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Mossoró
2020
Letícia Maia Pinheiro Moura
Mossoró
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................04
1.1. TEMA.....................................................................................................................,.05
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................05
2. JUSTIFICATIVA......................................................................................................05
3. HIPÓTESES...............................................................................................................06
4. OBJETIVOS................................................................................................................07
4.1. GERAL.....................................................................................................................07
4.2. ESPECÍFICOS........................................................................................................07
5. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................08
6. METODOLOGIA DA PESQUISA..........................................................................15
7. CRONOGRAMA.......................................................................................................15
8. PROPOSTA DE SUMÁRIO.....................................................................................16
REFERÊNCIAS.............................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
A trajetória das mulheres pretas no Brasil é marcada pelos mais diversos tipos de
abusos e violência. Um estudo sobre a miscigenação brasileira da Universidade de São
Paulo (USP), publicado em 2020, a partir do mapeamento de mais de mil genomas
indica um resultado assimétrico entre homens e mulheres. Uma analise visual do gráfico
leva rapidamente à óbvia e triste conclusão: o abuso sofrido pelas mulheres negras em
nosso país desde a sua colônia. As sombras do que essas mulheres viveram reverberam
em nossa sociedade e podem ser notadas em todos os campos de vida destas, inclusive
no cenário médico, seja no caso de enfermidade ou no momento da gestação, parto e
pós-parto.
1.3. PROBLEMATIZAÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. HIPÓTESE
4. OBJETIVOS
4.1. GERAIS
Analisar o preconceito racial por trás da estatística de que as mulheres pretas
sofrem mais violência obstétrica a partir de um estudo histórico-cultural da trajetória
destas no Brasil.
4.2. ESPECÍFICOS
5. REFERENCIAL TEÓRICO
As nuances de tal violência muitas vezes passam despercebidas por haver certa
normalização de muitas condutas, bem como por não estar tão definido para a sociedade
o que é violência no parto, uma vez que:
Deste modo, não se trata somente de dolo em agredir a mulher, mas de atitudes –
ou a falta destas – que firam a dignidade, a privacidade e os direitos humanos e
fundamentais garantidos por leis como a Convenção de Belém do Pará, comungada em
1994, a qual versa que:
“(...) afirmando que a violência contra a mulher constitui violação dos direitos
humanos e liberdades fundamentais e limita todas ou parcialmente a observância,
gozo e exercício de tais direitos e liberdades; preocupados por que a violência
contra a mulher constitui ofensa contra a dignidade humana e é manifestação das
relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens;” (PARÁ,
1994)
O texto da lei deveria, por si só, ser o suficiente para o combate dessa forma de
violência, uma vez que esta interfere diretamente na saúde, liberdade de escolha e nos
direitos sexuais femininos. Entretanto, de acordo com o estudo “Mulheres brasileiras e
gênero nos espaços público e privado”, realizado em 2010 pela Fundação Perseu
Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), uma em cada quatro
mulheres é vítima de violência obstétrica no nosso país.
Embora seja essa uma boa atualização, o judiciário brasileiro ainda carece de
compreensão e de um olhar clínico e sensível diante dos casos levados à justiça, uma
vez que estes são recebidos e tratados sempre do ponto de vista do dano físico ou moral
à mãe e ao bebê. No entanto, esse tipo de violência é uma violência de gênero que fere
os direitos das mulheres, bem como direitos constitucionais. A Constituição Federativa
do Brasil versa, em seu artigo 5º:
O trecho aponta para o recorte racial na luta contra a violência obstétrica, o que
dificulta o processo de reparação histórica da sociedade para com a população negra e
melhorias no cuidado com a saúde da mulher, bem como na proteção de seus direitos,
uma vez que tais componentes são inseparáveis.
Por toda a história, os direitos femininos foram conquistados com suor e sangue.
A luta das mulheres, que segue até os dias de hoje, garantiu inúmeros direitos, como o
direito ao voto. Nada as foi dado, mas batalhado. Dentro desse contexto, movimentos,
como o movimento sufragista, tinham também cor, e essa cor era branca. Apesar das
relevantes conquistas advindas desse período – que representa a primeira onda do
feminismo – é inegável o recorte de raça e classe social, uma vez que tal movimento se
deu entre mulheres de classe burguesa, ou seja, mulheres que tinham acesso a estudo e
informação.
“Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa
carruagem, é preciso carregar elas quando atravessam um lamaçal e
elas devem ocupar sempre os melhores lugares. Nunca ninguém me
ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama ou me cede
o melhor lugar! E não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem para
meu braço! Eu capinei, eu plantei, juntei palha nos celeiros e homem
nenhum conseguiu me superar! E não sou uma mulher? Eu consegui
trabalhar e comer tanto quanto um homem - quando tinha o que comer
- e também aguentei as chicotadas! E não sou uma mulher? Pari cinco
filhos e a maioria deles foi vendida como escravos. Quando manifestei
minha dor de mãe, ninguém, a não ser Jesus, me ouviu! E não sou uma
mulher?” (RIBEIRO, 2015).
Com o passar dos anos e com a segunda onda do movimento feminista – que
agora abrangia diversas questões, de diferentes campos – as mulheres iniciaram uma
busca pela construção de sua identidade e essa busca ocorreu de forma diversa entre as
mulheres brancas e as mulheres pretas:
A exclusão da mulher preta do que seria o ideal feminino, bem como o mito de
mulher negra como forte e resistente – não por questões biológicas, mas puramente
históricas e culturais – é a resposta para diversos tipos de abusos e violências, como a
violência obstétrica. Os resultados da pesquisa A cor da dor: iniquidades raciais na
atenção pré-natal e ao parto no Brasil (2017), apontam que:
6. METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia do presente trabalho se deu através da pesquisa bibliográfica de
livros, teses e artigos que tratam sobre o racismo cultural existente na violência
obstétrica para o levantamento e análise do que já foi produzido sobre o assunto. A
pesquisa virtual foi feita a partir do uso das seguintes palavras-chaves: racismo,
violência obstétrica, brasil, na base de dados Scielo através do Google Acadêmico.
7. CRONOGRAMA
Período
AGO SET OUT NOV
Atividades
Pesquisa do
tema
Definição do
tema da
pesquisa
Definição dos
objetivos
Revisão de
literatura
Elaboração
textual
Entrega do
trabalho
8. PROPOSTA DE SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. A HISTÓRIA DO PARTO
4.2. O MACHISMO
5.1. PRÍNCIPIOS
5.3. DIREITOS
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
LEAL, Maria do Carmo et al. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal
e ao parto no Brasil. Cad. Saúde Pública [online].2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00078816.> Acesso em: 10 de novembro de 2020
Lansky S et al. Nascer no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2014. Disponível
em: <https://scielosp.org/pdf/csp/2014.v30suppl1/S192-S207/pt>. Acesso em: 12 de
novembro de 2020.