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Abdul Aziz
Ivo Carlos Nhanombe
Loforte
Universidade pedagógica
Maputo
2023
Abdul Aziz
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Universidade pedagógica
Maputo
2023
Sumário
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.Introdução..................................................................................................................................3
2.Metodologia.............................................................................................................................4
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3.Objectivos................................................................................................................................4
3.1.1.Objectivo geral...................................................................................................................4
3.1.2.Objectivo especifico...........................................................................................................4
Nesse sentido, é oportuno citar o que Pablo Jiménez Serrano define sobre a ética pública:....12
5.Conclusão...............................................................................................................................13
6.Referências bibliográficas......................................................................................................14
1.Introdução
A Ética Profissional na Educação Física Escolar tem sua origem na conduta do professor.
Ela é demonstrada com características cotidianas básicas, através de assiduidade,
3
De acordo com Lioi (2010), ser Ético não é dever, mas uma atitude de bom caráter;
significa ter conduta disciplinar que possa ser utilizada em qualquer ambiente social.
O profissional comprometido com seu trabalho gera hábitos saudáveis, que será copiado
pela maioria que o circunda. Porém, quando há ausência de Ética o professor gera
desequilíbrio emocional entre os alunos, oprimindo-os ou os tornando agressivos e
descontrolados. Para a autora, ser ético é um compromisso que cada indivíduo assume
com a sociedade, influenciando em quais quer convívios que se apresente, ou seja,
profissional, familiar, social ou cognitivo.
Assim, um professor, que tem em seu poder o conhecimento específico, deve repassá-lo
aos seus alunos de forma digna. Do contrário, quando ele se omite, deixa de ter
responsabilidades e se transforma em um mau exemplo, desvalorizando a si e a sua
categoria profissional incentivando o caos no ambiente escolar (SÁ, 2001).
Nesse contexto, este trabalho sobre Ética Profissional na Educação Física Escolar, tem por
finalidade buscar alternativas de sanar fatores desmotivadores que ocorrem na aula de
Educação Física, através de Valores Morais e Éticos.
2.Metodologia
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3.Objectivos
3.1.1.Objectivo geral
Analisar a Ética do Profissional de Educação Física e Treinador de Crianças e Jovens;
3.1.2.Objectivo especifico
Analisar o papel da ética na administração pública;
Descrever a origem e conceito de ética;
Falar da importância da Ética do Profissional de Educação Física e Treinador de
Crianças e Jovens;
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De acordo com Tojal; Costa; Beresford (2004), os meios de comunicação são os principais
responsáveis pela conduta da Moral e da Ética nas diversas naturezas do cotidiano humano:
Família, Escola, Religião, Política, Saúde, Meio Ambiente e Trabalho.
O Autor define Moral como conjunto de regras criadas de acordo com os hábitos individuais e
sociais de uma comunidade ao longo dos anos sem um debate de costumes entre os
interessados. Entretanto, esta harmonia não é duradoura, sendo responsável por novos
conflitos culturais de conduta; surgindo a necessidade de conceituar de forma racional os
novos objetivos, as novas atitudes vivenciadas em sociedade, reconstruindo um código Moral
estabelecido como Ética.
Conforme Fernandes; Luft; Guimarães (1996, p.274) e Nalini (2006, p.25-26), a palavra Ética
é de origem grega “ethikos”, que vem ser a forma de se agir, onde se vive, “Ética é a ciência
do comportamento moral dos homens em sociedade”.
d) Respeito às diferenças;
Ao concluir o ensino superior esse novo profissional deverá estar em constante busca, de se
atualizar as novas mudanças e aperfeiçoamentos, do ensino a ministrar em sala de aula.
Através desta conduta ética é que será construído o bom relacionamento entre professor e o
aluno.
Para Tadêus e Cunha (2009), esse novo profissional da educação encontrará em seus alunos
experiências de conhecimento lúdico e é seu dever unir estes contextos e transforma-los em
base para todos.
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Ensinar exige construção de valores morais, conforme Paulo Freire (2004), ao transmitir
conhecimento é necessário trabalhar o respeito, o limite de liberdade, a tolerância, segurança e
domínio ao se expressar em um conteúdo, a curiosidade por novas informações, a humildade,
alegria e esperança.
O profissional deve ter visão ampla de seus alunos, correr os riscos de aceitar o novo, mesmo
que seja uma releitura do que já existe, é o caminho de reflexão; ver que cada um procede de
uma cultura e aprendizado diferente, jamais impondo sua autoridade, mas construindo regras
básicas para o convívio em sala de aula e na relação amigável professor e aluno.
Essa democracia da educação exige do professor boa conduta, perspicácia, visão ampla do
aluno e de suas vivências. De acordo com Tadêus e Cunha (2009) o caráter do aluno é
construído dentro do seu cotidiano, o mesmo adquire todo o seu conhecimento de variadas
fontes, sendo família, ambiente onde vive, influência de colegas no laser e escola, mídia atual,
atividades de sua comunidade e claro o aprendizado através do professor.
Esse rico conteúdo se transforma a cada geração, sendo que cada época ocorre uma tradição
Moral; daí a importância do Professor estar em constante reciclagem para que não se prenda a
um determinado estilo de ensinar.
A sala de aula possui um contexto bem complexo a ser solucionado pelo professor e alunos;
para que o processo de ensino aprendizado se efetue há a necessidade que haja respeito
mutuou. Para essa conquista, diversos autores da área da educação tentam trilhar um perfil
ético que traga resultados positivos no ambiente escolar.
De acordo com os autores Júnior, Rubio, Matumoto (2009), a educação escolar apresenta
conflitos cotidianos entre os alunos, professor e instituição de difíceis soluções imediatas.
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A Sugestão dos mesmos vem ser a construção de uma resposta ética pelo professor, aluno e
instituição, que dignifique suas atitudes. Segundo Sanches Vázquez (2003, apud JUNIOR,
RUBIO, MATUMOTO, 2009) a Ética não soluciona diretamente os problemas disciplinares,
mas reflete de forma científica e aprofundada da prática moral.
Desta forma, o estudo da ética não tem a intenção de estabelecer regras fechadas de como se
comportar, ou seja, estabelecer soluções para cada problema prático-moral, e sim criar uma
ciência com princípios gerais voltados para a reflexão de um comportamento moral e, assim,
saber agir em situações problemáticas.
A ética não se preocupa com qualquer comportamento humano, mas com aqueles que
envolvem problemas de moral, bem como a reflexão sobre estes problemas e a construção de
uma ciência, tendo como objetivo o comportamento moral.
Quando se pensa em solução de problemas com ética, não significa dizer que a ética tem
regras para todos os comportamentos humanos em cada situação concreta, pois a solução é de
cada individuo, [...] (SÁNCHEZ VÁLQUEZ, 2003, p. 17 apud JUNIOR, RUBIO,
MATUMOTO, 2009 p. 150).
Ninguém é obrigado a ser servidor público. Se o for, entretanto, deve saber que a sua função
oferece mais obrigações e menos direitos que na atividade privada. É que o servidor é antes de
tudo um servidor da comunidade e não um servidor de si mesmo, sendo seus direitos
condicionados aos seus deveres junto à sociedade (MARTIN, 2001, p. 429).
Acerca disso, segundo Mello (2000), os princípios devem ser preservados e a violação
desses geram danos ao sistema como um todo:
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao
princípio implica ofensa não apenas a um específico andamento obrigatório, mas a todo o
sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme
o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema,
subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e
corrosão de sua estrutura mestra. (MELLO, 2000, p. 748).
A legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa que o
administrador público está, em toda a sua actividade funcional, sujeito aos mandamentos da
lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar
ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos
externos. […] O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de
assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos
interessados diretos e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais […]
Eficiência
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos
para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros.
Apesar de haver toda uma conjuntura que zele pelos princípios éticos, não é incomum
encontrar uma transgressão dentro dos diversos órgãos públicos de todas as esferas, actuando
em desacordo com a finalidade dos serviços públicos. Muitos agentes usam da máquina para
praticarem actos de corrupção, para favorecer a si ou a terceiros.
Segundo Bruhn (2009), as mudanças sociais e culturais e as complexidades que elas criam
para as interações humanas, que vão do individual para as corporações globalizadas, têm
fornecido uma explicação para uma incidência crescente e aparente ampliação do
comportamento organizacional antiético. Isso leva a uma frequência quase comum do colapso
ético das organizações e dos indivíduos que são responsáveis por liderá-las e dirigi-las.
Logo, devido ao desgaste ético que se observa no setor público, a Administração Pública
federal, então, elaborou o código de ética para orientar seus servidores, este código deve ser
aplicado também nas esferas: Municipal, Estadual e no Distrito Federal. Trata-se do Decreto
nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Em seu inciso II, podemos observar a importância da ética
no desempenho do cargo ou função pública:
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II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
No inciso VI, o referido código eleva o papel da ética para a vida particular do servidor,
lembrando da sua importância na construção da cidadania e mudando a forma de percepção
dos cidadãos em relação ao serviço público:
VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia
em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
O Decreto Nº 1.171, de 22 de junho de 1994, elencou em seu texto uma série de deveres e
várias vedações imputadas aos servidores no exercício de suas funções. Assim, este determina
que a desobediência dos deveres e a prática de condutas vedadas serão apuradas em uma
Comissão de Ética. À vista disso:
Como pode ser observado, o intuito da comissão de ética é apenas educativo, não gerando, a
princípio, punição, como exposto no seguinte inciso: “XXII – A pena aplicável ao servidor
público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso”.
Contudo, vale notar que há certos aspectos do serviço público que não podem ser medidos
pelo simples cumprimento fiel da norma, mas pela qualidade com que as regras são
observadas. Entretanto, não se deve desprezar as regras de conduta que possibilitam aos
servidores desenvolverem suas próprias orientações que lhes garantam segurança e estimulem
sua atuação profissional. Devem ser levadas em conta, desse modo, as qualidades pessoais
que contribuem para o mérito profissional.
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Para ARRUDA (2002), ser ético é: ser honesto em qualquer situação, pois a honestidade é a
primeira virtude da vida nos negócios; ter coragem para assumir as decisões, mesmo que seja
preciso ir contra a opinião da maioria; ser tolerante e flexível, pois muitas ideias
aparentemente absurdas podem ser a solução para um problema; ser íntegro, ou seja, agir de
acordo com seus princípios, mesmo nos momentos mais críticos; e ser humilde, pois só assim
se consegue ouvir o que os outros têm a dizer e reconhecer que o sucesso individual vem do
trabalho em equipe.
Além das qualidades pessoais, os servidores devem passar por capacitação relativa ao tema,
não somente depois que vierem a cometer uma falta ética, mas como forma de prevenção.
Para Siqueira (2009), a subjetividade do trabalhador é manipulada pela organização, cujos
objetivos visam à adesão do trabalhador, ao engajamento dele às metas organizacionais e à
inserção do indivíduo ao contexto de flexibilização.
Nesse sentido, é oportuno citar o que Pablo Jiménez Serrano define sobre a ética
pública:
A Ética Pública é uma ética coletiva, processo no qual os indivíduos vão gerando pautas de
condutas para um melhor desenvolvimento da convivência e uma maior expansão da
autonomia e da liberdade do ser humano. Nesse caminho estão implicados os cidadãos, as
organizações e instituições do Estado: entidades econômicas, empresariais, organizações,
associações, actividades profissionais e a opinião pública.
Qualquer discurso sobre Ética Pública nos exorta a conhecer que seres humanos são seres
sociais e que a sociedade se expressa como um sistema equitativo de operação social e de
representantes racionais dos cidadãos que elegem os termos da cooperação sujeitos as
condições razoáveis, surgindo assim o sistema de direitos fundamentais e as liberdades
básicas. Esta realidade nos obriga a viver em sociedade e a tentar superar o conflito que toda
convivência engendra. Daí a procura por regras de condutas que permitam a convivência.
Tudo isso, justifica a necessidade de aceitar normas que podem ser contrárias a nossos desejos
e, incluso, a nossa concepção de bem-estar (SERRANO, 2010, p. 19).
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5.Conclusão
Ante o exposto estudo, concluiu-se que a ética na administração pública é o pilar no qual se
concentra a razão de ser do Estado e o modo como de fato ocorre essa inter-relação entre os
sujeitos que participam do processo. Assim, também, que a administração pública deve
reconhecer suas responsabilidades diante de seus agentes públicos, investindo na sua
capacitação e nos meios voltados para a atividade, como as melhorias de técnicas e condições
de trabalho, com a finalidade de atingir seu objetivo, que sempre deve ser voltado para o
interesse social.
Como bem se observou, na administração pública não há espaço para interesse que não seja o
público. Fica evidente que, para mudar a visão da sociedade sobre a ética pública, é
necessário que haja observação aos princípios constitucionais, com destaque, prezar pela
eficiência do serviço e por via da publicidade, oferecer meios para que os cidadãos possam
acompanhar os atos praticados pelos administradores e assim cobrarem e opinarem sobre
melhorias.
De todas as considerações feitas no decorrer desse trabalho, podemos concluir que a ética na
administração pública inexiste sem o servidor, por isso o reconhecimento e e a valorização do
mesmo torna-se indispensável para implantar uma cultura ética que nos faça sentir orgulho e a
sociedade possa perceber a imagem de um serviço público honesto.
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6.Referências bibliográficas
BENTO, J., MARQUES, A (Editores). Desporto, Ética, Sociedade. Porto: Faculdade
de Ciências do Desporto E de Educação Física, 1990.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret,
2007.
ARRUDA, M. C. C. Código de Ética: um instrumento que adiciona valor. São Paulo:
Negócio Editora, 2002.
BOWMAN, J. B.; WILLIAMS, R. L. Ethics in government: from a winter of despair
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1997.
BRASIL, Constituição. Decreto n.º 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o Código
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
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BRUHN, J. The functionality of gray area ethics in organizations. Journal of Business
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<http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10551-008-9994-7>. Acesso em: 07
nov. 2018.
CARVALHO, A. da S.; ALVES, C. A. A. A Ética no Serviço Público: Uma Análise
dos Procedimentos Fiscais no Trânsito de Mercadorias no Estado da Bahia. Salvador,
2003-2004. Originalmente apresentado como Monografia. Universidade Federal da
Bahia, 2004.