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ADMINISTRAÇÃO
2020.1
FOLHA DE APROVAÇÃO
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
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CURSO: Administração
TÍTULO DO TRABALHO: O modelo dinâmico de análise de capital de giro: um estudo de caso da Usiminas nos
anos de 2011 a 2019
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Agradecimentos
Aos meus pais, Alexandre e Roselia Montez, por me ensinarem os valores de respeito, amor,
gratidão! Pelas inúmeras vezes em que colocaram suas vidas de lado em prol da minha
criação.
À minha namorada, Daniele Chen, por todo carinho e apoio nesta trajetória.
Aos amigos, Bruno Trindade e Leandro Lopes, que me trouxeram leveza e alegria nos
momentos de maior dificuldade.
Ao meu professor e orientador, Valdir Lameira, que tão prontamente aderiu ao projeto, me
auxiliando em todos os momentos.
Ao professor Michel Fleuriet, por partilhar de seu tempo e conhecimento, demonstrando ser
não só um grande professor, mas um ser humano de extrema gentileza.
À minha amiga, Isadora Reis, por tudo! Sem você eu não teria chegado aqui.
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Resumo
O presente trabalho teve como finalidade analisar a gestão do capital de giro da empresa
Usiminas nos anos de 2011 até 2019, aplicando o Modelo de Análise Dinâmica ou Modelo
Fleuriet às demonstrações financeiras da empresa no mesmo período. O Modelo consiste na
reorganização do balanço patrimonial para uma forma mais gerencial e a partir dele é possível
extrair os indicadores de NCG, CDG e T. Esses indicadores, que são a base do modelo,
fornecem informações essenciais sobre a saúde e perspectiva financeira da empresa. Ademais,
foi acrescentada à análise a Equação Z de Prado, a fim de trazer uma previsão de risco de
insolvência à organização.
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Abstract
The purpose of this study was to analyze the working capital management of Usiminas in the
years of 2011 to 2019, applying the Dynamic Analysis Model or Fleuriet Model to the
company's financial statements in the same period. The Model consists of the reorganizing the
balance sheet to a more managerial form and from it is possible to extract the indicators of
NCG, CDG and T. These indicators, which are the basis of the model, provide essential
information about the health and financial perspective of the company. In addition, the
Equation Z of Prado was added to the analysis in order to bring an insolvency risk forecast to
the organization.
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Lista de Figuras
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Lista de Quadros
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Lista de Gráficos
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Lista de Siglas
T – Saldo de Tesouraria
AT – Ativo
RL – Receita Líquida
PL – Patrimônio Líquido
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Sumário
1. Introdução...............................................................................................................11
2. Referencial Teórico.................................................................................................15
3. Metodologia.............................................................................................................30
4. Estudo de caso.........................................................................................................31
5. Conclusão.................................................................................................................43
6. Referências bibliográficas......................................................................................44
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1. Introdução
Segundo Martins e Assaf Neto (1986), o Capital de Giro refere-se à parcela de recursos
aplicada no ciclo operacional da empresa e indica tudo aquilo que circula. De acordo com
Brigham e Houston (1999), duas perguntas básicas envolvem a política de capital de giro:
qual é a quantia correta de ativos correntes a ser mantida pela empresa e como os ativos
correntes devem ser financiados. Para Assaf Neto e Silva (2002), a administração dos fluxos
de capital de giro na empresa está inserida no contexto decisorial das finanças corporativas,
visando o entendimento de como a empresa gera, aplica e gerencia seus recursos.
A partir desta reclassificação, pode-se trazer à evidencia três indicadores que são a base do
Modelo: Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG) e Saldo de
Tesouraria (T). Tais indicadores são resultantes do ciclo financeiro da empresa e fornecem
informações a respeito da defasagem entre entradas e saídas de caixa e às fontes de cobertura
acerca de sua Necessidade de Capital de Giro.
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A reorganização do balanço patrimonial proposta por Fleuriet com ênfase nas origens e
finalidades dos ativos e passivos circulantes, retrata o dinamismo das reais operações das
empresas. Sempre que uma empresa cresce acima da sua capacidade de reinvestimento, ela
pode ficar totalmente dependente de seus financiadores e caso estes vierem a negar ou reduzir
o crédito, o negócio pode então entrar em colapso.
Neste contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar a administração do capital de giro
da Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A) entre os anos de 2011 a 2019,
aplicando-se o modelo de Fleuriet às demonstrações financeiras da empresa no período. Em
operação desde 1962, a Usiminas é líder no mercado brasileiro de aços planos além de ser um
dos maiores complexos siderúrgicos da América Latina.
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1.2. Objetivos
De acordo com Vergara (2000), o objetivo geral ou principal deve responder o problema de
pesquisa. Logo, este define o que se pretende atingir como resultado da pesquisa.
2. Objetivos Específicos
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2.1. Delimitação
2.2. Justificativa
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3. Referencial Teórico
Anteriormente ao Modelo proposto pelo professor Michel Fleuriet na década de 70, muitas
análises consideravam apenas o aspecto da solvência, resultantes dos indicadores de liquidez
extraídos do balanço patrimonial. O Modelo propôs então que esta análise fosse feita a partir
de um enfoque contábil dinâmico, destacando-se os aspectos financeiros de liquidez. Desta
forma, segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), a nova classificação do Balanço enfatiza o
ciclo econômico de uma empresa, fornecendo dados para a análise dinâmica ao invés da
análise estática. Para Theiss Júnior e Wilhelm (2002), o Modelo Dinâmico apresenta
indicadores mais sensíveis às alterações na situação financeira da empresa, além de
proporcionar uma classificação referente ao seu desempenho financeiro.
Fleuriet e Zeidan (2015) explicam que, no Modelo Dinâmico, o ativo circulante foi
subdividido em ativo circulante cíclico e ativo circulante financeiro ou errático. Neste
primeiro grupo se encontram as contas relacionadas à atividade operacional da empresa como
por exemplo, duplicatas a receber proveniente de vendas, adiantamentos a fornecedores,
adiantamentos a empregados, estoque de mercadorias, entre outras. Quanto às contas do Ativo
Circulante Financeiro, essas são constituídas essencialmente de elementos financeiros, não
tendo ligação direta com o ciclo operacional da empresa, como bancos e aplicações
financeiras. Da mesma forma, de acordo com os autores, o passivo circulante foi dividido em
Passivo Circulante Operacional ou Cíclico, abrangendo as contas decorrentes de operações
espontâneas de curto prazo como Duplicatas a pagar, Salários e Encargos sociais a pagar e
Passivo Circulante Financeiro ou Errático onde se encontram as contas usualmente resultante
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de negociações específicas, como Financiamentos bancários, Empréstimos de curto prazo e
Duplicatas descontadas.
As contas do ativo e passivo não circulante somadas ao patrimônio líquido formam as contas
Permanentes ou Estratégicas. De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), o ativo não
cíclico, que abriga as contas permanentes do ativo que representam aplicações de recursos no
longo prazo. Para Assaf Neto e Silva (2002), as contas do passivo permanente representam
fontes de financiamento a longo prazo, cuja importância é financiar as necessidades
permanentes de recursos.
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3.1.2. Indicadores do Modelo Dinâmico
3.1.2.1. Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003) explicam que, a Necessidade de Capital de Giro (NCG) pode
ser definida como a diferença entre o ativo circulante operacional (investimentos) e passivo
circulante operacional (financiamentos).
Segundo Matarazzo (2010), quando a NCG for positiva, a empresa deverá encontrar fontes de
financiamento para esta necessidade. Quando a NCG é nula, não há necessidade de
financiamento. Quando a NCG é negativa, ocorre uma sobra de recursos das atividades
operacionais, que poderão ser usados para outro propósito.
Para Olinquevitch e Santi Filho (2004), nas situações em que os ativos cíclicos superam os
passivos cíclicos, ou seja, NCG>0; há indicação que a empresa necessita de recursos
financeiros para dar continuidade ao seu negócio. Já nos casos em que os passivos cíclicos
superam os ativos cíclicos, ou seja, NCG<0; há indicações que a empresa dispõe do próprio
giro para financiar outras aplicações. Sendo assim, a necessidade de capital de giro se torna
um elemento essencial para a analisar a situação financeira das empresas.
De acordo com Vieira (2008), o Capital de Giro é representado por uma fonte de recursos de
longo prazo que pode vir a ser usado para financiar as necessidades de capital de giro de uma
empresa. No entanto, caso esta variável seja negativa, pode indicar uma escassez de recursos
de longo prazo, fazendo com que a empresa acabe financiando suas atividades com recursos
de curto prazo. Assim, a tendência é que o Capital de Giro se torne estável ao longo do tempo.
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Segundo Marques e Braga (1995), contas de curto prazo pertencentes ao ativo circulante
como Estoques, Contas a Receber e Disponibilidades são objeto de investimento do capital de
giro. A falta de recursos nestes ativos pode causar risco de interrupção na produção ou venda
dos produtos da empresa em questão.
O valor do Capital de Giro é mensurado pelo saldo entre o passivo permanente (não cíclico) e
ativo permanente (não cíclico).
Para Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), quando CDG<0; o ativo permanente é maior que o
passivo permanente, o que significa que a empresa financia parte de seu ativo permanente
com fundos de curto prazo. Embora esta situação aumente o risco de insolvência, a empresa
ainda pode recuperar-se caso sua NCG também seja negativa. Os autores acrescentam ainda
que, empresas que conseguem prever com maior grau de certeza suas entradas de caixa
conseguem trabalhar com baixa liquidez ou até mesmo liquidez negativa.
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O resultado do saldo de tesouraria também pode ser definido pela segunda equação
fundamental:
T = CDG – NCG
Silva (2012) alerta que, quando o saldo de tesouraria de uma empresa se torna negativo e
assume tendência crescente, gerando uma defasagem entre o NCG e o CDG, pode-se então
afirmar que a empresa está em Efeito Tesoura. Uma importante função dos gestores
financeiros de uma empresa é acompanhar a evolução do saldo de tesouraria, a fim de impedir
que ele se torne negativamente crescente.
Segundo Fleuriet e Zeidan (2015), o problema de liquidez das empresas que apresentam saldo
de tesouraria negativo se agrava criticamente em períodos de recessão econômica. Isto porque
a queda de receitas provoca um aumento significativo de sua necessidade de capital de giro e
o autofinanciamento não é suficiente para financiar este aumento.
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Figura 2 - Tipo de Estrutura e Situação Financeira
Neste estudo, como pode ser observado na Figura 2, Braga e Marques (1995)
desconsideraram situações em que o CDG, NCG e T fossem iguais a zero. Os autores
destacam ainda as características encontradas por cada situação financeira evidenciada:
empresa possui um alto giro dos ativos cíclicos e, portanto, ciclo financeiro reduzido.
CDG e T também positivos, há sobra de recursos de curto e longo prazo para seu
O Tipo 3 evidencia uma situação insatisfatória, onde o CDG é insuficiente para cobrir
a NCG, o que requer o uso de fontes onerosas de curto prazo, que justificam T
negativo. Esta situação pode se agravar em períodos de recessão, uma vez que o giro
dos ativos cíclicos eleva NCG e o aumento nos juros praticados pode elevar ainda
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O Tipo 4 demonstra uma situação financeira péssima, visto que há necessidade de
capital de giro (NCG positiva), no entanto não existem fontes de longo prazo
disponíveis para o seu financiamento (CDG negativo), o que gera uma sobrecarga para
Quanto ao Tipo 5, além do CDG negativo, o que indica que fontes de curto prazo
financiam ativos de longo prazo, a NCG também se apresenta negativa, sendo seu
valor superior ao CDG. Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), a situação só não é
pior pois, a empresa consegue receber de seus clientes antes de pagar suas contas.
Por fim, o Tipo 6 apresenta uma situação financeira de alto risco, onde têm-se CDG e
Kehdy e Blanc (2003), existe o risco de que uma possível recessão econômica faça
despencar as receitas e assim, fazer com que a NCG fique positiva, o que pode fazer
com que a empresa tenha que encerrar suas operações no caso de não conseguir
De acordo com Fleuriet e Zeidan (2015), numa empresa industrial, o ciclo operacional
compreende o intervalo de tempo entre a chegada de matérias-primas à fábrica e o momento
do recebimento de duplicatas decorrentes da venda a prazo de produtos acabados. O ciclo
econômico por sua vez, se refere ao período entre as aquisições de matérias-primas e a saída
de produtos finais. Já o ciclo financeiro é resultante do tempo compreendido entre o
pagamento efetivo da compra de matérias-primas e o recebimento pela venda de produtos
acabados.
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Matias (2007) completa que, se bem administrado e dimensionado, o ciclo financeiro
possibilita à empresa gerar suficiente liquidez, necessária à sua sobrevivência. Para a
manutenção deste ciclo, é necessário o montante de recursos representado pelo Capital de
Giro, referindo-se à recursos financeiros, próprios ou de terceiros, fulcrais para sustentação
das atividades operacionais das empresas no dia-a-dia.
Para o melhor entendimento da Figura 3 acima, os autores Fleuriet e Zeidan (2015) apontam
as características dos elementos que compõe o ciclo financeiro:
dada pelo tempo entre a entrada de insumos e a saída de produtos, ou seja, mede o
número de dias que a empresa mantém seus estoques antes de vende-los. As empresas
devem ter estoques suficientes para satisfazer a demanda de seus clientes, não mais
que isso. No entanto, a capacidade de uma empresa reduzir seu PME está diretamente
através da equação:
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PME = ESTOQUES/{CMV/DIA}
Prazo médio de pagamento (PMP) se refere ao tempo que a empresa leva para pagar
planejamento das políticas de crédito da empresa. Seu cálculo é dado pela equação:
seus clientes, porém, o comportamento dos clientes pode ocasionar atrasos e eventuais
O ciclo financeiro pode ter resultado positivo ou negativo. Quando positivo, quer dizer que as
saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa. Neste caso, de acordo com Fleuriet e
Zeidan (2015), há uma diferença positiva entre o valor dos ativos circulantes operacionais e o
valor dos passivos circulantes operacionais, criando uma necessidade de aplicação de fundos
permanente.
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3.1.5. Autofinanciamento
De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), o Autofinanciamento se baseia pelo montante
dos recursos gerados pela empresa conservados para seu financiamento interno. Assim, pode
ser representado pelo Lucro Retido acrescido aos valores de Amortização e Depreciação.
Os autores acrescentam que, a princípio, a NCG se constitui como uma parcela fixa,
necessária à continuidade das operações da empresa, e de outra variável, que se expande ao
longo de períodos específicos. A parcela permanente em teoria deveria ser sustentada por
fontes de financiamentos também permanentes, enquanto a parcela variável seria sustentada
pelas operações onerosas no curto prazo. Neste cenário, para uma posição financeira sadia, a
tendência é de que a empresa consiga expandir seu CDG a fim de que se torne positivo e
superior à NCG, proporcionando assim, saldos de tesouraria positivos e crescentes. Para isto,
a NCG deve ser adequadamente financiada pelas próprias atividades da empresa.
Segundo Fleuriet e Zeidan (2015), para atender a este desequilíbrio financeiro motivado pelas
necessidades crescentes de capital de giro não sustentadas pelo autofinanciamento, as
empresas acabam recorrendo à empréstimos bancários e descontos de duplicatas. Neste
cenário, qualquer corte de crédito derivado de um desaquecimento da economia e
consequentemente redução de receitas, pode levar a empresa a um rápido estado de
insolvência.
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Brasil e Brasil (2008) atentam que, o efeito tesoura surge de uma dependência em excesso de
empréstimos de curto prazo, o que torna crítica a liquidez da empresa. Para Fleuriet, Kehdy e
Blanc (2003), algumas premissas são importantes para evitar o chamado efeito tesoura, são
elas: geração de recursos (autofinanciamentos) como “contrapesos” à necessidade de capital
de giro; o capital de giro deve acompanhar de forma contínua a evolução da necessidade de
capital de giro; prudência por parte da gestão para autofinanciar suas necessidades
suplementares de capital de giro; conhecer o ciclo financeiro da empresa e a taxa de
autofinanciamento, dada pela razão entre o autofinanciamento e as vendas líquidas.
Pode-se verificar na imagem acima, a ilustração do espaço causado entre as duas lâminas da
tesoura imaginária, que representa os recursos financeiros de curto prazo enquadrados no
Saldo de Tesouraria (T), utilizados para financiar a demanda operacional de recursos. Para
que o efeito tesoura consiga ser evitado, o lucro retido deve ser suficiente para, ao menos,
financiar os aumentos de sua necessidade de capital de giro.
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As principais fontes de preocupação quanto à situação financeira da empresa e que podem
levar ao desenvolvimento do efeito tesoura de acordo com Vieira (2008), são as seguintes:
do ciclo financeiro; provoca o efeito tesoura quando este aumento ultrapassa demais o
lucro retido.
esta situação pode levar ao efeito tesoura pois há redução proporcionalmente maior do
financeiras podendo ocasionar redução no CDG, que por sua vez passa a se comportar
do CDG.
Elevação da inflação levando ao expressivo aumento da NCG que pode não ser
Elevados investimentos não financiados por aumento de capital ou por passivo não
circulante com retornos de longo prazo podem provocar a redução do CDG devido ao
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3.1.7. A Equação Z de Prado
Prado, Carvalho, Benedicto, Alcântara e dos Santos (2008) apresentaram no XVIII USP
International Conference in Account, uma aplicação do Modelo de Análise Dinâmica para
previsão de insolvência das empresas. O estudo objetivava identificar quais indicadores do
Modelo tinham melhor poder de seleção entre empresas solventes e insolventes para assim,
desenvolver uma equação de previsão de insolvência baseada nestes indicadores. Segundo os
autores, o percentual de acerto da equação foi próximo de 91%. Para isto, foram considerados
os cinco melhores indicadores do Modelo:
+0,899X1 = (CDG/T) – Sendo uma fonte de recursos de longo prazo, o CDG deve
saúde financeira.
ciclo, maior a NCG. Segundo o coeficiente +0,971 da equação, maior o ciclo, maior a
liquidez.
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-0,444X3 = (TEF) – Perfil apresentado nos Balanços gerenciais no Modelo Fleuriet.
Sendo valor 1 para o tipo 1, seguindo até o sexto. No entanto, segundo Fagundes
Junior, Lima, Carvalho e Terra (2014) alertam que, as empresas do tipo 6, com T>0;
aplicação permanente de fundos que, normalmente, deve ser financiada com os fundos
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Como demonstrado na Figura 5, os autores classificam o risco da empresa baseado no cálculo
do escore discriminante (Z-Score). As empresas que se encontram abaixo do ponto de corte
ótimo definido pela equação (-0,0641) são classificadas como insolventes e as empresas que
possuírem escore discriminante acima do ponto de corte são classificadas como solventes.
Caso o resultado se encontre num intervalo entre -0,0154 e -0,1886, a empresa estará na Área
de penumbra, sendo a ela atribuído Risco Médio (C). Entre -0,1886 e -2,8370 a empresa é
classificada como insolvente e tem Risco de Atenção (D). Para valores menores que -2,8370
também se têm classificação de insolvência, porém com Risco Elevado (E). A empresa é
considerada solvente e tem Risco Modesto (B) caso tenha Z-Score entre -0,0154 e 1,3996. Se
este for maior que 1,3996 a empresa segue classificada como solvente, porém com Risco
Mínimo (A).
Menicucci, Fleuriet e Pires (2020) apontam que, a inclusão da Equação Z de Prado no modelo
de administração econômico-financeiro das organizações, com sistemático acompanhamento,
pode se tornar um mecanismo eficaz para prevenção de eventuais problemas de insolvência.
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4. Metodologia
Logo, fez-se uso de um estudo de caso que, segundo Gil (2002), se caracteriza pelo profundo
e exaustivo estudo de um ou de poucos objetos. Para fundamentação dos métodos de análise e
interpretação dos dados obtidos, valeu-se da pesquisa bibliográfica, definida por Vergara
(2004) como o sistemático estudo desenvolvido com base em materiais publicados em livros,
revistas, sendo de maneira geral, acessíveis ao público.
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5. Estudo de caso
A Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A) é uma das maiores siderúrgicas do
Brasil, fundada no ano de 1956. A companhia foi a primeira estatal brasileira a ser privatizada
em 1991 pelo Programa Nacional de Desestatização (PND), ingressando em um expressivo
processo de renovação tecnológica e administrativa, o que possibilitou à empresa maior
competitividade e produtividade.
Suas usinas siderúrgicas ficam localizadas em Ipatinga, Minas Gerais e Cubatão, estados
integrantes do principal eixo industrial brasileiro, atendendo a segmentos importantes como
automotivo, naval, ferroviário, agrícola, bens de capital, eletrônico, máquinas e distribuição,
construção civil e distribuição.
Usiminas – Maior produtora de aços planos da América Latina. Possui duas plantas
Unigal Usiminas – Joint venture com a Nippon Steel para processar aço galvanizado
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Soluções Usiminas – Líder no segmento de distribuição e transformação do aço.
Nascida da fusão das empresas Fasal, Rio Negro, Dufer, Zamprogna e Usial com a
Usicort.
A Usiminas tem capital aberto com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo
(Bm&fBovespa), Nova Iorque (ADR nível I) e Madrid (Latibex).
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Quadro 1 - Balanço Patrimonial Usiminas de 2011 a 2019 no Modelo Dinâmico
(R$) em milhares 1T11 2T11 3T11 4T11 1T12 2T12 3T12 4T12
Ativo Cíclico 5538422 5718830 5607931 5065589 5402130 5374305 4924575 3939708
Ativo Errático 2447696 2053971 1488322 1350407 799195 837057 657807 1889508
Ativo Não Circulante 21601426 21828508 23091733 23935392 24107371 24556950 24798563 23968033
Total do Ativo 29587544 29601309 30187986 30351388 30308696 30768312 30380945 29797249
Passivo Cíclico 1768525 1988293 2046407 1771621 2041919 2278466 2344200 2301280
Passivo Errático 1813768 1443363 1645989 1633386 2703007 2857035 2810069 2388797
Passivo Não Circulante +
26005251 26169653 26495590 26946381 25563770 25632811 25226676 25107172
PL
Total do Passivo 29587544 29601309 30187986 30351388 30308696 30768312 30380945 29797249
1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14
Ativo Cíclico 3911384 3899659 4409905 4335997 4622469 4646377 4104530 3889199
Ativo Errático 1421273 1775683 973772 1069505 566418 869100 881290 968907
Ativo Não Circulante 23660914 23618877 23691926 23921797 23885748 23643211 23980010 24009947
Total do Ativo 28993571 29294219 29075603 29327299 29074635 29158688 28965830 28868053
Passivo Cíclico 2185933 2324248 2434305 2415061 2260791 2223343 2095645 2615793
Passivo Errático 1335476 2179978 1965732 2056294 2124405 2256021 2293456 1781639
Passivo Não Circulante +
25472162 24789993 24675566 24855944 24689439 24679324 24576729 24470621
PL
Total do Passivo 28993571 29294219 29075603 29327299 29074635 29158688 28965830 28868053
1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16
Ativo Cíclico 4366348 4050390 3738728 3358225 2862246 2677972 2749191 3100601
Ativo Errático 594764 893489 903178 723550 684450 1507690 1053758 832330
Ativo Não Circulante 24647898 24025564 23964009 22924414 22371445 21255376 21066169 20767602
Total do Ativo 29609010 28969443 28605915 27006189 25918141 25441038 24869118 24700533
Passivo Cíclico 2273165 2034998 1831721 2169204 1892769 1684446 1428781 1489248
Passivo Errático 2430870 2841910 3097135 2802543 3488491 3962347 118330 114085
Passivo Não Circulante +
24904975 24092535 23677059 22034442 20536881 19794245 23322007 23097200
PL
Total do Passivo 29609010 28969443 28605915 27006189 25918141 25441038 24869118 24700533
1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18
Ativo Cíclico 3312262 3340627 3284560 3425569 3769312 4379993 4566188 4856630
Ativo Errático 943567 1414119 1558839 1309753 1227002 693100 1220206 1525042
Ativo Não Circulante 20547544 19143145 18834496 18553408 18301111 18236528 18287175 18057413
Total do Ativo 24803373 23897891 23677895 23288730 23297425 23309621 24073569 24439085
Passivo Cíclico 1661864 1343543 1196361 1681063 1916678 1837714 2273450 2407817
Passivo Errático 1343071 632008 868958 451978 75629 14619 19183 635125
Passivo Não Circulante +
21798438 21922340 21612576 21155689 21305118 21457288 21780936 21396143
PL
Total do Passivo 24803373 23897891 23677895 23288730 23297425 23309621 24073569 24439085
1T19 2T19 3T19 4T19
Ativo Cíclico 4496013 4936409 4960142 4563036
Ativo Errático 1652925 992321 2284198 1970615
Ativo Não Circulante 18011587 18042332 17354686 17473499
Total do Ativo 24160525 23971062 24599026 24007150
Passivo Cíclico 2449398 2354779 2567925 2348395
Passivo Errático 353278 265909 272039 168472
Passivo Não Circulante +
21357849 21350374 21759062 21490283
PL
Total do Passivo 24160525 23971062 24599026 24007150
33
No ativo cíclico tem-se o investimento resultante de atividades operacionais da empresa como
compras, produção, estoque e venda do produto. Nota-se ao longo do período variações nos
valores para mais e para menos, com destaque para seu maior valor no segundo trimestre de
2011 (R$5.718.830,00) e para o segundo trimestre de 2016, onde tem o seu menor valor
(R$2.677.972,00). Em relação à sua primeira observação no primeiro trimestre de 2011,
houve redução nos investimentos derivados das atividades operacionais da Usiminas.
Quanto ao ativo errático, que resulta das contas de natureza financeira da empresa como
disponíveis e aplicações de curto prazo, nota-se desde a primeira observação no primeiro
trimestre de 2011, redução nos valores apresentados, tendo nos anos de 2014 e 2015 seus
menores resultados. Entretanto, pode-se perceber um relativo aumento no ano de 2019,
fechando o quarto trimestre com R$1.970.615,00.
25000000
20000000
(R$) em milhares
15000000
10000000
5000000
Período
Como demonstrado no gráfico 1, o ativo não circulante tem proporção bem maior frente ao
ativo circulante. Este é um padrão comum em empresas como a Usiminas que apresentam
altos níveis de investimento, necessitando imobilizar recursos para investir.
34
Pode-se observar também que, em todo período analisado, o ativo circulante operacional teve
valor maior que o ativo circulante financeiro.
Já do lado das contas do passivo, o passivo cíclico, decorrente das atividades operacionais da
empresa, apresentou variações para mais e para menos desde o primeiro trimestre de 2011,
tendo seus menores valores apresentados no ano de 2017. Posteriormente, há um aumento
nesses valores, fechando o quarto trimestre de 2019 com saldo de R$2.348.395,00.
30000000
25000000
(R$) em milhares
20000000
15000000
10000000
5000000
Período
35
A partir da visualização do gráfico 2, é possível identificar com maior facilidade os períodos
em que o passivo errático foi superior ao passivo cíclico, tendo destaque do trimestre 1 de
2015 até o trimestre 2 de 2016. Este comportamento demonstra que a Usiminas estava se
financiando de forma significativa no curto prazo. No entanto, há uma queda brusca do
passivo errático no trimestre 3 de 2016, representada no balanço principalmente pela redução
nas contas de empréstimos e financiamentos. As fontes de longo prazo representadas pela
soma do passivo não circulante com o patrimônio líquido são maioria absoluta em todo
período observado.
4000000
3500000
3000000
(R$) em milhares
2500000
2000000
1500000
1000000
500000
Período
Empréstimos e
Financiamentos
36
5.2.2. Calculando os Indicadores
37
Nota-se a partir do quadro acima que a Usiminas apresentou, nos dois primeiros trimestres
observados, situação Sólida. Esta é assim caracterizada por ter os três indicadores do modelo
(CDG, NCG e T) maiores que zero. Neste cenário, a empresa se utilizou de fontes de longo
prazo para financiar ativos não circulantes e sua necessidade de capital de giro, resultando em
caixa disponível (T>0), assegurando liquidez à empresa. A mesma situação se repete no
trimestre 1 de 2013, nos trimestres 3 e 4 de 2016 e do segundo trimestre de 2017 até o quarto
trimestre de 2019.
O pior desempeno da Usiminas, aplicado o modelo Fleuriet pode ser observado do trimestre 3
de 2015 até o trimestre 2 de 2016. Neste período, sendo CDG<0, a empresa financiou parte de
seus ativos não circulantes e parte de sua necessidade de capital de giro por meio de dívidas
de curto prazo. Esta situação é denominada como Péssima, deixando a empresa vulnerável
frente a quaisquer mudanças em seu ambiente financeiro ou de negócios.
É também neste período que se percebe o ápice do descompasso entre a evolução das fontes
disponíveis de longo prazo e as aplicações que necessitam de financiamento, verificado no
primeiro trimestre de 2016. Este processo, conhecido como Efeito Tesoura, implicou em
grande parte do período no crescimento significativo e continuado do saldo de tesouraria
negativo, evidenciando uma dependência acentuada dos recursos de curto prazo para o
financiamento das atividades da empresa.
38
Gráfico 4 - Efeito Tesoura
5000000
4000000
3000000
(R$ em milhares)
2000000
1000000
-1000000
-2000000
-3000000
Período
CGD NCG
O ciclo financeiro da Usiminas, que representa o período que a empresa necessita para
financiar suas operações, se mostra longo em todas as observações, influenciado
principalmente elevado prazo médio de estocagem, que é característico do setor industrial. O
gráfico 4 abaixo tem por base os dados históricos do ciclo da Usiminas retirados da
Economatica.
39
Gráfico 5 – Ciclometria Usiminas 2011 a 2019
160,0
140,0
120,0
Prazo médio (em dias)
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Período
O melhor valor de prazo médio de pagamento (66,7) foi verificado no trimestre 1 de 2015, no
entanto, este foi se reduzindo até o trimestre 3 de 2016, onde PMP chega a 29,2, o pior
resultado apresentado. No trimestre 4 de 2019, o PMP fechou em 42,4, valor menor que a
média de toda a observação, que foi de 47,1.
40
PME, PMP e PMR tiveram valores melhores que suas respectivas médias, contribuindo para
redução do ciclo. Como após este período há elevação tanto no PME quanto no PMR e
redução no PMP, o ciclo financeiro volta a crescer, tendo como resultado no trimestre 4 de
2019, 92,6 dias.
Os resultados a seguir foram obtidos através dos indicadores do Modelo Fleuriet referentes à
Usiminas nos anos de 2011 a 2019.
41
Baseado nos resultados obtidos pela Equação Z de Prado, a Usiminas em todo período
apresentou escore discriminante maior que -0.0641, logo, pode-se classificar a empresa como
Solvente em todo o período. Na maior parte do período, a Usiminas pôde ser classificada com
Risco Moderado (B), no entanto, a partir do trimestre 2 de 2017, a empresa foi classificada
como Risco Mínimo (A), pois em todas as observações até o trimestre 4 de 2019, apontaram
escore discriminante maior do que 1,3996.
42
6. Conclusão
A aplicação da Equação Z de Prado permitiu conferir que em todo período a Usiminas pôde
ser classificada como solvente, variando entre Risco Mínimo (A) e Risco Moderado (B).
43
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