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Módulo Tributo e Segurança Jurídica

SEMINÁRIO II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Aluno: Mateus Padovan Siviero

Questões
1. Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos
tributos, evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do
produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos
tributos e consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na
análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide
anexo I). A legislação tributária pode proibir a compensação de tributos entre
diferentes espécies sob a justificativa de que a destinação das receitas são
diferentes? (Vide anexo II)
RESPOSTA:
A Constituição Federal de 88 em seu artigo 145, narra em seu texto que
tributo são os impostos, taxas e contribuições de melhoria. Também expõe o artigo 5
do Código Tributário Nacional que tributos são impostos, taxas e contribuições de
melhoria.
Ademais, para Paulo de Barros Carvalho, a teoria adotada por este ilustre é a teoria
“tripartida”, classificatória dos tributos.
Neste contexto, são utilizados 03 (três) critérios classificatórios dos
tributos, quais sejam:
A) Exigência constitucional de previsão legal de destinação específica para o
produto da arrecadação;
B) Exigência constitucional de previsão legal de vinculação entre a materialidade
do antecedente normativo e uma atividade estatal referida ao contribuinte;
C) Exigência constitucional de previsão legal de restituição do montante
arrecadado ao contribuinte, ao cabo de determinado período.
Deste modo, os critérios supracitados tiveram como finalidade informar e
delimitar a competência imposta aos indivíduos mediante a instituição dos tributos,
facilitando, portanto, a identificação dos mesmos.
Outro ponto de classificação, em maioria pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), a teoria para classificação dos tributos é a “pentapartida”, incluindo as três
principais mais duas, sendo, contribuições sociais e empréstimos compulsórios como
formas de tributo.
Por fim, a ultima teoria vislumbrada é a “teoria clássica ou dualista”, que
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nas palavras de Geraldo Atiliba, são somente 02 (duas) as espécies de tributo, sendo,
tributo vinculado a uma atuação do Estado (taxas e contribuições de melhoria), e
tributos não vinculados (impostos).
Ao que diz respeito a legislação tributária em seu artigo 4 (CTN), não há
proibição para a compensação de tributos de diferentes espécies, pois a destinação do
protudo de arrecadação é irrelevante para a classificação dos tributos e suas espécies
tributárias, pois o tributo é proveniente do fato gerador. Neste aspecto, o artigo 167,
IV da CF/88 é uma retificação/ressalva,quanto aos artigos 158 e 159, ambos da
Constituição Federal, haja vista que a destinação de recursos, arrecadações para ações
do serviço público, manutenção e desenvolvimento do ensino, são garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, sendo esta embasada no artigo 165,
§8º da Constituição Federal.

2. Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”?


(Vide anexo III) Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para
cobrança da taxa de poder de polícia? (Vide anexos IV, V e VI)
RESPOSTA:
Taxa é um tributo contraprestacional vinculado usadona remuneração de
uma atividade que seja específica e, seja um exercício ou serviço que tenha como
função o poder de polícia.
Neste sentindo, entende-se por poder de polícia a atividade da
administração pública que, limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, que
regula a prática de ato ou abstenção de fato em razão do interesse público. Já ao que
diz respeito ao serviço público, este é toda atividade administrativa ou de prestação
direta ou indireta de serviços à população, que será exercida por um órgão o entidade
ligada a administração pública ou até mesmo pela iniciativa privada.
Conforme o Art. 78 do CTN, poder de polícia é a atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato,em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício
de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público,
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos
Quanto ao que se refere a necessidade de comprovação efetiva da fiscalização
entendo que não há plena necessidade, pois não compete apenas ao órgão
fiscalizatório, uma vez que o contribuinte deve se atentar as exigências estabelecidas
pela lei.
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3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide anexos VII, VIII, IX e X) Os


serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados
diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por
taxa? E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexo XI) E os serviços
que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela
iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo XII)
RESPOSTA:
A taxa é vinculada a uma ação estatal, atrelando-se, portanto, à atividade
pública, não sendo oriunda de uma ação da pessoa de direito privado, (PJ ou PF). Já no
que tange ao preço público, este é a prestação pecuniária em face dos serviços
públicos prestados, sendo estes serviços por concessionárias e/ou permissionárias do
ente estatal.
Sim, os serviços públicos prestados pelas pessoas jurídicas de direito
público possuem sua remuneração por meio de taxa, a qual está vinculada ao Estado,
posto que o este disponibiliza a sociedade tais serviços de forma “gratituita” ao
indivíduos, sendo dividido tais serviços por meios de taxas oriundas da sua utilização.
No que tange a concessão dos serviços, os mesmos são de natureza
compulsória, estes que quando visam atender as necessidades coletivas são cobrados
por meio de taxas, já o que refere-se ao prestador de serviço público, quando cobrado
será por meio das tarifas (preço público), sendo, serviços de natureza “privada” com
caráter de tarifa.

4. Há necessidade de o valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do


serviço prestado? Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a
restituição? No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço
prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (Vide anexos XIII, XIV e XV)
RESPOSTA:
Sim, o valor da taxa deve ser compatível com o valor do serviço, caso
contrário, ocorrerá o confisco, o que é proibido de acordo com o artigo 150, IV da
Constituição Federal. Ademais, ao examinar o assunto, o STF (Supremo Tribunal
Federal) concluiu que é preciso haver uma concordância razoável entre o custo efetivo
dos serviços e o montante a ser pago pelo contribuinte.
Neste sentido, temos o princípio da relativização; A relativização da
atividade estatal em relação ao particular é indispensável para a instituição da taxa,
uma vez que não há previsão de lucro, vantagem ou qualquer outro benefício. Em
suma, o particular recebe um benefício e, em troca, é remunerado pelo Estado, sem
haver lucro.
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Este valor deve ser compatível com o serviço prestado pelo ente público.
Se houver o pagamento abusivo desta taxa, poderá haver a restituição. Alega-se o
enriquecimento ilícito do ente público, bem como o fato de as taxas não poderem ter
como objetivo o lucro. Assim, quando o particular recebe um benefício e, em troca,
remunera o Estado pelo benefício ou serviço recebido.
Se houver dificuldade para determinar o valor da taxa, poderá-se utilizar os
valores fixos retirados da atividade econômica do contribuinte específico, que não
pode ter uma base de cálculo própria de imposto, uma vez que o STF (Supremo
Tribunal Federal) tem uma posição de que é constitucional a adoção de valores fixos
retirados da atividade econômica do contribuinte para a determinação do 'quantum
debeatur'.
5. Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e
limites à cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser
produzida antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à
valorização imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva
de gastos, poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da
valorização imobiliária? (Vide anexos XVI e XVII).
RESPOSTA:
Os requisitos para a cobrança da contribuição de melhoria são: (i) a
delimitação das áreas que serão beneficiadas e a relação dos imóveis nela
compreendidos; (ii) o memorial descritivo do projeto; (iii) o orçamento da obra; (iv) a
determinação da parcela do custo das obras que será reembolsada pelo plano de
rateio.
Neste aspecto, é necessária uma legislação específica para a cobrança de tributos em
cada obra; Deste modo, a lei genérica que trata das contribuições de melhoria não
pode, posteriormente, ser exigida como umaa contribuição.
O edital apresentado, tem como objetivo demonstrar dados sobre a obra,
seus custos e o plano de rateio correspondente, contudo, a data de apresentação do
edital não está prevista em nenhuma norma legal, sendo necessário, portanto,
apresentar o edital apenas após a conclusão da obra.
Neste sentido, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que a obra deve
ser finalizada para que a contribuição de melhorias seja cobrada, uma vez que,
somente após a conclusão, se desenvolva um dos elementos do fato gerador, que é a
valorização imobiliária.
A exceção, por sua vez, é quando a obra estiver em fase de conclusão
parcial e, dessa forma, é possível prever a valorização dos imóveis, assim, é possível
que, caso a obra esteja em fase de conclusão parcial e o laudo apresentado apresente
a desvalorização, o tributo seja devido antes da conclusão da obra. No entanto, se não
houver a comprovação da valorização, o tributo não será devido.
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6. A Emenda Constitucional 132/2023, em seu artigo 5º1 alterou o artigo 82


do ato das disposições constitucionais transitórias da Constituição Federal/88
autorizando a destinação de percentual do imposto sobre bens e serviços
(IBS)2 ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (art. 82, caput, introduzido pela EC n.
31/003). Pergunta-se: (Vide anexo XVIII)
(a) em sua avaliação, esta disposição constitucional decorrente de Emenda
Constitucional é constitucional, tendo em vista o que dispõe o artigo 167, IV da
CF/88? Pode uma Emenda Constitucional criar exceção a critério fixado pelo
Poder Constituinte originário no quec toca à vinculação, ainda que parcial, do
produto da arrecadação de imposto?
RESPOSTA:
A emenda constitucional é a modificação da constituição, esta deve incidir
em mudanças pontuais do texto originário, ainda, tais alterações não podem fazer
modificação, ou abolição das cláusulas pétreas, portanto, tem-se que o texto
reformado é constitucional, pois o mesmo não abole cláusulas pétreas, mas sim,
acrescenta ao texto do artigo 167,IV da CF, sendo, portanto, constitucional na medida
que já há a existência de um tributo e este terá sua porcentagem destinada a o IBS.
A Emenda constitucional não pode criar exceção ou modificação do seu
texto fixado pelo poder constituinte originário, somente o poder constituinte originário
pode substituir uma Constituição por outra, nas palavras de Vital Moreira aduz que
“por esse prisma tem-se a tese da dupla revisão, fala-se em tentativa de legitimar e
constitucionalizar uma ruptura constitucional a frio, acrescentando que nenhuma
Constituição, de fato, pode impedir que a soberania popular gere uma nova
Constituição, mas o que ela pode impedir é que uma nova Constituição seja gerada
“juridicamente” a partir de si mesma.”
Neste sentido, configura-se fraude à Constituição o processo de dupla

1
Art. 5º, EC 132/2023. O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate à Pobreza, devendo os
referidos Fundos ser geridos por entidades que contem com a participação da sociedade civil.
§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais, Distrital e Municipais, poderá ser destinado percentual do imposto
previsto no art. 156-A da Constituição Federal e dos recursos distribuídos nos termos dos arts. 131 e 132 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, nos limites definidos em lei complementar, não se aplicando, sobre
estes valores, o disposto no art. 158, IV, da Constituição Federal.
Art. 23, EC 132/2023. Esta Emenda Constitucional entra em vigor:
II - em 2033, em relação aos arts. 4º e 5º;
2
Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados,
Distrito Federal e Municípios.
3
Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate à Pobreza, com os
recursos de que trata este artigo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos Fundos ser geridos por
entidades que contem com a participação da sociedade civil. (inclusão pela EC 31/2000)
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revisão, pois agride a superioridade da atividade constituinte de primeiro grau,


colocando em risco a própria Constituição. Nesse elenco, o autor Uadi Lamêgo Bulos
entende que os limites materiais não podem ser suprimidos pelo legislador reformador
pelo processo de dupla revisão por serem esses limites:
“imprescindíveis e insuperáveis. Imprescindíveis, porque simplificar
as normas que estatuem limites, outrora depositados pela manifes-
tação constituinte originária, é usur- par o caráter fundacional do
poder criador da Constituição. Insuperáveis, pois modificar as
condições estabele- cidas por um poder mais alto – o poder
constituinte inicial, com o escopo de reformar o processo revisional,
é promover uma ‘fraude à Constituição’ – Verfassungsbeseitigung,
dos juristas alemães”.
Deste modo, é cristalino que o poder constituinte originário é o “guardião”
da Constituição Federal, ficando, assim, impossível de que ocorra modificações nos
textos originários por meio de emendas constitucionais que visem alterar ou criar
exceções no texto escrtio pelo P.C. originário.

(b) o fato de a Emenda Constitucional prever que parte do que for


arrecadado a título de IBS poderá ser destinado ao Fundo, altera a natureza
jurídica do imposto no que toca especificamente a essa parcela? Por outras
palavras: o fato de haver determinação de destino de parte do produto da
arrecadação do IBS, a parcela destinada pode ser reclassificada como
contribuição social?
RESPOSTA:
A destinação do imposto ao fundo não alterará sua natureza jurídica, haja
vista que a emenda constitucional visou crirar um imposto unico (IBS), que tera a
natureza de um imposto sobre o valor adicionado (IVA), ou seja, sua criação busca
substituir tributos federais, estaduais e municipais.
Neste linhame, nas palavras do Senador Eduardo Braga: “A base tributária
do IBS inclui todos os bens e serviços. Suaregulamentação é única e uniforme no
território nacional, vedada a adoção denorma estadual autônoma, exceto nas
hipóteses previstas em lei complementar.Tem uma alíquota padrão, e a arrecadação
ocorre no estado de origem daoperação, embora a receita pertença ao estado de
destino. Incide sobre asimportações, mas não sobre as exportações. Não pode prever
tratamentofavorecido, exceto para uma lista restrita de produtos e serviços previstos
naprópria PEC (alimentos, medicamentos, transporte público coletivo depassageiros
de caráter urbano, saneamento e educação, entre outros). Ojulgamento de seus
conflitos é da alçada do Superior Tribunal de Justiça”.
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Denota-se, portanto, que sua natureza jurídica será a mesma, ocorrendo


somente a unificação dos tributos, ficando a caráter de parte deles serem destinados
ao IBS.
As contribuições sociais são uma espécie de tributos destinadas a custear
atividades estatais específicas que não são inerentes ao Estado. Estas, possuem como
destino, a intervenção no domínio econômico, o interesse das categorias econômicas
ou profissionais e o custeio do sistema da seguridade social. Neste sentido, a
determinação de seu destino para o fundo, não altera e ou reclassifica tal arrecadação,
pois a mesma tem natureza jurídica de imposto e não se enquadra no que diz respeito
as contribuições sociais.

Leitura suplementar
• Terceira parte – Classificação jurídica dos tributos do livro Hipótese de
incidência tributária, de Geraldo Ataliba. São Paulo: Malheiros.
• Artigo: “Classificação dos tributos – uma visão analítica”, de Tárek
Moysés Moussallem, in Tributação e Processo, IV Congresso Nacional de
Estudos Tributários.
• “Classificação dos tributos”, de Estevão Horvath. In Barreto, Aires F. e
Bottallo, Eduardo Domingos (Org.). Curso de iniciação em direito
tributário. São Paulo: Dialética, 2004 (I – Parte Geral).
• Item 2 do artigo “Conceito de tributo e sua divisão em espécies”, de André
Mendes Moreira e Sophia Goreti Rocha Machado in Tributação,
democracia e liberdade, Betina Treiger Grupenmacher (Coord.). São
Paulo: Noeses.
• Itens 1,2 e 3 do Capítulo II do livro Curso de direito tributário, de Eduardo
Marcial Ferreira Jardim. São Paulo: Noeses.
• Item 4 da Parte II do livro Curso de direito tributário: Constituição e Código
Tributário Nacional, de Regina Helena Costa. São Paulo: Saraiva.
• Artigo: “O tributo e as classificações no sistema tributário brasileiro”, de
Eurico Marcos Diniz de Santi.
• Capítulo 8, item 8.1.2 do livro Competência tributária – fundamentos para
uma teoria da nulidade, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “O artigo 149-A da Constituição federal introduzido pela EC
39/2002 e a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública”,
de Aurora Tomazini de Carvalho.
• Artigo: “Critério finalístico e o controle de constitucionalidade das
contribuições”, de Luís Cesar Souza de Queiroz.
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• Capítulo V do livro Contribuições para a seguridade social à luz da


Constituição Federal, de Fabiana Del Padre Tomé. Curitiba: Juruá.
• Cap. III e IV do livro Contribuição de intervenção no domínio econômico,
de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Quartier Latin.
• Artigo: “Taxas e contribuições interventivas – Contrapartidas tributárias
pela atuação do Estado no Domínio”, de Tácio Lacerda Gama.
• Artigo: “Taxa de turismo – Hipótese de incidência – Sujeição passiva –
Base de cálculo – Pressupostos constitucionais inerentes às taxas”, de
Carlos César S. Cintra.
• Artigo: “Taxa, tarifa e preço público no direito público brasileiro”, de
Renato Lopes Becho.

Anexo I
ADI 3.086

EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Incisos I a V do art. 3º da


Lei nº 11.891/91 do Estado de Ceará. Fundo de Reaparelhamento e
Modernização do Poder Judiciário (FERMOJU), composto por recursos
financeiros oriundos da arrecadação de taxas judiciárias, de percentual das
receitas de custas, bem como de parte dos emolumentos judiciais e
extrajudiciais. Alegada violação do art. 167, inciso IV, da Constituição Federal.
Causa de pedir aberta das ações de controle abstrato. Paradigma de controle
diverso daquele apontado na inicial. Artigo 145, inciso II, da Carta Maior.
Procedência parcial. 1. A Lei estadual nº 11.891/91 instituiu o Fundo de
Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário (FERMOJU), composto
por recursos financeiros oriundos da arrecadação de taxas judiciárias, de
percentual das receitas de custas, bem como de parte dos emolumentos
judiciais e extrajudiciais. 2. É insustentável a alegação de ofensa ao art. 167,
inciso IV, da Constituição Federal, uma vez que essa norma constitucional se
refere a impostos, os quais são uma espécie de tributo não vinculado. O
paradigma de controle, no caso, é o art. 145, inciso II, da Carta Maior, uma vez
que os preceitos legais questionados versam sobre a destinação das custas e
dos emolumentos judiciais e extrajudiciais, exações pertencentes à espécie
tributária taxa. 3. Constitucionalidade da destinação dos recursos financeiros
oriundos das taxas, das custas e dos emolumentos judiciais e extrajudiciais a
fundo especial do próprio Poder Judiciário, vedada a transposição deles para
serviço diverso, bem como sua destinação a pessoas jurídicas de direito
privado. Precedentes. 4. Inconstitucionalidade dos incisos IV e V do art. 3º da
lei cearense, que destinam ao fundo especial a totalidade das “taxas de
realização de cursos, seminários, conferências e outros eventos promovidos
pela Escola Superior da Magistratura” e das “taxas de inscrição em concursos
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públicos realizados pelo Poder Judiciário”, sem que, dentre as finalidades de


tais taxas, esteja o custeio das promoções educacionais da Escola da
Magistratura e dos concursos do Poder Judiciário, o que desvirtua a destinação
do produto da arrecadação, com prejuízo para a prestação dos serviços
específicos que ampararam a criação desses tributos. 5. Não se verifica
inconstitucionalidade por arrastamento dos demais dispositivos da Lei estadual
nº 11.891/91, pois o fundo instituído conta com outras fontes de custeio. 6.
Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente.
(ADI 3086, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 16-06-
2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-235 DIVULG 23-09-2020 PUBLIC 24-
09-2020)

Anexo II
RESP 1.449.713/SC

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART.


535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO AOS ARTS.
96, 97, E 99 DO CTN. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. COMPENSAÇÃO.
TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA ANTIGA RECEITA FEDERAL COM
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. IMPOSSIBILIDADE. EXEGESE
ORIUNDA DA VEDAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 26 DA LEI Nº
11.457/07.
1. Não se verifica ofensa ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem
dirime, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas,
apreciando integralmente a controvérsia posta nos presentes autos. Ressalte-
se que não se pode confundir julgamento desfavorável ao interesse da parte
com negativa ou ausência de prestação jurisdicional.
2. A mera indicação dos arts. 96, 97 e 99 do CTN como violados, sem que haja
demonstração clara e objetiva de como o acórdão recorrido os teria malferido,
não enseja a abertura da via especial, devendo a parte recorrente demonstrar
os motivos de sua insurgência, o que não ocorreu no caso em exame. Desse
modo, a deficiência na fundamentação recursal inviabiliza a abertura da
instância especial e atrai a incidência, por simetria, do disposto na Súmula
284/STF.
3. "É ilegítima a compensação de créditos tributários administrados pela antiga
Receita Federal (PIS e COFINS decorrentes de exportação) com débitos de
natureza previdenciária antes administrados pelo INSS (art. 11 da Lei n.
8.212/91), ante a vedação legal estabelecida no art. 26 da Lei n. 11.457/07.
Precedentes." (REsp 1.243.162/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda
Turma, DJe 28/03/2012) 4. Recurso especial a que se nega provimento.
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(REsp n. 1.449.713/SC, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado


em 16/9/2014, DJe de 20/10/2014.)
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Anexo III
ADI 2.567

EMENTA LEI ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DE SELO DE FISCALIZAÇÃO


NOTARIAL E REGISTRAL. OBTENÇÃO DE RECURSOS VOLTADOS AO
RESSARCIMENTO DE ATOS GRATUITOS. REGIME DE PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS CARTORÁRIOS. NATUREZA TRIBUTÁRIA DOS
EMOLUMENTOS. POSSIBILIDADE DE DESTINAÇÃO DE PARCELA DOS
EMOLUMENTOS A ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO OU PERTINENTES
ÀS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. TAXA EM VIRTUDE DO EXERCÍCIO
DO PODER DE POLÍCIA SOBRE AS ATIVIDADES NOTARIAIS E
REGISTRAIS. 1. Possibilidade de impugnação, por arrastamento, de ato
regulamentar quando o ato primário que lhe deu ensejo for questionado em
sede de controle concentrado. Precedentes. 2. Os emolumentos têm natureza
de taxa cuja hipótese de incidência é a prestação de serviço público específico
e divisível, consistente na prática de ato notarial ou registral. A taxa, por sua
vez, é espécie tributária devida em virtude do exercício de alguma prestação
estatal que se refere especificamente ao contribuinte, seja serviço público, seja
manifestação do poder de polícia. Precedentes. 3. Possibilidade de destinação
de parcela dos emolumentos relativos a serviços cartorários a órgãos do
Judiciário ou outros pertinentes às funções essenciais à Justiça em razão do
exercício de poder de polícia sobre as serventias extrajudiciais. Precedentes. 4.
O valor exigido do usuário do serviço, na integralidade, tem natureza de
emolumento, devido ao notário ou registrador em razão da prestação do
serviço público correspondente. Sobre o valor dos emolumentos incide, por sua
vez, taxa decorrente do exercício do poder de polícia pelo Poder Judiciário,
cujo contribuinte é o próprio notário ou registrador. 5. Constitucionalidade da
destinação de parcela dos emolumentos às atividades estatais essenciais à
Justiça, o que inclui os serviços administrativos dos Tribunais e o
ressarcimento dos oficiais de registro ou de notas pela prática de atos gratuitos.
6. Pedido julgado improcedente.
(ADI 2567, Relator(a): NUNES MARQUES, Tribunal Pleno, julgado em 22-08-
2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 29-09-2023 PUBLIC 02-
10-2023)

Anexo IV
STF Súmulas

STF, Súmula Vinculante n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do


valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de
determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e
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outra.
STF, Súmula Vinculante n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão
dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.
STF, Súmula n. 670: O serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa.

Anexo V
AgRg no Ag 1.273.129/MG

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO


TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº
211/STJ. EXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULA Nº 280/STF. TAXA DE
FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS. EFETIVA ATIVIDADE FISCALIZADORA.
COMPROVAÇÃO. DESNECESSIDADE. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
1. "Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição
de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo." (Súmula do
STJ, Enunciado nº 211).
2. Não se conhece de recurso especial fundado no permissivo constitucional da
alínea "a" do inciso III do artigo 105 da Constituição da República, na hipótese
do exame da ofensa da lei federal reclamar, inarredavelmente, a apreciação de
questões de índole local, tomadas como fundamentação no acórdão
impugnado.
Precedentes.
3. "Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário."
(Súmula do STF, Enunciado nº 280).
4. "A cobrança da taxa de fiscalização de anúncios dispensa a comprovação da
atividade fiscalizadora, face à notoriedade do exercício do poder de polícia pela
Municipalidade" (AgRgREsp nº 1.078.480/MG, Relator Ministro Francisco
Falcão, in DJe 17/11/2008).
5. Agravo regimental improvido.
(AgRg no Ag n. 1.273.129/MG, relator Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira
Turma, julgado em 27/4/2010, DJe de 21/5/2010.)
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Anexo VI
RE 588.322/RO

Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2. Alegação de


inconstitucionalidade da taxa de renovação de localização e de funcionamento
do Município de Porto Velho. 3. Suposta violação ao artigo 145, inciso II, da
Constituição, ao fundamento de não existir comprovação do efetivo exercício
do poder de polícia. 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e
divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público.
5. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a
cobrança da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste
Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão administrativo não é condição
para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de
localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se
inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente.
Precedentes. 7. O Tribunal de Justiça de Rondônia assentou que o Município
de Porto Velho, que criou a taxa objeto do litígio, é dotado de aparato fiscal
necessário ao exercício do poder de polícia. 8. Configurada a existência de
instrumentos necessários e do efetivo exercício do poder de polícia. 9. É
constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal,
desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência
de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como
verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO 10. Recurso
extraordinário ao qual se nega provimento.
(RE 588322, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 16-
06-2010, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-164 DIVULG 02-09-2010
PUBLIC 03-09-2010 EMENT VOL-02413-04 PP-00885 RTJ VOL-00224-01
PP-00614 RIP v. 12, n. 63, 2010, p. 243-255 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 149-
157)

Anexo VII
Súmula n. 545 do STF

Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas,


diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à
prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
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Anexo VIII
ADI 447

NA EXCLUSAO DA INCIDENCIA ESTABELECIDA PELO PAR. 3. DO ART.


155 DA CONSTITUIÇÃO, SITUA-SE A TAXA DE CONSERVAÇÃO
RODOVIARIA, CRIADA PELA LEI N. 8.155, DE 28.12.90, CUJO FATO
GERADOR E A AQUISIÇÃO DE COMBUSTIVEL LIQUIDO.
(ADI 447, Relator(a): OCTAVIO GALLOTTI, Tribunal Pleno, julgado em 05-06-
1991, DJ 05-03-1993 PP-02896 EMENT VOL-01694-01 PP-00025 RTJ VOL-
00145-01 PP-00015)

Anexo IX
RE 541.511

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ENERGIA ELÉTRICA. ENCARGOS CRIADOS PELA


LEI 10.438/02. NATUREZA JURÍDICA CORRESPONDENTE A PREÇO
PÚBLICO OU TARIFA. INAPLICABILIDADE DO REGIME TRIBUTÁRIO.
AUSÊNCIA DE COMPULSORIEDADE NA FRUIÇÃO DOS SERVIÇOS.
RECEITA ORIGINÁRIA E PRIVADA DESTINADA A REMUNERAR
CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIAS E AUTORIZADAS INTEGRANTES
DO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL. RE IMPROVIDO. I - Os encargos de
capacidade emergencial, de aquisição de energia elétrica emergencial e de
energia livre adquirida no MAE, instituídos pela Lei 10.438/02, não possuem
natureza tributária. II - Encargos destituídos de compulsoriedade, razão pela
qual correspondem a tarifas ou preços públicos. III - Verbas que constituem
receita originária e privada, destinada a remunerar concessionárias,
permissionárias e autorizadas pelos custos do serviço, incluindo sua
manutenção, melhora e expansão, e medidas para prevenir momentos de
escassez. IV - O art. 175, III, da CF autoriza a subordinação dos referidos
encargos à política tarifária governamental. V - Inocorrência de afronta aos
princípios da legalidade, da não-afetação, da moralidade, da isonomia, da
proporcionalidade e da razoabilidade. IV - Recurso extraordinário conhecido, ao
qual se nega provimento.
(RE 541511, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado
em 22-04-2009, DJe-118 DIVULG 25-06-2009 PUBLIC 26-06-2009 EMENT
VOL-02366-06 PP-01184 RTJ VOL-00210-02 PP-00870)
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Anexo X
REsp 740.967/RS

PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. TARIFA DE ÁGUA E


ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA DE TARIFA OU PREÇO PÚBLICO. DÍVIDA
ATIVA. CRÉDITO NÃO-TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO DECENAL. CÓDIGO
CIVIL.
1. O Colendo STF já decidiu, reiteradamente, que a natureza jurídica da
remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de
serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim,
contraprestação de caráter não-tributário.
2. Consectariamente, malgrado os débitos oriundos do inadimplemento dos
serviços de água e esgoto terem sido inscritos como dívida ativa, e exigidos
mediante execução fiscal, em observância à Lei de Execuções Fiscais, não se
lhes pode aplicar o regime tributário previsto nas disposições do CTN, in casu,
os relativos à prescrição/decadência, porquanto estes apenas pertinentes às
dívidas tributárias, exatamente por força do conceito de tributo previsto no art.
3º do CTN.
3. A Execução Fiscal ostenta esse nomen juris posto processo satisfativo, que
apresenta peculiaridades em razão das prerrogativas do exeqüente, assim
como é especial a execução contra a Fazenda, não sendo servil apenas para
créditos de tributos, porquanto outras obrigações podem vir a compor a "dívida
ativa".
4. Recurso Especial provido.
(REsp n. 740.967/RS, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em
11/4/2006, DJ de 28/4/2006, p. 275.)
Anexo XI
REsp 167.489/SP

TRIBUTÁRIO. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. TAXA. NATUREZA


TRIBUTÁRIA.
1. O serviço de fornecimento de água e esgoto é cobrado do usuário pela
entidade fornecedora como sendo taxa, quando tem compulsoriedade.
2. Trate-se no caso em exame, de serviço público concedido, de natureza
compulsória, visando atender necessidades coletivas ou públicas.
3. Não tem amparo jurídico a tese de que a diferença entre taxa e preço público
decorre da natureza da relação estabelecida entre o consumidor ou usuário e a
entidade prestadora ou fornecedora do bem do serviço, pelo que, se a entidade
que presta o serviço é de direito público, o valor cobrado caracterizar-se-ia
como taxa, por ser a relação entre ambos de direito público; ao contrário,
sendo o prestador do serviço público pessoa jurídica de direito privado, o valor
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

cobrado é preço público/tarifa.


4. Prevalência no ordenamento jurídico das conclusões do X Simpósio
Nacional de Direito Tributário, no sentido de que "a natureza jurídica da
remuneração decorre da essência da atividade realizadora, não sendo afetada
pela existência da concessão. O concessionário recebe remuneração da
mesma natureza daquela que o Poder Concedente receberia, se prestasse
diretamente o serviço".
(RF, julho a setembro. 1987, ano 1897, v.299, p.40).
5. O art. 11, da Lei nº 2312, de 3.09.94 ( Código Nacional de Saúde) determina:
"É obrigatória a ligação de toda construção considerada habitável à rede de
canalização de esgoto, cujo afluente terá destino fixado pela autoridade
competente".
6. "No Município de Santo André/SP, as Leis Municipais nºs 1174/29.11.56 e
2742/21.03.66 obrigam que todos os prédios se liguem à rede coletora de
esgotos, dispondo, ainda, que os prédios situados em locais servidos de rede
de distribuição de água devem a ela ser ligados, obrigatoriamente" (Memorial
apresentado pela recorrente).
7. Obrigatoriedade do serviço de água e esgoto. Atividade pública (serviço)
essencial posta à disposição da coletividade para o seu bem estar e proteção à
saúde, no Município de Santo André/SP.
8. "A remuneração dos serviços de água e esgoto normalmente é feita por
taxa, em face da obrigatoriedade da ligação domiciliar à rede pública" (Hely
Lopes Meirelles, "in" "Direito Municipal Brasileiro", 3ª ed., RT - 1977, p.492).
9. "Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado serviço, não
permitindo o atendimento da respectiva necessidade por outro meio, então é
justo que a remuneração correspondente, cobrada pelo Poder Público, sofra as
limitações próprias de tributo". (Hugo de Brito Machado, "in" Regime Tributário
da Venda de Água, Rev.
juríd. da Procuradoria-Geral da Fazenda Estadual/Minas Gerais, nº 05, pg. 11).
10. Adoção da tese, na situação específica examinada, de que a contribuição
pelo fornecimento de água é taxa. Aplicação da prescrição tributária, em face
da ocorrência de mais de cinco anos do início da data em que o deferido tributo
podia ser exigido.
11. Recurso especial provido.
(REsp n. 167.489/SP, relator Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado
em 2/6/1998, DJ de 24/8/1998, p. 24.)

Anexo XII
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

REsp 1.287.045/MG regime concorrente


ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO - SERVIÇO DE CERTIFICAÇÃO
PRESTADO POR AUTARQUIA FEDERAL - REMUNERAÇÃO QUE SE DÁ
POR PREÇO PÚBLICO, E NÃO POR TAXA.
1. O serviço de aferição de bombas de combustíveis em postos distribuidores,
prestado por autarquia federal, tem natureza de preço público, e não de taxa,
seja porque assim dispõe o art. 7º, "b", da Lei 5.966/73, seja porque, embora
atualmente avocado pelo Estado como monopólio, o serviço de certificação não
é ontologicamente insuscetível de prestação pela iniciativa privada em regime
concorrencial.
2. Recurso especial provido.
(REsp n. 1.287.045/MG, relatora Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julgado em 2/5/2013, DJe de 10/5/2013.)

Anexo XIII
ADI 6.145

Ementa Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 33 e Anexo IV, item 1.9 e


subitens, da Lei 15.838/2015, do Estado do Ceará. Arts. 38 e 44 e Anexo V,
item 1.9 e subitens, do Decreto 31.859/2015, da mesma Unidade da
Federação. Recurso administrativo como decorrência direta do direito de
petição. Incidência da imunidade tributária (art. 5º, XXXIV, a, CF). Possibilidade
de instituição de taxa referente à realização de perícias e diligências. Ausência
de correlação razoável entre o valor da taxa e o custo do serviço público.
Violação da referibilidade e do princípio da proporcionalidade. Pedido julgado
parcialmente procedente. 1. O direito de petição consubstancia importante
instrumento, à disposição dos particulares, para defesa, em âmbito não
jurisdicional, de direitos, da constituição, das leis e dos interesses gerais e
coletivos contra ilegalidades e abusos de poder. 2. O recurso administrativo,
nos termos da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, decorre
diretamente do direito de petição (art. 5º, XXXIV, a, CF). Precedentes. 3. O art.
5º, XXXIV, a, da Constituição Federal exclui competência para instituição de
taxa em virtude do exercício do direito de petição, motivo pelo qual não pode
incidir referida espécie tributária para interposição de recurso administrativo. 4.
Não está abarcada, entretanto, no âmbito conceitual do direito de petição (art.
5º XXXIV, a, CF), a realização de perícias e o empreendimento de diligências.
5. Mostra-se constitucional a instituição de taxa referente à realização de
perícia e diligências a pedido do contribuinte no âmbito do processo
administrativo fiscal, pois consubstanciam serviços públicos, colocados à
disposição do sujeito passivo da obrigação tributária, específicos e divisíveis de
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

utilização não compulsória. 6. A taxa, embora tributo vinculado quanto ao fato


gerador, não possui destinação vinculada. A Constituição da República
determina a arrecadação de taxa com destinação vinculada apenas na
hipótese do art. 98, § 2º. Precedente. 7. A instituição de taxa sem razoável
equivalência recíproca entre o valor exigido do contribuinte e o efetivo custo da
atividade estatal referida acarreta grave violação dos princípios da
proporcionalidade e da comutatividade. 8. Tal como instituída, no caso, a taxa
revela-se inconstitucional, pois o estabelecimento de um valor fixo para
realização de perícias e diligências sem levar em consideração a
complexidade, o lapso temporal para sua execução, os valores envolvidos na
apuração do crédito fiscal e o custo efetivo do serviço público evidenciam a
desproporcionalidade e desconexão da comutatividade ou referibilidade. 9.
Ação direta de inconstitucionalidade conhecida. Pedido julgado parcialmente
procedente.
(ADI 6145, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 14-09-
2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 21-10-2022 PUBLIC 24-
10-2022)

Anexo XIV
ADI 5.489

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA COMUM DE FISCALIZAÇÃO
AMBIENTAL. TAXA DE POLÍCIA. DESPROPORCIONALIDADE DA BASE DE
CÁLCULO. 1. A questão central nesta ação direta está em saber (i) se lei
estadual pode instituir tributo na modalidade taxa com fundamento no poder de
polícia exercido sobre a atividade de geração, transmissão e ou distribuição de
energia no território do respectivo Estado; e, em sendo positiva a resposta, (ii)
se o tributo estabelecido pela Lei nº 7.184/2015 do Estado do Rio de Janeiro
extrapolou, de alguma forma, essa competência tributária. 2. A competência
político-administrativa comum para a proteção do meio ambiente legitima a
criação de tributo na modalidade taxa para remunerar a atividade de
fiscalização dos Estados. 3. É legítima a inserção da energia elétrica gerada
como elemento de quantificação da obrigação tributária. Razoável concluir que
quanto maior a energia elétrica gerada por aquele que explora recursos
energéticos, maior pode ser o impacto social e ambiental do empreendimento,
e, portanto, maior também deve ser o grau de controle e fiscalização do Poder
Público. 4. No entanto, os valores de grandeza fixados pela lei estadual (1
megawatt-hora) em conjunto com o critério da energia elétrica gerada fazem
com que o tributo exceda desproporcionalmente o custo da atividade estatal de
fiscalização, violando o princípio da capacidade contributiva, na dimensão do
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

custo/benefício, que deve ser aplicado às taxas. 5. Ação direta de


inconstitucionalidade julgada procedente. Fixação da seguinte tese: Viola o
princípio da capacidade contributiva, na dimensão do custo/benefício, a
instituição de taxa de polícia ambiental que exceda flagrante e
desproporcionalmente os custos da atividade estatal de fiscalização.
(ADI 5489, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 24-
02-2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 11-03-2021 PUBLIC
12-03-2021)

Anexo XV
RE 582.340 AgR

Ementa: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIO DE VILA VELHA. TAXA DE RENOVAÇÃO
ANUAL DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO, INSTALAÇÃO E
FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E SIMILARES.
BASE DE CÁLCULO FIXADA EM MÚLTIPLOS DE UNIDADE FISCAL DE
REFERÊNCIA - UFIR, DE ACORDO COM A ZONA FISCAL DE
LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE.
AUSÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE A BASE DE CÁLCULO E O EFETIVO
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(RE 582340 AgR, Relator(a): TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado
em 02-08-2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-174 DIVULG 17-08-2016
PUBLIC 18-08-2016)

Anexo XVI
REsp 766.107/PR

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO


DE MELHORIA. COBRANÇA ILEGÍTIMA. PEDIDO DE REPETIÇÃO.
VALORES DEVIDOS POR FORÇA DE CONTRATO. ACÓRDÃO RECORRIDO
FULCRADO NAS PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO.
1. Examinando-se os preceitos legais supostamente violados, verifica-se que,
na hipótese, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria não
atendeu a alguns dos requisitos previstos no Decreto-Lei 195/67 e nos arts. 81
e 82 do CTN. Como bem esclarece Hugo de Brito Machado, "o fato gerador da
contribuição de melhoria é a valorização do imóvel do qual o contribuinte é
proprietário, ou enfiteuta, desde que essa valorização seja decorrente de obra
pública". A obrigação "só nasce se da obra pública decorrer valorização",
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afirma o autor. No caso dos autos, é incontroverso que os valores cobrados


refletem o custo da obra, sem levar em consideração a valorização imobiliária,
além de não estarem vinculados ao limite individual ("acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado" - art. 81 do CTN).
2. Contudo, os valores pagos a título de contribuição de melhoria são, na
verdade, parcelas devidas pela ora recorrente ao Município de Maringá/PR, por
força de contrato firmado entre eles.
Constata-se, do exame do acórdão recorrido, que, por meio do contrato
mencionado, o Município de Maringá/PR obrigou-se a efetuar a pavimentação
asfáltica e galerias pluviais de área equivalente a 1.004 m2 (mil e quatro metros
quadrados), obrigando-se a outra contratante (ora recorrente) a efetuar o
pagamento das parcelas previstas no referido contrato. O Município, cumprindo
a sua obrigação, cobrou as parcelas devidas pela outra contratante por meio de
contribuição de melhoria, havendo o respectivo pagamento. Em virtude dessas
circunstâncias, o Tribunal a quo entendeu que é descabida a repetição do
suposto indébito, tendo em vista que "ela, evidentemente, daria azo ao
enriquecimento injusto da apelante" (ora recorrente).
3. Assim, malgrado haja manifesta ilegalidade na instituição e na cobrança do
tributo em comento, o deferimento do pedido de repetição está atrelado à
modificação das premissas fáticas que motivaram o acórdão recorrido, bem
como ao exame das cláusulas estabelecidas no contrato referido, o que é
inviável em sede de recurso especial, tendo em vista as circunstâncias
obstativas decorrentes do disposto nas Súmulas 5 e 7 desta Corte.
4. Recurso especial não-conhecido.
(REsp n. 766.107/PR, relatora Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado
em 8/4/2008, DJe de 28/4/2008.)

Anexo XVII
ARE 1.123.627

ARE 1123627 / PR - PARANÁ


RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Relator(a): Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 18/04/2018
Publicação: 24/04/2018
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-079 DIVULG 23/04/2018 PUBLIC 24/04/2018
Partes
RECTE.(S) : MUNICÍPIO DE LONDRINA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-
GERAL DO MUNICÍPIO DE LONDRINA RECDO.(A/S) : ESPÓLIO DE JESUS
ROJAS GAVILAN ADV.(A/S) : REGIS FELIPE CONSULO BELIZARIO
Decisão
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão de inadmissibilidade de


recurso extraordinário em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná,
ementado nos seguintes termos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. PRELIMINAR. PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. INOCORRÊNCIA. MÉRITO. INDISPENSAVÉL A
COMPROVAÇÃO DO CUSTO DO CUSTO DA OBRA PÚBLICA E A
VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL. ART. 81 E 82 DO CTN. AUSÊNCIA DE PROVA
DOCUMENTAL DE QUE A BASE DE CÁLCULO TENHA CONSIDERADO A
VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL. ÔNUS PROBATÓRIO QUE COMPETIA AO
ENTE TRIBUTANTE. NULIDADE. SENTENÇA MANTIDA”. (eDOC 2, p. 30).
No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, a, da
Constituição Federal, aponta-se violação aos artigos 30; 145, III; e 146 do texto
constitucional.
Nas razões recursais, alega-se que a Constituição Federal não previu a
valorização do imóvel como elemento constitutivo da contribuição de melhoria.
Sustenta-se que a Emenda Constitucional n. 23, de 1983, revogou os arts. 81 e
82, do CTN e o Decreto-Lei n. 195/67, razão pela qual a base de cálculo do
tributo não está limitada a valorização do imóvel.
Ademais, afirma-se que, caso o Decreto Lei n. 195/67 não estivesse revogado,
seria aplicável somente à União, por não ser norma de caráter geral.
Por fim, assevera-se que ante a ausência de lei de âmbito nacional, o
município estaria livre para exercer sua competência legislativa.
É o relatório.
Decido.
O recurso não merece prosperar.
Verifico que o entendimento fixado no acórdão não destoa da jurisprudência
pacífica desta Corte, segundo a qual o fato gerador da contribuição de melhoria
é a efetiva valorização do bem imóvel.
Confiram-se, a propósito, os seguintes precedentes de ambas as Turmas deste
Tribunal:
“DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria DECORRENTE DE OBRA
PÚBLICA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA.
CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. 1. Esta Corte
consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide
sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Inaplicável o art.
85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve fixação de honorários
advocatícios. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da
multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (RE 982415 AgR, Rel. Min.
Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.12.2016)
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria. FATO GERADOR:
QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte
consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide
sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo regimental
Módulo Tributo e Segurança Jurídica

improvido.” (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe
18.12.2009)
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 932, VIII, do CPC, c/c art. 21,
§1º, do RISTF) e, tendo em vista o disposto no art. 85, § 11, do CPC, majoro o
valor da verba honorária fixada pela origem em 10%, observados os limites
previstos nos §§ 2º e 3º do referido dispositivo, ressalvada a eventual
concessão do benefício da justiça gratuita.
Publique-se.
Brasília, 18 de abril de 2018.
Ministro Gilmar Mendes
Relator

Anexo XVIII
RE 571.968

Ementa: AGRAVOS REGIMENTAIS NOS RECURSOS


EXTRAORDINÁRIOS. RESERVA DE PLENÁRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. PROCESSO
CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO
STF. ICMS. ADICIONAL. INSTITUIÇÃO POR LEI ESTADUAL. FUNDO
ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA. CONVALIDAÇÃO PELO ART. 4º DA
EMENDA CONSTITUCIONAL 42/2003. AGRAVOS IMPROVIDOS. I – A
obediência à cláusula de reserva de plenário não se faz necessária quando
houver orientação consolidada do STF sobre a questão constitucional
discutida. II – Possibilidade de reconhecimento de inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público pelos órgãos fracionários dos Tribunais,
com base em julgamentos do plenário ou órgão especial que, embora não
guardem identidade absoluta com o caso em concreto, analisaram matéria
constitucional equivalente. III – Ausência de prequestionamento do art. 167, IV,
da CF. Incidência da Súmula 282 do STF. Ademais, se os embargos
declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é
inviável o recurso, nos termos da Súmula 356 do STF. IV – O art. 4º da EC
42/2003 validou os adicionais instituídos pelos Estados e pelo Distrito Federal
para financiar os Fundos de Combate à Pobreza. Precedentes. V – Agravos
regimentais improvidos.
(RE 571968 AgR, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda
Turma, julgado em 22-05-2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-109 DIVULG
04-06-2012 PUBLIC 05-06-2012)

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