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FELDMANN, Juliane
GENGHINI, Edna Barberato
141 p. : il.
Professora conteudista
JULIANE FELDMANN Pedagoga pela Universidade Regional de Blumenau -
SC; Psicopedagoga Institucional e Clínica pelo ICPG; Neuropsicopedagoga Clinica
pelo CENSUPEG; Psicomotricista pela FMU; Coordenadora Pedagógica pela
Prefeitura Municipal de SBC – SP – 13 anos de atuação como professora em sala de
aula, com experiência em alfabetização; 12 anos atuando como psicopedagoga clinica
clínica em consultório próprio; Coordenadora da Equipe Multidisciplinar do espaço
Integrado; 12 anos ministrando cursos e palestras na área da educação; Docente em
cursos de pós-graduação; Coordenadora do Curso de Pós Graduação em
Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica pela UNIP; Autora dos Livros: Aprender
tem que ser Divertido. Ed. CEITEC – esgotado; Trio de Rimas. – Ed. Matrix;
Pensamento e Emoções – Ed. Matrix; Sentimentos e Pensamentos – Ed. Matrix,
Exercícios da Gratidão – Ed. Matrix. Autora de Jogos Neuropsicopedagógicos –
www.neurototem.com.br – Te Conhecendo Melhor (Técnica Projetiva) – Jogo das
Funções Executivas – Alinhando 3 – Bingo da Ortografia – De Olho nos Monstros –
Labirinto Psicomotor – Tabuleiros de Percurso – As Pulgas do Gato – Enfeitando o
bolo, Técnica dos Grampos de Roupa; Técnica das Esponja.
Professora colaboradora/coordenadora:
EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002.
Atualmente no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos
ao nível de Pós-Graduação Lato Sensu: em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL,
DOCÊNCIA PARA O ENSINO SUPERIOR e em FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA, pela UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP/EaD, onde também
atua como Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e
Psicopedagoga da MENTOR ORIENTAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA LTDA. ME desde
1991. Possui graduação em Economia Doméstica – Faculdades Integradas Teresa
D'Ávila de Santo André (1980), graduação em Pedagogia pela Universidade
Guarulhos (1985), Pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade São Judas
(1987), Mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-
graduação Lato Sensu em Formação em Educação a Distância pela UNIP –
Universidade Paulista (2011). É autora e coautora de livros Textos para os cursos de
Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino
Superior e Formação em Educação a Distância da UNIP – EaD. Áreas de Interesse:
Neurociências – Educação Inclusiva – Psicopedagogia Clínica e Institucional –
Formação e Gestão em Educação a Distância – Formação de Docentes para o Ensino
Superior.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 6
V. FUNDAMENTOS HISTÓRICO-CULTURAIS PARA O ENSINO DA
MATEMÁTICA: POR QUE O PSICOPEDAGOGO PRECISA CONHECER? ....................... 10
5.1 Uma história muito antiga .................................................................................. 10
5.2 A História da matemática e a educação matemática ......................................... 10
5.2.1 A origem dos números....................................................................................... 11
5.2.2 A pré-história dos números, uma contagem primitiva ........................................ 11
5.2.3 As civilizações e seus sistemas de numeração ................................................. 12
5.2.4 Considerações sobre as visões absolutistas do conhecimento matemático na
prática pedagógica e sua influência prática psicopedagógica .............................................. 16
5.2.5 O ensino da matemática – breve histórico ......................................................... 17
5.2.6 Movimento da Matemática Moderna no Brasil ................................................... 18
5.3 A História da matemática na formação do professor e do psicopedagogo ......... 20
VI. METODOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO BRASIL ............... 23
6.1 Pressupostos epistemológicos do pensamento lógico-matemático.................... 23
6.2 Raciocínio lógico-matemático, segundo Piaget.................................................. 23
6.3 A importância do conhecimento acerca do desenvolvimento cognitivo .............. 24
6.4 Planejamento, conteúdo, material didático e avaliação no ensino de matemática
da educação infantil ............................................................................................................. 25
6.5 Números e sistema de numeração .................................................................... 27
6.5.1 A sequência numérica 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 .......................................................... 28
6.5.2 Números e operações ....................................................................................... 31
6.5.3 Operação com números naturais ....................................................................... 35
6.5.3.1 Adição ............................................................................................................... 37
6.5.3.2 Subtração .......................................................................................................... 37
6.5.3.3 Multiplicação e divisão ....................................................................................... 39
6.6 Metodologias para o ensino de matemática na educação de jovens e adultos .. 44
6.7 Números racionais ............................................................................................. 46
6.7.1 Fração ............................................................................................................... 47
6.8 Tratamento da informação ................................................................................. 50
6.9 Geometria, grandezas e medidas ...................................................................... 51
6.10 Espaço e forma ................................................................................................. 55
6.11 Metodologias para o ensino de matemática utilizando jogos ............................. 58
6.11.1 Torre de Hanói................................................................................................... 58
6.11.2 Jogo de xadrez .................................................................................................. 60
VII. AVALIAÇÃO DA MATEMÁTICA E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .............. 65
7.1 A avaliação psicopedagógica ............................................................................ 66
7.2 Provas do diagnóstico operatório....................................................................... 69
7.3 Aplicação das provas operatórias ...................................................................... 71
7.3.1 Prova de classificação ....................................................................................... 74
7.3.2 Prova de intersecção de classes ....................................................................... 76
7.3.3 Prova de inclusão de classes ............................................................................ 77
7.3.4 Prova de seriação de palitos.............................................................................. 78
7.3.5 Prova de conservação ....................................................................................... 80
7.3.6 Prova de conservação de superfície .................................................................. 81
7.3.7 Prova de conservação de líquido ....................................................................... 84
7.3.8 Prova de conservação de matéria ..................................................................... 86
VIII. MATERIAIS MANIPULATIVOS, CONCRETOS PARA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA ................................................................................................................... 115
8.1 O lúdico como motivação nas aulas de Matemática ........................................ 117
8.2 Materiais para intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem,
raciocínio lógico e matemática ........................................................................................... 118
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a):
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Veja como estão organizadas:
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4) Estudar a função do psicopedagogo enquanto educador matemático,
como mediador entre o conhecimento adquirido socialmente pela criança e o
conhecimento escolar, estimulando o avanço intelectual do aluno, na apropriação da
linguagem matemática – do concreto ao abstrato, por meio da experiência com
atividades significativas e com efetivas estimulações aos campos da contagem,
cálculos e geometria que se fizerem necessárias;
5) Vivenciar situações lúdicas, por meio de materiais manipulativos
conceituais, jogos de estratégia, geométricos e numéricos e brincadeiras que
provoquem a reflexão sobre a prática psicopedagógica, com vistas à autonomia na
elaboração de projetos de trabalho produtivos, que fertilizem o perfil cidadão do
educando, no interior das práticas sociais.
6) Entender o caráter coletivo, dinâmico e processual da produção do
conhecimento lógico-matemático, que ocorre de acordo com as necessidades e
anseios dos sujeitos;
7) Perceber a matemática como uma forma de expressão, isto é, como uma
linguagem que é produzida e utilizada socialmente como representação do real e da
multiplicidade de fenômenos propostos pela realidade, partindo das experiências
vividas pela criança para atingir níveis mais complexos de abstração.
8) Ampliar a competência do psicopedagogo institucional em relação às
questões relacionadas ao conhecimento lógico-matemático e das neurociências,
propiciando a ele um contexto de discussão teórico-prática que o auxilie no trabalho
preventivo e proativo sobre os conhecimentos dos atendidos (aluno e/ou instituição);
9) Alinhavar os conhecimentos acerca dos processos neuropsicológicos de
aquisição do raciocínio lógico-matemático, com a práxis da sala de aula, de forma a
capacitar o psicopedagogo institucional a atuar preventiva e proativamente nas
dificuldades de aprendizagem.
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psicopedagogo institucional a atuar preventiva e proativamente nas dificuldades de
aprendizagem relacionadas ao processo de formação do pensamento e aquisição da
linguagem lógico-matemática, oportunizando espaços de reflexão sobre o ensino e a
aprendizagem da matemática e incentivando a formação contínua por meio da
articulação dos conteúdos curriculares, sua organização, avaliação, bem como das
metodologias adequadas ao processo ensino e aprendizagem na educação no Brasil,
desde a Educação Infantil ao tratamento didático diferenciado no trabalho
psicopedagógico na Educação de Jovens e Adultos.
A Unidade VII, intitulada Avaliação da matemática tem como objetivo
principal conhecer quais os principais instrumentos qualitativos e quantitativos
utilizados para avaliação da matemática. Nessa unidade, iremos aprender como
avaliar as competências necessárias para aprendizagem da matemática, entender as
dificuldades, os fatores que dificultam a aprendizagem da matemática.
Mediante aplicação desse conhecimento, busca-se, também, somar os
conteúdos propostos na Unidade VIII – Material manipulativo, concreto para
aprendizagem matemática.
Lembramos a você, caro(a) aluno(a), que os conhecimentos não se esgotam
com os assuntos aqui abordados e esperamos que você complemente seus estudos
acessando as bibliografias recomendadas, bem como possa ampliar suas práxis por
meio da vivência com os jogos e atividades lúdicas.
Bons estudos!
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V. FUNDAMENTOS HISTÓRICO-CULTURAIS PARA O ENSINO DA
MATEMÁTICA: por que o psicopedagogo precisa conhecer?
Há muito, o pastor soltava suas ovelhas no pasto. Para saber quantas ovelhas tinha,
ele fazia o seguinte: a cada ovelha do seu rebanho ele associava uma pedrinha e a
guardava num saquinho.
Quando ia recolher o rebanho, retirava uma pedrinha do saco para cada ovelha que
encontrava. Assim, cada pedrinha retirada correspondia a uma ovelha. No final da
contagem, se sobrasse pedrinha no saquinho, era porque alguma ovelha havia se
extraviado.
Foi assim que o homem aprendeu a contar: comparando quantidades. De um lado,
a quantidade de pedrinhas, do outro, a quantidade de ovelhas.
Contudo, para comparar, o homem usava principalmente o dedo das mãos. Surgiu
daí a ideia comum aos dois conjuntos que ele comparava: o número. E ainda fazia marcas
em pedaços de pau ou ossos. O registro mais antigo de que o homem primitivo já usava
objetos para registrar quantidades é um osso com 29 entalhes feitos em uma fíbula (ou
perônio) de um babuíno. É o osso de Lebombo, descoberto nos montes Libombos, na
Suazilândia, e datado de aproximadamente 35.000 anos a.C.
Poucos desses registros existem até hoje. Na antiga Tchecoslováquia foi
encontrado um osso com 55 incisões profundas. Estavam dispostas em duas séries, uma
com 25 incisões e outra com 30, e, em cada série, os riscos estavam dispostos em grupos
de cinco. Isso há mais de 30 mil anos!
Mas os homens não usavam apenas pedrinhas em contagens: eles também
registravam números fazendo nós em cordas e por meio de outros objetos. Vamos
conhecê-los?
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coordenadores escolares, desmistificando o “bicho papão” dessa disciplina tão importante
para o desenvolvimento da humanidade.
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movimento cognitivo para o qual convergiram os sistemas de numeração, construídos e
utilizados pela humanidade em todo o planeta.
Os sumérios, suposto povo que habitava uma região que hoje corresponde ao
Iraque, registravam suas informações contábeis sobre placas de argila. Essa escrita foi de
forma cuneiforme, ou seja, com uma grafia angulosa, feita com instrumento pontiagudo.
De acordo com os estudos realizados, alguns historiadores chegaram à conclusão de que
o sistema de numeração deles era aditivo e sexagesimal, ou seja, realizado na base 60, o
que contribui até os dias de hoje na contagem do nosso tempo cronológico.
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Fonte: MENDES, Iran Abreu. Números – O Simbólico e o Racional Na História
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Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/numeracao-chinesa.htm
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Fonte: MENDES, Iran Abreu. Números – O Simbólico e o Racional Na História
O fato é que a matemática está presente em nosso dia a dia de tal forma que não
podemos, não devemos e, certamente, não queremos nos distanciar dela. As funções mais
rotineiras de nossa vida têm sido realizadas por computadores: desde uma conta, até o
controle de nosso dinheiro no banco, nosso pagamento de salário, e muitas outras
atividades são controladas por máquinas que são, por sua vez, apoiadas na matemática.
Nossa vida depende da matemática!
Veja os exemplos das máquinas das UTIs hospitalares, dos equipamentos de
tomografia e ressonância magnética, dos gráficos e curvas em exames de análise clínica,
eletrocardio ou eletroencefalogramas, entre outros.
Existe uma tendência cada vez mais crescente da “matematização” do mundo.
Parece mesmo ser de senso comum que todo e qualquer problema cotidiano possa ser
equacionado. Ou seja, será que tudo na nossa vida pode ser expresso como ax + by = c
ou outra equação ou inequação qualquer?
E, voltando ao assunto, de onde vêm os a, b, c, x e y? Quem os inventou e por quê?
Os documentos históricos encontrados pela arqueologia que fornecem um pouco
de informação a respeito das origens da matemática começam com os egípcios.
Costumava-se definir a matemática como a ciência do número e grandeza. Isso já não é
válido, pois certamente a matemática é muito mais do que números e grandezas. Hoje, a
matemática que conhecemos é intelectualmente sofisticada.
Entretanto, desde os primeiros tempos da raça humana, os conceitos de número,
grandeza e forma ocupam a mente e formam a base do raciocínio matemático.
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Originalmente, a matemática preocupava-se com o mundo que nos é perceptível aos
olhos, como parte da vida cotidiana do homem. Pode-se, inclusive, tentar relacionar a
persistência da raça humana no mundo com o desenvolvimento matemático, se
assumirmos válido o princípio da “sobrevivência do mais apto”.
No princípio, as relações de grandeza estavam relacionadas mais com contrastes
do que com semelhanças: a diferença entre um animal e outro, os diferentes tamanhos de
um peixe, a forma redonda da lua e a retilínea de um pinheiro. Acredita-se que o conjunto
dessas informações imprecisas deve ter dado origem a pensamentos de analogias e aí
começou a nascer a matemática.
Da percepção das duas mãos, das duas orelhas, das duas narinas, à propriedade
abstrata que chamamos número, foi um grande passo no caminho para a matemática
moderna.
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exatas, além de não ser permitido a todos, inclusive às mulheres, limitava-se a uma
pequena parte da burguesia.
Desse modo, a matemática a ser ensinada era aquela concebida como lógica,
compreendida a partir das estruturas e que conferia um papel fundamental à
linguagem matemática (BRASIL, 1998).
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5.2.6 Movimento da Matemática Moderna no Brasil
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Esse estudo foi elaborado por uma comissão que tinha um relator: Euclides Roxo.
Novamente, Euclides Roxo se faz presente no âmbito das discussões sobre a educação
brasileira. Em 4 de abril de 1942, Gustavo Capanema promulga a Lei Orgânica do Ensino
Secundário. Inicia-se, então, a implantação do programa para a reforma. Não podemos
deixar de afirmar que Euclides Roxo foi o “pai” dessa reforma, pois lutou bravamente desde
a década de 1920 até o início dos anos 1940, do século XX, tentando levar em frente todas
as ideias e suas propostas.
A nova escola secundária se tornaria aquela em que o Ministro Gustavo Capanema
deixaria sua marca mais profunda e com mudanças duradouras. Segundo a proposta do
ministro, a escola secundária passaria a ser dividida econômica e socialmente para o
trabalho. Com essa mudança, que para a época foi bem marcante, a escola foi dividida em
educação superior, educação secundária, educação primária, educação profissional e
educação feminina, ou seja: uma educação destinada à elite da elite; outra educação para
a elite urbana; outra para jovens da população que seriam a grande massa necessária de
trabalhadores para a utilização da riqueza potencial da nação, e outra ainda, somente para
mulheres.
A educação teria como grande dever estar a serviço da nação, com grande ênfase
na educação moral e cívica, já que por ela se forma o caráter de uma nação, cidadãos que
teriam ressaltadas as grandes virtudes que interessariam ao governo, ou seja: a disciplina,
o sentimento de dever, a resignação nas adversidades nacionais, a presteza na nação e a
exaltação patriótica.
Esse momento da História do nosso país foi conhecido por Reforma Capanema,
Tempos de Capanema e Estado Novo.
Como vimos até o presente momento, a História da matemática tem sido apontada
como um recurso didático importante para a melhoria do ensino da disciplina. Documentos
oficiais, como os PCNs e as Orientações Curriculares partilham dessa visão, destacando
a importância da abordagem no processo de ensino e aprendizagem, para explicitar a
dinâmica da produção histórica e social do conhecimento matemático, além de considerar
que essa forma de trabalho pedagógico pode ser um aliado importante para a atribuição
de significados aos conceitos matemáticos.
Ao se conhecer a História da matemática, pode-se aprender que essa disciplina
veio para resolver situações-problema e não criá-las, que todo conhecimento ou conceitos
descobertos nesta área são resultados de investigação, observação das regularidades
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existentes e que servem para chegar de fato a uma resolução e que a matemática e suas
regras não foram criadas meramente para cálculos de difícil resolução.
Essa forma de implementação dos conceitos matemáticos tem suporte no
Positivismo de Comte (1798-1857), o qual:
[…] via a abordagem história da Matemática como uma forma de proporcionar uma
visão conjunta do progresso desta ciência e de apresentar os conceitos em um grau
crescente de complexidade, da mesma forma como esta se desenvolveu na
evolução da humanidade” (MOTTA, 2006).
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Para que tenham elementos que lhes permitam mostrar aos alunos a
matemática como ciência que não trata de verdades eternas, infalíveis e imutáveis, mas
como ciência dinâmica, aberta à incorporação de novos conhecimentos;
Ressalta utilidade da História da matemática no sentido de que o conhecimento
dos obstáculos envolvidos no processo de construção dos conceitos pode ajudar o
professor a desenvolver estratégias para que os alunos superem suas dificuldades;
Para explicitar a dinâmica da produção histórica e social do conhecimento
matemático, de modo que se caminhe para a superação da crença de que a matemática
é um conhecimento produzido exclusivamente por alguns grupos sociais ou sociedades
mais desenvolvidas;
Contribui para a contextualização da matemática, já que muitos de seus
conceitos surgiram por necessidade de outras ciências;
Mostrar a importância da notação simbólica (linguagem) na constituição das
formas e estruturas matemáticas, no processo histórico de construção dos objetos
matemáticos por diferentes culturas;
Situar a matemática cronologicamente, em relação aos produtores e à sua
própria constituição, para compreender as condições de sua produção.
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Encerramos aqui a unidade 5 do livro-texto Cognição e Desenvolvimento do
Raciocínio Lógico-matemático.
Esperamos que você tenha aprendido bastante com a História, a evolução dos
números e a importância do conhecimento lógico-matemático para o desenvolvimento da
humanidade.
Pronto(a) para conhecer a próxima unidade? Então vamos lá!
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VI. METODOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO BRASIL
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ainda dizer que a criança pensa; a evolução se dá na medida em que ela aprende a
coordenar suas sensações e movimentos.
Pré-operacional (dos dois aos sete anos): nessa etapa, a lógica infantil sofre
um salto, derivado da descoberta do símbolo, o que possibilita representar objetos e
acontecimentos ausentes por meio de símbolo e signos diferentes (imitação retardada). A
criança está centrada em si mesma, tanto no aspecto da afetividade quanto no
conhecimento em função do egocentrismo, manifestação comum nessa fase, que a
impede de transpor em pensamento, a experiência vivida, ou seja, há o predomínio do
processo de assimilação sem esforço de acomodação.
Operatório concreto (dos sete aos doze anos): nesse estágio, a criança torna-
se capaz de realizar algumas operações concretas, que são resultado de ações mentais
interiorizadas e reversíveis. No início dessa fase, o pensamento lógico ainda é muito
dependente da manipulação concreta de objetos, mas no decorrer da fase, será capaz de
operar com proposições verbais ou simbólicas. As operações lógicas, chamadas de
infralógicas, referem-se às conservações físicas (conservação de quantidade, de peso e
de volume) e constituição de espaço (conservação de comprimento, de superfície, de
perímetro etc.) e as operações lógico-matemáticas partem de objetos já constituídos e
operam relações entre eles.
Operatório formal (a partir dos 12 anos): neste estágio, pensamento lógico
atinge o nível das operações abstratas. A criança é capaz de distanciar-se da experiência,
de tal forma que pode pensar por hipótese. Aqui, o raciocínio hipotético-dedutivo torna-se
possível e, com ele, a constituição de uma lógica formal, possibilitando a compreensão de
relações lógicas entre diversas classes, ultrapassando aquelas relações efetivamente
existentes.
Assim, o bom senso do psicopedagogo deve levar em conta o contexto em que
atua. Contudo, possuindo ele o conhecimento dos obstáculos epistemológicos inerentes
aos conceitos matemáticos, pode compreender as dificuldades dos alunos e ajudá-los a
superá-las.
Como vimos pelo conteúdo até então trabalhado, ao se deparar com problemas
cuja estrutura lógica não está de acordo com o estágio de desenvolvimento em que se
encontra, a criança, certamente, terá dificuldade para resolvê-los. Isso deve sinalizar para
o professor a necessidade de retomar a construção do conhecimento em questão, de
preferência utilizando situações provocadoras que levem a criança a buscar o novo
conhecimento.
O trabalho em duplas ou trios pode ser um caminho interessante para essa
construção, principalmente se são alguns alunos que não construíram ainda o raciocínio
necessário, pois os parceiros poderão ajudá-los a evoluir nesse sentido.
Enfim, o professor precisa proporcionar uma grande diversidade de atividades para
dar a oportunidade de todas as crianças se desenvolverem. Deve ainda estar atento para
perceber qual a origem das dificuldades de cada criança.
É importante a diversidade de ferramentas para oportunizar a aprendizagem
matemática. O uso de materiais manipulativos com um bom planejamento de intervenção
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é de extrema importância, pois colocará o aluno como protagonista de sua aprendizagem,
além de que toda atividade executada na prática facilita para o professor identificar
exatamente em qual momento se dá a dificuldade do aluno.
Vigotsky elaborou um conceito nomeado como zona de desenvolvimento proximal,
que define a distância entre o nível de desenvolvimento atual que o indivíduo tem para
resolver com autonomia até o momento em que para resolver ele depende da colaboração
de alguém, quer dizer é a série de informações que a pessoa tem a potencialidade de
aprender, mas ainda não completou o processo.
Sugerimos que, ao entrar em sala de aula, tenhamos a visão de Nenhum a menos
em relação aos alunos.
Nenhum a menos é um filme de produção chinesa de 1999, dirigido por Zhang
Yimou. Ele conta a história de uma jovem de 13 anos, Wei Minzhi, que aceita a oferta de
trabalhar como professora substituta na escola primária (paupérrima); seus alunos (do 1º
ao 4º ano, na mesma classe) são um pouco mais jovens que ela, que pouco pode fazer a
não ser escrever texto no quadro (giz controlado) e ensinar uma ou outra canção.
Minzhi foi advertida pelo professor Gao para não permitir o abandono de mais
alunos, garantindo o pagamento de 50 yuans e mais 10 yuans se for bem-sucedida.
Logo após sua estreia como professora, um aluno, Zhang Huike, é obrigado a ir
trabalhar, pois vive só com a mãe doente e imersa em dívidas. Wei recusa-se a perder o
aluno e parte em busca do menino, na esperança de retornar antes do professor titular. A
partir daí, nasce uma honesta amizade entre a professora e seus estudantes por conta de
um objetivo específico: trazer Huike de volta. Durante a busca são criadas ótimas situações
em que a menina Wei põe em prática uma didática de ensino fundamentada na troca e no
diálogo, convocando a garotada para resolver aquele problema real.
A preocupação é transmitir os conteúdos básicos da matemática em situações–
problema e, se possível, envolver o cotidiano do aluno de uma maneira eficiente e
atualizada, fazendo com que desenvolva o pensamento lógico, já que a matemática é a
ciência base de várias áreas do conhecimento, sendo, portanto fundamental seu domínio.
Por isso, procuraremos formas (métodos) para ensiná-la, buscando maior eficiência no
processo de ensino e aprendizagem no âmbito escolar, evitando a evasão.
Assim, as ações de formação docente em serviço devem se consolidar em termos
de uma discussão dos princípios norteadores, utilizando o currículo em vigor, situando-as
no âmbito das recentes conquistas da pesquisa em educação matemática, de seleção e
elaboração de materiais didáticos, no auxílio ao preparo das aulas e no seu
acompanhamento e avaliação.
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O conteúdo matemático precisa ser apresentado da forma natural, em meio a
atividades lúdicas, durante as quais várias habilidades poderão ser desenvolvidas, como
comunicação, movimentação corporal, associação, manipulação de objetos, socialização
etc., ou seja, as atividades devem ter caráter múltiplo e levar em conta as capacidades
cognitivas do grupo de alunos, o que está de acordo com a visão de Huete et al. (2003):
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Deve-se garantir na educação infantil o contato com o vocabulário matemático para
que as crianças possam relacionar e compreender as ações futuras em relação às
situações-problema com os quais que elas irão conviver.
Segue o vocabulário matemático que deve ser explorado ao máximo pelas crianças,
para que elas, ao lerem futuramente os textos, possam compreender o que é pedido:
1. Noções de grandeza: grande, pequeno, maior, menor, mesmo tamanho, alto,
baixo, largo, estreito, grosso, fino, comprido, curto.
2. Noções de posição: dentro, fora, na frente de, atrás de, ao lado de, mais perto
de, mais longe do primeiro, o último, no meio, de frente, de costas, à direita, à esquerda,
acima, abaixo.
3. Noções de direção e sentido: para frente, para trás, para cima, para baixo, para
o lado, para a direita, para a esquerda, mesmo sentido, sentido contrário, setas, meia volta,
uma volta.
4. Noções de tempo: antes, depois, agora, mais tarde, ontem, hoje amanhã, dia,
noite, iniciação as horas inteiras, velho, novo, moderno, antigo, mais velho de todos,
começo, meio e fim, dia, semana, mês.
5. Noções de capacidade: vazio, cheio, pouco cheio, muito cheio, quase cheio,
quase vazio.
6. Noções de massa: pesado leve, mais pesado, mais leve.
7. Noções de quantidade: muito, pouco, o que tem mais, o que tem menos,
mesma quantidade.
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é necessário determinar o tamanho de uma distância, e o número é o resultado de uma
medição e expressa quantas vezes a unidade de medida usada se repete naquela
distância. Além disso, o número pode assumir a finalidade de codificar, ou seja, identificar
pessoas ou objetos. Na camisa dos jogadores de futebol, por exemplo, tem um número
que os identifica, assim como a placa do carro, o telefone, entre outras situações.
É importante que as crianças tenham contato com as diversas finalidades do
número em situações distintas para que se familiarizem com elas, pois assim perceberão
que o número está de acordo com o contexto e terão mais subsídios para construir o
conceito de número, ou seja, abstrair a ideia de número como uma construção da mente
humana.
No processo de contagem podemos utilizar vários materiais como tampinhas,
botões e outros mais específicos, como o material dourado, que apresenta uma codificação
diferente para unidade, dezena e centena, ajudando na identificação do processo aditivo,
e o ábaco de pinos aberto, que auxilia no processo de compreensão da questão posicional
do nosso sistema de numeração decimal.
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Observemos, por exemplo, a parlenda que segue:
Um, dois, feijão com arroz
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, falar inglês
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis
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Estabelecer pontos de referência para situar-se, posicionar-se e deslocar-se no
espaço, bem como para identificar relações de posição entre objetos no espaço; interpretar
e fornecer instrução, usando terminologia adequada;
Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando
formas tridimensionais ou bidimensionais, em situações que envolvem descrições orais,
construções e representações;
Reconhecer grandezas mensuráveis, como comprimento, massa, capacidade,
e elaborar estratégias pessoais de medida. Utilizar informações sobre tempo e
temperatura;
Utilizar instrumentos de medida, usuais ou não, estimar resultados e expressá-
los por meio de representações não necessariamente convencionais;
Identificar o uso de tabelas e gráficos para facilitar a leitura e interpretação de
informações e construir formas pessoais de registro para comunicar informações coletadas
(BRASIL, 1997, p. 37).
Para atingir os objetivos propostos na lista anterior, alguns conteúdos matemáticos
deverão ser contemplados com maior ênfase e amplitude em relação à etapa anterior.
Essa seleção tem gerado muitas discussões. Contudo, há certo consenso em torno dos
seguintes: números e operações (aritmética e álgebra), espaço e forma (geometria),
grandezas e medidas (faz a interligação entre aritmética e geometria) e o tratamento da
informação (estatística e probabilidade), sendo que este último não foi contemplado pelos
PCNs na etapa anterior.
A intervenção do professor deve levar em conta o papel da matemática na formação
geral dos estudantes, contemplando, sempre que possível, os diversos aspectos nos quais
estamos inseridos: social, ético, cultural, orientação sexual, saúde e ambiental, em função
da demanda pelo domínio desses aspectos para a participação na sociedade.
Assim, a formação geral do aluno pressupõe uma boa estrutura de raciocínio, o que
também é evidenciado pelos PCNs, quando entendem que “[…] a sobrevivência numa
sociedade que, a cada dia, torna-se mais complexa exigindo novos padrões de
produtividade, depende cada vez mais de conhecimento” (BRASIL, 1997, p. 25). Tais
considerações têm suporte na perspectiva de essencialidade da matemática, tanto no que
se refere ao seu caráter formativo, que diz respeito à estruturação do pensamento e
desenvolvimento do raciocínio lógico, quanto ao caráter instrumental, em função de a
matemática ser uma linguagem ou ferramenta para diversas ciências.
Ao iniciar o trabalho com uma turma, o professor, necessariamente, precisa saber
quais conhecimentos os alunos trazem para, a partir daí, elaborar seu planejamento,
buscando ampliar os domínios dos alunos e tendo como referência os conteúdos propostos
para cada série.
30
6.5.2 Números e operações
31
não existe. Neste caso, ele é apresentado como um símbolo que serve para se juntar aos
outros nove algarismos para formar a dezena, centena e para indicar o conjunto que não
tem elementos. Essa apresentação ocorre já na educação infantil na prática pedagógica
(PADRÃO, 2008).
Diversos estudos apresentam alguns significados atribuídos ao zero (0) na História
da humanidade. São eles:
Elemento de uma contagem: zero (0) é o número que se atribui ao conjunto
vazio, isto é, 0 = nada;
Valor posicional: zero (0) designa o número da ordem, em uma classe, que
não tem elementos;
Valor de dado operatório: zero (0) é o elemento neutro da adição e anula o
resultado de uma multiplicação; na potenciação convenciona-se: a0 = 1 e 00 é
indeterminado.
Função de origem: zero (0) tem natureza contínua, assume o sentido de
medida – unificação da reta numérica.
O significado do zero (0) nesse nível de ensino precisa ser mais abrangente que
aquele apresentado na educação infantil, nível em que só são apresentados os
significados (1) e (4). Na prática pedagógica das séries do primeiro ciclo do Ensino
Fundamental, observa-se ênfase no significado (2), ao se iniciar o trabalho com as
operações (ausência de classe).
No entanto, todos os significados devem ser apresentados gradativamente para
que as crianças evoluam. O quadro valor de lugar (QVL) é um mecanismo muito usado
para apresentar o sistema de numeração decimal. No caso da figura abaixo, ele foi
trabalhado em conjunto com o material dourado, o que é interessante no início do
processo.
Partindo de uma concepção construtivista, ou seja, entendendo que o
conhecimento é construído dando-lhe significado, o trabalho sobre a escrita dos algarismos
é imperativo, para que a criança reconheça a necessidade de uma “convenção social” para
o registro de contagens, o que pode ser possível com a promoção de situações-problema
nas quais perceba que a memória não dá conta de guardar um grande número de
informações e a necessidade de comunicação. Isso pode ser efetivado em situações como
um jogo, uma pesquisa ou uma atividade em que um número seja escrito com os vários
sistemas numéricos. Essa pode ser uma forma eficiente para o aluno perceber dificuldades
em realizar alguns deles.
É preciso considerar que o sistema posicional não é uma ideia simples. Para
compreendê-lo é preciso capacidade de abstração, pois o mesmo símbolo pode
representar quantidades diferentes, de acordo com sua posição. A História da matemática
pode contribuir para dar sentido ao sistema de numeração decimal.
Assim, estudar os diferentes sistemas de numeração usados no passado permite
compreender melhor nosso atual sistema, pois conceitos como: base 10, valor posicional
ou a importância do zero, tornam-se mais compreensíveis quando comparados a outros
sistemas nos quais não valem as mesmas propriedades.
32
Disponível em: http://www.sintra-se.pt/calcumaticar/sistema-de-numeracao-binario-e-decimal
O cálculo mental é importante para o conhecimento dos números; seu uso precisa
ser estimulado na escola, pois essa capacidade ajuda no desenvolvimento da atenção, da
concentração e da memória e permite que as crianças desenvolvam seus próprios
procedimentos, tornando-os mais autônomos, ou seja, sem se limitar ao uso de algoritmos.
Além disso, o cálculo mental estimula o raciocínio, já que no processo de calcular
mentalmente a criança é desafiada a procurar o melhor procedimento de cálculo; ao
dominar essa forma de raciocínio, elas adquirem mais segurança para resolver situações-
problema, na escola e na vida, o que contribui para que adotem atitudes positivas em
relação à matemática (FREITAS et al., 2010). O desenvolvimento do cálculo mental deve
acontecer durante todo o ciclo, sendo que o nível de complexidade deve aumentar
gradativamente.
33
Disponível em: http://seculomatematica.blogspot.com/2014/11/a-importancia-do-calculo-mental.html
34
Disponível em: http://brincandocomosjogosmatematicos.blogspot.com/2015/12/boliche-matematico.html
Para que a criança esteja bem preparada para trabalhar com as operações de
adição e subtração, depois com a multiplicação e divisão, é fundamental que ela esteja
segura para desenvolver estratégias mentais inicialmente pelos fatos básicos (são cálculos
que devem ser realizados mentalmente, utilizando números de um só algarismo Ex.: 8 +
7).
Fazer decomposições de várias formas é uma habilidade que precisa ser
desenvolvida desde a educação infantil. Por exemplo, o número 8 pode ser decomposto
como: 1+7 ; 2+6 ; 3+5 ; 4+4 ; 5+3 ; 6+2 ; 7+1. Essa habilidade é útil para realização de
cálculo mental e de operações com algoritmos.
Vale lembrar que é importante dar liberdade para a criança expressar do seu jeito
as formas de registro do que pensa, pois essas representações favorecem as intervenções
posteriores, ressaltando que cada indivíduo tem a sua forma de organizar a forma como
pensa.
35
Disponível em: https://sites.google.com/site/aprendendomathematica2012/introducao/home
O algoritmo é uma forma prática de executar uma tarefa. Existem muitos tipos de
algoritmos, uns exigem menos, outros exigem mais treino para utilizá-los, contudo todos
requerem alguma prática para usá-lo com segurança.
O primeiro algoritmo a ser apresentado à criança é o da adição. Ao introduzir o
algoritmo da adição, o professor não deve apresentar uma operação que possa ser
calculada mentalmente (fato básico), pois, assim, a criança não vê a necessidade de usar
o algoritmo, a não ser que este seja usado como motivador; além disso, é importante que
já nos primeiros exemplos sejam apresentadas adições com reserva, para que a criança
perceba porque o processo se inicia pelas unidades, ou seja, da direita para a esquerda.
Na figura a seguir, observa-se uma proposta interessante para a introdução do
algoritmo e também poderia ser usada juntamente com objetos concretos.
36
6.5.3.1 Adição
6.5.3.2 Subtração
A subtração não é uma operação tão simples quanto a adição, que se demonstra
ser afetivamente prazerosa. Quando nos referimos à subtração, podemos afirmar que a
esta se apresenta dessa forma por vários motivos, pois possui um aspecto afetivo contrário
já que tantas vezes está relacionada a situações de perda, envolvendo também ideias
bastante diferentes e ainda utiliza-se um vocabulário nas situações que acaba confundindo
o raciocínio das crianças e induzindo-as a erros.
Toledo e Toledo (2009) afirmam tais dificuldades citando as pesquisas de Piaget
que comprovam que, de início, o raciocínio das crianças se concentra em aspectos
positivos da ação, percepção e cognição. Os aspectos negativos, como inverso e
recíproco, só são construídos mais tarde. Neste mesmo contexto, Kamii (2005) também
enfatiza os estudos de Piaget, que afirma que a subtração é um desenvolvimento surgido
após a adição.
Trabalhar com materiais que facilitem a compreensão do valor posicional do número
pode ajudar a criança a entender o procedimento utilizado quando tiver que lidar com
subtração de números com dois ou mais dígitos anos seguintes. Para Kamii (2005, p. 76):
37
Quando as crianças compreendem de fato o valor posicional dos números elas
sabem que não tem sentido usar o termo “pedir emprestado” e resolvem os
problemas de maneira gratificante, agradável porque entendem todo o
procedimento utilizado. Dessa forma, diante de todo entendimento passam a criar
os próprios procedimentos e não resolvem de maneira mecânica porque assim
lhes foram apresentados.
38
Como é possível observar, a subtração é uma operação com um nível de
complexidade maior que a adição. Por isso, requer muita dedicação do professor para
auxiliar os alunos a adquirirem essa compreensão. Neste caso, as perspectivas atuais para
o ensino da matemática nas séries iniciais ressaltam a necessidade de expor os alunos a
situações diversas que exijam deles o uso de várias habilidades e dos seus conhecimentos
prévios.
É necessário então levar em conta que o fato de que uma criança resolva de uma
determinada maneira uma situação especifica de subtração (ou de soma) não
significa que ela resolverá da mesma maneira outra situação que envolva a
mesma operação.
39
variedade de situações com objetos concretos para enriquecer a vivência das crianças,
antes de apresentar o algoritmo.
40
Disponível em:
http://www.apoioescolar24horas.com.br/salaaula/estudos/matematica/484_raciocinio_combinatorio/index.htm
Algoritmo da multiplicação
41
Pode-se fazer decomposição:
Por soma de parcelas: 13 + 13 + 13 + 13 = 52 (pode ser usado o algoritmo da
soma); 10 + 3 + 10 + 3 + 10 + 3 + 10 + 3 = somando as dezenas e as unidades, tem-se:
40 + 12= 52;
Por multiplicação da parcela decomposta: (10 + 3) x 4 = 40 + 12 = 52;
Pelo algoritmo;
As situações devem ser analisadas junto com as crianças para que, ao chegar ao
algoritmo, elas tenham construído o significado da operação. A divisão também encerra
duas ideias: a divisão-repartição e divisão-comparação ou medida.
Divisão-repartição
Divisão-comparação ou medida
Envolve situações nas quais é preciso saber quantos grupos são formados com
certo total de objetos, sendo conhecida a quantidade que cada grupo deve ter. Por
exemplo: 18 bolas serão separadas em subconjuntos de 3 bolas cada um. Quantos
conjuntos serão feitos?
Neste caso, a criança não tem a caixa, pois esta já tem os 6 orifícios, então essa
situação não constituiria um problema para ela. Assim, inicialmente a criança tem as 18
bolas (ou qualquer outro objeto) sobre a carteira e sabe que deve formar grupinhos de 3
42
bolas. Espera-se que ela aplique a estratégia de separar as bolinhas de 3 em 3 e contar a
quantidade de grupos formados. O professor deve, então, por meio de questionamentos,
sistematizar a operação utilizando diversos procedimentos. Durante a atividade, qualquer
estratégia utilizada pelas crianças deve ser discutida socialmente e os alunos devem ser
estimulados a fazer vários procedimentos para enriquecer as possibilidades de raciocínio.
Algoritmo da divisão
Figura
43
Figura
44
qualidade; de igualdade de oportunidades no mundo do trabalho e em todos os aspectos
da vida social, e garantir ainda acesso à educação permanente, considerando a
incompletude do ser humano.
As recomendações para a educação de jovens e adultos supõem a consideração
de alguns princípios:
Sua inserção num modelo educacional inovador e de qualidade, orientado para
a formação de cidadãos democráticos, sujeitos de sua ação, valendo-se de educadores
que tenham formação permanente como respaldo da qualidade de sua atuação;
Currículo variado, que respeite a diversidade de etnias, de manifestações
regionais e da cultura popular, cujo conhecimento seja concebido como uma construção
social fundada na interação entre a teoria e a prática e o processo de ensino e
aprendizagem como uma relação de ampliação de saberes;
A educação de jovens e adultos deve abordar conteúdos básicos,
disponibilizando os bens socioculturais acumulados pela humanidade;
As modernas tecnologias de comunicação existentes devem ser colocadas à
disposição da melhoria da atuação dos educadores;
A articulação da educação de jovens e adultos à formação profissional, no atual
estágio de desenvolvimento da globalização da economia, marcada por paradigma de
organização do trabalho, não pode ser vista de forma instrumental, mas exige um modelo
educacional voltado para a formação do cidadão e do ser humano em todas as suas
dimensões;
O respeito aos conhecimentos construídos pelos jovens e adultos em sua vida
cotidiana.
A prática pedagógica na educação de jovens e adultos pressupõe um ensino na
perspectiva da resolução de problemas, considerando os conhecimentos que os alunos
trazem e diversificando as estratégias metodológicas de acordo com os conteúdos e
necessidades dos grupos de alunos.
Essa dinâmica requer uma prática reflexiva. Particularmente, os professores de
matemática devem problematizar o que ensinam, buscando a compreensão dos alunos
em meio a um processo contínuo de construção dos saberes. Os alunos devem ser
levados a um processo de desequilíbrio e equilíbrio sobre o que pensam saber de suas
vivências, para chegar ao conhecimento sistematizado, sem, contudo, desvalorizar sua
cultura, suas crenças e seus saberes.
Para garantir essa reflexão, é necessário promover atividades que partam do
cotidiano. Podem ser as experiências culinárias, aproveitar a profissão do aluno para
aproveitar as situações que ele vive diariamente e propor o uso da calculadora de forma
funcional e mais aplicada aos cálculos que na vida social não fazemos no papel e sim com
auxílio do instrumento.
A avaliação na educação de jovens e adultos é contínua e cumulativa, prevalecendo
os aspectos qualitativos. Contudo, pesquisas mostram que o sistema educativo não tem
tratado o público da EJA com uma escola de qualidade, como lhes é devida, dispensando-
lhe tratamento diferente daquele dado ao ensino regular no que se refere aos benefícios e
benfeitorias.
45
6.7 Números racionais
Quantidades:
1 10 100 1000
Representação de cada quantidade em relação ao todo:
46
No que se refere ao estudo das frações, a situação na qual os alunos fazem
medições, discutem resultados, elaboram hipóteses é facilmente executável na própria
sala de aula ou na escola e constitui uma forma de construir o conceito de fração de forma
significativa, conforme Lima (1989). Também é considerado fundamental que os alunos
tenham contato com os vários significados que a fração tem, conforme explicitado a seguir:
Números Racionais
Disponível em: <https://www.estudokids.com.br/numeros-racionais-o-que-sao-numeros-
positivos-e-negativos/>.
6.7.1 Fração
n
anteriormente, pode-se tomar para análise os cubos menores; tomando um deles e
comparando-o com o total tem-se 1 , ou seja, é um cubo em um total de 1000 cubos.
1000
Agora, tomando-se para análise uma barra (com 10 quadradinhos), tem-se 10 , ou seja,
1000
são 10 cubos em um total de 1000 cubos e assim por diante.
47
Fração com significado número
2
reta numérica, entre 1 e 2. No processo de ensino e aprendizagem com crianças do
primeiro ciclo, vemos como fundamental o trabalho conjunto com a representação
fracionária e a decimal, já que esta última é de fácil localização na reta numérica.
Essa concepção está presente no exemplo dado para iniciar o trabalho com as
frações, ou seja, na ideia de que algumas grandezas, ao serem medidas, não são
expressas por números inteiros.
Está presente nesse significado a ideia de dividir uma unidade em partes iguais
(subunidades) e observar quantas dessas partes caberão naquela que se quer medir.
Exemplo: numa lata cabem 13 litros de líquido. Quantos copos de 2 litros é preciso para
enchê-la?
Esse significado está associado a um papel de transformação, isto é, uma ação que
se deve imprimir sobre um número transformando o seu valor nesse processo. Ou seja, a
fração é um multiplicador do número inteiro que o transforma. Exemplo: nas férias
passadas, 2 dos 27 alunos viajaram. Quantos alunos viajaram nas férias? Para
3
responder essa pergunta, deve-se fazer: 2 x 27 = 18. Daí a ideia de operador
3
multiplicativo.
48
Podem ser usadas para as crianças se apropriarem do invariante de ordenação
das frações por meio do raciocínio lógico: quanto mais crianças para dividirem o
bolo, menor o pedaço de bolo que cada uma receberá. Esta relação inversa entre
o divisor e o quociente poderia ajudar as crianças a entenderem que quanto maior
o denominador, menor a parte. […] poderia também usar a razão para ajudar as
crianças a entenderem o invariante de equivalência de frações: dada uma mesma
razão entre crianças e bolos, a fração correspondente será equivalente, mesmo
que o número de bolos e crianças possa diferir nos exemplos.
Existem muitos jogos para consolidar o conceito de fração, o que pode ser
motivador para despertar as crianças a participarem do processo de ensino e
aprendizagem. Alguns jogos estão disponíveis na web e nos livros didáticos, como o
dominó de frações.
Juntamente com o estudo das frações, é possível trabalhar a porcentagem, já que
essa é uma fração cujo denominador é 100. Assim, podem-se trabalhar as representações
fracionárias e decimais para chegar à percentual. Essa forma de tratamento pode contribuir
para a criança atribuir significado às representações. Por exemplo: em uma sala de aula,
dos 30 alunos, 10 faltaram na véspera do feriado. Qual a porcentagem de alunos que
faltaram? Para chegar a um resultado, pode-se fazer: 15 = 0,5 x 100 = 50%. O trabalho
30
com porcentagens pode ser enriquecido com textos de revistas ou jornais, nos quais elas
aparecem em contextos que podem despertar o interesse dos alunos e ajudá-los a
compreender a importância deste conceito.
49
6.8 Tratamento da informação
Os gráficos
50
6.9 Geometria, grandezas e medidas
Em sua vivência fora da escola, a criança tem contato com embalagens de diversos
tamanhos e formatos, como caixas, bolas e outros objetos que podem ser explorados para
a construção do pensamento geométrico.
A geometria plana deve ser introduzida a partir do estudo da geometria espacial, já
que o mundo em que vivemos é tridimensional. Portanto, a geometria espacial é muito
mais natural para a criança, e a plana, por ser muito mais abstrata, exige mais raciocínio.
Desse modo, é razoável iniciar o estudo pela exploração de objetos conhecidos das
crianças, como as caixas, que servem não somente para trabalhar a geometria espacial
como a plana, uma vez que podem ser manuseadas, recortadas, planificadas e então têm-
se exemplos de polígonos e segmentos de reta.
Nesse sentido, é possível trabalhar com embalagens que podem ser trazidas pelas
crianças; elas podem fazer coleções de acordo com os formatos, o que favorece a
compreensão de agrupamentos e as familiariza com as diversas formas geométricas.
Existe um equívoco no ensino de geometria, por parte de professores,
pesquisadores e livros didáticos, no que se refere à consideração de uma embalagem
como um sólido geométrico. Em verdade ela não o é, já que tem “espaço” dentro dela, ou
seja, ela é “oca”; o que se pode dizer é que uma embalagem tem o formato do sólido,
apenas isso. Para trabalhar com a ideia de sólido geométrico, existem modelos prontos
em diversos materiais, mas também podem ser feitos com massa de modelar ou trabalhar
com barras de sabão, pois elas podem ser cortadas para fazer decomposições ou
transformações.
A História da matemática pode ser um recurso eficiente para o estudo dos conceitos
de perímetro e área, partindo das formas de medir terras, usadas por civilizações antigas.
A modelagem matemática também é um recurso interessante para o estudo da geometria,
já que com ela os alunos são ativos no processo e a própria escola pode servir de cenário
no processo investigativo, no qual o objetivo pode ser verificar o espaço (área) que cada
aluno ocupa na sala de aula, por exemplo. Alguns jogos também são boas opções de
desenvolver o pensamento geométrico, como o tangram.
Medir nada mais é que comparar grandezas de mesma natureza. A compreensão
deste tema constitui um dos objetivos da escola por ser necessário à compreensão do
mundo. Em muitos momentos estamos envoltos em situações em que é preciso fazer
medições, compreender processos de medições e encontrar medidas apropriadas para
uma grandeza. É evidente então que as grandezas e medidas são ferramentas
fundamentais para se apropriar do conhecimento tecnológico e científico.
Grandeza é o nome dado a alguma coisa que pode ser medida. Uma delas é o
comprimento, usado para saber a altura de uma parede, por exemplo. Já quando se
menciona algo que seja leve ou pesado, refere-se à grandeza massa. Para saber se
alguma coisa está quente ou fria, a grandeza correspondente é a temperatura etc.
O professor deve tomar como ponto de partida para o desenvolvimento do estudo
o conhecimento que os alunos já possuem de suas vivências e do estudo de séries
anteriores. Contudo, para saber quais são os conceitos e com que profundidade eles foram
assimilados, é preciso promover situações-problema, nas quais os alunos precisem utilizar
seus conhecimentos prévios sobre o tema. Nesse processo, é importante observar que
ações precisam ser tomadas para auxiliar os estudantes na sua evolução, levando em
51
conta, no processo de ensino e aprendizagem, alguns aspectos fundamentais em relação
ao processo de medição:
Escolher uma unidade adequada para o objeto a ser medido, ou seja, para medir
comprimento de um objeto usa-se o metro, a quantidade de um líquido, o metro cúbico, a
área de um terreno, o metro quadrado, o tempo, o relógio, o valor de um serviço em moeda
e assim por diante.
A unidade escolhida arbitrariamente deve ser da mesma natureza do atributo
medido e levar em conta o tamanho do objeto a ser medido e a precisão pretendida. Ou
seja, é imprescindível a compreensão de que cada unidade de medida tem seus múltiplos
e submúltiplos e que os instrumentos de medição também devem ser adequados para
cada um deles. Por exemplo, seria muito difícil medir a distância da escola até a casa dos
alunos com uma régua, apesar de ela ser um instrumento de medida linear (comprimento).
Nesse caso, seria preciso um instrumento com uma unidade maior, como uma fita métrica,
ou uma trena, por exemplo.
Quanto maior o tamanho da unidade, menor é o número de vezes que ela será
utilizada para medir um objeto. Tomando como referência o exemplo da distância da escola
à casa de um aluno, podem-se questionar quantas vezes o submúltiplo do metro (cm) com
o qual a régua é graduada caberia nessa distância.
Para que a criança construa significado para as medidas, ela precisa vivenciar
experiências significativas, participando ativamente do processo, dividindo com seus
colegas e professor suas percepções, observando as dos outros. Por isso, metodologias
como a modelagem matemática e a resolução de problemas numa perspectiva
investigativa são propícias para o estudo, em verdade, acreditamos que sejam
fundamentais.
Em seu cotidiano, as crianças se deparam com termos e situações que envolvem
medidas. Termos como perto, longe, grande, pequeno, quente, frio, alto, baixo, são
comuns nas falas das pessoas no meio social das crianças e refletem aspectos das
medidas. As atividades planejadas com o intuito de desenvolver os conceitos matemáticos
devem levar em conta a vivência que os alunos trazem e ampliar as possibilidades de eles
evoluírem nesse conhecimento.
52
Exemplo de aplicação
(A) A caneca.
(B) A jarra.
(C) O garrafão.
(D) O tambor.
Análise: o caminho é identificar grandezas mensuráveis que fazem parte do dia a dia e
conhecer unidades de medida, no caso, o litro.
53
tipo de medida. Por isso, é pertinente partir da realidade da comunidade com a qual se
trabalha. Realize investigações para saber quais as medidas usadas pelos pais dos alunos,
se são braças, polegadas, léguas etc. Para contemplar as diversas formas de medidas,
tais como: unidade de tempo, no caso, horas, dias, mês e ano, podemos construir e
acompanhar um calendário que pode ajudar as crianças a se familiarizarem com ele e
compreenderem o seu significado.
Quanto à medida de massa, o grama e seus múltiplos e submúltiplos, é possível
promover diversas situações-problema interessantes nas quais a criança experimenta o
instrumento de medida, a balança, com objetos de diversos materiais e tamanhos, fazendo
comparações entre as massas de objetos, dos colegas e a própria. Essa atividade pode
ser propícia para explorar a noção de estimativa, tomando como referências os objetos e
pessoas do meio em que as crianças vivem. Algumas indagações possíveis são:
Associadas à ideia de transformação, ou seja, alteração de um estado inicial,
que pode ser positiva ou negativa;
Exemplo:
1. Há um ano, Carlos media 1,57 m. Nesse último ano, ele cresceu 0,12 m. Qual
é a altura de Carlos hoje?
Essa situação pode gerar outras, conforme exemplos abaixo:
2. Hoje, Carlos mede 1,83 m de altura. Nesse último ano, ele cresceu 7 cm. Qual
era sua altura há um ano?
3. Há um ano, a altura de Carlos era de 1,67 m e hoje é de 1,76 m. Quanto ele
cresceu nesse último ano?
Associadas à ideia de comparação;
Exemplos de transformação e comparação (BRASIL, 1998b, p. 108):
1. Carlos pesa 65,5 kg e Paulo 7,5 kg a mais que Carlos. Qual é o peso de Paulo?
Alterando-se a formulação do problema e a proposição da pergunta, podemos gerar
várias outras situações. Exemplos:
2. Carlos está pesando 87 kg e Paulo 76 kg. Qual é a diferença de peso entre
eles?
3. Carlos pesa 54 kg e Paulo pesa 7 kg a menos que Carlos. Qual é o peso de
Paulo?
54
naturais e dos números decimais. Além disso, o uso do dinheiro constitui-se uma
oportunidade que por si só incentiva a contagem, o cálculo mental e o cálculo estimativo
(BRASIL, 1998, p. 229).
São muitas as situações-problema possíveis usando o dinheiro, considerando,
claro, o nível cognitivo das crianças, como no exemplo apresentado a seguir.
1. Luís quer comprar uma camisa do Brasil que custa R$ 58,00, mas ele só
tem R$ 23,00. Quanto ele precisa para comprar a camisa?
Assim, no que se refere a grandezas e medidas, as atividades propostas devem
propiciar a compreensão do processo de medição como uma comparação de grandezas.
A criança constrói suas primeiras noções espaciais por meio dos sentidos e
movimentos, de acordo com seu meio, ou seja, de sua vivência. As experiências da criança
com os diversos objetos devem ser multiplicadas para que ela possa construir uma rede
de conhecimentos relativos ao pensamento geométrico, desenvolvendo a visualização
para posterior abstração. Os conteúdos referentes a esse bloco na educação infantil são,
conforme o referencial curricular nacional:
Explicitação e/ou representação da posição de pessoas e objetos, utilizando
vocabulário pertinente nos jogos, nas brincadeiras e nas diversas situações nas quais as
crianças considerarem necessária essa ação;
Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras,
como formas, tipos de contorno, bidimensionalidade, tridimensionalidade, faces planas,
lados retos etc.;
Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos;
Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço;
Descrição e representação de pequenos percursos e trajetos, observando
pontos de referência;
Para desenvolver o pensamento geométrico das crianças nas séries iniciais, elas
precisam ser expostas a situações ricas e provocadoras para incentivá-las a evoluir suas
percepções. Por isso, é fundamental propor atividades em que a criança estabeleça pontos
de referência a sua volta para efeitos de localização, pois para orientar-se no espaço é
preciso começar por se orientar a partir de seu próprio corpo. Conforme o Referencial
Curricular para Educação Infantil:
As relações espaciais entre os objetos envolvem noções de orientação, como
proximidade, interioridade e direcionalidade. Para determinar a posição de uma pessoa ou
de um objeto no espaço, é preciso situá-lo em relação a uma referência, seja ela outros
objetos, pessoas etc., parados ou em movimentação (BRASIL, 1998, p. 23).
Assim, é vivenciando situações que explorem o espaço ao seu redor que as
crianças evoluirão para coordenar suas ações e percepções e coordenar seus
movimentos, o que lhes permitirá a construção de sistemas de referências mentais mais
55
amplos e lhes possibilitará “estreitarem a relação entre o observado e o representado”
(BRASIL, 1998, p. 230).
Esse documento destaca a necessidade de proporcionar às crianças a exploração
espacial em três perspectivas: as relações espaciais contidas no objeto, que podem ser
percebidas na manipulação deste; relações espaciais entre os objetos, que são aquelas
que envolvem “noção de orientação” no que se refere à proximidade, interioridade e
direcionalidade, o que exige a noção de referência; e, por fim, as relações ocorridas nos
deslocamentos, que envolvem a noção de distância, de tempo etc.
56
Exemplo de aplicação – Espaço e forma
a) Peteca.
b) Pipa.
c) Bola.
d) Bicicleta.
57
Saiba mais sobre outros Descritores em:
http://internas.netname.com.br/arquivos/telesala/DESCRITORES-DE-
MATEMATICA_5O_ANO_25E26_05_11-EFI.pdf – Acesso em: 24.02.19
Neste item, explicitaremos como o jogo pode ser utilizado para enriquecer as aulas
e envolver os alunos na construção lúdica e alegre do conhecimento matemático, tendo o
cuidado de transmitir a história e/ou lenda que despertar a curiosidade do educando.
Na sala de aula, o jogo pode favorecer uma situação onde o aluno se expõe e se
relaciona com o outro. A atividade didática educativa desenvolvida por meio do jogo pode
ser lúdica, trazer divertimento, realizar-se na forma de uma brincadeira, utilizar estratégias
práticas e úteis, ter significado metafórico e uma dimensão alegórica na aceitação de
desafios em conteúdos escolares, desenvolvendo o sentido amplo da capacidade de
projetar. Nesse caso, o conhecimento matemático da potência é importante,
transformando as situações existentes em aula, buscando explicações, deduzindo e
justificando as ações.
Esse jogo teve sua origem num mito indiano e foi inventado, ou adaptado, no mundo
ocidental, pelo matemático Édouard Lucas e vendido como brinquedo em 1883. A Torre
de Hanói está relacionada a um mito que conta que, no templo de Benares, na Índia, sob
58
a cúpula que marcava o centro do mundo, existia uma placa de latão com três pinos de
diamantes. Durante a criação, Brahma colocou 64 discos de ouro puro em um dos pinos,
tendo tamanhos diferentes, sendo que o maior está sob todos os outros, que são colocados
em ordem decrescente de tamanho. A torre foi chamada de Torre de Brahma.
Dia e noite os sacerdotes trocavam os discos de um pino para outro de acordo com
as leis imutáveis de Brahma, que dizia que o sacerdote do turno não poderia mover mais
que um disco de cada vez e que o disco fosse colocado no outro pino de maneira, de tal
modo que o de baixo nunca fosse menor que o de cima. Quando todos os 64 discos
tivessem sido transferidos do pino que Brahma colocou no dia da Criação para o outro
pino, o mundo deixaria de existir. Dizem os sábios que o mundo foi criado há 4 bilhões de
anos, aproximadamente, e os monges, desde a sua criação, estão movendo os discos, na
razão de 1 disco por segundo.
Segundo o mito, a vida decorrerá durante a realização de tal tarefa de
transferência e, antes que os sacerdotes consigam levar a cabo a missão que
receberam, o templo transformar-se-á em pó e o mundo desaparecerá, com o
estrondo de um grande trovão (MACHADO, 1992, p. 44).
O objetivo do jogo é transferir os discos de uma das torres para outra, com o menor
número de movimentos possíveis. As regras são: movimentar um disco de cada vez,
colocando sempre um menor em cima do maior. As situações espontâneas dos jogos
permitem que o aluno se envolva e produza significados para as situações vividas. Nessa
espontaneidade transparece a competência de aceitar e compreender as regras dos jogos
para o contexto da aula de matemática.
Evidenciaremos a dimensão alegórica do jogo diretamente relacionada na
construção do conhecimento na sala de aula, procurando utilizar a torre como uma fecunda
parábola, que ilumine alguns aspectos do trabalho docente considerados fundamentais.
O jogo Torre de Hanói tem a aparência ilusória de simplicidade. Acreditamos que
seja devido às suas regras serem de fácil entendimento, o que dá a impressão de que,
intuitivamente, chegaremos ao resultado final em pouco tempo. Uma análise um pouco
mais detalhada, ou mesmo algumas jogadas, fazem-nos perceber que essa intuição inicial
é enganosa. Essa análise pode ser conduzida de maneira didática e com a exploração do
jogo. Com intervenção do professor, a Torre de Hanói pode ser usada como instrumento
de aprendizado significativo, dando a oportunidade aos alunos de resolverem o problema
inicialmente proposto, qual seja transferir os discos de um pino para outro, buscando uma
generalização em relação ao número de discos e a quantidade de movimentos.
Estimulando a participação, poderemos chegar a conclusões da existência de uma solução
matemática para o problema, funcionando como motivação para o prosseguimento do ato
investigativo fundamental à atribuição de significado.
Em sala de aula, busca-se desenvolver no aluno não só a dimensão do fazer, mas
especialmente do saber como e porque se faz, ou seja, busca-se desenvolver as
capacidades crítica e reflexiva.
59
6.11.2 Jogo de xadrez
Na contínua busca por subsídios que possam ser utilizados como instrumento de
aprendizagem em matemática, especificamente no desenvolvimento do conceito de
potenciação, chegando talvez ao conceito de função, encontramos um recurso no
conhecido jogo de xadrez.
Como na Torre de Hanói, o jogo de xadrez será utilizado na pesquisa que busca
um modo de investigar o pensamento do aluno rumo ao conceito de função.
No xadrez, há um momento propício, tanto para desenvolver habilidades
matemáticas, quanto para valorizar as interações sociais. É um jogo elegante, necessita
de conhecimento e estudo, requer interesse cultural, está cheio de vida e de qualidade,
engrandecendo, alegrando e distraindo aqueles que por ele se interessam.
O trabalho com xadrez é multidisciplinar: ajuda na concentração, atenção, tomada
de decisões, memorização, melhora das habilidades de pensamento, aquisição de um
senso muito prático de organização e trabalha a imaginação e a paciência.
As peças que compõem o tabuleiro são:
8 peões – Podem andar para frente uma casa por vez, só podendo capturar outras
peças que estão em posições diagonais;
2 torres – Andam na vertical e na horizontal, podendo andar quantas casas
quiserem;
2 cavalos – Andam em forma de L (ou como os especialistas falam: 3×1), podendo
pular outras peças;
2 bispos – Andam em diagonais;
1 rei – Pode fazer movimento das demais peças (exceto do cavalo), porém só anda
uma casa de cada vez;
1 rainha – Faz o mesmo movimento do rei, porém pode andar quantas casas quiser.
60
Como o xadrez auxilia no processo de aprendizagem e na memorização?
Saiba mais em: https://cursoestudomemorizacao.com.br/xadrez-aprendizagem/
ATIVIDADE 11:
O mito da Torre de Hanói afirma que quando todos os 64 discos tiverem sido
transferidos do pino que Brahma colocou no dia da Criação para o outro pino, o mundo
deixará de existir.
1Atividade adaptada por Profa. Ma. Nilza dos Santos Rodrigues Cézar.
61
a) Quantos movimentos são necessários? Com 1 disco?
b) E com 2 discos?
c) E com 3 discos?
d) E com 4 discos?
NÚMEROS DE DISCOS 1 2 3 4
NÚMEROS DE MOVIMENTOS
62
ATIVIDADE 22:
Jogo de xadrez:
POSIÇÃO 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª
DA CASA
N.º DE 1 2 4 8
GRÃOS DE
TRIGO
2
Atividade adaptada por Profa. Ma. Nilza dos Santos Rodrigues Cézar.
63
Seguem alguns links de jogos para consultar:
64
VII. AVALIAÇÃO DA MATEMÁTICA E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
65
o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades para continuar progredindo na
construção do conhecimento e o professor aperfeiçoe sua prática pedagógica.
Se o ato de ensinar e aprender incide na realização de mudanças e aquisições de
novos comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais, o ato de avaliar consiste
em verificar se eles estão sendo realmente atingidos e que medidas podem ser tomadas
para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção do seu saber.
A avaliação é então um processo de coleta e análise de dados, tendo em vista
verificarem se os objetivos propostos foram atingidos, respeitando as características
individuais e o ambiente em que o educando vive, ou seja, a avaliação deve ser integral
considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma fragmentada. Dessa
forma, o ato de avaliar deve fornecer elementos que possibilitem verificar o nível de
aprendizagem dos alunos e, também, indiretamente determinar a qualidade do processo
de ensino.
Essa visão está de acordo com a perspectiva dos PCNs que consideram a
avaliação fundamental para o processo de ensino e aprendizagem, por permitir perceber
falhas, corrigir caminhos e projetos, valorizar projetos enriquecendo o processo. Ao
selecionar os instrumentos de avaliação, o professor deve levar em conta todas as
dimensões d o processo de ensino e aprendizagem, ou seja: atitudes, procedimentos e
apreensão dos conceitos.
A avaliação de conceitos acontece por meio de atividades voltadas para a
apreensão de definições, estabelecimento de relações, reconhecimento de hierarquias,
uso adequado dos conceitos na resolução de problemas. Enquanto a avaliação de
procedimentos implica reconhecer como eles são construídos e utilizados. A avaliação de
atitudes pode ser feita por meio da observação do professor e pela realização de auto
avaliação.
66
O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-
las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta,
fundamentalmente, é investigar todo o processo de aprendizagem levando em
consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se desta
investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem. (RUBINSTEIN,
1987, p. 51).
Portanto, quando falamos de Avaliação Psicopedagógica devemos levar em
conta que:
Não pode ser considerada como um momento estático, pois é uma
avaliação do aluno;
A Avaliação Psicopedagógica não é meramente um estudo das
manifestações aparentes que ocorrem no dia a dia escolar; é uma
investigação profunda acerca das causas e origens das dificuldades de
aprendizagem;
A Avaliação Psicopedagógica é Multidisciplinar. É um trabalho conjunto
onde todas as pessoas que estão envolvidas com o aluno devem participar
(família, professor, psicopedagogo, orientador educacional, psicólogo,
fonoaudiólogo, médico neuropediatra, etc.);
Lembrando sempre que o foco/objeto da Avaliação Psicopedagógica é o
obstáculo ao processo de aprendizagem.
67
Na educação infantil, espera-se que a criança tenha desenvolvido:
68
A partir de 9 anos, que a criança seja capaz de entender:
Medidas simples;
Nomear o valor do dinheiro;
Sistema de Numeração Decimal;
Contar de 2 em 2, 5 em 5, 10 em 10;
Compreender números ordinais;
Resolver problemas simples utilizando cálculos;
Executar operações matemáticas básicas;
Compreender meios e quartos;
Cálculos Mentais.
A partir de 10 anos, que a criança seja capaz de entender tudo acima mais:
• Frações;
• Separar e dividir.
69
Quando verificamos as Habilidades Cognitivas de alguém, queremos avaliar se
essa pessoa tem a capacidade de adquirir Conhecimento.
A cognição é a habilidade que temos para assimilar e processar as informações
que recebemos de diferentes meios (percepção, experiência, crenças…) para que sejam
convertidas em conhecimento. A cognição inclui diferentes processos cognitivos, como a
aprendizagem, atenção, memória, linguagem, raciocínio, tomada de decisões, etc., que
fazem parte de nosso desenvolvimento intelectual e experiências.
Disponível em: https://www.cognifit.com/br/cognicao. Acesso em: 23 fev. 2019.
70
A aquisição do conceito de número pela criança passa por diversas etapas de
construção mental. Embasado nas ideias de Piaget, Brasil (2006) destaca que os
elementos primordiais para a formação do conceito de números são:
Classificação: é a capacidade de observar características comuns em objetos,
reconhecendo nestes uma determinada classe e usar este conhecimento para estabelecer
relações lógicas.
Seriação/ordenação: forma de ordenar objetos e colocá-los em série.
Nas séries iniciais, a exploração das habilidades deve partir do lúdico, contudo,
deve evoluir para situações abstratas. Brasil (2006, p. 36) entende que “estes são
conceitos primordiais por estarem presentes tanto na noção de número, quanto de medida
e de geometria”. O documento sugere a promoção de atividades que desenvolvam as
noções de: inclusão, igualdade, desigualdade, reunião, negação, intersecção, pertinência,
sequências lógicas, agrupamentos.
71
reação diante do desconhecido, argumentos, organização e manipulação do material
(Sampaio, 2014a, p. 42).
O nível que a criança irá alcançar em cada uma das etapas revelará o grau de sua
estrutura operatória. Desta forma, será possível identificar o nível do pensamento
alcançado por ela. As respostas podem ser classificadas dentro de três níveis (VISCA,
2008 e SAMPAIO, 2014a):
• Nível 1: Não conserva, não atinge nível operatório nesse domínio
• Nível 2: Intermediário: respostas oscilantes, instáveis ou incompletas: hora
conserva, hora não conserva
• Nível 3: respostas firmes, demonstram aquisição da noção.
72
Fonte: Sampaio (2014a)
73
7.3.1 Prova de classificação
Materiais:
5 círculos vermelhos pequenos
5 círculos azuis pequenos
5 círculos vermelhos grandes
5 círculos azuis grandes
5 quadrados vermelhos pequenos
5 quadrados azuis pequenos
5 quadrados vermelhos grandes
5 quadrados azuis grandes
2 caixas
Aplicação:
1– O que você está vendo?
2– Você pode colocar junto os que se parecem, os que podem ir junto?
3– Por que você colocou dessa forma?
4– Agora, usando essas 2 caixas, você vai fazer 2 grupos e colocar cada grupo
em uma caixa.
5– Por que você colocou esses aqui e esses ali? Que nome você daria para
esse grupo e que nome você daria para aquele grupo?
O Entrevistador retira os dois grupos das caixas e diz: – faça novamente dois
grupos de forma diferente e coloque cada grupo em uma caixa.
6– Por que você colocou esses aqui e esses ali? Que nome você daria para
esse grupo e que nome você daria para aquele grupo?
Caso o entrevistado não utilize um novo critério, solicita uma nova classificação.
7– Poderia ainda ser feito de outra maneira? Como você agrupou?
8– Por que você colocou esses aqui e esses ali? Que nome você daria para
esse grupo e que nome você daria para aquele grupo?
Caso o Entrevistado necessitou de insinuações, de dicas, faz-se necessário
uma recapitulação, quer dizer, solicita-se que o entrevistado volte a classificar.
74
Avaliação
75
Resposta de nível 3 – dicotomia pelos três critérios, a partir dos 6-7 anos.
As condutas deste nível são as próprias de um pensamento operatório. A
criança já pode realizar classificações hierárquicas, o que permite predizer, efetuar e
recapitular corretamente as três dicotomias sucessivas, segue o três critérios
diferentes: forma, tamanho e cor. No início deste nível, a criança pode descobrir a
terceira dicotomia, basta uma simples introdução do avaliador para que ela capte o
critério classificatório restante.
Materiais:
5 círculos azuis pequenos
5 círculos vermelhos pequenos
5 quadrados vermelhos pequenos
1 folha de cartolina ou papel com dois círculos
em intersecção, sendo que um preto e outro amarelo.
O Entrevistador coloca os círculos azuis e os
quadrados vermelhos na parte exterior e os círculos vermelhos na intersecção.
Aplicação:
1– O que você está fazendo? O que pode me dizer sobre essas fichas?
2– Por que você acha que eu coloquei as redondas vermelhas no meio?
3– Existem aqui mais fichas vermelhas ou azuis? Por quê?
4– Existem aqui mais fichas quadradas, redondas? Por quê?
5– Existem mais, menos ou número igual de fichas redondas ou vermelhas?
Como você sabe? Pode me mostrar? (pergunta de intersecção).
6– Você acha que tem mais, menos ou mesmo tanto de fichas quadradas ou
vermelhas? Pode me mostrar? (pergunta de inclusão).
Avaliação
Resposta do nível 1 – intuitivo global, a partir dos 4-5 anos.
A criança é capaz de constatar com acerto as perguntas que recaem sobre as
classes não relacionadas (perguntas 2 e 3), mas ainda não podem compreender as
perguntas referentes a inclusão e a interseção (perguntas 5 e 6) tampouco tem êxito
nas perguntas suplementares porque não leva em conta o conteúdo da interseção.
Exemplo: O que há no círculo preto? R: quadrados vermelhos, sem levar em conta os
elementos da intersecção.
76
Respostas do nível 2 – Intuitivo articulado, a partir dos 6 anos.
A partir deste nível observam-se êxitos nas perguntas suplementares (a criança
se dá conta de que dentro de um círculo estão todas as fichas redondas e dentro do
outro círculo estão todas as fichas azuis). Frente às perguntas 4 e 5, ou seja, de
inclusão e de interseção, a criança tem dúvida e pode responder corretamente ou não
a alguma das duas perguntas.
Materiais:
Flores (classe)
10 margaridas (subclasse)
03 rosas vermelhas (subclasse)
Aplicação:
Apresenta-se o material e se interroga:
1- Diga-me o nome das flores.
2- As margaridas são flores? As rosas são flores?
3- Você conhece outras flores?
4- Neste ramo tem mais margaridas ou mais flores? Por quê? Caso acerte,
perguntar: “Como você sabe?”.
5- Existem duas crianças querendo fazer um ramo com flores e outro ramo
com as margaridas. Qual ramo será maior?
6- Se eu te dou as margaridas, o que sobra no meu ramo?
77
7- Se eu te dou as flores, o que sobra no ramo?
8- Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você com todas as
flores. Quem terá o ramo maior? Como você sabe?
Avaliação
Resposta do nível 1 – ausência da quantificação da inclusão, até os 5-6
anos.
A criança se mostra incapaz de comparar o número de elementos de uma
subclasse com o de uma classe mais geral em que está incluída. Procede
sistematicamente a comparação das duas subclasses e responde, então, que há mais
margaridas do que flores. Quando se faz a pergunta: “mais margaridas do que?”.
Geralmente respondem: “mais margaridas do que rosas?”. Neste nível as perguntas
que recaem sobre a subtração das subclasses dão lugar às vezes a fracassos.
Resposta do nível 2 – condutas intermediárias, entre 5-6 anos até os 7-8
anos.
Observam-se poucas condutas intermediárias. Notam-se por parte da criança
na pergunta: a mais margaridas ou mais flores? A criança às vezes responde: “É o
mesmo”, justificando esta resposta com o argumento: “as margaridas também são
flores!”.
Resposta do nível 3 – condutas de quantificação inclusiva, a partir de 7-8
anos. Todas as perguntas recebem respostas corretas, ainda que às vezes, se
observam dúvidas e estranheza no primeiro enunciado da pergunta 1.
Materiais:
10 palitos que diferem na altura, 0,6 cm
entre um em outro
1 anteparo, que pode ser a tampa de uma
caixa
Aplicação:
Entregar os 10 palitos em desordem.
1- Solicitar que coloque os palitos em ordem do menor para o maior.
2- Pedir que feche os olhos. Retirar um palito da seriação realizada, desde
que não seja dos extremos e pedir ao entrevistado que coloque no lugar certo.
3- Novamente entrega-se os 10 palitos desordenados e pedir que os
entregue em ordem, do maior para o menor, estes vão sendo colocados atrás do
anteparo. (não pode medir os palitos antes).
Mostra-se o anteparo com o resultado da seriação.
Se errar um ou dois palitos, pode-se repetir a intervenção.
78
Avaliação
Resposta do Nível 1 – Fracasso na seriação, antes dos 4-5 anos.
Podemos distinguir duas etapas de acordo com que a criança conseguir:
– Antes dos 4 anos – pensamento simbólico: a criança parece não entender
o que é solicitado. Não existe nenhum ensaio de ordenação. Às vezes, tenta justapor
um par de palitos. Mas, sem levar em conta a horizontalidade nem a verticalidade.
– 4 a 5 anos – pensamento intuitivo global: neste nível podemos observar
distintos tipos de conduta:
1º – A criança ordena por pares (grande / pequeno) ou 3 ou 4 elementos
(grande, médio, pequeno), mas logo não pode mais coordenar. São séries justapostas
sem ordem de conjunto.
2º – Outra alternativa é que consiga construir uma escala, mas levando em
conta somente parte superior de cada palito. Ao não considerar a parte inferior (a
longitude total de cada elemento), a escala assim construída só é regular enquanto
figura de conjunto: construída pelos extremos superiores. Tal construção não apoiada
em uma linha horizontal de base, não apresenta uma sucessão de palitos de acordo
com a ordem real de tamanho.
3º – Há crianças que conseguem construir uma série completa de 4 a 5 palitos,
mas não pode intercalar os demais. Esta conduta indica um nível mais evoluído que
os anteriores, mas ainda pertencem ao 1º nível.
Resposta de nível 3 – Êxito por método operatório, a partir dos 6-7 anos.
Pensamento operatório concreto. A criança consegue, neste nível, facilmente a
seriação (com ou sem anteparo) utilizando um método sistemático, que consiste em
buscar primeiramente, entre todos os elementos, o menor; depois, o menos entre os
que restam e assim sucessivamente até completar a série (quando está em ordem
crescente). Este método responde a um esquema propriamente operatório, pois dá
testemunho de um critério reversível, quer dizer, a criança considera que um elemento
qualquer é, ao mesmo tempo, maior que os precedentes e menos que os seguintes.
Neste nível a criança consegue facilmente a inclusão de um elemento ausente
(segundo momento da prova).
79
7.3.5 Prova de conservação
Materiais:
10 fichas vermelhas
10 fichas azuis
Ambas do mesmo tamanho
Aplicação:
Escolha um grupo de fichas da mesma cor.
Eu pego 7 fichas da cor que sobrou e coloco em fila.
Peço ao entrevistado que coloque a mesma quantidade.
Pode ocorrer o entrevistado colocar termo a termo ou ainda colocar por
extensão da fileira. Se isso ocorrer, o entrevistador faz a relação um a um com as
suas fichas e pergunta ao entrevistado se ele tem certeza de que existe a mesma
quantidade de fichas em ambos os grupos.
80
Avaliação
Resposta do nível 1 – não conservador, antes dos 5 anos.
As respostas do nível 1 podem ser divididas em duas categorias que são:
Nível simbólico (2 a 4 anos) a criança deste nível só imita a ação, parecendo
não entender a consigna.
Nível intuitivo Global (4 a 5 anos). A criança percebe somente qualidades
globais (espaço que ocupa) na figura modelo, mas não pode levar em conta o número
de fichas apresentadas; portanto, tenta fazer uma semelhança global entre sua
produção e a fileira modelo. A resposta da quantidade pode ser conseguida neste
nível e é uma aquisição pré-numérica (a criança pode conservar a cota, mas sem
entender o número como uma síntese entre a classe e a série).
Materiais:
2 folhas de cartolina ou EVA verde – 20x25cm
12 quadrados com 4 cm de lado, idênticos, de cartolina vermelha,
representando casinhas
81
01 vaquinha de cor distinta da cartolina verde e dos quadrados vermelhos
Aplicação:
Mostram-se os campos idênticos – “pastos” e as “casas vermelhas” e pergunta-
se ao entrevistado se tem ambas as cartolinas verdes e os quadrados o mesmo
tamanho.
O entrevistador cria um cenário e diz que esses campos verdes são pastos e
que os quadradinhos vermelhos serão casinhas.
Pergunta ao entrevistado:
1- Se essa vaquinha comer esse pasto ou comer nesse outro pasto aqui, ela
comerá a mesma quantidade?
2- O dono deste pasto resolve construir uma casinha nesse pasto. Agora a
vaquinha tem a mesma quantidade de pasto para comer em ambos os pastos ou não?
Como você sabe?
3- O dono do outro pasto também resolveu construir uma casinha. E agora, a
vaquinha tem a mesma quantidade de pasto para comer em ambos os pastos ou não?
Como você sabe?
4- Agora o entrevistador coloca quatro casinhas em cada pasto e pergunta
novamente se a vaquinha terá a mesma quantidade de pasto para comer ou não.
5- O dono de um dos pastos resolve colocar as casinhas de outra maneira no
pasto, sendo que num deles as casinhas ficam juntas e no outro pasto as casinhas
estão separadas. O entrevistador pergunta novamente e pergunta novamente se a
vaquinha terá a mesma quantidade de pasto para comer ou não, lembrando sempre
de pedir ao entrevistado que explique.
6- Novamente o dono do pasto resolve trocar as casinhas de posição, como
no item 5. O entrevistador pergunta novamente e pergunta novamente se a vaquinha
82
terá a mesma quantidade de pasto para comer ou não, lembrando sempre de pedir
ao entrevistado que explique.
O entrevistador sempre deve contra argumentar, sendo o entrevistado
conservador ou não.
7- O entrevistador agora coloca mais casinhas no primeiro pasto e no outro
coloca a mesma quantidade, porém de forma “espalhada” e faz o mesmo
questionamento: se a vaquinha terá a mesma quantidade de pasto para comer ou
não, lembrando sempre de pedir ao entrevistado que explique.
Se o entrevistado é conservador, o entrevistador diz: – mas aqui fica todo esse
pasto junto, no outro não… é em pedaços!
Se o entrevistado não é conservador, o entrevistador pode dizer: – alguém me
disse que ambos os pastos tinham a mesma quantidade.
8- E se o dono voltasse a colocar as casinhas como no início, a vaquinha
comeria a mesma quantidade de pasto?
Avaliação
Resposta do Nível 1 – não conservador, antes dos 5 anos.
Antes dos cinco anos as crianças tem muita dificuldade de entender as
propostas do entrevistador. Aos 5-6 anos entendem a situação proposta pelo
entrevistador, porém têm dificuldade em aceitar a conservação.
83
7.3.7 Prova de conservação de líquido
Igualdade inicial
Terceira modificação
Primeira modificação Segunda modificação
Materiais:
2 copos iguais A1 e A2
1 copo mais fino e alto B
1 copo mais largo e baixo C
4 copinhos iguais D1, D2, D3, D4
2 garrafinhas contendo líquidos de cores diferentes
Obs.: os copos devem ser lisos e sem desenhos, mesmo material e sem base.
Aplicação:
Vou colocar água no copo A1 e você deve colocar a mesma quantidade no
copo A2.
O entrevistador deve se certificar que o entrevistado tenha certeza que nos dois
copos tenha a mesma quantidade.
84
1- Se eu beber isso e você aquilo, quem beberá mais? Ou tomaremos a
mesma quantidade?
2- Agora quero que você coloque o líquido do seu copo, no copo B.
E agora, quem beberá mais? Como você sabe? Pode me explicar?
Uma criança disse que aqui tem mais, pois o copo é mais alto.
O que você me diz?
Se eu colocar esse líquido do copo B no copo A novamente, quem irá tomar
mais?
3- Agora coloque o líquido no copo A no copo C. Quem beberá mais agora?
4- Coloque o líquido agora nos copinhos D1 D2 D3 D4. Quem de nós irá
tomar mais agora?
Avaliação
85
Considera em todas as transferências que as quantidades de líquido são iguais
e mantém, apesar das contra argumentações. A criança é capaz de dar várias das
seguintes explicações:
– argumento de identidade: “há a mesma quantidade para beber porque não
tiramos nem colocamos nada”.
– argumento de reversibilidade: “há sempre o mesmo tanto para beber porque
se voltar a colocar no outro copo será o mesmo”.
– argumento de compensação: “aqui (b) está alto, mas é fininho (a1), então é o
mesmo para beber”.
O juízo de conservação se mantém apesar das contra argumentações
propostas pelo examinador.
Materiais:
2 pedaços de massa de modelar de cores
diferentes
Aplicação:
O entrevistador entrega dois pedaços de massa e
pede que faça duas bolas que tenham a mesma
quantidade de massa.
O entrevistador deve se certificar que o entrevistado tenha certeza que nas
duas bolas tenha a mesma quantidade de massa.
86
2- O entrevistador alarga e afina a salsicha, e continua o questionamento…
e agora, o que temos? Temos a mesma quantidade? Como você pode me explicar
isso? Uma criança disse que a salsicha é mais comprida!
3- Agora o entrevistador transforma a salsicha num biscoito e questiona
novamente: onde temos mais ou menos massa? Na bola ou no biscoito? Como você
pode me explicar?
4- Por fim o entrevistador, reparte o biscoito em 4 bolinhas e questiona:
onde temos mais massa agora? Na bola ou nas bolinhas?
Avaliação
Resposta de nível 1 – não conservador, antes dos 5-6 anos.
Corresponde a etapa intuitiva global.
Os juízos das crianças deste nível em cada uma das transformações estão
dirigidas a que uma das quantidades é maior e a outra menos. Frente aos contra-
argumentos, o avaliador é quem chama a atenção da criança para a dimensão não
percebida; exemplo: o comprimento da salsicha. A criança hora mantém seu juízo,
hora alega que uma tem maior quantidade. Quando a igualdade inicial de quantidade
é relembrada, não há mudança no juízo da criança. Neste nível o problema de “retorno
empírico”, a inversibilidade, pode ou não ser resolvida corretamente.
87
– argumento de reversibilidade: “Há sempre o mesmo para comer porque, se
voltar a fazer a bola, será o mesmo”;
– argumento de compensação: “Aqui, panqueca, é igual, mas é mais fina
(chata, pequena…) que esta, a bola, então continua sendo a mesma”.
O juízo da conservação se mantém apesar dos contra-argumentos propostos
pelo avaliador.
Materiais:
2 pedaços de massa de cores diferentes
1 balança com dois pratos cuja leitura seja pela posição dos braços.
Aplicação
Primeiramente o entrevistador se certifica que o entrevistado conhece uma
balança, senão a apresenta e explica como é feita a medida de pesos, ou seja, quando
os dois braços da balança ficam na mesma altura é por que temos o mesmo peso.
Pede-se ao entrevistado que faça duas bolas de massa que tenham o mesmo
peso. O entrevistador deve se certificar dos pesos, utilizando a balança. Caso um dos
braços da balança fique mais alto é por que a bola pesa menos. Caso isso ocorra,
questionamos: – Como você fará para que tenham o mesmo peso? Depois das bolas
terem o mesmo peso, retira-se as bolas da balança e inicia-se as transformações.
88
No caso de uma resposta não conservadora, o experimentador recorda à
criança a igualdade inicial das 2 bolas e insiste na dimensão que a criança não
observou. Por exemplo se a criança diz que a salsicha pesa mais, o experimentador
diz: “mas a salsicha é mais comprida e a bola mais grossa, mais gorda, você não acha
que a bola é mais pesada”?
3- Agora vou transformar uma das bolas em uma pizza. Procede-se com
as mesmas perguntas feitas anteriormente.
Avaliação
89
– para mesma transformação julga a criança alternadamente que os pesos são
iguais e diferentes. “A salsicha pesa mais. Não! A bola que pesa mais. Não! As 2
pesam o mesmo tanto”.
– alternam os juízos de conservação e de não conservação nas diversas
transformações, por exemplo “julga igual o peso para a panqueca, mas desigual para
os pedaços”.
– pode aparecer uma alternativa de juízo nas contra argumentações. Aparece
uma resposta de conservação quando o experimentador insiste na diferença de
formas. As justificativas dadas para um juízo de conservação são em geral, pouco
explícitas e incompletas.
Neste nível o problema de retorno empírico é resolvido corretamente.
90
Materiais:
2 copos iguais (transparentes, sem desenhos nem pés)
2 massas de modelar com cores diferentes
1 garrafinha com água
Aplicação:
Os copos iguais devem ser preenchidos igualmente com a água da garrafinha,
aproximadamente ¾ do copo.
1- Se eu colocar esta bola dentro deste copo, o que você acha que vai
acontecer com o nível da água? Por que você acha isso?
Se o entrevistado disser que vai baixar ou ficar igual, colocar a bola na água
num dos copos e comparar o nível da água com o outro copo.
91
Agora, transformar a panqueca em mais ou menos 10 bolinhas e se procede
da mesma maneira.
Avaliação
Resposta de nível 1 – ausência de conservação de volume, até 8-9 anos.
Para cada uma das transformações, a criança julga que outra modificação da
forma fará subir mais este nível de água (ou que ocupará mais lugar). Por exemplo “a
salsicha fará subir mais a água porque é mais comprida”. Frente às contra
argumentações do experimentador, que chama a atenção da criança sobre a
dimensão que não observou, a criança mantém o juízo, ou julga então que o outro
termo de comparação fará subir mais a água. O problema de retorno empírico, a
inversibilidade, pode ser resolvido corretamente.
92
Materiais:
1 barbante de aproximadamente 10 cm
1 barbante de aproximadamente 15 cm
Obs.: geralmente se indicam fios elétricos.
Outro material que responde muito bem são correntes finas.
Aplicação:
O entrevistador mostra o material disposto paralelamente uns 8 cm de distância
e questiona:
1- Neste caminho (A) há mais quantidade para caminhar que neste (B)?
Por quê?
2- Este caminho (A) é do mesmo comprimento que este (B)? Por quê?
Avaliação
Resposta de nível 1 – não conservador, até os 6 e 7 anos.
Nas duas situações de deformação, não há conservação de comprimento. Na
primeira situação de coincidência dos extremos, julga-se que os comprimentos são
iguais e na segunda situação de defasagem, o barbante cujo extremo está mais
afastado é que se considera mais curto. Recordar o comprimento na disposição inicial
não modifica em nada o juízo da criança.
93
respostas não conservadoras. As justificativas das respostas conservadoras são
pouco explicitas e incompletas.
Sabemos que cada etapa do pensamento possui uma estrutura que lhe é
própria e que caracteriza as operações cognitivas dos distintos estados. Cada
estrutura prolonga e precede, reconstruindo-a antes de tudo em um novo plano para
ultrapassá-la cada vez mais.
O pensamento formal reestrutura as operações concretas, subordinando-as a
novas estruturas, cujo desdobramento se prolongará, como disse Piaget, durante a
adolescência e toda a vida posterior. É precisamente essa integração de estruturas
sucessivas, cada uma das quais levando à construção da seguinte, que nos permite
dividir o desenvolvimento em grandes etapas ou estados.
A estrutura desta etapa, conhecida como “estrutura de conjunto” (a que
participa da rede e do grupo) é a que possibilita ao adolescente as operações
proporcionais deste estado formal.
As operações formais são o ponto mais alto do desenvolvimento intelectual, o
estado de equilíbrio final para o qual se move a evolução intelectual desde a infância.
O sujeito atinge essa etapa do pensamento a partir dos 13 anos
aproximadamente. E é capaz de ir se desprendendo gradualmente do concreto a
94
situar o real em um conjunto de transformações possíveis. Quer dizer, já não necessita
dos dados da realidade para raciocinar (situar em classes, classificar, seriar etc.) mas
pode manejar com afirmações os enunciados que “contém” esses dados (as
proposições).
Vale dizer, toma os resultados das operações concretas, as modela em forma
de proposições e logo opera com elas, estabelecendo diversos tipos de vínculos
lógicos. Isso facilita por sua vez, poder orientar o raciocínio ao possível e ao hipotético.
Então o adolescente, diferente da criança do estágio operatório concreto,
tratará frente a qualquer problema, de resolver, de prever todas as relações que
poderia ter validade a respeito dos dados e logo tentará resolver, mediante uma
combinação da experimentação e da análise lógica, qual das relações possíveis tem
validade real.
Quer dizer, pode isolar, de modo sistemático, todas as variáveis individuais,
todas as combinações possíveis destas variáveis. Isto equivale dizer que submeterá
as variáveis a uma análise combinatória, único método que lhe assegurará a
realização de um inventário exaustivo das possibilidades.
A operação combinatória (permutação, ordenamento, etc.) surge da
possibilidade de generalizar as operações de classificação e seriação.
Piaget, ao referir-se aos esquemas formais (próprios desta etapa), menciona
esta possibilidade combinatória com a fórmula: “permanecendo igual a todos os
demais” (ou seja, neutralizando a ação de todos os fatores, menos de um) e é
precisamente este o esquema que se requer para resolver com êxito as provas de
combinações e permutações com fichas que detalharemos na continuação.
A criança terá que isolar, nelas, as variáveis, mediante um método sistemático
e exaustivo, que logo detalharemos na análise das condutas.
Digamos então, que mediante estas duas provas, podemos avaliar de uma
maneira muito simples, se a criança opera ainda com uma estrutura própria do
pensamento operatório concreto ou pelo contrário, se sua estrutura de pensamento já
atingiu o nível das operações formais.
As provas que apresentamos foram extraídas dos trabalhos experimentais de
Piaget e sua colaboradora Inhelder, publicado na obra: “La gênese de l’iddé de hasard
chez l’enfant” (1951).
Trata-se de duas provas, uma de combinação (emparelhamento) e outra de
permutação, sendo a primeira de um nível menor que a segunda, o que nos indicará
de acordo com os resultados se a criança alcançou o primeiro nível do pensamento
operatório formal (êxito na primeira prova) ou se já consegue um nível superior deste
estado (êxito na segunda prova).
A técnica para ambas é similar e consiste em propor a criança ordenamentos
diferente de um conjunto de fichas de diversas cores.
95
Materiais:
6 fichas do mesmo tamanho de diferentes cores
Aplicação:
O experimentador pede ao entrevistado que faça todos os pares, combinações
possíveis com seis fichas de diferentes cores.
Quer dizer, se trata de achar o total das combinações possíveis, de dois a dois,
segundo o que permita o conjunto de seis fichas (total de 30).
Deve-se procurar que o sujeito compreenda bem a atividade que está sendo
proposta e, no caso de necessidade, pode-se mostrar um par qualquer das
combinações possíveis (insinuação).
Avaliação
Resposta do nível 1 – ausência da capacidade combinatória, até 6-7 anos.
Incapacidade para descobrir a possibilidade das combinações. Grosseiras
tentativas de ordenamento que, em geral se limitam a serem classificações simples.
96
Um nível mais complexo do que as
combinações de fichas.
Materiais:
4 fichas de cores diferentes
Aplicação:
Pede-se ao sujeito que construa todas as permutações possíveis (mudanças
de ordem) “Você deve procurar fazer todas as combinações que possíveis, com essas
fichas, para isso deverá ir combinando sua ordem de colocação para poder formar
todos os grupos (conjuntos) possíveis”, ou “gostaria que me mostrasse todas as
combinações que é capaz de formar com estas fichas, deve utilizar todas, arrumando-
as em sua ordem”.
Procurar que o sujeito compreenda bem a atividade que deve realizar e, no
caso de necessidade, pode-se mostrar um par qualquer de permutação possível.
Igual a prova anterior, dever-se-á observar o sujeito e anotar seu método de
trabalho, como também, a linguagem que utiliza.
Avaliação
Resposta de nível 1 – ausência da capacidade de permutação, até 9-10
anos.
O sujeito é incapaz de descobrir a possibilidade dos ordenamentos, tenta
grosseiros ensaios.
97
o conjunto de fichas. É óbvio que raras vezes chegam a descobrir a fórmula, o que
não é exigido nesta prova. Observa-se na sua maneira de operar que:
– prevê as possibilidades de permutações;
– evidencia a utilização de um método sistemático, apto para encontrar a
solução. Este método consiste, no caso das permutações, em:
Pegar uma ficha colorida e associá-la com outra, mantendo essa parelha
constante. As outras fichas podem ser colocadas de duas maneiras diferentes para
completar o conjunto de quatro.
Manter constante a primeira ficha para associá-la com outra, podendo obter
duas novas permutações com as fichas restantes.
Continuar assim, buscando todos os pares possíveis de duas cores e
conseguir, finalmente construir o conjunto de permutações das 4 fichas.
Exemplo denominamos as 4 fichas como sendo A B C D, se formarmos o par
AB, as fichas CD podem dar lugar a duas permutações distintas se mudarmos a
ordem. AB/CD e AB/DC.
Agora podemos pensar em manter constante a ficha A e associá-la com outra
cor, por exemplo C. Nesse caso, as fichas que podem formar, como antes, dois
arranjos: AC/BD e AC/DB.
Se continuarmos desta maneira, buscando todos os pares possíveis de cores,
podemos chegar a construir o conjunto de permutações possíveis das 4 fichas (1 x 2
x 3 x 4 = 24). Existem outros métodos sistemáticos de ordenamento. Por exemplo:
podemos manter constante a primeira e esgotar o número possível de combinações
com as outras três etc.
Existem outras provas do Pensamento Formal que você pode encontrar no livro: O
Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica – Parte II – Pré Adolescentes,
Adolescentes e Adultos. Jorge Visca e Silvia Schumacher. Ed. Pulso.
Prova de Conservação do açúcar
Identificação de Fatores
Prova do pêndulo
Combinação de Líquidos
Balança
Ilhas
Flutuação dos corpos
Classificação Universal
98
Reversibilidade: Conforme Brasil (2006, p. 38) apud Condemarin (1989), a
reversibilidade “implica na capacidade de regressar ao ponto de partida, quer seja
pela ‘negação’, ‘inversão’ ou pela ‘reciprocidade’”.
Desde a fase das operações concretas, as noções de “fazer” e “desfazer”
caminham juntas no montar e desmontar dos jogos, pois, por exemplo, essas ações
são comuns. Na construção do conhecimento matemático esta é uma habilidade
fundamental, ou seja: para cada operação matemática, define-se a operação inversa.
Assim como operações opostas: adição e subtração, multiplicação e divisão, dentre
outras.
99
7.5 Prova de aritmética
Aritmética – Estudo das propriedades dos números e das operações que podem
ser realizadas com eles.
A Prova de Aritmética avalia distintos aspectos da competência aritmética, incluindo
escrita por extenso e números apresentados algebricamente, escrita da forma algébrica
de números pronunciados pelo aplicador, escrita de sequências numéricas crescente e
decrescentes, comparação de grandeza numérica, cálculo de operações apresentadas por
escrito e oralmente, e resolução de problemas matemáticos.
A Prova de Aritmética pode ser aplicada em crianças de 6 a 11 anos.
Professores, psicopedagogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, psicólogos e
profissionais afins da área da educação e saúde podem fazer uso deste instrumento, que
avalia as habilidades aritméticas, no contexto clinico ou escolar.
100
Os resultados da avaliação podem ser visualizados em um relatório personalizado
que indica o nível de desempenho que a criança obteve em cada um dos eixos das três
áreas investigadas: Língua Portuguesa, Matemática e Habilidades de Aprendizagem.
Língua Portuguesa: Leitura e compreensão de textos; Escuta de sons da língua
portuguesa; Apropriação do sistema de escrita alfabética; Produção de texto escrito.
Matemática: Números; Operações; Espaço e Forma; Grandezas, medidas e tratamento da
informação. Habilidades de Aprendizagem: Processamento da informação; Memória de
trabalho; Linguagem: vocabulário e compreensão; linguagem: cognição social.
Faixa etária do público final: crianças cursando o ciclo de alfabetização do Ensino
Fundamental (1º ao 3º ano).
PROVINHA BRASIL
A Provinha Brasil, é uma avaliação diagnóstica, pedagógica, que visa investigar as
habilidades desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental
das escolas públicas brasileiras, acontece duas vezes no decorrer do ano e é destinada a
crianças de escola pública, onde a adesão a esta prova é opcional a cada secretaria.
Composta pelos testes de Língua Portuguesa e de Matemática, a Provinha Brasil
permite aos professores e gestores obter mais informações que auxiliem o monitoramento
e a avaliação dos processos de desenvolvimento da alfabetização e do letramento inicial
e das habilidades iniciais em matemática, oferecidos nas escolas públicas brasileiras, mais
especificamente, a aquisição de habilidades de Leitura e de Matemática.
Com o resultado da correção em mãos, é possível identificar qual o nível de
alfabetização e o nível de matemática em que os alunos se encontram.
101
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica
Disponível em: https://www.somospar.com.br/saeb/
102
Mudanças no Saeb a partir de 2019
No mês de junho de 2018, o MEC anunciou algumas mudanças para o Sistema
de Avaliação da Educação Básica (Saeb), sendo elas:
A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Avaliação Nacional do
Rendimento Escolar (ANRESC, ou Prova Brasil) e a Avaliação Nacional da Educação
Básica (ANEB) perdem as nomenclaturas e serão agrupadas sob o mesmo nome:
Saeb, acompanhado da etapa correspondente;
A Educação Infantil será incluída no sistema de avaliação, mas os
questionários serão respondidos pelos professores;
As provas que antes tinham datas diferentes de aplicação, passarão a
ser nos anos ímpares, enquanto os resultados nos anos pares;
Alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental passarão a fazer
provas também de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, mas o Ideb não irá
considerar esses resultados para continuar com a série histórica, já que nos anos
anteriores tais áreas não foram contempladas;
A avaliação da alfabetização será antecipada para o 2º ano, que antes
era no 3º ano do Ensino Fundamental, visto que a BNCC prevê o fim do ciclo no 2º
ano;
Criação de matrizes de avaliação para as novas áreas e segmentos que
serão avaliados;
As provas irão contemplar as competências e habilidades previstas pela
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Já as provas para o Ensino Médio ainda
não serão afetadas, visto que a Base ainda está em processo de discussão;
Todas as escolas particulares irão receber resultados individuais por
instituição;
O MEC irá testar os exames em formato digital e maneiras de aferir
competências socioemocionais.
103
Disponível em: https://www.somospar.com.br/saeb/
104
7.6.1 Discalculia é dificuldade ou transtorno de aprendizagem?
Critérios diagnósticos
105
história documentada das dificuldades de aprendizagem com prejuízo pode ser substituída
por uma avaliação padronizada.
C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas
podem não se manifestar completamente até que as exigências pelas habilidades
acadêmicas afetadas excedam as capacidades limitadas do indivíduo (por exemplo, em
testes cronometrados, em leitura ou escrita de textos complexos longos e com prazo curto,
em alta sobrecarga de exigências acadêmicas).
D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiências
intelectuais, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou
neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução
acadêmica ou instrução educacional inadequada.
Nota: Os quatro critérios diagnósticos devem ser preenchidos com base em uma
síntese clínica da história do indivíduo (do desenvolvimento, médica, familiar, educacional),
em relatórios escolares e em avaliação psicoeducacional.
Nota para codificação: Especificar todos os domínios e sub-habilidades acadêmicos
prejudicados. Quando mais de um domínio estiver prejudicado, cada um deve ser
codificado individualmente conforme os especificadores a seguir.
Especificar se:
315.00 (F81.0) Com prejuízo na leitura:
Precisão na leitura de palavras
Velocidade ou fluência da leitura
Compreensão da leitura
106
Nota: Discalculia é um termo alternativo usado em referência a um padrão de
dificuldades caracterizado por problemas no processamento de informações numéricas,
aprendizagem de fatos aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes. Se o
termo discalculia for usado para especificar esse padrão particular de dificuldades
matemáticas, é importante também especificar quaisquer dificuldades adicionais que
estejam presentes, tais como dificuldades no raciocínio matemático ou na precisão na
leitura de palavras.
Especificar a gravidade atual:
Leve: Alguma dificuldade em aprender habilidades em um ou dois domínios
acadêmicos, mas com gravidade suficientemente leve que permita ao indivíduo ser capaz
de compensar ou funcionar bem quando lhe são propiciados adaptações ou serviços de
apoio adequados, especialmente durante os anos escolares.
Moderada: Dificuldades acentuadas em aprender habilidades em um ou mais
domínios acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo se torne proficiente sem
alguns intervalos de ensino intensivo e especializado durante os anos escolares. Algumas
adaptações ou serviços de apoio por pelo menos parte do dia na escola, no trabalho ou
em casa podem ser necessários para completar as atividades de forma precisa e eficiente.
Grave: Dificuldades graves em aprender habilidades afetando vários domínios
acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo aprenda essas habilidades sem
um ensino individualizado e especializado contínuo durante a maior parte dos anos
escolares. Mesmo com um conjunto de adaptações ou serviços de apoio adequados em
casa, na escola ou no trabalho, o indivíduo pode não ser capaz de completar todas as
atividades de forma eficiente.
107
números em folha de papel, somar, subtrair, multiplicar e dividir, memorizar cálculos e
fórmulas, distinguir os símbolos matemáticos, compreender os termos utilizados.
Assim sendo, a discalculia é uma inabilidade menos conhecida, bem como e
potencialmente relacionada à dislexia e à dispraxia.
Este transtorno ocorre em pessoas de qualquer nível de QI, o discalcúlico tem
inteligência normal, às vezes, até acima da média, seu problema é unicamente com o
conhecimento da matemática.
Discalculia (em sua definição mais geral) não é rara. Muitas crianças com dislexia
ou dispraxia têm discalculia também, porém a criança pode ser apenas discalcúlica e não
necessariamente disléxica também. Há também alguma evidência para sugerir que este
tipo de distúrbio é parcialmente hereditário.
Existem diversos tipos de discalculia:
Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas,
números, termos e símbolos;
Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos
numéricos;
Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e
comparação de objetos reais ou em imagens;
Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no
entendimento de conceitos matemáticos.
Às vezes, a Discalculia também pode ser encontrada em conjunto com a dislexia
(dificuldade em ler, escrever e soletrar). No entanto, é preciso lembrar que a discalculia
não deve ser confundida com acalculia, que se refere à perda da capacidade de calcular
e desenvolver o raciocínio aritmético, causada por danos neurológicos.
Existem três tipos de Acalculia:
1- Alexia e agrafia para números, dificuldades para ler e escrever quantidades,
comprometimento no hemisfério esquerdo.
2- Acalculia espacial, dificuldade na orientação espacial, impossibilitando a
colocação dos números em posições adequadas para executar cálculos,
comprometimento no hemisfério direito.
3- Anaritmetia, corresponde a uma acalculia primária e implica na inabilidade
em conduzir operações aritméticas, com comprometimento em ambos os hemisférios.
108
Permitir o uso da calculadora e tabela de tabuada;
Adotar o uso do caderno quadriculado;
Quanto às provas, devem-se elaborar questões claras e diretas, reduzindo-
se ao mínimo o número de questões, sem limite de tempo, aplicando-a de tal sorte que o
aluno esteja acompanhado apenas de um tutor para certificar-se se o aluno entendeu o
enunciado das questões;
Estabelecer critério em que, por vezes, o aluno poderá ser submetido à
prova oral, desenvolvendo as expressões mentalmente, ditando para que alguém as
transcreva;
Moderar na quantidade dos deveres de casa, evitando passar exercícios
repetitivos e cumulativos;
Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois
internamente;
Prestar atenção ao processo utilizado pela criança, verificando o tipo de
pensamento que ele usa para desenvolver o problema;
Ministrar uma aula livre de erros, para esse aluno conhecer o sucesso;
Ter em mente que, para o discalcúlico, nada é óbvio, como é para os demais
alunos.
A ABD recomenda também o trabalho interdisciplinar, o acompanhamento de um
psicopedagogo e a valorização as atividades desenvolvidas pelo aluno, bem como
estímulo à memória visual por meio de quadros com números, correspondências
numéricas, uso de jogos e brincadeiras e o uso de computador, entre outros.
Recomenda ainda que o professor evite fazer diferenciação do aluno com essa
patologia em relação aos demais e evitar correções constantes na frente dos colegas.
A Discalculia não se agrava, o que pode se agravar são os danos como a baixa
autoestima, abandono escolar e outros. O sujeito com discalculia pode ter sucesso em sua
vida acadêmica e profissional, destacando-se em várias outras áreas.
109
www.dislexia.org.br
Há diversas causas que podem implicar certas dificuldades para aquisição das
habilidades em matemática, conforme demonstrado pelo esquema abaixo.
Primária - Acalculia
- Discalculia do desenvolvimento
Neurológico
– Deficiência Mental
– Epilepsia
– Síndrome de Turner
Secundária
Causas de – Fenilcetonúria tratada
dificuldade em – Portadoras de síndrome
matemática do X Frágil
– Síndrome fetal alcoólica
– Baixo peso
– TDAH
– Dislexia
Não-neurológico – Disfasia
– Outros
– Fatores escolares
– Fatores sociais
– Ansiedade para matemática
110
Sobre:
Procedimentos para Registro … Ver DSM V p. 68;
Características Diagnósticas… Ver DSM V p. 69;
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico… Ver DSM V p. 70;
Prevalência e Desenvolvimento… Ver DSM V p. 71;
Fatores de Risco e Prognóstico…Ver DSM p. 72;
Questões Diagnósticas Relativas à Cultura… Ver DSM p. 72;
Diagnóstico Diferencial… Ver DSM p. 73;
Comorbidades… Ver DSM p. 74.
111
8. Confundo-me sempre com relógios analógicos?
9. Nunca consigo subtrair números grandes?
10. Não consigo entender a tabuada?
11. Não consigo identificar os símbolos matemáticos (- ou +), não sei o seu nome e
o que eles significam?
12. Todos da minha turma sabem raiz quadrada, mas, na realidade, eu não sei?
13. Acho difícil copiar um conjunto de números do quadro para o caderno?
14. Mesmo quando uso a calculadora, o resultado não dá certo?
15. Quando tenho que resolver um problema não consigo terminar?
16. Às vezes, esqueço o nome das figuras geométricas como círculo e triângulo?
17. Quando resolve um exercício matemático, a folha fica sempre bagunçada?
18. Às vezes, sei a resposta do problema, mas não sei como eu cheguei lá?
19. Fico confuso com números elevados como 1000 e 9999 e não consigo identificar
o mais elevado?
20. Quando viajo, não percebo o valor do dinheiro em outros países?
21. Não compreendo porcentagens?
22. Não tenho ideia de como resolver um problema tipo: se um homem demora
cinco minutos para percorrer 10 km, quanto tempo leva para percorrer 12 km, mesmo que
os outros da minha turma consigam?
23. A matemática me assusta e não entendo como funciona?
24. Se tiver que responder uma pergunta relacionada com números, fico ansioso e
não lido bem?
Somente quem domina a teoria que está por detrás dos instrumentos de pesquisa poderá
compreender que qualquer material pode ser utilizado, que o importante são os conceitos
que construímos. Carlberg, 2012, p. 64
112
Estes são os livros que não podem faltar jamais à biblioteca de um Psicopedagogo como
fonte permanente de consultas e estudos para aprofundamento.
Chegamos ao final de mais uma unidade. Aqui você estudou sobre a avaliação da
Matemática. Em primeiro lugar, revimos os conceitos sobre as fases do desenvolvimento,
segundo Piaget, e o papel do professor e do Psicopedagogo no processo de avaliação,
lembrando que, em uma instituição de ensino, o psicopedagogo tem o papel de analisar
os fatores da boa aprendizagem, que podem favorecer, intervir ou prejudicar o
desempenho escolar.
O psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a
trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais
da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem,
bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Foram apresentados os
principais instrumentos de avaliação e também falamos sobre a Discalculia, transtorno da
matemática.
Esperamos que você tenha aprendido sobre o que esperamos que as crianças
aprendam em cada fase do desenvolvimento escolar e que, diante dos obstáculos,
você tenha os instrumentos corretos para investigar as possíveis causas das
dificuldades de aprendizagem em matemática.
113
Também vimos o que diz o DSM V sobre os Transtornos de Aprendizagem em
Matemática e quais os códigos devemos utilizar no caso de uma avaliação.
Partimos agora para a última unidade (Materiais Manipulativos, concretos para
aprendizagem matemática) a qual nos ajudará a continuar aprendendo e ajudando
nossas crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem em matemática.
Bom estudo!
114
VIII. MATERIAIS MANIPULATIVOS, CONCRETOS PARA
APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
115
A aprendizagem numérica deveria iniciar com o numeral objeto, através de um
movimento pedagógico no qual a criança cria o número objeto a partir da
problematização de situações relacionadas ao seu dia a dia. Este seria o momento
em que a criança deveria aprender pensar numericamente, constituindo-se no
principal momento da aprendizagem.
Nesta concepção tradicional do ensino da matemática a criança entra em
contato com os numerais das mais variadas formas: músicas, histórias, jogos e outras
atividades, mas não desenvolve o pensamento numérico. O conceito de número não
pode ser transmitido ao aluno. Este tem de ser (re)criado pelo educando através de
momentos significativos.
Os conceitos não podem ser apresentados magicamente. Não é pela
realização de infindáveis exercícios que o educando aprende, mas sim pela
oportunidade de pensar sobre estes, recriando seus conceitos.
Verificamos deste modo que existe uma contradição pedagógica a ser
superada. Não basta dominar a linguagem conceitual, é necessário levar o educando
a desenvolver a compreensão da racionalidade. Não é suficiente o aprendizado de
cálculos mecânicos, pois estes conduzirão apenas a uma visão análoga da realidade.
Toda aprendizagem deve estar voltada ao desenvolvimento da capacidade de
pensar, criar e ver o mundo de forma dialética, isto é, ao aprender o conceito
matemático é preciso entender e entender-se, pois o homem se constrói humano
construindo o conhecimento do mundo.
Outro fator que sem dúvida interfere na construção do conhecimento é a
relação professor-aluno, pois estes, além de serem sujeitos sociais, são também seres
afetivos e a emoção marca profundamente o modo como irão se relacionar com o
outro e consigo mesmo, construindo sua própria história e influenciando na construção
coletiva da sociedade.
116
O cálculo é uma função cerebral complexa. Em uma operação aritmética
simples, vários mecanismos cognitivos são envolvidos:
a) processamento verbal da informação;
b) percepção;
c) reconhecimento e produção de números;
d) representação número/símbolo;
e) discriminação visuoespacial;
f) memória de curto e longo prazo;
g) raciocínio sintático;
h) atenção.
117
e psicopedagogos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a
aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração,
estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras
pessoas.
O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer
com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e
despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como
dominó, quebra-cabeça, palavras cruzadas, memória e outros permitem que o aluno
faça da aprendizagem um processo interessante e divertido.
Analisando as possibilidades do jogo no ensino da Matemática, percebemos
vários momentos em que crianças e jovens, de maneira geral, exercem atividades
com jogos em seu dia a dia, fora das salas de aula. Muitos desses jogos se
apresentam impregnados de noções matemáticas que são simplesmente vivenciadas
durante sua ação no jogo.
Os Jogos precisam ser significativos, pois situações abstratas em forma de
problemas dificultam a compreensão de quem tenha dificuldades de aprendizagem,
se as mesmas situações forem apresentadas em forma de simulação em que seja
vivenciada, isso ajudaria em sua compreensão.
As etapas devem ser programadas de forma graduada e devem focar o
desenvolvimento de noções e habilidades. É necessário conversar com a criança
sobre as atividades que serão desenvolvidas, para que ela saiba o que será feito.
Os diversos tipos de materiais manipulativos utilizados pelos educadores para
ensinar têm sido alvo de discussões em pesquisas e encontros educacionais,
possivelmente por proporcionarem um leque de possibilidades pedagógicas em sala
de aula.
Quando o sujeito passa a tocar o objeto, a manipulá-lo, ele faz a conexão entre
o toque e a descoberta de suas propriedades, levantando hipóteses sobre as
informações ali apresentadas. Desenvolve o raciocínio quantitativo e o seu
pensamento funcional em relação às outras representações.
118
Permite aos alunos compreender as relações existentes entre unidades,
dezenas e centenas no sistema de numeração decimal, bem como auxilia na
compreensão de técnicas operatórias envolvendo trocas e reservas em operações de
adição e subtração.
Barras de Cuisenaire
Fonte: http://www.utfpr.edu.br/cornelioprocopio/cursos/licenciaturas/Ofertados-
neste-Campus/matematica/laboratorios/material-didatico/escala-cuisenaire
119
http://borboletrascriativas2.blogspot.com/2011/09/barras-de-cuisenaire.html
https://www.mundobrink.com/blog/2016/05/voce-sabe-o-que-e-escala-cuisenaire-confira-12-
dicas-de-como-utilizar
Fichas Sobrepostas
Fonte: https://mmpmateriaispedagogicos.com.br/
Material Dourado
120
O Material Dourado, idealizado pela médica e educadora italiana Maria
Montessori, destina-se à realização de atividades que auxiliam na aprendizagem do
Sistema de Numeração Decimal-posicional e das operações fundamentais.
No ensino tradicional, as crianças acabam aprendendo sobre os números a
partir de vários treinos, mas sem conseguirem compreender o que fazem.
Com o Material Dourado a situação é outra: as relações numéricas abstratas
passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão. Obtém-se, então,
além da compreensão dos números, um notável desenvolvimento do raciocínio e um
aprendizado bem mais agradável.
O Material Dourado é composto por mil cubinhos em madeira de 1 cm x 1cm
(cada cubinho corresponde a uma unidade), cem barras de 10 cm x 1 cm (cada barra
corresponde a uma dezena), dez placas de 10 cm x 10 cm (cada placa corresponde
a uma centena) e um cubo de 10 cm x 10 cm x 10 cm x 10 cm que corresponde a um
milhar.
121
Blocos lógicos
Fonte: https://www.estudokids.com.br/aprendendocomosblocoslogicos/
Foi criado, em 1950, por Zoltan Paul Dienes, um matemático húngaro. Esses
blocos são auxiliares para o exercício da lógica e do raciocínio abstrato, e ajudam
ainda a estimular a análise, o raciocínio e o julgamento.
Tem a finalidade também de auxiliar da aprendizagem das crianças na
educação infantil, pois permite que a criança desenvolva as primeiras noções de
operações lógicas e suas relações como correspondência e classificação,
imprescindíveis na formação de conceitos de matemática.
O Blocos Lógicos é um conjunto de 48 peças geométricas divididas em
atributos distintos: quatro formas geométricas, peças grossas e finas, grandes e
pequenas e também tem como atributo três cores.
Segundo Piaget, “a aprendizagem na matemática envolve o conhecimento
físico e lógico-matemático”.
No caso dos blocos, o conhecimento físico acontece quando a criança pega,
observa e identifica os atributos de cada peça. O lógico-matemático se dá quando ela
usa esses atributos sem ter o material em mãos (raciocínio abstrato).
122
De acordo com Úrsula M. Simonns, em seu livro Blocos Lógicos: 150
exercícios para flexibilizar o raciocínio (2007), os docentes utilizam os blocos
lógicos de forma insipiente e pouco sabem a respeito das ricas possibilidades de
exploração inerentes ao material. O livro traz exatamente o que promete: 150
sugestões de interessantes atividades para serem aplicadas em sala de aula, que
são indicadas para crianças pequenas e até para adolescentes e jovens.
Uma outra obra que detalha excelentes práticas com blocos lógicos para a
educação infantil é Figuras e Formas, da Coleção Matemática de 0 a 6,
organizado por Kátia S. Smole e outros autores (2003). Além de descrever várias
atividades, o livro indica a partir de qual idade as mesmas são recomendadas.
123
Disponível em: http://estimulandomeusfilhos.blogspot.com/2013/05/matematica-montessori-tabua-
de-pitagoras.html
http://estimulandomeusfilhos.blogspot.com/2013/05/matematica-montessori-tabua-de-
pitagoras.html
124
Fonte: Arquivo pessoal da autora
125
Calculando seu lugar é uma excelente ferramenta para o cálculo mental!
Os jogadores poderão usar as 4 operações matemáticas (adição, subtração,
multiplicação e divisão) para tentar obter o resultado desejado e marcá-los no
tabuleiro. Cada jogador lança os três dados de uma só vez e com os números que
saíram nos dados realizar operações a fim de encontrar o resultado no tabuleiro e
marcá-lo.
Objetivo: Preencher o máximo de lugares marcados com os resultados da
operação que você realizou.
126
Bingo na Feira – IDEA Jogos
127
Jogo da Memória – Tabuada – Ed. Matrix
128
É um jogo estimulante que tem o objetivo de montar a sequência de números,
desenvolvendo habilidades simples como, reconhecimento, nomeação e ordem dos
numerais, percebendo as regularidades dos números em uma tabela de 1 a 100.
Lógico estimula a concentração, raciocínio, estratégia e lógica.
129
Dominó da Tabuada – Hergg Brinquedos
130
um número, esse número indicará a quantidade de pintinhas da joaninha, já na outra
ponta, teremos somente as pintinhas, temos que pensar muito qual peça numerada
encaixará e corresponderá ao número de pintinhas total.
131
Mais e Mais números – IDEA Jogos
Cinco cachorros e dois ratos. Sete animais. Conte até 10 e escolha o número
para marcar essa quantidade. Em Mais e mais números, você vai contar os elementos
e identificar o número que os representa. Passe por 3 níveis de dificuldade contando
e somando.
132
Origami para ensinar
“Ori” quer dizer dobrar e “gami”, papel.
Origami é, além disso, uma forma de expressão.
Calos Genova diz em seu livro, Origami – Dobras, Contas e Encantos que
“Quem manipula o papel abre uma porta para a comunicação com o outro”.
A arte milenar consiste na criação de objetos e formas a partir de um pedaço
de papel quadrado, sem cortá-lo, onde as faces podem ser de cores diferentes.
Fonte: https://www.minutoseguros.com.br/quem-somos/lenda-tsuru
http://www.comofazerorigami.com.br/todos-origamis/
133
Costa (2007) publicou o livro Matemática e Origami – Trabalhando Frações pela
Editora Ciência Moderna. Esse livro trata exclusivamente de números racionais
representados na forma fracionária, abordando o assunto de diversas maneiras, com
várias sugestões de atividades que desenvolvam noções sobre o conteúdo. Segundo
a autora, ela desenvolveu esse trabalho por se tratar de “um dos temas mais rejeitados
pelos nossos alunos: as frações” (COSTA, 2007 p. 5). Não possui nenhuma referência
bibliográfica.
134
Tangram
Fonte: https://www.smartickmethod.com/blog/math/geometry/geometry-2d-shapes-tangram/
Não se sabe ao certo como surgiu o Tangram, apesar de haver várias lendas sobre
sua origem. Uma diz que uma pedra preciosa se desfez em sete pedaços, e com elas era
possível formar várias formas, tais como animais, plantas e pessoas. Outra diz que um
imperador deixou um espelho quadrado cair, e este se desfez em 7 pedaços que poderiam
ser usados para formar várias figuras.
Tangram é um quebra-cabeças geométrico chinês formado por 7 peças: são 2
triângulos grandes, 2 pequenos, 1 médio, 1 quadrado e 1 paralelogramo. Utilizando todas
essas peças sem sobrepô-las, podemos formar várias figuras. Segundo a Enciclopédia do
Tangram é possível montar mais de 5000 figuras. Tem por objetivos divertir as pessoas.
Não requer uma grande habilidade ou perícia, apenas paciência, tempo e acima de tudo,
imaginação.
O Tangram vem sendo utilizado pelos professores de matemática como
instrumento facilitador da compreensão das formas geométricas. Além de facilitar o estudo
da geometria, ele desenvolve a criatividade e o raciocínio lógico, que também são
fundamentais para o estudo da matemática.
O aluno que utiliza o Tangram tem a chance de perceber formas geométricas, de
representá-las, de construí-las, de nomear objetivos e criar formas a partir delas. O aluno
ao utilizar o Tangram, desenvolve sua capacidade de visualização, de percepção espacial,
de análise e criatividade. Com isso terá um pensamento mais analítico e dedutivo.
Com o uso do Tangram podemos trabalhar a identificação, comparação, descrição,
classificação e desenho de formas geométricas planas, visão e aspectos de figuras planas,
exploração de transformações geométricas através de decomposição e composição de
figuras, abrangência das propriedades das figuras geométricas planas, reprodução e
resolução de problemas usando padrões geométricos.
135
Cyberchase: a corrida do espaço
Uma série infantil, animada que mostra que as situações difíceis podem ser
resolvidas com simples cálculos de matemática.
Um desenho cheinho de aprendizagem.
Fonte: https://www.tfxbrasil.com/2017/07/cyberchase-desenho-nostalgia.html
Composto por 350 jogos e 104 citações matemáticas, é divertir e entreter, mas
não apenas isso. Se você aprecia desafios intelectuais e quer colocar sua inteligência
à prova, com certeza desfrutará de bons momentos com este livro, mas, além disso,
melhorará sua forma de raciocinar, de analisar, de classificar, de ordenar, de
processar informações, de vislumbrar as possíveis alternativas em determinadas
136
situações. Decididamente, estará desenvolvendo seu cérebro, aperfeiçoando suas
capacidades intelectuais e enriquecendo sua maneira de pensar – tudo isso enquanto
se diverte, aproveita o tempo livre e aprende mais sobre a Matemática.
Embora seja possível afirmar que se trata de um livro voltado
fundamentalmente para um público entre 14 e 18 anos, há atividades de variados
níveis de dificuldade, o que o torna atraente, tanto para crianças ligeiramente mais
novas quanto para adultos. Assim sendo, é uma obra que diverte a todos. E mais, é
um material muito útil para professores e educadores.
137
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138
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