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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIR 385 – DIREITO TRIBUTÁRIO I
Maria Eduarda Soares Pereira Rodrigues Rocha - 105871
Pergunta: Leitura e resumo explicando as teorias que fundamentam a classificação das
espécies tributárias. Indicar qual teoria predominou.

Texto:
https://ava.ufv.br/pluginfile.php/688106/mod_assign/introattachment/0/O%20conceito%20de
%20tributo%20e%20suas%20especies_Ricardo%20Lodi.pdf?forcedownload=1 (O conceito
de tributo e suas espécies- Ricardo Lodi)

O trecho “O Conceito de Tributo e suas espécies no CTN”, da obra de Ricardo Lodi


Ribeiro, trata do conceito de tributo e suas diversas características, determinadas pelo Código
Nacional Tributário (CTN) e pela Constituição Federal de 1988. Ao longo do texto, ele
ressalta a relevância do tributo enquanto fonte relevante de recursos para o Erário público,
sobretudo considerando o Estado Liberal, fazendo uma análise tanto histórica quanto jurídica
de como esse conceito se consolidou no Brasil.
De acordo com o CTN, o tributo é uma “prestação pecuniária, compulsória, em
moeda ou em valor que nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”. Ou seja, o conceito traz seis elementos fundamentais
para sua caracterização.
Primeiramente, deve ser exigida uma prestação pecuniária, ou seja, o pagamento de
uma quantia em dinheiro. Além disso, seu pagamento é obrigatório, independente da vontade
do contribuinte. Essa cobrança apenas pode ser instituída por meio de lei ordinária, ou, em
situações específicas, por meio de medida provisória. Ademais, ele não pode ser aplicado
como punição de ato ilegal. Sua cobrança deve ser realizada por atividade administrativa
vinculada à lei, sem margem para discricionariedade pela autoridade fiscal. Por fim, deve ser
uma obrigação geral imposta a todos contribuintes para financiar despesas públicas.
Importante destacar que dentro de cada elemento existem exceções, devendo ser analisado
sempre perante a letra da lei.
A partir disso, após a conceituação, o autor se dedica a classificar as espécies de
tributo. De antemão, ele destaca que existem divergências doutrinárias, devendo ser
destacadas as diferenças dentro de cada uma das teorias.
Em primeiro lugar, a Teoria Dicotômica, dividia os tributos apenas em impostos e
taxas. Ela se baseia no passado, considerando os impostos como tributos gerais, ou seja, sem
vinculação direta a um serviço específico, e as taxas como diretamente ligadas a serviços
públicos específicos.
Posteriormente, surgiu a Teoria Tricotômica, que acrescentou na anterior as chamadas
contribuições de melhoria. Elas seriam tributos cobrados quando obras públicas valorizam
imóveis privados, e, portanto, então vinculadas a um benefício específico.
Em seguida, teve a aparição da Teoria Quadripartite. Ela inseriu as contribuições
especiais, também conhecidas como contribuições parafiscais, que seriam tributos destinados
a financiar atividades específicas, como a seguridade social.
Com a promulgação da Constituição de 1988, desenvolveu-se a Teoria Quinquipartite.
Nela, não apenas os anteriores são incluídos, mas também os empréstimos compulsórios.
Essa nova forma de tributo é instituída em situações excepcionais, como nos casos de
empréstimos forçados para atender a despesas extraordinárias em tempos de guerra.
A partir dessas teorias, entende-se que o sistema tributário pode e deve se adaptar às
necessidades econômicas e sociais de uma sociedade. Sendo assim, no cenário atual, a
corrente vigente é a Teoria Tricotômica, prestigiada nos arts. 4º e 5º do CTN. Neles, se
determina que o fato gerador é o único elemento capaz de distinguir as espécies tributárias,
sendo os três: o que não se vincula a uma atuação estatal, o que se vincula a prestação de
serviço público ou ao poder de polícia e o que se vincula à valorização imobiliária em
decorrência de uma obra pública
Sendo assim, de acordo com o CTN e a Constituição Federal de 1988, os tributos no
Brasil podem ser de três espécies. Os impostos, que se referem a parte significativa da
arrecadação estatal e são definidos enquanto obrigações pecuniárias não vinculadas a uma
contrapartida direta ao governo, sendo apenas instituídos por lei. As taxas, que são tributos
vinculados a serviços públicos específicos e divisíveis, tendo uma relação direta entre o
contribuinte e o benefício recebido, como o que ocorre com o financiamento de obras
públicas que valorizam imóveis na região. Por fim, têm-se as obrigações parafiscais,
direcionadas para entidades de classe ou categorias profissionais específicas, e empréstimos
compulsórios, que podem ser instituídos em situações excepcionais, como em tempos de
guerra, a fim de atender despesas extraordinárias.
Por fim, conclui o autor que é de extrema importância considerar tanto o fato gerador
quanto a finalidade da contribuição parafiscal, haja vista a relação que se estabelece entre os
contribuintes e a atividade estatal. Logo, em síntese, o texto analisa de forma abrangente o
conceito e espécies de tributos, considerando tanto sua construção histórica quanto
doutrinária.

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