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Sistemas Auxiliares do SIS e seus Impactos nos Serviços de Saúde

SIS Auxiliary Systems and their Impacts on Health Services

Deolinda Angelo Muchate

Correio eletrónico: deolindamuchate@gmail.com

Resumo
Contextualização: O sistema de informação em saúde (SIS) foi criado para integrar as informações de todo o
sistema de saúde, em seus níveis primário, secundário e terciário, de forma a cruzar os dados e gerar informações
completas sobre os pacientes e o uso do sistema de saúde no país, bem como as demandas a serem supridas e o
perfil epidemiológico das regiões. As informações podem funcionar como um meio para diminuir o grau de
incerteza sobre determinada situação de saúde, apoiando o processo de tomada de decisões. Objetivos: O
presente artigo pauta por analisar os sistemas auxiliares do Sistema de informação em saúde na gestão dos
serviços de saúde, perceber ate que ponto os sistemas de saúde podem dinamizar o fluxo de informação e por
avaliar seus impactos. Metodologia: O artigo em causa ira buscar conteúdos em várias fontes com mais foco a
pesquisa bibliográfica. Fontes estas que abordam esta temática em sua totalidade e outros conteúdos
bibliográficos eletrónicos em formato pdf conforme citam (Gil, 2008), e o manual de normas de publicação de
trabalhos que ajudaram a enriquecer o conteúdo e estrutura do presente trabalho.

Palavras-chave: Sistema de informação em saúde. Sistema. Impactos.

Abstract
Contextualization: The health information system (SIS) was created to integrate information from the entire health
system, at its primary, secondary and tertiary levels, in order to cross-reference data and generate complete
information about patients and the use of the health system in the country, as well as the demands to be met and
the epidemiological profile of the regions. Information can work as a means to reduce the degree of uncertainty
about a given health situation, supporting the decision-making process. Objectives: This article aims to analyze the
auxiliary systems of the Health Information System in the management of health services, to understand the
extent to which health systems can streamline the flow of information and to assess their impacts. Methodology:
The article in question will seek content from various sources with more focus on bibliographical research. Sources
that address this topic in its entirety and other electronic bibliographic content in pdf format as cited (Gil, 2008),
and the publication standards manual of works that helped to enrich the content and structure of the present
work.

Keywords: Health information system. System. Impacts.


1. Introdução
Com o advento das tecnologias e da internet, o sistema de envio e recebimento de informações mudou,
bem como sua velocidade. Os indivíduos, as empresas e a sociedade se adaptaram ao uso de
computadores e smartphones e o uso de cartas, papel e arquivos físicos diminuiu. O sistema de
informação em saúde (SIS) é uma parte essencial do Sistema Nacional de Saúde (SNS) de Moçambique.
O primeiro SIS foi introduzido em 1976 e foi desenvolvido gradualmente para uma estrutura melhorada
com sistemas para apoiar a recolha de dados uniforme, que se atingiu em 1982. Sua importância se dá,
principalmente porque seus dados e informações são utilizados para a tomada de decisões dos gestores
da saúde, que definem o destino dos investimentos financeiros e a criação de políticas públicas em
saúde, de forma a promover a saúde da população.
Nesse sentido, o presente artigo torna importante destacar que a saúde da população e a prestação de
serviços de saúde estão expostos a influências externas e internas que podem comprometer tanto as
condições de saúde da população como facilitar ou dificultar a obtenção da qualidade, produtividade ou
custos de prover serviços.
Especificamente, no que diz respeito a programas e serviços de saúde, as variáveis externas são
epidemiológicas, geográficas, demográficas, socioeconômicas, culturais e de mercado, devendo ser
conhecidas e trabalhadas, visando efetividade e eficiência. Quanto às internas, se devem a milhares de
fatores, como organizacionais, de recursos pessoal e material, financeiros, informacionais, fluxos
operacionais internos, necessitando de tecnologia da informação para possibilitar agregação e tomada
de decisão.
2. Sistema de Informação em Saúde
Os sistemas de informação em saúde podem auxiliar efetivamente os gestores quanto ao
gerenciamento dos recursos destinados às ações e serviços de saúde, bem como estratégias,
monitoramento e avaliação de políticas públicas. Segundo Cunha (2013), a informação na área da saúde
é essencial para uma adequada gestão tanto aos serviços de promoção, proteção e recuperação da
saúde em determinado local, quanto na avaliação e monitoramento das ações já existentes.
“Um SIS é um conjunto de componentes que atuam de forma integrada, através
de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da informação
necessária e oportuna para implementar processos de decisões no Sistema de
Saúde. Seu propósito é selecionar dados pertinentes e transformá-los em
informações para aqueles que planejam, financiam, provêm e avaliam os
serviços de saúde” (Cunha, 2013).
Com os sistemas de informação é possível avaliar a faixa etária populacional, denominadores
demográficos, as principais causas de óbito, a quantidade de partos realizados em determinado período
e município dentre outras diversas variáveis conforme disponibilização dos resultados no sítio eletrônico
(Pereira, 2016)

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Esses sistemas de informação possibilitam a reorganização nos processos de trabalho. É notória ainda a
falta de conhecimento dos profissionais que utilizam do sistema como instrumento de trabalho,
percebe-se que não há treinamentos eficientes e os servidores aprendem literalmente por conta própria
representando limitações quanto ao uso do sistema. O que resulta em uma reduzida supervisão dos
dados com baixa qualidade no controle da análise das informações geradas a partir dos dados
produzidos (Carreno et al, 2013).
Os sistemas de informação em saúde (SIS) devem contribuir para a melhoria da qualidade e da
produtividade da assistência de saúde, possibilitando a realização de pesquisas e atividades de ensino. A
gestão da informação possibilita que os profissionais de saúde desempenhem as atividades com
efetividade e eficiência, integrando a informação, facilitando a comunicação, coordenando as ações
entre os múltiplos membros das equipes, fornecendo meios para apoio financeiro e administrativo. A
eficiência está relacionada à otimização do uso de recursos para a realização dos diversos processos
desempenhados pelos profissionais, tanto no cuidado direto, como na administração (O’Brien, 2008, p.
7).
“Os SIS desenvolvidos baseiam-se nas necessidades da informação para gestão
e monitoramento de situações de risco, para o controle de produtividade e
repasse de recursos financeiros. Seguem políticas de saúde, estratégias de
gestão e normas administrativas” (O’Brien, 2008).
Inúmeros SIS são utilizados pelas organizações de saúde, públicas e privadas, adotadas com o intuito de
reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços prestados. Desenvolvidos por diferentes
fornecedores possuem arquiteturas, bases de dados e infraestruturas divergentes. Com isso, são criados
aplicativos incapazes de se comunicarem entre si, gerando problemas de interoperabilidade.
A padronização de processos e disponibilidade de informações provenientes de um único banco de
dados facilita o acesso às funções estratégicas e resulta em ganhos expressivos de produtividade,
eliminando duplicidades e disponibilizando informações integradas que podem ser utilizadas pelos
diversos níveis de comando incluindo a totalidade dos serviços de atenção primária, secundária e
terciária.
Desta forma, a utilização de SIS é o recurso para a gestão estratégica em saúde. É o suporte para a
organização administrativa e técnica, a coleta de dados, o armazenamento, o processamento das
informações dos pacientes, o auxílio ao diagnóstico, a prescrição dos medicamentos e cuidados
adequados a cada situação em que o paciente estiver envolvido.

2.1 Historial do surgimento do SIS


Segundo Patrício (2011), as primeiras experiências com uso de sistemas de informação em saúde datam
da década de 1960 e tinham inicialmente foco administrativo, buscando favorecer a comunicação entre
os vários setores de um hospital, passando, posteriormente, a armazenar também informações sobre os
pacientes. Até a década de 1980 os SIS trabalhavam de forma isolada (Marin, 2010). A partir da década
de 1990 os sistemas passaram a ser mais flexíveis, possibilitando a comunicação e integração entre
sistemas situados em diferentes locais geográficos e em diferentes hospitais ou serviços de atendimento
em saúde.
3
Os avanços tecnológicos a partir dos anos 2000, particularmente a evolução da computação distribuída
e o estabelecimento de padrões de comunicação específicos, têm possibilitado a estruturação de SIS
com arquitetura e funcionalidades voltadas para promover a integração da informação disponível em
um ambiente de atenção à saúde em rede. Mesmo assim, ainda segundo Marin (2010), dependendo da
forma como foram construídos e, dependendo do modelo utilizado de implantação e distribuição, os
sistemas hoje utilizados nos mais diversos países ainda apresentam desafios enormes para atingirem
níveis básicos de integração e interoperabilidade.

2.2 Sistemas de informação em saúde no cuidado do paciente


No nível de cuidado do paciente o sistema de informação deve assumir também a função de prontuário.
Evidentemente que, da mesma forma que os sistemas de âmbito nacional, o sistema de informação em
saúde com foco na atenção ao paciente deverá também suportar atividades de gestão organizacional.
Dessa forma, no âmbito do atendimento clínico, o SIS deve funcionar, por um lado, como um prontuário
eletrônico do paciente (PEP) e, por outro, como um sistema de gestão em saúde, englobando recursos
financeiros, recursos humanos, materiais, equipamentos e espaço físico (Pinto; Freitas; Figueiredo,
2018).
Os SIS coletam dados relativos ao processo de atenção à saúde, analisam esses dados e garantem a sua
qualidade, relevância e atualidade, e convertem os dados em informação para a tomada de decisão.
Para tanto, via de regra, os SIS devem possuir quatro funções básicas:
 Geração de dados,
 Compilação,
 Análise e síntese, e
 Comunicação e uso (WHO, 2010).
Existem várias soluções de SIS comerciais e também algumas de código aberto e licença livre voltadas
para o atendimento em clínicas e serviços de pequeno e médio porte. Da mesma forma, existem
algumas soluções voltadas para os serviços públicos de atenção à saúde em nível primário e secundário.
Em geral essas soluções seguem basicamente o mesmo modelo de integração e fluxo de dados que os
sistemas hospitalares, porém trabalhando em menor escala e complexidade. Tal qual no ambiente
hospitalar, a garantia da consistência, bem como a otimização do fluxo de dados entre os diferentes
módulos do sistema, do mesmo modo que entre sistemas diferentes, depende necessariamente da
adoção dos padrões de comunicação estabelecidos para a área da saúde.
2.3 Finalidade de um SIS
Um sistema de informação (SI) tem por finalidade básica apoiar a criação desse ciclo virtuoso por meio
da aquisição e do armazenamento de dados, transformação de dados em informação por meio da sua
contextualização em uma situação específica e da disponibilização da informação para sua
transformação em conhecimento. O conhecimento, por sua vez, irá apoiar uma tomada de decisão para
posterior realização de ação buscando a otimização do processo (Rodrigues et al., 2019).

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Nesse contexto conceitual genérico, a existência de um sistema de informação independe de qualquer
tipo de tecnologia. Ele é um arcabouço de apoio à tomada de decisão. Para a área de informática em
saúde iremos considerar duas especificidades para os sistemas de informação:
 O foco de conhecimento é a atenção à saúde; e,
 Eles estão estruturados com base no uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs).
Em linhas gerais, um SIS é composto de mecanismos e procedimentos para aquisição e análise de dados
e para a prestação de informações necessárias para suportar o planeamento e a programação
orçamentária nos diferentes níveis de governo; para o acompanhamento, a avaliação e a coordenação
de programas e serviços de saúde; para os cuidados à saúde do indivíduo; pesquisa e ensino na área da
saúde, apoio à definição de políticas nacionais baseadas em evidência, e como fonte de informação para
o público em geral.
No que concerne à assistência ao paciente, o sistema de informação deve dar suporte ao seu
tratamento e acompanhamento, bem como apoiar o monitoramento de grupos com necessidades
especiais (WHO, 2010).

2.4 Analise e Apresentação de Dados


Coletar, processar, armazenar e distribuir as informações sobre saúde são componentes dos
sistemas e informação em saúde (Marin, 2010) e fornecem as bases para toda a tomada de decisão
nos cuidados de saúde, seja clínica, cuidado ao paciente, saúde pública, administrativa ou
governamental (Hovenga e Grain, 2013).
A seguir observar-se-á aspetos que se fazem sentir em prol dos sistemas de informação em saúde a nível
de Moçambique, desde a intervenção básica ate a mais alta.

2.4.1. Uso de aplicativos informáticos de apoio ao SIS


Desde 1992/ 93 que o MISAU vem usando aplicativos informáticos de apoio ao sistema de informação.
O primeiro sistema foi designado SIS-Prog. O SIS-Prog foi desenvolvido no início da década 90 e,
portanto, com recurso à tecnologias então existentes. Hoje este aplicativo mostra-se inadequado para
responder aquilo que são as necessidades atuais em termos de informação para a Saúde, tendo em
conta, não só os grandes desenvolvimentos tecnológicos ocorridos nos últimos anos mas também à
necessidade de obtenção de outro tipo de informação sistematizada e integrada.
Constituíram características mais importantes do novo software:
 Entrada de dados para os formulários mensais;
 Listagem e impressão dos dados agregados (níveis e períodos diferentes). Todos dados
agregados impressos no formato original das fichas;
 Exportação e Importação de dados entre computadores para níveis diferentes
(distrito/província/central) e períodos diferentes;
 Transformação automática dos dados antigos do SisProg dentro do Módulo Básico, o que
permite utilizar os novos instrumentos do Módulo Básico com os dados antigos;
 Exportação automática dos dados para SIMP durante o período transitório;

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 Integração no novo software dos códigos das US, distritos e províncias;
 Entrada de dados da população;
 Exportação dos dados para formato Excel;
 Cópia de segurança dos dados em disco duro, disquete, Disco ZIP, Memória ‘Flash’, etc…);
 Manual do Usuário detalhado incluindo exemplos práticos.
Atualmente, existem muitos outros sistemas que auxiliam o SIS, e que tem sido mais eficiente que os
primeiros experimentais, como é o caso:
 SESP: É um projeto de colaboração open source que permite a criação de aplicações para apoiar
a prestação de cuidados de saúde nos países em desenvolvimento;
 Open MRS - POC: Sistema eletrónico de seguimento de pacientes em tempo real, isto é, a
introdução de dados ocorre no momento do atendimento ao paciente;
 SIGLUS/ IDART: Aplicativo/ Plataforma Digital para gestão do processo de dispensa de
medicamentos aos pacientes;
 SIS-MA/DHIS2: Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação, permite a recolha,
análise, interpretação e disseminação contínua e sistemática dos dados de saúde (agregados) a
partir de todos os distritos, através das províncias, para capital do País
 DISA e DISA-LINK: Sistema de Gestão de Laboratórios e de Referenciamento de Amostras
Eletrónico. Permite aos laboratórios o registo e gestão de pedidos, dos resultados e emissão de
relatórios. As unidades sanitárias através do DISA-LINK podem registar os pedidos e visualizar os
respetivos resultados.
 SIS-ROH: Sistema de Informação de Saúde para Gestão de Óbitos Hospitalares, funciona a nível
central e provincial em alguns hospitais e nas DPSs. DPC tem o plano de substituir este Sistema
por outro de Gestão de Dados Hospitalares, que está em piloto neste momento em 3 US.
Os supracitados, interferem desde a área clinica, farmácia ate os exames laboratoriais, sendo o DHIS-2, o
ponto final de toda informação a luz dos indicadores de saúde, com possibilidade de reporte diário,
semanal, mensal, trimestral, semestral e anual.

Sistemas auxiliares do SIS


7
6
5
4
3
2
1
0
SIS-MA/ DHIS-2 Open-MRS DisaLink SIGLUS Idart

Existência nas US’s Nível de dependência do sistema

6
Apoiando-se a ideia do autor supracitado, referencio que nos dias de hoje os subsistemas sofreram
inúmeras atualizações em prol do processo de registo, recolha de dados com o objetivo de alcançar os
seguintes fins:
 simplificar os impressos e os livros de registo e eliminar as duplicações dos dados;
 reduzir a quantidade dos dados a serem registados e recolhidos;
 demonstrar como os dados podiam e deviam ser transformados em informações e estas
interpretadas e utilizadas;
 definir a informação mínima necessária de maneira que cada nível e sector possa responder às
respetivas funções; e,
 criação e responsabilização do Núcleo de Estatística e Planificação (NEP) distrital, Provincial e
Central (DIS), que em coordenação com os diferentes programas a nível local fazem a analise e
interpretação dos dados com a respetiva produção dos relatórios.
Atualmente gestão de dados ficará sob alçada única do INS, fazendo Uso do SIS-MA/DHIS-2, como um
sistema mãe, em que os restantes subsistemas colhem, agregam e canalizam a informação para o
Sistema mãe. Esse plano centraliza esforços para a melhoria da qualidade da informação e a expansão
do SIS para os níveis III e IV. A posterior far-se-á uma descrição de um dos sistemas em relação as
unidades sanitárias.

2.4.2 Open MRS


Como descrito, o Open MRS, é um sistema eletrónico de seguimento de pacientes em tempo real, isto é,
a introdução de dados ocorre no momento do atendimento ao paciente. Regra geral, pauta-se por
implementar o Open MRS em unidades sanitárias com mais de 500 pacientes, com fim a criar
interoperabilidade com o SISMA (Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação).
O mesmo sofreu alterações, com melhoria na Inclusão dos seguintes módulos novos:
 Tuberculose;
 Aconselhamento e testagem; e,
 Saúde materno infantil.
Dos inúmeros benefícios, temos a frisar:
 Melhorias na integridade, precisão dos dados e pontualidade dos relatórios;
 Melhorias na eficiência;
 Suporte nas decisões clínicas;
 Codificação de protocolos clínicos e diretrizes no sistema; e,
 Disponibilidade imediata de informações no sistema para os trabalhadores de saúde.
Limitações do software - O software não é um registro médico eletrônico (EMR) completo e atualmente
não possui todas as funcionalidades que muitos
EMRs comerciais possuem. Alguns sites sentiram que, embora o OpenMRS atendesse à maioria de suas
necessidades, havia algumas funcionalidades importantes necessárias para seus sites que estavam
faltando. Além disso, devido à modularidade do OpenMRS e à falta de redundância e backup dos

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sistemas de computador nos sites, existem alguns erros em fazer com que todos os módulos funcionem
perfeitamente juntos.

2.4.3 SIS-MA/ DHIS2


SISMA- Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação, é uma aplicação com uma base de
dados intensiva e requer que o servidor tenha memória RAM, núcleos de CPU e disco rígido adequados.
Quanto mais potente o servidor for nas características anteriormente especificadas, melhor a aplicação
funcionará.
O SISMA suporta sistemas operativos que possuam uma versão do Java Runtime Environment 6 ou
superior, onde se incluem o Windows, Linux ou Mac. A nível de base de dados, o SISMA suporta
diferentes tipos de base de dados relacionais, como o PostgreSQL, MySQL, H2 ou Derby.
Apesar do SISMA suportar diferentes sistemas operativos, motores de base de dados e servidores
aplicacionais, o focos deste documento e do respetivo instalador é o ambiente especificado para o
Ministério da Saúde de Moçambique no âmbito do presente projeto, sendo o mesmo constituído pelas
seguintes componentes:
 Servidor Central: o Sistema Operativo: Ubuntu 12.04 LT, Motor de BD: PostgreSQL, Servidor
Aplicacional: Tomcat;
 Clientes On-Line: o Sistema Operativo: Windows XP ou superior, Motor de BD: Não Aplicável
(acesso on-line à bd central via browser);
 Clientes Off-Line: o Sistema Operativo: Windows XP ou superior, Memória RAM: 1 GB ou
Superior, Motor de BD: H2.
Figura 1: Ilustracao do SIS-MA/DHIS2 na Pagina do Login.

2.4.3 SIGLUS
SIGLUS é um sistema de informação para a gestão logística nas unidades sanitárias e para a gestão de
todos os medicamentos da CMAM ao nível dos depósitos das unidades sanitárias. Em Novembro de
2016, foi adotado pela CMAM como o Sistema para as US. É desenvolvido sob uma plataforma de código
aberto (openLMIS);
Foi pilotado primeiramente pela CHAI ( Setembro 2015 – Novembro de 2016) em 9 unidades sanitárias
do distrito de Marracuane, na Província de Maputo, em Novembro de 2016, foi adotado pela CMAM

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como o Sistema para as US. A Médio longo prazo previsão de Interoperabilidade com o SIMAM, SISMA
(DHIS2) e SESP.

Figura 2: Ilustração do SIGLUS no Tablet.

Exemplo do Fluxo de dispensa de medicamentos na Unidade Sanitária


Depósito da Unidade Sanitária
 Distribui apenas com Relatório consumo;
 Regista no mapa de consumo da US;
 Regista na requisição interna – dedicada aos Testes Rápido no Deposito.
Na Enfermaria Stock Nivelado
 Nível = número de pontos de testagem;
 Reposição quando fica a zero;
 Com Mapa de Registo de Consumo da CMAM;
 Assina Requisição Interna que fica na farmácia.
Pontos de Testagem & Activistas Comunitários Stock Nivelado
 Nível = 1 Kit;
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 Reposição quando fica a zero;
 Assina Requisição Interna que fica no Serviço.
Figura 3: Ilustração do Fluxo de Dispensa de Medicamentos na Unidade Sanitária

Fonte: Relatório do MISAU.


Em suma o SIS, precisa destes sistemas para dar suporte a toma da de decisão, em prol da melhoria dos
indicadores que se fazem sentir desde a unidade sanitária ate ao mais alto nível. Estes podem ajudar no
processo de planificação de recursos, criação de politicas publicas, balancear a quantidade de
dados/indicadores produzidos por diferentes programas e serviços; reduzir progressivamente em
correspondência a cada nível a quantidade de dados enviados para os níveis superiores; racionalizar o
fluxo de maneira que um sector em cada nível (distrital, provincial e central) tenha a responsabilidade
global do controle da chegada dos resumos estatísticos mensais a base mãe.
Essas várias decisões podem ser auxiliadas por computadores, tablets, de forma indireta, com sistemas
de informação em saúde e prontuários eletrônicos que armazenam as informações clínicas dos
pacientes e proporcionam um histórico de todos os diagnósticos, exames, alergias, medicamentos que já
foram prescritos para o paciente contribuindo para um atendimento médico mais assertivo e
consistente; ou de forma direta com sistemas de apoio a decisão que irão auxiliar na elaboração de um
diagnóstico, tratamento ou prognóstico, sugerindo soluções que apresentam a melhor relação de custo
e efetividade. Essas soluções tecnológicas podem auxiliar os profissionais de saúde a evitarem erros
cognitivos comuns ao diagnosticar ou prescrever um medicamento, minimizando possíveis ocorrências
de injúrias ou danos aos pacientes.

3. Conclusão
Apos a compilação do presente artigo, é percetível a quantidade de dados que são gerados pelos
sistemas de informação, e que podem gerar e proporcionar diversas ações que viabilizem evolução na
qualidade da assistência e serviços ofertados nas unidades de saúde. É a partir desses dados
mensurados nos sistemas de informação, que o ministério tem a possibilidade de gerenciar melhor seus
recursos, desde modernizar seus atendimentos, qualificar seus recursos, objetivar seus indicadores de
saúde, pleitear novos recursos, analisar índices epidemiológicos realizados em um período específico
por uma determinada faixa etária. Desta feita, pode-se dizer que, informação consistente e de qualidade

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é ferramenta fundamental para tomada de decisão, para a ampliação de possibilidades de
racionalização de ações, coibição do desperdício, controle e alocação correta de recursos.
Por fim, constatou-se que é importante a utilização destes sistemas como uma estratégia para:
 Estimular que o processo de tomada de decisões e de avaliação, em todos os níveis do SNS, seja
cada vez mais orientado pelo uso de informações;
 Que estes sistemas possam ser continuamente aperfeiçoados, onde, através de sua ampla
utilização eles podem ser criticados e devidamente corrigidos ou mesmo substituídos; e,
 Que se viabilize um processo efetivo de consolidação de bancos de dados de abrangência
nacional, permitindo o compartilhamento e particularmente a comparabilidade entre diferentes
situações. Lembrando que a comparação é uma das principais ferramentas para a elaboração de
uma análise de qualidade.

Referencias bibliográficas
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Básica (SIAB): uma revisão integrativa. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro.
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Gil, A. C. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
Marin H, F. (2010). Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. J Health Inform.
O’Brien, J. A. (2008). Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da Internet. São Paulo:
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Saúde e Desenvolvimento. São Paulo.

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