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Os Tipos de Argumentos

e as características argumentativas nos textos


propagandísticos.
O método indutivo
• Indutivo - Tipo de raciocínio que parte de um caso particular e tira daí
uma regra geral. Alguém que observe, pela manhã, um rua molhada e
conclui que choveu durante as noite procede por indução (visto que
sempre que chove as ruas ficam molhadas).

• Pedro joga basquete


• Pedro é alto.
• Portanto (logo, então) todo jogador de basquete é alto.
Método dedutivo
Dedutivo – Ao contrário da indução, a dedução é o raciocínio que
parte de uma afirmação geral tida como verdadeira, aplicando-a a
um caso particular, como é o caso dos silogismos.

Ex. Todos os homens são mortais.


Sócrates é homem.
Sócrates é mortal.

Ex. Se é Bayer, (então) é bom (silogismo reduzido na propaganda)


Todo produto Bayer é bom.
Esse medicamento é Bayer.
(Então) esse medicamento é bom.
• O raciocínio se mostra defeituoso pelo mau posicionamento dos
elementos.

Faz parte da natureza humana sentir medo. A-B


Os grandes ditadores são humanos. C-A
Então eles sentem medo. C-B

• O raciocínio se mostra defeituoso pelo mau posicionamento dos


elementos e pela veracidade dos fatos.

Todos os supermercados vendem coca-cola. (A-B)


Meu posto de gasolina vende coca-cola. (C-B)
Meu posto de gasolina é um supermercado.(C-A)
1) (Se) Cigarros fazem mal à saúde.
(2) (e se) o que faz mal à saúde deveria ser proibido.
(3) (logo) os cigarros deveriam ser proibidos.

(Obs. Frequentemente a segunda asserção não está explícita, como


em “Penso, logo existo.”)
• Um silogismo tem de preencher algumas condições: a. ter três termos
(usados duas vezes cada um) e na disposição A-B, C-A, C-B; b. não
possuir ambiguidade c. apresentar premissas verdadeiras; ter sempre uma
premissa universal seguida de uma particular e encerrado por uma
conclusão. Indique o princípio que foi desrespeitado nos silogismos:

• Gatos têm sete vidas.


• Meu namorado é um gato.
• Meu namorado tem sete vidas.

• Todo favelado é marginal.


• José é favelado.
• José é marginal.

• Quem ama não mata.


• Maria não matou o namorado.
• Maria ama o namorado.
A analogia
• A analogia faz com que, pela utilização de elementos conhecidos,
possamos chegar a compreender elementos de um domínio
desconhecido, servindo para ilustrar ou provar alguma coisa. A
analogia pode assumir a forma de uma comparação ou metáfora.

• Ex. Um colégio é como um quartel, em que o diretor é o


comandante, os professores desempenham o papel de oficiais e os
alunos são soldados e, por isso mesmo, devem obedecer e ser
disciplinados. (Redação escolar)
Argumento de prova concreta
• São aqueles que utilizam os recursos dos dados estatísticos,
notícias recentes, fontes históricas e dados geográficos.
“Nova Linha Dove Frizz Therapy. Experimente e tenha cabelos lindos
com até 79% menos frizz.” – Dove (estabelece um modo de
raciocínio de conseqüência)
(Propaganda Shampoo Dove Therapy. Revista Nova, Novembro de
2008.)
“Talento Intense é um delicioso chocolate Garoto com a nobreza das
amêndoas e um detalhe mais nobre ainda: ele tem 55% de cacau e
antioxidantes naturais.”
(Chocolates Talento Intense. Revista Nova, outubro de 2008.)

São expedientes bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que


questionar... No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão
terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados
pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo
chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens
jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil
habitantes. (Folha de S. Paulo. 14/04/2004)
Argumento de autoridade
• O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e
faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma idéia
na cabeça” - a famosa frase-conceito do diretor Gláuber Rocha –
virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o
cinema brasileiro faturou no ano passado. (Adaptado de Época,
14/04/2004)
Argumento de causa e consequência
• Ao se desesperar num questionamento em São Paulo, daqueles em
que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o
indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e
cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só
chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu,
no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia
a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o
congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável
a implantação de perigos. (Adaptado de Folha de S. Paulo.
01/10/2000)
As narrações e descrições
• Embora a narração e a descrição sirvam para informar o interlocutor
de algo, provocar uma reflexão ou diverti-lo, esses mesmos tipos
textuais podem servir de elemento argumentativo.

“Nova Biz 125 com injeção eletrônica. Bonita, moderna, versátil,


inteligente.
Você se identificou?”
(Nova biz com injeção eletrônica. Revista Nova, novembro de 2008)
Indique os argumentos de cada trecho:
• Cigarros fazem mal à saúde. O que faz mal à saúde deveria ser
proibido; assim, cigarros deveriam ser proibidos.

• As óperas podem fazer você chorar; podem, ainda, fazer você rir ou
pensar. Assim, as óperas evocam diversas emoções.
Tema: Greve nas universidades: mobilização
em prol da educação pública?
• A paralisação dos docentes, que já dura mais de dois meses, na grande
maioria das universidades federais do país atinge milhares de
estudantes. Os grevistas reivindicam mudanças no plano de carreira e
melhorias salariais, entre outras questões. Como o movimento grevista
deve ser encarado? Será que ele é um instrumento válido de reivindicações
em prol do ensino público no país, tendo em vista que milhares de
estudantes estão sendo prejudicados?

• No entanto, por outro lado, recorre-se à greve quando as necessidades de


uma classe não estão sendo atendidas. Não é novidade que educação no
Brasil enfrenta inúmeras dificuldades e descaso por parte das autoridades.
Falta ensino público de qualidade, reconhecimento e valorização da classe
docente, não há investimento na estrutura das escolas, entre outras
inúmeras questões. Dessa forma, será que a greve constitui-se como um
instrumento efetivo na luta por melhorias?
A greve política e a greve por direitos
Renato Cancian
A greve pode ser definida como a abstenção (ou interrupção) organizada e
simultânea do trabalho levada a efeito por um grupo ou a totalidade dos
trabalhadores pertencentes a uma categoria profissional ou a um local de
trabalho. Historicamente, a greve tem sido a prática mais difundida e direta da
ação reivindicatória dos trabalhadores perante os empregadores.

A palavra greve originou-se do francês grève, que é o nome dado a uma praça
de Paris, localizada às margens do rio Sena. A chamada de Place de
Grève era o local onde desde o final do século 18 os trabalhadores e os
desempregados se reuniam para fazer reivindicações.
A greve é sempre uma ação coletiva e sem dúvida alguma o fenômeno social
que melhor expressa o conflito e a luta de classes na sociedade moderna.
Distintamente de outras formas de protesto coletivo dos trabalhadores, a greve
bloqueia a produção e com isso tende a forçar uma negociação entre as partes
envolvidas na relação capital/trabalho..

Os movimentos grevistas se tornaram a forma predominante de luta


reivindicatória à medida que os trabalhadores adquiriram maior consciência de
classe. A greve em si tem sido um importante meio, já que a participação nas
paralisações possibilitou aos trabalhadores se reconhecerem como iguais,
como uma classe social em oposição à outra
Conceitos de greves
A greve é um fenômeno social tipicamente moderno que surge no âmbito
do modo de produção capitalista e avança após a Revolução Industrial, porém
suas características têm mudado. De modo geral, se levarmos em
consideração a história da maioria dos países europeus ocidentais
industrializados podemos vislumbrar duas fases distintas dos movimentos
grevistas: a greve por direitos e a greve política.

Greve por direitos


Até o final do século 19, as greves tinham o caráter de serem movimentos
reivindicatórios em defesa ou luta por melhores salários e/ou condições de
trabalho. Até este período, portanto, as greves apresentavam reivindicações
que tratavam de problemas e demandas de interesse único e exclusivamente
dos trabalhadores.
Salário, condições do ambiente de trabalho, vantagens materiais e o
reconhecimento ou aplicação prática de alguns direitos eram questões
predominantes na luta dos trabalhadores, principalmente do operariado
urbano.
• Greve política
Entre o fim do século 19 e início do século 20, os movimentos
grevistas europeus se converteram em importantes instrumentos de
reivindicação política. É claro que os conflitos com o patronato e as
questões de interesse dos trabalhadores continuaram sendo
importantes fatores causadores das greves, mas agora as demandas
mais amplas ganham importância central.

Essa mudança do caráter da greve foi estimulada pela ascensão


das ideologias de esquerda, particularmente pelas ideias e
doutrinas socialistas e anarquistas. Gradualmente, os trabalhadores
procuraram através das greves conquistarem mais direitos que
beneficiaram a sociedade.

O Estado e o governo foram pressionados a adotarem políticas


econômicas e sociais que beneficiaram a população como um todo.
Demandas propriamente políticas também entraram em cena, como,
por exemplo, a luta pela extensão do voto popular (sufrágio universal)
Primeira paralisação e o movimento operário do ABC
• Renato Cancian
No Brasil, o primeiro grande movimento grevista ocorreu em julho
de 1917, em São Paulo. A greve geral paralisou completamente a
capital paulista. O movimento de iniciativa do operariado foi conduzido
por líderes trabalhistas que eram adeptos das
ideologias anarquistas e socialistas.
As reivindicações eram por melhores salários, condições do
ambiente de trabalho, vantagens materiais e o reconhecimento ou
aplicação prática de alguns direitos. Os grevistas foram brutalmente
reprimidos pelo Estado, mas a greve geral representou um marco na
história da organização autônoma do operariado brasileiro.
Outro exemplo da força política dos trabalhadores no Brasil ocorreu
durante o período da ditadura militar (1964-1985) com as greves dos
operários metalúrgicos da região do ABC.
Os movimentos grevistas dos metalúrgicos paulistas foram
deflagrados por demandas unicamente de interesse dos trabalhadores
(principalmente a luta por melhores salários e a autonomia sindical).
Porém, as manifestações rapidamente transbordaram para temas
políticos e se tornaram num importante movimento em defesa da
redemocratização do país. Um dos seus principais líderes era o
metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva, eleito presidente do país em
2002.
Não é novidade para ninguém que a educação brasileira passa por
um processo de transformação e readequação as novas necessidades
do desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Se no governo Fernando
Henrique a luta dos estudantes era orientada pela bandeira “Vamos
barrar essa reforma”, hoje, barrar a reforma universitária significa
enfrentar de forma fragmentada diversas iniciativas do governo de
reforma universitária: o REUNI, em 2007, Fundações Privadas, Lei de
Incentivo Tecnológico, avanço da EAD, MP 520 e criação da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares, e muitos outros decretos, medidas
provisórias ou projetos de lei que visam reestruturar a educação, no
sentido de aprofundar a sua relação direta com o mercado.
Essas reformas não só afetam a qualidade do ensino e as
condições de manutenção dos estudantes na universidade, mas
precarizam o trabalho docente e dos técnicos administrativos com a
destruição da carreira, condições de trabalho cada vez piores,
terceirizações e aumento dos concursos para temporários. Os
estudantes, formados a partir das necessidades do mercado, sofrem
cada vez mais com trabalhos em condições precárias.
Em 2011, ano de muitas lutas dos estudantes (mais de 15
ocupações de reitorias), também os servidores entraram em greve. A
resposta “democrática” do governo é se negar a negociar e judicializar
a greve. Os professores, também em campanha salarial, tiveram o
aumento emergencial de 4%, acordado, que não se concretizou mais
de 9 meses depois. O agravamento dessa situação chegou com peso
total nesse ano. As mobilizações do ANDES-SN e suas seções
sindicais, somam às mobilizações dos servidores e dos estudantes.
Hoje, mais de 40 universidades já se mobilizam para uma greve
que vai parar a educação no Brasil e muitas outras universidades em
greve estudantil, como a UFF, UFLA, UFU, UFRRJ, entre muitas
outras, além dos processos em curso. A resposta do governo já
chegou. Na última semana, o reajuste do salário dos professores virou
uma MP além das propagandas no horário nobre sobre os “avanços no
ensino superior”.
Ainda, não houve, desde 2010 qualquer avanço na principal pauta
de reivindicação dos docentes – a reestruturação da carreira:
“Para reestruturação da carreira atual, desatualizada e desvirtuada
conceitualmente pelos sucessivos governos, o ANDES-SN propõe uma
carreira com 13 níveis, variação remuneratória de 5% entre níveis, a
partir do piso para regime de trabalho de 20 horas, correspondente ao
salário mínimo do DIEESE (atualmente calculado em R$2.329,35) A
valorização dos diferentes regimes de trabalho e da titulação devem
ser parte integrante de salários e não dispersos em forma de
gratificações” (Nota à sociedade brasileira – Comando Nacional de
Greve).
A tentativa de esvaziamento da pauta da greve da educação é na
verdade, a vontade de esconder que o projeto de educação do
governo é oposto ao da comunidade acadêmica.
Se a universidade se precariza hoje, do ponto de vista do projeto
do governo, é um mal aceitável e até já previsto, desde que a
universidade ajude a “desenvolver o Brasil”. Desenvolver também
significa alteração no código florestal, construção de Belo Monte,
megaeventos voltados para o lucro das empreiteiras, criminalização da
pobreza.
Nós, estudantes, fizemos nos últimos anos ocupações de reitorias,
greves, paralisações, enfrentamento ao projeto de educação
implementado a partir dos seus reflexos no dia a dia dos estudantes.
Entendemos que a greve em curso não é só a greve pelo plano de
carreira e melhores condições de trabalho para os professores. Essa
greve é a greve por bandejão em cada campus nas universidades pelo
Brasil, por democracia, contra os cursos pagos, por assistência
estudantil, por mais salas de aula, laboratórios, bibliotecas. A tarefa
dos estudantes não é só apoiar a greve dos professores, mas somar
com um conjunto de reivindicações específicas de cada curso, pela
disputa de projeto de educação democrático e socialmente
referenciado em cada universidade, inclusive aprovando greve
estudantil nas universidades em que for possível.
A disputa desse projeto de educação hoje é muito relevante, não
só pelo crescimento das mobilizações e da greve, mas pelo seu
caráter de enfrentamento geral as políticas neodesenvovimentistas
implementadas pelo governo Dilma. A greve que hoje cresce nas
universidades federais precisa ser ampliada para uma mobilização
geral da educação pública, somando as lutas dos profissionais da
educação em todos os estados, contra o fechamento de escolas na
rede estadual e no campo, contra a transferência de recurso público
para a iniciativa privada e privatização das universidades por dentro,
via Fundações de Apoio e cursos pagos. Um projeto que garanta 10%
do PIB para educação pública, a valorização do trabalho docente e
técnico administrativo, condições de estudo e assistência estudantil,
um projeto de educação voltado a transformar a realidade brasileira e
não aprofundar suas desigualdades.

• Lucas Mello Braga é estudante de Direito da UFF e diretor de


Universidades Públicas da UNE
• "A greve dos professores das universidades federais já dura 72 dias
e aumenta a probabilidade de que o calendário letivo de 2012 tenha
que ser estendido até o início de 2013. Na maioria das 57
instituições, a paralisação teve início antes do encerramento do
primeiro semestre. Com isso, quando a greve terminar, será
necessário concluir as atividades para só então dar início ao
segundo semestre de 2012."
1- Qual é o produto anunciado nas propagandas acima?
2- Quem aparece na primeira imagem?
3- Como é a roupa usada na primeira imagem?
4- Quem aparece nas outras duas imagens?
5- Como são as roupas que as pessoas estão usando nas outras duas
imagens?
6- A ideia que as imagens transmitem é a mesma?
7- Qual é a diferença ideológica das três propagandas?
8- Por que essas ideias mudaram?
9- Observe o vocabulário da primeira imagem. Essas palavras são
utilizadas atualmente?
10- As propagandas são históricas? Por quê?

Fonte: http://paginadeideias.blogspot.com.br/
Produção de Propaganda
• Escolher um produto.
• Escolher o público alvo.
• Analisar a abordagem para se atingir o público alvo.
• Escolher os instrumentos para gravação: celular,
máquina digital, filmadora.
• Transferir para youtube.
• Marcar dia para apresentação na escola.

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