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ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL - ESAB

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MBA EXECUTIVO EMPRESARIAL


EM GESTÃO PÚBLICA E RESPONSABILIDADE FISCAL

CLAUDIA ANDRÉIA GOMES ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA O


SETOR PÚBLICO: Evidenciação dos Balanços Contábeis da
Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO no Exercício de 2011

VILA VELHA (ES)


2012

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CLAUDIA ANDRÉIA GOMES ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA O


SETOR PÚBLICO: Evidenciação dos Balanços Contábeis da
Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO no Exercício de 2011

Monografia apresentada ao Curso de


Pós-Graduação MBA Executivo
Empresarial em Gestão Pública e
Responsabilidade Fiscal da Escola
Superior Aberta do Brasil como requisito
para obtenção do título de Especialista
em Gestão Pública e Responsabilidade
Fiscal, sob orientação do Prof. Esp. Jandir
Nicoli Júnior.

VILA VELHA (ES)

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2012
CLAUDIA ANDRÉIA GOMES ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA O


SETOR PÚBLICO: Evidenciação dos Balanços Contábeis da
Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO no Exercício de 2011

Monografia aprovada em ... de ... de 2012.

Banca Examinadora

________________________
(Não preencher)

________________________
(Não preencher)

________________________
(Não preencher)

VILA VELHA (ES)


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2012
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, com muito amor e carinho a minha mãe Clarice Gomes, que
sempre me incentivou a aprimorar meus conhecimentos.

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RESUMO

Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica, no processo gerador


de informações, os princípios e as normas contábeis direcionados à gestão
patrimonial de entidades públicas, oferecendo aos usuários informações sobre os
resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica,
financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, em apoio ao
processo de tomada de decisão e à adequada prestação de contas. Assim sendo,
quando evidenciada de forma adequada, a contabilidade atribui confiabilidade as
instituições pertencentes a este setor, pois por meio desta, a população é capaz de
identificar a eficácia e a limpidez desenvolvida por elas. Analisando este segmento a
presente pesquisa teve como ponto de partida o aprofundamento no tema da
contabilidade desenvolvida no Setor Público, tendo como objetivo geral evidenciar a
relevância da contribuição das informações contábeis na prestação de contas das
entidades deste segmento, dando ênfase a contabilização dos Balanços. Para esta
finalidade buscou-se identificar os resultados obtidos e os procedimentos contábil
adotados pela Entidade Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO, analisando seus
Balanços Contábeis e comprometimento com a evidenciação dos resultados obtidos
no exercício de 2011. A metodologia de pesquisa deste trabalho constituiu-se com
base em pesquisa documental, bibliográfica e qualitativa sobre as principais
características dos procedimentos de evidenciação dos Balanços Contábeis do
Setor Público, procurando descrever a complexidade do tema e contribuindo no
processo de aprofundamento e entendimento de suas particularidades, além de um
levantamento caracterizado principalmente pela matéria concentrada de uma análise
documental. Com relação à legislação vigente e às Normas Brasileiras de
Contabilidade, identificou-se a importância da Lei nº 4.320/64 e Lei Complementar
101/2000 no tema apresentado, além de estabelecer concordância com os aspectos
da NBC T 16.

PALAVRAS-CHAVES: Balanços Contábeis. Evidenciação. Setor Público.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Movimentação Orçamentária...............................................33


Quadro 02 – Demonstrativo de Alterações Orçamentárias......................33
Quadro 3 – Balanço Patrimonial................................................................35
Quadro 4 – Movimentação do Ativo Permanente......................................35
Quadro 5 – Movimentação da Dívida Fundada Interna.............................36
Quadro 6 – Balanço Orçamentário............................................................37
Quadro 7 – Comportamento da execução orçamentária..........................37
Quadro 8 – Movimentação do Balanço Financeiro...................................38
Quadro 9 – Movimentação nas Contas do Passivo..................................39
Quadro 10 – Balanço Financeiro...............................................................41
Quadro 11 – Variações resultantes da Execução Orçamentária..............42
Quadro 11 - Demonstração das Variações Patrimoniais..........................43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................6
1.1 OBJETIVO GERAL................................................................................7
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................7
1.3 PROBLEMÁTICA...................................................................................8
1.4 JUSTIFICATIVA......................................................................................8
1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA...........................................................9
1.5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...........................................................10
1.5.2 PESQUISA DOCUMENTAL..............................................................11
1.5.3 PESQUISA QUALITATIVA................................................................12
2 CONTABILIDADE PÚBLICA...................................................................13
2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE.............................13
2.2 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE PÚBLICA....................................15
2.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA APLICADA A CONTABILIDADE PÚBLICA19
2.4 BALANÇOS E DEMONSTRATIVOS DA CONTABILIDADE PÚBLICA22
2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL................................................................24
2.4.2 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO...........................................................26
2.4.3 BALANÇO FINANCEIRO..................................................................27
2.4.4 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS...................28
2.4.5 NOTA EXPLICATIVA.........................................................................29
3 ANÁSLISE DOCUMENTAL.....................................................................31
3.1 PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO.......................31
3.1.1 APRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO...................................................31
3.1.2 DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA..................................................32
3.1.3 EVIDENCIAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS.............34
3.1.3.1 Balanço Patrimonial.......................................................................34
3.1.3.2 Balanço Orçamentário...................................................................37
3.1.3.3 Balanço Financeiro........................................................................38
3.1.3.4 Demonstração das Variações Patrimoniais - DVP........................41
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................47

5
6
1 INTRODUÇÃO

Com o intuito de promover ações voltadas para o bem-estar comum da coletividade


no Brasil, assim como em todo o mundo, entidades denominadas do Setor Público
têm como um de seus objetivos principais oferecer a população alternativas
diferenciadas para uma significativa melhoria de vida.

Assim, pode-se conceituar a contabilidade Pública como o ramo da Ciência Contábil


que aplica, no processo gerador de informações, os princípios e as normas
contábeis direcionados à gestão patrimonial de entidades públicas, oferecendo aos
usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas
mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão e à adequada prestação de
contas.

Fundamentado pela Lei nº 4.320/64 e Lei Complementar nº 101/2000, além das


demais legislações vigentes este estudo aprofunda o conhecimento na matéria da
contabilidade do Setor Público, destacando sua relevância para a evidenciação das
informações referentes aos demonstrativos contábeis pertinentes a este tipo de
entidade.

Entendendo que as entidades do Poder Público apreciam uma extensa variedade de


instituições que atuam nas mais variadas áreas de interesse social, tais como
educação, saúde, defesa do meio ambiente, entre outras, a referida legislação
desempenha a função de determinar as regras para o bom funcionamento contábil e
eficaz gestão dos órgãos.

Deste modo o setor contábil vem se adequando ao crescimento desse segmento,


pois entende que o seu papel não é apenas analisar números, mas orientar as
organizações nas questões patrimoniais e em toda a legislação que a rege, tornando
todo esse processo transparente.

Partindo deste princípio, encontra-se explicito o papel significativo das Balanços

7
contábeis para o Setor Público, evidenciando sua eficácia e transparência na
elaboração e divulgação dos demonstrativos.

Assim a presente pesquisa trata da relevância dos Balanços contábeis para as


Entidades Públicas, com enfoque nos Demonstrativos da Entidade Prefeitura
Municipal de Monte Negro – RO no Exercício Financeiro de 2011, apresentando
seus resultados obtidos e identificando os procedimentos contábeis pertinentes a
esta Entidade Pública. Desta forma, ao verificar os Balanços Contábeis da referida
entidade será possível identificar as práticas contábeis desenvolvidas e analisar se
as mesmas estão condizentes com a legislação vigente.

1.1 OBJETIVO GERAL

Evidenciar a relevância dos Balanços Contábeis na gestão das entidades públicas,


dando ênfase aos Balanços Patrimonial, Financeiro, Orçamentário e a
Demonstração da Variação Patrimonial, explanando a contabilização das
informações referentes aos demonstrativos da Prefeitura Municipal de Monte Negro
– RO.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar a legislação para elaboração dos Balanços Contábeis relacionados


às entidades públicas;
 Evidenciar a estrutura dos Balanços contábeis, enfatizando o Balanço
Orçamentário, o Balanço Financeiro, o Balanço Patrimonial e a Demonstração das
Variações Patrimoniais, segundo Lei nº 4.320/64.
 Verificar os Balanços Contábeis da Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO,
verificando seu comprometimento com a evidenciação dos referidos Balanços.

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1.3 PROBLEMÁTICA

Por se tratar de entidades públicas, torna-se mais do que necessário um processo


econômico para a manutenção e obtenção dos objetivos finais das mesmas, tal
processo precisa ser controlado e divulgado aos seus usuários.

A contabilidade é uma das formas encontradas para divulgar e evidenciar a gestão


desempenhada dentro dessas organizações, além de auxiliar no processo de
tomada de decisão, quando esta refletir em seu Patrimônio. Por intermédio da
transparência e divulgação empregada na gestão dessas instituições a sociedade
desenvolve uma imagem positiva, colaborando assim para a manutenção e
ampliação dos projetos desenvolvidos em prol da população em geral.

A gestão pública contábil deve ser realizada de maneira clara e objetiva de tal forma
que não deixe vestígio algum de irregularidades em suas receitas e despesas, pois
ao contrário do segundo setor, as organizações do setor público, quando verificam
superávit em suas contas, não o distribuem, mas o reaplica na manutenção de suas
atividades. Por isso evidenciar as informações é o ponto de maior relevância.

Deste modo a contabilização e evidenciação dos demonstrativos nas instituições


públicas devem ser realizadas de maneira correta obedecendo aos princípios legais
que a rege de maneira eficaz e límpida. Seguindo este conceito surge a seguinte
indagação: Qual a relevância dos Balanços Contábeis para a gestão pública?

1.4 JUSTIFICATIVA

Com o objetivo de auxiliar os profissionais que buscam a melhoria das condições


sociais, a contabilidade contribui analisando os resultados obtidos pelas entidades
públicas e procura melhores oportunidades para que seus gastos sejam reduzidos e
suas receitas ampliadas, visando à maior eficiência e solidificação de seus ideais.

9
A presente pesquisa busca identificar a forma como os procedimentos contábeis
estão sendo aplicados na Prefeitura Municipal de Monte Negro - RO, enfatizando
seus demonstrativos contábeis para melhor analise das contas e com isso
contribuindo com os gestores na tomada de decisão econômico-administrativa.

Assim sendo também poderá auxiliar acadêmicos, profissionais ou futuros


pesquisadores interessados neste tema, que terão com a utilização deste material,
um auxílio para iniciarem novas pesquisas sobre o assunto, ou ainda servir como
fonte para direcionar e delinear estudos em assuntos semelhantes, acrescentando
maiores possibilidades de aprimoramento do conhecimento sobre as entidades do
setor público e agregando valores literários para os estudos acadêmicos,
profissionais ou ainda por aqueles que se interessam sobre o assunto.

A Contabilidade produz informações quantitativas e qualitativas que permite ao


usuário, em relação à entidade observar e avaliar o comportamento econômico-
financeiro e a comparar seus resultados com os de outros períodos e entidades.
Avalia os resultados obtidos em relação aos objetivos estabelecidos e projeta seu
futuro nos marcos políticos, sociais e econômicos em que se insere.

Tudo isso para que os usuários internos e externos, com interesses diversificados
possam planejar as operações futuras da entidade ou avaliar a conveniência de tê-la
como sua parceira.

O aprofundamento no assunto gestão e contabilidade do setor público contribuem


com o desenvolvimento social e dá ênfase a um assunto de pouca observância na
região norte, verificado por meio do levantamento bibliográfico realizado para esta
pesquisa que possui a necessidade de referencial teórico e prático, dando
capacidade ao profissional contábil a exercer um papel importante na análise dos
demonstrativos referentes a essas instituições.

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA

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Por apresentar um considerável aumento, os estudos científicos na esfera da gestão
e contabilidade elevam a cada dia o nível do conhecimento e progresso na
ampliação de métodos científicos auxiliares para o desenrolar do ensinamento.

Beuren (2004, p.83) afirma que os procedimentos na pesquisa científica referem-se


à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm os dados, deste modo
o andamento do estudo depende especificamente do pesquisador que pode procurar
por intermédio de técnicas bem elaboradas a fundamentação de seu estudo.

Para que sua decorrência auferisse algo ao conhecimento acadêmico, a presente


pesquisa busca o método científico que obtenha resultados perante os objetivos
propostos e embasamento teórico.

Considerando as particularidades da gestão e contabilidade pública, preferiu-


se por enfocar duas tipologias de delineamentos de pesquisas, entendendo-se
serem mais aplicáveis ao presente estudo. Tais delineamentos contemplam a
pesquisa quanto aos procedimentos, que aborda a pesquisa bibliográfica e
documental e a pesquisa quanto à abordagem do problema, que compreende a
pesquisa qualitativa.

1.5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Para Lakatos (2001, p.44) a pesquisa a bibliográfica utiliza-se principalmente das


contribuições de vários autores sobre determinada temática de estudo e sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito
sobre determinado assunto. O material consultado nesta pesquisa bibliográfica
abrange grande parte do referencial já tornado público, em relação ao tema da
contabilidade pública desde publicações avulsas, revistas, livros, pesquisas,
monografias, dissertações e teses.

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Deste modo as publicações dos autores mencionadas nas referências bibliográficas
ajudaram a conhecer o que foi produzido de importante sobre o objeto da pesquisa,
implicando no próprio desenvolvimento, reunindo os fragmentos encontrados e os
inserido no fluxo do texto.

1.5.2 PESQUISA DOCUMENTAL

Devido suas características essa pesquisa pode ser facilmente confundida com a
pesquisa bibliográfica, no entanto as naturezas das fontes de ambas destacam uma
principal diferença entre elas.

Para Lakatos (2001, p.43) a pesquisa documental baseia-se em materiais de fonte


primária, proveniente dos próprios órgãos que realizaram as observações e que
ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de
acordo com os objetivos da pesquisa.

Para incidir tal estudo a Prefeitura de Monte Negro concedeu todos os documentos
pertinentes à contabilidade da instituição, para que por meio destes fosse possível
identificar os procedimentos contábeis relacionados às entidades públicas.

Como fontes primárias foram utilizados os documentos pertencentes às


demonstrações contábeis da referida instituição como o Balanço Patrimonial,
Balanço Financeiro, Balanço Orçamentário e Demonstração das Variações
Patrimoniais.

Foram utilizados também para a elaboração desta pesquisa material legislativo


como Leis Ordinárias, Leis Complementares, Decretos e a própria Constituição
Federal, os quais constituíram papel significativo no tocante ao objeto da pesquisa.
Por se abordar materiais que ainda não receberam nenhuma análise aprofundada, a
pesquisa tratou e interpretou as informações brutas, buscando extrair delas algum
sentido e introduzir-lhe algum valor, deste modo contribuindo com a comunidade
científica a fim de que outros possam voltar a desempenhar este processo

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futuramente.

1.5.3 PESQUISA QUALITATIVA

Ao empregar uma metodologia qualitativa este estudo procura descrever a


complexidade do tema da gestão e contabilidade pública, contribuindo no processo
de aprofundamento e entendimento das particularidades desta matéria.

Beuren (2004, p.92) relata que na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais
aprofundadas em relação ao fenômeno que está sendo elaborado. A abordagem
qualitativa visa destacar características não observadas por meio de estudos
quantitativos, haja vista a superficialidade deste último.

Devido à análise de todos os demonstrativos evidenciados é justificável a relevância


do uso da abordagem qualitativa nesta pesquisa, visto que a mesma tem por
desígnio interpretar o fenômeno observado, além de descrever e compreender o
significado das informações contidas nos demonstrativos contábeis da Prefeitura
Municipal de Monte Negro - RO.

13
2 CONTABILIDADE PÚBLICA

2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos


registros que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis.

Autores como Iudícibus; Martins; Carvalho (2005), colocam que a fase da


Contabilidade do Mundo Antigo compreende desde os primórdios da história até
aproximadamente o ano de 1200 d.C., e seus acontecimentos marcam o nascimento
da Contabilidade.

Gonçalves (2004, p.8) elucida que a fase da Contabilidade do Mundo Medieval,


ocorrida entre 1202 a 1494, destaca os benefícios que a Contabilidade auferiu com
os avanços da ciência, principalmente da matemática e das grandes invenções, que
abriram novos horizontes à civilização. Nesta fase há dois momentos fundamentais
que influenciaram diretamente a Contabilidade no período medieval, denominado: a
Era da Técnica.

O primeiro momento está relaciona à publicação da obra Líber Abacci, em 1202,


escrita por Leonardo Fibonacci de Pisa (1180-1250), que desempenhou importante
papel na popularização do sistema numérico arábico na Europa, e assim foram
introduzidas importantes técnicas matemáticas que versavam sobre pesos, medidas
e câmbio, o homem passou a dominar melhor os conhecimentos comerciais e
financeiros.

Assim com a proliferação da indústria artesanal e o incremento do comercio exterior


fizerem surgir o livro-caixa, que mantinha registros de recebimentos em dinheiro. Era
utilizado, rudimentarmente, o débito e o crédito oriundos de relações de direitos e
obrigações.

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No segundo momento ainda de acordo com Gonçalves (2004, p.8), na Itália, por
volta de 1300 apareceu o Método das Partidas Dobradas, o que implicou o
reconhecimento da sistemática do registro contábil, facilitando as transações de
crédito e a avaliação de desempenho dos gestores.

Para Oliveira e Pontes (2004, apud Iudícibus; Marion, 1999, p.20), o objetivo da
Contabilidade praticamente permaneceu inalterado ao longo dos anos e as
mudanças substanciais verificaram-se nos tipos de usuário e nas formas de
informação que têm sido demandadas.

O desenvolver-se da contabilidade sempre se correlacionou com a evolução da


humanidade. Esta associação é ressaltada e abordada por estudiosos sob diferentes
perspectivas. A opinião de alguns pensadores, e os aspectos por estes identificados
são a seguir apresentados por Oliveira e Pontes (2004, apud Melis, 1950):

A Contabilidade, e sua principal e mais característica manifestação – a


conta – é tão antiga quanto é a civilização construída pelos homens... A
história da Contabilidade é, em certo ponto, uma consequência da história
da civilização, tanto em suas vicissitudes como nas mais altas
manifestações da referida civilização, sobretudo no campo econômico.

De modo assemelhado, Oliveira e Pontes (2004, apud Vlaemminck, 1961) analisa o


desenvolvimento histórico da Contabilidade, estabelecendo uma correlação de sua
evolução com a Economia:

A Contabilidade é indubitavelmente uma técnica auxiliar da Economia.


Como consequência aparece, se expande e se degenera ou se retrai ao
compasso da evolução econômica das civilizações, nas diversas regiões e
distintas épocas de sua história. Trataremos de nos manifestar sobre o
paralelismo entre a evolução econômica geral e a evolução de um dos
métodos a serviço da economia das empresas: a técnica das contas.

Para Iudícibus; Martins; Carvalho (2005), o que se conhece da evolução da


Contabilidade, primeiro como sistema de escrituração, evoluindo, lentamente, para o
estado de ciência, faz meditar que o impulso inicial para seu surgimento tenha sido
de natureza socioeconômica ampla, ou seja, o surgimento das necessidades
prementes de acompanhar a evolução da riqueza patrimonial das entidades, a partir,
principalmente, do Século XII, fortalecendo-se no XIII, indo até inícios do Século XIX,
aperfeiçoando-se em suas técnicas escriturais.

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Ainda em consonância com Iudícibus; Martins; Carvalho (2005), é praticamente no
século XIX que a Contabilidade, através de autores talentosos de vários países, não
sem predecessores em épocas anteriores, assume vestimenta científica, saindo do
estreito âmbito da escrituração para as especulações sobre avaliação,
enquadramento da Contabilidade entre as ciências, introdução dos raciocínios sobre
custos de oportunidade, riscos e juros, entre outros.

Deste modo uma vez constituída a entidade, era necessário, portanto, seguir a
evolução de seu patrimônio. Nitidamente, como ainda era vaga ou inexistente, no
aclarar da contabilidade, a noção de separação entre proprietário e gerente ou
administrador da entidade, inclusive, via de regra, com exceções, devido à menor
dimensão dos empreendimentos, o proprietário era, também, gerente da entidade.

Apreciar-se que, no estágio atual da evolução da Contabilidade, com a globalização


e a convergência internacional da regulação, tal acalorada discussão sobre as duas
visões da Contabilidade perde parte de seu significado na prática, sendo certo,
todavia, que ambas são dignas, de estudo e de meditação. O mais importante,
mesmo nesse exercício teórico, é buscar os pontos de convergência, sempre se
privilegiando o usuário da informação contábil.

2.2 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE PÚBLICA

Em consonância com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Resolução n.º


774, de 16.12.1994, item 1.4, a Contabilidade tem por objetivo prover os usuários
com informações sobre aspectos de naturezas econômica, financeira e física do
patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende registros,
demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de
relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.

A ciência contábil no País vem passando por significativas transformações rumo à


convergência aos padrões internacionais. No setor público, a Portaria MF nº 184, de
25 de agosto de 2008 e o Decreto nº 6976, de 7 de outubro de 2009, estabeleceu

16
que a Secretaria do Tesouro Nacional deve promover a busca da convergência aos
padrões internacionais de contabilidade do setor público, respeitados os aspectos
formais e conceituais estabelecidos na legislação vigente.

O processo de evolução da contabilidade do setor público deve ser analisado de


forma histórica e contextualizado com o próprio processo de evolução das finanças
públicas no País, no século XX, devido ao fato daquela estar inserida nesse
contexto.

Um importante marco na construção de uma administração financeira e contábil


sólidas no País foi à edição da lei nº 4320, de 17 de março de 1964. Esta lei
estabeleceu importantes regras para propiciar o equilíbrio das finanças públicas no
País, utilizando o orçamento público como o mais importante instrumento para
atingir esse objetivo.

Assim, o orçamento público ganhou tanta importância com a lei nº 4320/64 que as
normas para os registros contábeis e as demonstrações contábeis previstas por
essa lei, que vigem até hoje, propiciaram interpretações muito voltadas para os
conceitos orçamentários, em detrimento da evidenciação dos aspectos patrimoniais.

No entanto, o processo de evolução atual da contabilidade invoca principalmente a


referida lei, que dispõe no seu Título IX (Da Contabilidade):

“Art. 85 Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a


permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento
da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação
dos resultados econômicos e financeiros.

Art. 89 A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração


orçamentária, financeira, patrimonial e industrial.

Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os


resultados da execução orçamentária, bem como as variações
independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas
e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as


alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da
execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.” (Lei
4.320/1964).

17
De acordo com a NBC T 16 - Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao
Setor Público, Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica, no
processo gerador de informações, os princípios e as normas contábeis direcionados
à gestão patrimonial de entidades públicas, oferecendo aos usuários informações
sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária,
econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, em apoio
ao processo de tomada de decisão e à adequada prestação de contas.

De acordo com Oliveira e Pontes (2004, apud Iudícibus; Marion, 1999, p.53), o
objetivo da Contabilidade consiste em "(...) fornecer informação estruturada de
natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social,
aos usuários internos e externos à entidade".

Assim conclui-se que a Contabilidade Pública tem como principal função social servir
de instrumento de controle por parte da sociedade no acompanhamento das
políticas públicas, com base na prestação de contas por parte de gestores públicos e
na correta aplicação dos recursos públicos.

Inicialmente procura-se aqui apontar caminhos para a abordagem e


desenvolvimento mais profundos neste tema, deste modo a Constituição Federal em
seus arts. 70 e 74, I e II e 165 § 9º estabelece que os atos praticados pelos gestores
públicos, visando à consecução da missão da entidade sob sua responsabilidade,
são passíveis de controle quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, pelo Congresso Nacional através
do controle externo e pelo sistema de controle interno de cada poder.

Vale mencionar que como pressupostos desta analítica das finanças que nos
municípios, enfatiza-se a tempestividade da informação quanto à publicidade que
preconiza profundas alterações de forma e conteúdo na Contabilidade Pública do
nosso século, tornando-a instrumento elucidador da gestão das contas públicas.

A contabilidade pode ser caracterizada como um enfoque especial conferido a várias


técnicas e procedimentos já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na
contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços entre outros. Colocados

18
numa perspectiva diferente, num grau de detalhes mais analítico ou numa forma de
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gestores em seu
processo decisório, priorizando ressaltar na gestão pública a necessidade de uma
maior consciência nos gastos.

De acordo com Baracho (2000, p.130), especificamente em relação aos municípios,


é importante que suas prestações de contas acompanhem outras esferas da
administração pública avançando no sentido de fornecer informações relevantes de
gestão contábil, priorizando o conhecimento efetivo da situação patrimonial,
financeira e orçamentária do setor público nos vários exercícios.

A importância de se proceder a uma estruturação conceitual de indicadores do


desempenho econômico, financeiro, físico e de produtividade para as
administrações públicas municipais, são calculados e evidenciados, a partir dos
dados das prestações de contas municipais, elucidados pelos setores de
contabilidade por meio de seus demonstrativos.

O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. A contabilidade pública não está


interessada somente no patrimônio e suas variações, mas, também, no orçamento e
sua execução (previsão e arrecadação da receita e a fixação e a execução da
despesa).

A contabilidade pública, além de registrar todos os fatos contábeis (modificativos,


permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo administrador,
que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio. O objetivo dela é o
de fornecer aos gestores informações atualizadas e exatas para subsidiar as
tomadas de decisões, aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento
da legislação e às instituições governamentais e particulares informações
estatísticas e outras de interesse dessas instituições.

A legislação brasileira dedica tratamento diferenciado às Entidades do Setor público,


principalmente quando relacionado com procedimentos de prestação de contas.

19
2.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA APLICADA A CONTABILIDADE
PÚBLICA

O principal diploma legislativo aplicado ao setor contábil público no Brasil foi à


instituída pela Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, intitulada como Lei das
Finanças Públicas, ao contrário da contabilidade societária, relacionada com a
atividade privada, que é regida pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código
Civil, que estabelecem regras de procedimentos contábeis.

A contabilidade societária tem como foco principal o patrimônio e as suas


avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial, porém na
contabilidade pública, o mais relevante é o balanço de resultados, que trata da
despesa e da receita, ou seja, de que forma foi arrecadado o dinheiro e como foi
aplicado.

Em 1986, foi publicado o Decreto nº 95452/86, que criou a Secretaria do Tesouro


Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, com a atribuição de administrar os
sistemas de programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade
pública.

A criação da STN foi sucedida pela instituição do Sistema Integrado de


Administração Financeira (SIAFI), na União, que realiza o controle da execução
orçamentária, financeira e patrimonial utilizando um Plano de Contas único para a
Administração Pública Federal.

A contabilidade da área societária tem como visão o patrimônio e o lucro, enquanto


que na área pública, a visão é a gestão, assim a Lei Complementa nº 101 de 04 de
maio e 2.000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao
Relatório Resumido da Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório,
como se publica essa informação.

A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF também trouxe como inovação o Relatório

20
de Gestão Fiscal, que visa demonstrar se foram atingidas as metas e os limites
estabelecidos, além de inovar quando exigiu que as receitas vinculadas tivessem a
contabilização de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo.

A referida lei passou a dar uma maior importância e visibilidade à Contabilidade


Pública, seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal, tendo
como base a Lei 4.320, que instituiu normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.

Alguns conceitos previstos em norma legal, conceituam a contabilidade Pública


como a ciência que estuda, registra, controla e demonstra o orçamento aprovado e
acompanha a sua execução, conforme pode ser evidenciado no art. 78, do Decreto-
Lei nº 200 de 25 de fevereiro de 1967.

O mesmo decreto lei em seu art. 79 argumenta que a contabilidade deverá apurar os
custos dos serviços de forma a evidenciar os resultados da gestão.

De acordo com o art. 85, da Lei nº 4.320/64 os serviços de contabilidade serão


organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária,
o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços
industriais, o levantamento dos balanços gerais a análise e interpretação dos
resultados econômicos e financeiros.

E em seu art. 83 a contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação


de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas,
administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Um marco importante para a implantação de um novo padrão de contabilidade


aplicada ao setor público foi à edição, pelo Conselho Federal de Contabilidade –
CFC, das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, NBC T
16 ou NBCT SP. Tais normas representam um primeiro passo rumo à convergência
da contabilidade do setor público brasileiro aos padrões internacionais.

21
Para ratificar a construção desse novo marco regulatório, foi publicado o decreto nº
6.976, de 2009, que em seu artigo 7º, inciso XXIV, atribui à Secretaria do Tesouro
Nacional - STN do Ministério da Fazenda a competência de exercer as atribuições
definidas pelo art. 113 da Lei nº 4.320, de 1964, a saber: atender a consultas, coligir
elementos, promover o intercâmbio de dados informativos, expedir recomendações
técnicas, quando solicitadas, e atualizar, sempre que julgar conveniente, os anexos
que integram aquela Lei.

Dessa forma, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) foi


introduzido com a finalidade de colaborar com o processo de elaboração e execução
do orçamento, além de contribuir para resgatar o objeto da contabilidade como
ciência, que é o patrimônio.

Com isso, a contabilidade atende a demanda de informações requeridas por seus


usuários, possibilitando a análise de demonstrações contábeis adequadas aos
padrões internacionais, sob os enfoques orçamentário e patrimonial, com base em
um Plano de Contas Nacional.

A Portaria STN nº 828, de 14 de dezembro de 2011, alterada pela Portaria STN nº


231, de 29 de março de 2012, estabeleceu a necessidade de os entes divulgarem
um cronograma de ações relativas às principais inovações na Contabilidade
Aplicada ao Setor Público, quais sejam:

I - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos créditos, tributários ou


não, por competência, e a dívida ativa, incluindo os respectivos ajustes para
perdas;
II - Reconhecimento, mensuração e evidenciação das obrigações e
provisões por competência;
III - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos bens móveis, imóveis
e intangíveis;
IV - Registro de fenômenos econômicos, resultantes ou independentes da
execução orçamentária, tais como depreciação, amortização, exaustão;
V - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos de
infraestrutura;
VI - Implementação do sistema de custos;
VII - Aplicação do Plano de Contas, detalhado no nível exigido para a
consolidação das contas nacionais;
VIII - Demais aspectos patrimoniais previstos no Manual de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público.

Portanto, analisando os conceitos supramencionados pode-se afirmar que a

22
contabilidade pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa
estabelecida no orçamento, escritura a execução orçamentária, faz a comparação
entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de
crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos, as obrigações, etc. e ainda revela as
variações patrimoniais e demonstra a situação do patrimônio público.

2.4 BALANÇOS E DEMONSTRATIVOS DA CONTABILIDADE PÚBLICA

Assim como os demonstrativos contábeis das entidades privadas os demonstrativos


do setor público seguem normas e princípios que devem ser observados pelas
instituições que se comprometem a realizar serviços à população. Desta forma as
demonstrações contábeis têm por objetivo fornecer informações sobre a posição
financeira e patrimonial da entidade, que sejam úteis na tomada de decisões e
avaliações por parte dos usuários em geral.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V – Demonstrações


Contábeis Aplicadas ao Setor Público (2012), evidencia e padroniza os conceitos, as
regras e os procedimentos relativos às demonstrações contábeis do setor público a
serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, permitindo a
evidenciação e a consolidação das contas públicas em âmbito nacional, em
consonância com os procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público
(PCASP).

As demonstrações contábeis assumem papel fundamental, por representarem


importantes saídas de informações geradas pela Contabilidade Aplicada ao Setor
Público, promovendo transparência dos resultados orçamentário, financeiro,
econômico e patrimonial do setor público.

Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos contábeis, este


manual observa os dispositivos legais que regulam o assunto, como a Lei nº
4.320/1964, a Lei Complementar nº 101/2000, e também as disposições do

23
Conselho Federal de Contabilidade, relativas aos Princípios de Contabilidade, bem
como as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT
16).

Os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade destacam para


as demonstrações contábeis do aplicadas ao Setor Público as NBC T 16.1 -
Conceituação, objeto e campo de aplicação, NBC T 16.2 - Patrimônio e Sistemas
Contábeis, NBCT 16.3 - Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil,
NBC T 16.4 - Transações no Setor Público, NBC T 16.5 - Registro Contábil, NBC T
16.6 - Demonstrações Contábeis, NBC T 16.7 - Consolidação das Demonstrações
Contábeis, NBC T 16.8 - Controle Interno, NBC T 16.9 - Depreciação, Amortização e
Exaustão e NBC T 16.10 - Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em
Entidades do Setor Público.

Em se tratando das demonstrações contábeis a NBC T 16.6 item 13, elucida de


forma divergente da Lei nº 4.320/64 como pode ser observado a seguir em relação à
estrutura do Balanço Patrimonial:

13. O Balanço Patrimonial, estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio


Líquido, têm por objetivo evidenciar qualitativa e quantitativamente a
situação patrimonial da entidade pública.

A norma supracita desempenha uma grande função nas entidades do setor público,
pois por meio delas o usuário contábil procura adequar suas organizações à
burocracia do mundo moderno, de forma transparente e íntegra, prestando contas a
toda a sociedade.

Para Szazi et al (2005, p.16), por meio de análises das demonstrações contábeis, é
possível apreciar sobre a vida patrimonial, econômica e financeira da instituição e
analisar o desenvolvimento de suas atividades, pois as demonstrações contábeis
devem estar de acordo com a vida da organização.

De acordo com Marion (1998, p.51), as demonstrações contábeis são relatórios


contábeis, também conhecidos como informes contábeis, que expõem de forma
resumida e ordenada os dados colhidos pela contabilidade.

24
O art. 176 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei nº 11.638/07 determina que a cada
período social que corresponde a 12 meses, a entidade deve elaborar e tornar
público, com base na escrituração contábil, as demonstrações financeiras, também
denominadas demonstrações contábeis, devendo estas exprimir com clareza a
situação do patrimônio da entidade e as mutações ocorridas no exercício.

O art. 34 da Lei nº 4.320/64, evidenciam que o exercício financeiro coincidirá com o


ano civil e sequentemente o art. 35 da referida lei enuncia:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Mencionando ainda a Lei nº 4.320 em seu art. 101, as demonstrações contábeis das
Entidades Públicas apresentam terminologias específicas diferentes das entidades
de fins lucrativos, sendo seus resultados gerais do exercício demonstrados no
Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na
Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14
e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 16 e 17.

Além das demonstrações acima evidenciadas, a entidade poderá elaborar outras


demonstrações de natureza gerencial, como a Demonstração do Fluxo do
Disponível e Demonstração de Informações Sociais.

2.4.1 BALANÇO PATRIMONIAL

O termo Balanço Patrimonial remete ao equilíbrio proposto pela contabilidade em


prol do patrimônio da instituição, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. De
acordo com Hoog e Carlin (2007, p.141), tal demonstrativo evidencia a situação
financeira da azienda, em outras palavras à posição do capital sob o prisma de
capacidade de liquidez, geração de caixa, giro de capital e pagamento ou
financiamento das dívidas.

25
Jund (2006, p.569), afirma que Balanço Patrimonial é o demonstrativo contábil com
duas seções, ativo e passivo, em que se distribuem os elementos do patrimônio
público, igualando-se as duas somas com a conta patrimônio liquido, apresentando
o Ativo Real Líquido, no caso de apuração de superávit, ou Passivo Real a
Descoberto, quando houver déficit patrimonial.

Os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade (2008, p.139)


NBC T 3.2 – Do Balanço Patrimonial conceitua tal demonstrativo como um
demonstrativo contábil destinado a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa
determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade.

Em seu art.105 a Lei nº 4.320/64 afirma que o Balanço Patrimonial Público é


constituído de Ativo Financeiro, Ativo Permanente, Passivo Financeiro e Passivo
Permanente, Saldo Patrimonial e Contas de Compensação. Assim elucida em seus
parágrafos como segui:

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis


independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja
mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros
pagamentos independam de autorização orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras
que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores,
obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que,
imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

Marion (1998, p.53), relata que o Balanço Patrimonial reflete a posição financeira da
entidade em determinado momento, normalmente no final do ano ou de um período
prefixado e que o mesmo é constituído de duas colunas, onde do lado esquerdo
denomina-se ativo e o direito passivo.

O mesmo entendimento do art. 178 da Lei nº 6.404/1976, alterada pela Lei


11.941/09 é estabelecido às entidades públicas onde as contas do Balanço
Patrimonial devem ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da organização. Para o referido artigo as contas do ativo serão dispostas
em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados.

26
Com relação ao passivo o §2º do mesmo art. 178 da Lei nº 6.404/1976, alterada pela
Lei 11.941/09, revela que as contas serão classificadas segundo a ordem
decrescente de exigibilidade.

Como já evidenciado as contas que compõem os grupos do Balanço Patrimonial das


organizações do Setor Público possuem algumas divergências das demais
organizações, sendo que mesmo em se tratando de normas próprias da
Contabilidade Pública a Lei nº 4.320/64 diverge das NBC T 16 com relação a
algumas particularidades devido a atual convergência as normas internacionais.

2.4.2 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

Com a denominação de Balanço Orçamentário segundo os Princípios Fundamentais


e Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis,
item 19, esse demonstrativo contábil tem por objetivo evidenciar o orçamento inicial,
suas alterações, incorporação de superávit e suas reestimativas, confrontando-os,
individualizadamente, com a execução da receita e da despesa.

É elaborado anualmente e bimestralmente para fins fiscais e para fins de divulgação


e devem ser utilizada como indicador de auxílio a decisões financeiras, além de ser
estruturado de forma a evidenciar a integração entre o planejamento e a execução
orçamentária.

Ainda ressalta-se que este demonstrativo evidencia, de forma segregada, as contas


de receitas e despesas identificáveis, que de acordo com o art. 102 da Lei nº
4.320/64 demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as
realizadas.

Jund (2006, p.561), evidencia que o Balanço Patrimonial pode se conceituado como
sendo um demonstrativo contábil dividido em duas seções, em que se distribuem,
com base no orçamento, as “receitas previstas” com as “executadas ou realizadas”,

27
bem como as “despesas fixadas” com as “executadas ou realizadas”, igualando-se
as somas opostas com os resultados, ou seja, o previsto e o realizado, com o
respectivo déficit ou superávit apurado no exercício.

2.4.3 BALANÇO FINANCEIRO

O art. 103 da Lei nº 4.320/64 elucida que o Balanço Financeiro demonstrará a


receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de
natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie proveniente do
exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Deste modo os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade NBC


T 16.6 – Demonstrações Contábeis, item 19 determina que a o Balanço Financeiro
demonstre a movimentação de disponibilidades da entidade no período a que se
refere, evidenciando:

(a) a receita orçamentária arrecadada;


(b) a despesa orçamentária paga;
(c) os recebimentos e os pagamentos extra-orçamentários;
(d) o saldo inicial e o saldo final das disponibilidades.

Jund (2006, p.565) conceitua o Balanço Financeiro como um demonstrativo contábil


dividido em duas seções, “receita” e “despesa”, em que se distribuem os ingressos e
os dispêndios de numerário, demonstrando-se as operações de tesouraria e de
divida pública, igualando-se as duas somas com os “saldos de caixa e bancos”,
correspondentes ao inicio e ao final do exercício financeiro, que será transferido para
o exercício seguinte.

Deste modo entende-se que o Balanço Financeiro demonstrará as receitas


efetivamente arrecadadas em confronto com as despesas efetivamente realizadas,
pelos restos a pagar do exercício que será compensado pela inscrição como receita
extra-orçamentaria.

Assim, o levantamento do Balanço Financeiro, como se deve proceder para


qualquer apuração de balanço, dependerá de balancetes de verificação prévios,
28
elaborados em 31 de dezembro, seguidos dos respectivos lançamentos contábeis
de encerramento e visando a elaboração do balanço geral.

Os procedimentos devem seguir tramitação contábil organizada, desde a


escrituração dos livros, registros dos lançamentos, levantamento dos balancetes,
culminando-se com a elaboração dos Balanços Gerais, apresentando-se os
movimentos realizados ao longo do exercício financeiro, de modo a apresenta-los
como resultado financeiro gerado pela atuação da Administração.

2.4.4 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Segundo o art. 104 da Lei nº 4.320/1964, a Demonstração das Variações


Patrimoniais – DVP evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes
ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do
exercício.

De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V, as


alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações quantitativas e
qualitativas. As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor
público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variações
qualitativas são decorrentes de transações no setor público que alteram a
composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido.

O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto entre as variações


patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas.

Jund (2006, p.574) afirma que o sistema patrimonial apresenta agregado ao Balanço
Patrimonial, a DVP que corresponde ao demonstrativo contábil composto de duas
seções, dividias em Variações Ativas e Variações Passivas, no qual são distribuídos
os elementos que provocaram alterações no patrimônio ao longo do exercício
financeiro, identificados por contas que, por si só, demonstram o tipo de variação
ocorrida e por meio do qual a igualdade das somas será obtida pelo déficit ou

29
superávit, correspondendo ao Resultado Patrimonial do Exercício.
Para um melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, pode-se dizer que
ele tem função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício da área
empresarial, no que tange a apurar as alterações verificadas no patrimônio.

É importante ressaltar que a Demonstração do Resultado do Exercício apura o


resultado em termos de lucro ou prejuízo líquido, como um dos principais
indicadores de desempenho da empresa. Já no setor público, o resultado patrimonial
não é um indicador de desempenho, mas um medidor do quanto o serviço público
ofertado promoveu alterações quantitativas dos elementos patrimoniais.

2.4.5 NOTA EXPLICATIVA

Considerada um complemento das demonstrações contábeis, a nota explicativa


deve ser aplicada a esses demonstrativos como forma de evidenciar as informações
contidas, e devem estar explicitas em praticamente todas as organizações, inclusive
nas sem fins lucrativos.

Entre as informações mais importantes a serem divulgadas nas notas explicativas


destacam-se os resumos das principais práticas contábeis, os critérios de apuração
das receitas e das despesas, especialmente com subvenções, contribuições e
aplicações de recursos.

Os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade (2008, p.159)


preveem na NBC T 6.2 – Do conteúdo das Notas Explicativas as informações
mínimas a serem divulgadas em notas explicativas, devendo ser relevantes,
complementares e/ou suplementares aquelas não suficientemente evidenciadas ou
não constantes nas demonstrações contábeis propriamente ditas.

Ainda citando os Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade


(2008, p.159) NBC T 6.2 – Do conteúdo das Notas Explicativas, item 6.2.2.3, as
notas explicativas devem incluir informações de natureza patrimonial, econômica,

30
financeira, legal, física e social, bem como os critérios utilizados na elaboração das
demonstrações contábeis e eventos subsequentes ao balanço.

Para Araújo (2006, p.59), as notas explicativas devem conter informações sobre as
práticas contábeis não explicitadas nas outras demonstrações, mas que impactam a
análise da situação econômica financeira da organização.

Deste modo entende-se que as notas explicativas devem ser utilizadas pelas do
Setor Público para aumentar o poder informativo das demonstrações contábeis e
devem ser consideradas como parte integrante das demonstrações contábeis, como
requerido pelas Normas Brasileiras de Contabilidade.

31
3 ANÁSLISE DOCUMENTAL

3.1 PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO

Com o desígnio de demonstrar a importância da evidenciação da gestão contábil no


âmbito das Entidades do Setor Público, a presente pesquisa objetiva verificar os
Balanços contábeis da Prefeitura Municipal de Monte Negro, analisando seus
demonstrativos contábeis do ano de 2011 e seu comprometimento com a
evidenciação dos procedimentos contábeis, por meio de documentos cedidos pela
referida instituição.

3.1.1 APRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO

Monte Negro é um município integrante do Estado de Rondônia e teve origem do


Núcleo Urbano de Apoio Rural (NUAR) Boa Vista integrante do Projeto de
Colonização Marechal Dutra/INCRA. O seu desenvolvimento socioeconômico
proporcionou-lhe as condições de ser transformado em município pela Lei n.º 378,
de 13 de fevereiro de 1992, com denominação de Monte Negro, em homenagem a
um acidente do relevo do seu território com esse nome.

A sua população total era de 12.627 de habitantes, de acordo com o Censo


Demográfico do IBGE (2000). Sua Área é de 1.931,37 km² representando 0.8129%
do Estado, 0.0501% da Região e 0.0227% de todo o território brasileiro e seu IDH é
de 0.685 segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000).

O primeiro prefeito eleito foi o Sr. Paulo Amâncio, com mandato de 1992 a 1996.
Sendo a sua economia baseada na agricultura e pecuária, é considerada uma das
grandes produtoras de café do estado, também explora o extrativismo vegetal e o
turismo, tendo como referências as suas praias a beira do rio Jamari.

32
Atualmente a cidade tem como Prefeito o senhor Eloísio Antônio da Silva e vice-
prefeita a senhora Carmem Ronconi e conta com a seguinte estrutura administrativa:
Secretárias de Administração e finanças, Educação, Obras, Saúde, Agricultura,
Turismo, Cultura, Esporte e Recreação, Assistência Social, Indústria e Comércio.

3.1.2 DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

De acordo com o MPCASP (2012, p.15), o registro e a evidenciação do orçamento


público compreende, tanto quanto à aprovação quanto à sua execução. O Relatório
Resumido da Execução Orçamentária – RREO (Balanço Orçamentário e demais
demonstrativos) representam o principal instrumento para refletir esse aspecto.

O resultado orçamentário é apurado pela diferença entre as receitas (orçamentárias)


arrecadadas e as despesas (orçamentárias) empenhadas (art. 35 da lei nº
4.320/1964).

O Orçamento da Prefeitura Municipal foi aprovado pela Lei Municipal nº 372 de 28


de Dezembro de 2010, estimando a receita e fixando a despesa para o exercício no
montante de R$ 28.328.038,08 (Vinte e Oito Milhões, Trezentos e Vinte e Oito Mil,
Trinta e Oito Reais e Oito Centavos).

De acordo com o Anexo 02, Resumo Geral da Receita e Anexo 10 - Comparativo da


Receita Orçada com a Arrecadada, a receita arrecadada atingiu o montante de R$
30.948.247,79 (Trinta Milhões, Novecentos e Quarenta e Oito Mil, Duzentos e
Quarenta e Sete Reais, Setenta e Nove Centavos), apresentando em relação à
orçada um (SUPERÁVIT) no montante de R$ 2.620.209,71 (Dois Milhões,
Seiscentos e Vinte Mil, Duzentos e Nove Reais, Setenta e Um Centavos).

De acordo com o quadro abaixo a movimentação Orçamentária do exercício, os


créditos autorizados foram os seguintes:

33
Quadro 01 – Movimentação Orçamentária

DOTAÇÃO INICIAL 28.328.038,08


(+) CRÉDITO SUPLEMENTAR 8.052.529,02
(+) CRÉDITOS ESPECIAIS 7.529.716,84
(-) ANULAÇÃO DE DOTAÇÃO 7.244.515,30
(=) DESPESA AUTORIZADA 36.665.768,64
(-) DESPESA EMPENHADA 31.225.716,92
(=) SALDO DE DOTAÇÃO 5.440.051,72
FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

A movimentação acima está devidamente demonstrada no Quadro Demonstrativo


das Alterações Orçamentárias – TC 18 e Anexo 11 – Comparativo da Despesa
Autorizada com a Realizada desta Prestação de Contas.

Os Créditos Adicionais abertos no exercício examinado atingiram o montante de R$


R$ 15.582.245,86 (Quinze Milhões, Quinhentos e Oitenta e Dois Mil, Duzentos e
Quarenta e Cinco Reais, Oitenta e Seis Centavos), equivalente a 57,56%, do total da
Receita Arrecadada.

De acordo com o quadro Demonstrativo de Alterações Orçamentárias, os recursos


utilizados tiveram as seguintes fontes:

Quadro 02 – Demonstrativo de Alterações Orçamentárias

VALOR R$ %
REC. P/ABERTURA DE CRÉD. ADICIONAL

Excesso de Arrecadação R$ 7.452.730,56 26,31


Anulação de Dotações Orçamentárias R$ 7.244.515,30 25,57
Superávit Financeiro 885.000,00 5.68
Operações de Créditos 0,00 0,00
Recursos Vinculados (convênios) 0,00 0,00

TOTAL
R$ 15.582.245,86 57,56

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

34
Pode ser verificado pelo comportamento da receita, que os créditos abertos por
excesso de arrecadação e Superávit Financeiro tiveram a cobertura dos respectivos
recursos, tendo em vista que os mesmos foram abertos para cobertura de
Convênios, firmados com a União e Estado e Programas de Duração Continuada.

3.1.3 EVIDENCIAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

3.1.3.1 Balanço Patrimonial

Quanto ao aspecto patrimonial o MPCASP (2012, p.16) elucida que é o registro e a


evidenciação da composição patrimonial do ente público (arts. 85, 89, 100 e 104 da
lei nº 4.320/1964). Nesse aspecto, devem ser atendidos os princípios e normas
contábeis voltados para o reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos e
passivos e de suas variações patrimoniais.

O Balanço Patrimonial e a Demonstração das Variações Patrimoniais representam


os principais instrumentos para refletir esse aspecto. O resultado patrimonial é
apurado pela diferença entre as variações patrimoniais aumentativas e diminutivas,
registradas segundo os princípios da competência e oportunidade.

O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao


setor público visa a contribuir, primordialmente, para o desenvolvimento deste
aspecto.

Assim este demonstrativo tem por finalidade apresentar o Patrimônio da Entidade,


de modo a evidenciar quantitativa e qualitativamente, no exercício de 2011, a
adequada interpretação da posição patrimonial e financeira da Prefeitura Municipal
de Monte Negro.

O Quadro 3 expressa o Balanço Patrimonial divulgado pela mencionada instituição.

35
Quadro 3 – Balanço Patrimonial

PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO


SECRETARIA MUICIPAL DE GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS- CNPJ Nº 63.761.985/0001-98
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
ANEXO 14 - Balanço Patrimonial do Exercicio de 2011

ATIVO PASSIVO
ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO
DISPONIVEL RESTOS A PAGAR
BANCOS CONTA MOVIMENTO 7.410.693,65 RESTOS A PAGAR DE 2011 PROCES. 848.636,91
BANCOS CONTA VINCULADA - RESTOS A PAGAR DE 2011 NAO PROCES. 4.187.359,96
CAIXA/BANCOS - AUTARQUIAS/FUNDACOES - RESTOS A PAGAR DE 2010 PROCES. 250.857,20
RESTOS A PAGAR DE 2009 PROCES. - 5.286.854,07 5.286.854,07
7.410.693,65 DEPOSITO
REALIZAVEL CONSIGNAÇÕES -
DEVEDORES DIVERSOS 193.026,91 OUTROS CONSIGNATARIOS -
193.026,91 7.603.720,56 DIVERSOS CREDORES - - -
ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE
IMOBILIZADO DIVERSOS
BENS MOVEIS 7.296.146,25 DEBITOS PREVIDENCIARIOS 3.154.914,84
BENS IMOVEIS 7.771.872,14 OUTROS DEBITOS 751.050,00
15.068.018,39 RESERVA MATEMATICA 3.805.942,96
CREDITOS 7.711.907,80 7.711.907,80
DIVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA 917.745,10
OUTROS TITULOS E VALORES 2.501.829,84 SALDO PATRIMONIAL
3.419.574,94 ATIVO REAL CONSOLIDADO
DIVERSOS ATIVO REAL LIQUIDO 17.388.048,18
OBRAS EM ANDAMENTO 4.295.496,16 17.388.048,18 17.388.048,18
ALMOXARIFADO -
4.295.496,16 22.783.089,49

TOTAL ATIVO 30.386.810,05 TOTAL PASSIVO 30.386.810,05

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

De acordo com a Demonstração das Variações Patrimoniais, as contas que


compõem o Ativo Permanente tiveram a seguinte movimentação:

Quadro 4 – Movimentação do Ativo Permanente

SALDO DO MOVIMENTO
EXERCÍCIO DO EXERCÍCIO
SALDO PARA O
ANTERIOR
TÍTULO EXERCÍCIO
INCORPORAÇÃO/ BAIXA SEGUINTE
INSCRIÇÃO
Bens Móveis 6.247.121,88 7.948.051,59 6.899.027,22 7.296.146,25
Bens Imóveis 6.204.994,46 7.805.661,94 6.238.784,26 7.771.872,14

36
Dívida Ativa 738.415,72 304.504,33 125.174,95 917.745,10
Tributária
Dívida Ativa Não - - - -
Tributária
Almoxarifado 63.716,42 3.518.131,57 3.581.847,99 -
Obras em
Andamento 1.743.860,26 3.990.633,53 1.438.997,63 4.295.496,16

TOTAL 14.998.108,74 23.566.982,96 18.283.832,05 20.281.259,65


FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

O saldo para o exercício seguinte, evidenciado na conta “Dívida Ativa Tributária”, no


montante de R$ 917.745,10 (Novecentos e Dezessete Mil, Setecentos e Quarenta e
Cinco Reais e Dez Centavos), corresponde com o valor registrado no Balanço
Patrimonial, no Demonstrativo Sintético das Contas Componentes do Ativo
Permanente – TC-24 - e com a “Relação dos Contribuintes Inscritos na Dívida Ativa”.

O saldo para o exercício seguinte, evidenciado na conta “Obras em Andamento”, no


montante de R$ 4.295.496,16 (Quatro Milhões, Duzentos e Noventa e Cinco Mil,
Quatrocentos e Noventa e Seis Reais e Dezesseis Centavos), corresponde com o
valor registrado no Balanço Patrimonial, no Demonstrativo Sintético das Contas
Componentes do Ativo Permanente.

Quanto à Dívida Fundada Interna, houve a seguinte movimentação no exercício:

Quadro 5 – Movimentação da Dívida Fundada Interna

Saldo anterior   R$ 10.753.989,93


Inscrições     R$ 962.764,39
Baixas     R$ 507.862,25
Cancelamento   R$ 3.496.984,27
Saldo p/ exercício seguinte R$ 7.711.907,80
FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

O saldo acima evidenciado corresponde ao valor registrado no Balanço Patrimonial


com a correta movimentação na Demonstração da Dívida Interna.

37
3.1.3.2 Balanço Orçamentário

Quadro 6 – Balanço Orçamentário

PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO


SECRETARIA MUICIPAL DE GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS- CNPJ Nº 63.761.985/0001-98
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
Anexo 12 - Balanço Orçamentário do Exercicio de 2011

RECEITA Previsão Execução Diferenças DESPESA Fixação Execução Diferenças


RECEITAS CORRENTES 30.613.468,60 30.467.206,67 (146.261,93) CREDITOS ORCAMENTARIOS E SUPLEMENT. 29.136.051,80 25.252.254,37 (3.883.797,43)
RECEITA TRIBUTARIA 1.273.351,51 1.152.135,28 (121.216,23) CREDITOS ESPECIAIS 7.529.716,84 5.973.462,55 (1.556.254,29)
RECEITA DE CONTRIBUICOES 1.252.240,05 1.263.832,93 11.592,88
RECEITA PATRIMONIAL 190.765,07 676.002,46 485.237,39
RECEITA DE SERVICOS - - -
TRANSFERENCIAS CORRENTES 27.780.825,61 26.042.782,34 (1.738.043,27) -
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 116.286,36 1.332.453,66 1.216.167,30

RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÃO DE CRÉDITO - - -
TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 663.116,24 3.565.661,71 2.902.545,47

RECEITAS CORRENTE INTRA-ORÇAMENTARIA


RECEITA CONTRIBUIÇÃO INTRA-ORÇAMENTÁRIA - - -

DEDUCAO RECEITA P/ FORMACAO FUNDEF


DEDUCAO RECEITA P/ FORMACAO FUNDEF (2.948.546,76) (3.084.620,59) (136.073,83)

SOMA 28.328.038,08 30.948.247,79 2.620.209,71 SOMA 36.665.768,64 31.225.716,92 (5.440.051,72)

DÉFICIT 8.337.730,56 277.469,13 (8.060.261,43) SUPERÁVIT - -

TOTAL 36.665.768,64 31.225.716,92 (5.440.051,72) TOTAL 36.665.768,64 31.225.716,92 (5.440.051,72)

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.


O comportamento da execução orçamentária foi a seguinte:

Quadro 7 – Comportamento da execução orçamentária

Especificação Valores em R$

1. Receita Orçada R$ 28.328.038,08

2. Receita Arrecadada R$ 30.948.247,79

(=) Diferença ( 1 –2) (+/-) R$ (2.620.209,71)

3. Despesa Autorizada R$ 36.665.768,64

4. Despesa Realizada R$ 31.225.716,92

(=) Diferença (3-4) (+/-) R$ 5.440.051,72

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

Com base no Balanço Orçamentário apresentado pelo Município, a Receita

38
Arrecadada superou em R$ 2.620.209,71 (Dois Milhões, Seiscentos e Vinte Mil,
Duzentos e Nove Reais e Setenta e Um Centavos) a previsão da receita orçada para
o exercício e em contrapartida a despesa autorizada ultrapassou a realizada em R$
5.440.051,72 (Cinco Milhões, Quatrocentos e Quarenta Mil, Cinquenta Reais e
Setenta e Dois Centavos).

3.1.3.3 Balanço Financeiro

De acordo com o MPCASP (2012, p.20), o Balanço Financeiro é um quadro com


duas seções: Ingressos (Receitas Orçamentárias e Recebimentos
Extraorçamentários) e Dispêndios (Despesa Orçamentária e Pagamentos
Extraorçamentários), que se equilibram com a inclusão do saldo em espécie do
exercício anterior na coluna dos ingressos e o saldo em espécie para o exercício
seguinte na coluna dos dispêndios.

O resultado financeiro do exercício corresponde à diferença entre o somatório dos


ingressos orçamentários com os extraorçamentários e dos dispêndios orçamentários
e extraorçamentários. Se os ingressos forem maiores que os dispêndios, ocorrerá
um superávit; caso contrário, ocorrerá um déficit. Este resultado não deve ser
entendido como superávit ou déficit financeiro do exercício, cuja apuração é obtida
por meio do Balanço Patrimonial.

O resultado financeiro do exercício pode ser também apurado pela diferença entre o
saldo em espécie para o exercício seguinte e o saldo em espécie do exercício
anterior.

A movimentação apresentada no Balanço Financeiro está assim demonstrada:

Quadro 8 – Movimentação do Balanço Financeiro

Especificação Valores em R$
Saldo do Exercício Anterior: 5.650.013,72
Caixa -
Bancos Conta Movimento 5.650.013,72
Total 5.650.013,72

39
(+) Acréscimos:
Receita Orçamentária 30.948.247,79
Restos a Pagar Inscritos 5.035.996,87
Serviço da Dívida a Pagar -
Cauções -
Depósitos -
Sup.Financeiro/Outras Operações 4.314.873,90
Total 45.949.132,28
(-)Deduções:
Despesas Orçamentárias 31.225.716,92
Restos a Pagar Pagos 2.997.847,81
Serviços da Dívida a Pagar –Pagamento -
Cauções -
Depósitos -
Sup.Financeiro/Outras Operações 4.314.873,90
Total 38.538.438,63
(=) Resultado
Saldo para o exercício seguinte 7.410.693,65
Caixa -
Bancos 7.410.693,65

Total 45.949.132,28

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

O saldo para o exercício seguinte disponível em Caixa e Bancos, representando o


valor de R$ 7.410.693,65 (Sete Milhões, Quatrocentos e Dez Mil, Seiscentos e
Noventa e Três Reais, Sessenta e Cinto Centavos) corresponde ao valor registrado
no Ativo Financeiro do Balanço Patrimonial.

Os Suprimentos Financeiros representam o valor de R$ 4.314.873,90 (Quatro


Milhões, Trezentos e Quatorze Mil, Oitocentos e Setenta e Três Reais e Noventa
Centavos), registrado em Outras Operações no demonstrativo acima.

A seguir, apresentamos a movimentação ocorrida nas contas registradas no Balanço


Financeiro.
Quadro 9 – Movimentação nas Contas do Passivo

Saldo p/
Conta Saldo anterior R$ Inscrições R$ Baixas R$ exercício
seguinte R$

Restos a Pagar 3.255.186,56 5.035.996,87 3.004.329,36 5.286.854,07


Serviços da Dívida a
Pagar 0,00 0,00 0,00 0,00

Depósitos 0,00 0,00 0,00 0,00

40
Consignações 0,00 0,00 0,00 0,00

Outras operações 0,00 4.314.873,90 4.314.873,90 0,00


FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

A movimentação e o saldo para o exercício seguinte registrados na conta Restos a


Pagar corresponde ao movimento apresentado na Demonstração da Dívida
Flutuante.

O Balanço Financeiro evidencia a movimentação financeira das entidades do setor


público no período a que se refere, e discrimina:

(a) a receita orçamentária realizada por destinação de recurso (destinação vinculada


e/ou destinação ordinária);
(b) a despesa orçamentária executada por destinação de recurso (destinação
vinculada e/ou destinação ordinária);
(c) os recebimentos e os pagamentos extraorçamentários;
(d) as transferências financeiras decorrentes, ou não, da execução orçamentária; e
(e) o saldo inicial e o saldo final em espécie.

Deverão ser apresentadas as destinações ordinárias e as destinações vinculadas. O


detalhamento das vinculações deverá ser feito de acordo com as características
específicas de cada ente, como por exemplo, as vinculações para a previdência
social, transferências obrigatórias para outro ente e outras vinculações
constitucionais e legais.

Caso o ente resolva agrupar algumas vinculações em um grupo chamado de “Outras


Vinculações”, esse não deverá ultrapassar 10% do total da Receita Orçamentária ou
da Despesa Orçamentária.

As demais contas apresentadas no Balanço Financeiro que possuem reflexos na


Demonstração da Dívida Flutuante estão também com a movimentação
devidamente conciliada.

41
Quadro 10 – Balanço Financeiro

PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO


SECRETARIA MUICIPAL DE GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS- CNPJ Nº 63.761.985/0001-98
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
ANEXO 13 - Balanço Financeiro do Exercicio de 2011

RECEITA DESPESA
RECEITA ORCAMENTARIA DESPESA ORCAMENTARIA
RECEITA CORRENTE FUNCOES DE GOVERNO
RECEITA TRIBUTÁRIA 1.152.135,28 LEGISLATIVO 1.038.037,80
RECEITA DE CONTRIBUIÇÃO 1.263.832,93 ADMINISTRAÇÃO 5.210.678,42
RECEITA PATRIMONIAL 676.002,46 ASSISTENCIA SOCIAL 205.914,73
RECEITA DE SERVIÇOS - PREVIDENCIA SOCIAL 436.308,11
TRANSFERENCIAS CORRENTES 26.042.782,34 SAÚDE 6.475.153,67
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 1.332.453,66 EDUCAÇÃO 8.917.205,65
CULTURA 331.869,41
30.467.206,67 URBANISMO 2.692.531,09
RECEITA DE CAPITAL SANEAMENTO 1.667.231,01
TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 3.565.661,71 AGRICULTURA 71.285,50
3.565.661,71 ENERGIA 187.513,50
TRANSPORTE 2.742.333,87
RECEITA CORRENTE INTRA-ORÇAMENTÁRIA DESPORTO E LAZER 802.302,27
RECEITA CONTRIBUIÇÃO INTRA-ORÇAMENTARIA - ENCARGOS ESPECIAIS 447.351,89
-

( R ) DEDUÇÃO DA RECEITA
( R ) DEDUÇÃO RECEITA CORRENTE (3.084.620,59)
(3.084.620,59) 30.948.247,79 31.225.716,92 31.225.716,92

RECEITA EXTRAORCAMENTARIA DESPESA EXTRAORCAMENTARIA


RESTOS A PAGAR RESTOS A PAGAR
EMPENHOS A PAGAR DO EXERCICIO 5.035.996,87 PAGAMENTOS DE EXERCICIOS FINDOS 2.997.847,81
5.035.996,87 - 2.997.847,81
DEPOSITOS DEPOSITOS
CONSIGNACOES - CONSIGNACOES -
CREDORES DIVERSOS - CREDORES DIVERSOS -
- -
OUTRAS OPERACOES OUTRAS OPERACOES
SUPRIMENTOS FINANCEIROS 4.314.873,90 TRANSF DE COTAS FINANC CONCEDIDA 4.314.873,90
4.314.873,90 9.350.870,77 4.314.873,90 7.312.721,71

SALDO DO EXERCICIO ANTERIOR SALDO PARA O EXERCICIO SEGUINTE


DISPONIVEL DISPONIVEL
BANCOS CONTA MOVIMENTO 5.650.013,72 BANCOS CONTA MOVIMENTO 7.410.693,65
BANCOS CONTA VINCULADA - BANCOS CONTA VINCULADA -
CAIXA/BANCOS - AUTARQUIAS/FUNDACOES - CAIXA/BANCOS - AUTARQUIAS/FUNDACOES -
5.650.013,72 5.650.013,72 7.410.693,65 7.410.693,65

TOTAL DA RECEITA 45.949.132,28 TOTAL DA DESPESA 45.949.132,28

FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

3.1.3.4 Demonstração das Variações Patrimoniais - DVP

42
As alterações ocorridas no Patrimônio da Prefeitura, resultantes ou independentes
da execução orçamentária, apresentam o seguinte resultado:

Quadro 11 – Variações resultantes da Execução Orçamentária

Títulos Valor – R$
1. RECEITA
Receita orçamentária R$: 30.948.247,79
(-) Mutações Patrimoniais da Receita R$: 1.026.046,89
SALDO R$: 29.922.200,90
2. (-) DESPESA
Despesa Orçamentária R$: 31.225.716,92
(-) Mutações Patrimoniais da Despesa R$: 10.735.152,74
SALDO R$: 20.490.564,18
=Superávit Patrimonial result. da execução
orçamentária (1-2)
R$ 9.431.636,72
VARIAÇÕES INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
1. Variações Positivas R$ 32.452.124,47
2. (-) Variações Negativas R$ 23.662.766,60
3. =Superávit Patrimonial Indep. da Exec.
Orçamentária (1-2)
R$ 8.789.357,87
RESULTADO PATRIMONIAL
1. Resultado Resultante da Execução R$ 9.431.636,72
2. Resultado Independente da Execução
3. Superávit R$ 8.789.357,87

R$ 642.278,85
FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

O Saldo Patrimonial do Exercício Anterior, no Valor de R$ 16.745.847,34 (Dezesseis


Milhões, Setecentos e Quarenta e Cinco Mil, Oitocentos e Quarenta e Sete Reais e
Trinta e Quatro Centavos), acrescentado do Superávit verificado, no montante de R$
642.278,85 (Seiscentos e Quarenta e Dois Mil, Duzentos e Setenta e Oito Reais e
Oitenta e Cinco Centavos) acima demonstrado, evidencia o novo Saldo Patrimonial
de R$ 17.388.048,18 (Dezessete Milhões, Trezentos e Oitenta e Oito Mil, Quarenta
e Oito Reais e Dezoito Centavos), corretamente demonstrado no Balanço
Patrimonial do exercício.

43
Quadro 11 - Demonstração das Variações Patrimoniais

PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE NEGRO - RO


SECRETARIA MUICIPAL DE GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS- CNPJ Nº 63.761.985/0001-98
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
Anexo 15 - Demonstração da Variação Patrimonial (Demonstrativo Econômico) do Exercicio de 2011

RECEITA DESPESA
RESULTANTES DA EXECUCAO ORCAMENT. RESULTANTES DA EXECUCAO ORCAMENT.
RECEITA TRIBUTÁRIA 1.152.135,28 DESPESAS CORRENTES
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 1.263.832,93 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 12.462.714,46
RECEITA PATRIMONIAL 676.002,46 OUTRAS DESPESAS CORRENTES 10.313.772,57
RECEITA DE SERVIÇOS - 22.776.487,03
TRANSFERENCIA CORRENTES 26.042.782,34 DESPESAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 1.332.453,66 INVESTIMENTOS 8.001.878,00
AMORTIZACOES DA DIVIDA 447.351,89
30.467.206,67 8.449.229,89
RECEITAS DE CAPITAL MUTACOES PATRIMONIAIS 31.225.716,92
TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 3.565.661,71 COBRANCA DA DIVIDA ATIVA - TRIBUTÁRIA 63.282,50
3.565.661,71 COBRANCA DA DIVIDA ATIVA - NÃO TRIBUTARIA - -
DEDUCAO RECEITA P/ FORMACAO FUNDEF EMPRESTIMO/FINANC CONTRATADO PARC 962.764,39 1.026.046,89 1.026.046,89
DEDUCAO RECEITA P/ FORMACAO FUNDEF (3.084.620,59)
(3.084.620,59) INDEPENDENTES DA EXECUCAO ORCAMENT.
RECEITA CORRETE INTRA-ORÇAMENTARIA VARIACOES DIVERSAS - -
RECEITA CONTRIBUIÇÃO INTRA-ORÇAMENTARIA -
- INDEPENDENTES DA EXECUCAO ORCAMENT.
MUTACOES PATRIMONIAIS 30.948.247,79 VARIACOES DIVERSAS
AQUISICAO DE BENS MOVEIS 1.022.318,98 OUTRAS BAIXAS BENS IMOVEIS 6.238.774,46
CONST. E AQUISICAO DE BENS IMOVEIS 1.696.206,41 OUTRAS BAIXAS BENS MOVEIS 6.899.027,22
OBRA EM ANDAMENTO 3.990.633,53 DESINCORP.DE OBRAS EM ANDAMENTO 1.438.997,63
AMORTIZACAO DA DIVIDA PUBLICA 507.862,25 SAIDAS DE ALMOXARIFADO 3.581.847,99
ENTRADAS DE ALMOXARIFADO 3.518.131,57 PAGAMENTO DE SUPRIM. FINANCEIRO 4.314.873,90
OUTRAS INCORP DE CREDITOS - 10.735.152,74 10.735.152,74 DIVIDA ATIVA - CANCELAMENTO 61.892,45
INDEPENDENTES DA EXECUCAO ORCAMENT. BAIXA OUTROS VALORES (AJUSTE Ñ FINANC) 9.916.710,82 32.452.124,47 32.452.124,47
VARIACOES PATRIMONIAIS
INSCRICAO DA DIVIDA ATIVA 304.504,33 RESULTADO PATRIMONIAL
AQUISICAO DE BENS IMOVEIS 6.109.445,73 RESULTADO DO EXERCICIO
AQUISICAO DE BENS MOVEIS 6.925.732,61 SUPERAVIT VERIFICADO 642.278,85
CANCELAMENTO DE DIVIDAS PASSIVAS 6.481,55 642.278,85
RECEBIMENTO DE SUPRIM. FINCANCEIRO 4.314.873,90 642.278,85
REVERSÃO DE PROV MAT PREVIDENCIA 3.435.572,78
CANC DE OBRIB A PSGSR (PRECATÓRIOS) 61.411,49
CANC DE OUTROS VALORES (AJUSTE Ñ FINANC) 2.504.744,21 23.662.766,60

TOTAL 65.346.167,13 TOTAL 65.346.167,13


FONTE: Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Monte Negro, 2011.

44
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos Balanços Contábeis apresentados pela Prefeitura Municipal de Monte
Negro-RO, denota-se a relevância de tais Demonstrativos para a gestão pública,
pois em consonância com os mencionados Balanços verificou-se que a Entidade
Pública aqui identificada cumpre com o seu dever de prestar contas do que foi
possível realizar no campo da educação, saúde, obras públicas, fazendo relatar
suas realizações para que todos possam tomar conhecimento e, assim, melhor
avaliar o seu desempenho institucional.

A presente pesquisa teve como padrões de comparabilidade o sistema de


planejamento municipal, sendo o Plano Plurianual o instrumento tomado como
padrão para a avaliação de resultados ora apresentado.

No exercício de 2011, a Prefeitura Municipal de Monte Negro – RO deparou-se com


algumas limitações, principalmente orçamentário-financeira, as quais dificultaram o
cumprimento dos programas e metas estabelecido no PPA, na LDO e no Orçamento
anual.

A atual gestão, visando superar a insuficiência de recursos orçamentários e


financeiros, buscou ampliar o número de convênios e parcerias com outras
instituições, objetivando captar recursos que pudessem atender às metas
planejadas.

Estes convênios e parcerias tornam-se significantes, o que vem a atestar a abertura


da instituição com o ambiente externo, em consonância com a necessidade da
conjuntura atual, onde os governos locais devem se posicionar dentro de um
ambiente aberto e dinâmico.

As ações desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Monte Negro – RO foram


revestidas de austeridade, buscando aperfeiçoar a aplicação de recursos e priorizar

45
os objetivos, estabelecendo desta forma o compromisso com o trato da coisa
pública.

A eficiência foi o fator determinante, onde, a Administração da Prefeitura Municipal


de Monte Negro – RO assumiu de forma decisiva, a responsabilidade de ser a
propulsora de desenvolvimento regional, buscando constantemente o cumprimento
de sua missão.

Deste modo, quando bem elaboradas, as informações geradas pela instituição


tornam-se úteis, possibilitando tomadas de decisões no gerenciamento dos recursos
e subsidiando as parcerias com o Governo, Entidades do Segundo Setor e
principalmente com os cidadãos.

A análise documental elaborada apresenta a Prefeitura Municipal de Monte Negro,


como uma entidade que procura utilizar tal teoria, desenvolvendo mecanismos de
captação de recursos e os divulgando a sociedade de modo a evidenciar os fatos
ocorridos por meio de resumos das práticas contábeis desenvolvidas com o
propósito de especificar os critérios utilizados para a apuração de seus
Demonstrativos Contábeis.

Assim tornar-se evidente a preocupação da entidade em deixar os seus usuários


informados dos atos ocorridos, divulgando e propondo com muita veracidade o
modo de captação dos recursos e principalmente como os mesmos estão alocados.

Seguindo estes critérios e por esperar que profissionais do âmbito contábil sempre
procurem o predicado da informação contábil, para que esta evidencie a verdadeira
situação do patrimônio de uma Entidade, acredita-se que a presente pesquisa
servirá de embasamento teórico para futuros pesquisadores que terão com a
utilização deste material, um auxílio para iniciarem novas pesquisas sobre o assunto
ou ainda o utilizem como fonte para direcionar e delinear estudos em assuntos
similares.

É notória que a evidenciação da contribuição das informações contábeis na gestão


das entidades do Setor Público não se restringe apenas a contabilização dos

46
demonstrativos, todavia foi necessário limitá-lo para que fossem mais bem
explorados os procedimentos correlatos ao assunto. Deste modo o referencial
teórico adotado para a elaboração da presente pesquisa foi constituído com base
em pesquisa documental e bibliográfica sobre as principais características dos
procedimentos e demonstrativos da contabilidade do Setor Publica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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