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Universidade Estadual Vale do Acaraú

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia


Curso de Engenharia Civil

GUIA PARA AULAS PRÁTICAS DE


MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II
(Edição revisada)

Profª Kelvya Mª de Vasconcelos Moreira

Sobral – CE
2022
Disciplina: Materiais de Construção Civil II Profª Kelvya Moreira

APRESENTAÇÃO

A disciplina de Materiais de Construção II objetiva repassar ao aluno do Curso de


Engenharia Civil da Universidade Estadual Vale do Acaraú os conhecimentos
técnico-científicos acerca dos materiais comumente utilizados na construção civil.
Dentre os materiais objeto de estudo da disciplina, destacam-se os aglomerantes e
agregados utilizados na fabricação de pastas, argamassas e concretos.

Tendo em vista que a disciplina é de caráter teórico-prática com realização de


ensaios tecnológicos normatizados por associações nacionais e internacionais, foi
elaborado um guia como material de apoio para a execução e acompanhamento das
aulas práticas pelo aluno.

É importante salientar que este guia não pretende substituir as normatizações


existentes, mas apenas nortear o aluno durante a etapa prática da disciplina.
Também se reconhece que ele está sujeito a revisões e correções, mas,
principalmente, receptivo a sugestões construtivas.

Diante do exposto, espera-se que o aluno adquira os conhecimentos técnicos


básicos sobre os materiais de construção a fim de incorporá-los em suas futuras
atividades profissionais.

Kelvya Mª de Vasconcelos Moreira


Profª Assistente do Curso de Engenharia Civil da UVA.

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Disciplina: Materiais de Construção Civil II Profª Kelvya Moreira

ABNT NBR 16915:2021


Agregados - Amostragem
1. Objetivo

Esta Norma estabelece os procedimentos para a amostragem de agregados, desde


a sua coleta e redução até o armazenamento e transporte das amostras
representativas de agregados para concreto, destinadas aos ensaios de laboratório
e contraprova.

2. Número e quantidade das Amostras


O número de amostras parciais é estabelecido em função do volume de material e
da maior ou menor variação de suas características. O número deve ser suficiente
para abranger todas as possíveis variações e assegurar a representatividade da
amostra.

A amostra de campo necessária para constituir a amostra de ensaio deve ser


formada pela reunião de amostras parciais, em número suficiente para atender aos
valores indicados na tabela.
Tabela 1 – Quantidade de amostras a serem coletadas para ensaios físicos ou
químicos.

Conforme a Norma, em seu anexo A, existem dois procedimentos para a


redução das amostras de agregados para ensaio em Laboratório. A redução pode
ser realizada usando um separador mecânico, conforme A.2.1 (recomendável), ou
por quarteamento, conforme A.2.2.

3. Procedimento A – Separador mecânico

Para a realização deste procedimento, deve ser utilizada a aparelhagem a seguir:


a) separador mecânico com no mínimo oito calhas de igual abertura, para agregado
graúdo;
b) separador mecânico com 12 calhas de igual abertura, para agregado miúdo;
c) recipientes para receber as porções da amostra resultantes do processo de
separação.

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Figura A.1 – Separador para redução de amostra de campo em laboratório

Procedimento

Colocar a amostra de campo no separador, distribuindo-a uniformemente com


velocidade que permita que o agregado passe livremente pelas calhas para os
recipientes colocados abaixo destas.
Reintroduzir a porção da amostra coletada em um dos recipientes no separador,
tantas vezes quantas forem necessárias, para reduzir a amostra à quantidade
adequada ao ensaio pretendido.

4. Procedimento B – Quarteamento
Aparelhagem
Para a realização deste procedimento, deve ser utilizada a aparelhagem a seguir:
a) pá côncava ou reta;
b) colher de pedreiro;
c) vassoura ou escova;

Realização do procedimento
Colocar a amostra de campo sobre o encerado de lona ou equivalente em uma
superfície rígida, limpa e plana, onde não ocorra qualquer perda de material nem
haja contaminação.
Homogeneizar a amostra, revolvendo-a no mínimo três vezes.
Após a homogeneização, dispor a amostra em uma pilha com formato de cone e, em
seguida, com o auxílio de uma pá, realizar um processo de achatamento do cone,
alterando o seu formato para um tronco de cone, cuja base deve ter diâmetro de
quatro a oito vezes a altura do tronco de cone, conforme a Figura A.2.

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Figura A.2 – Quarteamento de amostra de campo de agregado

Dividir o tronco de cone em quatro partes iguais com a pá ou com a colher de


pedreiro, eliminando duas partes e agrupando as outras duas, em sentido diagonal.
Cuidados, como varrer os espaços vazios entre um monte e outro, devem ser
tomados, para evitar a perda de materiais finos da amostra.
Com o material remanescente, repetir estas operações até reduzir a amostra à
quantidade necessária para a execução do ensaio.

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ABNT NBR 17054:2022


Agregados - Determinação da composição granulométrica

1. Objetivo
Esta Norma estabelece o método de ensaio para a determinação da composição
granulométrica de agregados miúdo e graúdo para argamassa e concreto de
cimento Portland.
2. Definições
Série normal e série intermediária:
Conjunto de peneiras sucessivas, com as aberturas de malha estabelecidas na
tabela 1.

Dimensão máxima característica (DMC): Grandeza associada à distribuição


granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da
malha da peneira da série normal ou intermediária, na qual o agregado apresenta
uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa.

Módulo de finura (MF): Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de


um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100.

3. Aparelhagem
 Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio
 Estufa
 Peneiras das séries normal e intermediária, com tampa e fundo
 Agitador mecânico de peneiras (facultativo)
 Bandejas
 Escova ou pincel de cerdas macias
 Fundo avulso de peneira

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4. Preparação da amostra
Formar duas amostras para o ensaio com massa mínima por amostra de acordo
com a tabela 2.

5. Procedimentos
1 - Secar as amostras de ensaio em estufa, esfriar à temperatura ambiente,
determinar suas massas (m1 e m2) e tomar a amostra de massa m1 e reservar a de
massa m2.
2 - Encaixar as peneiras, previamente limpas, de modo a formar um único conjunto
de peneiras, com abertura de malha em ordem crescente da base para o topo.
Prover um fundo de peneiras adequado para o conjunto.
3 - Colocar a amostra sobre a peneira superior do conjunto.
4 - Promover a agitação mecânica do conjunto por um tempo razoável.
Nota: Se não for possível a agitação mecânica do conjunto, classificar manualmente
toda a amostra em uma peneira para depois passar à seguinte. Agitar cada peneira,
com a amostra ou porção desta, por tempo não inferior a 2 min.
5 - Destacar e agitar manualmente a peneira superior do conjunto (com tampa e
fundo falso encaixados) até que um minuto de agitação contínuo.
NOTA: Quando do peneiramento de agregados graúdos, se necessário,
experimentar manualmente a passagem de cada um dos grãos pela tela, sem,
contudo, fazer pressão sobre esta.
6 - Remover o material retido na peneira para uma bandeja identificada. Escovar a
tela em ambos os lados para limpar a peneira. O material removido pelo lado interno
é considerado como retido (juntar na bandeja) e o desprendido na parte inferior
como passante.
7 - Proceder à verificação da próxima peneira, conforme passo 5, depois de
acrescentar o material passante na peneira superior, até que todas as peneiras do
conjunto tenham sido verificadas.
Nota: Caso a amostra tenha sido dividida, tomar nova porção e proceder desde o
passo 3.

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8 - Determinar a massa total de material retido em cada uma das peneiras e no


fundo do conjunto.

6. Cálculos
1 - Para cada uma das amostras de ensaio, calcular a porcentagem retida, em
massa, em cada peneira. As amostras devem apresentar necessariamente a mesma
DMC e, nas demais peneiras, os valores de porcentagem retida individualmente não
devem diferir mais que 4% entre si. Caso isto ocorra, repetir o peneiramento para
outras amostras de ensaio até atender a esta exigência.

2 - Calcular as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada peneira.

3 - Determinar o módulo de finura.

Massa seca da amostra 1 (g):________ Massa seca da amostra 2


(g):_____________

AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 MÉDIA


Peneira
Massa % Massa % %
(mm) % % %
retida acumulad retida acumulad acumulad
retida retida retida
(g) a (g) a a
75
63
50
37,5
31,5
25
19
12,5
9,5
6,3
4,75
2,36
1,18
0,60
0,30
0,15
0,075
Fundo
TOTAL

DIMENSÃO MÁXIMA CARACTERÍSTICA (DMC) =


MÓDULO DE FINURA (MF) =
CLASSIFICAÇÃO DO AGREGADO (MIÚDO/GRAÚDO) =

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ABNT NBR 16972:2021


Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios

1. Objetivo
Esta Norma estabelece o método para a determinação da massa unitária e do
volume de vazios de agregados miúdos, graúdos ou de mistura dos dois, em estado
compactado ou solto. Este método se aplica a agregados com dimensão máxima
característica igual ou menor que 75 mm.

2. Definições
Massa unitária: Relação entre a massa do agregado lançado no recipiente de
acordo com o estabelecido nesta Norma e o volume desse recipiente.

Volume de vazios: Espaço entre os grãos de uma massa de agregado.

3. Aparelhagem
 Balança com resolução de 50 g.
 Haste de adensamento
 Pá ou concha
 Estufa
 Recipiente metálico

1 dm³ = 1 litro
1000 dm³ = 1 m³
4. Preparação da amostra
1 - A amostra deve ser constituída com aproximadamente 150% da quantidade de
material requerido para encher o recipiente.
2 - Secar a amostra de agregado até massa constante, em estufa mantida a 105°C ±
5°C.

5. Procedimentos

Método A – massa unitária compactada para agregados com dimensão máxima


característica de 37,5 mm ou menor:
1 - Determinar a massa do recipiente vazio (mr).
2 - Encher o recipiente com o material até um terço de sua capacidade
3 - Efetuar o adensamento da camada de agregado mediante 25 golpes da haste de
adensamento.

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4 - Continuar o enchimento do recipiente até completar dois terços de sua


capacidade e proceder ao adensamento.
5 - Finalmente, terminar de encher totalmente o recipiente e proceder ao
adensamento.
6 - Nivelar a camada superficial do agregado com as mãos ou utilizando uma
espátula, de forma a rasá-la com a borda superior do recipiente.
7 - Determinar e registrar a massa do recipiente com seu conteúdo (mar).

Método B - massa unitária compactada para agregados com dimensão máxima


característica superior a 37,5 mm e inferior a 75 mm.
1 - Determinar a massa do recipiente vazio (mr).
2 - A seguir, encher o recipiente em três camadas aproximadamente iguais de
agregado, como indicado no Método A.
3 - Efetuar o adensamento de cada camada colocando o recipiente sobre uma base
firme, como um piso de concreto, elevando alternadamente os lados opostos cerca
de 50 mm e deixando-os cair, de forma que o adensamento se produza pela ação
dos golpes secos.
4 - Adensar cada uma das três camadas golpeando o recipiente 50 vezes da forma
descrita no item anterior, sendo 25 vezes de cada lado.
5 - Nivelar a camada superficial do agregado conforme indicado no Método A.
6 - Determinar e registrar a massa do recipiente com seu conteúdo (mar).

Método C - massa unitária de material no estado solto.


1 - Determinar a massa do recipiente vazio (mr).
2 - Encher o recipiente até que o mesmo transborde, utilizando uma pá ou uma
concha, despejando o agregado de uma altura que não supere 50 mm acima da
borda superior do recipiente.
3 - Nivelar a camada superficial do agregado conforme indicado no Método A.
4 - Determinar e registrar a massa do recipiente com seu conteúdo (mar).

6. Cálculos
Massa unitária

ap = massa unitária do agregado (kg/m³)


mar = massa do recipiente com o agregado (kg)
mr = massa do recipiente vazio (kg)
V = volume do recipiente (m³)

Massa unitária de agregados na condição saturado e superfície seca (SSS)

as = massa unitária na condição SSS (kg/m³)


ap = massa unitária do agregado (kg/m³)
A = absorção, determinada de acordo com a NM 30 (miúdo) ou a NM 53 (graúdo).
OBS: A massa unitária do agregado solto ou compactado é a média dos resultados
individuais obtidos em pelo menos três determinações.

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ABNT NBR 9775:2011


Agregado miúdo- Determinação da massa específica de agregados miúdos
por meio do frasco Chapman

1. Objetivo

Esta Norma prescreve o processo de determinação da massa específica de


agregados miúdos para concreto pelo frasco de Chapman.

2. Definições

Massa Específica: Relação entre a massa do agregado seco em estufa (100°C a


110°C) até constância de massa e o volume Igual do sólido. Incluídos os poros
impermeáveis.

3. Aparelhagem
 Balança com capacidade mínima de 1 kg e sensibilidade de 1g ou menos;
 Frasco composto de dois bulbos e de um gargalo graduado. No
estrangulamento existente entre os dois bulbos deve haver um traço que
corresponde a 200 cm³, e acima dos bulbos situa-se o tubo graduado de 375 cm³ a
450 cm³, conforme figura.

4. Amostra
A amostra deve ser seca em estufa (105°C –110°C) até constância de massa.

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5. Procedimento
1 - Colocar água no frasco até a marca de 200 mL, deixando-o em repouso para que
a água aderida às faces internas escorra totalmente;
2 - Introduzir, cuidadosamente, 500 g de agregado miúdo seco no frasco, o qual
deve ser devidamente agitado para eliminação das bolhas de ar.
NOTA: Recomenda –se agitar o frasco Chapman, inclinando o a 45º com uma das
mãos e rotacionando o frasco suavemente com a outra mão, de modo a facilitar o
desprendimento das bolhas de ar
NOTA: A leitura do nível atingido pela água no gargalo do frasco indica o volume,
em milimetros, ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo (v), alertando-se para
que as faces internas devam estar completamente secas e sem grãos aderentes.

6. Cálculo

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ABNT NBR 16973:2021


Agregados - Determinação do material fino que passa através da peneira
75μm, por lavagem

1. Objetivo
Esta Norma estabelece o método para a determinação por lavagem, em agregados,
da quantidade de material mais fino que a abertura de malha da peneira de 75 mm.
As partículas de argila e outros materiais que se dispersam por lavagem, assim
como materiais solúveis em água, serão removidos do agregado durante o ensaio.

2. Aparelhagem
 Balança com resolução de 0,1 g
 Jogo de peneiras, onde a inferior tem abertura de malha de 75 mm e a
superior corresponde à peneira de 1,18 mm
 Recipiente de tamanho suficiente para conter a amostra coberta com água
 Estufa
 Dois recipientes de vidro transparente de mesmas dimensões e forma.

3. Amostragem
A massa da amostra de ensaio, seca, deve ser maior ou igual à definida pela tabela
1.

4. Procedimento

1 - Secar a amostra de ensaio até massa constante à temperatura de (110 ± 5)°C.


NOTA: Secar a amostra com uma massa superior à massa da tabela 1.
2 – Deixar a amostra esfriar e determinar a massa conforme a tabela 1 (mi).
3 - Colocar a amostra no recipiente e adicionar água até cobri-la. Agitar a amostra
vigorosamente para obter a completa separação de todas as partículas mais finas
que 75 mm das maiores e para que o material fino fique em suspensão.
Imediatamente, verter a água de lavagem contendo os sólidos suspensos e
dissolvidos sobre as peneiras, dispostas de forma que a malha de maior abertura
esteja na parte de cima. Evitar ao máximo a decantação das partículas mais graúdas
da amostra.
4 - Adicionar uma segunda quantidade de água à amostra no recipiente, agitar e
passar pelas peneiras como descrito anteriormente. Repetir esta operação até que a

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água da lavagem fique clara. Fazer a comparação visual da limpidez entre a água,
antes e depois da lavagem, utilizando os recipientes de vidro.
5 - Retornar todo o material retido nas peneiras para um recipiente a ser levado à
estufa por meio de um fluxo contínuo de água.
6 - Secar o agregado lavado até massa constante à temperatura de (105 ± 5)°C
7 – Determinar a massa seca da amostra após o resfriamento (mf).

5. Cálculos

m = porcentagem de material mais fino que a peneira de 75 µm por lavagem (%)


mi = massa original da amostra seca (g)
mf = massa da amostra seca após a lavagem (g)

OBS: O resultado deve ser a média aritmética de duas determinações.

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ABNT NBR 16916:2021 Agregado miúdo ― Determinação da densidade


e da absorção de água

1. Objetivo

Esta Norma estabelece o método para determinação da densidade na condição


seca, na condição saturada superfície seca e da absorção de água de agregado
miúdo destinado ao uso em concreto.

2. Aparelhagem

- Balança

Com resolução mínima de 0,1 % da massa da amostra de ensaio.

- Frasco com Tampa

Com capacidade de (500 ± 25) mL até a marcação superior da tampa do


frasco, considerando o conjunto montado, boca do frasco com diâmetro interno de
(50 ± 5) mm e diâmetro interno do tubo da tampa de (11 ± 1) mm, conforme ilustrado
na Figura 1.

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- Molde tronco-cônico

Metálico, com (40 ± 3) mm de diâmetro superior, (90 ± 3) mm de diâmetro inferior e


(75 ± 3) mm de altura, com espessura mínima de 1 mm.

- Haste de compactação

Metálica, com (340 ± 15) g de massa, tendo superfície de compactação circular


plana de (25 ± 3) mm de diâmetro.

- Estufa

Capaz de manter a temperatura no intervalo de (105 ± 5) °C.

- Recipientes

Bandejas metálicas inoxidáveis de bordos rasos, com dimensões e forma que


permitam espalhar a amostra em uma camada delgada em seu fundo.

- Peneiras

Peneiras com abertura nominal de 150 μm e 4,75 mm, ou com outras dimensões,
conforme seja necessário, de acordo com a ABNT NBR NM ISO 3310-1.

- Outras ferramentas e equipamentos

São necessários ainda, para a execução do ensaio, as seguintes ferramentas e


equipamentos, para

os quais não há requisitos específicos:

a) espátula de aço;

b) circulador de ar quente regulável;

c) dessecador.

3. Amostragem

Coletar a amostra e reduzi-la para ensaio conforme estabelecido na ABNT NBR


16915.

4. Preparação do Ensaio

A determinação das densidades e da absorção de água deve ser realizada em


duplicata. A amostra de ensaio deve ser constituída por pelo menos 2,5 kg,
suficiente para a realização dos ensaios em duplicata.

Espalhar a amostra nas bandejas (ver 4.6) e cobri-la com água potável, mantendo-a
nesta condição durante (24 ± 4) h. Retirar a amostra da água e estendê-la sobre

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uma superfície plana, submetendo-a à ação de uma corrente de ar suave,


revolvendo-a com frequência, para assegurar uma secagem uniforme. Prosseguir à
secagem até que os grãos de agregado miúdo não fiquem fortemente aderidos entre
si.

Colocar a amostra no molde tronco-cônico sem comprimi-la, aplicar suavemente, em


sua superfí cie, 25 golpes com a haste de compactação e levantar verticalmente o
molde. Se ainda houver umidade superficial, o agregado conserva a forma do
molde.Nesse caso, continuar a secagem, revolvendo a amostra constantemente, e
fazer ensaios a intervalos frequentes de tempo até que o cone de agregado miúdo
desmorone ao retirar o molde.

Neste momento o agregado deve ter atingido a condição de saturado superfície


seca.

As etapas descritas têm a finalidade de assegurar que, no primeiro ensaio, o


agregado tenha alguma umidade superficial. Se o cone desmoronar na primeira
tentativa, o agregado miúdo deve ter sido seco além do seu ponto de saturado de
superfície seca. Nesse caso, adicionar uma pequena quantidade de água potável
(alguns mililitros), misturar até a amostra aparentar homogeneidade e deixá-la em
um recipiente tampado durante 30 min, iniciando novamente o processo de secagem
e ensaio.

5. Procedimento

Tomar (500,0 ± 0,1) g da amostra preparada (mB, massa da amostra na condição


saturada superfície seca), colocar no frasco e determinar a massa do conjunto (mC),
compreendida pela massa da amostra na condição saturada superfície seca mais a
massa do frasco.

Encher o frasco com água potável até próximo e abaixo da marca de 500 mL. Movê-
lo de forma a eliminar as bolhas de ar e depois colocá-lo em um banho mantido à
temperatura constante de (23 ± 2) °C.

As temperaturas do ar da sala, da água de ensaio e do banho podem ser mantidas


no intervalo de (25 ± 2) °C ou (27 ± 2) °C, em regiões de clima quente, porém devem
ser registradas no relatório do ensaio.

Após aproximadamente 1 h, completar com água até a marca de 500 mL e


determinar a massa total com exatidão de 0,1 g (m D), que corresponde à massa da
amostra na condição saturada superfície seca, mais a massa do frasco, mais a
massa da água.

Tomar, concomitantemente a 7.1, (500,0 ± 0,1) g da amostra preparada conforme a


(amostra na condição saturada superfície seca), colocar em uma bandeja e secá-la
a (105 ± 5) °C durante pelo menos 24 h ou até massa constante (± 0,5 g). Esfriar à

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temperatura ambiente em dessecador e determinar a massa da amostra seca (m A)


com exatidão de 0,1 g.

6. Resultados

- Densidade do Agregado em condição Seca

Calcular a densidade do agregado na condição seca utilizando a seguinte equação:

Onde:

ρs é a densidade do agregado na condição seca, expressa em gramas por


centímetro cúbico (g/cm3);

mA é a massa da amostra seca em estufa a (105 ± 5) °C (7.3), expressa em gramas


(g);

V é o volume do frasco calibrado, em centímetros cúbicos (cm3);

Va é o volume de água adicionada ao frasco, de acordo com seguinte equação,


expresso em centímetros cúbicos (cm3):

Onde:

mC é a massa do conjunto formado pela massa da amostra na condição saturada


superfície seca, mais a massa do frasco, expressa em gramas (g);

mD é a massa da amostra na condição saturada superfície seca, mais a massa do


frasco, mais a massa da água, expressa em gramas (g);

ρa é a densidade da água na temperatura do banho, expressa em gramas por


centímetro cúbico (g/cm3).

- Densidade do agregado na condição saturada superfície seca

Calcular a densidade do agregado na condição saturada de superfície seca


utilizando a seguinte equação:

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Onde:

ρsss é a densidade do agregado na condição saturada superfície seca, expressa em


gramas por centímetro cúbico (g/cm3);

mB é a massa da amostra na condição saturada superfície seca, expressa em


gramas (g);

V e Va são apresentados anteriormente.

Absorção de água

Calcular a absorção de água do agregado utilizando a seguinte equação:

Onde:

Abs é a absorção de água, expressa em porcentagem (%);

mA é a massa da amostra seca em estufa a (105 ± 5) °C (ver 7.3), expressa em


gramas (g);

mB é a massa da amostra na condição saturada superfície seca (ver 7.1), expressa


em gramas (g).

7. Relatório

Os resultados devem ser a média de duas determinações, que não difiram entre si
em mais que 0,02 g/cm3 para densidade e 0,2 % para absorção de água. Quando
esta condição não for atendida deve ser realizada uma terceira determinação,
adotando como resultado do ensaio a média aritmética dos dois resultados mais
próximos.

Informar os resultados de densidade com aproximação de 0,01 g/cm3, indicando o


tipo de densidade determinada.

Informar o resultado de absorção de água com aproximação de 0,1 %.

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Identificar a amostra, indicando fornecedor, procedência, lote etc., quando


disponíveis.

8. Repetitividade e Reprodutibilidade

A diferença entre dois resultados individuais, obtidos a partir de uma mesma


amostra, por um mesmo operador, empregando a mesma aparelhagem, em um
mesmo laboratório, em um curto intervalo de tempo, não pode diferir mais que 0,02
g/cm3 para a determinação de densidade e 0,2 % para a determinação da absorção
de água de agregados com absorção menor que 2,0 %.

A diferença entre dois resultados individuais e independentes, obtidos a partir de


uma mesma amostra, submetida a ensaio por dois operadores em laboratórios
diferentes, em um curto intervalo de tempo, não pode diferir mais que 0,05 g/cm3
para a determinação de densidade e 0,5 % para a determinação da absorção de
água de agregados com absorção menor que 2,0 %.

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DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DE AGREGADOS MIÚDOS

1. Objetivo
Descrever os métodos de ensaio para determinar a umidade de agregados miúdos.

2. Definições
Pela figura abaixo, pode-se observar as quatro condições em que uma partícula de
um material pode se apresentar.

Figura 1 – Condições de umidade do agregado.

Seco em estufa: Devido à alta e constante temperatura que uma estufa pode
manter, o agregado encontra-se completamente seco, tanto no seu exterior quanto
no seu interior (vazios permeáveis);
Seco ao ar: Como a temperatura ao ar livre é menor e possui uma variabilidade
maior do que na estufa, o agregado tem a sua superfície seca, porém, os poros
permeáveis mais internos não são completamente secos, havendo assim, umidade
residual na partícula representada pela área menos escura na figura.
Saturado superfície seca: Neste caso todos os poros permeáveis encontram-se
saturados e a superfície do agregado encontra-se seca. Essa situação é encontrada
na prática de determinação de absorção e massa específica de agregados graúdos;
Saturado: Semelhante ao caso anterior, porém, há água na superfície do agregado.

Umidade: É a relação da massa total de água que envolve o agregado e a sua


massa seca.
Absorção: É o teor de umidade no estado saturado superfície seca.
Coeficiente de umidade: É um número que multiplicado pela massa úmida obtém-
se a massa seca.

3 Métodos de determinação da umidade


1) Através da secagem em estufa
2) Frasco de Chapman, em agregado miúdo (ABNT NBR 9775:2011)
3) Secagem por aquecimento ao fogo
4) Método do Umidímetro de Speedy

1) Teor de umidade por secagem em estufa


a) Aparelhagem:
 Balança com resolução de 0,1g;
 Estufa capaz de manter a temperatura entre 105°C e 110°C;
 Recipiente metálico.

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b) Amostra:
500 g de areia úmida

c) Execução:
1 - Pesar a amostra úmida (mh)
2 - Colocar na estufa a temperatura entre 105°C a 110°C
3 - Determinar a massa da amostra em intervalos de pelo menos 2 h até a
constância de massa (ms).

d) Cálculo

2) Frasco de Chapman, em agregado miúdo (ABNT NBR 9775:2011)

a) Aparelhagem:
 Balança com resolução de 0,1g;
 Frasco de Chapman
 Pipeta
 Funil

b) Amostra:
500 g de areia úmida

c) Execução
1 - Pesar a amostra úmida
2 - Colocar água no frasco, com a pipeta, até a divisão de 200 cm³
3 - Introduzir a amostra de areia no frasco com ajuda do funil, devendo ser
devidamente agitado para eliminação das bolhas de ar.
4 - Executar a leitura L no frasco
NOTA: A leitura do nível atingido pela água no gargalo do frasco indica o volume,
em cm3, ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo úmido, alertando- se para
que as faces internas devam estar completamente secas e sem grãos aderentes.

d) Cálculo

h = porcentagem de umidade (%);


L = leitura do frasco (volume ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo) (cm³);
 = massa específica do agregado miúdo (g/cm³).

OBS: A massa específica do agregado miúdo é obtida conforme NBR 9776 ou NBR
NM 52.

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Disciplina: Materiais de Construção Civil II Profª Kelvya Moreira

A umidade superficial deve ser a média de duas determinações consecutivas, feitas


com amostras do mesmo agregado miúdo, colhidas ao mesmo tempo.

3) Secagem por aquecimento ao fogo

a) Aparelhagem:
 Balança com resolução de 0,1g;
 Recipiente metálico;
 Frigideira e Fogão.
b) Amostra:
500 g de areia úmida

c) Execução:
1 - Pesar a amostra úmida (mh)
2 - Colocar na frigideira e proceder à queima no fogão
3 - Determinar a massa da amostra em intervalos de pelo menos 2 h até a
constância de massa (ms).

d) Cálculo

4) Método do Umidímetro de Speedy

a) Aparelhagem:
Umidímetro de Speedy (Figura 2)

b) Amostra:
5 a 20 g, dependendo da umidade estimada.

c) Execução:
1 - Pesar a amostra úmida.
2 – Colocar a amostra no aparelho Speedy, com ampola de carbureto de cálcio e
bolas metálicas.
3 - Agitar o aparelho de modo que a cápsula seja quebrada reagindo o carbureto de
cálcio com a água existente na areia, formando hidróxido de cálcio e acetileno,
conforme reação química expressa abaixo:
CaC2 + 2 H2O Ca(OH)2 + C2H2

4 - Executar a leitura da pressão provocada pelo gás acetileno no manômetro.


5 - Pela pressão lida entra-se em tabela previamente preparada e tem-se a umidade
do agregado miúdo.

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Disciplina: Materiais de Construção Civil II Profª Kelvya Moreira

Figura 2 – Aparelho Speedy.

4 Cálculo do coeficiente de umidade


O coeficiente de umidade é dado pela seguinte relação:

ms = k . m h

ms = massa do agregado no estado seco (g)


k = coeficiente de umidade
mh= massa do agregado no estado úmido (g)

Sabendo que:

h = umidade percentual do agregado (%)


mh = massa úmida do agregado (g)
ms = massa do agregado no estado seco (g)

Então:

OBS: O teor de umidade é importante para corrigir a quantidade de água de uma


argamassa ou concreto e, também, para fazer correções da massa dos agregados
colocados na mistura. Quando se trabalha com dosagem em volume a influência é
muito maior devido ao inchamento da areia.

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