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CONTABILIDADE

GERAL

Professor Me. José Manoel da Costa


Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard

Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Design Educacional
Ana Salvadego, Giovana Vieira Cardoso
Iconografia
Isabela Soares Silva
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Projeto Gráfico
Distância; COSTA, José Manoel da; LIMA, Evelyn Barrozo Caetano.

Jaime de Marchi Junior
Contabilidade Geral. José Manoel da Costa; Evelyn Barrozo José Jhonny Coelho
Caetano Lima. Arte Capa
Reimpressão Arthur Cantareli Silva
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018.
179 p. Editoração
“Graduação - EaD”. Robson Yuiti Saito
Matheus Felipe Davi
1. Contabilidade. 2. Geral. 3.EaD. I. Título.
Qualidade Textual
ISBN 978-85-459-0716-9 Hellyery Agda
CDD - 22 ed. 650 Pedro Afonso Barth, Alessandra Sardeto
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ilustração
Robson Yuiti Saito
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
Pró-Reitor de
Ensino de EAD
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria de Graduação
e Pós-graduação este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES

Professor Me. José Manoel da Costa


Possui Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas
Tecnologias (UNOPAR, 2014/2016); Especialização em Contabilidade Geral
e Auditoria (UEL, 1994/1995); e graduação em Ciências Contábeis (UEL,
1987/1993). Atuou como coordenador do Curso Bacharelado em Ciências
Contábeis na modalidade EaD pela UNOPAR de 2007 a 2014. Atua como
coordenador dos cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da
Unicesumar EaD e como professor de disciplinas nas áreas contábil e
financeira.

Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima


Possui Especialização em Administração Tributária pela Universidade Castelo
Branco (RJ-2007), Graduação com Láurea Acadêmica em Ciências Contábeis
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM - 2006) e experiência na área
contábil e ênfase como analista fiscal. Atualmente, é Mediadora do NEAD da
Unicesumar - Centro Universitário Cesumar.
APRESENTAÇÃO

CONTABILIDADE GERAL

SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos conteúdos de Contabilidade Geral. Este livro
didático foi escrito com muito cuidado para que você possa começar os seus estudos
na área contábil, sendo estudante de Ciências Contábeis ou outras áreas empresariais.
Muitos conteúdos que aqui serão estudados poderão ser aprofundados em outras dis-
ciplinas.
Neste livro você terá a oportunidade de conhecer a área de Contabilidade em uma
abordagem geral: vamos iniciar pelos conceitos fundamentais da contabilidade e do
patrimônio, depois vamos tratar da avaliação de bens comercializáveis e não comercia-
lizáveis, vindo depois o processo contábil, para ao final, estudarmos as demonstrações
contábeis, tão importantes para a gestão empresarial.
Na Unidade I estudaremos os fundamentos para o estudo da Contabilidade, e, assim,
você verá as diferenças na apuração do resultado empresarial pelo regime de caixa e
regime de competência. Para que a teoria acerca da Contabilidade tenha uma funda-
mentação sólida e completa, estudaremos o conceito ou definição da contabilidade, co-
nheceremos também o seu objeto e objetivo, os atos e fatos administrativos, o método
das partidas dobradas e a teoria das contas.
Na Unidade II teremos a oportunidade de estudar o patrimônio das entidades e com-
preender a sua formação - o que envolve itens positivos e negativos em sua estrutura.
Para aprendermos mais sobre a estrutura patrimonial, discorreremos sobre os itens do
Balanço patrimonial, descrevendo os bens e direitos no ativo e as obrigações no passivo,
resultando na equação: Ativos menos Passivos igual ao Patrimônio Líquido ou situação
líquida. Dessa forma, estaremos aptos a desenvolver o processo contábil.
Para continuar o aprendizado sobre o patrimônio, na Unidade III, vamos estudar os bens
de uma empresa sob dois enfoques: os comercializáveis e os não comercializáveis. Pelo
enfoque dos bens comercializáveis, vamos aprender sobre a avaliação e controle dos es-
toques. Quanto à avaliação, vamos estudar os principais métodos, que são as formas de
atribuirmos os custos dos itens baixados por venda ou utilização e, consequentemente,
a avaliação dos itens que permanecerem em estoque no final do período, por meio das
fichas de controle de estoque. Pelo enfoque dos bens não comercializáveis, o ativo imo-
bilizado, veremos os métodos de depreciação para realização parcial periódica do valor
dos bens que a empresa utiliza nas atividades operacionais.
Na Unidade IV, a partir da simulação de fatos contábeis, faremos a contabilização dos fa-
tos mais comuns que ocorrem em uma empresa comercial. Para isso, utilizaremos, como
base, fatos de uma empresa pequena com poucas negociações e poucos funcionários,
pois o objetivo é didático e a repetição de fatos semelhantes não contribui diretamente
para o aprendizado. A contabilização simulada será feita em dois formatos: livro diário
e livro razão.
APRESENTAÇÃO

Depois disso, na Unidade V, veremos que as demonstrações contábeis são resul-


tantes do processo contábil, o qual considera todos os fatos contábeis que ocor-
reram no período. As demonstrações são elaboradas com observância das normas
brasileiras de contabilidade, sendo também necessário considerar as características
qualitativas, tanto as fundamentais (relevância e representação fidedigna) quanto
as de melhoria (comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibi-
lidade).
É com muita satisfação que, nessa longa rodovia do conhecimento contábil, percor-
remos juntos pelo trecho da Contabilidade Geral.
Vamos em frente! Desejamos a vocês sucesso sempre!
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA


CONTABILIDADE

15 Introdução

16 Apuração do Resultado: Caixa e Competência

19 Conceito, Definição, Objeto e Objetivo da Contabilidade

21 Atos e Fatos Administrativos

26 Método das Partidas Dobradas

29 Teoria Personalista das Contas

31 Considerações Finais

UNIDADE II

A ESTRUTURA PATRIMONIAL

43 Introdução

44 Patrimônio

48 Estrutura Patrimonial

53 Patrimônio Líquido

56 Considerações Finais
10
SUMÁRIO

UNIDADE III

BENS COMERCIALIZÁVEIS (Estoques) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS


(Imobilizado)

67 Introdução

68 Estoques

70 Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques

81 Imobilizado

83 Depreciação

91 Considerações Finais

UNIDADE IV

PROCESSO CONTÁBIL

103 Introdução

104 Fatos Simulados a Contabilizar

110 Formalidades e Preparação para a Escrituração Contábil

112 Registro no Livro Diário

132 Razão Simplificado (Razonetes)

139 Balancete

143 Considerações Finais


11
SUMÁRIO

UNIDADE V

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

153 Introdução

154 Características Qualitativas das Demonstrações

158 Demonstração do Resultado

161 Balanço Patrimonial

166 Outras Demonstrações

171 Considerações Finais

179 CONCLUSÃO
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima

I
CONSIDERAÇÕES

UNIDADE
FUNDAMENTAIS PARA O
ESTUDO DA CONTABILIDADE

Objetivos de Aprendizagem
■■ Diferenciar a apuração do resultado pelo regime de caixa e
competência.
■■ Aprender o conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade.
■■ Diferenciar os atos dos fatos administrativos.
■■ Conhecer o método das partidas dobradas.
■■ Entender a contabilidade por meio das teorias das contas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Apuração do resultado: caixa e competência
■■ Conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade
■■ Atos e fatos administrativos
■■ Método das partidas dobradas
■■ Teoria das contas
15

INTRODUÇÃO

Como base para o estudo da contabilidade, veremos algumas considerações


iniciais que serão utilizadas como fundamento para o aprendizado sobre a con-
tabilidade. Estudaremos, então, a apuração do resultado contábil, diferenciando
regime de caixa de regime de competência, evidenciando que o resultado contábil
obrigatoriamente deve ser apurado pelo regime de competência em cumpri-
mento a normas e princípios contábeis. Abordaremos também o conceito da
contabilidade, a sua definição como ciência, mas também como um processo de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

comunicação de informações. Iremos entender que o patrimônio é o objeto de


estudo da contabilidade e o objetivo da contabilidade é o registro e controle do
patrimônio. Outras considerações importantes nesta seção: o profissional con-
tábil, os usuários da contabilidade e os campos de atuação da profissão.
Os atos administrativos são as decisões que a gestão da empresa toma para
a condução dos negócios e os fatos administrativos são toda movimentação de
recursos que ocorrem decorrentes dessas decisões. Os fatos administrativos
devem ser contabilizados, por isso comumente nominamos fatos contábeis. A
essência do método das partidas dobradas é determinar que o registro de um
fato contábil ocorrido em uma entidade sempre envolverá duas ou mais contas
contábeis. Esta é a razão do equilíbrio contábil, o balanço patrimonial sempre
terá o mesmo valor dos dois lados porque sempre um registro contábil ou lan-
çamento envolverá duas ou mais contas, este é o Método das Partidas Dobradas,
por sua característica de registro em dobro, sendo que a soma dos créditos (ori-
gem de recursos) sempre será igual a soma dos débitos (aplicação dos recursos).
Para explicar melhor esta questão dos débitos e créditos, podemos utilizar a teo-
ria personalista das contas. Nesta teoria cada conta é uma pessoa que mantém
um relacionamento financeiro com a empresa ou entidade.
Vamos em frente, em busca do conhecimento destes conteúdos nesta unidade.

Introdução
16 UNIDADE I

APURAÇÃO DO RESULTADO: CAIXA E COMPETÊNCIA

REGIME DE CAIXA

O regime de caixa considera como receitas e despesas do exercício aquelas efetiva-


mente recebidas e pagas dentro desse período. No regime de caixa somente serão
consideradas despesas aquelas que, independentemente do período de utilização

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos bens e serviços, forem pagas dentro do período de apuração do resultado.
De igual forma, as despesas são consideradas no momento do pagamento,
independente das compras serem efetuadas, dos materiais ou serviços serem
utilizados na atividade empresarial. Tal procedimento é mais ou menos como
fazemos em nossas finanças pessoais, compramos um sapato hoje para pagamento
em três parcelas mensais, normalmente consideramos que teremos despesas nos
três meses, independente desse sapato nos trazer benefícios por muito mais que
três meses.
Na sua totalidade, dificilmente se utiliza o regime de caixa, às vezes os ges-
tores utilizam parcialmente. A gestão empresarial pode ser feita com base nos
fluxos de caixa, utilizando assim o que aqui chamamos de regime de caixa, no
entanto o resultado contábil da empresa, por obrigatoriedade das normas con-
tábeis, somente pode ser apurado com base no regime de competência.

REGIME DE COMPETÊNCIA

O regime de competência diz respeito ao reconhecimento das receitas geradas


pelas vendas realizadas e as despesas incorridas pela utilização ou consumo de
bens e serviços. Também diz respeito aos ganhos e perdas no período de sua

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


17

ocorrência, independentemente do recebimento ou do pagamento. No regime


de competência, os fatos contábeis são considerados como receitas ou despesas
no período em que ocorrem, momento em que são lançados nos registros con-
tábeis e apresentados por meio das demonstrações contábeis. Resumindo: no
regime de competência o reconhecimento das receitas são aquelas ganhas no
período, não importando se foram recebidas ou não, e as despesas incorridas
no período, sem importar com o pagamento ou não, serão confrontadas com as
receitas para apuração do resultado.
Quanto ao reconhecimento da receita, a única diferença é quanto ao recebi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mento; no regime de caixa, será considerada a receita no momento do recebimento


do cliente e no regime de competência, no momento da transferência de pro-
priedade do bem.
Quanto ao lançamento da despesa, ocorre a seguinte divergência: enquanto
no regime de caixa a despesa ocorre no momento do pagamento, no regime de
competência a despesa ocorre no momento da utilização dos bens ou serviços,
não é nem no momento da compra e nem por ocasião do pagamento, mas na
efetiva utilização na atividade empresarial.
Vamos exemplificar com alguns fatos simulados de uma empresa:
■■ Pagamento do consumo de energia elétrica do mês anterior, R$500,00.
■■ Compra a prazo de estoques, R$6.000,00.
■■ Venda à vista R$5.000,00.
■■ Custo das vendas R$3.000,00.
■■ Compras à vista de estoques, R$4.000,00.
■■ Venda a prazo R$3.000.00.
■■ Custo das vendas R$1.500,00.
■■ Consumo de água deste mês que será pago no próximo mês, R$200,00.

Apuração do Resultado: Caixa e Competência


18 UNIDADE I

Tabela 1 - Apuração do resultado

REGIME DE REGIME DE
FATO
CAIXA COMPETÊNCIA
Pagamento do consumo de energia elétri-
-500,00
ca do mês anterior
Compra a prazo de estoques
Venda à vista de mercadorias 5.000,00 5.000,00
Custo das vendas -3.000,00
Compra à vista de estoques -4.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vendas a prazo 3.000,00
Custo das vendas -1.500,00
Consumo de água do mês -200,00
Resultado 500,00 3.300,00
Fonte: os autores.

Pelo regime de caixa, apuramos o resultado positivo de R$500,00, pois consi-


deramos somente a compra e a venda à vista, além do pagamento da conta de
consumo de energia elétrica do mês anterior.
Pelo regime de competência, apuramos o resultado positivo de R$3.300,00,
pois consideramos para apurar o resultado: a receita das vendas (à vista e a prazo)
no valor de R$8.000,00; o custo das unidades vendidas no valor de R$4.500,00;
e o reconhecimento da despesa com consumo de água do mês que será pago no
mês seguinte.

A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração


e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro trata no item OB17 sobre a
performance financeira refletida pelo regime de competência. Nesse item
você saberá da importância do regime de competência. Basta consultar a
Resolução CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 1.374 de 08 de de-
zembro de 2011. Para saber mais, acesse: <http://www.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/RES_1374.doc>.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


19

CONCEITO, DEFINIÇÃO, OBJETO E OBJETIVO DA


CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência social, para D’Áuria (apud Padoveze, 2000), pois além
de estudar o patrimônio das entidades, a contabilidade orienta, controla e regis-
tra os atos e fatos da administração econômica. Temos que lembrar que Francisco
D’Áuria é da escola patrimonialista, cujo auge foi na primeira metade do século
XX, que destaca o patrimônio como protagonista para atuação da contabilidade.
A contabilidade no Brasil teve duas influências fundamentais: escola patrimonia-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

lista e escola norte-americana. Vamos então buscar um conceito de contabilidade de


um pesquisador formado pela escola norte-americana, Hendriksen. Para Hendriksen
(apud PADOVEZE, 2000, p. 49), “a contabilidade é um processo de comunicação
de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto pela admi-
nistração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”.
Percebemos que são dois enfoques bem diferentes que na contabilidade
brasileira contribuíram de forma harmônica e sinérgica, pois as duas escolas
do pensamento contábil são muito importantes para a contabilidade brasileira.
A escola italiana, defendida por Francisco D’Áuria, nos faz lembrar o papel
social da contabilidade como ciência, registrando e controlando o patrimônio das
entidades. A escola norte americana, defendida por Hendriksen, nos mostra uma
contabilidade gerencial, com enfoque mais prático, evidenciando-a como um pro-
cesso de comunicação de informações. Podemos concatenar estes dois enfoques em
uma única definição da contabilidade: a contabilidade é uma ciência que registra
e controla o patrimônio das entidades, gerando informações sobre as alterações
ocorridas em um determinado período, tanto na estrutura patrimonial quanto na
apuração do resultado, é também um processo de comunicação das informações
econômicas e financeiras aos usuários internos e externos, no tempo oportuno,
contribuindo assim de forma relevante para a tomada de decisões empresariais.
Por ser formada por vários setores, a contabilidade pode ser considerada um
sistema de informação, mas ao mesmo tempo podemos afirmar que faz parte de
um sistema de informações gerenciais dentro da gestão empresarial.
Gosto muito e por isso quero compartilhar com vocês a definição da con-
tabilidade dada por um administrador, Henri Fayol. Conforme este autor, a

Conceito, Definição, Objeto e Objetivo da Contabilidade


20 UNIDADE I

contabilidade “deve revelar, a qualquer momento, a posição e o rumo do negó-


cio. Deve dar informações exatas, claras e precisas sobre a situação econômica
da empresa” (FAYOL, 1994, p. 25). Destaco nessa a frase a expressão “a qualquer
momento”, pois informações fora do tempo é como o motorista que olha pelo
retrovisor para ver o tamanho do buraco na estrada que fez com que o carro balan-
çasse, mas não vê o buraco que está logo a frente, que fará com que o carro capote.
Vamos ampliar um pouco o conceito de contabilidade a partir do que vimos
até aqui, da seguinte forma: contabilidade é uma ciência que registra e controla
o patrimônio das entidades, demonstrando sua evolução em um determinado

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
período, em seguida comunica as informações aos usuários interno e externo,
no tempo oportuno, contribuindo para a tomada de decisões empresariais.
A contabilidade deve verificar, a qualquer momento, se a atividade da empresa está
produzindo lucros ou prejuízos e de que forma esses resultados estão sendo gerados.
A finalidade da contabilidade é fazer o registro e controle do patrimônio e
fornecer informações acerca da composição deste e as variações patrimoniais,
bem como apurar os resultados das atividades econômicas desenvolvidas para
alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou sociais.
O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, pois todo o traba-
lho do contador tem como foco tal patrimônio.
Todos os elementos patrimoniais são considerados, lembrando que o patri-
mônio é formado por bens, direitos e obrigações. Esse patrimônio não é estático,
pois se modifica de acordo com as operações diárias da empresa, então pode-
mos dizer que o patrimônio de uma entidade é dinâmico, pois se modifica de
acordo com as atividades empresariais.
Agora que você sabe qual é o objeto da contabilidade, podemos discutir
sobre o seu objetivo. Já que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio
das entidades, podemos afirmar que o objetivo principal da contabilidade é o
controle desse patrimônio.
As informações relacionadas a situação econômica, financeira e patrimonial
da empresa devem ser comunicadas em função da necessidade de cada usuá-
rio. Enquanto o administrador utiliza informações para a gestão empresarial, os
fornecedores e os bancos as utilizam para concessão de crédito, os concorrentes,
para analisar o mercado, e o governo, para tributação e estatística.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


21

ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

Em uma empresa, pequena, média ou grande, decisões são tomadas rotinei-


ramente. Decorrentes dessas decisões, a movimentação de recursos ocorre
diariamente, motivada pelas compras, vendas, pagamentos, recebimentos e
outras tantas operações econômicas ou financeiras.
Os atos administrativos são as decisões que a gestão da empresa toma para
a condução dos negócios; os fatos administrativos correspondem a toda movi-
mentação de recursos que ocorre decorrente dessas decisões.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os fatos administrativos devem ser contabilizados, por isso, comumente


os denominamos como fatos contábeis. Alguns fatos contábeis alteram os sal-
dos de duas contas patrimoniais, mas não alteram a situação líquida da empresa.
Nesse caso, os recursos somente trocam de lugar, por isso damos o nome de fatos
contábeis permutativos. Outros fatos contábeis alteram os saldos de uma conta
patrimonial (ativo ou passivo) e de uma conta de resultado (receitas, custos ou
despesas), esses são chamados de modificativos, pois alteram a situação líquida
da empresa. Há ainda os fatos contábeis que têm as duas características, os quais
são chamados de mistos.

ATOS ADMINISTRATIVOS

As decisões tomadas na empresa, por mais simples que sejam, correspondem a


um ato administrativo. Tais atos correspondem a uma ação administrativa que
não provoca alteração nos elementos patrimoniais e nem na situação líquida
no momento, mas podem vir a provocar posteriormente, portanto, a princípio,
não são fatos contábeis, por isso não são considerados nos registros contábeis.
Como exemplos de atos administrativos, citamos: a contratação de um
empregado, a decisão em comprar de um determinado fornecedor, a contrata-
ção de um seguro, a decisão de obter um financiamento para aquisição de uma
máquina, a troca de um veículo usado por um novo. Normalmente, ocorrerão
fatos contábeis decorrentes desses atos administrativos, mas, no momento em
que o ato acontece, não temos um registro contábil a fazer.

Atos e Fatos Administrativos


22 UNIDADE I

FATOS ADMINISTRATIVOS OU CONTÁBEIS

Fatos administrativos ou contábeis são os eventos que representam movimenta-


ção de recursos na empresa, por isso precisam ser registrados pela contabilidade.
A movimentação de recursos que ocorre na empresa não se limita a recebimen-
tos e pagamentos, mas a todas as alterações, sejam aquelas que somente trocam
valores entre os elementos patrimoniais não afetando a situação líquida ou aque-
las que representam recursos que afetarão a apuração do resultado da empresa
e consequentemente a situação líquida.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nas atividades empresariais, tanto as financeiras quanto as patrimoniais e
econômicas, com frequência ocorrem fatos que provocam modificações qualita-
tivas e/ou quantitativas na estrutura patrimonial, modificando ou não a situação
líquida. Podemos resumir que, para a contabilidade, os fatos contábeis devem
ser registrados, fazendo parte do processo contábil refletindo na elaboração das
demonstrações contábeis.

Fatos Administrativos Permutativos

Os fatos permutativos “apenas trocam os componentes patrimoniais (contas)


do Ativo e/ou do Passivo, ou somente no Patrimônio Líquido, sem que ocorra
aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido” (GRECO, AREND, GARTNER,
2007, p. 144). Esses fatos promovem movimentações de recursos nos elementos
patrimoniais sem modificar a situação líquida, promovem a troca de recursos
entre as contas de bens, direitos e obrigações. Vamos exemplificar para que você
aprenda na prática.
Exemplo 1: Recebimento de uma venda a prazo feita anteriormente a um
cliente no valor de R$1.000,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$1.000,00 estava compondo
o saldo da conta contábil Duplicatas a Receber ou Clientes no Ativo Circulante e
representava um direito nos Ativos da Empresa. Com o registro desse fato, a conta
Duplicatas a Receber ou Clientes terá uma diminuição de R$1.000,00 e a conta
Caixa, caso o recebimento seja em dinheiro, terá um aumento de R$1.000,00.
Mas o total do Ativo e a situação líquida da empresa não alteraram.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


23

No momento em que o cliente faz o pagamento em dinheiro, continuamos


com o mesmo patrimônio, mas deixamos de ter um direito e passamos a ter um
bem numerário, dinheiro em caixa.
Muito embora não seja uma alteração quantitativa de patrimônio, é impor-
tante considerar, pois, com o título a receber, dificilmente pagaríamos uma
obrigação com um fornecedor. Já com o dinheiro em caixa, é possível utilizá-
-lo para pagar qualquer coisa, uma vez que este então será outro fato contábil.
O fato exemplificado alterou valores entre contas do ativo, mas existem fatos
administrativos permutativos que alteram valores de uma conta do ativo e de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

outra do passivo, sem alterar a situação líquida ou o patrimônio líquido.


Exemplo 2: Compra a prazo de mercadorias para estocagem e posterior
revenda, no valor de R$500,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$500,00 vai representar
um ativo para a empresa, um bem cujo objetivo é a venda. Se a compra fosse à
vista, teríamos uma diminuição no saldo do caixa, mas como foi a prazo, temos
uma dívida, uma obrigação, ou seja, temos um passivo de R$500,00.

Fatos Administrativos Modificativos

São os fatos contábeis que fazem a situação líquida da empresa aumentar ou dimi-
nuir. Ocorrem nos fatos que movimentam recursos do ativo e passivo em virtude
de receitas, custos e despesas. Promovem variações quantitativas no patrimônio,
pois alteram o valor do Patrimônio Líquido da entidade.
Podemos classificar os fatos contábeis modificativos em aumentativos e
diminutivos. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam iso-
ladamente aumento do Patrimônio Líquido, pois um aumento de receitas nas
contas de resultado, no momento da apuração do resultado, estará contribuindo
com o aumento do Patrimônio Líquido.

Atos e Fatos Administrativos


24 UNIDADE I

Fatos Administrativos Modificativos Aumentativos

Uma venda à vista pode ser utilizada como exemplo, pois a origem do lançamento
está na conta de receitas com vendas e a aplicação dos recursos na conta caixa, por-
tanto, aumento de um ativo (entrada de recursos no caixa) e aumento de uma receita.
Exemplo: Venda à vista da metade dos nossos estoques de mercadorias por
R$400,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$400,00 vai represen-
tar uma entrada de recursos, vai aumentar o ativo da empresa, pois será uma

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entrada de dinheiro no caixa, por outro lado, representa uma receita, visto que
é o registro de uma venda.
Com o registro dessa venda, temos um aumento na conta caixa de R$400,00,
sendo, agora, um saldo de R$1.400,00 e a situação líquida sobe para R$1.400,00,
aumentando, então, R$400,00. É bom lembrar que o lançamento contábil é feito
na conta caixa e na conta receita com vendas ou receita operacional bruta, mas
se somente existisse esse fato contábil no período, teríamos então um aumento
no Patrimônio Líquido na apuração do resultado de R$400,00.

Fatos Administrativos Modificativos Diminutivos

Os fatos contábeis modificativos diminutivos representam isoladamente diminui-


ção do patrimônio líquido, pois um aumento de custos ou despesas nas contas
de resultado, no momento da apuração do resultado, estará contribuindo com
a diminuição do Patrimônio Líquido.
O registro do custo das vendas, que representa a saída dos itens do estoque, é
um exemplo desse fato, pois ao mesmo tempo estamos diminuindo o saldo de uma
conta do ativo e aumentando uma conta de resultado, nesse caso, os custos das mer-
cadorias vendidas, que, na apuração do resultado, irão representar uma diminuição.
Exemplo: Baixa da metade dos nossos estoques de mercadorias porque foram
vendidos e não podem mais contar nos nossos ativos. Como o saldo do estoque
é de R$500,00 e foi vendido metade, então temos que baixar R$250,00, veja que
o valor das vendas foi de R$400,00, mas a baixa nos estoques será de R$250,00,
pois este é o custo das vendas.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


25

Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$250,00 vai representar


uma diminuição no ativo da empresa, pois será uma saída de mercadorias do
estoque, porque foram vendidas, por outro lado, representa um custo, pois é o
registro da baixa das mercadorias vendidas.
Com o registro desse custo, temos uma diminuição do saldo da conta estoques
de mercadorias de R$250,00, passando de R$500,00 para R$250,00 e a situação
líquida diminui em R$250,00, passando agora para R$1.150,00. Novamente, é
bom lembrar que o lançamento contábil é feito na conta custo das mercadorias
vendidas e na conta estoques de mercadorias, mas se somente existisse esse fato
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

contábil no período, teríamos então uma diminuição no Patrimônio Líquido na


apuração do resultado de R$250,00, passando de R$1.400,00 para R$1.150,00.

Fatos Administrativos Mistos

Os fatos contábeis supracitados como permutativos e modificativos podem ser


considerados simples, você não acha? É, realmente são, pois envolvem recur-
sos em duas contas.
Podem, no entanto, ocorrer fatos que embora seja somente um fato contábil,
sua contabilização deve ser feita em duas etapas, por ter um efeito permutativo
e outro modificativo da situação líquida ou Patrimônio Líquido.
Os fatos contábeis mistos, então, representam um mix dos permutativos e
modificativos, pois ao mesmo tempo em que causam variações qualitativas tam-
bém causam variações quantitativas.
Exemplo: Vamos considerar que o valor a pagar a fornecedores referente
a compra a prazo que fizemos no valor de R$500,00 já venceu há 30 dias e que
vamos quitá-lo hoje com juros de 10%. Então temos um fato administrativo
misto, pois o valor de R$500,00 é permutativo, temos uma dívida que será qui-
tada com o dinheiro do caixa, mas o valor de R$50,00, que são os juros de 10%,
é modificativo diminutivo, pois contribuirá para reduzir o valor da situação
líquida ou patrimônio líquido.
Explicação do registro desse fato: O pagamento que foi feito no valor de R$550,00
vai representar uma diminuição no ativo da empresa, pois será uma saída de recursos

Atos e Fatos Administrativos


26 UNIDADE I

do caixa, portanto o saldo do caixa, de R$1.400,00, será reduzido em R$550,00, por


outro lado, teremos uma diminuição de R$500,00 no passivo na conta fornecedores e
uma diminuição no patrimônio líquido de R$50,00, por termos uma despesa com juros.
Com o registro desse pagamento, temos uma diminuição de saldo nas contas:
caixa, diminuímos R$550,00, ficando com R$850,00; Fornecedores, diminuí-
mos R$500,00, ficando com saldo ZERO; e Patrimônio Líquido, diminuímos
em R$50,00, ficando com R$1.100,00.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

A essência desse método é determinar que o registro de um fato contábil ocor-


rido em uma entidade sempre envolverá duas ou mais contas contábeis. Essa é a
razão do equilíbrio contábil, o balanço patrimonial sempre terá o mesmo valor
dos dois lados porque sempre um registro contábil ou lançamento envolverá
duas ou mais contas, esse é o Método das Partidas Dobradas, por sua caracterís-
tica de registro em dobro, sendo que a soma dos créditos (origem de recursos)
sempre será igual a soma dos débitos (aplicação dos recursos). A saída de recur-
sos de um elemento patrimonial consequentemente motivará uma entrada de
recursos de igual valor em outro elemento patrimonial, pois todo valor movi-
mentado com origem em um elemento patrimonial motivará a aplicação em
outro elemento patrimonial.
Apesar de registros evidenciarem esse método desde o século XIII, a pri-
meira vez que foi demonstrado de forma escrita foi em 1494, quando apareceu
o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de
Frei Luca Pacioli, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito cor-
responde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


27

DÉBITOS E CRÉDITOS

Antes de estudar contabilidade, talvez você considere o débito uma coisa nega-
tiva e o crédito uma coisa positiva. Em contabilidade, é preciso entender esses
termos de forma mais completa, pois nem sempre débito será algo negativo e
crédito positivo.
Os débitos em uma conta representam a situação de responsabilidade desta,
como se a conta fosse uma pessoa devedora em relação à empresa. As contas do
ativo, que são os bens e direitos, e as contas de resultado − despesas e custos −
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

têm como característica saldo devedor.


Por outro lado, os créditos em uma conta representam a situação de direito de
haveres da conta, como se ela fosse uma credora em relação à empresa. As contas
do passivo, patrimônio líquido e receitas têm como característica saldo credor.
O conceito do método das partidas dobradas é de que:
§ Para cada causa existe um efeito
§ Para cada origem existe uma aplicação
§ Para cada crédito existe um débito

FÓRMULAS DE LANÇAMENTO

Podemos realizar os lançamentos pelo Método das Partidas Dobradas no livro


diário, utilizando quatro fórmulas ou quatro formatos diferentes:

Primeira fórmula (simples)

Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e uma conta para
registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de escritório
para utilização imediata, no valor de R$100,00:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$100,00.

Método das Partidas Dobradas


28 UNIDADE I

Segunda fórmula (composta)

Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e duas ou mais
contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de
escritório para utilização imediata, no valor de R$100,00, sendo R$50,00 pagos
em dinheiro e R$50,00 pagos em cheque:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$50,00.
C – Bancos conta Movimento, R$50,00.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Terceira fórmula (composta)

Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e uma
conta para registrar o valor a crédito.
Exemplo: Pagamento de uma compra a prazo feita no mês anterior, no valor
de R$200,00, com juros de R$10,00 em dinheiro.
D – Juros Passivos, R$10,00.
D – Fornecedores, R$200,00;
C – Caixa, R$210,00.

Quarta fórmula (complexa)

Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e duas
ou mais contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Recebimento de uma
venda feita no mês anterior, no valor de R$200,00, com juros de R$10,00, sendo
R$100,00 em dinheiro e R$110,00 em cheque para ser depositado em 20 dias:
D − Caixa, R$100,00.
D – Cheques a Receber, R$110,00.
C – Duplicatas a Receber, R$200,00.
C – Juros Ativos, R$10,00.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


29

TEORIA PERSONALISTA DAS CONTAS

Para explicar melhor essa questão dos débitos e créditos, podemos utilizar a teo-
ria personalista das contas. Nessa teoria, cada conta é uma pessoa que mantém
um relacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica
as contas em três grupos de pessoas ou agentes:

AGENTES CONSIGNATÁRIOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

São as pessoas que representam valores materiais e imateriais, portanto são os


bens da sociedade.

AGENTES CORRESPONDENTES

São as pessoas que representam os valores a receber (direitos) e os valores a


pagar (obrigações).

PROPRIETÁRIO

São as contas que representam os sócios da empresa, portanto, são as contas de


interesse da sociedade, em que ocorrem as variações na situação líquida, forma-
das pelo grupo Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial e pelas contas de
resultado: receitas, custos e despesas.
Exemplo 1: Quando os sócios começam a empresa, constituem a sociedade
e transferem os recursos das suas contas pessoais para a empresa. Vamos regis-
trar uma sociedade com o capital de R$10.000,00.
Nesse fato, estão envolvidos conta “Proprietário” e conta “Agentes
Consignatários”. Utilizando o Método das Partidas Dobradas, vamos dizer que a
origem, causa ou crédito está na conta Capital Social − uma conta Proprietário − e a
aplicação, efeito ou débito está na conta Caixa − uma conta Agentes Consignatários.

Teoria Personalista das Contas


30 UNIDADE I

Então a conta caixa terá um débito em relação à empresa, pois foi confiada
a essa “pessoa” a guarda de um valor de R$10.000,00, já a conta Capital Social,
por ser uma conta proprietário, é credora desse valor.
Exemplo 2: Quando a empresa compra, à vista, móveis para uso nas ativi-
dades da empresa, no valor de R$2.000,00.
Podemos dizer que, nesse caso, estão envolvidos dois agentes consignatá-
rios, pois a movimentação dos recursos é entre bens ou entre pessoas que, pela
teoria personalista das contas, representam bens. Nesse caso, a origem, causa ou
crédito, está na pessoa/conta Caixa e a aplicação, efeito ou débito, está na pes-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
soa/conta Móveis.
Então a conta caixa, que tinha um débito de R$10.000,00 em relação à
empresa, repassou R$2.000,00 para a conta móveis, agora deve somente o valor
de R$8.000,00 e a conta móveis, a qual não devia nada, passou a dever R$2.000,00.
Nesse momento, temos dois agentes consignatários:
■■ Caixa devendo R$8.000,00.
■■ Móveis devendo R$2.000,00.

E um agente proprietário:
■■ Capital Social com R$10.000,00 a receber.

Após conhecer alguns dos conceitos base para entender a contabilidade,


você já é capaz de compreendê-la melhor. Investigue, descubra, questione
e tenha suas próprias conclusões. Seja um bom profissional e traga sucesso
para nossa profissão.

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE


31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As operações econômicas, financeiras e patrimoniais que ocorrem em uma


empresa podem ser classificadas em atos e fatos administrativos. Enquanto os
atos administrativos não representam entradas ou saídas de recursos no momento
que ocorrem, os fatos administrativos representam movimentação de recursos
e, por isso, são objetos de contabilização, sendo chamados de fatos contábeis.
Para registrar contabilmente esses fatos durante o processo contábil, utili-
zamos o método das partidas dobradas que, em sua essência, obriga que uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

movimentação de recursos da empresa seja sempre registrada em duas contas


contábeis, pois uma movimentação de recursos sempre representa modificação
(qualitativa, quantitativa ou ambas) na composição patrimonial ou na situação
líquida. Sempre que um determinado valor é movimentado, podemos dizer que
este saiu de um lugar e foi para outro, quando ocorre um fato contábil permuta-
tivo, se altera a qualidade do patrimônio, pois o valor que tinha uma qualidade
patrimonial passa a ter outra; isso ocorre quando compramos à vista uma mer-
cadoria para revenda, pois deixamos de ter um valor no caixa e passamos a ter o
mesmo valor em estoques para revenda, sendo assim, o patrimônio da empresa
continua o mesmo, mas houve uma modificação em sua qualidade.
Para registrar os fatos contábeis permutativos, modificativos ou mistos, uti-
lizamos dois livros contábeis: diário e razão. Esses livros têm suas formalidades
intrínsecas e extrínsecas e se diferenciam em seus objetivos, pois enquanto o
diário mostra o registro dos fatos contábeis na ordem cronológica que ocorre,
o razão organiza os lançamentos, priorizando as contas contábeis, registrando
todos os fatos de uma conta, depois de outra, mantendo dentro da conta a ordem
cronológica somente para os fatos dela.

Considerações Finais
32

O ENSINO DA DISCIPLINA DE CONTROLADORIA NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADU-


AÇÃO EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E O PROFISSIONAL
ATUANTE NO MERCADO DE TRABALHO
Atualmente as empresas estão inseridas em um contexto de mudanças como: competi-
ção, tecnologia, qualidade, baixo custo, flexibilidade entre outros, é neste ambiente que
as mesmas buscam cada vez mais métodos e técnicas que otimizem seu desempenho
econômico através de uso mais intenso do conhecimento de controle e planejamento.
Esses fatores constituem oportunidades ou ameaças à sobrevivência das mesmas exi-
gindo respostas eficazes que as conduzem ao alcance de seus propósitos.
Neste sentido, surge a Controladoria, como órgão administrativo e como ramo do co-
nhecimento, ganhando destaque por entender a dinâmica dos fatos, planejar alternati-
vas de ação e sinergizar resultados das áreas, pois é a Controladoria o órgão dentro da
empresa responsável pelo processo de gestão. [...]
A Controladoria como ciência consiste num conjunto de princípios, métodos e proce-
dimentos originários das ciências da administração, economia, psicologia, estatística
e, principalmente, da contabilidade que se ocupa da gestão econômica das empresas,
com a finalidade de orientá-las para a eficácia. Conforme Catelli (1999, p. 370):
A Controladoria não pode ser vista como um método, volta-
do ao como fazer. Para uma correta compreensão do tudo,
a mesma está dividida em dois vértices: o primeiro como
ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento
de toda base conceitual, e o segundo como órgão adminis-
trativo respondendo pela disseminação de conhecimento,
modelagem e implantação de sistemas de informações.
A Controladoria, portanto, é responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e con-
ceituais necessárias para construção e manutenção de sistemas de informação e mode-
lo de Gestão Econômica que atendam adequadamente às necessidades de informação
dos gestores e, ao mesmo tempo, possam auxiliar o processo de gestão quando da to-
mada de decisões. [...]
Se as atividades empresariais não forem capazes de gerar um resultado suficiente para
assegurar a reposição do capital investido na empresa, elas estariam consumindo seu
próprio potencial de geração de benefício. Sem dúvida, a manutenção dessa situação ao
longo do tempo acabaria por afetar a continuidade da organização.
33

O sistema de gestão econômica considera a premissa de o valor do patrimônio líquido


ter que expressar o efetivo valor da empresa. A informação do resultado gerado pelas
transações, eventos e atividades permite a identificação da formação do lucro, ou seja,
quais as atividades que contribuem mais ou menos para a formação do resultado global
da empresa. Destacam-se as interações entre o modelo de gestão, o processo de gestão
e os sistemas de informação da empresa como elementos que desempenham papel
fundamental para assegurar a eficácia dos gestores e, consequentemente, da empresa.
Compete a Controladoria lidar com os aspectos da gestão econômica, atuando em to-
das as fases do processo de gestão. É através deste processo que ela revela uma de suas
maiores contribuições na busca da missão da empresa, quando na condução do proces-
so de planejamento a ser desenvolvido, e na geração de informações.
A Controladoria, na execução de suas atividades, utiliza-se destes dois instrumentos fun-
damentais: Processo de gestão e Sistemas de informações. O modelo de gestão ideal
possui um processo de gestão (planejamento, execução e controle) dinâmico, flexível e
oportuno, isto é, adaptável às mudanças, com estilo participativo, voltado para a eficácia
empresarial.
Na gestão das diversas atividades, os gestores devem planejar cuidadosamente suas
ações implementando planos e avaliações sistemáticas do desempenho realizado ante
os planos idealizados. Cabe a Controladoria coordenar e participar da escolha da me-
lhor alternativa, observando os aspectos econômicos, de modo a garantir a eficácia da
empresa.
O processo eletrônico de todos os dados empresariais representa um papel importante
porque facilita a automatização de rotinas produzindo informações exatas e em tempo
hábil. Estas informações destinam-se, principalmente, a direcionar a tomada de decisão.
O sistema de informação possui limitações quanto às crenças dos gestores, quanto à
quantidade de informações geradas e quanto à confiabilidade. Em relação à quantida-
de, o volume pode não significar a tomada de decisão, pois o que os gestores precisam,
é cada vez mais de informações relevantes, pois assim o processo de decisão irá melho-
rar, visto que quantidade não significa qualidade. Quanto à confiabilidade, o sistema
precisa ser corretamente interpretado. A empresa deve ser vista como um sistema aber-
to e essencialmente dinâmico, ou seja, um conjunto de elementos interdependentes
que interagem na consecução de um fim comum, que sofre permanentes influências do
seu ambiente externo e interno.
Fonte: Bacicheti; Rodrigues (2006).
34

1. Podemos usar na apuração dos resultados dois tipos de regimes: o regime de


caixa e o regime de competência. Acerca do regime de caixa, assinale a alternativa
correta:
a. Considera como receita os recebimentos e como despesa se o fato traz bene-
fícios futuros.
b. Uma receita é considerada independente do seu recebimento.
c. As despesas são consideradas no momento em que ocorrem.
d. Considera como receita os pagamentos realizados e como despesa o dinheiro
recebido.
e. As despesas são consideradas no momento do pagamento.

2. A respeito do regime de competência, assinale a alternativa correta:


a. Caracteriza-se pelo reconhecimento de receitas e despesas no período que
ocorrem independente do pagamento ou recebimento.
b. Considera como receita os recebimentos e como despesa se o fato traz bene-
fícios futuros.
c. Uma receita se caracteriza pelo seu recebimento no período que ocorre inde-
pendente do seu reconhecimento.
d. É o único regime proibido para apurar o resultado contábil de acordo com a lei.
e. Considera como receita os pagamentos realizados e como despesa o dinheiro
recebido.

3. A Contabilidade é considerada uma ciência. Nela temos um objeto, um objetivo


bem como uma finalidade. Analise as afirmativas e assinale a correta:
a. A finalidade da contabilidade é o patrimônio das entidades.
b. O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades.
c. Já que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades, po-
demos afirmar que a finalidade da contabilidade é o controle desse patrimô-
nio.
d. O objetivo da contabilidade é o patrimônio das entidades.
e. Já que o objetivo do estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades,
podemos afirmar que o objeto da contabilidade é o controle desse patrimônio.
35

4. Vimos nesta unidade que “os atos administrativos são as decisões que a gestão
da empresa toma para a condução dos negócios; os fatos administrativos cor-
respondem a toda movimentação de recursos que ocorre decorrente dessas de-
cisões”. Sobre o tema atos e fatos administrativos, assinale a alternativa correta:
a. Atos correspondem a uma ação administrativa que provoca alteração nos ele-
mentos patrimoniais.
b. São exemplos de atos administrativos: a contratação de um empregado, a de-
cisão em comprar de um determinado fornecedor.
c. Os fatos permutativos trocam os componentes patrimoniais (contas) do Ativo
e/ou do Passivo, ou somente no Patrimônio Líquido, ocasionando aumento
ou diminuição no Patrimônio Líquido.
d. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam isoladamente di-
minuição do Patrimônio Líquido.
e. Os fatos contábeis modificativos diminutivos representam isoladamente au-
mento do patrimônio líquido.

5. Nesta unidade vimos que a essência do Método das Partidas Dobradas é de-
terminar que o registro de um fato contábil ocorrido em uma entidade sempre
envolverá duas ou mais contas contábeis. Com base nessa informação, assinale
a alternativa correta:
a. Por esse método a soma dos créditos nem sempre será igual à soma dos dé-
bitos.
b. Por esse método o total dos ativos sempre será igual às contas a receber.
c. Por esse método o total dos créditos sempre será igual ao total dos débitos.
d. Por esse método o total do passivo sempre terá o mesmo valor do patrimônio
líquido.
e. Por esse método a soma das origens de recursos às vezes é a mesma que da
aplicação de recursos.
36

6. Considere o seguinte lançamento contábil: compra à vista de mercadorias, no


valor de R$1.848,00:
D – Estoque de mercadorias
C – Caixa R$1.848,00.

A contabilização representa qual tipo de fórmula de lançamento? Assinale a al-


ternativa correta:

a. Lançamento composto.
b. Lançamento de primeira fórmula.
c. Lançamento misto.
d. Lançamento de terceira fórmula.
e. Lançamento de complexo.

7. Na teoria personalista das contas, cada conta é uma pessoa que mantém um re-
lacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica as con-
tas em três grupos de pessoas ou agentes. Sobre esses três grupos de agentes,
assinale a alternativa correta:
a. Agentes correspondentes são as pessoas que representam os bens da socie-
dade.
b. Agentes consignatários são as pessoas que representam os valores a receber
(direitos) e os valores a pagar (obrigações).
c. O proprietário representam os sócios da empresa, portanto, são as contas de
interesse da sociedade.
d. As contas caixa e duplicatas a receber são exemplos de proprietário.
e. As contas patrimônio líquido e imobilizado são exemplos de agentes corres-
pondentes.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade Básica
José Carlos Marion
Editora: Atlas
Sinopse: A matéria exposta neste livro procura ir além
da existente em livros destinados ao ensino de iniciação
à Contabilidade. Apresenta uma metodologia moderna,
testada em algumas escolas e com resultados considerados
satisfatórios, através de uma linguagem simples e acessível
ao iniciante em contabilidade. Desenvolvido com base em
autores da moderna escola de Contabilidade, apresenta
a mecânica de escrituração dos lançamentos contábeis
a partir de uma visão conjunta dos relatórios Contábeis,
com especial ênfase no Balanço Final e na demonstração
de resultado do Exercício. A matéria é apresentada em uma
sequência de exploração gradativa do assunto para despertar o interesse do estudante
na aprendizagem da disciplina. Procurou-se também dar um embasamento legal e
tributário, possibilitando ao leitor situar-se na realidade em que a empresa atua. No final
de cada capítulo são sugeridas tarefas práticas a serem desenvolvidas, proporcionando
uma aprendizagem fora da sala de aula. Esta nova edição apresenta algumas atualizações
necessárias conforme o Novo Código Civil (NCC).

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BACICHETI, M. S. A.; RODRIGUES, M. S. O ensino da disciplina de controladoria nos


programas de pós graduação em nivel de especialização em ciências contábeis e o
profissional controller atuante no mercado de trabalho. Enfoque: Reflexão Contábil
(Impresso), v. 25, p. 17-28, 2006.
BRASIL. Resolução nº 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Dá nova redação à NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/
docs/RES_1374.doc>. Acesso em: 13 maio 2016.
FAYOL, H. Administração industrial e geral: previsão, organização, comando, coor-
denação, controle. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1994.
GRECO, A. L.; AREND, L.; GARTNER, G. Contabilidade prática: teoria e prática bási-
cas. São Paulo: Saraiva, 2007.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
39
GABARITO

1. e) As despesas são consideradas no momento do pagamento.


2. a) Caracteriza-se pelo reconhecimento de receitas e despesas no período que
ocorrem independente do pagamento ou recebimento.
3. b) O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades.
4. b) São exemplos de atos administrativos: a contratação de um empregado, a de-
cisão em comprar de um determinado fornecedor.
5. c) Por esse método o total dos créditos sempre será igual ao total dos débitos.
6. b) Lançamento de primeira fórmula.
7. c) O proprietário representam os sócios da empresa, portanto são as contas de
interesse da sociedade.
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima

A ESTRUTURA

II
UNIDADE
PATRIMONIAL

Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a composição do patrimônio.
■■ Conhecer a estrutura patrimonial.
■■ Entender o patrimônio líquido ou situação líquida.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Patrimônio
■■ Estrutura Patrimonial
■■ Patrimônio Líquido
43

INTRODUÇÃO

Nesta unidade você aprenderá sobre o patrimônio. Serão abordados os concei-


tos, a composição, a equação do patrimônio líquido e a estrutura patrimonial.
É importante que você absorva plenamente essas noções básicas sobre patrimô-
nio, pois como visto anteriormente, a contabilidade está pautada no patrimônio
das entidades. A estrutura patrimonial evidencia visualmente o patrimônio da
empresa e deve ser entendida como a demonstração dos componentes do patri-
mônio da entidade. Você poderá responder ao final desta unidade qualquer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

pergunta sobre patrimônio no que envolve o conceito, composição e estrutura.


Você terá algumas definições importantes para o estudo contábil envolvendo o
patrimônio, patrimônio líquido e estrutura de forma prática. Será evidenciada
também a importância do patrimônio das entidades como objeto de estudo da
contabilidade.
Inicialmente estudaremos o patrimônio e sua composição abordando os con-
ceitos e classificações de bens, direitos e obrigações. O estudo do patrimônio nos
levará ao patrimônio líquido na realidade muito mais lembrado do que o próprio
patrimônio devido a sua importância na análise das demonstrações contábeis.
A estrutura patrimonial é importante para a interpretação posterior do
Balanço Patrimonial e na análise econômico-financeira. Veremos aqui que na
estrutura patrimonial os bens e direitos representam a utilização dos recursos
da entidade que foram obtidos das fontes próprias e externas. O que chamamos
fontes próprias são os recursos dos investidores da empresa e as fontes externas
são os recursos de terceiros que são partes indiretamente ligadas à empresa, pois
juridicamente não possui nenhuma influência na organização.
A modificação da situação líquida, ou patrimônio líquido, ocorre a partir
do registro de fatos modificativos, pois alteram o resultado e consequentemente
o saldo do patrimônio líquido.

Introdução
44 UNIDADE II

PATRIMÔNIO

O Patrimônio é formado por bens materiais e imateriais, com possibilidade


de avaliação em dinheiro, vinculados à entidade pela aquisição ou por recebi-
mento por doação ou outro título. É formado também pelo direito jurídico de
receber dinheiro de terceiros e pela obrigação de liquidação das suas dívidas.
O dicionário Aurélio define patrimônio como “Herança paterna. Bens de famí-
lia. Complexo de bens, materiais ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que
pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Padoveze (2000, p. 36) considerando de maneira mais técnica diz que o patrimô-
nio “é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém [...]”. Contabilmente o
patrimônio tem dois aspectos: o qualitativo e o quantitativo. O Conselho Federal
de Contabilidade descreve esses dois aspectos da seguinte forma:
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos ele-
mentos que o compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar
expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de merca-
dorias etc. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de
particularização que permita a perfeita compreensão do componente
patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a
empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de mui-
ta utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando
aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas”
como categoria, mas, dependendo das necessidades de controle poderá
descer a cada máquina em particular e, mais ainda, aos seus porme-
nores de forma que sua caracterização evite a confusão com quaisquer
outras máquinas, mesmo de tipo idêntico. O atributo quantitativo re-
fere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que
demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”,
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008, p. 18)

BENS

Toda coisa material existente não é nada se não for útil para alguém, quando algo
é útil para alguém, passa a ser cabível a mensuração econômica, então, passa a

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
45

ser um bem. Tendo utilidade, podemos dizer que é um bem e sendo um bem,
podemos precificar e realizar transações comerciais.
Portanto, bens são as coisas que são úteis para satisfazer as necessidades das pes-
soas, e por isso são suscetíveis de avaliação econômica. Para exemplificar vamos
pensar em uma loja de roupas e calçados, quando você entra percebe que naquele
ambiente comercial temos: gôndolas, balcões, araras, cabides, armários, prova-
dores, prateleiras, mesas, caixa, dinheiro na gaveta, sacolas, frigobar, telefone,
máquina de cartão, roupas para venda, calçados para venda, acessórios para
venda, além do prédio no qual a loja está instalada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Todos estes itens mencionados são bens, alguns deles são bens para utiliza-
ção na atividade da loja (denominamos imobilizado), outros são bens para venda
(denominamos estoques). Dentre estes bens podemos ter alguns que não são de
propriedade da empresa, como a sala comercial, que para utilizar precisamos
pagar aluguel, nesta situação continua sendo um bem, mas de propriedade de
outra pessoa física ou jurídica.
Temos várias maneiras de classificar os bens, depende do enfoque da classi-
ficação. Para o estudo contábil a principal classificação é quanto à materialidade:
bens materiais e bens imateriais.
Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Os bens mate-
riais podem ser divididos em:
■■ Bens móveis: que podem ser deslocados, que tenham mobilidade, levados
de um lugar para outro sem avarias. Exemplo: estoques (roupas, calçados
etc.), telefones, balcões, mesas etc.
■■ Bens imóveis: que não podem ser removidos do lugar. Exemplo: prédio,
sala comercial, terrenos, etc.

Os bens imateriais são aqueles que não possuem corpo, matéria. A empresa
adquire os bens imateriais e os integra ao seu patrimônio, mas não tem corpo,
não são materiais.
Os exemplos são quase sempre os mesmos, pois não tem muita variedade:
■■ Fundo de comércio ou ponto ocorre quando uma empresa adquire o
direito de se instalar em um determinado endereço. Para isso, precisa que
a empresa anterior desocupe o imóvel e pague um valor.

Patrimônio
46 UNIDADE II

■■ Marcas e patentes são todos os gastos que a empresa tem para registrar e
manter o registro da sua marca e/ou dos produtos desenvolvidos.

Bens tangíveis e intangíveis são sinônimos de bens materiais e imateriais


respectivamente.

DIREITOS

Direitos são os valores que a empresa tem a receber de outra empresa e de pes-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
soas físicas. É o poder jurídico que uma empresa tem de exigir valores de outra
empresa, pessoas físicas ou órgãos públicos. Os direitos ocorrem por diversos
atos empresariais, dentre eles, podemos citar alguns exemplos:
■■ Valores a receber de clientes - são decorrentes de vendas realizadas a prazo,
como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no
ato da compra a empresa tem o direito de receber no prazo combinado.
■■ Valores a receber do poder público - são decorrentes de créditos por
impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para reduzir
o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes.
■■ Valores a receber de empregados – são decorrentes de adiantamentos de
salários ou empréstimos feitos a alguns empregados, enquanto estes valo-
res não forem descontados dos rendimentos, a empresa tem o direito de
recebê-los.

OBRIGAÇÕES

As obrigações são valores que a empresa tem a pagar para outras empresas, pes-
soas físicas, instituições financeiras, poder público, empregados etc., é o inverso
dos direitos. As obrigações são dívidas contraídas por diversos motivos, dentre
eles, as compras a prazo, a obtenção de empréstimos e financiamentos. Podemos
classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
47

■■ Obrigações por funcionamento – são as dívidas decorrentes de operações


da empresa como compras a prazo de materiais e mercadorias e bens para
a utilização na empresa.
■■ Obrigações por financiamento – são as dívidas decorrentes de financia-
mento de bens ou de obtenção de recursos em instituições financeiras.
■■ Obrigações trabalhistas e sociais – normalmente não consideramos dívi-
das os valores a pagar aos empregados e os encargos que deverão ser
recolhidos ao governo, mas como a apuração da folha de pagamento deve
ser feita dentro do mês trabalhado e o pagamento do salário poderá ser
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

feito até o quinto dia útil e dos encargos nos vencimentos definidos em
lei, durante o período que decorre do último dia do mês até o pagamento
a empresa está devendo a empregados e governo.
■■ Obrigações fiscais – são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal,
estadual ou municipal, como a apuração dos impostos e contribuições
sociais é feita em um mês e o pagamento em períodos seguintes, durante
este período a empresa tem uma dívida referente aos impostos e contri-
buições sociais ainda não pagos.
■■ Provisões – são as dívidas decorrentes da operação da empresa que não
tem claramente data correta de pagamento ou valor correto da dívida. Os
principais exemplos são as provisões trabalhistas com décimo terceiro
salário e férias, que devem ser reconhecidas como despesas mensalmente,
mas a sua exigibilidade será em data futura.

Normalmente, não deixamos muito dinheiro no caixa da empresa, pois fica


no banco. Considerando que o dinheiro em caixa é um bem, como podemos
classificar o dinheiro no banco? Bem ou direito? Por quê?

Patrimônio
48 UNIDADE II

ESTRUTURA PATRIMONIAL

Aqui você terá contato com o conteúdo que te levará ao aprendizado da estrutura
patrimonial de uma forma diferente, teórica. Cada um dos grupos de contas que
compõem a estrutura patrimonial e também as contas de resultado será expli-
cado detalhadamente, para que você aprenda a estrutura patrimonial por um
enfoque conceitual e exemplificativo.
Podemos representar a estrutura do patrimônio da seguinte forma:
Figura 1: Estrutura Patrimonial

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ESTRUTURA PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO+PL
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido
Fonte: o autor.

A parte positiva do patrimônio, por convenção, será sempre demonstrada do


lado esquerdo e a parte negativa, do direito.
Segundo Saldini (2002, p. 17), “podemos dizer que os bens e os direitos são
positivos porque seus recursos estão disponíveis para operacionalizar a empresa, e
as obrigações, por se tratarem de dívidas, fazem com que esses recursos diminuam”.
Assim, os elementos positivos do patrimônio são chamados de Ativos e os
elementos negativos de Passivos. O Patrimônio Líquido aparece do lado direito,
juntamente com os elementos negativos, por representar a diferença entre a parte
positiva e negativa, dando assim o equilíbrio na estrutura patrimonial.
O relatório contábil que demonstra a estrutura patrimonial apurada em um
determinado momento de forma estática é o Balanço Patrimonial.

ATIVO (BENS E DIREITOS)

De acordo com o Comite de Pronunciamento Contábil (2008, p. 16), “ativo é um


recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual
se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade”.

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
49

A principal característica que se pode visualizar em um Ativo é o benefício


futuro que pode advir desse bem. De forma simples, costumeiramente atribui-
-se a bens e direitos da empresa o conceito de Ativo, sendo assim, todos os bens
e direitos que a empresa detém são seus ativos, como veículos, dinheiro, móveis,
imóveis, máquinas etc.
Poderão ocorrer casos em que a empresa possua em seu imobilizado uma
máquina sem vida útil, sem capacidade instalada, não podendo gerar qualquer
benefício presente ou futuro para essa entidade, nesse caso, não será conside-
rado este bem um Ativo, devendo, portanto, ser retirado do Ativo.
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Ativo Circulante (Bens e Direitos com expectativa de realização


até o final do exercício seguinte)

Representa todos os bens e direitos considerados como Ativo da empresa e que


podem vir a se transformar em dinheiro no chamado curto prazo, ou seja, até
o término do exercício social seguinte. Esse grupo também é conhecido como
“Capital de Giro” da entidade e, como o próprio nome expressa, contribuirá para
o giro, a realização das atividades necessárias da entidade.
Compõem o Ativo Circulante:
■■ Disponível: são expressões monetárias equivalentes a bens, são valores
disponíveis de forma mais imediata para a empresa, valores que estão à
disposição das operações que a empresa precisa realizar.
■■ Créditos: são direitos que representam valores que a empresa tem
expectativa de receber até o final do exercício social seguinte.
■■ Estoques: são bens que representam os valores que a empresa possui de
estoques para consumo, para uso no processo produtivo, para revenda,
em processo e produtos prontos para a venda.
■■ Outros ativos circulantes: são bens e direitos de menor expressão que
representam os valores que a empresa possui com realização prevista no
curto prazo, por exemplo: impostos a recuperar, adiantamento a forne-
cedores, adiantamento a empregados etc.

Estrutura Patrimonial
50 UNIDADE II

Ativo Não Circulante (Bens e Direitos com expectativa de real-


ização após o final do exercício seguinte)

São os bens ou direitos que serão realizados (convertidos em dinheiro) após o


final do exercício seguinte (realizável a longo prazo), compostos também pelos
Investimentos, Imobilizados e Intangíveis da empresa que os utiliza no desen-
volvimento de sua atividade principal. Dentro desse grupo, somente o subgrupo
realizável a longo prazo é considerado ativo realizável, pois os investimentos,
imobilizados e ativos intangíveis são necessários para a atividade da empresa,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
são estratégicos, e como são de propriedade da empresa, poderão ser vendidos,
mas não existe expectativa para isso, pois a atividade da empresa depende deles.
Compõem o Ativo Não Circulante:
■■ Ativo Realizável a Longo Prazo: são bens e direitos de propriedade da
empresa que irão se realizar, mas a expectativa de prazo para essa realização
(transformação em dinheiro) é após o final do exercício social seguinte.
Valores a receber com data prevista para o longo prazo.
■■ Investimentos: são participações permanentes que a empresa realiza
em outras companhias, valores desembolsados na compra de parte de
empresas e que não possui a intenção de vender. Também são considerados
investimentos nesse grupo quaisquer valores que a empresa destina como
forma de “especulação financeira” e que possuem caráter permanente.
■■ Imobilizado: são os bens destinados a manutenção de todas as ativi-
dades da empresa, aqueles que irão contribuir para a empresa atingir a
conclusão de suas atividades principais. Esses bens NÃO serão destina-
dos à venda e permanecerão por período indeterminado como ativos da
empresa, sua realização é parcial em forma de depreciação.
■■ Intangível: Marion (2009, p. 360) relata que “a legislação diz que devem
ser classificados no grupo Intangível os direitos que tenham por objeto
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercido
com esta finalidade”.

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
51

PASSIVO (DÍVIDAS)

O Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados,


cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capa-
zes de gerar benefícios econômicos. Representa todas as obrigações que uma
empresa possui com terceiros. Também é conhecido como Capital de Terceiros
ou Obrigações Exigíveis.
No Passivo, as contas serão dispostas em ordem crescente de exigibilidades,
registradas nos grupos que trataremos a partir de agora.
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Passivo Circulante (dívidas com vencimento até o final do exercício


social seguinte)

No Passivo Circulante são classificadas as dívidas a pagar em curto prazo, isso


quer dizer, vencíveis ou exigíveis até o final do exercício social seguinte. Como
visto na constituição da sociedade, é determinado qual será o dia de encerra-
mento do exercício social, que normalmente é 31/12, para haver compatibilidade
com o encerramento do exercício fiscal.
De modo diferente do Ativo Circulante, a lei não explicita quais são os sub-
grupos do Passivo Circulante. Na pretensão de organizar melhor as contas,
sugerem-se os seguintes subgrupos: empréstimos e financiamentos; fornecedo-
res; obrigações trabalhistas; obrigações sociais; obrigações fiscais; outras contas
a pagar e provisões.
Compõem o Passivo Circulante:
■■ Empréstimos e financiamentos: são os credores por financiamento. A
expressão empréstimos é utilizada para operações de obtenção de recursos
de instituições financeiras para cobrir necessidades de capital de giro,
normalmente com prazos curtos. Tanto os empréstimos e financiamentos
com vencimentos previstos até o final do exercício social seguinte quanto
as parcelas vencíveis nesse prazo dos empréstimos e financiamentos em
longo prazo deverão figurar nesse subgrupo.
■■ Fornecedores: os fornecedores ou credores por fornecimento represen-
tam as compras de mercadorias ou materiais adquiridos a prazo.

Estrutura Patrimonial
52 UNIDADE II

■■ Obrigações trabalhistas: as obrigações a pagar aos empregados ficam por


um período muito curto compondo o Passivo, pois, conforme as leis tra-
balhistas, eles devem ser pagos até o quinto dia útil do mês subsequente
ao trabalhado. Por não fazer parte do esforço para a obtenção de receitas
no mês em que são pagas, as obrigações trabalhistas devem ser provi-
sionadas no mês em que incorreram, por isso são dívidas da empresa
enquanto não forem pagas.
■■ Obrigações sociais: as obrigações sociais ocorrem em função dos salários,
mas representam recursos diferentes dos salários, pois serão pagas a cre-
dores diferentes. Essas obrigações são decorrentes das provisões, devido ao

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
regime de competência, devem ser lançadas no mês que aconteceram, mas
serão pagas no mês seguinte, por isso aparecem no balanço como dívidas.
■■ Obrigações fiscais: as obrigações fiscais ocorrem em decorrência de impos-
tos apurados dentro do período com exigibilidade em períodos seguintes.
■■ Outras contas a pagar: nesse grupo, podemos considerar as contas que
representam dívidas e não têm gênero específico nos subgrupos anteriores.
■■ Provisões: provisões representam obrigações diferentes das demais por
serem determinadas com base em estimativas, não tendo o valor exato
a ser pago, ou por não ter uma data certa de exigibilidade. As provisões
mais comuns são as trabalhistas: 13º salário e férias.

Passivo Não Circulante (dívidas com vencimento após o final do


exercício social seguinte)

Nesse grupo de contas são registradas as obrigações que serão exigidas a partir
do final do exercício social seguinte, assim sendo, o subgrupo que normalmente
tem uma participação maior nesse grupo é o dos empréstimos e financiamen-
tos, por ser a principal fonte de recurso em longo prazo.
A cada período, uma parte da dívida em longo prazo vai sendo transferida
para o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo, portanto, os pagamen-
tos são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada.

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
53

Da mesma forma que ocorre com o Ativo Realizável em longo prazo (sub-
grupo do Ativo Não Circulante), como exceção a data de pagamento, sempre serão
considerados como exigível a longo prazo as dívidas que a empresa têm a pagar.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O Patrimônio Líquido ou Situação Líquida é a diferença matemática entre ativos (bens


e direitos) e passivos (obrigações). As fontes do patrimônio líquido de uma entidade
são os investimentos dos sócios ou acionistas e os lucros provenientes da própria ati-
vidade empresarial. O patrimônio líquido pode se apresentar positivo, quando os
ativos da entidade forem maiores que os passivos, mas pode também se apresentar
negativo, quando os passivos da entidade forem maiores que os ativos. Somente a
título de possibilidade matemática, podemos dizer que o patrimônio líquido pode
se apresentar nulo, quando os ativos forem exatamente iguais aos passivos.
O patrimônio está sempre ligado a uma ou mais pessoas, sejam elas físicas ou
jurídicas, todos os componentes do patrimônio (bens direitos e obrigações) devem
ser mensurados para que seja possível apurar o Patrimônio Líquido ou a Situação
Líquida do patrimônio, por meio da equação: bens mais direitos menos obrigações.

Qual é o seu patrimônio hoje? O que tem valor pra você é mensurável em di-
nheiro? Contabilmente falando, o patrimônio é o conjunto de bens, direitos
e obrigações, qual é o valor de cada item?

Patrimônio Líquido
54 UNIDADE II

Podemos afirmar que o Patrimônio Líquido é resultante da diferença entre


ativos e passivos, o que chamamos também de riqueza líquida, e tem como pro-
prietário os sócios ou acionistas da empresa como resultado da transferência
de recursos pessoais para a sociedade e do próprio resultado das operações da
sociedade que não foram distribuídos.
O Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de
deduzidos todos os seus passivos. Representa os recursos próprios da empresa,
ou seja, aqueles valores remanescentes de suas atividades, que pertencem aos
seus sócios. Exatamente por pertencer esses valores aos proprietários das enti-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dades, também é conhecido como Capital Próprio ou Obrigações não Exigíveis.
A empresa possui uma obrigação com os seus sócios, exatamente o valor
do seu Patrimônio Líquido, porém estes não poderão exigir o seu recebimento,
pois estariam contribuindo para a sua extinção.
Compõem o Patrimônio Líquido:
■■ Capital social: representa o investimento inicial realizado pelos sócios
para a abertura da empresa. São valores que os sócios assumem o compro-
misso de integralizar. Esse valor total é também conhecido como Capital
Nominal ou Capital Subscrito.
■■ Reservas de capital: são valores não oriundos do resultado do exercício
da empresa, não transitam pelas demonstrações contábeis.
■■ Reservas de lucros: como o próprio nome já expressa, representa valores
constituídos mediantes à apuração e distribuição do lucro da empresa.
Essas reservas estarão evidenciadas nos seguintes grupos: Reserva Legal;
Reserva Estatutária; Reservas para Contingências; Reservas Orçamentárias;
Reservas de Lucros a Realizar.
■■ Ações em tesouraria: representa uma das contas redutoras do Patrimônio
Líquido, pois se trata da aquisição das ações da companhia por ela mesma.
Esse valor aparecerá como redutor do valor do capital social desta empresa.

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
55

■■ Prejuízos acumulados: após todas as deduções do lucro líquido apu-


rado, seja para a constituição das Reservas, seja para a distribuição dos
Dividendos (parte do lucro destinado aos sócios), o saldo remanescente
será transferido para uma conta específica chamada Lucros Acumulados
ou Prejuízos Acumulados.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa não é o que se vê, o que


é aparente, normalmente, são os bens, mas o patrimônio líquido pode ser
maior do que os bens, caso os direitos sejam maiores que as obrigações, ou
menor do que os bens, caso as obrigações sejam maiores que os direitos.
O que realmente importa para a atividade da empresa é a estrutura patri-
monial que melhor se adeque, pois as dívidas (obrigações) contribuem para
maximizar o resultado, dependendo do custo da dívida e do resultado da
atividade desenvolvida.
Fonte: o autor.

Patrimônio Líquido
56 UNIDADE II

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredito que os objetivos de aprendizagem tenham sido atingidos porque é muito


importante saber cada vez mais sobre o patrimônio, pois durante todo o estudo
da contabilidade este tema estará presente. Abordamos nesta unidade os concei-
tos, a composição, a equação do patrimônio líquido e a estrutura patrimonial. É
importante que você avalie seu aprendizado, estas noções básicas sobre patrimô-
nio estão diretamente ligadas à contabilidade. A estrutura patrimonial evidencia
visualmente o patrimônio da empresa e deve ser entendida como a demonstra-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção dos componentes do patrimônio da entidade.
Agora você deve ter conhecimento para responder qualquer pergunta sobre
patrimônio no que envolve o conceito, composição e estrutura. Você viu defini-
ções importantes para o estudo contábil envolvendo o patrimônio, patrimônio
líquido e estrutura de forma prática. Foi estudado também a importância do
patrimônio das entidades como objeto de estudo da contabilidade. O patrimônio
das entidades já visto como objeto de estudo da contabilidade e as informações
geradas sobre este mesmo patrimônio o seu objetivo. Começamos o estudo pelo
patrimônio e sua composição abordando os conceitos e classificações de bens,
direitos e obrigações. O estudo do patrimônio nos levou ao patrimônio líquido
na realidade muito mais lembrado do que o próprio patrimônio devido a sua
importância na análise das demonstrações contábeis.
A estrutura patrimonial é importante para a interpretação posterior do
Balanço Patrimonial, por isso vimos aqui a estrutura patrimonial, e aprende-
mos que os bens e direitos representam a utilização dos recursos da entidade
que foram obtidos das fontes próprias e externas. Como origens de recursos
aprendemos que fontes próprias são os recursos dos investidores da empresa e
as fontes externas são os recursos de terceiros que são partes indiretamente liga-
das à empresa, pois juridicamente não tem nenhuma influência na organização.
Vamos em frente, sucesso sempre!

A ESTRUTURA PATRIMONIAL
57

ATIVO INTANGÍVEL
Você sabia que existe uma norma que trata especificamente sobre Ativo Intangível?
NBC TG 04 (R3) – ATIVO INTANGÍVEL
Objetivo
1. O objetivo da presente Norma é definir o tratamento contábil dos ativos intangí-
veis que não são abrangidos especificamente em outra norma. Esta Norma estabele-
ce que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados
critérios especificados nesta Norma forem atendidos. A Norma também especifica
como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações especí-
ficas sobre esses ativos.

Alcance
2. A presente Norma aplica-se à contabilização de ativos intangíveis, exceto:
1. Ativos intangíveis dentro do alcance de outra norma.
2. Ativos financeiros, conforme definidos na NBC TG 39 – Instrumentos Financeiros:
Apresentação.
3. No reconhecimento e mensuração de ativos advindos da exploração e avaliação
de recursos minerais (ver norma sobre Exploração e Avaliação de Recursos Mine-
rais, quando emitida).
4. Gastos com desenvolvimento e extração de minerais, óleo, gás natural e recursos
naturais não renováveis similares. [...]

4. Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem substân-
cia física, como um disco (como no caso de software), documentação jurídica (no caso
de licença ou patente) ou em um filme. Para saber se um ativo que contém elementos
intangíveis e tangíveis deve ser tratado como ativo imobilizado de acordo com a NBC
TG 27 – Ativo Imobilizado ou como ativo intangível, nos termos da presente Norma, a
entidade avalia qual elemento é mais significativo. Por exemplo, um software de uma
máquina-ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse software
específico é parte integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo
imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema operacional de um computador. Quando o
software não é parte integrante do respectivo hardware, ele deve ser tratado como ativo
intangível.
58

5. Entre outros, a presente Norma aplica-se a gastos com propaganda, marcas, patentes,
treinamento, início das operações (também denominados pré-operacionais) e ativida-
des de pesquisa e desenvolvimento. As atividades de pesquisa e desenvolvimento des-
tinam-se ao desenvolvimento de conhecimento. Por conseguinte, apesar de poderem
gerar um ativo com substância física (por exemplo, um protótipo), o elemento físico do
ativo é secundário em relação ao seu componente intangível, isto é, o conhecimento
incorporado ao mesmo. [...]

Identificação
11. A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do
ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill). O ágio derivado da ex-
pectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negó-
cios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos
adquiridos em uma combinação de negócios, que não são identificados individualmen-
te e reconhecidos separadamente. Tais benefícios econômicos futuros podem advir da
sinergia entre os ativos identificáveis adquiridos ou de ativos que, individualmente, não
se qualificam para reconhecimento em separado nas demonstrações contábeis.
12. Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo
intangível, quando:
A. For separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, li-
cenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo
ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela entidade.
B. Resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de
tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações. [...]
Outras informações
128. É recomendável, mas não obrigatório, que a entidade divulgue as seguintes infor-
mações:
A. Descrição de qualquer ativo intangível totalmente amortizado que ainda esteja
em operação.
B. Breve descrição de ativos intangíveis significativos, controlados pela entidade,
mas que não são reconhecidos como ativos porque não atendem aos critérios
de reconhecimento da presente Norma, ou porque foram adquiridos ou gerados
antes de sua entrada em vigor.
Fonte: BRASIL, (Resolução CFC, on-line).
59

1. Na presente unidade vimos que para chegar ao entendimento da estrutura pa-


trimonial, precisamos entender bem o que é patrimônio. Assim, de forma resu-
mida podemos afirmar que o patrimônio é:
a. Um conjunto de direitos e obrigações que são vinculados à empresa e consti-
tui um meio necessário para a realização dos objetivos das entidades.
b. Um conjunto de bens e obrigações que são vinculados à empresa e não cons-
titui um meio necessário para a realização dos objetivos das entidades.
c. Um conjunto de bens, direitos e obrigações que são vinculados à empresa e
não constitui um meio necessário para a realização dos objetivos das entida-
des.
d. Um conjunto de bens, direitos e obrigações que são vinculados à empresa e
constitui um meio necessário para a realização dos objetivos das entidades.
e. Um conjunto de bens que são vinculados à empresa e constitui um meio ne-
cessário para a realização dos objetivos das entidades.

2. A respeito dos bens, quanto a sua forma física analise as afirmações abaixo:
I. Tangíveis: são os bens que têm forma física, são palpáveis.
II. Intangíveis: são os bens que não são materiais, mas são mensuráveis.
III. Veículos, máquinas, equipamentos industriais, móveis, imóveis são exemplos
de bens intangíveis.
IV. Ponto comercial, carteira de clientes são exemplos de bens tangíveis.
É correto o que se afirma em:
a. I e II apenas.
b. I e III apenas.
c. III e IV apenas.
d. I, II e III apenas.
e. I, II, III e IV.
60

3. Podemos dizer que ativos são os bens e direitos de uma empresa, ao passo que
o passivo seriam as dívidas que uma empresa possui. Do rol de contas abaixo,
assinale a única alternativa que contem exemplos apenas de contas do ativo:
a. Ações em tesouraria, contas a pagar, contas a receber, estoques.
b. Ações em tesouraria, fornecedores, contas a receber, estoques.
c. Ações em tesouraria, imobilizado, contas a receber, estoques.
d. Investimentos, fornecedores, contas a receber, estoques.
e. Investimentos, imobilizado, contas a receber, estoques.

4. Leia a definição a seguir:


Representa os recursos próprios da empresa, ou seja, aqueles valores remanes-
centes de suas atividades, que pertencem aos seus sócios.
Essa é a definição de:
a. Ativo.
b. Passivo.
c. Patrimônio líquido.
d. Variação.
e. Bens e direitos.

5. Considere as informações a seguir:


Caixa: R$15.000,00.
Fornecedores: R$35.000,00.
Imobilizado:R$45.000,00.
Valores a receber: R$13.500,00.
Estoques: R$87.790,00.
Empréstimos: R$56.450,00.
Com base na equação patrimonial, temos que o valor do patrimônio líquido é:
a. Positivo em R$69.840,00.
b. Positivo em R$24.840,00.
c. Negativo em R$17.950,00
d. Positivo em R$56.450,00
e. Negativo em R$35.000,00
MATERIAL COMPLEMENTAR

Introdução à Contabilidade: ensino e decisão


Hoss; Osni et al.
Editora: Atlas
Sinopse: este livro apresenta, de uma forma inovadora, o ensino da
contabilidade. É um livro atualizado, fácil, objetivo e apresenta as
bases da contabilidade. É indicado para a disciplina Contabilidade
Introdutória do curso de Ciências Contábeis e demais cursos que
queiram ensinar contabilidade.

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução CFC. NBC TG 04 (R3) – Ativo Intangível, de 23 de outubro de


2015. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG04(R3).doc>.
Acesso em: 13 fev. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Brasília: Conselho Federal de Conta-
bilidade, 2008.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas bra-
sileiras de contabilidade. 2. ed. Brasília: CFC, 2006.
IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SALDINI, R. N. Contabilidade introdutória: para a área de gestão em cursos técni-
cos e de qualificação profissional. São Paulo: Textonovo, 2002.
63
GABARITO

1. d) Um conjunto de bens, direitos e obrigações que são vinculados à empresa e


constitui um meio necessário para a realização dos objetivos das entidades.
2. a) I e II apenas.
3. e) Investimentos, imobilizado, contas a receber, estoques.
4. c) Patrimônio líquido.
5. a) Positivo em R$69.840,00.

Resolução:
Bens e direitos: 15.000,00+45.000,00+13.500,00+87.790,00=161.290,00
Obrigações: 35.000,00+56.450,00=91.450,00
Equação patrimonial é expressa por:
(bens+direitos) - obrigações= patrimônio líquido
161.290,00-91.450,00= 69.840,00
Professor Me. José Manoel da Costa

III
BENS COMERCIALIZÁVEIS

UNIDADE
(ESTOQUES) E BENS NÃO
COMERCIALIZÁVEIS
(IMOBILIZADO)

Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender sobre as classificações dos estoques.
■■ Avaliar e controlar os estoques.
■■ Compreender as características dos bens classificados como Ativo
Imobilizado.
■■ Entender os métodos de depreciação.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Estoques
■■ Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques
■■ Imobilizado
■■ Depreciação
67

INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), aprendemos que pelo regime de competência, as receitas são


reconhecidas no momento da transferência de propriedade dos bens, independen-
temente do recebimento e que os custos das vendas e as despesas são apropriados
ao resultado no momento da venda ou da utilização dos bens e serviços, inde-
pendentemente do pagamento. Isso faz com que os bens adquiridos, sejam eles
pagos à vista ou não, tenham classificações diferentes, dependendo da destina-
ção que será dada aos mesmos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os bens comprados para consumo imediato são apropriados imediatamente


no resultado como custos ou despesas (estes bens não são foco deste estudo),
os bens comprados para comercialização (mercadorias) ou utilização posterior
(materiais) são ativos e devem ser lançados nos estoques. Os bens com duração
prevista para mais de um ano, que serão utilizados nas atividades da empresa,
são classificados como Imobilizado. Estes serão apropriados aos custos ou des-
pesas mensais durante a vida útil do bem pela depreciação.
Todos os bens ativados, sejam estoques no Ativo Circulante ou Imobilizado
no Ativo Não Circulante, precisam ser controlados e avaliados de acordo com
as normas pertinentes. Se for estoques devemos observar a NBC TG 16 (R1)
– ESTOQUES e se for Imobilizado observa-se a NBC TG 27 (R3) – ATIVO
IMOBILIZADO.
Neste estudo, utilizaremos as Fichas de Controle de Estoques para verifi-
cação e avaliação dos bens classificados como Estoques, e usaremos a Ficha de
Depreciação para o controle e avaliação dos bens classificados como Imobilizado.
Os critérios de avaliação dos estoques são: Primeiro que Entra é o Primeiro
que Sai, Último que Entra é o Primeiro que Sai, Custo Médio Ponderado Fixo,
Custo Médio Ponderado Móvel e Custo Específico. Os métodos de depreciação
são: Método das Quotas Constantes, Método da Soma dos Dígitos, Método das
Quantidades Produzidas e Método das Horas Trabalhadas.
Tenha um bom estudo. Vamos em frente!

Introdução
68 UNIDADE III

ESTOQUES

Os estoques são ativos da empresa e, sendo ativo, é, de acordo com a Resolução


CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL
- Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro, “um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a
entidade”.
Em uma empresa comercial, os estoques são os bens adquiridos para revenda,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tecnicamente os denominamos mercadorias. Na empresa industrial os estoques
são os bens produzidos e colocados à venda, esses são denominados produtos.
Os estoques que representam materiais que serão consumidos ou transformados
no processo produtivo das empresas industriais ou para a prestação de servi-
ços nas empresas prestadoras de serviços, ou, ainda, mantidos para consumo de
qualquer empresa são chamados tecnicamente materiais.
Quadro 1 - Balanço Patrimonial - Estoques

ATIVO
Ativo Circulante
ESTOQUES
Materiais
Produtos Prontos
Produtos em Processo
Mercadorias
Fonte: os autores.

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 16 (R1), Estoques


são definidos como:
[...] bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mer-
cadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros
imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos
acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem
matérias-primas e materiais aguardando utilização no processo de pro-
dução, tais como: componentes, embalagens e material de consumo.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


69

Como o pano de fundo deste estudo é uma empresa comercial, vamos exempli-
ficar o controle de estoques de mercadorias, mas o que aqui for estudado, em
grande parte, poderá ser utilizado também para estoques de materiais e produtos.

CUSTOS DOS ESTOQUES

Os custos dos estoques que devem ser contabilizados no ativo circulante devem
ser a soma de todos os custos de aquisição ou de fabricação, deve incluir também
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

outros custos incorridos para fazer com que os bens sejam colocados à disposi-
ção para venda (mercadorias) ou utilização na produção ou consumo (materiais).
Podemos afirmar que o custo de aquisição é o preço de compra, acrescido
dos impostos de importação e outros tributos não recuperáveis, acrescido tam-
bém dos custos de transporte, seguro e movimentação de carga, desta soma
devemos deduzir os impostos e contribuições recuperáveis como ICMS, PIS e
COFINS e os descontos comerciais incondicionais e abatimentos na aquisição.
Para a apuração dos custos de fabricação nas empresa industriais, que não
é o foco deste estudo, devemos considerar todos os custos necessários para a
transformação dos materiais em novos produtos, o que envolve todos os cus-
tos diretos: materiais e uma parte da mão de obra, e todos os custos indiretos: a
outra parte da mão de obra e todos os outros custos incorridos para transformar
os materiais em produtos, o que abarca os custos com manutenção e deprecia-
ção de edifícios, instalações, máquinas e equipamentos e os custos inerentes à
gestão da indústria.

Normalmente dizemos que os estoques são ativos circulantes, mas será que
estoques também podem ser classificados no grupo ativo não circulante,
subgrupo realizável em longo prazo? Em que situações podemos ver essa
classificação?

Estoques
70 UNIDADE III

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS


ESTOQUES

O item 25 da NBC TG 16 (R1) – ESTOQUES afirma que o custo dos estoques


“deve ser atribuído pelo uso do critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)
ou pelo critério do custo médio ponderado”. Como este estudo não tem como
alvo somente contadores, vamos falar também de outros critérios que podem
ser úteis para os administradores na gestão de materiais e financeira, por isso,
estudaremos também o UEPS e o Custo Específico.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INVENTÁRIO PERIÓDICO OU PERMANENTE

No inventário periódico as entradas e saídas dos itens de estoques não são con-
trolados, somente no final de um período, mensal ou anual, é realizado uma
contagem física das quantidades em estoques, para então fazer a avaliação do
estoque final. Dessa forma, o custo dos itens vendidos ou utilizados na fabri-
cação ou consumo são conhecidos somente no final do período. Nas empresas
comerciais aplicamos a seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF
em que:
CMV = Custo das mercadorias vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras líquidas (com dedução dos impostos recuperáveis e acrésci-
mos de fretes e seguros)
EF = Estoque Final
O inventário periódico não é recomendável, pois seu controle é precário,
quase inexistente e, com isso, não teremos acompanhamento diário das entra-
das e saídas do estoque, o que facilita fraude e descaminho de bens.
Já o inventário permanente se caracteriza pelo registro e controle das mer-
cadorias fato a fato e dessa forma as entradas e saídas de estoque são lançadas
no dia em que ocorrem. Dessa forma, possibilita, além da apuração correta dos
custos das saídas, o acompanhamento permanente das quantidades e dos valores

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


71

dos saldos de estoques. Isso é uma grande vantagem competitiva, pois se o gestor
acompanhar de perto as mudanças ocorridas no mercado, poderá tomar deci-
sões que levarão ao sucesso nos resultados empresariais.
Com as soluções oferecidas por sistemas informatizados não se justifica
mais a falta de utilização do inventário permanente para controle e acompa-
nhamento dos estoques.

SITUAÇÃO SIMULADA DE COMPRAS E VENDAS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A empresa KCMC Comércio de Insumos Agrícolas Ltda. compra e vende dois


itens de mercadorias: Radar Conquest e Glifo Galop, na qual a forma de apre-
sentação é em galões de 3,6 litros. Os impostos recuperáveis na compra são de:
ICMS, 12,00%; PIS, 1,65%; e Cofins, 7,60%. As despesas com impostos sobre as
vendas são de: ICMS, 18,00%; PIS, 1,65%; e Cofins, 7,60%.
Durante o mês 03/x1 ocorreram as seguintes compras e vendas (estes fatos
contábeis estão contabilizados na unidade IV):
■■ 06/03/x1 – Compra à vista (cheque) de 150 galões de Radar Conquest ao
preço unitário com impostos de R$50,00.
■■ 06/03/x1 – Compra à vista (cheque) de 100 galões de Glifo Galop ao preço
unitário com impostos de R$30,00.
■■ 07/03/x1 – Venda à vista de 30 galões de Radar Conquest ao preço uni-
tário com impostos de R$80,00.
■■ 10/03/x1 – Venda a prazo de 20 galões de Glifo Galop ao preço unitário
com impostos de R$45,00.
■■ 12/03/x1 – Compra a prazo de 20 galões de Radar Conquest ao preço uni-
tário com impostos de R$50,00.

Durante o mês 04/x1 ocorreram as seguintes compras e vendas:


■■ 11/04/x1 – Compra à vista (cheque) de 40 galões de Radar Conquest ao
preço unitário com impostos de R$60,00.

Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques


72 UNIDADE III

■■ 12/04/x1 – Compra a prazo de 30 galões de Glifo Galop ao preço unitá-


rio com impostos de R$45,00.
■■ 25/04/x1 – Venda a prazo de 150 galões de Radar Conquest ao preço uni-
tário com impostos de R$90,00.
■■ 26/04/x1 – Venda à vista de 100 galões de Glifo Galop ao preço unitário
com impostos de R$60,00.

Antes de aprendermos mais sobre os critérios de avaliação dos estoques e demons-


trarmos as compras e vendas acima, vamos calcular o custo das compras que

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
devem ser ativadas, isto é, retirar os impostos recuperáveis que não fazem parte
do custo das mercadorias, já que serão utilizados na apuração dos impostos a
pagar oportunamente.
Quadro 2 - Cálculo do Custo das Compras - Radar Conquest

CÁLCULO DO CUSTO DAS COMPRAS


RADAR CONQUEST

Preço Total da Impostos Recup. Custo Custo


Data Quant.
Unitário Compra ICMS PIS COFINS Total Unitário
06/03/x1 150 50,00 7.500,00 900,00 123,75 570,00 5.906,25 39,3750
12/03/x1 20 50,00 1.000,00 120,00 16,50 76,00 787,50 39,3750
11/04/x1 40 60,00 2.400,00 288,00 39,60 182,40 1.890,00 47,2500

Fonte: os autores.

Quadro 3 - Cálculo do Custo das Compras - Glifo Galop

CÁLCULO DO CUSTO DAS COMPRAS


GLIFO GALOP
Preço Total da Impostos Recup. Custo Custo
Data Quant.
Unitário Compra ICMS PIS COFINS Total Unitário

06/03/x1 100 30,00 3.000,00 360,00 49,50 228,00 2.362,50 23,6250


12/04/x1 30 45,00 1.350,00 162,00 22,28 102,60 1.063,13 35,4375

Fonte: os autores.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


73

Como estamos tratando aqui exclusivamente do controle e baixa dos estoques,


não utilizaremos em nenhuma situação o preço de venda e nem os impostos
sobre as vendas. Nesse caso, o que nos interessa para o controle dos estoques
é somente a quantidade vendida para calcular o custo das vendas, o preço de
venda é utilizado para o registro contábil das vendas, as vendas do mês 03/x1
estão contabilizadas no processo contábil da unidade IV.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os critérios de avaliação de estoques mais conhecidos são:


PEPS – Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai, pelo qual os itens são bai-
xados, considerando o custo unitário das compras mais antigas.
UEPS – Último que Entra é o Primeiro que Sai, pelo qual os itens são bai-
xados, considerando o custo unitário das compras mais recentes.
CMPM – Custo Médio Ponderado Móvel, pelo qual os itens são baixados,
considerando o custo unitário médio das compras diariamente.
CE – Custo Específico, pelo qual os itens são baixados, considerando o custo
unitário específico do item vendido, quando é possível essa identificação.

PEPS – Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai

O método, chamado em inglês de FIFO Method - First In First Out, consiste no


fato de que as baixas dos itens de estoques que são vendidos, serão feitos sem-
pre pelo custo das compras mais antigas, ou seja, primeiro se baixa o que entrou
primeiro. Dessa forma, o ativo remanescente (itens que permanecem em esto-
ques), fica avaliado pelo valor das compras mais recentes.

Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques


74 UNIDADE III

PEPS

1ª 2ª
Entrada Saída
4ª 3ª

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - PEPS

Fonte: os autores.

É bom você aprender com muita clareza que por este método, as baixas são fei-
tas com base no custo das compras mais antigas, consequentemente, as unidades
que ficam em estoques e que faz parte do ativo no Balanço Patrimonial são ava-
liadas pelas compras mais recentes.
Quadro 4 - Fichas de Controle de Estoque - PEPS.

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PEPS


Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Radar Conquest

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 150 5.906,25 150 5.906,25 39,3750


07/03/x1 Venda 30 1.181,25 120 4.725,00 39,3750
120
12/03/x1 Compra 20 787,50
20 787,50 39,3750
120 4.725,00 39,3750
11/04/x1 Compra 40 1.890,00 20 787,50 39,3750
40 1.890,00 47,2500
120 4.725,00 0 -
25/04/x1 Venda 20 787,50 0 -
10 472,50 30 1.417,50 47,2500

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


75

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PEPS


Classificação do Estoque Mercadorias identificação Glifo Galop

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 100 2.362,50 100 2.362,50 23,6250


10/03/x1 Venda 20 472,50 80 1.890,00 23,6250
80 1.890,00 23,6250
12/04/x1 Compra 30 1.063,13
30 1.063,13 35,4377
80 1.890,00 0 -
26/04/x1 Venda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

20 708,75 10 354,38 35,4377

Fonte: os autores.

É bom lembrar que as compras mais antigas nem sempre são as compras feitas
por menor preço. Nessa simulação, as compras de 03/x1 foram feitas pelo mesmo
preço, mas o valor das compras de 04/x1 foi por preço maior.
Pelo método de avaliação PEPS temos os seguintes saldos de estoques em 03/
x1: Radar Conquest 140 unidades com custo total de R$5.512,50 e Glifo Galop
80 com custo total de R$1.890,00, totalizando o valor de R$7.402,50.
No final do mês 04/x1 os saldos são: Radar Conquest 30 unidades com custo
total de R$1.417,50 e Glifo Galop 10 com custo total de R$354,38, totalizando
o valor de R$1.771,88.

UEPS – Último que Entra é o Primeiro que Sai

Chamado em inglês de LIFO Method - Last In First Out, este método consiste no
fato de que as baixas dos itens de estoques que são vendidos, serão feitos sempre
pelo custo das compras mais recentes, ou seja, primeiro se baixa o que entrou
por último. Dessa forma, o ativo remanescente (itens que permanecem em esto-
ques), fica avaliado pelo valor das compras mais antigas.

Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques


76 UNIDADE III

UEPS

1ª 2ª
Entrada Saída

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - UEPS

Fonte: os autores.

Precisamos ressaltar os dois aspectos principais deste método: as baixas são fei-
tas com base no custo das últimas compras, consequentemente, as unidades que
ficam em estoques e que faz parte do ativo no Balanço Patrimonial são avalia-
das pelas compras mais antigas.
Quadro 5 - Fichas de Controle de Estoque - UEPS

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - UEPS


Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Radar Conquest

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 150 5.906,25 150 5.906,25 39,3750


07/03/x1 Venda 30 1.181,25 120 4.725,00 39,3750
120 4.725,00 39,3750
12/03/x1 Compra 20 787,50
20 787,50 39,3750
40 1.890,00 47,2500
11/04/x1 Compra 40 1.890,00 20 787,50 39,3750
120 4.725,00 39,3750
40 1.890,00 0 -
25/04/x1 Venda 20 787,50 0 -
90 3.543,75 30 1.181,25 39,3750

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


77

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - UEPS


Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Glifo Galop

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 100 2.362,50 100 2.362,50 23,6250


10/03/x1 Venda 20 472,50 80 1.890,00 23,6250
30 1.063,13 35,4377
12/04/x1 Compra 30 1.063,13
80 1.890,00 23,6250
30 1.063,13 0 -
26/04/X1 Venda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

70 1.653,75 10 236,25 23,6250

Fonte: os autores.

Pelo método de avaliação UEPS temos os seguintes saldos de estoques em 03/x1:


Radar Conquest 140 unidades com custo total de R$5.512,50 e Glifo Galop 80 com
custo total de R$1.890,00, totalizando o valor de R$7.402,50. Coincidentemente
os mesmos saldos do método PEPS, pois não houve compras com valores dife-
rentes em 03/x1.
No final do mês 04/x1 os saldos são: Radar Conquest 30 unidades com
custo total de R$1.181,25 e Glifo Galop 10 com custo total de R$236,25, totali-
zando o valor de R$1.417,50.

CMPM – Custo Médio Ponderado Móvel

CMPM

Entrada 1ª 2ª Saída
4ª 3ª

Figura 3 - CMPM

Fonte: os autores.

Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques


78 UNIDADE III

O Weighted Average Cost Method, em inglês, consiste em manter os itens em


estoque sempre avaliados pelo custo médio das compras, para isso, a cada nova
compra o custo unitário deve ser recalculado. Este cálculo é feito dividindo o
valor do novo saldo pela nova quantidade de um determinado item, assim, as
baixas dos itens de estoques que são vendidos serão lançadas, considerando o
custo médio diário ponderado das entradas.
Quadro 6 - Fichas de Controle de Estoque - CMPM

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - CMPM

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Radar Conquest

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 150 5.906,25 150 5.906,25 39,3750


07/03/x1 Venda 30 1.181,25 120 4.725,00 39,3750
12/03/x1 Compra 20 787,50 140 5.512,50 39,3750
11/04/x1 Compra 40 1.890,00 180 7.402,50 41,1250
25/04/x1 Venda 150 6.168,75 30 1.233,75 41,1250

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - CMPM


Classificação do Estoque Mercadorias Identificação Glifo Galop

Descri- Entrada Saída Saldo Custo


Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

06/03/x1 Compra 100 2.362,50 100 2.362,50 23,6250


10/03/x1 Venda 20 472,50 80 1.890,00 23,6250
12/04/x1 Compra 30 1.063,13 110 2.953,13 26,8466
26/04/x1 Venda 100 2.684,66 10 268,47 26,8466

Fonte: os autores.

Pelo método de avaliação CMPM temos os seguintes saldos de estoques em 03/x1:


Radar Conquest 140 unidades com custo total de R$5.512,50 e Glifo Galop 80 com
custo total de R$1.890,00, totalizando o valor de R$7.402,50. Coincidentemente
os mesmos saldos do método PEPS e UEPS, pois não houve compras com valo-
res diferentes em 03/x1.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


79

No final do mês 04/x1 os saldos são: Radar Conquest 30 unidades com custo
total de R$1.233,75 e Glifo Galop 10 com custo total de R$268,47, totalizando
o valor de R$1.502,22.

O método de avaliação de estoques escolhido influencia no resultado con-


tábil e consequentemente no resultado para fins de tributação, influencia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

também no valor do ativo da empresa, pois os saldos de mercadorias, mate-


riais ou produtos em estoque no final do período são apurados em função
do método de avaliação. Em uma economia estável com taxas de inflação
anual próximas de zero, as diferenças no resultado e nos ativos é irrelevante,
mas no Brasil, mesmo com a inflação dentro de uma margem aceitável, em
alguns casos, a escolha do método pode ser significante, por isso, conside-
rando que podem ser utilizados para fins contábeis e fiscais o PEPS ou Cus-
to Médio Ponderado, a maioria das empresas brasileiras optam pelo Custo
Médio Ponderado.
Fonte: o autor.

CE – Custo Específico

O Specific Cost Method, nome dado em inglês, tem como premissa que o item
vendido é exatamente o item comprado, portanto este método é aplicado somente
para estoques em que seja possível identificar e controlar item a item. Para exem-
plificar, podemos utilizar uma revenda de veículos novos, essa revenda pode ter
em estoque 10 veículos do modelo BR10, dificilmente todos terão a mesma moto-
rização, a mesma cor e os mesmos opcionais, mas mesmo que os tenha, cada
veículo terá o seu número de chassis específico. Portanto, é necessário controlar
para dar baixa no veículo específico do estoque e o método do custo especí-
fico é aplicável a essa situação, as baixas dos itens de estoques que são vendidos
serão lançadas, considerando o custo específico do item vendido. Esse método
de custo, não é possível demonstrar na nossa simulação.

Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques


80 UNIDADE III

Comparativo dos métodos

Nessa simulação não houve diferença referente ao mês 03/x1, porque as com-
pras foram feitas pelo mesmo valor, por isso não é necessário demonstrar, mas
no mês 04/x1 as novas compras foram feitas por um valor maior, por isso o valor
dos estoques no final do mês são diferentes em função do método de avaliação
utilizado. Veja o resumo a seguir:
Quadro 7 - Comparativo dos métodos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Radar Conquest Glifo Galop
Método Saldo 04/x1 Saldo 04/x1
Quant. Valor Unitário Quant Valor Unitário
PEPS 1.417,50 47,2500 354,38 35,4377
UEPS 30 1.181,25 39,3750 10 236,25 23,6250
CMPM 1.233,75 41,1250 268,47 26,8466
Fonte: os autores.

Como houve aumento nos preços de compra, os estoques avaliados pelo PEPS
ficaram com saldo maior, pois neste método o saldo remanescente em estoques é
avaliado pelas compras mais recentes. Pelo mesmo motivo, os estoques avaliados
pelo UEPS ficaram com saldo menor, pois nesse método o saldo remanescente
em estoques é avaliado pelas compras mais antigas, e pelo CMPM os estoques
ficaram com saldo intermediário entre o PEPS e UEPS, pois o saldo remanes-
cente em estoques é avaliado pela média das compras.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


81

Quadro 8 - Balanço Patrimonial - Imobilizado

ATIVO NÃO CIRCULANTE


Imobilizado
Móveis
Veículos
Instalações
Máquinas e Equipamentos
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

IMOBILIZADO

Os bens necessários para as operações empresariais também são recursos con-


trolados pela entidade que contribuirão com resultados de períodos futuros,
trazendo benefícios econômicos para a entidade, por isso são ativos. O subgrupo
de contas Imobillizado faz parte do grupo Ativo Não Circulante, pois não há
intenção de realização em curto prazo, já que os bens são comprados para utili-
zação nas atividades da empresa, portanto sem, previsão de venda.
De acordo com a norma NBC TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO, devem
ser classificados como Ativo Imobilizado o item tangível que: (a) é mantido para
uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a
outros ou para fins administrativos; e b) se espera utilizar por mais de um período.

Imobilizado
82 UNIDADE III

Para que o estudo do Ativo Imobilizado seja mais proveitoso, vamos utili-
zar outras nomenclaturas e suas definições de acordo com a NBC TG 27 (R3)
– ATIVO IMOBILIZADO (2015):
[...] valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a
dedução da depreciação [...]. Custo é o montante de caixa ou equiva-
lente de caixa pago [...]. Valor depreciável é o custo de um ativo ou ou-
tro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. Deprecia-
ção é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil. Valor residual de um ativo é o valor estimado que a
entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas esti-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
madas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas
para o fim de sua vida útil. Vida útil é: a) o período de tempo durante
o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou (b) o número de unidades
de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter
pela utilização do ativo.

Ainda de forma conceitual podemos relatar algumas diferenças básicas entre


depreciação, amortização e exaustão. A principal diferença está sobre o ativo
que será reduzido:
■■ Depreciação, aplicável sobre Ativo Imobilizado, bens tangíveis.
■■ Amortização, aplicável sobre Ativo Intangível, bens intangíveis e direitos.
■■ Exaustão, aplicável sobre Ativo Imobilizado, bens e investimentos neces-
sários à exploração de recursos minerais e florestais.

De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade:


■■ Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo
ao longo da sua vida útil (NBC TG 27 (R3)) – ATIVO IMOBILIZADO.
■■ Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intan-
gível ao longo da sua vida útil (NBC TG 04 (R3) – ATIVO INTANGÍVEL).
■■ Exaustão é a redução do valor de investimentos necessários à explora-
ção de recursos minerais ou florestais. (NBC T 16.9 Resolução do CFC
nº 1.136/08).

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


83

Neste material, vamos explorar a depreciação, sabendo que muitos conceitos


também são aplicáveis à amortização e exaustão.

DEPRECIAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A depreciação é a perda da capacidade dos bens não comercializáveis de produzir


eficientemente em função do desgaste pelo uso, ação da natureza ou deterioração
tecnológica, a Depreciação Acumulada é uma conta que retifica o valor do bem,
fazendo com que os ativos sejam demonstrados pelo valor estimado de realização.
Então, no Ativo Imobilizado, além das contas que representam os bens com
os seus respectivos valores, também deverá conter a Depreciação Acumulada,
que registrará os valores referentes à depreciação lançados a cada período, o
seu saldo é credor, isto faz com que o valor do bem seja continuamente ajus-
tado (diminuído) em função da depreciação de cada período. O valor mensal
da depreciação de um bem será sempre lançado a crédito da conta Depreciação
Acumulada, a contrapartida poderá ser o custo de produção, custo de serviços
ou despesas, isto depende da utilização do bem.
O controle e a depreciação dos bens deverão ser feitos por cada item do ativo
Imobilizado com custo significativo, não sendo recomendável agrupar itens que
necessitem de controle específico.
Para calcular a depreciação é necessário ter duas informações primordiais:
valor depreciável e vida útil do bem. O primeiro é obtido a partir do valor do bem,
deduzindo se seu valor residual e a vida útil podem ser estimadas em função da
recomendação técnica do fabricante, histórico de bem similar, já utilizado pela
empresa, ou pela determinação da receita federal. Para fins de cálculo, a depre-
ciação se inicia quando o bem estiver disponível para uso em condições plenas
de funcionamento e se encerra quando o bem for baixado ou transferido para o
Ativo Circulante como mantido para venda.

Depreciação
84 UNIDADE III

O cálculo períodico e reconhecimento da depreciação no resultado da em-


presa é obrigatório. É importante fazer esta afirmação porque algumas pes-
soas consideram que a depreciação é uma despesa contábil, sem desembol-
so de dinheiro, reduz o resultado tributável da empresa, portanto a falta de
reconhecimento da depreciação não vai causar prejuízo ao fisco. Sim, isso

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é verdade, a empresa que não reconhece a depreciação vai pagar mais im-
posto de renda sobre o lucro, o que pode agradar ao fisco, mas precisamos
considerar que a falta de reconhecimento da depreciação, além de fazer
com que a empresa pague mais tributos, ainda fará com que as demons-
trações contábeis não retratem fielmente a situação patrimonial e econô-
mica da empresa. Assim, fica irregular perante a sociedade empresarial, e
o profissional contábil estará deixando de atender as normas brasileiras de
contabilidade. De acordo com a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL (2011),
no item QC12,
para ser útil, a informação contábil-financeira não tem só que
representar um fenômeno relevante, mas tem também que
representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe
representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna,
a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser
completa, neutra e livre de erro.
Portanto, as demonstrações contábeis de uma empresa que não reconhecer
adequadamente os valores da depreciação periodicamente não será com-
pleta, neutra e nem livre de erro.
Fonte: os autores.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


85

MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

De acordo com o item 62 da NBC TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO,


vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de
forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida
útil. Tais métodos incluem o método da linha reta, o método dos saldos
decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação pelo
método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo,
caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescen-
tes resulta em despesa decrescente durante a vida útil. O método de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção


esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão
do consumo dos benefícios econômicos futuros esperados incorpora-
dos no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos,
a não ser que exista alteração nesse padrão.

Para fins da depreciação, seguindo a norma NBC TG 27 (R3) - ATIVO


IMOBILIZADO, o bem deverá ser depreciado de acordo com a sua vida útil,
portanto, se um veículo em determinada empresa tiver uma vida útil de 10 anos,
deverá, então, ser depreciado a 10% a.a.. entretanto, para fins fiscais, pode ser
realizado o ajuste no LALUR, depreciando o veículo em 20% a.a. Portanto, caso
a empresa estime utilizar uma máquina durante 10 anos, então deverá depreci-
á-la nesse período, que é o período de vida útil do bem.
No entanto, para fins da legislação societária, buscando desvencilhar a
contabilidade que é utilizada para fins de publicação aos usuários externos da
contabilidade elaborada para o fisco, permite-se a adoção de um percentual dife-
rente para depreciação. Porém, esta, diferente da depreciação fiscal, não poderá
ser levada para tributação, ou seja, caso a empresa utilize para fins societários
uma depreciação de 30% para veículos e o Fisco só permita uma depreciação
máxima de 20% ao ano, então, a empresa deverá adicionar no Livro de Apuração
do Lucro Real (LALUR) os 10% excedentes da depreciação, para que a contabili-
dade para usuários externos não prejudique a apuração do lucro sob a ótica fiscal.
A seguir, apresentamos um resumo das alíquotas máximas permitidas pela
Receita Federal.

Depreciação
86 UNIDADE III

Quadro 9 - Percentuais anuais de Depreciação

DISCRIMINAÇÃO ALÍQUOTAS
Máquinas e Equipamentos 10% a. a.
Edifícios e Construções 4% a.a.
Móveis e Utensílios 10% a. a.
Veículos em Geral 20% a. a.
Ferramentas 20% a. a.
Máquina e Instalações Industriais 10% a.a.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Computadores e Periféricos 20% a. a.
Fonte: BRASIL (1998).

A vida útil é um fator muito importante no momento de definir quais os méto-


dos de depreciação que serão utilizados. Os métodos de depreciação que serão
utilizados devem ser definidos pela empresa e revistos ao menos uma vez por
ano, para verificar se estão adequados para registrar a depreciação dos bens.
Pode-se utilizar dentre outros métodos para depreciação, o método linear,
o método da soma dos dígitos e/ou o método das unidades produzidas.

Método Linear

O método da depreciação linear é aquele em que o bem será depreciado de


igual forma durante sua vida útil. Assim, se a empresa possui um bem imobi-
lizado que foi adquirido por R$20.000,00, valor residual estimado em ZERO e
tem uma vida útil de 10 anos, o valor a ser depreciado é de R$2.000,00 por ano
durante todos os 10 anos.
Nesse caso, a depreciação será sempre de R$2.000,00, conforme é eviden-
ciado no quadro a seguir.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


87

Quadro 10 - Depreciação pelo Método Linear

MÉTODO LINEAR
Valor depreciável 20.000,00
Vida útil em anos 10
Percentual Deprec Anual 10%
Valor contábil
Períodos Deprec. anual Deprec. Acum.
líquido
Ano 1 2.000,00 2.000,00 18.000,00
Ano 2 2.000,00 4.000,00 16.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ano 3 2.000,00 6.000,00 14.000,00


Ano 4 2.000,00 8.000,00 12.000,00
Ano 5 2.000,00 10.000,00 10.000,00
Ano 6 2.000,00 12.000,00 8.000,00
Ano 7 2.000,00 14.000,00 6.000,00
Ano 8 2.000,00 16.000,00 4.000,00
Ano 9 2.000,00 18.000,00 2.000,00
Ano 10 2.000,00 20.000,00 0,00
Fonte: os autores.

Esse método linear é o habitualmente utilizado pela legislação fiscal que deter-
mina um percentual igual de depreciação para todos os anos.

Método da Soma dos Dígitos

Outro método que poderá ser utilizado é o método da soma dos dígitos, nesse
caso, a depreciação nos primeiros anos será maior e nos últimos anos, menor.
Esse método auxilia a contabilidade a equalizar as despesas com manutenção do
imobilizado, ou seja, nos primeiros anos teremos um alto gasto de depreciação,
mas um baixo custo com manutenção (pois o bem é novo). Já nos últimos anos
da vida útil do bem, teremos um alto custo de manutenção e um baixo custo de
depreciação, o que acabará por equilibrar esses gastos durante a vida útil do bem.

Depreciação
88 UNIDADE III

O método da soma dos dígitos é realizado a partir da soma dos anos de


vida útil de um bem, por exemplo, consideremos o mesmo bem, comprado por
R$20.000,00, sem valor residual estimado e vida útil de 10 anos, portanto, ini-
cialmente, temos que fazer a soma dos anos de vida útil desse bem: 1+ 2 + 3 + 4
+ 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 = 55.
Assim sendo, somando-se todos os anos temos 55 anos. Agora, precisamos
dividir cada ano por essa soma de 55, por exemplo, 1/55, 2/55, 3/55, 4/55, 5/55,
6/55, 7/55, 8/55, 9/55 e 10/55.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 11 - Cálculo da depreciação pelo método da soma dos dígitos

MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS


Valor depreciável 20.000,00
Vida útil a
Dígito ano/ Deprec. Valor contávil
partir do Percentual Depre.
Períodos Soma doa Acum, Final líquido no
Início do anual anual
dígitos do Ano Final do Ano
Ano
Ano 1 1/55 10 18,1818128% 3.636,36 3.636,36 16.363,64
Ano 2 2/55 9 16,36364% 3.272,73 6.909,09 13.090,91
Ano 3 3/55 8 14,54545% 2.909,09 9.818,18 10.181,82
Ano 4 4/55 7 12,72727% 2.545,45 12.363,63 7.636,37
Ano 5 5/55 6 10,90909% 2.181,82 14.545,45 5.454,55
Ano 6 6/55 5 9,09091% 1.818,18 16.363,63 3.636,37
Ano 7 7/55 4 7,27273% 1.454,55 17.818,18 2.181,82
Ano 8 8/55 3 5,45455% 1.090,91 18.909,09 1.090,91
Ano 9 9/55 2 3,63636% 727,27 19.636,36 363,64
Ano 10 10/55 1 1,81818% 363,64 20.000,00 -0,00

Fonte: os autores.

Por este método, as despesas com depreciação do primeiro ano será dez vezes
maior que as do último ano, e o valor contábil líquido será menor no final de cada
ano, se comparado com o mesmo bem depreciado pelo método linear. No final
do último ano de vida útil do bem, o valor contábil líquido será sempre igual.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


89

Considerando os dois métodos de cálculo de depreciação, o que você leva-


ria em conta para escolher um dos dois: a simplicidade do método linear ou
a melhor eficiência do método da soma dos dígitos?

Métodos das Unidades Produzidas

Este método se aplica à depreciação de máquinas cuja vida útil possa ser esti-
mada em unidades produzidas ou horas máquinas trabalhadas. Nesse caso, a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vida útil do bem não é estimada em tempo, mas em unidades produzidas e o


valor da depreciação de cada período será calculado considerando a proporção
das unidades produzidas no período, versus unidades totais estimadas para a
produção da máquina.
Considerando que o bem que estamos utilizando como exemplo seja uma
máquina com capacidade total de produção de 1.500.000 produtos, para fechar-
mos a tabela de cálculo vamos considerar que no ano 1 a produção foi de 300.000
unidades, no ano 2, 250.000 unidades, no ano 3, 200.000 unidades e do ano 4
em diante a produção foi de 150.000 unidades ao ano. Dessa forma, é bom lem-
brar que, diferentemente dos outros métodos, no início da utilização do bem
não é possível fazer a simulação de depreciação de todos os anos, pois as unida-
des produzidas somente serão conhecidas ao final de cada ano.

Depreciação
90 UNIDADE III

Quadro 12 - Cálculo da depreciação pelo método das unidades produzidas

MÉTODO DAS UNIDADES PRODUZIDAS


Valor contábil
Percentual Deprec. Acum.
Períodos Produção Deprec. anual líquido no Final
anual Final do Ano
do Ano
Ano 1 300.000 20,0000% 4.000,00 4.000,00 16.000,00
Ano 2 250.000 16.6667% 3.333,33 7.333,33 12.666,67
Ano 3 200.000 13,3333% 2.666,67% 10.000,00 10.000,00
Ano 4 150.000 10,0000% 2.000,00 12.000,00 8.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ano 5 150.000 10,0000% 2.000,00 14.000,00 6.000,00
Ano 6 150.000 10,0000% 2.000,00 16.000,00 4.000,00
Ano 7 150.000 10,0000% 2.000,00 18.000,00 2.000,00
Ano 8 150.000 10,0000% 2.000,00 20.000,00 0,00
Ano 9
Ano 10
Total 1.500.000 100,00000% 20.000,00

Fonte: os autores.

Independente do método escolhido, no final da vida útil estimada o valor será


sempre igual ao valor residual, que na maioria das vezes é zero. O que muda é a
apropriação da depreciação como despesas ou custo de produção de outros ati-
vos durante os períodos da vida útil, pois, enquanto no método linear o valor
deduzido dos bens será igual em todos os períodos, no método da soma dos
dígitos os primeiros períodos terão uma dedução muito maior. No caso da vida
útil de dez anos o valor do décimo ano será igual a um décimo do valor do pri-
meiro ano. É necessário observar as normas e refazer a estimativa ao final de
cada ano, pois o valor dos bens no Balanço Patrimonial deverá ser o valor de
realização em caso de alienação.

BENS COMERCIALIZÁVEIS (ESTOQUES) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS (IMOBILIZADO)


91

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final desta unidade de estudos. Você pode encerrar seus estudos
após fazer as atividades das páginas seguintes ou pode ter sido impactado com
estes conteúdos e ter interesse em continuar o estudo. Quero acreditar que você
não vai parar. A contabilização e controle dos bens, sejam eles comercializáveis
ou mantidos para operação da atividade empresarial, foram aqui tratados, mas
precisam ser aprofundados.
Além disso, principalmente para quem fará da contabilidade ou da adminis-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tração ferramentas da gestão empresarial, temos todos os conteúdos referentes à


administração de materiais que aqui não foram abordados, tais como: consumo
médio ou vendas médias, estoque de segurança, ponto de ressuprimento, polí-
tica de compras, curva ABC, classificação XYZ, custo de estocagem e logística,
além de tantos outros conteúdos que contribuirão com o aprendizado sobre a
gestão dos bens.
Após estudar esta unidade com dedicação é importante que você saiba que
os bens é uma parte importantíssima do Ativo e podem fazer parte tanto do
Ativo Circulante quanto do Ativo Não Circulante. Quanto ao aspecto contá-
bil, é imprescindível a observação de duas normas brasileiras de contabilidade:
a NBC TG 16 (R1) – ESTOQUES (quando o assunto for sobre os bens comer-
cializáveis); e a NBC TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO (quando o assunto
for bens não comercializáveis).
É importante que tenha ficado bastante claro que para constar no ativo a
empresa deverá ter controle sobre o bem que deve ser feito com o auxílio das
Fichas de Controle de Estoques para inspeção e avaliação dos bens classificados
como Estoques, e a Ficha de Controle de Bens e Depreciação para o controle e
avaliação dos bens classificados como Imobilizado.
Continue estudando, pesquise muito, as organizações empresariais buscam
profissionais diferenciados, que sejam versáteis e dinâmicos e que tenham visão
sistêmica e holística ao mesmo tempo. Bom estudo. Vamos em frente!

Considerações Finais
92

1. O inventário permanente se caracteriza pelo registro e controle dos estoques


fato a fato, desta forma as entradas e saídas de estoque são lançadas no dia em
que ocorrem, isso possibilita, além da apuração correta dos custos e das saídas.
Sobre os métodos de avaliação dos estoques, considerando uma economia
com elevação periódica de preços, analise as assertivas a seguir.
I – Pelo UEPS o valor final dos estoques será menor que pelo PEPS.
II – Pelo PEPS os custos do período serão menores que pelo UEPS.
III – Pelo CMPM os custos do período serão menores que pelo UEPS.
IV – Pelo UEPS o valor final dos estoques será menor que pelo CMPM.
Assinale a alternativa correta.
a. Apenas I está correta.
b. Apenas I e II estão corretas.
c. Apenas II e III estão corretas.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
e. I, II, III e IV estão corretas.
2. O itens que permanecerem em estoque no final do período serão demonstrados no
Balanço Patrimonial e enquanto os vendidos durante o período de apuração serão
revelados na Demonstração de Resultado como Custo das Vendas. Suponhamos
que uma empresa compra e vende um único item (isento de impostos) e durante
um período comprou 15 unidades a R$100,00 por unidade e 25 unidades a R$120,00
por unidade, e vendeu 7 unidades pelo preço unitário de R$160,00 entre a primeira
e a segunda compra. Também, vendeu 28 unidades pelo preço unitário de R$190,00
após a segunda compra. Calcule as baixas pelo PEPS e pelo CMPM e explique as
diferenças encontradas nos custos das vendas e no saldo de estoques.
3. Os bens necessários para as operações empresariais também são recursos con-
trolados pela entidade que contribuirão com resultados de períodos futuros,
trazendo benefícios econômicos para a entidade, por isso são ativos. Assinale
a alternativa que descreve adequadamente o valor residual de um ativo:
a. É o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação.
b. É o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo.
c. É o montante de caixa ou equivalente de caixa pago por um ativo.
d. É o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo no final da sua
vida útil.
e. É o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda de um ativo e seu
valor em uso.
93

4. Descreva sobre a diferença principal entre valor depreciável e valor contá-


bil.
5. De acordo com a NBCTG27(R3) a “Depreciação é a alocação sistemática do valor
depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil” e o “Valor contábil é o valor
pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da perda
por redução ao valor recuperável acumuladas”. Considerando que uma empresa
comprou um bem no valor de R$11.500,00, com vida útil estimada em 4 anos e
com valor residual estimado em R$1.000,00, calcule e assinale a alternativa
que representa o Valor Contábil desse bem no final do segundo ano de uti-
lização tanto pelo método linear e como pelo método da soma dos dígitos:
a. Pelo método linear R$5.250,00; pelo método da soma dos dígitos R$3.150,00.
b. Pelo método linear R$5.250,00; pelo método da soma dos dígitos R$7.350,00.
c. Pelo método linear R$6.250,00; pelo método da soma dos dígitos R$4.150,00.
d. Pelo método linear R$5.750,00; pelo método da soma dos dígitos R$8.050,00.
e. Pelo método linear R$5.750,00; pelo método da soma dos dígitos R$3.450,00.
94

Custos no Ativo Imobilizado - textos extraídos da NBC TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO


Custos iniciais
11. Itens do ativo imobilizado podem ser adquiridos por razões de segurança ou am-
bientais. A aquisição de tal ativo imobilizado, embora não aumentando diretamente os
futuros benefícios econômicos de qualquer item específico já existente do ativo imo-
bilizado, pode ser necessária para que a entidade obtenha os benefícios econômicos
futuros dos seus outros ativos. Esses itens do ativo imobilizado qualificam-se para o re-
conhecimento como ativo porque permitem à entidade obter benefícios econômicos
futuros dos ativos relacionados acima dos benefícios que obteria caso não tivesse ad-
quirido esses itens. Por exemplo, uma indústria química pode instalar novos processos
químicos de manuseamento a fim de atender às exigências ambientais para a produção
e armazenamento de produtos químicos perigosos; os melhoramentos e as benfeitorias
nas instalações são reconhecidos como ativo porque sem eles a entidade não estaria
em condições de fabricar e vender tais produtos químicos. Entretanto, o valor contábil
resultante desse ativo e dos ativos relacionados deve ter a redução ao valor recuperável,
revisada de acordo com a NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
Custos subsequentes
12. Segundo o princípio de reconhecimento do item 7, a entidade não reconhece no
valor contábil de um item do ativo imobilizado os custos da manutenção periódica do
item. Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resultado quando incorridos. Os
custos da manutenção periódica são principalmente os custos de mão de obra e de
produtos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças. A finalidade desses
gastos é, muitas vezes, descrita como sendo para “reparo e manutenção” de item do
ativo imobilizado.
13. Partes de alguns itens do ativo imobilizado podem requerer substituição em inter-
valos regulares. Por exemplo, um forno pode requerer novo revestimento após um nú-
mero específico de horas de uso; ou o interior dos aviões, como bancos e equipamentos
internos, pode exigir substituição diversas vezes durante a vida da estrutura. Itens do
ativo imobilizado também podem ser adquiridos para efetuar substituição recorrente
menos frequente, tal como a substituição das paredes interiores de edifício ou para efe-
tuar substituição não recorrente. Segundo o princípio de reconhecimento do item 7, a
entidade reconhece no valor contábil de um item do ativo imobilizado o custo da peça
reposta desse item quando o custo é incorrido se, os critérios de reconhecimento forem
atendidos. O valor contábil das peças que são substituídas é baixado de acordo com as
disposições de baixa desta Norma (ver itens 67 a 72).
14. Uma condição para continuar a operar um item do ativo imobilizado (por exemplo,
uma aeronave) pode ser a realização regular de inspeções importantes em busca de
falhas, independentemente das peças desse item serem ou não substituídas. Quando
cada inspeção importante for efetuada, o seu custo é reconhecido no valor contábil do
item do ativo imobilizado como uma substituição se os critérios de reconhecimento
95

forem satisfeitos. Qualquer valor contábil remanescente do custo da inspeção anterior


(distinta das peças físicas) é baixado. Isso ocorre independentemente do custo da ins-
peção anterior ter sido identificado na transação em que o item foi adquirido ou cons-
truído. Se necessário, o custo estimado de futura inspeção semelhante pode ser usado
como indicador de qual é o custo do componente de inspeção existente, quando o item
foi adquirido ou construído.
Elementos do custo
16. O custo de um item do ativo imobilizado compreende:
(a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recu-
peráveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos.
(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição ne-
cessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração.
(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do
local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a en-
tidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante deter-
minado período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período.
Mensuração do custo
23. O custo de um item de ativo imobilizado é equivalente ao preço à vista na data do
reconhecimento. Se o prazo de pagamento excede os prazos normais de crédito, a dife-
rença entre o preço equivalente à vista e o total dos pagamentos deve ser reconhecida
como despesa com juros durante o período (ver a NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente,
principalmente seu item 9, e a NBC TG 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão
de Títulos e Valores Mobiliários), a menos que seja passível de capitalização, de acordo
com a NBC TG 20.
24. Um ativo imobilizado pode ser adquirido por meio de permuta por ativo não mone-
tário ou conjunto de ativos monetários e não monetários. Os ativos objetos de permuta
podem ser de mesma natureza ou de naturezas diferentes. O texto a seguir refere-se
apenas à permuta de ativo não monetário por outro; todavia, o mesmo conceito pode ser
aplicado a todas as permutas descritas anteriormente. O custo de tal item do ativo imo-
bilizado é mensurado pelo valor justo a não ser que (a) a operação de permuta não tenha
natureza comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possam
ser mensurados com segurança. O ativo adquirido é mensurado dessa forma mesmo que
a entidade não consiga dar baixa imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido não for
mensurável ao valor justo, seu custo é determinado pelo valor contábil do ativo cedido.
Para saber mais sobre a NBC TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO, acesse o conteudo dispo-
nível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG27(R3).pdf>. Acesso em 28
mar. 2017.
Fonte: BRASIL (2015).
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade Societária
Ely Célia Corbari, Marinei Abreu Matos, Viviane da Costa Freitag
Editora: Intersaberes
Autor: 2012
Sinopse: as alterações provocadas pelas Leis nº 11.638/2007
e nº 11.941/2009 ocasionaram mudanças significativas na
Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), na busca
pela harmonização das normas contábeis brasileiras aos
padrões internacionais de contabilidade. Considerando essa
convergência, este livro é atual e contextualizado com a prática
contábil, sendo útil a acadêmicos e profissionais já inseridos
no mercado de trabalho, uma vez que apresenta exercícios
e explicações claras e objetivas sobre temas que influenciam
diretamente o cotidiano dos operadores da contabilidade.

NBC TG 16 (R1) – ESTOQUES


A norma NBC TG 16 (R1) – ESTOQUES estabelece o tratamento contábil para os estoques. A
contabilização dos estoques tem enfoque principal quanto ao valor do custo a ser reconhecido
como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Você
encontra mais informações sobre a norma por meio do link disponível em: <http://www1.cfc.org.
br/sisweb/SRE/docs/NBCTG16(R1).pdf>. Acesso em: 28 mar. 2017.
97
REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução nº 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Dá nova redação à NBC


TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação
de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/Res_1374.pdf>. Acesso em: 17 mar 2017.
BRASIL. Resolução 2013/NBCTG16(R1), de 11 de dezembro de 2013. Aprova a NBC
TG 16 (R1) – ESTOQUES. Disponível em <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/
NBCTG16(R1).pdf>. Acesso em: 17 mar 2017.
BRASIL. Resolução 2015/NBCTG27(R3), de 23 de outubro de 2015. Aprova a NBC
TG 27 (R3) – ATIVO IMOBILIZADO. Disponível em <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/NBCTG27(R3).pdf>. Acesso em: 17 mar 2017.
BRASIL. Resolução 2015/NBCTG04(R3), de 23 de outubro de 2015. Aprova a NBC
TG 04 (R3) – ATIVO INTANGÍVEL. Disponível em <http://www1.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/NBCTG04(R3).pdf>. Acesso em: 17 mar 2017..
BRASIL. Resolução nº 1.136, de 21 de novembro de 2008. Aprova a NBC T 16.9 –
Depreciação, Amortização e Exaustão. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/
sisweb/SRE/docs/Res_1374.pdf>. Acesso em: 17 mar 2017.
BRASIL. Instrução Normativa SRF nº 162, de 31 de dezembro de 1998. Fixa prazo
de vida útil e taxa de depreciação dos bens que relaciona. Disponível em:<http://
normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idA-
to=15004>. Acesso em: 17 mar 2017.
GABARITO

1. A alternativa correta é a “E”, pois todas as assertivas estão corretas, vejamos:


I – Pelo UEPS, o valor final dos estoques será menor que pelo PEPS. Pelo UEPS,
como as baixas serão feitas primeiramente pelas últimas compras que terão cus-
to maior, o valor final dos estoques será menor que o PEPS, cujas baixas serão
feitas primeiramente pelas primeiras compras de custo menor.
II – Pelo PEPS, os custos do período serão menores que pelo UEPS.
Pelo PEPS as baixas serão feitas pelas compras de menor custo, ao contrário do
UEPS que as baixas serão pelas compras de maior custo.
III – Pelo CMPM, os custos do período serão menores que pelo UEPS.
Pelo CMPM as baixas serão feitas pela média, portanto, maiores do que pelo
PEPS, mas menores do que pelo UEPS.
IV – Pelo UEPS, o valor final dos estoques será menor que pelo CMPM.
Pelo UEPS, como as baixas serão feitas primeiramente pelas últimas compras
que terão custo maior, o valor final dos estoques será menor que o CMPM, cujas
baixas serão feitas pelo custo médio das compras.
2. Utilização da Ficha de Controle de Estoques pelos dois métodos:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - PEPS


Descri- Entrada Saída Saldo Custo
Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

1 Compra 15 1.500,00 15 1.500,00 100,0000


2 Venda 7 700,00 8 800,00 100,0000
8 800,00 100,0000
3 Compra 25 3.000,00
25 3.000,00 120,0000
8 800,00 0 -
4 Venda
20 2.400,00 5 600,00 120,0000
Resumo 40 4.500,00 35 3.900,00
99
GABARITO

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES - CMPM


Descri- Entrada Saída Saldo Custo
Data
ção Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Unitário

1 Compra 15 1.500,00 15 1.500,00 100,0000


2 Venda 7 700,00 8 800,00 100,0000
3 Compra 25 3.000,00 33 3.800,00 115,1515
4 Venda 28 3.224,24 5 575,76 115,1515
Resumo 40 4.500,00 35 3.924,24

Comparando os dois métodos vemos que o valor das compras não se alteram, pois
não dependem do método, em uma economia inflacionária, os custos do período
pelo PEPS serão menores do que pelo CMPM, nesse caso, a diferença foi de R$24,24,
R$3.900,00 pelo PEPS e R$3.924,24 pelo CMPM. Já os estoques no ativo, terão o efei-
to contrário, serão maiores pelo PEPS (R$600,00) e menores pelo CMPM (R$575,76)
exatamente a mesma diferença (R$24,24).
3. A resposta correta é a alternativa “D”, pois de acordo com o ítem 6 da NBCTG27(R3)
Ativo Imobilizado, o “valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade
obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso
o ativo já tivesse a idade e a condição esperada para o fim de sua vida útil”.
4. O valor depreciável é a base de cálculo da depreciação e, é formado pelo valor
de aquisição menos o valor residual estimado; enquanto isso, o valor contábil é
o valor de aquisição menos o valor da depreciação acumulada.
5. A alternativa correta é a letra “C”. Pelo método linear: R$6.250,00; pelo método da
soma dos dígitos R$4.150,00. Confira os cálculos:

MÉTODO LINEAR
Valor de Aquisição 11.500,00
Valor Residual 1.000,00
Valor Depreciável 10.50,00
Vida útil em anos 4
Percentual Deprec Anual 25%
Valor contábil
Períodos Deprec. anual Deprec. Acum.
líquido
Ano 1 2.625,00 2.625,00 8.875,00
Ano 2 2.625,00 5.250,00 6.250,00
Ano 3 2.625,00 7.875,00 3.625,00
Ano 4 2.625,00 10.500,00 1.000,00
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima

IV
UNIDADE
PROCESSO CONTÁBIL

Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender o processo contábil por meio de desenvolvimento de um
caso prático simulado utilizando fatos simulados.
■■ Entender quais são as formalidades para a escrituração contábil.
■■ Compreender o processo de lançamento no livro diário.
■■ Conhecer o processo de lançamento nos razonetes.
■■ Saber elaborar o Balancete.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Fatos simulados a contabilizar
■■ Formalidade e preparação para a escrituração contábil
■■ Registro no Livro Diário
■■ Razão simplificado (razonetes)
■■ Balancete
103

INTRODUÇÃO

Nesta unidade faremos a contabilização simulada dos fatos mais comuns que
ocorrem em uma empresa comercial. Consideramos, nessa simulação, uma
empresa com somente dois itens de mercadorias e poucos funcionários, pois o
objetivo é didático e repetições de fatos semelhantes não contribuem de forma
relevante para o aprendizado.
Para que você consiga acompanhar a contabilização com aproveitamento
total, esta unidade traz mais alguns conteúdos para fundamentar os lançamentos,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

além disso, você poderá ver diversos cálculos necessários para a contabilização.
Na prática o processo contábil inicia na verificação do documento a conta-
bilizar e encerra no balancete conciliado e ajustado. Nesta unidade, o processo
tem como início a verificação da descrição do fato contábil, assim identificamos
no plano de contas quais contas contábeis deverão ser utilizadas, depois disso
fazemos o registro contábil nos dois formatos, livro diário e livro razão (razo-
netes) para ao final elaborar o balancete.
Para que os lançamentos sejam realizados, além de necessitarmos do apoio do
plano de contas, também precisamos observar as formalidades da interpretação
técnica que determina as formalidades e a preparação necessárias e obrigatórias
para a escrituração dos fatos contábeis.
Os registros contábeis no livro diário são feitos em ordem cronológica rigo-
rosa, sempre observando o método das partidas dobradas, já no livro razão (ou
razonete) os registros são feitos por conta contábil, e cada conta terá o saldo
decorrente dos registros realizados. Estes saldos serão utilizados para elaborar
o balancete, que conterá no mínimo três colunas: nome da conta, saldo deve-
dor e saldo credor.
Na execução do processo contábil, no diário, todos os lançamentos estão pre-
cedidos de explicação do fato contábil para que você possa entender os motivos
de utilização das contas contábeis.
O balancete elaborado neste processo contábil é o ponto de partida para
elaboração das demonstrações contábeis que estudaremos juntos na unidade V.

Introdução
104 UNIDADE IV

FATOS SIMULADOS A CONTABILIZAR

Os fatos contábeis sempre terão documentação fiscal ou documentos que dão


origem, como notas fiscais de compra e venda, cupons fiscais de venda, resumo
de folha de pagamento, guia de pagamento de impostos e contribuições, dentre
outros. Didaticamente, vamos descrever alguns desses fatos para contabilizar-
mos, lembrando que, no exercício da profissão, o contador deverá identificar, no
documento a ser contabilizado, a que ele se refere, para utilizar as contas corre-
tas para sua contabilização.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para fazer os lançamentos contábeis, é necessário um Plano de Contas. Nesta
unidade, vamos utilizar o Plano de Contas, que pode ser acessado no link encon-
trado ao final dela, no elemento “Material Complementar”.
Você verá, a seguir, uma relação de fatos contábeis de uma empresa comer-
cial que compra e vende dois itens de mercadorias com tributação de normal de
impostos estaduais e federais, portanto, teremos lançamentos de impostos a recu-
perar e impostos sobre venda, motivando assim a apuração de impostos no final
do mês. Essa empresa utiliza controle permanente de estoques dos seus dois itens
de mercadorias, quanto ao custo, faremos o lançamento no dia da venda, visando
um melhor efeito didático. Para melhor entendimento, analisaremos e contabi-
lizaremos os fatos contábeis desde a criação da empresa, passando por folha de
pagamento, compras de bens para uso na atividade, realização de empréstimos,
dentre outros fatos contábeis possíveis.
Dados da empresa e sociedade:
Nome: KCMC Comércio de Insumos Agrícolas Ltda.
Sócios: Katia Campelo (50%) e Mário Castro (50%).
Itens comercializados: Radar Conquest e Glifo Galop, ambos são vendidos
em galões de 20 litros.

PROCESSO CONTÁBIL
105

Quadro 1 - Descrições dos fatos 1 a 16

Fato 1:
Data Descrição do fato Valor
01/03/x1 Assinatura do contrato social. 100.000,00

Fato 2:
Data Descrição do fato Valor
04/03/x1 Integralização de 50% do capital social em dinheiro. 50.000,00

Fato 3:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Data Descrição do fato Valor


05/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa. 40.000,00

Fato 4:
Data Descrição do fato Valor
Aplicação financeira com disponibilidade para resgate imediato
05/03/x1 25.000,00
com juros de 0,9% a.m.

Fato 5:
Data Descrição do fato Valor
05/03/x1 Compra à vista de móveis para uso. 2.000,00

Fato 6:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo, de Fast Golden Equipamentos Ltda., de prateleiras e
06/03/x1 30.000,00
gôndolas para exposição das mercadorias na empresa.

Fato 7:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo, de Infortotal Soluções Ltda., de equipamentos de
06/03/x1 8.000,00
informática para utilização na empresa.

Fato 8:
Data Descrição do fato Valor
Compra à vista (cheque) de 150 galões de Radar Conquest (preço
unitário atacado R$50,00) e 100 galões de Glifo Galop (preço unitá-
06/03/x1 10.500,00
rio atacado R$30,00), impostos recuperáveis na compra: ICMS (12%,
R$1.260,00), PIS (1,65%, R$173,25) e Cofins (7,60%, R$798,00).

Fatos Simulados a Contabilizar


106 UNIDADE IV

Fato 9:
Data Descrição do fato Valor
Venda à vista de 30 galões de Radar Conquest (preço unitário varejo
07/03/x1 R$80,00), impostos sobre venda: ICMS (18%, R$432,00), PIS (1,65%, 2.400,00
R$39,60) e Cofins (7,60%, R$182,40).

Fato 10:
Data Descrição do fato Valor
07/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa. 9.000,00

Fato 11:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Data Descrição do fato Valor
10/03/x1 Pagamento das despesas e taxas com o registro do contrato social. 550,00

Fato 12:
Data Descrição do fato Valor
Venda a prazo (30 dias) de 20 galões de Glifo Galop para Cliente Bom
10/03/x1 (preço unitário varejo R$45,00), impostos sobre venda: ICMS (18%, 900,00
R$162,00), PIS (1,65%, R$14,85) e Cofins (7,60%, R$68,40).

Fato 13:
Data Descrição do fato Valor
Compra a prazo (15 dias) de 20 galões de Radar Conquest (preço
unitário atacado R$50,00) da empresa Agrícola Defensa Ltda., impostos
12/03/x1 1.000,00
recuperáveis na compra: ICMS (12%, R$120,00), PIS (1,65%, R$16,50) e
Cofins (7,60%, R$76,00).

Fato 14:
Data Descrição do fato Valor
Recebimento da venda a prazo de R$900,00, realizada em 10/03/x1 a Eder L.
15/03/x1 Calcular
Garcia, Cliente Bom com desc. de 5% por antecipação.

Fato 15:
Data Descrição do fato Valor
Reconhecimento do aluguel do prédio referente à ocupação do mês 03/
31/03/x1 x1: 15% do espaço utilizado para a administração e 85% para vendas, 8.000,00
que será pago em 10/04/x1 conforme contrato.

Fato 16:
Data Descrição do fato Valor
Compra a vista (com cheque) de 1 veículo Fiat/Strada usado, ano 2006,
31/03/x1 10.000,00
para utilização na empresa, por R$10.000,00.
Fonte: O autor.

PROCESSO CONTÁBIL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 2 - Descrição do fato 17

Fato 17:
Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Proventos
Proventos
Empregado

Honor RSR Salário


Nome Função H.E RSR HE Comissões Soma
Salário comissões Família
Kátia Gerente
1 3.000,00 3.000,00
Campelo Adm.
César
2 Assist. Adm. 1.000,00 68,18 13,11 49,32 1.130,61
Silva
Soma administrativo 4.000,00 68,18 13,11 - - 49,32 4.130,61
Mário Gerente
3 3.000,00 3.000,00
Castro Vendas
Maurício
4 Vendedor 1.200,00 1.873,00 360,19 3.433,19
Santos
Soma de vendas 4.200,00 - - 1.873,00 360,19 - 6.433,19
Totalização 8.200,00 68,18 13,11 1.873,00 360,19 49,32 10.563,80

Fatos Simulados a Contabilizar


107
108

Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Descontos/Encargos

Empregado Descontos Encargos


Líquido
UNIDADE

Nome Função INSS IRRF Soma INSS FGTS Soma


IV

Kátia Gerente

PROCESSO CONTÁBIL
1 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Campelo Adm.
César Assist.
2 86,50 86,50 1.044,11 300,60 86,50 387,10
Silva Adm.
Soma administrativo 416,50 114,97 531,47 3.599,14 900,60 86,50 987,10
Mário Gerente
3 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Castro Vendas
Maurício Vende-
4 377,65 179,95 557,60 2.875,59 954,43 274,66 1.229,09
Santos dor
Soma de vendas 707,65 294,92 1.002,57 5.430,62 1.554,43 274,66 1.829,09
Totalização 1.124,15 409,89 1.534,04 9.029,76 2.455,03 361,16 2.816,19

Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Provisão

Empregado Provisão de 13º salário Provisão de Férias


Nome Função 13º Enc. Soma Férias FGTS Soma
2 César Silva Assist. Adm. 90,11 25,05 115,16 120,15 33,40 153,55
4 Maurício Santos Vendedor 115,51 32,11 147,62 154,01 42,81 196,82
Totalização 205,62 57,16 262,78 274,16 76,21 350,37
Fonte: O autor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
109

Quadro 3 - Descrição do fato 18

Fato 18:
Data Descrição do fato Valor
Juros da aplicação financeira efetuada em 05/03, referente
31/03/x1 Calcular
aos 25 dias de 03/x1.
Fonte: o autor.
Para calcular, precisamos utilizar o valor da aplicação do fato 4, R$ 25.000,00, a
taxa de 0,9% ao mês e utilizar a matemática financeira.
Encontrando a taxa de juros equivalente diária:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

id = [(1 + im)(1/nm) – 1 ] x 100


Em que:
id = taxa diária
im = taxa mensal nominal
nm = dias no mês
id = [(1 + 0,009)(1/30) – 1 ] x 100
id = [(1,009)(1/30) – 1 ] x 100
id = [1,000298703 – 1 ] x 100
id = [0,000298703] x 100
id = 0,0298703%.
Encontrando o valor dos juros pro rata die de 03/x1:
J = C x [(1+i)n – 1]
Em que:
J = Juros
C = Capital
i = taxa de juros
n = tempo
J = 25.000 x [(1 + 0,00029870302)25 -1]
J = 25.000 x [(1,00029870302)25 -1]
J = 25.000 x [1,007494404 -1]
J = 25.000 x 0,007494404
J = 187,36.
Juros dos 25 dias do mês 03/x1, no valor de R$187,36.

Fatos Simulados a Contabilizar


110 UNIDADE IV

FORMALIDADES E PREPARAÇÃO PARA A


ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

A Interpretação Técnica Geral 2000 - ITG 2000 – Escrituração Contábil aprovada


pela Resolução CFC, nº 1330/11, determina algumas formalidades necessárias e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
obrigatórias para a escrituração dos fatos contábeis (CONSELHO FEDERAL DE
CONTABILIDADE, 2011). O item 3 apresenta que “A escrituração contábil deve
ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade”. Os princípios con-
tábeis estão na Resolução CFC, nº 750/93, com atualização feita pela Resolução
CFC, nº 1282/10 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010a).
É bom considerar que a ITG 2000 não estabelece o nível de detalhe e nem
sugere um plano de contas padrão, mas diz que “o nível de detalhamento da
escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus
usuários”, isso quer dizer que a estrutura de contas para os lançamentos devem
ter tantos níveis quantos forem necessários para atender os usuários da contabili-
dade, e o detalhamento dos registros contábeis deve ser diretamente proporcional
à complexidade das operações, do volume de fatos contábeis a registrar e dos
requisitos de informação aplicáveis.
No quadro 4 elencamos as formalidades da escrituração contábil, quanto à
sua execução, sobre o que deve conter em cada registro ou lançamento contábil.

PROCESSO CONTÁBIL
111

Quadro 4 - Formalidades da escrituração contábil

FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL


Deve ser executada (item 5 da ITG 2000): Deve conter (item 6 da ITG 2000):
a. data do registro contábil, ou seja, a data em
a. em idioma e em moeda corrente nacionais;
que o fato contábil ocorreu;
b. em forma contábil; b. conta devedora;
c. em ordem cronológica de dia, mês e ano; c. conta credora;
d. histórico que represente a essência econô-
d. com ausência de espaços em branco, entreli- mica da transação ou o código de histórico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nhas, borrões, rasuras ou emendas; padronizado, neste caso, baseado em tabela


auxiliar inclusa em livro próprio;
e. com base em documentos de origem externa
ou interna ou, na sua falta, em elementos que e. valor do registro contábil;
comprovem ou evidenciem fatos contábeis.
f. informação que permita identificar, de for-
ma unívoca, todos os registros que integram
um mesmo lançamento contábil.
Fonte: o autor.

Falando em formalidades para registro contábil de um fato, você se lembra


qual é o método utilizado para a contabilização dos fatos contábeis? Qual a
sua essência? Quais as fórmulas de lançamento?

É obrigação do empresário e da sociedade fazer a escrituração uniforme, em seus


livros, de todos os fatos contábeis ocorridos, seguindo um sistema de contabilidade
e que tenha a documentação comprobatória e idônea respectiva. Deverá tam-
bém levantar anualmente as demonstrações contábeis pertinentes à sua empresa.

Formalidades e Preparação para a Escrituração Contábil


112 UNIDADE IV

REGISTRO NO LIVRO DIÁRIO

Para organizar os elementos patrimoniais e de resultado utilizamos o Plano de


contas. Os registros contábeis desta unidade foram feitos com base no Plano de
Contas disponível para download em <http://www.manoel.pro.br/planocon-
tas.pdf>.
Os registros contábeis no Livro Diário serão feitos por fato contábil ou por
conjunto de fatos contábeis, dessa forma, é possível você aprender como os lan-
çamentos devem ser feitos e as contas contábeis que cada fato envolve. Quanto

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ao registro no Livro Razão, serão feitos todos os lançamentos para cada conta
contábil.
Quadro 5 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 1

Data Descrição do fato Valor


01/03/x1 Assinatura do contrato social 100.000,00
Fonte: o autor.
Ao iniciar uma sociedade empresária limitada, os sócios devem definir as
condições dela em um contrato, chamado contrato social, na sociedade empresá-
ria limitada, e estatuto social, na sociedade anônima. A assinatura desse contrato
é o marco inicial da sociedade e o capital social definido no contrato deve ser
lançado contabilmente, mesmo que a integralização (a entrada de recursos na
empresa trazidos pelos sócios) seja parcelada, as duas contas contábeis que deve-
mos utilizar estão no Patrimônio Líquido e, de acordo com a Teoria Personalista,
são contas “Proprietário”, sendo que o Capital social a integralizar representa a
“dívida” dos sócios para com a empresa e o Capital Social Subscrito representa
o valor que cada sócio se comprometeu e terá responsabilidade sobre este valor
na sociedade. Esse fato contábil não é comum, pois ocorrerá somente no início
da sociedade ou quando houver um aumento de capital com recursos dos sócios.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 2.3.1.02 – (-) Capital a Integr. (por sócio);
Origem, causa ou crédito: 2.3.1.01 – Capital Subscrito (por sócio).

PROCESSO CONTÁBIL
113

Quadro 6 - Lançamento no Livro Diário do Fato 1

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Criação da sociedade KCMC Comér-
01/03/x1 2.3.1.02.001 2.3.1.01.001 cio de Insumos Agrícolas Ltda. capital 50.000,00
subscrito pela sócia Kátia Campelo
Criação da sociedade KCMC Comér-
01/03/x1 2.3.1.02.002 2.3.1.01.002 cio de Insumos Agrícolas Ltda. capital 50.000,00
subscrito pelo sócio Mário Castro
Fonte: O autor.
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Quadro 7 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 2

Data Descrição do fato Valor


04/03/x1 Integralização de 50% do capital social em dinheiro 50.000,00
Fonte: o autor.
Nesta data, os sócios entregaram o dinheiro para o caixa da empresa, esses recur-
sos deixam de ser das pessoas físicas dos sócios e passam a ser da pessoa jurídica
ou sociedade empresária constituída. No Fato 1, registramos o total do capital
social em uma conta “Proprietário” que representa a “dívida” dos sócios com a
empresa, agora vamos fazer o lançamento na mesma conta, reduzindo assim essa
“dívida”, a outra conta é uma conta “Agentes Consignatários”, a qual será respon-
sável pelo dinheiro da empresa, portanto, a conta Caixa.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Origem, causa ou crédito: 2.3.01.02 – (-) Capital a Integr. (por sócio).
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.01.01.001 – Caixa.
Quadro 8 - Lançamento no Livro Diário do Fato 2

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Recebimento de capital da sócia Kátia
04/03/x1 1.1.1.01.001 2.3.1.02.001 25.000,00
Campelo
Recebimento de capital do sócio
04/03/x1 1.1.1.01.001 2.3.1.02.002 25.000,00
Mário Castro

Registro no Livro Diário


114 UNIDADE IV

Fonte: o autor.
Quadro 9 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 3

Data Descrição do fato Valor


05/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa 40.000,00

Fonte: o autor.
Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa, tomando uma decisão visando
a segurança, vai repassar parte dos recursos para uma conta corrente bancária,
vamos usar então duas contas “Agentes Consignatários”, pois é o registro de um

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fato contábil permutativo, esse valor, então, deixa de ser um débito da conta Caixa
e passa a ser um débito da conta Bancos conta Movimento - Banco Bom S/A.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.02.001 – Banco Bom S/A.
Origem, causa ou crédito: 1.1.1.01.001 – Caixa matriz.
Quadro 10 - Lançamento no Livro Diário do Fato 3

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Depósito de recursos transferidos do
05/03/x1 1.1.1.02.001 1.1.1.01.001 40.000,00
caixa da empresa para a conta bancária
Fonte: o autor.

Quadro 11 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 4

Data Descrição do fato Valor


Aplicação financeira com disponibilidade para resgate
05/03/x1 25.000,00
imediato com juros de 0,9% a.m.

Fonte: o autor.

Nesta data, o responsável pelas finanças da empresa, com base no fluxo de caixa
previsto, tomou a decisão de aplicar os recursos financeiros que estão sobrando,
como a empresa ainda está em fase inicial, por prudência, a aplicação foi feita
com possibilidade de resgate a qualquer momento, por isso deve ser registrada
contabilmente em uma conta do subgrupo disponível no grupo Ativo Circulante,

PROCESSO CONTÁBIL
115

mesmo subgrupo e grupo em que os recursos estavam na conta bancária antes


da aplicação. Caso essa aplicação fosse feita com data futura para resgate, deve-
ria ser lançada em uma conta do subgrupo Valores a Receber (Créditos). Vamos
usar, então, duas contas “Agentes Consignatários”, pois é o registro de um fato
contábil permutativo, este valor então deixa de ser um débito da conta (pessoa)
Bancos conta Movimento - Banco Bom S/A e passa a ser um débito da conta
(pessoa) Aplicação de Liquidez Imediata - Banco Bom S/A.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.03.001 – Banco Bom S/A.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Origem, causa ou crédito: 1.1.1.02.001 – Banco Bom S/A.


Quadro 12 - Lançamento no Livro Diário do Fato 4

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Aplicação de recursos transfe-
05/03/x1 1.1.1.03.001 1.1.1.02.001 ridos da conta corrente para a 25.000,00
conta aplicação
Fonte: o autor.

Quadro 13 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 5

Data Descrição do fato Valor


05/03/x1 Compra à vista de móveis para uso 2.000,00
Fonte: o autor.

Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa faz o pagamento de móveis que
foram comprados à vista para utilização nas atividades da empresa, novamente
há um fato contábil permutativo entre duas contas “Agentes Consignatários”, pois
esse valor deixa de ser um débito da conta Caixa para com a empresa e passa a
ser um débito da conta Móveis. Esse desencaixe de recursos não reflete no resul-
tado, pois é um recurso que gerará resultados futuros, como é um bem que está
em uso, ao final de cada mês, será lançado o valor da depreciação.

Registro no Livro Diário


116 UNIDADE IV

Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:


Aplicação, efeito ou débito: 1.2.3.03 – Móveis.
Origem, causa ou crédito: 1.1.1.01.001 – Caixa matriz.

Quadro 14 - Lançamento no Livro Diário do Fato 5

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Compra à vista de armários para
05/03/x1 1.2.3.03 1.1.1.01.001 2.000,00
uso nas atividades da empresa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: o autor.

Quadro 15 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 6

Data Descrição do fato Valor


Compra a prazo, de Fast Golden Equipamentos Ltda.,
06/03/x1 de prateleiras e gôndolas para exposição das merca- 30.000,00
dorias na empresa
Fonte: o autor.

Nesta data, ocorreu um fato diferente dos anteriores, foram compradas prateleiras
e gôndolas, as quais vamos classificar como instalações, porém estas não foram
pagas no ato da compra, a aplicação dos recursos será no subgrupo Imobilizado
do grupo Ativo Não circulante. Esse é um fato contábil permutativo entre duas
contas patrimoniais: “Agentes Consignatários” – Instalações e origem dos recur-
sos é externa − e “Agentes Correspondentes” – Fornecedores.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Sem considerar o ajuste a valor presente:
Aplicação, efeito ou débito: 1.2.3.05 – Instalações.
Origem, causa ou crédito: 2.1.1.01.003 – Fast Golden Equip. Ltda.
Origem, causa ou crédito: 2.2.1.01.003 – Fast Golden Equip. Ltda.

PROCESSO CONTÁBIL
117

Quadro 16 - Lançamento no Livro Diário do Fato 6

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo, de Fast
1.2.3.05 Golden Equipamentos Ltda, 30.000,00
06/03/x1 de prateleiras e gôndolas.
Compra a prazo, de Fast
2.1.1.01.003 30.000,00
Golden Equipamentos Ltda.
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 17 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 7

Data Descrição do fato Valor


Compra a prazo, de Infortotal Soluções Ltda., de equi-
06/03/x1 8.000,00
pamentos de informática para utilização na empresa
Fonte: o autor.

Quanto à recuperação de ICMS sobre compra de bens do imobilizado, nesse


caso não estamos contabilizando, porque estamos considerando que esse item
goza de incentivos fiscais, não sendo destacado o ICMS.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Sem considerar o ajuste a valor presente:
Aplicação, efeito ou débito: 1.2.3.06 – Máquinas e Equipamentos.
Origem, causa ou crédito: 2.1.1.01.004 – Infortotal Soluções Ltda.
Quadro 18 - Lançamento no Livro Diário do Fato 7

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo, de
Infortotal soluções
1.2.3.06 8.000,00
Ltda., de equipamen-
tos de informática
06/03/x1
Compra a prazo, de
Infortotal Soluções
2.1.1.01.004 8.000,00
Ltda., de equipamen-
tos de informática
Fonte: o autor.

Registro no Livro Diário


118 UNIDADE IV

Quadro 19 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 8

Data Descrição do fato Valor


Compra à vista (cheque) de 150 galões de Radar Conquest
(preço unitário atacado R$50,00) e 100 galões de Glifo Galop
06/03/x1 (preço unitário atacado R$30,00), impostos recuperáveis 10.500,00
na compra: ICMS (12%, R$1.260,00), PIS (1,65%, R$173,25) e
Cofins (7,60%, R$798,00).
Fonte: o autor.

Nesse fato contábil, temos a compra de mercadorias para revenda, tal compra foi

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
feita à vista, mas com pagamento em cheque, é importante lembrar, nesse momento,
do Regime de Competência, porque as saídas de recursos do caixa ou do banco
para a compra de bens que serão revendidos posteriormente não representam des-
pesas ou custos, isso somente acontecerá no momento da venda.
Nesse fato, os recursos que estão com a conta Bancos e conta Movimento serão
repassados para a conta Estoques de mercadorias e para as contas de Impostos a
Recuperar. Novamente, há um fato contábil permutativo entre contas patrimo-
niais envolvendo “Agentes Consignatários” – Bancos conta Movimento e Estoques
de Mercadorias − e “Agentes Correspondentes” – Impostos a Recuperar. Como
os impostos recuperáveis também são ativos, o custo do estoque que será lan-
çado na conta Estoques de Mercadorias e controlado na Ficha de Controle de
Estoques para calcular o custo por ocasião da venda é o valor da nota fiscal de
compra com a dedução dos impostos recuperáveis. Vamos utilizar aqui um lan-
çamento de 3ª fórmula: diversos débitos e um crédito.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Pelo valor do estoque líquido:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.3.04 – Mercadorias.
Pelo valor do ICMS recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.001 – ICMS a Recuperar.
Pelo valor do PIS recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.002 – PIS a Recuperar.
Pelo valor da Cofins recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.003 – Cofins a Recuperar.

PROCESSO CONTÁBIL
119

Pelo valor total da compra:


Origem, causa ou crédito: 1.1.1.02.001 – Banco Bom S/A.
Quadro 20 - Lançamento no Livro Diário do Fato 8

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra à vista (cheque) de 150 galões
de Radar Conquest (preço unitário ataca-
1.1.3.04 8.268,75
do R$50,00) e 100 galões de Glifo Galop
(preço unitário atacado R$30,00)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ICMS recuperável da compra de merca-


1.1.2.02.001 1.260,00
dorias para revenda
06/03/x1
PIS recuperável da compra de mercado-
1.1.2.02.002 173,25
rias para revenda
COFINS recuperável da compra de mer-
1.1.2.02.003 798,00
cadorias para revenda
Compra à vista (cheque) de mercadorias
1.1.1.02.001 10.500,00
para revenda
Fonte: o autor.

Quadro 21 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 9

Data Descrição do fato Valor


Venda à vista de 30 galões de Radar Conquest (preço unitário
07/03/x1 varejo R$80,00), impostos sobre venda: ICMS (18%, R$432,00), PIS 2.400,00
(1,65%, R$39,60) e Cofins (7,60%, R$182,40)
Fonte: o autor.

Neste dia, a empresa vendeu parte das mercadorias que estavam em estoque,
esse fato contábil precisa ser visto por três enfoques: o da venda, o do custo e o
dos impostos. Temos então o lançamento da receita das vendas cuja origem está
em uma conta “Proprietário”, pois é uma conta de resultado chamada Receita de
Venda de Mercadorias e a aplicação na conta Caixa que já usamos anteriormente.
Quanto aos impostos sobre venda, temos que utilizar como origem as contas de
impostos a pagar no passivo, uma conta “Agentes Correspondentes” e a aplica-
ção está nos impostos sobre venda, que são deduções da receita bruta (contas
“proprietário”). Como os itens vendidos fazem parte dos ativos da empresa, ao

Registro no Livro Diário


120 UNIDADE IV

vendê-los, deixamos de tê-los, por isso precisamos dar baixa no estoque, nesse
caso serão utilizadas uma conta do ativo (agentes consignatários), Estoques –
Mercadorias e uma conta de Resultado (proprietário), Custos das Mercadorias
Vendidas, o valor do custo é obtido na Ficha de Controle de Estoque.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Venda
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.01.001 – Caixa Matriz.
Origem, causa ou crédito: 7.1.1.02 – Receita de vendas de mercadorias.
Impostos sobre venda

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aplicação, efeito ou débito: 8.4.1 ICMS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.01 ICMS a Recolher.
Aplicação, efeito ou débito: 8.4.2 PIS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.02 PIS a Recolher.
Aplicação, efeito ou débito: 8.4.3 COFINS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.03 COFINS a Recolher.
Custo da venda
Aplicação, efeito ou débito: 8.1.2 – Custo das Mercadorias Vendidas.
Origem, causa ou crédito: 1.1.3.04 – Mercadorias.
Quadro 22 - Lançamento no Livro Diário do Fato 9

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Venda à vista de 30 galões de
07/03/x1 1.1.1.01.001 7.1.1.02 Radar Conquest (preço unitário 2.400,00
varejo R$80,00)
ICMS sobre venda de 30 galões
07/03/x1 8.4.1 2.1.3.01 432,00
de Radar Conquest
PIS sobre venda de 30 galões
07/03/x1 8.4.2 2.1.3.02 39,60
de Radar Conquest
COFINS sobre venda de 30
07/03/x1 8.4.3 2.1.3.03 182,40
galões de Radar Conquest
Custo de 30 galões de Radar
07/03/x1 8.1.2 1.1.3.04 1.181,25
Conquest vendidos nesta data
Fonte: o autor.

PROCESSO CONTÁBIL
121

Quadro 23 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 10

Data Descrição do fato Valor


07/03/x1 Depósito bancário de recursos do caixa 9.000,00
Fonte: o autor.

Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa, tomando uma decisão visando
a segurança, vai repassar parte dos recursos para uma conta corrente bancária,
vamos usar então duas contas “Agentes Consignatários”, pois é o registro de um
fato contábil permutativo, esse valor então deixa de ser um débito da conta Caixa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e passa a ser um débito da conta Bancos, conta Movimento, Banco Bom S/A.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.02.001 – Banco Bom S/A.
Origem, causa ou crédito: 1.1.1.01.001 – Caixa matriz.
Quadro 24 - Lançamento no Livro Diário do Fato 10

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Depósito de recursos trans-
07/03/x1 1.1.1.02.001 1.1.1.01.001 feridos do caixa da empresa 9.000,00
para a conta bancária
Fonte: o autor.

Quadro 25 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 11

Data Descrição do fato Valor


Pagamento das despesas e taxas com o registro do
10/03/x1 550,00
contrato social
Fonte: o autor.

Nesta data, o responsável pelo caixa da empresa, por fazer o pagamento de des-
pesas, taxas para abertura da empresa, ficará devendo menos para a empresa,
nesse caso temos um fato contábil modificativo entre uma conta do ativo (caixa),
conta “Agentes Consignatários” e uma conta de resultado (despesas com regis-
tros da sociedade), conta “Proprietário”.

Registro no Livro Diário


122 UNIDADE IV

Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:


Aplicação, efeito ou débito: 9.1.1.12 – Registros da sociedade.
Origem, causa ou crédito: 1.1.1.01.001 – Caixa matriz.
Quadro 26 - Lançamento no Livro Diário do Fato 11

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Pagamento das despesas e taxas
10/03/x1 9.1.1.12 1.1.1.01.001 550,00
com o registro do contrato social

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: o autor.

Quadro 27 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 12

Data Descrição do fato Valor


Venda a prazo (30 dias) de 20 galões de Glifo Galop para
Cliente Bom (preço unitário varejo R$45,00), impostos sobre
10/03/x1 900,00
venda: ICMS (18%, R$162,00), PIS (1,65%, R$14,85) e Cofins
(7,60%, R$68,40)

Fonte: o autor.

Neste dia, assim como no dia 07/03/x1, a empresa vendeu parte das mercado-
rias que estavam em estoque, quanto ao lançamento da receita e do custo é a
mesma coisa já vista naquele fato contábil, mas essa venda tem uma diferença:
foi a prazo, por isso o valor da venda terá o seu débito na conta Duplicatas a
Receber (Agentes Correspondentes) e não no caixa (Agentes Consignatários). O
custo unitário dessas mercadorias que saíram do estoque é encontrado na Ficha
de Controle de Estoques.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Venda
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.01.001 – Duplicatas a Receber - Cliente
Bom.
Origem, causa ou crédito: 7.1.1.02 – Receita de vendas de mercadorias.

PROCESSO CONTÁBIL
123

Impostos sobre venda


Aplicação, efeito ou débito: 8.4.1 ICMS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.01 ICMS a Recolher.
Aplicação, efeito ou débito: 8.4.2 PIS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.02 PIS a Recolher.
Aplicação, efeito ou débito: 8.4.3 COFINS sobre Vendas.
Origem, causa ou crédito: 2.1.3.03 COFINS a Recolher.
Custo da venda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Aplicação, efeito ou débito: 8.1.2 – Custo das Mercadorias Vendidas.


Origem, causa ou crédito: 1.1.3.04 – Mercadorias.
Quadro 28 - Lançamento no Livro Diário do Fato 12

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Venda a prazo (30 dias) de 20 galões
10/03/x1 1.1.2.01.001 7.1.1.02 de Glifo Galop para Cliente Bom (pre- 900,00
ço unitário varejo R$45,00)
ICMS sobre venda de 20 galões de
10/03/x1 8.4.1 2.1.3.01 162,00
Glifo Galop
PIS sobre venda de 20 galões de Glifo
10/03/x1 8.4.2 2.1.3.02 14,85
Galop
COFINS sobre venda de 20 galões de
10/03/x1 8.4.3 2.1.3.03 68,40
Glifo Galop
Custo de 20 galões de Glifo Galop
10/03/x1 8.1. 2 1.1.3.04 472,50
vendidos nesta data
Fonte: o autor.

Quadro 29 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 13

Data Descrição do fato Valor


Compra a prazo (15 dias) de 20 galões de Radar Conquest
(preço unitário atacado R$50,00) da empresa Agrícola De-
12/03/x1 1.000,00
fensa Ltda., impostos recuperáveis na compra: ICMS (12%,
R$120,00), PIS (1,65%, R$16,50) e Cofins (7,60%, R$76,00)
Fonte: o autor.

Registro no Livro Diário


124 UNIDADE IV

Nesse fato contábil, temos a compra de mercadorias para revenda, a explicação


do fato é a mesma da outra compra feita em 06/03/x1, com uma única diferença,
essa compra foi feita a prazo. Nesse fato, surge a conta “Agentes Correspondentes”
Fornecedores, este fato contábil, assim como o do dia 06/03/x1, é permutativo,
mas envolve uma conta do passivo e outra do ativo, portanto os recursos terão
sua origem na conta fornecedores e aplicação na conta Estoques de mercado-
rias. Os impostos recuperáveis envolvem uma conta do Ativo, pois é um direito
da empresa (conta Agentes Consignatários) e a origem é a mesma conta de for-
necedores (Agentes Correspondentes).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Pelo valor do custo da compra:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.3.04 – Mercadorias.
Pelo valor do ICMS recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.001 – ICMS a Recuperar.
Pelo valor do PIS recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.002 – PIS a Recuperar.
Pelo valor da Cofins recuperável:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.2.02.003 – Cofins a Recuperar.
Pelo valor a pagar ao fornecedor:
Origem, causa ou crédito: 2.1.1.01.001 – Agrícola Defensa Ltda.

PROCESSO CONTÁBIL
125

Quadro 30 - Lançamento no Livro Diário do Fato 13

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra a prazo de 20 galões
de Radar Conquest (preço
1.1.3.04 unitário atacado R$50,00) da 787,50
empresa Agrícola Defensa
Ltda.
ICMS recuperável da compra
1.1.2.02.001 120,00
de mercadorias para revenda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

12/03/x1
PIS recuperável da compra
1.1.2.02.002 16,50
de mercadorias para revenda
COFINS recuperável da
1.1.2.02.003 compra de mercadorias para 76,00
revenda
Compra a prazo de mercado-
2.1.1.01.001 1.000,00
rias para revenda

Fonte: o autor.

Quadro 31 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 14

Data Descrição do fato Valor


Recebimento da venda a prazo de R$900,00, realizada em
15/03/x1 Calcular
10/03/x1 a Cliente Bom, com desc. de 5% por antecipação
Fonte: o autor.

Registro no Livro Diário


126 UNIDADE IV

Temos então um Fato Misto, pois temos que fazer uma baixa da conta do
cliente de R$900,00, mas recebemos somente R$855,00, então vamos baixar, pri-
meiramente, a parte recebida do cliente e depois o valor do desconto.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.01.001 – Caixa Matriz.
Aplicação, efeito ou débito: 9.1.3.03 – Descontos Concedidos.
Origem, causa ou crédito: 1.1.2.01.001 – Cliente Bom.
Quadro 32 - Lançamento no Livro Diário do Fato 14

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conta Conta Débi-
Data Histórico Crédito
Devedora Credora to
Recebimento da venda a
prazo feita em 10/03/x1 a
1.1.1.01.001 855,00
Cliente Bom, com desconto
de 5% por antecipação
15/03/x1
Desconto dado a Cliente
9.1.3.03 45,00
Bom por antecipação
Baixa de Duplicata de Cliente
1.1.2.01.001 900,00
Bom
Fonte: o autor.
Quadro 33 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 15

Data Descrição do fato Valor


Reconhecimento do aluguel do prédio referente à ocupa-
ção do mês 03/x1: 15% do espaço utilizado para a admi-
31/03/x1 8.000,00
nistração e 85% para vendas, que será pago em 10/04/x1
conforme contrato
Fonte: o autor.

Nesta data, estamos reconhecendo despesas com aluguéis do prédio, por ter sido
utilizado em 03/x1, muito embora o pagamento será feito no mês seguinte, con-
siderando o Regime de Competência anteriormente visto. Vamos reconhecer
essas despesas nas contas de resultado que melhor identificam o fato Aluguéis
nas Despesas Administrativas e nas Despesas com Vendas e vamos registrar uma
dívida em Contas a Pagar no Passivo Circulante.

PROCESSO CONTÁBIL
127

Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:


Aplicação, efeito ou débito: 9.1.1.08 – Aluguéis.
Aplicação, efeito ou débito: 9.1.2.08 – Aluguéis.
Origem, causa ou crédito: 2.1.1.02 – Contas a Pagar.
Quadro 34 - Lançamento no Livro Diário do Fato 15

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Reconhecimento do aluguel
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do prédio referente à ocupação


9.1.1.08 1.200,00
do mês 03/x1: 15% do espaço
utilizado pela administração
Reconhecimento do aluguel do
31/03/x1 9.1.2.08 prédio referente à ocupação do 6.800,00
mês 03/x1: 85% para vendas
Aluguel do prédio referente a
ocupação do mês 03/x1, que
2.1.1.02 8.000,00
será pago em 10/04/x1 confor-
me contrato
Fonte: o autor.

Quadro 35 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 16

Data Descrição do fato Valor


Compra a vista (com cheque) de 1 veículo Fiat/Strada usa-
31/03/x1 10.000,00
do, ano 2006, para utilização na empresa, por R$10.000,00.
Fonte: o autor.

Esse fato contábil representa a compra de um bem para uso na empresa, por isso
ele faz parte do Ativo Imobilizado, o qual está no grupo do Ativo Não Circulante,
pois, de acordo com o CPC 27, “correspondem aos direitos que tenham por objeto
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade ou exerci-
dos com essa finalidade” (COMITÊ, 2014).

Registro no Livro Diário


128 UNIDADE IV

Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:


Aplicação, efeito ou débito: 1.2.3.04 – Veículos.
Origem, causa ou crédito: 1.1.1.02.001 – Banco Bom S/A.
Quadro 36 - Lançamento no Livro Diário do Fato 16

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Devedora Credora
Compra de 1 veículo Fiat/
1.2.3.04 Strada usado, ano 2006, para 10.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
utilização na empresa
31/03/x1
Pagamento com cheque da
1.1.1.02.001 compra de 1 veículo fiat/Strada 10.000,00
usado, ano 2006.
Fonte: o autor.

Quadro 37 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 17

Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Proventos


Empregado Proventos
Honor RSR Salário
Nome Função H.E RSR HE Comissões Soma
Salário comissões Família
Kátia Cam- Gerente
1 3.000,00 3.000,00
pelo Adm.
Assist.
2 César Silva 1.000,00 68,18 13,11 49,32 1.130,61
Adm.
Soma administrativo 4.000,00 68,18 13,11 - - 49,32 4.130,61
Mário Gerente
3 3.000,00 3.000,00
Castro Vendas
Maurício
4 Vendedor 1.200,00 1.873,00 360,19 3.433,19
Santos
Soma de vendas 4.200,00 - - 1.873,00 360,19 - 6.433,19
Totalização 8.200,00 68,18 13,11 1.873,00 360,19 49,32 10.563,80

PROCESSO CONTÁBIL
129

Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Descontos/Encargos


Empregado Descontos Encargos
Líquido
Nome Função INSS IRRF Soma INSS FGTS Soma
Kátia Gerente
1 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Campelo Adm.
César Assist.
2 86,50 86,50 1.044,11 300,60 86,50 387,10
Silva Adm.
Soma administrativo 416,50 114,97 531,47 3.599,14 900,60 86,50 987,10
Mário Gerente
3 330,00 114,97 444,97 2.555,03 600,00 600,00
Castro Vendas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Maurício Vende-
4 377,65 179,95 557,60 2.875,59 954,43 274,66 1.229,09
Santos dor
Soma de vendas 707,65 294,92 1.002,57 5.430,62 1.554,43 274,66 1.829,09
Totalização 1.124,15 409,89 1.534,04 9.029,76 2.455,03 361,16 2.816,19

Folha de Pagamento referente ao mês de 03/x1 – Provisão


Empregado Provisão de 13º salário Provisão de Férias
Nome Função 13º Encargos Soma Férias FGTS Soma
2 César Silva Assist. Adm. 90,11 25,05 115,16 120,15 33,40 153,55
Maurício
4 Vendedor 115,51 32,11 147,62 154,01 42,81 196,82
Santos
Totalização 205,62 57,16 262,78 274,16 76,21 350,37
Fonte: o autor.

Temos agora um fato contábil um pouco mais complexo, o lançamento da folha


de pagamento do mês. Sua complexidade está no fato de termos, nesse momento,
lançamento específico para salários, horas extras, comissão de venda, salário
família, INSS e IRRF descontado do empregado, além do INSS e FGTS que são
despesas da empresa.

Registro no Livro Diário


130 UNIDADE IV

A folha de pagamento tem várias partes importantes, pois o salário contra-


tado com o empregado é apenas uma base para o cálculo de todas as verbas
trabalhistas. Com base no salário, calculamos outros créditos do emprega-
do, tais como horas extras, mas também calculamos os descontos, como fal-
tas e atrasos, previdência pública e imposto de renda, para que se apure o
salário líquido do empregado.
Além disso, a empresa deve recolher a sua parte para a previdência pública
e o valor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Ainda como gastos da
empresa, devemos calcular as provisões de 13º salário e férias, pois o paga-
mento é feito em uma data futura, mas, pelo regime de competência, deve-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mos reconhecer o gasto no período em que ocorrem.
Fonte: os autores.

Importante saber que não estamos aqui tratando do pagamento aos empregados,
estamos analisando os fatos da folha de pagamento do mês 03/x1, mas os paga-
mentos, tanto dos salários quanto dos encargos, serão feitos em 04/x1.
Vamos fazer os lançamentos de forma departamentalizada, separando as des-
pesas com vendas das despesas administrativas. Quanto aos honorários dos sócios,
vamos utilizar uma conta específica no Passivo Circulante, Pro labore a pagar.
Quadro 38 - Lançamento no Livro Diário do Fato 17

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
31/03/x1 9.1.1.01 2.1.2.04 Honorários 03/x1 - administrativo 3.000,00
31/03/x1 9.1.2.01 2.1.2.04 Honorários 03/x1 - vendas 3.000,00
31/03/x1 9.1.1.02 2.1.2.01 Salários 03/x1 - administrativo 1.000,00
Horas Extras/DSR 03/x1 - adminis-
31/03/x1 9.1.1.02 2.1.2.01 81,29
trativo
31/03/x1 2.1.2.02 2.1.2.01 Salário Família 03/x1 49,32
31/03/x1 9.1.2.02 2.1.2.01 Salários 03/x1 - vendas 1.200,00
31/03/x1 9.1.2.12 2.1.2.01 Comissão sobre vendas/DSR 03/x1 2.233,19
31/03/x1 2.1.2.04 2.1.2.02 INSS descontado dos sócios 03/x1 660,00

PROCESSO CONTÁBIL
131

INSS descontado dos empregados


31/03/x1 2.1.2.01 2.1.2.02 464,15
03/x1
31/03/x1 2.1.2.04 2.1.3.05 IRRF descontado dos sócios 03/x1 229,94
IRRF descontado dos empregados
31/03/x1 2.1.2.01 2.1.3.05 179,95
03/x1
INSS parte da empresa – administra-
31/03/x1 9.1.1.03 2.1.2.02 900,60
tivo 03/x1
INSS parte da empresa – vendas 03/
31/03/x1 9.1.2.03 2.1.2.02 1.554,43
x1
31/03/x1 9.1.1.03 2.1.2.03 FGTS – administrativo 03/x1 86,50
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

31/03/x1 9.1.2.03 2.1.2.03 FGTS – vendas 03/x1 274,66


Provisão 13º salário 03/x1 - adminis-
31/03/x1 9.1.1.13 2.1.5.01 115,16
trativo
31/03/x1 9.1.2.13 2.1.5.01 Provisão 13º salário 03/x1 - vendas 147,62
31/03/x1 9.1.1.14 2.1.5.02 Provisão férias 03/x1 - administrativo 153,55
31/03/x1 9.1.2.14 2.1.5.02 Provisão férias 03/x1 - vendas 196,82
Fonte: o autor.

Quadro 39 - Explicando e contabilizando no Diário o Fato 18

Data Descrição do fato Valor


31/03/x1 Juros da aplicação financeira efetuada em 05/03, referente Calcular
aos 25 dias de 03/x1
Fonte: o autor.

Foi realizada uma aplicação financeira, no dia 05/03, com possibilidade de res-
gate imediato, não houve resgate, mas, de acordo com o regime de competência,
temos que reconhecer a receita com os juros dos 25 dias dessa aplicação. O cál-
culo está junto ao Fato 18, no tópico Fatos a Contabilizar.
Contas codificadas de acordo com o Plano de Contas:
Aplicação, efeito ou débito: 1.1.1.03.001 – Banco Bom S/A.
Origem, causa ou crédito: 7.1.2.02 – Juros de Aplicações Financeiras.

Registro no Livro Diário


132 UNIDADE IV

Quadro 40 - Lançamento no Livro Diário do Fato 18

Conta Conta
Data Histórico Valor
Devedora Credora
Juros de aplicação financeira referen-
31/03/x1 1.1.1.03.001 7.1.2.02 187,36
te a 25 dias do mês 03/x1
Fonte: o autor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RAZÃO SIMPLIFICADO (RAZONETES)

A etimologia da palavra razão vem do latim rationis, que significa cálculo, conta,
registro. Segundo o dicionário Houaiss o significado da palavra razão para desig-
nar o controle em conta contábil vem de que razão é “informação a respeito de
algo ou do estado em que se encontra algo”.
O livro razão é a contabilização dos mesmos fatos contábeis já contabiliza-
dos no livro diário, mas agora a contabilização é feita por conta contábil. O livro
razão no formato T, também denominado razonete é um livro razão simplificado,
pois não apresenta as informações: data do lançamento e histórico. O razonete
é utilizado para efeitos didáticos, mas por ser simplificado não tem validade
legal, as empresas devem escriturar o livro razão, onde os lançamentos dentro
da conta contábil contêm: data do lançamento, contra partida, histórico e valor.
No desenvolvimento prático deste processo contábil simulado utilizaremos
os razonetes, mas tomamos o cuidado de identificar cada lançamento com o
número do fato contábil para que você possa acompanhar melhor a contabilização.

PROCESSO CONTÁBIL
133

Figura 1 - Razão simplificado (razonetes)


CAPITAL INTEGRALIZAR CAPITAL INTEGRALIZAR
KÁTIA CAMPELO MÁRIO CASTRO
fato D C fato fato D C fato
1 50.000,00 25.000,00 2 1 50.000,00 25.000,00 2

50.000,00 25.000,00 50.000,00 25.000,00


25.000,00 - 25.000,00 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

BANCO C/ MOVIMENTO
CAIXA
BANCO BOM S/A

fato D C fato fato D C fato


2 25.000,00 40.000,00 3 3 40.000,00 25.000,00 4
2 25.000,00 2.000,00 5 10 9.000,00 10.500,00 8
9 2.400,00 9.000,00 10 10.000,00 16
14 855,00 550,00 11
53.255,00 51.550,00 49.000,00 45.500,00
1.705,00 - 3.500,00 -

CAPITAL SUBSCRITO CAPITAL SUBSCRITO


KÁTIA CAMPELO MÁRIO CASTRO
fato D C fato fato D C fato
50.000,00 1 50.000,00 1

- 50.000,00 - 50.000,00
- 50.000,00 - 50.000,00

APLICAÇÃO LIQ. IMEDIATA


IMOBILIZADO MÓVEIS
BANCO BOM S/A

fato D C fato fato D C fato


4 25.000,00 5 2.000,00
18 187,36

25.187,36 - 2.000,00 -
25.187,36 - 2.000,00 -

Razão Simplificado (Razonetes)


134 UNIDADE IV

FORNECEDORES - FAST
IMOBILIZADO INSTALAÇÕES
GOLDEN EQUIP LTDA
fato D C fato fato D C fato
6 30.000,00 30.000,00 6

30.000,00 - - 30.000,00
30.000,00 - - 30.000,00

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IMPOSTOS A RECUPERAR
ESTOQUES MERCADORIAS
ICMS

fato D C fato fato D C fato


8 8.268,75 1.181,25 9 8 1.260,00
13 787,50 472,50 12 13 120,00

9.056,25 1.653,75 1.380,00 -


7.402,50 - 1.380,00 -

IMOBILIZADO MÁQUINAS FORNECEDORES INFORTOTAL


EQUIPAMENTOS SOL. LTDA
fato D C fato fato D C fato
7 8.000,00 8.000,00 7

8.000,00 - - 8.000,00
8.000,00 - - 8.000,00

IMPOSTOS A RECUPERAR IMPOSTOS A RECUPERAR


PIS COFINS

fato D C fato fato D C fato


8 173,25 8 798,00
13 16,50 13 76,00

189,75 - 874,00 -
189,75 - 874,00 -

PROCESSO CONTÁBIL
135

RECEITAS DE VENDAS IMPOSTOS SOBRE VENDA


DE MERCADORIAS ICMS
fato D C fato fato D C fato
2.400,00 9 9 432,00
900,00 12 12 162,00

- 3.300,00 594,00 -

- 3.300,00 594,00 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

OBRIGAÇÕES FISCAIS OBRIGAÇÕES FISCAIS


ICMS A RECOLHER PIS A RECOLHER

fato D C fato fato D C fato


432,00 9 39,60 9
162,00 12 14,85 12

- 594,00 - 54,45
- 594,00 - 54,45

IMPOSTOS SOBRE VENDA IMPOSTOS SOBRE VENDA


PIS COFINS
fato D C fato fato D C fato
9 39,60 9 182,40
12 14,85 12 68,40

54,45 - 250,80 -
54,45 - 250,80 -

OBRIGAÇÕES FISCAIS CUSTO DAS MERCADORIAS


COFINS A RECOLHER VENDIDAS

fato D C fato fato D C fato


182,40 9 9 1.181,25
68,40 12 12 472,50

- 250,80 1.653,75 -
- 250,80 1.653,75 -

Razão Simplificado (Razonetes)


136 UNIDADE IV

DESPESAS ADM. REGISTRO DUPLICATAS A RECEBER


DA SOCIEDADE CLIENTE BOM
fato D C fato fato D C fato
11 550,00 12 900,00 900,00 14

550,00 - 900,00 900,00


550,00 - - -

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPESAS COM
DESPESAS ADM. ALUGUÉIS
VENDAS ALUGUÉIS

fato D C fato fato D C fato


15 1.200,00 15 6.800,00

1.200,00 - 6.800,00 -
1.200,00 - 6.800,00 -
FORNECEDORES - DESPESAS FINANCEIRAS
AGRÍCOLA DEFENSA LTDA DESCONTOS CONCEDIDOS
fato D C fato fato D C fato
1.000,00 13 14 45,00

- 1.000,00 45,00 -
- 1.000,00 45,00 -

CONTAS A PAGAR IMOBILIZADO VEÍCULOS

fato D C fato fato D C fato


8.000,00 15 16 10.000,00

- 8.000,00 10.000,00 -
- 8.000,00 10.000,00 -

PROCESSO CONTÁBIL
137

DESPESAS ADM.
PRO LABORE A PAGAR
HONOR. DIRETORIA
fato D C fato fato D C fato
17 660,00 3.000,00 17 17 3.000,00
17 229,94 3.000,00 17

889,94 6.000,00 3.000,00 -


- 5.110,06 3.000,00 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SALÁRIOS A PAGAR INSS A RECOLHER

fato D C fato fato D C fato


17 464,15 1.000,00 17 17 49,32 660,00 17
17 179,95 81,29 17 900,60 17
49,32 17 464,15 17
1.200,00 17 1.554,43 17
2.233,19 17
644,10 4.563,80 49,32 3.579,18
- 3.919,70 - 3.529,86

DESPESAS COM VENDAS DESPESAS ADM.


HONOR. DIRETORIA SALÁRIOS
fato D C fato fato D C fato
17 3.000,00 17 1.000,00
17 81,29

3.000,00 - 1.081,29 -
3.000,00 - 1.081,29 -

DESPESAS COM VENDAS DESPESAS COM VENDAS


SALÁRIOS COMISSÕES S/VENDAS

fato D C fato fato D C fato


17 1.200,00 17 2.233,19

1.200,00 - 2.233,19 -
1.200,00 - 2.233,19 -

Razão Simplificado (Razonetes)


138 UNIDADE IV

DESPESAS ADM.
IRRF A RECOLHER
ENCARGOS SOCIAIS
fato D C fato fato D C fato
229,94 17 17 900,60
179,95 17 17 86,50

- 409,89 987,10 -
- 409,89 987,10 -

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPESAS ADM. DESPESAS COM VENDAS
13º SALÁRIO 13º SALÁRIO
fato D C fato fato D C fato
17 115,16 17 147,62

115,16 - 147,62 -
115,16 - 147,62 -

DESPESAS COM VENDAS


FGTS RECOLHER
ENCARGOS SOCIAIS
fato D C fato fato D C fato
17 1.554,43 86,50 17
17 274,66 274,66 17

1.829,09 - - 361,16
1.829,09 - - 361,16

PROVISÕES 13º SALÁRIO PROVISÕES - FÉRIAS

fato D C fato fato D C fato


115,16 17 153,55 17
147,62 17 196,82 17

- 262,78 - 350,37
- 262,78 - 350,37

PROCESSO CONTÁBIL
139

DESPESAS COM VENDAS


DESPESAS ADM. FÉRIAS
FÉRIAS
fato D C fato fato D C fato
17 153,55 17 196,82

153,55 - 196,82 -

153,55 - 196,82 -
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

RECEITAS FINANCEIRAS -
JUROS APLIC. FINANC.
fato D C fato
187,36 18

- 187,36
- 187,36

Fonte: o autor

BALANCETE

O Balancete é um relatório preliminar parecido com o Plano de Contas, não


necessariamente precisa ser estruturado, apresenta somente as contas que tive-
ram registros contábeis. Às vezes é denominado Balancete de Verificação, pois
tem como objetivo fornecer informações para verificação dos saldos das contas
e do total das colunas “Saldo Devedor” e “Saldo Credor” para que as correções
possam ser feitas antes da elaboração das demonstrações contábeis. O balancete
já foi muito utilizado quando a contabilidade era feita de forma manual, atual-
mente tem utilização didática (quase que restrita).

Balancete
140 UNIDADE IV

Quadro 41 - Plano de contas

SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Disponível
Caixa
Caixa 1.705,00
Banco c/Movimento

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Banco Bom S/A 3.500,00
Aplicação de Líquidez Imediata
Banco Bom S/A 25.187,36
Valores a Receber
Duplicatas a Receber
Cliente Bom
Impostos a Recuperar
ICMS a Recuperar 1.380,00
PIS a Recuperar 189,75
Confins a Recuperar 874,00
Estoques
Mercadorias 7.402,50
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Imobilizado
Móveis 2.000,00
Veículos 10.000,00
Instalações 30.000,00
Máquinas e Equipamentos 8.000,00

PROCESSO CONTÁBIL
141

SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações por Funcionamento
Fornecedores
Agrícola Defensa Ltda. 1.000,00
Fast Folden Equipamentos Ltda. 30.000,00
Infortotal Soluções Ltda. 8.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Contas a Pagar 8.000,00


Obrigações Trabalhistas e sociais
Salários a Pagar 3.919,70
INSS a Recolher 3.529,86
FGTS a Recolher 361,16
Pro labore a Pagar 5.110,06
Obrigações Fiscais
Impostos de Renda a Recolher 409,89
ICMS a Recolher 594,00
PIS a Recolher 54,45
Cofins a Recolher 250,80
Provisões
13º Recolher 262,78
Férias 350,37
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Capital Subscrito
Kátia Campelo 50.000,00
Mário Castro 50.000,00
(-) Capital a Integralizar
Kátia Campelo 25.000,00
Mário Castro 25.000,00

Balancete
142 UNIDADE IV

SALDO SALDO
CONTAS
DEVEDOR CREDOR
RECEITAS
Receitas Operacionais
Vendas 3.300,00
Receita de Vendas de Mercadorias
Financeiras
Juros de Aplicações Financeiras 187,36
Custos das Vendas / Deduções da Receitas Bruta
Custos das vendas
Custos das Mercadorias Vendidas 1.653,75

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Impostos sobre Vendas
ICMS sobre Vendas 594,00
PIS sobre Vendas 54,45
Cofins sobre Vendas 250,80
DESPESAS
Despesas Operacionais
Despesas Administrativas
Honórarios da Diretoria 3.000,00
Salários e Ordenados 1.081,29
Encargos Sociais 987,10
Aluguéis 1200,00
Registros da sociedade 550,00
13º Salário 115,16
Férias 153,55
Despesas com Vendas
Honorários da Diretoria 3.000,00
Salários e Ordenados 1.200,00
Encargos Sociais 1.829,09
Aluguéis 6.800,00
Comissão sobre venda 2.233,19
13º Salário 147,62
Férias 196,82
Despesas Financeiras
Descontos Concedidos 45,00
TOTAIS 165.330,43 165.330,43
Fonte: o autor.

PROCESSO CONTÁBIL
143

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final de mais uma unidade deste livro. Após a fundamentação con-
ceitual sobre temas importantes da contabilidade e do patrimônio das unidades
II e III, tivemos condições de realizar um processo contábil simulado, onde ana-
lisamos e explicamos cada um dos fatos contábeis, identificamos quais contas
deveriam ser utilizadas para o registro contábil de cada fato descrito e realiza-
mos o lançamento no formato do livro diário e do razão (razonetes).
Muito embora nesta simulação fizemos a contabilização simulada dos fatos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

mais comuns que ocorrem em uma pequena empresa comercial, com somente
dois itens de mercadorias e poucos funcionários, atingimos o objetivo didático
do aprendizado, que foi demonstrar o que ocorre na prática, aprendemos então
como contabilizar os fatos iniciais de uma empresa (capital social e compras de
itens necessários para a estrutura física) e algumas movimentações de merca-
dorias, gerando receitas, custos e despesas, para que você possa ter as primeiras
noções sobre a apuração de resultado e da estrutura patrimonial.
É importante que você tenha segurança quanto ao aprendizado do processo
contábil, sabendo que o seu início é na análise do fato contábil, depois na identi-
ficação das contas contábeis que deverão ser utilizadas, vindo depois o registro
contábil no livro diário e livro razão (razonetes), para ao final elaborar o balancete.
Vimos que o Balancete é um relatório preliminar que apresenta somente
as contas que foram movimentadas e apresentaram saldo. Às vezes, é denomi-
nado Balancete de Verificação, pois tem como objetivo fornecer informações
para verificação dos saldos das contas e do total das colunas “Saldo Devedor” e
“Saldo Credor ” para que as correções possam ser feitas antes da elaboração das
demonstrações contábeis. O balancete é muito útil para fins didáticos, na prá-
tica, às vezes, sua utilização é imperceptível.
Parabéns pelo aprendizado de mais uma etapa essencial no estudo da con-
tabilidade. Seguiremos na próxima unidade. Vamos em frente!

Considerações Finais
144

AJUSTE A VALOR PRESENTE


Vamos conhecer um pouco sobre o Ajuste a Valor Presente?
NBC TG 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE.
Objetivo
1. O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos básicos a serem observados quan-
do da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo quan-
do da elaboração de demonstrações contábeis, dirimindo algumas questões contro-
versas advindas de tal procedimento, do tipo:
a) Se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tão-somente a fluxos de caixa
contratados ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados
ou esperados.
b) Em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e pas-
sivos, se no momento de registro inicial de ativos e passivos, se na mudança da
base de avaliação de ativos e passivos, ou se em ambos os momentos.
c) Se passivos não contratuais, como aqueles decorrentes de obrigações não forma-
lizadas ou legais, são alcançados pelo ajuste a valor presente.
d) Qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os cuida-
dos necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés.
e) Qual o método de alocação de descontos (juros) recomendado.
f ) Se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais.
2. A utilização de informações com base no valor presente concorre para o incremento
do valor preditivo da Contabilidade; permite a correção de julgamentos acerca de
eventos passados já registrados; e traz melhoria na forma pela qual eventos presen-
tes são reconhecidos. Se ditas informações são registradas de modo oportuno, à luz
do que prescreve a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, em seus itens 26 e 28, ob-
têm-se demonstrações contábeis com maior grau de relevância – característica qua-
litativa imprescindível.
3. Deve-se sempre atentar do mesmo modo para a confiabilidade, outra característica
qualitativa imprescindível prevista na citada NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, em
seus itens 31 e 32. Nesse particular, o uso de estimativas e julgamentos acerca de
eventos probabilísticos deve estar livre de viés. As premissas, os cálculos levados a
efeito e os modelos de precificação utilizados devem ser passíveis de verificação por
terceiros independentes, o que requer que a custódia dessas informações seja feita
145

com todo o zelo e sob condições ideais. Para que terceiros independentes possam
chegar a resultados similares ou aproximados daqueles produzidos pelo prestador
da informação, condição essencial para o atributo confiabilidade, torna-se imperativo
que o processo na origem seja conduzido com total neutralidade.
Alcance
4. Esta Norma trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com
detalhes questões de reconhecimento. É importante esclarecer que a dimensão con-
tábil do “reconhecimento” envolve a decisão de “quando registrar” ao passo que a di-
mensão contábil da “mensuração” envolve a decisão de “por quanto registrar”. A NBC
TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresenta-
ção das Demonstrações Contábeis, em seu item 82, assim define reconhecimento:
“Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou
à demonstração do resultado um item que se enquadre na definição de um elemento
e que satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 83. Envolve a
descrição do item, a atribuição do seu valor e a sua inclusão no balanço patrimonial
ou na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconheci-
mento devem ser registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A falta de
reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis
adotadas nem pelas notas ou material explicativo.”
5. Nesse sentido, na presente Norma determina-se que a mensuração contábil a valor
presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Apenas em
certas situações excepcionais, como a que é adotada numa renegociação de dívida
em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente deve ser aplicado
como se fosse nova medição de ativos e passivos. É de se ressaltar que essas situações
de nova medição de ativos e passivos são raras e são matéria para julgamento daque-
les que preparam e auditam demonstrações contábeis, vis-à-vis normas específicas.
[...]
Efeitos fiscais
29. Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não
deve ser líquida de efeitos fiscais e, sim, antes dos impostos.
30. No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ati-
vos e passivos ajustados a valor presente, essas diferenças temporárias devem receber o
tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensura-
ção de imposto de renda e contribuição social diferidos.
Fonte: Resolução CFC: Ajuste a Valor Presente de 23 de janeiro de 2009.
146

1. Conforme a ITG 2000, a escrituração contábil deve seguir algumas formalidades,


que são apresentadas nos itens 5 e 6 da referida norma. Com base nisso, assinale
a alternativa com contempla em todos os exemplos itens que devem conter na
escrituração:
a. Ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas.
b. Idioma e em moeda corrente nacionais.
c. Data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu.
d. Base em documentos de origem externa ou interna.
e. Elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

2. Supondo a seguinte operação: compra de mercadorias a prazo por R$45.000,00,


sendo pago 30% em dinheiro e o restante para 30 dias. A contabilização correta é:
a. Débito de estoque R$45.000,00; Crédito de caixa R$13.500,00; Crédito de Forne-
cedores R$31.500,00.
b. Crédito de estoque R$45.000,00; Débito de caixa R$13.500,00; Débito de Forne-
cedores R$31.500,00.
c. Débito de estoque R$31.500,00; Débito de caixa R$13.500,00; Crédito de Forne-
cedores R$45.000,00.
d. Débito de estoque R$15.000,00; Crédito de caixa R$31.500,00; Crédito de Forne-
cedores R$45.000,00.
e. Crédito de estoque R$45.000,00; Crédito de caixa R$13.500,00; Débito de Forne-
cedores R$31.500,00.

3. O proceso contábil é realizado de acordo com algumas formalidades legais. Des-


creva estas formalidades.

4. O que importa para a gestão empresarial são as informações contidas nas de-
monstrações contábeis, nesta unidade vimos uma etapa anterior a elaboração
das demonstrações, o processo contábil. Descreva as etapas do processo con-
tábil.

5. O Razão analítico ou o Razonete mostra o saldo de cada conta patrimonial ou de


resultado movimentada no período, explique qual a interação que ocorre entre
o Razão (razonete) e o Balancete.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Contabilidade geral
Antônio Eustaquio Baptista e Eugênio Celso Gonçalves
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro apresenta uma visão geral da
contabilidade abordando os principais conteúdos iniciais
da contabilidade: conceitos fundamentais de contabilidade,
operações com mercadorias, demonstrações financeiras e
princípios de contabilidade.

Plano de Contas
Link: <http://www.manoel.pro.br/planodecontas.pdf>

Material Complementar
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades


por ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.
htm>. Acesso em: 15 ago. 2015.
______. Resolução CFC. NBC TG 12 Ajuste a Valor Presente, de 23 de janeiro de
2009. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1151.doc>.
Acesso em: 13 fev. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 1151, de 23 de janeiro
de 2009. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1151.doc>.
Acesso em: 16 ago. 2015.
______. Resolução n.º 1330, de 22 de março de 2011. Aprova a ITG 2000 - Escri-
turação Contábil. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1330.doc>
Acesso em: 17 ago. 2015.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 12.
Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/219_CPC_12.
pdf>. Acesso em: 10 set. 2015.
______. Pronunciamento Técnico CPC 27. Disponível em: <http://static.cpc.media-
group.com.br/Documentos/316_CPC_27_rev%2006.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015.
149
GABARITO

1. c) Data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu.


2. a) Débito de estoque R$45.000,00; Crédito de caixa R$13.500,00; Crédito de For-
necedores R$31.500,00.
3. A escrituração deve ser executada: em idioma e em moeda corrente nacionais;
em forma contábil; em ordem cronológica de dia, mês e ano; com ausência de
espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e com base em
documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que
comprovem ou evidenciem fatos contábeis. Os registros contábeis deverão con-
ter: data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;
conta devedora; conta credora; histórico que represente a essência econômica
da transação ou o código de histórico padronizado, neste caso, baseado em ta-
bela auxiliar inclusa em livro próprio; valor do registro contábil; e informação
que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um
mesmo lançamento contábil.
4. A partir dos fatos contábeis ou administrativos ocorridos no período faz-se o
registro contábil no livro diário, no livro razão e elabora-se o balancete.
5. O balancete é um resumo dos registros do Razão ou Razonete e demonstra a
identificação da conta e o saldo de cada conta.
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima

DEMONSTRAÇÕES

V
UNIDADE
CONTÁBEIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as características qualitativas para a elaboração das
demonstrações contábeis.
■■ Entender as etapas para elaboração da Demostração de Resultado.
■■ Compreender a estrutura do Balanço Patrimonial.
■■ Saber a finalidade de cada uma das demais demonstrações.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Características qualitativas das demonstrações
■■ Demonstração do resultado
■■ Balanço Patrimonial
■■ Outras Demonstrações
153

INTRODUÇÃO

A contabilidade elabora as demonstrações contábeis, que são resultantes do pro-


cesso contábil, que considera todos os fatos contábeis que ocorreram no período.
Esses fatos são contabilizados com observância dos princípios contábeis e nor-
mas brasileiras de contabilidade.
Na elaboração das demonstrações, é necessário considerar as suas caracterís-
ticas qualitativas, tanto as fundamentais − relevância e representação fidedigna
− quanto as de melhoria − comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

compreensibilidade.
Se a contabilidade é um processo que comunica informações contábil-fi-
nanceiras que sejam úteis aos seus usuários, sejam eles internos ou externos,
podemos ter como primícias que essas informações sejam relevantes e represen-
tem com fidedignidade a situação da empresa. Para que realmente a informação
tenha utilidade, é desejável que seja, além de relevante e fidedigna, comparável,
verificável, tempestiva e compreensível.
Nesta unidade, vamos estudar, além das características qualitativas das
demonstrações, a finalidade e a estrutura de cada demonstração, fazendo com
que você relembre e tenha condições de ampliar os seus conhecimentos sobre
esse assunto essencial para a formação do bacharel em contabilidade.
Vamos começar pela Demonstração de Resultado, depois partiremos para
o Balanço Patrimonial e estudaremos também a Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração do
Fluxo de Caixa e também vamos aprender sobre as Notas Explicativas.
Além do aspecto teórico e conceitual de cada demonstração, você verá tam-
bém o aspecto prático de cada demonstração, elaborado a partir do processo
contábil em que com base no Balancete de Verificação, assim você verá o reflexo
do processo contábil nas demonstrações.
Importante lembrar que todos os gestores precisam entender as demonstra-
ções contábeis, para fazer uso delas para tomada de decisões.

Introdução
154 UNIDADE V

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS


DEMONSTRAÇÕES

As características qualitativas fundamentais e as de melhorias fazem com que as


demonstrações contábeis possam servir de base precisa para a tomada de uma
decisão. No entanto, antes dessas características, é necessário considerar um
pressuposto fundamental: a essência sobre a forma, pois todo o processo contá-
bil bem como a elaboração das demonstrações deve considerar o que realmente
ocorreu e não simplesmente o que está escrito.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os usuários têm interesses distintos nas informações contábeis, enquanto o
interesse dos usuários internos está diretamente ligado à gestão da empresa, os
usuários externos têm interesses bem diversificados, por isso devemos preparar
as demonstrações de acordo com os princípios e normas contábeis, pois assim
estaremos atendendo às necessidades comuns da maioria deles.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) − aprovou pela Resolução, nº
1.374/11, a NBC TG Estrutura Conceitual que “estabelece os conceitos que fun-
damentam a elaboração e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas
a usuários externos”.
Quadro 1 - Finalidade da Estrutura Conceitual

Finalidade da Estrutura Conceitual


Proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação das
normas, das interpretações e dos comunicados técnicos.
Dando suporte Auxiliando
Os responsáveis pela elaboração das de-
Ao desenvolvimento de novas normas. monstrações contábeis na aplicação das
normas.
Os auditores independentes a formar sua
À promoção da harmonização das
opinião sobre a conformidade das demons-
regulações, normas e procedimentos
trações contábeis com as normas, interpreta-
contábeis.
ções e comunicados técnicos.
Os usuários das demonstrações contábeis na
Aos órgãos reguladores nacionais.
interpretação de informações nelas contidas.
Fonte: adaptado de CFC (2011).

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
155

Nessa Estrutura Conceitual estão as características qualitativas da informação


contábil-financeira útil, na qual, em resumo, diz que para a informação ser útil é
fundamental que seja relevante e fidedigna e será ainda melhor se for compará-
vel, verificável, tempestiva e compreensível. Além disso, é necessário considerar
a restrição de custo na elaboração e divulgação das informações.
Quadro 2 - Características Qualitativas da Informação Contábil-Financeira Útil

Características Qualitativas da Informação Contábil-Financeira Útil


Fundamentais Melhoria
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Comparabilidade
Relevância
Verificabilidade
Tempestividade
Representação Fidedigna
Compreensibilidade
Restrição de custo na elaboração e divulgação das informações
Fonte: o autor.

Essas características estão embasadas em um pressuposto básico que é a Essência


sobre a Forma, isso não foi nem relacionado como característica por ser a razão
de tudo existir. Não é possível falar em características sem pensar que todo o
processo contábil e consequente elaboração das demonstrações com as infor-
mações contábeis e financeiras consideram a essência sobre a forma, pois o que
realmente acontece deve ser registrado, não o que está formalmente escrito.

CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS

Relevância

Conforme o CFC 2011, é considerada informação contábil-financeira relevante


“aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos
usuários”. Para fazer diferença para a tomada de decisões, deve ter valor pre-
ditivo, valor confirmatório ou ambos. Quando podemos utilizar a informação

Características Qualitativas das Demonstrações


156 UNIDADE V

contábil-financeira como dado de entrada em processos para predizer futuros


resultados, podemos dizer que tem valor preditivo. Quando a informação con-
tábil-financeira serve de feedback, retroalimentando avaliações prévias, podemos
dizer que tem valor confirmatório. Tanto o valor preditivo quanto o confirma-
tório estão inter-relacionados.

Representação fidedigna

Segundo CFC 2011, “para ser útil, a informação contábil-financeira não tem

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que ser somente relevante, tem também que representar com fidedignidade o
fenômeno que se propõe representar”. Para que a representação da realidade
seja perfeitamente fidedigna, precisa ter três atributos: ser completa (ter toda
a informação necessária para a compreensão do usuário), neutra (sem viés na
apresentação, sem distorções) e livre de erro (a informação não tem erros ou
omissões, o processo utilizado na produção da informação foi livre de erros).

CARACTERÍSTICAS DE MELHORIA

Comparabilidade

De acordo com CFC 2011, a informação será mais útil se houver a possibili-
dade de comparação com outras entidades ou com outros períodos da mesma
entidade. As informações contábil-financeiras devem permitir que os usuários
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.

Verificabilidade

Quando os usuários conseguem verificar se a informação representa fidedigna-


mente os fatos acontecidos, há maior segurança na utilização das informações.
Algumas informações podem ser verificadas por uma contagem, outras, por um
modelo, fórmula ou uma técnica de amostragem.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
157

Tempestividade

É necessário ter informação disponível no tempo certo para influenciar diretamente


as decisões tomadas, quanto mais recente, maior utilidade tem uma informação.

Compreensibilidade

Essa característica não quer dizer que todos irão compreender as informações
contábil-financeiras, uma vez que será necessário um conhecimento razoável
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do mundo dos negócios e de atividades econômicas, mas as informações não


podem privar os usuários de explicações para fatos potencialmente complexos.
As informações devem ser comunicadas com a maior clareza e concisão possí-
veis, tornando-se compreensíveis.

Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório con-


tábil-financeiro útil

Aqui tratamos da apuração do custo na geração da informação, isso não quer


dizer que não devemos elaborar e divulgar os relatórios contábil-financeiros de
acordo com as características qualitativas fundamentais e, se possível, com as de
melhoria também. O que deve ser considerado é o custo-benefício de informações
adicionais, deve ser avaliada a necessidade dessas informações aos seus usuários.

Não podemos justificar que uma determinada informação não foi gerada
pelo fato de o custo ser muito alto, pois muitas informações dependem da
mesma estrutura física e pessoal para sua geral, além disso, a restrição de
custo aqui estudada trata de custo-benefício. Para saber se o custo é maior
do que o benefício gerado, é necessário evidenciar por meio de tabelas
comparativas, mas isso não é tão simples, por isso é sempre recomendável
gerar todas as informações necessárias aos usuários, somente não gerar as
desnecessárias ou não obrigadas por lei.
Fonte: os autores.

Características Qualitativas das Demonstrações


158 UNIDADE V

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), como o próprio nome já


evidencia, tem a função primordial de apresentar a situação econômica de uma
instituição, seja Lucro ou Prejuízo. Trata-se de um relatório contábil apurado de
forma vertical, por meio do qual são deduzidas das vendas brutas da empresa
todas as deduções pertinentes(custos e despesas) para apurar o resultado líquido.
A demonstração a seguir é resultante do processo contábil da empresa KCMC
desenvolvido na unidade IV.

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Quadro 3 - Demonstração do Resultado da empresa KCMC

KCMC COMÉRCIO DE INSUMOS AGRÍCOLAS LTDA


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO MÊS 03/X1
(=) RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.300,00
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA -899,25
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.400,75
(-) CUSTO DAS VENDAS -1.653,75
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO 747,00
(-) DESPESAS OPERACIONAIS -22.493,82
DESPESAS ADMINSTRATIVAS -7.087,10
DESPESAS COM VENDAS -15.406,72
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES RES. FINANCEIRO -21.746,82
(-) DESPESAS FINANCEIRAS -45,00
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 187,36
(=) RESULTADO ANTES DA CSLL E IRPJ -21.604,46
(=) RESULTADO (PREJUÍZO) LÍQUIDO -21.604,46

Fonte: o autor.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
159

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

A Receita é denominada operacional porque decorre das operações da empresa


e é denominada bruta, porque é o valor mais vultuoso do resultado, dela são
retirados os custos e despesas para apuração do resultado. Classificam-se como:
Vendas de Mercadorias, Vendas de Produtos e Vendas de Serviços, dependendo
de qual é a atividade que a empresa desenvolve.

Deduções da receita operacional bruta


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Alguns valores são cobrados dos clientes nas vendas de produtos, mercadorias
ou serviços, mas na realidade não contribuem de forma positiva para apuração
do resultado e por isso são deduzidos da receita bruta, chamamos estes valores
de Deduções da receita operacional bruta:
■■ Descontos e abatimentos – são valores que compõem a receita bruta, mas
não serão recebidos do cliente por liberalidade da empresa, tais como
promoções.
■■ Devoluções de venda – ocorre quando o cliente devolve os produtos ou
mercadorias por quaisquer motivos, como o valor da venda frustrada foi
considerado no valor da receita bruta, precisamos deduzir, para calcular-
mos a receita líquida da empresa.
■■ Impostos Incidentes sobre as Vendas: são valores que a empresa está obri-
gada a recolher ao fisco sobre as suas vendas brutas, reduzindo assim o
seu valor, como ICMS, PIS, COFINS, IPI e ISS.

Custos operacionais

Os custos são denominados operacionais porque estão diretamente ligado às


operações da empresa, quando a empresa vende seus ativos (estoques) obtém a
receita com as vendas, mas ao mesmo tempo ocorrem os custos das vendas, pois
se o bem de propriedade da empresa foi vendido, deverá ser baixado dos estoques.

Demonstração do Resultado
160 UNIDADE V

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): cada empresa apura o seu CMV –
Custo das Mercadorias Vendidas − mediante a utilização das Fichas de Controles
de Estoques e em obediência ao critério de estoques adotado.
Custo dos Serviços Prestados (CSP): são todos os valores desembolsados
pela empresa para a execução do serviço, os quais são necessários para a obten-
ção das receitas oriundas desses serviços.
Custo dos Produtos Vendidos (CPV): representa o Custo do produto que
foi industrializado na empresa e vendido.
Importante destacar que da Receita Operacional Líquida, se deduz os Custos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Operacionais para obter o Resultado Operacional Bruto ou Lucro Operacional
Bruto, o qual sofrerá as deduções das Despesas Operacionais.

Despesas operacionais

Segundo Iudícibus e Marion (2002, p. 199):


As Despesas Operacionais constituem-se das despesas pagas ou incor-
ridas para vender produtos e administrar a empresa; e dentro do con-
ceito da Lei nº 6.404-76, abrangem também as despesas líquidas para
financiar suas operações; os resultados líquidos das atividades acessó-
rias da empresa são também considerados operacionais.

O art. 187, da Lei n.º 6.404/76, estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão
deduzidas as “despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais” (BRASIL, 1976).
Ø Despesas com Vendas
Ø Despesas Administrativas
Ø Despesas Financeiras
Ø ( - ) Receitas Financeiras

Importante destacar que, do Resultado Operacional Bruto, deduz-se as Despesas


Operacionais para obter Resultado Antes dos Impostos sobre o Lucro, o qual
serão calculados o Imposto de Renda da Pessoas Jurídica (IRPJ) e a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Empresas com prejuízo apurado não esta-
rão recolhendo os impostos anteriormente citados.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
161

Para finalizar, não podemos esquecer que o resultado final obtido com a
Demonstração do Resultado do Exercício, seja Lucro ou Prejuízo, será transferido
para o Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio Líquido como “Lucros ou
Prejuízos Acumulados”. No entanto, deve-se reforçar que, segundo a lei 6.404/76
(BRASIL, 1976), com suas posteriores atualizações, não se deve ter mais saldo na
conta Lucros Acumulados (patrimônio líquido), portanto deve-se distribuir o
lucro para as reservas ou como dividendos para os acionistas, contudo, durante
o ano, é possível que essa conta tenha saldo e vá acumulando o lucro durante o
ano, mas no final do ano (31/12) não deve ter saldo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira obrigatória, segundo a Lei


6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações (BRASIL, 1976), com alterações posterio-
res, que corresponde a um dos relatórios mais importantes no processo decisório,
podendo ser comparado de forma figurativa a “fotografia” de uma empresa em
uma determinada data.
O Balanço Patrimonial reflete a posição da estrutura patrimonial em deter-
minada data (na maioria das vezes 31/12), é um relatório que informa a descrição
e o valor de cada um dos elementos patrimoniais do ativo, passivo e patrimô-
nio líquido. Podemos defini-lo como a representação estática do patrimônio de
uma entidade.
O fato do balanço patrimonial evidenciar o valor do patrimônio em uma
determinada data implica que, no momento seguinte, um novo fato poderá alte-
rar este balanço, positiva ou negativamente.

Balanço Patrimonial
162

Quadro 4 - Balanço patrimonial

KCMC Comércio de Insumos Agrícolas Ltda


BALANÇO PATRIMONIAL levantado em 31/03/X1
ATIVO 90.238,61 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 90.238,61
UNIDADE

CIRCULANTE 40.238,61 PASSIVO 61.843,07


V

Disponibilidades 30.392,36 CIRCULANTE 61.843,07


Caixa e equivalente de caixa 30.392,36 Obrigações por Funcionamento 47.000,00

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Valores a Receber 2.443,75 Obrigações Trabalhistas e Sociais 12.920,78
Impostos a Recuperar 2.443,75 Obrigações Fiscais 1.309,14
Estoques 7.402,50 Obrigações por Financiamento
Mercadorias 7.402,50 Provisões Trabalhistas 613,15

NÃO CIRCULANTE 50.000,00 NÃO CIRCULANTE 0,00


Realizável a Longo Prazo 0,00 Obrigações por Funcionamento
Cliente 0,00 Obrigações por Funcionamento
Imobilizado 50.000,00
Móveis 2.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 28.395,54
Veículos 10.000,00 Capital Social 50.000,00
Instalações 30.000,00 Capital Subscrito 100.000,00
Máquinas e equipamentos 8.000,00 (-) Capital a Integralizar -50.000,00
Prejuízo Acumulado -21.604,46
Prejuízo do período -21.604,46
Fonte: o autor.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
163

ATIVO

“Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos pas-


sados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a
entidade” (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBIL, 2008, p. 16). A
principal característica que se pode visualizar em um Ativo é o benefício futuro
que pode advir desse bem. De forma simples, costumeiramente atribui-se a bens
e direitos da empresa o conceito de Ativo, sendo assim, todos os bens e direitos
que a empresa detém são seus ativos, como veículos, dinheiro, móveis, imóveis,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

máquinas etc.
Poderão ocorrer casos em que a empresa possua em seu imobilizado uma
máquina sem vida útil, sem capacidade instalada, não podendo gerar qualquer
benefício presente ou futuro para essa entidade, nesse caso, não será conside-
rado esse bem um Ativo, devendo, portanto, ser retirado do Ativo.

Circulante

Representa todos os Bens e Direitos considerados como Ativo da empresa e que


podem vir a se transformar em dinheiro no chamado curto prazo, ou seja, até
o término do exercício social seguinte. Esse grupo também é conhecido como
“Capital de Giro” da entidade, e como o próprio nome expressa, contribuirá para
o giro, a realização das atividades necessárias da entidade.

Não Circulante

Corresponde aos bens ou direitos que se converterão em dinheiro após o final


do exercício seguinte (Realizável a Longo Prazo) e é composto também pelos
recursos destinados à atividade empresarial, sejam bens, investimento em ações
ou quotas, partes de outras empresas ou bens imateriais, como registro da marca.

Balanço Patrimonial
164 UNIDADE V

Formam o Ativo Não circulante os seguintes subgrupos:


■■ Ativo Realizável a Longo Prazo.
■■ Investimentos.
■■ Imobilizado.
■■ Intangível.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Muitas contas que constam no Ativo Circulante também constam no sub-
grupo Realizável a Longo Prazo (RLP). Pense comigo: quais contas jamais
constarão no RLP?

PASSIVO

Como já apresentado nos módulos anteriores e de conhecimento comum, o pas-


sivo representa todas as obrigações que uma empresa possui com terceiros, é
também conhecido como Capital de Terceiros ou Obrigações Exigíveis.
No passivo, as contas serão dispostas em ordem crescente de exigibilidades,
registradas nos seguintes grupos:

Circulante

No passivo circulante são classificadas as dívidas a pagar a curto prazo, isso quer
dizer, vencíveis ou exigíveis até o final do exercício social seguinte. Como visto
na constituição da sociedade, é determinado qual será o dia de encerramento
do exercício social, que normalmente é 31/12, para que seja possível a compati-
bilidade com o encerramento do exercício fiscal.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
165

Não Circulante

Neste grupo de contas são registradas as obrigações que serão exigidas a partir
do final do exercício social seguinte, assim sendo, o subgrupo que normalmente
tem uma participação maior nesse grupo é o dos empréstimos e financiamen-
tos, por ser a principal fonte de recurso a longo prazo.
A cada período, uma parte da dívida a longo prazo vai sendo transferida para
o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo, portanto, os pagamentos
são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, ou seja, aque-


les valores remanescentes de suas atividades que pertencem aos seus sócios.
Exatamente pelo pertencimento desses valores aos proprietários das entidades,
tal patrimônio também é conhecido como Capital Próprio ou Obrigações não
Exigíveis.
A empresa possui uma obrigação com os seus sócios, exatamente o valor do
seu Patrimônio líquido, porém estes não poderão exigir o seu recebimento, pois
estariam contribuindo para a sua extinção.
As contas pertencentes ao Patrimônio Líquido estão distribuídas nos seguin-
tes grupos:
■■ Capital social.
■■ Reservas de capital.
■■ Reservas de lucros.
■■ Ações em tesouraria.
■■ Prejuízos acumulados.

Balanço Patrimonial
166 UNIDADE V

O Ativo é subdividido em dois grandes grupos:


Ativo circulante.
Ativo não circulante.
Essa nova divisão passa a vigorar no Brasil a partir da alteração da Lei n.
6.404/76 feita pela Lei n. 11.941/2009.
A seguir, transcrevemos o texto da lei n. 6.404/76 (art. 178, §1º):
“no ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liqui-
dez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, inves-
timentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).”
Essa nova subdivisão do ativo teve como objetivo compatibilizar a apresen-
tação do balanço Patrimonial no Brasil com as normas internacionais e, desta
forma, torna-lo compreensível pela comunidade internacional de negócios.
Fonte: Montoto (2015).

OUTRAS DEMONSTRAÇÕES

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL

Demonstração responsável por evidenciar toda a situação do Patrimônio Líquido


da empresa. Como já apresentado de forma detalhada no Balanço Patrimonial,
todo acréscimo ou diminuição de qualquer uma das contas do Patrimônio Líquido
é evidenciado por esse relatório contábil.
Por se tratar de uma demonstração que abrange todo o Patrimônio Líquido,
a DMPL inclui também toda a movimentação da conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados, motivo pelo qual se pode dizer que a DMPL contém a DLPA –
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
167

Quadro 5 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

KCMC Comércio de Insumos Agrícolas Ltda.


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido de 01 a 31/03/X1
Lucros / Total
Capital Reservas de Reservas de
DESCRIÇÃO Prejuízos Patrimônio
Social Capital Lucro
Acumulados Líquido
Saldo Inicial 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ajustes de Exercícios
Anteriores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Saldo Ajustado
Lucro/Prejuízo do Período -21.604,46 -21.604,46
Destinações
Dividendos
Juros sobre Capital
Próprio
Outras Destinações
Aumento/Redução do
50.000,00 50.000,00
Capital Social
Saldo Final 50.000,00 -21.604,46 28.395,54

Fonte: o autor.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória no Brasil a


partir da lei 11.638/07. Em outros países, essa demonstração é obrigatória há muito
tempo, então, no Brasil, a inserção dessa demonstração como obrigatória permitiu
um avanço da contabilidade em busca da convergência às normas internacionais.
Contudo o art. 176, da lei 6.404/76, destaca em seu §6º que “a companhia
fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demons-
tração dos fluxos de caixa”, portanto, se a companhia fechada tiver menos de
R$2.000.000,00 de PL, não será obrigada a apresentar DFC.

Outras Demonstrações
168 UNIDADE V

Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 440):


o objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é
prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos,
em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante um determinado pe-
ríodo.

O conceito de caixa na DFC são os valores disponíveis em caixa, depósitos bancá-


rios disponíveis e aplicações financeiras de curto prazo, alta liquidez, que podem
ser conversíveis em um montante conhecido de caixa e que não estão sujeitas a
severas mudanças de valor (CPC, 2008).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A DFC tem suas operações classificadas em três grupos: Atividades
Operacionais, Atividades de Investimento e Atividades de Financiamento. A
seguir, veremos quais as definições de atividades operacionais, de investimento
e de financiamento expostas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
em seu Pronunciamento 03, que fala sobre as Demonstrações dos Fluxos de Caixa.
Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de re-
ceita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e
de financiamento. Atividades de investimento são as referentes à aqui-
sição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não
incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são
aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do
capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como
atividade operacional (CPC, 2008, p. 4).

A DFC pode ser elaborada de duas maneiras: pelo Método Direto ou Método
Indireto.
O Método Indireto “faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado
pelas operações, por isso é também chamado de método da reconciliação”
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007, p. 445).
O Método Direto “explica as entradas e saídas brutas de dinheiro dos prin-
cipais componentes das atividades operacionais, como os recebimentos pelas
vendas de produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados”
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007, p. 445).

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
169

No método direto, podemos verificar com maior facilidade os valores gastos


com compras e vendas dos produtos da empresa. O método direto apresenta-se
com uma grande vantagem para explicar o saldo de caixa em períodos em que
a empresa tenha um bom lucro, mas que o caixa esteja reduzido ou a empresa
apresente dificuldades de caixa.

DEMONSTRAÇÃO DOS VALORES ADICIONADOS – DVA


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) se tornou obrigatória no Brasil a


partir da atualização da lei 11.638/07 para as companhias abertas. A DVA “[...]
constitui uma importante fonte de informações sobre a capacidade de geração
de valor e à forma de distribuição das riquezas de cada empresa” (IUDÍCIBUS;
MARTINS; GELBCKE, 2007, p. 501).
Seu objetivo é evidenciar tanto a geração do valor econômico agregado pelos
produtos e serviços oferecidos pela empresa como a sua distribuição. O valor
agregado é considerado a diferença entre o valor da venda dos produtos, mer-
cadorias e serviços e os insumos e serviços adquiridos de terceiros.
A distribuição do valor agregado compreende os valores incorridos com os
funcionários, os impostos, taxas e contribuições, os juros incorridos e os divi-
dendos distribuídos.

NOTAS EXPLICATIVAS

O Pronunciamento sobre a estrutura conceitual para a elaboração e apresentação


das demonstrações contábeis do CPC (2009) apresenta, como um importante
ponto a ser destacado, a referência as Notas Explicativas, o qual, em seu pará-
grafo 21, cita que:

Outras Demonstrações
170 UNIDADE V

As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas,


quadros suplementares e outras informações. Por exemplo, poderão
conter informações adicionais que sejam relevantes às necessidades
dos usuários sobre itens constantes do balanço patrimonial e da de-
monstração do resultado. Poderão incluir divulgações sobre os riscos e
incertezas que afetem a entidade e quaisquer recursos e/ou obrigações
para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no
balanço patrimonial (tais como reservas minerais). Informações sobre
segmentos industriais ou geográficos e o efeito de mudanças de preços
sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a forma de infor-
mações suplementares.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sendo assim, a empresa deve divulgar em notas explicativas outras informações
que sejam pertinentes e possam agregar mais informações ou detalhes sobre os
valores demonstrados no Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado
do Exercício.
Por exemplo, normalmente as empresas demonstram no Balanço Patrimonial
o valor total dos estoques, no entanto é necessário que, para uma maior presta-
ção de informação ao usuário, a empresa evidencie em notas explicativas como
está composto essa conta de estoque, qual a quantidade de mercadorias (comér-
cio) que está sob a posse de terceiros e a parte que está com a empresa. No caso
da indústria, evidenciando-se quanto do estoque é de matéria-prima, quanto é
de produtos em processo e qual a quantidade de produtos acabados.

As notas explicativas têm como objetivo detalhar e explicar informações das


demonstrações. Qualquer pessoa sem formação em gestão compreenderá
as demonstrações com base nas notas explicativas?

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
171

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade aprendemos que as demonstrações contábeis são elaboradas com a


obrigatoriedade de observação e cumprimento dos princípios contábeis e normas
brasileiras de contabilidade. Após a elaboração, as demonstrações são subme-
tidas à auditoria, para fazer diversos procedimentos e dar o parecer sobre elas.
Aprendemos no início desta unidade que devemos considerar as caracte-
rísticas qualitativas das informações contábil-financeiras, tanto as fundamentais
− relevância e representação fidedigna − quanto as de melhoria e restrição − com-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

parabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.


Para que as informações geradas pela contabilidade sejam comunicadas
para que os gestores as utilizem para tomada de decisões, além das característi-
cas fundamentais − relevância e representação fidedigna −, devemos considerar
também a característica de melhoria na tempestividade, pois uma informação
certa no momento errado para nada serve, além disso, as outras características
de melhoria devem ser observadas para melhor auxiliar os usuários.
Estudamos nesta unidade, além das características qualitativas das demons-
trações, a finalidade e a estrutura de cada demonstração, fazendo com que você
relembre e tenha condições de ampliar os seus conhecimentos sobre esse assunto
essencial para a formação do bacharel em contabilidade.
Se você faz parte da gestão empresarial, principalmente como gestor finan-
ceiro, recomendo que você aprofunde os estudos sobre cada uma das seguintes
demonstrações: Demonstração de Resultado; Balanço Patrimonial; Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração do Valor Adicionado;
Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto e direto, pois, dessa
forma, você poderá utilizá-las de modo correto, tomando decisões mais assertivas.
O próximo passo é a análise dessas demonstrações, que utiliza indicadores
para medir a situação da empresa.
Obrigado por me permitir compartilhar com você estes momentos precio-
sos de estudo.
Vamos em frente! Sucesso!

Considerações Finais
172

Recursos Empresariais
Os recursos utilizados pela gestão empresarial têm duas fontes possíveis: sócios e tercei-
ros. Temos algumas formas de analisar esses recursos: quanto à remuneração e quanto
à responsabilidade. Os terceiros têm interesse na remuneração dos recursos e no recebi-
mento deles, enquanto os sócios da empresa são responsáveis pela sociedade no valor
do montante de recursos investidos nela.
O capital próprio é composto pelos elementos que fazem parte do patrimônio líquido
e abrange o capital inicial (capital social) investido pelos proprietários bem como suas
variações, que são compostas pelos lucros, quando positivas, ou pelos prejuízos, quan-
do negativas.
O capital de terceiros corresponde a todas as dívidas ou obrigações exigíveis que a em-
presa possui e, portanto, possui também a obrigação de quitá-las em um determinado
momento, quando do seu vencimento.
Costumamos ouvir que não é bom ter dívidas, porém em determinados momentos se
faz necessário e o uso eficiente dos capitais de terceiros pode trazer inúmeros benefícios
à empresa. Os recursos de terceiros (dívidas ou obrigações) permitem que a rentabilida-
de do negócio seja maior do que seria somente com a utilização de recursos próprios,
então podemos afirmar que dívida é coisa boa, mas isso acontece desde que o retorno
do investimento feito na empresa com os recursos de terceiros seja maior do que o cus-
to dos recursos.
O capital de terceiros representa os investimentos feitos na empresa, com recursos pro-
venientes de terceiros. Nesse contexto, terceiros significa o conjunto de pessoas físicas
ou jurídicas com que a empresa tem dívidas: funcionários (salários), bancos (emprésti-
mos bancários), governo (impostos), fornecedores de mercadorias (fornecedores) etc.
O passivo exigível representa o endividamento da empresa e seu crescimento descon-
trolado pode levar a empresa a ter sérios problemas em honrar seus compromissos, le-
vando-a à falência.
O Capital total à disposição da empresa corresponde aos capitais próprios mais os capi-
tais de terceiros, os quais estão à disposição (disponíveis no ativo) ou investidos no ativo
em forma de bens e direitos. Sendo assim, podemos dizer que o capital é o conjunto de
valores disponíveis pela empresa em um determinado momento.
Todos os recursos que entram em uma empresa, passando pelo passivo (capitais de ter-
ceiros) e pelo patrimônio líquido (capital próprio), representam as origens de recursos
que, por sua vez, são investidos no ativo, que representam as aplicações.
Fonte: os autores.
173

1. Nesta unidade vimos que as características qualitativas fundamentais e as de


melhorias fazem com que as demonstrações contábeis possam servir de base
precisa para a tomada de uma decisão. Conforme a NBCTG Estrutural Conceitual,
a finalidade da estrutura é:
a. Proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na for-
mulação das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos.
b. Não dar suporte ao desenvolvimento de novas normas.
c. Auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis deso-
bedecendo às normas.
d. Auxiliar os usuários das demonstrações contábeis fornecendo interpretação
equivoca de informações nelas contidas.
e. Proporcionar aos interessados informações defasadas e fora do enfoque ado-
tado nas normas.

2. Sobre as características qualitativas da informação contábil-financeira útil, anali-


se as afirmações abaixo:
I. Relevância e comparabilidade são características de melhoria.
II. Tempestividade e compreensibilidade são características fundamentais.
III. Relevância e fidedignidade são características fundamentais.
IV. Verificabilidade e relevância são características de melhoria e fundamentais,
respectivamente.
É CORRETO o que se afirma em:
a. I e II apenas.
b. II e III apenas.
c. III e IV apenas.
d. I, II e III apenas.
e. I, II, III e IV.
174

3. Indique a alternativa correta:


A - Quando os usuários conseguem verificar se a informação representa fidedig-
namente os fatos acontecidos, estamos falando da:
a. Comparabilidade.
b. Verificabilidade.
c. Tempestividade.
d. Relevância.
e. Compreensibilidade.
B - A informação será mais útil se houver a possibilidade de comparação com
outras entidades ou com outros períodos da mesma entidade, trata-se da:
a. Comparabilidade.
b. Verificabilidade.
c. Tempestividade.
d. Relevância.
e. Compreensibilidade.
C - É necessário ter informação disponível no tempo certo para influenciar dire-
tamente as decisões tomadas. Esse é o conceito de:
a. Comparabilidade.
b. Verificabilidade.
c. Tempestividade.
d. Relevância.
e. Compreensibilidade.
D - As informações devem ser comunicadas com a maior clareza e concisão pos-
síveis. Essa é característica da:
a. Comparabilidade.
b. Verificabilidade.
c. Tempestividade.
d. Relevância.
e. Compreensibilidade.
175

E - A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), como o próprio nome já


evidencia, tem a função primordial de:
a. Apresentar despesas pagas ou incorridas para vender produtos e adminis-
trar a empresa.
b. Apresentar os valores desembolsados pela empresa para a execução do ser-
viço.
c. Apresentar o custo do produto que foi industrializado na empresa e vendido.
d. apresentar a situação econômica de uma instituição, seja Lucro ou Prejuízo.
e. Apresentar a anulação total ou parcial de vendas de mercadorias ou serviços
realizados.

4. Sobre o Balanço Patrimonial julgue os itens a seguir:


I. É uma demonstração financeira obrigatória, segundo a Lei 6.404/76.
II. Pode ser comparado a uma “fotografia” de uma empresa em um dado mo-
mento.
III. É considerado uma demonstração estática.
IV. É estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. É CORRETO o que se
afirma em:
a. I e II apenas.
b. II e III apenas.
c. III e IV apenas.
d. I, II e III apenas.
e. I, II, III e IV.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as


sociedades
Equipe de professores da FEA/USP
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro nos traz o material mais completo sobre as
demonstrações contábeis no Brasil.

Apresentação: Estrutura Conceitual. As demonstrações contábeis são elaboradas e


apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas
e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por
exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios
interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis
elaboradas segundo essa Estrutura Conceitual.
Baixe e estude a Resolução CFC Nº 1374/11 que trata da Estrutura Conceitual das
Informações Contábil-financeira.
Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1374.doc>. Acesso em: 29 ago.
2015.
177
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por


ações. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 1.374/11. Dá nova reda-
ção à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Di-
vulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/
sre/docs/RES_1374.doc>. Acesso em: 29 ago. 2015.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Brasília: Conselho Federal de Conta-
bilidade, 2009.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades
por ações: aplicável às demais sociedades. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade comercial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MONTOTO, E. Contabilidade Geral e Avançada. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
GABARITO

1. a) Proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na for-


mulação das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos.
2. c) III e IV apenas.
3. b) Verificabilidade.
a) Comparabilidade.
c) Tempestividade.
e) Compreensibilidade.
d) Apresentar a situação econômica de uma instituição, seja Lucro ou Prejuízo.
4. e) I, II, III e IV.
179
CONCLUSÃO

Chegamos ao final deste livro, no qual propomos levar a você conteúdos gerais so-
bre o estudo da Contabilidade. Assim, os conteúdos aqui tratados não foram apro-
fundados, pois isto será objeto de outros materiais e também de suas pesquisas.
Este material foi preparado para o estudo de todos os estudantes das áreas empre-
sariais e não se restringe aos matriculados no curso de Ciências Contábeis. Temos
certeza que os conteúdos deste livro lhe ajudarão muito a compreender a contabi-
lidade e a contribuição da mesma para o ambiente empresarial.
Após a Unidade I, na qual estudamos os conceitos fundamentais mais relevantes,
você aprendeu sobre o conceito, finalidade, objeto e objetivo da contabilidade.
Também, sobre o método das partidas dobradas e as formas de fazer o lançamento
contábil. Na Unidade II discutimos os conceitos fundamentais do patrimônio, sua
composição e apuração do patrimônio líquido. Nesta unidade vimos que o patrimô-
nio é composto por Bens, Direitos e Obrigações e que o Patrimônio Líquido pode ser
obtido pela equação Bens + Direitos - Obrigações.
Continuando o estudo do patrimônio, na Unidade III estudamos os bens comercia-
lizáveis e aprendemos que a avaliação dos estoques deve ser feita de acordo com
o método escolhido e que é necessário fazer o controle permanente do inventário.
Junto disso, foi possível apreender que os bens não comercializáveis são adquiridos
para utilização nas atividades da empresa e que é necessário considerar a deprecia-
ção sobre eles.
Para que você tenha uma visão prática, utilizamos dados de uma empresa simulada
para desenvolver didaticamente o processo contábil, em que fizemos os lançamen-
tos no diário e razão, levantamento de balancete e finalmente tratamos sobre as
demonstrações contábeis (desde as características qualitativas necessárias para a
elaboração das demonstrações quanto o aspecto prático de cada uma delas).
Vamos em frente, sucesso sempre!

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