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Bernardo Lustosa

Semana 2

@revalidando23

MAAv 31
13/11/2023
REGISTROS MÉDICOS
Por que registrar?
Registro adequado no prontuário
• Contribui para a longitudinalidade e coordenação do cuidado
• Partilha de informações com o restante da equipe
Documentos para o paciente com informação clara
• Melhor entendimento do paciente sobre o plano traçado
• Importância administrativa (atestados de saúde e outros)
• Esfera judiciária: proteção para profissional e paciente

Registros médicos e população LGBTQIA+


• Pergunte como a pessoa gostaria de ser chamada (Nome social e uso de pronomes)
• Respeite o nome social (tanto na comunicação verbal quanto nos registros em
prontuário)
• Sinalize no prontuário o nome social e a forma como a pessoa gosta de ser chamada
• O eSUS APS possui campo de nome social e de identidade de gênero
• Em prontuários de papel, sugerimos anotar na capa do prontuário
• Discuta com a equipe sobre o acolhimento das pessoas LGBTQIA+ na unidade de
saúde e sobre o registro adequado no prontuário
Xi
Registro clínico orientado por problema -

• Método SOAP • Subjetivo


• Objetivo
• Avaliação
• Plano
• Mais adaptado para o perfil de atendimentos da APS
• Utilizado no eSUS-APS
• Também recomendado para registros em prontuários de papel
13/11/2023
SOAP
13/11/2023
DOCUMENTOS GERADOS A PARTIR DO
PLANO TERAPÊUTICO DO PACIENTE
Receitas médicas
Tipos de receita existentes no Brasil
• Receita simples
• Receita de controle especial
• Receita tipo A (Amarela)
• Receita tipo B1 e B2 (Azul)

Lista de medicamentos por tipo de receita


• No Brasil, as substâncias sujeitas a controles especial estão descritas na
Portaria 344/98. A Anvisa atualiza periodicamente o anexo da Portaria, com
Receita Simples as inclusões/alterações nas substâncias controladas.

• Validade por 30 dias


• Pode ser válido por até 6 meses de tratamento no caso do registro na receita de uso
contínuo
Prescrição de antimicrobianos:
• 2 vias
• Receita com validade de 10 dias

Receituário de Controle Especial ou C


• Validade: 30 dias em todo o território nacional
• 2 vias sempre
• Quantidade permita: 05 ampolas para injetáveis, e quantidade correspondente a 60 dias
de tratamento para outras formas farmacêuticas .
• Máximo 3 (três) substâncias ou medicamentos
• Exemplos: anticonvulsivante, antidepressivos
13/11/2023
Receituário de controle azul ou B
• B1 (psicotrópicos): vale por 30 dias após a data da prescrição.
Exemplo: benzodiazepínicos
• B2 (anorexígenos): 30 dias após prescrição; 30 dias de tratamento
Exemplo: Sibutramina
• Muito pouco usada na APS
• Validade apenas no Estado!

Receituário de controle amarelo ou A


• Tem 30 dias de validade após a prescrição (todo território nacional)
• Mais utilizadas na APS para prescrição de opioides fortes
em pacientes em cuidados paliativos
• Uso para medicamentos de alto poder de dependência
• Exemplos: morfina, fentanil, oxicodona, metilfenidato (ritalina)
13/11/2023

CID

Obs: a parte de declaração de óbito está na apostila da semana 1


13/11/2023
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
NA APS
Conceitos iniciais
Existe no Brasil um grande número de diferentes Sistemas de Informações em
Saúde (SIS) voltados à:
a. Operação de estabelecimentos assistenciais,
b. Gerência de redes de serviços,
c. Estatísticas vitais,
d. Investigação e ao controle de diversas doenças
e. Podem e devem ser usados para o planejamento, por parte do gestor, de intervenções
sobre sua realidade sanitária.
• Constituído por vários subsistemas e tem como propósito geral facilitar a
formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando
o processo de tomada de decisões.
• A disponibilidade de informações qualificadas sobre determinantes de saúde e
impacto de intervenções na saúde da população
• Sistemas de informação em saúde: caráter diagnóstico, de monitoramento e
avaliação das mudanças nos indicadores após a implementação dos Planos de
Saúde.

A Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 2013, estabelece


diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), e define que a análise
situacional deve ser orientada pelos seguintes temas:

• Estrutura do sistema de saúde;

• Redes de atenção à saúde;

• Condições sociossanitárias;

• Fluxos de acesso;

• Recursos financeiros;

• Gestão do trabalho e da educação na saúde;

• Ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão


(BRASIL, 2013).
13/11/2023

Principais subsistemas no Brasil


• Sistema de Informação sobre mortalidade (SIM) • Sistema de Informação sobre HAS e DM (HIPERDIA)

• Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) • Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB)

• Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) • Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)

• Sistema de Informação Ambulatorial (SAI/SUS) • Acompanhamento de Gestantes (SISPRENATAL)

• Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) • Sistemas Municipais (HYGIA em Ribeirão Preto-SP)

• Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde • Sistema de Informação em Saúde do Pacto pela Saúde (SISPACTO)
(SIOPS)
• Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão (SARGSUS)

• 1971, foi criado o Núcleo de Informática do Ministério da Saúde


• Em 1975 - SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) – Primeiro SIS implantado no
País, coletando dados por meio da DO.
• SNVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), que foi estabelecido com base
em documentos individuais e padronizados de coleta para as diferentes Doenças de
Notificação Compulsória.
• Na década de 90 - Início da descentralização dos SIS e implementação da Rede
Nacional de Informação em Saúde (RNIS), que tem como objetivo integrar e
disseminar as informações de saúde no país.

Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)


• Criado pelo DATASUS para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no
país.
• Possibilita a captação de dados sobre mortalidade, de forma abrangente, para
subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública.
• O documento básico é a Declaração de Óbito, padronizada nacionalmente e
distribuída pelo Ministério da Saúde, em três vias.
• Problema: sub-registro, chegando a mais de 30% em algumas regiões do país.
• No processo de planejamento, o SIM possibilita identificar as principais causas de
mortalidade, assim como sua categorização por faixa etária, observar o
comportamento de eventos sentinela e monitorar a qualidade de declarações de óbito,
fortalecendo a análise situacional e o processo de priorização de ações.
13/11/2023
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC)
• Concebido à semelhança do SIM
• O documento básico é a Declaração de Nascido Vivo (DN), padronizada
nacionalmente e distribuída pelo Ministério da Saúde, em três vias.
• Fluxo análogo ao do SIM, com codificação e transcrição efetuadas pelas secretarias
municipais e estaduais de Saúde.

Sistemas de Informações de Agravos de Notificação (SINAN)


Com o objetivo de:
1. padronizar a coleta e o processamento de dados sobre agravos de notificação
obrigatória no território nacional,
2. fornecer dados para a análise do perfil da morbidade
3. contribuir para a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal.
• Coleta, transmite e dissemina dados gerados rotineiramente pelo sistema de
vigilância epidemiológica, nas três esferas de governo.
• Apoia doenças de notificação compulsória.
• Sistema modular e informatizado pode ser operado a partir das unidades de saúde.
• Documentos básicos: ficha individual de notificação (FIN), preenchida pelas
unidades assistenciais a partir da suspeita clínica da ocorrência de algum agravo de
notificação compulsória ou outro agravo sob vigilância. Ficha individual de
investigação (FII), que ,contém campos específicos de orientação para a
investigação do caso.
• Constam do sistema a planilha e o boletim de acompanhamento de surtos, e
boletins de acompanhamento de hanseníase e tuberculose.
• As secredtarias estaduais ou municipais de Saúde são responsáveis pela
impressão, numeração e distribuição dos formulários.
13/11/2023
Sistema de Informações em Saúde da Atenção Básica (SISAB)
e o e-SUS
• Foi desenvolvido pelo DATASUS, em 1998, para coletar dados de produção,
realizado pela equipe das Unidades de Saúde, e sistematizar dados coletados nas
visitas às comunidades, realizadas pelos agentes comunitários de saúde e Equipe
de Saúde da Família.
• Por muito tempo os instrumentos de coleta de dados do SIAB foram: relatório
PMA2, relatório SSA2, ficha D, ficha C, ficha B-GES, ficha B-HA, ficha B-DIA, ficha B-
TB, ficha B-HAN.

Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)


• Limita-se às internações no âmbito do SUS.
• Estima-se que o SIH/SUS reúna informações sobre 60% a 70% das internações
hospitalares realizadas no país, variando de acordo com a região.
• Documento básico: Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que habilita a
internação do paciente e gera valores para pagamento.

Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)


• Captação e processamento das contas ambulatoriais do SUS, que representam mais
de 200 milhões de atendimentos mensais.
• Documento básico: Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), preenchido pelas
unidades ambulatoriais. Seu processamento é descentralizado na esfera estadual ou
municipal, conforme o nível de gestão, para envio ao Datasus.
• Para procedimentos de alta complexidade e alto custo (hemodiálise, terapia
oncológica etc.), o SIA/SUS tem como documento básico a autorização para
procedimentos de alto custo/complexidade (Apac).
13/11/2023
Sistema de tabulação TABNET do Datasus
(Departamento de Informática do SUS)
• Importar tabulações efetuadas na Internet (geradas pelo aplicativo TabNet, também
desenvolvido pelo Datasus);
• Realizar operações aritméticas e estatísticas nos dados da tabela;
• Elaborar gráficos de vários tipos, inclusive mapas, a partir dos dados da tabela;
• Efetuar outras operações na tabela, ajustando-a às suas necessidades.
• A construção e aplicação de índices e indicadores de produção de serviços, de
características epidemiológicas (incidência de doenças, agravos e mortalidade) e
de aspectos demográficos de interesse (educação, saneamento, renda etc) - por
estado e por município;
• A programação e o planejamento de serviços;
• A avaliação e tomada de decisões relativas à alocação e distribuição de recursos;
• A avaliação do impacto de intervenções realizadas nas condições de saúde.

Este tabulador de dados permite ao usuário gerar tabela e produzir gráficos e


mapas, através do seguinte processo:
1. Seleção do grupo de informações tais como: Mortalidade; Nascidos Vivos;
2. Informações Epidemiológicas; Morbidade; Indicadores de Saúde; Assistência à
Saúde;
3. Informações Demográficas e Socioeconômicas; Inquéritos e Pesquisas e
Cadastros da Rede Assistencial, Escolha da abrangência geográfica, Seleções das
variáveis, Seleção do período ou períodos e dos filtros, Visualização dos resultados
através de mapas, gráficos e tabelas bidimensionais (linhas e colunas).

Dificuldades e avanços
• Integração dos dados entre os diferentes sistemas -> gera a necessidade de inserir as
informações diversas vezes.
13/11/2023

e
14/11/2023

PRÁTICA DE SAÚDE BASEADA EM


EVIDÊNCIAS
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em
Medicina - 2014
• Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes
requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do médico, a formação do
graduado em Medicina desdobrar-se-á nas seguintes áreas: • I - Atenção à Saúde;
• II - Gestão em Saúde e
• III - Educação em Saúde.
Seção I - Da Atenção à Saúde
• III - Qualidade na atenção à saúde, pautando seu pensamento crítico, que conduz
o seu fazer, nas melhores evidências científicas, na escuta ativa e singular de cada
pessoa, família, grupos e comunidades e nas política públicas, programas, ações
estratégicas e diretrizes vigentes.
Seção II - Da Gestão em Saúde
• Art. 6º - III - Tomada de Decisões, com base na análise crítica e contextualizada
das evidências científicas, da escuta ativa das pessoas, famílias, grupos e
comunidades, das políticas públicas sociais e de saúde, de modo a racionalizar e
otimizar a aplicação de conhecimentos, metodologias, procedimentos, instalações,
equipamentos, insumos e medicamentos, de modo a produzir melhorias no acesso e
na qualidade integral à saúde da população e no desenvolvimento científico,
tecnológico e inovação que retroalimentam as decisões;
Seção III - Da Educação em Saúde
• Art. 7º - I - Aprender a aprender, como parte do processo de ensino aprendizagem,
identificando conhecimentos prévios, desenvolvendo a curiosidade e formulando
questões para a busca de respostas cientificamente consolidadas, construindo
sentidos para a identidade profissional e avaliando, criticamente, as informações
obtidas, preservando a privacidade das fontes;
14/11/2023
Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
• “Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências cien9ficas
correntemente disponíveis para tomar decisões relativas ao cuidado de
pacientes individuais”

Prática de Sáude Baseada em Evidências


● 1º passo: Background ou Foreground?
● 2º passo: Boa elaboração e amadurecimento da questão
● 3º passo: Encontrar plataforma adequada de busca e/ou desenho de estudo adequado
para questão
● 4º passo: Colocar termos corretos na pesquisa.
● 5º Passo: Avaliação crítica da evidência
● 6º Passo: Aplicação da evidência avaliando o contexto

Onde Buscar?
Depende da minha dúvida!
● Quero uma diretriz que me diga o que fazer?
● Essa diretriz existe?
● Quero um sumário de evidências
● Quero um artigo original por que não foi
possível encontrar essa dúvida?
14/11/2023
Dúvidas de Foreground:
• Diretrizes ou Guidelines
• Sumários de Evidência
• Artigos originais

Como pesquisar artigos originais


1 – Pergunta (PICO)
2 – Busca de evidências
3 – Qualidade da evidência
4 – Aplicação da evidência
5 – Análise do processo

1 – Pergunta (PICO)
14/11/2023
PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA APS

MEDICINAS TRADICIONAIS
• É a soma total do conhecimento, habilidades e práticas baseadas nas teorias,
crenças e experiências de diferentes culturas, explicáveis ou não, e usadas na
manutenção da saúde, bem como na prevenção, diagnóstico, tratamento ou melhoria
de doenças físicas e mentais”. (WHO, 2000)

MEDICINAS ALTERNATIVAS
• Nos países onde o sistema de saúde dominante é baseado na medicina alopática
ou onde a Medicina Tradicional não foi incorporada no sistema de saúde nacional,
muitas vezes estas Medicinas são chamadas de ‘alternativas’” (WHO, 2002)

MEDICINA COMPLEMENTAR
• Medicina Complementar geralmente refere-se ao uso de uma abordagem não-
convencional em conjunto com a medicina convencional.” (NCCAM, 2013)

MEDICINA INTEGRATIVA
• Medicina Integrativa está associada a uma mudança de paradigma e, para exercê-
la, é necessário reorientar as crenças, práticas e experiências em relação à saúde.”
• Conceito foi criado a partir do ano 2000.
• O termo Práticas Integrativas advém deste conceito.
14/11/2023
MEDICINA INTEGRATIVA PRINCÍPIOS QUE A DEFINEM
• Paciente e médico são parceiros no processo de cuidado e cura;
• Todos os fatores que influenciam a saúde, bem-estar e doença são levados em
consideração, incluindo a mente, o espírito e a comunidade, bem como o corpo;
• O uso adequado de ambos os métodos convencionais e tradicionais facilita a
resposta natural de cura do corpo;
• Intervenções naturais e menos invasivas eficazes devem ser usadas sempre que
possível;
• Não rejeita a medicina convencional nem aceita acriticamente terapias
alternativas.
• Boa medicina é baseada em boa ciência, orientada para a investigação de novos
paradigmas;
• Juntamente com o conceito de tratamento, os conceitos mais amplos de promoção da
saúde e prevenção da doença são fundamentais, incluindo a prevenção
quaternária;

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS


(PNPIC)
• OMS - no final da década de 70 criou o Programa de Medicina Tradicional,
objetivando a formulação de políticas na área e estimulando os estados membros a
formularem e implementarem políticas públicas para uso racional e integrado das
medicinas tradicionais, com foco na atenção primária.
• Brasil - legitimação e a institucionalização dessas abordagens através das Portarias
Ministeriais nº 971 em 03 de maio de 2006, e nº 1.600, de 17 de julho de 2006.
14/11/2023
Fitoterapia
• Terapêutica que utiliza os medicamentos cujos constituintes ativos são plantas ou
derivados vegetais;
• Prática tradicional e milenar de cuidados em saúde;
• A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, foi constituída por decreto
presidencial, em 17 de fevereiro de 2005;
• Diversos estados no Brasil tem políticas estaduais de plantas medicinais e
fitoterápicos.
• Segundo a PNPIC, as plantas medicinais podem ser oferecidas à população em uma
ou mais das seguintes formas:
1. In natura (planta fresca): coletada no momento do uso
2. Seca (droga vegetal): planta medicinal (ou suas partes) que contenham substâncias
ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de
coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,
rasurada, triturada ou pulverizada;
3. Fitoterápico manipulado: produzido por farmácia de manipulação
4. Fitoterápico industrializado (medicamento fitoterápico): produzido pela indústria
farmacêutica.
14/11/2023
Farmácia-Viva
• Trata-se de um ente público sob gestão estadual, municipal ou do Distrito
Federal que deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o
processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulaçaõ e a
dispensaçaõ de preparaçoẽ s magistrais e oficinais de plantas medicinais e
fitoterápicos. Farmácia Viva fica vedada de comercializar plantas medicinais e
fitoterápicos (BRASIL, 2010).
• Hortos comunitários;
• Conhecer o uso tradicional nos territórios.

Medicina Tradicional Chinesa (MTC)


• Fundamentada em teoria taoísta sendo desenvolvida há mais de 5000 anos;
• Pensamento analógico: os movimentos da natureza também são expressados no
corpo humano e nos processos fisiopatológicos;
• Saúde influenciada por fatores internos, como emoções (medo, raiva, alegria,
apego, vontade) e por fatores externos, como mudanças climáticas (secura, umidade,
calor, frio).
• As práticas em MTC visam interferir nestes fatores, influenciando positivamente
na saúde do indivíduo.• Fitoterapia chinesa • Dietoterapia chinesa • Acupuntura •
Moxabustão • Ventosas • Auriculoterapia • Práticas corporais: Tai Chi Chan / Chi
Kung• Massoterapias: Tuiná / Shiatsu.

Mindfulness
• Prática de meditação que tem se mostrado efetiva na prevenção e tratamento de
condições de saúde crônicas.
• Principais componentes:
1. Autorregulação da atenção intencionalmente ao que está acontecendo a cada
momento
2. Autorregulação da atenção enquanto qualidade mental caracterizada por uma
atitude de abertura e curiosidade frente à experiência.
14/11/2023
PROMOÇÃO DA SAÚDE,
INTERSETORIALIDADE E PARTICIPAÇÃO
SOCIAL
O QUE É PROMOÇÃO DA SAÚDE?
• A PNPS traz em sua base o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da
promoção da saúde como um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde,
no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela articulação e cooperação
intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), buscando
articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla
participação e controle social.
COMO SE FAZ PROMOÇÃO DA SAÚDE NA APS? QUEM FAZ?
• É de responsabilidade de toda a equipe da APS (incluindo MÉDICAS E MÉDICOS)
a operacionalização de implementação das recomendações de ações de
promoção, com foco na abordagem do cuidado individual, familiar e coletivo,
sendo um rol de atividades que podem e devem ser inseridas na agenda dos
profissionais.
• Considerando o âmbito do atendimento ao paciente e o aproveitamento de janelas de
oportunidade para educação e promoção de saúde, a medicina centrada na pessoa
cumpre o papel de responder a essas expectativas ao incorporar a perspectiva do
paciente e torná-lo sujeito de sua própria saúde.

E PARA ALÉM DAS “PALESTRAS” E SALAS DE ESPERA?


● Ampliar acesso e dinamizar a agenda
● Oferecer um espaço lúdico vínculo cuidador/bebê
● Reunião de equipe / conversas de bastidores
● Fluxo de acolhimento
● Ambientar o espaço (arrecadar brinquedos e tatames)
● Conversar com parceiros (NASF/Emulti)
● Apresentar a proposta ao público
14/11/2023
14/11/2023
Política nacional de promoção à saúde
(PNPS)
OBJETIVO GERAL
• Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver,
ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo
vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais,
econômicos, políticos, culturais e ambientais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na Rede
de Atenção à Saúde, articulada às demais redes de proteção social.
• Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na
participação e no controle social, a fim de reduzir as desigualdades
sistemáticas, injustas e evitáveis, respeitando as diferenças de classe social, de
gênero, de orientação sexual e a identidade de gênero; entre gerações; étnico-raciais;
culturais; territoriais; e relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades
especiais
• Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrasetoriais com as
agendas nacionais e internacionais.
14/11/2023
INTERSETORIALIDADE
• Ação intersetorial não significa juntar o que se faz separado. Não é soma. É uma
relação dialética que cria algo pertencente a todos que o fizeram. Portanto,
pressupõe, essencialmente, horizontalidade das relações, intercâmbios de
conhecimentos e objetivos comuns.
14/11/2023
RENAME E OS PRINCIPAIS GRUPOS DE
MEDICAMENTOS NA APS
O que é RENAME?
• Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.
• Importante instrumento orientador do uso de medicamentos e insumos no SUS.
• Apresenta os medicamentos oferecidos em todos os níveis de atenção e nas
linhas de cuidado do SUS, proporcionando transparência nas informações sobre o
acesso aos medicamentos da rede.

Decreto Nº. 7508 de 28 de


junho de 2011:

“a Rename compreende a
seleção e a padronização de
medicamentos indicados para
atendimento de doenças ou de
agravos no âmbito do SUS”

“a cada dois anos, o Ministério


da Saúde consolidará e publicará
as atualizações da Rename”
Atualizada a cada 2 anos

Componente Básico da RENAME


• Financiamento tripartite:
• União, estados e municípios transferem os recursos e as secretarias municipais de
saúde ficam responsáveis pela compra e distribuição desses medicamentos.
- É de responsabilidade dos municípios a compra e a dispensação -
Exceção: aquisição e distribuição pelo MS
• Clindamicina 300 mg para tratamento de hidradenite supurativa moderada;
• Insulina NPH e insulina regular
• Itens que compõem o Programa Saúde da Mulher: contraceptivos orais e
injetáveis, misoprostol, dispositivo intrauterino (DIU) e diafragma.
• Os medicamentos desse componente são voltados para os principais agravos e
programas de saúde da Atenção Básica.
14/11/2023
Componente Estratégico da RENAME
• Financiados, adquiridos e distribuídos centralizada, pelo Ministério da Saúde de
forma centralizada, pelo Ministério da Saúde
• Aos demais entes da federação cabe o recebimento, o armazenamento e a
distribuição dos medicamentos e insumos dos programas considerados
estratégicos para atendimento do SUS.
• Destina-se agravos com potencial de impacto endêmico e às condições de saúde
caracterizadas como doenças negligenciadas, que estão correlacionadas com a de
um nicho específico da sociedade.
• Condições endêmicas, potencialmente graves ou doenças infecciosas
relacionadas à vulnerabilidade social: tuberculose, hanseníase, malária,
leishmanioses, doença de Chagas, meningites, esquistossomose, filariose,
toxoplasmose, hepatites, dengue, etc
• Também garante o fornecimento dos insumos e medicamentos destinados ao
controle do tabagismo, à influenza, à prevenção ao vírus sincicial respiratório, à
intoxicação por cianeto, à alimentação e nutrição, à hepatite, aos
hemocomponentes, a coagulopatias e hemoglobinopatias, às imunoglobulinas,
à IST/aids, às vacinas e aos soros.
Componente Especializado da RENAME
• São medicamentos que estão contemplados nos Protocolos Clínicos de Diretrizes
Terapêuticas (PCDT)
• Foco no tratamento de condições crônicas de maior complexidade ou custo de
tratamento
“...estratégia de acesso a medicamentos para doenças crônicodegenerativas, inclusive
doenças raras, (...) busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso,
em nível ambulatorial...”
Subdividido em grupos

• Grupo 1: financiamento pelo MS


• 1A: financiamento e aquisição centralizada no MS, que distribui para
as secretarias de estado
• 1B: financiamento pelo MS e aquisição pelas Secretarias de Estados

• Grupo 2: financiamento, aquisição e distribuição pelas Secretarias de Estado

Grupo 3: aquisição e distribuição pelas secretarias municipais.


14/11/2023
Relação nacional de Insumos e relação nacional de medicamentos de uso
hospitalar
• Insumos: contempla produtos para a área de saúde, relacionados aos programas do
Ministério. Ex: preservativos, DIU, seringas, etc
• Medicamentos de uso hospitalar: descritos em tabelas específicas acessadas pelo
SIGTAP, financiados no âmbito da média e da alta complexidade
Formulário Terapêutico Nacional
• Documento orientador para o uso dos medicamentos, juntamente com os PCDT
publicados pelo MS
• Contém informações científicas e com base em evidências
• São apresentadas indicações terapêuticas, contraindicações, precauções, efeitos
adversos, interações, esquemas de administração, orientação ao paciente,
formas farmacêuticas e apresentações disponíveis, entre outras informações.
• Objetivo: auxiliar profissionais de saúde e gestores para a seleção, a prescrição, a
dispensação e o uso dos medicamentos e insumos indispensáveis e adequados às
condições clínicas mais prevalentes.
• Ferramenta rápida e objetiva para consulta de informações sobre medicamentos
pelos profissionais de saúde, permitindo a melhoria do cuidado ao paciente e a
promoção do uso racional de medicamentos.

O que mais tem na RENAME?


• Classificação (“AWaRe”) > OMS > define os agentes antimicrobianos em três
categorias – Access, Watch, Reserve (“AWaRe”)
• Tradução na RENAME: Acesso, Alerta e Reservado
• visa combater o desenvolvimento da resistência a medicamentos
14/11/2023
15/11/2023
SAÚDE DOS HOMENS
• Masculinidades: termo utilizado para contemplar as formas de representar o
masculino – varia de acordo com o contexto cultural e época;
• Atenção aos estereótipos de gênero;
• Saúde do homem indígena – diversidade de etnias e contexto. (Desenvolver
competência cultural para identificar a identidade de gênero de cada comunidade
indígena)
• Os estudos sobre saúde dos homens surgem a partir das análises sobre gênero
e sexualidade

Dados Epidemiológicos
• Os homens são principais vítimas de homicídio (maioria jovens negros), morte por
acidente no trânsito e de suicídio.
• Os homens são os que mais morrem por homicídio , bem como os que mais
cometem homicídio.
• A população que mais morre por homicídios são homens jovens e NEGROS.
• Homens morrem entre 5 a 7 anos mais cedo que as mulheres.

Por que os homens adoecem e morrem mais do que as mulheres?


• Acham que nunca irão adoecer, por isso não se cuidam.
• Geralmente tem medo de descobrir doenças.
• Estão envolvidos na maioria das situações de violência.
• Não seguem tratamentos e recomendações.
• Não procuram os serviços de saúde.
• Estão mais expostos a acidentes de transito e de trabalho.
• Utilizam álcool e outras drogas com maior frequência

Reflita: Como os padrões de masculinidade afetam as condições de saúde dos


homens?
15/11/2023
Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem
• PNAISH tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam
significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus
diversos contextos socioculturais e político-econômicos respeitando os diferentes
níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de
gestão de Estados e Municípios.
• Objetivo: ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta (20 a 59
anos) do Brasil aos serviços de saúde.

Plano de Ação da PNAISH


• Elaborar estratégias para facilitar o acesso dos homens aos serviços de saúde.
• Sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o autocuidado e hábitos
saudáveis, através de ações de informação, educação e comunicação.
• Associar as ações governamentais com as da sociedade civil organizada, a fim de
efetivar a atenção integral à saúde do homem.
• Fortalecer a atenção básica e melhorar o atendimento, a qualidade e a
resolutividade dos serviços de saúde.
• Desenvolver estratégias de educação permanente dos trabalhadores do SUS.
• Avaliar e oferecer recursos humanos, equipamentos e insumos (incluindo
medicamentos) para garantir a atenção integral à população masculina.
• Analisar de forma articulada com as demais áreas técnicas do MS os sistemas de
informação.
• Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações através do
monitoramento da Políticas

PNAISH – eixos temáticos


1• Acesso e Acolhimento
2• Saúde Sexual e Saúde reprodutiva
3• Paternidade e Cuidado
4• Doenças Prevalentes na População Masculina
5• Prevenção de Violências e Acidentes
15/11/2023
1-Acesso e Acolhimento
• Objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na qual
os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e,
por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam
de cuidados.

2-Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva


• Busca sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral para
reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os
envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para
aproximá-los desta temática, lembrando também sobre importancia da prevenção
de ISTs.

3-Paternidade e cuidado
• Objetiva sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral
sobre os benícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da
gestação e nas ações de cuidado com seus filhos, destacando como esta
participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis
entre crianças, homens e suas parceiras.
15/11/2023
4-Doenças prevalentes na população masculina
• Busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e
garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos
fatores de risco das doenças cronicas e dos agravos à saúde.

5-Prevenção de Violências e Acidentes


• Visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção para a grave e
contundente relação entre a população masculina e as violências (em especial a
violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral e os profissionais
de saúde sobre o tema.

Saúde Mental Triagem depressão e ideação suicida


• A sensibilização das pessoas para os perigos da depressão e seus efeitos clínicos
e sociais permite a identificação precoce e possibilidade de tratamento nas
unidades de saúde.

Manifestações comuns de depressão


15/11/2023
SINAIS DE ALERTA
• O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações
verbais durante pelo menos duas semanas.
• Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.
• Expressão de ideias ou de intenções suicidas.
• Isolamento.
• Outros fatores: Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e
econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões
psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de
autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas,
dolorosas e/ou incapacitantes.

Alcoolismo
• Alcoolismo afeta cerca de 5% das mulheres e 15% dos homens na população
brasileira acima de 15 anos de idade e na maioria dos países ocidentais.
• Prevalência de consumo abusivo de álcool é superior entre os homens em relação às
mulheres.
• Impacto na saúde, vida social, relações familiares.
15/11/2023

Acidentes e violência

Principais causas de morbidade da população masculina

Principais causas de mortalidade da população masculina


15/11/2023
Câncer de próstata
Prevenção:
• Ter uma alimentação saudável.
• Manter o peso corporal adequado.
• Praticar atividade física.
• Não fumar.
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Causas ainda desconhecidas, relacionadas com:
• Idade (quanto mais velho maior a probabilidade),
• Hormônio (testosterona),
• Histórico familiar,
• Raça (maior incidência no homem negro),
• Alimentação (dieta rica em gorduras e pobre em vegetais e frutas).
Sinais e sintomas
• Dificuldade de urinar;
• Demora em começar e terminar de urinar;
• Sangue na urina;
• Diminuição do jato de urina;
• Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
15/11/2023
15/11/2023
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS (DCNT)
• As DCNT são responsáveis pela maior carga de morbimortalidade no mundo,
acarretando perda de qualidade de vida, limitações, incapacidades, além de alta
taxa de mortalidade prematura.
• Responsáveis por cerca de 70% das mortes ocorridas globalmente em 2019.
• Doenças crônicas têm quatro fatores de risco modificáveis em comum:

• As taxas de mortalidade por A prevalência de diabetes e


doenças cardiovasculares e hipertensão está aumentando,
respiratórias crônicas estão junto com a prevalência de
diminuindo: obesidade

Promover saúde,
prevenir, tratar e
reabilitar pessoas com
HAS, Dislipidemias,
Obesidade e Diabetes
Mellitus tipo 2
15/11/2023
Prevenção primária
• Ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde
individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica.
1. Melhores condições socioeconômicas gerais;
2. Leis contra tabagismo, alcoolismo, fast-food e consumismo infantil;
3. Mais espaços públicos para a prática de atividades físicas e lazer
4. Mais opções culturais variadas
5. Mais acesso a alimentos in natura a preços acessíves em toda a cidade;
6. Mais segurança cidadã em toda a cidade.
• Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento das DCNT, sobre a qual pode
ser acrescido – ou não – o tratamento farmacológico: Perder peso, Usar dieta
DASH,Reduzir uso de sal, Praticar atividade física, Reduzir uso do álcool, Cessar
tabagismo.
• Orientações alimentares (Regras de ouro): Faça de alimentos in natura ou
minimamente processados, Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades, Limite o uso de alimentos processados, Evite alimentos
ultraprocessados.
“Trabalhe colaborativamente com o/a nutricionista de sua UBS!”
• Incentivo para atividade física: Antes de iniciar a prática de atividade física, é
necessário avaliar as condições atuais do paciente.
• Para que o exercício aeróbico reflita na melhora do controle glicêmico, mantenha
ou diminua o peso e reduza os riscos de doença cardiovascular, deve ser
realizado de forma regular, com um total de 150 minutos/semana, distribuídos em
três dias por semana, não mais de dois dias consecutivos [Grau de Recomendação
B]. “Trabalhe colaborativamente com o Educador Físico do NASF de sua UBS”
15/11/2023
Prevenção secundária - Rastreamento
• Ações para detecção e tratamento precoce das doenças, muitas vezes antes de
os sintomas surgirem, reduzindo assim as consequências sérias.

Hipertensão Arterial Sistêmica


• Adultos de baixo RCV acima de 18 anos, após uma medida normal, rastrear a
cada 3 ou 5 anos.
• Adultos maiores de 40 anos e/ou com medida de pré-hipertensão, e/ou com risco
cardiovascular intermediário ou alto, rastrear anualmente.
• O rastreamento deve ser realizado por toda a equipe multidisciplinar.
• A USPSTF recomenda a obtenção de medidas de pressão arterial fora do ambiente
clínico para confirmação diagnóstica antes de iniciar o tratamento.
Dislipidemia
• Homens com 35 anos ou mais Grau A
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco Grau B
• Mulheres com 45 anos ou mais Grau A
• Mulheres de 20 a 45 anos com alto risco Grau B
“Intervalo de 5 anos para pessoas com resultados normais a depender do risco
cardiovascular.”
Diabetes Mellitus tipo 2 e pré-diabetes em adultos assintomáticos
• Idade a partir de 45 anos.
• Sobrepeso ou obesidade.
• Mais um fator de risco dentre os seguintes:
15/11/2023
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Risco Cardiovascular

Rastreamento do Risco Cardiovascular (RCV)


• Tem como objetivo identificar indivíduos
que estão em maior risco de desenvolver
doenças cardíacas e, assim, direcionar
estratégias de prevenção e tratamento
adequadas.

• A estratificação do risco cardiovascular


pelo escore de Framingham, serve como
uma ferramenta para definir os parâmetros de
cuidado e também os critérios relacionados à
periodicidade de acompanhamento das
pessoas com HAS pela equipe

• Avalia-se:Idade, Sexo, Colesterol Total,


Tabagismo, HDL–C, PAS

Estratificação de risco global do paciente hipertenso


15/11/2023
15/11/2023
Lesões de órgãos-alvo - parâmetros
1. Sobrecarga de ventrículo E em ECG;
2. Ecocardiograma com índice de massa ventricular ≥ 116 g/m2 nos homens ou ≥ 96 g/
m2 nas mulheres;
3. Índice tornozelo-braqual > 0,9;
4. Doença renal crônica estágio 3;
5. Albuminúria entre 30 e 300mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária entre 30 e
300mg/g.

Lesões de órgãos-alvo
1. AVE (acidente vascular encefálico) e AIT (ataque isquêmico transitório);
2. IAM (infarto agudo do miocárdio), DAC (doença arterial coronariana), DAOP (doença
arterial obstrutiva periférica);
3. HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo);
4. Nefropatia;
5. Retinopatia;
6. Aneurisma de aorta abdominal;
7. Estenose de carótica sintomática.
15/11/2023
Medidas farmacológicas
15/11/2023
15/11/2023
15/11/2023
Dislipidemias
Rastreio de Dislipidemia
Indicações:
• Homens com 35 anos ou mais – Grau A;
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B;
• Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A;
• Mulheres de 20 a 45 quando se enquadrarem como alto risco – Grau B.
Periodicidade:
• O intervalo adequado para rastreamento é incerto. Recomenda-se a cada 5 anos
para pessoas com resultados normais; podendo ser em um intervalo maior ou
menor, a depender do risco cardiovascular.
• Devem ser rastreados os níveis de
colesterol de todos os pacientes
com DAC, bem como os equivalentes
coronarianos (outras formas clínicas
de aterosclerose), tais como:

Diagnóstico
LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia Isolada

TG ≥ 150mg/dL– Hipertrigliceridemia isolada

LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL – Hiperlipidemia mista

HDL-c ≤ 50mg/dL (mulheres) ou 40mg/dL (homens) – HDL baixo


15/11/2023
16/11/2023
Diabetes Mellitus
• DM tipo 1 - aproximadamente 8% dos casos;
• DM tipo 2 - cerca de 90% dos casos de diabetes na população;
• DM gestacional;
• LADA – Diabete autoimune com início tardio;
• Outras causas: pancreatite, diabetes monogênico, secundária a medicações,
endocrinopatias.

Manejo Terapêutico - Principais drogas


• A Metformina é a droga de primeira escolha para o tratamento da DM tipo 2;
• Se Hb glicada acima do alvo e metformina em dose alta, considerar escalonamento.

OBS1 : HTA + DM = IECA


16/11/2023
Manejo Terapêutico - Insulinas
• A dose inicial costuma ser de 10 UI de insulina NPH, ou 0,2UI/kg para as pessoas
obesas, podendo ser reajustada em 2 UI a 4 UI, conforme média de três glicemias
capilares de jejum consecutivas, até atingir meta glicêmica
• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial – a administrar 30
minutos antes da refeição.
• A pessoa em uso de insulina deve ser instruída sobre a detecção e o manejo da
hipoglicemia;
• Na ocorrência de hipoglicemia, reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose;
• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina
16/11/2023
Protocolos de Encaminhamento - Endocrinologia
• Uso de insulina em dose ormizada (mais de uma unidade por quilograma de peso) e
com boa adesão ao tratamento; OU
• Insuficiência renal cronica (crearnina 1 5 mg/dl); OU
• DM tipo (uso de insulina como medicação principal antes dos 40 anos).

Protocolos de Encaminhamento - Nefrologia


• Taxa de filtração glomerular 30 min 1,73 m 2 (estágio 4 e 5);
• Proteinúria (macroalbuminúria);
• Perda rápida da função renal 5 min 1,73 m 2 em um período de seis meses, com
uma TFG 60 / 1,73 m 2 confirmado em dois exames);
• Suspeita de nefropara por outras causas.
16/11/2023
16/11/2023 Obesidade
Diagnóstico

• Obesidade em crianças, adolescentes e gestantes – observar curva antropométrica


específica por idade.
• Obesidade em idosos:

Tratamento
• Terapia nutricional. • Terapia medicamentosa -

• Orlistat
• Terapia comportamental •. Liraglutida
• Abordar crenças • Sibutramina
• Controle de estímulos, automonitoramento • Bupropiona
• Reestruturação cognitiva • Metformina
• Avaliar pensamento supersticioso, • Topiramato
dicotômico, idealizações • Lorcaserina
• Tratamento em grupo

Critérios de encaminhamento
• Endocrinologia: • Cirurgia bariátrica
Pacientes com suspeita de Indicações: IMV ≥ 40 ou ≥35 com comorbidades, tratamento adequado ≥ 2 anos sem
obesidade secundária (provocada sucesso
por problemasendocrinológicos). Critérios de exclusão: endocrinopatias reversíveis, abuso de álcool ou outras drogas,
doença psiquiátrica grave ou descontrolada, incapacidade de reconhecer riscos e
benefícios

Não é necessário encaminhar ao endocrinologista pacientes com obesidade secundária a


medicamentos (glicocorticóide, antipsicóticos (tioridazina, risperidona, olanzapina,
quetiapina, clozapina), estabilizadores do humor (lítio, carbamazepina), entre outros
16/11/2023
Doença Renal Crônica - DRC
• A Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel central no reconhecimento dos
indivíduos sob risco de desenvolver a doença renal crônica (DRC).
• Prevalência de 1,35-13,63% na atenção primária (2010-2012)
Causas mais comuns:
• HAS 34%;
• Diabete melito 32%;
• Glomerulopasa 9%.
16/11/2023
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
16/11/2023
HANSENÍASE
• A hanseníase, é uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, de
ocorrência mundial.
• É de notícias ficação compulsória e investigação obrigatória em todo território
brasileiro.
• Atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias
• Ocasiona lesões neurais, apresentando alto poder incapacitante.
• Historicamente relacionada a estigma discriminação às pessoas acometidas pela
doença.
Causa: Mycobacterium Leprae
↳ Organiza-se em “Globias”
↳ BAAR (Bacilo Álcool-Ácido Resistente)
Patogênese: Cura espontânea 90% dos casos
Epidemiologicamente:Alta Infectividade
Baixa Patogenicidade

Diagnóstico: O diagnóstico é essencialmente


clínico e epidemiológico, e a solicitação de De acordo com o 8º Relatório do Comitê de
Expertos em Hanseníase da OMS qualquer
exames complementares em geral não é sinal abaixo deve levantar suspeita:
necessário para a confirmação diagnóstica. Ø Manchas hipocrômicas ou avermelhadas na pele
Ø Perda ou diminuição da sensibilidade em mancha(s) da
pele
Ø Dormência ou formigamento de mãos/pés
Ø Dor ou hipersensibilidade em nervos
Ø Edema ou nódulos na face ou nos lóbulos auriculares
Clinica (1 dos 3 jà é DX) Ø Ferimentos ou queimaduras indolores nas mãos ou pés

Sinais cardinais da hanseníase:


1) Lesão(ões) e/ou áreas(s) da pele com alteração
de sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil;
2) Espessamento de nervo periférico, associado
a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
autonômicas;
3) Presença do M. leprae, confirmada na
baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na
biópsia de pelge.
16/11/2023
Clinica
• Testar sensibilidade térmica: com tubo de água quente e fria ou éter. (Primeira a ser
alterada);
• Testar sensibilidade tátil: com chumaço de algodão;
• Testar sensibilidade à dor: com cabeça de alfinete.

• Biopsia não é obrigatória, mas as vezes necessária


• Baciloscopia somente para fins de diagnostico não repete.

Tuberculóide
• As lesões da pele são placas com bordas nítidas, elevadas, geralmente
eritematosas e micropapulosas, que surgem como lesões únicas ou em pequeno
número.
• Baciloscopia Negativa e alterações de sensibilidade comumente demonstradas
através dos testes clínicos.
16/11/2023
Indeterminada
• Forma inicial da doença;
• Manchas hipocrômicas na pele, em pequeno número, sem qualquer alteração do
relevo nem da textura da pele;
• Comprometimento sensitivo é discreto, geralmente com hipoestesia térmica
apenas; raramente, há diminuição da sensibilidade dolorosa, enquanto a sensibilidade
tátil é preservada.
• Pode manifestar-se por distúrbios da sensibilidade, sem alteração da cor da
pele;
• Não há comprometimento de nervos periféricos;
• A quantidade de bacilos é muito pequena e via de regra a baciloscopia é negativa.
• Quando a doença não é tratada nessa fase, evoluirá de acordo com a resposta
imune do indivíduo infectado, podendo haver cura espontânea ou desenvolvimento de
uma das três formas clínicas descritas anteriormente.

Dimorfa
• Número variável de lesões, em diversas áreas, com grande variabilidade clínica,
como manchas e placas hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas, com
predomínio do aspecto infiltrativo;
• Lesões foveolares” – mais típicas, bordos internos bem definidos, delimitando
uma área central de pele aparentemente poupada, enquanto os bordos externos são
espraiados, infiltrados e imprecisos.
• Nessas lesões, a sensibilidade e as funções autonômicas da pele podem estar
comprometidas de forma mais discreta.
16/11/2023
Virchowiana
• Progressiva infiltração sobretudo da face, com acentuação dos sulcos cutâneos,
perda dos pelos dos cílios e supercílios (madarose), congestão nasal e aumento
dos pavilhões auriculares.
• Infiltração difusa das mãos e pés, com perda da conformação usual dos dedos, que
assumem aspecto “salsichoide”
• As lesões de pele podem apresentar sensibilidade normal;
• Os nervos periféricos geralmente se encontram espessados difusamente e de
forma simétrica;
• Com hipoestesia ou anestesia dos pés e mãos, além de disfunções autonômicas,
com hipotermia e cianose das extremidades;
• Queixas neurológicas, com relato de dormências, câimbras e formigamentos nas
mãos e pés;
• Comprometimento difuso da sudorese, às vezes com hiperidrose compensatória em
áreas não afetadas, como axilas e couro cabeludo.

Avaliação Física específica


Avaliar a função neural e o grau de incapacidade física:
• no momento do diagnóstico;
• na alta por cura;
• no monitoramento de doentes que já tenham alguma incapacidade física 15 (quinze),
45 (quarenta e cinco), 90 (noventa) e 180 (cento e oitenta) dias.
• Avaliar perda de sensibilidade protetora e deformidade visível.

Avaliação neurológica simplificada


Os principais troncos nervosos periféricos acomeIdos na hanseníase são:
• Face – Trigêmeo e Facial: podem causar alterações na face, nos olhos e no nariz;
• Braços – Radial, Ulnar e Mediano: podem causar alterações nos braços e nas mãos;
• Pernas – Fibular e Tibial: podem causar alterações nas pernas e nos pés.
16/11/2023
Grau de incapacidade Física
Avaliação do grau de incapacidade física:
• Teste da sensibilidade dos olhos, mãos e pés.
Avaliar mão e pés com monofilamentos ou estesiomêtro;
Avaliar olhos com fio dental (sem sabor).
16/11/2023
16/11/2023
TUBERCULOSE
• A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os
pulmões;
• Pode acometer outros órgãos como: ossos, rins e meninges;
• No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas
raízes sociais.

Agente etiológico:
• Bactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (BK);
• Outras espécies também podem causar a tuberculose: M. bovis, M. africanum, M.
cane5, M. micro6, M. pinnipedi e M. caprae.

Epidemiologia da tuberculose
• Responsável por 50% de todas as mortes durante o século XIX e início do século
XX.
• Determinação social da tuberculose: maiores taxas de incidência em países em
desenvolvimento e em populações vulneráveis;
• A epidemia de HIV/AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos
medicamentos agravam ainda mais esse cenário;
• O principal reservatório da tuberculose é o ser humano.
• Brasil consta na lista de países prioritários para TB e coinfeccção TB-HIV, de acordo
com a nova classificação da OMS 2016-2020;
• No Brasil, a TB é a 4ª causa de morte por doenças infecciosas.

Transmissão
• Transmissão aérea (tosse, espirros, fala)– ocorre a partir da inalação de aerossóis;
• Bacilos 5-12 horas no ambiente, a depender de ventilação e luminosidade do
ambiente;
• 1 pessoa com baciloscopia positiva infecte de 10 a 15 pessoas em média, em uma
comunidade, durante um ano.
16/11/2023

• A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando


bacilos (Baciloscopia Positiva);.
• Após 15 dias de tratamento, a transmissibilidade chega a níveis insignificantes.
• É ideal que as medidas de controle de infecção sejam implantadas até que haja a
negativação da baciloscopia.
• Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.

TB primária
• Ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes com condições
imunossupressoras;
• É uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade;
• Em outras circunstâncias, o sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos
temporariamente.

TB pós-primária (ou secundária)


• Os bacilos podem permanecer como latentes por muitos anos até que ocorra a
reativação;
• Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de cavidade;
• A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo mais
comum em áreas onde a prevalência da doença é alta.
16/11/2023
Sintomáticos respiratórios - populações especiais

Manifestações Clínicas
• Principal sintoma: a tosse (seca ou produtiva);
• Outros sinais e sintomas: perda de apetite; febre vespertina; sudorese noturna;
emagrecimento; cansaço ou fadiga;
• A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem com o HIV/
aids, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico.
• Expectoração: purulenta ou mucóide, com ou sem sangue;
• Febre: vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5ºC;
• Sudorese noturna e anorexia são comuns;
• Exame físico:
• Geralmente fácies de doença crônica e emagrecimento;
• A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio vesicular, sopro
anfórico ou mesmo ser normal.
16/11/2023
• TB Pulmonar: Primária, Pós-primária, Miliar;
TB Extrapulmonar: as principais formas diagnosticadas em nosso meio são:
• TB pleural;● Empiema pleural tuberculoso;● TB ganglionar periférica;● TB
meningoencefálica;● TB pericárdica;● TB óssea.

Diagnóstico
É possível utilizar os seguintes exames:
• baciloscopia;
• teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB);
• cultura para micobactéria;
• investigação complementar por exames de imagem.

Diagnóstico Diferencial – TB Pulmonar

Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e


adolescentes baseado no TRM-TB
16/11/2023
Diagnóstico - Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia)
● Para diagnóstico: 2 amostras;
● Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar;
● Métodos: baciloscopia direta; métodos moleculares;
● Suspeita clínica de TB extrapulmonar: exame em materiais biológicos diversos;
● Utilizada para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com
confirmação laboratorial.
16/11/2023
Diagnóstico - Exames de Imagem
Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar;
Na investigação de contactantes sintomáticos
Até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam alterações radiológicas.

Tratamento
16/11/2023
16/11/2023
17/11/2023
VIOLÊNCIA, ACIDENTES E TRAUMAS NA APS

Impacto das causas externas na mortalidade


Causas de Trauma Cranioencefálico:
• 50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal faixa etária é de
adolescentes e adultos jovens. Dos 15 aos 24 anos, os acidentes de trânsito são
responsáveis por mais mortes que todas as outras causas juntas.
• ● 30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos. Entretanto, no Brasil
são muito frequentes as quedas de lajes, que são ignoradas pelas estatísticas
internacionais.
• ● 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas brancas.
• 72% dos casos de TCE tem associação com consumo de álcool

ABORDAGEM À VIOLÊNCIA
Relatório Mundial sobre Violência e Saúde – OMS 2002
• Uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio,
contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha
qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação”
17/11/2023
17/11/2023
ACIDENTES E TRAUMAS NA APS
• Acidente de trânsito;
• Acidentes de trabalho;
• Acidentes domiciliares.

Trauma - avaliação primária ABCDE

.
17/11/2023

ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS


Acidentes Ofídicos - Cobras mais comuns no Brasil
Principais sintomas

Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil


Principais sintomas
17/11/2023
EDUCAÇÃO PERMANENTE NO PMMB
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conceituar Educação Permanente em Saúde e apresentar a Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde
• Apresentar e discutir as Ofertas Educacionais para o PMMB
• Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes
• Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Básica
• UNA-SUS
• AVASUS
• Supervisão Acadêmica do PMMB
• Portal Saúde Baseada em Evidência

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE


• A OPAS cria uma diferenciação entre os termos educação permanente e
educação continuada, considerando a última mais reducionista.
• Na Constituição Federal (Artigo 200):“ao Sistema Único de Saúde compete, além
de outras atribuições, nos termos da lei, ordenar a formação de recursos humanos na
área da saúde”.
• Na Reforma Sanitária Brasileira: A formação profissional passou a ser reconhecida
como fator essencial para o processo de consolidação.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE


• A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) deve considerar as
especificidades regionais, a superação das desigualdades regionais, as necessidades
de formação e desenvolvimento para o trabalho em saúde e a capacidade já instalada
de oferta institucional de ações formais de educação na saúde.
• A implantação desta Política, implica em trabalho articulado entre o sistema de saúde
(em suas várias esferas de gestão) e as instituições de ensino.
17/11/2023

• A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se


incorporam ao quotidiano das organizações e ao trabalho.

OFERTAS EDUCACIONAIS PARA O PMMB


• Portaria Interministerial 604 de 16 de maio de 2023. O Projeto Mais Médicos para
o Brasil tem a finalidade de aperfeiçoar médicos na Atenção Primária à Saúde,
em regiões prioritárias para o SUS, mediante cursos de aperfeiçoamento ou de
pós-graduação lato ou stricto sensu, ofertados por instituições de ensino e
pesquisa, contanto com componente assistencial pautado na integração ensino-
serviço.
• Lei nº 14.621, de 14 de julho de 2023 Institui a Estratégia Nacional de Formação de
Especialistas para a Saúde no âmbito do Programa Mais Médicos.
Carga horária semanal destinada para estudo: 08 horas
Atividades acadêmicas:
• Cursos de Especialização lato sensu (em Saúde da Família e em Saúde Indígena)
• Cursos de Especialização stricto sensu (mestrado profissional e doutorado)
• Eixo Aperfeiçoamento e Extensão
17/11/2023

'
17/11/2023

DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (DDA)


Ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas.
A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados.

Classificação da diarreia quanto as características


Diarreia aquosa aguda:
• Perda de grande quantidade de água durante as evacuações, com alteração da
consistência das fezes por um período <14 dias.
• Ocorre secreção ativa de água e eletrólitos da corrente circulatória para a luz
intes+nal.
• Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos.
Disenteria aguda:
• Presença de sangue visível nas fezes, podendo haver muco e/ou pus devido a uma
lesão na mucosa intestinal
• Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria, que invadem
a mucosa do cólon.

Epidemiologia
• Segundo a OMS, são a segunda principal causa de morte em crianças com idade
< 5 anos, em países em desenvolvimento, embora sejam evitáveis e tratáveis;
• São as principais causas de morbimortalidade infantil (<1 ano) e constituem um
dos mais graves problemas de saúde pública global, com aprox. 1,7 bilhão de casos
e 525 mil óbitos na infância (< 5 anos) por ano;
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• No Brasil, de 2007 a 2018, a DDA vem mantendo uma incidência anual de cerca de 300
mil casos em crianças < 1 ano e aprox. 950 mil casos em crianças de 1 a 4 anos,
segundo dados do SINAN.
Manifestações clínicas
• No mínimo 3 episódios de fezes líquidas ou amolecidas em 24 horas;
• Podem estar associados:
• Cólicas e/ou dores abdominais;
• Febre;
• Sangue e/ou muco nas fezes;
• Náuseas;
• Vômitos.
Transmissão
• Pelas vias oral ou fecal-oral
• Indireta: consumo de água ou alimentos contaminados e contato com objetos
contaminados como utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos
hospitalares;
• Direta: pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas e contato
de pessoas com animais.

Abordagem e manejo
• História clínica - tem alto valor discriminatório e permite em pouco tempo o
diagnóstico diferencial sindrômico e de outras doenças com manifestações similares.
• Questionar sobre contatos que também tenham a doença/sintomas.
• Avaliar a gravidade dos sintomas e o risco de complicações, devemos definir o grau
de desidratação e depois definir um plano terapêutico.
• Usar a estratégia de Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância ( AIDPI)
• Número de evacuações, características das fezes, presença de febre e relato de
náuseas e/ou vômitos.
• coprocultura e parasitológico de fezes, não devem ser realizadas de rotina.
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Principais sinais para avaliação do grau de desidratação
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ZOONOSES RAIVA, LEISHMANIOSE, FEBRE
MACULOSA
Zoonoses
• As zoonoses são doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas. Os
patógenos podem ser bacterianos, virais, parasitários ou podem envolver agentes
não convencionais e podem se espalhar para os humanos por meio do contato
direto ou através de alimentos, água ou meio ambiente.
• Algumas são consideradas Doenças Negligenciadas.
• As medidas preventivas incluem Educação em saúde, manejo ambiental e
vacinação animal.

Raiva
Ciclos de transmissão
• Apenas os mamíferos são susceTIveis ao vírus da raiva e o transmitem através da
saliva mordedura, arranhadura ou lambedura de feridas;
• Urbano– cão;
• Aéreo – morcego;
• Silvestre – cachorro-do-mato, guaxinim, sagui;
• Rural – morcego e animais domésAcos ou de interesse financeiro.
Etiologia , sinais e sintomas
• Raiva é uma encefalite aguda causada pelo lyssavirus.
• Formas clínicas: encefalite dominada por formas de hiperatividade (raiva furiosa)
ou síndromes paralíticas (raiva paralítica) progredindo para coma e morte,
geralmente por insuficiência cardíaca ou respiratória, dentro de 7 a 10 dias.
• Sintomas iniciais: aerofobia, hidrofobia, parestesia ou dor localizada, disfagia,
fraqueza, náusea ou vômito.
• Alterações laboratoriais a investigar: antígeno viral (em amostras como liquor,
pele); isolamento viral em culturas, Ac específicos no liquor, PCR do liquor
• • Período de incubação de 1 a 3 meses.

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Fluxograma da Profilaxia Pós Exposição
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LEISHMANIOSE
manifestações e agentes causadores noBrasil
• Leishmaniose visceral: Leishmania Chagasi.
• Leishmaniose cutânea: Leishmania brasiliensis, L. Guyanensis e L. amazonensis.
Espectro heterogêneo – 4 principais apresentações
• Lesões ulcerarias no local da picada do flebomíneo (L. Cutânea localizada);
• Múltiplas nódulos não ulcerativos (L. Cutânea difusa);
• Inflamação destrava da mucosa (L mucosa);
• Infecção disseminada visceral (L. Visceral ou Calazar).

Ciclo de transmissão

Leishmaniose visceral (CALAZAR)


Apresentação clínica
• Febre persistente, astenia, adinamia, desnutrição em áreas endêmicas.
• Período de incubação de 10 dias a 24 meses;
• Na fase aguda, assemelha-se à malária – febre alta, hepatoesplenomegalia;
• Apresentações graves: icterícia, hemorragias, edema generalizados, sinais de
toxemia, taqui ou bradicardia, hipo ou hiperventilação e instabilidade hemodinâmica.
• Infecções bacterianas associadas – confundem diagnósAco e são a principal causa
de morte.
• Co-infecção com HIV: uma doença reforça a gravidade da outra.
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Diagnóstico
Confirmação laboratorial
• Parasitológico ou imunofluorescência indireta se titulação > 1:80 e sintomas
clínicos
• Diagnóstico definitivo através da identificação da forma amastigota em amostras da
medula óssea, linfonodos ou aspirado de baço
• PCR em amostra de sangue – pouco disponível
• Imunofluorescência indireta (RIFI), Elisa, teste rápido imunocromatográfico

Tratamento
•Em ambiente hospitalar;
Opções Terapêuticas
• Antimoniato de N-Metil Glutamanina ( Glucantime)
• Anfotericina B Lipossomal
• Desoxicolato de Anfotericina B

Leishmaniose Tegumentar
• Duas formas: leishamniose cutânea e mucosa
Diagnóstico Laboratorial
a) Exames parasitológicos: pesquisa de amastigota em esfregaço de lesão ou imprint
de fragmento de tecido; cultura em meios artificiais.
b) Histopatológico: hematoxilina e eosina; imuno-histoquímica.
c) Exames imunológicos: IRM; sorologia: imunofluorescência indireta (IFI); Elisa (não
disponível comercialmente).
d) Testes moleculares: PCR (reação em cadeia de polimerase)
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Leishmaniose tegumentar cutânea

1. Forma cutânea localizada única 2. Forma cutânea localizada múltipla 3. Forma cutâne disseminada

4. Forma recidiva cútis 5. Forma cutânea difusa

Diagnóstico

Diferencial
• Tuberculose , micobacterioses ampicas, paracoccidioidomicose cutânea, úlceras de
estase venosa, úlceras decorrentes da anemia falciforme, picadas de insetos, granuloma
por corpo estranho, ceratoacantoma, carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular,
histiocitoma, linfoma cutâneo, esporotricose, cromoblastomicose, piodermites, trauma
local;histoplasmose, criptococose cutânea, micobacteriose disseminada; hanseníase
virchowiana.
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Leishmaniose tegumentar mucosa

Diagnóstico

Forma mucosa tardia


• É a forma mais comum. Pode surgir até
vários anos após a cicatrização da forma
cutânea. Classicamente está associada às
lesões cutâneas múltiplas ou de longa duração,
às curas espontâneas ou aos tratamentos
insuficientes da LC.

Outras formas
• Forma mucosa sem lesão cutânea prévia
• Forma mucosa concomitante
• Forma mucosa contígua
• Forma mucosa primária

Diagnóstico diferencial
• Paracoccidioidomicose, carcinoma epidermoide, carcinoma basocelular, linfomas,
rinofima, rinosporidiose, entomonoromicose, hanseníase Virchoviana, sífilis terciária,
perfuração septal traumáAca ou por uso de drogas, rinite alérgica, sinusite,
sarcoidose, granulomatose de Wegener
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Tratamento Leishmaniose tegumentar
• Anfotericina B
• Pentamidina
• Pentoxifilina
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Febre Maculosa
• Doença febril causada pela espiroqueta Rickepsia rickepsii
• Reservatório: carrapatos do gênero Amblyomma (A. cajennense, A.cooperi ou
dubitatum e A. aureolatum

Quando suspeitar?
• Antecedentes epidemiológicos sugestivos: Visita na mata ou picada de carrapato
previamente (usualmente 4 a 11 dias antes)
• Doença Febril Aguda sem foco aparente (>38ºC por mais de cinco dias) +
Presença de escara de inoculação (lesão com centro crostoso-necróAco com halo
eritematoso circundante; indica o ponto onde foi a picada do carrapato)
• Linfadenopatia (geralmente ipsilateral à escara de inoculação); Exantema macular,
maculopapular ou maculo-vesicular (principalmente em tronco e membros); Cefaléia;
Mialgias; Arteralgias; Mal-estar geral; Calafrios; Náusea

Aspectos clínicos
• Mal-estar generalizado;
• Febre Elevada
• Cefaléia
• Náuseas e Vômitos.
• Entre o 2 e o 6 dia da doença: exantema maculopapular, predominantemente nas
regiões palmar e plantar, que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias.
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Diagnóstico laboratorial
• A imunofluorescência indireta (RIFI), utilizando antigenos específicos para R.
rickepsii, é a mais uAlizada – considerar positivo se aumento de 4 vezes no titulo em
uma segunda amostra colhida, pelo menos, 2 semanas após a primeira.
• Outros métodos utilizados são a reação em cadeia da polimerase (PCR) e a
imunohistoquímica.

Diagnóstico Diferencial
• Leptospirose; Sarampo; Febre Tifóide Dengue; Febre Amarela, Meningococcemia,
Viroses ExantemáAcas, Lupus, Febre Purpúrica Brasileira, Doença De Lyme

Tratamento
• Início precoce de antibioticoterapia, quando suspeita clínica, antes mesmo da
confirmação laboratorial.
• Em adultos, Cloranfenicol, 50mg/kg/dia, via oral, dividida em 4 tomadas, ou
Doxiciclina, 100mg, de 12/12 horas, via oral. Manter o esquema até 3 dias após o
término da febre.
• Nos casos graves, a droga de escolha é o Clorafenicol, 500mg, EV, de 6/6 horas.
• Em crianças, usar Clorafenicol, não ultrapassando 1g/dia, durante o mesmo
período. A Doxiciclina pode ser usada em crianças acima dos 8 anos, na dose de 2
a 4mg/kg/dia, máximo de 200mg/dia, em 2 tomadas, de 12/12 horas.
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Endemias: Malária, Leptospirose, Tungiase


e Parasitoses intestinais
Malária
• Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários
transmitidos por vetores. No Brasil, a magnitude da malária está relacionada à
elevada incidência da doença na região amazônica e à sua gravidade clínica
potencial.
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PARASITOSES INTESTINAIS
Na maioria das vezes assintomáticas;
• Alta carga parasitária pode gerar manifestações clínicas severas devido a:
• Má absorção de nutrientes;
• Redução da capacidade de ingestão de alimentos;
• Obstrução das vias aéreas.
•Maior incidência em zonas rurais e periferias de centros urbanos;
•Estima-se que a prevalência varie entre 2 e 36%; 70% desses casos em escolares.

Prevenção
• Lavagem das verduras e das frutas;
• Melhoria do nível educacional; • Proteção dos alimentos contra poeira e insetos;
• Acesso a água de boa qualidade, • Fervura e/ou filtração da água para consumo;
saneamento básico e coleta de lixo; • Cocção adequada da carne de bovinos e suínos;
• Estímulo ao aleitamento materno; • Lavagem das mão antes das refeições unhas limpas e
curtas;
• Higiene das mãos;
• Higiene dos alimentos - deixar de molho em solução de ácido acético (2 colheres de
sopa em 1 litro de água) ou hipoclorito de sódio (1 colher de sobremesa em 1 litro de
água) durante 15 minuto
• Desinfecção da água - 2 gotas de hipoclorito por litro de água, deixar descansar por
30 minutos antes de ingerir.
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Sinais e sintomas
• Diarreia – mais frequente nas infecções por protozoários intestinais, na tricuríase e na
estrongiloidíase;
• Os enteroparasitas que habitam o intestino grosso – Entamoeba histolytica,
Trichuris trichiura, Schistossoma mansoni – podem causar diarreia com muco e
sangue;
• Os parasitas que se localizam no intestino delgado – Strongyloides stercoralis e
Giardia lamblia - provocam diarreia osmótica.
• Dor abdominal, náuseas e vômitos – mais comum na giardíase;
• Síndrome dispéptica – associada a anorexia, perda ponderal e diarreia intermitente
na estrongiloidíase;
• Hepatoesplenomegalia – esquistossomose mansônica crônica.
• Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente noturna;
• Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
• Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na tricuríase;
• Tosse, crises asma.formes, com ou sem tradução radiológica (Sínd. de Löeffler) – nas
helmin2ases com ciclo larvário pulmonar: áscaris, ancilóstomo, estrongiloides e
esquistossoma. Apresenta eosinofilia intensa;
• Ur.cária e/ou edema angioneurotico - principalmente na ascaridíase e na
estrongiloidíase
• Eliminação dos parasitas – comum na ascaridíase, na oxiuríase e na teníase;
• Obstrução ou semi-obstrução intestinal – ocorre na super-infestação por ascaris.

Diagnóstico
• Exame Parasitológico de Fezes (EPF), aliado aos dados clínico-epidemiológicos;
• Avaliar 3 amostras aumenta a sensibilidade do método;
• Coletar 3 amostras em dias separados (consecutivos ou alternados);
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ESQUITOSSOMOSE
• Importante problema de saúde pública no Brasil;
• SINONÍMIA - “Xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”;
• AGENTE ETIOLÓGICO - Schistosoma mansoni;
• HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Humano - Na fase adulta, o parasita vive nos vasos
sanguíneos do intestino e fígado
• HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Caramujo do gênero Biomphalaria

Ciclo reprodutivo

Suspeitas quando: Indivíduo residente e/ou


procedente de área endêmica, com quadro clínico
sugestivo, e com história de contato com
reservatórios de água onde existam caramujos

Manifestações Agudas
FORMA AGUDA: Assintomática ou Dermatite Cercariana; - 3 a 7 semanas após o contato
pode ocorrer febre, linfadenopatia, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Pode ter também
diarreia, náuseas e tosse seca.
DERMATITE CERCARIANA caracterizada por micropápulas “avermelhadas” semelhantes
às picadas de insetos.
Manifestações Crônicas
Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica.
Gravidade da doença depende diretamente:
• da carga parasitária,
• do estado nutricional do paciente;
• do tempo de parasitismo.
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Investigação
DIAGNÓSTICO: Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes (Kato-Katz) – é
necessário solicitar como especificação do Exame Parasitológico de Fezes (EPF).
Outros métodos:
• Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA): não faz diagnóstico.
• Ultrassonografia hepática auxilia no diagnóstico da fibrose de Symmers e nos casos
de hepatoesplenomegalia: não faz diagnóstico.
• Biópsia retal ou hepática - não recomendada na rotina, pode ser útil em casos
suspeitos e na presença de exame parasitológico de fezes negativas.

Tratamento
PRAZIQUANTEL
• Adultos: 50mg/kg
• Crianças: 60mg/kg
Apresentação: 600mg/comprimido; Dose única, via oral; máximo 7 comprimidos.
• Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingestão, para evitar náuseas e
tonturas;
• Controle de cura parasitológica: três exames de fezes no quarto mês após o
tratamento;
• O índice de cura aproxima-se de 80% para os adultos e de 70% para as crianças;
• Esquistossomose aguda grave - o tratamento deve ser iniciado com a prednisona
(1mg/kg de peso/dia) 24 a 48 horas antes do praziquantel.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!
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DOENÇA DE CHAGAS
• AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado.
• VETOR: inseto da subfamília Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro,
chupão, furão, procotó, etc.
• RESERVATÓRIOS: centenas de mamíferos, tais como quatis, gambás, tatus,
morcegos, etc.
Caso agudo notificação compulsória

Doença de Chagas Fase Aguda


Manifestações Clínicas
Febre persistente (>7 dias) +
• Edema de face ou de membros;•Exantema;•Adenomegalia;•Hepatomegalia;
• Esplenomegalia•Cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca);
• Manifestações hemorrágicas (hematêmese, hematoquezia ou melena);•Icterícia;
• Manifestações digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são mais comuns
em casos por transmissão oral.
Diagnóstico
• PARASITOLÓGICO – T. cruzi circulante no sangue periférico identificado por meio de
exame parasitológico direto.
• SOROLÓGICO – IgM anti-T. cruzi.

Doença de Chagas Formas Crônicas


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Diagnóstico
• Sorologia para Chagas - Importante na fase crônica.
• Anticorpos IgG anti-T. cruzi - indica doença crônica.

Tratamento
•Benznidazol: (adulto = 5 mg/kg/dia, 1 a 3x/dia, 60 dias; criança = 5 a 10 mg/kg/dia, 2x/
dia, 60 dias)
• Tratar: forma aguda, congênita e crônica recente
Nos casos leves, sem complicações, e nas formas indeterminadas, o tratamento pode ser
realizado na atenção básica, por médico generalista que conheça as particularidades do
medicamento e da doença de Chagas.
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LEPTOSPIROSE
• É uma zoonose, causada por leptospiras patogênicas, transmiAdas pelo contato
comurina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria.
• Reservatório: amplo espectro de animais domésticos e selvagens. No meio urbano:
roedores (especialmente o rato-de-esgoto); outros reservatórios são os suínos,
bovinos, equinos, ovinos e cães.
• Seres humanos - hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de
transmissão.

Fase precoce (fase leptospirêmica)


• Instalação abrupta de febre, acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia, náuseas e
vômitos;
• Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor
ocular e tosse; • Pode ser acompanhada de exantema;
• Difícil diferenciação de outras doenças febris agudas;
• A fase precoce tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar sequelas.

Fase tardia (fase imune)


• Aproximadamente 15% dos pacientes evoluem para manifestações clínicas graves, em
geral, após a primeira semana de doença.
• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais
comumente pulmonar.
• Hemorragia pulmonar cursa com letalidade superior a 50%.
• Icterícia: é um sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa
(icterícia rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º dia da doença - preditor de
pior prognóstico.

Agente etiológico
• Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira, do qual se
conhecem atualmente 14 espécies patogênicas, sendo a mais importante a L. interrogans.
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Transmissão
• Exposição direta ou indireta à urina de animais infectados.
• Penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de lesões, da pele
íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas.
• A água é importante na transmissão da doença ao homem.
• Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, de 5 e 14 dias).

Diagnóstico
• Métodos sorológicos - teste ELISA-IgM e a microaglutinação (MAT).
• Exames como hemograma e bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e frações,
TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+), devem ser monitorados.

Tratamento
FASE PRECOCE
• Amoxicilina, em adultos na dose de 500mg, VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias.
Crianças, administrar 50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas, durante 5 a 7 dias;
• Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas, durante 5 a 7 dias.
FASE TARDIA
• Penicilina G Cristalina: 1.5 milhões UI, IV, de 6/6 horas; ou,
• Ampicilina: 1g, IV, 6/6 horas; ou,
• Ceftriaxona: 1 a 2g, IV, 24/24h; ou,
• Cefotaxima 1g, IV, de 6/6 horas.
• Para crianças utiliza-se Penicilina cristalina: 50 a 100.000U/kg/dia, IV, em 4 ou 6
doses; ou Ampicilina: 50 a 100mg/kg/dia, IV, dividido em 4 doses; ou Ceftriaxona: 80 a
100mg/kg/dia, em 1 ou 2 doses; ou Cefotaxima: 50 a 100mg/kg/dia, em 2 a 4 doses.
• Duração do tratamento com antibióticos intravenosos: pelo menos, 7 dias.
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TUNGÍASE
● É uma doença ectoparasitária causada por fêmeas grávidas de uma espécie de
pulga, Tunga penetrans, que habita o solo de zonas arenosas.
● A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem proteção nos seus pés.
● A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera seus ovos
para o exterior.

Manifestações clínicas e diagnóstico


• A maioria das lesões aparece nos pés, e em alguns casos, nas mãos;
• Podem ser únicas ou bastante numerosas, dependendo da infestação do solo;
• A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um halo fino e claro ao
seu redor;
1. Pode causar dor ou coceira;
2. Pode ocorrer infecção secundária e até abscessos no local;
3. O diagnóstico é clínico-epidemiológico;
4. É autolimitada com duração de quatro a seis semanas;
Diagnóstico diferencial: verrugas virais.

Tratamento
• Extração manual do parasito, com assepsia e materiais estéreis;
• Nos casos com infecção secundária, antibioticoterapia;
• Uso de eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são tratamentos
alternativos para a destruição do parasita;
• Infestação: tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a cinco dias;
• Realizar profilaxia antitetânica, conforme esquemas preconizados pelo Ministério da
Saúde.

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