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UFCD 6585

Circuitos e transporte de informação


nas unidades e serviços da Rede
Nacional de Cuidados de Saúde

AS21

Ana Mendes Nº.3

José Miranda Nº.9

Componente Técnica
Índice
Introdução....................................................................................................................................3
Os Circuitos de informação na Rede Nacional de Cuidados de Saúde..........................................4
O transporte de informação do utente: procedimentos e protocolos.........................................5
Dados do utente.......................................................................................................................6
Exames.....................................................................................................................................7
Processo administrativo post-mortem.....................................................................................8
Outros......................................................................................................................................9
Introdução
Os Circuitos de informação na Rede Nacional de Cuidados de Saúde
O transporte de informação do utente: procedimentos e protocolos

A organização do processo clínico depende das preferências do clínico e das orientações


do local onde trabalha.

Registo clínico em papel

O registo clínico em papel é uma forma de registo clínico, em que os dados clínicos
são introduzidos de forma manuscrita, e toda a informação clínica é anexada a este
processo em papel. Como se pode compreender a partir da organização do processo
clínico, os dados clínicos de um paciente têm origens muito diversas, desde história
clínica e exame objetivo até resultados de exames auxiliares de diagnóstico.
O registo clínico é um sistema de armazenamento de informação clínica, que serve de
base à prestação de cuidados de saúde. Assim, necessita de integrar informação
proveniente de diversas fontes. O registo clínico em papel corresponde à centralização
de todo a informação clínica do doente, não permitindo feedback desta informação. A
estruturação da informação clínica introduzida no processo em papel depende do
médico ou da organização do serviço ou departamento. É possível que os dados clínicos
não tenham qualquer estruturação. Tal como é habitual os dados são organizados de
forma cronológica.
Por este motivo a forma de acesso à informação está limitada.
Outros inconvenientes são:
 Ilegibilidade dos registos médicos por outros profissionais de saúde;
 Inconsistência de formato e de localização da informação;
 Falta de estruturação interna dos registos;
 Perda de informação;
 Duplicidade de informação;

Por outro lado, os registos em papel têm algumas vantagens:


 São facilmente transportáveis;
 A introdução de dados está facilitada;
 Cada profissional adapta o registo às suas preferências;
 Versatilidade no registo de dados;
 Não obrigam a formação específica;
Registo Clínico Eletrónico

Os registos eletrónicos surgem da necessidade crescente de estruturar e tornar acessível


a informação clínica, acompanhada do desenvolvimento das ciências dos computadores.
Os primeiros dados clínicos a serem informatizados foram dados hospitalares. As partes
do registo clínico mais fácil de estruturar, como os diagnósticos, os procedimentos, a
terapêutica ou os resultados de exames laboratoriais foram informatizados primeiro. Os
dados narrativos, como história clínica ou exame físico, que correspondem a texto, são
mais difíceis de estruturar e por isso só mais tarde foram informatizados.
O SONHO (Sistema de Gestão de Doentes Hospitalares), sistema dominante nos
Hospitais em Portugal, é um sistema de gestão de dados administrativos dos doentes e
surgiu para satisfazer as necessidades organizativas existentes no final da década de 80
e em boa medida nos anos 90 no Sistema Nacional de Saúde.
O mesmo aconteceu com o SINUS (Sistema de Informação para as Unidades de Saúde),
sistema semelhante existente para os cuidados de saúde primários. A sua finalidade foi a
de "garantir a interligação de todos os dados e processamentos associados, visando
constituir um sistema integrado de gestão de doentes que elimine a redundância de
dados."
Os seus objetivos foram:
 Melhorar a qualidade da assistência ao doente;
 Eliminar a divisão tradicional entre informática médica e administrativa, através
de um sistema comum;
 Facilitar o acesso rápido aos dados sobre a história anterior do doente, com
exatidão e atualidade;
 Melhorar a gestão administrativa e financeira dos hospitais, por um aumento da
produtividade do pessoal interveniente;

O Sinus foi substituído pelo Clínico, sistema informático usado neste momento. O
SClínico® é o sistema informático desenvolvido pelos serviços partilhados do
Ministério da Saúde para as instituições do Serviço Nacional de Saúde. A sua criação,
em 2013, permitiu a agregação dos 2 sistemas previamente existentes: o Sistema de
Apoio ao Médico (SAM) e o Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem (SAPE).
O SClínico dispõe atualmente de duas versões, o SClínico Hospitalar que se encontra
instalado em mais de 50 Centros Hospitalares, Misericórdias e Institutos e que funciona
com a base de dados "Sonho V2". Por sua vez, o SClínico Cuidados de Saúde Primários
está presente em mais de 300 unidades funcionais, principalmente na região norte do
país e funciona sob a base de dados "Sonho-CSP". A vantagem da existência destas
duas versões consiste na melhor adaptação do layout gráfico e do método de colheita de
dados ao tipo de trabalho de cada profissional de saúde.
É importante referir que os registos clínicos eletrónicos vão muito além da informatização dos
registos em papel.
Estes sistemas permitem:

 Auxiliar na prestação de cuidados de saúde


 Auxiliar a decisão clínica
 Avaliar a qualidade dos cuidados prestados
 Fazer a gestão e planeamento dos recursos de saúde
 Auxiliar na investigação
 Auxiliar na educação médica;

Cinco níveis de registos clínicos eletrónicos:

Registo Clínico Automatizado: funciona em paralelo com o registo em papel; passos


incrementais para a informatização; início de reengenharia;

Registo Clínico Computadorizado: imagem do documento; documentação tradicional, mas


sem papel; aumento da reengenharia;

Registo Clínico Eletrónico: os profissionais interagem com o computador; diferentes fontes de


informação; reengenharia completa com funcionalidades adicionais;

Registo Eletrónico do Paciente: informação de saúde e interoperabilidade; regional /


nacional / global; consenso em relação a confidencialidade / segurança;

Registo Eletrónico de Saúde: envolvimento do utente; bem-estar integrado; informação de


saúde não tradicional;

Utilização dos dados

Os sistemas de informação em saúde são habitualmente usados em quatro níveis diferentes,


que corresponde também a níveis diferentes de complexidade:

Nível pessoal: o médico, o enfermeiro e o paciente;

Nível departamental: que corresponde a um sistema de um departamento clínico hospitalar


ou um sistema ao nível dos cuidados primários;

Nível institucional: um sistema existente num hospital;

Nível regional: política de saúde;

Um registo clínico eletrónico pode conter os dados relativos à história clínica, exame físico,
evolução no internamento, diagnósticos, intervenções cirúrgicas, introduzidos e visualizados
de forma estruturada, bem como resultados de exames complementares de diagnóstico,
imagem (raios X, ecografia) ou sinal (eletrocardiograma, cardiografia). Um registo clínico para
além de poder conter toda a informação clínica relativa a um paciente, independentemente da
origem, também pode permitir a visualização dos dados clínicos, sob várias formas, pode
partilhar informação entre vários utilizadores, pode restringir o acesso aos dados clínicos ou
mesmo disponibilizar formas de analisar a informação.

Cenários de utilização em unidades de saúde


Nos cuidados de saúde devem ser considerados 2 níveis de prestação de cuidados que têm
necessidades diversas:

 Cuidados primários - onde os sistemas de informação podem ser utilizados para a


prestação de cuidados diretamente ao paciente e de uma forma global, com partilha
de informação clínica com os cuidados hospitalares, facilitando cuidados partilhados;

 Cuidados hospitalares - neste caso concreto quando se fala de sistemas de informação


hospitalares, estes estão adaptados às múltiplas especialidades, tendo estas
necessidades distintas, que são refletidas nos sistemas de informação que utilizam;

Benefícios

Algumas vantagens na implementação de registo eletrónico do doente:

 Facilidade no acesso à informação (ex.: permitem o acesso simultâneo a partir de


diferentes localizações);

 Legibilidade;

 Maior velocidade no acesso à informação;

 Melhor proteção da informação que no sistema em papel;

 Informação atualizada;

 Permite ter um processo clínico com toda a informação clínica do doente;

 Precisão na informação (ex.: suporte para a entrada de dados estruturada);

 Variedade nas formas de visualizar os dados;

 Apoio à decisão;

 Possibilidade de análise de dados;

 Possibilidade de troca de informação clínica, entre cuidados primários e de


especialidade, permitindo o aparecimento de cuidados de saúde partilhados;

 Regulamentos mais respeitados;


Problemas

Alguns problemas na implementação de registos eletrónicos:

 Introdução de dados inicialmente mais lenta;

 Necessitam de formação específica dos profissionais de saúde;

 Consumo de recursos iniciais na educação e treino;

 Obriga a atualização de conhecimentos constante;

 Pouca flexibilidade nas restrições impostas ao acesso da informação (se a pessoa que
tem acesso não está disponível o acesso não se realiza);

 Não dão muita liberdade no estilo de escrita dos relatórios;

 O registo pode-se perder se os procedimentos corretos não forem executados;

 Não podem ser transportados facilmente de um lado para outro;

 Por vezes os sistemas não estão disponíveis, algo que não acontece nos registos em
papel;

 Problemas de quebra de segurança;


Dados do utente

O registo do doente é um conjunto ordenado de documentos que contêm todos os dados


(quer sejam médicos ou administrativos) recolhidos a um utente. O registo clínico é usado na
prática clínica, e contém registos feitos por médicos e outros profissionais de saúde.

Habitualmente as notas são feitas por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.
Estes registos contêm considerações, achados, resultados de meios complementares de
diagnóstico e informações sobre o tratamento do processo patológico.

Este registo contém dados relativos:

 À história clínica;
 Exame físico;
 Diário;
 Diagnósticos;
 Tratamentos efetuados;

Complementados com informação proveniente de outras fontes:

 Testes laboratoriais;
 Relatórios de meios complementares de diagnóstico;
 Rx, tomografias computorizadas, ecografias;
 Testes de função respiratória;
 ECG;
 Endoscopias;

O processo clínico propriamente dito envolve uma série de etapas como observação, decisão e
plano de ação. Só se pode perceber a organização do processo clínico em geral, e do processo
clínico em papel ou eletrónico, em particular se se conhecer os vários tipos de informação que
se dispõe para se tomar uma decisão clínica.

Numa primeira fase, a partir da observação de dados recolhidos do utente, que incluem dados
narrativos, como a história clínica ou a opinião do médico, medidas numéricas, como dados do
exame físico (temperatura, tensão arterial, idade, etc.) é gerada informação. Depois com base
no conhecimento do clínico, existe uma interpretação desta informação que dá origem a
hipóteses de diagnóstico. Em presença do diagnóstico (doença) é iniciada uma ação
terapêutica.
É com base nesta informação que é organizado o processo clínico. Este contém toda a
informação relativa à saúde e à doença de um utente desde o momento que ele contactou o
profissional de saúde. A informação existente num registo clínico corresponde a informação
maioritariamente alfanumérica, ou seja, que pode ser representada por caracteres ou dígitos.
A restante informação não textual, fundamentalmente aquela proveniente e dos meios
complementares de diagnóstico, como sinal ou imagem, habitualmente não está disponível
juntamente com o processo clínico (ex: imagens das endoscopias só são visualizadas quando
explicitamente solicitadas), não ficando toda a informação clínica de um dado doente
disponível como um todo. Neste tipo de registo podemos normalmente distinguir na sua
organização dados de:

Carácter administrativo:

 Nome;
 Data de nascimento;
 Identificação do doente;
 Dados médicos fixos (ocorrências singulares):

o Sexo;
o Grupo sanguíneo;
o Alergias;

 Outros dados médicos (ocorrências múltiplas de dados ou dados temporais):

o História clinica;
o Exame objetivo;
o Diagnósticos;
o Procedimentos;
o Terapêutica;
Exames

O Arquivo de cada unidade hospitalar é o serviço responsável pela receção, classificação,


guarda/conservação e disponibilização dos documentos integrantes dos Processos Clínicos, de
internamento e ambulatório, de todos os utentes das respetivas unidades hospitalares.
Permite reunir todos os dados referentes aos utentes, os quais estarão disponíveis sempre que
estes necessitem que lhes sejam prestados cuidados ou informações sobre o seu estado de
saúde, legítima e fundamentalmente tidos como do seu interesse direto. Os Processos Clínicos
serão devidamente numerados e registados com apoio do sistema informático Clínico e
similares, que apenas conterá dados relativos à identificação, sendo atribuído a cada utente
um único número de processo, irrepetível.

O processo clínico é um documento confidencial, só consultável por técnicos de saúde do


Hospital (médicos, enfermeiros e paramédicos), diretamente envolvidos no diagnóstico ou
tratamento do doente, salvo situações de justiça, codificação, investigação clínica e elaboração
de relatórios oficiais. Está vedado qualquer acesso aos processos clínicos, salvo ao pessoal que
exerce funções no arquivo clínico ou aos técnicos de saúde acima indicados, exceto nos casos
legalmente previstos. Por isso, é proibida a entrega dos processos clínicos a doentes ou a
funcionários não portadores de requisição. Todavia, um doente (ou o seu representante legal),
submeter à Direção Clínica pedido de consulta e/ou cópia de elementos do processo, devendo
haver permissão do médico assistente ou da própria Direção Clínica. O processo clínico não
pode sair do Hospital, salvo em situações excecionais. Os funcionários administrativos do
Arquivo Clínico transportam o processo clínico para e do arquivo «até aos secretariados». Os
secretariados organizam o processo clínico e distribuem-nos pelos gabinetes médicos.

Mensalmente, o Arquivo Clínico faz o ponto da situação e são solicitados aos requisitantes os
processos clínicos não devolvidos. Dentro das instalações do Arquivo deverá existir uma área
de máxima reserva, onde serão guardados os processos ou partes do processo, que pela sua
natureza exijam cuidados excecionais de proteção.

O Arquivo Clínico deverá articular-se com os demais Serviço do Hospital de modo a garantir
aos utentes os melhores níveis de prestação de cuidados. A circulação de processos será
sempre protocolada e inventariada na saída e retorno, sendo feita em caixa ou pasta fechada,
garantindo-se que somente profissionais de saúde tenham acesso ao seu conteúdo, nos
termos da legislação em vigor. Sempre que se entenda necessário o acesso a informação
clínica contida nos processos sujeitos a máxima reserva, o mesmo deverá ser solicitado ao
Diretor Clínico, através do Responsável pelo Arquivo.

A articulação com os Serviços de Internamento do Hospital deve obedecer aos seguintes


procedimentos:

 No caso de internamento promovido por um Serviço de Internamento, competirá a


este a organização do respetivo Processo de Admissão e o pedido do processo ao
Arquivo Clínico;

 Se o mesmo já existir, compete ao AC dar resposta imediata a esse pedido;


Processo administrativo post-mortem
Outros
O encaminhamento de reclamações
O direito do utente à reclamação
O tratamento eficaz das reclamações

Procedimentos
Definições
O transporte de amostras biológicas: Procedimentos e Protocolos

O fator fundamental na qualidade do trabalho que se realiza no setor de microbiologia


constitui numa avaliação adequada da recolha e transporte das amostras a serem
avaliadas. Isto resulta, particularmente na diversidade de germes que podem provocar
doenças infeciosas.

A recolha e transporte de amostras representam um ponto crítico devido à qualidade do


trabalho a realizar. Está em grande parte condicionado à natureza das amostras e à sua
condição de chegada ao laboratório. Se o laboratório não recebe uma amostra
apropriada, não pode facultar uma informação de utilidade clínica.

A grande maioria das espécies bactéria nas são vulneráveis a demoras no


seu processamento, mudança de temperaturas, umidade, etc. Todas as amostras devem
ser enviadas imediatamente ao laboratório depois de coletadas. Deve-se
instruir
bioquímicos, médicos, enfermeiros e transportadores, da importância do transporte de
amostras clínicas.
Amostras de Expetoração

 Especificações do recipiente:

 Frasco graduado com capacidade de 30 a 50 ml;

 Material translúcido ou transparente;

 Lados que permitam uma fácil rotulagem;

 Material descartável de utilização única;

 Recipientes à prova de fugas com tampa enroscada;

 Bocal largo;

Procedimentos da colheita de expetoração

Ao fornecer a amostra de expetoração, o doente pode produzir aerossóis infeciosos e,


por isso, são necessárias precauções de biossegurança:
 Dizer ao doente para cobrir a boca ao tossir;

 Fazer a colheita de expetoração longe de outras pessoas, num espaço


devidamente ventilado;

 Não estar perante o doente durante a colheita de expetoração;

Dados que deve incluir uma requisição de expetoração:

 Nome da unidade sanitária;

 Data da requisição;

 Dados pessoais do paciente;

 Número de amostras e tipo de amostras enviadas para o teste;

 Data em que as amostras foram colhidas;

 Motivo do exame;

 Assinatura da pessoa requerente do exame;


Rotulagem do frasco:

 Rotular com o nome do paciente, o número de identificação e a data da recolha;


 Rotular os lados exteriores do frasco com marcador permanente;

 Não rotule a tampa;

Transporte de amostras:

 As amostras devem ser transportadas o mais rapidamente possível;

 As amostras devem ser refrigeradas a 2 - 8º C por um máximo de 10 dias.


Contudo, se necessário as amostras podem ser armazenadas a um máximo de 35º
C por até 3 dias e, de seguida, refrigeradas a 2 - 8º C por uma duração máxima
combinada de 10 dias;

 O número total de amostras numa caixa deve corresponder ao número de


requisições que as acompanham;

 O número de identificação em cada frasco deve corresponder ao número na


requisição;

 As requisições que acompanham as amostras devem conter as informações


necessárias para cada paciente;

Alternativas ao transporte rápido:

 LCR: Manter na estufa a 35ºC;

 Hemocultura: Manter à temperatura atual;

 Restantes produtos: Refrigerar a 2 - 8ºC;


Amostras de Urina

Recolha de urina:

 De preferência colher a primeira urina da manhã;

 Colher a urina em recipiente limpo e seco e entrega-la ao profissional de saúde;

Armazenamento e transporte da urina:

O paciente deve receber instruções claras e por escrito, a respeito do


armazenamento, conservação e transporte da amostra de urina recolhida, a fim de
manter a integridade dos elementos e contribuir para a estabilidade das substâncias
químicas;
O tempo entre a recolha e a entrega da amostra não deve ultrapassar uma hora;

Em caso de demora na entrega, deve-se conservar a amostra num refrigerador (2-5º C),
sendo às vezes, necessário o uso de conservantes:

 Formalina: Preservação dos elementos figurados;

 Ácido Bórico: Preservação de aldosterona, estrógenos, etc.;

 Timol: Preservação de muco polissacarídeos, etc.;

 Fluoreto de Sódio: Preservação de glícidos;

 Bicarbonato de Sódio: Urina de 24 horas;

A urina poderá ser processada até 24 horas após a sua colheita. Neste caso deve ter-se
particular atenção ao volume da urina (possibilidade de falsos negativos quando
o volume de urina é muito pequeno).
Amostras de Fezes

O exame de fezes engloba as análises macroscópicas, microscópicas e bioquímicas para


pesquisar possível presença de sangramento gastrointestinal, distúrbios hepáticos e
biliares, problemas de mal absorção, bem como a presença de parasitas e bactérias
patogénicas.

Este exame é recomendado em determinadas situações, tais como:

 Avaliação das funções digestivas;

 Dosagem da gordura fecal;

 Pesquisa de sangue oculto;

 Pesquisa de ovos de parasitas;

 Coprocultura;

Tipos de amostras:

Fezes Frescas:

Colocadas num recipiente sem qualquer tipo de conservante. Podem ou não, ser
enviadas imediatamente, já que as estruturas procuradas (ovos, cistos ou larvas) são
bastante resistentes às condições ambientais. Podem permanecer até 24 horas no
frigorífico.

Fezes Recentes:

Fezes frescas enviadas imediatamente (até 30 minutos após a colheita) são utilizadas
para pesquisa de microrganismos pouco resistentes a condições ambientais.

Fezes Fixadas:

Misturadas com líquidos conservantes que fixam e preservam a morfologia da estrutura


parasitária:

 Formol a 5 ou 10%;
 Álcool polivinílico;
 Mercúrio – cromo;

Exames
Os exames de fezes normalmente realizados são: parasitológico, elementos anormais
nas fezes, pesquisa de sangue oculto, pesquisa de rotavírus, pesquisa de gordura.

Parasitológico:

Este tipo de exame de fezes é feito para a pesquisa de helmintos e protozoários nas
fezes. O paciente deve evacuar num recipiente limpo e seco e transferir uma porção das
fezes para o frasco, tendo cuidado para não ultrapassar a metade deste. O paciente não
deve fazer o uso prévio de laxantes ou supositórios. O material deve ser mantido sob
refrigeração.

Coprocultura (Cultura de Fezes):

O paciente deve colher a amostra num recipiente adequado, contendo o meio de


transporte Cary Blair e enviar ao laboratório até 24 horas após a colheita. Apenas
introduzir o swab nas fezes evacuadas e transpor para o meio em questão. O material
não deve ser refrigerado e o paciente não deve fazer o uso de laxantes.

Pesquisa de Sangue Oculto:

Três dias antes da realização do exame é necessário que o paciente inicie uma dieta livre
de carnes e seus derivados, bem como alimentos coloridos e que possuam alta atividade
de peroxidase, especialmente beterraba, espinafre, rabanete, nabo, brócolos, maçã,
banana, couve-flor e melão.

O paciente também não deve usar fármacos irritantes da mucosa gástrica, tais como:

Anti-inflamatórios corticoides, aspirina, ferro e vitamina C.

Outra precaução que deve ser tomada é evitar o sangramento gengival durante
a higiene bucal, e também, nos casos de hemoptise (sangramento nasal) ou
sangramento anal, a coleta deverá ser evitada.

No terceiro dia de dieta, o paciente deve colher uma amostra de fezes e enviar
ao setor de coleta no mesmo dia ou, no máximo, até o dia seguinte, desde que o material
fica sob refrigeração.

Pesquisa de Gordura:

O paciente deve evacuar num recipiente limpo e seco, transferindo, o material emitido
para o frasco, não devendo ultrapassar a metade do frasco.

As fezes devem ser mantidas sob refrigeração até serem enviadas para o laboratório.
O exame metamucil contraste interfere no resultado da pesquisa de gordura nas fezes,
devendo-se esperar uma semana para a realização do exame.

Amostras de Vómito

O vómito representa a expulsão forçada pela boca, do conteúdo do estômago ou


da porção inicial do intestino.

Pode haver eliminação de alimentos ainda não digeridos, já digeridos ou apenas


de secreções produzidas pelo corpo para possibilitar a digestão (saliva, suco gástrico,
suco pancreático, bile).

O tipo de material que será eliminado dependerá do tempo desde que a pessoa se
alimentou até ao momento do vómito e do tipo de problema que o está a causar.

Tipos de vómitos:

Vómitos Alimentares: Quando apresentam apenas conteúdo alimentar;

Vómitos Fecaloides: Quando apresentam características como odor pútrido e cor


escura, sendo patognomónico, de obstrução intestinal baixa.

Vómitos Biliares: Quando apresentam conteúdo de cor amarelo-esverdeado sugestivo


de bile. Apesar do medo da população, este tipo de vómito apenas induz que o fígado
está permeável;

Vómitos em Jato: São vómitos explosivos, que podem denotar aumento da pressão
intracraniana e indicar risco de morte iminente;

Vómitos pós-prandiais: Aqueles que correm após a alimentação;

Bulimia nervosa: Vómitos autoinduzidos por medo de engordar;

Poderá ser recolhido o vómito em frasco estéril seguindo os mesmos cuidados


das amostras de fezes. Após a colheita, os tubos devem ser bem vedados, as rolhas
envolvidas em parafilm e, seguidamente, desinfetados exteriormente com solução de
hipoclorito de sódio a 0,5%.

Os produtos biológicos do trato respiratório superior e inferior devem,


preferencialmente, ser refrigerados a 4ºC e o seu transporte para o laboratório não deve
exceder as 18 horas. As colheitas de sangue podem ser transportadas à temperatura
ambiente.
Amostras de Exsudados

Exsudados são fluidos que passam através das paredes vasculares em direção aos
tecidos adjacentes. Estes fluidos envolvem células, proteínas e materiais sólidos. O
exsudado pode apresentar cortes ou locais onde haja inflamação ou infeção.

Exsudado nasal: Introduz-se uma zaragatoa na narina paralelamente ao palato e


deixa-se nessa posição alguns segundos de forma a absorver as secreções.
Em seguida, introduz-se um pouco mais fundo na mucosa nasal (aproximadamente 2 a 3
cm e roda-se ligeiramente a zaragatoa.

Exsudado da nasofaringe: Utiliza-se uma zaragatoa com uma haste fina e flexível que
se introduz, aproximadamente 5 a 6 cm, seguindo a base interior da narina na direção da
região posterior da nasofaringe. Após a colheita, os tubos devem ser bem vedados, as
rolhas envolvidas em parafilm e, seguidamente, desinfetados exteriormente com
solução de hipoclorito de sódio a 0,5%.

Os produtos biológicos do canal respiratório superior e inferior devem,


preferencialmente, ser refrigerados a 4ºC e o seu transporte para o laboratório não deve
exceder as 18 horas.

Exsudado da região posterior da orofaringe: Desviar e comprimir a língua com o


auxílio de uma espátula e solicitar que o doente verbalize “aaa” de forma a elevar a
úvula. Com o algodão da extremidade da zaragatoa esfregar extensamente a parede
faríngea e os pilares da orofaringe.

Exsudado da região posterior da orofaringe: Colocar a zaragatoa num tubo contendo


meio adequado ao transporte de vírus. Evitar esfregar o palato mole ou tocar
com a zaragatoa na língua uma vez que estes movimentos podem induzir o vómito.

Exsudado da região posterior da orofaringe: Identificar o tubo com as iniciais do


nome do doente (ou primeiro e último nome) e com a data da colheita. Colocar a
zaragatoa num tubo.

Exsudado da região posterior da orofaringe: Se forem utilizadas zaragatoas


comerciais com meio apropriado para o transporte de vírus devem seguir-se as
instruções do fabricante.

Exsudado em feridas: O exsudado da ferida é um líquido composto por plasma,


glóbulos e plaquetas. A maior parte do exsudado da ferida é filtrada do sangue e / ou
sistema linfático para a área da ferida, mas os glóbulos vermelhos e plaquetas
preenchem as partes capilares feridas. O aumento dos níveis de exsudado pode ser um
sintoma de infeção e aumento do edema.
Todas as amostras têm de ser identificadas com os dados demográficos do doente, data
e hora da colheita, identificação do produto, local anatómico da colheita (quando não
seja implícito na denominação do produto biológico). Estes dados condicionam a
metodologia laboratorial a utilizar.

Toda a amostra tem de se colocar em contentor


esterilizado. Eventualmente o produto pode ser enviado ao laboratório na própria
seringa com que foi colhido, sempre após retirar a agulha e desde que exista forma de
fechar a seringa com tampa estéril não perfurante ou cortante.

 O transporte ao laboratório e respetivo processamento deve ser o mais rápido


possível, no máximo até duas horas após a colheita ou refrigerar entre 2 a 8ºC
até 24h.

 As amostras que não são transportadas rapidamente ao laboratório, que estejam


contaminadas com flora mista da pele, ou que contenham microrganismos de
colonização, conduzem a falsos resultados com o consequente diagnóstico
clínico e respetiva terapêutica incorretos.
Amostras de Sangue

Os tubos de sangue devem ser transportados na vertical e de forma segura num


recipiente adequado, preferencialmente com dupla contenção.

Almofadar os tubos durante o transporte, para que, estes sejam sujeitos o menos
possível a oscilações para impedir a lise dos glóbulos vermelhos.

Deverá haver papel absorvente suficiente em volta dos tubos de sangue de forma a
absorver todo o líquido em caso de extravasamento. O recipiente externo deverá conter
a identificação do centro de recolha, a pessoa a contactar em caso de problemas, o
recetor e as seguintes inscrições:

 Material biológico;

 Manusear com cuidado;

 Símbolo de perigo biológico;

Amostras de Líquido Cefalorraquidiano

A colheita depende do local anatómico, mas deve seguir-se sempre uma técnica
asséptica. Para o estudo bacteriano é recomendado um volume mínimo de amostra de 1
ml. Para a pesquisa de micobactérias ou fungos é necessário, quando possível, um
volume superior (10 a 20 ml).

Condições de recolha:

 Colher para recipiente esterilizado seco com tampa de rosca;

 Para pesquisa de anaeróbios, utilizar um meio de transporte próprio;

 Enviar de imediato ao laboratório, não refrigerar;

 Adicionalmente, quando indicado e protocolado com o laboratório, podem fazer-


se colheitas com inoculação em frasco para Hemocultura, o que não dispensa o
envio de produto para exame direto ou outros estudos laboratoriais;

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