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Sobre a autor (a)

Daniela de Oliveira Souza

Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Faculdade de


Filosofia de Itaperuna (2000). Tem especialização em Educação Matemática pela
Fundação São José (2001) e é mestre em Pesquisa Operacional Com Ênfase Em
Inteligência Computacional pela Universidade Cândido Mendes (2009). Atualmente,
é professora da Faculdade Redentor, em Itaperuna-RJ. Atua como professora na
Educação de Jovens e Adultos, pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do
Rio de Janeiro e como professora no ensino fundamental pela Secretaria de
Educação da Prefeitura Municipal de Itaperuna. Tem experiência nas áreas de
Engenharia, Administração, Biologia e Sistema de Informação. Atuando
principalmente nos seguintes temas: cálculo, pesquisa operacional, métodos de
multicritério de apoio à decisão; matemática financeira, estatística aplicada,
matemática discreta, equações diferenciais, gestão da qualidade, geometria analítica
e geometria descritiva.
Sobre o autor (a)

Jorge Matos da Silva Junior

O autor Prof. MSc. Jorge Matos da Silva Junior, brasileiro, natural de Laje do
Muriaé/RJ, Licenciado em Ciências com habilitação em Matemática (2006) pela
Fundação São José (Itaperuna/RJ), Especialista em Matemática e Educação (2008),
pela mesma Instituição, e Mestre em Matemática pela Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF (2015). Atualmente, compõe o Corpo
Docente do Centro Universitário Redentor de Itaperuna/RJ e também atua como
Professor no Ensino Fundamental e Médio na Secretaria Estadual de Ensino do
Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC). Ao que tange à docência no Ensino Superior,
possui experiência nos Cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Civil,
Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica, atuando principalmente nas disciplinas
de Equações Diferenciais, Probabilidade e Estatística, Cálculo e Geometria
Descritiva.
Sobre o autor (a)

Cristiano Souza Marins

Possui graduação em Administração pela Universidade Federal Fluminense


(UFF, 2002), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF, 2007) e é doutorando em Engenharia de
Transporte na Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE UFRJ). Atualmente,
é Professor da Universidade Federal Fluminense no Polo Universitário de Volta
Redonda-RJ. Atuando nos cursos de graduação (presencial e semipresencial) em
Administração e Administração Pública como professor da área de gestão de
operações (Administração da Produção, Administração de Materiais e Logística).
Apresentação
Seja bem-vindo (a) prezado (a) aluno (a)!

Prezado futuro engenheiro, gostaria de convidá-lo para uma viagem


formativa em que, juntos, descobriremos os conhecimentos matemáticos. Então,
contamos com seu envolvimento para desfrutarmos de todos os momentos dessa
viagem com prazer, divertimento e curiosidade.
Permitindo, assim, o estabelecimento da conexão entre a Matemática e os
problemas que se apresentam na Engenharia.
Gostaria de lembrá-lo que essa viagem que estamos prestes a iniciar tem um
diferencial: será na modalidade à distância.
Para tanto, vocês precisam desenvolver - durante nossa viagem - habilidades
e condutas relativas à organização e método de estudo, autoaprendizagem, leitura e
interpretação de texto matemático e elaboração de ideias, entre outros.
Nestas aulas que estão por vir, o foco principal é utilizar os conceitos
matemáticos aprendidos no caderno de Cálculo Diferencial e Integral, para resolver
as equações diferenciais.

Desejamos há você muito sucesso nessa viagem!

Bons estudos!
Objetivos
Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Capacitar o aluno a utilizar os conceitos matemáticos do cálculo


diferencial e integral, aliados aos conceitos da Matemática básica
para representar algumas situações da Engenharia por meio de
equações diferenciais, além de resolvê-las e interpretar os
resultados obtidos.
Sumário
AULA 1 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - PARTE I
1 INTRODUÇÃO – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ......................................................... 16
1.1 História ............................................................................................................. 17
1.2 Classificação.................................................................................................... 21
1.3 Ordem ............................................................................................................... 21
1.4 Grau ................................................................................................................ 21
1.5 Sistemas de equações diferenciais ................................................................ 21
1.6 Equações lineares ou não lineares ................................................................ 22
1.7 Resolução ........................................................................................................ 22
1.8 Equação Diferencial ........................................................................................ 23
1.9 Curvas Integrais .............................................................................................. 23
1.10 Problema de Valor Inicial ................................................................................ 25

AULA 2 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - PARTE II


2 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ..................................................................................... 33

AULA 3 - EQUAÇÕES DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS


3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM ............................ 50
3.1 Equações diferenciais lineares de primeira ordem ....................................... 50
3.1.1 Exemplo 1 .............................................................................................. 50
3.1.2 Exemplo 2 .............................................................................................. 51
3.2 Equações de Variáveis Separáveis ................................................................ 51
3.2.1 Exemplos 1 ............................................................................................ 53
3.2.2 Exemplo 2 .............................................................................................. 57

AULA 4 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS


4 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS .......................................................... 64
4.1 Função Homogênea ........................................................................................ 64
4.1.1 Exemplo 1 .............................................................................................. 64
4.1.2 Exemplo 2 .............................................................................................. 65
4.1.3 Exemplo 3 .............................................................................................. 66
4.1.4 Exemplo 4 .............................................................................................. 66
4.1.5 Exemplo 5 .............................................................................................. 67
4.1.6 Exemplo 6 .............................................................................................. 67
4.1.7 Exemplo 7 .............................................................................................. 67
4.2 Equação Homogênea ...................................................................................... 69
4.2.1 Exemplo 8 .............................................................................................. 69
4.3 Resolução de uma equação homogênea ....................................................... 69
4.4 Exercícios Resolvidos ..................................................................................... 70
4.4.1 Exemplo 9 .............................................................................................. 70
4.4.2 Exemplo 10 ............................................................................................ 72
4.4.3 Exemplo 11 ............................................................................................ 73

AULA 5 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS - PARTE I


5 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATA ........................................................................ 81
5.1 Equação Exata ................................................................................................. 81
5.2 Exercício Resolvido......................................................................................... 86
5.3 Fator Integrante ............................................................................................... 87
5.4 Exercício Resolvido......................................................................................... 90

AULA 6 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS - PARTE II


6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ..................................................................................... 96

AULA 7 - APLICAÇÕES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS


7 APLICAÇÕES DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM ............ 112
7.1 Crescimento e Decrescimento...................................................................... 112
7.2 Exercícios Resolvidos ................................................................................... 113
7.3 Lei de Resfriamento de Newton.................................................................... 118
7.4 Exercício Resolvido....................................................................................... 119
7.5 Lei de Newton ................................................................................................ 120
7.6 Exercício Resolvido....................................................................................... 121

AULA 8 - REVISÃO V1
8 EXEMPLOS.............................................................................................................. 132
8.1 Exemplo 1 ...................................................................................................... 132
8.2 Exemplo 2 ...................................................................................................... 133
8.3 Exemplo 3 ...................................................................................................... 133
8.4 Exemplo 4 ...................................................................................................... 135
8.5 Exemplo 5 ...................................................................................................... 137
AULA 9 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES - PARTE I
9 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES ................................................................ 147
9.1 Introdução – Equações Diferenciais Lineares ............................................. 147
9.2 Método da substituição ou Método de Lagrange ........................................ 148
9.2.1 Exercício Resolvido .............................................................................. 150
9.3 Método de Fator Integrante ........................................................................... 150
9.3.1 Exercício Resolvido .............................................................................. 153
9.4 Aplicação de equação linear a Circuitos Elétricos...................................... 154
9.4.1 Exercício Resolvido .............................................................................. 155

AULA 10 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES - PARTE II


10 EXEMPLOS.............................................................................................................. 162
10.1 Exemplo 1 ...................................................................................................... 162
10.2 Exemplo 2 ...................................................................................................... 164
10.3 Exemplo 3 ...................................................................................................... 166
10.4 Exemplo 4 ...................................................................................................... 168
10.5 Exemplo 5 ...................................................................................................... 170
10.6 Exemplo 6 ...................................................................................................... 172
10.7 Exemplo 7 ...................................................................................................... 173
10.8 Exemplo 8 ...................................................................................................... 174

AULA 11 - EQUAÇÃO DE BERNOULLI


11 EQUAÇÃO DE BERNOULLI .................................................................................... 182
11.1 Introdução – Equação de Bernoulli .............................................................. 182
11.2 Exercícios Resolvidos ................................................................................... 183
11.2.1 Exemplo 1 .......................................................................................... 184
11.2.2 Exemplo 2 .......................................................................................... 186
11.2.3 Exemplo 3 .......................................................................................... 188
11.2.4 Exemplo 4 .......................................................................................... 190
11.2.5 Exemplo 5 .......................................................................................... 192
11.2.6 Exemplo 6 .......................................................................................... 194

AULA 12 - EQUAÇÕES DE ORDEM SUPERIOR À PRIMEIRA - PARTE I


12 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 203
12.1 Equações Lineares de ordem n .................................................................... 203
12.2 Equações Lineares e Homogêneas de Coeficientes Constantes ............... 204
12.2.1 Exemplo 1 .......................................................................................... 206
12.2.2 Exemplo 2 .......................................................................................... 207
12.2.3 Exemplo 3 .......................................................................................... 209
12.3 O Método dos Coeficientes Indeterminados ............................................... 209
12.3.1 Exemplo 4 .......................................................................................... 209
12.3.2 Exemplo 5 .......................................................................................... 211
12.3.3 Exemplo 6 .......................................................................................... 212
12.4 Método da Variação dos Parâmetros ........................................................... 213
12.4.1 Exemplo 7 .......................................................................................... 215

AULA 13 - EQUAÇÕES DE ORDEM SUPERIOR À PRIMEIRA - PARTE II


13 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 225
13.1 Sistema Massa-Mola: Movimento Livre Não Amortecido ........................... 225
13.1.1 Exemplo 1 .......................................................................................... 228
13.2 Movimento Amortecido ................................................................................. 230
13.2.1 Exemplo 2 .......................................................................................... 232
13.3 Exercícios Resolvidos ................................................................................... 233

AULA 14 - TRANSFORMADA DE LAPLACE - PARTE I


14 INTRODUÇÃO – TRANSFORMADA DE LAPLACE ................................................ 248
14.1 Definição da Transformada de Laplace ....................................................... 249
14.1.1 Exemplo 3 .......................................................................................... 253
14.2 Transformada inversa ................................................................................... 253
14.2.1 Exemplo 4 .......................................................................................... 254
14.2.2 Exemplo 5 .......................................................................................... 254
14.3 Solução de problemas de valores iniciais ................................................... 255
14.3.1 Exemplo 6 .......................................................................................... 256
14.4 Função Degrau .............................................................................................. 257
14.4.1 Exemplo 7 .......................................................................................... 258
14.5 Equações Diferenciais sob a ação de funções descontínuas .................... 259
14.6 Funções de Impulso ...................................................................................... 259
14.7 A Convolação................................................................................................. 260
14.7.1 Exemplo 8 .......................................................................................... 261

AULA 15 - TRANSFORMADA DE LAPLACE - PARTE II


15 EXEMPLOS – TRANSFORMADA DE LAPLACE .................................................... 269
15.1 Exemplos ....................................................................................................... 269
15.1.1 Exemplo 1 .......................................................................................... 269
15.1.2 Exemplo 2 .......................................................................................... 274
15.1.3 Exemplo 3 .......................................................................................... 276

AULA 16 - REVISÃO V2
16 EXEMPLOS - REVISÃO........................................................................................... 284
16.1 Exemplos ....................................................................................................... 284
16.1.1 Exemplo 1 .......................................................................................... 284
16.1.2 Exemplo 2 .......................................................................................... 287
16.1.3 Exemplo 3 .......................................................................................... 288
16.1.4 Exemplo 4 .......................................................................................... 290
Iconografia
Aula 1
Equações Diferenciais – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender um pouco da história das equações diferenciais, além de


diversas maneiras úteis de classificá-las e discutir algumas das propriedades das
suas soluções.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Classificar as equações diferenciais;


 Reconhecer os tipos de soluções de uma equação diferencial;
 Verificar se uma função é solução da equação dada;
 Resolver problemas, dado o valor inicial;
 Identificar famílias de curvas, dada uma equação diferencial.
16

1 INTRODUÇÃO – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

A palavra equação já é
nossa conhecida; é uma
expressão representando
uma igualdade entre
elementos de um conjunto
fixado. Na expressão, aparecem elementos
determinados ou desconhecidos (são as Isaac Newton
incógnitas ou também chamadas de (1642-1727)

variáveis) representados por letras. Resolver Sir Isaac Newton (Woolsthorpe-


by-Colsterworth, 4 de janeiro de
a equação é determinar os valores das
1643 — Londres, 31 de março de
incógnitas que tornam a igualdade verdadeira. 1727) foi um cientista inglês,
mais reconhecido como físico e
Exemplo: matemático, embora tenha sido
também astrônomo, alquimista,
filósofo natural e teólogo. Sua
obra, Philosophiae Naturalis
Principia Mathematica, é
considerada uma das mais
influentes na história da ciência.
Publicada em 1687, esta obra
Você deve estar curioso para saber o descreve a lei da gravitação
que é uma equação diferencial e como fazer universal e as três leis de
para resolvê-la, certo? Newton, que fundamentaram a
mecânica clássica. (Wikipédia,
2011)
Então, agora podemos explicar as suas
perguntas.
Uma equação diferencial é uma equação na qual a incógnita, que é o
elemento desconhecido, é uma função. Para ser uma equação diferencial, é preciso
que uma (ou mais derivadas da incógnita) ocorra na equação.
E resolver a equação diferencial é encontrar todas as funções que -
substituídas nas posições da incógnita - tornam a igualdade expressa na equação
verdadeira, isto é, uma identidade entre funções.
17

1.1 História

Agora, iremos fazer


uma viagem no passado e
aprender sobre a história das
equações diferenciais, que
teve vários colaboradores. As
equações diferenciais
Leonhard Euler (1707-1783)
começaram com o estudo de Nasceu em Basileia em 15 de abril de 1707 e
cálculo por Isaac Newton faleceu em São Petersburgo, em 18 de setembro

(1642-1727) e Gottfried de 1783. Foi um grande matemático e físico suíço


de língua alemã que passou a maior parte de sua
Wilhelm Leibniz (1646-1716)
vida na Rússia e na Alemanha. Euler fez
durante o século XVII. Newton
importantes descobertas em campos variados, nos
se tornou professor de cálculos e grafos. Ele também fez muitas
matemática e, embora tenha contribuições para a Matemática moderna no

atuado pouco na área de campo da terminologia e notação, em especial para


as análises matemáticas, como a noção de uma
equações diferenciais
função matemática. Além disso, ficou famoso por
propriamente ditas, seu
seus trabalhos em Mecânica, Óptica, e Astronomia.
desenvolvimento do cálculo e Euler é considerado um dos mais proeminentes
a elucidação dos princípios matemáticos do século XVIII. Uma declaração

básicos da Mecânica atribuída a Pierre-Simon Laplace manifestada sobre


Euler na sua influência sobre a Matemática: “Leiam
forneceram a base para a
Euler, leiam Euler, ele é o mestre de todos nós.”
aplicação das equações
(Wikipédia, 2011).
diferenciais no século XVIII.
Leibniz era basicamente autodidata em Matemática, porém a notação para
derivada dy/dx e o sinal de integral são devidos a ele.
Descobriu também o método de separação de variáveis em 1691, a redução
de equações homogêneas a equações separáveis em 1691 e o procedimento para
resolver equações lineares de primeira ordem em 1694.
Os irmãos Jakob (1654-1705) e Johann Bernoulli (1667-1748) fez muito
sobre o desenvolvimento de métodos para resolver equações diferenciais e para
ampliar o campo de suas aplicações.
18

Daniel Bernoulli
(1700-1782), filho de Johann,
tinha seus interesses em
equações diferenciais e suas
aplicações. Seu nome está
associado à equação de
Bernoulli em Mecânica dos
Fluidos.
Joseph-Louis Lagrange
Foi, também, o
(1736-1813)
primeiro a encontrar as
funções que seriam
Nasceu em Turim, em 25 de janeiro de 1736. Desde
conhecidas um século mais o começo, foi um analista, nunca um geômetra, o
tarde como funções de que pode ser observado em Méchanique Analytique

Bessel. (Mecânica Analítica), sua obra prima, projectada aos


19 anos, mas só publicada em Paris, em 1788,
O maior matemático
quando Lagrange tinha cinquenta e dois anos.
do século XVIII, Leonhard
Organizou as pesquisas desenvolvidas pelos
Euler (1707-1783) foi aluno associados da Academia de Ciências de Turim. O
de Johann Bernoulli. Seus primeiro volume das memórias da academia foi

interesses eram todas as publicado em 1759, quando Lagrange tinha vinte e


três anos. Aos vinte e três anos, aplicou o cálculo
áreas da Matemática e seus
diferencial à teoria da probabilidade, indo além de
muitos campos de aplicação.
Isaac Newton, e sendo também eleito como membro
Ele identificou a estrangeiro da Academia de Ciências de Berlim (2 de
condição para que as Outubro de 1759). Seu último trabalho científico foi a

equações diferenciais de revisão e complementação da Mécanique Analytique


para a segunda edição, quando descobriu que seu
primeira ordem sejam
corpo já não obedecia à sua mente. Morreu na
exatas, desenvolveu a teoria
manhã do dia 10 de Abril de 1813, com setenta e
dos fatores integrantes e seis anos. (Wikipédia, 2011)
encontrou a solução geral para
equações lineares homogêneas e não homogêneas com coeficientes constantes.
Usou ainda, com frequência, uma série de potências para resolver equações
diferenciais. Propôs, também, um procedimento numérico; fez contribuições
importantes em equações diferenciais parciais e deu o primeiro tratamento
sistemático do cálculo de variações.
19

Joseph-Louis Lagrange (1736-1813) mostrou que a solução geral de uma


equação diferencial linear homogênea de ordem n é uma combinação linear de n
soluções independente.
Mais tarde, desenvolveu o método de variação de parâmetros. Lagrange
também é conhecido pelo seu trabalho fundamental em equações diferenciais
parciais e cálculo de variações.
Pierre-Simon de Laplace (1749-1827) destacou-se no
campo da mecânica celeste. A equação de Laplace é
fundamental em vários ramos da Física e Matemática.
Ele estudou extensamente em conexão com a atração
gravitacional.
A transformada de Laplace recebeu o nome em sua homenagem, embora sua
utilidade na resolução de equações diferenciais só tenha sido reconhecida muito
mais tarde.
No final do século XVIII, muitos métodos elementares para resolver equações
diferenciais ordinárias já tinham sido descobertas.
No século XIX, iniciou-se a investigação de questões teóricas de existência e
unicidade, assim como o desenvolvimento de métodos menos elementares, como os
baseados em expansão em séries de potências.
As inúmeras equações diferenciais que resistiram a métodos analíticos
levaram à investigação de métodos de aproximação numérica.
Por volta de 1900, já haviam sido desenvolvidos métodos efetivos de
integração numérica, mas sua implementação estava comprometida pela
necessidade de se executarem os cálculos a mão, ou com equipamentos
computacionais primitivos.
Nos últimos 50 anos, o desenvolvimento de computadores cada vez mais
modernos e velozes aumentou o número de problemas que poderiam ser
investigados por métodos numéricos.
Outra característica das equações diferenciais, no século XX, foi à criação de
métodos geométricos ou topológicos, especialmente para equações não lineares.
Embora seja um assunto antigo sobre o qual muito se sabe, as equações
diferenciais - no século XXI - continuam uma fonte fértil de problemas importantes.
20

“Espero que você tenha gostado de ler um pouco da


história das equações diferenciais, pois é sempre bom conhecer
um pouco do passado, não é? ”

Definição
Agora, nós vamos estudar algumas definições de equações diferenciais.

“Uma equação que envolve uma função desconhecida e uma ou mais de


suas derivadas é chamada uma equação diferencial” (Edward Jr. e Penney,
1995).

“Toda equação cujas incógnitas são funções e que contém pelo menos
uma derivada ou diferencial destas funções, denomina-se equação diferencial”
(Abunahman1993).

Exemplos:
𝒅𝒚
1) = 𝟐𝒙 + 𝟑
𝒅𝒙

2) 𝒙𝒅𝒚 − 𝒚𝒅𝒙 = 𝟎

𝒅𝟐 𝒚 𝒅𝒚
3) + 𝟓 𝒅𝒙 + 𝒚 = 𝟎
𝒅𝒙𝟐

4) 𝒚′′ + 𝟑(𝒚′′)𝟐 + 𝟑𝒚′ = 𝒙

5) (𝒀′′)𝟐 + (𝒀′)𝟑 + 𝟒𝒀 = 𝒔𝒆𝒏𝒙

𝝈𝟐 𝒛 𝝈𝟐 𝒛
6) 𝝈𝒙𝟐 + = 𝒙𝟐 + 𝒚
𝝈𝒚𝟐

𝝈𝒛 𝝈𝒛
7) 𝝈𝒙 = 𝒛 + 𝒙 𝝈𝒚
21

1.2 Classificação

Agora, vamos aprender a identificar as equações


diferenciáveis ordinárias ou parciais.
Quando existe só uma variável independente (como nos
exemplos 1 a 5), a equação é denominada equação ordinária
e, quando há mais de uma variável independente (como nos
exemplos 6 e 7), as derivadas são denominadas parciais.

1.3 Ordem

A ordem de uma equação diferencial é a ordem da derivada de maior ordem


que aparece na equação.

1.4 Grau

O grau de uma equação diferenciável é o grau da derivada de mais alta


ordem que nela aparece. Assim sendo, podemos classificar os exemplos anteriores
quanto à ordem e ao grau:
Exemplo 1: 1ª ordem e 1° grau
Exemplo 2: 1ª ordem e 1° grau
Exemplo 3: 2ª ordem e 1° grau
Exemplo 4: 3ª ordem e 1° grau
Exemplo 5: 2ª ordem e 2° grau
Exemplo 6: 2ª ordem e 1° grau
Exemplo 7: 1ª ordem e 1° grau

1.5 Sistemas de equações diferenciais

Outra classificação de equações diferenciais depende do número de funções


desconhecidas.
Se existe uma única função a ser determinada, uma equação é suficiente.
Se existem duas ou mais funções que devem ser determinadas, precisamos
de um sistema de equações.
22

1.6 Equações lineares ou não lineares

Iremos conhecer mais um tipo de classificação e se ela é linear ou não.


A equação diferencial F = (t, y,y’, . . . , y(n) ) = 0 é dita linear, se F é uma
função linear das ariáveis y, y’, . . . , y(n).
Assim, a equação diferencial ordinária linear geral de ordem n é: a0 (t) y(n) +
a1 (t) y (n-1) + . . . + a(n) (t) y = g(t).
Uma equação que não é da forma acima é uma equação diferencial não
linear.
Por exemplo:
Y’’’ + 4et y ‘’ + y y’ = t3

A equação acima é não linear devido à expressão y y’.


Outro exemplo é a equação abaixo que é dita não linear devido ao produto x
y: dx/dy = ax – α x y.

“Muito bem! Você completou metade da unidade. Aproveite um merecido


descanso. Beba uma xícara de chá e, então, você estará descansado e pronto
para recomeçar”.

1.7 Resolução

Resolver ou integrar uma equação diferencial é determinar


todas as funções que satisfazem tal equação, ou seja, é obter
uma função de variáveis livres que, substituída na equação,
transforme-a numa identidade.
Exemplo:
𝑑𝑦
 =𝑥+1
𝑑𝑥

 𝑑𝑦 = 𝑥𝑑𝑥 + 𝑑𝑥

 ∫ 𝑑𝑦 = ∫ 𝑥𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
23

𝑥2
 𝑦= +𝑥+𝑐
2

Agora, iremos conhecer os vários tipos de solução de uma equação


diferencial:
a) Solução Geral: é a solução da equação que contém tantas constantes
arbitrárias quantas forem às unidades da ordem da integração. Assim sendo,
uma equação de primeira ordem terá apenas uma constante arbitrária em sua
solução geral; uma de segunda ordem terá duas constantes, e assim por
diante.
b) Solução Particular: é a solução deduzida da solução geral, atribuindo-se
valores particulares às constantes arbitrárias;
c) Solução Singular: é a solução da equação que não pode ser deduzida da
solução geral e que só existe em alguns casos.

1.8 Equação Diferencial

Você já estudou, em Cálculo, técnicas de integração?


Claro que sim!
Lembrou que, dependendo da função, utilizavam-se
substituições, integração por partes, integração de funções
racionais, entre outras coisas. Então, lembrou-se também que
todas aquelas técnicas já estudadas, em Cálculo, serão úteis no processo de
resolução das soluções das equações diferenciais.
Todas as soluções da equação diferencial dy/dx = f(x) podem ser
representadas pela Integral indefinida ∫ f(x) dx.

1.9 Curvas Integrais

Geometricamente, solução geral de uma equação


diferencial representa uma família de curvas que recebem o
nome de curvas integrais.
Essa solução denomina-se primitiva ou integral da
Equação Diferencial.
24

Exemplo:
dy
Dada à equação  3 x , determine a solução geral e represente
dx
geometricamente:
dy
 3x
dx
dy = 3x dx
∫dy = ∫ 3xdx

3x 2
y c
2
3x 2
Sua solução y  c nos fornece uma família de parábolas de
2
concavidade voltada para o eixo y positivo, como mostra a figura abaixo:

Figura 1: Família de parábolas de concavidade voltada para o eixo y positivo.

Fonte: MATOS (2017)

Exemplos:
Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a
equação diferencial de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante
arbitrária.

5x 2
a) y   2x  3
2
Solução:
25

Derivando: Dy/dx= 5x + 2 ou y '  5 x  2

b) y = C1 sen x + C2 cos x
Solução:
y
Derivando:  C1 cos x  C2 senx ou y'  C1 cos x  C2 senx
x
Como as constantes não foram eliminadas derive a segunda vez:
2 y
 C1 senx  C 2 cos x ou y' '  C1 senx  C2 cos x
x 2
Podemos colocar o sinal negativo em evidência, ficando:
y' '  C1 senx  C2 cos x
Podemos observar que o valor entre parênteses é o próprio y dado. Então,

d 2y 2 y
podemos escrever:  y  0  y  0 ou y ' ' y  0
dx 2 x 2

c) y = C x3
Solução:
Derivando:
dy
 3cx 2 (1) onde,
dx
y
c (2)
x3
Substituindo a (2) em (1), obtemos:
dy 3y 2
 x
dx x 3
Dividindo x2 por x3, temos:
dy 3y

dx x

1.10 Problema de Valor Inicial

Uma condição inicial é uma condição da solução de uma Equação Diferencial


em um ponto.
26

Assim, uma equação diferencial - satisfazendo algumas condições


adicionais - é denominada Problema de Valor Inicial (PVI),
também denominado de Equação Diferencial com Valores
Iniciais (EDVI).
Exemplo:
Determine uma função real y(x), definida no intervalo I = (-3,+), solução da
equação diferencial dy/dx = ex – 3x2. Sabendo que seu gráfico, no plano R2, contém
o ponto (0,-1).
Solução:
As funções cujas derivadas são iguais a ex – 3x2, no intervalo especificado,
são precisamente as soluções da equação acima.
dy/dx = ex – 3x2
dy = ex dx – 3x2 dx
∫dy = ∫ ex dx – ∫3x2 dx
Y(x)= ex – x3 + c, onde c é uma constante arbitrária.
Agora, iremos usar a informação extra, os pontos (0,-1), isto é, x=0 e y = -1.
Substituiremos os valores x e y, na equação Y(x)= e x – x3 + c, para encontrar
o valor de c:
-1= e0 – 03 + c
C=-2

Conclusão:
Entre todas as funções definidas em (-3,+), com derivadas iguais a ex – 3x2,
aquela cujo gráfico passa por (0,-1) é Y(x)= ex – x3 -2.
O exemplo acima é sempre enunciado da forma:

 dy
 dy
  ex  3x 2   f  x , x    
 dx Portanto:  dx
Y  0   1 Y  x0   y 0
 

Na primeira linha da expressão indicada pela chave, temos a equação


diferencial, aquela que você irá integrar e cuja solução é procurada.
Na segunda linha, está uma propriedade da solução procurada.
27

Então, para resolver as soluções das equações, é só seguir os seguintes


passos:
a) Obter a solução geral, isto é, a família de todas as soluções;
b) Substituir os valores de x0 e y0, que definem os dados iniciais, calculando o
valor da constante C.
Resumo
Nesta aula, foram expostos os principais conceitos referentes ao:

 Estudo das equações diferenciais ordinárias fundamentais de


Primeira Ordem: dy/dx = f (x) e suas soluções;
 Notamos também que o estudo das equações diferenciais está
intimamente ligado ao Cálculo estudado anteriormente;
 Introduzimos a noção de Problema Inicial para equações do tipo
fundamental;
 Vimos os diferentes tipos de classificação das equações diferenciais;
 Aprendemos também um pouco da história das equações diferenciais.
Complementar
Equações Diferenciais Ordinárias
<https://www.youtube.com/watch?v=y36S9e006h8> Acesso em: 14 de nov.

Formar as Equações das Famílias de Curvas - Exemplo 3


<https://www.youtube.com/watch?v=MpO9VyE7XaU> Acesso em: 14 de nov.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

Complementar:
AÍ, Me Passa. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Formar as Equações das
Famílias de Curvas - Exemplo 3. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MpO9VyE7XaU>. Acesso em: 10 set.
2017.

GRINGS, José Fernando. Grings - Equações Diferenciais Ordinárias - Aula


1. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=y36S9e006h8>. Acesso em:
10 set. 2017.
Exercícios
AULA 1

1) Em cada caso indicar a ordem da equação diferencial e


verificar se a função dada constitui uma solução.
a) y '  2 y  0 y  Ce 2 x

y  Ce  x
2
b) y '2 xy  0 ;

c) y '  2 x; y  x2  c
2y
d) y'  ; y  c.x 2
x
e) ty ' y  t 2 y(t )  3t  t 2
t t
f) y ' ' ' '4 y ' ' '3 y  t y1 (t )  y 2 (t )  e t 
3 3

2) Formar as equações diferenciais das seguintes famílias de curvas:


a) y  Ae x  Be 2 x R: y ' '3 y '2 y  0

b) y  Ae 2 x  Be x  C R: y ' ' '3 y ' '2 y '  0

c) y  C1e 3 x  C 2 e 2 x  C3 e x R: y ' ' '6 y ' '11 y '6 y  0

d) y  C1  C 2 x .e x  C3 R: y ' ' '2 y ' ' y '  0

e) y  C1sen6x  C2 cos 6x R: y ' '36 y  0


Aula 2
Equações Diferenciais – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula, iremos ver algumas resoluções de exercícios que envolve os


conceitos aprendidos na aula anterior.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Classificar as equações diferenciais;


 Reconhecer os tipos de soluções de uma equação diferencial;
 Verificar se uma função é solução da equação dada;
 Resolver problemas, dado o valor inicial;
 Identificar famílias de curvas, dada uma equação diferencial.
33

2 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1- Em cada caso indicar a ordem da equação diferencial e verificar


se a função dada constitui uma solução.
a) y ' ' '  0 y  ax 2  bx  c
A equação dada, é uma equação de 3ª ordem. Por isso devemos
derivar a função dada três vezes.
y  ax 2  bx  c  y '  2ax  b  y ' '  2a  y ' ' '  0

Substituindo o resultado obtido na equação original, temos:


y ' ' '  0  0  0 , que é verdade.
Logo a função dada é solução da equação.

b) y ' '2 y '15 y  0 y1  e 5 x y 2  e 3 x


A equação dada, é uma equação de 2ª ordem. Por isso devemos derivar a
função dada duas vezes, cada uma das equações.
y1  e 5 x  y1 '  5e 5 x  y1 ' '  25e 5 x .

Substituindo o resultado obtido na equação original, temos:


y ' '2 y '15 y  0   
25e 5 x  2 5e 5 x  15(e 5 x )  0  25e 5 x  10 e 5 x  15e 5 x  0 

0  0,
Que é verdade. Logo a função dada é solução da equação.
Verificando agora y 2  e 3 x .

y 2  e 3 x  y 2 '  3e 3 x  y 2 ' '  9e 3 x .

Substituindo o resultado obtido na equação original, temos:


 
y ' '2 y '15 y  0  9e 3 x  2  3e 3 x  15(e 3 x )  0  9e 3 x  6e 3 x  15e 3 x  0 

0  0 , que é verdade.
Logo a função dada é solução da equação.

c) y ' ' y  0 y  A cos x  Bsenx


34

A equação dada, é uma equação de 2ª ordem. Por isso devemos derivar a


função dada duas vezes.
y  A cos x  Bsenx  y '   Asenx  B cos x  y ' '   A cos x  Bsenx .

Substituindo o resultado obtido na equação original, temos:


y ' ' y  0   A cos x  Bsenx  A cos x  Bsenx  0  0  0 , que é verdade.
Logo a função dada é solução da equação.

d) y ' ' y  x y  C1e x  C2 e  x  x


A equação dada, é uma equação de 2ª ordem. Por isso devemos derivar a
função dada duas vezes.
y  C1e x  C2 e  x  x  y'  C1e x  C2 e  x  1 y' '  C1e x  C2 e  x .

Substituindo o resultado obtido na equação original, temos:


y ' ' y  x  C1e x  C2 e  x  (C1e x  C2 e  x  x)  x 

C1e x  C2 e  x  C1e x  C2 e  x  x  x  x  x , que é verdade.


Logo a função dada é solução da equação.

 y (1)  8
e) xy' ' y '  0 ; y  C1 x 2  C2 
 y ' (1)  4
Primeiro devemos verificar se a função dada é solução da equação xy' ' y '  0
.

 Derivando:
y  C1 x 2  C2  y'  2 xC1  y' '  2C1

Substituindo o resultado encontrado na equação, temos:

xy' ' y '  0  x2C1   2 xC1  0  2 xC1  2 xC1  0 , o que é verdade.


Logo a função dada é solução da equação.
35

Substituindo o ponto y (1)  8 na função y  C1 x 2  C2 e y ' (1)  4 na função

y'  2 xC1 , iremos obter:


 8  C1 (1) 2  C2   8  C1  C2 .

4  2(1)C1  4  2C1  C1  2

Levando na o valor de C1  2 na primeira equação encontrada, temos:

 8  C1  C2   8  2  C2  C2  10
Substituindo os valores encontrados em C1 e C2 na solução dada, obtemos:

y  2 x 2  10 .

2- Formar as equações diferenciais das seguintes


famílias de curvas:
a) y  a cos( x  b)
Primeiro devemos derivar a função dada.
y  a cos( x  b)  y '  asen( x  b) . Não podemos isolar

nenhuma das duas constantes, pois sempre sobrará uma constante, o que
não resolveria o nosso problema.
Logo, devemos derivar pela segunda vez a equação.
y '  asen( x  b)  y ' '  a cos( x  b) .
Observa-se que a expressão a cos( x  b) , é o valor de y inicial. Logo,
podemos substituir y na segunda derivação. Obtendo.
y ' '  a cos( x  b)  y ' '   y  y ' ' y  0 .
Resposta: y ' ' y  0

b) y  C1e 3 x  C2 e 2 x
Primeiramente devemos eliminar o Euller que acompanha a constante, para
depois derivarmos. Para isso, multiplicamos pelo Euller com expoente inverso
ao que está acompanhando a constante.
y  C1e 3 x  C2 e 2 x  e 2 x  ye 2 x  C1e 5 x  C2 .
Agora, podemos derivar e observando que o primeiro termo da expressão tem
que se aplicar a derivação do produto.
36

ye 2 x  C1e 5 x  C2  e 2 x y'2e 2 x y  5C1e 5 x Derivação :


ye 2 x
u  y  u'  y'
v  e 2 x  v '  2e 2 x
u ' v  uv'  y ' e 2 x  2e 2 x y

Agora, devemos multiplicar a expressão toda por e 5 x afim de eliminarmos o


acompanhante de C1 .

e 2 x y'2e 2 x y  5C1e 5 x  e 5 x  e 3 x y'2e 3 x y  5C1 . Agora devemos derivar, para

eliminarmos a constante C1 . E observando que assim como na primeira


derivada, o primeiro membro deverá ser resolvido pela derivação do produto.
e 3 x y'2e 3 x y  5C1  e 3 x y' '3e 3 x y'2e 3 x y'6e 3 x y  0 . Agrupando os termos

semelhantes e multiplicando tudo por e 3 x afim de eliminarmos os Euller.


e 3 x y' '3e 3 x y'2e 3 x y'6e 3 x y  0  e 3 x  y ' ' y '6 y  0
Resposta: y ' ' y '6 y  0

x
c) Ln  1  ay  Ln x  Ln y  1  ay
y
Primeiro, desfazemos a divisão dos logaritmos e agora derivamos:
1 y'
  ay' , isolando o valor de a na expressão encontrada, temos que:
x y
1 y'

x y  1 y'  1 1 1
a  a       a   , substituindo o valor de a na
y'  x y  y' xy' y
primeira equação teremos:
x  1 1
Ln  1  y.   , aplicando à distributiva encontramos:
y  xy' y 
x  y y x y x y
Ln  1      Ln  1   1  Ln  , multiplicando cruzado,
y  xy' y  y xy' y xy'
obtemos:
x
xy'.Ln y
y
37

x
Resposta: xy'.Ln y
y

d) x 3  C x 2  y 2 
Primeiramente devemos deixar a expressão em função de y.


x3  C x2  y 2   x3
C
 x2  y2

1
3 1
y  x  x C  y  ( x  x C ) 2 , agora podemos derivar a expressão:
1
2 2 3 2

1
1 
y  .( x 2  x 3 C 1 ) 2 .(2 x  3 x 2 C 1 ) , multiplicamos cruzado para eliminarmos o
'

2
denominador 2 e invertemos a base com expoente negativa encontramos:
(2 x  3x 2 C 1 )
2 y'  1
.
1 2
(x  x C )
2 3

Observando o denominador, notamos que este valor é o mesmo que y, logo


pode-se transformar esse valor por y.
(2 x  3x 2 C 1 )
2 y'  , multiplicando cruzado de novo, obtém-se que
y
2 y' y  2 x  3x 2 C 1 .
Manipulando a segunda linha do desenvolvimento da questão, podemos
encontrar o valor de C 1 .

1 1 1 x2  y2
y x x C  x y  x C  C
2 2 3 2 2 3
 .
x3
Substituindo o valor de C 1 na expressão 2 y' y  2 x  3x 2 C 1 , obtemos:

 x2  y2 
2 y ' y  2 x  3x 2 . 3
 , aplicando à distributiva e multiplicando ambos os
 x 
lados por x. Tem-se:
2 xy' y  2 x 2  3x 2  3 y 2 , reduzimos os termos semelhantes e finalizamos o
resultado da equação:
2 xy' y   x 2  3 y 2 .

Resposta: 2 xy' y   x 2  3 y 2
38

e) y  C1 cos 2x  C2 sen2x .
Primeiro devemos derivar a função dada.
y  C1 cos 2x  C2 sen2x  y'  2C1sen2x  2C2 cos 2x . Não podemos isolar
nenhuma das duas constantes, pois sempre sobrará uma constante, o que
não resolveria o nosso problema.
Logo, devemos derivar pela segunda vez a equação.
y'  2C1sen2x  2C2 cos 2x  y' '  4C1 cos 2x  4C2 sen2x .
Podemos colocar o termo  4 em evidência na segunda derivada. Obtendo:
y' '  4(C1 cos 2x  C2 sen2x) . O termo obtido entre parênteses é o valor de y .
Portanto:
y  C1 cos 2x  C2 sen2x  y'  2C1sen2x  2C2 cos 2x 
y' '  4C1 cos 2x  4C2 sen2x  y' '  4(C1 cos 2x  C2 sen2x)  y ' '  4 y 
y ' '4 y  0 .
Resposta: y ' '4 y  0

f) Ln y  4 Ax  B
2

Derivando a função acima em relação a x, temos:


y'
 8 Ax , podemos efetuar uma multiplicação dos meios pelos extremos
y
nessa igualdade, encontrando a seguinte expressão:
y'
 8 Ax  y '  8 Axy .
y
Como ainda tem uma constante, deriva-se novamente a expressão.
Observa-se que tem um produto na expressão, logo temos que o usar a regra
da derivação do produto.
uv  u' v  uv'
y '  8 Axy  y ' '  8 Axy '8 Ay .
y'
Isolando o valor da constante A na primeira derivação, tem-se que:  8 Ax
y
y'
  8 A .
xy
Levando esse valor a segunda derivação, encontra-se:
39

 y'   y' 
y ' '  8 Axy '8 Ay  y ' '  xy'    y  .
 xy   xy 
Agora, basta manipular a equação diferencial encontrada.
2
 y'   y'  y' y'
y ' '  xy'    y   y ' '   , multiplicando toda a expressão por xy
 xy   xy  y x
afim de eliminar os denominadores, obtém-se:
2
y' y'
y' '    xy  xyy' '  x y '2  yy'
y x

Resposta: xyy' '  x y '  yy'


2

3- A alternativa que melhor representa respectivamente,


a classificação quanto o grau e a ordem da equação:
3 4
 7 y   8 y  2 y
x 7   y 8   2
 x   x  x

a) 3º grau e 7ª ordem
b) 4º grau e 8ª ordem
c) 8º grau e 4ª ordem
d) 7º grau e 3ª ordem
No capítulo 1, vimos que a ordem de uma equação diferencial é representada
pela quantidade de vezes que derivamos essa equação e que o grau é o
expoente da maior ordem. Logo, temos que encontrar a ordem da equação
diferencial primeiro e verificar o expoente dessa ordem. Portanto a equação
diferencial acima é de 8ª ordem e 4º grau.

Resposta: 4º grau e 8ª ordem, alternativa b.


* OBS: verifique a palavra respectivamente na questão, o
que no caso se remete a alternativa b e não a alternativa
c, pois foi pedido primeiro o grau e depois a ordem.

3 y y
4- Classifique a equação  3  1 , quanto a ordem, tipo e grau.
x 3
 y
x 3
40

Analisando a expressão apresentada, pode-se observar que ela só foi


derivada em função de x. Portanto ela é uma equação diferencial ordinária,
ou seja, EDO.
Uma EDO pode ser escrita utilizando notação derivada em linha, facilitando
assim a visualização do restante do processo.
Como o maior expoente da derivada é 3, chegamos à conclusão que ela é
uma derivada de 3ª ordem.
Reescrevendo a equação inicial, temos:
3 y y y
 3  1  y ' ' '  1.
x 3
 y y' ' '
x 3
Para classificar quanto o grau, devemos manipular a equação acima.
Multiplicando a equação por y ' ' ' e aplicando as propriedades de potências,
temos:
y
y ' ' '  1  y ' ' '   y ' ' '2  y  y ' ' ' .
y' ' '
Logo a equação é de 2º grau.
Resposta: EDO; 3ª ordem e 1º grau.

No estudo das Equações Diferenciais, se faz


extremamente necessário o uso de propriedades de potências e
logaritmos.
Para facilitar

Operações com Potências:


Na operação com potências, ao efetuarmos a sua resolução podemos utilizar
algumas propriedades para simplificar os cálculos.
Produto de potência de mesma base
Para multiplicar potências de mesma base, devemos conservar a base
e somar os expoentes.
Exemplo:
22 . 23 = 22 + 3 = 25 = 32
51 . 53 = 51 + 3 = 54 = 625
41

De maneira genérica: a m  a n  a m  n
Quocientes de potências de mesma base
Para dividir potências de mesma base, não-nula, devemos
conservar a base e subtrair os expoentes.
Exemplo:
128 : 126 = 128 – 6 = 122 = 144
(-5)6 : (-5)2 = (-5)6 – 2 = (-5)4 = 625
De maneira genérica: a m  a n  a m n

Potência de Potência
Para elevar uma potência a um novo expoente, devemos
conservar a base e multiplicar os expoentes.
Exemplo:
(32)3 = 32 . 3 = 36 = 729
(-91)2 = (-9)1 . 2 = (-9)2 = 81

De maneira genérica: a m   n
 a mn

Potência de um produto
Para elevar um produto a um expoente, devemos elevar cada fator a esse
expoente.
Exemplo:
(3 x 4)3 = 33 x 43 = 27 x 64 = 1728
(5 x 3 x 2)4 = 54 x 34 x 24 = 625 x 81 x 16 = 810000

De maneira genérica: a  b  c n  a n  b n  c n

Potência de um quociente
Para elevar um quociente a um expoente, devemos elevar o numerador e o
denominador a esse expoente.
3
2 23 8
   3 
3 3 27
2
8 8 2 64
   2 
5 5 25
42

n
a an
De maneira genérica:    n
b b

Logaritmo

Se x  0 e b  0 e b  1 , então y  log b x , se somente se b  x .


y

A partir dessa definição podemos apresentar algumas definições que


auxiliarão no desenvolvimento de algumas situações envolvendo logaritmo.
Veja:
O logaritmo do número 1 em qualquer base sempre será
igual a 0.
loga1 = 0, pois a0 = 1
O logaritmo de qualquer número a na própria base a será
igual a 1.
logaa = 1, pois a1 = a
O logaritmo de uma potência da base é o expoente, em qualquer base.
logaam = m, pois m * logaa = m * 1 = m
A potência de base a e expoente logab é igual a b.
alogab = b, pois logab = x → ax = b
Dois logaritmos são iguais, quando seus logaritmandos forem iguais.
logab = logac ↔ b = c

Logaritmos com base “e”


Logaritmos com base “e” são chamados logaritmos naturais. Muitas das vezes
utilizamos apenas a notação “ Ln ” para denotar o logaritmo natural.

Propriedades dos logaritmos


Sejam “ b ”, “ R ” e “ S ” números reais positivos, com b  1 e “ c ” um número
real qualquer.

Regra do Produto: log b R.S   log b R  log b S

Regra do Quociente: log b    log b R  log b S


R
S

Regra do Potência: log b R c  c log b R


Resumo
Nesta aula, foram expostos exemplos resolvidos:

 Sobre famílias de curvas;


 Classificação de uma equação quanto ao tipo, ordem e grau;
 Funções que são soluções de equação diferencial;
 Soluções particulares de uma equação diferencial;
 Propriedades de potência e logaritmos.
Complementar
Formar as Equações das Famílias de Curvas - Exemplo 4.
<https://www.youtube.com/watch?v=G1Y6dX2e9Bg>. Acesso em: 14 de nov.

Soluções de Equações Diferenciais.


<https://www.youtube.com/watch?v=7NyPuRgeWGk>. Acesso em: 14 de nov.

Cálculo IV - Aula 16 - Equações Diferenciais Ordinárias - Parte 1.


<https://www.youtube.com/watch?v=XHyX5M6GO6w>. Acesso em: 14 de nov.

 Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo acessando a


biblioteca virtual universitária da Pearson no site da UniRedentor.
NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações Diferenciais.
Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 1, páginas 11 e 12. (Números 3 a 8).
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. In:


BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. Curitiba:
UFPA, 2006. p. 1-50. Disponível em:
<http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=/156507/mod_resource/content/1/
Calculoc_Cameta.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

DEMANA, Franklin D. et al. Pré-Cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2013.

EDUCAÇÃO, Mundo. Matemática. Disponível em:


<www.mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MATEMÁTICA, Só. Propriedades de potência. Disponível em:


<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R.. Equações Diferenciais. 3. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
Complementar:

AÍ, Me Passa. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Formar as Equações das


Famílias de Curvas - Exemplo 4. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=G1Y6dX2e9Bg>. Acesso em: 10 set. 2017.

UNIVERSITÁRIA, Matemática. EDO-002 Soluções de Equações


Diferenciais. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7NyPuRgeWGk>.
Acesso em: 10 set. 2017.

UNIVESP. Cálculo IV - Aula 16 - Equações Diferenciais Ordinárias - Parte


1. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XHyX5M6GO6w>. Acesso
em: 10 set. 2017.
Exercícios
AULA 2

Forme as equações diferenciais das seguintes famílias


de curvas:

a) y  asen  x  b  , onde a e b são constantes;

R: y ' ' y  0

b) y  c1sen3x  c2 cos3x R: y ' '9 y  0

c) y  c1e
3x
 c2e 2 x R: y ' ' y '6 y  0

Dica: multiplique ambos os membros por e 2 x .

1. Calcule  f xdx  F x  C . Depois, calcule c para que a solução y

satisfaça a condição apresentada por meio do PV:

x 4 81
a) F ( x )  x , y  3   0 R: F x   
3

4 4

b) y  senx / y ( )  0 R: y   cosx  1

2. Marque a classificação correta quanto à ordem e ao grau da equação:


2
 d 3y  d 3y
x 3   y  3
 dx  dx
a) 3ª ordem e 2° grau
b) 2ª ordem e 2° grau
c) 3ª ordem e 3° grau
d) 2ª ordem e 3° grau
47

dy
3. Determine a solução geral da equação  senx.cos x :
dx

a) y ( x )  sen2 x  c
1
b) y ( x )  senx  c
2
c) y ( x )  senx  c

d) y ( x )  21 sen x  c
2

4. Marque a opção que apresenta uma equação linear:


dy
a)  ty 2  0
dt

d 2y
b)  sen  t  y   sen t
dt 2

d 3y dy
c) 3
t  (cos2 t )y  t 3
dt dt
d 2y

d) 1  y
2
 dt 2
t
dy
dt
 y  et

5. Marque a opção entre as opções que apresentam equações diferenciais


ordinárias:
d 2Q  t  dQ  t  1
a) L 2
R  Q t 
dt dt c
d 2y dy
b) 2
3  2y  0
dx dx
 2u  x, t  u  x, t 
c)  
2

x 2 t
 2z 2  z
2
d)  
x 2 y 2

dy
6. Qual é a solução geral da equação  xe x ? (Dica: use integração por
dx
partes)

a) y  x   xe  e  c
x x
48

b) y  x   x  e  c
x

c) y  x   xe  e  c
x x

d) y  x   2e  c
x

7. Sendo a curva y  ce x , qual é a opção que apresenta a equação


diferencial de menor ordem possível e que não contém nenhuma constante
arbitrária:

d 2y
a) y 0
dx 2
dy
b) y 0
dx
dy
c) y 0
dx

d 2 y dy
d)  y 0
dx 2 dx
Aula 3
Equações de Variáveis Separáveis

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula estudaremos sobre as equações diferenciais lineares de


primeira ordem, bem como a resolução por variáveis separáveis que é um dos
métodos para a resolução de Equação Diferencial de 1ª Ordem.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Resolver uma equação diferencial separável.
50

3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM

No final desta aula você será capaz de obter todas as


soluções de quaisquer equações lineares de primeira ordem.

3.1 Equações diferenciais lineares de primeira ordem

São equações de 1ª ordem e 1º grau do tipo:

 F x, y 
dy
dx
Ou
Mdx + N dy = 0,

Em que M= M (x,y) e N = (x,y).


Onde F x; y  é uma função definida em um aberto  do  2 .

Uma função y  yx  definida em um intervalo aberto I é uma solução dessa


equação se, para todo x em I , ocorrer
y' F x, yx .

3.1.1 Exemplo 1

Verifique que y  e , x   , é uma solução da equação


2
x

dy
diferencial  2 xy .
dx
(Aqui F x, y   2xy e    2 ).
Solução:
dy
Precisamos verificar que sendo y  e , a igualdade
2
 2 xy se verifica para
x

dx
todo x.
Para todo x , temos
dy
dx
 
 e x '  2 xe x  2 xy .
2 2
51

Assim, y  e , x em  , é uma solução da equação dada.


2
x

3.1.2 Exemplo 2

Determine uma solução y  yx  da equação


dy
 3x  5
dx
que satisfaça a condição inicial y0  2 . (Aqui F x, y   3x  5 ).
Solução:
O que queremos aqui é uma função y  yx  , com

3x 2
y0  2 , cuja derivada seja 3x  5 . Então, y   3x  5dx   5 x  k , k constante,
2
é solução da equação.
3x 2
Segue que y   5 x  2 é uma solução satisfazendo a condição dada.
2

3.2 Equações de Variáveis Separáveis

Uma equação do tipo Mdx + Ndy=0, em que M e N podem ser:


a) Funções de uma variável;
b) Produtos com fatores de apenas uma variável;
c) Constantes.

São equações que você facilmente irá resolver.


Você terá que isolar os termos ‘x’ e ‘y’ e integrá-los:
Resolução:
Se g x  é uma função contínua dada, então a equação de primeira ordem
dy
 g x  1
dx

Pode ser resolvida por integração.


A solução para 1 é

y   g x dx  C
52

A equação 1 , bem como seu método de resolução, é apenas um caso


especial do seguinte:

Definição:
Uma equação diferencial da forma
dy g x 

dx h y 
É chamada separável ou tem variáveis separáveis.

Observe que uma equação separável pode ser escrita como

h y 
dy
 g x  2
dx
É imediato que 2  se reduz a 1 quando h y   1 .

Agora, se y  f x denota uma solução para 2  , temos

h f x f ' x  g x ,

Logo,

 h f x f ' xdx   g xdx  C . 3

Mas d  y   f ' xdx , assim 3 é o mesmo que

 h y dy   g xdx  C 4

A equação 4  indica o procedimento na resolução para equações diferenciais


separáveis. Uma família a um parâmetro de soluções, em geral parada
implicitamente, é obtida integrando ambos os lados de h y dy  g xdx .
Nota: Não há necessidade de usar duas constantes na integração de uma
equação separável pois,

 h y dy  c   g xdx  c
1 2
53

 h y dy   g xdx  c 2  c1   g x dx  c

em que c é completamente arbitrária.


Em várias instâncias, no decorrer dos capítulos seguintes, não hesitaremos
em indexar constantes de uma maneira que possa ser mais conveniente para uma
dada equação.

Por exemplo, múltiplos de constantes ou combinações de constantes podem


ser trocadas por uma única constante.
Para facilitar a nossa resolução, podemos adotar 3 passos nas resoluções de
uma equação por variáveis separáveis:

1º) Não é conveniente ter derivada em linha;


2º) Não é conveniente ter derivada no denominador;
3º) Derivadas iguais com variáveis iguais.

3.2.1 Exemplos 1

Resolva as equações a seguir pelo método das variáveis


separáveis:
a) ( x  1) 2 yx  x 2 ( y  1)y  0

Dividindo toda a expressão por x 2 y e desenvolvendo o


quadrado da diferença, temos:

Convém relembrar o estudo de produtos notáveis para


resolver essa questão.
54

( x  1) 2 yx  x 2 ( y  1)y  0  x 2 y 
x 2
 2x  1 
x 
( y  1)
y  0 , como o
2
x y
numerador tem uma quantidade maior de termos que o denominador, temos
que separar esses termos para simplificarmos e depois integrá-los.
x 2
 2x  1 
x 
( y  1)
y  0 
x2 2x 1 y 1
x  2 x  2 x  y  y  0 
2 2
x y x x x y y

x2 2x 1 y 1 2 y
2
x  2 x  2 x  y  y  0  x  x  x  2 x  y   0 , agora
x x x y y x y
podemos integrar.
2 y x y
x 
x
x  x  2 x  y 
y
 0  x  2 x
  x 2 x   y  
y 
 0

x y 1
 x  2 x
  x 2 x   y  
y
  0  x  2Ln x   y  Ln y  C
x
1 1
Resposta: x  2Ln x   y  Ln y  C ou y  Ln y   x  2Ln x   C
x x

x
b) y '  
y
y
Transformando y ' em e multiplicando tudo por x para eliminarmos o
x
denominador, encontra-se:
x y x x
y'       x  y   x  y  yy   xx  yy  xx  0
y x y y
yy  xx  0 , logo podemos integrar:

y2 x2
 yy   xx   0  2  2  C , multiplicando tudo por 2 para eliminarmos o
denominador, encontra-se:
y2 x2
  C  2 x 2  y 2  2C , como 2C é uma constante, podemos
2 2
substituí-lo por K
x 2  y 2  2C  x 2  y 2  K
Resposta: x 2  y 2  K

c) y 'xy  0; y (0)  3
55

y
Transformando y ' em e multiplicando tudo por x para eliminarmos o
x
denominador, encontra-se:
y y
y ' xy  0   xy  0  x  y  xyx  0  y   xx  0 , logo
x y
podemos integrar:
y x2 x2
y  xx   0  Ln y 
2
 C , mudando
2
de lado e deixando a equação

em função de y , temos:
x2
x2 x2 C
Ln y  C  Ln y  C   y  e 2 , podemos desmembrar o expoente
2 2
utilizando multiplicação de potência de mesma base.
x2 x2
C 
ye 2  y  e .e
C 2 . Como e C é constante, podemos chamá-lo de K .
x2 x2 x2
C  
ye 2  y  e .e
C 2  y  Ke 2 . Como foi dito que y (0)  3 , substituímos
x  0 e y  3.
x2 (0)2
 
y  Ke 2  3  Ke 2
 3  Ke 0  3  K . Agora basta substituir o K pelo
valor que foi encontrado na solução geral.
x2 x2
 
y  Ke 2
 y  3e 2
.
x2

Resposta: y  3e 2

d) xy' y  0; y (1)  1
y
Transformando y ' em e multiplicando tudo por x para eliminarmos o
x
denominador, encontra-se:
y y x
x.  y  0  x  xy  yx  0  xy    0, logo podemos
x y x
integrar:
y x
   0  Ln y  Ln x  C , aplicando a propriedade de logaritmos e
y x 
substituindo C por Ln|k|, temos que:
56

Ln x. y  Ln k , cancelamos o logaritmo em ambos os membros e colocamos a

expressão em função de y.
k
x. y  k  y  , como foi dito que y (1)  1 , substituímos x  1 e y  1 .
x
1
x. y  k  1  1  k  k  1 , obtém-se a solução particular: y  .
x

4 x
e) xx  y  0
y

Dividindo toda a equação por 4  x , encontramos:

4 x x y
xx  y  0  4  x  x   0 , logo podemos integrar:
y 4 x y
x y
 4 x
x  
y 
 0 , aplicando o método da substituição na primeira

integral, encontraremos:
(4  u ) y (4  u ) y Substituição :
 x  
y   x  
y 
 0  (1)   0
u  4 x  x  4u
1 1
2 2
u u
u

1 1
y  1
4 u u   u u   x
y 
 0
2
2

x  u
1 3 3
1
u2 u2 u2
4.   Ln y  C  8.u 2  2  Ln y  C
1 3 3
2 2
Multiplicamos por 3 o resultado para eliminarmos o denominador e
desfazemos a substituição de u.

24 . 4  x  2 (4  x) 3  3Ln y  3C , observando o segundo resultado,

verificamos que o expoente de dentro do radical, possui o grau maior que o


índice do radical, logo podemos extrair um fator de dentro do mesmo!
Aproveitamos e fazemos a conversão de 3C por K.

24. 4  x  2.(4  x). 4  x  3Ln y  K , aplicando a distributiva, encontramos:

24. 4  x  8. 4  x  2.x. 4  x  3Ln y  K , reduzimos os termos

semelhantes:
57

16. 4  x  2.x. 4  x  3Ln y  K , e finalmente colocamos o fator comum em


evidência.

2. 4  x .(8  x)  3Ln y  K

3.2.2 Exemplo 2

Achar a equação da curva que passa pelo ponto (5, 6),


conhecendo a declividade de sua tangente num ponto qualquer:
2x
y '
3y
Primeiro vamos transformar a notação de linha para
notação de fração e multiplicar toda a equação por x afim de
eliminar a derivada do denominador.
2x y 2 x
y '  
3y x 3 y
Podemos também igualar a equação a zero, de modo que equação se torne
mais fácil de ser trabalhada e dessa forma não esqueçamos da constate C que
surgirá da integral do zero.
y 2 x
  3 y.y  2 x.x  0
x 3 y
Integrando a expressão encontrada:
3y 2
 3 y.y  2x.x   0  2
 x2  C

Podemos multiplicar toda a equação por 2 afim de eliminar o denominador


3y 2
 x2  C  2
2
 3 y 2  2 x 2  2C , substituindo 2C por K e aplicando o ponto (5;6).

3(6) 2  2(5) 2  C  C  58 , logo: 3 y 2  2 x 2  58

Resposta: 3 y 2  2 x 2  58
Resumo
Nesta aula, foram expostos os principais conceitos referentes ao:

 Estudo das equações diferenciais ordinárias fundamentais de


Primeira Ordem: dy/dx = f (x) e suas soluções;
 Notamos também que o estudo das equações diferenciais está
intimamente ligado ao Cálculo estudado anteriormente;
 As resoluções de uma equação diferencial por variáveis separáveis.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 40.
(Números que correspondem as equações de variáveis separáveis).
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. In:


BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. Curitiba: Ufpa,
2006. p. 1-50. Disponível em:
<http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=/156507/mod_resource/content/1/
Calculoc_Cameta.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.
DEMANA, Franklin D. et al. Pré-Cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.

EDUCAÇÃO, Mundo. Matemática. Disponível em:


<www.mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MATEMÁTICA, Só. Propriedades de potência. Disponível em:


<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R.. Equações Diferenciais. 3. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
Exercícios
AULA 3

1- Obtenha a solução geral ou particular das equações


diferenciais abaixo pelo método da separação das
variáveis.
a) yy'x  0; y (0)  1 R: y 2  x 2  1

b) xseny  ( x 2  1) cos y y '  0 R:

( x 2  1) sen 2 y  K

c) (1  x 2 ) y' xy  0 R: y  1  x 2 .C

4 x
d) xx  y  0 R: 2 4  x (8  x)  3Lny  K
y
K
e) y ' y cos x  0 R: y 
e senx
f) y ' sen5 x R: 5 y  cos 5 x  K

g) x yy'2 xy  0 R: 1  2 y ln x  Cy  0
2 3

y
h) y'  R: y  K .e
arctgx

x 1
2

i) ( x  xy )  ( y  x y) y'  0 R: ( x  1)  k (1  y )
2 2 2 2

j) y '2 x  0 y (2)  1 R: y  x  3
2

6
k) y  xy'  0 y (3)  2 R: y 
x

2- A opção que melhor indica uma solução para a equação y '  3 x  1 é:

a) 3x  2 x  2 y  K
2

b) 3x  2 x  2 y  K
2

c) 6 x  x  y  K
2

d)  3x  2 x  2 y  K
2

e)  x  x   y  K
2

Alternativa correta B
62

x3
3- A equação diferencial y '  possui como solução:
y4

5x 4
a) y  5  K , com K  5C
4

4x 3
b) y  4  K , com K  4C
3

2x 2
c) y  3  K , com K  2C
3
y 4 x3
d)  C
4 3

4x 4
e) y  5  K , com K  4C
5
Alternativa correta A
Aula 4
Equações Diferenciais Homogêneas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula estudaremos sobre as equações diferenciais lineares de


primeira ordem, bem como a resolução por equações homogêneas que é um dos
métodos para a resolução de Equação Diferencial de 1ª Ordem.
Também veremos o conceito de função homogênea, que é um pré-requisito
para o entendimento de equações homogêneas

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Identificar uma função homogênea;
 Resolver uma equação diferencial homogênea.
64

4 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS

No final desta aula você será capaz de obter soluções de uma


Equação Diferencial pelo método das equações homogêneas,
reconhecer e conceituar uma função homogênea.
Antes de considerar o conceito de equação diferencial
homogênea de primeira ordem e seu método de solução,
precisamos primeiro examinar de perto a natureza de uma função homogênea.

4.1 Função Homogênea

Toda função do tipo f x, y, z  é denominada homogênea


se ao substituir-se x por tx , y por ty e z por tz , tem-se:
f tx, ty, tz   t n f x, y, z  1

onde n é denominado o grau de homogeneidade da função.

4.1.1 Exemplo 1

Prove que a função f x, y, z   3x 2  5 y 2  z 2 é


homogênea.
Para a função ser homogênea, a condição
f tx, ty, tz   t n f x, y, z  , tem que ser verdadeira.
Para isso, vamos efetuar as mudanças de variáveis,
substituindo x por tx , y por ty e z por tz .
f x, y, z   3x 2  5 y 2  z 2  f tx, ty , tz   3tx 2  5ty 2  tz 2 .

Observamos que surgiu uma expressão onde podemos aplicar propriedades


de potência.
f tx, ty , tz   3tx   5ty   tz   f tx, ty, tz   3t 2 x 2  5t 2 y 2  t 2 z 2 .
2 2 2

2
Evidenciando o termo t na função, encontramos:
 
f tx, ty, tz   3t 2 x 2  5t 2 y 2  t 2 z 2  f tx, ty, tz   t 2 3x 2  5 y 2  z 2 .
65

Observa-se que função obtida  


f tx, ty, tz   t 2 3x 2  5 y 2  z 2 , atende a

condição f tx, ty, tz   t n f x, y, z  , para que isso fique evidente, basta reescrever a

função, substituindo a expressão entre parênteses por f x, y, z .

 
f tx, ty, tz   t 2 3x 2  5 y 2  z 2  f tx, ty, tz   t 2  f x, y, z 

Portanto a função f x, y, z   3x 2  5 y 2  z 2 é homogênea de grau 2 .

4.1.2 Exemplo 2

Verifique se a função f x, y   7 x5  y 5 é homogênea. Em

caso afirmativo, informe o seu grau.


Primeiro vamos efetuar as mudanças de variáveis,
substituindo x por tx e y por ty .

f x, y   7 x5  y 5  f tx, ty   7 tx   ty 


5 5

Observamos que dentro da raiz surgiu uma expressão onde podemos aplicar
propriedades de potência.

f x, y   7 x5  y 5  f tx, ty   7 tx   ty   f tx, ty   7 t 5 x5  t 5 y 5


5 5

5
Logo notamos que o fator t é fator comum a ambos os termos, portanto
evidenciamos esse fator, encontrando:


f tx, ty   7 t 5 x5  t 5 y 5  f tx, ty   7 t 5 x5  y 5 

Aplicando a propriedade de radicais, temos:

f tx, ty   7 t 5  7 x 5  y 5 .

Podemos transformar o primeiro radical em expoente fracionário e se


observarmos bem, o segundo radical é a função inicial f x, y  . Logo podemos
escrever a função da seguinte maneira:
5
f tx , ty   t  f x, y  .
7
66

5
Portanto a função é homogênea de grau .
7

4.1.3 Exemplo 3

Verifique se a função f x, y   x 3  y 3  1 é homogênea.


Em caso afirmativo, informe o seu grau.
Fazendo os procedimentos já mencionados nos
exemplos anteriores, temos:
f x, y   x 3  y 3  1  f tx, ty   tx 3  ty 3  1 

f tx, ty   t 3 x 3  t 3 y 3  1.

Logo observamos que a função encontrada não pode ser decomposta de


maneira que possamos encontrar a função inicial, logo:
f tx, ty   t 3 x 3  t 3 y 3  1  t 3 f x, y  , pois

t 3 f x, y   f x, y   t 3 x 3  t 3 y 3  t 3 . A função não é homogênea.

4.1.4 Exemplo 4

Verifique se a função f x, y  


x
 4 é homogênea. Em
2y
caso afirmativo, informe o seu grau.
De maneira análoga as questões anteriores, temos:

f  x, y   f tx, ty    4  f tx, ty  
x tx x
4 4
2y 2ty 2y

 t 0 f x, y  .

A função é homogênea de grau zero.


Como as partes do exemplo (3) e (4) mostram, uma constante adicionada à
função destrói a homogeneidade, a menos que a função seja homogênea de grau
zero.
Ainda, muitas vezes uma função homogênea pode ser reconhecida
examinando o grau de cada termo.
67

4.1.5 Exemplo 5

A função é homogênea de grau quatro.

Figura 2: A função é homogênea de grau quatro.

Grau 1
Grau 4
Grau 3

𝑓(𝑥, 𝑦) = 6𝑥𝑦 3 − 𝑥 2 𝑦 2
Grau 2
Grau 4
Grau 2
Fonte: ZILL, DENNIS G. (2001 - adaptado)

4.1.6 Exemplo 6

A função não é homogênea, pois os graus dos dois


termos são diferentes.

Figura 3: Função não homogênea.


Grau 2

𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 − 𝑦

Graus diferentes
Grau 1
Fonte: ZILL, DENNIS G. (2001 - adaptado)

4.1.7 Exemplo 7

x 56  2 y 45 z11
Dada a função f x, y, z   , analise as
4
x 36  y 36  x 24 z12
proposições a seguir:
I) Ela é uma função homogênea de grau 47 .
II) Ela é uma função homogênea, cujo grau é um número
primo.
III) Ela não é uma função homogênea, pois seus expoentes são diferentes.
68

IV) Se o índice da raiz fosse ímpar, a função não seria homogênea.


V) Se o expoente da variável y no numerador fosse par, a função não seria
homogênea.

É correto o que se afirma em:


a) apenas I e II;
b) apenas II e III;
c) apenas II e IV;
d) apenas I e V
e) apenas I, II e V.

Resolução:
Podemos resolver essa questão provando que a função acima é homogênea
pelo método visto, posteriormente analisaremos as afirmações.
x 56  2 y 45 z11 x 56  2 y 45 z 11
f x, y, z    f x, y, z  
4
x 36  y 36  x 24 z12 4
x 36  y 36  x 24 z 12

t 56 x 56  2t 45 y 45  t 11z11
 f tx, ty, tz   
4
t 36 x 36  t 36 y 36  t 24 x 24  t 12 z12

f tx, ty , tz  

t 56 x 56  2 y 45 z 11 
4
t 36
x 36
 y x z
36 24 12

t 56 x 56  2 y 45 z 11
 f tx, ty , tz     f tx, ty, tz   t 47  f x, y, z 
4
t 36 4
x y x z
36 36 24 12

Analisando as afirmações temos:


(I) Verdadeira, pois vemos pela manipulação que o grau n de t é 47 .
(II) Verdadeira, pois 47 é um número primo.

Se for necessário, relembre o conceito de números


primos.
<http://www.somatematica.com.br/fundam/primos.php>.
69

(III) Falsa, pois apesar dos números serem diferentes, como vimos no
exemplo 5, basta somar os expoentes, que veremos que no numerador a
soma dará 56 e no denominador 36, tornando a soma de cada termo igual.
(IV) Falsa, pois o índice da raiz não interfere.
(V) Verdadeira, pois se a variável y no numerador fosse par, a soma desse
expoente com o expoente de z na função seria diferente do expoente de x .
Portanto a alternativa correta é a letra e.

4.2 Equação Homogênea

Definição:

Uma equação diferencial da forma


M x, y dx  N x, y dy  0

é chamada de homogênea se ambas os coeficientes


M e N são funções homogêneas do mesmo grau.

Em outras palavras, M x, y dx  N x, y dy  0 é homogênea se

M tx, ty   t n M x, y  e N tx, ty   t n N x, y  .

4.2.1 Exemplo 8

a) x 2  y 2 dx  2 xydy  0  ( M e N são homogêneas de grau 2);

b) 2 x  y dx  x 2  2 xydy  0  ( M e N são homogêneas de grau 1).

4.3 Resolução de uma equação homogênea

Você já aprendeu na aula anterior como identificar uma equação homogênea.


Agora, aprenderemos juntos, como resolvê-la.
Seja a equação homogênea Mdx  Ndy  0 .
Então:
70

dy m

dx n
Agora você deverá dividir o numerador e o denominador do segundo membro
por x elevado à potência igual ao grau da homogeneidade (xk, K= grau da
y
homogeneidade) da equação, que resultará numa função de .
x
Assim você encontrará:
 y
dy
 f  1
dx x
y
Porém, é necessário você substituir a função por outra que permitirá a você
x
separar as variáveis.
y
Desse modo, você fará a substituição de por t .
x
y  tx 2
Derivando y  tx em relação a x você encontrará:
dy
tx
dt
3
dx dx
Substituindo 2  e 3 em 1 você terá:

 f t    f t   t
dt dt
tx x
dx dx
dt
 dx
f t   t

Que é uma equação de variáveis separadas.

4.4 Exercícios Resolvidos

4.4.1 Exemplo 9

x y
y' 
2x
y
Transformando y ' em e multiplicando cruzado
x
encontra-se:
71

x y y x  y
y'     ( x  y )x  2 xy  0 . Fazendo a mudança da variável
2x x 2x
y e também de y , obtém-se:
 ( x  tx )x  2 x.(tx  xt )  0 . Podemos observar que ambos os termos
possuem x como fator comum, logo podemos colocá-lo em evidência e dividir a
expressão toda por ele.
 x(1  t )x  2 x.(tx  xt )  0  x  (1  t )x  2.(tx  xt )  0 , aplicando a
distributiva apenas na segunda expressão, pois a primeira todos os fatores estão em
função de x , temos:
 (1  t )x  2tx  2 xt  0 , agrupamos os termos semelhantes.
 (1  t  2t )x  2 xt  0  (1  t )x  2 xt  0
O resultado acima encontrado, já pode ser resolvido por variável separável,
basta apenas dividirmos a expressão por x.(1  t ) .
x 2t
 (1  t )x  2xt  0  x.(1  t )    0 , integrando a expressão,
x (1  t )
encontra-se:
x 2t
 x

(1  t ) 
 0 , resolvendo a integral encontramos:

 Ln x  2 Ln 1  t  C , aplicando as propriedades de logaritmos e substituindo

C por Ln k , obtém-se:

 Ln x(1  t ) 2  Ln K , eliminando os logaritmos temos:

y
 x(1  t ) 2  K , aplicando à distributiva e substitui t  , encontra-se:
x
  y   y  
2
 y y2  y2

 x 1  2      K  x1  2  2   K  x  2 y  K.
  x   x    x x  x
 
Multiplicando tudo por x , encontra-se:

 y2 
 x  2 y   K   ( x)  x 2  2 xy  y 2  Kx .
 x 
O primeiro termo da expressão representa o quadrado da diferença, logo a
resposta final será:
 x 2  2 xy  y 2  Kx  x  y 2  Kx
72

4.4.2 Exemplo 10

x y
y' 
x y
y
Transformando y ' em e multiplicando cruzado
x
encontra-se:
x y y x  y
y'     ( x  y )x  ( x  y )y  0
x y x x  y
.Fazendo a mudança da variável y e também de y , obtém-se:
 ( x  tx )x  ( x  tx ).(tx  xt )  0 . Podemos observar que ambos os termos
possuem x como fator comum, logo podemos colocá-lo em evidência e dividir a
expressão toda por ele.
 x(1  t )x  x(1  t ).(tx  xt )  0  x  (1  t )x  (1  t ).(tx  xt )  0 ,
aplicando a distributiva apenas na segunda expressão, pois a primeira todos os
fatores estão em função de x , temos:
 (1  t )x  tx  t 2 x  xt  txt  0 , agrupamos os termos semelhantes.

 (1  t  t  t 2 )x  x(1  t )t  0  (1  2t  t 2 )x  x(1  t )t  0


O resultado acima encontrado, já pode ser resolvido por variável separável,
basta apenas dividirmos a expressão por x.(1  2t  t 2 ) .

  
(1  2t  t 2 )x  x(1  t )t  0  x.(1  2t  t 2 ) 
x

1  t t  0 ,
x (1  2t  t 2 )

integrando a expressão, encontra-se:


x 1  t t  0 , resolvendo a integral encontramos:
 x

(1  2t  t 2 ) 

u u
u  1  2t  t 2   2  2t  u  21  t t   1  t t
t 2
Substituindo o valor encontrado na segunda integral, temos:


1  t t  
u 1 u 1 1
   Ln u  Ln 1  2t  t 2
1  2t  t  2
 2u 2 u 2 2
73

1
 Ln x  Ln 1  2t  t 2  C , multiplica-se por 2 para eliminar o denominador.
2
 2 Ln x  Ln 1  2t  t 2  2C , aplicando as propriedades de logaritmos e

substituindo 2C por Ln k , obtém-se:

 Ln x 2 (1  2t  t 2 )  Ln K , eliminando os logaritmos temos:

y
 x 2 (1  2t  t 2 )  K , aplicando à distributiva e substitui t  , encontra-se:
x
  y  y 
2
 y y2 
 x 2 1  2       K  x 2 1  2  2   K  x 2  2 xy  y 2  K
  x   x    x x 

4.4.3 Exemplo 11

( x 2  3 y 2 )dx  2 xydy  0, y(2)  1

Fazendo a mudança da variável y e também de y ,


obtém-se:
 ( x 2  3.(tx) 2 )x  2 x(tx).(tx  xt )  0 

( x 2  3.t 2 x 2 )x  2tx 2 .(tx  xt )  0

Podemos observar que ambos os termos possuem x2 como fator comum, logo
podemos colocá-lo em evidência e dividir a expressão toda por ele.
 x 2 (1  3.t 2 )x  2tx 2 .(tx  xt )  0  x 2  (1  3.t 2 )x  2t.(tx  xt )  0 

(1  3.t 2 )x  2t 2 x  2txt  0

Agrupamos os termos semelhantes;


(1  3.t 2  2t 2 )x  2txt  0  (1  t 2 ).x  2tx.t  0  x(1  t 2 )
x 2t x 2t
  t  0 , integrando   t   0
x 
1 t 2
 x 1 t2  
 Ln x  Ln 1  t 2  C , aplicando a propriedade do logaritmo e substituindo C

por Ln K , obtém-se:
74

x
Ln  Ln K , cancelando o Ln de ambos os lados, encontra-se:
1 t2

x y
 K , substituindo t por e multiplicando cruzado e tirando o mínimo, obtém-
1 t 2
x
se:
  y 2   y2   x2  y2 
x  K (1  t 2 )  x  K 1      x  K 1  2   x  K   , se
  x   x   x 2

 
multiplicarmos cruzado, tem-se: x 3  K ( x 2  y 2 ) .

Aplicando o ponto y (2)  1 que foi dado, encontra-se:


8
(2) 3  K ((2) 2  (1) 2 )  8  K (4  1)  8  3K  K  .
3
8
Substituindo na solução geral, x 3  ( x 2  y 2 ) .
3
Manipulando a expressão na seguinte ordem:
1º) Multiplica-se cruzado;
2º) Aplica-se a distributiva no segundo membro;
3º) Isola-se o y2;
4º) Escreve-se a expressão em função de y;
5º) Coloca-se e extraí o fator comum da expressão de dentro da raiz;
6º) O valor que está multiplicando a raiz, pode voltar dividindo ambos os
membros:

 x3  
8 2
3

x  y 2  3x 3  8x 2  y 2   3x 3  8x 2  8 y 2  8 y 2  8x 2  3x 3 

8 x 2  3x 3
y
8

3x 3 2 3x  3x y 3x
 y  x2   y  x 1    y  x 1    1 .
8  8 8 x 8
Resumo
Nesta aula, foram expostos os principais conceitos referentes ao:

 Estudo das equações diferenciais ordinárias fundamentais de


Primeira Ordem: dy/dx = f(x) e suas soluções;
 Estudo das funções homogêneas;
 As resoluções de uma equação diferencial pelo método das equações
homogêneas.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 40.
(Números que correspondem as equações homogêneas).
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.

Complementar WEB:
GRINGS, José Fernando. Grings - Funções Homogêneas. 2014. Disponível
em:
<https://www.youtube.com/watch?v=hOupyLyAYxM>. Acesso em: 10 set. 2017.

AÍ, Me Passa. Equações Diferenciais: Como Resolver uma Equação


Homogênea. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=I1UkcJBke_M>. Acesso em: 10 set. 2017.
Exercícios
AULA 4

1- Prove que as funções a seguir são homogêneas e


determine o grau de cada uma delas.

a) f x, y   x 3  y 3
10 x  3 y
b) f x, y  
2x 2

c) f x, y   5 6 xy 2

d) f x, y   3 x 2  y 2

2- Resolva a equação diferencial homogênea dada.


x y
a) y '  R: x 2  2 xy  y 2  K
x y

x2  y2
b) y '  R: x 2  Kx  y 2
2 xy
x2
xy 
c) y '  2 R: y  Ce 2 y2
x  y2

d) x 2

 y 2 x  2 xyy  0 R: x 3  3xy 2  K

e) 2x  y x  x  4 y y  0 R: x 2  xy  2 y 2  K


y
f) xy 2  y 3  x 3 y1  2 R: y 3  3x 3 ln x  8 x 3
x

  y   y
g)  y  x cot g   x  xy  0 R: x cos   K
  x  x

x y  x 
2 x y'  y y  3x  , y1  1
2

R: y 
2 2
h)
4

3- Dada a função f x, y, z   x  2 y z , analise as proposições a seguir:


50 34 16

5
x 45 z 5  y 50

I) Ela é uma função homogênea de grau 1 .


II) Ela não é uma função homogênea, pois seus expoentes são diferentes.
III) Ela é uma função homogênea, de grau 40 .
IV) Se o expoente da variável z fosse nulo, a função não seria homogênea.
79

V) Se o expoente da variável y no denominador fosse ímpar no


denominador, a função seria homogênea.

É correto o que se afirma em:


a) apenas I
b) apenas II e III;
c) apenas III e IV;
d) apenas I e V
e) apenas I, III e V.
Resposta: C
Aula 5
Equações Diferenciais Exatas – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula estudaremos sobre as equações diferenciais lineares de primeira


ordem, bem como a resolução por equações exatas que é um dos métodos para a
resolução de Equação Diferencial de 1ª Ordem.
Também veremos o conceito de fator integrante, que será de extrema
importância quando a equação não for exata.
No próximo capítulo, teremos exercícios resolvidos de maneira direita ou com
o uso de um fator integrante de uma equação exata.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Identificar a escrita correta de uma equação exata;
 Resolver uma equação diferencial exata;
 Determinar o fator integrante e resolver a equação usando o fator
integrante.
81

5 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATA

No final desta aula você será capaz de obter soluções de


uma Equação Diferencial pelo método das equações exatas,
reconhecer, conceituar e utilizar um fator integrante de modo a
obter uma equação exata.

5.1 Equação Exata

Vamos conhecer agora as equações diferenciais exatas.


Uma equação do tipo M x, y dx  N x, y dy  0 é denominada diferencial
exata, em que M e N são funções contínuas e deriváveis. Se existir uma função
U x, y  tal que
d u x, y   M x, y dx  N x, y dy .

Exemplo:
ydx  xdy

U  xy  dU  ydx  xdy

dU  Mdx  Ndy  0

Se dU  0 U C
Solução:
U x, y   Constante

Resolução:
Teorema: A equação Mdx  Ndy  0 1 , onde Me N são funções
diferenciáveis, é diferencial exata se e somente se ocorrer a relação
M N
 2
y x

Assim, a relação 2 é condição necessária e suficiente

para que a equação 1 seja uma diferencial exata.


Demonstração:
1- A condição é necessária
82

Será mostrado que se o primeiro membro da equação 1 é diferencial total, a

relação 2  será verificada, ou seja, se Mdx  Ndy  0 é diferencial total, então:


M N

y x

Dizer que o primeiro membro de 1 é a diferencial total de determinada função

U x, y  é dizer que Mdx  Ndy  dU , ou seja:


U U
Mdx  Ndy  dx  dy
x y

O que leva a escrever que;


U
M a 
x

U
N b 
y

Derivando a  em relação a y e b  em relação a x , tem-se respectivamente:

M  2U N  2U
 e  .
y xy x yx

O que, pelo teorema de Schwartz1 permite dizer:


M N

y x

Dessa maneira, a condição 2  é necessária para que o primeiro membro de

1 seja a diferencial total de U x, y .

2- A condição é suficiente

Será mostrado agora que se a relação 2  se verifica, o primeiro membro de

1 é a diferencial total de U x, y .

1 O teorema de Schwartz diz que, em existindo uma função Z  f x, y  e está, assim como as suas
f f  f 2
 f 2
derivadas parciais , , e , são contínuas num determinado intervalo, então a
x y xy yx
2 f  2 f
igualdade = é verdadeira.
xy yx
83

Seja a relação:
U
 M x, y 
x

isto é, supõe-se uma função U x, y  construída de modo que M seja igual a
U
.
x
Para se obter U é necessário que se integre a igualdade anterior em relação a
x.
Assim:
x
U   M x, y dx    y  3
x0

Sendo x 0 a abcissa de um ponto arbitrário no campo de definição da função

U e   y  uma função arbitrária de y , resta-nos calcular a função   y  .


Para tanto, deriva-se a igualdade 3 em relação a y :
Assim:

U 
x
M x, y dx   '  y  4
y y x0

Mas o teorema de Leibniz2 permite escrever:

U M
x
 dx   '  y  5
y x0 y

M N
Sendo  , tem-se:
y x

U N
x
 dx   '  y  6
y x0 x

Integrando:

U
 N  x, y   N  x 0 , y    '  y  .
y

2 O teorema de Leibniz mostra que, para as integrais dependentes de um parâmetro, tem-se:


'
b  b 
 f x, y dx   f ' x, y dx .
a  a 
84

Observe-se que N x0 , y  é função apenas de y , já que x0  constante.

Dessa maneira pode-se afirmar que  N x0 , y    '  y  é uma função arbitrária

de y (a diferença entre duas funções de y , sendo uma delas arbitrária, é também


uma função arbitrária de y ).

Pode-se então chamar de   y  a diferença

 '  y   N  x0 , y 

  y    '  y   N  x0 , y 

Como   y  é arbitrária, pode-se fazê-la igual a zero, o que implica em


escrever:
 '  y   N  x0 , y  7 
Integrando 7  , obtém-se   y  .
Assim:
y

  y    N x0 , y dy  C
y0

sendo y 0 a ordenada de um ponto arbitrário no campo de existência de

U x, y  .
Então:
x y

U   M x, y dx   N x0 , y dy  C


x0 y0

Como U x, y   constante, tem-se, finalmente:

x y

 M x, y dx   N x0 , y dy  K


x0 y0

que é a solução geral de uma equação diferencial exata, sendo x 0 e y 0

constantes arbitrárias.
A condição de suficiência e, consequentemente, a soluço da equação também
poderão ser mostradas da maneira que se segue:
M N
Se   Mdx  Ndy  0 é diferencial exata.
y x
85

Seja a integral

 Mdx  P . 8
M N
Será provado que se a relação  se verifica, então existe uma função
y x

Q y  tal que:
U x, y   Px, y   Q y  9
É solução da equação.
Para tanto, deriva-se 9 em relação a x e y respectivamente. Tem-se então:
U P
 M c
x x
E
U P
  Q'  y   N d 
y y

De d  , escreve-se:
P
Q'  y   N  e
y

Veja-se que Q'  y  não depende de x , e, como consequência, também o

segundo membro da igualdade e , como se pode verificar.

Assim, derive-se o segundo membro de e em relação de x :

N  2 P
 f 
x yx
P
Mas c mostra que  M logo, derivando em relação a y , tem-se:
x
 2 P M
 . g 
xy y

Deste modo:
N  2 P N M
   .
x yx x y
N M
Como se supôs  , pode-se escrever que:
x y
86

N  2 P
 0 h 
x yx
Então, pela integração de e , tem-se:

 P 
Q y     N  dy i 
 y 

Substituindo i  e 8 tem-se a solução U .


Assim:
 P 
U x, y    Mdx    N  dy  C
 y 

5.2 Exercício Resolvido

Resolva a equação 2x  y  1dx  x  3 y  2dy  0 pelo


método das equações diferencias exatas.
Solução:
x
1º Método: U   M x, y dx    y  onde   y  é uma
x0

função arbitrária de y , a se determinar.


Obs: Iremos omitir os limites em virtude de x 0 ser uma constante arbitrária.

N M
 1 
x y
Logo é diferencial exata.
U   Mdx    y 

U   2 x  y  1dx    y 

U
U  x 2  xy  x    y    x  'y
y

 x   '  y  x  3y  2
Já que;
U
N
y

3y 2
'  y  2  3y    y   2 y 
2
87

3 2
U  x 2  xy  x  2 y  y .
2
Solução geral:
2 x 2  2 xy  2 x  4 y  3 y 2  K

2º Método: 2x  y  1dx  x  3 y  2dy  0

U  Px, y   Q y 
 P 
U   Mdx    N  dy  C
 y 

P   Mdx =  2 x  y  1dx = x 2  xy  x

P
 x
y

 P 
dy =   x  3 y  2  x dy =   3 y  2dy =  y 2  2 y
3
Q    N 
 y  2
Assim:
 P 
U   Mdx    N  dy  C
 y 

3 2
U  x 2  xy  x  y  2y .
2
Solução geral:
2 x 2  2 xy  2 x  4 y  3 y 2  K

5.3 Fator Integrante

Vamos para mais uma etapa da nossa viagem ao


conhecimento.
Quando a equação M x, y dx  N x, y dy  0 , não é
diferencial exata, podemos transformá-la em uma diferencial
exata, multiplicando–se um  x, y  , chamado fator integrante.
Vamos ao exemplo para ficar mais claro:
y (1  xy)dx  xdy  0 .

M N
 1  2 xy  1
y x
88

M N
Percebemos logo que não é diferencial exata, pois 
y x
1
Seja  
y2

Então:
1
y2
 
( y  xy 2 )dx  xdy  0

1  x
  x dx  2 dy  0
y  y
Calculando:
M 1 N 1
 2 e  2
y y x y

M N
portanto  , logo a equação é exata.
y x
Como a equação é exata, podemos integrá-la:
1 x x2
 y dx   xdx  y  2  g ( y)
x x
 2
dy   g ( x)
y y

x x2
U 
y 2
Solução geral:
2 x  x 2 y  Ky
Pesquisando o fator integrante
Suponhamos  x, y  fator integrante de:

Mdx  Ndy  0 1


Multiplicamos os dois membros por  , temos:
Mdx  Ndy  0 2
Se  foi o fator integrante, para que a equação 2  seja diferencial exata, é
preciso que:
M  N 

y x
Desenvolvendo:
89

   N M 
M N      3
y x  x y 

A equação 3 é uma equação de derivadas parciais de primeira ordem em  .


Portanto, a sua solução não poderia ser efetuada por enquanto. Assim esta
equação se simplifica, supondo-se  função apenas de x ou de y .
Supondo-se função apenas de x , tem-se:
   x  .

Então: 0 4

De 3 e 4  temos:

  N M 
N       N 
x  x y 

1  1  N M 
  .  
 x N  x y 

1  1  M N 
 .  
 x N  y x 
1 
Como é uma função apenas de x , seja:
 x
1  M N 
R( x)    
N  y x 

1 
R( x) 
 x
Iremos integrar agora:
 1  
 Rx dx     dx
x 

u

du  dx
x

 Rxdx   u du =
1
Ln u = Ln 

1  M N 
R  x dx     dx
 
  e ou   e N  y x 
Analogamente, se     y 
90

1  N M 
R  y dy     dy  
  e ou   e M  x y 

Você pode observar que pelo processo adotado, podemos


obter um fator integrante e não todos os fatores, de modo que
as restrições adotadas não irão prejudicar a pesquisa deste
fator.

5.4 Exercício Resolvido

Resolva a equação y 2 dx  xy  1dy  0 pelo método das


equações diferencias exatas.
Solução:
Primeiro iremos analisar se é diferencial exata ou não:
M N
 2y y
y x
M N

y x
Logo, não é diferencial exata. Agora iremos calcular o fator integrante:
 N M 
R y  
1 1
 = 2  y  2 y  = 2  y  = 
1 1
 
M  x y  y y y
dy
R  y dy  
  e
Ln y 1 1
=  e y
=   e  Ln y =   e = y 1 ou
y
Depois que já temos o valor do fator integrante, iremos transformar a equação
em exata.
Você deve multiplicar o fator integrante pela equação dada:

y 1 y 2 dx  xy  1dy  0 

ydx  x  y 1 dy = 0 
Agora já temos uma equação exata. Vamos conferir?
M N
1 1
y x
M N

y x
Vamos para o próximo passo que é calcular a solução da equação:
91

P   Mdx =  ydx = xy

 P 
P
y
 x Q    N    y
dy =  x  y 1  x dy =  = Ln y
y 
 y
Assim:
 P 
U   Mdx    N  dy  C
 y 

U  xy  Ln y .

Solução geral:
y  Ln y  C
Resumo
Nesta aula, foram expostos os principais conceitos referentes ao:

 Estudo das equações diferenciais ordinárias fundamentais de


Primeira Ordem: dy/dx = f(x) e suas soluções;
 Estudo das equações exatas;
 As resoluções de uma equação diferencial pelo método das equações
exatas;
 O estudo do fator integrante e sua importância na transformação de
uma equação não exata em uma equação exata.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo acessando a biblioteca
virtual universitária da Pearson no site da UniRedentor.
NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações Diferenciais.
Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 40. (Números que correspondem as
equações exatas).

Teorema de Leibniz
OLIVEIRA, Oswaldo Rio Branco de. Derivação sob o
sinal de integração: integrais oscilatórias e transformadas.
2015. Disponível em: <https://www.ime.usp.br/~oliveira/ELE-
DERIVAR-SOB-INTEGRAL.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

FLUMINENSE, Universidade Federal. [Matemática]


Cálculo 2 - Aula 04 - Regra de Leibniz. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=DNNRkqoLBnk>. Acesso em: 10 set.
2017.

Teorema de Schwartz
UNIVERSITÁRIA, Matemática. Aula 43 - Função de Classe Ck e o Teorema
de Schwarz. 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=4ibiLYe7CcQ>. Acesso em: 10 set.
2017.

BLOG, Insper 2° A's. Derivadas parciais de ordens superiores. Disponível


em: <https://insperblog.files.wordpress.com/2010/04/cap-2-5-derivadas-parciais-de-
ordens-superiores.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. In:


BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. Curitiba: Ufpa,
2006. p. 1-50. Disponível em:
<http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=/156507/mod_resource/content/1/
Calculoc_Cameta.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.
DEMANA, Franklin D. et al. Pré-Cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.

EDUCAÇÃO, Mundo. Matemática. Disponível em:


<www.mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MATEMÁTICA, Só. Propriedades de potência. Disponível em:


<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R.. Equações Diferenciais. 3. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
Aula 6
Equações Diferenciais Exatas – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula, iremos ver algumas resoluções de exercícios que envolve os


conceitos aprendidos na aula anterior.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Identificar a escrita correta de uma equação exata;
 Resolver uma equação diferencial exata;
 Determinar o fator integrante e resolver a equação usando o fator
integrante.
96

6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1- Uma equação é dita exata, quando pode ser escrita na


forma Mx  Ny  0 , porém, em alguns casos,

necessitamos de um fator de integração   , que deve ser


multiplicado por essa equação de modo a torná-la exata.
Encontre o fator integrante (se necessário) que é função
apenas de x ou apenas de y , e apresente a solução da equação diferencial
dada.

a) (4 xy  y  1)x  (2 x 2  x)y  0
Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  4 xy  y  1 N  2x 2  x
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
 4x  1  4 x  1 , logo   Equação é exata
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

4 y  xx  y  x   x  2 x 2 y  xy  x  g ( y)
2 x 2  y  x  y  2 x 2 y  xy  g ( x)

Solução geral: 2 x 2 y  xy  x  C

b) yx  ( x  6 y 2 )y  0
Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M y N   x  6y 2
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
1  1 , logo   Equação não é exata
y x y x
Como a equação não é exata, teremos que pesquisar o fator de integração.
97

A escolha lógica é o valor de M, pois temos um termo sozinho, enquanto que


N é composto por uma diferença. Por isso, escolhemos R( y )

1  N M 
  R( y )   1  1  R( y )    R( y )  
1 2 2
R( y )   
M  x y  y y y

Encontrado o valor de R( y ) , devemos agora encontrar o valor de  , que é o


fator de integração.
y
2 
  e
R ( y ) y Ln y 2 1
   e y    e 2 Ln y    e    y 2    2
y
Agora, basta apenas multiplicar toda a equação pelo fator de integração e
verificar se a equação tornou-se exata.
     
y 2 yx  ( x  6 y 2 )y  0  y 1x  xy 2  6 y  0

M  y 1 N   xy 2  6
Derivando os valores:
M N M N
  y 2   y 2 , logo   Equação é exata.
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .
x x
y 1  x   g ( y)  x  y 2 y  6 y   6 y  g ( x)
y y
x
Solução geral:  6 y  C  ( y )  x  6 y 2  Cy
y

c) (2 x 3  y)x  xy  0
Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  2x 3  y N  x
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
1  1 , logo   Equação não é exata
y x y x

Como a equação não é exata, teremos que pesquisar o fator de integração.


A escolha lógica é o valor de N, pois temos um termo sozinho, enquanto que
M é composto por uma soma. Por isso, escolhemos R (x )
98

1  M N 
R( x)      R( x) 
1
1  1  R( x)   2
N  y x  x x
Encontrado o valor de R (x ) , devemos agora encontrar o valor de  , que é o
fator de integração.
x
x
  e
R ( x ) x 2 Ln x 2 1
  e    e 2 Ln x    e    x 2   
x2
Agora, basta apenas multiplicar toda a equação pelo fator de integração e
verificar se a equação tornou-se exata.
1

(2 x 3  y)x  xy  0    y y 
 2 x  x 2 x  x   0
 
2
x 

y 1
M  2x  N 
x2 x
Derivando os valores:
M 1 N 1 M N
 2  2 , logo   Equação é exata.
y x x x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .
x y
2 xx  y  2
 x 2   g ( y)
x x
1 y

x  y    g ( x)
x
y
Solução geral: x 2   C  (x )  x 3  y  Cx
x

d) (3x 2  20 x 3 y 2 )x  (10 x 4 y  1)y  0


Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  3x 2  20 x 3 y 2 N  10 x 4 y  1
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
 40 x 3 y  40 x 3 y , logo   Equação é exata
y x y x
99

Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função


de x e N em função de y .

3 x 2 x  20 y 2  x 3 x  x 3  5 x 4 y 2  g ( y) 10 x 4  yy   y  5 x 4 y 2  y  g ( x)

Solução geral: x 3  5x 4 y 2  y  C

e) ( x  y )dx  ( x  y )dy  0
Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  x y N  x y
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
1  1 , logo   Equação é exata
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

x2 y2
 xx  y  x  2  xy  g ( y) x  y   yy  xy 
2
 g ( x)

x2 y2
Solução geral:   xy  C  2  x 2  y 2  2 xy  K
2 2

f) ( x  y )x  tgxy  0
Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  x y N  tgx
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N Obs:
1  sec 2 x , logo  
y x y x
1  tg 2 x  sec 2 x
Equação não é exata
1  sec 2 x  tg 2 x
Como a equação não é exata, teremos que pesquisar o senx
tgx 
fator de integração. cos x

A escolha lógica é o valor de N, pois temos um termo


sozinho, enquanto que M é composto por uma soma. Por isso, escolhemos
R (x )
100

1  M N 
R( x)  
N  y
 
x 
 R( x) 
1
tgx

1  sec 2 x 
1
R( x)  (tg 2 x)  R ( x)  tgx
tgx

Encontrado o valor de R (x ) , devemos agora encontrar o valor de  , que é o


fator de integração.

  e   e 
R ( x ) x  tgxx
   e Ln cos x    cos x

Agora, basta apenas multiplicar toda a equação pelo fator de integração e


verificar se a equação tornou-se exata.
cos x( x  y)x  tgxy  0  ( x cos x  y cos x)x  senxy  0
M  x cos x  y cos x N  senx
Derivando os valores:
M N M N
 cos x  cos x , logo   Equação é exata.
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando
que M em função de x e N em função de y .

 x cos xx  y  cos xx  xsenx  cos x  ysenx  g ( y)


senx y  ysenx  g (x)

Solução geral: xsenx  cos x  ysenx  C Obs.: derivada ye xy , usamos


a regra da derivação do
g) (3x y  ye )dx  (2 x y  xe )dy  0
2 2 xy 3 xy
produto.
Destacando os valores de M e N, temos uv  u'.v  uv'
respectivamente:
u  y  u' 1
M  3x y  ye2 2 xy
N  2 x y  xe
3 xy

v  e xy  v'  xe xy
uv  u'.v  uv'
Após destacar esses valores, derivamos M
em função de y e N em função de x .
 
 ye xy  1.e xy  xye xy
M
 6 x 2 y  xye xy  e xy De maneira análoga com xe xy
y
em função de
101

N
 6 x 2 y  xye xy  e xy ,
x
M N
logo   Equação é exata
y x

Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando


que M em função de x e N em função de y . Obs.:

3 y 2  x 2 x  y  e xy x  x 3 y 2  e xy  g ( y ) eu
 e u 
u
C

2 x 3  yy  x  e xy y  x 3 y 2  e xy  g ( x)
e xy
y  e xy x  y.  e xy
y
Solução geral: x 3 y 2  e xy  C e xy
x  e xy y  x.  e xy
x

h) (cos x  xsenx  y 2 )dx  2 xydy  0 y ( )  1


Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:
M  cos x  xsenx  y 2 N  2 xy
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N Resposta final:
 2y  2 y , logo   Equação é exata
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de eu
 e u    C e
u
N em função de y .

 cos xx   xsenxx  y  x  senx  ( x cos x  senx)  xy  g ( y)  x cos x  xy 2  g ( y)


2 2

2 x  yy  xy 2  g ( x)

Logo a solução geral é x cos x  xy 2  C .


No início da questão foi dado um ponto y ( )  1 , ou seja, quando x   , y  1
. Substituindo esses valores na solução geral, temos: cos   1

x cos x  xy 2  C   cos    .(1) 2  C      C  C  0

Solução Particular: x cos x  xy 2  0

i) y 2 x  ( xy  1)y  0
102

Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:


M  y2 N  xy  1
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N M N
 2y  y , logo   Equação não é exata
y x y x
Como a equação não é exata, teremos que pesquisar o fator de integração.
A escolha lógica é o valor de M, pois temos um termo sozinho, enquanto que
N é composto por uma diferença. Por isso, escolhemos R( y )

1  N M  1
  R ( y )  2  y  2 y   R( y )   2  R( y )  
1 y
R( y )   
M  x y  y y y

Encontrado o valor de R( y ) , devemos agora encontrar o valor de  , que é o


fator de integração.
y

  e
R ( y ) y Ln y 1 1
  e    e  Ln y    e    y 1   
y

y
Agora, basta apenas multiplicar toda a equação pelo fator de integração e
verificar se a equação tornou-se exata.

  1 

1 2
y x  ( xy  1)y  0   yx   x  y   0
y   y 

1
M y N  x
y
Derivando os valores:
M N M N
1  1 , logo   Equação é exata.
y x y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las,
lembrando que M em função de x e N em função de y .

y  x  xy  g ( y)

y
x  y    xy  Ln y  g (x)
y

Solução geral: xy  Ln y  C
103

2- Determine o valor de K para que a equação


(6 xy 3  cos y)x  ( Kx 2 y 2  xseny)y  0 , seja exata.

Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:


M  6 xy 3  cos y N  kx2 y 2  xseny
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M N
 18 xy 2  seny  2kxy2  seny .
y x
Como foi dito no enunciado da questão que a equação é exata, temos que ter
M N
 . Para isso, devemos comparar esses dois valores:
y x
M N
  18 xy 2  seny  2kxy2  seny , logo o valor de K será igual a 9.
y x
Solução: 9
y
3- Determine  sabendo que   é fator integrante da equação
x
ydx  ( xy 2  x ln x)dy  0 e, de seguida, resolva-a para y (1)  3 .


Primeiro devemos provar que a equação ydx  xy  xLn x dy  0 , não é
2

exata.

Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:

M y N  xy 2  xLn x

Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de


x .

M N M N
1  y 2  Ln x  1 , logo   Equação não é exata
y x y x

Como a equação não é exata, devemos multiplicar a equação toda pelo fator
y
de integração  ( x, y )  que foi dado.
x
104

y y  1
x
 
ydx  xy 2  xLn x dy  0   
x
 
dx  y   2  y  Ln x dy  0 , mais uma vez

destacando os valores de M e N, temos respectivamente:


y  1
M N  y  2  y  Ln x
x
Após destacar esses valores, derivamos M em função de y e N em função de
x .
M y N y
 (  1)  , quando multiplicamos uma equação por
y x x x

um fator integrante  ( x, y ) qualquer, tornamos a equação diferencial em uma


M N
equação diferencial exata, logo  é exata. Dessa forma podemos
y x
encontrar o valor de  .

M N y y
  (  1)     1  1   2
y x x x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

x Ln x
y 21    g ( y)
x y

Ln x
 y y  Ln x  y y  y 
2 2 2
 g ( x)
y

Ln x
Solução Geral: y  C
y
Como estamos querendo o valor da solução particular, devemos encontrá-la
sobre o ponto y (1)  3 que foi dado na questão.

Substituindo:

Ln x Ln 1 Ln 1  0
y  C 3  C  3  C
y (3)
Substituindo na solução geral.
105

Ln x Ln x
y  C y   3  ( y )  y  Ln x  3 y  y  3 y  Ln x  0
2 2

y y

Solução: y  3 y  Ln x  0
2
Resumo
Nesta aula, foram expostos exemplos resolvidos:

 Equações Exatas;
 Uso direto de um fator integrante;
 Pesquisa de um fator integrante, usando  x  ou   y  .
Complementar
Regra da derivação do produto
É, Engenharia. Regras do produto e quociente –
Derivadas aula 03 – Aula Grátis. Disponível em:
<http://engenhariae.com.br/toda-a-matematica/regras-do-
produto-e-quociente-derivadas-aula-03-aula-gratis/>. Acesso
em: 10 set. 2017.

Integração por partes:


UFSCAR. Aula 16: Integração por partes. Disponível em:
<https://www.dm.ufscar.br/~sampaio/calculo1_aula16.pdf>. Acesso em: 10 set.
2017.

GRINGS, José Fernando. Grings - Integral por Partes - aula 1. 2013.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BIz6JNgzhWQ>. Acesso em: 10
set. 2017.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. In:


BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. Curitiba: Ufpa,
2006. p. 1-50. Disponível em:
<http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=/156507/mod_resource/content/1/
Calculoc_Cameta.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

DEMANA, Franklin D. et al. Pré-Cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2013.

EDUCAÇÃO, Mundo. Matemática. Disponível em:


<www.mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MATEMÁTICA, Só. Propriedades de potência. Disponível em:


<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R.. Equações Diferenciais. 3. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
Exercícios
AULA 6

1- Resolva e depois marque a opção correta da solução


da equação diferencial exata:
x 3

 y 2 x  2 xy  cos y y  0 .

x  y  y cosx  K
secx  sec y   y2  x  K

x 2 cos y   xy  K

x 4  xy 2  sen y   K

x 4  4 xy 2  4sen y   K

2- Procure o fator integrante e resolva a equação xy  yx  x e x marcando


2 x

a solução correta:
a) y  x  Cy
2

b) y  Cx  xe
x

c) 2 Ln x  y  Cy
3

d) x  y  a  Cy
2 2 2

e) x  y  K
2
110

3- Uma equação é dita exata, quando pode ser escrita na forma


Mx  Ny  0 , porém, em alguns casos, necessitamos de um fator de

integração   , que deve ser multiplicado por essa equação de modo a torná-
la exata. Encontre o fator integrante (se necessário) que é função apenas de
x ou apenas de y , e apresente a solução da equação diferencial dada.

a) (2 x  1)x  (3 y  7)y  0 R: 2 x  2 x  3 y  14 y  C
2 2

b) (2 x y  1)x  x y  0 R: x y  Ln x  C
2 3 2

x x
R:  2e y  e  C
2 2
c) (2 xy  x)x  y  0
d) ( y  1)x  xy  0 R: y  Kx  1

e) ( y  y senx  x)x  (3xy  2 y cos x)y  0 R: 2 xy  2 y cos x  x  C


3 2 2 3 2 2

f) xy'  2 xe  y  6 x R: xy  2 xe  2e  2 x  C
x 2 x x 3

K
g) y x  xyy  0 R: y 
2

x
h) (5x  4 y)x  (4 x  8 y )y  0 R: 5x  8xy  4 y  C
3 2 4

i) (2 xy  3)x  (2 x y  4)y  0 R: x y  3x  4 y  C
2 2 2 2

x
j) yx  2 xy  0 R: C
y2

4- Encontre o valor de b para o qual a equação dada é exata e, então,


resolva-a usando este valor de b.
y( xy  bx 2 )x  ( x  y) x 2 y  0

Resposta: b  3 e 2 x y  x y  K
3 2 2

5- Determine o valor de a para que a equação


(3x 2 y 3  6 cos x)x  (9 cos y  ax 3 )y  0 , seja exata.

Resposta: a  3y
2

y
6- Determine  sabendo que   é fator integrante da equação
x
 
yx  xy 2  xLn x y  0 e, de seguida, resolva-a para y (1)  3 .

Resposta:   2 e y  3 y  Ln x  0
2
Aula 7
Aplicações de Equações Diferenciais

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula, iremos ver algumas aplicações de equações diferenciais de


primeira ordem em diversas áreas, como a importância da modelagem matemática
nas resoluções de diversos problemas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Estudar Aplicações de EDO´s;
 Compreender os conceitos, procedimentos e estratégias do cálculo
que permitam adquirir uma formação científica geral e avançar em
estudos posteriores;
 Desenvolver a capacidade de raciocínio e, principalmente resolver
problemas aplicados ao cálculo;
 Reconhecer como o conteúdo pode ser usado em outras ciências.
112

7 APLICAÇÕES DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

No final desta aula você será capaz de compreender e aplicar


processo de modelagem matemática em diversas situações
problemas, de modo a obter uma solução de uma equação
diferencial de primeira ordem.
O modelo matemático frequentemente tem a forma de uma
equação diferencial, isto é, uma equação que contém uma função desconhecida e
algumas de suas derivadas.
Isso não surpreende, porque em um problema real normalmente notamos que
mudanças ocorrem e queremos predizer o comportamento futuro com base na
maneira como os valores presentes variam.

7.1 Crescimento e Decrescimento

O problema de valor inicial:


dx
 Kx , xt 0   x0
dt

em que K é uma constante de proporcionalidade, ocorre


em muitas teorias físicas envolvendo crescimento e decrescimento.
Na área da biologia, frequentemente observamos a taxa de crescimento de
certas bactérias, que é proporcional ao número de bactérias presentes em dado
instante.
Em física, um problema de valor inicial como o descrito acima proporciona um
modelo para o cálculo aproximado da quantidade remanescente de uma substância
que está sendo desintegrada através de radioatividade.
Na área da química, a quantidade remanescente de uma substância durante
certas reações pode também serem descritas pela equação acima.
A constante de proporcionalidade K , pode ser positiva ou negativa e pode
ser determinada pela solução para o problema usando um valor subsequente de x
em um instante t1  t 0 .
113

7.2 Exercícios Resolvidos

1- (ZILL E CULLEN, 2001 p. 103) Em uma cultura, há


inicialmente N o bactérias. Uma hora depois, t  1 , o

3
número de bactérias passa a ser do valor inicial.
2
Se a taxa de crescimento é proporcional ao número de
bactérias presentes, determine o tempo necessário para que o número de
bactéria triplique.
Sendo N = quantidade de bactéria em um determinado tempo t .
Temos que a quantidade N de bactérias variam em função do tempo t , logo:
N
 KN ,
t

Usando os conceitos de resoluções de equações diferenciais, temos:


N N
 KN   Kt
t N
N
  K  t  Ln N  Kt  C
N
N  Ce Kt ,

Que podemos definir como sendo a nossa solução geral da equação


diferencial.
Sabemos que essa cultura de bactéria começa com um valor inicial N  N 0 ,

para um tempo t  0 .
Substituindo essas informações na solução geral N  Ce Kt , encontramos uma
solução particular para essa situação. Logo:
N  Ce Kt  N 0  Ce K .0  N 0  C

Portanto a solução particular “parcial” será:


N  N 0 e Kt
114

Voltando ao problema, temos que em uma hora o número de bactéria passa a


3
ser de do valor inicial, dessa forma:
2
3
N N0 t 1
2
Substituindo esses dados na solução particular encontrada no item acima,
temos:
3 3
N  N 0 e Kt  N 0  N 0 e K 1   e K
2 2
Aplicando logaritmo em ambos os lados, descobrimos o valor da constante K
.
Ln 1,5  Lne K  Ln 1,5  K  K  0,4055

Voltando na solução particular encontrada anteriormente e substituindo o


valor de K , temos o valor da solução particular “final”.
N  N 0 e Kt  N  N 0 e 0, 4055t

Agora, podemos encontrar o tempo necessário para que o número de bactéria


triplique, para isso basta fazermos:
N  3N 0 e t  t

Substituindo na solução particular e resolvendo, temos:


N  N 0 e 0, 4055t  3N 0  N 0 e 0, 4055t  3  e 0, 4055t

Ln 3
Ln 3  Ln e 0, 4055t  Ln 3  0,4055 t  t 
0,4055
t  2,71 Horas

Solução: t  2,71 horas.


115

Figura 4: Função N(t) do número de bactérias.

Fonte: ZILL E CULLEN (2001 p. 104)

2- (BOYCE e DIPRIMA, 2006 p. 33 modificado) O núcleo radioativo tório


desintegra-se a uma taxa proporcional à quantidade presente. Se 100 mg
deste material se reduzirem a 82,04 mg em uma semana, achar uma
expressão que dê a quantidade presente em qualquer instante. Achar também
o intervalo de tempo necessário para que a massa no material decaia à um
quarto do seu valor original.
Seja Qt  a quantidade de tório 234 presente em qualquer instante, t , onde
Q está em miligrama e t em dias. A observação de que o tório 234 se
desintegra a uma taxa proporcional à quantidade presente significa que a taxa
Q
temporal de variação é proporcional a Q . Então Q satisfaz à equação
t
diferencial.
Q
 KQ
t

Usando os conceitos de resoluções de equações diferenciais, temos:


Q Q
 KQ   Kt
t Q
Q
  K  t  Ln Q  Kt  C
Q
116

Q  Ce Kt

Que podemos definir como sendo a nossa solução geral da equação


diferencial.
Procuramos a solução da equação que obedeça à condição inicial
Q  Q0 ou Q  100 , visto que o valor inicial é 100 para t  0

Substituindo essas condições na solução geral, temos:


Q  Ce Kt  Q0  Ce  Q0  C  100
K .0

Obtemos assim a noção solução particular “parcial”:


Q  100 e Kt

Temos também que Q  82,04 para t  7 .


Levando esse valor a solução particular, encontramos:

Q  100 e Kt  82,04  100 e 7 K  0,8204  e 7 K

Ln 0,8204
Ln 0,8204  Ln e 7 K  Ln 0,8204  7 K  K 
7
K  0,0283

Dessa forma temos como solução particular “final”:


Qt   100 e 0,0283t ,

que é a função de Qt  em qualquer instante.

O intervalo de tempo no qual a massa se reduz à quarta parte do valor original


do material, ou seja, Q  0,25Q0 para t  t será dado por:

Qt   100 e 0,0283t  0,25Q0  Q0 e


0, 0283t
 0,25  e 0,0283t

Ln 0,25  Ln e 0,0283t  Ln 0,25  0,0283 t

t  48,98 Dias
117

Solução: Qt   100 e 0,0283t e t  48,98 dias.

3- Uma pessoa deposita R$2.120,00 em uma conta poupança a uma taxa de


juro composto de 9% ao ano, considerando que não foi feito nenhum depósito
e nenhum saque nesse intervalo de tempo, qual será o saldo dessa conta
após um período de três anos e meio? Em quanto tempo aproximadamente a
quantia depositada terá seu valor triplicado? Determine também o saldo em
função de qualquer tempo.
Seja S t  o saldo em qualquer instante, t em anos. Sabemos que o saldo
S
varia de acordo com o tempo, logo a taxa temporal de variação é
t
proporcional a S . Então S satisfaz à equação diferencial.
S
 KS
t

Usando os conceitos de resoluções de equações diferenciais, temos:


S S
 KS   Kt
t S
S
  K  t  Ln S  Kt  C
S
S  Ce Kt
Que podemos definir como sendo a nossa solução geral da equação
diferencial.
Procuramos a solução da equação que obedeça à condição inicial
S  S 0 ou S  2120 ,00 , visto que o valor inicial é 2120,00 para t  0

Substituindo essas condições na solução geral, temos:


S  Ce Kt  S 0  Ce  S 0  C  2120
K .0

Obtemos assim a noção solução particular “parcial”:


S  2120 ,00e Kt
118

Como foi mencionado que a taxa de juros é de 9% a.a, já temos dessa forma
o valor de K , que é K  0,09 .
Dessa forma a função de S t  em qualquer instante é expressa por:

S  2120 ,00e 0,09t

Para descobrir o saldo dessa conta no final de 3 anos e meio, basta substituir
t por 3,5 .
S  2120 e 0, 09t  S  2120 e 0, 093,5  S  2904 ,95

O intervalo de tempo no qual o valor triplicará será dado por:


S  2120 ,00e 0,09t  3S 0  S 0 e  3  e 0, 09t
0 , 09t

Ln 3  Ln e 0,09t  Ln 3  0,09t

t  12 Anos
Solução: S  2120 ,00e 0,09t , S  2904 ,95 e t  12 anos.

7.3 Lei de Resfriamento de Newton

Refere-se, ao alcance de equilíbrio térmico de um sistema de dois ou mais


corpos. Ou seja, corpos com temperaturas diferentes que entram em contato,
fazendo com que aconteça transferência de calor - do corpo mais quente para o
mais frio – até que atinjam tal equilíbrio térmico.
A Lei de Resfriamento de Newton afirma que “a taxa de variação temporal da
temperatura de um corpo é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e
o meio circundante” (BRONSON, 2008, p.64).
Conforme Bassanezzi e Ferreira (1988), um corpo sem fonte interna de calor
deixado em um ambiente com temperatura T , sua temperatura tende a entrar em
equilíbrio com a temperatura do ambiente “ Tm ”. Se T  Tm este corpo se aquecerá,

mas no caso contrário, onde T  Tm ele resfriará.

Como a temperatura de um corpo é considerada uniforme, ela será uma

função do tempo, ou seja, T  T t  , quanto maior for T  Tm , mais rápida será a

variação T t  . Ou seja,
119

T
 K T  Tm  ,
t
em que K é uma constante de proporcionalidade.

7.4 Exercício Resolvido

4- (ZILL E CULLEN 2001, p. 103 adaptado). Quando um


bolo é retirado do forno, sua temperatura é de 300°F.
Três minutos depois, sua temperatura passa para 200°F.
Quanto tempo levará para sua temperatura chegar a 150
graus, se a temperatura do meio ambiente em que ele foi
colocado for de exatamente 70°F?
T
Pela Lei de Resfriamento de Newton, que  K T  Tm  .
t
Trabalhando com a equação de modo a obter uma solução geral, temos:
T T
 K T  Tm    Kt
t T  Tm 
T
 T  T    Kt  Ln T  T
m
m  Kt  C

 T  Tm  e Kt C  T  Tm  e Kt  e c

T  Tm  Ce Kt  T  Ce Kt  Tm

Como temos que Tm  70 °F, temos a solução geral:

T  Ce Kt  70

O problema mencionou que ao ser retirado do forno t  0 , a temperatura é de


T  300 °F.
Substituindo esses valores na solução geral, encontramos:
T  Ce Kt  70  300  Ce K 0  70  300  70  Ce 0  C  230

Substituindo esse valor na solução geral T  Ce Kt  70 , temos a solução


particular “parcial”:
T  230 e Kt  70
120

Também foi mencionado que após 3 minutos, a temperatura do bolo passa a


ser de 200ºF. Ou seja, T 3  200 .
Dessa forma, temos:

T  Ce Kt  70  200  230 e K 3  70  200  70  230 e 3 K


13 13
130  230 e 3 K   e 3 K  Ln  Ln e 3 K
23 23

13
Ln  3K  K  0,1902
23

Logo temos a solução particular “final”:


T  230 e 0,1902t  70

O intervalo de tempo para que o bolo atinja a temperatura de 150°F, será


dada através do desenvolvimento da solução particular T  230 e 0,1902t  70 .
Desta forma:
T  230 e 0,1902t  70  150  230 e 0,1902t  70  150  70  230 e 0,1902t
8 8
80  230 e 0,1902t   e 0,1902t  Ln  Ln e 0,1902t
23 23

8
Ln  0,1902 t  t  5,5 Minutos.
23
Solução: t  5,5 minutos.

7.5 Lei de Newton

A segunda lei de Newton diz que o produto da massa pela


aceleração de um corpo é igual a força externa.
Simbolicamente:
F  ma ,

onde F é a força externa, m a massa do corpo e a aceleração na direção de


F.
121

v
Sabemos que a aceleração pode ser escrita sendo a  , logo a segunda lei
t
de Newton, pode ser reescrita da seguinte maneira:
v
F m
t

Para um corpo em queda livre, introduzindo um termo simples para levar em


conta o atrito com o ar,
v
m  mg  Kv ,
t

onde v é a velocidade do corpo, K o coeficiente de atrito e g a aceleração da


gravidade.
Reescrevendo a equação, temos:
v Kv
 g,
t m

Ou seja, uma Equação Diferencial Ordinária linear de 1ª ordem cuja solução


geral é
Kt
mg 
v  Ce m
K

7.6 Exercício Resolvido

5- Um paraquedista, pesando 70 kg, salta de um avião e


abre o paraquedas após 10 s. Antes da abertura do
1
paraquedas, o seu coeficiente de atrito é K spq  5kgs ,
1
depois é K cpq  100 kgs .
122

Fonte: NETO (2017)

a) Qual a velocidade do paraquedista no instante em que se abre o


paraquedas?
Já vimos a equação que descreve a queda livre, bem como a sua solução:
K spq t
v K spqv mg 
 g v  Ce m
t m K spq

A constante de integração é determinada a partir da condição inicial,


K spq t K spq 0
 
vt  0  0  v 
mg mg
 Ce m
 0  Ce m
K spq K spq

mg
C
K spq
A solução particular é então:
123

K spq t K spq t
mg  mg mg 
v  Ce m
 v  e m
K spq K spq K spq

mg  
K spq t

t  10s 

v 1 e m 
K spq  

Ao fim de 10 segundos, a velocidade alcançada pelo paraquedista é:

70  9,8  
510
mg  
K spq t
 
 v  70 
v 1 e m 1  e
K spq  
 5  

v  70 ms 1
Solução v  70 ms 1 .

b) Qual a distância percorrida em queda livre?


Já obtivemos no item anterior a forma como a velocidade do paraquedista
varia com o tempo durante a queda livre.
Sabemos também que a velocidade é a derivada da distância percorrida com
relação ao tempo. Então:
x
v  x  vt   x   vt
t

mg  
K spq t

x   vt  C  x   1 e m t  C
K spq  

Ou seja

mg  
K t
m  mspq C
x t e
K spq  K spq 

Aplicando a condição inicial

mg  m  spqm 
K 0

xt  0  0  0  0 e C
K spq  K spq 

mg  m  m2 g
C  C
K spq  K spq  K spq 2

A solução particular é então:


124

mg    
K t K spq t 2
m  mspq 
  C  x  mg  t  m e m   m g
x t
 K 2
e
K spq  K spq 
 K spq  K spq  spq

mg  m   mspq 
K t

x t  e  1
K spq  K spq  


A distância percorrida após 10 segundos foi:

70  9,8  70   
510
t  10 s  x  10   e 70
 1  392 m
5  5  

Esperemos que o nosso homem tenha saltado do avião quando este se


encontrava a uma altura superior a 392 m, do contrário terá se estatelado no
chão antes de abrir o paraquedas.

c) Qual a velocidade mínima que o paraquedista poderá atingir após a


abertura do paraquedas?
Após a abertura do paraquedas a velocidade começa a decrescer, devido ao
maior coeficiente de atrito, até que é eventualmente atingido um equilíbrio
entre a força da gravidade e a força de atrito.
A partir desse momento a velocidade permanece constante (velocidade
limite).
A evolução da velocidade após a abertura do paraquedas é mais uma vez
dada pela lei de Newton:
v K cpq v
 g
t m

E a sua solução é:
K cpq t
mg 
v  Ce m
K spq

Para um tempo suficientemente longo (t → ∞) atinge-se a velocidade limite:


125

lim mg 70  9,8
v min  vt     6,86 ms 1
t K cpq 100
Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 Problemas que exigem manipulação através de modelagem


matemática;
 Aplicações de equações diferenciais ordinárias;
 Conceito de crescimento e decrescimento de uma função e
manipulação através de EDO;
 Lei de resfriamento de Newton e sua correlação com o estudo de uma
EDO;
 2ª Lei de Newton e sua manipulação através de uma EDO de 1ª
ordem;
 Taxa de variação e sua associação com uma EDO.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 40.
(Números que correspondem as aplicações de equações diferenciais).

Outras aplicações de EDO de 1ª ordem:


ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,
2001.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BORGES, Altemir José. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: Notas de aula. In:


BORGES, Altemir José. Equações Diferenciais: Notas de aula. Curitiba: Ufpa,
2006. p. 1-50. Disponível em:
<http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=/156507/mod_resource/content/1/
Calculoc_Cameta.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.
DEMANA, Franklin D. et al. Pré-Cálculo. 2. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.

EDUCAÇÃO, Mundo. Matemática. Disponível em:


<www.mundoeducacao.bol.uol.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MATEMÁTICA, Só. Propriedades de potência. Disponível em:


<www.somatematica.com.br>. Acesso em: 10 out. 2017.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível
em:<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G.; CULLEN, Michael R.. Equações Diferenciais. 3. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
Exercícios
AULA 7

1- Um investidor aplica na bolsa de valores determinada


quantia que triplica em 30 meses. Em quanto tempo essa
quantia estará quadriplicada, supondo-se que o aumento
é proporcional ao investimento feito? R: t  37 ,8 meses
ou 37 meses e 24 dias.

2- A lei de resfriamento de Newton diz que a taxa de variação da temperatura


T (t ) de um corpo em resfriamento é proporcional à diferença entre a

temperatura do corpo e a temperatura constante Tm do meio ambiente, isto é,

T
 K (T  Tm ) , em que K é uma constante de proporcionalidade.
t
Problema: Admitamos que a temperatura de uma xícara de café quente
obedeça à lei do resfriamento, de Newton. Se a temperatura do café for
93,3º C , logo depois de coado, e um minuto depois for 87 ,7 º C num ambiente

de 21,1º C , determine o instante que a temperatura do café é de 65,6º C . R:


t6

3- Numa certa cultura de bactérias, a taxa de aumento é proporcional ao


número presente. Verificando-se que o número triplica em 3 horas, quantas
pode-se esperar ao final de 12 horas? (Resolva utilizando o método das
variáveis separáveis). R: y  81y0

4- O isótopo radioativo tório desintegra-se numa taxa proporcional à


quantidade presente. Se 100 gramas deste material são reduzidos a 80
gramas em uma semana, ache uma expressão para a quantidade de tório em
qualquer tempo. Calcule, também, o intervalo de tempo necessário para a
massa decair à metade de seu valor original, chamado de meia vida.
R: Q  100 e kt e t  22dias
130

5- Uma pessoa deposita R$2.000,00 em uma conta poupança a uma taxa de


juro composto de 10 % ao ano, considerando que não foi feito nenhum
depósito e nenhum saque nesse intervalo de tempo, qual será o saldo dessa
conta após um período de três anos? Em quanto tempo a quantia depositada
terá seu valor dobrado?
R: S  2699 ,72 e t  7
Aula 8 Revisão V1

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula, iremos resolver alguns exercícios de modo que possamos


revisar os conteúdos estudados até aqui.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver os exercícios propostos e revisar o conteúdo ministrado até


este ponto.
132

8 EXEMPLOS

Neste capítulo, iremos fazer alguns exercícios de modo que


possamos revisar os conteúdos abordados até aqui. Analise os
exemplos a seguir e bons estudos.

8.1 Exemplo 1

Assunto abordado: Famílias de curvas


Formar as equações diferenciais das seguintes famílias de
curvas:
y  C1e 3 x  C 2 e 4 x  C3 e 2 x
a)
y  C1e 3 x  C 2 e 4 x  C3 e 2 x  e 2 x ye 2 x  C1e 5 x  C 2 e 2 x  C3

y' e 2 x  2 ye 2 x  5C1e 5 x  2C2 e 2 x  e 2 x  y' e 4 x  2 ye 4 x  5C1e 7 x  2C2

y' ' e 4 x  4 y' e 4 x  2 y' e 4 x  8 ye 4 x  35C1e 7 x  e 7 x 

y' ' e 3 x  6 y' e 3 x  8 ye3 x  35C1

y' ' ' e 3 x  3 y' ' e 3 x  6 y' ' e 3 x  18 y' e 3 x  8 y' e 3 x  24 ye3 x  0  e 3 x 
y ' ' '3 y ' '10 y '24 y  0

Solução: y ' ' '3 y ' '10 y '24 y  0

b) x  y  C
2 2 2

 
1
x2  y2  C 2  y2  C 2  x2  y  C 2  x2 2

   
1 1

y  C 2  x2   (2 x)  y  C  x (  x)
1 ' 2 2
2 1  2
 y  C 2  x2
' 2
2

 
1
y'  C 2  x2

2 (  x)  y '  x

C 
1
2
 x2 2

x x x
y'   y'   y'   y ' y  x  y ' y  x  0
C 
1
y y
2
x 2 2

y ' y  x  0  y y  x  0  x  yy  xx  0


x
133

Solução: yy  xx  0

8.2 Exemplo 2

Assunto abordado: Equações por variáveis


separáveis
Uma equação diferencial de variáveis separadas é uma
equação do tipo g ( y )y  f ( x)x . Chama-se equação de
variáveis separáveis a uma equação do tipo
f1 ( x)h1 ( y)x  f 2 ( x)h2 ( y)y na qual o coeficiente associado a cada diferencial se
pode factorizar em funções, dependentes só de x ou só de y. Resolva as equações
abaixo, pelo método das variáveis separáveis.
a) y' 5 ysen10x  (deixar a resposta em função de y 2 )

y' 5 ysen10x  y  5 ysen10 x   x  y  5 ysen10xx  y


x
y
 5 sen10 x x  Ln y   cos10 x   C  2  2 Ln y   cos 10 x   K
1
 y 2
 cos10 x  K  cos10 x 
Ln y 2   cos10 x   K  y  e
2
 y e
2
 e K  y 2  Ke  cos10x 

 cos10 x 
Solução: y  Ke
2

b) y 'ty  y (deixar a resposta final em função de y)

y 'ty  y  y  ty  y  t  y  tt  t  y
t y y  y 
 tt   t

t2 t2
Ln y  t C Ln y  C  t  t
t2
2  2  y  Ke 2
t2
t

Solução: y  Ke
2

8.3 Exemplo 3

Assunto abordado: Equações homogêneas e função homogênea.


134

9
x 342  y 342  z 340 y 2
Verifique se a função f x, y, z   é
x 40  y 40  z 40
homogênea, em caso afirmativo, indique o seu grau.
9
x 342  y 342  z 340 y 2
f x, y, z  
x 40  y 40  z 40 
9
t 342 x 342  t 342 y 342  t 340 z 340t 2 y 2
f tx, ty, tz  
t 40 x 40  t 40 y 40  t 40 z 40 
9
t 342 x 342  t 342 y 342  t 342 z 340 y 2
f tx, ty , tz  
t 40 x 40  t 40 y 40  t 40 z 40 

f tx, ty , tz  
9

t 342 x 342  y 342  z 340 y 2 
t 40
x 40
y z 40 40
 

 
342
9
t 342 x 342  y 342  z 340 y 2 9 9
x 342  y 342  z 340 y 2
f tx, ty , tz  
t
f tx , ty , tz  

t 40 x 40  y 40  z 40   
t 40 x 40  y 40  z 40  

t 38 9 x 342  y 342  z 340 y 2


f tx, ty, tz  

t 40 x 40  y 40  z 40   f tx, ty, tz   t 2  f x, y, z 
Solução: Homogênea de grau  2

Usando o método das equações diferenciais homogêneas, encontre a solução


para a equação x 2  y 2 x  2 xyy  0 .

( x 2  t 2 x 2 )x  2 x(tx)(tx  xt )  0  x 2 (1  t 2 )x  2 x 2 t (tx  xt )  0  x 2

(1  t 2 )x  2t (tx  xt )  0  (1  t 2 )x  2t 2 x  2 xtt  0 

(1  t 2  2t 2 )x  2 xtt  0
x 2tt
1  3t x  2xtt  0
2
 1  3t x  2xtt  0  x 
2 
x 1  3t 2
0

x 2tt
 x

1  3t 2 
 0

1 1
Ln x  Ln 1  3t 2  C Ln x  Ln 1  3t 2  C
3  3  3  3Ln x  Ln 1  3t 2  3C

 3y 2 
 
Ln x 3 1  3t 2  Ln K  x 3 1  3t 2   K  x 3 1  2   K  x 3  3xy 2  K
 x 
135

Solução: x 3  3xy 2  K

8.4 Exemplo 4

Assunto abordado: Equações Exatas e fator


integrante
Equações diferenciais são ferramentas matemáticas
usadas para calcular a evolução de sistemas. O objetivo da
modelagem é encontrar a taxa de variação com o tempo das
grandezas que caracterizam o problema, ou seja, a dinâmica
temporal do sistema de interesse. Resolvendo a equação diferencial (ou sistema de
equações diferenciais) que caracteriza determinado processo ou sistema, pode-se
extrair informações relevantes sobre os mesmos e, possivelmente, prever o seu
comportamento. Uma das principais razões da importância das equações
diferenciais é que mesmo as equações mais simples são capazes de representar
sistemas úteis. Logo, aprender os métodos de como se resolve uma equação
diferencial é de suma importância para o domínio desse assunto. Usando o conceito
de as equações exatas, resolva as equações a seguir:

a) y cos x  2 xe x  senx  x e  1y  0


y 2 y

M  y cos x  2 xe y N  senx  x 2 e y  1
M N M N
 cos x  2 xe y  cos x  2 xe y , logo   Equação é
y x y x
exata
y  cos xx  2e y  xx senx y  x 2  e y y   y
 ysenx   x 2 e y  g  y  

ysenx   x 2 e y  y  g x 

Resposta Final: ysenx   x 2 e y  y  C

b) (2 xy  x)x  y  0 (deixar a resposta final sem denominador)


M  2 xy  x N  1
M N M N
 2x  0 , logo   Equação não é exata.
y x y x
136

1  M N 
R( x)      R( x) 
1
2 x  0  R( x)  2 x
N  y x  1

  e    e     ex
R ( x ) x 2 x 2

2

e  x 2 xy  x x  y   0  2 xye  x  xe  x x  e  x y  0
2 2
 2

M  2 xye  x  xe  x
2 2
N  e  x
2

M N M N
 2 xe  x  2 xe  x , logo
2

2
 Equação é exata.
y x y x

ex
2

2 y  xe x   xe  ex  y   ye
 x2
 g ( x)
2
 x2  x2  x2
x   ye   g ( y)
2

ex
2
 x2  x2
Resposta Final:  ye  x2
  C  2   2 ye  e K
2

c) y 2 x  xyy  0 y 8 
7
(deixar a resposta final em função de y)
4
M  y2 N  xy

M N M N
 2y  y , logo   Equação não é exata.
y x y x

 N M 
R y     R y   2  y  2 y   R y   
1 1 1
 
M  x Y  y y
y

  e
R ( y ) y  Ln y Ln y 1
 e y
 e  e    y 1

 
y 1 y 2 x  xyy  0  yx  xy  0

M y Nx
M N M N
1  1 , logo   Equação é exata.
y x y x

y  x  xy  g ( y) x  y  xy  g (x)

Resposta Parcial: xy  C   8     C  C  14  y  


7 14
4 x

Determine o valor de w de modo que a equação


2xy 2
 
 ye x x  2 x 2 y  we x  1 y  0 , seja exata. 
137

M  2 xy 2  ye x N  2 x 2 y  we x  1
M
 4 xy  e x
y N
 4 xy  we x
x
M N

y x  4 xy  e x  4 xy  we x  w  1

8.5 Exemplo 5

Assunto abordado: Aplicações de Equações


Diferenciais Ordinárias de 1ª ordem e 1º grau
A lei de resfriamento de Newton diz que a taxa de
variação da temperatura T (t ) de um corpo em resfriamento é
proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a
T
temperatura constante Tm do meio ambiente, isto é,  K (T  Tm ) , em que K é
t
uma constante de proporcionalidade.
Problema: Segundo a lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um
corpo no ar é proporcional à diferença da temperatura T do corpo e a temperatura
Tm do ambiente. Se a temperatura do ambiente é de 20ºC e a temperatura do corpo
cai em 20 minutos de 100ºC a 60ºC, dentro de quanto tempo sua temperatura
descerá para 30ºC?

Observações:
Utilize o método das variáveis separáveis;
Trabalhe com 4 casas decimais;
Expresse o resultado final na forma de número inteiro.
Não se esqueça de encontrar todas as soluções
necessárias, provando-as.

Escreva todas as soluções encontradas.

Resolução:
138

T T T
t
 K (T  Tm ) 
T  Tm 
 Kt   T  T   K  t  Ln T  T
m
m  Kt  C

T  Tm  e Kt C  T  Ce Kt  Tm

Tm  20

p / T  100 e t 0  T  Ce Kt  Tm  100  Ce K 0   20  C  80 
T  80 e Kt  20
p / T  60 e t  20  60  80 e 20K  20  40  80 e 20K  0,5  e 20K 

Ln 0,5  Ln e 20K K  0,0347

T  80 e 0,0347t  20 Solução Particular Final.


p / T  30 e t t  30  80 e 0, 0347t  20  10  80 e 0, 0347t 

Ln 0,125  Ln e 0,0347t

t  59 ,93  t  60
Solução: Aproximadamente 60 minutos.

Uma cultura de bactérias, com uma quantidade inicial Q0 bactérias, cresce a

uma taxa proporcional à quantidade presente.


Ao fim de 20 minutos cresceu 5%.
Determine a quantidade de bactéria em qualquer tempo t.
Quanto tempo levará a cultura para duplicar?

Observações:
Utilize o método das variáveis separáveis;
Trabalhe com 4 casas decimais;
Expresse o resultado final na forma de número inteiro.
Não se esqueça de encontrar todas as soluções
necessárias, provando-as.
Escreva todas as soluções encontradas.

Resolução:
Q = bactéria Q  Q0

t = tempo t 0
139

Q Q Q
 KQ   Kt    K  t Q  Ce Kt  Q0  Ce  Q0  C
K .0

t Q Q

Ln Q  Kt  C  Q  Ce Kt (solução geral) Q  Q0 e Kt (solução particular)

Q  Q0 e Kt 1,05  e 20K Qt   Q0 e 0,0024t

Ln 2  Lne 0,0024t

Q  1,05Q0 Ln 1,05  Lne 20K Q  2Q0

Ln 2  0,0024 t

t = 20 K  0,0024 2Q0  Q0 e 0,0024t t  289

1,05Q0  Q0 e 20K 2  e 0, 0024t

Qt   Q0 e 0,0024t (Solução em função de qualquer tempo)

Solução: Qt   Q0 e 0,0024t e t  289 minutos


Resumo
Nesta aula, foram feitas uma revisão de todos os tópicos abordados nos 7
primeiros capítulos, de modo a recordar e praticar esses assuntos gerando assim um
aprendizado mais concreto.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Exercícios
AULA 8

1- Equações diferenciais são ferramentas matemáticas


usadas para calcular a evolução de sistemas. O objetivo
da modelagem é encontrar a taxa de variação com o
tempo das grandezas que caracterizam o problema, ou
seja, a dinâmica temporal do sistema de interesse.
Resolvendo a equação diferencial (ou sistema de
equações diferenciais) que caracteriza determinado processo ou sistema,
pode-se extrair informações relevantes sobre os mesmos e, possivelmente,
prever o seu comportamento. Uma das principais razões da importância das
equações diferenciais é que mesmo as equações mais simples são capazes
de representar sistemas úteis. Logo, aprender os métodos de como se resolve
uma equação diferencial é de suma importância para o domínio desse
assunto. Usando o conceito de as equações exatas, resolva as equações a
seguir:

a) y 2 x  ( xy  1)y  0 y ( 4)  1 (deixar a resposta final em função de x)

b) (2 x 3  y)x  xy  0 (deixar a resposta final em função de y)

c) (e x  y)x  (2  x  ye y )y  0

2- Dada a função f x, y, z   x 43  y 43  z 42 , analise as proposições a


x y y z x z
6 18 12 12 20 4

seguir:
I) A função é homogênea de grau 31 .
II) Se multiplicássemos o termo z 42 por y , a função se tornaria homogênea

de grau 31 .
III) Ela não é uma função homogênea, pois os graus dos seus expoentes são
diferentes.
IV) Se o expoente da variável z fosse nulo, a função seria homogênea.
V) Se o expoente da variável y no denominador fosse ímpar, a função seria
homogênea.
É correto o que se afirma em:
a) apenas I
143

b) apenas II e III;
c) apenas III e IV;
d) apenas I e V
e) apenas I, III e V.

3- Formar as equações diferenciais das seguintes famílias de curvas:

a) 
x3  C x2  y 2 
 x  x
b) y  C1 cos   C 2 sen 
8 8

4- Supondo que um aposentado aplica um valor de 8900,00 a uma taxa de


juro composto de 9% ao ano, considerando que não foi feito nenhum depósito
e nenhum saque nesse intervalo de tempo, qual será o saldo dessa conta
após um período de quatro anos? Em quanto tempo a quantia depositada terá
seu valor triplicado?
Observações:
Utilize o método das variáveis separáveis;
Trabalhe com 4 casas decimais;
Expresse o resultado final na forma de número inteiro.
Não se esqueça de encontrar todas as soluções
necessárias, provando-as.
Escreva todas as soluções encontradas.

5- Uma equação diferencial de variáveis separadas é uma equação do tipo


g ( y )y  f ( x)x . Chama-se equação de variáveis separáveis a uma equação

do tipo f1 ( x)h1 ( y)x  f 2 ( x)h2 ( y)y na qual o coeficiente associado a cada


diferencial se pode factorizar em funções, dependentes só de x ou só de y.
Resolva as equações abaixo, pelo método das variáveis separáveis.
x2
a) y'  (deixar a resposta final em função de y )
y(1  x 3 )

b) x 2 yy'2 xy 3  0 (deixar a resposta final toda positiva e sem o denominador)


144

6- Resolva a equação 2x 2



 3 y 2 x  6 xyy  0 pelo método das homogêneas.

7- Determine o valor de t de modo que a equação


 tx 2 
xtgy  2 x 2

y 6 x    4 x 3 y 5 y  0 , seja exata.
 2 
Gabarito
AULA 8

1- a)
Ln y  4
x
y
b) y  x 3  Kx ou y  x 3  Kx

c) e x  xy  2 y  ye y  e y  C

2- B

3- a) 2 xy' y   x 2  3 y 2
1
b) y' ' y0
64

4- S  12756 ,63 e t  12

2
5- a) y  Ln 1  x 2  K
3

b) 1  2 yLn x  Ky  0

6- 2 x 3  9 xy 2  K

7- t  sec 2  y 
Aula 9
Equações Diferenciais Lineares – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos ver o conceito de uma equação diferencial ordinária linear,
os métodos de resoluções para este tipo de equações e aplicações dentro da
Engenharia.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Reconhecer uma equação diferencial ordinária linear;
 Aplicar o método de Lagrange na resolução de EDO linear;
 Aplicar o método do Fator Integrante na resolução de uma EDO
linear;
 Modelar uma situação problema, através de uma EDO linear.
147

9 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES

No final desta aula você será capaz de identificar,


compreender e resolver uma equação diferencial linear, através
de seus métodos de resoluções, bem como modelar
matematicamente uma situação problema através de EDO linear.

9.1 Introdução – Equações Diferenciais Lineares

No primeiro capítulo definimos que a forma geral de uma equação diferencia


linear de ordem n como:
a0 (x) y(n) + a1 (x) y (n-1) + . . . + a(n) (x) y = g(x).
Ou,
dny d n 1 y d n2 y
a n x           a1 x   a0 x  y  g x  .
dy
n
 a n 1 x n 1
 a n2 x n2
dx dx dx dx

Devemos lembrar que a linearidade significa que todos os coeficientes da


função são funções de x somente e que y e todas as suas derivadas são elevadas a
primeira potência.
Agora, quando fixamos n  1 , obtemos uma equação linear de primeira
ordem.
Definição:
Uma equação diferencial da forma:

a1 x   a0  x  y  g  x 
dy
dx

É chamada de equação linear.


Se dividirmos ambos os membros pelo coeficiente a1 x  , obteremos uma
forma mais útil de uma equação linear:

 Px y  Qx  .
dy
dx
148

Logo podemos afirmar que equações lineares são aquelas da forma


dy
 P( x) y  Q( x) , onde P e Q são funções de x ou constantes.
dx
Se Q = 0, a equação é denominada linear homogênea ou
incompleta.
Para resolvermos uma equação linear de primeira
ordem, podemos usar dois métodos: Método da Substituição
ou Método de Lagrange ou Método do Fator Integrante.

9.2 Método da substituição ou Método de Lagrange

Seja a equação:
dy
 Px y  Qx  1
dx
t   ( x)
Substituindo y por Zt em 1 , onde  sendo z a nova função incógnita
Z   ( x )
e t a função a determinar. Assim, y  Z .t .
Derivando em relação à x, tem-se:
dy
Z
dt
t
dZ
2
dx dx dx

Substituindo, em 1 , pelo seu valor em 2  :


dy
dx
dy dt dZ
Z t
dx dx dx
 dt 
Z  Pt   t
dZ
Q 3
 dx  dx

Para integrar a equação 3 , examinam-se dois casos particulares da equação

1 , a saber:
dy
1º)  Q , o que implica em P  0   dy   Qdx  y   Qdx  C
dx
dy
2º)  Py  0 , o que corresponde a Q  0 (equação linear incompleta)
dx
dy
 Py  0  dx  dy  Pydx  0  y
dx
149

dy dy
  Pdx   0  Ln y   Pdx  C
y 
 Pdx  0 
y

Ln y  C   Pdx  y  e   y  K .e 
c  Pdx  Pdx

Que é a solução de uma equação linear homogênea ou incompleta.


Retornarmos à equação 3 , para obter os valores de t e z em 1 .

 dt  dZ
Z  Pt   t Q
 dx  dx

Vamos agora obter os valores de t e Z , na equação 3 , desta forma

encontraremos os valores para equação 1 , que dita completa, visto que y  Z .t .

Se igualarmos Z em 3 a um determinado fator, o valor obtido a partir dessa


condição, poderá ser levado ao resto da equação, possibilitando o cálculo de Z , já
que t foi calculado da forma citada.
Deste modo, iguala-se o coeficiente a zero (condição imposta).
dt
 Pt  0 4
dx

Observe que a equação 4  é do tipo citando no 2º caso, onde t funciona com

y e cuja solução é: t  K .e 
 Pdx

dZ
Assim, levando o valor de t em t  Q , obtém-se o valor de Z :
dx

K .e  .
dZ 1  Pdx
 .e .Q  dx  dZ  .e  .Q( x)dx
 Pdx dZ 1 Pdx
 Q
dx dx K K

Integrando
1  Pdx.Qdx
 dZ   K .e
. e  .Qdx  C 5
1 Pdx
Z
K

Como y  Z .t , obtém-se:
150

 Pdx  1 
y  K .e    e  .Qdx  C 
Pdx

K 
Logo:

y  e   e  .Qdx  C  6


 Pdx Pdx

 

A igualdade 6  é a solução geral da equação 1 .

9.2.1 Exercício Resolvido

4 x5
Resolva a equação linear y' x y  x e 4 4 5
pelo método de
Lagrange.
4 x5 4 x5
y
y' x y  x e
4 4 5
  x 4 y  x 4e 5
x
4 x5
t z  t  z
4 x5
z  t  x 4 zt  x 4 e 5
 z  x 4 t   t  x 4e 5
x x  x  x
x5
t t t x5 
 x 4t  0    x 4t  t        
4 5
1º x x Ln t t e
x x 5
4 x5 x5 4 x5 x5
z 
 x 4e z  x e x  e  z  x 4 e x x   z   x 4 e x x
5 5
2º t 5
e 5 4 5 5
x
K  ex
5 5
ex
z C z 
5 5
4 x5
x5
 K  ex  x5
5
 
y  zt  y  e 5   y  1 5
 Ke 5
 5  5
 
4 x5 x5
1 
Solução final: y  e 5
 Ke 5
5

9.3 Método de Fator Integrante

Neste método, nosso objetivo consiste na transformação de uma equação


linear em outro tipo de equação diferencial exata, cuja a solução aprendemos no
151

capítulo 5 deste material. A partir desta consideração, retornamos a nossa equação


base.
Dada a equação:
dy
 Py  Q 1
dx
Usando diferenciais, podemos escrever a equação 1 como:

dy  Pydx  Qdx  dy  Py  Qdx  0 2

Equações lineares possuem uma propriedade através do qual podemos


encontrar uma função  x  em que:

 xdy   xPy  Qdx  0 3

É uma diferencial exata.


Pela definição de uma equação exata:

Uma expressão diferencial


M x, y dx  N x, y dy
é diferencial exata em uma região R do plano xy se ela corresponde à

diferencial total de alguma função f x, y  . Uma equação diferencial da forma

M x, y dx  N x, y dy  0


é chamada de uma equação exata se a expressão do lado esquerdo é uma
diferencial exata.

Ou seja, a equação 3 será diferencial exata se


 
 x    x Py  Q  4
x y
Ou,

 Px  .
x
Está é uma equação separável em que podemos determinar x . Temos

 P x x

152


   P x x

Ln    Px x 5


Assim,
 x   e  P  x x 6

A função x  definida em 6  é um fator de integração para a equação


linear.
Note que não precisamos usar uma constante de integração em 5 , pois 3
não se altera se a multiplicarmos por uma constante.
Ainda, x   0 para todo x em I , e é contínua e diferenciável.

É importante observar que a equação 3 é ainda uma equação diferencial

exata mesmo quando f x  0 .

Na verdade, f x  não desempenha papel algum na determinação de x ,

 
pois vemos de 4  que    x  f x   0 . Logo, ambas
 y 
P  x dx P  x dx
e dy  e  Px y  Qx dx
E,
P  x dx P  x dx
e dy  e  Px  ydx

São diferenciais exatas. Agora, escrevemos 3 na forma:


P  x dx P  x dx P  x dx
e dy  e  Px  ydx = e  Qx dx

e verificamos que podemos escrevê-la como:

d e  y   e 
P  x dx P  x dx
Qx  ydx  C
 

Integrando a última equação, temos:


P  x dx P  x dx
e y  e Qx dx  C
Ou,
153

 P  x dx  P  x dxQx dx  Ce   P  x dx .


ye   e 7 

Em outras palavras, se 1 tiver uma solução, ela deverá ser da forma 7  .

Reciprocamente, é imediato que 7  constitui uma família a um parâmetro de

soluções para a equação 1 .

9.3.1 Exercício Resolvido

4 x5
Resolva a equação linear y' x y  x e 4 4 5
pelo método de
Fator Integrante.
4 x5
4 x5
y
y' x y  x e 4 4 5
  x 4 y  x 4e 5
x
x5

  e    e
P ( x ) x x 4x
  e 5

x5
 y   4 x 
5 5 5
4x x
e 5   x 4 y  x 4e 5   0  x   x ye 5  x 4 e x5 x  e 5 y  0
 x   
   
x5 x5

M  x 4 ye  x 4e x N e
5
5 5

x5 x5
M N M N
 x 4e 5  x 4e 5   Equação é exata.
y y y x
x5 x5 5
x5 x5
ex
y  x e x   x e x  ye
4 5 4 x5 5
  g ( y) e 5
 y  ye 5
 g ( x)
5
x5 x5 x5 x5
 K  ex 
5 5 5
ex ex  
 
ye 5
 C ye 5
 C e 5  ye 5
 5 
5 5  
4 x5 x5
1 
y e 5
 Ke 5
5
4 x5 x5
1 
Solução final: y  e 5
 Ke 5
5
154

Obs.: Podemos verificar que ao resolvermos a equação acima pelos dois


métodos, encontramos a mesma solução, logo não importa qual seja o método
escolhido, sempre a solução será a mesma.

9.4 Aplicação de equação linear a Circuitos Elétricos

Uma força eletromotriz (geralmente uma pilha ou gerador)


produz uma voltagem de Et  volts V  e uma corrente de I t 

amperes  A em um instante t .
O circuito também possui um resistor com resistência de
R ohms  e um indutor com indutância de L henrys H  .

Figura 5: Aplicação de equação linear a circuitos elétricos.

Fonte: STEWART (2013)

A Lei de Ohm calcula a queda na tensão devida ao resistor


I 
com RI . A queda da tensão por causa do indutor é L .
 t 
Uma das leis de Kirchhoff diz que a soma da queda de
tensão é igual à voltagem fornecida Et  . Então temos:
I
L  RI  Et 
t

Manipulando a equação acima:


I I RI E t 
L  RI  Et   L   
t t L L
155

encontramos uma equação linear em t .

9.4.1 Exercício Resolvido

O crescimento da intensidade de corrente elétrica num


i
circuito é descrito pela equação: E  iR  L onde:
t
E = força eletromotriz = 4 volts
R = resistência = 1 ohm
L = indutância = 2 henries
i = intensidade (medida em ampère)

Calcular o valor de i para t = 2s, sabendo-se que para t = 1 s, i = 3,5 ampères.


di
E  iR  L
dt
E = 4 volts
R = 1 ohm
L = 2 henries
i = intensidade (medida em ampère)

Primeiro devemos escrever a equação da forma linear, logo dividimos toda


expressão por L e organizamos a mesma.
di E iR di
E  iR  L  L    di  iR  E
dt L L dt dt L L
Substituindo a expressão pelos valores mencionados no início da questão,
temos:
di i(1) 4 di i
     2 , a equação obtida é uma equação linear, logo
dt 2 2 dt 2

podemos fazer a substituição de i por uv e i por u v  v u


t t
v u uv
u v   2 , colocando u em evidência, encontra-se:
t t 2

 v v  u
u    v 2
 t 2  t
 Devemos agora analisar a equação de duas maneiras:
156

1º v  v  0  v   v
t 2 t 2

 t 
Multiplica-se a equação por  
v

v v  t 
   
t 2  v 
v t t
 v
   Ln v  
2 2
t

ve 2

2º v u  2
t
Substituindo v pelo valor encontrado no primeiro passo, temos:

t
u 1 u
e 2
 2 t 2
t 2
t
e
Multiplicando cruzado e integrando, temos:
t t
u  2e 2 t   u  2 e 2 t
t
u = 4e 2  C .
Após descobrimos o valor de u e v, já podemos descobrir o valor de i , visto
que i  uv

 2t  
t

i  uv  i  e  4e  C  2
 
 
t

i  4  Ce 2

t

Solução geral: i  4  Ce 2

O problema mencionou que quando t  1 s , i  3,5 amperes.


Fazendo a substituição na expressão geral, encontramos o valor da constante
C.
1 1 1 1
   1
3,5  4  Ce 2
 3,5  4  Ce 2
  0,5  Ce 2
 e   0,5e  C  C  0,8243 .
2 2

Substituindo o valor da constante C na equação original, temos:


t

i  4  0,8243 e 2
157

O problema deseja saber o valor de i , para t  2 .


2
 1
i  4  0,8243 e  i  4  0,8243 e  i  4  0,3041  i  3,6959 A .
2

Resposta final: i  3,6959 A


Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 O conceito de equações lineares e seus métodos de resoluções;


 O método de Lagrange;
 Método de Fator Integrante;
 Aplicação de uma equação linear usando equações lineares.
Complementar
Demonstração de uma solução de EDO linear
RUI, Explicações do. Determinação da solução geral de
uma equação diferencial ordinária linear pelo método de
Lagrange. 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=4D9bj8M75nk>. Acesso em: 10
set. 2017.

AÍ, Me Passa. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Introdução a


Equações Lineares. 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ZbMON2d-Atc>. Acesso em: 10 set. 2017.

Livro Pearson
NAGLE, R. Kent et al. Equações Diferenciais. 8. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2012. Disponível em:
<http://redentor.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788581430836/pages/37>.
Acesso em: 10 set. 2017.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BENEVIDES, Paula Francis. Equações Diferenciais: notas de aula. Curitiba:


Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba, 2012. Disponível em:
<http://paginapessoal.utfpr.edu.br/vanessah/ensino/2012-primeiro-semestre/ma70g-
s81-equacoes-diferenciais-ordinarias/equacoes-diferenciais-notas-de-aula-profa-
paula-francis-benevides>. Acesso em: 05 out. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

STEWART, James. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Aula 10
Equações Diferenciais Lineares – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos resolver alguns exercícios de equações lineares, usando


os dois métodos de resolução visto na unidade anterior, de modo a praticar a
resolução de equações lineares.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Aplicar o método de Lagrange na resolução de EDO linear;
 Aplicar o método do Fator Integrante na resolução de uma EDO
linear;
 Modelar uma situação problema, através de uma EDO linear.
162

10 EXEMPLOS

Neste capítulo faremos alguns exercícios de modo a


praticar as resoluções de EDO’s lineares, mas para isto eis aqui
alguns exemplos.
Usando o método de Lagrange, resolva as equações a
seguir: Afim de tentar facilitar nossa resolução por esse método, vamos seguir esse
passo a passo.
Passo a passo
Equações Lineares pelo método de Lagrange
y
1º) Escrever a equação na  Px y  Qx  ;
x
y t Z
2º) Substituir y  Zt e  Z t ;
x x x
3º) Colocar o Z em evidência;
4º) Pegar o que está entre parênteses, igualar a zero, manipular e integrar;
5º) Pegar o que sobrou, substituir o t pelo valor encontrado anteriormente,
manipular e integrar;
6º) Encontrar o valor de y , sendo y  Zt .

10.1 Exemplo 1

y  2 y  x 4

x x
y
Escrever a equação na forma .
x
y
A equação já está na forma de .
x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação linear, por isso
devemos separar o segundo termo.
dy  2 y  x 4 dy 2 y
    x3
dx x dx x
163

2
P( x) 
A equação obtida é uma equação linear, com x
Q( x)  x 3
Terceiro Passo:
Devemos fazer a mudança da variável y por tz e derivar a nova função em
relação a x
y  zt
y t z
 z t
x x x

Quarto Passo:
Fazemos as mudanças na equação original e colocamos z em evidência.
t z 2 zt  t 2t  z
z t   x 3  z    t  x3
x x x  x x  x
 Devemos agora analisar a equação de duas maneiras:
t 2t t 2t
1º   0 
x x x x
Multiplica-se a equação cruzado e deixando na forma de variável separável,
temos:
t t 2x
   xt  2tx  xt   
2t
x x t x
t x
t  2  Ln t  2 Ln x  Ln t  Ln x 2
x
1
t
x2
z
2º t  x3
x
Substituindo t pelo valor encontrado no primeiro passo, temos:
z 1 z
t  x3  2  x3
x x x
Multiplicando cruzado e integrando, temos:
z  x 5 x   z   x x
5

x6
z C
6
164

Após descobrimos o valor de t e z, já podemos descobrir o valor de y , visto


que y  zt :

1  x6 
y  zt  y    C 
x2  6 

 x 6  6C 
  y  x 2K
1 6
y 2 
x  6  6x

Ou,

1  x6  4
y 2   C   y  x  K2
x  6  6 x

x6  K x4 K
Resposta Final: y  ou y  
6x 2 6 x2

10.2 Exemplo 2

y 1
 ytgx  ; y ( 0)  0
x cos x
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Escrever a equação na forma de uma equação linear.
A equação já se encontra nesse formato., para melhorar a visualização,
podemos escrevê-la assim:
y
 y  ytgx  sec x .
1
 ytgx 
x cos x x
P ( x)  tgx
A equação obtida é uma equação linear, com
Q ( x)  sec x
Terceiro Passo:
Devemos fazer a mudança da variável y por tz e derivar a nova função em
relação a x
165

y  zt
y t z
 z t
x x x
Quarto Passo:
Fazemos as mudanças na equação original e colocamos z em evidência.

y t z  t  z
 ytgx  sec x  z t  zttgx  sec x z   tgx   t  sec x
x x x  x  x

 Devemos agora analisar a equação de duas maneiras:

1º t  tgx  0  t  tgx
x x
Multiplica-se a equação cruzado e deixando na forma de variável separável,
temos:
t
 tgx  t  tgxx
x

 t   tgxx  Ln t  Ln sec x

t  sec x

2º t z  sec x
x
Substituindo t pelo valor encontrado no primeiro passo, temos:
z z
t  sec x  sec x  sec x
x x
Multiplicando cruzado e integrando, temos:
sec xz  sec xx  sec x   z   x 
z  xc

Após descobrimos o valor de t e z, já podemos descobrir o valor de y , visto


que y  zt :
y  zt  y  sec x( x  C )

y
1
x  C  y  x  C
cos x cos x

Solução geral: y  x  C
cos x
166

No início da questão foi dado que y (0)  0 , logo devemos substituir o valor de
x e y na solução geral, com o objetivo de encontrar o valor da constante C
xC  0C  C
y 0 0   C  0 , depois substituímos na solução geral
cos x cos 0 1
o valor de C.
x
Resposta Final: y 
cos x

10.3 Exemplo 3

y
x  y  e x  0 ; y (a )  b
x
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação linear, por isso
devemos dividir tudo por x.
x
dy y e
x
dy
 y  e x  0  ( x)    0
dx dx x x
dy y e x
  .
dx x x
1
P( x) 
x
A equação obtida é uma equação linear, com
ex
Q( x) 
x
Terceiro Passo:
Devemos fazer a mudança da variável y por tz e derivar a nova função em
relação a x
y  zt
y t z
 z t
x x x
167

Quarto Passo:
Fazemos as mudanças na equação original e colocamos z em evidência.

t z zt e x t t z e x
z  t    z    t 
x x x x  x x  x x
 Devemos agora analisar a equação de duas maneiras:

1º t  t  0  t   t
x x x x
Multiplica-se a equação cruzado e deixando na forma de variável separável,
temos:
t  xt  t x
   xt  tx
t

x x t x
t x
    Ln t   Ln x
t x

Ln t  Ln x 1  t  1
x

z e x
2º t 
x x
Substituindo t pelo valor encontrado no primeiro passo, temos:

z e x 1 z e x
t   
x x x x x
Multiplicando cruzado e integrando, temos:

xe x x
z    z   e x x
x
z  ex  C
Após descobrimos o valor de t e z, já podemos descobrir o valor de y , visto
que y  zt :

y  zt  y  1 (e x  C )
x

ex  C
y
x
ex  C
Solução geral: y 
x
No início da questão foi dado que y (a )  b , logo devemos substituir o valor de
x e y na solução geral, com o objetivo de encontrar o valor da constante C.
168

ex  C ea  C
y  b
x a
ab  e a  C  ab  e a  C

e x  ab  e a
Resposta final: y 
x

10.4 Exemplo 4

( y  senx  1)x  cos xy  0


Primeiro passo:
y
Escrever a equação na forma .
x
( y  senx  1)dx  cos xdy  0  ( y  senx  1)dx  cos xdy
y y  senx  1
 .
x cos x
Segundo Passo:
Obs:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação
1
linear.  sec x
cos x
y y  senx  1 y y senx 1 senx
     tgx 
x cos x x cos x cos x cos x cos x
y
 y sec x  tgx  sec x .
x
P( x)   sec x
A equação obtida é uma equação linear, com
Q( x)  tgx  sec x

Terceiro Passo:
Devemos fazer a mudança da variável y por tz e derivar a nova função em
relação a x
y  zt
y t z
 z t
x x x
Quarto Passo:
Fazemos as mudanças na equação original e colocamos z em evidência
t z  t  z
z  t  zt sec x  tgx  sec x  z   t sec x   t  tgx  sec x
x x  x  x
169

Quinto Passo:
Devemos agora analisar a equação de duas maneiras:
t t
1º  t sec x  0   t sec x
x x
x
Multiplica-se a equação por  
 t 
t  x 
 t sec x   
x  t 
t
 t   sec xx  Ln t  Ln tgx  sec x

t  tgx  sec x

z
2º t  tgx  sec x
x
Substituindo t pelo valor encontrado no primeiro passo, temos:
z z
t  tgx  sec x  tgx  sec x  tgx  sec x
x x
Multiplicando cruzado e tirando o termo que não termo que não pertence a
variável certa, temos:
tgx  sec x tgx  sec x
z 
tgx  sec x
x   z   tgx  sec x x
Para resolvermos essa integração, devemos primeiro racionalizar os
denominadores, visto que não existe nenhuma integral própria para essa expressão.

tgx  sec x tgx  sec x tgx  sec x 


 z   tgx  sec x x   z   tgx  sec x tgx  sec x  x
tgx  sec x 
2
Obs.:
 z   tgx  sec x tgx  sec x  x
1  tg 2 x  sec 2 x
Devemos as expressões da segunda integral, obtemos: tg 2 x  sec 2 x  1
tg 2 x  2tgx sec x  sec 2 x tg 2 x  sec 2 x  1
 z   tg 2 x  sec 2 x
x 

tg 2 x  2tgx sec x  sec 2 x


 z   tg 2 x  sec 2 x
x
170

Fazendo as devidas substituições e agrupando os termos semelhantes,


temos:
sec 2 x  1  2tgx sec x  sec 2 x
 z   1
x

 z   (2 sec x  1  2tgx sec x)x


2

Agora, basta apenas resolver as integrais:


z  2tgx  2 sec x  x  C
Sexto Passo:
Sabemos que y  zt , fazendo as mudanças pelos valores encontrados,
temos:
y  (tgx  sec x)(2 sec x  2tgx  x  C )
Resposta Final: y  (tgx  sec x)(2 sec x  2tgx  x  C )

Usando o método de Fator Integrante, resolva as equações a seguir:


Afim de tentar facilitar nossa resolução por esse método, vamos seguir esse
passo a passo.
Passo a passo
Equações Lineares pelo método do Fator Integrante
y
1º) Escrever a equação na  Px y  Qx  ;
x
P  x x
2º) Encontrar o Px  e jogar no fator integrante   e  ;
3º) Multiplicar a equação pelo  encontrado e por x
4º) Escrever a equação na forma de uma equação exata Mx  Ny  0 ;
5º) Provar que a equação se tornou exata;
6º) Integrar a equação e deixá-la em função de y .

10.5 Exemplo 5

y y cot gx
  0
x x x
Primeiro passo:
y
Escrever a equação na forma .
x
171

y
A equação já está na forma de .
x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação linear.
dy y cot gx dy y cot gx
  0   
dx x x dx x x
1
P( x) 
x
A equação agora está na forma de uma equação linear, onde
cot gx
Q( x) 
x
Terceiro Passo:
Devemos achar o valor do fator integrante  , que é obtido pela fórmula

  e
P ( x ) x
.
x
x
  e
P ( x ) x
  e    e Ln x

  e Ln x    x
Quarto Passo:
Devemos multiplicar toda a equação pelo fator de integração encontrado e
tornar a equação exata Mx  Ny  0 .

x  dy  y  cot gx   0  x   y  cot gxx  xy  0


 dx x x 
M  y  cot gx Nx
Derivando os valores de M e N, temos respectivamente:
M N M N
1 1   Equação é exata.
y y y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

y  x   cot gxx  xy  Ln senx  g ( y )

x  y  xy  g (x)

Devemos agora montar a resposta:

xy  Ln senx  C  xy  Ln senx  C  y  1 Ln senx  C 


x

Resposta Final: y 
1
Ln senx  C 
x
172

10.6 Exemplo 6

y 2y
 x2  
x x
Primeiro passo:
y
Escrever a equação na forma .
x
y
A equação já está na forma de .
x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação linear.
y 2y y 2 y
 x2      x2
x x x x
2
P( x) 
A equação agora está na forma de uma equação linear, onde x
Q( x)  x 2
Terceiro Passo:
Devemos achar o valor do fator integrante  , que é obtido pela fórmula

  e
P ( x ) x
.
x
2
  e
P ( x ) x
   e x    e 2 Ln x
Ln x 2
 e    x2
Quarto Passo:
Devemos multiplicar toda a equação pelo fator de integração encontrado e
tornar a equação exata Mx  Ny  0 .

 x 2   0  x  2 xy  x 4 x  x 2 y  0
y 2 y
x 2   
 x x 

M  2 xy  x 4 N  x2
Derivando os valores de M e N, temos respectivamente:
M N M N
 2x  2x   Equação é exata.
y y y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .
173

x5
2 y  xx   x 4 x  x 2 y   g ( y)
5
x 2  y  x 2 y  g ( x)

x5 x5
x2 y   C  x2 y  C
5 5
Devemos agora montar a resposta:

1  x5  1  x 5  5C 
y   C   y  2  
x2  5  x  5 
x5  K
y
5x 2
x5  K
Resposta Final: y 
5x 2

10.7 Exemplo 7

y
 ytgx  sec x
x
Primeiro passo:
y
Escrever a equação na forma .
x
y
A equação já está na forma de .
x
Segundo Passo:
P ( x)  tgx
Ela já está na forma de uma Equação Linear, onde
Q ( x )  sec x

Terceiro Passo:
Devemos achar o valor do fator integrante  , que é obtido pela fórmula

  e
P ( x ) x
.

  e    e
P ( x ) x tgxx
.

  e Ln sec x    sec x
Quarto Passo:
Devemos multiplicar toda a equação pelo fator de integração encontrado e
tornar a equação exata Mx  Ny  0 .
174

sec x  dy  ytgx  sec x   0  x  ytgx sec x  sec 2 x x  sec xy  0


 dx 
M  ytgx sec x  sec 2 x N  sec x
Derivando os valores de M e N, temos respectivamente:
M N M N
 tgx sec x  tgx sec x   Equação é exata.
y y y x
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

y  tgx sec xx   sec 2 xx  y sec x  tgx  g ( y )

sec x  y  y sec x  g ( x)

Devemos agora montar a resposta:


y sec x  tgx  C  y sec x  tgx  C
1 senx
y   C  cos x  y  C cos x  senx
cos x cos x
Resposta Final: y  C cos x  senx

10.8 Exemplo 8

1  x  dy
2

dx
 y  arctgx

Primeiro passo:
y
Escrever a equação na forma .
x

1  x  dy
2

dx
 y  arctgx  1  x 2  
dy


y
dx 1  x 2

arctgx
 
1 x2
.

Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação linear.
y
P( x) 
A equação já está na forma de uma equação linear, onde
1 x2  
arctgx
Q( x ) 
1 x2  
Terceiro Passo:
175

Devemos achar o valor do fator integrante  , que é obtido pela fórmula

  e
P ( x ) x
.
x
 2
  e
P ( x ) x
   e (1 x )    e arctgx
Quarto Passo:
Devemos multiplicar toda a equação pelo fator de integração encontrado e
tornar a equação exata Mx  Ny  0 .

 dy y arctgx  Obs:
e arctgx    2 
  0  x 
 dx (1  x ) (1  x ) 
2
 u
u
 
e  u'.e u
 ye arctgx
e arctgx 
arctgx
  x  e arctgxy  0 
 1 x (1  x )  arctgx  u' 2
2 2

u 1 u
M  x cos x  y cos x N  senx

Destacando os valores de M e N, temos respectivamente:


ye arctgx e arctgxarctgx
M  N  e arctgx
1 x2 (1  x 2 )
Após destacar esses valores, derivamos M em função de
Obs:
y e N em função de x .
u  arctgx
M e arctgx
N e M N
arctgx u 1
  ,   Equação é 
y 1  x 2 x 1  x 2
y x x 1  x 2
x  (1  x 2 )u
exata.
Como a equação é exata, podemos integrá-las, lembrando que M em função
de x e N em função de y .

e arctgx e arctgxarctgx e u (1  x 2 )u e u u.(1  x 2 )u


y x   (1  x 2 )  x  y  1 x2   (1  x 2 )
1 x2
y  e u u   ueu u  ye arctgx  (arctgx  1)e arctgx  g ( y)

e arctgx  y  ye arctgx  g (x)

Devemos agora montar a resposta:


ye arctgx  (arctgxearctgx  1e arctgx)  C  ye arctgx  arctgxearctgx  e arctgx  C  (e  arctgx)

y  arctgx  1  Ce  arctgx y  Ce  arctgx  arctgx  1

Resposta Final: y  Ce  arctgx  arctgx  1


Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 Resoluções de equações lineares pelo método de Lagrange e pelo


método de Fator Integrante.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 40.
(Números que correspondem as equações lineares).

Demonstração de uma solução de EDO linear


RUI, Explicações do. Determinação da solução geral de uma equação diferencial
ordinária linear pelo método de Lagrange. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=4D9bj8M75nk>.Acesso em: 10 set. 2017.

AÍ, Me Passa. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Introdução a Equações


Lineares. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ZbMON2d-Atc>. Acesso em: 10 set. 2017.

Livro Pearson
NAGLE, R. Kent et al. Equações Diferenciais. 8. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2012. Disponível em:
<http://redentor.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788581430836/pages/37>.
Acesso em: 10 set. 2017.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BENEVIDES, Paula Francis. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: notas de aula.


Curitiba: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba, 2012.
Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/vanessah/ensino/2012-primeiro-
semestre/ma70g-s81-equacoes-diferenciais-ordinarias/equacoes-diferenciais-notas-
de-aula-profa-paula-francis-benevides>. Acesso em: 05 out. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

STEWART, James. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.
Exercícios
AULA 10

1- Usando o método de Lagrange, resolva as equações a


seguir:
y y y  Cx  x 2
a)  x R
x x
y y  Ke 5 x
b)  5y R
x
y 1
c) 3  12 y  4 R  y   Ce 4 x
x 3
y y  Ke 2 x
d)  2y  0 R
x
y 3
e) x  2y  3 R y  Cx 2
x 2

x 2 y'xy  1 R  y  x Ln x  C 
1
f)

senx C
g) xy  ( xsenx  y )x R  y   cos x  
x x
y
h) cos x  ysenx  1 R  y  senx  C cos x
x

y x 1 
i)  ytgx  cos x R y  sen2 x  C  sec x
x 2 4 

2- Usando o método do fator integrante, resolva as equações lineares.

y K  x 10
R y
4y
a)  x5  
x x 10x 4
y 1
b) 3  12 y  4 R  y   Ce 4 x
x 3
y 3
c) x  2y  3 R y  Cx 2
x 2
y y  Ke 2 x
d)  2y  0 R
x

x 2 y'xy  1 R  y  x Ln x  C 
1
e)

senx C
f) xy  ( xsenx  y )x R  y   cos x  
x x

y x3 x
g) x  4 y  x 3  x R y   Cx  4
x 7 5
180

y e3x
h)  e3x  y R y  Ce  x
x 4

3- O crescimento da intensidade de corrente elétrica num circuito é descrito


i
pela equação: E  iR  L onde:
t
E = força eletromotriz (medida em volts)
R = resistência (medida em ohm)
L = indutância (medida em henries)
i = intensidade (medida em ampère)

Uma bateria de 10 volts é conectada a um circuito em série no qual a


1
indutância é de henry e a resistência de 5 ohms.
3

Determine a corrente i se a corrente inicial é zero. Resposta: 


i  2 1  e 15t 
Aula 11
Equação de Bernoulli

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos ver o conceito de uma equação linear de Bernoulli, sua
redução a uma equação linear e o método de resolução deste tipo de equação e
aplicações dentro da Engenharia.
Você irá aprender a resolver as equações lineares de ordem n.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de primeira ordem;


 Reconhecer uma equação de Bernoulli;
 Reduzir uma equação de Bernoulli a uma equação linear.
182

11 EQUAÇÃO DE BERNOULLI

No final desta aula você será capaz


de identificar, compreender e resolver uma
equação de Bernoulli, através da sua
redução a uma equação linear, bem como
modelar matematicamente uma situação Jacques Bernoulli
(1654-1705)
problema através de EDO de Bernoulli.
Os Bernoullis foram uma família
suíça de acadêmicos cujas
11.1 Introdução – Equação de Bernoulli
contribuições à matemática,
física, astronomia e história
É da forma
datam do século XVI ao século
 Px y  Qx y n ,
dy
XX.
dx
Jacques, o primeiro dos dois
onde P e Q são
filhos do patriarca homônimo
constantes ou funções de
Jacques Bernoulli, deu várias
x, e n é diferente de zero e um,
contribuições ao cálculo e à
pois se não fosse assim, seria uma equação probabilidade. Originalmente, a
linear. segunda das duas divisões
A equação de Bernoulli resolve-se principais do cálculo era
através de sua redução a uma linear. chamada de calculus
Dada a equação summatorius. Em 1696, por
sugestão de Jacques Bernoulli
 Px y  Qx y n
dy
1
dx (filho), este nome foi mudado

onde n  0 e n  1 para calculus integralis, como é


conhecido atualmente. (ZILL,
Dennis G. Equações
Multiplicando ambos os membros por
Diferenciais. São Paulo: Person
y  n , tem-se
Makron Books, 2001 pág. 79).
 Px y1n  Qx 
dy
y n 2
dx
Fazendo a substituição de y1n por t , sendo t uma função de x .

Derivando y1n em relação a x :

1  ny n y  t
x x
183

y 1 t
y n  
x 1  n x
Substituindo em 2 
1 t
  Pt  Q
1  n x

Multiplicando ambos os membros por 1  n , temos:


t
 P1  nt  Q1  n
x
Onde encontramos uma equação linear.

11.2 Exercícios Resolvidos

Resolva as equações de Bernoulli.


Afim de tentar facilitar a resolução de uma equação de
Bernoulli, vamos seguir esse passo a passo.
Lembrando também que teremos que usar um dos
métodos aprendidos em equações lineares, pois uma equação
de Bernoulli, se reduz a equação linear.
Adotaremos o método de Lagrange nas resoluções das equações de
Bernoulli, quando elas se tornarem lineares.
Passo a passo
Equações de Bernoulli

 Px y  Qx y n ;
dy
1º) Escrever a equação na
dx
2º) Eliminar o acompanhante (termo que tem y n ) de Qx  ;
3º) Chamar o acompanhante (termo que tem y ) de Px  de t e derivá-lo em
função de x
4º) Multiplicar a equação base pelo acompanhante (constante) da derivada
obtida no passo anterior;
5º) Fazer as mudanças necessárias na equação;
t v u
6º) Substituir t  uv e u v ;
x x x
184

11.2.1 Exemplo 1

y
x2  y 2  xy
x
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação de Bernoulli, por isso
devemos multiplicar tudo por x 2 .
y dy y
x2  y 2  xy  ( x 2 )   x 2 y 2 
x dx x
dy y
   x 2 y 2
dx x
1
P( x)  
A equação obtida é uma equação de Bernoulli, com x
Q( x)   x  2
Terceiro Passo:
Devemos eliminar o acompanhante de Q(x) , por isso multiplicamos pelo seu
inverso.
1
 2 dy y
dy y
   x 2 y 2  ( y 2 )  y    x 2
dx x dx x
Quarto Passo:
Fazemos uma mudança de variável, onde chamaremos o acompanhante de
P (x ) de t e o derivaremos em função de x .
t  y 1  t y
  y 2 .
x x
Podemos observar que a primeira parte da equação encontrada no terceiro
passo é semelhante do resultado encontrado na derivada de t, o que significa que
estamos no caminho certo.
Para que os resultados sejam iguais, devemos multiplicar toda a equação por
– 1.
185

2 dy y 1 2  2 dy y 1
y    x  1   y   x 2 .
dx x dx x
Quinto passo:
Devemos fazer as substituições encontradas, no valor representado na quarta
etapa. De modo que ela fique na forma de uma equação linear.

dy y 1
y 2
  x 2  t  t  x 2
dx x x x
Sexto Passo:
Como a equação acima é uma equação linear, fazemos a substituição da
variável t por uv e derivá-lo em relação a x.
t  uv
t v u
u v
x x x
v u uv
u v   x 2
x x x
Sétimo Passo:
Seguiremos os passos para resolução de uma equação linear pelo método de
Lagrange.

v u uv  v v  u
u v   x 2  u   v  x 2 .
x x x  x x  x

1º) v  v  0  v   v  
v
 
x
 Ln v   Ln x  Ln v  Ln x 1 
x x x x v x
v  x 1 .

2º) v u  x 2  x 1 u  x 2  (x )   u   x  u  Ln x  C
x x x
Como t  uv , fazemos agora a substituição de u e v pelos valores
encontrados.
Ln x  C
t  x 1 Ln x  C   t  .
x
Oitavo Passo:
Nosso Objetivo era encontrar o valor de y, por isso, voltamos na substituição

t  y 1 e substituímos t pelo valor encontrado acima.


Ln x  C
y 1  , logo o valor de y é o inverso do valor de t.
x
186

x
y
Lnx  C
x
Resposta final: y 
Lnx  C

11.2.2 Exemplo 2

y 1
x y 2
x y
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação de Bernoulli, por isso
devemos multiplicar tudo por x 1 .
y 1
x  y  2  ( x 1 )  y  y  x 1 y 2
x y x x

1
P( x) 
A equação obtida é uma equação de Bernoulli, com x
Q( x)   x 1
Terceiro Passo:
Devemos eliminar o acompanhante de Q(x) , por isso multiplicamos pelo seu
inverso.
3
2 dy y
dy y
  x 1 y 2  ( y 2 )  y   x 1
dx x dx x
Quarto Passo:
Fazemos uma mudança de variável, onde chamaremos o acompanhante de
P (x ) de t e o derivaremos em função de x .
t  y3  t y
 3y 2 .
x x
Podemos observar que a primeira parte da equação encontrada no terceiro
passo é semelhante do resultado encontrado na derivada de t, o que significa que
estamos no caminho certo.
187

Para que os resultados sejam iguais, devemos multiplicar toda a equação por
3, que é o valor da constante encontrada na derivada.

dy y 3 1 2 dy 3y3 3
y2
  x  (3)  3 y   .
dx x dx x x
Quinto passo:
Devemos fazer as substituições encontradas, no valor representado na
terceira etapa. De modo que ela fique na forma de uma equação linear.

dy 3 y 3 3
3y 2    dt  3t  3
dx x x dx x x
Sexto Passo:
Como a equação acima é uma equação linear, fazemos a substituição da
variável t por uv e derivá-lo em relação a x.
t  uv
t v u
u v
x x x
v u 3uv 3
u v  
x x x x
Sétimo Passo:
Seguiremos os passos para resolução de uma equação linear pelo método de
Lagrange.

v u 3uv 3  v 3v  u 3
u v    u  v  .
x x x x  x x  x x

1º) v  3v  0  v   3v  
v
 3
x
 Ln v  3Ln x  Ln v  Ln x 3
x x x x v x
 v  x 3 .

2º) v u  3  x 3 u  3  ( x )   u  3 x 2 x  u  x 3  C
3

x x x x

Como t  uv , fazemos agora a substituição de u e v pelos valores


encontrados.
3
t  x 3 ( x 3  C )  t  1  Cx .

Oitavo Passo:
Nosso Objetivo era encontrar o valor de y, por isso, voltamos na substituição

t  y 3 e substituímos t pelo valor encontrado acima.


188

y 3  1  Cx 3

Resposta final: y 3  1  Cx 3

11.2.3 Exemplo 3

y 2
  3x
y 2 x xy
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação de Bernoulli, por isso
devemos multiplicar tudo por x 1 .
y 2
  3x  ( y )  y  2 y  3xy 2
2
y x xy
2
x x

2
P( x)  
A equação obtida é uma equação de Bernoulli, com x
Q( x )  3 x
Terceiro Passo:
Devemos eliminar o acompanhante de Q(x) , por isso multiplicamos pelo seu
inverso.
1
y 2 y  2 dy 2y
x

x
 
 3xy 2  y 2  y
dx

x
 3x

Quarto Passo:
Fazemos uma mudança de variável, onde chamaremos o acompanhante de
P (x ) de t e o derivaremos em função de x .
t  y 1  t y
  y 2 .
x x
Podemos observar que a primeira parte da equação encontrada no terceiro
passo é semelhante do resultado encontrado na derivada de t, o que significa que
estamos no caminho certo.
189

Para que os resultados sejam iguais, devemos multiplicar toda a equação por
– 1, que é o valor da constante encontrada na derivada.

dy 2 y 1 2 y 1
y 2
  3x   1   y  2 dy
  3x .
dx x dx x
Quinto passo:
Devemos fazer as substituições encontradas, no valor representado na
terceira etapa. De modo que ela fique na forma de uma equação linear.

dy 2 y 1
 y 2   3x  dt  2t  3x
dx x dx x
Sexto Passo:
Como a equação acima é uma equação linear, fazemos a substituição da
variável t por uv e derivá-lo em relação a x.
t  uv
t v u
u v
x x x
v u 2uv
u v   3x
x x x
Sétimo Passo:
Seguiremos os passos para resolução de uma equação linear pelo método de
Lagrange.

v u 2uv  v 2v  u
u v   3x  u   v  3 x .
x x x  x x  x

1º) v  2v  0  v   2v  
v
 2
x
 Ln v  2 Ln x  Ln v  Ln x 2
x x x x v x
 v  x 2 .

u u  3x 4

 3x  ( x )  u  3 x x  u 
  C
2
 3x  2 3
2º) v x
x x 4
K  3x 4
u
4
Como t  uv , fazemos agora a substituição de u e v pelos valores
encontrados.
 K  3x 4  1  K  3x 4 
  t  K  32x
4
t  x  2    t  2 
 4  x  4  4x
190

Oitavo Passo:
Nosso Objetivo era encontrar o valor de y, por isso, voltamos na substituição

t  y 1 e substituímos t pelo valor encontrado acima.


K  3x 4 4x 2
t  y 1  y 1   y 
4x 2 K  3x 4
4x 2
Resposta final: y 
K  3x 4

11.2.4 Exemplo 4

y 2
  y  xy 3  0 y (1)  1
x x
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x

A equação já está na forma de y .


x
Segundo Passo:
Devemos deixar a equação na forma de uma equação de Bernoulli, por isso

devemos multiplicar tudo por  1 e mudar xy 3 de lado.


y 2 y 2 y 2
  y  xy 3  0    y   xy 3  (1)   y  xy 3
x x x x x x
2
P( x) 
A equação obtida é uma equação de Bernoulli, com x
Q( x)  xy 3
Terceiro Passo:
Devemos eliminar o acompanhante de Q(x) , por isso multiplicamos pelo seu
inverso.
y 2 y 2 dy 2 2
 y  xy 3   y  xy 3  y 3  y 3  y x
x x x x dx x
Quarto Passo:
Fazemos uma mudança de variável, onde chamaremos o acompanhante de
P (x ) de t e o derivaremos em função de x .
t  y 2  t y
 2 y 3 .
x x
191

Podemos observar que a primeira parte da equação encontrada no terceiro


passo é semelhante do resultado encontrado na derivada de t, o que significa que
estamos no caminho certo.
Para que os resultados sejam iguais, devemos multiplicar toda a equação por
2
 y  x   2   2 y 3
dy 2 2 dy 4 2
y 3  y  2 x .
dx x dx x
Quinto passo:
Devemos fazer as substituições encontradas, no valor representado na
terceira etapa.
De modo que ela fique na forma de uma equação linear.
dy 4 2 t 4t
 2 y 3  y  2 x    2 x
dx x x x
Sexto Passo:
Como a equação acima é uma equação linear, fazemos a substituição da
variável t por uv e derivá-lo em relação a x.
t  uv
t v u
u v
x x x
v u 4uv
u v   2 x
x x x
Sétimo Passo:
Seguiremos os passos para resolução de uma equação linear pelo método de
Lagrange.

v u 4uv  v 4v  u
u v   2 x  u     v  2 x .
x x x  x x  x

1º) v  4v  0  v  4v  
v
 4
x
 Ln v  4 Ln x  Ln v  Ln x 4 
x x x x v x
v  x4 .

2º) v u  2 x  x 4 u  2 x  ( x )   u  2 x 3 x  u  12  C
4

x x x
Como t  uv , fazemos agora a substituição de u e v pelos valores
encontrados.
 1 
t  x 4  2  C   t  x 2  Cx 4
x 
192

Oitavo Passo:
Nosso Objetivo era encontrar o valor de y, por isso, voltamos na substituição

t  y 2 e substituímos t pelo valor encontrado acima.


y 2  x 2  Cx 4 , logo o valor de y é o inverso do valor de t.
1
y2  , substituindo na solução geral as condições dadas y (1)  1 ,
x  Cx 4
2

encontramos:
1
y2 
1
 (1) 2
 4  1
1
 1 C  1 C  0
x  Cx
2 4
(1)  C (1)
2
1 C

Logo:
1
y2 
x2

Resposta final: y 2  12
x

11.2.5 Exemplo 5

y'2 xy  xy 3
Primeiro passo:

Escrever a equação na forma y .


x
y
 2 xy  xy 3
x
Segundo Passo:
A equação já se encontra na forma de Bernoulli.
P ( x )  2 x
A equação obtida é uma equação de Bernoulli, com
Q( x)  x
Terceiro Passo:
Devemos eliminar o acompanhante de Q(x) , por isso multiplicamos pelo seu
inverso.
y dy
 2 xy  xy 3  ( y 3 )  y 3  2 xy 2  x .
x dx
Quarto Passo:
193

Fazemos uma mudança de variável, onde chamaremos o acompanhante de


P (x ) de t e o derivaremos em função de x .
t  y 2  t y .
 2 y 3
x x
Podemos observar que a primeira parte da equação encontrada no terceiro
passo é semelhante do resultado encontrado na derivada de t, o que significa que
estamos no caminho certo.
Para que os resultados sejam iguais, devemos multiplicar toda a equação por
2.
 2 xy 2  x   2   2 y 3
dy dy
y 3  4 xy 2  2 x .
dx dx
Quinto passo:
Devemos fazer as substituições encontradas, no valor representado na
terceira etapa.
De modo que ela fique na forma de uma equação linear.
dy t
 2 y 3  4 xy 2  2 x   4 xt  2 x
dx x
Sexto Passo:
Como a equação acima é uma equação linear, fazemos a substituição da
variável t por uv e derivá-lo em relação a x.
t  uv
t v u
u v
x x x
v u
u v  4 xuv  2 x
x x
Sétimo Passo:
Seguiremos os passos para resolução de uma equação linear pelo método de
Lagrange.

v u  v  u
u v  4 xuv  2 x  u   4 xv   v  2 x .
x x  x  x

1º) v  4 xv  0  v  4 xv  v v  e 2x .
2

 v  4 xx  Ln v  2x 


2

x x
194

u 1 u
2º) v  2 x   2 x  u  2 xe 2 x2
x   u  2 xe
2 x2
x 
e 2 x x
2
x
1
u   e2x  C
2

2
Como t  uv , fazemos agora a substituição de u e v pelos valores
encontrados.

1   e 2 x  2C 
2
1  1 2 x2 
t  2 x2   e  C   t  2 x2  
e  2  e  2 
K  e2x
2

t 2
2e 2 x
Oitavo Passo:
Nosso Objetivo era encontrar o valor de y, por isso, voltamos na substituição

t  y 2 e substituímos t pelo valor encontrado acima.


K  e2x
2

2
y  2 x2
, logo o valor de y2 é o inverso do valor de t.
2e
K  e2x
2 2

2 2e 2 x
y   y 
2
(Colocando o sinal de negativo em evidência)
K  e2x
2 2
2e 2 x
2
2e 2 x
Resposta Final: y   2

K  e2 x
2

11.2.6 Exemplo 6

Consideremos o crescimento de uma bactéria (que


vamos supor esférica, por simplicidade).
Para cada instante de tempo t, indiquemos por M  M t 
a massa da bactéria,
V  V t  seu volume, S  S t  a área da superfície e

r  r t  o raio.
Supondo a densidade da bactéria constante igual a  , temos M  V .

Vamos construir um modelo matemático levando em conta que a taxa de


crescimento da massa da bactéria é influenciada por dois fatores:
195

(i) A massa M tende a aumentar, devido à alimentação. Como o alimento


entra através da membrana superficial, é razoável supor que este efeito seja
diretamente proporcional à área S da superfície da bactéria;
(ii) Existe uma queima da massa da bactéria devida ao metabolismo. Como
esta queima é mais ou menos uniforme ao longo de todas as partes da
bactéria, é razoável supor que este efeito seja diretamente proporcional à
massa M da bactéria. Consideremos o problema de determinar de que
maneira a massa M varia com a passagem do tempo t .

As duas suposições feitas acima implicam que existem duas constantes   0


e   0 tais que
dM
 S  M
dt
Esta equação ainda está envolvendo duas quantidades M e S que
dependem do tempo.
Para poder resolver a equação é preciso eliminar uma delas.
Note que:
4
V  r 3 e S  4r 2
3
2
 3V  3
Segue daí que S  4   = 4 3 3V  3 . Por outro lado, V 
1 2
M
.
 4  
dM
Substituindo tudo na equação  S  M , encontramos
dt

4 3 3M  3  M
1 2
dM
 2
dt
 3

Vemos que a equação diferencial que governa o crescimento da bactéria e do


tipo
2
dM
 M 3   M ,
dt

4 3 3M  3
1 2

onde  2
e  são constantes positivas.
 3

2
dM 2
A equação  M 3  M é uma equação de Bernoulli, com n  .
dt 3
196

1
1n
Fazendo a substituição z  M  M , temos M  z 3 e M '  3z 2 z ' , que
3

2
dM
transforma a equação  M 3  M em
dt
3z 2 z '  z 2    z 3 ,
Que é equivalente à equação linear
 
z' z
3 3
 t
   3 t
Um fator integrante para a equação z ' z é  e e3 .
3 3
 
Multiplicando z ' z por este fator integrante, encontramos
3 3
t t t
 
e z '
3
e z3
e3 .
3 3
O lado esquerdo desta última EDO é a derivada de um produto.
Assim,
 3t   3t
 e z '  e .
  3
 
Por integração temos
t t

e3z
3  e 3 t .
Calculando a integral, encontramos
t t

e z  e 3 C,
3

Ou seja,
t
 
z  Ce 3

E, finalmente,
t 3
  
M t     Ce 3  .
 
197

Observação: A constante C depende da condição inicial.


Existe um tamanho limite para a célula, que não depende do
tamanho inicial, isto é, qualquer que seja C,
lim 3
M t   3  M eq
t   

Figura 6: Ilustração.

Fonte: UFGRS

Condições iniciais M 0  M eq é que fazem sentido em nosso problema.

Elas correspondem a valores C  0 da constante.


Neste caso, a solução M t  é uma função crescente, pois a exponencial é
decrescente.
Uma condição inicial M 0  M eq é matematicamente possível.

Teríamos C  0 e a solução M t  seria decrescente.

A função constante M t   M eq é a solução que corresponde a C  0 .

É a solução de ´ equilíbrio.
Trata-se de um ponto de equilíbrio estável: tomando uma condição inicial
M 0 próxima do valor de equilíbrio M eq , a solução que se obtém tende a voltar ao
valor de equilíbrio, embora sem atingi-lo num tempo finito.
Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 O conceito de uma equação de Bernoulli;


 A redução de uma equação de Bernoulli a uma equação linear;
 A resolução de equação de Bernoulli.
Complementar
GRINGS, José Fernando. Grings - Equação Diferencial de
Bernoulli (parte 1). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=97sAta4HwMA>. Acesso em: 10
set. 2017.

GRINGS, José Fernando. Grings - Equação Diferencial de


Bernoulli (parte 2). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qXIcD4FvIU0>. Acesso em: 10
set. 2017.

Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo acessando a biblioteca


virtual universitária da Pearson no site da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações Diferenciais.


Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 2, página 41.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Exercícios
AULA 11

1- Resolva as equações de Bernoulli.


y 3
a)  2 x 1 y  x 6 y 3 R  y2 
x Kx  2 x 7
4

y 2 1
b)  y  xy 3 R  y2 
x x x  Cx 4
2

y 1 2x5  K
R y 
2
c)  y  x 2 y 1
x x 5x 2
y y x
d) 2   R  y 3  3x 2  C x 3
x x y 2

2 y3 3x 2
e) y ' y 3 R y 
2

x x Kx 6  1
1
f) x y  y  y 2 Lnx R y
x Ln ( x.e)  Cx
4 1
g) y' y  x5e x y 2 R y
x x e  x 4 e x  Cx 4
5 x

y ex
h)  y  xy 2 R y
x 1  x e x  C
y x3  1
i) 1  x 3
  3x 2 y  2 xy 2  0 R y
x x2  C

y 2 y 3x 2
j)   y2 R y
x x K  x3
y y 2 2 y 2x 2
k)   R y
x x x K  x2
y 1
l)  y  y2 R y
x Ce x  1

y 3e 3 x
m)  3y  y 2 R y
x K  e3x
Aula 12
Equações de Ordem Superior a Primeira – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos ver o conceito de uma equação linear de ordem n, sua
redução de grau e os métodos de resoluções deste tipo de equação.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de ordem n;


 Estudar métodos de resolução de equações diferenciais de ordem
superior.
203

12 INTRODUÇÃO

A estrutura teórica e os métodos de resolução para equações


lineares de ordem mais baixa podem ser estendidos,
diretamente, para equações lineares de ordem mais alta.
Nesta aula, vamos fazer um apanhado geral apontando,
em especial, os exemplos nos quais aparecem fenômenos novos,
devido à grande variedade de situações que podem ocorrer para equações de
ordem mais alta.

12.1 Equações Lineares de ordem n

As equações lineares de ordem n são aquelas da forma:


dny d n 1 y d n2 y
A0  A  A      An y  B 1
dx n 1 dx n 2
1 2
dx n

Onde B , A0 , A1 , A2 , ..., An dependem apenas de x ou são constantes.

Nesta aula estudaremos apenas o último caso, salvo para B , que será nulo
ou função de x .
Se B  0 , temos:
dny d n 1 y d n2 y
A0  A  A      An y  0 2
dx n 1 dx n 2
1 2
dx n

Isso é a equação denominada linear e homogênea de ordem n .


A solução deste tipo de equação, contém n constantes arbitrárias.
Se y1 , y 2 , ..., y n forem soluções particulares da equação 2  e C1 , C2 ,..., Cn

designarem constantes, a expressão y  C1 y1  C2 y 2      Cn y n também será

solução de 2  .
Assim, temos:
d n y1 d n 1 y1 d n 2 y1
A0  A  A      An y1  0
dx n 1 dx n  2
1 2
dx n
d n y2 d n 1 y 2 d n2 y 2
A0  A1  A2      An y 2  0
dx n dx n 1 dx n2

204

d n yn d n 1 y n d n2 y n
A0  A  A      An y n  0
dx n 1 dx n 2
1 2
dx n

Multiplicamos essas equações ordenadamente por C1 , C2 ,..., Cn e somamos.

Assim, teremos:
dn d n 1
A0 C y  C y      C y   A C1 y1  C 2 y 2      C n y n       An C1 y1  C 2 y 2      C n y n   0
dx n 1
1 1 2 2 n n 1
dx n

O que justifica a afirmação inicial.

Se y1 , y 2 , y 3 , ..., y n forem soluções particulares de y1 , a expressão

yc  C1 y1  C2 y 2      Cn y n 3 será solução geral de 2  , desde que as funções y1 ,

y 2 , y 3 , ..., y n sejam linearmente independentes.

12.2 Equações Lineares e Homogêneas de Coeficientes Constantes

Como já vimos anteriormente, as equações lineares e


homogêneas de coeficientes constantes são aquelas da forma:
dny d n 1 y d n2 y
A0  A  A      An y  0 1
dx n 1 dx n 2
1 2
dx n

Onde A0 , A1 , A2 , ..., An são constantes. Vamos aprender como resolver este

tipo de equação:
Para n  1
dy
A0  A1 y  0
dx
Separamos as variáveis:
dy A
  1 dx
y A0
Integrando temos:
dy A A
 y
   1 dx  Ln y   1 x  C
A0 A0

A1
 x
Pela definição do logaritmo, y  e A0
 eC
205

Assim:
y  Ce rx
A1
Já que chamamos  de r . Para n qualquer, y  Ce rx , derivamos em
A0

relação a x , até a n-ésima ordem:


dy
 rCe rx
dx
d2y
 r 2 Ce rx
dx 2
d3y
3
 r 3 Ce rx
dx

dny
n
 r n Ce rx
dx

Substituímos esses valores na equação 1 e teremos:

A0 r n Ce rx  A1 r n 1Ce rx  A2 r n 2 Ce rx      An Ce rx  0

Evidenciamos o termo comum Ce rx :



Ce rx A0 r n  A1 r n 1  A2 r n 2      An  0 

Como Ce rx é diferente de zero, podemos escrever:


A0 r n  A1r n 1  A2 r n2      An

Chamada de equação característica da equação dada.

Em relação à equação característica, temos três casos a


considerar:

Tipo 1: A equação característica admite somente raízes reais e distintas:


Sejam r1 , r2 , r3 , ..., rn raízes da equação característica:

y1  C1e r1x
206

y 2  C 2 e r2 x
..........................

y n  C n e rn x
Assim, já que a solução geral é dada por C1 y1  C2 y 2      Cn y n , teremos:

y  C1e r1x  C 2 e r2 x      C n e rn x

12.2.1 Exemplo 1

y ' '5 y '6 y  0


Solução:
Formamos a equação característica: r 2  5r  6  0 e
encontramos 2 e 3 como raízes. Então: y  C1e 2 x  C2 e 3 x , que é
a solução geral.

Tipo 2: A equação característica admite raízes complexas distintas.


Sejam rp  a  bi e rq  a  bi as raízes da equação característica.

y p  C p e a bi x

y q  C q e a bi x

Como y  y p  y q , teremos:

y  C p e a bi x  C q e a bi x

y  C p e ax e bix  C q e ax e bix

Evidenciamos:

y  e ax C p e bix  C q e  bix 
As fórmulas de Euler nos fornecem:
e i  cos   isen
e  i  cos   isen

Assim:
y  e ax C p cos bx  isenbx  C q cos bx  isenbx
207


y  e ax C p  C q cos bx  i C p  C q senbx 

 
Chamamos C p  Cq de A e i C p  Cq de B , temos a solução geral:

y  e ax  A cos bx  Bsenbx

12.2.2 Exemplo 2

y ' ' y  0

Solução:
Formamos a equação característica:
r2 1  0
r1  i e r2  i
Na dúvida, relembre o conceito
y  e 0 x C1 cos 1x  C2 sen1x 
de números complexos e como
se encontram as suas raízes.
Solução geral:
y  C1 cos x  C2 senx

Tipo 3: A equação característica admite raízes múltiplas:


Se 1  2   , onde se aplicarmos a regra para raízes

distintas teremos y1  e x e y2  e x .
Só que é necessário encontrar soluções que sejam
linearmente independentes, pois com as raízes sendo iguais temos
y1 e x
  1  constante.
y 2 e x
Assim temos que achar uma segunda solução que seja linearmente
independente.
Supondo que a equação y ' ' ay'by  0 e utilizando o conceito de base em que

y2 x  h.xy1 x , onde y1  e x , temos:


y2 x  h.xy1 x
y 2  h.e x
208

y' 2  h'.e x  hex

y' ' 2  h' '.e x  h' e x  h' e x  2 hex

Substituindo na equação dada:


h' '.e x  2h' e x  2 he x  ah' e x  ahe x  bhex  0

Reordenando:
 
e x h' '2  a h' 2  a  b h  0

Como e x  0 e 2  a  b  0 , temos então:


h' '  0
h'  C
h  Cx  K
Logo:
y 2  h.e x

y 2  Cx  K .e x
Solução geral:
y  C1 y1  C2 y2
y  C1e x  C2 Cx  K e x

fazendo C1  C2 K  C1 e C2 C  C2
y  C1  C2 K e x  C2 Ce x

Temos:
y  C1e x  C2 xex

y  C1  C2 x e x
A propriedade s estende para equações de ordem superior:
y  C1e x  C 2 xe x  C3 x 2 e x      C n x n 1e x

 
y  C1  C 2 x  C3 x 2      C n x n 1 e x ,

fazendo   r1 , temos:
209

y  C1e r1x  C 2 xe r1x  C3 x 2 e r1x      C n x n1e r1x


Ou
 
y  C1  C 2 x  C3 x 2      C n x n 1 e r1x

12.2.3 Exemplo 3

y ' '4 y  4 y  0

Solução:
Fazemos a equação característica:
r 2  4r  4  0
r1  r2  2

Solução geral:
y  C1e 2 x  C2 xe 2 x

12.3 O Método dos Coeficientes Indeterminados

Este método é, também, conhecido como método dos Coeficientes a


determinar (Método de Descartes).
Para calcularmos uma solução particular y da equação linear não homogênea,
de ordem n com coeficientes constantes, obtemos a solução, usando o método dos
coeficientes indeterminados.
Podemos considerar três casos:
1° Caso: B é um polinômio inteiro em x , de grau m . y p

é um polinômio inteiro em x , de grau m  h , sendo h a ordem


da derivada de menor ordem contida na equação.

12.3.1 Exemplo 4

y' '5 y  6 y  2 x 2  1

Solução:
210

Equação característica: r 2  5r  6  0
r1  2
r2  3
Então: yc  C1e 2 x  C 2 e 3 x

Calculamos a solução particular y p :

Como B é um polinômio de 2º grau e o 1º membro da equação tem como


derivada de menor ordem a de grau zero, que é a própria função ym  2, h  0 , tem-

se que y p é do 2º grau.

Assim:
y p  ax 2  bx  c

Derivamos até a ordem da equação dada, temos:


y ' p  2ax  b

y ' ' p  2a

Substituímos na equação dada:


 
2a  52ax  b  6 ax 2  bx  c  2 x 2  1

2a  10 ax  5b  6ax 2  6bx  6c  2 x 2  1

1
6a  2  a
3

 10a  6b  0  6b  10 
1 5
 b
3 9
1 5 5
2a  5b  6c  1 6c  1  2   5   c
3  9 27
Assim:
x 2 5x 5
yp   
3 9 27
Como y  y c  y p

Temos finalmente a solução geral:


x 2 5x 5
y  C1e 2 x  C2 e 3 x   
3 9 27
211

2° Caso: B é da forma e Kx
y p é da forma Ax h e Kx , sendo h o grau de multiplicidade de K como raiz da

equação característica.

12.3.2 Exemplo 5

y' '7 y'12 y  3e  x

Solução:
Calculamos primeiro y c :

Equação característica:
r 2  7 r  12  0
r1  3
r2  4

Então: yc  C1e 3 x  C 2 e 4 x

Assim:
yc  C1e 3 x  C 2 e 4 x

Se y p  ae  x , uma vez que h  0 , pois 1 não é raiz da equação

característica, ao derivar, teremos:


y ' p   ae  x

y ' ' p  ae  x

Substituímos na equação dada:


   
ae x  7  ae x  12 ae x  3e  x

ae  x  7ae  x  12 ae  x  3e  x
20 ae  x  3e  x
3
a
20
Assim:
3 x
yp  e
20
Então a solução geral é:
212

3 x
y  C1e 3 x  C2 e 4 x  e
20

3° Caso: B é da forma senkx ou coskx .

y p será da forma Asenkx  B coskxx h , em que h indica o grau de

multiplicidade da raiz imaginária ki como raiz da equação característica.

12.3.3 Exemplo 6

y' '4 y'3 y  3sen2x

Solução:
Calculamos primeiro y c :

Equação característica:
r 2  4r  3  0
r1  1
r2  3
Então y c será:

yc  C1e x  C 2 e 3 x

Se y p  asen2 x   b cos 2 x x , pois h  0 , já que a equação característica não


0

apresenta a raiz imaginária 2i k  2 .


Assim:
y p  asen2 x   b cos2 x 

Derivamos, encontramos:
y ' p  2a cos 2 x   2bsen2 x 

y ' ' p  4asen2 x   4b cos2 x 

Substituímos na equação dada:

 4asen2x  4b cos2x  42a cos2x  2bsen2x  3asen2x  b cos2x  3sen2x

 4asen2x  4b cos2x  8a cos2x  8bsen2x  3asen2x  3b cos2x  3sen2x


213

Ordenando:
 a  8bsen2x   b  8acos2x  3sen2x

Resolvemos o sistema:
 a  8b  3

8a  b  0
24
b
65
3
a
65
Então:

sen2 x   cos2 x 
3 24
yp  
65 65
Assim, encontramos a solução geral:

sen2 x   cos2 x 
3 24
y  C1e x  C2 e 3 x 
65 65

12.4 Método da Variação dos Parâmetros

Este método é, também, conhecido como método de Lagrange.


Para calcularmos uma solução particular y p pelo método da variação dos

parâmetros ou método de Lagrange, tomaremos a equação linear não-homogênea


de segunda ordem em que A0  1 :

d2y
2
 A1
dy
 A2 y  B 1
dx dx
Ao consideramos a função complementar de uma solução particular expressa
por:
yc  C1 y1 x   C2 y2 x 

com C1 e C2 constantes arbitrárias.


Suponhamos que a solução particular possa ser escrita da forma:
y p  u1 x  y1 x   u 2 x  y 2 x  2
onde para essa expressão ser solução da equação 1 , serão impostas

restrições sobre u1 e u 2 .
214

Derivamos 2  teremos:

y' p  u '1 y1  u1 y'1 u ' 2 y 2  u 2 y' 2

Suponhamos a condição imposta u'1 y1  u'2 y2  0 a  . Em que:

y ' p  u1 y '1 u 2 y ' 2 3


Derivamos 3 :

y ' ' p  u '1 y '1 u1 y ' '1 u ' 2 y ' 2 u 2 y ' ' 2 4

Substituímos as expressões 2  , 3 e 4  em 1 :

u'1 y'1 u1 y' '1 u'2 y'2 u2 y' '2  A1 u1 y'1 u2 y'2   A2 u1 y1  u2 y2   B

Evidenciamos u1 e u 2 :

u'1  y' '1  A1 y' A2 y1   u'2  y' '2  A1 y'2  A2 y2   u1 ' y'1 u'2 y'2  B

Os coeficientes de u1 e u 2 são nulos, uma vez que y1 e y 2 são soluções da

equação característica, ou seja, são soluções de 1 para B  0 .


Assim:
u1 ' y'1 u'2 y'2  B b 

As equações a  e b  formam o sistema de condicionamento.

O determinante desse sistema será o wronskiano das funções y1 e y 2 , que


por hipótese é diferente de zero. Assim:

u '1 y1  u ' 2 y 2  0

u '1 y '1 u ' 2 y ' 2  B

Não é recomendável para equações de ordem superior à Terceira.


215

12.4.1 Exemplo 7

y' ' y  2 xe x
Solução:
Solução:
Formamos a equação característica:
r 2 1  0
r1  1 e r2  1

Calculamos agora y c :

yc  C1e x  C2 e  x

Calculamos y p :

y p  u1e x  u 2 e  x

y ' p  u '1 e x  u1e x  u ' 2 e  x  u 2 e  x

Supondo que u'1 e x  u'2 e  x  0

y ' p  u1e x  u 2 e  x

y ' p  u '1 e x  u1e x  u ' 2 e  x  u 2 e  x

Sistema de condicionamento:
u '1 e x  u '2 e  x  0

u '1 e x  u '2 e  x  2 xe x

Resolvendo o sistema:
x2
2u '1 e  2 xe u'1  x
x x
u1   u '1 dx u1   xdx  u1 
2
u '1 e x  u '2 e  x  0  u'2 e  x  u'1 e x  u '2 e  x   xe x  e x  u' 2   xe 2 x

u 2   u ' 2 dx

u 2    xe 2 x dx
216

Calculamos a integral acima:


x 1
  xe2 x dx =  e 2 x  e 2 x
2 4
Em que:
x 1 x2
yp   ex  ex  ex
2 4 2
Logo, a solução geral será:
x 1 x2
y  C1e x  C 2 e  x  e x  e x  e x
2 4 2
Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 Equações lineares de ordem n;


 Equações lineares e homogêneas de coeficientes constantes;
 O método dos coeficientes indeterminados;
 Método de Variação dos Parâmetros.
Complementar
MEDEIROS, Rex. Resolução numérica de EDO de ordem
superior. 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JzFk-m0L164>.Acesso em: 10
set. 2017.

GRINGS, José Fernando. Grings - Equação Diferencial de


ordem superior - Aula 6. 2013. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=1U3pelqDxO0>. Acesso em: 10
set. 2017.

Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo acessando a biblioteca virtual
universitária da Pearson no site da UniRedentor.

RIGOTTI, Alexandre. Equações Diferenciais. São Paulo: Pearson, 2015, capítulo 3,


página 92.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Exercícios
AULA 12

1- Resolva a equação y' ' y  4e x pelo método de


Variação de Parâmetros.

2- Resolva a mesma equação do exercício anterior pelo


Método dos Coeficientes a determinar:

3- Sabendo que você irá encontrar raízes reais e distintas na equação linear e
homogênea de coeficientes constantes y ' '7 y '12 y  0 , qual a solução geral:

a) y  C1e3 x  C2 e 4 x

b) y  C1e x  C2 e 4 x

c) y  C1e 3 x  C2 e 4 x

d) y  C1e 3 x  C2 e 4 x

e) y  C1e 3 x  C2 e 4 x

4- Sabendo que você irá encontrar raízes complexa e distintas na equação

d4y
linear e homogênea de coeficientes constantes  y  0 , qual a solução
dx 4
geral:

a) y  C1e  C2 e
x x
 C3 cos2 x   C4 senx 

b) y  C1e  C 2 e
x x
 C3 cos x   C4tg x 

c) y  C1e  C 2 e
x x
 C3 cos y   C4 senx 

d) y  C1e  C 2 e
x x
 C3 cosx   C4 senx 

e) y  C1e  C2 e
x x
 C3tg 2 x   C4 senx 
221

5- Sabendo que você irá encontrar raízes múltiplas na equação linear e

d2y dy
homogênea de coeficientes constantes 2
 2  y  0 , qual a solução
dx dx
geral:

a) y  C1  C2 x e x

b) y  C1  C2 x e  x

c) y  C1  C2 x e 2 x

d) y  C1  C2 e  x

e) y  C1  C2 xe 2 x

6- Usando o método dos coeficientes a determinar, marque a opção que


defina a solução geral da Equação y ' ' '4 y '  1  3 x :
2 x
a) y  C1  C2 e  C3 e 2 x  3 x 2  x
3 x
b) y  C1  C2 e  x  C3e 2 x  x 2 
8 4
3 x
c) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  x 2 
8 4
3 x
d) y  C1  C2 e 2 x  C3e x  x 2 
8 4
3 x
e) y  C1  C2 e 2 x  C3e x  x 2 
8 4

7- Usando o método dos coeficientes a determinar, marque a opção que

defina a solução geral da Equação y' '4 y'4 y  8e 2 x :

a) y  C1e 2 x  C2 xe2 x  4 x 2 e 2 x

b) y  C1e 2 x  C2 xe2 x  4 xe2 x

c) y  C1e x  C2 xe2 x  4 x 2 e 2 x

d) y  C1e 2 x  C2 e 2 x  4 x 2 e 2 x
e) Nenhuma das alternativas anteriores
222

8- Usando o método dos coeficientes a determinar, marque a opção que


defina a solução geral da equação y' ' '4 y  12sen2 x:

a) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  cosx 
3
4

b) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  cos2 x 
3
4

c) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  sen2 x 
3
4

d) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  cos2 x 
1
2

e) y  C1  C2 e 2 x  C3e 2 x  senx 
3
4
Gabarito
AULA 12

x
1- y  C1e  C2 e  2 xe
x x

x
2- y  C1e  C2 e  2 xe
x x

3- A

4- D

5- B

6- C

7- A

8- B
Aula 13
Equações de Ordem Superior a Primeira – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos ver algumas aplicações de equação linear de ordem n e


alguns exemplos resolvidos desse tipo de equações.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver as equações diferenciais lineares de ordem n;


 Estudar métodos de resolução de equações diferenciais de ordem
superior;
 Aplicações de Equações Lineares de ordem n em diversas áreas.
225

13 INTRODUÇÃO

A estrutura teórica e os métodos de resolução para equações


lineares de ordem mais baixa podem ser estendidos,
diretamente, para equações lineares de ordem mais alta.
Nesta aula, vamos fazer um apanhado geral apontando,
em especial, os exemplos nos quais aparecem fenômenos novos,
devido à grande variedade de situações que podem ocorrer para equações de
ordem mais alta.
Também veremos algumas aplicações deste tipo de equações na área da
Física e Engenharia.

13.1 Sistema Massa-Mola: Movimento Livre Não Amortecido

Lei de Hooke: Suponha que uma mola flexível esteja


suspensa verticalmente em um suporte rígido e que então uma
massa m seja conectada à sua extremidade livre.
A distensão ou elongação da mola naturalmente
dependerá da massa; massas com pesos diferentes distenderão
a mola diferentemente.
Pela lei de Hooke, a mola exerce uma força restauradora F oposta à direção
do alongamento e proporcional à distensão s .
Enunciado de forma simples, F  ks onde K é a constante de
proporcionalidade chamado constante da mola.
A mola é essencialmente caracterizada pelo número k.
1
Por exemplo, se uma massa de 10 libras alonga em pé uma mola, então
2
1 k  20 lb / pés .
10k   implica que Então uma massa de, digamos, 8lb
2
2
necessariamente estica a mesma mola somente pé.
5
226

Segunda Lei de Newton: Depois que uma massa m é


conectada a uma mola, provoca uma distensão s na mola e
atinge sua posição de equilíbrio no qual seu peso W é igual à
força restauradora ks .
Lembre-se de que o peso é definido por W  mg , onde

g  32 pés / s 2 , 9,8m / s 2 ou 980 cm / s 2 .

Figura 7: Segunda lei de Newton.

Fonte: BENEVIDES (2012)

Conforme indicado na figura acima, a condição de equilíbrio é mg  ks ou


mg  ks  0 .
Se a massa for deslocada por uma quantidade x de sua posição de equilíbrio,
a força restauradora da mola será então k x  s .
Supondo que não haja forças de retardamento sobre o sistema e supondo
que a massa vibre sem a ação de outras forças externas – movimento livre –
podemos igualar F com a força resultante do peso e da força restauradora:
d 2x
m  k x  s   mg =  kx  mg  ks , sendo mg  ks  0 , temos
dt 2
d 2x
m 2  kx 1
dt
227

O sinal negativo indica que a força restauradora da mola age no sentido


oposto ao do movimento. Além disso, podemos adotar a convenção de que os
deslocamentos medidos abaixo da posição de equilíbrio são positivos.

Equação Diferencial do Movimento Livre sem


Amortecimento
Dividindo 1 pela massa m , obtemos a equação
diferencial de segunda ordem
d 2x k
 x0 2
dt 2 m
Ou
d 2x
2
 2 x  0 , 3
dt
k
em que  2  .
m
Dizemos que a equação 3 descreve um movimento harmônico simples, ou
movimento livre sem amortecimento.
Há duas condições iniciais óbvias associadas a 3 .

x0   , x' 0   4

Representando o deslocamento inicial e a velocidade inicial, respectivamente.


Por exemplo, se   0 ,   0 , a massa parte de um ponto abaixo da posição
de equilíbrio com velocidade inicial dirigida para cima.

Se   0 ,   0 , a massa é solta a partir do repouso de um ponto  unidades

acima da posição de equilíbrio, e assim por diante.

Solução e Equação de Movimento


Para resolver a Equação 3 , observamos que as soluções da equação

auxiliar m2  2  0 são números complexos m1   i , m2   i . Assim,

determinamos a solução geral de 3 como:

xt   C1 cost   C2 sent  5


228

2
O período das vibrações livres descritas por 5 é T  e a frequência é

1 
f   .
T 2
2
Por exemplo, para xt   2 cos3t   4sen3t  , o período é e a frequência é
3
3
unidades; o segundo número significa que há três ciclos do gráfico a cada 2
2
3
unidades ou, equivalentemente, que a massa está sujeita a vibrações completas
2
por unidade de tempo.
2
Além disso, é possível mostrar que o período é o intervalo de tempo entre

dois máximos sucessivos de xt  .

Lembre-se de que o máximo de xt  é um deslocamento positivo


correspondente à distância máxima de xt  é um deslocamento positivo
correspondente à distância máxima atingida pela massa abaixo da posição de
equilíbrio, enquanto o mínimo de xt  é um deslocamento negativo correspondente à
altura máxima atingida pela massa acima da posição de equilíbrio.
Vamos nos referir a cada caso como deslocamento extremo da massa.
Finalmente, quando as condições iniciais forem usadas para determinar as
constantes C1 e C2 em 5 , diremos que a solução particular resultante ou a
resposta é a equação do movimento.

13.1.1 Exemplo 1

Uma massa de 2 libras distende uma mola em 6


polegadas.
Em t  0 , a massa é solta de um ponto 8 polegadas
4
abaixo da posição de equilíbrio, a uma velocidade de pés/s
3
para cima.
Determine a equação do movimento livre.
Solução:
229

Convertendo as unidades:
1
6 polegadas = pé
2
2
8 polegadas = pé
3

Devemos converter a unidade de peso em unidade de massa:

W 2 1
M   slug.
g 32 16

1
Além disso, da lei de Hooke , 2  k   implica que a constante de mola é
2
k  4 lb/pé, Logo resulta em:
1 d 2x
 4 x
16 dt 2
d 2x
 64 x  0
dt 2
r 2  64  0
r  8i
xt   C1 cos8t   C2 sen8t 

O deslocamento e a velocidade iniciais são x0  e x' 0   .


2 4
3 3
O sinal de negativo na última condição indica a direção negativa da
velocidade inicial, ou seja, para cima.
Aplicando as condições iniciais na equação acima, temos:

C1 cos8  0  C2 sen8  0 
2 2
 C1 
3 3

xt   cos8t   C2 sen8t 


2
3

x' t    sen8t   8C2 cos8t 


16
3
230

sen8  0  8C2 cos8  0    C2  


16 4 1

3 3 6

Portanto: xt   cos8t   sen8t 


2 1
3 6

13.2 Movimento Amortecido

O conceito de movimento harmônico livre é um tanto quanto


d 2x k
irreal, uma vez que é descrito pela Equação  x  0 sob a
dt 2 m
hipótese de que nenhuma força de retardamento age sobre a
massa em movimento.
A não ser que a massa seja suspensa em um vácuo perfeito, haverá pelo
menos uma força contrária ao movimento em decorrência do meio ambiente.

Equação Diferencial do Movimento Livre Amortecido


No estudo de mecânica, as forças de amortecimento que atuam sobre um
corpo são consideradas proporcionais a uma potência da velocidade instantânea.
Em particular, vamos supor durante toda a discussão subsequente que essa
dx
força é dada por um múltiplo constante de .
dt
Quando não houver outras forças externas agindo sobre o sistema, segue na
segunda lei de Newton que
d 2x
m 2
 kx  
dx
1
dt dt

em que  é uma constante de amortecimento positiva e o sinal de subtração


indica que a força de amortecimento atua em direção oposta ao movimento.
Dividindo-se 1 pela massa m , obtemos a equação diferencial do
movimento livre amortecido.
d 2 x  dx kx
  0 2
dt 2 m dt m
Ou,
d 2x
2
 2
dx
 2 x  0 3
dt dt
231

Fazemos as seguintes identificações na equação 3



2  , 2 
k
, 4
m m
O símbolo 2 é usado somente por conveniência algébrica, pois a equação
auxiliar é m  2   2  0 e as raízes correspondentes são, portanto,

m1    2  2 , m2    2  2 .

Podemos agora distinguir três casos possíveis, dependendo do sinal algébrico


de 2   2 .
Como cada solução contém o fator de amortecimento e  t ,   0 , o
deslocamento da massa fica desprezível após um longo período.

CASO I: Superamotercido
2   2  0
xt   C1e m1t  C2 e m2t

Essa equação representa um movimento suave e não oscilatório.


CASO II: Amortecimento Crítico
2   2  0
xt   e t C1  C2t 

Observe que o movimento é bem semelhante ao sistema superamortecido.


É também evidente de xt   e t C1  C2t  que a massa pode passar pela
posição de equilíbrio no máximo uma vez.
Qualquer decréscimo na força de amortecimento resulta em um movimento
oscilatório.

CASO III: Subamortecido


2   2  0

   
xt   e t C1 cos  2  2 t  C2 sen  2  2 t 
232

  
O movimento descrito em xt   e t C1 cos  2  2 t  C2 sen  2  2 t   é
oscilatório; mas, por causa do fator e  t , as amplitudes de vibração  0 quando
t .

13.2.1 Exemplo 2

Um peso de 0,5 Kg é atado a uma mola de 1,5 m de


comprimento.
Na posição de equilíbrio, o comprimento da mola é de
2,48 m.
Se o peso for suspenso e solto a partir do repouso de um
ponto 2 m acima da posição de equilíbrio, encontre o
deslocamento x (t ) se é sabido ainda que o meio ambiente oferece resistência
numericamente igual à velocidade instantânea.
m  0,5 Kg  f ( x )  kx  0,5  9,8  k (2,48  1,5)  4,9  k (0,98)  k  5 N/m.

k  5 N/m

A velocidade é determinada pela primeira derivada, logo o dobro seria


x
representada por .
t
Substituindo os valores na expressão temos:
 2 x x 2x x
0,5   5 x  0  0 ,5   2  10 x  0
t 2
t t 2
t

As condições iniciais são


x(0)  2 , x ' (0)  0
Equação característica:
r 2  2r  10  0  r1  1  3i e r2  1  3i

Assim, o sistema é criticamente amortecido e x(t )  e t C1 cos 3t  C2 sen3t  .


Condição inicial:
x(0)  2   2  e 0 C1 cos 3(0)  C2 sen3(0)  C1  2
233

x ' (0)  0  x' (t )  e t C1 cos 3t  C2 sen3t   e t  3C1 sen3t  3C2 cos 3t  

0  e ( 0)  2 cos 3(0)  C2 sen3(0)  e (0) 6sen3(0)  3C2 cos 3(0)  0   2  3C2  

0  2  3C2
2
 C2   .
3

Resposta: x(t )  e t   2 cos 3t  sen3t 


2
 3 

13.3 Exercícios Resolvidos

Resolva as equações diferenciais de ordem superior:

a) y ' ' ' '10 y ' ' '32 y ' '38 y '15 y  0
Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:
r 4  10 r 3  32 r 2  38 r  15  0 , logo temos uma equação
polinomial de grau 4 e temos que resolvê-la.
Temos vários métodos para resolvermos esse tipo de
equação, porém vamos utilizar o Teorema das Raízes
Racionais e o Dispositivo de Briot-Ruffini.
Verificamos pelo Teorema da Raízes Racionais que os divisores de 15 são:
D15   1;3;5;15, verificando, vemos que 1 é só solução da equação
característica:
P(1)  (1) 4  10(1) 3  32(1) 2  38(1)  15  0 , logo podemos afirmar que 1 é raiz da
equação.
Podemos verificar todos os valores, porém convém agora usar o dispositivo
de Briot-Ruffini e reduzir o grau dessa equação:

Como a equação original era uma equação de grau 4, com esse procedimento
obtemos uma equação de grau 3.
234

r 4  10 r 3  32 r 2  38 r  15  0  r 3  9r 2  23r  15  0 , fazendo o mesmo


processo utilizado acima, encontramos que D15   1;3;5;15,
verificando, vemos que 1 também é solução da equação característica:
Aplicando novamente o dispositivo de Briot-Ruffini, para reduzirmos
novamente o grau da equação.

Como a equação era uma equação de grau 3, com esse procedimento


obtemos uma equação de grau 2.
r 4  10 r 3  32 r 2  38 r  15  0  r 3  9r 2  23r  15  0  r 2  8r  15  0 ,
resolvendo a equação obtida agora. Encontramos que r  5 e r  3
Dessa forma encontramos as quatro raízes da equação característica
r 4  10 r 3  32 r 2  38 r  15  0 que são: r1  1, r2  1 , r3  3 e r4  5

Como temos 4 raízes e observamos que elas atendem a dois casos das
equações características, devemos mesclar as respostas.
r1  r2  r3  r4

Resposta: y  C1e x  C 2 xe x  C 3 e 3 x  C 4 e 5 x

b) y ' ' '3 y ' ' y '3 y  0


Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:
r 3  3r 2  r  3  0 , logo temos equação polinomial de grau 3 e temos que
resolvê-la.
Temos vários métodos para resolvermos esse tipo de equação, porém vamos
utilizar o Teorema das Raízes Racionais e o Dispositivo de Briot-Ruffini.
Verificamos pelo Teorema da Raízes Racionais que os divisores de 3 são:
D3   1;3, verificando, vemos que 1 é solução da equação característica:

P(1)  (1) 3  3(1) 2  (1)  3  0 , logo podemos afirmar que 1 é raiz da equação.
235

Podemos verificar todos os valores, porém convém agora usar o dispositivo


de Briot-Ruffini e reduzir o grau dessa equação:

Como a equação original era uma equação de grau 3, com esse procedimento
obtemos uma equação de grau 2.
r 3  3r 2  r  3  0  r 2  2r  3  0 , resolvendo a equação obtida agora.
Encontramos que r  1 e r  3
Dessa forma encontramos as três raízes da equação característica
r 3  3r 2  r  3  0 , que são: r1  1 , r2  1 ,e r3  3

Como as três raízes são diferentes a solução da equação y ' ' '3 y ' ' y '3 y  0 ,
será da forma:
Resp: y  C1e  x  C 2 e x  C3 e 3 x

c) y ' '2 y '10 y  0


Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:
r 2  2r  10  0 , logo temos equação polinomial de grau 2 e temos que
resolvê-la.
Podemos resolver tal equação utilizando a fórmula de Bhaskara e
encontraremos   36 , o que caracteriza que a equação possui soluções
complexas. Lembrete: i 2  1

b   (2)   36 2  36i 2 2  6i 2(1  3i)


r  r  r  r  r
2a 2(1) 2 2 2
 r  1  3i , logo
r1  1  3i e r2  1  3i , onde a  1 e b  3
236

Como as duas raízes são diferentes e complexas, a solução da equação


y ' '2 y '10 y  0 , será da forma: y  e ax C1 cos(bx)  C2 sen(bx)

Resp: y  e1x C1 cos(3x)  C2 sen(3x) y  e x C1 cos(3x)  C2 sen(3x)

d) y ' ' '10 y ' '33 y '36 y  0


Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:
r 3  10 r 2  33r  36  0 , logo temos equação polinomial de grau 3 e temos
que resolvê-la.
Temos vários métodos para resolvermos esse tipo de equação, porém vamos
utilizar o Teorema das Raízes Racionais e o Dispositivo de Briot-Ruffini.
Verificamos pelo Teorema da Raízes Racionais que os divisores de 36 são:
D36   1;2;3;4;6;9;12;18;36, verificando, vemos que – 3 é solução
da equação característica:
P(3)  (3) 3  10(3) 2  33(3)  36  0 , logo podemos afirmar que – 3 é raiz
da equação.
Podemos verificar todos os valores, porém convém agora usar o dispositivo
de Briot-Ruffini e reduzir o grau dessa equação:

Como a equação original era uma equação de grau 3, com esse procedimento
obtemos uma equação de grau 2.
r 3  10 r 2  33r  36  0  r 2  7 r  12  0 , resolvendo a equação obtida agora.
Encontramos que r  3 e r  4
Dessa forma encontramos as três raízes da equação característica
r 3  3r 2  r  3  0 , que são: r1  3 , r2  3 ,e r3  4
237

Como as duas raízes são diferentes e uma raiz igual a solução da equação
y ' ' '10 y ' '33 y '36  0 , será da forma: y  C1e r1x  C 2 e r2 x  C 3 e r3 x  ...  C n e rn x e

y  C1e r1x  C 2 xe r1x  C3 x 2 e r1x  ...  C n x n 1e r1 x

Resp: y  C1e 4 x  C 2 e 3 x  C3 xe 3 x

 y ( 0)  2

e) y ' ' '4 y ' '15 y '18 y  0  y ' (0)  4
 y ' ' (0)  88

Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:
r 3  4r 2  15 r  18  0 , logo temos equação polinomial de grau 3 e temos que
resolvê-la.
Temos vários métodos para resolvermos esse tipo de equação, porém vamos
utilizar o Teorema das Raízes Racionais e o Dispositivo de Briot-Ruffini.
Verificamos pelo Teorema da Raízes Racionais que os divisores de 18 são:
D18   1;2  3;6;9;18, verificando, vemos que  1 é solução da
equação característica:
P(1)  (1) 3  4(1) 2  15 1  18  0 , logo podemos afirmar que  1 é raiz da
equação.
Podemos verificar todos os valores, porém convém agora usar o dispositivo
de Briot-Ruffini e reduzir o grau dessa equação, temos que observar que não
temos o termo de grau 2, logo temos que colocar o zero no lugar desse termo:

Como a equação original era uma equação de grau 3, com esse procedimento
obtemos uma equação de grau 2.
r 3  4r 2  15 r  18  0  r 2  3r  18  0 , resolvendo a equação obtida agora.

Encontramos que r  3 e r  6
238

Dessa forma encontramos as três raízes da equação característica


r 3  4r 2  15 r  18  0 , que são: r1  1 , r2  3 e r3  6

Como as três raízes são diferentes a solução da equação


y ' ' '4 y ' '15 y '18 y  0 , será da forma: y  C1e r x  C 2 e r x  C3 e r x  ...  C n e r x
1 2 3 n

Portanto a solução geral será:


y  C1e  x  C 2 e 3 x  C3 e 6 x

Como no início da questão foram dadas condições, temos que encontrar o


valor das constantes C1 ; C2 e C3 . Para isso temos que derivar a solução geral

até a 2ª ordem.
y  C1e  x  C 2 e 3 x  C3 e 6 x  y '  C1e  x  3C 2 e 3 x  6C3 e 6 x 

y ' '  C1e  x  9C 2 e 3 x  36C3 e 6 x

Substituindo nas derivadas as condições dadas, temos:


I) y  C1e  x  C 2 e 3 x  C3 e 6 x , sendo y (0)  2

2  C1e ( 0)  C 2 e 3( 0)  C3 e 60   C1  C2  C3  2

II) y'  C1e  x  3C 2 e 3 x  6C3 e 6 x , sendo y ' (0)  4

 4  C1e 0   3C 2 e 30   6C3 e 60    C1  3C 2  6C3  4

III) y ' '  C1e  x  9C 2 e 3 x  36C3 e 6 x , sendo y ' ' (0)  88

88  C1e 0   9C 2 e 0   36C3 e 60   C1  9C2  36C3  88

Observamos que podemos formar um sistema com as equações encontradas:


C1  C 2  C 3  2

 C1  3C 2  6C 3  4
C  9C  36C  88
 1 2 3

Para resolver esse sistema, utilizaremos o método do escalonamento,


montando para isso uma matriz com os coeficientes das equações:
1 1 1 2
 1 3  6  4 , nosso objetivo é zerar os valores abaixo do 1 da primeira
1 9 36 88

linha, para isso vamos multiplicar a linha 1 por somar a linha 1 com a linha 2;
e multiplicarmos a linha 1 por  1 e somarmos com a linha 3.
239

1 1 1 2 1 1 1 2
L  L1  L2
1 3  6  4 2  0 4  5  2 , agora devemos olhar
L   L1  L3
1 9 36 88 3 0 8 35 86

para a segunda linha, para zerarmos o valor abaixo do 4, para isso


multiplicaremos a nova linha 2 por  2 e somaremos com a linha 3.
1 1 1 2 1 1 1 2
0 4  5  2 L3  2L2  L3  0 4  5  2 .
0 8 35 86 0 0 45 90

Agora já podemos encontrar os valores das constantes C1 ; C2 e C3 .

C1  C 2  C3  2
 45C3  90
 4C 2  5C 3   2 , ou seja, , substituindo na segunda
 C3  2
 45C 3  90

equação temos:
4C2  5C3  2  4C2  5C3  2  4C2  52  2  C2  2 , por fim resolvemos

a primeira
C1  C2  C3  2  C1  2  C2  C3  C1  2  2  2  C1  2

Substituindo os valores das constantes na solução geral temos:


Resp: y  C1e  x  C2 e3 x  C3e 6 x  y  2e  x  2e 3 x  2e 6 x

f) y' '4 y  8x  x  12
2

Como a equação acima é uma equação não-homogênea, temos que a sua


solução será composta de duas partes.
Sua solução será da forma: y  y c  y p , onde y c representa uma função

complementar e y p , uma solução particular.

A função complementar y c , será formada pela equação característica da

forma homogênea., ou seja,


y c  y ' '4 y  0

Podemos escrever a equação utilizando uma equação característica:


r 2  4  0 , logo temos equação polinomial de grau 2 e temos que resolvê-la.
240

Resolvendo tal equação, temos que r1  2 e r2  2 , logo a y c será da forma:

y c  C1e 2 x  C 2 e 2 x

Temos agora que encontrar a equação particular y p , para isso temos que

verificar que é o m (grau do polinômio B) e o h (0rdem da menor derivada da


equação).
B  8 x 2  x  12  grau 2, logo m  2
y ' '4 y  0  menor derivada de ordem zero ( y ) , logo h  0 .

A solução particular y p será um polinômio de grau m  h , logo de 2º grau.

y p  Ax 2  Bx  C , como a função complementar é uma equação de segunda

ordem, devemos derivar duas vezes a solução particular y p .

y p  Ax 2  Bx  C  y ' p  2 Ax  B  y ' ' p  2 A

Substituindo os valores encontrados na equação original, temos:


y' '4 y  8x 2  x  12  2 A  4( Ax 2  Bx  C )  8x 2  x  12
2 A  4 Ax 2  4 Bx  4C  8 x 2  x  12   4 Ax 2  4Bx  2 A  4C   8x 2  x  12

Resolvendo a igualdade, encontraremos:


1
 4 Ax 2  8 x 2  A  2  4Bx   x  B
4
2 A  4C  12   4C  12  2 2 C  4

Montando a solução particular com os valores de A e B encontrados:


x
y p  Ax 2  Bx  C  y p  2 x 2  4
4

Solução será:
x
y  y c  y p  y  C1e 2 x  C2 e 2 x  2 x 2  4
4
Resumo
Nesta aula vimos:

 Equações lineares de ordem n;


 Equações lineares e homogêneas de coeficientes constantes;
 Aplicações de equações linear de ordem superior.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo acessando a biblioteca
virtual universitária da Pearson no site da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações Diferenciais.


Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 6, página 253.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BENEVIDES, Paula Francis. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: notas de aula.


Curitiba: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba, 2012.
Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/vanessah/ensino/2012-primeiro-
semestre/ma70g-s81-equacoes-diferenciais-ordinarias/equacoes-diferenciais-notas-
de-aula-profa-paula-francis-benevides>. Acesso em: 05 out. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
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EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

STEWART, James. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.
Exercícios
AULA 13

1- Resolva as equações diferenciais de ordem superior:

R: y  C1e  C2 e 4 x
2x
a) y ' '6 y '8 y  0
b) y ' ' ' '10 y ' ' '32 y ' '38 y '15 y  0 R:

y  C1e 3 x  C 2 e 5 x  C3 e x  C 4 xe x

R: y  C1e  C2 xe 4 x
4x
c) y ' '8 y '16 y  0
d) y ' '6 y '13 y  0 R: y  e 3 x C1 cos( 2 x)  C2 sen(2 x)
e) y ' ' '3 y ' ' y '3 y  0 R: y  C1e  x  C 2 e x  C3 e 3 x

f) y ' '2 y '10 y  0 


R: y  e C1 cos3x   C2 sen(3x)
x

R: y  C1  (C 2  C3 x  C 4 x )e
2 x
g) y 4   3 y' ' '3 y' ' y'  0
4 x 2 x
R: y  C1e  C 2 e  C3 e
2x
h) y ' ' '4 y ' '4 y '16 y  0

R: y  C1e  C 2 cos( x)  C3 sen( x)


2x
i) y ' ' '2 y ' ' y '2 y  0
3 x
R: y  C1e  C 2 e  C3 e
2x 4x
j) y ' ' '3 y ' '10 y '24 y  0
4 x 3 x 3 x
k) y ' ' '10 y ' '33 y '36 y  0 R: y  C1e  C2 e  C3 xe

R: y  C1e  e C 2 cos( x)  C3 sen( x)


3x 2x
l) y ' ' '7 y ' '17 y '15 y  0

m) y 4   y' '20 y  0 R:

 
y  C1e 2 x  C 2 e 2 x  C 3 cos x 5  C 4 sen x 5  
R: y  C1e  C 2 xe  C3 x e
2x 2x 2 2x
n) y ' ' '6 y ' '12 y '8 y  0

o) y 4   4 y' ' '12 y' '4 y'13 y  0 R:

y  C1e x  C 2 e  x  e 2 x C3 cos(3x)  C 4 sen(3x)


p) y ' ' ' ' '2 y ' ' ' '14 y ' ' '78 y ' '225 y '  0 R:

y  C1  C 2 e 3 x  C3 xe 3 x  e 4 x C 4 cos3x   C5 sen3x 


245

q) y ' ' ' '5 y ' ' '5 y ' '25 y '26 y  0 R:

y  C1e x  C 2 e 2 x  e 3 x C3 cos 2 x   C 4 sen2 x 

r) y ' ' ' '4 y ' ' '12 y ' '4 y '13 y  0 R:

y  C1e x  C 2 e  x  e 2 x C3 cos3x   C 4 sen3x 

s) y ' ' ' '5 y ' ' '11 y ' '33 y '18 y  0 R: y  C1e x  C 2 xe x  C3 e 3 x  C 4 e 6 x

 y ( 0)  2

t) y ' ' '4 y ' '15 y '18 y  0  y ' (0)  4 R: y  2e  x  2e 3 x  2e 6 x
 y ' ' (0)  88

 y (0)  19

u) y ' ' '4 y ' '67 y '70 y  0  y ' (0)  14 R: y  17 e x  3e 7 x  e10x
 y ' ' (0)  64

 y (0)  1

v) y ' ' '91 y '90 y  0  y ' (0)  10 R: y  e 10x
 y ' ' (0)  100

 y (0)  1
 49 2 x e 3 x e 8 x
w) y ' ' '9 y ' '2 y '48 y  0  y ' (0)  2 R: y  e  
 y ' ' (0)  3 50 25 50

 y (0)  4
x) y ' '8 y '7 y  0  R: y  5e x  e 7 x
 y ' (0)  2
 y (0)  1

 y ' (0)  0

y) y 5   36 y' ' '  0  y ' ' (0)  10 R: y  3  6 x  41x 2  2 cos6 x   sen6 x 
 y ' ' ' (0)  216

 4 
 y (0)  2592

 y ( 0)  0

z) y ' ' '8 y ' '17 y '10 y  0  y ' (0)  8 R: y  29e x  36e 2 x  7e 5 x
 y ' ' (0)  60

246

2- Resolva as equações diferenciais de ordem superior não-homogêneas:


x 1
a) y ' '5 y '6 y  2 x  1 R: y  C1e 2 x  C2 e 3 x  
3 9

x 4 x 3 3x 2
b) y' ' '2 y' '  3x  2 x  1 R: y  C1  C 2 x  C3 e   
2 2x

8 12 8

c) y' '4 y  8x  x  12
2 x
R: y  C1e 2 x  C2 e 2 x  2 x 2  4
4

3 y 2 y y x x 2 5x
d)  2 2  x2 R: y  C1  C 2 e  C3 e 
2x

x 3
x x 4 4
4 y 2 y
e)  4 2  3x 3  2 x  1 R:
x 4
x

2 x 3x 5 5 x 3 x 2
y  C1  C 2 x  C3 e  C4 e 
2x
 
80 48 8
x 2 13 x 271
f) y' '22 y'120 y  3x 2  4,1x R: y  C1e 10 x  C 2 e 12x   
40 300 36000

g) y' '8 y'16 y  2 x 3  5x R:

x3 3 2 11 7
y  C1e  4 x  C 2 xe  4 x   x  x
8 16 64 64
17 2 39 81
h) y' '3 y'2 y  1  x 2  4 x 3 R: y  C1e x  C2 e 2 x  2 x 3  x  x
2 2 4

x3
i) y' ' ' y'   x 2  2 x  4 R: y  C1  C 2 e x  C3 e  x   x 2  2x
3

3- Suponha que a equação característica duma equação diferencial seja

r  12 r  22  0 .
a). Ache uma tal equação diferencial que atenda essa equação característica.
4 
R: y  6 y' ' '13 y' '12 y'4 y
b). Determine a solução geral dela. R: y  C1e  C 2 xe  C3 e  C 4 xe
x x 2x 2x

4- Um peso de 0,25 kg é atado a uma mola com constante de elasticidade


igual a 4 N/cm. Supondo que uma força de amortecimento igual ao dobro da
velocidade instantânea atua no sistema, determine a equação de movimento
se o peso parte da posição de equilíbrio com velocidade de 3 m/s para cima.
Resposta: x(t )  3te 4t
Aula 14
Transformada de Laplace – Parte I

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula você verá resoluções de equações diferenciais pela


transformada de Laplace.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Estudar a transformada de Laplace;


 Resolver às equações diferenciais pela transformada de Laplace;
 Estudar a inversa de Laplace.
248

14 INTRODUÇÃO – TRANSFORMADA DE LAPLACE

Muitos
problemas
práticos de
engenharia
envolvem
sistemas mecânicos ou Pierre Simon, Marquis de Laplace
elétricos sob a ação de forças (1749-1827)

descontínuas ou de impulsos. Matemático e astrônomo, Laplace nasceu na


Um método Normandia, França. Estudou na Universidade
particularmente adequado para de Caen e aos 19 anos mudou-se para Paris

esses problemas baseia-se na para lecionar na École Militaire. De 1795 a


1799, foi professor da École Polytechnique.
transformada de Laplace.
No início, Laplace causou impacto por
Vamos descrever neste
solucionar um problema complexo de
módulo como esse importante
gravitação mútua que frustrou tanto Euler
método funciona, enfatizando
como Lagrange. Ele era um dos cientistas
problemas típicos que
mais influentes de sua época e era chamado
aparecem nas aplicações de de "Newton da França" pelos seus trabalhos
engenharia. e contribuições para a compreensão da
Como a transformada de estabilidade do sistema solar. Ele generalizou
Laplace envolve uma integral as leis da mecânica para serem aplicadas no
de zero a infinito é necessário movimento e propriedades de corpos

você ter conhecimento sobre as celestes. Também é famoso pelos grandes


tratatos: Mécanique céleste (1799--1825) e
integrais impróprias desse tipo
Théorie analytique des probabilités (1812),
para apreciar, o
que se desenvolveram, em grande parte, por
desenvolvimento subsequente
meio das técnicas matemáticas que Laplace
das propriedades da
havia desenvolvido quando mais jovem.
transformada. Então você
Entre essas técnicas encontram-se as
precisará dos conceitos funções geratrizes, os operadores
aprendidos em Cálculo. diferenciais e as integrais definidas.
E se por acaso alguma
integral for novidade para você
249

é só consultar um livro de Cálculo.

14.1 Definição da Transformada de Laplace

A transformada de Laplace tem esse nome em homenagem ao eminente


matemático francês Pierre Simon Laplace, que estudou a relação 1 descrita abaixo
em 1872.
No entanto, as técnicas descritas neste módulo só foram desenvolvidas um
século depois ou mais tarde.
Elas se devem principalmente, a Oliver Heaviside (1850-1925), um
engenheiro elétrico inglês inovador, mas pouco convencional, que fez contribuições
importantes para o desenvolvimento e a aplicação da teoria eletromagnética.
Entre as ferramentas muito úteis para a resolução de equações diferencias
estão as transformadas integrais. Uma transformada integral é uma relação da
forma:

F s    k s, t  f t dt

1

Onde k s, t  é uma função dada, chamada de núcleo da transformação, e os


limites  e  também são dados. É possível que    ou    ,ou ambos.

A relação 1 transforma a função f em outra função F, que é chamada a


transformada de f.
Existem diversas transformadas integrais úteis, mas iremos considerar, neste
módulo, apenas a transformada de Laplace.
Essa transformada é definida da seguinte maneira:

Suponha que é uma função definida para e que

satisfaz certas condições. Então a transformada de Laplace de ,

que denotamos por ou por , é definida pela equação:

Sempre que essa integral imprópria convergir.


A transformada de Laplace usa o núcleo k s, t   e  st .
250

Como as soluções das equações diferenciais lineares com coeficientes


constantes estão baseadas na função exponencial, a transformada de Laplace é
particularmente útil para essas equações.
A ideia geral que você terá ao usar a transformada de Laplace para resolver
uma equação diferencial será a seguinte:
1) Use a relação 2  para transformar um problema de valor inicial para
uma função desconhecida f no domínio dos t em um problema mais simples
(problema algébrico) para F no domínio dos s.
2) Resolva esse problema algébrico para encontrar F.
3) Recupere a função desejada f de sua transformada F. Essa última
etapa é conhecida como “inverter a transformada”.

Em geral o parâmetro s pode ser complexo, e todo o poder da transformada


de Laplace só se torna disponível quando F s  é considerada uma função de
variável complexa.
No entanto, para os problemas discutidos aqui é suficiente considerar apenas
valores reais de s.

Teorema:
Suponha que:
1) F é seccionalmente contínua no intervalo 0 ≤ t ≤ A para
qualquer A positivo.
2) |f(t)| ≤ k eat quando t ≥ M. Nesta desigualdade, K, a e M são
constantes reais com K e M necessariamente positivas. Então
a transformada de Laplace L(f(t))= F(s), definida pela
equação (2), existe para s > a.

Para estabelecer este teorema, vamos mostrar que a integral na equação 2 


converge para s > a.
Separando a integral imprópria em duas partes, teremos:

e  st f t dt 3
 
e  st f t dt = e  st f t dt +
M

0 
0 
M
251

A primeira integral à direita do sinal de igualdade na equação 3 existe pela


hipótese da integral imprópria em um intervalo limitado que é definido como limite de
integrais em intervalos finitos:

 f t dt =
lim
f t dt
A

a A a
Onde A é um número real positivo.
Se a integral de a até A existe para todo A > a e se existe o limite quando
A   , dizemos que a integral imprópria converge para esse valor limite.
Caso contrário, a integral diverge ou não existe.

Exemplos:
Vamos para o primeiro exemplo para melhor entendimento:
1) Seja f t   e ct , t  0 , onde c é uma constante real não nula. Então:
A
 lim lim e ct

A

A   a
ct ct
e dt = e dt =
a A c 0

 
 lim 1 cA

a
e ct dt =
Ac
e 1

Segue que a integral imprópria converge para o valor -1/c se c < 0 e diverge
se c > 0. Se c = 0, o integrando f(t) é a função constante igual a 1 e a integral
novamente diverge.
Voltando para a equação (3), logo, a existência de F(s) depende da
convergência da segunda integral, para t ≥ M.
Pela hipótese da integral de uma função seccionalmente contínua em um
intervalo finito é simplesmente a soma das integrais nos subintervalos criados pelos
pontos da partição.
Por exemplo, consideremos um certo intervalo:
t1 t2 

 f t dt   f t dt   f t dt   f t dt
 t1 t2

Então pela hipótese acima temos:


e  st f t   Ke  st e at  Ke a  s t ,

E assim, pelo teorema:


252

Se f for seccionalmente contínua para , se

quando para alguma constante positiva M e se

converge, então também converge. Por outro lado, se

para e se diverge, então

também diverge. Voltando a equação existe

se convergir.

2) Seja f t   senat  , t ≥ 0. Então:

Lsenat   F s  

 e  st senat dt , s>0
0

Como:

F s  
lim
e  st senat dt
A

A a
Integramos por partes teremos:

lim   e  st cos at   s A  st


A

F s   e cos at dt


 a a

A   a
 0 
1 s  st
F s   e cosat dt
a a 0

Integramos novamente por partes:


1 s2 
F1 s     e  st senat dt
a a2 0

1 s2
F1 s    F s 
a a2
Agora resolvemos para F s  , teremos:

F s  
a
, s>0
s  a2
2

Vamos supor que f1 e f2 são duas funções cujas transformadas de Laplace


existem para s>a1 e s>a2, respectivamente.
253

Então, para s maior do que o máximo de a1 e a2,



Lc1 f1 t   c2 f 2 t    e  st c1 f1 t   c2 f 2 t dt
0

 
Lc1 f1 t   c2 f 2 t   c1  e  st f1 t dt  c2  e  st f 2 t dt
0 0

Logo:
Lc1 f1 t   c2 f 2 t   c1 L f1 t   c2  f 2 t  4

A transformada de Laplace é um operador linear, e faremos uso frequente


dessa propriedade mais tarde.
A soma na equação 4  pode ser prontamente estendida para um número
arbitrário de parcelas.

14.1.1 Exemplo 3

Encontre a transformada de Laplace de


f t   5e 2t  3sen4t  , t≥0.

 
L f t   5L e 2t  3Lsen4t 

L f t   5 
1 4
 3 2
s2 s  16

F s  
5 12
 2
s  2 s  16

14.2 Transformada inversa

Estávamos trabalhando com o problema de encontrar a


transformada de uma função, isto é, transformar uma função
f t  em outra função F s  por meio da integral.
Detonamos isso simbolicamente por L f t   F s  .
Agora, iremos trabalhar com o problema inverso, ou seja,
dada uma função F s  , tentaremos encontrar uma função f t  cuja transformada de

Laplace seja F s  .

Dizemos então que f t  é a transformada de Laplace inversa de F s  e


denotamos como:
254

f t   L1 F s 

A transformada de Laplace inversa é uma transformada linear, isto é, para


constantes  e  ,

L1F s   Gs   L1 F s   L1 Gs ,

em que F e G são as transformadas de algumas funções f e g .

14.2.1 Exemplo 4

F s  
1
s5

Podemos observar que a função F s   15 , é semelhante


s

a expressão F s   nn!1 , que é originada da função f t   t n .


s
Dessa forma, podemos escrever a expressão na forma de:
 1  1 
ℒ 1  F s   5   ℒ 1  F s   4 1  . Logo, percebemos que n  4 , porém no
 s   s 
numerador também temos um n que é acompanhado do fatorial.
Desta forma, devemos colocar 4 no numerador, mas ao mesmo tempo dividir
a expressão pelo mesmo valor, de modo a não comprometer o resultado inicial.
Assim:

 1  1  1  4!  1  4! 
ℒ 1  F s   ℒ  1  F s    ℒ F s   4 1   ℒ F s   4 1  .
1
 4 1
 s5   s   s  4!  s 

 1
Portanto ℒ 1  F s   é igual a f t   t 4 . Sendo a resposta final: f t   t .
4

5
 s  24

14.2.2 Exemplo 5

F s  
1
s  1s  2s  4
Usando frações parciais, temos:
255

 1  1 A B C
ℒ  1  F s       ,
 s  1s  2s  4 s  1s  2s  4 s  1 s  2 s  4
dessa maneira, a expressão encontrada será:

1  As  2s  4  Bs  1s  4  Cs  1s  2 , resolvendo a expressão


encontramos:

Para s  1 1  A1  21  4  A 


1
15

Para s  2  1  B 2  1 2  4  B  


1
6

Para s  4  1  C 4  1 4  2  C 


1
.
10
Logo temos:

 1  1  1  1  1 1  1  1 1  1 
ℒ  1  F s    ℒ   ℒ   ℒ  .
 s  1s  2s  4 15  s  1 6  s  2  10 s  4

F s   f t   e at .
Podemos observar que a expressão 1 , vem da função
sa

 1  e t e 2t e 4t .
Dessa maneira, temos que a ℒ  1  F s     f t    
 s  1s  2s  4 15 6 10

14.3 Solução de problemas de valores iniciais

Vamos mostrar como a transformada de Laplace pode ser usada para


resolver problemas de valor inicial para equações diferenciais lineares com
coeficientes constantes.
A utilidade da transformada de Laplace nesse contexto reside no fato de que
a transformada de f` está relacionada de maneira simples à transformada de f.
Esta relação está explicitada no teorema a seguir:

Suponha que f é contínua e que f` é seccionalmente contínua em

qualquer intervalo . Suponha, além disso, que existem

constantes , a e M tais que

para t ≥ M.
256

Se f` e f`` satisfazem as mesmas condições impostas em f e f`,


respectivamente no teorema acima, então a transformada de Laplace de f`` também
existe para s > a e é dada por:
L f ' ' t   s 2 L f t   sf 0  f ' 0 2 
E assim sucessivamente.

14.3.1 Exemplo 6

Encontre a solução da equação diferencial y' ' y  sen2t 


, satisfazendo as condições iniciais:
y0  2
y' 0  1
Solução:
Vamos supor que esse problema de valor inicial tem uma solução y   t 

com as duas primeiras derivadas satisfazendo as condições da equação 2  . Então,


calculando a transformada de Laplace da equação diferencial, temos

s 2Y s   sY 0  Y ' 0  Y s  


2
s 4
2

Onde a transformada de sen2t  foi obtida a partir de a .


s  a2
2

Substituindo y 0 e y' 0 pelos valores dados nas condições iniciais e

resolvendo para ys  , obtemos:

2 s 3  s 2  8s  6
Y s  
 
s2 1 s2  4 
Usando frações parciais, podemos escrever Y s  na forma:

Y s  
as  b cs  d
 2 1

s 1
2
  s 4 
Y s  
as  bs  4  cs  d s
2 2
1  2
s  1s  4
2 2

y (s) = (as + b)(s2 + 4)+(cs + d)(s2+ 1) (2)


(s2 +1)(s2+4)
257

Expandimos o numerador da fração à direita do segundo sinal de igualdade


na equação 2  e igualamos o numerador na equação 1 , encontramos:

2s 3  s 2  8s  6  a  c s 3  b  d s 2  4a  c s  4b  d 
Por todo s. Então, comparando os coeficientes de mesma potência de s,
temos:
a  c  2
4 a  c  8


b  d  1
4b  d  6

Em consequência, a = 2, c = 0, b = 5/3 e d = -2/3, donde:

Y s  
2s

5 1

2 1
3
s 1 3 s 1 3 s2  4
2 2

Como a transformada f t   senat  = a e f t   cosat  = 2 s 2 , temos


s a22
s a
então:

y   t   2 cost   sent   sen2t 


5 1
3 3

14.4 Função Degrau

Para tratar de maneira efetiva funções com saltos, é útil


definir uma função conhecida como função degrau unitário ou
função de Heavisde.
Esta função é denotada por u c e é definida por:

0, t  c,
U c t    0,
1, t  c

A figura 8 abaixo mostra o gráfico de y  u c t  .


258

Figura 8: Gráfico y  u c t  .. Figura 9: Gráfico y  1  u c t  .

Fonte: BOYCE (2006) Fonte: BOYCE (2006)

Atribuímos, de forma um tanto arbitrária, o valor um a u c em t  c .

Entretanto, para uma função seccionalmente contínua como u c e você lembra

de que em geral o valor em um ponto de descontinuidade é irrelevante.


O degrau também pode ser negativo.
Por exemplo, a figura 8 mostra o gráfico de y  1  u c t  .

14.4.1 Exemplo 7

Esboce o gráfico de y  ht  , onde:


ht   u t   u 2 t  ,, t≥ 0

Solução:
Da definição de u c t  na equação dada, teremos:

0  0  0 0  t  

ht    1  0  1   t  2
 1  1  0 2  t  

Logo, a equação y  ht  tem gráfico na figura 7.


Podemos pensar nessa função como um pulso retangular.
259

Figura 10: Gráfico da equação y  ht  .

Fonte: BOYCE (2006)

Agora iremos considerar algumas definições importantes:


I) Se F s   L f t  existe para s  a  0 e se c é uma constante positiva,
então:
Lu c t  f t  c   e  cs L f t   e  cs F s  , se s  a

reciprocamente, se f t   L1 F s , então:

 
u c t  f t  c   L1 e  cs F s 

II) Se F s   L f t  existe para s  a  0 e se c é uma constante, então:

 
L e ct f t   F s  c  , se s  a  c

reciprocamente, se f t   L1 F s então:

e ct f t   L1 F s  c 

14.5 Equações Diferenciais sob a ação de funções descontínuas

Agora vamos voltar nossa atenção para alguns exemplos onde o termo não
homogêneo, ou forca externa é descontínuo. O método da transformada de Laplace
fornece-nos uma abordagem muito mais conveniente e elegante para a resolução de
certos problemas sob a ação de uma forca externa descontínua.

14.6 Funções de Impulso

Em algumas aplicações é necessário tratar fenômenos da natureza impulsiva.


Por exemplo, tensões ou forças de módulo grande que agem por um período
de tempo muito curto.
260

Tais problemas nos levam com frequência a equações


diferenciais da forma:
ay' 'by'cy  g t  1

Onde g t  é grande em um intervalo pequeno

t 0    t  t 0   e é zero nos outros pontos. A integral I   , definida por:

g t dt 2
t0 
I    
t0 

ou, como g t  fora do intervalo t 0   ,t 0    ,

I     g t dt , 3



É uma medida da intensidade da função de entrada.


Em um sistema mecânico, onde g t  é uma forca, I   é o impulso total da

forca g t  sobre o intervalo de tempo t 0   ,t 0    .

Analogamente, se y é a corrente é a corrente em um circuito elétrico e g t  é

a derivada em relação ao tempo da tensão, então I   representa a tensão total


impressa no circuito durante o intervalo de tempo t 0   ,t 0    .

14.7 A Convolação

Algumas vezes é possível identificar uma transformada de Laplace H s 

como o produto de duas outras transformadas F s  e Gs  , estas últimas


correspondendo a funções conhecidas f e g , respectivamente.

Nesse caso, poderíamos pensar que H s  seria a transformada do produto f


e g.
Isso não acontece, no entanto, em outras palavras, a transformada de
Laplace não comuta com a multiplicação usual.
Por outro lado, se definirmos convenientemente um produto generalizado,
então a situação muda, conforme enunciado na definição abaixo:
261

I) Se F s   L f t  e Gs   Lg t  existem para s  a  0 , então:

H s   F s Gs   Lht  , se s  a 1

Onde:

H t    f t   g  d =  f  g t   d 2


t t

0 0

A função h é conhecida como a convolação de f e g , algumas vezes as

integrais na equação 2  são chamadas de integrais de convolação.

14.7.1 Exemplo 8

Encontre a transformada inversa de:

Solução:
É ideal pensarmos em H s  como produto de s e
2

, que são as transformadas de t e de senat  , respectivamente.


a
s  a2
2

Portanto, pela definição I a transformada inversa de H s  é:

H t    f t   sena d
t

at  senat 
H t  
a2

Podemos verificar que obtemos o mesmo resultado se a função ht  for escrita
na forma alternativa

ht    senat   d


t

e que confirmamos a equação 2 da definição I .

É claro que ht  também pode ser encontrado expandindo-se H s  em frações


parciais.
Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 As equações diferenciais pela transformada de Laplace;


 A transformada da inversa;
 Aplicação da transformada de Laplace nas resoluções de problema
de valor inicial.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 7, página
331.
Transformada de Laplace
SALVA, Me. Me Salva! Transformada de Laplace - Exemplos de transformadas
inversas 2. 2011. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=XZ108OCPJdM>.
Acesso em: 10 set. 2017.

GRINGS, José Fernando. Grings - Transformada de Laplace Aula 1. 2013.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iCcYh7U5jvs>. Acesso em: 10 set.
2017.

UNIVESP. Cálculo III - Definição da Transformada de Laplace e Cálculo de


Transformadas - parte 1. 2012. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=bNiw3CMGsK4>. Acesso em: 10 set. 2017.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.
Exercícios
AULA 14

1- Encontre a transformada de Laplace para a função:


f t   t

2- Encontre a transformada de Laplace de f t   cosat ,


onde a é uma constante real.

3- Qual a opção que define a transformada de Laplace da função f t   t 2 .

a) F s  
1
, se s  0
s2

b) F s  
2
, se s  0
s3

c) F s  
1
, se s  0
s3

d) F s  
2
, se s  0
s2
e) Nenhuma das alternativas anteriores

4- Usando a transformada de Laplace resolva o problema o problema de valor


inicial y ' ' y '6 y  0 , satisfazendo as condições inicias y0  1, y' 0  1.
Marque a opção correta:
a) y  e 3t  4e 2t

b) y 
1 3t
3

e  4e 2t 
c) y 
1 3t
5

e  e 2t 
d) y 
3

1 3t
e  4e 2t 
e) y 
1 3t
5

e  4e 2t 
266

5- Usando a transformada de Laplace resolva o problema o problema de valor


inicial y ' '3 y '2 y  0 , satisfazendo as condições inicias y0  0 , y' 0  1 .
Marque a opção correta:
a) y  e t  e 2t
b) y  2e t  e 2t
c) y  e t  e 2
d) y  e t  e 2 at
e) Nenhuma das alternativas anteriores

3s  5 
6- Encontre a f t  , sabendo que L1  2 .
s  7
Gabarito
AULA 14

F s  
1
1- s2

F s  
s
2- s  a2
2

3- B

4- E

5- A

f t   3 cos  7 t  5 77 sen 7 t
6-
Aula 15
Transformada de Laplace – Parte II

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula você verá resoluções de equações diferenciais pela


transformada de Laplace.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Estudar a transformada de Laplace;


 Resolver às equações diferenciais pela transformada de Laplace;
 Estudar a inversa de Laplace.
269

15 EXEMPLOS – TRANSFORMADA DE LAPLACE

15.1 Exemplos

Neste capítulo faremos alguns exercícios de modo a praticar


as resoluções de transformada de Laplace, mas para isto eis
aqui alguns exemplos.

15.1.1 Exemplo 1

Calcule a transformada das funções seguintes:


a) f t   2

ℒ{2} 2 ℒ{1} 2  1 = 2
s s

b) f t   6

ℒ{−6}  6 ℒ{1}  6  1 =  6
s s

c) f t   t
Pela fórmula 2 da tabela da Transformada de Laplace, temos que f t   t

possui como transformada 12 .


s

f t   t  ℒ{𝑡} =
1
s2

d) f t   e 3t
Pela fórmula 4 da tabela da Transformada de Laplace, temos que f t   e at

possui como transformada 1 .


sa
Na questão acima, o valor de a  3 , desta forma temos:

f t   e 3t  ℒ{ e } =
3 t 1
s3

e) f t   sen2t 
270

Pela fórmula 5 da tabela da Transformada de Laplace, temos que

f t   senat  possui como transformada


a .
s2  a2
Na questão acima, o valor de a  2 , desta forma temos:

f t   sen2t  ℒ{ sen2t  } =
2
s 4
2

f) f t   3t  5sen2t 
Usando as transformadas das funções acima, temos:

f t   3t  5sen2t   ℒ{3t} – ℒ{5 sen2t  } 3ℒ{t} – 5ℒ{ sen2t  }

1 2  3 10  3s 2  4  10 s 2  3s 2  12  10 s 2   7 s 2  12
3   
s 2 s 2  4 s 2 s 2  4  
5
s2 s2  4 s s2  4 s2 s2  4

g) f t   2t  13
Desenvolvendo o cubo da diferença, temos:
f t   2t  1  f t   8t 3  12t 2  6t  1
3

Usando as transformadas das funções acima, temos:

f t   8t 3  12t 2  6t  1  ℒ{ 8t 3 } – ℒ{ 12t 2 } + ℒ{ 6t } – ℒ{ 1 }

– –  3! 2! 1 1
8ℒ{ t 3 } 12ℒ{ t 2 } +6 ℒ{ t } ℒ{ 1 } 8 4
 12  3  6  2  
s s s s
48 24 6 1
  
s4 s3 s2 s
48  24 s  6s 2  s 3
s4

h) f t   t 2  e 9t  5
Usando as transformadas das funções acima, temos:

f t   t 2  e 9t  5  ℒ{ t } – ℒ{ e } + ℒ{5}  ℒ{ t } – ℒ{ e } + 5ℒ{1}


2 9 t 2 9 t

2! 1 1 2 1 5 2s  9  s 3  5s 2 s  9 
  5    
s3 s  9 s s3 s  9 s s 3 s  9

2s  18  s 3  5s 3  45 s 2
s 3 s  9

4s 3  45 s 2  2s  18
s 3 s  9
271

i) f t   cos5t   sen2t 
Pela fórmula 6 da tabela da Transformada de Laplace, temos que f t   cosat 

possui como transformada s .


s  a2
2

f t   cos5t   sen2t   ℒ{ cos5t  } + ℒ{ sen2t  }  s


 2
2 
s  25 s  4
2

s 3  2s 2  4s  50
 
s 2  25 s 2  4 

j) f t   senh6t   cosh2t 
Usando as transformadas das funções acima, temos:

f t   senh6t   cosh2t   ℒ{ senh6t  } – ℒ{ cosh2t  } 


6 s
 2
s  36 s  4
2

 s 3  6s 2  36 s  24
 
s 2  36 s 2  4 

k) f t   senhat 2
Substituindo o valor de f t   senhat  , temos:

 
2
 e at  e at 
  f t   e  2  e
1 2at
f t   senhat   f t   
2  2 at

 2  4
Usando as transformadas das funções acima, temos:

f t  
4

1 2at 1
4

e  2  e 2at  ℒ{ e }
2 at
+
1
4
ℒ{ e
2 at
} –
1
2
ℒ{ 1 } 

1 1 s  1
  
4  s  2a s  2a  2 s

2s4s  8a   2s4s  8a   4s  8a 4s  8a   8s  16 as  8s  16 as  16 s  64 a


2 2 2 2

2s4s  8a 4s  8a  2s4s  8a 4s  8a 

64 a 2  2a 2
32 ss  2a s  2a  ss  2a s  2a 

l) f t   t 2 e 3t
272

Pela propriedade 7, tem-se que t n f t  , possui como transformada,


 n F (s) ,
 1n logo observamos que primeiro temos que encontrar a
s n

transformada da função f t  , que na nossa questão é representada por e 3t .

Usando a transformada da função e at , tem-se:

f t   e 3t  ℒ{ e } 
3t 1
. Pela propriedade, temos que derivar essa função a
s3
quantidade de vezes que o expoente do t indicar, nesse caso, duas vezes.

Logo  1   0  s  3  1  1   1 .
 s  3 s  3
2
s  32
Para derivar a segunda vez, vamos retornar com o denominador para o
numerador:


 2  s  3
2
  2s  3 3

2
s  33

Substituindo agora, temos que:

ℒ{ t 2 e 3t }   12  2  2
s  3 3
s  33

R: s  252
2
m) f t   t cos5t 
s  25 
Pela propriedade 7, tem-se que t n f t  , possui como transformada,
 n F (s) ,
 1n logo observamos que primeiro temos que encontrar a
s n
transformada da função f t  , que na nossa questão é representada por cos5t 
.
Usando a transformada da função cosat  , tem-se:

f t   cos5t   ℒ{ cos5t  } 
s . Pela propriedade, temos que derivar
s  25
2

essa função a quantidade de vezes que o expoente do t indicar, nesse caso,


uma vez.

Logo  s

2
 

 1  s  25  2 s  s  s  25  2 s
2 2

 s 2  25 .
 s  25 
2

s 2  25
2

s 2  25
2

s 2  25
2
  
Substituindo agora, temos que:
273

ℒ{ t cos5t  }   11   s  25  s  25
2 2

s 2
 25 
2
s 2
 25 
2

n) f t   e 2t 3 cos6t   5sen6t 

Aplicando primeiro da distributiva, temos:


f t   e 2t 3 cos6t   5sen6t  f t   3e 2t cos6t   5e 2t sen6t  .

Agora pela propriedade 2, tem-se que e at f t  , possui como transformada,

F s  a  , logo observamos que primeiro temos que encontrar a transformada

da função f t  , que na nossa questão é representada por cos6t  na primeira


parte e por sen6t  na segunda parte.
Usando a transformada da função f t   cosat  , tem-se:

f t   cos6t   ℒ{ cos6t  } 
s .
s  36
2

Pela propriedade, temos que trocar o s por s  a , ou seja, nas expressões


s 2  36 e s , o s passará a valer s  2 , pois o expoente do Euler é positivo e
vale 1

ℒ{ e 2t cos6t  }  s2  s2  2 s2


s  2 2
 36 s  4s  4  36
2
s  4s  40

Usando a transformada da função f t   senat  , tem-se:

f t   sen6t   ℒ{ sen6t  } 
6 .
s 2  36

Pela propriedade, temos que trocar o s por s  a , ou seja, na expressão


s 2  36 , o s passará a valer s  2 , pois o expoente do Euler é negativo e vale

2

ℒ{ e 2t sen6t  }  6  6  2 6
s  2 2
 36 s  4s  4  36
2
s  4s  40

Agora, calculando a expressão solicitada, temos que:


f t   3e 2t cos6t   5e 2t sen6t   3 ℒ{ e cos6t  } – 5 ℒ{ e sen6t  }
2t 2t
274

s2 6 3s  6 30
3  5 2  2  2
s  4s  40
2
s  4s  40 s  4s  40 s  4s  40
3s  6  30
 2 3s  24
s  4s  40
2
s  4s  40

15.1.2 Exemplo 2

Determine a transformada inversa pedida.

a) F s   12  1  1
s s s2

 1 
ℒ 1  2  
1 1
ℒ  1 F s   2  
1
Temos que: 
 s s s  2 s 

ℒ 1    ℒ 1 
1 1 
 . Analisando cada transformada,
s s  2
temos os casos 2, 1 e 4 respectivamente da tabela de Transformada,
portanto:

 1 1 1 
ℒ  1 F s   2     f t   t  1  e
2t

 s s s  2

b) F s   1
s 2  64

 1 
ℒ 1  F s   2 
 s  64 

F s  
Podemos observar que a expressão a , vem da função
s2  a2
f t   senat . Porém, o valor de a é 8 . Logo, reescrevendo a expressão

usando essa informação acima, temos:

 1  1  8 
ℒ 1  F s   2   ℒ  F s   2  . Como esse 8 do numerador não
 s  64   s  82 
existia, temos que multiplicar a transformada pelo inverso dele, de modo que
não mudamos o valor inicial que era 1.
275

 8  1 ℒ 1  F s   8 
ℒ 1  F s   2     , ou seja, a resposta final será
 s  82  8  s 2  82 

f t   sen8t  .
1
8

c) F s   32s  5
s 7

 3s  5 
ℒ 1 F s   2  , podemos separar o numerador, ficando com a seguinte
 s  7
expressão:

 3s  5  1  3s  1  5 
ℒ 1 F s   2  ℒ  F s   2  +ℒ F s   2 
 s  7  s  7  s  7

 s  1  1 
3ℒ 1 F s   2  + 5ℒ F s   2 
 s  7  s  7

Verificamos que a expressão F s   s , vem da função f t   cosat  e que


s  a2
2

a expressão F s   a , vem da função f t   senat . Porém, o valor de a é


s  a2
2

7 . Logo, reescrevendo as expressões usando essas informações acima,


temos:

3ℒ  1 
 s  + 5ℒ  1 
  7 
.
F s   2  F s   2 

 s2    7  
  
s2  7 

Como esse 7 do numerador não existia, temos que multiplicar a


transformada pelo inverso dele, de modo que não mudamos o valor inicial que
era 1.

3ℒ  1  s  + 5ℒ  1 
  7 
  3ℒ  1 
 s 
+
F s   2  F s   2  F s   2 

 s2    7  
 s2  7   
 
  
s2  7 

 
5 ℒ  1  F s   7
 2 
, racionalizando a raiz que surgiu no denominador,
7  s2  7   

temos:
276

   
 s  + 5 7 ℒ  1  F s   7
F s    2 
3ℒ 1 , ou seja, a resposta final

  
s2  7
2 


7  s2  7   

será f t   3 cos t 7   5 7 sent 7 


7

15.1.3 Exemplo 3

A temperatura em um forno industrial evolui no tempo


conforme o seguinte modelo simplificado:
2 y y
 3  2y  0
t 2
t

Calcule a temperatura para as condições iniciais dadas


y0  3 e y' 0  4
Solução:
2 y y
 3  2 y  0 y0  3 e y' 0  4
t 2
t
s 2 ys   sy0  y' 0  3sys   3 y0  2 ys   0 

3s  5
s 2 ys   3s  4  3sys   9  2 ys   0  s 2

 3s  2 ys   3s  5  ys   
s  3s  2
2

3s  5 3s  5
y s  
A B
   
s  1s  2 s  1s  2 s  1 s  2
3s  5  As  2  Bs  1
para s  1 31  5  A1  2  A  2 para s  2  32  5  B2  1  B  1

Logo temos:

 3s  5  1  1  1  1 
ℒ  1  F s   2 ℒ   1 ℒ  
 s  1s  2  s  1 s  2

Podemos observar que a expressão F s   1 , vem da função f t   e at .


sa

 3s  5 
Dessa maneira, temos que a ℒ  1  F s     yt   2e  e .
t 2t

 s  1s  2
Resumo
Nesta aula, foram abordados:

 Resoluções de transformada de Laplace e da sua inversa.


Complementar
Teorema das Raízes Racionais:
GUSALBERTO8. Teorema das raízes racionais. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=QpU-T_ZJBek>. Acesso em: 10 set. 2017.

Dispositivo de Briot-Ruffini:
JESUS, Adelmo. Fatorando polinômios com Briot Ruffini. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=iF6tnqcOtVg>. Acesso em: 10 set. 2017.
Referências
Referênciasbibliográficas
bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

STEWART, James. Cálculo. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Exercícios
AULA 15

1- Calcule ℒ{𝑓(𝑡)}.

a) f t   2 R: 2
s

b) f t   6 R:  6
s

c) f t   t R: 12
s

d) f t   e 3t R: 1
s3

e) f t   sen2t  R: 2
s 42

R:  27 s 2  12
2
f) f t   3t  5sen2t 
s s 4  
g) f t   3t  4 R: 3 24s
s

h) f t   2t 4 R: 485
s

i) f t   4t  10 R:  10 s2  4
s

j) f t   t 2  2t  5 R: 2  2s 3 5s
2

k) f t   t 2  6t  3 R: 2  6s 3 3s
2

l) f t   t  13 R: 6  6s  34 s  s
2 3

m) f t   2t  13 R: 48  24 s 4 6s  s
2 3

n) f t   1  e 4t R: 2s  4
ss  4 

R: 4s  453 s  2s  18
3 2
o) f t   t 2  e 9t  5
s s  9

p) f t   1  e 2t  R: 4s  4s  2
2 2

ss  2s  4

R:  15 s3 28s  72
3 2
q) f t   4t 2  5sen3t 
s s 9  
R: s 2 2s  42s  50
3 2
r) f t   cos5t   sen2t 
s  25 s  4  
281

s) f t   senh3t  R: 3
s 9
2

t) f t   cosh4t  R: s
s  16
2

R:  s 2 6s  36 s  24
3 2
u) f t   senh6t   cosh2t 
s
2

 36 s  4 
v) f t   senhat 2 R: 2a 2
ss  2a s  2a 

w) f t   te 4t R: 1
s  42
x) f t   t 2 e 3t R: 2
s  33
y) f t   e t sent R: 1
s  2s  2
2

z) f t   e t cos t R: s 1
s  2s  2
2

2- Encontre a transformada de Laplace das seguintes funções:

a) f t   te 2t R: 1
s  22
b) f t   t 2 e 2t R: 2
s  23
c) f t   t cos5t  R: s 2  25
s 2
 25 2

d) f t   sen 2 t R: 2

s s 4 2

e) f t   e 2t sen4t  R: 4
s 2  4s  20

f) f t   e 4t cosh 5t  R: s4


s  8s  9
2

g) f t   e 2t 3 cos6t   5sen6t  R: 3s  24


s  4s  40
2

h) f t   5 cos2t   sen3t  R: 20 s 23s  180 s  12


3 2

4 
4 s 4 s 9
2
 

3- Determine a transformada inversa pedida:


4
a) F s   15 R: t
s 24
282

t 2 t 4 t
b) F s   1 R: e  e  e
s  1s  2s  4 15 6 10

c) F s   12  1  1 R: t  1  e 2t
s s s2

d) F s   1 R: 1 sen8t 
s  64
2
8

e) F s   32s  5 R: 3 cos t 7   5 7 sent 7 


s 7 7

f) F s   22s  5 R: 2 cosh 3t   5 senh3t 


s 9 3

g) F s   2s  1 R: 1  e  t
ss  1

h) F s   3s  2 R: 1  3 t  1 t 2  1 cos2t   3 sen2t 
s s2  4
3
  8 4 4 8 8

i) F s   1 R: 1 e 4t  1 e 2t
s  6s  8
2
2 2

j) F s   4s R: cos  t 
4s 2  1 2

k) F s   1 R: 1 senh4t 
s  16
2
4

l) F s   22s  6 R: 2 cos3t   2sen3t 


s 9
Aula 16 Revisão V2

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nessa aula, iremos resolver alguns exercícios de modo que possamos


revisar os conteúdos estudados até aqui.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver os exercícios propostos e revisar o conteúdo ministrado até


este ponto.
284

16 EXEMPLOS - REVISÃO

16.1 Exemplos

Neste capítulo, iremos fazer alguns exercícios de modo


que possamos revisar os conteúdos abordados até aqui.
Analise os exemplos a seguir e bons estudos.

16.1.1 Exemplo 1

Assunto abordado: Equações Lineares.


1- Uma EDO de primeira ordem é linear se pode ser escrita na
y
forma  Px y  Qx  , resolva a equação linear abaixo, de
x
acordo com o método solicitado.
y
4x  12 y  16 x 5
x

a) pelo método de Lagrange;


b) pelo método do Fator Integrante.
Resolução:
y 1 y 3
4x  12 y  16 x 5    y  4x 4
x 4x x x

t z 3zt  t 3t  z
a) z t   4x 4  z    t  4x 4
x x x  x x  x

t 3t t 3t t x
1º   0    t  3  Ln t  3Ln x  Ln t  Ln x 3 
x x x x x
t  x 3

z
2º t  4x 4  x 3 z  4 x 4 x  x 3  z  4 x 7 x
x
x8 x8  K
 z  4 x x  z  C  z 
7

2 2
285

1  x8  K  x8  K
y  zt  y     
x 3  2 
y
2x 3

x8  K
Solução: y 
2x 3

x
3
b)   e 
P ( x ) x 3

  e x  e  e    x3 .
3 Ln x Ln x

x 3  y  3 y  4 x 4   0  x  3x 2 y  4 x 7 x  x 3 y  0
 x x 

M  3x 2 y  4 x 7 N  x3
M N M N
 3x 2  3x 2   Equação é exata.
y y y x

x8
3 y  x 2 x  4 x 7 x  x 3 y   g ( y)
2
x 3  y  x 3 y  g ( x)

x8 x8  K
x3 y   C  2  2 x 3 y  x 8  K  2x  y 
3

2 2x 3
x8  K
Solução Final: y 
2x 3

2- Suponha que um circuito simples, a resistência seja 15  e a indutância


seja 5 H .
Se uma pilha fornecer uma voltagem constante de 60 V e o interruptor for
fechado quando t  0 , então a corrente começa com I 0  0 .

Encontre I t  e a corrente depois de 2 s .


Sabendo que um circuito simples é definido por
i , sendo E a força eletromatriz (volts), o i a
E  iR  L
t
intensidade (ampère), o R a resistência (ohms) e o L a
indutância (henries).

OBS: No valor da corrente para 2 segundos, trabalhe com 2 casas decimais.

Resolução:
286

i
E  iR  L
t
E = 60 volts
R = 15 ohms
L = 5 henries
i = intensidade (medida em ampère)

i E iR i  i iR E
E  iR  L  L    
t L L t t L L

i 15i 60  i i v u
   3i  12 i  uv e u v
t 5 5 t t t t

v u  v  vu
u v  3uv  12  u   3v    12
t t  t  t

1º v  3v  0  v  3v
t t
v
  3 t  Ln v  3t
v
v  e 3t

2º v u  12
t
u
e 3t  12  e 3t  u  12 e 3t t
t

 u  12  e t  u  4e 3t  C
3t

3t
 
i  uv  i  e 4e  C  i  4  Ce 3t
3t

0  4e 3( 0 )  C  0  4  C  C  4

para t  2  i  41  e 32    i2  3,99A


i  4  4e 3t ou i  41  e 3t 

Solução: i  41  e 3t  e i2  3,99A


287

16.1.2 Exemplo 2

Assunto abordado: Equações Bernoulli.


y
3- Equações da forma  P( x) y  Q( x) y n , com n  0 e
x
n  1 , são chamadas de Equações de Bernoulli.
A equação abaixo pode ser transformada em uma
equação de Bernoulli, trabalhe a mesma de modo que
ela se torne uma equação desse tipo e resolva-a:
y y
  5xy 2
x x
Resolução:

2 y
3
y y y y 3
 5 x  3
y
  5xy 2  y 2   y 2   5x  y 
x x x x x x
t  y3  t y
 3y 2
x x

y 3 y 3 t  uv
3y 2
  15 x  t  3t  15 x  t v u
x x x x u v
x x x

 v 3v  u
 u v  v u  3uv  15 x  u    v  15 x
x x x  x x  x

1º) v  3v  0  v   3v  
v
 3
x  Ln v  3Ln x  Ln v  Ln x 3
x x x x v x
 v  x 3 .

2º) v u  15 x  x 3 u  15 x  x 3    u  15  x 4 x  u  3 x 5  C
x x

 3x 5  C 

t  uv  t  x 3 3x 5  C  t  1
3 
x 5
 C t   3

x3  x 

3x 5  C
ty  y 
3 3

x3
3x 5  C
Solução: y 
3

x3
288

16.1.3 Exemplo 3

Assunto abordado: Equações Lineares de Ordem


Superior.
4- Uma equação de ordem superior pode ser escrita
utilizando uma equação característica e a partir daí,
encontrando as soluções. Utilize esse artifício e encontre
as soluções das equações a seguir:
a) y' ' '2 y' '  3x 2  2 x  1
Resolução:
y c  y ' ' '2 y ' '  0  yc  C1  C 2 x  C3 e
2x

y p  Ax 4  Bx 3  Cx 2  Dx  E  y ' p  4 Ax 3  3Bx 2  2Cx  D

y ' ' p  12 Ax 2  6 Bx  2C  y ' ' ' p  24 Ax  6 B

y' ' '2 y' '  3x 2  2 x  1  24 Ax  6B  2(12 Ax 2  6Bx  2C )  3x 2  2 x  1

24 Ax  6 B  24 Ax 2  12 Bx  4C  3x 2  2 x  1

 24 Ax 2  24 A  12 B x  6B  4C   3x 2  2 x  1

24A  12Bx  2x  24    2  12 B  B  


1 1
 24 Ax 2  3 x 2  A   1
8  8 12

 1 3
6B  4C  1  6    1  4C  C  
 12  8
4 3 2
y p  Ax 4  Bx 3  Cx 2  Dx  E  y p   x  x  3x
8 12 8

x 4 x 3 3x 2
Solução: y  y c  y p  y  C1  C 2 x  C3 e 2 x   
8 12 8

b) y ' ' ' '7 y ' ' '57 y ' '45 y '108 y  0
Resolução:
y ' ' ' '7 y ' ' '57 y ' '45 y '108 y  0 

D108   1;2;3;4;6;9;12;18;27;36;54;108
r 4  7r 3  57 r 2  45 r  108  0  r 3  6r 2  63r  108  0 ,
r 2  9r  36  0 r1  1 , r2  3 ,e r3  3 ; r4  12
289

Solução: y  C1e  x  C 2 e 3 x  C3 xe 3 x  C 4 e 12x

 y (0)  12

c) y ' ' '21 y '20 y  0  y ' (0)  21
 y ' ' (0)  99

Resolução:
r 3  21r  20  0 , D20   1;2;4;5;10;20

r 3  21r  20  0  r 2  r  20  0 r  1 , r  4 ,e r  5
1 2 3

y  C1e  x  C 2 e 4 x  C3 e 5 x C1  C 2  C3  12

y '  C1e  x  4C 2 e 4 x  5C3 e 5 x  C1  4C2  5C3  21

y ' '  C1e  x  16C 2 e 4 x  25C3 e 5 x C1  16C2  25C3  99

C1  C 2  C 3  12 1 1 1 12
 L  L1  L2
 C1  4C 2  5C 3  21  1  4 5 21 2 
C  16C  25C  99 1 16 25  99 L3   L1  L3
 1 2 3

1 1 1 12 1 1 1 12 C1  C2  C 3  12

0 3 6 33 L3  5L2  L3  0  3 6 33   3C 2  6C 3  33 ,
0 15 24  111  54 C 3  54
0 0 54 54 
C3  1
C 2  9 y  C1e  x  C 2 e 4 x  C3 e 5 x  y  20e  x  9e 4 x  e 5 x
C1  20
Solução: y  20e  x  9e 4 x  e 5 x

5- Um peso de 0,25 kg é atado a uma mola com constante de elasticidade


igual a 4 N/cm. Supondo que uma força de amortecimento igual ao dobro da
velocidade instantânea atua no sistema, determine a equação de movimento
se o peso parte da posição de equilíbrio com velocidade de 3 m/s para cima.
2x x
Sabendo que: m c  Kx  0 , onde m é a massa, c o coeficiente de
t 2
t
amortecimento e K é a constante elástica.

Pela Lei de Hooke, F ( x )  Kx


290

Resolução:
m  0,25 Kg

2x x 2x x
K  4 N/cm 0,25  2  4 x  0  0,25   8  16 x  0 x ( 0)  0 ,
t 2
t t 2
t
x' (0)  3

Equação característica:
r 2  8r  16  0  r  r  4  x(t )  C e 4t  C te 4t .
1 2 1 2

Condição inicial:
x (0)  0  0  C1e 4( 0)  C2 (0)e 4( 0)  C1  0

x' (0)  3  x' (t )  4C1e 4t  C2 e 4t  4C2 te 4t 

 3  4(0)e 4( 0)  C2 e 4( 0)  4C2 (0)e 4( 0)

 C2  3 .
Solução: x(t )  3te 4t

16.1.4 Exemplo 4

Assunto abordado: Transformada de Laplace.


6- Se a transformada de Laplace de uma função 𝑓(𝑡) é

F s  
s
.
s  2s  3
2

Determine f t  .
Resolução:

F s    F s   2
s s
s  2s  3
2
s  2s  3

 s  As  1  Bs  3
s A B
 
s  3s  1 s  3 s  1
para s  3   3  A 3  1  A  para s  1 1  B1  3  B 
3 1
4 4
Logo temos:

 s  3 1  1  1 1  1 
ℒ  1 F s   2   f t   e  e
3 3t 1 t
 ℒ   ℒ 
 s  2s  3  4  s  3 4  s  1 4 4
291

Solução: f t  
3 3t 1 t
e  e
4 4

7- Calcule ℒ{𝑓(𝑡)}, sendo f t   1  cos2t   4e 3t .

f t   1  cos2t   4e 3t  ℒ{ 1} + ℒ{ cos2t  } + ℒ{ 4e


3 t
}

−ℒ{ 1 } + ℒ{ cos2t  } + 4ℒ{ e


3 t
}  1  s
 4
1
s s 42
s3


1
 2
s

 
4   s 2  4 s  3  ss s  3  4s s 2  4  
s s 4 s3 ss  3 s 2  4  
 s 3  3s 2  4s  12  s 3  3s 2  4s 3  16 s  4s 3  12 s  12

ss  3 s 2  4  s  3 s 2  4  
Solução: F s   4s  12 s2  12
3

s  3s 4 

8- A temperatura em um forno industrial evolui no tempo conforme o seguinte


modelo simplificado:
 2 y y
  6y  0
t 2 t

Calcule a temperatura para as condições iniciais dadas y0  2 e y' 0  1.
Resolução:
 2 y y
  6y  0 y0  2 e y' 0  1
t 2 t
s 2 ys   sy0  y' 0  sys   y0  6 ys   0 

s 2 ys   2s  1  sys   2  6 ys   0

2s  3
s 2

 s  6 ys   2s  3  ys   
s s6
2

2s  3
 2s  3  As  2  Bs  3
A B
 
s  3s  2 s  3 s  2
para s  3  23  3  A3  2  A 
3
5

para s  2  2 2  3  B2  3  B 


7
5
Logo temos:
292

 2s  3  3 1  1  7 1  1 
ℒ  1 F s   2   f t   e  e
3 3t 7 2t
 ℒ   ℒ 
 s  s  6 5  s  3 5 s  2 5 5

Podemos observar que a expressão F s   1 , vem da função f t   e at .


sa

 2s  3  3
Dessa maneira, temos que a ℒ  1 F s   2    f t   e  e .
3 3t 7 2t
 s  s  6 5 5 5

Solução: f t   e 3t  e 2t
3 7
5 5
Resumo
Nesta aula, foram feitas uma revisão de todos os tópicos abordados nos
capítulos de 9 a 15, de modo a recordar e praticar esses assuntos gerando assim
um aprendizado mais concreto.
Referências bibliográficas
Básica:
ABUNAHMAN, Sérgio A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989.

BENEVIDES, Paula Francis. Equações Diferenciais: notas de aula. Curitiba:


Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba, 2012. Disponível em:
<http://paginapessoal.utfpr.edu.br/vanessah/ensino/2012-primeiro-semestre/ma70g-
s81-equacoes-diferenciais-ordinarias/equacoes-diferenciais-notas-de-aula-profa-
paula-francis-benevides>. Acesso em: 05 out. 2017.

BOYCE, William E.; DIPRIMA, Richard C; Equações diferenciais


elementares e problemas de valores de contorno. 8 ed. São Paulo: LTC, 2006,
LTC.

EDWARDS JR, C. H.; PENNEY, David E. Equações diferenciais


elementares com problemas de contorno. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall,
1995.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg, Educação à distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning/Pioneira, 2007.

VERAS, D. Material impresso na educação à distância: estratégias de


concepção e redação. Disponível em:
<http://www.geocities.com/dauroveras/ead.htm>. Acesso em: 14 jun. 1999.

ZILL, Dennis G. Equações Diferenciais. São Paulo: Person Makron Books,


2001.
Exercícios
AULA 16

1- Se a transformada de Laplace de uma função 𝑓(𝑡) é


4
F s   . Determine f t  .
s s2
2

2- Uma massa de 1 Kg é atada a uma mola cuja


constante de elasticidade de 16N/m e o sistema inteiro é
então submerso em um líquido que oferece uma força de amortecimento
numericamente igual a 10 vezes a velocidade instantânea. Determine a
equação de movimento, se o peso parte do repouso de um ponto a 1 m
abaixo da posição de equilíbrio com uma velocidade de 12 m/s para cima.
2x x
Sabendo que: m c  kx  0 , onde m é a massa, c o coeficiente de
t 2
t
amortecimento e K é a constante elástica.
Pela Lei de Hooke, F ( x )  Kx

OBS: deixar os valores de C1 e C2 na forma fracionária.

3- A temperatura em um forno industrial evolui no tempo conforme o seguinte


modelo simplificado:
 2 y y
  6y  0
t 2 t
Calcule a temperatura para as condições iniciais dadas y0  2 e y' 0  1

4- Calcule ℒ{𝑓(𝑡)}, sendo f t   2e 3t  5 cos2t .


296

5- Uma equação de ordem superior pode ser escrita utilizando uma equação
característica e a partir daí, encontrando as soluções. Utilize esse artifício e
encontre as soluções das equações a seguir:
a) y ' ' ' '9 y ' ' '27 y ' '27 y '  0

b) y' '4 y  8x 2  x  12

 y (0)  10

c) y ' ' '11 y ' '20 y '32 y  0  y ' (0)  23
 y ' ' ( 0)  1

6- Uma EDO de primeira ordem é linear se pode ser escrita na forma


y
 Px y  Qx  , resolva a equação linear abaixo, de acordo com o método
x
solicitado.
y 9
3  y  12 x 2
x x
a) pelo método de Lagrange;
b) pelo método do Fator Integrante.

y 1
7- Resolva a equação  y  x 2 y 1 , pelo método de Bernoulli.
x x
Gabarito
AULA 16

1- f t    e 2t  e t
4 4
3 3

2 5
2- x(t )   e 2t  e 8t
3 3

3- f t   e 3t  e 2t .
3 7
5 5

4-  3s  15 s8
2

s  3s
2
4 

5- a) y  C1  C 2 e 3 x  C3 xe 3 x  C 4 x 2 e x

b) y  C1e 2 x  C2 e 2 x  2 x 2  x  4
4
c) y  e x  12e 4 x  3e 8 x

2x 2  C
6- a) y 
x3
2x 2  C
b) y 
x3

K  2x5
7- y 
2

5x 2
Anexo
299

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