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quais: • Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológicas; •
Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final
de cada registro; • Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços; • Conter
observações efetuadas, cuidados prestados, sejam eles os já padronizados, de rotina e
específicos; • Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente aos cuidados prescritos
pelo enfermeiro, intercorrências, sinais e sintomas observados; • Devem ser registradas após o
cuidado prestado, orientação fornecida ou informação obtida; • Devem priorizar a descrição
de características, como tamanho mensurado (cm, mm, etc.), quantidade (ml, l, etc.),
coloração e forma; • Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito,
pouco, etc.); • Conter apenas abreviaturas previstas em literatura; • Devem ser referentes aos
dados simples, que não requeiram maior aprofundamento científico. Não é correto, por
exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados referentes ao exame físico do
paciente, como abdome distendido, timpânico; pupilas isocóricas, etc., visto que, para a
obtenção destes dados, é necessário ter realizado o exame físico prévio, que constitui ação
privativa do enfermeiro.
O objeto de trabalho da enfermagem é o cuidado. Cuidado esse que deve ser prestado de
forma humana e holística, e sob a luz de uma abordagem integrada, não poderíamos excluir o
cuidado emocional aos nossos clientes, quando vislumbramos uma assistência de qualidade.
Ao cuidarmos de alguém, utilizamos todos os nossos sentidos para desenvolvermos uma visão
global do processo observando sistematicamente o ambiente e os clientes com o intuito de
promover a melhor e mais segura assistência. No entanto, ao nos depararmos com as rotinas e
procedimentos técnicos deixamos de perceber importantes necessidades dos clientes
(sentimentos, anseios, dúvidas) e prestar um cuidado mais abrangente e personalizado que
inclua o cuidado emocional.
Prontuário médico e anotações de enfermagem
Em tal documentação deve constar a anamnese, o exame clínico, a prescrição terapêutica, os
relatórios de enfermagem e de outros serviços, descrição de cirurgias, ficha anestésica,
exames de qualquer natureza, e ainda deve ser minuciosa na descrição das circunstâncias em
que os mesmos foram realizados.
A preocupação com a boa qualidade do prontuário médico deve fazer parte da rotina das
instituições de saúde, mormente aquelas de cunho universitário, cujo papel de formação deve
ser instituído de forma plena e de elevada categoria, a fim de atender aos anseios de uma
sociedade cada vez mais exigente.
Nos Estados Unidos da América, os registros têm se tornado num dos temas mais
desafiadores na enfermagem, pois denota a qualidade do cuidado prestado e subsidia os
financiamentos e reembolsos pelas instituições seguradoras.
No Brasil, sabe-se que os registros de enfermagem ainda não são considerados de maneira
significativa no que tange a pagamentos na assistência à saúde, entretanto é um importante
instrumento que pode e deve ser consultado em situações que envolvem aspectos legais e/ou
éticos, científicos, educacionais e da qualidade do cuidado.
De acordo com o COREN/PR apud MAZZA et al. (2001, p. 141), “O profissional auxiliar ou
o técnico de enfermagem são responsáveis pela execução dos registros dos clientes que estão
sob seus cuidados” acrescenta ainda que “ao enfermeiro também compete executar as
anotações de enfermagem quando pertinente”. Percebe-se que a legislação não estabelece a
obrigatoriedade do enfermeiro em efetuar anotações, o que de certo modo oferece espaço para
que esse compromisso por parte dos profissionais não seja tão rigoroso.
Ao sugerir medidas para uma documentação efetiva na enfermagem, MARTIN (1994, p. 63) e
DANIEL (1981, p. 92) respectivamente enunciam: “pouca documentação sugere má prática
na enfermagem”, “Informação não registrada é informação perdida”.
A estrutura (aqui entendida como a presença de dados que identifica o profissional que
efetuou o registro, o momento e a seqüência lógica dos dados), também se mostra deficitária.
Quanto ao conteúdo (objetividade, clareza, referência a algum fato ou alguma atividade ligada
ou não diretamente ao cliente, erros de grafia e uso de siglas e abreviações), também não
correspondem com as necessidades apontadas na literatura.
Com o intuito de fornecer subsídios para futuras discussões e reflexões acerca dos registros de
enfermagem na promoção da qualidade e da efetividade do cuidado é que se propôs a
realização deste estudo, o qual objetiva analisar as anotações/registros efetuadas pela equipe
de enfermagem de um hospital-escola.
Para todos os clientes internados (exceto aqueles do Pronto Socorro), a enfermagem executa a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é composta de 3 fases: Histórico de
Enfermagem, Prescrição e Evolução. Assim, a Evolução de Enfermagem, é efetuada
exclusivamente por enfermeiros. Já, os Relatórios de Enfermagem são redigidos pelos
profissionais de nível médio (Auxiliar de Enfermagem - AE). Vale lembrar que, na UTI,
durante um turno/plantão, o cliente deve ter ao menos uma Evolução e um Relatório de
Enfermagem. Já, nos setores abertos (neste caso na Clínica Médica e na Cirúrgica), o número
exigido de Evolução em vinte e quatro horas é de apenas uma, já os Relatórios, devem ser
redigidos a cada plantão.
No que se refere ao horário dos registros, CASTILHO & CAMPEDELLI (1989, p.62)
afirmam: “Toda anotação deve ser precedida de horário, colocando-se a data na primeira
anotação do dia”. De acordo com MAZZA et al. (2001, p.142), as anotações devem ser
iniciadas “... mencionando corretamente os horários (hora e minutos) da realização de cada
procedimento, de forma a evitar ambigüidades...”. Nessa perspectiva, observa-se que as
anotações dos profissionais em estudo, por não estarem acompanhadas dos horários, podem
dificultar ou inviabilizar a apuração de ações judiciais ou auditorias, perdendo assim o sentido
a que serve. Segundo OLIVEIRA et al., (2005, p.55) “a comunicação deve ser considerada
dentro do seu contexto de ocorrência, ou seja: onde, como e quando ela ocorre”, para não ser
prejudicada, pois na assistência à saúde “ela deve ser planejada para cada interação e
adequada a cada paciente“.
A questão do erro na redação é enfocada por autores como MARTIN (1994) que, ao abordar
sobre os registros de enfermagem, segundo o ponto de vista jurídico, sugere para que os
mesmos sejam efetuados de maneira objetiva, clara e sem erros. Para que se suprimam as
possibilidades de erros na comunicação da equipe, MARCOLINO et al. (2004) apontam que o
setor de Educação Continuada da instituição deve se empenhar no desenvolvimento de
habilidades de comunicação dos trabalhadores, visando sempre o cuidado individual, contínuo
e de qualidade.
Com relação à existência de espaços em branco entre uma anotação e outra ,um dos itens mais
enfatizados no ambiente escolar, quando se aborda o tema registros, muitos profissionais
desconsideram os riscos que faltas desse tipo podem provocar e, insistem em deixar grandes
espaços em branco. Nesse aspecto, MAZZA et al. (2001) ressaltam a importância do aspecto
legal dos registros, não sendo permitido, portanto, rasuras nem espaços em branco entre as
anotações.
Em relação à alguns tipos de comentários/críticas ao cliente,no contexto da avaliação da
qualidade das anotações de enfermagem, além da objetividade, as anotações não devem
explicitar “... preconceitos, valores, julgamentos ou opinião pessoal”.
O que anotar?
Admissão:
• Condições de higiene;
(mensuração de sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação de grades,
etc.);
• Orientações prestadas.
Pré-operatório:
• Tempo de jejum;
• Orientações prestadas;
• Esvaziamento de bexiga;
• Administração de pré-anestésico;
Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação, conforme
prescrição ou rotina institucional.
Trans-operatório:
• Orientações prestadas;
Pós-operatório:
• Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, tremores,
hipotensão, etc.);
• Orientações prestadas;
Transferência de unidade/setor:
• Motivo da transferência;
• Data e horário;
• Queixas.
Alta:
• Data e horário;
• Orientações prestadas.
Óbito:
• Data e horário;
Importante relembrar que todos os procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, que
devem ser registrados nas Anotações de Enfermagem, quando realizados por profissionais de
nível médio de enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por
profissionais habilitados e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manualde rotina
da instituição.
Dieta:
• Indicar dieta oferecida (geral, leve, branda, pastosa, hipossódica, para diabéticos, dieta por
sonda);
• Recusa – indicar o motivo (disfagia, mastigação dolorosa, falta de apetite, náusea, etc.);
Obs.: No caso de dietas administradas via sonda, importante citar os cuidados prestados antes
e após a administração, conforme prescrição (decúbito elevado, lavagem após administração
da dieta, etc.).
Diurese:
Evacuação:
• Queixas.
Mudança de decúbito:
• Horário;
• Sinais e sintomas observados (alterações cutâneas, etc.).
Higienização:
• Data e horário;
• Material utilizado.
Higiene íntima:
Higiene oral:
• Presença de prótese total/parcial (caso seja necessário sua retirada, identificar e entregar ao
responsável da família ou do hospital);
Curativo:
• Local da lesão;
• Data e horário;
Dreno:
• Local e tipo;
• Local da inserção;
• Data e horário;
• Dispositivo utilizado;
Dor:
• Localização e características;
Intercorrências:
• Descrição do fato;
Obs.: Se a Anotação de Enfermagem traz dados constantes e variáveis a respeito dos cuidados
prestados ao paciente, não há que se falar em padronização do conteúdo e sim em diretrizes
que poderão trazer ao profissional de enfermagem mais segurança. Nada impede a criação de
um roteiro como o apresentado anteriormente, porém, o profissional deverá ficar alerta quanto
ao seu uso de forma individual, para cada caso.
Administração de medicamentos:
Atenção: Somente a checagem do(s) item(ns) cumpridos(s) ou não, através de símbolos, como
/, pou , respectivamente, não cumpre(m) os requisitos legais de validação de um
documento, conforme mencionado no capítulo "Conceitos", por isso a importância de
registrar, por escrito, na Anotação de Enfermagem a administração ou não da medicação.
• Se injetável, também registrar o local onde foi administrado: IM (glúteo, deltóide, vasto
lateral, etc); EV (antebraço, dorso da mão, região cefálica, membro inferior, etc), SC
(abdome, região posterior do braço, coxa, etc) e ID. Não esquecer de fazer referência se do
lado esquerdo ou direto;
Anotações do pré-operatório
Admissão
111111-AE -----------------------------------------------------------------------------
Realizada punção venosa no dorso da mão esquerda, com jelco nº 22, conforme prescrição de
enfermagem e instalados itens 1 e 2 da prescrição médica. Maria Joana da Silva – COREN-
SP-111111-AE ----------------------------
Mensurado T=36,8ºC. Relata ter aceitado toda a dieta (almoço). Maria Joana da Silva –
COREN-SP-111111-AE ------------------------------------------------------
111111-AE --------------------------------------------------------------------------------
Solicitou auxílio para ir ao banheiro, apresentou diurese com coloração concentrada. Maria
Joana da Silva – COREN-SP-111111-AE ----------------------
10h30-Em jejum desde as 22h. Realizada tricotomia em região perianal. Julieta Soares
COREN-SP-98760-AE --------------------------------------------------------------------
7h00
7h30
8h30
20
Anotações no trans–operatório
Posicionada em decúbito dorsal na mesa cirúrgica e apoiados MMII nas perneiras. Áurea da
Paixão – COREN-SP-8765-TE ---------------------------
Passado SVD nº 14, saída de urina amarela clara. Dra. Maria de Lourdes Mendes
COREN-SP-8888 ------------------------------------------------------------------------
Início do ato cirúrgico. Equipe médica composta pelos profissionais: 1º Cirurgião: Dr. Joarez
da Silva CRM 0000 SP cirurgia geral, 2º Cirurgião:
Dr. Elias Freitas CRM 00000 SP cirurgia geral, Anestesista: Dr. Rodolfo Pontes
CRM 0000 SP anestesiologia. Áurea da Paixão – COREN-SP-8765-TE------------
Paciente transferida para a Clínica Cirúrgica, em maca, pelo Auxiliar de Enfermagem Renato
Santos. Áurea da Paixão – COREN-SP-8765-TE -----
8h30
8h40
8h45
8h50
8h55
9h00
9h20
9h30
9h35
10h30
10h40
21
Anotações do pós-operatório
Transferida da maca para a cama, posicionada em decúbito lateral
11153-AE --------------------------------------------------------------------------
10h45
12h00
12h15
13h00
14h30
14h35
14h40
14h45
22
Considerações finais
ser uma ciência, passando ao simples cuidar prestado sem qualquer direcionamento, gerando
Anotação Evolução
auxiliar de enfermagem)