Você está na página 1de 166

Município de Itaipulândia

Secretaria de Educação


ANO ENSINO FUNDAMENTAL

HISTÓRIA
EDUCAR E SABER
Município de Itaipulândia
Secretaria de Educação

3° ANO ENSINO FUNDAMENTAL

HISTÓRIA
EDUCAR E SABER

É PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL


OU PARCIAL DESTA OBRA,
DESDE QUE CITADA A FONTE.

IMPRESSO NO BRASIL
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Material produzido, em sua 1ª versão em 2019,
para distribuição em 2020, por Eliane Viana, com
participação dos professores:
Janaína Menzel
Janice Lopes
Márcia Krackhecke Todescatto
Márcia Regina Protti Schmidt
Neiva Maria da Silva Teixeira
Odete Marisa Kluge
Patrícia Piano Schirmer
Silvana Segatto
Vanice Inês Engel Seffrin

Material reorganizado em 2021, para distribuição


em 2022, por Eliane Viana, com participação dos
professores:
Andreia Witcel Gonçalves
Celso Klehm
Diefferson Rafaello João Meyer
Eliane Trevisan Carvalho
Ionara Inácio Butzge
Janice Lopes
Márcia Eliane Heck Ferreira
Marilei Rosane Schneidt
Odete Maria Beuren
Silvana Segatto

Prefeita
Cleide Inês Griebeler Prates

Secretária de Educação
Veronica Szerwiski Rui

Revisão Ortográca
Maria Lourdes Hilgert Kräulich

Professor Orientador
Amilton Benedito Peletti

Capa, Diagramação e Sumarização


Aline Wendling

SGRAFICA LTDA| Itaipulândia 2022


SUMÁRIO
UNIDADE 1 A FAMÍLIA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO E 5
ORGANIZAÇÃO

UNIDADE 2 TRABALHO COMO ATIVIDADE HUMANA 25

UNIDADE 3 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO E 37


ORGANIZAÇÃO

UNIDADE 4 AS PESSOAS E OS GRUPOS QUE COMPÕEM 49


O MUNICÍPIO

UNIDADE 5 APARECIDINHA DO OESTE...NOVO SONHO, 89


NOVO RETRATO!

UNIDADE 6 ITAIPULÂNDIA: IDENTIDADE E PATRIMÔNIO HISTÓRICO 121


E CULTURAL
UNIDADE 1
A FAMÍLIA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO E
ORGANIZAÇÃO

Ouça e acompanhe a letra da música a seguir:

Família
Titãs
Família, família
Família, família Vovô, vovó, sobrinha
Papai, mamãe, titia Família, família
Família, família Janta junto todo dia
Almoça junto todo dia Nunca perde essa mania
Nunca perde essa mania
Mas quando o neném fica doente
Mas quando a filha quer fugir de (Uô! Uô!)
casa Procura uma farmácia de plantão
Precisa descolar um ganha-pão O choro do neném é estridente
Filha de família se não casa (Uô! Uô!)
Papai, mamãe, não dão nem Assim não dá pra ver televisão
um tostão

Família êh! Família ah!


Família!
Família êh! Família ah!
Família!

Disponível em: https://www.letras.mus.br/titas/48973/

5
Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de
produção e organização
Você perceberá, no decorrer desse estudo, que o tema “Família”, também
está relacionado com a manutenção da vida humana. Por isso, é necessário
entendermos: Quais são as especificidades da vida humana? Quais são as
necessidades propriamente humanas? Como as pessoas suprem suas
necessidades? Sempre as suprem da mesma forma? Temos sempre as
mesmas necessidades?

Vida humana e as necessidades vitais


Estudamos anteriormente que VIDA é o tempo entre a concepção e a
morte de um organismo ou ser vivo. Mas para permanecer vivo, cada
organismo precisa estar em constante relação com o meio em que vive.
Um ser vivo, geralmente, passa por várias etapas, ou seja, nasce,
cresce, reproduz-se e morre. Para isso necessita de muitas coisas ou
condições para manter a existência e se desenvolver.
O ser humano, assim como todos os seres vivos, necessita nutrir-se,
abrigar-se, saciar a sede, entre outras coisas, para garantir a sua
sobrevivência.
Manter a VIDA é a primeira necessidade.

Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de


produção e organização

6
Na atividade anterior, é possível observar que, com o passar do tempo
e com as coisas que aprendemos com outras pessoas, vamos conseguindo
realizar várias atividades sozinhos e que, ao nascermos, somos totalmente
dependentes dos adultos que vivem conosco.

A importância do grupo familiar


Manter-se vivo não é algo simples, pois demanda muitas condições
para que isso ocorra. Quando se trata de um ser humano, é algo muito mais
complexo.
Vejamos: uma criança, ao nascer, não consegue fazer quase nada
sozinha, ou seja, está totalmente dependente dos adultos, pois são eles que
irão ou deverão providenciar tudo que é fundamental para garantir a
continuidade da vida desse ser tão indefeso.
A dependência da criança é uma das várias situações que nos indicam
que vida humana é sempre uma produção coletiva, pois, a partir da relação
com outras pessoas mais experientes, desenvolvemos e definimos nossos
gostos, preferências e algumas das nossas características. Além disso, as
coisas que utilizamos em nosso dia a dia, sejam roupas, calçados,
alimentos, materiais escolares, entre outros, resultam do trabalho de muitas
pessoas.
Como somos seres vivos, necessitamos atender às nossas
necessidades vitais e, quando ainda não temos condições para isso, é a
família que possibilita a manutenção da vida, através do trabalho de seus
membros e de muitas outras pessoas.
A música “Família”, menciona o fato de fazer as refeições juntos e
atender à criança que ficou doente. É isso que, normalmente ocorre, pois é
através do primeiro grupo de convívio (grupo familiar) que são atendidas às

7
necessidades referentes à alimentação, abrigo, saúde, entre outras. Além
das coisas que precisamos para sobreviver, é na família que, geralmente,
recebemos carinho, amor, aprendemos a ter responsabilidades e a respeitar
as outras pessoas.
Por isso, é por meio da família, primeiramente, que uma pessoa
garante sua sobrevivência e aprende a se relacionar com outras pessoas.

Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de


produção e organização

Convivência enquanto necessidade humana


Conviver significa ter contato diário ou frequente com alguém, ou seja,
viver junto. Antes mesmo do nosso nascimento, fizemos parte de diversos
grupos de convivência. Como vimos, para a maioria das pessoas, a família
é o primeiro grupo de convívio. Quando vamos crescendo e nos
desenvolvendo, frequentamos outros grupos como a escola, igrejas, clubes,
associações, entre outros. Isso ocorre porque a vida humana é também
caracterizada pela constante relação com os outros.
Ao frequentar e interagir nas diversas instituições sociais existentes,
aprendemos cada vez mais e desenvolvemos a nossa forma de ser, agir e
pensar. Na instituição familiar, aprendemos muitas coisas como valores,
formas de comportamento, hábitos, sentimentos e são definidas várias
características físicas, sociais e intelectuais que nos identificam. São os
nossos pais que, geralmente, nos dão proteção, definem o nosso nome e o
nosso sobrenome, dentre outras coisas.
Todas as famílias, como já estudamos, precisam de recursos
financeiros para se manter. Os pais, na maioria das vezes, são os

8
responsáveis pela satisfação das necessidades de seus filhos. Além dos
recursos para manter-se vivo, um filho precisa de atenção, carinho e
orientações dos pais.
Para conviver, uma família também precisa de normas e regras para
a organização das atividades diárias. É importante que cada pessoa que faz
parte da família exerça uma função e colabore nas atividades familiares,
para que haja uma boa convivência e bem-estar coletivo.
Por isso, constituir uma família não é algo simples e fácil, pois é
necessário, em primeiro lugar, assumir a responsabilidade de garantir a vida
de outras pessoas, além da sua própria. Também é preciso a criação de
vínculos e uma relação respeitosa para um grupo de pessoas constituir-se
como uma família.

Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de


produção e organização

Mudanças ocorridas nas instituições familiares

As imagens a seguir retratam aspectos de como eram as famílias de


antigamente.

9
FAMÍLIAS DE ANTIGAMENTE

Família Gewehr – Vindos para localidade de Sol de Maio no ano de


1948.
Procedência: Família Gewehr.

Família Krieger – Ela era Argentina descendente


de indígenas e ele Alemão vindo para Sol de
Maio durante a década de 1920.
Procedência: Família Krieger.

10
Família Hilgert (1973) – Localidade de Lindamar.

Família Gross – década de 1970 – localidade de Cristo Rei

11
Converse com seus colegas sobre os aspectos observados.

Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de


produção e organização

A vida das famílias no início do processo de formação das


comunidades locais

Como era a vida das famílias que chegaram ao atual território de


Itaipulândia há mais de 40 anos? Como se relacionavam? Quais eram as
dificuldades enfrentadas? As famílias eram mais ou menos numerosas?
Como eram suas moradias? Quais eram as condições de sobrevivência?
Como adquiriam seus alimentos, vestimentas, água, entre outras
necessidades?

As primeiras famílias que vieram morar no atual território do município


nas décadas de 1960 e 1970 enfrentaram muitas dificuldades. Um dos
desafios iniciais era abrir picadas em meio à mata até o local onde a terra
havia sido comprada, pois não havia infraestrutura nenhuma. As estradas e
lavouras eram abertas através do trabalho braçal com uso do machado, da
foice, da serra braçal e do facão. Motosserra era um produto de luxo que os
desbravadores não tinham condições de comprar.

12
Derrubada de árvore em São José do Itavó (década
de 1970).
Procedência: Clemes Scarpato

Famílias da região construindo uma ponte durante - década de 1960.


Procedência: Waldomiro Klos.

13
Valdir Heindrickson na localidade de Esquina Gaúcha em 1968.
Procedência: Família Heindrickson.

Outro desafio era a construção da casa. As casas eram feitas, em sua


maioria, de tábua lascada, cobertas de tabuinha e de chão batido.

Propriedade de Jorge Heindrickson, em 1961, que chegou à Esquina Gaúcha no


ano de 1959.
Procedência: Família Heindrickson.

14
Justino Germann e família na localidade de Buriti no final da década de 1960.
Procedência: Família Germann de Matos.

As condições de sobrevivência eram muito difíceis nos primeiros


tempos. As pessoas precisavam fazer as necessidades fisiológicas na mata.
Um tempo depois, o governo começou a incentivar a construção de
privadas, com o objetivo de controlar o índice de verminose. Cada família
tinha uma forma diferente de organização na chegada à nova terra. Em
alguns casos, o marido vinha antes para construir uma “casa”, outros se
alojavam em galpões de conhecidos até organizar um lugar para morar,
outros ainda armavam barracos cobertos com lona ou capim.
Pela dificuldade de se conseguir madeira beneficiada, muitos
agricultores traziam a madeira junto com a mudança, principalmente os
colonos que vinham do sudoeste do Paraná.
O trabalho coletivo era fundamental. Com esta prática eles tornavam
mais rápidos os trabalhos e facilitavam a vida uns dos outros. Um dos
exemplos disso era a mudança, pois as famílias se organizavam e vinham
em duas ou três no mesmo caminhão para reduzir os custos. Da mesma
forma, para derrubar o mato e preparar a terra para o plantio, os colonos se
ajudavam mutuamente ou trocavam dias de serviço.

15
Agricultores trabalhando coletivamente.
Procedência: Waldomiro Klos
.

1ª casa de comércio construída em Itacorá; Lozardo Cazuni - 1962.


Procedência: Waldomiro Klos.

16
As famílias plantavam para a subsistência (milho, mandioca, feijão,
hortaliças, árvores frutíferas), juntamente com a criação de bovinos e
suínos, basicamente para a sustento, além do cultivo do fumo para a
comercialização. As pessoas tinham que se locomover para outros lugares
para adquirirem produtos comercializados e prestação de serviços.
Naquela época, todas as pessoas da família tinham tarefas a cumprir.
Normalmente, os homens eram responsáveis pelo trabalho mais pesado
(abrir roças, estradas, preparo da terra; e as mulheres cuidavam dos
afazeres domésticos (fazer a comida, limpar a casa, ordenhar as vacas,
costurar roupas para toda a família, cultivar a horta, entre outras). As
crianças, desde muito cedo, auxiliavam os pais nas atividades diárias.
Normalmente, os problemas de saúde eram amenizados a base de
remédios caseiros, a iluminação era por meio de lampiões a querosene e a
água era adquirida através de poços feitos pelos próprios moradores.

Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de


produção e organização

As famílias são diferentes


As famílias são muito diferentes umas das outras. São formadas de
pessoas ligadas por laços de parentesco, casamento ou adoção. Muitas
crianças não convivem com seu pai ou com sua mãe, mas com uma pessoa
que exerce o papel de responsável. Há famílias também que já perderam
algum ente por motivos de acidentes, doenças e/ou outros fatores.
Como observamos nas imagens anteriores, nos tempos atuais, as
instituições familiares, geralmente, são pequenas, possuem necessidades

17
diferentes e enfrentam problemas diferentes. Temos o exemplo de casais
que, inclusive, por motivos diversos, escolhem não ter filhos.
Muitas crianças são abandonadas e passam a morar em orfanatos ou
casas de abrigo. Algumas conseguem ser adotadas e, assim, têm nova
oportunidade de fazer parte de uma família, receber carinho, proteção e
educação. Outras famílias vão se constituindo pelo pai, madrasta e pelos
filhos de cada um deles; outras pela mãe, padrasto e os filhos de relações
anteriores e, outras ainda, são formadas por avós e netos. Temos ainda
exemplos de filhos que moram somente com a mãe ou somente com o pai,
entre outros.
As diferenças entre as famílias também derivam das condições
financeiras. Umas conseguem oferecer melhores condições de vida, acesso
a variadas formas de lazer, como: passeios, viagens, brinquedos, entre
outras. Outras, por sua vez, não conseguem nem oferecer o mínimo
necessário para a sobrevivência, necessitando da solidariedade de outras
pessoas e de auxílio das políticas sociais públicas.

Família de Buíque assistida pela Legião da Boa Vontade em Pernambuco.


Foto: LBV/Divulgação Disponível em:
https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2017/11/saiba-como-ajudar-
familias-carentes-neste-natal.html

18
Família recebendo doações da campanha do agasalho. Disponível
no site: https://www.tererenews.com/tjms-entrega-doacoes-para-
criancas-e-familias-carentes-da-capital/

Disponível em: https://bolsafamilia.biz/#!

São muitos os desafios para a manutenção de uma família. Ter uma


família é o direito de todo o ser humano, independente de como essa família
é constituída. Toda a família precisa ter condições materiais que possibilitem
a sobrevivência e acesso à qualidade de vida em todos os sentidos.

19
Caderno de atividades: Unidade 1 – A família como espaço de
produção e organização

Os desafios de se ter uma família


Constituir ou viver em família é uma necessidade humana, mas não é
algo fácil. Determinadas famílias enfrentam inúmeras dificuldades.
Geralmente, não há somente bons momentos presenciados ou vividos
nesse grupo e nem sempre cada um dos membros cumpre o seu papel por
motivos diversos.
Um dos problemas atuais é o pouco tempo que os pais ficam com
seus filhos, o que gera carência afetiva. Isso ocorre, geralmente, porque,
em algumas famílias, os pais precisam sair para trabalhar e as crianças
frequentam Centros de Educação Infantil. Outros deixam os filhos com
parentes e até mesmo com outras pessoas que não possuem vínculos
familiares ou contratam pessoas para cuidá-los. Por isso, o tempo que os
pais passam com seus filhos é muito curto.
Crianças de famílias com grande dificuldade financeira trabalham ou
pedem dinheiro na rua para auxiliar na renda familiar, apesar da lei que
proíbe o trabalho infantil.
Leia a machete e observe a imagem a seguir:

20
Para ajudar na renda familiar, crianças recorrem a lixão em Boa
Vista/RR
Aterro sanitário municipal fica a cerca de 12 km do centro da cidade. A
Prefeitura informou que está mapeando as famílias para buscar soluções.
Vanessa Lima Do G1 RR

Crianças disputam material reciclável com adultos no aterro sanitário


(Foto: Laudinei Sampaio/ Arquivo Pessoal). 30/08/2013 12h29 - Atualizado em 30/08/2013 12h29.
Disponível em: http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2013/08/para-ajudar-na-renda-familiar-criancas-
recorrem-lixao-em-boa-vista.html. Acesso em 03/10/2019.

21
Disponível em:
https://www.abcdoabc.com.br/abc/
noticia/trabalho-infantil-brasil-
ainda-tem-numeros-alarmantes-
77258
Acesso em 03/10/2019.

Disponível em:
https://www.saibamais.jor.br/trabalh
o-infantil-afeta-40-mil-criancas-e-
adolescentes-no-rn/
Acesso em 03/10/2019.

Além dos problemas financeiros que determinam a qualidade de vida


das pessoas, muitas crianças de hoje estão com dificuldade de aprender a
respeitar os adultos, sejam eles pais, professores ou outras pessoas que os
cuidam e são responsáveis por sua educação.

A inversão de papéis gera falta de respeito e dificuldades de seguir


regras importantes para a boa convivência em sociedade. Muitas vezes, as
crianças não compreendem as cobranças dos adultos, mas há
comportamentos, regras e normas necessárias para a vida em sociedade.

22
São os adultos as pessoas mais experientes para orientar e estabelecer as
regras e normas, e, em seguida, explicá-las e cobrar para que todos as
sigam.
Indiferente do tipo de família, cada pessoa que a compõe precisa
exercer a sua função no sentido cooperativo e agir com respeito e
afetividade. É comum ter desentendimentos no grupo familiar, afinal, cada
um gosta e quer fazer coisas diferentes em tempos diferentes, mas é preciso
muito diálogo para que possamos conviver da melhor forma possível. Os
pais não podem agir de forma violenta com seus filhos, mas têm a obrigação
de educá-los, ensinando a seguir as regras e os valores importantes para a
vida em grupos. Os filhos, por sua vez, devem respeitar e valorizar seus pais
e/ou responsáveis.

Discuta com seus colegas sobre as seguintes questões:


1. É fácil constituir uma família?
2. Que dificuldades as famílias enfrentam atualmente?
3. Todas as famílias possuem as mesmas condições financeiras? Por
que isso acontece?
4. Que regras estão presentes em seu ambiente familiar? Você
considera essas regras importantes?
5. Represente, através de desenho, um momento feliz e um momento
triste que você vivenciou com sua família.
6. Com ajuda de seus pais, complete a tabela que seu(ua) professor(a)
irá disponibilizar.

23
Leitura complementar

RETRATO DE FAMÍLIA
Carlos Drummond de Andrade

São visitas se divertindo


Este retrato de família numa sala que se abre pouco.
está um tanto empoeirado.
Já não se vê no rosto do pai Ficaram traços da família
quanto dinheiro ele ganhou. perdidos no jeito dos corpos.
Bastante para sugerir
Nas mãos dos tios não se percebem que um corpo é cheio de surpresas.
as viagens que ambos fizeram.
A avó ficou lisa e amarela, A moldura deste retrato
sem memórias da monarquia. em vão prende suas personagens.
Estão ali voluntariamente,
Os meninos, como estão mudados. saberiam -— se preciso —voar.
O rosto de Pedro é tranquilo,
usou os melhores sonhos. Poderiam sutilizar-se
E João não é mais mentiroso. no claro-escuro do salão,
ir morar no fundo dos móveis
O jardim tornou-se fantástico. ou no bolso de velhos coletes.
As flores são placas cinzentas.
E a areia, sob pés extintos, A casa tem muitas gavetas
é um oceano de névoa. e papéis, escadas compridas.
Quem sabe a malícia das coisas,
No semicírculo das cadeiras quando a matéria se aborrece?
nota-se certo movimento.
As crianças trocam de lugar, O retrato não me responde.
mas sem barulho: é um retrato. ele me fita e se contempla
nos meus olhos empoeirados.
Vinte anos é um grande tempo. E no cristal se multiplicam
Modela qualquer imagem.
Se uma figura vai murchando, Os parentes mortos e vivos.
outra, sorrindo, se propõe. Já não distingo os que se foram
dos que restaram. Percebo apenas
Esses estranhos assentados, a estranha ideia de família
meus parentes? Não acredito. viajando através da carne

24
UNIDADE 2
TRABALHO COMO ATIVIDADE HUMANA

O ser humano e as necessidades vitais


Apesar das diferenças em relação à composição, organização e
estrutura familiar em todos os tipos de família, tanto do passado quanto
do presente, as pessoas precisam trabalhar para adquirir o necessário
para a sua sobrevivência, pois se diferenciam dos outros animais, ou
seja, nós, seres humanos, precisamos produzir nossa existência.
Os outros animais realizam suas atividades vitais sempre da
mesma forma e, para isso, utilizam e usam somente o próprio corpo.
Observe o castor fazendo seu abrigo. Ele utiliza somente seu próprio
corpo e o faz sempre da mesma forma e com o mesmo tipo de matéria.

Ao contrário, o ser humano criou formas diferentes de adquirir e ou


produzir seu alimento, sua moradia, formas de defesa e proteção, entre
outras necessidades vitais.
As imagens a seguir representam alguns dos variados tipos de
moradias humanas.

25
O ser humano produziu e produz necessidades propriamente
humanas, como, por exemplo: construir casas de diferentes formas;
preparar os alimentos de diferentes maneiras (assados, cozidos, fritos,
temperados); se locomover com bicicletas, carros, cavalos, aviões, trens,
metrôs, etc. Quando as pessoas criam novas necessidades, mudam sua
forma de ser, agir e pensar.
As diferenças na forma de manter a vida só foram possíveis devido ao
trabalho. O trabalho é a condição básica e fundamental de toda a vida
humana. Através dessa atividade, as pessoas, ao longo do tempo, foram
transformando as coisas da natureza. Ou seja, mudando a forma da matéria.
Veja alguns exemplos:
Leite

Queijo Iogurte Doce de leite

26
Madeira

Mesa Casa Papel

Vimos nos exemplos anteriores que a atividade humana


muda/modifica a forma ou utilidade de um determinado ser, criando algo
diferente.
Observe as imagens a seguir:

27
Famílias construindo uma ponte - década de 1960.
Procedência: Waldomiro Klos.

As imagens retratam um grupo de pessoas que vieram reocupar as


terras do atual município em 1960.

O que estavam fazendo? Que materiais utilizaram? De onde


adquiriram esse material? Eles estavam trabalhando? Por quê? Qual era o
objetivo desse trabalho? Que ferramentas utilizavam?

Sabemos que essas pessoas estavam trabalhando, pois realizaram


uma ação consciente, logo, sabiam o que estavam fazendo. Isso porque, na
realização de um trabalho, o ser humano consegue antecipar, em
pensamento, o que precisa fazer. Ou seja, organiza mentalmente a imagem
do produto final e a ação a ser realizada. Os outros animais fazem suas
atividades de forma instintiva.
Outro aspecto importante é que, diferente dos outros animais, o ser
humano produz coisas que o auxiliam na realização do trabalho. Esses

28
meios, que vão sendo transformados com o desenvolvimento tecnológico,
aumentam a força humana.
Veja alguns instrumentos de trabalho utilizados pelas famílias que
vieram para a nossa região na década de 1960 e 1970.

Valdir Heindrickson na localidade de Esquina Gaúcha em 1968.


Procedência: Família Heindrickson.

Agricultores reunidos para trabalhar (década de 1960).


Procedência: Waldomiro Klos.

29
Itacorá na década de 1970.
Procedência: Ari Cezar Dias Ramos.

O trabalho, assim, é uma atividade muito complexa que transforma a


natureza e também o próprio ser humano. Nem por isso ele deixa de ser
parte integrante da natureza.

30
Caderno de atividades: Unidade 2 – Trabalho como atividade
humana

Estrutura do trabalho

Indiferente da época histórica e do local, a atividade humana tem


sempre uma determinada estrutura. Identificamos essa estrutura quando
fazemos os seguintes questionamentos:

31
Esses questionamentos indicam que o trabalho é composto por vários
elementos: o objetivo/finalidade, a matéria-prima, as forças produtivas (força
de trabalho e meios de produção) e o produto.
Vamos analisar cada um desses elementos?
Toda forma de trabalho possui um objetivo, um motivo ou finalidade.
Como estudamos anteriormente, o ser humano produz mentalmente antes
de realizar concretamente ou materialmente. Cada trabalhador, ao executar
seu trabalho, tem uma finalidade.
Por isso, o objetivo das pessoas que aparecem na imagem anterior é
cortar aquela árvore. Antes mesmo de efetuar o corte da árvore, os
trabalhadores já planejaram mentalmente essa ação.
Veja outros exemplos:
 O trabalho da faxineira tem como finalidade limpar a casa.
 O trabalho do motorista tem como finalidade transportar as pessoas.
 O trabalho do veterinário tem como finalidade cuidar da saúde dos
animais.

A matéria-prima e as forças produtivas


As formas de matérias encontradas na natureza e utilizadas pelos
seres humanos na produção de coisas para satisfazerem suas
necessidades são chamadas de matéria-prima.

Caderno de atividades: Unidade 2 – Trabalho como atividade


humana

32
Veja outros exemplos:
 A matéria-prima do tijolo é a argila.
 A matéria-prima do açúcar é a cana-de-açúcar.
 A matéria-prima da gasolina é o petróleo.
 A matéria-prima do vidro é a areia.

Para conseguir transformar a matéria-prima, o ser humano necessita


de várias coisas para auxiliá-lo nesse processo. A tudo que é utilizado
chamamos de Forças Produtivas.
Força Produtiva é compreendida como força de trabalho (física e
mental) e os meios de produção (instrumentos, ferramentas, máquinas).

33
Os meios de produção são o conjunto de recursos utilizados no
trabalho das pessoas para transformar as coisas da natureza, com a
finalidade de produzir algo para satisfazer suas necessidades. Esses meios
aumentam ou potencializam a força humana.

Caderno de atividades: Unidade 2 – Trabalho como atividade


humana

Produto do trabalho

Toda a ação humana tem também uma consequência ou um resultado


que chamamos de produto. Todo o produto, portanto, é efeito do processo
de trabalho.
Apesar de todas as transformações que ocorreram na forma de
produzir e se relacionar, no processo de trabalho apresentado nas imagens
anteriores, o produto continua sendo o mesmo, a ponte.
Veja outros exemplos:

34
O produto do trabalho da confeiteira é o bolo.
O produto do trabalho do pedreiro é a obra concluída.
O produto do trabalho do marceneiro é o móvel.

O exemplo a seguir refere-se ao processo de trabalho do padeiro ao


fazer pão.
Leia-o com muita atenção!

O trabalho do padeiro tem como finalidade fazer o pão.


Para poder fazer o pão, ele precisa de vários ingredientes. Os
ingredientes são tipos de matérias que serão transformadas em outra
coisa, o pão. A matéria-prima é a matéria fundamental na produção de
determinado produto. No caso do pão, a matéria-prima é a farinha.
Também precisa de outros ingredientes, além da farinha.

O padeiro, além da sua força física e mental, precisará de muitos


recursos para transformar a farinha e demais ingredientes em um pão.

35
Além dos instrumentos e máquinas, o padeiro utiliza um local, energia
elétrica, mesa, dentre outras coisas que darão as condições materiais para
a realização do trabalho. Esses são exemplos de meios de produção.
O pão é o produto do trabalho do padeiro.

Caderno de atividades: Unidade 2 – Trabalho como atividade


humana

36
UNIDADE 3
A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Ouça a história que seu(ua) professor(a) irá ler:

1. Após a leitura da história, discuta sobre as questões a seguir:


a. Qual dos personagens é o narrador da história?
b. A escola de Marcelo fica longe ou perto do local onde ele mora?
c. Em que ano/segmento o personagem estuda e qual é o nome de
sua professora?
d. Quem vai com ele à escola?
e. Qual é a história que a professora de Marcelo contou para a
turma?
f. Segundo Marcelo, o que aprendemos na escola?
g. Segundo o relato de Marcelo, quais disciplinas ele estudou a partir
da leitura da obra: O rato do campo e o rato da cidade, contada
pela professora?

37
Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como
espaço de produção e organização

O que é escola?

A escola é uma instituição que tem como função ensinar os


conhecimentos mais elaborados que os seres humanos produziram. Esses
conhecimentos são organizados em conteúdos escolares, distribuídos em
disciplinas/áreas como: Matemática, História, Geografia, Língua
Portuguesa, Arte, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, dentre
outras.
Na escola, há pessoas que estudaram e se prepararam para
exercer a tarefa de ensinar os conhecimentos produzidos. Essas pessoas
são chamadas de professores (corpo docente). Aqueles que vão à escola
para aprender são chamados de alunos (corpo discente).
Outras pessoas também são importantes para o bom
funcionamento de uma escola, como: as merendeiras, zeladoras,
diretor(a), coordenador(a), secretário(a), bibliotecário(a), entre outras.
Além disso, para que uma escola exista e funcione, é preciso o trabalho de
muitos outros profissionais.
Para ensinar, o professor precisa de muitos conhecimentos e o
auxílio de recursos pedagógicos como: livros de pesquisa, livros didáticos,
equipamentos tecnológicos, entre outros.
Os conhecimentos que aprendemos na escola ajudam-nos a
entender como o mundo funciona e, ainda, a desenvolver nosso corpo e

38
nossa mente. Eles são importantes para aprendermos a enfrentar os
problemas cotidianos e buscarmos possíveis soluções.
Além disso, é na escola que aprendemos a conviver, seguir normas,
regras, fazer e cultivar amizades. As normas e regras são importantes para
o funcionamento e organização do espaço escolar. Dentre as regras mais
comuns existem: o uso obrigatório do uniforme pelos alunos, horário de
início e término das aulas e do intervalo, comparecimento às aulas, entre
outras.
Essas regras e normas estão registradas em documentos, sendo o
Regimento Escolar, um dos mais importantes. Nesse documento, estão
registrados os direitos e deveres de todos os membros que fazem parte da
instituição escolar.
Todos os conteúdos presentes na escola são resultados do trabalho
coletivo desenvolvido por diversas pessoas, esses conteúdos são
modificados e transmitidos de geração a geração.

Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como


espaço de produção e organização

Você sabe de onde vêm os recursos para manter uma escola? A escola
pública é gratuita?

A educação escolar ao longo do tempo

No início do desenvolvimento da sociedade humana, não havia


escolas, pois o ensino se dava através do trabalho e para o trabalho. Os
mais jovens aprendiam com os mais velhos tudo o que necessitavam para

39
a realização de sua tarefa na comunidade. Todos os integrantes
trabalhavam e recebiam a mesma educação.
A partir do desenvolvimento de novas técnicas e instrumentos de
trabalho, houve aumento na produção. Com isso, passou a ter
desigualdade dentro da tribo e entre as tribos, dando início a muitos
conflitos de interesses e à exploração da força de trabalho entre os seres
humanos.
A sociedade passou a ser estruturada em grupos desiguais. Um
grupo era constituído por pessoas privilegiadas (minoria) que tinham poder
e riqueza e outro grupo (maioria), trabalhava para manter toda a
comunidade, gerando a divisão social do trabalho. Assim, algumas
pessoas mais privilegiadas passaram a dominar as outras. Nesse
processo, a educação também passou a ser diferente para cada grupo
social.
Com as transformações ocorridas e a origem da desigualdade social,
somente um grupo muito pequeno de pessoas tinha o direito a aprender a
ler e escrever e a outros conhecimentos mais elaborados. Por outro lado, a
maioria da população (artesãos, camponeses) aprendia com os pais,
desde a infância, um ofício restrito a trabalhos braçais, que exerceria
durante toda sua vida. Os escravos não recebiam nenhum tipo de
instrução.
Com o desenvolvimento da sociedade e com as mudanças na forma
de produzir, surgiram outras necessidades. A partir da produção industrial,
era fundamental ter um trabalhador com um mínimo de formação para
operar as máquinas, os novos instrumentos e novos ritmos de trabalho.
Também era importante formar o cidadão para saber viver de acordo com
o novo modelo de sociedade. Para isso, foi criado um novo espaço de
formação: a escola pública, com a difícil função de “Ensinar tudo a todos”.

40
Esse modelo de educação escolar foi criado para formar, em pouco
tempo e espaço, maior número de pessoas para o mercado de trabalho e
para a vida em sociedade. Para isso, a escola foi organizada, seguindo o
rigor disciplinar da fábrica. Esse espaço também foi e ainda é o local onde
os pais deixavam/deixam seus filhos para poderem trabalhar.
Para atender ao objetivo de “ensinar tudo a todos”, criou-se o manual
didático ou o livro didático. Além disso, o ensino na escola é organizado
em séries/anos e em etapas. Nessas etapas, o aluno tem acesso,
gradativamente, aos conhecimentos, divididos em conteúdos escolares e
organizados em áreas do saber (Matemática, Química, Biologia,
Geografia, História, Arte, ...). No entanto, desde a sua criação até os
tempos atuais, a escola pública enfrenta muitas dificuldades para se
manter e cumprir a sua função principal, tais como: falta de espaço
adequado, falta de professores, falta de recursos financeiros, violência,
entre outras.

Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como


espaço de produção e organização

A organização da escola
Desde a sua criação, a escola, além de transmitir conhecimentos
mais elaborados, tem a função de preparar, adequar e formar as pessoas
para viverem de acordo com as leis e regras estabelecidas pela
sociedade. Essas leis e regras são elaboradas com o objetivo de formar o
cidadão e preparar as pessoas para o mundo do trabalho. Por isso, a
organização escolar busca atender às necessidades do modo de produzir
em cada época e em cada lugar.

41
A instituição escolar, geralmente, segue a organização da produção
fabril e do trabalho assalariado. Veja na tabela a seguir alguns exemplos
que demonstram a relação entre a educação escolar e o mundo do
trabalho:

Organização da fábrica Organização da escola

Horário de entrada e saída. Horário de entrada e saída.

Turno de 4 horas de trabalho. Turno de 4 horas de estudo.

Normas e regras disciplinares. Normas e regras disciplinares.

Presença de uma pessoa que Presença de uma pessoa que


controla a organização do espaço controla a organização do espaço
de trabalho. escolar.

Uso de uniforme. Uso de uniforme.

Uso de sirene marcando início e Uso de sirene marcando início e


término do trabalho. término da aula.

Delimitação e permanência no Delimitação e permanência em


mesmo espaço na linha de uma sala de aula durante o
produção. período de estudo.

Destaque aos espaços utilizados Destaque aos espaços utilizados


para cargos administrativos. para cargos administrativos.

Período de férias. Período de férias.

Dias da semana de produção. Dias da semana de aula.

Folga em final de semana. Folga em final de semana.

Exigência de pontualidade e Exigência de pontualidade e


assiduidade. assiduidade.

42
Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como
espaço de produção e organização

A escola pública
A escola que nós frequentamos é pública. A prefeitura, com o
dinheiro que arrecada dos impostos, paga os salários dos funcionários, a
manutenção e a limpeza. Na escola pública, todas as crianças têm direito
a estudar. Mas nem sempre foi assim. Somente há pouco tempo, tem
escola para a maioria das crianças no Brasil.
Apesar disso, nem todas as crianças do nosso país estudam,
porque muitas precisam trabalhar para ajudar a sustentar a família, outras
moram na rua ou nos lixões e algumas, ainda, não conseguem vagas.
Nem todas as escolas públicas são iguais. Tem criança que ainda
estuda embaixo de árvores, lonas, barracos ou escolas que não têm os
materiais necessários para ensinar. Nessas escolas faltam livros,
materiais, carteiras, funcionários, salas de aula, bibliotecas, pracinha,
quadras de esportes. Mesmo assim, a maioria das crianças têm na escola
pública uma oportunidade de aprender e se desenvolver.
Texto produzido pela professora Marlise Marlene Andrighetti Bialeski

A escola pública no Brasil


A escola pública, como a conhecemos hoje, surgiu no Brasil há
mais de 100 anos, como uma necessidade para atender a todos os que
não tinham condição de pagar para estudar em escolas particulares.

43
O governo brasileiro assumiu a responsabilidade de pagar os
professores, construir escolas e organizar este espaço para acolher os
filhos da classe operária, ou seja, dos trabalhadores.
Acreditavam também, naquela época, que a escola contribuiria para
o desenvolvimento econômico de nosso país. As crianças precisavam
estudar para depois trabalhar nas indústrias que se instalariam no Brasil.
Foi nesta época também que surgiram muitas cidades e, para as
pessoas viverem nelas, precisavam saber ler e escrever.
Além de aprender os conteúdos, naquela época, na escola se
ensinava bons costumes e muitas coisas sobre o país, para desenvolver
atitudes cívicas, como o respeito à pátria, à bandeira e ao Hino Nacional
Brasileiro.
Muitos professores moravam no pátio da escola. Eles eram muito
valorizados e respeitados pelos alunos e pela sociedade.
Mas nessa época, a maioria das crianças brasileiras não ia à aula.
Na maioria das comunidades, não havia nem escolas. Só com o passar do
tempo, mais escolas públicas foram construídas. Hoje, quase todas as
crianças brasileiras podem frequentar as aulas.
Texto produzido pela professora Marlise Marlene Andrighetti Bialeski

Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como


espaço de produção e organização

As primeiras escolas de nosso município


Segundo registros, a primeira escola construída em terras do atual
município de Itaipulândia foi a Escola São Luiz, de Itacorá, de 1963, que,
tempos depois, passou a ser chamada de Grupo Escolar Gabriel de Lara.

44
No período da colonização do território de nosso atual município (na
década de 1960), muitas escolas funcionavam em igrejas ou vice-versa.
Em Aparecidinha do Oeste, a primeira escola foi construída em 1964, na
propriedade do senhor Né Taborda, tendo como primeira professora Joceli
Brembati Larssen. A escola recebeu o nome de Escola Isolada Carlos
Gomes.
As primeiras escolas foram construídas com o auxílio dos
moradores que tinham filhos em idade escolar. O terreno para a
construção era cedido por algum agricultor, que assinava com a Prefeitura
de São Miguel do Iguaçu um termo de comodato. As dificuldades eram
inúmeras, dentre elas o acesso, restrição de material pedagógico e falta de
meios de comunicação. As escolas tinham uma única sala de aula.
Essas primeiras escolas eram multisseriadas (atendiam a todas as
séries (atuais anos/segmentos) de 1ª a 4ª, na mesma sala), e, conforme
aumentava a demanda de alunos, formavam-se novas turmas.
Na década de 1970, muitas escolas ofereciam o turno intermediário,
pois faltavam salas de aula para atender a todos os alunos. O 1º turno ia
das 7h30 às 11h, o 2º turno (intermediário) das 11h às 14h30 e o 3º turno
das 14h30 às 18h. Na época, a escolaridade exigida para os professores
era mínima, pois praticamente não havia profissionais qualificados para
atender à demanda. Esses profissionais, geralmente, eram indicados pelos
pais e começavam a trabalhar sem preparação prévia ou avaliação de
conhecimento. Em caso de haver mais candidatos, era realizada uma
avaliação de conhecimentos dos interessados pela Secretaria Municipal de
Educação de São Miguel do Iguaçu.
Os professores eram considerados autoridades nas comunidades e
também faziam a limpeza das escolas, manutenção das hortas e preparo
da merenda. Aos sábados, os alunos tinham aulas até a hora do intervalo,
depois todos colaboravam com a limpeza. As meninas faziam a limpeza

45
das dependências da escola e os meninos eram responsáveis pela
limpeza do pátio e da horta.
Veja algumas imagens deste período:

Alunos da Escola Municipal Rondônia, de São Desfile Cívico dos alunos da Escola Municipal
José do Itavó, em evento cívico ocorrido no início Rondônia, ocorrido em São José do Itavó durante
da década de 1970. a década de 1970.
Procedência: Sandra Bombardelli Marcon. Procedência: Sandra Bombardelli Marcon.

Apresentação teatral de estudantes da Escola Estudantes da Escola Municipal D. João VI em


municipal Carlos Gomes durante a década de apresentação teatral ocorrida em 1978 na
1970. localidade de Esquina Gaúcha.
Procedência: Pedro Carvalho. Procedência: Helio Bruch.

46
Escola Almirante Barroso, de Lageado do Cedro,
Comemoração do Dia da Criança no Grupo
durante a década de 1960.
Escolar Gabriel de Lara — 12 de outubro de
Procedência: Secretaria Municipal de Educação
1976.
de São Miguel do Iguaçu.

Escola Frei Henrique, de Buritama (área Escola João Lorini (Pareci), de Santa Inês, no
desapropriada pela Itaipu), durante a década de início da década de 1970.
1960. Procedência: Secretaria Municipal de Educação de
Procedência: Secretaria Municipal de Educação de São Miguel do Iguaçu.
São Miguel do Iguaçu.

Escola D. João Bosco, de Sol de Maio, durante Interior da Escola José Bonifácio, de Cristo Rei –
a década de 1960. Professor Romeu Manteufel – 16 de Agosto de
Procedência: Secretaria Municipal de 1977.
Educação de São Miguel do Iguaçu. Procedência: Romeu Manteufel.

47
Na década de 1970, com o crescimento de Itacorá, o número de
alunos só aumentava, tendo 1450 alunos de 1ª a 4ª séries. Após cinco
anos, tem registros de 3440 alunos. A partir de 1976, devido ao
represamento do rio Paraná, com a construção da usina de Itaipu, o
número de matrículas foi, aos poucos, reduzindo. Já em 1982, registraram-
se 1164 matrículas.
Entre 1978 e 1981, a Escola Municipal Rondônia, de São José do
Itavó, e a Escola Municipal Carlos Gomes, de Aparecidinha do Oeste,
passaram a atender de 5ª a 8ª séries. No ano de 1982, foram criadas as
escolas estaduais Tiradentes, em São José do Itavó, e Costa e Silva, em
Aparecidinha do Oeste.
Em 1993, após a emancipação político-administrativa do município
de Itaipulândia, a rede municipal de ensino contava com 11 escolas, 4
seriadas e 7 rurais multisseriadas, com 550 estudantes de 1ª a 4ª séries
matriculados. As escolas rurais multisseriadas, aos poucos, foram sendo
desativadas devido ao reduzido número de estudantes, que inviabilizava a
manutenção dessas escolas.
Em 1997, foram desativadas as últimas escolas rurais
multisseriadas. O atendimento aos alunos da rede municipal de ensino foi
nuclearizado em quatro polos: Sede, São José do Itavó, Santa Inês e
Caramuru, as quais são mantidas até os tempos atuais.
Texto adaptado do livro: Itaipulândia, seu povo, sua origem, sua história. Autores: / Rodison Scarpato,
Iria Bruch Bohm. Cascavel: ASSOESTE, 2006.

Caderno de atividades: Unidade 3 – A escola como


espaço de produção e organização

48
UNIDADE 4

AS PESSOAS E OS GRUPOS QUE COMPÕEM O MUNICÍPIO

• Você sempre morou em Itaipulândia?


• Em que lugar seus pais ou responsáveis nasceram?
• Você sabe a origem das pessoas de sua família?
• O que você sabe sobre a história de Itaipulândia?
• Esse lugar que chamamos de “Itaipulândia” sempre foi assim?
Sempre teve esse nome?
• Quem foram os primeiros moradores desse lugar onde hoje é nosso
município?
• Como se formou a população de Itaipulândia?
• Por que algumas famílias vieram morar nesse lugar?
• Qual é o nome de nosso município? Por que tem esse nome?
• Por que as pessoas mudam de cidade, de estado e até de seu país
de origem?

Que tal voltarmos no tempo para descobrirmos a história de nosso


município e, assim, compreendermos melhor nossa história?

Primeiros habitantes do território do atual município de


Itaipulândia
A composição da população de Itaipulândia nem sempre foi assim
como é atualmente. Há milhares de anos, todo o território do Brasil era
ocupado por nativos conhecidos como indígenas.
Com o processo de colonização europeia iniciado no ano de 1500, essa
configuração foi mudando significativamente, tendo como resultado uma

49
população brasileira miscigenada, ou seja, composta pela mistura de
diferentes etnias.
Nesse processo histórico, nativos, europeus, africanos, asiáticos,
entre outros, estabeleceram relações e formaram a base étnica do país. Isso
também reflete na população de Itaipulândia, pois ela carrega, em sua
cultura, marcas desse processo histórico.

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

Os povos nativos de Itaipulândia e da região Oeste

A área que atualmente pertence ao território do município de


Itaipulândia e região, inicialmente, era ocupada por indígenas da Tradição
Humaitá, depois, pela tradição Itararé e, mais tarde, pela tradição Tupi-
Guarani, a qual permanece até os tempos atuais, com um número bem
menor de pessoas, é claro.
Observe na imagem a seguir a localização do povo guarani antes da
chegada dos espanhóis e portugueses ao Brasil.

50
https://br.pinterest.com/pin/405042560220861141/

A cultura Avá-guarani antes da colonização europeia

O povo guarani, geralmente, habitava áreas próximas dos rios e do


mar. Tinha a prática de construir e utilizar canoas e aprendia a nadar ainda
criança. A alimentação provinha da pesca, da coleta, da caça e da
agricultura. Cada família cultivava uma parte da terra, mas o consumo era
coletivo. Eram considerados seminômades, pois mudavam de local
quando os recursos para a sobrevivência ficavam escassos.
Moravam em aldeias em formato circular, compostas por cabanas
retangulares, feitas de folhas de palmeira e chão batido. No centro da
aldeia, havia a casa de rezas.

51
Utilizavam adornos feitos de sementes, dentes de animais, penas e
pedras polidas. Desenvolviam a prática de cerâmica decorada com formas
geométricas. Cultivavam o algodão, e, com os fios, faziam tecelagem,
como redes e tecidos.

O povo guarani

A tradição guarani é a mais conhecida para quem mora na região


Oeste do Paraná. Divide-se em subgrupos: o Ñandeva, o Kaioua e o Mbya.
Cada grupo possui sua especificidade em sua língua, costumes, rituais e
organização social. Para eles, a tekohá é a terra e tudo que ela possui, é o
lugar onde se realiza o teko, ou seja, “o modo de ser”, a vida guarani,
incluindo sua religiosidade. A agricultura é a principal atividade econômica,
mas vivem da pesca e da caça também.
A organização social, econômica e política tem como base a família
extensa (composta pelo casal, filhos, noras, genros, irmãos e netos), como
unidade de produção e de consumo. Isso significa que todos os membros
da família participam, colaboram de alguma forma nas atividades produtivas
e cultivam para a subsistência.
Realizam rituais religiosos, utilizando cantos e danças, conduzidos por
um líder religioso. Essas práticas representam um elo de comunicação com
seus ancestrais e com os seres divinos.
O povo guarani tem como tradição a busca da “Terra sem Mal”,
prometida por Nhanderu. Segundo suas crenças, essa terra produz seus
frutos por si mesma e, em abundância. Também é a terra da imortalidade,
onde a doença e a morte não chegam.

52
Os Mbya também fazem esculturas de animais silvestres como a onça
pintada, o tamanduá, o tatu, o tucano, o jacaré, entre outros.

Disponível nos site:


https://issuu.com/rosemarycorrea/docs/2009_uem_arte_md_erotides_
montini

53
E produzem cestos trançados com taquaras e cipós Imbé.

Disponível em: http://artesanatoindigena.com/artesanato-indigena-guarani-etnia-indigena-das-


americas/

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

A relação entre os nativos e os colonizadores em nossa região

Nos primeiros tempos da ocupação das terras do atual estado do


Paraná, os espanhóis fundaram povoados e, mais tarde, sob o comando
dos padres jesuítas, vindos da Europa, foram fundadas as Reduções
Jesuíticas (povoados com o objetivo de catequizar os indígenas). Essas
reduções foram instaladas, em sua grande maioria, em terras do povo
guarani.
Veja no mapa a seguir:

54
Disponível em:
https://tnonline.uol.com.br/noticias/regiao/32,123693,19,04,especial-antiga-
civilizacao-do-vale-do-ivai-vila-rica-do-espirito-santo.shtml

No mesmo local, um grupo de portugueses, chamados bandeirantes,


capturavam indígenas para vendê-los como escravos e foram os principais
responsáveis pela destruição das reduções jesuíticas. Com a destruição das
reduções jesuíticas, muitos guarani fugiram para o Paraguai, para as áreas
urbanas e, outros, ainda, após a destruição das reduções, fugiram para o
Rio Grande do Sul com alguns padres jesuítas. Outros, por sua vez,
dispersaram-se pela região, fixando-se à beira dos rios, juntamente com
aqueles que não moravam nas reduções jesuíticas. Assim, algumas aldeias
foram se estruturando às margens dos rios paranaenses.
A partir do processo de reocupação pelos gaúchos e catarinenses (no
caso do nosso município na década de 1960), em virtude do desmatamento
para a formação das lavouras, a população indígena também foi ficando
com pouquíssimas áreas de terra, sendo obrigada a mudar para outros
lugares.

55
Outro fator que interferiu na vida desse povo guarani foi a construção
da usina hidrelétrica de Itaipu. A formação do lago de Itaipu forçou a
migração das aldeias localizadas na região atingida. Para amenizar os
impactos gerados, em 1977, a partir de estudos realizados por funcionários
da empresa, juntamente com a Funai e outros órgãos, foram identificadas,
na área atingida pelo lago, aproximadamente, 11 famílias que viviam às
margens do rio Paraná e afluentes, como o rio Ocoy.

Qual é a problemática regional a respeito dos indígenas atualmente? Que


locais esses povos estão ocupando? Há áreas ocupadas pelos indígenas
em nosso município? A partir de que momento eles fazem parte da
população local? Qual é a relação da Itaipu com essas ocupações?

Os indígenas hoje em Itaipulândia

Apresentação cultural
na aldeia Aty Miri em
2017 — semana
cultural

56
Apresentação da 4ª Semana Cultural Avá-Guarani, na Escola Estadual
Indígena Arandu Renda
Assessoria de imprensa: Prefeitura de Itaipulândia

Que lugar é este retratado nas imagens? Você já visitou esse lugar?
Há moradores? Para que esse lugar é utilizado?

Atualmente, temos em nosso município duas aldeias: a Aty Miri,


localizada na comunidade de Esquina Gaúcha e a aldeia Tekohá Yva
Renda, em Lindamar, que ocupa, desde 2017, uma área de reserva
biológica de proteção permanente, que está sob a responsabilidade da
empresa Itaipu Binacional.
Algumas famílias guarani chegaram ao município em 2014, vindas do
município de Santa Helena. Segundo o cacique, a área que ocupavam no
município anterior era muito pequena. Vieram para Itaipulândia em busca
de mais terras para sobreviverem.
Em 2015, 35 famílias da aldeia Ocoy migram do para o município e
fundam a aldeia Aty Miri, que significa “grupo pequeno”. Segundo os
indígenas, a aldeia em São Miguel do Iguaçu é muito pequena para tantas

57
pessoas sobreviverem e, por isso, vieram para Itaipulândia, preocupados
com o futuro das crianças.
A aldeia Aty Miri tem a Escola Estadual Indígena Arandu Renda e
vivem na Base Náutica, em uma área estadual sob a responsabilidade do
IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná).

Por sua vez, a aldeia Tekohá Yva Renda está em disputa judicial com
a Itaipu. Os alunos dessa aldeia frequentam a Escola Municipal João Lorini.

58
Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os
grupos que compõem o município

Corrente sulista
Por um longo período da história, a região Oeste ficou pouquíssimo
habitada. Havia o predomínio da exploração da erva-mate e da madeira por
empresas argentinas. Essa mercadoria contrabandeada era transportada
através do rio Paraná. No território do atual município e região, instalaram-
se alguns desses portos.
Veja na imagem a seguir:

Esse processo exploratório foi revelado devido à passagem da Coluna


Prestes pela região nos anos de 1924 e 1925.
Quando os colonizadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
chegaram à região Oeste, havia um número reduzido de indígenas morando
no local, principalmente nas margens do rio Paraná e seus afluentes.

59
Somente na década de 1960 iniciou-se o processo de reocupação da
área do atual município de Itaipulândia por descendentes de imigrantes em
busca de terras férteis para o desenvolvimento da agricultura de
subsistência. Essas pessoas vieram para o Paraná atraídas pelas
propagandas e pela necessidade de sobrevivência. Antes de migrar para o
Oeste, algumas famílias se instalaram na região sudoeste do Paraná.
Nesse processo, iniciou-se a formação de duas importantes vilas
localizadas no atual território de Itaipulândia: Itacorá e Aparecidinha do
Oeste.

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

Formação de Itacorá

Itacorá era uma vila localizada no território do atual município de


Itaipulândia. Foi fundada em 1960, tornando-se distrito de São Miguel do
Iguaçu em 1966. Uma via de acesso importante que passava por Itacorá era
a rodovia conhecida como Caminho das Quedas, que ligava as Cataratas
do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, às Sete Quedas, em Guaíra.

60
Propriedade de Adolfo Ghellere Avenida principal de Itacorá no início
localizada às margens do rio Paraná da colonização.
em Itacorá. Procedência: Waldomiro Klos.
Procedência: Família Ghellere.

Desfile Cívico ocorrido no distrito de Itacorá durante a década de 1970.


Procedência: Waldomiro Klos.

61
Casas de Madeira em Itacorá no início da década de 1970.
Procedência: Ari Cezar Dias Ramos.

Avenida principal de Itacorá durante a década de 1970.


Procedência: Waldomiro Klos.

62
Boiada passando pela Avenida principal do distrito de Itacorá, no início da
década de 1970.
Procedência: Waldomiro Klos.

Com a construção da usina e a formação do logo de Itaipu, Itacorá


ficou totalmente submersa. Os moradores tiveram que sair do local onde
moravam e, assim, parte do comércio dessa localidade foi se instalando em
Aparecidinha do Oeste. Quando o nível da água do lago diminui, é possível
ver as ruínas no local onde era o antigo distrito.
Observe nas imagens a seguir:

63
Arquivo pessoal

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

Formação de Aparecidinha do Oeste

O local onde atualmente é a sede do município de Itaipulândia, anterior


à emancipação político-administrativa, chamava-se Aparecidinha do Oeste.
Essa vila começou a ser formada com a vinda da família do senhor
Francisco Dornelles Taborda, em 1961. O senhor Taborda adquiriu uma
grande área de terra que abrangia boa parte da comunidade de Santa Inês,
a atual sede do município até próximo a Caramuru.
Grande parte das famílias que se instalaram nesse local vinham do
sudoeste do Paraná, principalmente dos municípios de Pérola D´Oeste,
Planalto, Capanema e Santo Antônio do Sudoeste, através da Estrada do
Colono. O que atraía essas famílias era a qualidade do solo e o preço das
terras.

64
LOCALIZAÇÃO DA ESTRADA DO COLONO

Disponível em: https://www.clickfozdoiguacu.com.br/deputado-de-foz-protocola-


projeto-para-reabrir-estrada-do-colono/

Além da família Taborda, outras famílias que se fixaram em


Aparecidinha do Oeste foram a do senhor Pedro Carvalho, em 1963, além
das famílias de Artur Machado, Astrogildo Machado, Doraci Duarte, José
Luis Coradini, Pedro Herte e Norberto Pires.

65
Sr. Pedro Carvalho com os filhos no início da colonização de Aparecidinha do
Oeste.
Procedência: Família Carvalho.

Outra família a vir para a região foi a do senhor Orcídio Ambrosio Dias
(Sargento Dias) que adquiriu terras que abrangiam as comunidades de
Caramuru, Buriti, parte de Jacutinga e de Lageado do Cedro. Na
comunidade de São José do Itavó, o senhor Varisto Bombardelli também
adquiriu uma grande área de terras.
Nos primeiros anos de colonização de Aparecidinha do Oeste, o
serviço de comércio era feito através de Itacorá, São Miguel do Iguaçu,
Missal e um armazém de secos e molhados instalado na fazenda Apolo.

66
Sede da Fazenda Apolo no início da década de 1970.
Procedência: Projeto Memória de São Miguel do Iguaçu.

Na década de 1960, o senhor Leopoldo Mensch abriu um pequeno


comércio na localidade de Santa Inês. Os agricultores também compravam
em um moinho existente em Maralúcia, comunidade do município de
Medianeira.
Em 1965, a família de Pedro Herte instalou uma “bodega”, sendo o
primeiro comércio da localidade. Em 1966, iniciou-se a construção da
primeira igreja Católica que serviu também como escola, cujo terreno foi
doação da família Herte. Nesse período, a madeira do local começou a ser
comercializada.
Os agricultores desenvolviam a agricultura e a pecuária de
subsistência, milho, mandioca e a criação de bovinos e suínos, além do
cultivo do fumo para a comercialização.

Adaptação do texto: “Colonização de Aparecidinha do Oeste”. (SCARPATO, R. Itaipulândia: seu povo,


sua origem, sua história. Rodson Scarpato, Iria Bruch Bohm. Edição do autor, 2006).

67
Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os
grupos que compõem o município

Corrente nortista

Na década de 1970, vários municípios da região Oeste, entre eles o


território do atual município de Itaipulândia passaram por grandes mudanças
com a chegada de parte da população da região norte do Paraná para
trabalhar no cultivo da hortelã, isso aconteceu entre 1973 e 1978,
contribuindo para o crescimento populacional do território.
A hortelã era destinada ao comércio externo. O óleo extraído era
obtido através de um processo conhecido como alambicagem.

ALAMBIQUE PARA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE HORTELÃ

Disponível em: http://blogdoviteck.blogspot.com/2010/05/cultura-da-hortela-no-


oeste-do-parana_11.html

68
COLHEITA DA HORTELÃ EM MERCEDES, NO INÍCIO DA DÉCADA DE
1970.

Disponível em: http://blogdoviteck.blogspot.com/2010/05/cultura-da-hortela-no-


oeste-do-parana_11.html

A hortelã era utilizada na indústria de alimentos, de produtos de higiene


bucal e medicamentos. Uma lavoura de hortelã produzia por no máximo 4
anos, pois esgotavam-se os nutrientes do solo.
Grande parte das vilas/comunidades locais do atual município
cultivavam a hortelã, com destaque para a comunidade de São José do
Itavó. Essa cultura atraiu mão de obra dos migrantes conhecidos como
nortistas (mineiros, baianos, pernambucanos e de outros estados do
nordeste).

69
Veja na imagem a seguir:

A vida dessas famílias era muito simples, pois, basicamente,


conseguiam produzir somente para o próprio sustento e, mesmo assim,
passavam por muitas dificuldades. Geralmente, construíam suas casas de
chão batido, cercado de madeira e coberto com folhas de coqueiro ou
tabuinhas. Realizavam o trabalho nas lavouras junto aos donos das
propriedades, por isso eram considerados meeiros.

Meeiro é o agricultor que trabalha em terras que pertencem a outra pessoa


e reparte seus rendimentos com o dono dessas terras.

Havia muitas diferenças sociais e culturais entre os nortistas e os


sulistas, tanto nos costumes, características físicas, linguagem, culinária e
condição financeira.
Além de estarem instalados no local há mais tempo, os sulistas tinham
uma certa estrutura financeira e material, os nortistas, por sua vez, só
possuíam a sua força de trabalho, pois não eram donos das propriedades

70
onde trabalhavam. Essas diferenças também geraram um distanciamento
entre as duas culturas.
Com o fim da atividade, muitos alambiques foram transferidos para o
Paraguai onde o cultivo da hortelã ainda era viável e, com isso, parte da
população que trabalhava com essa atividade migrou para o país vizinho.

Disponível no site:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_lucio_boing.
pdf

A fotografia a seguir retrata o senhor Maximino Mania Nogueira e a


senhora Salviana Francisca Nogueira, vindos para São José do Itavó
durante a implantação do cultivo de hortelã em Itaipulândia.

71
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

A família Silvestre, muito conhecida em nosso município, também


cultivava hortelã.

Procedência: Família Silvestri.

A imagem anterior retrata um carregamento de hortelã próximo ao


alambique na propriedade da família na localidade de Buriti.

72
Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os
grupos que compõem o município

Itaipulândia e sua relação com Itaipu

O município de Itaipulândia foi criado em 1992. Uma das principais


motivações para a emancipação político-administrativa foi construção da
usina hidrelétrica de Itaipu. Anterior a isso, esse território pertencia ao
município de São Miguel do Iguaçu.
A usina, criada com objetivo de explorar os recursos hídricos do rio
Paraná, está localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai e trouxe
profundas mudanças na área desde o Salto Grande de Sete Quedas em
Guaíra até Foz do Iguaçu.
Veja no mapa a seguir a área afetada por essa gigantesca obra:

Itaipu foi projetada e construída em um trecho do rio Paraná, a partir


de um acordo entre Brasil e Paraguai. As primeiras negociações iniciaram-

73
se em 1950, e se concretizaram em 1966, com a assinatura do documento
Ata do Iguaçu, garantindo o direito à metade da energia produzida pela
usina para cada um dos dois países.

As reuniões que culminaram na Ata do Iguaçu aconteceram nos dias 21 e 22 de junho de 1966. O
documento foi firmado em Foz, no segundo dia.
Disponível em: https://www.itaipu.gov.br/nossahistoria

Em 1973, por fim, é assinado o Tratado de Itaipu, como mostra a


imagem a seguir.

Disponível em: https://www.itaipu.gov.br/nossahistoria

Os técnicos percorreram o rio Paraná, e o trecho escolhido do rio era


conhecido como Itaipu, que, em tupi, quer dizer "a pedra que canta".

74
Disponível em: https://www.itaipu.gov.br/nossahistoria

Em 1974, foi criada a primeira diretoria da empresa ITAIPU


BINACIONAL. Começaram a chegar as máquinas, as estradas foram
melhoradas e o acampamento dos trabalhadores foi sendo montado.

75
Disponível em: https://www.hoteltarobafoz.com.br/07-fatos-
surpreendentes-sobre-a-usina-hidreletrica-de-itaipu

A construção da usina começou em 1975, sendo necessária mão de


obra de diversos profissionais. Isso fez com que a cidade de Foz do Iguaçu
crescesse muito em população e infraestrutura.
Em 1978, finalizou-se o trabalho de escavação do desvio e iniciou-se
a parte da concretagem da barragem.

https://www.hoteltarobafoz.com.br/07-fatos-surpreendentes-sobre-a-
usina-hidreletrica-de-itaipu

76
Em 1981, foi a montagem das unidades geradoras, finalizando-se a
obra como um todo em 1982.
TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO LOCAL DA OBRA

Disponível em: http://intrip.com.br/2017/07/usina-de-itaipu-em-foz-do-iguacu/

Concreto utilizado na construção da usina

Remoção de terra e
rochas do local da obra

77
Construção do canal que
desviaria o leito do rio Paraná.

Vista aérea do canteiro


no auge da obra no final
da década de 1970.

Engenheiros e barrageiros
em plena atividade na
construção da hidrelétrica.

78
Explosão de rochas nas margens do rio Paraná para a construção
da usina.

Imagens disponíveis no site:


https://www.gazetadopovo.com.br/economia/especiais/itaipu-30-anos/orgulho-nacional-
8rl7q49nu7kxgfsagcgr0uez2/

As obras da barragem chegaram ao fim em outubro de 1982. Com o


fechamento das comportas do canal de desvio para a formação do

79
reservatório da usina, muitos animais morreram e outros foram capturados
e abrigados no Refúgio Biológico em Foz do Iguaçu.

Disponível no site: https://www.radioculturafoz.com.br/2014/06/27/refugio-


biologico-bela-vista-completa-30-anos/

Disponível no site: http://www.3c.arq.br/15-anos-rbv/

Em 5 de novembro de 1982, o reservatório já estava formado e ficou


conhecido como “Lago de Itaipu”. O lago atingiu 8 municípios e interferiu na
vida de milhares de pessoas que habitavam próximo às margens do rio
Paraná entre Foz do Iguaçu e Guaíra.

80
O município de São Miguel do Iguaçu teve boa parte de sua área
desapropriada, sendo a maior parte correspondente ao atual território de
Itaipulândia.
ÁREA COMPROMETIDA

Fonte: Itaipu Binacional

81
MAPA DO TERRITÓRIO DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU (1990)

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

Mudanças no lugar e na vida dos moradores

Houve muitos conflitos no processo de pagamento pelas terras


desapropriadas. Muitos colonos consideraram que o preço ofertado era
injusto e sofreram com a demora no processo de indenização. Algumas

82
entidades sindicais e outras vinculadas às igrejas foram fundamentais nas
mobilizações e no apoio aos atingidos.
As famílias que ali residiam foram obrigadas a morar em outros
lugares, provocando profundas mudanças no modo de vida dessas
pessoas. Algumas famílias se instalaram em municípios vizinhos, outras
foram para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Bahia,
Minas Gerais e, até mesmo, para o Paraguai.

RETIRADA DAS CASAS, MARCANDO A SAÍDA DAS PESSOAS


DESAPROPRIADAS DE SUAS PROPRIEDADES.

A imagem a seguir representa a última missa, com almoço de


despedida, realizada no distrito de Itacorá entre as famílias desapropriadas
pela Usina de Itaipu.

83
O desaparecimento do Salto das Sete Quedas, famoso ponto turístico
da região, também se deve à construção de Itaipu.

Algumas áreas de vegetação, estradas e edificações foram tomadas


pela água.

Antigo leito do Rio Paraná antes do


alagamento.
Procedência: Waldomiro Klos.

84
Margem esquerda do rio Paraná antes da
formação do lago.
Procedência: Waldomiro Klos.

Procedência: Acervo fotográfico do Projeto


Memória.

Famílias acompanhando de perto a subida


das águas do Rio Paraná logo após o
fechamento das comportas da hidrelétrica
de Itaipu.

Procedência: IECLB Igreja Evangélica de


Confissão Luterana no Brasil; Paróquia de
Santa Helena.

Águas do reservatório lentamente encobrindo as


estradas e a vegetação.

Procedência: IECLB Igreja Evangélica de Confissão


Luterana no Brasil; Paróquia de Santa Helena.

85
Depois da formação do lago, as vilas de Aparecidinha do Oeste e de
São José do Itavó foram elevadas a distritos administrativos do município
de São Miguel do Iguaçu. Por sua vez, o distrito de Itacorá ficou submerso.

Cerimônia inaugural do prédio da


subprefeitura de Aparecidinha do Oeste no
início da década de 1980 – Atual Casa da
Memória.
Procedência: Waldomiro Klos.

Aparecidinha do Oeste recebeu boa parte da estrutura existente no


antigo distrito, Itacorá.

Rua Rui Barbosa na década de 1980.

Procedência: Waldomiro Klos.

Rua Floresta, esquina com a Avenida Torres


durante a década de 1980.

Procedência: Família Klos.

86
Desfile cívico ocorrido na Avenida
Tiradentes durante a década de 1980.

Procedência: Família Spies.

Somente após o alagamento, o distrito de Aparecidinha do Oeste


conseguiu se fortalecer e criar estrutura suficiente para sua emancipação
político-administrativa e, assim, sediar o novo município. Até então, o núcleo
urbano que mais se configurava para futuramente sediar o novo município
era o distrito administrativo de Itacorá.
As dificuldades em relação à distância do distrito de Aparecida do
Oeste em relação à sede em São Miguel do Iguaçu eram inúmeras. A notícia
sobre o pagamento de royalties para os estados e municípios atingidos fez
com que o desejo de transformar a pequena vila em munícipio aumentasse
ainda mais.
Adaptação do texto: Alagamento e suas consequências (SCARPATO, R. Itaipulândia: seu povo, sua
origem, sua história. Rodson Scarpato, Iria Bruch Bohm. Edição do autor, 2006).

Sobre o processo de criação do município estudaremos no próximo


capítulo.

Caderno de atividades: Unidade 4 – As pessoas e os


grupos que compõem o município

87
88
UNIDADE 5
APARECIDINHA DO OESTE... NOVO SONHO, NOVO RETRATO !

A imagem anterior retrata que lugar? Esse lugar sempre foi assim? Que
elementos o representam? Desde quando Itaipulândia é município?
Quais foram os motivos que levaram a população de Aparecidinha a lutar
pela criação de um município? Como foi esse processo? Como é
chamada uma pessoa que nasce em Itaipulândia?

Motivações para a criação do municipio

Como estudamos na unidade anterior, muitas mudanças ocorreram


em toda a região após a criação do Lago de Itaipu, em 1982, sendo uma
delas a extinção do distrito de Itacorá, mudando a vida da população local.
Com o alagamento, os órgãos públicos como: cartório, correio, banco,
hospital e estabelecimentos comerciais de Itacorá foram transferidos para
Aparecidinha do Oeste. Mas a maioria das pessoas foram obrigadas a se

89
mudar para outros municípios, outros estados ou para o Paraguai,
diminuindo a população local.
Com o tempo, o hospital e a agência bancária fecharam as portas. O
mesmo aconteceu com alguns comerciantes que deixaram o distrito para
investir em outras cidades, dificultando, cada vez mais, a vida dos
habitantes locais.
Em 1982, após a extinção do distrito de Itacorá, as localidades de
Aparecidinha do Oeste e São José do Itavó foram elevadas a distrito de São
Miguel do Iguaçu.

Imagem 1

PREFEITO ARMANDO LUIZ POLITA


EM SOLENIDADE DE INAUGURAÇÃO
DA PRAÇA CENTRAL DE
APARECIDINHA DO OESTE EM
INÍCIO DA DÉCADA DE 1980 – ATUAL
PRAÇA PADRE ISIDORO ROYER.
Procedência: Romeu Manteufel.

Imagem 2

IMAGEM ATUAL DA PRAÇA PADRE


ISIDORO ROYER.

A população de Aparecidinha do Oeste sentia-se isolada em relação


à então sede do município, em São Miguel do Iguaçu. A distância e outras
limitações dificultavam o acesso aos serviços públicos municipais. Todos
esses fatores levaram a população a iniciar um movimento em defesa da
emancipação do distrito.

90
Pessoas que exerciam papéis de liderança organizaram uma reunião
no dia 09 de fevereiro de 1989, e, na ocasião, formaram uma comissão pró-
emancipação para viabilizar os trâmites legais do processo de
emancipação. Com ajuda de outras pessoas da comunidade, essa
comissão coletou assinaturas e realizou reuniões de esclarecimentos sobre
o assunto à população.

Comissão pró-emancipação de Aparecidinha do Oeste.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

Processo de criação do município

O processo de emancipação político-administrativa de Aparecidinha


do Oeste não foi algo simples. Havia pessoas contrárias ao processo,
influenciadas, principalmente, por lideranças de São Miguel do Iguaçu que
alegavam a insustentabilidade do novo município. Depois de definida a
questão dos royalties (compensação financeira que a Itaipu pagaria aos
municípios atingidos), a administração de São Miguel do Iguaçu dificultou
ainda mais os trâmites do processo de emancipação.

91
A partir de 1990, quando ficou mais clara a questão do futuro
pagamento de royalties, a população passou a ter mais segurança na ideia
de criar um novo município. Apesar da informação oficial sobre o pagamento
dos royalties, ninguém sabia o valor, como e quando seriam pagos.
Como parte do processo, também foi necessária a realização de um
plebiscito, que ocorreu no dia 10 de novembro de 1991, obtendo 95% da
população favorável à emancipação.
Aparecidinha do Oeste ficou com essa denominação até o ano de
1992. A mudança de nome foi necessária porque já existia no país um
município com esse nome. A partir disso, a comissão encaminhou um
comunicado pedindo sugestões aos alunos das escolas e às lideranças
existentes nas comunidades. Surgiram vários nomes, dentre eles:
Itaipulândia, Grande Lago, Interlagos e Beira Lago. O nome escolhido foi
Itaipulândia, em homenagem à Usina Hidrelétrica de Itaipu.
A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná aprovou a
emancipação político-administrativa de Itaipulândia através da Lei Estadual
nº 9.908, de 19 de março de 1992, tendo como distrito a localidade de São
José do Itavó.
Além da comissão, muitas pessoas da comunidade participaram
ativamente do movimento. Os vereadores de São Miguel do Iguaçu, eleitos
pelo distrito de Aparecidinha do Oeste, na época, o Sr. João Kazmirczak e
o Sr. Lauro Adão Rossini, acompanharam e auxiliaram nesse processo.
A comissão foi legalmente extinta no dia 14 de janeiro de 1993, em
reunião, nas dependências da Prefeitura de Itaipulândia.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

92
Você sabe quem é o prefeito(a) de nosso município? E quem são
os vereadores? Onde eles trabalham? Qual é a função de cada um deles?

A administração do município

Em nosso país, após muitas mudanças, o povo passou a ter direito à


participação nas decisões, através da escolha de seus representantes.
Atualmente, essa escolha ocorre por meio de eleições, em que cada
cidadão que tem seu título de eleitor participa por meio do voto.

Você pode votar? Das pessoas que compõem sua família, quem
pode votar? Qual é o documento obrigatório para poder votar?

O voto é um direito adquirido, mas também um dever de todo o


cidadão brasileiro. Observe o que a Constituição Federal de 1988 traz em
relação a isso.
Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo IV
Dos Direitos Políticos

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

93
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

Você sabe como se vota?


Os eleitores sempre votaram da mesma forma?
Para saber sobre esse assunto, preste atenção à apresentação em slides
que seu(ua) professor(a) irá fazer. Em seguida, discuta com seus colegas
sobre as principais mudanças que ocorreram.

Voto como exercício da cidadania

O documento que habilita uma pessoa para votar é o Título de Eleitor.


No ato do voto, o eleitor precisa apresentar também um documento de
Identificação.

94
TÍTULO DE ELEITOR

Mas como tudo vai se transformando na sociedade, o documento


impresso passou a ser digitalizado, acompanhando o desenvolvimento
tecnológico.
Aplicativo e-Título

O e-Título é um aplicativo móvel para obtenção da via digital do título


de eleitor. Permite o acesso rápido e fácil às informações do eleitor,
cadastradas na Justiça Eleitoral. Apresenta dados como: zona eleitoral,
situação cadastral, além da certidão de quitação eleitoral e da certidão de
crimes eleitorais.

95
O aplicativo pode ser baixado para smartphone ou tablet, nas
plataformas iOS ou Android. Após baixá-lo, basta inserir os dados
pessoais.
Para o eleitor que ainda não fez o cadastro biométrico, é necessário
apresentar um documento oficial com foto sempre que for utilizar o título
digital.
Texto disponível em: http://www.tse.jus.br/eleitor/servicos/aplicativo-e-titulo

Além do voto, há outras formas de participação como: acompanhar o


trabalho dos nossos representantes, frequentar as audiências públicas,
buscar um diálogo para apontar possíveis falhas e apresentar alternativas
de mudanças, entre outras formas de contribuir.
O dinheiro utilizado para administrar e garantir os serviços prestados
pelo município, em grande parte, vem dos impostos que a população paga.
No caso do nosso município, também é obtido com o pagamento dos
royalties. Por isso, precisamos entender que público não é sinônino de
gratuito, motivo pelo qual é preciso fazer bom uso dos recursos públicos e
zelar pelos espaços e serviços criados com esses recursos.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

Os poderes que caracterizam o município

O Estado brasileiro tem como modelo político-administrativo a junção


de Três Poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Cada poder
possui funções específicas. No caso de Itaipulândia, temos o poder
Executivo e o poder Legislativo.

96
Em nosso município, a sede do poder Executivo é o Paço Municipal
Tancredo Neves, inaugurado no dia 12 de julho de 2002, como mostra a
imagem a seguir:
PAÇO MUNICIPAL TANCREDO NEVES

Tancredo Almeida Neves foi um


importante político brasileiro, eleito
como presidente da República em
1985, mas não chegou assumir o
cargo por problemas de saúde que o
levaram à morte.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Senador_Tancredo_Neves_2.jpg

A função do representante do Poder Executivo é de aplicar as leis e


os projetos. Ou seja, tem a obrigação de executar as ações que visam ao
cumprimento das leis. Seus representantes são os prefeitos dos municípios,
os governadores dos estados e o presidente da República (país), com
auxílio dos respectivos vices. Atualmente, todos são escolhidos pelo povo.
Os representantes do Poder Legislativo, por sua vez, elaboram/criam
ou modificam as leis necessárias para a administração do local. Nos
municípios, são os vereadores que compõem o legislativo. Também há

97
representação de deputados estaduais (estados) e os deputados federais
(país). Além deles, existe o Senado, que é composto pelos senadores.
Todos os representantes são escolhidos pelo povo. O local que representa
a sede do Legislativo é chamado de Câmara Municipal. Em Itaipulândia, a
Câmara é composta por 9 vereadores.

CÂMARA MUNICIPAL DE ITAIPULÂNDIA

Câmara de Vereadores de Itaipulândia inaugurada em 27 de


novembro de 2004.

Temos também o Poder Judiciário, com a função de julgar os crimes


e avaliar se as leis criadas estão de acordo com a Constituição Federal.
Seus representantes são os juízes e desembargadores e não são
escolhidos pelo povo.
O documento principal que regulamenta e orienta toda a
administração pública no regime democrático é a Constituição Federal.

Disponível em:
http://www.assembleia.pr.leg.br/divulgacao/noticias/tv-
assembleia-exibe-serie-de-reportagens-para-comemorar-os-30-
anos-da-constituicao-federal

98
A partir da Constituição Federal, cada estado cria suas leis (decretos,
deliberações, instruções). Cada município, por sua vez, possui uma Lei
Orgânica, tendo em vista as leis estaduais e a própria Constituição. A partir
da Lei Orgânica, outras leis são criadas para administrar um município.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

A Prefeitura e a Câmara de vereadores sempre foram como são


atualmente? Quem foi o primeiro (a) prefeito (a) de Itaipulândia? Quem
foram os primeiros vereadores? Como é chamada uma pessoa que
nasce em Itaipulândia? Qual é a data de aniversário do município de
Itaipulândia?
Sobre esses assuntos, estudaremos a seguir.

Enfim..., um município!

Agora que vimos como se estrutura a administração municipal,


faremos um retorno ao passado para conhecer um pouco mais da história
do nosso município.
As primeiras eleições municipais ocorreram em 1992, sendo eleitos
Lotário Oto Knob como Prefeito e José Naconeski Sobrinho Vice-Prefeito.

99
Diplomação do prefeito Lotário Oto Knob
e do vice-prefeito José Naconeski
Sobrinho, eleitos em 1992 para o
primeiro mandato de Itaipulândia.

Procedência: Acervo fotográfico do


Projeto Memória.

Posse dos eleitos para o primeiro mandato


do município de Itaipulândia, ocorrida em 01
de janeiro de 1993 no Clube Esportivo
Recreativo 19 de julho.

Procedência: Acervo fotográfico do Projeto


Memória.

100
Diplomação do Prefeito, vice-prefeito e vereadores eleitos na primeira
eleição realizada no município de Itaipulândia, em 1992.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Instalação oficial do município de Itaipulândia em 01 de janeiro de 1993 pelo então


prefeito Lotário Oto Knob e pelo vice-prefeito José Naconeski Sobrinho.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

101
A posse dos eleitos nas primeiras eleições municipais e a instalação
oficial do município de Itaipulândia ocorreram no dia 01 de janeiro de 1993.
A prefeitura era muito diferente do que é hoje. Funcionava no prédio,
onde atualmente é a Casa da Memória.

1º prédio da Prefeitura de Itaipulândia, em 1993. Antiga subprefeitura de


Aparecidinha do Oeste.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

A Câmara de Itaipulândia também funcionava em outro espaço, onde


atualmente é uma loja de roupas.

102
Primeira sede da Câmara de vereadores de Itaipulândia em 1993 – Prédio alugado.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Desde a sua criação, a Câmara Municipal de Itaipulândia é composta


por nove vereadores. A imagem a seguir mostra os primeiros vereadores
eleitos. Observando da esquerda para a direita, Otilo Kollemberg (In
memoriam), Valdir Spiecker, Wilmo Walker, Guinter Münch, Menteviles
Batista da Silva, Ari Gomes Prates (In memoriam), Cecília A. F. Moretto,
Mauri Peterson e Isidoro Melek.

103
Vereadores eleitos para a primeira legislatura do município reunidos na Câmara
Municipal de Itaipulândia.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

O município também possui o distrito administrativo de São José do


Itavó, que tem como representante o(a) Subprefeito(a).
Qual é a data de aniversário do município de Itaipulândia?
Por que foi escolhida esta data? Qual é a lei que instituiu a referida
data? Em que ano foi criada essa lei?

Para saber sobre o assunto, leia os documentos representados a seguir:

104
105
106
Observamos no Projeto de Lei Nº 009/93 que a data alusiva à
comemoração do aniversário do município foi definida em homenagem à
população pelo alto índice de aprovação obtido no plebiscito.
A partir da formação do município, foi criada e aprovada a Lei Nº
021/93, que aprovou o adjetivo gentílico referente a quem nasce no
município de Itaipulândia.

107
108
Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do
Oeste, Novo Retrato!

Os símbolos municipais de Itaipulândia

Que elementos há em comum nas imagens a seguir:

PAÇO MUNICIPAL TANCREDO NEVES


IMAGEM 1

109
CÂMARA MUNICIPAL DE ITAIPULÂNDIA
IMAGEM 2

IMAGEM 3 IMAGEM 4

IMAGEM 5

110
IMAGEM 6

IMAGEM 7

IMAGEM 8

111
O que há em comum nas imagens anteriores? Você deve ter
percebido que há o mesmo símbolo em todos esses objetos. Qual é a
função desse símbolo? O que ele representa? Quais são os símbolos de
nosso município?

Assim como o Brasil e o estado do Paraná, Itaipulândia também possui


símbolos municipais. Os símbolos municipais são criados como uma marca
visual para representar um determinado território. Expressam parte da
história e também algumas características locais presentes nos costumes,
na economia, na organização político-administrativa, na arte e na religião,
expressando a identidade local.
Observe as bandeiras nacional, estadual e municipal.

Bandeira do Brasil

Bandeira do Paraná

112
Bandeira de
Itaipulândia

A Bandeira de Itaipulândia, assim como os outros símbolos, foram


criados a partir de concurso público, em que todos os munícipes puderam
participar. A ideia fundamental para a criação da bandeira municipal foi de
Edenir Duarte Patrício e foi aprovada pela Lei Municipal nº. 010/93.
Veja a seguir:

113
114
Representação das cores da Bandeira de Itaipulândia.
Azul: Representa o lago de Itaipu e sua imensidão de águas.
Verde: Representa as reservas florestais.
Amarela: Representa os grãos de nossa agricultura.
Branca: Representa a paz e união entre os povos.

Discuta com seus colegas sobre as seguintes informações:


 A que se refere este documento?
 A quem é destinado?
 Quando essa Lei foi aprovada?
 Onde podemos encontrar esse documento?
 Que tipo de documento é?

115
 Foi produzido com qual objetivo?
 Qual a relação desse documento com a história do município?
 Quais são os elementos representados na Bandeira Municipal
de Itaipulândia?

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

O Brasão de Armas

O Brasão também é um importante símbolo. Observe qual brasão


representa o Brasil, o Paraná e o município Itaipulândia.

Brasão Brasão Brasão


Nacional Estadual Municipal
(Brasil) (Paraná) (Itaipulândia)

O que há em comum entre os três?

116
O Brasão de Itaipulândia foi criado pela professora Izabete Marli
Patzlaff e aprovado pela Lei Municipal nº. 013/93, como mostra o documento
a seguir:

117
118
Escudo: Modelo Tradicional usado no Brasil.
Castelo com 05 torres: Representa a sede do município com seu
poder, sua autoridade e suas leis.
Engrenagem: Representa o potencial da industrialização do
município.
Ramos de soja e milho: Representam a fertilidade da terra, a
agricultura e a abundância das colheitas em Itaipulândia.
Paisagem: Representa a pesca, o lazer e o potencial turístico do
município.

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

119
Preste atenção à apresentação feita por seu(ua) professor(a) sobre
os símbolos oficiais de alguns municípios da região Oeste, localizados
próximos ao nosso município.

Após a explicação do(a) professor(a), a que conclusões podemos


chegar sobre os elementos que compõem os símbolos?

Caderno de atividades: Unidade 5 – Aparecidinha do


Oeste, Novo Retrato!

120
UNIDADE 6

ITAIPULÂNDIA: IDENTIDADE E PATRIMÔNIO CULTURAL

Casa da memória (2019)


Procedência: Departamento de Imprensa

A história do lugar que hoje é Itaipulândia começou bem antes da


criação do município. Mas, após a emancipação político-administrativa, os
gestores, com a participação da população local, buscaram formas de
preservar elementos históricos e culturais. Muitas foram as ações para
formar uma identidade local, através da criação dos símbolos, eventos,
festividades, monumentos, espaços de sociabilidade, entre outras.
Um exemplo de projeto para resgatar, preservar e divulgar o
patrimônio cultural local é a criação da Casa da Memória de Itaipulândia.

121
Casa da Memória de Itaipulândia

Onde está instalada a Casa da Memória? Você já visitou esse lugar?


O que está exposto lá? Que tipo de história ela retrata? Qual a importância
desse local? Por que esse espaço recebe o nome de Casa da Memória?
A Casa da Memória foi criada com objetivo de resgatar, preservar e
divulgar elementos do passado que retratam as formas de vida da
população local, através de objetos, documentos, instrumentos de trabalho,
fotografias, entre outros bens históricos, que compõem o patrimônio cultural
local. O acervo foi sendo formado a partir de 1996 e exposto em local
provisório. Em 2003, a Casa da Memória passou a atender no prédio da
antiga prefeitura.

Casa da Memória no ano de 2006 – Antiga subprefeitura de São Miguel do Iguaçu durante a década de
1980 e início da década de 1990 - Prefeitura de Itaipulândia de 1993 até o ano de 2002.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Para saber mais sobre a Casa da Memória, assista ao vídeo:


Casa da memória – Repórter Jackson Dias – Caminhos do Oeste –
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G4EcBP-kyP4 .

122
Leia o texto a seguir.

123
Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e
Patrimônio Cultural

Patrimônios culturais

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma


instituição federal vinculada ao Ministério da Cidadania, responsável pela
preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao IPHAN proteger e
promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e
usufruto para as gerações presentes e futuras.
Segundo o IPHAN, o Patrimônio Cultural é definido como um conjunto
de bens existentes no País e cuja conservação é de interesse público pelo
seu valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do
patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela Administração
Federal, Estadual e Municipal.
Qualquer pessoa poderá solicitar o tombamento de qualquer bem ao
IPHAN. Os bens tombados estão sujeitos à fiscalização realizada pelo
Instituto para verificar suas condições de conservação, e qualquer
intervenção nesses bens deve ser previamente autorizada.
Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis como os
de cidades históricas, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens
individuais; ou móveis, como coleções arqueológicas, acervos documentais,
bibliográficos, fotográficos, cinematográficos, entre outros.
Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas
práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e
modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas,

124
musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que
abrigam práticas culturais coletivas).
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) define como patrimônio imaterial "as práticas,
representações, expressões, conhecimentos e técnicas — com os
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados
— que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."
O patrimônio cultural deve ser valorizado por todos devido a sua
importância na preservação da memória coletiva e da identidade cultural dos
diversos grupos sociais.
Texto adaptado do site: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/872

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Áreas de lazer e de sociabilidade no município

O Balneário de Jacutinga é uma das áreas de lazer de Itaipulândia,


construída após a formação do lago de Itaipu. Essa área é visitada por
milhares de pessoas na temporada de verão, vindas de toda região, de
outros Estados e, inclusive, dos países vizinhos, Paraguai e Argentina. A
estrutura desta área de lazer é composta por uma área de camping,
quiosques, pavilhão de eventos, lanchonetes, banheiros, quadra de vôlei e
de futebol de areia e área de banho.

125
Vista aérea do balneário Jacutinga (1996)

Pavimentação das ruas e construção de quiosques (1996)

Balneário Jacutinga (2016)


Departamento de Imprensa

126
Balneário Jacutinga (2019)
Departamento de Imprensa

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Parque aquático Itaipuland


Um outro espaço de lazer do município é o parque aquático composto
por Resort, com quadras de tênis, quadra poliesportiva, restaurantes,
lanchonetes, bares molhados, entre outras atrações.

127
https://www.fozdoiguacudestinodomundo.com.br/novidades/parque-aqu%C3%A1tico-
termal-de-itaipul%C3%A2ndia-j%C3%A1-vende-cotas-do-seu-hotel-com-54-apartamentos

https://portalcostaoeste.com.br/todas-noticias/regiao-oeste-do-parana/itaipuland-
hot-park-e-opcao-para-familia-neste-verao/

O espaço é administrado pela iniciativa privada e foi construído em


parceria com o poder público.

128
Hotel fazenda Itacorá

Outra opção de lazer ofertada no município é o turismo rural. O hotel


fazenda Itacorá localiza-se a 15 km da sede, próximo ao Lago de Itaipu.
Oferece várias atrações e toda a tranquilidade do campo.

https://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g3844464-d9871098-Reviews-
Hotel_Fazenda_Itacora-Itaipulandia_State_of_Parana.html

1. Você conhece as áreas de lazer mencionadas anteriormente?


2. Estes espaços são públicos ou privados?
3. Qualquer pessoa pode frequentar essas áreas? Justifique sua
resposta.
4. Quem é responsável pela manutenção e preservação dessas áreas?

Outros espaços de sociabilidade no município

Há no município alguns espaços de sociabilidade como as praças: Edi


Berghann e Padre Isidoro Royer, o balneário de Jacutinga, onde a
população se reúne para tomar chimarrão ou tereré, comer pipoca e
conversar com os amigos e familiares. A religiosidade também se faz

129
presente, tendo, desde o início da colonização, templos religiosos, com
predomínio da igreja católica.
Em algumas localidades e bairros do município também há áreas de lazer
e de sociabilidade. Veja nas imagens a seguir:
PRAÇA PADRE ISIDORO ROYER

Procedência: Departamento de Imprensa

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Você já ouviu falar ou participou da festa do “Dourado no


Carrossel”? Quem promovia/promove essa festa? Ela ainda é realizada?
Em que período do ano ocorria/ocorre essa festa? Qual é a importância
desse evento para o município? Por que o evento recebeu esse nome?

130
Festa do Dourado no Carrossel

Em 1993, durante as festividades referentes ao primeiro aniversário


de Itaipulândia, foi realizado, no Clube 19 de Julho (local do atual Centro de
Eventos), o 1º jantar à base de peixe do município. Cada entidade
participante preparou seu próprio prato à base de peixe para que a
população pudesse avaliar cada um desses pratos.
No ano de 1994, foi realizado o 2º jantar típico à base de peixe, servido
no terminal turístico de linha Jacutinga. Na ocasião, alguns funcionários da
prefeitura prepararam para o jantar um Dourado na grelha, que foi um dos
pratos mais apreciados pela população. Foi definido, então, o dourado como
prato típico de Itaipulândia. Isso aconteceu pelo fato de o peixe ser um dos
mais nobres e bonitos da região, e também por sua carne ser muito
saborosa e apreciada por todos que a experimentam.
Outro motivo que levou à escolha do dourado foi o fato de o município
estar localizado às margens do rio Paraná e possuir grande parte de suas
terras encobertas pelas águas do reservatório de Itaipu. A localidade de
Jacutinga foi escolhida para sediar a Festa do Dourado, pelo espaço e pela
existência da praia artificial.
Segundo Lauro Barth (morador, funcionário público e pescador
profissional), a ideia do Carrossel para assar os peixes teria surgido em
uma pescaria realizada num dia de chuva, quando ele e outros

131
companheiros de pesca se encontravam num barco, abrigados embaixo
de um guarda-sol, que girava devido ao vento. Lauro imaginou uma
estrutura similar à do guarda-sol aberto, que girasse sobre o fogo, e criou
o primeiro carrossel.

Durante as comemorações do terceiro aniversário do município, no


ano de 1995, Itaipulândia realizou a 1ª Festa Nacional do Dourado no
Rolete. Nesta festa, foram utilizados os dois sistemas (Rolete e Carrossel)
para assar os peixes. Mesmo após o aprimoramento e a melhora do sistema
de roletes para assar os dourados, o carrossel foi o equipamento que mais
despertou a curiosidade das pessoas que participavam da festa, justamente
pela forma original como eram assados os peixes.

Sistema de Carrossel sendo montado junto à praia artificial de Jacutinga.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Carrossel em funcionamento durante as festividades do município de Itaipulândia.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Nas festividades do ano de 1996, deu-se sequência à Festa Nacional


do Dourado no Rolete com a realização da 2ª Festa. Na 3ª Festa, em 1997,

132
o rolete foi totalmente substituído pelos carrosséis. No ano de 1998, na
realização da 4ª Festa do Dourado, houve mudanças no nome do evento,
passando a ser chamado de Festa Internacional do Dourado no Carrossel.
A Festa continuou acontecendo anualmente. Os dourados eram
adquiridos em grandes peixarias de Foz do Iguaçu, vindos do Paraguai e da
Argentina, e outra parte do Mato Grosso.
Porém, pelo represamento do rio Paraná, para a construção da usina
de Itaipu, aos poucos, os dourados foram desaparecendo da região, tanto
pela pesca predatória praticada indiscriminadamente, e, principalmente,
pelas mudanças ocorridas em seu hábitat natural, visto que este tipo de
peixe prefere águas rápidas, de correntezas fortes, que acabaram
desaparecendo com a construção da barragem. Esses fatores foram
dificultando a realização do evento no município.
Em 2017, após seis anos sem a ocorrência do evento, foi realizada a
15ª edição da Festa do Dourado no Carrossel, evento não realizado no ano
seguinte.
O município, buscando outras alternativas, em 2019, realizou a 1ª
Festa do Leitão no Carrossel, sendo que a carne suína tem maior oferta e é
de mais fácil acesso. Um dos argumentos para a mudança é o fato de a
suinicultura fazer parte da base econômica do município atualmente.

Procedência: Departamento de Imprensa

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

133
Natal Dourado Iluminado
Anualmente, a cidade fica iluminada para as festividades natalinas.
Nesse período, há diversas apresentações culturais na praça Padre Isidoro
Royer, organizadas pelo Departamento de Cultura.

Paço Municipal de Itaipulândia decorado para as festividades natalinas.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

PRAÇA PADRE ISIDORO ROYER (2018)

PÁTIO DO PAÇO MUNICIPAL TANCREDO NEVES (2018)

Procedência: Departamento de Imprensa

134
Monumento de Nossa Senhora Aparecida

Você conhece o monumento


representado na imagem? Onde ele
está localizado? Quem o criou?
Quando e por que foi criado? Quem
conserva esse monumento? Qual sua
importância para as pessoas do local?
Procedência: Departamento de Imprensa

A imagem de Nossa Senhora Aparecida faz parte da história de


Itaipulândia desde o início da colonização. O senhor Taborda, um dos
primeiros colonizadores de Aparecidinha do Oeste, tinha grande devoção
por Nossa Senhora Aparecida. Por este motivo, trouxe a primeira imagem
da Santa e a deixou na escolinha construída em sua propriedade, também
utilizada como igreja. A imagem era pequena, no entanto sua influência foi
muito grande para a devoção dos moradores do lugar. Nessa época, a
localidade era conhecida como São João, e também como Linha Taborda.
Em 1966, foi construída a primeira Igreja Católica do vilarejo em um
terreno doado pelo Sr. Pedro Herte. A imagem da Santa foi trazida para a
nova Igreja, e, por decisão da maioria dos moradores, Nossa Senhora
Aparecida foi escolhida como a Padroeira do lugar. Por este motivo, e pelo
fato de estar localizada no extremo Oeste do Estado, o local, que possuía
uma população predominantemente Católica, passou a ser chamado de
Aparecida do Oeste. Por ser um lugar muito pequeno, todos começaram a
chamá-lo de Aparecidinha do Oeste.
Apesar da mudança do nome depois da criação do município, a
devoção à Nossa Senhora continuou. Dessa forma, a Administração

135
Municipal resolveu presentear a comunidade com a edificação de um
monumento que simbolizasse toda essa fé.
A arte do monumento foi idealizada pelo escultor e arquiteto Marcelo
Francallassi, de Curitiba. O custo da obra ficou a cargo do próprio município.
O monumento começou a ser erguido em dezembro de 1999 e foi entregue
à comunidade em 12 de Outubro de 2000, com a realização da festa do dia
da padroeira de Itaipulândia e também do Brasil.

Construção do monumento de Nossa Senhora Aparecida no ano de 2000.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

Monumento de Nossa Senhora Aparecida construído no bairro Caramuru.


Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória.

136
O monumento de Nossa Senhora Aparecida está localizado no ponto
mais alto do município, no bairro Caramuru e possui 26 metros de altura,
sendo o maior monumento de Nossa Senhora Aparecida da América Latina.
A imagem está voltada de frente para a cidade de Itaipulândia. Do local tem-
se uma vista impressionante do lago e das belezas naturais do município.

137
Procedência: Departamento de Imprensa

Durante as festividades de fim de ano, acontece, em Itaipulândia, o


Natal Dourado Iluminado. Período esse em que a cidade fica decorada com
luzes e enfeites natalinos. O monumento e o local em geral também são
decorados com luzes natalinas.
Aos poucos, o local está mudando a rotina dos moradores do
município, pois o monumento de Nossa Senhora Aparecida atrai devotos de
toda a região e até mesmo pequenos grupos de outros Estados e de países
vizinhos.
Desde 2005, no mês de outubro, com a coordenação da paróquia
Nossa Senhora Aparecida e apoio da Administração Municipal, acontece a
Novena em Honra a Nossa Senhora Aparecida, atraindo milhares de
pessoas e desenvolvendo o turismo religioso no município, fazendo parte
da rota religiosa da região oeste do Paraná.

138
Procedência: Paróquia Nossa Senhora Aparecida (2018)

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Festas juninas

A realização de festas juninas também é tradição em Itaipulândia.


Geralmente, a organização dessas festas fica a cargo dos estabelecimentos
de ensino (escolas e CMEIs).
A origem das festas juninas está relacionada às festas religiosas que
ocorriam durante o mês de junho em homenagem aos santos católicos: São
João, São Pedro e Santo Antônio.

139
Essa festividade chegou ao Brasil com a vinda dos portugueses. Com
o passar do tempo e com as influências de várias culturas, as festas juninas
foram criando características específicas nas diversas regiões do Brasil.
Algumas tradições são comuns como: a dança da quadrilha,
casamento caipira, roupas típicas, balões e bandeirinhas para decorar o
ambiente e a fogueira, que atualmente é proibida por lei devido ao risco de
incêndios.

A fogueira, segundo o catolicismo, tem sua origem em um trato feito pelas


primas Isabel (mãe de São João Batista) e Maria (mãe de Jesus Cristo).
Isabel teria mandado acender uma fogueira no topo de um monte para
avisar a sua prima Maria que seu filho havia nascido.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fogueira

Os quitutes juninos são fundamentais. Os mais comuns são: os bolos,


pinhão, pipoca, pamonha, maçã do amor, pé de moleque, batata-doce,
quentão, entre outros.

Em nosso município, o período de festas, geralmente é estendido para


garantir uma data a cada instituição escolar. Na ocasião, a comunidade
pode saborear os quitutes juninos e apreciar as apresentações culturais
organizadas pelos professores.

140
Veja fotos dessas festividades organizadas pelas instituições:

Festa junina da Escola Municipal João Lorini (2019).


Procedência: Escola Municipal João Lorini

Festa junina da Escola Municipal Carlos Gomes (2019).


Procedência: Escola Municipal Carlos Gomes

Festa junina da Escola Municipal Rondônia (2019).


Procedência: Escola Municipal Rondônia

141
Festa junina da Escola Municipal Dona Leopoldina (2018).
Procedência: Escola Municipal Dona Leopoldina

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Outros eventos do município

No decorrer do ano, cada localidade realiza uma festa em honra ao


seu(ua) referido(a) padroeiro(a), demostrando a forte influência religiosa.
Da mesma forma, ocorre, anualmente, a festa da padroeira do município no
início do mês de outubro.
Além das festas tradicionais, o município realiza eventos coordenados
pelos Departamento de Cultura e pelo Departamento de Esportes. Os
referidos departamentos faziam parte, da Secretaria Municipal de
Educação, Cultura e Esportes. A partir do mês de outubro de 2019, a
administração separou os três departamentos, criando a secretaria de
Cultura e Esportes e a secretaria de Educação.
O Departamento de Cultura tem como sede o Centro de Artes.

142
CENTRO DE ARTES (2019)

Procedência: Departamento de Imprensa

Inicialmente tinha a denominação de Centro Educacional e atendia à


Secretaria de Educação, Cultura e Esportes como um todo.

CENTRO EDUCACIONAL (1993-1996)

143
O Departamento de Cultura coordena outros eventos como: Mostras
Culturais, Festival Municipal da Canção de Itaipulândia — Festita e o
Festival Regional da Canção de Itaipulândia — Fercai e o Baile da Escolha
da Miss Itaipulândia.

Baile com escolha da Miss Prefeito e primeira dama,


Itaipulândia (1993) juntamente com a Miss e a 1ª e 2ª
princesas (1994)

Candidatas a Miss Itaipulândia 2019.


Disponível no site:
http://www.itaipulandia.pr.gov.br/noticias.php?id=1022

144
BAILE COM ESCOLHA DA MISS ITAIPULÂNDIA 2019

Departamento de Imprensa

Juntamente com o departamento de Esportes, realiza o Emuji


(Encontro Municipal da Juventude Itaipulandiense). Este evento conta,
atualmente, com a participação dos jovens da aldeia Aty Miri.

Festa de encerramento do III EMUJI (1996)

145
EMUJI (2019)

Procedência: Departamento de Imprensa

Através do Departamento de Cultura, o município oferece várias


oficinas para crianças, jovens e adultos como: Teclado, Gaita Pianada,
Gaita Ponto, Teatro, Fanfarra, Balé, Pintura em Tela, Bateria, Capoeira,
Violino, Violoncelo, Saxofone, Contrabaixo, Desenho, Viola, Dança
Moderna, Vocal, Violão e Danças Tradicionalistas.
Por meio do Departamento de Esportes, o município oferta diversas
modalidades esportivas como: Futsal, Futebol e Voleibol. Também
coordena competições realizadas no Emuji, Itaverão, Campeonato
Municipal de Futebol Suíço (masculino e feminino) Canastra e Truco, Futsal
(Série Ouro, Prata e Bronze, Quarentinha, Master, Feminino e Categoria de
Base), Campeonato Municipal de Futebol (Divisão A e B), Bocha Carpê e
Bocha 48. Além disso, o município participa de competições regionais.

146
Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e
Patrimônio Cultural

Formas de lazer em outros tempos


Desde os primeiros tempos da colonização do oeste paranaense, uma
das formas de lazer mais conhecidas eram os encontros em casas de
famílias, animados por um gaiteiro nos pátios ou em galpões, fortalecendo
a convivência entre os moradores das comunidades.

Famílias em momentos de descontração. Músicos animando a localidade de


Procedência: Waldomiro Klos. Itacorá no início da década de 1970.
Procedência: Waldomiro Klos.

Momentos de descontração e muita música para


animar as noites do distrito de Itacorá.
Procedência: Família Fin.

147
As caçadas também eram consideradas uma forma de diversão. A
caça existia em abundância e os principais animais abatidos eram: paca,
pardo (veado), anta, “cateto” (porco-do-mato). As caçadas geralmente eram
realizadas aos domingos.

Caçada ocorrida na década de 1970.


Procedência: Ari Cezar Dias Ramos.
.

A oferta de peixes na região também era abundante. Por isso a pesca


era muito praticada pela população que residia nas proximidades de rios
maiores, como o Paraná e o Ocoy. No rio Paraná existiam muitos tipos de
peixes, entre eles: dourado, surubim, bagre, cascudo, jaú e outros.

Pescaria realizada no rio Paraná em


Itacorá durante a década de 1970.
Procedência: Waldomiro Klos.

148
Peixe capturado no rio
Paraná nas proximidades de
Itacorá durante a década de
1970.
Procedência: Pedro Carvalho.

As “carreiras” de cavalo também foram um grande atrativo no início da


colonização. As canchas de carreira mais conhecidas eram as de Santa Inês
e Sol de Maio.
As festas, geralmente, aconteciam nos pátios das escolas e igrejas,
onde eram armadas barracas feitas com lonas, animadas com música ao
vivo.

Família Gewehr animando uma das muitas festas das quais participavam, em toda
região, tocando seus instrumentos. (Década de 1980).
Procedência: Família Gewehr.

149
Os almoços eram à base de churrasco e saladas, preparados
coletivamente por pessoas da comunidade. Para assar o churrasco, era feita
uma cova no chão para se fazer o fogo e os espetos geralmente eram feitos
de madeira.
Os primeiros bailes também tinham locais improvisados,
principalmente residências de famílias. Com o aumento da população,
surgiram vários salões, alguns pertencentes a associações e outros a
particulares.

Festa junina realizada no clube de bailes pertencente ao Sr. Aluízio Hahn


(Seu Nenê) - Distrito de Itacorá - Década de 1970.
Procedência: Prof. Clari T. Amorim.

Um dos salões mais conhecidos foi construído em Itacorá no ano de


1964, e pertencia a família Hahn. O salão também era utilizado como
cinema, “Cine Glória”. O salão e o cinema ficaram em atividade até no início
da década de 1980, quando foram desapropriados pela usina de Itaipu.
Durante a década de 1970, o futebol se tornou um dos principais
atrativos para os finais de semana, principalmente depois que começaram
a ser realizados os campeonatos de futebol.

150
Time de futebol de Itacorá em 1964 – Na época, o
Presidente do Clube era Pedro Tavares; primeiro de
pé da direita para esquerda.
Procedência: Projeto Memória de São Miguel do
Iguaçu.

Time de futebol “Sete de Setembro” de São José


do Itavó - Desfile cívico ocorrido na década de
1970.
Procedência: Sandra Bombardelli Marcon.

Esporte Clube Juventude de Aparecidinha


do Oeste em 1977.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto
Memória

Time de futebol de Buriti em meados da


década de 1970.
Procedência: Angelo Scarpato.

Para as mulheres uma das formas de diversão e descontração mais


praticadas era através das sociedades de damas, ou clube de mães, como

151
também eram conhecidas. Nesses encontros, elas jogavam bolãozinho,
tomavam chimarrão, organizavam pequenas promoções e conversavam
sobre os mais variados assuntos.

Sociedade de Damas Bom Progresso no ano de 1971 - Primeira


Sociedade de Damas de Aparecidinha do Oeste.
Procedência: Tereza B. Hentges.

Converse com seus colegas sobre as principais mudanças nas


formas de lazer e entretenimento no início da formação das comunidades
locais e as formas de lazer atuais.

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

152
Desfile cívico
Outro evento histórico em Itaipulândia é o Desfile Cívico.
DESFILE CÍVICO (2019)

153
Procedência: Departamento de Imprensa

Esse desfile, além das instituições escolares, envolve todos os setores


da Administração Pública e a comunidade em geral. Os agricultores
desfilam com seus carros, tratores, caminhões, colheitadeiras e outros
implementos agrícolas. Há também participação do comércio, empresas
que prestam serviços e entidades locais. Esse evento é uma maneira
encontrada pela comunidade para reunir as famílias em momentos de
descontração, patriotismo, civismo e religiosidade.
Os registros a seguir indicam que o desfile cívico faz parte da história
local.

154
Desfile cívico ocorrido em São José do Itavó no dia 07 setembro de
1973.
Procedência: Sandra Bombardelli Marcon.

Procedência: Prof. Clari T. Amorim.

155
Desfile cívico ocorrido no distrito de Itacorá durante a década de 1970.
Procedência:
DESFILE Waldomiro
CÍVICO EMKlos.
ITACORÁ

Alunos e outras pessoas da


comunidade participando de desfile
cívico ocorrido na rua XV de
Novembro durante a década de 1980
em Aparecidinha do Oeste.
Procedência: Família Spies.

156
Desfile cívico ocorrido na Avenida Tiradentes em Aparecidinha do Oeste no início da
década de 1980.
Procedência: Acervo fotográfico do Projeto Memória

1. Você conhece esses lugares representados nas imagens sobre o


desfile?
2. Essas fotos são atuais ou de antigamente?
3. Quais são as principais mudanças que ocorreram nesses locais
representados?
4. Quem transformou esses espaços? Por quê?

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Origem e significado do desfile cívico

Antes de compreendermos o que representa o Desfile de Sete de


Setembro, precisamos entender o significado da palavra desfile.

157
Desfile também pode ser chamado de
marcha, cortejo, procissão ou parada. É um evento comemorativo em que
pessoas atravessam determinado caminho, sucedendo-se umas às outras
de forma coordenada, normalmente em filas.

O dia 07 de setembro é considerado um feriado nacional desde a


aprovação da Lei 662/49 de 06 de abril de 1949, no governo do General
Eurico Gaspar Dutra. Além de 7 de setembro, a referida lei declara também
os dias: 1º de janeiro, 1º de maio, 15 de novembro e 25 de dezembro como
feriados nacionais.
Na época, o desfile cívico tinha como objetivo principal o sentimento
de valorização da nação, simbolizando um ato de patriotismo, de orgulho,
amor e devoção à Pátria e aos símbolos.
Após 1964, no Governo Militar, passou a representar o civismo, o
patriotismo (devoção ao interesse público, amor à Pátria). Após o fim do
Governo Militar, em 1985, o desfile cívico ganha características de
cidadania. O principal desfile ocorre na capital do país, transferida para
Brasília em 1960, além de ocorrer em diversas das cidades existentes no
Brasil.
DESFILE CÍVICO EM 1947 NO RIO DE JANEIRO–CAPITAL DO BRASIL

Desfile de 7 de setembro em 1947 no governo de Eurico Gaspar Dutra, no Rio


de Janeiro.

158
DESFILE CÍVICO EM BRASÍLIA - CAPITAL DO BRASIL EM 2018

Sg Alexandre Manfrim/MD

CAVALARIA FAZ PARTE DA HISTÓRIA DO BRASIL

Sg Alexandre Manfrim/MD

Imagens disponíveis em:


https://www.defesa.gov.br/noticias/46872-confira-como-ser%C3%A1-o-dia-de-desfile-do-7-de-
setembro-na-capital

Atualmente, o desfile tem como objetivo homenagear e conscientizar


sobre a importância da Pátria e da história do Brasil, além do dever de cada

159
cidadão para com o Brasil. Pátria é o país onde nascemos, a terra natal, o
lugar de origem.

O significado histórico do dia Sete de Setembro


O dia Sete de Setembro tem uma importância histórica, pois
representa simbolicamente, o dia da Independência do Brasil, quando
supostamente, Dom Pedro I (o então futuro imperador do Brasil) deu o
“Grito da Independência” às margens do rio Ipiranga, em São Paulo,
tornando o Brasil independente de Portugal.
Após a declaração de Independência, Dom Pedro tornou-se
imperador do Brasil, mas Portugal reconheceu a independência tempos
depois com o pagamento de uma indenização.

Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e


Patrimônio Cultural

Itaverão
A Administração Municipal de Itaipulândia, através dos departamentos
de Cultura e Esportes também realiza o Itaverão, no Balneário Jacutinga. O
evento é composto por atividades recreativas e competições esportivas.

Procedência: Departamento de Imprensa

160
O Centro Tradicionalista Gaúcho (CTG) Sinuelo da Fronteira

O CTG Sinuelo da Fronteira foi criado em 1994 com objetivo de cultivar


a tradição gaúcha. Tem sua sede na localidade de Jacutinga. As principais
festividades ocorrem na Semana Farroupilha. O evento lembra o começo
da Revolução Farroupilha, que ocorreu em 20 de setembro de 1835.
Geralmente, em municípios onde houve a colonização sulista há um
CTG como forma de cultivar e transmitir os costumes e tradições gaúchas.
Dentre essas tradições, destaca-se o chimarrão, as vestimentas, o
churrasco, tiro de laço, a música, a poesia, as danças, entre outras.

Procedência: Família Bomhardt

161
PARTICIPAÇÃO DO CTG SINUELO DA FRONTEIRA NO DESFILE
CÍVICO DE 2019

Desfile Cívico na Avenida Tiradentes


Procedência: Departamento de Imprensa

Após ter estudado sobre vários aspectos da história do município,


elabore um texto de divulgação científica, seguindo o roteiro a seguir.

1. Quais são as relações entre as festas e/ou comemorações, as formas


de lazer e os monumentos com a preservação da memória dos
diferentes grupos que compõem a história do município e/ou região?
Discuta com seus colegas sobre o assunto.

Assista ao vídeo: Itaipulândia, 25 anos construindo uma nova história,


disponível no site: https://www.youtube.com/watch?v=yrDBTZPvO7o . Em seguida,
discuta com seus colegas sobre o mesmo.

162
Caderno de atividades: Unidade 6 – Identidade e
Patrimônio Cultural

Leitura complementar:
O Lugar

Meu lugar é o meu paraíso se ali tenho o que preciso


e o que tenho, por simples que seja,
me faça viver, sonhar, sorrir, e pra mim seja
algo de profundo prazer e porvir.

Falo do gosto — na vida — de ter forças pra lutar,


pra abraçar o rosto do amanhecer, da tarde, do anoitecer
e de todos os (inumeráveis) próximos — amigos,
alguns dos quais até apresento:
minha árvore, meus pássaros, meu riacho,
ou mesmo o singelo banco em que me sento,
onde por vezes até, refletindo, me acho...

É, o meu lugar é onde tenho os melhores laços.


É ele o melhor amigo,
o nosso mais fausto e prazeroso abrigo,
que pode ser a casa, a rua, a viela,
o boteco, a festa, ou mesmo a favela,
o roçado de trigo, o cavalo, a vaquinha amarela,
os pássaros, as galinhas, as ovelhas
e até o pôr do sol, com seu matizado arrebol,
ou ainda a dama-noite, cujas teias de fazer sonhar
encantam os namorados que, sob o frescor da inefável brisa,
se dançam, se amam ao luar
sob a bênção das estrelas, estas, guias, também fiéis amigas
da estrada, da gente que busca trilhas!

O nosso melhor lugar


é o que dá forças pra gente não parar,
mas, sim, com fé agarrar a lida,
e fazer o que a gente sente no peito,
fazer do nosso jeito, o que gosta
mesmo que não dê conta

163
de decifrar as luzes
e os incontáveis embustes e embates da vida
ou entender suas esdrúxulas e inesperadas propostas,
corridas, feridas, saídas...

Agora, pra ter senso de verdade,


a maior desgraça a enfrentar
é ser forçado a do amigo se apartar,
e precisar desfazer de tudo o que veio a ter na vida
pra alguns vinténs vir a ganhar,
a fim de buscar outro sobreviver.

Desgraça é ter que abandonar


o nosso mais íntimo modo de estar e ser
e, às vezes, sem saber pra onde ir,
(só de falar dá tristeza, nem gosto)
ter que partir pra qualquer outro locus habitar.

Desgraça é ter que se enveredar em um lugar estranho,


sem amanho, desconexo, talvez medonho
porque não é onde o sonho da gente quer morar,
simplesmente porque ali não é o nosso lugar...

(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos
Flávio). Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-reflexao/5237696

164
Hino de Itaipulândia - PR
Aparecidinha D'Oeste
Embalada num sonho abstrato
De Itaipu herdeira do lago
Novo sonho, novo retrato.

Estrela D'Oeste, Itaipulândia.


Destaque entre as cidades lindeiras
Seja sempre um hino ao progresso
Ao povo que aqui planta a esperança
E sempre a vê altaneira

Nossas águas misturam-se ao verde


Ao azul e ao branco da paz
Que destacam em nossa bandeira
A história de um povo capaz
Lavouras salpicam os campos
Onde Deus presente se faz
Tendo no lema união e trabalho
Força que progresso nos traz

A gratidão dos velhos pioneiros


A educação, a fé, a bonança.
Sejam aval de dias fecundos
Ao velho, ao jovem, à criança.

Município de Itaipulândia
Secretaria de Educação

Você também pode gostar