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Ficha de Leitura Estudante: Nonília

Autora: Nome da Obra:


Maria Aparecida Correa Ribeiro Torres A Passivização no Português: Uma Abordagem
Morais; Léxico-Funcional.

Editora: Data: 1988


Assunto: Funcionamento da Língua Pag: 97; 98; 100.
Mecanismo de passivização em
português;
Construções passivas e estrutura
sintática.
Resumo: A presente ficha, focaliza a passivização no português, pautando por apresentar
evidências que justifiquem e sustentem uma análise lexical da passivização no português e os
seus devidos mecanismos.
Referências:
Bechara, E. (1985). Lições de Português pela Análise Sintática. Rio de Janeiro: Padrão -
Livraria Editora Ltda.
Bresnan, J. (1978). A Realistic Transformational Grammar. em M.Halle, J.Bresnan, e
G.Miller, eds., Linguistic Theory and Psychological Reality, Cambridge, Mass: The MIT
Press.
Bresnan, J. (1982a). The Passive in Lexical Theory. em J. Bresnan. Cambridge, Mass: The
MIT Press.

Citações importantes:
A análise sintática da construção passiva na estrutura da Gramática Léxico-Funcional (GLF),
relaciona as formas lexicais (2a) e (2b) que serão ilustradas abaixo vindo das frases a negrito,
da sentença ativa Mariana elogiou Roberto e sua correspondente sentença passiva Roberto
foi elogiado por Mariana através de
uma regra lexical como formulada:
1. Passivização
OBJ -SUJ
SUJ- {OBLg , <f> }
2.
a. ELOGIAR < (SUJ),(OBJ)>;
b. ELOGIAR ((OBL0),(SUJ).
a Passivização muda uma forma lexical transitiva (2a), cujo SUJ é agente e cujo OBJ é tema,
em uma forma lexical intransitiva gramaticalmente, a qual não possui a função OBJ. Na forma
lexical passivizada (2b), a função SUJ está correlacionada com o papel tema, e a função
OBL(íqua) opcional está correlacionada com o papel agente.
A Passivização, preserva a estrutura de argumento do predicado do verbo ativo e, ao alterar o
assinalamento das funções gramaticais da forma lexical ativa para a forma lexical passiva, ela
reassocia os argumentos do predicado com funções gramaticais diferentes, de modo que não
acontecem mudanças nas exigências de compatibilidade semântica da estrutura de argumento
do predicado.
A regra lexical da passivização, tal como formulada por Bresnan (1982a), capta as
generalizações de subcategorização, derivando a forma lexical passiva 'ELOGIAR ((OBL0),
(SUJ))' da forma lexical ativa 'ELOGIAR ((SUJ),(OBJ))' de modo que seria impossível derivar
uma forma lexical passiva, coerente e completa, de uma forma lexical ativa que fosse
incompleta e incoerente.
A Passivização é uma operação nas formas lexicais e, como tal, deriva forma lexical de forma
lexical. Ela busca simplificar a subcategorização ao "transformar" as propriedades de
subcategorização dos verbos no léxico, e, então, insere esses verbos lexicalmente
transformados nas estruturas sintáticas.
De salientar que, a passivização como uma regra lexical tem uma caracterização universal que
revela a forma invariante do relacionamento ativa/passiva através das línguas. Isso é possível,
primeiro, porque a regra lexical da passivização muda o assinalamento lexical das funções
gramaticais, mas conserva a estrutura lexical de argumento do predicado, e, segundo, porque
as funções gramaticais, como primitivos universais da sintaxe, são independentes das
realizações em termos de estruturas sintáticas, ou casos morfológicos das línguas particulares.
Observações:
A passivização, nesta língua, é um fenômeno lexical, e de que a Passivização não poderia ser
senão uma regra lexical, por que ao formular a Passivização como uma regra que muda a
codificação lexical das funções gramaticais universais, a teoria lexical demonstra tanto os
efeitos semânticos da regra, como suas manifestações sintáticas variadas as quais se seguem da
codificação sintática das funções gramaticais em cada língua .

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