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Sistemas de Informação em Saúde

Segundo Siqueira (2005), um sistema de informação (SI) precisa de três


matérias-primas: dado, informação e conhecimento. O dado é o elemento
mais simples desse processo; a informação é composta de dados com
significados para quem os vê; o conjunto de nosso aprendizado segundo
algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva
irão transformar em conhecimento uma dada realidade.
No setor da saúde, a informação subsidia o processo decisório, uma vez
que auxilia no conhecimento sobre as condições de saúde, mortalidade e
morbidade, fatores de risco, condições demográficas, entre outras
(ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2006).
Os Sistemas de Informação da Saúde (SIS) são compostos por uma
estrutura capaz de garantir a obtenção e a transformação de dados em
informação, em que há profissionais envolvidos em processos de seleção,
coleta, classificação, armazenamento, análise, divulgação e recuperação de
dados. Para profissionais da saúde, o envolvimento na construção de
instrumentos de coletas, treinamentos para captação correta dos dados e o
processamento da informação são importantes, uma vez que possibilitam maior
domínio dessa área do conhecimento.
No Brasil, o Departamento de Informática do SUS (DATASUS)
desempenha um papel de importância vital na condução do processo de
informação na saúde.
Este departamento mantém a disposição todos os SIS em uso no Brasil,
bem como, manuais, programas para download, podendo ser acessados pelos
profissionais da saúde, dado à relevância desse conhecimento para o
planejamento das equipes, quer sejam locais ou não. Nesse ambiente é possível
obter informações como: Indicadores de Saúde; Assistência à Saúde (internação
hospitalar, produção ambulatorial, imunização, saúde da família, vigilância
alimentar e nutricional); Epidemiológica e Morbidade (morbidade hospitalar do
SUS, doenças de notificação, estado nutricional e outros agravos); Rede
Assistencial (informações do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde
- CNES); Estatísticas Vitais (natalidade, mortalidade, câncer); Demográficas e
Socioeconômicas (população, educação e saneamento), Inquéritos e pesquisas;
Saúde Suplementar. Também disponibiliza informações financeiras, sistemas e
aplicativos para tabulação de dados, como o TABNET e o TABWIN.
Como profissionais da saúde, precisamos aprender a utilizar a
informação gerada por estes sistemas em nosso planejamento estratégico,
permitindo-nos identificar e modificar uma realidade. Nem todos os sistemas
disponíveis atendem à nossa necessidade de obtenção da informação
obrigando-nos a buscar outras formas, mas, quando não temos a informação
que procuramos, o que fazer? Primeiramente precisamos identificar o que
estamos buscando, só então poderemos escolher o SIS que atenderá à nossa
busca.
Quando iniciamos o planejamento local de um território, é preciso
caracterizá-lo, identificando sua população, condições socioeconômicas, saúde,
trabalho, moradia, entre outras; para obtenção destes dados iniciais, utilizaremos
os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), RIPSA e a
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), facilmente obtidos nos
meios eletrônicos, como podemos ver na figura 1 o IBGE com abrangência
nacional, na figura 2 temos RIPSA também com abrangência nacional e na figura
3 temos a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS).

Figura 1- IBGE – link: http://www.ibge.gov.br/home/


Figura 2 – RIPSA – link: http://www.ripsa.org.br/

Figura 3 – FVS – link: https://www.fvs.am.gov.br/dadossaude


O Ministério da Saúde vem alinhando uma proposta de reestruturação
dos Sistemas de Informação em Saúde, de modo a garantir qualidade à gestão
de informação e consequentemente ao atendimento da população, no sentido
de integrar SIS mais abrangentes, diminuindo assim o número de sistemas
atualmente disponíveis.
Dentre os SIS em utilização no SUS, dois representam o tronco desta
estrutura, pois neles todos os outros são conectados; de uma maneira bem
simples podemos dizer que um sistema identifica o "cliente" e o outro identifica
o "prestador do serviço", estamos falando do Cartão SUS do cidadão e do CNES
(Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde), a seguir detalhamos um
pouco mais estes dois SIS.

Linha do tempo da informatização da Saúde no Brasil

Década de 1970
1974 — Criação da DATAPREV (análise de sistemas, programação e execução
de serviços de tratamento da informação e o processamento de dados por
computação eletrônica e serviços correlatos)
1975 — Primeira reunião Nacional sobre Sistemas de Informação em Saúde
— Sistema Nacional de Informações sobre mortalidade (SIM) – Primeiro
sistema desenvolvido no âmbito do MS
— Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).

Década de 1980

— Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social (SAMHPS)


— Sistema de Informações e Controle Ambulatorial da Previdência Social
(SICAPS)
— Guia de Autorização de pagamento (GAP)

1984 — Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS)


Década de 1990

1990 — Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)


— Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
1991 — Lei 8080/90 Proposição do Sistema Nacional de Informações em
Saúde
— Decreto 100 de 16.04.1991 - Criação do Departamento de Informática
do SUS (Datasus) e da FUNASA
— Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS)
1992 — Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC)
1993 — Sistema de Informações de agravos de Notificações (SINAN)
1994 — Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) – substituto do
SAMHPS e do SICAPS
1996 — Rede Interagencial de Informações para Saúde (RIPSA)
— Cartão Nacional de Saúde (CNS) – “Cartão SUS” (NOAS SUS
Nº1/2001)
1998 — Sistema de Informação de câncer de Útero e de Mama (SISCAN)
— Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)
— Rede Nacional de informações de Saúde (RNIS)
1999 — Sistema de informação do programa Nacional de Imunização (SI-PNI)

Década de 2000

2001 — Sistema Nacional de Regulação (SISREG)

2002 — Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL)

2004 — Política Nacional de Informação e Informática em saúde - PNIIS (2004)


– GT coordenado pelo DATASUS e, com a participação do CONASS e
CONASEMS, elaborou o documento base para a PNIIS
— Sistema de Informações Hospitalares Descentralizadas (SIHD) — Sistema
de gerenciamento de Informações locais (GIL)

2006— As diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde estabeleceram as


responsabilidades dos entes federativos quanto ao uso e desenvolvimento dos
sistemas de informação para apoiar os processos do SUS
— Sistema de Informação do câncer do colo (SISCOLO)

2007 — Telessaude

2008 — Sistema gerenciador de ambiente laboratorial (GAL)

2009 — Sistema de Informação do câncer de mama (SISMAMA) — Portaria MS


Nº 2466/2009 - Criação do Comitê de Informação e Informática em Saúde –
CIINFO/MS, para gerenciamento e aperfeiçoamento da PNIIS, padronização de
tecnologia e consolidação da implantação do Cartão Nacional de Saúde (CNS).

2010 — Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-


PNI)

2011 — Portaria MS 2072/2011 — Reestruturação do CIINFO/MS, com


atribuições para definir padrões de tecnologia, inclusive para o registro
eletrônico em saúde, interoperável e compartilhado no território nacional.

2012 — e-Saúde (estratégias)

— Portaria MS 188/2012 - Publicação do Regimento Interno da CIINFO e


instituição dos subcomitês gestores de segurança da informação e
comunicação, de governança da informação e de governança de tecnologias
de informação e comunicação.

2013 — Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) —


Sistema nacional de Gestão da assistência farmacêutica (HÓRUS)

— Sistema de informações e-SUS atenção básica (e-SUS AB)

2017 — e-Saúde (aplicativo para celulares)

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