Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TUCURUÍ – PARÁ
2023
2
TUCURUÍ / PARÁ
2023
3
RESUMO:
O parto é caracterizado como um processo natural desde os primórdios, contudo, com os
avanços tecnológicos desenvolveu-se os procedimentos de partos hospitalares, surgindo a
medicalização dos partos, que influencia diretamente na autonomia das gestantes quanto à
escolha do tipo de parto. Partindo dessa premissa, o presente trabalho tem como objetivo
analisar as gestantes/parturientes como um sujeito de direito, que fazem jus a uma assistência
digna, humanizada e segura, inclusive no que concerne a escolha do parto, tendo ainda como
escopo identificar quais medidas jurídicas a serem adotadas frente a violação de direitos da
gestante na rede pública de saúde (SUS). Para melhor compreensão da temática utilizar-se-á
como metodologia a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativa e descritiva, valendo-se de
registros documentais através do uso da literatura, legislação pertinente e julgados.
1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, como parte dos
requisitos para obtenção de nota na disciplina, e conclusão do curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade
Gamaliel.
2
Acadêmica do curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade Gamaliel. Turma Direito 24. E-mail:
camilacarvalhedo@gmail.com
3
Professora orientador da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC 2)
4
humanized and safe assistance, including with regard to the choice of childbirth, also having
as scope to identify which legal measures to be adopted in view of the violation of pregnant
women's rights in the public health network (SUS). For a better understanding of the theme,
bibliographical research of a qualitative and descriptive nature will be used as a methodology,
using documentary records through the use of literature, relevant legislation and judgments.
INTRODUÇÃO
A dignidade da pessoa humana é considerada o princípio basilar da Carta Magna de
1988, elencado em seu inciso III do artigo 1º, a qual tem como objetivo assegurar a pessoa
humana um mínimo de direitos que devem ser respeitados pela sociedade e também pelo
Estado, preservando então a liberdade individual e a personalidade.
Muito tem se discutido sobre o direito das gestantes e a preservação de sua dignidade,
tendo em vista o elevado índice de mortalidade materna e perinatal. Neste viés, a presente
pesquisa, busca apresentar os direitos das parturientes no que se refere a escolha do “tipo de
parto”, garantindo-lhe uma assistência humanizada e digna, tendo como parâmetro o direito à
liberdade de escolha da gestante, ressaltando que sua consequente violação pode ser
considerada uma forma de violência obstétrica.
Para melhor explanação do tema proposto, abordar-se-á sobre a medicalização do
parto, os tipos de partos e o direito de escolha da gestante, realizando breves esclarecimentos
acerca dos benefícios e riscos do procedimento escolhido. Por conseguinte, será levantado
uma reflexão sobre o direito a autonomia da gestante no Sistema único de Saúde (SUS),
destacando ainda, as consequências jurídicas frente a violação de direitos da parturiente.
No que tange ao direito de optar pelo tipo de parto que mais se sentir segura, o projeto
de lei nº 768/21, tem como proposta priorizar o direito a autonomia da gestante de escolher
pela realização de parto por cesariana no SUS, além da aplicação de analgesia, mesmo quando
escolhido o parto normal, desde que observada à indicação médica para o caso. (BRASIL,
2021).
5
Neste prisma, o Ministério da Saúde tem adotado uma série de medidas por meio de
políticas públicas de saúde voltadas para a proteção do direito à saúde e à dignidade da
mulher durante a gravidez e o parto, como o Programa de Humanização do Parto e
Nascimento em 2000, a Política de Humanização (2003) e mais recentemente criação da rede
de atenção instituída em 2011 pela Portaria nº 1.459, Rede Cegonha (BRASIL, 2012).
Recentemente em 2020 foi sancionado a lei de nº. 20.127, que alterou a lei anterior
19.701/2018, onde ressalta que tem que ser escolhido pela parturiente a melhor forma de se
ter o parto, devendo ter o acompanhamento do médico, deixando claro que essa escolha vale
tanto para a rede privada quanto para o Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo desta
forma a igualdade e isonomia para todas as mulheres.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
7
REFERÊNCIAS