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PEDRAS ORNAMENTAIS

Ensaios físico-mecânicos
Este tipo de ensaios tecnológicos assume importância fundamental na caracterização de
rochas industriais e, em particular, das que se destinam a fins ornamentais. Os ensaios são:

Resistência mecânica à compressão simples


Este ensaio é realizado de acordo com o disposto na Norma EN 1926.
São utilizados 6 provetes cúbicos de 7 ou 5 cm de aresta, previamente secos a peso
constante. 0 resultado apresentado é a média dos valores obtidos para cada um dos
provetes, expresso em MPa ou Kg/cm2.

Resistência mecânica à compressão simples após teste de gelividade


O teste de resistência ao gelo é conduzido de acordo com a Norma EN 12371 e no caso
vertente, consistiu em submeter 6 provetes cúbicos de 7,0 cm de aresta a 25 ciclos de
congelação--descongelação entre as temperaturas extremas de -12,5ºC (em câmara
frigorífica) e 20ºC (imersos em água), cada ciclo tem a duração de 12 horas. 0 resultado do
ensaio de compressão simples sobre os provetes após completado o teste, é a média dos
valores individuais obtidos e é dado em MPa ou Kg/cm2.
Considera-se que o material não é afectado por gelividade se o valor obtido não difere em
mais de 20% relativamente à média obtida para os provetes da mesma rocha, no estado
seco. Em complemento, procede-se à apreciação macroscópica dos efeitos do mesmo teste
sobre a estrutura e a cor dos provetes.

Resistência mecânica à flexão


Segue-se o prescrito na Norma EN 12372, utilizando 10 provetes prismáticos (no caso
5x10x30 cm) e exprimindo o resultado médio obtido em MPa ou Kg/cm2.

Massa volúmica aparente


Utilizaram-se 6 provetes cúbicos de 7 cm de aresta, tendo-se procedido de acordo com o
estabelecido na Norma EN 1936. É apresentada a média dos valores obtidos em Kg/m3.

Absorção de água à pressão atmosférica.


Os provetes destinados à determinação anterior foram utilizados para o cálculo da absorção
de água à pressão atmosférica, segundo o procedimento indicado na Norma EN 13755 e o
respectivo resultado médio foi expresso em % do peso do provete seco.

Porosidade aberta (ou aparente)


Trata-se de um ensaio que se correlaciona com os anteriores e é executado de acordo com a
Norma EN 1936. A porosidade aberta é definida como o volume de água absorvida pelo
provete, expresso em % do volume deste, sendo apresentada uma média dos valores
obtidos.

Coeficiente de dilatação linear térmica


Este valor foi determinado em três provetes talhados ortogonalmente, correspondendo dois
deles às duas direcções rectangulares principais do plano de efeito ornamental mais
favorável. 0 intervalo de temperaturas a que se refere a medição é 20ºC a 80ºC (ver EN
14581), sendo a dilatação linear térmica medida por intermédio de um dilatómetro Adamel-
Lhomargy de grande precisão.
É dado a conhecer o valor máximo obtido, expresso em n.10-6 /ºC.

Resistência ao desgaste
O ensaio de desgaste foi, inicialmente, efectuado na máquina Amsler-Laffon sobre 4
provetes prismáticos de dimensões 6 x 6 x 3 cm, em conformidade com o disposto na Norma
NP-309. Como resultado do ensaio, o qual exprime a diminuição de espessura dos provetes
no final de um percurso de 200 metros, tomou-se a média (em mm) dos desgastes obtidos
para cada provete. Actualmente a metodologia utilizada (desgaste Capon) é uma das
consagradas na EN 14157 e consiste em submeter 6 provetes de15x15x3 cm a abrasão por
fricção com um disco rotativo de aço e um abrasivo normalizado. O desgaste Capon
correspondente à medida da corda da calote produzida, em mm.

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Resistência ao choque
Submetem-se a este ensaio 4 placas de dimensões 20 x 20 x 3 cm, talhadas segundo os
planos de utilização mais comum. Cada provete é colocado sobre um leito de areia com 10
cm de espessura e sofre o impacto de uma esfera de aço de 1 Kg que é deixada cair de
alturas sucessivamente maiores, intervaladas de 5 cm, até à ruptura (EN 14158).
0 resultado, entendido como altura mínima de queda à qual ocorre a ruptura da placa, é a
média dos valores obtidos para cada um dos provetes e exprime-se em joules ou em cm.

Mineralogia e petrografia
A caracterização mineralógica e petrográfica das rochas ornamentais contribui para o
conhecimento e justificação do comportamento tecnológico de cada tipo de rocha, bem como
para a detecção de causas penalizadoras da sua qualidade -defeitos microestruturais,
presença de minerais alterados e/ ou facilmente alteráveis, etc.
De cada exemplar foram estudadas, ao microscópio polarizante, lâminas delgadas talhadas
segundo as 3 faces principais de um provete cúbico, com especial incidência sobre:

Textura da rocha;
Forma e tamanho dos cristais;
Composição mineralógica: minerais essenciais e acessórios;
Presença de minerais alterados;
Observações de índole microestrutural.

Por cada tipo de rocha apresentam-se microfotografias onde se podem reconhecer os


aspectos texturais acima mencionados, bem como se apresenta a composição mineralógica
resultante das determinações efectuadas por microscopia, complementadas com uma
estimativa semi-quantitativa por difracção de raios-X.

Análise química
Como último elemento de caracterização, referem-se os resultados do doseamento dos
elementos maiores constituintes das rochas estudadas, obtidos por análise química clássica.
Unicamente o teor em C02 das rochas carbonatadas, por ultrapassar o limite de
sensibilidade do método usual, foi calculado saturando como carbonatos os teores em CaO e
MgO obtidos.

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