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Universidade Federal da Bahia

Especialização em Saúde Coletiva: Concentração em Monitoramento,


Avaliação e Informação Estratégica

RELATÓRIO DA ATIVIDADE 2

Nome: Ronaldo de Jesus

Objetivo:

Realizar a apreciação crítica da ASIS nos instrumentos de gestão do SUS. 

Descrição:

Nas últimas décadas, muitos questionamentos têm sido feitos a respeito do


nível da qualidade dos serviços em saúde (BERLITZ, 2010) . No caso dos estudos
em relação aos saúde pública, a ênfase apoia-se na eficiência da gestão municipal,
estadual e federal englobando diversas áreas, em especial a atenção básica, com
ações de promoção e prevenção capazes de resolver a maior parte dos problemas
de saúde da população de seu território; média complexidade, com a assistência
ambulatorial especializada, para responder às necessidades de saúde
encaminhadas do nível anterior, dotado de maior resolutividade e capacidade
tecnológica ampliada; alta complexidade, responsável pela atenção a situações
emergenciais, internações e com um aparato tecnológico mais complexo e
especializado (CHAVES, 2010).
No Brasil, o Ministério da Saúde, a saúde é provida pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), baseado em três princípios básicos: universalização, integralidade e
equidade. Essas diretrizes definem os pontos importantes que devem estar
presentes em todas as ações do SUS (CHAVES, 2010).

O Brasil é um país com um território extremamente longo, dividido em 27


Estados e 5.570 municípios, como uma diversidade demográfica, econômica e
social extremamente pulverizada, distribuídas em pobreza, fome e riquezas e muitas
diferenças culturais e de cuidados com a saúde. O grupo mais rico tem acessos a
diversos serviços de educação, saúde e cultura por meio de suas capacidades
financeiras, o grupo intermediário, tem um pouco menos acesso, mas com larga
vantagem da classe mais pobre. Aos pobres faltam conhecimento, capacidade
técnica, educação e cultura de menos qualidade e, no que se refere a saúde, ela é
provida somente pelo SUS. Entretanto, a demanda é alta e muitas pessoas não têm
acesso aos serviços de saúde garantidos pela Constituição Federal (CF), lei
8080/90 e outras normas jurídicas já consolidadas.

Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País,


tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

Os principais problemas de saúde, tem seus determinantes alicerçados no


processo de desigualdades e mesmo que o SUS tenha sido desenhado para
compor uma saúde de qualidades, os processos de saúde e doenças são
demasiadamente complexos em alguns casos e de uma profunda demanda que
embarca os Estados, Municípios e o nível Federal em um efeito cascata de difícil
capacidade de atender e prover serviços de qualidade. Em sua maior parte os
serviços de saúde são desenhados para prover meios que possam atender às
populações em vários níveis, que seja no processo mais simples ao mais
complexos.

Os serviços de saúde e sua distribuição tem atribuições entre os 3 entes


(federal, estadual e municipal), trazendo serviços desde atenção básica à saúde até
serviços de alta complexidade.
Entretanto, o processo de avaliação e caracterização dos processos e da
qualidade dos serviços podem ser acompanhados de ferramentas que mostram um
caminho para iniciar o destravamento de muitos problemas que rodeiam o processo
de saúde. Dentre estes processos encontram-se a ferramenta de Análise da
Situação da Saúde (ASIS).

A ASIS é uma ferramenta que possibilita a organização e orientação dos uso


dos recursos disponíveis de forma racional, econômica e que visa atender a
população e os gestores no processo de saúde.Assim, a ASIS é uma ferramenta
que ajuda a descomplicar o processo de gestão e prover melhores os recursos com
vista a dar a todos uma saúde justa, igualitária e que atendam aos princípios
estabelecidos na lei 8080/90.

O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições


públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

Eximindo os serviços mais conhecidos por todos, podemos citar alguns


outros serviços como os de vigilância sanitária, de vigilância epidemiológica, de
saúde do trabalhador; de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, de
vigilância nutricional e a orientação alimentar, de colaboração na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do trabalho, de formulação da política de
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para
a saúde e a participação na sua produção e muitos outros.

Os serviços principais de saúde, estão alicerçados e com acesso garantido


ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas
necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde.

No contexto do processo de geração de saúde, encontram-se o provimento


de serviços de análises clínicas (laboratórios de análise clínicas), a ênfase apoia-se
na eficiência da gestão laboratorial das fases pré-analítica, analítica e pós-analítica,
na execução e apresentação dos resultados de exames aos pacientes (CHAVES,
2010) .

No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 2.031/04, criou o


Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde (SISLAB), que é um conjunto de redes
nacionais de laboratórios (Laboratórios de Referências Nacionais, Laboratórios de
Fronteiras, Laboratórios Estaduais e Laboratórios Municipais), organizado em
sub-redes, por agravos ou programas, de forma hierarquizada por grau de
complexidade (baixa, média e alta) das atividades relacionadas à vigilância em
saúde - compreendendo a vigilância epidemiológica e vigilância em saúde
ambiental, vigilância sanitária e assistência médica (MINISTÉRIO DA SAÚDE -
PORTARIA Nº 2.031, 2014) .

Tais laboratórios recebem recursos públicos através do Fator de Incentivo


Financeiro para os Laboratórios Centrais (FINLACEN) com pagamento fixo mensal
e pagamentos variados por procedimentos de Média e Alta complexidade, com
tarifação variada e controlada pela tabela de Procedimentos do Sistema Único de
Saúde (SUS) (MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA Nº 2.606/MS, 2005) .

Entretanto, com a introdução a COVID-19 muitos problemas relacionados ao


processo de provimento dos serviços relacionados ao diagnóstico da doenças foram
expostos e uma boa da população não conseguiu ter acesso aos exames que
permitem a detecção e comprovação da doença.

Dada a questão, e contando que há dados armazenados no sistema


Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), no Sistema de Aquisição e
Distribuição de Insumos Estratégicos (SIES), ambos pertencentes a CGLAB, e no
Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos (SIGTAP), e os sistema
eSUS-Notifica, que armazenam as notificações dos casos de COVID-19, as ações e
propostas relacionadas aos problemas destacados no plano de monitoramento a
nível nacional.

Dada a problemática, pode-se dizer que a aplicação do ASIS é uma


ferramenta capaz de responder às perguntas relacionadas a baixa procura pelos
serviços laboratoriais e o número alto de notificações, levando em consideração o
processo de geração, distribuição de recursos pelas 3 esferas de governo.

Observação: dada a aplicação ampla do Plano Nacional de Saúde (PNS),


escolhi uma área específica para a discutir a aplicação do ASIS. Espero que não
tenha problema.

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