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Como uma empresa de propriedade federal, a GIZ apoia o governo alemão na realização dos seus
objetivos no campo da cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável.
Publicado por:
Deutsche Gesellschaft für
Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH
Friedrich-Ebert-Allee 40
53113 Bona, Alemanha
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Autores:
Oscar Zarzo Fuertes (GIZ)
James Harries (Ricardo E&E)
Contribuições:
Sina Wartmann (Ricardo E&E)
Isabella Pfusterer (GIZ), Anne Weltin (GIZ), Klaus Wenzel (GIZ), Timo Leiter (consultor)
Responsável:
Edgar Endrukaitis, Chefe do Programa, IKI Support Project for the Implementation of the Paris
Agreement (SPA)
Design/Disposição:
SCHUMACHER — Brand + Interaction Design, Darmstadt
Créditos fotográficos/fontes:
© GIZ (capa, p.4)
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As opiniões apresentadas nesta publicação são da exclusiva responsabilidade dos autores e não
refletem necessariamente as opiniões do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Conservação da
Natureza e da Segurança Nuclear ou da opinião da maioria das Partes do Acordo de Paris.
Este projeto faz parte da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI). O Ministério Federal do
Ambiente, Conservação da Natureza e da Segurança Nuclear da Alemanha (BMU) apoia esta
iniciativa, com base numa decisão do Bundestag (Parlamento) alemão.
A tradução em Português desta publicação foi apoiada pelo projeto “NDC Assist”, implementado
pela GIZ e financiado pelo Ministério Federal para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico da Alemanha (BMZ).
Impresso em papel 100% reciclado, certificado pelospadrões FSC. Eschborn, junho de 2019
Versão 1.0
Acrônimo
Acrônimo Descrição completa
BTR Biennial Transparency Report (Relatório Bienal de Transparência)
BUR Biennial Update Report (Relatório Bienal de Atualização)
CBIT Iniciativa de Capacitação para a Transparência
COP Conference of the Parties to the United Nations Framework Convention on C
limate
Change (Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas )
ETF Enhanced Transparency Framework (Estrutura de Transparência Aprimorada)
GEF Fundo Global para o Meio Ambiente
GEE Emissões de Gases de Efeito de Estufa
GSP Programa Global de Apoio
5 Transparência 19
5.1 Resumo dos passos-chave e questões para os legisladores 19
5.2 Antecedentes sobre a transparência no âmbito do Acordo de Paris 20
5.3 Modalidades, Procedimentos e Diretrizes (MPGs) para a implementação da
Estrutura de Transparência Aprimorada (ETF) 21
5.4 Preparação para Estrutura de Transparência Aprimorada 23
5.5 Principais diferenças entre BTRs e BURs 25
5.6 Principais diferenças entre processos de revisão existentes e futuros 26
5.7 Transparência da adaptação 27
5.8 Apoio para a transparência 27
5.9 Necessidades em termos de capacidade para preparação da ETF 28
5.10 O papel da transparência no aumento da ambição 28
6 Resumo e conclusão 29
Anexos 30
Anexo 1: Referências 31
Anexo 2: Resumo do Pacote Climático de Katowice 33
Anexo 3: Principais diferenças entre BURs e BTRs 37
Anexo 4: Principais diferenças entre o processo de análise dos BTRs e da ICA para BURs 41
4
Introdução
1 COPs significa a Conferência das Partes na Conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (sigla em inglês, UNFCCC). Elas são realizadas uma vez por ano em diferentes locais em novembro ou
dezembro e são usados para acordar decisões importantes sob a UNFCCC e acordos subsidiários, tal como o Acordo de
Paris e, antes dele, o Protocolo de Quioto. A próxima COP será a COP 25 em Madrid, na Espanha, em dezembro de 2019.
O Acordo de Paris, que foi aprovado na COP 21 em Este guia capta a situação das NDCs e do sistema
dezembro de 2015 e entrou em vigor em novembro de transparência e explica o que aconteceu até agora,
de 2016, fornece a estrutura para ação global diante a o que está para vir e o que os responsáveis pelas
mudança climática. Este tem três objetivos principais políticas podem querer considerar nos próximos
(Artigo 2): anos, enquanto planejam políticas e ações climáticas
nos seus respetivos países. O documento inclui
• Manter o aumento da temperatura média global os resultados da COP 24 em Katowice. Esses
bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais resultados, conhecidos como o Pacote Climático
e procurar esforços para limitar o aumento a de Katowice, fornecem às Partes orientações
1,5°C. sobre como as exigências do Acordo de Paris serão
• Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos alcançadas em áreas-chave e atualizações em outras
adversos da mudança climática. áreas, onde as decisões ainda não foram finalizadas.
• Tornar os fluxos financeiros coerentes com um Em termos de NDCs e transparência, os elementos
caminho para um desenvolvimento baixo em chaves do Pacote Climático de Katowice foram
emissões de gases de efeito estufa e resiliente ao as modalidades, procedimentos e diretrizes (MPGs)
clima. para a Estrutura de Transparência Aprimorada
(ETF) sob a qual as Partes começarão a comunicar
O foco deste guia é o primeiro objetivo3. Isso será a partir de 2024 (ver seção 5 para mais detalhes
feito por ação das Partes do acordo e os núcleos são sobre o Pacote Climático de Katowice relativo à
as NDCs, que estabelecem o que cada Parte fará para transparência). Algumas questões sobre as NDCs
ajudar nos esforços globais em direção aos objetivos também foram acordadas, tais como informações
do Acordo de Paris. As NDCs normalmente incluem para facilitar a clareza, transparência, compreensão
objetivos/metas e um elevado nível dos esforços para e a contabilização das NDCs, enquanto outras
alcançar-las. O Artigo 13 do Acordo de Paris também questões, como prazos comuns, estão a ser discutidas
exige que as Partes acompanhem o progresso em em maior profundidade este ano (ver seção 4 para
direção aos objetivos, conhecido como Estrutura de mais detalhes sobre o Pacote Climático de Katowice
Transparência Aprimorada em inglês, “Enhanced relacionado com NDCs)
Transparency Framework” (ETF).
3 Mais informações sobre o segundo e terceiro objetivos podem ser encontradas em outros lugares, por exemplo,
ver a publicação European Capacity Building Initiative – 2019 Pocket Guide to Adaptation (Iniciativa Européia de
Desenvolvimento de Capacitações – Guia de bolso para a adaptação 2019 ) ou a atualização do Climate Finance 2018 da
6 Climate Policy Initiative (CPI).
3 O ciclo das NDCs
Preparação da Implementação e
NDCs NDC e sua entrega monitoramento do ETF
progresso da NDC
5-year
Consideração dos
5 anos Relatórios Bienal
resultados do GST de Transparência
(BTRs)
Avaliação
Técnica sob o
Balanço global
(GST)
GST
O vínculo entre NDCs e transparência é apresentado E essa informação alimentará o balaço global (global
na Figura acima que mostra os principais passos no stocktake, GST) sobre o progresso a cada cinco anos
“ciclo” das NDCs. O Acordo de Paris estabelece um e informará as Partes sobre o que incluir nas suas
“mecanismo de ajustamento”, que exige que as Partes próximas NDCs.
do Acordo produzam NDCs sucessivas a cada cinco
anos, cada uma sendo uma “progressão” da anterior. A Figura 2 abaixo mostra algumas das principais
Estas NDCs precisam ser implementadas pelas etapas do processo do Acordo de Paris, mostrando
Partes. A Estrutura de Transparência Aprimorada o que já aconteceu e o que é esperado até 2025. Isso
(ETF) estabelecerá as regras de como as Partes podem é elaborado com mais detalhes na seção 4 (NDCs) e
acompanhar o progresso na implementação e o na seção 5 (transparência).
alcance dos seus NDCs.
7
Figura 2: Cronograma para os processos-chaves das NDCs e transparência segundo o Acordo de Paris
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
COP 21 COP 22 COP 23 COP 24 COP 25 COP 26 COP 27 COP 28 COP 29 COP 30 COP 31
(Paris) (Marrakech) (Fiji) (Katowice) (Santiago)
Comunicações Nacionais
Estrutura de elaboração de
relatórios existentes Biennial Update Reports BTR sob a ETF
(Relatórios Bienais De Atualização)
Primeiro
Balanço global
Entrega da segunda (Global
NDC (a primeira NDC … informa …
Stocktake)
tiver o prazo até
2025)
INDCs Primeiras NDCs
… tornam-se … Prazo para a
Entrega da primeira próxima NDC
NDC atualizada (se a
primeira NDC tiver o
prazo até 2030)
8
4 Desenvolvimento, implementação e manutenção
das Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs)
• Tomar medidas para implementar a (primeira) NDC • Além do acima exposto, as Partes também são
existente, por exemplo, através do desenvolvimento capazes de ajustar as suas NDCs existentes a
de planos de ações ou roteiros de NDC e ações qualquer momento, com vista a aumentar o nível
para implementá-las. Será importante também de ambição, por exemplo, se novas evidências
olhar para além da política climática para vierem à tona ou devem aumentar o apoio político
considerar, se uma política mais ampla é e/ou público para uma maior ambição. [seção 4.4.2]
consistente com o Acordo de Paris, por exemplo,
• Desenvolver uma estratégia de desenvolvimento de
verificando se a estratégia energética do país
baixas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)
não está a levar o país num caminho que não é
EE a longo prazo, a meio do século, (ou, se já
compatível com o Acordo de Paris. [seção 4.3]
existir, considerar a necessidade de atualização).
• Considerar quais revisões são possíveis para a Isso ajudará a orientar as decisões relativas a
NDC existente e, em particular, como a ambição o aumento da ambição das NDCs atualizadas e
poderia ser aprimorada. [seção 4.4] novas. O Acordo de Paris convida as Partes a fazer
isso até 2020. Não precisa ser necessariamente
− Se a NDC existente tiver um cronograma até
um novo documento, mas pode incluir objetivos
2025, as Partes deverão produzir uma nova NDC
relacionados com o clima nas atuais estratégias
até 2020 [ver seção 4.4.1.1]. A mesma deve ter
de desenvolvimento ou planejamento a longo prazo.
um cronograma mais prolongado, por exemplo,
[seção 4.5]
uma meta suficientemente ambiciosa para pelo
menos 2030, e deve incluir as informações • Considerar quais as necessidades de
necessárias para maior clareza, transparência desenvolvimento de capacidade podem existir
e compreensão [seção 4.6.1]. para o acima descrito e que apoio está disponível.
Isso pode incluir a capacidade necessária para
− Se a NDC existente tiver um cronograma até
satisfazer as futuras revisões da NDC, orientadas
2030, solicita-se às Partes que atualizem essa
por regras em torno de prazos comuns. [seção 4.7]
NDC até 2020 [ver seção 4.4.1.2]. As opções
para atualizar a NDC incluem aumentar a • Considerar a revisão dos fluxos financeiros para
ambição e aumentar o âmbito da meta (por verificar se eles são consistentes com um caminho
exemplo, para abranger mais setores ou gases, de baixo carbono e com o investimento necessário
se já não estiver a ser feito). No mínimo, deve para a implementação da NDC. [seção 4.8]
ser consistente com quaisquer metas a longo
prazo (ver abaixo). Também deve incluir as
informações necessárias para maior clareza,
transparência e compreensão [seção 4.6.1].
9
4.2 Contexto forma como as Partes podem atualizar as suas NDCs,
serão deixadas em aberto para que as próprias Partes
As Contribuições Nacionalmente Determinadas
decidam.
(NDCs) estão no coração do Acordo de Paris. Elas
definiram a contribuição de uma Parte para alcançar
os objetivos do Acordo de Paris, em particular 4.3 Implementação da NDC
descrevendo os objetivos das Partes para a transição
Ao contrário da formulação, monitoramento e dos
para uma economia de baixo carbono e resiliente às
relatórios da NDC, o Acordo de Paris não oferece
alterações climáticas.
quaisquer requisitos, prazos ou diretrizes para a
implementação das NDCs. Muitas Partes têm
No momento em que escrevo, 183 Partes enviaram
formulado suas NDCs como documentos estratégicos
a sua primeira NDC4. Conforme estipulado no
de alto nível, e com planos de ação mais detalhados
Artigo 4 (12) do Acordo de Paris, estas são registadas
ou roteiros que estabeleçam como os objetivos
num registro público mantido pela UNFCCC5. As
serão atingidos. Esses planos ou roteiros precisam,
NDCs são geralmente documentos curtos e de alto
então, impulsionar a implementação, por exemplo,
nível. Em alguns casos, elas refletem simplesmente
através do desenvolvimento de novas políticas, do
os objetivos e as sustentam estratégias climáticas
alinhamento dos orçamentos internos com as metas
existentes e em outros, elas introduzem novos
da NDC ou do preço de carbono. É importante
compromissos (por exemplo, uma meta para reduzir
que os planos e roteiros de implementação da NDC
as emissões de GEE, onde anteriormente não
não sejam documentos independentes, mas tenham
existia). A principal caraterística das NDCs é que
uma forte participação dos relevantes ministérios
elas são determinadas nacionalmente e, portanto,
sectoriais e sejam refletidos nas estratégias sectoriais
exibem uma ampla variedade de abordagens, tanto
associadas e nos planos de investimentos. Também
em termos de formato, como de conteúdo. Esta
é importante ter um mecanismo para monitorar
diversidade é mais notória nos tipos de objetivos
e rever esses planos com suficiente regularidade e
apresentados nas diferentes NDCs das partes. Dito
assegurar consistência com a NDC. Se tais planos ou
isto, a orientação sobre o que as NDCs podem conter
roteiros de implementação da NDC não existirem, a
está disponível6 e na COP 24, as Partes concordaram
Parte pode achar benéfico desenvolvê-los, idealmente
sobre o que é necessário nas NDCs para maior
através de um processo consultivo com as partes
clareza, transparência e compreensão (ver seção 4.6.1
interessadas para aumentar a adesão para os planos7.
para mais informações). Algumas questões desafios,
como cronogramas comuns para futuras NDCs,
ainda estão a ser discutidos. Outras questões, como a
4 As NDCs iniciais foram submetidas à UNFCCC na preparação para a COP 21 (Paris, 2015). Estas tornam-se
automaticamente a primeira NDC de uma Parte, assim que a Parte ingresse (ratifique) o Acordo de Paris, a menos que
uma Parte decida de outra forma. Essa “transição” automática para a primeira NDC aconteceu na maioria dos casos, mas
uma exceção é as Filipinas, que ratificou o Acordo de Paris em outubro de 2017, mas ainda não enviou a sua primeira
NDC
5 O registo provisório da NDC pode ser consultado aqui – https://www4.unfccc.int/sites/NDCStaging/Pages/Home.aspx
6 Por exemplo, consulte o Guia de bolso para NDCs da Iniciativa Européia de Desenvolvimento de Capacitações
http://orbit.dtu.dk/files/149534221/NDCs_layout_web_colour.pdf
7 Estudos de caso sobre planos de implementação da NDC em desenvolvimento podem ser encontrados na Base de Dados
de Boas Práticas hospedada na página da Parceria sobre Transparência no Acordo de Paris (https://www.transparency-
partnership.net/good-practice-database Por exemplo, ver https://www.transparency-partnership.net/gpd/developing-national-climate-
10 compatible-development-plan-ccdp)
Figura 3:
Os elementos-chave da implementação da Governança: implementar estruturas e
NDC processos institucionais apropriados para
orientar e coordenar a ação climática e
envolver as principais partes interessadas.
Governança
Mitigação: as estratégias de mitigação a
longo prazo visam reduzir as emissões
erledigtde planos nacionais e
de GEE através
Mitigação Sinergias Adaptação setoriais alinhados com as prioridades de
desenvolvimento.
8 Por exemplo, CDKN/Ricardo “Planejando para a implementação da NDC: Um guia de início rápido”, WRI/UNDP lista
de verificação de implementação de NDC, Nota Explicativa UNEP DTU sobre a implementação da NDC, etc. Para mais
detalhes, ver referências no Anexo 2. 11
Figura 4: Caminhos globais de GEE
Temp. estimada
em 2100:
150
4.5°C
Sem ação
Gigatoneladas de emissões de CO2 por ano
120
Compromissos de
3.5°C
90 Paris
60
Cenários consistentes com
1,5°C –1,9°C 1.9°C
1.8°C
30
1.7°C
1.6°C
1.5°C
0
2000 2020 2040 2060 2080 2100
Fonte: ClimateInteractive, 2016; adaptado
Assim como desenvolver planos robustos para a 4.4 Ambição reforçada nas NDCs
implementação da NDC, as Partes precisam olhar
O Acordo de Paris representou um avanço
para além do espaço da política climática. Por
significativo nos esforços globais para combater a
exemplo, a eliminação progressiva dos combustíveis
mudança climática, pois, pela primeira vez, inclui
fósseis subsídios e introduzindo sucessivamente
todas as Partes, ou seja, países desenvolvidos e em
um preço sobre carbono, compensando ao mesmo
desenvolvimento. Cada parte do Acordo de Paris deve
tempo as pessoas afectadas negativamente através
desenvolver sucessivas NDCs (Artigo 4 (2)) a cada
dessas medidas será uma medida importante para
cinco anos (Artigo 4 (9)) e cada uma deve ser uma
muitas Partes cumprirem os seus objetivos. A ação
“progressão” relativamente a anterior (Artigo 4 (3)).
climática requer transição em vários setores. Portanto,
O que constitui uma “progressão” não está definido.
os ministérios setoriais precisam elaborar políticas e
Mas a expectativa é que ela estenda o prazo para a
medidas que alcancem as metas climáticas, ao lado
NDC e, idealmente, represente também uma maior
de outras metas importantes, como acesso à energia
ambição. De fato, o Acordo de Paris estabelece que
confiável, redução da poluição do ar ou conservação
um balanço global será realizado a cada cinco anos,
da biodiversidade e segurança alimentar. Caso forem
sendo o primeiro em 2023 (Artigo 14 (2)). Este
planejadas avaliações das principais estratégias, como
balanço avaliará o progresso coletivo para alcançar
uma atualização do plano de desenvolvimento de
os objetivos a longo prazo do Acordo de Paris e
cinco anos ou uma avaliação da estratégia de energia
informará as Partes sobre a atualização e reforço das
de um país, isso oferece uma boa oportunidade para
suas NDCs (Artigo 14(3)).
garantir que estes planos sejam “compatíveis com o
12 Acordo de Paris”.
A necessidade de maior ambição é ilustrada na • Muitas das atuais NDCs foram bastante apressadas
atualização de 2016 do Relatório de Síntese da e com um pouco mais de tempo para conduzir
UNFCCC de 20159 e do Relatório Especial do análises e realizar compromissos significativos
IPCC com base em 1,5ºC10, que afirmam que as das partes interessadas, uma Parte pode achar
NDCs atuais não são consistentes com um caminho que é capaz de fazer cortes maiores nas emissões
para os 1,5ºC e levariam ao aquecimento de 3,5ºC. através de medidas que também são sensatas por
Isso sugere que as Partes precisam ir além dos muitas outras razões, tal como baixar os preços da
compromissos atuais até 2030 e também considerar tecnologia ou reduzir a poluição do ar.
a necessidade de uma maior ambição para as futuras • Desde que a NDC atual foi produzida, os
NDCs que tenham um cronograma para além de custos de tecnologia caíram, por exemplo, para
2030. renováveis, e podem existir novas informações
sobre elementos como demanda prevista de energia
No contexto da ambição, existe uma forte ligação ou disponibilidade de água.
entre as NDCs e as estratégias de longo prazo de • Para atingir os objetivos de Paris, os países
desenvolvimento de baixas emissões (LT-LEDS), precisam abandonar amplamente os combustíveis
na medida em que será importante que estas sejam fósseis até meados do século. Diante deste cenário,
suficientemente ambiciosas e alinhadas com o é necessária uma ação antecipada sobre “frutos de
objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento fácil acesso” para permitir tempo suficiente para
da temperatura global, e que os primeiros estejam as mudanças mais difíceis que podem levar mais
alinhados com essas estratégias a longo prazo. tempo. Se os países não agirem rapidamente, eles
Para mais informações sobre LT-LEDS, consulte a irão perder tempo e dinheiro, porque quanto mais
Seção 4.5. tarde eles reduzirem as suas emissões, mais fortes e
caros serão os cortes.
Muitas Partes ainda estão numa fase relativamente • Aumentar a ambição é uma forte declaração
inicial de implementação da sua NDC atual e ainda política para outros países. Muitos países podem
podem estar a trabalhar nos planos de implementação fazer mais e podem contar com forte apoio público
da mesma, ou apenas recentemente podem tê-la para intensificar os esforços em relação à mudança
aprovado e iniciado o processo de implementação. climática e responder à “emergência climática”. O
Continuar este processo, considerando também a aumento da ambição pressiona outros países a agir
ambição reforçada, representa um desafio para todas e apoia os eleitores dentro dos países que exigem
as Partes. Mas, assim como o imperativo de considerar a uma ação mais forte dos seus governos.
ambição aprimorada descrita acima, para colocar o mundo • Nos termos do Acordo de Paris, as Partes são
num caminho para a meta de temperatura do Acordo de encorajadas a apresentar, até 2020, estratégias de
Paris, existem também outras razões pelas quais poderia ser desenvolvimento de baixas emissões de gases de
benéfico para as Partes considerarem uma maior ambição: efeito de estufa de longo prazo (ver Seção 4.5).
Será importante demonstrar que a meta de 2030
de uma das Partes é consistente com uma meta de
2050 numa estratégia de longo prazo.
9 https://unfccc.int/sites/default/files/resource/docs/2016/cop22/eng/02.pdf
10 https://www.ipcc.ch/sr15/chapter/summary-for-policy-makers/ 13
• Uma NDC nova ou atualizada é uma especificamente, a expectativa seria de que esta nova
oportunidade para demonstrar o progresso na NDC tivesse um prazo para além de 2025. E tal
implementação da NDC atual. como exposto acima, o Artigo 4(3) do Acordo de
Paris estabelece que cada NDC sucessiva deve ser
Existem várias opções disponíveis para NDCs novas uma progressão relativamente à última. As Partes,
ou atualizadas. Melhorar a ambição pode incluir: que precisam produzir novas NDCs até 2020,
podem precisar fazer uma nova análise das opções e
• Definir um nova meta ambiciosa para um período potenciais de mitigação, caso a análise que informa
de tempo para além do existente. a meta de NDC existente não se estender para além
• Aumentar o rigor da meta existente. de 2025. A atualização da análise também é útil
• Expandir o âmbito da meta para cobrir mais porque os custos e benefícios de algumas opções de
setores ou gases. mitigação mudaram (por exemplo, os preços das
• Alterar a meta condicional para uma meta energias renováveis caíram ainda mais) e podemos
incondicional. ter melhores informações sobre outras principais
• Alterar a ênfase de uma meta existente, por variáveis, como demanda energia prevista ou variações
exemplo, tornando a meta “pelo menos” ou na disponibilidade de água. As Partes também
“bem abaixo” do nível previamente acordado.11 precisarão garantir a coerência entre a nova meta para
além de 2025 e qualquer meta prazo mais extendido
Além disso, ao desenvolver uma nova NDC ou estabelecida em sua estratégia de desenvolvimento
atualizar uma existente, as seguintes alterações de baixas emissões a longo prazo (ver Seção 4.5 para
também poderiam ser feitas: mais detalhes). No momento em que escrevo, apenas
uma Parte do Acordo de Paris apresentou a sua
• Adicionar novas políticas e medidas para cumprir segunda NDC (Ilhas Marshall).
a meta.
• Comprometer-se mais com a ação climática.
4.4.1.2 NDCs existentes atualizados
• Desenvolver sistemas de transparência mais
robustos. até 2020
• Comunicar o progresso desde que a NDC
A Decisão 1/CP.21 também pede que as Partes cujos
existente foi submetida pela primeira vez.
INDCs ou primeiras NDCs tenham um cronograma
• Definir melhores estruturas de governança.
até 2030 para “comunicar ou atualizar” esses dados
até 2020.
11 Por exemplo, uma Parte poderia alterar uma meta existente para reduzir as emissões de GEE para 30% abaixo da linha
14 de base de 1990, para “reduzir as emissões de GEE para bem abaixo de 30% abaixo da linha de base de 1990”.
do WRI sobre o aprimoramento das NDCs até serão aplicados as NDCs apresentadas em 202515.
202012. Mas todos os outros detalhes, tais como a duração
do período de tempo e se deve haver um único prazo
comum ou uma escolha de prazos, será discutido
4.4.2 Outras alterações às NDCs posteriormente na próxima reunião do Órgão
Subsidiário de Implementação (SBI) em Bona, em
O Artigo 4(11) do Acordo de Paris estabelece que
junho de 201916. Mas todos os outros detalhes, tais
uma Parte do Acordo pode ajustar a sua NDC
como a duração do período de tempo e se deve haver
existente a qualquer momento. Isso permite que
um único prazo comum ou uma escolha de prazos,
as Partes façam revisões conforme apropriado, por
será discutido posteriormente na próxima reunião do
exemplo, para alinhar com quaisquer mudanças na
Órgão Subsidiário de Implementação (SBI) em Bona,
política climática doméstica, para refletir as mais
em junho de 201917. Os formuladores de políticas
recentes evidências ou ciência, ou para responder a
podem querer seguir essas discussões para entender os
um maior apoio público ou político à ação climática.
prováveis requisitos para submissões futuras da NDC.
18 Em 5 de junho de 2019, onze países tinham apresentado à UNFCCC uma estratégia a longo prazo:
16 https://unfccc.int/process/the-paris-agreement/long-term-strategies
O Anexo I da Decisão 4 / CMA.119 do «Pacote 4.7 Apoio aos países para a elaboração e
Katowice» contém mais pormenores sobre estes implementação das NDCs
elementos. As informações também devem ser
fornecidas para medidas de adaptação que tenham A Decisão 4 / CMA.1 sublinha que será prestado
co-benefícios de mitigação. As Partes são fortemente apoio às Partes que são países em desenvolvimento
encorajadas a fornecer as informações necessárias para a implementação do Artigo 4 do Acordo de
para maior clareza, transparência e compreensão Paris, inclusive para a preparação das NDCs. Há uma
ao atualizar suas primeiras NDCs até 2020. Mas é ampla faixa de programas de apoio que fornecem
também destacar, que as Partes não devem se sentir assistência técnica e capacitação para os países em
limitadas a essas informações e também podem relação as suas NDCs, incluindo o Programa de Apoio
fornecer informações adicionais conforme necessário. NDC do PNUD, o NDC Support Facility do Banco
Mundial, o NDC Cluster, a plataforma NDC Invest
do Banco de Desenvolvimento Inter-Americano,
4.6.2 Contabilização das NDCs NDC Hub Africano do Banco Africano de
Desenvolmento, NDC Advance do Banco Asiático de
A contabilização pode ser definida como o processo e
Desenvolvimento, e muitos outros projetos bilaterais.
procedimento para avaliar a realização de uma meta
Há também apoio disponível para estratégias de
de mitigação20. De acordo com a atual estrutura
desenvolvimento de baixas emissões a longo prazo,
de MRV, isso se aplica apenas as partes-países
por exemplo, através da Plataforma Pathways 2050 e
desenvolvidos no segundo período de compromisso
intercâmbio de partes promovido pelo Secretariado
do Protocolo de Quioto. Mas sob o Acordo de
da UNFCCC21, bem como através das organizações
Paris, todas as Partes precisarão prestar contas de
bilaterais e multilaterais. Como os LT-LEDS estão
suas NDCs. Isso deve ser feito com metodologias e
intimamente ligados às NDCs, alguns programas de
métricas comuns e tende a ser baseado no inventário
suporte a NDC também apoiam o desenvolvimento
de GEE. No entanto, algumas NDCs contêm metas
de LT-LEDS. A Parceria NDC (NDC Partnership)
não relacionadas a GEE (por exemplo, metas de
apoia seus países membros e instituições para
energia renovável ou eficiência energética) e ainda não
mobilizar e coordenar o apoio técnico e financeiro
foi esclarecido como tais metas serão consideradas.
para a implementação e aumento da ambição da
NDC22 Um processo impulsionado pelo país serve
O Anexo II da Decisão 4 / CMA.1 do Pacote
como um mecanismo de correspondência entre as
Climático de Katowice estabelece mais orientações
solicitações dos países e as contribuições dos doadores,
sobre este tópico, incluindo a contabilização
com o objetivo de aumentar a coordenação, o
de emissões e remoções de GEE, assegurando
compromisso e o alinhamento dos doadores com as
consistência metodológica (por exemplo, sobre linhas
metas nacionais de clima.
de base) e inclusão de categorias de emissões.
19 https://unfccc.int/sites/default/files/resource/cma2018_3_add1_advance.pdf
20 Definição extraída da publicação “Decifrando a MRV, contabilidade e transparência para a era pós-Paris” –
https://www.transparency-partnership.net/system/files/document/MRV.pdf
21 https://www.2050pathways.org/, contacte o Grupo de Amigos LT-LEDS da UNFCCC: LT-LEDS@unfccc.int
22 Lançada na COP 22 em 2016, a associação cresceu rapidamente e inclui 17 países doadores com financiamento climático,
76 países em desenvolvimento (incluindo a maioria dos países da África Subsaariana e da América Latina), bem como 23
membros institucionais e associados (incluindo as principais agências da ONU e banco internacional de desenvolvimento,
a partir de 5 de junho de 2019). 17
4.8 Fluxos de financiamento climático
O Artigo 2(1)(c), do Acordo de Paris salienta a
necessidade de tornar os fluxos financeiros coerentes
com os caminhos de desenvolvimento baixo em
emissões de gases de efeito de estufa e resilientes
às alterações climáticas. O Pacote Climático
de Katowice não incluiu novas atualizações ou
orientações sobre isso, mas incluiu um relatório
do Comitê Permanente de Finanças sobre uma
visão geral dos fluxos de financiamento climático23.
Ter acesso a financiamento será crucial para a
implementação bem-sucedida das NDCs e, além
do apoio específico para as NDCs mencionada
acima, fazendo com que todos os fluxos financeiros
“Compatíveis com o Acordo de Paris” desempenhem
um papel fundamental, especialmente a longo
prazo. As Partes podem, portanto, decidir realizar
uma revisão, ou atualizar uma anterior, mapeando
os fluxos de financiamento e até que ponto são
consistentes com o NDC e também com qualquer
estratégia de longo prazo (ver Seção 4.5 acima).
19
• Assegure-se de que haja um entendimento claro do • Prosseguir o relatório no âmbito do quadro
suporte necessário para a implementação da NDC, existente de Monitoramento, Relato e Verificação
incluindo finanças, capacitação e transferência de (MRV), como forma de reforçar a capacidade e a
tecnologia, e desenvolva / atualize planos de como especialização em antecipação ao ETF. A estrutura
relatar isso e o apoio recebido no âmbito do ETF. atual também pode fornecer uma oportunidade
[Seção 5.8] para “aprender fazendo”, como por exemplo, o
objetivo de relatar um parâmetro exigido pelo ETF
• Considerar as necessidades de capacidade para
antes de 2024, já incorporado num BUR.
os itens acima e potenciais fontes de apoio, por
exemplo, através da Iniciativa de Capacitação para • Considerar se é necessário mais capacitação
a Transparência (CBIT), criada no âmbito do Acordo para preparar-se a Revisão e Consideração
de Paris. [Seção 5.9] Multilateral do Progresso dos BTRs. Uma opção,
poderia ser nomear especialistas do país para a
Lista de Peritos da UNFCCC para rever inventários
de GEE, Comunicações Nacionais e Relatórios
Bienais (Partes países desenvolvidos) ou
Relatórios de Atualização Bienal (Partes países em
desenvolvimento), para ganhar mais experiência
nesta área. [Seção 5.6]
Modalidades, prodecimentos
e diretrizes (MPG)
€
Áreas
Relatório de Inventário
Relatório Bienal de Transparência (BTR) Nacional (NIR)
27 Observe que esses processos irão basear-se nos processos atuais de Avaliação e Revisão Internacional para países
22 desenvolvidos e em Consultas e Análises Internacionais para países em desenvolvimento.
ser apresentadas como um componente ou em nacionais de GEE e ao rastreamento do progresso
conjunto com um BTR – veja Seção 5.7 para na implementação e obtenção da parte mitigação
mais detalhes); da NDC. Essas estarão sujeitas ao TER. O TER
• informações sobre apoio financeiro, não avaliará, se as restrições de capacidade relatadas
desenvolvimento e transferência de tecnologia, justificam as opções de flexibilidade escolhidas.
bem como apoio à capacitação necessária e
recebida (veja Seção 5.8 para mais detalhes); Para garantir que os relatórios sejam tão robustos e
• informações sobre apoio financeiro, precisos quanto possível, ainda há trabalho a ser feito
desenvolvimento e transferência de tecnologia, sob as negociações da UNFCCC. Negociadores de
bem como apoio à capacitação fornecido e todos os países estão sendo pedidos para desenvolver
mobilizado; tabelas e formatos de relatórios comuns até a COP26
• Opções de flexibilidade escolhidas, restrições de em 2020, da seguinte forma:
capacidade relevantes e prazos de melhoria.
a. tabelas de relatórios comuns e formatos tabulares
Informações detalhadas podem ser encontradas para o relatório eletrônico de diferentes tipos de
na Decisão 18 / CMA.1 sobre as modalidades, informações. Servirá para acompanhar o progresso
procedimentos e diretrizes para a estrutura de das NDCs e financiamento climático, e
transparência para ação e apoio a que se refere o b. esboços do BTR, documento nacional de
Artigo 13 do Acordo de Paris. A Iniciativa para a inventário de GEE e relatório TER.
Transparência da Ação Climática (ICAT28) está
atualmente desenvolvendo um documento técnico
(“Preparando-se para os Relatórios Bienais de 5.4 Preparação para Estrutura de
Transparência – Implementando as modalidades, Transparência Aprimorada (ETF)
procedimentos e diretrizes da Estrutura de
Tal como acima referido, a ETF baseia-se no
Transparência Aprimorada (ETF) ”). Este documento
atual quadro de MRV e, como tal, todos os países
fornecerá orientações detalhadas aos países em
já cumprirão alguns dos seus requisitos. Mas,
desenvolvimento sobre como aplicar as disposições
inevitavelmente, haverá alguns aspectos da ETF que
cobertas pelas MPGs. Por isso, recomenda-se
os países ainda não estão a cumprir. No momento da
aos formuladores de políticas interessados na
redação desta nota de orientação, ainda faltam mais
transparência do Acordo de Paris que consultem
de cinco anos para a apresentação do primeiro BTR,
essa publicação a fim de se familiarizarem mais
o que significa que há tempo para implementar as
profundamente com os requisitos da Estrutura de
melhorias necessárias. Por conseguinte, é oportuno
Transparência Aprimorada (ETF). Este documento
fazer um balanço da situação atual no país, identificar
está programado para ser publicado em 2019.
as melhorias necessárias e desenvolver um roteiro
de atividades para a sua abordagem até 2024. Este
As MPGs também fornecem orientação para o
roteiro deve, idealmente, identificar o que deve ser
processo de revisão que todos os BTRs devem ser
feito para se tornar “pronto para a ETF”, e também
submetidos. Este processo de revisão incidirá sobre os
quando estas atividades devem ocorrer e quem
elementos obrigatórios dos BTRs. Cabe ressaltar, que
deverá ser envolvido.
para os países em desenvolvimento são obrigatórias
as informações relacionadas aos inventários
28 ICAT 2019 23
Embora não seja um requisito do Acordo de Paris, do prazo de 2024. Tal roteiro de atividades poderia
esse roteiro para se tornar “pronto para a ETF” teria também permitir uma certa aprendizagem. Os países
uma série de benefícios. Em especial, assegurará uma podem procurar marcos no âmbito do atual quadro de
transição harmoniosa e permitirá que certos aspectos MRV para “experimentar” cumprir certos requisitos
dos relatórios da ETF sejam introduzidos ao longo da ETF antes de 2024. Por exemplo, eles podem optar
do tempo, de forma gradual. Fazer isso significará um por relatar informações que são necessárias no âmbito
cronograma mais suave de capacitação em vez de tentar da ETF, mas não fazem parte dos atuais requisitos de
fazer muito em um curto espaço de tempo, perto relatório, em uma próxima BUR.
Figura 7: Exemplo hipotético de um roteiro de atividades para se “tornar pronto” para a ETF29
ETF Roadmap
Desenvol- Estabe-
ver um lecer
Generalidades roteiro de comitê
atividade diretório
de acordo para o
com ETF ETF
Outras questões,
caso apropriado
29 Observe que esta figura mostra um exemplo hipotético em que um país decide realizar trabalhos nas áreas de inventário
de GEE e ações de mitigação para se preparar para a ETF. Os países podem igualmente decidir realizar trabalhos
24 noutras áreas, tais como transparência de apoio, adaptação, etc.
Na elaboração desse roteiro, os países deverão ter em séries cronológicas consistentes, realizem análises
conta quaisquer requisitos em matéria de transparência de incerteza e implementem planos de Garantia de
no âmbito da política ou da legislação nacionais. Qualidade/Controlo de Qualidade (GQ/ CQ)31.
Por exemplo, uma legislação nacional em matéria Embora alguns requisitos para a preparação de
de alterações climáticas poderá exigir a criação de inventários de GEE possam ser novos para os
determinados sistemas de comunicação de informações, países em desenvolvimento, alguns deles estão já a
devendo tais requisitos ser incluídos no roteiro. avançar no sentido destes requisitos, por exemplo,
apresentando já inventários de gases com efeito
de estufa compilados utilizando as orientações do
5.5 Principais diferenças entre IPCC de 2006 nos seus BUR, realizando análises de
BTRs e BURs categorias essenciais e aplicando níveis mais elevados
para, pelo menos, algumas categorias fundamentais.
Para desenvolver esse roteiro, os países terão
obviamente de compreender os requisitos da ETF e
No que diz respeito à apresentação dos relatórios
a forma como diferem do atual quadro de MRV.
sobre os seus esforços de mitigação, todos os países
terão de fornecer uma descrição das suas NDCs
Existem algumas diferenças notáveis no que diz
e informações sobre os indicadores relevantes
respeito ao âmbito das informações atualmente
necessários para acompanhar os progressos
apresentadas no âmbito de um BUR e ao futuro
realizados na sua implementação. Para os países
âmbito de um BTR. O apêndice 4 apresenta uma
em desenvolvimento, este é um adiantamento
panorâmica das principais alterações entre os BURs
importante, uma vez que terão de apresentar pela
(requisitos atuais de comunicação a partir de 2019)
primeira vez um relatório sobre a implementação
e as BTRs (requisito de comunicação a partir de
e a obtenção dos seus objectivos . Os indicadores
2024).
podem ser quantitativos ou qualitativos e devem
ser fornecidos dados relativos a todos os anos de
As principais mudanças consistem em garantir a
referência.
integridade e precisão das informações relatadas no
inventário de GEE, e em acompanhar o progresso e
As MPGs especificam que cada Parte deve apresentar
relatar sobre a implementação e realização da NDC.
um relatório sobre as projeções de gases com efeito
de estufa e fornecer pormenores sobre o modo como
Em termos de inventários de GEE, todos os países
tal deve ser feito. No entanto, os países partes em
precisarão usar as diretrizes do IPCC de 200630 (e
desenvolvimento que necessitam de flexibilidade
qualquer aperfeiçoamentos subsequentes) e utilizar os
à luz das suas capacidades só são incentivados a
potenciais de aquecimento global (GWP) do Quinto
comunicá-las ou, se as comunicarem, podem utilizar
Relatório de Avaliação Painel Intergovernamental
metodologias menos pormenorizadas. Mas as Partes
sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Solicita-se
podem ponderar por usar a flexibilidade, uma vez
também a todos os países, que realizem análises
que o desenvolvimento de projeções de GEE tem
obrigatórias das principais categorias, colocando
muitos benefícios, informando suficientemente cedo
todos os esforços para aplicar métodos de níveis
o desenvolvimento de políticas para permitir que
mais elevados às principais categorias, reportem
30 As Partes são incentivadas a utilizar o Suplemento de 2013 Guia do IPCC de 2006 para os Inventários Nacionais de Gases
com Efeito de Estufa: Wetlands.
31 Os países em desenvolvimento que necessitam de flexibilidade só são encorajados a fazê-lo. 25
essas sejam revistas e produzam um maior efeito. As as informações contidas nos BTRs e uma revisão
MPGs estabelecem, que as projeções de GEE não facilitadora e multilateral para tomar em conta
devem ser utilizadas para o acompanhamento dos os progressos de uma Parte na realização da sua
progressos, exceto nos casos em que a Parte avalia as NDC. Conforme mencionado anteriormente, nos
suas emissões de GEE em contrapartida a linha de termos dos atuais arranjos de MRV para países em
base dinâmica32. desenvolvimento, os BURs passam pelo processo da
ICA. As principais diferenças entre os dois processos
A informação sobre as medidas de adaptação é são apresentadas no apêndice 5. Vale a pena notar,
também um novo elemento do BTR, mas não é que os países que participaram na ICA provavelmente
obrigatória. Informações adicionais a serem relatadas já estarão familiarizados com uma série de elementos
incluem suporte fornecido e recebido. Além dos do TER.
países desenvolvidos, para os quais é obrigatório,
outros países que prestam apoio devem também O processo de revisão do BTR será diferente da
comunicar estas informações como parte dos seus análise do BUR para os países em desenvolvimento
BTR. Por último, os países em desenvolvimento em âmbito e composição da equipe de técnicos
devem apresentar relatórios com um nível de avaliadores, bem como no seu formato. O relatório
pormenor mais elevado sobre as necessidades de TER incluirá não só as necessidades de reforço
apoio e o apoio recebido, do que atualmente no das capacidades (como faz o processo ICA), mas
âmbito das BURs. Apesar que, relatar sobre medidas também recomendações para a melhoria dos
de adaptação e sobre o apoio necessário e recebido BTRs subsequentes. Além disso, a composição
não serem obrigatórios (“devem”) para o países da equipe TER difere da Equipe de Especialistas
em desenvolvimento de acordo com a ETF, são Técnicos (TTE) no âmbito da ICA, mudando para
elementos importantes. A apresentação de relatórios um equilíbrio geográfico entre peritos dos países
sobre o apoio necessário e recebido tornará mais desenvolvidos e dos países em desenvolvimento.
fácil para os países em desenvolvimento atrair o O formato das revisões passará de apenas revisões
apoio necessário para permitir a implementação centralizadas para BURs para diferentes tipos de
eficaz das suas NDCs. A maioria das NDCs incluem formatos de revisão (incluindo revisões centralizadas,
componentes de adaptação e, já que muitos países em de escrivaninha e no próprio país) para BTRs. As
desenvolvimento são vulneráveis, e esta é uma questão revisões no país são um formato com o qual os países
prioritária das alterações climáticas. Comunicação em desenvolvimento ainda não estão familiarizados.
dos progressos na execução das ações de adaptação e o Elas requerem mais tempo e recursos e tendem a ser
seu impacto na resiliência e na vulnerabilidade serão mais profundas, como mostra a experiência atual dos
fundamentais para atrair esse financiamento. países desenvolvidos. Ao mesmo tempo, oferecem um
potencial muito maior para a troca de experiências
entre os peritos nacionais e o TTE. A experiência
5.6 Principais diferenças entre do processo da ICA mostra, que os processos de
processos de revisão existentes e revisão ajudam a troca de experiências e a melhorar
os relatórios ao longo do tempo e, portanto, serão um
futuros
trunfo para preparação a ETF do Acordo de Paris.
Os BTRs serão submetidos a um processo de revisão
constituído por duas partes: um TER para rever
26 32 Ou seja, um que pode mudar ao longo do tempo em vez de ser corrigido no início.
apresentadas periodicamente à UNFCCC. O
5.7 Transparência da adaptação Artigo 7.11 afirma que as comunicações de adaptação
A transparência da adaptação, também conhecida devem ser apresentadas como parte ou em conjunto
como Sistema de Monitoramento e Avaliação na com outras comunicações/documentos (por exemplo,
aréa de adaptação (M&E), permite que os países NAP, NDC e/ou comunicações nacionais). Por
acompanhem a implementação de planos e ações de conseguinte, os países podem querer ponderar a
adaptação e avaliem sua eficácia e resultados. Este forma como pretendem fazê-lo. Outras orientações
ponto pode apoiar a gestão contínua das intervenções sobre as comunicações de adaptação, incluindo a sua
de adaptação, avaliando os progressos e apontando as finalidade e elementos-chave, foram acordadas na
necessidades de ajustamentos, e pode também apoiar COP 2434.
a aprendizagem e o intercâmbio sobre o que funciona
bem e o que não funciona, contribuindo assim para
melhorar as ações de adaptação. 5.8 Apoio para Transparência
O Artigo 13 do Acordo de Paris estipula que os países
Isto abrange uma das quatro etapas principais do
em desenvolvimento devem fornecer informações
processo do Plano Nacional de Adaptação (PNA),
sobre o apoio financeiro, a transferência de tecnologia
especificamente o Elemento D - relatórios, monitoria
e o reforço das capacidades necessárias e recebidas.
e revisão. A maioria dos países encontram-se numa
Se ainda não o fizerem, os países devem, por
fase inicial do processo do PNA e estão focada
conseguinte, assegurar uma compreensão clara do
no Elemento A - balanço - para compreender e
apoio necessário. Se não existir uma avaliação recente
sintetizar as análises climáticas disponíveis, análises
das necessidades disponíveis, pode ser útil rever
de vulnerabilidade e impacto climático, atividades de
avaliações anteriores para garantir que elas se alinham
adaptação passadas e em curso, e também as lacunas e
bem com a NDC atual, ter em conta o Pacote
barreiras. Alguns países estão a começar a considerar
Climático de Katowice e, se possível, considerar
o Elemento B, que inclui a avaliação e priorização de
qual o apoio que pode ser necessário para a NDC
vulnerabilidades e opções de adaptação33.
atualizada ou nova. Tal como explicado na seção 5.5
Como o Elemento D é o quarto de quatro passos, os
acima, embora a comunicação de informações sobre
países podem não se concentrar, nesta fase, na criação
o apoio necessário e recebido não seja obrigatória
de sistemas de M&A para adaptação. No entanto,
para os países em desenvolvimento, há vantagens em
é importante incorporar considerações de M&A de
fazê-las.
adaptação no processo de inventário e subsequente a
avaliação de vulnerabilidades e opções de adaptação.
Portanto, a M&A precisa ser integrada no processo
do PNA desde um estágio inicial, em vez de ser um
5.9 Necessidades em termos de
complemento no Elemento D. capacidade para preparação da
ETF
O Acordo de Paris não estipula requisitos específicos
É provável que os países em desenvolvimento
para a M&E, adaptação mas o Artigo 7.10 estabelece
necessitem de capacidade adicional para estarem
que as comunicações de adaptação devem ser
preparados para a ETF. O apoio está a ser
33 Mais informações sobre estes elementos do processo do PAN podem ser encontradas nas Orientações Técnicas do PAN
para os Países Menos Desenvolvidos – https://unfccc.int/files/adaptation/application/pdf/nap_overview.pdf
34 Ver Decisão 9/CMA.1 em https://unfccc.int/documents/187572 27
prestado por uma série de organizações. Mais
especificamente, o Acordo de Paris criou a Iniciativa
de Capacitação para a Transparência35 (CBIT),
através da qual os países podem aceder ao apoio
para uma série de questões conexas. O Secretariado
da UNFCCCe o Programa Global de Apoio (GSP)
do PNUD estabeleceram, em 2016, uma rede
informal de prestadores de apoio no domínio da
transparência, designada “Grupo de Amigos da
MRV/Transparência”. As reuniões no âmbito das
negociações da UNFCCC e uma plataforma de
cooperação com informações sobre atividades e
recursos promovem a cooperação e a coordenação
entre os membros. Os países em desenvolvimento
também receberão apoio financeiro e técnico para a
preparação e apresentação de BTR, bem como para
o desenvolvimento das capacidades institucionais e
técnicas relacionadas com a transparência através do
Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do
apoio bilateral.
28 35 https://www.thegef.org/topics/capacity-building-initiative-transparency-cbit
6 Resumo e conclusões
O acordo do Pacote Climático de Katowice na Para tal, será necessária uma boa governação
COP 24 em 2018 fornece muitas das regras e liderança política a nível nacional. Os países
necessárias para governar a ação no âmbito do Acordo desenvolvidos terão de continuar a apoiar os países
de Paris nos próximos anos. Este é, por conseguinte, em desenvolvimento no construção de capacidades
um momento oportuno para que os decisores para desenvolver políticas e acompanhar os progressos
políticos façam um balanço, revejam as políticas e os no cumprimento dos objetivos climáticos. Mas
processos internos e se preparem para os principais para todos, isso também requer uma mudança de
objetivos intermédios futuros, tais como as NDCs mentalidade. As alterações climáticas não são uma
atualizadas, ou novas até 2020 ou a apresentação de questão que possa ser considerada isoladamente,
relatórios de acordo com a EFT a partir de 2024. mas que deve ser plenamente integrada em tudo
o que os decisores políticos fazem. É fundamental
Uma característica chave do Acordo de Paris é a para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
natureza mais participativa e ascendente, com as (ODS) e está também indissociavelmente ligado à
quais muitas questões veem a ser determinadas preservação e utilização sustentável dos ecossistemas e
a nível nacional, como o nível de ambição, a da biodiversidade, à agenda do desenvolvimento, ao
abordagem para atingir metas e assim por diante. crescimento económico e à redução da pobreza.
Tal característica deverá permitir que os países
cumpram os seus compromissos em matéria de clima O desafio climático é um desafio para todos nós.
de uma forma adaptada e adequada. No entanto, Mas os decisores políticos têm a sorte de ter uma
ao mesmo tempo, para cumprir os objetivos do posição única para influenciar e moldar a política
Acordo de Paris mencionados na Seção 2, os países que nos colocará num caminho para um futuro com
precisarão trabalhar juntos e mostrar ambição e baixas emissões de carbono e resiliência às alterações
apoio coletivo. Está claro, por meio da ciência, climáticas.
que a janela (oportunidade) para evitar os piores
impactos das mudanças climáticas está diminuindo
e que os próximos dez anos serão críticos. Pequenas
mudanças incrementais não serão suficientes e todos
os países terão de ser corajosos e ambiciosos no plano
de mudança transformadora nas suas economias. A
próxima oportunidade será apresentar novas NDCs
ou ao atualizar-las até 2020 e assim, demonstrar
liderança e ambição na revisão das metas para 2030,
de modo a que as NDCs nos coloquem coletivamente
numa via mais rentável para um futuro com baixas
emissões de carbono.
29
Anexos
Anexo 1: Referências
Anexo 2: Resumo do Pacote sobre o Clima de Katowice
Anexo 3: Principais diferenças entre BURs e BTRs
Anexo 4: Principais diferenças entre o processo de análise dos BTRs e da
ICA para BURs
30
Anexo 1: Referências
Bodle, Ralph, Lena Donat e Matthias Duwe 2016. IPCC 2014. Quinto relatório de avaliação.
O Acordo de Paris: Análise, Avaliação e Perspectivas. https://www.ipcc.ch/assessment-report/ar5/
Documento de Investigação da Agência Federal
Alemã do Ambiente (UBA). Dessau-Roßlau: IPCC 2018. Aquecimento Global de 1,5°C. Resumo
Umweltbundesamt. para os formuladores de políticas. Intergovernmental
Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental
Climate and Development Knowledge Network sobre as Mudanças Climáticas) https://report.ipcc.ch/
(CDKN) e Ricardo Energy & Environment 2015. Um sr15/pdf/sr15_spm_final.pdf
guia para as INDCs. https://cdkn.org/wp-content/
uploads/2015/04/CDKN-Guide-to-INDCs-Revised- IPCC 2019a. 2006 IPCC Guia para o inventário
May2015.pdf nacional de GEE. https://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/
public/2006gl/
Climate and Development Knowledge Network
(CDKN) e Ricardo Energy & Environment 2016. OECD e IEA 2018. Prazos comuns: resumo da
Planejamento para implementação de NDC: um guia discussão no Fórum Global do Grupo de Peritos
de início rápido. https://www.cdkn.org/ndc-guide/ sobre Alterações Climáticas. https://www.oecd.org/env/
cc/Common-time-frames-summary.pdf
ClimateInteractive, 2016: Estratégias de meados do
século para permanecer dentro da temperatura limites Parceria DTU e PNUMA 2018. Capacidades
do Acordo de Paris. https://www.climateinteractive.org/ institucionais para implementação da NDC:
wp-content/uploads/2016/11/Mid-Century-Strategy- um documento de orientação. https://www.
Pathways-16Nov16.pdf transparency-partnership.net/system/files/document/
UNEP%20DTUP%202018_%20Institutional%20
Dagnet et al (2019), ver: https://www.wri. Capacities%20For%20NDC%20Implementation.pdf
org/blog/2019/03/insider-building-capacity-
implementation-paris-agreements-enhanced-transparency UNFCCC 2012a. Relatório da Conferência das Partes
sobre a sua décima sétima sessão, realizada em
GIZ e Ricardo Energy & Environment 2018. Durban de 28 de novembro a 11 de dezembro de
Decifrando MRV, contabilidade e transparência para 2011. Decisão 2/CP.17. Anexo III. https://unfccc.int/
a era pós-Paris. https://www.transparency-partnership. resource/docs/2011/cop17/eng/09a01.pdf#page=39
net/system/files/document/MRV.pdf
UNFCCC 2016. Relatório de síntese sobre o efeito
ICAT 2019. https://climateactiontransparency.org/about/ agregado das INDCs. https://unfccc.int/sites/default/
files/resource/docs/2016/cop22/eng/02.pdf
Iniciativa de Política Climática 2018. Finanças
Climáticas Globais: Uma Visualização Atualizada UNFCCC 2019a. O Acordo de Paris. https://unfccc.int/
2018. https://climatepolicyinitiative.org/publication/ process-and-meetings/the-paris-agreement/the-paris-
global-climate-finance-an-updated-view-2018/ agreement
32
Anexo 2: Resumo do Pacote sobre o Clima de
Katowice
COP 24 (24.ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações
Climáticas):
− FCCC/CP/2018/10/Add.1 – https://unfccc.int/sites/default/files/resource/10a1.pdf
− 1/CP.24 – Preparação da aplicação do Acordo de Paris e primeira sessão da Conferência das Partes na
qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris
− 5/CP.24 – Relatório do Fundo Verde para o Clima à Conferência das Partes e orientações para o
Fundo Verde para o Clima
− 6/CP.24 – Relatório do Fundo Mundial para o Ambiente à Conferência das Partes e orientação ao
Fundo Mundial para o Ambiente
− FCCC/CP/2018/10/Add.2 – https://unfccc.int/sites/default/files/resource/cp2018_10_add2_advance.pdf
− 15/CP.24 – Relatório Anual de Progresso Técnico do Comité de Reforço das Capacidades de Paris
CMP 14 (14.ª Conferência das Partes na qualidade de reunião das Partes no Protocolo de Quioto):
− FCCC/KP/CMP/2018/8/Add.1
CMA 1-3 (Terceira parte da primeira sessão da Conferência das Partes na qualidade de reunião das Partes no
Acordo de Paris):
− 6/CMA.1 – Prazos comuns para as contribuições determinadas a nível nacional a que se refere o artigo
4°, n.o 10, do Acordo de Paris
− 8/CMA.1 – Questões relativas ao artigo 6.o do Acordo de Paris e n.os 36 a 40 da Decisão 1/CP.21
− 12/CMA.1 – Identificação das informações a fornecer pelas Partes nos termos do artigo 9.o, n.o 5, do
Acordo de Paris
• FCCC/PA/CMA/2018/3/Add.2 – https://unfccc.int/sites/default/files/resource/cma2018_3_add2_new_advance.pdf
− 15/CMA.1 – Enquadramento tecnológico nos termos do n.º 4 do artigo 10. º do Acordo de Paris
− 16/CMA.1 – Âmbito e modalidades da avaliação periódica a que se refere o ponto 69 da Decisão 1/CP.21
− 19/CMA.1 – Questões relativas ao artigo 14 do Acordo de Paris e n.os 99–101 da Decisão 1/CP.21
APA 1-7 (sétima parte da primeira sessão do grupo de trabalho ad hoc sobre o Acordo de Paris):
36
Anexo 3: Principais diferenças entre BUR e BTR
A tabela a seguir mostra as principais diferenças entre o escopo de informações de BURs e BTRs36
Relatório Bienal de
Campo Requisitos Relatório Bienal Transparência
37
36 Outra comparação entre o escopo de informações de BURs e BTRs é fornecida por Dagnet et al (2019), ver:
https://www.wri.org/blog/2019/03/insider-building-capacity-implementation-paris-agreements-enhanced-transparency
Ano de comunicação O último ano de comu- Para cada Parte, o último ano de
nicação não pode ser referência não pode ser mais de
superior a quatro anos dois anos antes da a apresenta-
antes da apresentação ção do seu relatório de inventário
do BUR (x-4) nacional (x-2)
38
Políticas e medidas de principais categorias de impacto no
mitigação inventário nacional de GEE. Essas
informações devem ser apresenta-
das em formato narrativo e tabular.
Apoio fornecido e Informações sobre apoio N/A Obrigatório para países desenvolvi-
mobilizado prestado e mobilizado dos
em termos financeiros,
transferência e desenvol- As outras Partes que prestam apoio
vimento de tecnologias, devem fornecer essas informações.
e desenvolvimento de
capacidades.
Fonte: Compilação própria com base nas orientações BUR (anexo III da Decisão 2/CP.17) e nas modalidades,
procedimentos e orientações para o quadro de transparência da ação e do apoio referidos no Artigo 13.o do
Acordo de Paris (anexo da Decisão -/CMA.1)
40
Anexo 4: Principais diferenças entre o processo de
revisão dos BTRs e o ICA dos BURs.
A tabela a seguir mostra as principais diferenças entre o processo de revisão técnica para os BTRs e o processo
ICA para os BURs.
Etapas do
processo de
análise (BUR) Consulta Internacional e Análise
(ICA) de BURs Revisão técnica de BTRs
revisão (BTR)
41
Informações a serem consideradas: Informações a serem revisadas:
Um TTE deve incluir pelo menos um mem- Equilíbrio entre peritos das Partes perten-
bro do Grupo Consultivo de Peritos (CGE). centes à países desenvolvidos e países em
desenvolvimento
A maioria dos peritos provém de Partes
não incluídas no anexo I. Equilíbrio geográfico e de gênero
Equilíbrio geográfico entre os peritos selec- Dois revisores principais, um de uma Parte
cionados de Partes não incluídas no Anexo referente a países desenvolvidos, e outro
I e Partes incluídas no Anexo I. Cada ETT de uma Parte reference a países em desen-
é co-liderada por dois peritos: um de uma volvimento e outro de um Partido do país
Parte no anexo I e outro de uma Parte não em desenvolvimento
incluída no anexo I.
As revisões de BTRs de PMDs e SIDS serão
preferencialmente realizadas por especia-
listas técnicos de PMDs e SIDS.
Resultado: Resultado:
42
Consideração facili- Âmbito: Âmbito:
tadora e multilateral
do progresso (BTR)/ Informações comunicadas por uma Parte Esforços da Parte nos termos do Artigo 9
Compartilhamento do Acordo de Paris e a respectiva imple-
facilitado de pontos de mentação e realização da sua NDC
vista (BUR)
BUR BTR
Uma fase de sessão de grupo de trabalho Uma fase de sessão de grupo de trabalho
deve ocorrer durante as sessões do Órgão deve ocorrer durante as sessões do Órgão
Subsidiário de Implementação (SBI) abertas Subsidiário de Implementação (SBI) abertas
às Partes e Observadores, onde apenas as às Partes e Observadores, onde apenas as
Partes podem fazer perguntas. Partes podem fazer perguntas.
Fonte: Compilação própria com base nas orientações da ICA (anexo IV da Decisão 2/CP.17 e Decisão
20/CP.19) e nas modalidades, procedimentos e orientações para o quadro de transparência da ação e do
apoio referidos no Artigo 13.o do Acordo de Paris (anexo da Decisão -/CMA.1)
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