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Psicologia e cientificidade: para uma política do rigor

Preocupação obsessiva com a produção de crenças válidas emerge no início da Idade


Moderna – fim do século XVII.

 Conhecer convencionou-se como o mais digno problema da filosofia.


 Necessidade de se procurar fundamentos seguros para o conhecimento e regras
confiáveis para a sua produção e avaliação.
 Época marcada por uma perda substancial de confiança nas crenças e costumes
transmitidos pela tradição: necessidade de um conhecimento que organizasse e
validasse o que estava sendo produzido.
Emergiram inúmeras tentativas de reforma - Política da certeza (S. Toulmin): tentativas
de reordenar o mundo de forma a criar condições mais ou menos estáveis para a vida em
sociedade.

 Início do Projeto científico – Ciência Moderna: contexto cultural característico


do final dos séculos renascentistas.
 Importância de Descartes: converteu a dúvida cética em dúvida metódica.

Modernidade instaurou a tradição do novo:

 Tendência à abertura, à diferenciação, à proliferação de perspectivas e ângulos, à


acelerada inovação em termos de costumes, valores e direções.
 Procura obsessiva de cientificidade esteve sempre historicamente associada e
subordinada à política da certeza.
 Final do século XIX e início do século XX: necessidade de um novo rearranjo,
reordenação.
 Acontecimentos ambientais e sociais – Conflitos intra e internacionais, crises
existenciais e crises coletivas (econômicas, sociais) convergiam para a
demolição das expectativas otimistas de progresso e de harmonia assegurados
pela razão e pela ciência.

Tradição do novo – Ciência moderna é questionada – surgimento da subjetividade (p.


133, 1º parágrafo).

Em resposta ao fracasso da ordenação surgem tentativas de restaurar um campo de


certezas, reestabelecendo a confiança em fundamentos e em regras universalmente
aceitas: propostas no campo da filosofia - logicismo, as da fenomenologia husserliana e
as do positivismo lógico.

E é natural que essa questão da cientificidade pós-moderna atinja também o surgimento


da Psicologia. A Psicologia vai tentar entender essa “ordem” para pensar a sua
cientificidade.

Psicologias nascentes – punham e continuam pondo em questão o projeto


epistemológico moderno e, no entanto, deixavam-se regular por ele. P. 134 – 2º
parágrafo.

Projeto da Modernidade - p, 134, 135, 136 e 137.

Parte II
Caráter social das atividades científicas que levam aos seres humanos a trabalharem
juntos - ciência pôs-moderna - interdisciplinaridade 

Aspecto cultural e historio das sociedades - relação com os objetivos de pesquisa, regras
impostas, limitações, possíveis alcances 

O que liga os cientistas uns aos outros?


Interesses teóricos: práticos ou técnicos.
"Portanto, só existem atividades científicas quando há uma rede de interesses mantendo
toda uma coletividade engajada na pesquisa e na discussão dos problemas 'interessantes'
" (p. 140). Ex.: projetos de extensão e pesquisa.

E esses interesses se articulam com os interesses de outros agentes sociais - não


científicos - e, entre si, estabelecem relações de força. Ex.: indústria farmacêutica e
pesquisas na área da medicina.

Terceiro elemento envolvido - o fenômeno estudado: seu reconhecimento pela


comunidade em geral (científica e sociedade).
Reconhecimento como confiável e válido.

Fechamento de caixas pretas: tentativa de organizar o campo do científico, possibilidade


de verdades absolutas.
Ciência pós-moderna: possibilidade de abertura das "caixas-pretas" e questionamento de
suas evidências.  Verdades com prazos de validade.

Muitas ciências, em especial as que são fruto das transformações avindas da pôs-
modernidade, não conseguem se adequar à esse padrão objetivo (ou ainda, consensual)
pensado pelo projeto epistemológico moderno. Em especial: a Psicologia.

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