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Documento de controlo
Siglas e Abreviaturas
ÍNDICE
Introdução .................................................................................................................................................. 5
Objetivos Gerais ......................................................................................................................................... 6
Organização dos Serviços na USF ............................................................................................................... 7
Secretariado Clínico ................................................................................................................................ 7
Registos Médicos .................................................................................................................................... 7
Registos de Enfermagem ...................................................................................................................... 10
Monitorização e Avaliação ....................................................................................................................... 12
Referências Bibliográficas ........................................................................................................................ 13
Introdução
Atualmente, o processo clínico do utente tende a ser exclusivamente eletrónico, sustentado num
sistema integrado de informação interinstitucional. A nossa unidade utiliza os diferentes programas
informáticos disponibilizados pelo Ministério da Saúde, sendo o programa SClínico a principal ferramenta
para os registos clínicos.
De forma a assegurar e melhorar a qualidade dos registos clínicos, que por sua vez possa permitir a
prestação de melhores e mais seguros cuidados de saúde, temos por base as recomendações e
classificações oficiais mais recentes. Pretende-se que toda a equipa da unidade adote os mesmos
procedimentos orientadores para uma mais fácil uniformização dos registos.
É neste contexto que surge este documento, em concordância com o manual de procedimentos, para
todos os profissionais da nossa Unidade de Saúde Familiar (USF), e devidamente adaptado à realidade da
nossa comunidade e aos recursos disponíveis.
Objetivos Gerais
Secretariado Clínico
Apesar de os registos clínicos serem apenas realizados pela equipa médica e de enfermagem, o
secretariado clínico é o rosto da equipa, à entrada nos serviços. O acolhimento, a correta identificação do
utente, a orientação e a informação prestadas à chegada, facilitam todo o percurso seguinte.
Registos Médicos
Os registos clínicos médicos têm diversos objetivos, como permitir acesso rápido aos dados do utente,
a anotação contínua de todos os problemas, a contabilização de frequência de consultas, a obtenção de
dados de forma a planear intervenções preventivas e ainda permitir a formação contínua do médico.
Pretende-se que os registos clínicos sejam simples, acessíveis, completos e estruturados, permitindo
obter rapidamente uma compreensão dos problemas de saúde mais relevantes, oferecendo um suporte
fundamental para o raciocínio e decisão clínica.
Em Medicina Geral e Familiar (MGF), é privilegiada a organização dos registos segundo o método
Registo Médico Orientado por Problemas (RMOP) compreendendo quatro componentes: Base de Dados,
Lista de Problemas, Folha de Consulta (com notas e plano de seguimento) e ainda eventuais folhas de
resumo/fluxogramas/etc. (este último não suportado no processo clínico eletrónico do SClínico).
Preconiza-se para as notas e plano de seguimento, uma anotação simplificada, baseada em quatro
itens: Subjetivo (S), Objetivo (O), Avaliação (A) e Plano (P).
As Codificações/Classificações segundo ICPC-2 devem constar nos registos clínicos em formato SOAP
nos campos S, A e P do método clínico em utilização.
Para o “S”:
• Deve ser indicado o motivo que trouxe o utente à consulta, de preferência citando as palavras do
utente “sic”;
• Caso seja uma consulta por iniciativa médica ou uma consulta de rotina esse registo deve estar
explícito;
• Pode conter informações que o médico questiona para melhor caracterização do quadro;
• Quando houver vários motivos de consulta, estes podem ser numerados ou mesmo
hierarquizados, indo ao encontro da agenda do utente;
• “O quê”, “como”, “desde quando”, “perceção sobre o que lhe aconteceu”; “o que foi feito”
representam algumas das clarificações que devem constar nesta secção, bem como a revisão de aparelhos
e sistemas, por exemplo “nega outros sinais ou sintomas”;
• Deve incluir, sempre que possível, expectativas, preocupações e receios na ótica do utente, bem
como eventuais questões colaterais ou independentes (ex. “agendas ocultas”).
Para o “O”:
• Deve conter dados do exame objetivo orientado para o(s) problema(s) em questão/motivos de
consulta, bem como outros pontos notados pelo médico durante o exame físico;
• Pode conter noção da evolução da situação, por exemplo, melhorado relativamente à última
consulta.
Para o “A”:
• A classificação em A pode passar para problema ativo ainda que o diagnóstico não esteja
estabelecido, mas com a nota: “em estudo”/”em investigação”, ou seja diagnóstico ainda não confirmado;
• Em caso de necessidade e nas situações em que a codificação usada de acordo com o que está
disponível na ICPC 2 seja considerada insuficiente pelo médico, este poderá à frente da mesma usar
termos descritivos.
Para o “P”:
• Importante detalhar o Plano, ainda que de forma simplificada, incluindo explanação sucinta sobre
o explicado: Plano terapêutico (farmacológico e/ou não farmacológico) acordado; MCDT pedidos e plano
relativamente a intervenções futuras dependendo dos resultados, recomendações e educação para a
saúde (incluindo procedimento 45); combinações para recordar no futuro e retomar nas consultas
posteriores; procedimentos administrativos (CIT e outros documentos); planificação de cuidados
(agendamento de consultas e referenciação).
Registos de Enfermagem
São elaborados com base na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Esta
linguagem classificada e o seu processo de concetualização permitem codificar diagnósticos de
enfermagem e intervenções de acordo com o programa de saúde associado. Retratam, classificam e
permitem avaliar o exercício profissional dos enfermeiros. Desta forma é possível uniformizar e garantir
a qualidade dos registos clínicos de enfermagem.
Avaliação Inicial:
Programas de saúde:
Processo de enfermagem:
• Colher os dados através das intervenções de diagnóstico (do tipo avaliar), abrir os focos de
atenção, elaborar os diagnósticos de enfermagem e definir as intervenções de enfermagem;
Mapa de cuidados:
Alertas:
Monitorização e Avaliação
De forma aleatória, serão selecionadas x consultas médicas e de enfermagem para cada profissional e
num determinado período de tempo, para posterior verificação dos registos.
A definição dos critérios de avaliação e monitorização dos registos clínicos deve ter por base os
seguintes parâmetros, ficando a equipa de auditores responsável pela sua seleção e verificação.
• Realização efetiva de todos os registos clínicos de cada consulta e/ou tratamento, incluindo
visitas domiciliárias;
• Caso seja uma consulta por iniciativa médica ou uma consulta de rotina esse registo deve estar
explícito no “S” no registo médico;
• Registo efetivo de resultados de meios complementares de diagnóstico ou conteúdo de cartas
de outros profissionais de saúde ou entidades no “O”, quando aplicável;
• Registo, em diferido e em campo próprio, do resultado das citologias, e dos
eletrocardiogramas, MAPA’s e espirometrias realizados na unidade/ACES;
• Codificação do procedimento 45 no “P”, quando aplicável durante a consulta médica;
• Registo das intervenções “ensinar”, “instruir”, “informar” ou “treinar”, quando aplicável
durante a consulta de enfermagem;
• Abertura do respetivo programa de saúde que será alvo de intervenção, seja em consultas de
risco (diabetes e hipertensão), em consulta de grupos vulneráveis (saúde materna, saúde
infantil e planeamento familiar), ou em consulta de rastreio (rastreio oncológico);
• Preenchimento o mais completo possível, de forma adequada e pertinente, de todos os
campos informáticos dentro de cada programa de saúde;
• Registo dos alertas pertinentes nas fichas dos utentes, nomeadamente alergias, de modo a
minimizar o erro clínico por desconhecimento, assim como as observações consideradas
relevantes em campo próprio de escrita livre.
Referências Bibliográficas
• Caeiro R., Registos clínicos em medicina familiar. Lisboa, Instituto de Clínica Geral da Zona Sul,
1991;
• Direção-Geral da Saúde;