comunitário.


São Paulo. Disponível em
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/ems/PDF%20DOS%2
0PROGRAMAS/MANUAL_DE_METODOLOGIAS_PARTICIPATIVAS.pdf. Acesso em 27 de
março de 2020.

Diagnostico Comunitário Participativo - Manual de ferramentas, disponível em


http://www.portalsida.org/repos/MANUA%20Portuguese2.pdf . Acesso em 23 de março
de 2020.

DRUMOND, Maria Auxiliadora; GIOVANETTI, Lívia e GUIMARÃES, Artur. Técnicas e


Ferramentas Participativas para a Gestão de Unidades de Conservação. Realização
Programa Áreas Protegidas da Amazônia-ARPA e Cooperação Técnica Alemã-GTZ.
Brasília: MMA, 2009. Disponível em http://www.programaarpa.gov.br/wp-
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