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Sobre o autor (a)

Daniela de Oliveira Souza

A autora Msc. Daniela de Oliveira Souza Possui graduação em Licenciatura


em Matemática pela Faculdade de Filosofia de Itaperuna (2000). Tem especialização
em Educação Matemática, mestre em Pesquisa Operacional com ênfase em
Inteligência computacional e Doutora em ciências da educação. Atualmente é
professora da Faculdade Redentor em Itaperuna. Atua como professora no ensino
médio e fundamental da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de
Janeiro-RJ e como professora no ensino fundamental na Secretaria de Educação da
Prefeitura Municipal de Itaperuna. Tem experiência nas áreas de Engenharia,
Arquitetura, Administração, Biologia e Sistema de Informação atuando
principalmente nos seguintes temas: Cálculo, Pesquisa Operacional, Métodos de
Multicritério de Apoio a Decisão; Matemática Financeira, Estatística Aplicada,
Matemática Discreta, Equações Diferenciais, Probabilidade e Estatística, Geometria
Analítica e Descritiva. Atuou na elaboração de material didático-pedagógico
(conteudista para EaD), na produção da disciplina Equações Diferenciais, no curso
de Engenharia Civil, para a Faculdade Redentor/RJ.
Sobre o autor

Felipe Roberto Amaral Ferreira do Valle

O outro autor é o Prof. DSc. Felipe Roberto Amaral Ferreira do Valle,


brasileiro, natural de Belo Horizonte/MG, Licenciado em Matemática e Química pela
Universidade Salgado de Oliveira, Mestre em Ciência Animal e Doutor em Produção
Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Fez
seu Doutorado Sanduíche na Colorado State University (CSU), no Colorado/Estados
Unidos. É Professor da Faculdade Redentor desde 2014 e Professor Substituto do
Instituto Federal Fluminense (IFF) desde 2016. É Técnico em Contabilidade pelo
CELF (2003). Tem experiência no Ensino Superior nas Áreas de Matemática
Aplicada à Biologia e Arquitetura e Urbanismo, Métodos Estatísticos, Física Geral
Experimental I e II e Química Geral Experimental.
Apresentação
Prezado futuro engenheiro, gostaria de convidá-lo para uma viagem formativa
em que, juntos, descobriremos os conhecimentos matemáticos.
Então, contamos com seu envolvimento para desfrutarmos de todos os
momentos desta viagem com prazer, divertimento e curiosidade.
Permitindo assim o estabelecimento da conexão entre a Matemática e os
problemas que se apresentam na Engenharia.

Gostaria de lembrá-lo que essa viagem que estamos prestes a iniciar tem um
diferencial, será na modalidade à distância.

Para tanto vocês precisam desenvolver durante nossa viagem habilidades e


condutas relativas à organização e método de estudo, autoaprendizagem, leitura e
interpretação de texto matemático, elaboração de ideias, entre outros.

Neste caderno de estudos, o foco principal é utilizar os conceitos matemáticos


aprendidos em Cálculo Diferencial e Integral I e II.

Desejamos há você muito sucesso nessa viagem!


Objetivos
Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Capacitar o aluno a utilizar os conceitos matemáticos do cálculo


diferencial e integral, aliados aos conceitos da matemática básica,
para representar algumas situações da engenharia, resolvê-las e
interpretar os resultados obtidos.
Sumário
AULA 1 - INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA: INTEGRAL DUPLA
1 INTRODUÇÃO - INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA.............................................................. 14
1.1 Integração Múltipla .......................................................................................... 15
1.1.1 Integrais iteradas .................................................................................... 18
1.1.2 Teorema de Fubini ................................................................................. 19
1.1.3 Integrais Duplas Sobre Regiões Gerais.................................................. 21
1.2 Mudança de Variáveis ..................................................................................... 43
1.2.1 Mudança Linear de Variáveis ................................................................. 46
1.3 Coordenadas Polares ...................................................................................... 49
1.3.1 Mudança para coordenadas polares ...................................................... 50

AULA 2 - INTEGRAIS MÚLTIPLAS E INTEGRAL TRIPLA


2 INTRODUÇÃO - INTEGRAIS MÚLTIPLAS E INTEGRAL TRIPLA ............................ 65
2.1 Integrais Triplas ............................................................................................... 65
2.2 Teorema de Fubini ........................................................................................... 67
2.3 Integral tripla sobre uma região geral E ......................................................... 69
2.3.1 Tipo I ...................................................................................................... 69
2.3.2 Tipo II ..................................................................................................... 73
2.3.3 Tipo III: Por fim, caracteriza-se uma região como tipo III, quando; ......... 75

AULA 3 - APLICAÇÕES DE INTEGRAIS TRIPLAS


3 INTRODUÇÃO - APLICAÇÕES DE INTEGRAIS TRIPLAS ....................................... 83
3.1 Volume ............................................................................................................. 83
3.2 Massa ............................................................................................................... 85
3.3 Momento de inércia ......................................................................................... 85
3.4 Centróides ........................................................................................................ 85
3.5 Momentos e centro de massa ......................................................................... 86

AULA 4 - COORDENADAS CILÍNDRICAS E COORDENADAS ESFÉRICAS


4 INTRODUÇÃO – COORDENADAS CILÍNDRICAS E COORDENADAS ESFÉRICAS ..
................................................................................................................................. 103
4.1 Coordenadas Cilíndricas............................................................................... 103
4.2 Integrais triplas em coordenadas cilíndricas .............................................. 105
4.3 Coordenadas Esféricas ................................................................................. 106
4.4 Integrais triplas em coordenadas esféricas................................................. 110

AULA 5 - INTEGRAIS DE LINHA NO CAMPO VETORIAL E NO ESPAÇO


5 INTRODUÇÃO – INTEGRAIS DE LINHA DE CAMPO VETORIAL E NO ESPAÇO 119
5.1 Integrais de linha ........................................................................................... 119
5.2 Integral de linha no campo vetorial .............................................................. 125
5.3 Integrais de linha no espaço ......................................................................... 129

AULA 6 - SÉRIES DE POTÊNCIA


6 INTRODUÇÃO – SÉRIES DE POTÊNCIA ............................................................... 137
6.1 Definição ........................................................................................................ 137
6.2 Determinação de Intervalo de convergência ............................................... 138

AULA 7 - REPRESENTAÇÕES DE FUNÇÕES COMO SÉRIES DE POTÊNCIAS


7 INTRODUÇÃO – REPRESENTAÇÕES DE FUNÇÕES COMO SÉRIES DE
POTÊNCIAS ...................................................................................................................... 150

AULA 8 - EXERCÍCIOS PARA REVISÃO


8 EXEMPLOS.............................................................................................................. 159
8.1 Exercícios ...................................................................................................... 160

AULA 9 - VARIÁVEIS COMPLEXAS, LIMITES E CONTINUIDADE


9 FUNÇÕES COMPLEXAS ......................................................................................... 168
9.1 Variáveis Complexas ..................................................................................... 168
9.2 Limite e Continuidade ................................................................................... 169
9.2.1 Definição .............................................................................................. 170
9.2.2 Definição II ........................................................................................... 171
9.3 Propriedades do Limite ................................................................................. 172
9.3.1 Teorema............................................................................................... 172
9.3.2 Teorema............................................................................................... 173
9.3.3 Teorema............................................................................................... 173
9.3.4 Teorema............................................................................................... 173
9.3.5 Teorema............................................................................................... 173
9.3.6 Corolário .............................................................................................. 173

AULA 10 - FUNÇÕES ANALÍTICAS E EQUAÇÕES CAUCHY-RIEMANN


10 FUNÇÕES ANALÍTICAS.......................................................................................... 183
10.1 Função Analítica........................................................................................... 183
10.1.1 Definição ............................................................................................ 184
10.2 Derivação e analiticidade ............................................................................. 185
10.3 Equações de Cauchy-Riemann ................................................................... 187
10.3.1 Condição necessária e suficiente ....................................................... 188
10.3.2 Equações de Cauchy-Riemann em coordenadas polares .................. 190
10.3.3 Interpretação geométrica.................................................................... 192

AULA 11 - FUNÇÕES EXPONENCIAIS, FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS,


FUNÇÕES HIPERBÓLICAS E LOGARITMO
11 FUNÇÕES ELEMENTARES .................................................................................... 199
11.1 Função Exponencial..................................................................................... 199
11.2 Propriedades da Função Exponencial ........................................................ 200
11.3 Funções Trigonométricas ............................................................................ 202
11.4 Funções Hiperbólicas .................................................................................. 202
11.5 Propriedades das funções Trigonométricas e Hiperbólicas ..................... 203
11.6 Logaritmo...................................................................................................... 204
11.7 Propriedades do Logaritmo ......................................................................... 204

AULA 12 - TRANSFORMAÇÕES POR FUNÇÕES ELEMENTARES


12 TRANSFORMAÇÕES POR FUNÇÕES ELEMENTARES ........................................ 216
12.1 Funções Lineares ......................................................................................... 216
12.2 Funções zn .................................................................................................... 217
12.3 Ponto no Infinito ........................................................................................... 219
12.4 Transformação Linear Fracionária .............................................................. 219
12.5 Função z ½..................................................................................................... 221
12.6 Função w = exp z .......................................................................................... 222
12.7 Função w = sen z .......................................................................................... 222
12.8 Transformações Sucessivas ....................................................................... 223

AULA 13 - TEOREMA DE STOKES


13 TEOREMA DE STOKES .......................................................................................... 231

AULA 14 - TEOREMAS DA DIVERGÊNCIA (TEOREMA DE GAUSS)


14 TEOREMA DE DIVERGÊNCIA DE GAUSS ............................................................. 244
AULA 15 - REVISÃO DE CONTEÚDO
15 EXERCÍCIOS APLICADOS ...................................................................................... 257
15.1 Exercícios sobre Variáveis Complexas ...................................................... 257
15.2 Exercícios sobre Limite e Continuidade ..................................................... 257
15.3 Exercícios sobre Equações de Cauchy-Riemann ...................................... 257
15.4 Exercícios sobre Função Exponencial ....................................................... 258
15.5 Exercícios sobre Função Logarítima .......................................................... 258
15.6 Exercícios sobre Função Trigonométrica .................................................. 258

AULA 16 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO


16 EXERCÍCIOS APLICADOS ...................................................................................... 264
16.1 Transformações Lineares ............................................................................ 264
16.2 Transformação w = 1/z ................................................................................. 264
16.3 Transformação Fracionária Linear .............................................................. 264
16.4 Teorema de Stokes ...................................................................................... 264
16.5 Teorema de Gauss (Teorema da Divergência) ........................................... 265
Iconografia
Aula 1
Integração Múltipla: Integral Dupla

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre a integração múltipla. Iremos começar relembrando


os conceitos e métodos para integração indefinida e definida para podermos abordar
a integração dupla de funções com mais de uma variável, usualmente apresentadas
como ḟ (x, y).
Essas integrais são muito úteis podendo ser empregadas para a
determinação de volumes, áreas, massas, centroides entre outros.
Também estudaremos a mudança de variável e o método para converter uma
integral dupla em coordenadas cartesianas para uma integral iterada equivalente,
expressa em coordenadas polares.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Os conceitos e seja capaz de resolver as integrais duplas além de


aplicar os métodos para resolução de problemas;
 Além disso, esperamos que seja capaz de realizar a mudança de
variável das integrais, além das mudanças de coordenadas cartesianas
e polares.
14

1 INTRODUÇÃO - INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA

Bem, vocês já aprenderam integração em Calculo Diferencial


e Integral II.
Agora iremos rever a integração múltipla começando pela
integração dupla.
Então para iniciarmos este estudo, vamos integrar
parcialmente algumas funções, como fazíamos nas derivadas parciais de funções de
várias variáveis, considerando uma das variáveis independentes como sendo
constante e diferenciando em relação às variáveis restantes. Da mesma maneira
iremos considerar uma integral indefinida como uma função em relação a uma
dessas variáveis, enquanto consideramos temporariamente as variáveis restantes
como sendo constantes.
Exemplos:

(1)
𝑥4
∫ 𝑥 3 𝑦 2 𝑑𝑥 = 𝑦 2 ∫ 𝑥 3 𝑑𝑥 = 𝑦² + 𝑐
4

Como estamos integrando em relação a x, y se mantém constante.


Desta forma, pode-se isolar o termo considerado constante fora da integral,
mas lembre-se de multiplicá-lo com o resultado da integração e acrescentar (somar)
uma constante c, pois como dito trata-se de uma integral indefinida, ou seja, não
apresenta um intervalo definido.
E agora, como estamos integrando em relação a y, x se mantém constante,
conforme demonstrado abaixo:

(2)
3
𝑦
∫ 𝑥 3 𝑦 2 𝑑𝑦 = 𝑥 3 ∫ 𝑦 2 𝑑𝑦 = 𝑥³ + 𝑐
3

Essas integrais podem ser chamadas de “integrais parciais”, mas iremos


chama-las integrais em relação a x ou a y.
15

Agora vamos relembrar como proceder quando a integral for definida, ou seja,
possuir um intervalo determinado.
Considerando que neste exemplo a integral definida está relacionada a x
manteremos o y como constante e, portanto, iremos integrar apenas os termos que
possuírem o x, neste caso exy.
Tenha atenção, pois como você irá perceber nem todos
os termos vistos como constante poderão ser separados fora
da integral, mas ainda assim continuam sendo vistos como
constante.

(3)
𝑦2 𝑦2 𝑥𝑦
𝑦𝑒
∫ 𝑦𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑥 = 𝑦 ∫ 𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑥 = = 𝑒 𝑥𝑦
ln 𝑦 ln 𝑦 𝑦

Por fim depois de integrado iremos substituir os limites de integração.


E substituímos na letra em relação a que integramos.
Se integrarmos em relação a x, iremos substituir os limites na variável x,
conforme demonstra o exemplo:

(4)
𝑦2𝑦1 (𝑙𝑛𝑦)𝑦
𝑒 − 𝑒 =
3
𝑒 𝑦 − 𝑒 𝑦𝑙𝑛 𝑦

Utilizaremos um método semelhante a este para determinação das integrais


múltiplas, por isso é importante ter estes conceitos bem definidos.

1.1 Integração Múltipla

Mas o que é uma integração múltipla?


Nada mais é do que uma integral cuja função possui mais de uma variável, ou
seja, múltiplas variáveis.
16

Desta forma, diferente dos exemplos


anteriores onde à integração ocorria em x ou em
y, na integração múltipla ocorre em relação a
ambos, cada um em seu momento como iremos
perceber no decorrer desta aula.
Agora nós vamos estudar a definição de
integral repetida.

𝑑 ℎ(𝑥) 𝑥=𝑑 𝑦=ℎ(𝑥)


∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑐 𝑔(𝑥) 𝑥=𝑐 𝑦=𝑔(𝑥)

𝑑 ℎ(𝑦) 𝑦=𝑑 𝑥=ℎ(𝑥)


∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦
𝑐 𝑔(𝑦) 𝑦=𝑐 𝑥=𝑔(𝑥)

As duas sucessivas integrações requeridas para calcular uma integral


repetida são executadas na ordem em que aparecem as diferenciais dx e dy nas
definições acima, fazendo da esquerda para a direita, ou seja, de dentro para fora.
Exemplo 01:

(5)
2 3
∫ [∫ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦] 𝑑𝑥.
0 1
3 3
𝑦2 2 𝑦 = 3
∫ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 2 ∫ 𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 | =
1 1 2 𝑦=1
3² 2 (−1)2 2 9 2 1 2 8 2
= 𝑥 − 𝑥 = 𝑥 − 𝑥 = 𝑥 = 4𝑥²
2 2 2 2 2
e
2 3 2
4𝑥³ 𝑥 = 2 4 . 8 32
∫ [∫ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫ 4𝑥 2 𝑑𝑥 = | = −0= .
0 1 0 3 𝑥=0 3 3
17

Exemplo 02:

(6)
𝜋 𝜋
∫ [∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦.
0 0

Utilizando o método da substituição, temos:


𝑢 =𝑥+𝑦
𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝜋 𝜋
∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 = ∫ cos(𝑢) 𝑑𝑢 =
0 0
𝑥=𝜋
sin(𝑢) = sin(𝑥 + 𝑦) | = sin(𝑦 + 𝜋) − sin(𝑦)
𝑥=0
𝜋 𝜋
∫ [∫ cos(𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦
0 0

Substituindo o resultado da primeira integral resolvida para que se possa


calcular a segunda, tem-se:
𝜋
∫ [sin(𝑦 + 𝜋) − sin(𝑦)] 𝑑𝑦.
0
𝝅 𝜋
∫ sin(𝑦 + 𝜋) 𝑑𝑦 − ∫ sin(𝑦) 𝑑𝑦
𝟎 0

Novamente, deve-se aplicar o método da substituição, mas agora será


necessário apenas na primeira integral demonstrada acima.
𝑢 = 𝑦 + 𝜋 → 𝑑𝑢 = 𝑑𝑦
𝜋 𝜋
∫ 𝑠𝑖𝑛 (𝑢)𝑑𝑢 − ∫ 𝑠𝑖𝑛 (𝑦)𝑑𝑦
0 0
𝑦=𝜋
{− cos(𝑢) − [− cos 𝑦]} |𝑦 = 0
𝑦=𝜋
− cos(𝜋 + 𝑦) + cos 𝑦 | 𝑦 = 0

− cos(𝜋 + 𝜋) − [−cos(𝜋 + 0)] + cos (𝜋) − cos 0


− (1) + (−1) + (−1) − (1) = −4
18

Exemplo 03:

(7)
1 1
∫ [∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦.
−1 −2
1
𝑥³ 𝑥=1
∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 = ( + 𝑥𝑦²) |
−2 3 𝑥 = −2

13 2
(−2)3
( + 1𝑦 ) − [ + (−2)𝑦 2 ]
3 3

1 8
+ 𝑦 2 + + 2𝑦 2 = 3 + 3𝑦²
3 3
1 1 1
∫ [∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ (3 + 3𝑦²) 𝑑𝑦
−1 −2 −1
3
3𝑦 𝑦=1
(3𝑦 + )|
3 𝑦 = −1
(3 + 1) − [3(−1) + (−1)3 ] = 4 + 3 + 1 = 8

1.1.1 Integrais iteradas

Uma integral iterada de 𝑓 sobre 𝑅 é uma integral do tipo:

(8)
𝑑 𝑏
∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦.
𝑐 𝑎

𝑏
Para calculá-la fixamos 𝑦 e calculamos a integral ∫𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 como integral
de uma variável em 𝑥; o resultado é uma função de 𝑦 que é novamente integrada em
𝑦, com limites de integração 𝑐 e 𝑑.
𝑏 𝑑
A integral ∫𝑎 [∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 é calculada de forma análoga.

Suponhamos que 𝑓(𝑥, 𝑦) seja contínua num retângulo 𝑅, 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑.


Consideremos:

(9)
𝑏
𝐹(𝑦) = ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥.
𝑎
19

Prova-se que a função 𝐹 é contínua em [𝑐, 𝑑]. Logo, tem sentido escrever:

(10)
𝑑 𝑑 𝑏
∫ 𝐹(𝑦) 𝑑𝑦 = ∫ (∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥) 𝑑𝑦.
𝑐 𝑐 𝑎

Uma integral desse tipo é chamada de integral iterada.


A região de integração das integrais iteradas não precisa, necessariamente,
ser um retângulo.
Podemos fazer integrais iteradas sobre regiões como exemplificam as figuras.

Figura 1: Região iterada a ser calculada.

Fonte: REGIÃO (20--)

1.1.2 Teorema de Fubini

O Teorema de Fubini permite calcular integrais duplas


por meio do conceito e aplicação da integral iterada.
De forma que possibilita a inversão da ordem de
integração.
Logo, se f for contínua em um retângulo, escreve-se:

(11)
𝑑 𝑏 𝑏 𝑑
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝑅 𝑐 𝑎 𝑎 𝑐

𝑅 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑}
20

Ou seja, independente da ordem de integração o resultado será o mesmo,


desde que se mantenham os intervalos junto a seus respectivos planos.
Em outras palavras, o intervalo referente ao plano da seção transversal em x
deve se manter vinculado a dx, e o mesmo em relação a y, portanto, quando se
muda a ordem dx dy para dy dx, por exemplo, deve-se assegurar que os intervalos
também tenham sua ordem invertida.
Exemplo 04:

(12)
1 2
∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝐼
0 0
1
𝑦³ 2
𝐼 = ∫ (𝑥 2 𝑦 + ) | 𝑑𝑥
0 3 0

Com os limites de integração já substituídos, deve-se calcular a segunda


integral, como demonstrado abaixo:

(13)
1
8 2𝑥³ 8 1 10
= ∫ (2𝑥 2 + ) 𝑑𝑥 = ( + 𝑥) | = .
0 3 3 3 0 3

Então se você inverter a ordem da integração acima, não se esquecendo de


inverter também os intervalos, você obterá o mesmo resultado. Como prova a seguir:

(14)
2 1
∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = 𝐼
0 0
2
𝑥³ 1
𝐼 = ∫ ( + 𝑥𝑦²) | 𝑑𝑦 =
0 3 0
2
1 1 𝑦³ 2 10
= ∫ ( + 𝑦²) 𝑑𝑦 = ( 𝑦 + ) | = .
0 3 3 3 0 3

Exemplo 05:

(15)
Calcule ∬𝑅 (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝐴, onde 𝑅 = [0,1] × [0,1].
21

Figura 2: Ilustração do exemplo 2.

Fonte: ILUSTRAÇÃO (20--)

1 1 1
𝑥²𝑦 𝑥³ 𝑥 = 1
∬ (𝑥𝑦 + 𝑥²)𝑑𝐴 = ∫ [∫ (𝑥𝑦 + 𝑥²) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 = ∫ [ + ]| 𝑑𝑦
𝑅 0 0 0 2 3 𝑥=0
1
𝑦 1 7
= ∫ [ + ] 𝑑𝑦 = .
0 2 3 12

1.1.3 Integrais Duplas Sobre Regiões Gerais

Você reparou que até o momento trabalhamos apenas com


integrais duplas sobre regiões limitadas a um retângulo?
Isso porque o intervalo se limita também a números
reais, o que torna o aprendizado um pouco mais simples.
No entanto, precisamos entender como integrar uma
função cujas regiões sejam mais gerais que simplesmente retângulos.
Então para se definir a integral dupla de uma função f (x, y) sobre uma região
geral qualquer é necessário conhecer as funções que representam os limites desta
região.
Desta forma ao invés de intervalos definidos por valores reais, teremos
também funções.
Na Figura 3 é apresentado duas regiões onde serão calculadas as áreas:
22

Figura 3: Intervalos das funções.

Fonte: INTERVALOS (20--)

Onde na Figura 3, no gráfico da parte esquerda, temos:

(16)
𝑏 𝑔2(𝑥)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥.
𝑎 𝑔1(𝑥)

E na parte da direita, temos:

(17)
𝑑 ℎ2(𝑦)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦.
𝑐 ℎ1(𝑦)

1.1.3.1 Classificação quanto ao tipo

Ainda analisando a Figura 3 percebe-se que a primeira, situada na parte


esquerda, teve os limites da região no plano y representados por funções enquanto
que no plano x por um intervalo real.
Já a parte direita da Figura 3 ocorreu o contrário. Isso ocorre porque existem
tipos diferentes de regiões, sendo elas do tipo I ou tipo II.
Uma região plana é caracterizada tipo I quando for à região entre o gráfico de
duas funções contínuas de x.
Na Figura 3, parte esquerda, podemos classificar como sendo do tipo 1, ou
seja, dydx.
𝐷 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑔1(𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑔2(𝑥)}
23

Dica: Note que em nenhum local desta região que você fizer
uma reta imaginária paralela à y ela tocará o mesmo limite
duas vezes, no entanto se fizer uma reta paralela a x, em
alguns locais próximos aos limites essas retas iniciarão na
função limite e terminará também tocando este mesmo limite.
Logo, ela só pode ser do tipo I. A Figura 4 apresenta esses
limites:

Figura 4: Limites representados em retas paralelas ao eixo x e ao eixo y.

Fonte: LIMITES (20--)

Para definir os limites de integração em relação a y, podemos traçar uma reta


imaginária paralela ao eixo y. Logo será a função menor até a função maior, debaixo
para cima, o limite de y.
E o limite de x, é só ir ao eixo do x e pegar os valores que serão duas
constantes que está compreendida a figura.
Por exemplo, uma região limitada pelas curvas y= x² e y= 4x – x² pode ser
descrita como de tipo I.
Veja a seguir como determinar estes intervalos.
A interseção das curvas é feita igualando as duas funções:

(18)
𝟐 𝟐
𝒙 = 𝟒𝒙 − 𝒙 .

Depois igualamos a zero:


24

(19)

𝟐𝒙𝟐 − 𝟒𝒙 = 𝟎.

Encontramos através da fórmula de Báskara as raízes


que serão os pontos de intersecção das curvas.
Nesse caso, x=0 e x=2.
Agora iremos montar duas tabelas, uma para cada
função, objetivando desenhar o gráfico.
Para os valores de x utilizamos os valores encontrados na interseção das
curvas, nesse caso 0 e 2.
E utilizamos outro valor qualquer que esteja entre 0 e 2, e encontramos os
respectivos valores de y.

X y=x2 y

0 y=(0)2 0

1 y= (1)2 1

2 y=(2)2 4

X y= 4x –x2 y

0 y= 4(0)-(0)2 0

1 y= 4(1)-(1)2 3

2 y=4(2)-(2)2 4

Observem que apenas o intervalo do meio dará diferente.


A Figura 5 apresenta graficamente os dados das tabelas encontrados.
25

Figura 5: Dados da tabela apresentados em gráfico.

Fonte: DADOS (20--)

Logo os limites de integração em relação ao eixo x variam de 0 a 2.


E em relação a y, a função menor até a função maior.
Sendo a função menor 𝒚 = 𝒙𝟐 e a função maior 𝒚 = 𝟒𝒙 − 𝒙𝟐 .

(20)
2 |0 2 2}
𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 ≤ 𝑥 ≤ 2, 𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥 − 𝑥

Já a figura 3 podemos classificar como sendo do tipo 2, ou seja, dxdy.

(21)
𝐷 = {(𝑥, 𝑦)|𝑎 ≤ 𝑦 ≤ 𝑏, ℎ1(𝑦) ≤ 𝑥 ≤ ℎ2(𝑦)}

Do mesmo modo para definirmos o limite de integração


em relação a x traçamos uma reta paralela, só que agora, ao
eixo x. Então será a função menor até a função maior, da
esquerda para direita, o limite de x.
E o limite de y, estará no eixo do y, de uma constante a
outra que estará compreendido entre a figura.
Observem que sempre a última integração é de uma constate a outra, e que
se encontra sempre no eixo do x se for do tipo 1 ou no eixo do y se for do tipo 2.
26

Agora veremos um exemplo de uma região limitada pelas curvas x = y 2 - 1 e x


= 1- y2.
Para encontrarmos os pontos de interseção devemos igualar as duas funções
e encontrar as raízes da equação do segundo grau:

(22)
y2 – 1 = 1 – y2
2y2- 2 = 0
y = +1 e – 1

Agora iremos montar as tabelas.

Tabela 1: Pontos de interseção.


y x = y2 – 1 x
-1 X= (-1)2-1 0
0 X= (0)2-1 -1
1 X= (1)2 -1 0
y x = 1- y2 x
-1 X= 1- (-1)2 0
0 X= 1-(0)2 1
1 X= 1-(-1)2 0

Fonte: PONTOS (20--)

Em sequência desenhamos o gráfico:

Figura 6: Dados da tabela apresentados em gráfico.

Fonte: DADOS (20--)


27

E logo determinamos os limites de integração.


No eixo y os intervalos vão de uma constante a outra, que são os valores
encontrados da equação (quando se igualou as funções).
E o eixo do x está indo de uma função a outra, da esquerda para direita, da
menor para a maior.

(23)
𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 / −1 ≤ 𝑦 ≤ 1, 𝑦² − 1 ≤ 𝑥 ≤ 1 − 𝑦²}.

Exemplo 06:

 ( x  2 y)dA
D

Calcule  ( x  2 y)dA
D
onde D é a região limitada pelas
parábolas y = 2x2 e y = 1 + x2:

Figura 7: Região limitada pelas parábolas.

Fonte: REGIAO (20--)

Primeiro passo é construir o gráfico, e para isso deve-se igualar as duas funções e
encontrar as raízes. Após construção do gráfico, deve-se classificar em tipo 1 ou tipo 2.
Outro modo de resolver seria, como neste caso, apenas interpretar o gráfico, quando
disponibilizado. Encontrado os limites da integração e determinado qual função é a maior e
qual é a menor, deve-se então montar as integrais. Neste caso temos uma integração do
28

tipo 1, ou seja, dy dx, e os limites de x são -1 e 1. E os limites de y vão de 2x2 a 1+x2, da


função menor até a maior, de baixo para cima.

(24)

    2 ( x  2 y)dy dx
1 1 x2

1  2 x 

 
1 y 1 x 2
  xy  y 2
dx
1 y 2 x 2

1
 
  x(1  x 2 )  (1  x 2 ) 2  2 x 3  4 x 4 dx
1

1

   3x 4  x 3  2 x 2  x  1 dx
1

1
 x5 x4 x 3 x² 
   3   2   x 
 5 4 3 2  1
32

15

Exemplo 07:
Seja D a região do plano xy delimitado pelos gráficos de y=x²
e y = 2x. Calcule ∬(𝑥 3 + 4𝑦)𝑑𝐴
29

Figura 8: Região do plano.

Fonte: REGIAO (20--)

Esse exemplo pode ser tanto do tipo 1 quanto do tipo 2, de forma que os
resultados serão iguais. Assim, cabe a você escolher a ordem da integração.
Portanto, se cconsiderarmos do tipo 1, dy dx, os limites de integraçao de x
serão 0 a 2. Os limites de y serão da função menor y=x² até a função maior y=2x.

2 2x (25)
  (x  4 y )dydx 
3

0 x2

2
4 y2 2x
0 ( x y  2 ) x 2 dx
3

 x (2 x)  2(2 x) 
2
3 2
 x 3 ( x 2 )  2( x ²)2 dx
0

 (8 x -x 5 )dx 
2

8x3 x 6 2
- 0
3 6
30

Figura 9: Região do plano tipo 2.

Fonte: REGIAO (20--)

Podemos resolver a equação também a considerando como do tipo 2, dxdy.


Neste caso, os limites de y serão de 0 a 4 e os de x serão da função menor
𝑦
x= 2 até a função maior 𝑥 = √𝑦.

(26)
4 y

  (x  4 y )dxdy 
3

0 y
2

 
 y
y
 x4  
4 ( )4
y 
4 4

0  4  4 xy 0 
y
y dy  4 y . y  2  4 . y dy
2
 4 4 2 
 
4
 y2 3
y4 
0  4    dy 
2

2
4 y 2 y
64 

5
3
y 4y y5 2y32
   4
0
3 .4 5 5.64 3
2
31

5
y3 8y 2 y5 2 y3
   4
0
12 5 320 3

5
4 3 8.4 2 4 5 2.4 3 32
   
12 5 320 3 3

1.1.3.2 Aplicações elementares das integrais duplas

Como dito anteriormente, a integral dupla é uma importante ferramenta para a


determinação de vários elementos como área, volume, centro de massa e outros
que revisaremos a seguir.

1.1.3.2.1 Volumes

Podemos calcular o volume através de uma integral dupla sob o gráfico de


uma função f não negativa, contínua sobre uma região D dada:

(27)

𝑉 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴
𝐷

Exemplo 08:
Determinar o volume do sólido delimitado por z= 4-x2, x=0, y=0,
y=6 e x=2.
Dica: neste caso podemos usar o teorema de Fubini:
32

Figura 10: Volume do sólido.

Fonte: VOLUME (20--)

(28)
2 6
𝑉 = ∫ ∫ (4 − 𝑥²) 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
2
6
𝑉 = ∫ (4𝑦 − 𝑥²𝑦) | 𝑑𝑥
0 0
2
𝑉 = ∫ (24 − 6𝑥²) 𝑑𝑥
0
2
𝑉 = 24𝑥 − 2𝑥³ |
0
𝑉 = 48 − 16
𝑉 = 32 𝑢. 𝑣.

1.1.3.2.2 Área

A área de uma região D no plano xy é dada por:

(29)

𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝐴
𝐷

Exemplo 09:
Calcule a área retangular da região R.
Dica: neste exemplo podemos aplicar o teorema de Fubini, por
se tratar de uma região retangular. Então poderá ser dydx ou
dxdy que o mesmo resultado será encontrado.
33

(30)

𝐴𝑅 = ∬ 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝑅
2≤𝑥≤4
𝑅={
2≤𝑦≤6
4 6
𝐴𝑅 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥
2 2
4
6
𝐴𝑅 = ∫ 𝑦 | 𝑑𝑥
2 2
4
𝐴𝑅 = ∫ 6 − 2 𝑑𝑥
2
4
𝐴𝑅 = ∫ 4 𝑑𝑥
2
4
𝐴𝑅 = 4𝑥 |
2
𝐴𝑅 = 16 − 8 = 8

Figura 11: Área retangular da região R.

Fonte: AREA (20--)

Exemplo 10: Determinar a área da região limitada por y=x³ e y = 4x.


34

Figura 12: Área da região limitada.

Fonte: AREA (20--)

𝑦 = 𝑥³
{
𝑦 = 4𝑥
0
3
𝑥 − 4𝑥 = 0 { 2
−2
0≤𝑥≤2
𝑅={
𝑥³ ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥
2 4𝑥
𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 𝑥³
2
4𝑥
𝐴 = ∫ 𝑦 | 3 𝑑𝑥
0 𝑥
2
𝐴 = ∫ (4𝑥 − 𝑥³) 𝑑𝑥
0

4𝑥² 𝑥⁴ 2
𝐴= − |
2 4 0
𝐴=4

1.1.3.2.3 Densidade

Consideremos uma quantidade tal como massa ou carga


elétrica distribuída de um modo contínuo, uniforme ou não,
sobre uma porção do plano xy.
35

Representamos esta função ϭ (sigma, pequena letra grega) de duas variáveis


como uma função densidade para estas duas distribuições dimensionais se, para
toda região admissível D no plano xy.

(31)

∬ 𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴
𝐷

Que dará a soma contida em D.

1.1.3.2.4 Momentos e Centro de Massa

Vamos supor que uma partícula P de massa m é situada


no ponto (x,y) no plano xy, como na figura abaixo. Logo, o
produto mx, a massa m da partícula multiplicada pela respectiva
distância x do eixo y, é chamada de momento P em relação
ao eixo y.
E de mesmo modo o produto my é chamado o momento de P em relação ao
eixo x. Suponhamos que uma massa total m é continuamente distribuída sobre uma
região plana admissível D, sob a forma de uma película delgada de material, onde
chamamos de lâmina.
Seja ϭ a função densidade para esta distribuição de massa:

Figura 13

Fonte: AREA (20--)


36

Se (x,y) é um ponto em D, vamos considerar o retângulo infinitesimal de


dimensões dx e dy como centro em (x,y).
A massa contida neste retângulo é dada por dm= ϭ (x,y)dxdy s sua distância
ao eixo x vale y unidades, logo, seu momento em relação ao eixo x é dado por
(dm)y=ϭ(x,y)y dxdy.
O momento total de toda a massa na lâmina é obtido pela soma, isto é, pela
integração de todos os momentos infinitesimais. Então o momento Mx da lâmina em
relação ao eixo x é dado por:

(32)
𝑀𝑥 = ∬ 𝑦 𝑑𝑚 = ∬ 𝑦𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴
𝐷 𝐷

Igualmente, o momento My da lâmina em relação ao eixo y é dado por:

(33)
𝑀𝑦 = ∬ 𝑥𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴
𝐷

Por definição, as coordenadas do centro de massa são:

(34)
𝑀𝑦 𝑀𝑥
𝑥̅ = 𝑒 𝑦̅ =
𝑀 𝑀

Exemplo 11: Determine a massa e o centro de massa


de uma lâmina triangular com vértices (0,0) (1,0) e (2,0),
sabendo que a função densidade é δ (x,y) = 1+3x + y.
37

Figura 14: Lâmina triangular com vértices.

Fonte: LAMINA (20--)

(35)
1 2−2𝑥
𝑚 = ∬ 𝛿(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ (1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ (1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
𝐷 𝐷 0 0

1 2−2𝑥 1
𝑦² 2 − 2𝑥
∫ [∫ (1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫ [𝑦 + 3𝑥𝑦 + ] 𝑑𝑥
0 0 0 2 0

1 1 (2 − 2𝑥)²
𝑦² 2 − 2𝑥
∫ [𝑦 + 3𝑥𝑦 + ] 𝑑𝑥 = ∫ [2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 2 + ] 𝑑𝑥
0 2 0 0 2

1 (4 − 8𝑥 + 4𝑥²) 1
4𝑥³ 1
∫ [2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 2 + ] 𝑑𝑥 = ∫ (4 − 4𝑥²) 𝑑𝑥 = [4𝑥 − ]
0 2 0 3 0

4𝑥³ 1 4 8
[4𝑥 − ] =4− =
3 0 3 3

1 2−2𝑥
𝑀𝑥 = ∬ 𝑦𝛿(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑦(1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ [∫ (𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑦²) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝐷 𝐷 0 0

1 2−2𝑥 1
𝑦² 3𝑥𝑦² 𝑦³ 2 − 2𝑥
∫ [∫ (𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑦²) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫ [ + + ] 𝑑𝑥
0 0 0 2 2 3 0

1 1 (2
𝑦² 3𝑥𝑦² 𝑦³ 2 − 2𝑥 − 2𝑥)² 3𝑥(2 − 2𝑥)² (2 − 2𝑥)³
∫ [ + + ] 𝑑𝑥 = ∫ [ + + ] 𝑑𝑥
0 2 2 3 0 0 2 2 3

1 (2 − 2𝑥)² 3𝑥(2 − 2𝑥)² (2 − 2𝑥)³ 1


14 10𝑥³
∫ [ + + ] 𝑑𝑥 = ∫ ( − 6𝑥 − 2𝑥 2 + ) 𝑑𝑥
0 2 2 3 0 3 3

1
14 10𝑥 3 14𝑥 2𝑥 3 5𝑥 4 1 14 2 5
∫ ( − 6𝑥 − 2𝑥 2 + ) 𝑑𝑥 = [ − 3𝑥 2 − + ] = −3− +
0 3 3 3 3 6 0 3 3 6
38

14 2 5 14 − 9 − 2 5 5 11
−3− + = + = 1+ =
3 3 6 3 6 6 6

1 2−2𝑥
𝑀𝑦 = ∬ 𝑥𝛿(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑥(1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑥 [∫ (1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
𝐷 𝐷 0 0

1 2−2𝑥 1
𝑦² 2 − 2𝑥
∫ 𝑥 [∫ (1 + 3𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 [𝑦 + 3𝑥𝑦 + ] 𝑑𝑥
0 0 0 2 0

1 1 (2 + 2𝑥)²
𝑦² 2 − 2𝑥
∫ 𝑥 [𝑦 + 3𝑥𝑦 + ] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 [2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 2 + ] 𝑑𝑥
0 2 0 0 2

1 (2 + 2𝑥)² 1 1
∫ 𝑥 [2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 2 + ] 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥(4 − 4𝑥²) 𝑑𝑥 = ∫ (4𝑥 − 4𝑥³) 𝑑𝑥
0 2 0 0

1
4𝑥² 4𝑥 4 1 4 4
∫ (4𝑥 − 4𝑥³) 𝑑𝑥 = [ − ] = − =2−1=1
0 2 4 0 2 4

1.1.3.2.5 Momentos de inércia

Vamos imaginar a lâmina D girando em torno de um eixo L, com velocidade


angular constante w e seja δ (x, y) a distância da massa elementar dm ao eixo L,
como a figura 15.

Figura 15: Lâmina girando em torno de um eixo L.

Fonte: LAMINA (20--)

Se dE representa a energia cinética da massa dm, então:

(36)
1 1
𝑑𝐸 = (⍵𝛿)2 𝑑𝑚 = (⍵𝛿)2 𝜎 (𝑥, 𝑦)𝑑𝐴
2 2
39

Onde wδ é a velocidade escalar do corpo.


A energia cinética total é, portanto,

(37)
1 1
𝐸 = ∬ 𝑑𝐸 = ⍵2 ∬ 𝛿 2 𝑑𝑚 = ⍵² ∬ 𝛿 2 𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴
𝐷 2 𝐷 2 𝐷

A integral que figura do lado direito da figura é o momento de inercia da placa


D em relação ao eixo L e anota-se:

(38)
𝐼𝐿 = ∬ 𝛿² 𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴
𝐷

Em relação aos eixos coordenados, os momentos de inércia da placa D são:

(39)
𝐼𝑥 = ∬ 𝑦 2 𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑒 𝐼𝑦 = ∬ 𝑥²𝜎(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷 𝐷

Enquanto o momento de inércia polar em relação à origem é dado por:

(40)
𝐼0 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = ∬ (𝑥 2 + 𝑦²) 𝜎 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

Exemplo 12:
Determinar os momentos de inércia Ix, Iy e Io da região
limitada pelas curvas y2=4x, x=4 e y=0 no primeiro quadrante.

(41)
0≤𝑥≤4
𝑅{
0 ≤ 𝑦 ≤ 2√ 𝑥

4 2𝑥 1⁄2
𝐼𝑥 = ∫ ∫ 𝑦² 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0

4
𝑦³ 2𝑥 1⁄2
𝐼𝑥 = ∫ | 𝑑𝑥
0 3 0

1
(2. 𝑥 2 )3
4
𝐼𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
0 3
40

Figura 16: Momentos de inércia.

Fonte: MOMENTOS (20--)

𝟑
𝟒
𝟐𝟑 . 𝒙𝟐
𝑰𝒙 = ∫ 𝒅𝒙
𝟎 𝟑

3
4
8. 𝑥 2
𝐼𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
0 3

8 4
𝐼𝑥 = ∫0 𝑥 3⁄2 𝑑𝑥
3

8 5⁄2 2 4
𝐼𝑥 = 𝑥 . |
3 5 0

16 512
𝐼𝑥 = . 32 =
15 15

4 2𝑥 1⁄2
𝐼𝑦 = ∫ ∫ 𝑥² 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0

4
2𝑥 1⁄2
𝐼𝑦 = ∫ 𝑥 2 𝑦 | 𝑑𝑥
0 0

4
𝐼𝑦 = 2 ∫ 𝑥 5⁄2 𝑑𝑥
0

4 7⁄2 4
𝐼𝑦 = 𝑥 |
7 0

4 512
𝐼𝑦 = . 128 =
7 7

512 512
𝐼0 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = + = 107,28
15 7
41

1.1.3.2.6 Centroides

Para determinar as coordenadas do ponto de aplicação


da resultante P, denominado Baricentro ou Centro de
Gravidade da superfície, basta escrever somatórios de
momentos dos pesos em relação aos eixos, ou seja:

(42)

Pxc  x1P1  x2 P2  ...xn Pn


Pyc  y1P1  y2 P2  ... yn Pn
Levando tais expressões ao limite, tem-se:

(43)

P xc   xdP P yc   ydP
Analogamente às considerações feitas para o Peso P, tem-se:

(44)

A   dA xc 
 xdA
yc 
 ydA
A A

Onde as coordenadas, denominadas Centróide ou Centro Geométrico da


superfície A, neste caso particular, coincidem com as do Baricentro.

Exemplo 13: Determinar as coordenadas do centro de gravidade da região R


limitada no primeiro quadrante por y=x³ e y= 4x.
42

Figura 17: Coordenadas do centro de gravidade da região R limitada.

Fonte: COORDENADAS (20--)

0≤𝑥≤2
𝑅={
𝑥³ ≤ 𝑦 ≤ 4𝑥

2 4𝑥
𝑀𝑥 = ∫ ∫ 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 𝑥³

1 2 4𝑥
𝑀𝑥 = ∫ 𝑦² | 𝑑𝑥
2 0 𝑥³

1 2
𝑀𝑥 = ∫ (16𝑥 2 − 𝑥 6 ) 𝑑𝑥
2 0

1 16𝑥³ 𝑥 7 2
𝑀𝑥 = [ − | ]
2 3 7 0

1 16 . 8 128
𝑀𝑥 = [ − ]
2 3 7

64 64 256
𝑀𝑥 = − =
3 7 21
2 4𝑥
𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 𝑥³

2
4𝑥
𝐴 = ∫ (𝑦 | ) 𝑑𝑥
0 𝑥³

2
𝐴 = ∫ 4𝑥 − 𝑥 3 𝑑𝑥
0

2 4𝑥 2 𝑥 4
𝐴= | ( − )
0 2 4
43

(2)4
𝐴 = 2. (2)2 − =4
4
2 4𝑥
𝑀𝑦 = ∫ ∫ 𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 𝑥3

2
4𝑥
𝑀𝑦 = ∫ 𝑥𝑦 | 𝑑𝑥
0 𝑥³

2
𝑀𝑦 = ∫ (4𝑥 2 − 𝑥 4 ) 𝑑𝑥
0

4𝑥³ 𝑥 5 2
𝑀𝑦 = − |
3 5 0

4 . 8 32 32 32 64
𝑀𝑦 = − = − =
3 5 3 5 15

𝑀𝑦 64 16
𝑥̅ = = =
𝐴 15 . 4 15

𝑀𝑥 256 64
𝑦̅ = = =
𝐴 21 . 4 21
16 6
𝐶𝐺 = ( ; )
15 21

1.2 Mudança de Variáveis

Nem sempre é fácil resolver as integrais duplas de forma direta, às vezes


iremos precisar usar a mudança de variáveis para facilitar a integração.
Por exemplo:

(45)

∬ (2𝑥 + 𝑦) sin(𝑥 + 2𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦


𝐷

Neste caso torna-se difícil calcular de forma direta, por se tratar de uma
multiplicação de funções, ou seja, f (x, y). g (x, y). Então seria mais fácil se fosse:

(46)
∬ (𝑢) sin 𝑣 𝑑𝑢 𝑑𝑣
𝐷

Este método é bem parecido com o método da substituição, ou mudança de


variável que aprendemos em Calculo II.
Primeiro chamamos um termo de u e encontramos as derivadas para termos
o seu respectivo du, e depois modificamos os intervalos.
44

Por exemplo, se x2= u, então derivando temos que 2x dx = du.


Se os limites iniciais forem x = a e x = b eles passarão a ser u = a2 e u = b2.
Esse método se baseia na seguinte fórmula:

(47)
𝑏 𝑑
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑔(𝑥)) . 𝑔′(𝑢)𝑑𝑢
𝑎 𝑐

Então vamos transformar uma integral do tipo:

(48)
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷

Em uma integral:

(49)
∭ ℎ(𝑢, 𝑣) 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝑄

Ou seja, irá mudar as variáveis e o domínio da função a ser integrada.


𝑇(𝑢, 𝑣) = (𝑥, 𝑦)

Figura 18: Mudança de variáveis e domínio.

Fonte: MUDANCA (20--)

Vamos aplicar a fórmula:

(50)
𝜕(𝑥, 𝑦)
∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑢, 𝑣) | | 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝑇(𝑄)=𝐷 𝑄 𝜕(𝑢, 𝑣)

Calculamos a expressão jacobiana.


45

(51)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦)
𝐽 = = |𝜕𝑢 𝜕𝑣 |
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜕𝑥 𝜕𝑥
|𝜕𝑢 𝜕𝑣 | = 𝜕𝑥 × 𝜕𝑦 − 𝜕𝑥 × 𝜕𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝜕𝑢 𝜕𝑣

Calculamos as derivadas parciais e depois calculamos as determinantes.


Exemplo 14:
Faça a substituição 2x + 3 = u e –y = v, qual será o termo a acrescentar na
integral?

(52)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝐽 = |𝜕𝑢 𝜕𝑣 |
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣

𝑢−3
Temos 𝑥 = ; portanto:
2

𝜕𝑥 1
=
𝜕𝑢 2
𝜕𝑦
= −1
𝜕𝑣
𝜕𝑥
=0
𝜕𝑣
𝜕𝑦
=0
𝜕𝑣
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
|𝐽| = | × − × |=
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
1 1 1
= | × (−1) − 0 × 0| = |− | =
2 2 2

Haverá casos que será difícil isolar o x ou o y para calcular as derivadas


parciais, nesses casos tem um modo mais fácil de realizar o jacobiano.
É só usar as derivadas parciais de u e v e inverter o resultado.
𝜕(𝑥, 𝑦)
=𝐽
𝜕(𝑢, 𝑣)
46

𝜕(𝑢, 𝑣)
= 𝐽∗
𝜕(𝑥, 𝑦)
1
𝐽=
𝐽∗

1.2.1 Mudança Linear de Variáveis

Consideremos uma transformação linear T definida como:

(53)
𝑥 = 𝑎𝑢 + 𝑏𝑣
{
𝑦 = 𝑐𝑢 + 𝑑𝑣
Sendo que a, b, c e d são constantes. O determinante do jacobiano será dado
por:

(54)
𝜕(𝑥, 𝑦) 𝑎 𝑏
𝐽= =| | = 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐
𝜕(𝑢, 𝑣) 𝑐 𝑑
Eo resultado será sempre um número.
Exemplo 15:
𝑦−𝑥
Calcule ∫ ∫ 𝑒 𝑦+𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦, onde a região limitada pela reta y+x = 2 e os eixos
coordenados.
Solução:

(55)
U= y-x
V = y+x
𝑣−𝑢
𝑥=
2
{ 𝑢+𝑣
𝑦=
2

jacobiano:
𝜕𝑥 1
=−
𝜕𝑢 2
𝜕𝑦 1
=
𝜕𝑣 2
𝜕𝑥 1
=
𝜕𝑣 2
47

𝜕𝑦 1
=
𝜕𝑢 2
1 1
𝜕(𝑥, 𝑦) −
𝐽= =| 2 2| = (− 1) (1) − (1) (1) = − 1
𝜕(𝑢, 𝑣) 1 1 2 2 2 2 2
2 2
1
|𝐽| =
2

Agora iremos calcular os novos intervalos.


Antes era y + x = 2 e os eixos x=0 e y = 0, vamos trocar as novas variáveis
nessas expressões:

(56)
𝑣−𝑢
𝑥=0→ =0→𝑢=𝑣
2
𝑢+𝑣
𝑦=0→ = 0 → 𝑢 = −𝑣
2
𝑣−𝑢 𝑢+𝑣
𝑦+𝑥 =2→ + =2→𝑣=2
2 2

No plano abaixo uv, essas expressões definem a região:

Figura 19: Plano uv.

Fonte: PLANO (20--)

Teremos uma integral do tipo 2 os limites das integrais serão da esquerda


para direita, ou seja, do menor para o maior, e as constantes estarão no eixo do v
que serão de 0 a 2.
0≤v≤2
48

-v≤u≤v
Então termos uma nova integral.

(57)
2 𝑣 𝑢 1
∫ ∫ 𝑒𝑣 ( ) 𝑑𝑢𝑑𝑣 =
0 −𝑣 2
2
1 𝑢 1 𝑢=𝑣
= ∫ 𝑣 𝑒𝑣. ( ) | 𝑑𝑣 =
2 0 2 𝑢 = −𝑣
1 2 𝑣 𝑣
= ∫ 𝑣 (𝑒 𝑣 − 𝑒 −𝑣 ) 𝑑𝑣 =
2 0
1 2 1
= ∫ 𝑣 (𝑒 − ) 𝑑𝑣 =
2 0 𝑒
1 𝑣2 1 2
= . (𝑒 − ) | =
2 2 𝑒 0
1
=𝑒−
𝑒

Exemplo 16: Use a mudança de variáveis u=xy e v= 𝑥⁄𝑦, e calcule a integral

dupla ∬𝐷 (𝑥 2 + 2𝑦 2 )𝑑𝐴, sendo a região do plano xy no primeiro quadrante,


delimitada pelas curvas xy=1, xy=2, y=x e y=2x.
49

1.3 Coordenadas Polares

Frequentemente a região D sobre a qual uma integral dupla está sendo


calculada é mais facilmente descrita por coordenadas polares que por coordenadas
cartesianas.
Quando temos regiões circulares, não utilizamos os sistemas de coordenadas
retangulares, que são o x e o y.
Iremos utilizar um sistema que descreve essas curvas de forma muito mais
simples que são as coordenadas polares.
Vamos analisar o gráfico apresentado na figura 20 abaixo:
50

Figura 20: Gráfico coordenadas polares.

Fonte: GRÁFICO (20--)

Vemos que esse círculo é definido por todos os pontos que estão a uma
distância r≤1 da origem do plano cartesiano, para qualquer ângulo θ., portanto,
podemos descrever essa área assim:
0 ≤ r ≤ 1 e 0 ≤ θ ≤ 2π
Você pode perceber que se escolher um ponto qualquer do plano, podemos
definir da mesma forma, basta termos sua distância até a origem, que chamamos de
r, e o ângulo que r faz como o eixo x, chamamos de θ. Logo coordenadas polares é
a forma de localizar um ponto em função de r e θ.

1.3.1 Mudança para coordenadas polares

Você irá precisar escrever x e y em função de r e θ. Essa mudança nem


sempre será simples e fácil. Precisamos então de uma forma geral para traduzir as
coordenadas retangulares para as polares.
51

Figura 21: Coordenadas polares.

Fonte: [ANÔNIMO]

Temos pela figura acima que é um triangulo retângulo:


X = r cos θ (cateto adjacente ao ângulo θ)
Y= r sem θ (cateto oposto ao ângulo θ)

Essa relação serve para qualquer ponto que formos escrever em coordenadas
polares. Logo, os diferenciais são dr e dθ.
Precisamos calcular o Jacobiano desta transformação, sempre que mudamos
de coordenadas nas integrais duplas.

(58)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦)
𝐽= = | 𝜕𝑟 𝜕𝜃 |
𝜕(𝑟, 𝜃) 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑟 𝜕𝜃

Fazemos as derivadas parciais.


cos 𝜃 −𝑟 sin 𝜃
𝐽=| | = [𝑟 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑟 𝑠𝑖𝑛2 𝜃]
sin 𝜃 𝑟 cos 𝜃

Calculamos a determinante, multiplicando cruzado.


Colocamos o resultado o r em evidencia e encontramos uma identidade
trigonométrica que me diz que cos²θ + sen² θ =1.
52

Logo:
|𝐽| = 𝑟

Então sempre formos fazer uma substituição em uma integral dupla, temos
que escrever esse termo r ao lado do novo diferencial dr e dθ.
A fórmula então de mudança ficará:
𝜃2 𝑟2 (𝜃)
∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫ 𝑓(𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃)𝑟 𝑑𝑟𝑑𝜃 = ∫ 𝑑𝜃 ∫ 𝑓(𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃)𝑟 𝑑𝑟
𝑃 𝐵 𝜃1 𝑟1 (𝜃)

A transformação polar atuará como:

Figura 22: Transformação polar.

Fonte: TRANSFORMAÇÃO (20--)

Exemplo 16:
Calcule ∫ ∫(3𝑥 + 4𝑦 2 )𝑑𝐴 , onde R é a região limitada pelos círculos x²+y² =1 e
x²+y² = 4, com y≤0.
Graficamente ficará assim:
53

Figura 23: Região limitada pelos círculos.

Fonte: REGIÃO (20--)

(59)
2 2
𝑅 = {(𝑥, 𝑦)|1 ≤ 𝑥 + 𝑦 = 4; 𝑦 ≤ 0}

Como existem duas circunferências iremos usar coordenadas polares.


Precisaremos descobrir os intervalos de r e θ.
Temos r variando entre 1 e 2 e θ variando entre 0 e π.
Mesmo que se não tenha conseguido ver isso na figura, é só substituir os
valores da transformação polar nas equações do enunciado.
x2 + y2 =1
(𝑟 cos 𝜃)2 + (𝑟 sin 𝜃)2 = 1 → 𝑟 2 (𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛²𝜃) = 1 → 𝑟 = 1

Substituímos x = r cos θ e y = r sem θ.


E logo colocamos o r² em evidencia.
E usamos a identidade trigonométrica cos² θ + sen² θ =1.
Ficando com r² =1, agora é só tirar a raiz quadrada de 1.
Procede da mesma maneira com as demais equações do enunciado.
x2+ y2 = 4
(𝑟 cos 𝜃)2 + (𝑟 sin 𝜃)2 = 4 → 𝑟²(𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛²𝜃) = 4 → 𝑟 = 2
𝑦 ≥ 0 → 𝑟 sin 𝜃 ≥ 0

Agora vamos pensar como r ≥ 0 sempre, temos que ter sen θ ≥ 0. Os valores
que obedecem a essa condição são 0 ≤ θ ≤ π. Logo:
𝑅 ∗ = {(𝑟, 𝜃)|1 ≤ 𝑟 ≤ 2 ; 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋}
54

Agora iremos montar a integral em coordenadas polares, trocando os valores


de x e y.

∬(3𝑥 + 4𝑦²) 𝑑𝐴
𝜋 2
∫ ∫ [3(𝑟 cos 𝜃) + 4(𝑟 sin 𝜃)²]𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 =
0 1

Agora não é mais novidade, você já sabe integrar, lembrando que será de
dentro para fora primeiro integramos em relação à r e depois em relação a θ.
Lembrando que r é o termo jacobiano.
𝜋 2
= ∫ ∫ (3𝑟 2 cos 𝜃 + 4𝑟 3 𝑠𝑖𝑛²𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 =
0 1
𝜋
3𝑟³ 4𝑟 4 𝑟=2
=∫ cos 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 | 𝑑𝜃 =
0 3 4 𝑟=1
𝜋
= ∫ [(8 cos 𝜃 + 16 𝑠𝑖𝑛²𝜃) − (cos 𝜃 + 𝑠𝑖𝑛²𝜃)] 𝑑𝜃 =
0
𝜋
= ∫ (7 cos 𝜃 + 15 𝑠𝑖𝑛²𝜃) 𝑑𝜃 =
0

Agora iremos usar a fórmula do arco duplo.


1 − cos 2𝜃
𝑠𝑖𝑛2 𝜃 =
2
𝜋 (1 − cos 2𝜃)
= ∫ [7 cos 𝜃 + 15 ] 𝑑𝜃 =
0 2
15 sin 2𝜃 𝜃 = 𝜋
= 7 sin 𝜃 + [𝜃 − ( )] | =
2 2 𝜃=0
15
= (𝜋) − (0) =
2
15𝜋
=
2
Resumo
Nesta aula, abordamos:

Revisamos a Integração dupla, conceituamos e discriminamos suas principais


aplicações matemáticas e físicas, considerando também os conceitos e métodos
para mudança de variáveis, coordenadas polares e o emprego desta para facilitar o
cálculo da integral dupla.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.
THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São
Paulo, 2014, capítulo 15, páginas 301,302, 308, 309, 318 e
319.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 1

1) Calcule as integrais a seguir:


a) ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥𝑦)𝑑𝑥
𝑦 1
B) ∫ (𝑥√𝑥 − 𝑥 + 𝑥 𝑦) 𝑑𝑦

1 2
C) ∫0 ∫0 𝑥 4 𝑦 2 𝑑𝑦𝑑𝑥
3 1
D) ∫0 ∫0 𝑥𝑒 𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝜋
1
E) ∫02 ∫0 𝑥𝑦 cos(𝑥𝑦 2 ) 𝑑𝑦𝑑𝑥
Dica: Use o método da substituição na primeira integração, faça u=xy2
2 √ 𝑦
F) ∫0 ∫0 𝑥 3 𝑑𝑥 𝑑𝑦
2 𝑥2
g) ∫1 ∫0 𝑒 𝑦/𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥
Dica: Use o método da integração por partes na segunda integração.

2) Uma lâmina tem a forma de um retângulo cujos vértices são (0,0) (4,0)
(0,2) e (4,2). Determine a massa da lâmina, medida em gramas, sabendo que
a densidade da massa por área num ponto P é δ (x,y) =3xy.

3) Determine o volume sobre uma região D delimitada pelo retângulo de


vértices (3,2); (0,2); (3,0) e (0,0) sendo z= x2y.

4) Ache a área A da região R limitada pelas curvas y= x2 e y=x.

5) Ache o centroide da região R limitada por y=x+2 e y= x2.

4 2
6) Dada ∫0 ∫ 𝑦 𝑦𝑐𝑜𝑠𝑥 5 𝑑𝑥𝑑𝑦 inverta a ordem de integração e calcule a integral

resultante.
59

7) Calcular a integral onde D é a região delimitada pelas curvas y=x2 e y= 2x.

∬ (𝑥 3 + 3𝑦) 𝑑𝐴
𝐷

8) Calcule os momentos de inércia em relação a x e a y da região delimitada


pelas curvas y=2x2 e y = 1+ x2.

9) Encontre por integral dupla a massa, momentos de massa e o centro de


massa da região D da figura abaixo da função f (x, y) = x.
y
Lembrando que Ln A: Ln B = Ln (A-B)
60

10) Considere a aplicação g definida por:


X= u + v
Y = v – u2
Utilizando g, calcule:
1
1 −2
∬ (𝑥 − 𝑦 + ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
𝐷 4

Onde d é a imagem no plano xy da região q no plano uv limitada pelas retas


u=0, v=0 e u + v =2.

11) Calcular o valor da integral:

∬ 𝑥³√𝑥 + 𝑦 𝑑𝐴
𝐷

Onde 𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2 |𝑥 + 𝑦 ≥ 0, 𝑦 ≤ 0, 𝑥 ≤ 1}.

12) Calcule ∬𝐷 (2𝑥 + 1) 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde d é a região do primeiro quadrante do


plano xy, limitada pelas curvas y = x2, y=x2 +1, x+y = 1 e x+y = 2.

13) Calcule ∬𝐷 (𝑥 2 + 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde d é a região do primeiro quadrante


limitada pelas hiperboles x2 – y2 = 1, x2 – y2 = 0, xy = 2 e xy = 4.

14) Determine o volume do sólido limitado pelo plano z = 0 e pelo paraboloide


z= 1 – x2 – y2.

15) Determine o volume do sólido que está sob o parboloide z= x2 + y2, acima
do plano xy e dentro do cilindro x2 + y2 = 2x.

16) Calcule a área da figura plana limitada pela curva dada pela equação x 2/3 +

y 2/3 = 1.

17) Valor da área do dominio plano situado no primeiro quadrante e limitado


por y=x, 3x2 + y2 = 3, x2 + 3y2 = 9.
61

18) Use coordenadas polares para calcular as seguintes integrais duplas:

a) ∬𝐷 √𝑥 2 + 𝑦 2 𝑑𝑥𝑑𝑦, sendo D o disco de centro na origem e raio 2.

b) ∬𝐷 (𝑥 2 + 𝑦 2 )2 𝑑𝐴, onde D é a região dada por x²+y²≤4, com x≥ 0.


Gabarito
AULA 1

1)
1
A) − 𝑦 𝑥𝑦 + 𝑐
2 𝑦2 2√𝑦
B) 𝑥𝑦 2/3 − 2𝑥 + +𝑐
3 𝑥
8
C) 15

D) 𝑒 3 − 4
1
E) 2

F) 𝑟 2 𝜋
G) −4

2) 48

3) 18

4) 1/6

5) A=9/2
Centroide = (1/ 2, 8/5)

6) 0,055

7) 128/5

8) Ix= 256/105 e Iy= 64/105

9) Massa= 3/2 ln 2
My = 7/3 ln 2
Mx= 7/3
Centro de massa = (14/9, 14/9 ln 2)

10) 4
63

11) 4/33

12) 1

13) 8

14) Π/2

15) 3/2 Π

16) 3/8 π

√3
17) 𝜋
12

16𝜋 32𝜋
18) 𝑎) b)
3 3
Aula
Aula 22
Integrais Múltiplas e Integral Tripla

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula iremos definir integral tripla.


Assim como fizemos nas integrais unidimensionais para funções de apenas
uma variável, para a dupla com funções de duas varáveis, definiremos a tripla como
uma integral para funções de três variáveis, usualmente expressa por f (x, y, z).
Desta forma também se subintende que este considera um plano
tridimensional.
Além disso, enunciar o Teorema de Fubini que, analogamente ao caso da
integral dupla, permite calcular a integral tripla por meio da integral repetida.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Definir e compreender uma integral tripla bem como aplicar os


métodos para resolução de problemas.
65

2 INTRODUÇÃO - INTEGRAIS MÚLTIPLAS E INTEGRAL TRIPLA

Na aula anterior vimos como a integração múltipla, no caso


com duas variáveis, permite resolver situações mais gerais do
que quando utilizamos apenas integrais simples.
Agora com a integral tripla será possível lidar com
problemas ainda mais gerais, e considerando uma região
tridimensional, conforme será evidenciado no decorrer desta aula.
As integrais triplas podem ser escritas de 6 maneiras: dx dy dz, dx dz dy, dy
dx dz, dy dz dx, dy dx dz ou dy dz dx. E como na integral dupla, será resolvida de
dentro para fora, na ordem em que aparecem, ou que forem definidas.

2.1 Integrais Triplas

Dada uma região sólida W no espaço tridimensional, como um


paralelepípedo, um cubo, uma pirâmide, uma esfera e assim por diante, e dada uma
função f de três variáveis definida em cada ponto (x, y, z) em W. Teremos um
volume infinitesimal dx dy dz = dV, como evidenciado na figura 24 abaixo:

Figura 24: Demonstração de um volume infinitesimal.

Fonte: DEMONSTRAÇÃO (20--)

Numerando os paralelepípedos de 1 até n. Em cada um dos pequenos


paralelepípedos Wk, k =1,2,...,n , escolhemos um ponto interno (xk , yk ,zk ).
66

Para então formamos a soma de Riemman:

(60)
𝑛

∑ 𝑓(𝑥𝑘 , 𝑦𝑘 , 𝑧𝑘 )∆𝑉𝑘
𝑘=1

Onde ∆𝑉𝑘 = ∆𝑥𝑘. ∆𝑦𝑘. ∆𝑧𝑘 é o volume do paralelepípedo Wk .


Vale lembrar que isto é feito de maneira arbitrária, mas de tal modo que a
maior aresta dos paralelepípedos Wk tenda a zero quando 𝑛 → ∞.
Desta forma, se existir lim ∑𝑛𝑘=1 𝑓(𝑥𝑘 , 𝑦𝑘 , 𝑧𝑘 )∆𝑉𝑘 , estamos considerando que a
𝑛→∞

medida que ∆𝑥𝑘 , ∆𝑦𝑘 e ∆𝑧𝑘 se aproximam de zero, as células ∆𝑉𝑘 se tornam cada
vez menores e mais numerosas preenchendo melhor a região W. Portanto pode-se
definir o volume do sólido como o chamado integral tripla da função f (x, y,z) sobre
o sólido W que representamos por:

∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑊

Lembre-se: dV pode assumir qualquer uma das seis formas: dxdydz, dxdzdy,
dydxdz, dydzdx, dzdxdy, dzdydx.
Também é importante lembrar que o intervalo varia conforme a ordem
empregada.
Exemplo 01:

(61)
1 1−𝑥 1−𝑥−𝑦
∫ ∫ ∫ 𝑧 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0

Primeiro iremos integrar em relação a z, conforme fora indicado acima.


O processo é o mesmo empregado na aula passada, portanto devemos
resolver de dentro para fora.
1 1−𝑥 1 1−𝑥 (1
𝑧2 𝑧 = 1 − 𝑥 − 𝑦 − 𝑥 − 𝑦)²
∫ ∫ | 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ ∫ 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 2 𝑧=0 0 0 2

Realizada a primeira integração, agora iremos integrar em relação a y:


1 1 (1 − 𝑥 − 𝑦)3 𝑦 = 1 − 𝑥 1 1
= ∫ − | 𝑑𝑥 = ∫ (1 − 𝑥)3 𝑑𝑥 =
2 0 3 𝑦=0 6 0
67

Dica: quando o limite inferior for zero e o limite superior for um valor
que ao substituir zere a função, podemos integrar direto, como se
substituíssemos a função por uma variável qualquer, por
exemplo, u. Este processo será bem mais prático do que realizar
o produto notável para depois integrar cada termo.
E por último em relação a x, que também pode ser realizada
utilizando a dica anterior:
1 (1 − 𝑥)4 1 1 1 1
= ×− | = × =
6 4 0 6 4 24

2.2 Teorema de Fubini

Da mesma forma que se aplica na integral dupla, será aplicado na integral


tripla. Portanto iremos expressá-la como uma integral iterada.
Neste caso você pode resolver das 6 maneiras diferentes de ordem de
integração que dará o mesmo resultado. Para isso basta garantir que os respectivos
intervalos acompanhem a ordem estabelecida.
Também é importante lembrar que quando estiver integrando em função de x,
as variáveis y e z devem ser consideradas constantes, ou seja, se mantém.
Quando em função de y, ou seja, dy, então x e z se mantém e por fim, quando
em função de z, as variáveis x e y devem ser analisadas como constantes.
Se f for uma função contínua em uma caixa retangular. Teremos:

(62)
𝑏 𝑑 𝑞
∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝑅 𝑎 𝑐 𝑝
𝑞 𝑑 𝑏
= ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦] 𝑑𝑧
𝑝 𝑐 𝑎
𝑑 𝑏 𝑞
= ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦
𝑐 𝑎 𝑝
𝑏 𝑞 𝑑
= ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑦] 𝑑𝑧] 𝑑𝑥
𝑎 𝑝 𝑐

=⋯
Exemplo 02:

Calcule a integral tripla, ∭𝐵 𝑥𝑦𝑧 2 𝑑𝑉 onde B é a caixa


retangular dada por:
68

(63)
𝐵 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)|0 ≤ 𝑥 ≤ 1; −1 ≤ 𝑦 ≤ 2; 0 ≤ 𝑧 ≤ 3}

Neste caso podemos usar qualquer uma das 6 ordens de integração, pois
dará o mesmo resultado.
Se escolhermos calcular dx dz dy, então terá a seguinte expressão:
2 3 1
∫ ∫ ∫ 𝑥𝑦𝑧 2 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝑑𝑦 =
−1 0 0

Note que apenas foi preciso colocar cada intervalo com seu respectivo plano
indicado. Agora é só integrar de dentro para fora. Então, primeiro integramos em
relação a x.
2 3 2 3
𝑥² 𝑥=1 𝑦𝑧²
=∫ ∫ 𝑦𝑧² | 𝑑𝑧 𝑑𝑦 = ∫ ∫ 𝑑𝑧 𝑑𝑦 =
−1 0 2 𝑥=0 −1 0 2

Agora integramos em relação a z:


2 2
𝑧³ 𝑧 = 3 27𝑦
=∫ 𝑦 | 𝑑𝑦 = ∫ 𝑑𝑦 =
−1 6 𝑧=0 −1 6

E por último integramos em relação a y:


27𝑦² 9𝑦 2 𝑦 = 2 9 × 4 9 27
= | = − =
12 4 𝑦 = −1 4 4 4

Exemplo 03:

Calcule ∭𝑅 𝑥𝑦𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧, onde 𝑅 = [0,1] × [1,2] × [0,3].


Neste caso já nos foi dada uma ordem de integração, no
entanto, pelo método de Fubini, podemos mantê-la ou não,
devendo apenas atentar para que os intervalos estejam de
acordo. Os intervalos são 0 e 1 para x, 1 e 2 para y e por fim, 0 e 3 para y.
Desta forma podemos:

(64)
2 1 3
∭ 𝑥𝑦𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∫ [∫ [∫ 𝑥𝑦𝑧 𝑑𝑧] 𝑑𝑥 ] 𝑑𝑦
𝑅 1 0 0
2 1 2
𝑧 𝑥=3
∫ ∫ (𝑥𝑦 )| 𝑑𝑥𝑑𝑦
1 0 2 𝑥=0
69
2 1
9
∫ ∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦
1 0 2
2
9 𝑥2 𝑥=1
∫ ( 𝑦) | 𝑑𝑦
1 2 2 𝑥=0
9 2 27
= ∫ 𝑦 𝑑𝑦 =
4 1 8

2.3 Integral tripla sobre uma região geral E

Conforme vimos na integração dupla, as regiões gerais podem ser


caracterizadas de acordo com o tipo. Desta forma, para integração tripla, pode-se
caracterizá-las em tipo I, tipo II e tipo III.

2.3.1 Tipo I

Para que a região seja considerada do tipo I, é necessário que esta cumpra
algumas regras. Devendo ser contida entre o gráfico de duas funções contínuas de x
e y, ou seja,
𝑬 = {(𝒙, 𝒚, 𝒛)|(𝒙, 𝒚) ∈ 𝑫, 𝒇𝟏 (𝒙, 𝒚) ≤ 𝒛 ≤ 𝒇𝟐 (𝒙, 𝒚)}

Onde D é a projeção de E sobre o plano xy, desta forma pode-se concluir que
a projeção não inclui o plano z.
É possível observar que a superfície da região é delimitada pela equação
𝑧 = 𝑢2 (𝑥, 𝑦), e pela equação inferior 𝑧 = 𝑢1 (𝑥, 𝑦) que demarca o limite inferior da
região. Isso também é importante, pois estas delimitações serão empregadas como
intervalos, conforme veremos na figura 25 seguir:
70

Figura 25: Projeção D.

Fonte: PROJEÇÃO (20--)

A integral então pode ser escrita da seguinte forma:

(65)
𝒇𝟐 (𝒙,𝒚)
∭ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝑽 = ∬ {∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝒛} 𝒅𝑨
𝑬 𝒇𝟏 (𝒙,𝒚)
𝑫

Podemos concluir então que enquanto x e y são mantidos fixos, 𝒇𝟏 (𝒙, 𝒚) e


𝒇𝟐 (𝒙, 𝒚) são analisadas como constantes durante a integração de f(x, y, z) em
relação a z. No entanto, até agora definimos apenas a primeira integração, falta
ainda definir se será dz dx dy ou dz dy dx.
Para isso devemos analisar a projeção, e assim como fazíamos na integração
dupla, iremos avaliar se ao traçarmos uma linha imaginária, garantindo que esta
tenha seu início em uma função limite e término em outra função limite, o qual plano
está linha é paralela.
Caso seja paralela ao eixo x, logo essa deverá ser dx dy, e caso seja paralela
ao eixo y será dy dx. Logo, se a projeção D demonstrar uma região plana, do tipo I,
conforme a figura a seguir:
𝒃 𝒈𝟐 (𝒙) 𝒇𝟐 (𝒙,𝒚)
∭ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝑽 = ∫ ∫ ∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝒛 𝒅𝒚 𝒅𝒙
𝒂 𝒈𝟏 (𝒙) 𝒇𝟏 (𝒙,𝒚)
𝑬
71

Lembre-se que os intervalos sempre partem do menor para o maior, neste


caso, da esquerda para a direita. No entanto, se a projeção D demonstrar uma
região plana (bidimensional), do tipo II, ou seja, cuja reta imaginária é paralela ao
eixo x, terá:
𝒅 𝒉𝟐 (𝒙) 𝒇𝟐 (𝒙,𝒚)
∭ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝑽 = ∫ ∫ ∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝒛 𝒅𝒙 𝒅𝒚
𝒄 𝒉𝟏 (𝒙) 𝒇𝟏 (𝒙,𝒚)
𝑬

Exemplo 04:

Determinar ∫ ∫ ∫𝐸 2x dV···, onde E é a região do primeiro


octante que está abaixo do plano 2x+3y+z=6.

Figura 26: Exemplo 04.

(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷
0 ≤ 𝑧 ≤ 6 − 2𝑥 − 3𝑦
72

Figura 27: Continuação.

0≤𝑥≤3
2
0≤𝑦 ≤− 𝑥+2
3
Ou,
0≤𝑦≤2
3
0≤𝑥 ≤− 𝑦+3
2

Podemos observar que a região D considerada está entre os eixos xy, logo a
primeira integração será em relação a z.
E os limites de integração em relação a z serão de zero a 6-x-3y.
E a região D poderá ser dydx ou dxdy, ou seja, tipo I ou tipo II, como vimos na
integração dupla, nesse caso não irá modificar o resultado.

2𝑥
3 (− +2) (6−2𝑥−3𝑦)
3
∭ 2𝑥 𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ (2𝑥)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 =
𝐸 0 0 0

2𝑥
3 (− +2)
3 𝑧 = 6 − 2𝑥 − 3𝑦
∫ ∫ (2𝑥𝑧)𝑑𝑦𝑑𝑥 | =
0 0 𝑥=0

2𝑥
3 (− +2)
3
∫ ∫ 2𝑥(6 − 2𝑥 − 3𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 =
0 0

2
3 − 𝑥+2
3
∫ ∫ (12𝑥 − 4𝑥 2 − 6𝑥𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 =
0 0
73

3 2𝑥
2
6𝑥𝑦 2 𝑦 = (− 3 + 2)
∫ (12𝑥𝑦 − 4𝑥 𝑦 − ) 𝑑𝑦𝑑𝑥 | =
0 2 𝑦=0

3 2
2𝑥 2𝑥 2𝑥
∫ [12𝑥 (− + 2) − 4𝑥 2 (− + 2 ) − 3𝑥 (− + 2) ]𝑑𝑥
0 3 3 3

3
8𝑥 3 4𝑥 2 8𝑥
∫ [−8𝑥 2 + 24𝑥 + − 8𝑥 2 − 3𝑥( − + 4)]𝑑𝑥
0 3 9 3

3
8𝑥 3 4𝑥 3
∫ [−8𝑥 2 + 24𝑥 + − 8𝑥 2 − + 8𝑥 2 − 12𝑥] 𝑑𝑥
0 3 3

3
4𝑥³ −8𝑥³ 4𝑥 4 12𝑥² 𝑥 = 3
∫ [−8𝑥 2 + + 12𝑥] 𝑑𝑥 = ( + + )| =9
3 3 12 2 𝑥=0
0

2.3.2 Tipo II

Agora veremos quando uma região é caracterizada como tipo II.

Figura 28: Projeção D.

Fonte: PROJEÇÃO (20--)

Seguindo o mesmo princípio da caracterização demonstrado anteriormente, é


necessário que a região se apresente da forma;

(66)
𝑬 = {(𝒙, 𝒚, 𝒛)|(𝒚, 𝒛) ∈ 𝑫, 𝒉𝟏 (𝒚, 𝒛) ≤ 𝒙 ≤ 𝒉𝟐 (𝒚, 𝒛)}
74

onde a região D agora é a projeção sobre os planos yz. Assim então, temos:
ℎ2 (𝑦,𝑧)
∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∬ {∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑥 } 𝑑𝐴
𝐸 ℎ1 (𝑦,𝑧)
𝐷

Para definirmos dA, que pode ser dy dz ou dz dy, seguimos o mesmo critério
descrito anteriormente.
Exemplo 05:

Sendo a região W definida por 𝟎 ≤ 𝒚 ≤ √𝒛 − 𝒙² e D é a projeção de W sobre


o plano xz. E sabendo que D é definida por 𝟎 ≤ 𝒙 ≤ √𝑧 𝒆 𝟎 ≤ 𝒛 ≤ 𝟐.

Determine ∭𝒘 𝒙𝒅𝑽:
Solução:
2 √z √z−x²
∫ ∫ ∫ x dy dx dz =
0 0 0

2 √𝑧
∫ [∫ (𝑥√𝑧 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥] 𝑑𝑧
0 0

Integrando através do método da substituição, tem-se:

𝑢 = 𝑧 − 𝑥2 𝑑𝑢 = −2𝑥𝑑𝑥

−𝑑𝑢
= 𝑑𝑥
2𝑥
2 √𝑧 1 𝑑𝑢
∫ [∫ −𝑥𝑢2 ] 𝑑𝑧
0 0 2𝑥

Quando se utiliza o método da substituição, pode-se resolver de duas


maneiras.
A primeira maneira é chamar a equação de u, deriva-la e integra-la sem
realizar a mudança de intervalos, mas ao final da integração, deve-se voltar com a
equação inicialmente chamada de u, para só então realizar a substituição dos
intervalos.
A segunda maneira de resolução, que é a realizada neste exemplo, consiste
em chamar a função de u para deriva-la e integra-la. Porém neste caso, devemos
mudar os intervalos também, ou seja, se a função a sofrer o método da substituição
fosse integrada em x antes, com a aplicação do método da substituição, ela será
75

integrada em u, e com isso devemos transformas os antigos intervalos de x em


intervalos de u.
Para realizar essa transformação, neste caso, devemos substituir na equação,
demarcada no quadro verde acima, os valores dos intervalos de z para encontramos
os intervalos de u.
Com os intervalos determinados, devemos substitui-los na integral, como
mostra abaixo.
1 3
2 0 2
−𝑢2 1 𝑢2 𝑢 = 0
∫ [∫ 𝑑𝑢 ] 𝑑𝑧 = ∫ (− . | ) 𝑑𝑧
0 𝑧 2 0 2 3 𝑢=𝑧
2
2 3⁄
+2𝑧 2 2 2 5 𝑧=2
=∫ 𝑑𝑧 = . 𝑧2 |
0 6 6 5 𝑧=0

8√2
=
15

2.3.3 Tipo III: Por fim, caracteriza-se uma região como tipo III, quando

(67)
𝑬 = {(𝒙, 𝒚, 𝒛)|(𝒙, 𝒛) ∈ 𝑫, 𝒈𝟏 (𝒙, 𝒛) ≤ 𝒚 ≤ 𝒈𝟐 (𝒙, 𝒛)}

Figura 29: Projeção D.

Fonte: PROJEÇÃO (20--)

onde D é a projeção sobre o plano xz. Desta forma, teremos:


𝒈𝟐 (𝒙,𝒛)
∭ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝑽 = ∬ {∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝒚} 𝒅𝑨
𝑬 𝒈𝟏 (𝒙,𝒛)
𝑫

onde dA pode assumir a ordem de dx dz ou dz dx.


76

Para a determinação desta ordem, devemos aplicar o mesmo método da linha


imaginária explicado detalhadamente anteriormente.

Figura 30: Demonstração da linha imaginária.

Fonte: DEMONSTRACÇÃO (20--)

Exemplo 06:
Sendo a região W definida por 𝟎 ≤ 𝒚 ≤ 𝒙 + 𝒛 e D é a projeção
de W sobre o plano xz. E sabendo que D é definida por 𝟎 ≤ 𝒙 ≤
√𝑧 𝒆 𝟎 ≤ 𝒛 ≤ 𝟑.

Determine ∭𝒘 𝒅𝑽:
1 √𝑧 (x+z) 1 √𝑧 𝑦 =𝑥+𝑧
∫ ∫ ∫ dy dx dz = ∫ ∫ (𝑦 | ) dxdz
0 0 0 0 0 𝑦=0

1 √𝑧 1
𝑥2 𝑥 = √𝑧
∫ ∫ (𝑥 + 𝑧 ) dxdz = ∫ ( + 𝑧𝑥 | ) 𝑑𝑧
0 0 0 2 𝑥=0

5
1
𝑧 3 𝑧² 𝑧2 𝑧 = 1
∫ + 𝑧 2 𝑑𝑧 = + |
0 2 4 5 𝑧=0
2
1 2 13
+ .1 =
4 5 20
Resumo
Nesta aula abordamos integrais triplas iteradas, utilizando o método de
Fubini.
Também vimos como classificar as regiões gerais que possam ser
apresentadas.
Sendo tipo I, que estabelece a ordem de integração como dz dA, onde dA
pode assumir a ordem dy dx ou dx dy, dependendo das particularidades da projeção.
Tipo II, como dx dA, podendo variar em dx dy dz e dx dz dy, e por fim, tipo III,
que estabelece a ordem de integração como dy dA, onde pode assumir dy dx dz e
dy dz dx.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.
THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São
Paulo, 2014, capitulo 15, página 326, número 7 ao 18.

Acesse aos Links do material complementar:


Introdução às Integrais Triplas – Aula 1
<https://www.youtube.com/watch?v=32oMHqLSuFc>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 2

1) Calcule as integrais iteradas:

a) ∭𝑅 sin(𝑥 + 𝑦 + 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧, Onde 𝑅 = [0, 𝜋] × [0, 𝜋] × [0, 𝜋]

b) ∭𝑅 (𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 + 𝑥𝑦𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧, Onde 𝑅 = [0,1] × [0,1] × [0,1]

c) ∭𝑅 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧, Onde 𝑅 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑] × [𝑝, 𝑞]


1 𝑧 𝑥+𝑧
d) ∫0 ∫0 ∫0 6𝑥𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧
𝜋/2 𝑦 𝑥
e) ∫0 ∫0 ∫0 cos(𝑥 + 𝑦 + 𝑧) 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦
1 3𝑥 2𝑥+𝑦
f) ∫0 ∫0 ∫0 𝑦𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
1 𝑥 𝑧
g) ∫0 ∫0 ∫0 (𝑥 + 𝑧)𝑑𝑦𝑑𝑧𝑑𝑥
2𝜋 𝜋 2
h) ∫0 ∫0 ∫1 𝑧 4 𝑠𝑒𝑛 𝑦 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
Gabarito
AULA 2

1)
a) -8
b) 9/8
c) (𝑑 − 𝑐)(𝑞 − 𝑝)(𝑏 − 𝑎)
d) 1
e) -1/3
f) 9/2
g) 5/24
h) 124π/5
Aula 3
Aplicações de Integrais Triplas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, serão abordadas as aplicações das integrais triplas.


Descrevendo os métodos para determinação de volume, massa, momento de
inércia, centroides, momentos e centro de massa.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Solucionar problemas utilizando os métodos de aplicações das


integrais triplas.
83

3 INTRODUÇÃO - APLICAÇÕES DE INTEGRAIS TRIPLAS

Todas as aplicações de integrais duplas podem ser


estendidas para as integrais triplas. Podemos aplicar as integrais
triplas na física, e em vários problemas da engenharia.
Esta aula traz algumas análises importantes, então estude
com atenção.

3.1 Volume

Quando uma função (x, y, z) = 1, considerado um caso especial, então


teremos o volume:

Equação 68
∭ 𝑑𝑉 = 𝑉
𝑊

Exemplo 07:
Calcule o volume do sólido W limitado pelas superfícies z + x2 = 4, y+ z = 4,
y=0 e z=0.

Figura 31: Volume do sólido W limitado.

Fonte: VOLUME (20--)


84

Figura 32: Volume do sólido W limitado.

Fonte: VOLUME (20--)

Vamos primeiro ver a ordem de integração.


Podemos observar que a região D do sólido W está entre os limites xz, logo a
primeira integração será em relação a y.
Agora iremos analisar se as outras serão xz ou zx.
Analisando a região D vemos que a ordem da integração será dzdx, pois me
satisfaz somente debaixo para cima (quando traça a reta paralela ao eixo z observa-
se que está indo de uma função a outra) e não da esquerda para a direita (quando
traça a reta paralela ao eixo x, observa-se que está indo de uma função até a
mesma função, o que é inviável).
Lembrete
Se for da esquerda para direita, ou seja, do menor para o maior.
E a função x tem que estar em relação a z. (A reta tem que ir de
uma função até outra função).
dxdz → Se for debaixo para cima, ou seja, do menor para o maior.
E a função z tem que estar em relação a x.
(A reta tem que ir de função até outra função).
dzdx↑
Então teremos:

(69)
𝑊 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧); (𝑥, 𝑧) ∈ 𝐷𝑥𝑧 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 4 − 𝑧}
85

𝐷𝑥𝑧 = {(𝑥, 𝑧) ∈ ℝ2 ; −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 𝑥²}


2 4−𝑥² 4−𝑧 2 4−𝑥²
𝑉(𝑊) = ∫ ∫ [∫ 𝑑𝑦] 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = ∫ ∫ (4 − 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥 =
−2 0 0 −2 0
2 4−𝑥² 2
𝑧 2 4 − 𝑥²
=∫ ∫ (4 − 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = ∫ (4𝑧 − )| 𝑑𝑥 =
−2 0 −2 2 0
2
1
= ∫ (16 − 𝑥 4 ) 𝑑𝑥 =
2 −2
1 𝑥5 2 1 32 32 128
= [16𝑥 − ] | = . [(32 − ) − (−32 + )] = 𝑢. 𝑣
2 5 −2 2 5 5 5

3.2 Massa

A integral tripla da função densidade em uma região W é igual a massa do


sólido que ocupa essa região:

(70)

𝑚 = ∭ 𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑊

3.3 Momento de inércia

Momento de inércia, ou momento de inercia de massa, em relação aos três


eixos coordenados pode ser apresentado conforme indicação a seguir:

(71)
𝐼𝑥 = ∭ (𝑦 2 + 𝑧²)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑉

𝐼𝑦 = ∭ (𝑥 2 + 𝑧²)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑉

𝐼𝑧 = ∭ (𝑥 2 + 𝑦²)𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑉

3.4 Centróides

O centro de massa de uma distribuição uniforme, ou seja, uma distribuição


com densidade de massa constante sobre um sólido S é chamada de centroide de
86

S. Primeiro teremos que calcular o volume, para depois aplicar as formulas abaixo
para calcular o centroide, onde se faz necessário o emprego do inverso do volume.

(72)
1
𝑥̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑥 𝑑𝑣
𝑉 𝑆

1
𝑦̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑦 𝑑𝑣
𝑉 𝑆

1
𝑧̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑧 𝑑𝑣
𝑉 𝑆

3.5 Momentos e centro de massa

Os momentos relacionados aos planos coordenados x, y e z são:

(73)

𝑀𝑥𝑦 = ∫ ∫ ∫ 𝑧𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉


𝑆

𝑀𝑥𝑧 = ∫ ∫ ∫ 𝑦𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉


𝑆

𝑀𝑦𝑧 = ∫ ∫ ∫ 𝑥𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉


𝑆

O cálculo da massa se faz necessário para acharmos o valor de centro de


massa.
Analogamente o ponto:
𝑀𝑦𝑧 𝑀𝑥𝑧 𝑀𝑥𝑦
(𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( , , )
𝑚 𝑚 𝑚

É também é chamado de centro de massa da distribuição.


Exemplo 08:
A região E está abaixo do plano z = 1 + x + y e acima da região do plano xy
limitada pelas curvas y = √𝑥, y = 0 e x = 1.
Sabendo que a função densidade 𝛿(x, y, z) = 2 (Adaptada STEWART, pg.
949, 2010).
87

Determine:
a) O volume:
Solução: A partir dos dados fornecidos na questão, é possível montar a
nossa integral tripla e calcularmos o volume.
Note que para montar essa integral partimos do princípio que a projeção
ocorre no plano xy, ou seja, exclui o eixo z, portanto esta é uma região do primeiro
tipo, e deve começar sendo integrada em função de z.
As demais ordens foram definidas utilizando o restante das informações, note
que foi dado um valor para y que inclui a variável x, e sabemos que a última integral
deve sempre ter seus limites com valores reais, portanto fica mais fácil se o
colocarmos y como a segunda e deixarmos x para o final.

(74)
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦 1 √𝑥
1+𝑥+𝑦
∫ ∫ ∫ 2𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫ ∫ [2𝑧 | ] 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0 0 0 0 0
1 √𝑥 1
2𝑦 2 √𝑥
∫ ∫ 2 + 2𝑥 + 2𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫ (2𝑦 + 2𝑥𝑦 + ) | 𝑑𝑥
0 0 0 2 0
1 1 1 3
∫ 2√𝑥 + 2𝑥 √𝑥 + (√𝑥)² 𝑑𝑥 = ∫ 2𝑥 2 + 2𝑥 2 + 𝑥 𝑑𝑥
0 0
3 5 3 5
2𝑥 2 2𝑥 2 𝑥² 1 4. (1)2 4. (1)2 (1)² 79
+ + | = + + =
3 5 2 0 3 5 2 30
2 2

b) A massa
Solução:

(75)

𝑚 = ∭ 𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉
𝑊
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑚= ∫ ∫ ∫ 2 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0
1 √𝑥
𝑚 = ∫ [∫ 2 + 2𝑥 + 2𝑦 𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
0 0

1
√𝑥
𝑚 = ∫ [2𝑦 + 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 | ] 𝑑𝑥
0 0
88

1
𝑚 = ∫ (2√𝑥 + 2𝑥 √𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥
0
1
1⁄ 3⁄
𝑚 = ∫ (2𝑥 2 + 2𝑥 2 + 𝑥) 𝑑𝑥
0
3 5
2𝑥 ⁄2 2𝑥 ⁄2 𝑥² 1
𝑚= 2. +2. + |
3 5 2 0
4 4 1 79
𝑚= + + =
3 5 2 30

c) Momento de inércia
Solução:

(76)

𝐼𝑥 = ∫ ∫ ∫ (𝑦 2 + 𝑧 2 ) 𝛿(x, y, z) 𝑑𝑣
𝑣
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝐼𝑥 = ∫ ∫ ∫ (𝑦 2 + 𝑧 2 ) 2 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 0
1 √𝑥 2𝑧 3 1 + 𝑥 + 𝑦
2
∫ ∫ [2𝑦 𝑧 + ]| 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 3 0
1 √𝑥 2(1 + 𝑥 + 𝑦)3
∫ ∫ 2𝑦 2 (1 + 𝑥 + 𝑦) + 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 3
1 √𝑥 2(1 + 𝑥 + 𝑦)³
∫ ∫ 2𝑦 2 + 2𝑦 2 𝑥 + 2𝑦 3 + 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 3

Para realização da parte demarcada em ver de na equação acima, foi


utilizado o método da substituição. Após integrado, voltou-se com a equação. Abaixo
é apresentado, todo o resultado da integral.
1
2𝑦 3 2𝑦 3 𝑥 2𝑦 4 2 (1 + 𝑥 + 𝑦)4 √𝑥
∫ [ + + + . ]| 𝑑𝑥
0 3 3 4 3 4 0
1 3 3 4 4
2. (√𝑥) 2(√𝑥) 𝑥 2(√𝑥) 2 (1 + 𝑥 + √𝑥) 2 (1 + 𝑥)4
∫ [ + + + . − . ] 𝑑𝑥
0 3 3 4 3 4 3 4

A equação demarcada em verde na equação acima, precisa ser desenvolvida


a mão, abaixo será mostrada a equação desenvolvida.
89

Resolvam em casa de vocês para conferirem o valor.


3 5
1
2. 𝑥 2 2𝑥 2 2𝑥² 2 2
∫ [ + + + . (𝑥 4 + 4𝑥 3 √𝑥 + 10𝑥 3 + 16𝑥 2 √𝑥 + 19𝑥 2 + 16𝑥 √𝑥 + 10𝑥 + 4√𝑥 + 1 − (1 + 𝑥)4 ] 𝑑𝑥
0 3 3 4 12 12

Reparem que eu não resolvi o último termo apresentado acima, pois quando
formos integra-lo podemos utilizar o método da substituição e então não será preciso
desenvolve-lo.
Simplificando os termos acima representados, temos:
3 5 7 5 3 1
1
2. 𝑥 2 2𝑥 2 2𝑥² 𝑥 4 2𝑥 2 5𝑥 3 8𝑥 2 19𝑥 2 8𝑥 2 5𝑥 2𝑥 2 1 1
∫ [ + + + + + + + + + + + − (1 + 𝑥)4 ] 𝑑𝑥
0 3 3 4 6 3 3 3 6 3 3 3 6 6

Integrando os valores acima, temos o resultado apresentado abaixo.


5 7 9 7 5 3
2 𝑥2 2 𝑥 2 2𝑥 3 𝑥 5 2 𝑥 2 5 𝑥 4 8 𝑥 2 19𝑥³ 8 𝑥 2 5𝑥² 2 𝑥 2 1 1 (1 + 𝑥)5 1 3415
. + . + + + + + + + + + + 𝑥− . | =
3 5 3 7 12 30 3 9 3 4 3 7 18 3 5 6 3 3 6 6 5 0 756
2 2 2 2 2 2

𝐼𝑦 = ∫ ∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑧 2 ) 𝛿(x, y, z) 𝑑𝑣
𝑣
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝐼𝑦 = ∫ ∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑧 2 ) 2 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0 0
1 √𝑥 2𝑧 3 1 + 𝑥 + 𝑦
∫ ∫ [2𝑥 2 𝑧 + ]| 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 3 0
1 √𝑥 2(1 + 𝑥 + 𝑦)3
∫ ∫ 2𝑥 2 (1 + 𝑥 + 𝑦) + 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 3
1
2 (1 + 𝑥 + 𝑦)4 √𝑥
∫ [2𝑥²𝑦 + 2𝑥 3 𝑦 + 𝑥 2 𝑦² + . ]| 𝑑𝑥
0 3 4 0
1 5 7 2(𝑥 4 + 4𝑥 3 √𝑥 + 10𝑥 3 + 16𝑥 2 √𝑥 + 19𝑥 2 + 16𝑥 √𝑥 + 10𝑥 + 4√𝑥 + 1) 2
∫ [2𝑥 2 + 2𝑥 2 + 𝑥3 + − (1 + 𝑥)4 ] 𝑑𝑥
0 12 12
7 5 3 1
1 5 7
3
𝑥 4 2𝑥 2 5𝑥 3 8𝑥 2 19𝑥 2 8𝑥 2 5𝑥 2𝑥 2 1 1
∫ [2𝑥 2 + 2𝑥 2 +𝑥 + + + + + + + + + − (1 + 𝑥)4 ] 𝑑𝑥
0 6 3 3 3 6 3 3 3 6 6

7 9 9 7 5 3
2𝑥 2 2𝑥 2 𝑥 4 𝑥 5 2 2𝑥 2 5𝑥 4 8 𝑥 2 19𝑥 3 8 𝑥 2 5𝑥 2 2 𝑥 2 1𝑥 1 (1 + 𝑥)5 1 1393
+ + + + + + + + + + + − | =
7 9 4 30 3 9 12 3 7 18 3 5 6 3 3 6 6 5 0 270
2 2 2 2 2

𝐼𝑧 = ∫ ∫ ∫ (𝑦 2 + 𝑥 2 ) 𝛿(x, y, z) 𝑑𝑣
𝑣
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝐼𝑧 = ∫ ∫ ∫ (𝑦 2 + 𝑥 2 ) 2 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0 0
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
∫ ∫ [2𝑦 2 𝑧 + 2𝑥²𝑧] | 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0 0
90

1 √𝑥
∫ ∫ 2𝑦 2 (1 + 𝑥 + 𝑦) + 2𝑥²(1 + 𝑥 + 𝑦) 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
0 0
1 √𝑥
∫ ∫ 2𝑦 2 + 2𝑦 2 𝑥 + 2𝑦 3 + 2𝑥 2 + 2𝑥 3 + 2𝑥²𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0
3
1
2𝑦 2𝑦 3 𝑥 2𝑦 4 2𝑥 2 𝑦 2 √𝑥
∫ [ + + + 2𝑥 2 𝑦 + 2𝑥 3 𝑦 + ]| 𝑑𝑥 =
0 3 3 4 2 0
1
2(√𝑥)3 2(√𝑥)3 𝑥 2(√𝑥)4 2𝑥 2 (√𝑥)2
∫ [ + + + 2𝑥 2 (√𝑥) + 2𝑥 3 (√𝑥) + ] 𝑑𝑥 =
0 3 3 4 2
3 5
2𝑥 2 2𝑥 2 2𝑥 2
1 5 7
∫ [ + + + 2𝑥 2 + 2𝑥 2 + 𝑥 ³ ] 𝑑𝑥 =
0 3 3 4

5 7 7 9
2 𝑥 2 2 𝑥 2 2 𝑥 3 2𝑥 2 2𝑥 2 𝑥 4 1 2381
+ + + + + | =
3 5 3 7 4 3 7 9 4 0 1260
2 2 2 2

d) Centróide
Solução: Para encontrarmos o centroide precisamos já ter calculado o
volume. Com o volume calculado, agora podemos resolver o cálculo do nosso
centroide.

(77)
1
𝑥̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑥 𝑑𝑣
𝑉 𝑆

1 1 √𝑥 (1+𝑥+𝑦)
𝑥̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑥 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 0

1 1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑥̅ = ∫ ∫ 𝑥𝑧 | 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 0

1 1 √𝑥
𝑥̅ = ∫ ∫ (𝑥 + 𝑥 2 + 𝑥𝑦) 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0
1 1 𝑥𝑦² √𝑥
𝑥̅ = ∫ (𝑥𝑦 + 𝑥 2 𝑦 + )| 𝑑𝑥
𝑉 0 2 0
1 1 𝑥(√𝑥)²
𝑥̅ = ∫ (𝑥√𝑥 + 𝑥 2 √𝑥 + ) 𝑑𝑥
𝑉 0 2
1 1 3 5 𝑥²
𝑥̅ = ∫ (𝑥 2 + 𝑥 2 + ) 𝑑𝑥
𝑉 0 2
5 7
1 𝑥2 𝑥2 𝑥3 1
𝑥̅ = . ( + + )|
𝑉 5 7 6 0
2 2
91

1 2 2 1 179
𝑥̅ = ( ).( + + ) =
79 5 7 6 553
30

1
𝑦̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑦 𝑑𝑣
𝑉 𝑆

1 1 √𝑥 (1+𝑥+𝑦)
𝑦̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑦 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 0

1 1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑦̅ = ∫ ∫ 𝑦𝑧 | 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 0

1 1 √𝑥
𝑦̅ = ∫ ∫ (𝑦 + 𝑦𝑥 + 𝑦²) 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0
1 1 𝑦 2 𝑦 2 𝑥 𝑦 3 √𝑥
𝑦̅ = ∫ ( + + )| 𝑑𝑥
𝑉 0 2 2 3 0
1 1 (√𝑥)2 (√𝑥)²𝑥 (√𝑥)3
𝑦̅ = ∫ ( + + ) 𝑑𝑥
𝑉 0 2 2 3
3
1 1 𝑥 𝑥² 𝑥 2
𝑦̅ = ∫ ( + + ) 𝑑𝑥
𝑉 0 2 2 3

5
1 𝑥2 𝑥3 1 𝑥2 1
𝑦̅ = . ( + + )|
𝑉 4 6 3 5 0
2

1 1 1 2 33
𝑦̅ = ( ).( + + ) =
79 4 6 15 158
30
1 1 √𝑥 (1+𝑥+𝑦)
𝑧̅ = ∫ ∫ ∫ 𝑧 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 0

1 1 √𝑥 𝑧² 1 + 𝑥 + 𝑦
𝑧̅ = ∫ ∫ | 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 2 0

1 1 √𝑥 (1 + 𝑥 + 𝑦)²
𝑧̅ = ∫ ∫ 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝑉 0 0 2

Para não ter que desenvolver a equação para só depois poder integra-la,
podemos utilizar o método da substituição para resolver a integração direto, abaixo é
mostrado como ficará a questão após ser integrada.
92

1 1 (1 + 𝑥 + 𝑦)³ √𝑥
𝑧̅ = ∫ | 𝑑𝑥
𝑉 0 6 0
1 1 (1 + 𝑥 + √𝑥)³ (1 + 𝑥)3
𝑧̅ = ∫ − 𝑑𝑥
𝑉 0 6 6
1 11 (1 + 𝑥)3
𝑧̅ = ∫ . (𝑥 3 + 3𝑥 2 √𝑥 + 6𝑥 2 + 7𝑥 √𝑥 + 6𝑥 + 3√𝑥 + 1) − 𝑑𝑥
𝑉 0 6 6
1 1 𝑥 3 𝑥 2 √𝑥 7𝑥√𝑥 √𝑥 1 (1 + 𝑥)3
𝑧̅ = ∫ ( + + 𝑥2 + +𝑥+ + ) − 𝑑𝑥
𝑉 0 6 2 6 2 6 6
5 3 1
1 1 𝑥3 𝑥2 2
7𝑥 2 𝑥2 1 (1 + 𝑥)3
𝑧̅ = ∫ ( + + 𝑥 + +𝑥+ + ) − 𝑑𝑥
𝑉 0 6 2 6 2 6 6

Resolvendo a equação acima, é possível encontrar o resultado apresentado


abaixo, sendo que a equação demarcada em verde foi calculada pelo método da
substituição para que não fosse preciso desenvolve-la.
7 5 3
1 𝑥4 1 𝑥2 𝑥3 7 𝑥2 𝑥2 1 𝑥2 1 (1 + 𝑥)4 1
( )( + + + + + + 𝑥− )|
79 24 2 7 3 6 5 2 2 3 6 24 0
30 2 2 2

1 1 2 1 14 1 2 1 16 1 571
( ).( + + + + + + − + )=
79 24 14 3 30 2 6 6 24 24 1106
30

e) O centro de massa
Solução:
𝑀𝑦𝑧 𝑀𝑥𝑧 𝑀𝑥𝑦
Para determinarmos o centro de massa (𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( , , ), antes
𝑚 𝑚 𝑚

precisamos determinar os momentos que também contribuem para o cálculo deste


valor. Começando por Mxy, temos:

(78)

𝑀𝑥𝑦 = ∫ ∫ ∫ 𝑧𝛿(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉


𝑆
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑀𝑥𝑦 = ∫ ∫ ∫ 2𝑧 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0

Observe que a ordem da integração e os intervalos se mantêm os mesmos.


93

1 √𝑥
𝑀𝑥𝑦 = ∫ [∫ (1 + 𝑥 + 𝑦)2 𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
0 0

1 √𝑥
𝑀𝑥𝑦 = ∫ [∫ (12 + 𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 + 2𝑦 + 2𝑥𝑦)𝑑𝑦 ] 𝑑𝑥
0 0

1
𝑦³ √𝑥
𝑀𝑥𝑦 = ∫ [𝑦 + 𝑥 2 𝑦 + + 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 + 𝑥𝑦 2 | ] 𝑑𝑥
0 3 0
1 3⁄
1 5 𝑥 2 3
𝑀𝑥𝑦 = ∫ (𝑥 ⁄2 + 𝑥 ⁄2 + + 2𝑥 2 + 𝑥 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥
0 3

3⁄ 7⁄ 5 5
𝑥 2 1 𝑥 ⁄2 2𝑥 2 𝑥² 𝑥³ 1
𝑥 2
𝑀𝑥𝑦 = 2 . +2. + . + + + |
3 7 3 5 5 2 3 0
2 2
2 2 2 4 1 1
𝑀𝑥𝑦 = + + + + +
3 7 15 5 2 3
571
𝑀𝑥𝑦 =
210

Faremos o mesmo para Mxz e Myz


1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑀𝑥𝑧 = ∫ ∫ ∫ 2𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0
1 √𝑥
𝑀𝑥𝑧 = ∫ ∫ (2𝑦 + 2𝑦𝑥 + 2𝑦 2 ) 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
1
2𝑦³ √𝑥
𝑀𝑥𝑧 = ∫ [𝑦 2 + 𝑦 2 𝑥 + | ] 𝑑𝑥
0 3 0
3
2𝑥 ⁄2 1
2
𝑀𝑥𝑧 = ∫ (𝑥 + 𝑥 + ) 𝑑𝑥
0 3
5
𝑥² 𝑥³ 4𝑥 ⁄2 1
𝑀𝑥𝑧 = + + |
2 3 15 0
1 1 4
𝑀𝑥𝑧 = + +
2 3 15
11
𝑀𝑥𝑧 =
10
1 √𝑥 1+𝑥+𝑦
𝑀𝑦𝑧 = ∫ ∫ ∫ 2𝑥 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0
1 √𝑥
𝑀𝑦𝑧 = ∫ ∫ (2𝑥 + 2𝑥 2 + 2𝑥𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
94

1
√𝑥
𝑀𝑦𝑧 = ∫ [2𝑥𝑦 + 2𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦²| ] 𝑑𝑥
0 0
1
1⁄ 1⁄ 1⁄ 2
𝑀𝑦𝑧 = ∫ (2𝑥. 𝑥 2 + 2𝑥 2 . 𝑥 2 + 𝑥. (𝑥 2 ) ) 𝑑𝑥
0
1
3⁄ 5⁄
𝑀𝑦𝑧 = ∫ (2𝑥 2 + 2𝑥 2 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥
0
5 7
4𝑥 ⁄2 4𝑥 ⁄2 𝑥³ 1
𝑀𝑦𝑧 = + + |
5 7 3 0
4 4 1
𝑀𝑦𝑧 = + +
5 7 3
179
𝑀𝑦𝑧 =
105

Agora que determinamos a massa e os momentos, finalmente podemos


calcular o centro de massa do sólido, então como;
𝑀𝑦𝑧 𝑀𝑥𝑧 𝑀𝑥𝑦
(𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( , , )
𝑚 𝑚 𝑚
Logo,
179 11 571
(𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( 105 , 10 , 210 )
79 79 79
30 30 30
358 33 571
(𝑥̅ , 𝑦̅, 𝑧̅) = ( , , )
553 79 553
Resumo
Nesta aula abordamos as principais aplicações das integrais triplas:

Volume, massa, momento de inércia, centroides, momentos e centro de


massa.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São


Paulo, 2014, capitulo 15, páginas 327, 334 e 335.

Acesse aos Links do material complementar:


Integrais Triplas – Cálculo do Volume de um sólido – Aula
3
<https://www.youtube.com/watch?v=O7hJAo1rexA>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 3

1) Calcular 𝐼 = ∭𝑇 𝑦 𝑑𝑉 , onde T é a região delimitada


𝑥 𝑦
pelos planos coordenados e pelo plano + 2 + 𝑧 = 1.
3

T é o tetraedro representado na figura a seguir.

2) Calcular o volume do sólido no primeiro octante delimitado por y+z =2 e


pelo cilindro que contorna a região delimitada por y= x2 e x = y2.

3) Calcule a massa do sólido W limitado pelos planos x=0, y=0, z=0, y+z=1 e
x+z = 1, sendo a densidade δ (x, y, z) = z.
99

4) Calcule o volume do sólido W limitado pelas superfícies z=-y, y = x2-1 e


z=0.

5) Calcule∭𝑊 24𝑧 𝑑𝑉, onde W é o sólido limitado por 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 2, x=0, y=0,


z=0 e z=1.
100

6) Calcule o volume de W, sendo um sólido limitado pelas superfícies z= y2, z


= 2- y2, x=0 e x+z=4.
Gabarito
AULA 3

1) ½

2) 31/60

3) 1/12

4) 8/15

5) 11

6) 8
Aula 4
Coordenadas Cilíndricas e Coordenadas Esféricas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Caro aluno, nesta aula você irá aprender sobre Coordenadas Cilíndricas, bem
como as transformações de coordenadas retangulares para cilíndricas e vice e
versa, e ainda as Coordenadas esféricas.
Aprenderá também a relacionar estas coordenadas nos cálculos de integrais
triplas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver integrais com coordenadas cilíndricas e esféricas;


 Aprender a fazer a mudança de coordenada cilíndrica para cartesiana
e vice-versa;
 Aprender a fazer a mudança de coordenada esférica para cilíndrica e
vice-versa.
103

4 INTRODUÇÃO – COORDENADAS CILÍNDRICAS E COORDENADAS


ESFÉRICAS

O sistema de coordenadas cilíndricas é muito importante,


ele pode ser usado para simplificar os nossos estudos sobre
integração múltipla. Este sistema foi concebido a partir da
definição das coordenadas polares, pode-se pensar nele como
uma evolução do modelo polar adaptado para o espaço
tridimensional. E o sistema esférico de coordenadas é um sistema de
referenciamento que permite a localização de um ponto qualquer em um espaço de
formato esférico através de um conjunto de três valores, chamados de coordenadas
esféricas.

4.1 Coordenadas Cilíndricas

O sistema de coordenadas cilíndricas é uma extensão


para o espaço do sistema de coordenadas polares.
Se um ponto P(r, , z) do espaço tridimensional
representado pela tripla ordenada (r, , z), onde tais
coordenadas são definidas através da projeção do ponto P no
plano xy e z é a distância entre o plano xy e o ponto P, conforme indicação da figura
33 a seguir:

Figura 33: Sistema de coordenadas cilíndricas.

Fonte: SISTEMA (20--)


104

Sendo assim, as fórmulas para mudança das coordenadas cilíndricas para as


coordenadas cartesianas, ou retangulares, são dadas por:

(79)
x  r cos ,
y  r sen 

z  z.

e as fórmulas de mudança das coordenadas cartesianas para as coordenadas


cilíndricas, são:

(80)
r x y ,
2 2 2

y
tg  
x
z  z.

Abaixo seguem equações de algumas superfícies em coordenadas cilíndricas:

Figura 34: Equações de algumas superfícies de coordenadas cilíndricas.

Fonte: EQUAÇÕES (20--)

Vale lembrar que coordenadas cilíndricas são muito úteis para


a resolução de problemas que envolvem simetria em torno de um
eixo e o eixo z é escolhido de maneira que coincida com o eixo
de simetria.
105

Exemplo 13:
Encontre as coordenadas retangulares no ponto das
coordenadas cilindricas (2,2π/3,1).

(81)
P(r, , z) = (2, 2π/3, 1)

x  r cos , x= 2 cos 2π/3 = 2 (-1/2) = -1

y  r sen  , y= 2 sen 2π/3= 2(√3 /2) = √3

z  z. z= 1

Logo o ponto é (-1, √3, 1) em coordenadas retangulares.

Exemplo 14:
Encontre as coordenadas cilíndricas do ponto com
coordenadas retangulares ( 3, -3, -7).

(82)
(x, y, z) = (3, -3, -7).

r 2  x 2  y 2 , 𝑟 = √32 + (−3)2 = 3√2

y
tg   = -3/3 = -1 só que θ = 7π/4 + 2nπ
x
z  z. z= -7

Logo a coordenada cilindrica será (3√2, 7π/4, -7)

4.2 Integrais triplas em coordenadas cilíndricas

Seja G um sólido cuja superfície superior é representada pela equação 𝑧 =


𝑔2 (𝑟, 𝜃), e cuja superfície inferior tem equação 𝑧 = 𝑔1 (𝑟, 𝜃) em coordenadas
cilíndricas. Se R for a projeção do sólido G no plano xy e se 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) for
contínua em G, então;

(83)
𝑔2 (𝑟,𝜃)
∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∬ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝐴
𝐺 𝑅 𝑔1 (𝑟,𝜃)

Na qual a integral dupla é calculada em coordenadas polares.


106

No entanto também existe a fórmula para integração tripla em coordenadas


cilíndricas que ocorre quando convertemos uma integral tripla com coordenadas
retangulares para coordenadas cilíndricas, através do método indicado
anteriormente. Recomenda-se este método quando a G for uma região sólida cuja
descrição em coordenadas cilíndricas é mais simples, principalmente quando se tem
como parte da função a expressão x² + y².

(84)
𝜃2 𝑟2 (𝜃) 𝑔2 (𝑟,𝜃)
∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃 , 𝑧) 𝑑𝑧 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝐺 𝜃1 𝑟1 (𝜃) 𝑔1 (𝑟,𝜃)

Exemplo 15:

(85)
2 √4−𝑥² 2
Calcule ∫−2 ∫−√4−𝑥² ∫√𝑥 2 +𝑦²(𝑥 2 + 𝑦²) 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥, em coordenadas

cilíndricas.
Sabendo que;
𝐸 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)|−2 ≤ 𝑥 ≤ 2, −√4 − 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ √4 − 𝑥 2 , √𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 𝑧 ≤ 2}.
Solução:
A projeção de E sobre o plano xy é o disco x2 + y2 = 4.
A superfície inferior de E é o cone z = √𝑥 2 + 𝑦 2 e a superfície superior é o
plano z = 2.
Em coordenadas cilíndricas ficará:
𝐸 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧)|0 ≤ 𝑟 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2 , 𝑟 ≤ 𝑧 ≤ 2}
2𝜋 2 2
∫ ∫ ∫ 𝑟 2 𝑟 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 =
0 0 𝑟
2𝜋 2
∫ 𝑑𝜃 ∫ 𝑟 3 (2 − 𝑟)𝑑𝑟 =
0 0
1 1 2
𝜋 [ 𝑟 4 − 𝑟 5 ] = 16𝜋
2 5 0

4.3 Coordenadas Esféricas

Seja um ponto 𝑃(𝜌, 𝜃, 𝜱) do espaço em coordenadas esféricas ,  e ,


então são coordenadas definidas da seguinte forma:  é à distância da origem O até
107

o ponto P;  é o ângulo entre o eixo z positivo e o segmento de reta OP, e  é o


mesmo ângulo que nas coordenadas cilíndricas.
Para encontrar as relações entre as coordenadas cartesianas (x, y, z) e as
esféricas (, , ) de um ponto P, considere a figura a seguir:

Figura 35: Sistema cartesiano.

Fonte: SISTEMA (20--)

Sendo assim, tem-se: x  r cos , y  r sen  e z   cos ; , mas r   sen ,

logo substituindo r, obtêm-se as fórmulas de mudança das coordenadas esféricas


para as coordenadas cartesianas, dadas por:

(86)
x   sen  cos ,
y   sen  sen 

z   cos .

Enquanto as fórmulas de mudança das coordenadas cartesianas para as


coordenadas esféricas, são dadas por:

(87)
 x y z ,
2 2 2 2

𝑧
cos Ф =
р
𝑥
cos θ =
р𝑠𝑒𝑛 Ф
108

Abaixo, na figura 36, seguem equações de algumas superfícies em


coordenadas esféricas:

Figura 36: Equações de alguma superfícies de coordenadas cilíndricas.

Fonte: EQUAÇÕES (20--)

Exemplo 16:
O ponto (2,π/4, π/3) é dado em coordenadas esféricas.
Transforme em coordenadas retangulares:

(88)
P(, , ) =(2,π/4, π/3)

Figura 37
109

x   sen  cos ,

𝜋 𝜋 √3 1 3
𝑥 = 2𝑠𝑒𝑛 cos = 2 ( ) ( ) = √
3 4 2 √2 2

y   sen  sen 

𝜋 𝜋 √3 1 3
𝑦 = 2𝑠𝑒𝑛 sen = 2 ( ) ( ) = √
3 4 2 √2 2

z   cos .

𝜋 1
Logo o ponto (2,π/4, π/3) é (√3/2 , √3/2, 1)𝑧 = 2𝑐𝑜𝑠 = 2 (2) = 1 em
3

coordenadas retangulares.
Exemplo 17:
O ponto (0, 2√3, −2) está em coordenadas retangulares.
Encontre coordenadas esféricas para este ponto.

(89)
(0, 2√3, −2) (x, y, z) =

2  x2  y 2  z 2 ,

р = √0 + 12 + 4 = 4
𝑧
cos Ф =
р
−2 1
cosФ = = −
4 2
Ф = 2π / 3
𝑥
cos θ =
р𝑠𝑒𝑛 Ф
Cos θ = 0
θ= π/2

Portanto as coordenadas esféricas do ponto dado são ( 4, π/2,2π/3).


110

4.4 Integrais triplas em coordenadas esféricas

Se G é um sólido no espaço tridimensional, então a integral tripla em G de


uma função contínua 𝑤 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) é calculada similarmente à integral tripla em
coordenadas cilíndricas.
Obtendo os limites de integração apropriados na descrição de G em
coordenadas esféricas, pode-se mostrar que:
𝑑 𝛽 𝑏
∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝜌 sen(𝜙) cos(𝜃) , 𝜌 sen(𝜙) sen(𝜃) , 𝜌 cos(𝜙))𝜌2 sen(𝜙) 𝑑𝜌 𝑑𝜃 𝑑𝜙
𝐺 𝑐 𝛼 𝑎

Onde E é uma cunha esférica dada por;


𝐸 = {(𝜌, 𝜃, 𝜙)| 𝑎 ≤ 𝜌 ≤ 𝑏, 𝛼 ≤ 𝜃 ≤ 𝛽, 𝑐 ≤ 𝜙 ≤ 𝑑}

Assim como as coordenadas cilíndricas estas também apresentam alguns


fatores para a mudança, ou melhor, para a conversão destas coordenadas.
Desta forma, para converter uma integral tripla de coordenadas retangulares,
ou cartesianas, para coordenadas esféricas, temos:
x = ρ sen 𝛷 cos θ
y = ρ sen 𝛷 sen θ
z = ρ cos 𝛷

Utilizamos os limites de integração apropriados e substituímos dV por ρ² sen


𝛷 dρ dθ d𝛷.
E neste caso, incluir regiões mais gerais, a fórmula se mantém a mesma,
porém os limites para ρ passam a assumir valores de g1(θ, 𝛷) e g2(θ, 𝛷). Desta
forma, teremos E dada por;
𝐸 = {(𝜌, 𝜃, 𝜙)| 𝛼 ≤ 𝜃 ≤ 𝛽, 𝑐 ≤ 𝛷 ≤ 𝑑, 𝑔1 (𝜃, 𝛷) ≤ 𝜌 ≤ 𝑔2 (𝜃, 𝛷)}

Geralmente utilizamos as coordenadas esféricas quando nos deparamos com


integral tripla cuja superfície se apresenta em forma de cones e esferas formando a
fronteira da região de integração.
111

Exemplo 18:
3
2 +𝑦 2 +𝑧 2 ) ⁄2
Calcule ∭𝐵 𝑒 (𝑥 𝑑𝑉, onde B representa uma bola
unitária:
B = {(x, y, z)/ x² + y² + z² ≤ 1}

Solução: Como a fronteira de B é esférica, ela se enquadra para resolvermos


utilizando coordenadas esféricas. Então:

𝐵 = {(𝜌, 𝜃, 𝜙)| 0 ≤ 𝜌 ≤ 1, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝜙 ≤ 𝜋}

Além disso, são convenientes, pois.


x² + y² + z² = ρ²

Assim, podemos escrever através da aplicação a integral tripla;


3 𝜋 2𝜋 1
2 +𝑦 2 +𝑧 2 ) ⁄2 2 )3⁄2
∭ 𝑒 (𝑥 𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝑒 (𝜌 𝜌2 𝑠𝑒𝑛 𝛷 𝑑𝜌 𝑑𝜃 𝑑𝛷
𝐵 0 0 0
𝝅 𝟐𝝅 𝟏
𝟑
= ∫ 𝒔𝒆𝒏 𝜱 𝒅𝜱 ∫ 𝒅𝜽 ∫ 𝝆2 𝒆𝝆 𝒅𝝆
𝟎 𝟎 𝟎

𝝅 𝟏 𝟑 𝟏
= [−𝑐𝑜𝑠𝝓] (𝟐𝜋) [ 𝒆𝝆 ]
𝟎 𝟑 𝟎
4
= 𝜋(𝑒 − 1)
3

Exemplo 19:
Determinar o volume do sólido delimitado superiormente pelo
parabolóide y2+x2+1−z = 0, inferiormente pelo plano z = 0 e
lateralmente pelo cilindro x2+y2−2y = 0.
Geometricamente representado pela figura abaixo:
112

Figura 38: Volume do sólido delimitado superiormente pelo paraboloide.

Fonte: VOLUME (20--)

𝜋 2 sin 𝜃 1+𝑟² 𝜋 2 sin 𝜃


=∫ ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 𝑟(1 + 𝑟²) 𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0 0 0 0
𝜋 2 sin 𝜃 𝜋
𝑟 2 𝑟 4 2 sin 𝜃
=∫ ∫ (𝑟 + 𝑟³) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ + | 𝑑𝜃
0 0 0 2 4 2
𝜋 𝜋
= ∫ (2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 + 4 𝑠𝑖𝑛4 𝜃) 𝑑𝜃 = ∫ 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 (1 + 2 𝑠𝑖𝑛²𝜃) 𝑑𝜃
0 0
𝜋 𝜋
∫ 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 (1 + 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃) 𝑑𝜃 = ∫ (1 − cos(2𝜃))(2 − cos(2𝜃)) 𝑑𝜃
0 0
𝜋
= ∫ (2 − 3 cos(2𝜃) + 𝑐𝑜𝑠 2 (2𝜃)) 𝑑𝜃
0
𝜋
3 𝜋 1 + cos(4𝜃) 1 1 𝜋 𝜋 5𝜋
= 2𝜃 − sin(2𝜃) | + ∫ 𝑑𝜃 = 2𝜋 + 𝜃 + sin(4𝜃) | = 2𝜋 + = 𝑢. 𝑣.
2 0 0 2 2 8 0 2 2
Resumo
Nesta aula, abordamos:

 Coordenadas cilíndricas e Coordenadas esféricas bem como a


aplicação destas para o cálculo de integrais triplas;
 Vimos como transformar as coordenadas de retangulares, ou
cartesianas, para as cilíndricas e esféricas, junto ao caminho reverso;
 Também foi evidenciada a aplicação das coordenadas de forma a
facilitar a determinação das integrais triplas de regiões com
superfícies esféricas e cilíndricas.
Complementar
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acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.
THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São
Paulo, 2014, capitulo 15, páginas 344 e 345.

Acesse aos Links do material complementar:


Integral Tripla - Coordenadas Cilíndricas - Aula 3
<https://www.youtube.com/watch?v=JiCnmbCqtV0>.

Integral Tripla - Coordenadas Esféricas - Aula 1


<https://www.youtube.com/watch?v=URcrHzqQ3Gg>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 4

1) Encontre as coordenadas retangulares do ponto das


coordenadas esféricas (2, π/3, π/4):

2) Mude de coordenadas retangulares para esféricas:


a) (1, √3, 2√3)
b) (0, -1, -1)

3) Encontre as coordenadas retangulares do ponto das coordenadas


cilíndricas dadas:
a) (2, π/4, 1)
b) (−1, −√3, 2)(4, -π/3, 5)

4) Mude de coordenadas retangulares para cilíndricas:

5) Expresse a integral tripla iterada, como uma integral tripla iterada em


coordenadas esféricas e calcule a integral obtida:

3 √9−𝑥 2 √9−𝑥 2 −𝑦2


∫ ∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 )3 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0

6) Expresse a integral como uma integral tripla iterada em coordenadas


cilíndricas, e calcule a integral obtida:
2 √4−𝑥 2 6
∫ ∫ ∫ √𝑥 2 + 𝑦 2 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0 0
Gabarito
AULA 4

𝟏 𝟏
1) (𝟐 √𝟐, 𝟐 √𝟔, √𝟐)

2)
a) (√2, 3𝜋/2,3𝜋/ 4)
b) (4, π/3, π/6)

3) a) (√2, √2, 1)

b) (2, −2√3, 5)

4) (2,4π/3,2)

5) 2187π/2

6) 8π
Aula 5
Integrais de linha no campo vetorial e no espaço

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, você irá estudar o cálculo de campos vetoriais, que são uma
integração entre curvas e superfícies no espaço.
Veremos as integrais de linhas que permitem determinar, por exemplo, o
trabalho realizado por uma força ao movimentar um objeto ao longo de um percurso.
Serão apresentados os conceitos e suas principais aplicações matemáticas e
físicas.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Entender o conceito de uma integral de linha;


 Entender os casos em que se aplica;
 Resolver alguns exercícios.
119

5 INTRODUÇÃO – INTEGRAIS DE LINHA DE CAMPO VETORIAL E NO


ESPAÇO

Nesta aula iremos estudar a integral de linha, muito embora o


nome “integral de caminho” seria o mais apropriado.
Elas foram inventadas no começo do século XIX para
resolver problemas que envolviam escoamento de fluidos, forças,
eletricidade e magnetismo.
As integrais de linha podem ser encontradas em inúmeras aplicações nas
Ciências Exatas, como por exemplo, no cálculo do trabalho realizado por uma força
variável sobre uma partícula, movendo-a de um ponto A até um ponto B no plano.
Na Termodinâmica, uma integral de linha é utilizada, por exemplo, para
calcular o trabalho e o calor desenvolvido numa transformação qualquer.
Você deve lembrar-se do teorema fundamental do cálculo, que afirma:

(90)
𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑏) − 𝑓(𝑎),
𝑎

Em que F é uma primitiva de f, ou seja, F’ = f, ou seja,


𝑏
∫ 𝑓 ′ (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑏) − 𝑓(𝑎).
𝑎

Então existe um teorema semelhante para as integrais de linha.

5.1 Integrais de linha

Denominamos de integral de linha escalar, a integral de uma


função f (x, y,) ao longo de uma curva C e a curva C é chamada o
caminho da integração. A integral de linha é representada

como: ∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑠, onde ds é uma quantidade infinitesimal


(muito pequena) da curva C, como podemos ver na figura abaixo:
120

Figura 39: Representação da integral de linha.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Iremos utilizar a notação 𝑃(𝑡) = (𝑥(𝑡) ·, 𝑦(𝑡)), para denotar um caminho (uma
curva) no plano cartesiano R2.
Podemos pensar em P(t) como sendo um ponto (em movimento), como
função do tempo t, descrevendo uma curva C no plano, para 𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏, como
mostrada na figura abaixo:

Figura 40: Representação da função P(t).

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Então para você calcular uma integral de linha, é necessário conhecer a


equação da curva C, a qual pode ser dada na forma cartesiana ou paramétrica.
A forma cartesiana é mais utilizada, quando a curva C é o gráfico de uma
função y =g (x).
121

Já a forma paramétrica, abrange o caso geral, tanto para gráficos de função


ou não. Abaixo é mostrada as figuras que representam esses gráficos:

Figura 41: Forma cartesiana.

Fonte: FORMA (20--)

𝑦 = 𝑔(𝑥), 𝑎≤𝑥≤𝑏

Figura 42: Forma cartesiana.

Fonte: FORMA (20--)

(𝑥(𝑡𝑎 ), 𝑦(𝑡𝑎 )) = 𝐴
𝑡𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑡𝑏 , 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 {
(𝑥(𝑡𝑏 ), 𝑦(𝑡𝑏 )) = 𝐵

Nos dois casos, uma integral de linha escalar, pode ser transformada em uma
integral. Simples de uma função de uma variável.
Para isso, basta restringirmos os valores de f (x, y) aos pontos da curva C, e
encontrarmos uma expressão adequada para ds.
Para acharmos ds devemos observar que, sendo ds uma quantidade
infinitesimal (muito pequena) do comprimento da curva C, podemos supor que ela é
a hipotenusa do triângulo retângulo, cujos catetos são dx e dy.
122

Observe a figura abaixo:

Figura 43: Representação de ds.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Através do teorema de Pitágoras podemos desenvolver:

(𝑑𝑠)2 = (𝑑𝑥)2 + (𝑑𝑦)2 ⇒ 𝑑𝑠 = √(𝑑𝑥)2 + (𝑑𝑦)²

Em conseguinte temos dois casos a serem considerados:


1º Caso:
A curva C é um gráfico da função y=g (x).
𝑦 = 𝑓(𝑥) ⇒ 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥) 𝑑𝑥

⇒ 𝑑𝑠 = √(𝑑𝑥)2 + [𝑓 ′ (𝑥)]²(𝑑𝑥)² = √{1 + [𝑓 ′ (𝑥)]2 }(𝑑𝑥)²

⇒ 𝑑𝑠 = √1 + [𝑓 ′ (𝑥)]² 𝑑𝑥

Logo,
𝑏
∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑠 = ∫ 𝑓(𝑥, 𝑔(𝑥))√1 + [𝑔′ (𝑥)]² 𝑑𝑥
𝐶 𝑎

Exemplo:
Resolva a integral ⌡ xy ds sobre a curva y = x2/2 do ponto (0,0) ao ponto
(1,1/2).
Solução:
Vamos escrever f (x,g(x)). Como g (x) = y = x2/2. Então ficará:
123

𝑥2 𝑥2 𝑥3
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 ⇒ 𝑓 (𝑥, ) = 𝑥. =
2 2 2

Iremos derivar o g (x):


𝑥2
𝑔(𝑥) = ⇒ 𝑔′ (𝑥) = 𝑥
2

Encontramos ds:

𝑑𝑠 = √1 + [𝑔′ (𝑥)]² 𝑑𝑥 = √1 + 𝑥² 𝑑𝑥

Iremos por fim substituir os valores encontrados na integral:


1
𝑥3 1 1
∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑠 = ∫ √1 + 𝑥² 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 3√1+𝑥 2 𝑑𝑥
𝐶 0 2 2 0

Que agora está pronta para ser resolvida:

1 1 3√1+𝑥 2 𝑢2 = 1 + 𝑥²
∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑠 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 =
2 0
𝐶
𝑥 2 = 𝑢2 − 1
1 1 ⇒{
= ∫ 𝑥²√1 + 𝑥² 𝑥 𝑑𝑥 = 2𝑢 𝑑𝑢 = 2𝑥 𝑑𝑥 ⇒ 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥
2 0
1 1
= ∫ (𝑢2 − 1) 𝑢 𝑢 𝑑𝑢 =
2 0
1 1 4 1 𝑢5 𝑢3
= ∫ (𝑢 − 𝑢2 ) 𝑑𝑢 = ( − ) =
2 0 2 5 3
5 3
(1 + 𝑥 2 )2 (1 + 𝑥 2 )2 𝑥 = 1
=[ − ]| =
10 6 𝑥=0

√25 √23 1 1 1 + √2
= − − + =
10 3 10 6 15

Foi utilizado o método de substituição ou mudança de variável, discriminado


no Cálculo 2.
2º Caso:
A curva C é dada na forma paramétrica.
𝑥 = 𝑥(𝑡) 𝑑𝑥 = 𝑥 ′ (𝑡) 𝑑𝑡
{ ⇒{ ; 𝑡 ≤ 𝑡 ≤ 𝑡𝑏
𝑦 = 𝑦(𝑡) 𝑑𝑦 = 𝑦 ′ (𝑡) 𝑑𝑡 𝑎

⇒ 𝑑𝑠 = √[𝑥 ′ (𝑡)]2 (𝑑𝑡)2 + [𝑦 ′ (𝑡)]²(𝑑𝑡)²


124

= √[𝑥 ′ (𝑡)]2 + [𝑦 ′ (𝑡)]² 𝑑𝑡

𝑡𝑏
∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑠 = ∫ 𝑓(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡))√[𝑥 ′ (𝑡)]2 + [𝑦 ′ (𝑡)]² 𝑑𝑡
𝑐 𝑡𝑎

Exemplo:

Resolva a integral, ∫𝐶 (2 + 𝑥 2 𝑦)𝑑𝑠, onde C é a parte da


circunferência unitária x² + y²=1. (x ≥0).
Percorrida no sentido anti-horário.

Figura 44: Circunferência unitária.

Fonte: CIRCUNFERÊNCIA (2017)


A curva C pode ser representada pelas equações paramétricas:
𝑥(𝑡) = cos 𝑡 𝜋 𝜋
{ ; − ≤𝑡≤
𝑦(𝑡) = sin 𝑡 2 2

Assim,
𝑓(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)) = 2 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 . sin 𝑡

𝑑𝑠 = √[𝑥 ′ (𝑡)]2 + [𝑦 ′ (𝑡)]² 𝑑𝑡 = √(− sin 𝑡)2 + (cos 𝑡)2 𝑑𝑡 = 1 𝑑𝑡


𝜋 𝜋 𝜋
2 2 2
∫ (2 + 𝑥 2 𝑦) 𝑑𝑠 = ∫ (2 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 . sin 𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 2 𝑑𝑡 + ∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 . sin 𝑡 𝑑𝑡
𝜋 𝜋 𝜋
𝐶 − − −
2 2 2
𝜋 𝜋
2 𝑐𝑜𝑠 3 𝑡 2
= 2𝜋 | 𝜋 − | = 𝜋 − 𝜋 − 0 + 0 = 2𝜋
− 3 −𝜋
2 2

∫ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 . sin 𝑡 𝑑𝑡 = − ∫ 𝑢2 𝑑𝑢 =

𝑢3 𝑐𝑜𝑠 3 𝑡
=− =−
3 3
125

5.2 Integral de linha no campo vetorial

A integral de linha no campo vetorial é denotada como:

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠
𝐶

Onde,
𝐹⃗ (𝑥, 𝑦) = 𝑀(𝑥, 𝑦)𝑖⃗ + 𝑁(𝑥, 𝑦)𝑗⃗ 𝑒 𝑑𝑠⃗ = 𝑑𝑥 𝑖⃗ + 𝑑𝑦 𝑗⃗

Antes de calcular a integral de linha vetorial temos que escolher primeiro um


sentido de percurso ao longo da curva C, como pode observar na figura 45 abaixo:

Figura 45: Representação de integral de linha.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Assim,

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = − ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗
−𝐶 𝐶

Vamos calcular uma integral de linha dada por:

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ [𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦]


𝐶 𝐶

Onde C é definida como o gráfico de uma função y= g (x) de x=a até x=b.
126

Substituímos y por g (x) e dy por g’ (x) na integral acima.


E teremos:
𝑏
∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ [𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] = ∫ [𝑀(𝑥, 𝑔(𝑥)) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑔(𝑥)) 𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥
𝐶 𝐶 𝑎

Lembrete
1 - O valor da integral de uma função ou uma forma
diferenciável, sobre uma curva C, será sempre o mesmo,
independente da expressão matemática que utilizamos para
representa-la na forma cartesiana ou paramétrica.
2 - O valor da integral de uma função ou uma forma
diferenciável, sobre uma curva C, poderá ser diferente sobre
curvas diferentes.

Exemplo:
Calcule a integral de linha vetorial sobre o caminho C
como na figura 46 abaixo para M (x, y) = -y e N (x, y) = xy
quando o caminho C for de A até B.

Figura 46: Integral de linha vetorial sobre o caminho C.

Fonte: INTEGRAL (20--)

Solução:
0
∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ [𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] = ∫ [−(1 − 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑥(1 − 𝑥) (−𝑑𝑥)] =
𝐶 𝐶 1
0 0 1
2
= ∫ [−1 + 𝑥 − 𝑥 + 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = ∫ [−1 + 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = ∫ (1 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 = .
1 1 0 3
127

Consideramos que y= 1- x (equação da reta que vai de A até B), com 1 ≤ x ≤


0, temos que dy = - dx.
Exemplo:
Calcule a integral sobre o caminho C da figura 47 abaixo
para M (x, y) = - y e N(x, y) = xy, quando o caminho C vai de B
até A.

Figura 47: Integral sobre caminho C.

Fonte: INTEGRAL (20--)

1
∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ [𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦] = ∫ [−(1 − 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑥(1 − 𝑥) (−𝑑𝑥)] =
𝐶 𝐶 0
1 1
2
= ∫ [−1 + 𝑥 − 𝑥 + 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = ∫ [𝑥 2 − 1] 𝑑𝑥 = − .
0 0 3

Consideramos que y= 1- x (equação da reta que vai de A até B), com 0 ≤ x ≤


1, temos que dy = - dx.
Propriedades das Integrais de Linha
Se uma curva C é formada pela união disjunta de n curvas C1, ..., Cn, ou seja,
𝐶 = 𝐶1 + 𝐶2 + ⋯ + 𝐶𝑛

Então a integral de linha ao longo de C é igual a uma soma das integrais de


linha dada por:

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ + ⋯ + ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗


𝐶 𝐶1 𝐶𝑛
128

Exemplo:

Calcule a integral de linha ∫𝐶 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗, onde, 𝐹⃗ (𝑥, 𝑦) = 𝑥 4 𝑖⃗ + 𝑥𝑦 𝑗⃗ e


C é o triângulo ligando os pontos (0,0), (1,0) e (0,1), orientado
no sentido anti-horário.
Solução:

Figura 48: Integral de linha.

Fonte: INTEGRAL (20--)

Podemos observar que:


𝐶 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3

Logo:

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ + ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ + ∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗


𝐶 𝐶1 𝐶2 𝐶3

𝑦 = 0 (𝑦 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) ⇒ 𝑑𝑦 = 0
𝐶1 {
𝑥 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎, 0 ≤ 𝑥 ≤ 1
𝑦 = 1 − 𝑥 ⇒ 𝑑𝑦 = −𝑑𝑥
𝐶2 {
𝑥 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 1 𝑎𝑡é 0
𝑥 = 0 (𝑥 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) ⇒ 𝑑𝑥 = 0
𝐶3 {
𝑦 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 1 𝑎𝑡é 0

Teremos:

∫ 𝐹⃗ 𝑑𝑠⃗ = ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦 𝑑𝑦 = ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦 𝑑𝑦 + ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦 𝑑𝑦 + ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦 𝑑𝑦 =
𝐶 𝐶 𝐶1 𝐶2 𝐶3
129

1 0 1 0
= ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 𝑥(1 − 𝑥)(−𝑑𝑥) = ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 − ∫ [𝑥 4 + 𝑥 − 𝑥 2 ]𝑑𝑥 =
0 1 0 ⏟1
1
− ∫0 [𝑥 4 +𝑥−𝑥 2 ] 𝑑𝑥

1 1 1
2𝑥 5 𝑥 2 𝑥 3 1
= ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + ∫ [𝑥 4 + 𝑥 − 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = ∫ [2𝑥 4 + 𝑥 − 𝑥 2 ] 𝑑𝑥 = [ + − ]| =
0 0 0 5 2 3 0
2 1 1 17
= + − =
5 2 3 30

5.3 Integrais de linha no espaço

Suponhamos agora que C seja uma curva espacial lisa dada pelas equações
paramétricas
x= x(t)
y = y(t)
z= z (t)
a≤t≤b

Ou pela equação vetorial r (t) = x(t) i + y (t) j + z(t) k. Se f é uma função de três
variáveis que é contínua em alguma região contendo C, então definimos a integral
de linha f ao longo de C de modo semelhante feito nas curvas planas.
Teremos:

𝑏
∫ 𝑑𝑥 2 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑡
𝐶 𝑓 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑠 = ∫ 𝑓(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡))√( ) + ( ) +2 ( )2
𝑎 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Para as integrais de linha no plano, podemos calcular integrais da forma:

∫ 𝑃 (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑥 + 𝑄(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑦 + 𝑅(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧


𝐶

Escrevendo tudo (x,y,z,dx,dy,dz) em termos de parâmetro t.


Quando estamos nos preparando para resolver uma integral de linha, ás
vezes o mais difícil é pensar na representação paramétrica da curva cuja descrição
geométrica foi dada. Precisamos parametrizar um segmento de reta e, portanto, é
útil lembrar que a representação vetorial do segmento de reta que inicia em r0 e
termina em r1 é dada por:
130

r(t) = (1- t) r 0 + t r 1,sendo 0 ≤ t ≤ 1

Exemplo:

Calcule ∫𝐶 , onde C é a hélice circular dada pelas


𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝑧 𝑑𝑠
equações x = cos t, y= sen t, z = t, 0 ≤ t ≤ 2π.

2𝜋
∫ 𝑑𝑥 2 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑡
𝐶 𝑦 𝑠𝑒𝑛 𝑧 𝑑𝑠 = ∫ (𝑠𝑒𝑛 𝑡)𝑠𝑒𝑛𝑡√( ) + ( ) +2 ( ) 2
𝑎 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
2𝜋 2𝜋
1
= ∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝑡√𝑠𝑒𝑛2 𝑡 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑡 + 1 𝑑𝑡 = √2 ∫ (1 − cos 2𝑡) 𝑑𝑡
0 0 2

√2 1 2𝜋
= [𝑡 − 𝑠𝑒𝑛 2𝑡] = √2𝜋
2 2 0

Exemplo:

Calcule ∫𝐶 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑧𝑑𝑦 + 𝑥 𝑑𝑧, onde C consiste no


segmento de reta C1 que une (2,0,0) a (3, 4,5).
Solução:
Primeiro devemos passar para forma paramétrica:
r(t) = (1- t) r 0 + t r 1
r(t) = (1-t) ( 2,0,0) + t(3,4,5)=(2+t, 4t, 5t)

Na forma paramétrica:
x= 2+t y= 4t z= 5t 0≤t≤1

Logo:
1
∫ 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑧𝑑𝑦 + 𝑥 𝑑𝑧 = ∫ (4𝑡)𝑑𝑡 + (5𝑡)4 𝑑𝑡 + ( 2 + 𝑡)5 𝑑𝑡
𝐶 0
1
𝑡2 1
= ∫ (10 + 29𝑡)𝑑𝑡 = 10 𝑡 + 29 | = 24,5
0 2 0
Resumo
Nesta aula, abordamos:

 Integrais de linha do campo vetorial e no espaço;


 Vimos exemplos e aprendemos a calcular essas integrais de acordo
com cada necessidade.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São


Paulo, 2014, capitulo 16, páginas 366, 367, 378 e 379.

Acesse aos Links do material complementar:


<https://www.youtube.com/watch?v=6W7Zk11i6-U>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 5

1) Calcule ∫𝐶 (2 + 𝑥 2 𝑦) 𝑑𝑠, onde C é a metade superior

do círculo unitário x2 + y2 =1. Use x= cos t e y = sen t.

2) Calcule ∫𝐶 2 𝑥 𝑑𝑠 , onde C é formada pelo arco C1 da


parábola y = x2 de (0,0) a (1,1).

3) Considerando o exercício 2, agora calcule a integral de linha em um


segmento de reta vertical C2 de (1,1) a (1,2).

4) Calcule ∫𝐶 ( 𝑥 2 + 𝑦 2 − 𝑧) 𝑑𝑠, onde C é a hélice circular dada através das


equações paramétricas por:

𝑥(𝑡) = cos 𝑡
{ 𝑦(𝑡) = sin 𝑡
𝑧(𝑡) = 𝑡

Do ponto P(1,0,0) até o ponto Q (1,0, 2π).

5) Calcule ∫𝐶 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑧𝑑𝑦 + 𝑥 𝑑𝑧, onde C consiste no segmento de reta C1


que une (3,4,5) a (3,4,0).
Gabarito
AULA 5

2
1. 2𝜋 + 3

5√5−1
2. 𝐶1 = 6

5√5−1
3. 𝐶2 = +2
6

4. 2√2𝜋(1 − 𝜋)

5. 9,5
Aula 6
Séries de Potência

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, iremos compreender o conceito de série e veremos a importância


deste conhecimento para a integração de muitas funções que surgem, tanto na física
quanto na matemática, e que são definidas como somas de séries.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Familiarizar com os conceitos e métodos de séries de potências.


137

6 INTRODUÇÃO – SÉRIES DE POTÊNCIA

Uma série de potencias pode ser facilmente encontrada como


solução de uma equação diferencial linear de ordem superior.
E facilita muito a resolução. Portanto é muito importante
conhecer series de potências e seus principais conceitos.

6.1 Definição

Considera-se série de potências, uma série apresentada como:


∑ 𝑐𝑛 𝑥 𝑛 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯
𝑛=0

Onde x representa uma variável e 𝒄𝒏 ′𝒔 constantes que também recebem o


nome de coeficientes.
Esta definição é chamada de série de constantes e pode convergir ou divergir.

Lembrete
Dizemos que para um determinado valor de x, uma série de
potencias é uma série constante.
Se esta série for igual a uma constante real finita para o x dado,
então ela converge em x. No entanto, se esta série não
converge em x, então ela diverge.
A série de potência em (x-a), ou séria de potência centrada em
a, é apresentada como:

∑ 𝑐𝑛 (𝑥 − 𝑎)𝑛 = 𝑐0 + 𝑐1 (𝑥 − 𝑎) + 𝑐2 (𝑥 − 𝑎)2 + ⋯
𝑛=0

Ambas as representações consideram (𝑥 − 𝑎)0 = 1, mesmo se


x assumir valor igual ao termo a.
138

6.2 Determinação de Intervalo de convergência

A convergência de uma série de potência pode ser determinada pelo teste da


razão, variando em três situações, que são:
𝑎𝑛 +1
Se lim | | = 𝐿 < 1 , então a série ∑∞
𝑛=0 𝑎𝑛 é absolutamente convergente.
𝑛→∞ 𝑎𝑛
𝑎𝑛 +1 𝑎𝑛 +1
Se lim | |=𝐿>1 ou lim | | = ∞ , então a série ∑∞
𝑛=0 𝑎𝑛 é
𝑛→∞ 𝑎𝑛 𝑛→∞ 𝑎𝑛

divergente.
𝑎𝑛 +1
Se lim | | = 1 , então o teste da razão é considerado inconclusivo.
𝑛→∞ 𝑎𝑛

𝑎𝑛
Onde o teste de convergência é dado por 𝑅 = lim |𝑎 |
𝑛→∞ 𝑛 +1

Exemplo: Determine se as séries abaixo são convergentes ou


divergentes.
a) ∑∞
𝑛=0 𝑛. 2
−𝑛

1
b) ∑∞
𝑛=2 𝑛+1

Solução:
Primeiro, vamos resolver a letra a.
Para determinarmos se a série é convergente ou divergente, vamos encontrar
o valor de 𝑎𝑛+1 e 𝑎𝑛 , para podermos calcular o seu limite.
𝑎𝑛+1 = (𝑛 + 1). 2−(𝑛+1)
𝑎𝑛+1 = (𝑛 + 1). 2−𝑛−1
E,
𝑎𝑛 = 𝑛. 2−𝑛
Com os valores de 𝑎𝑛+1 e 𝑎𝑛 já determinados, podemos então calcular o
nosso limite, como mostrado abaixo:
𝑎𝑛 + 1
lim
𝑛→∞ 𝑎𝑛

(𝑛 + 1). 2−𝑛−1
lim
𝑛→∞ 𝑛. 2−𝑛
Resolvendo a distributiva, temos:
𝑛. 2−𝑛−1 + 2−𝑛−1
lim
𝑛→∞ 𝑛. 2−𝑛
139

𝑛. 2−𝑛 . 2−1 + 2−𝑛 . 2−1


lim
𝑛→∞ 𝑛. 2−𝑛

Colocando 2−𝑛 em evidencia, tem-se:


2−𝑛 (𝑛. 2−1 + 2−1 )
lim
𝑛→∞ (2−𝑛 ). 𝑛

Simplificando o 2−𝑛 , tem-se:


𝑛. 2−1 + 2−1
lim
𝑛→∞ 𝑛

Colocando agora o 2−1 em evidencia no numerador e fazendo esse valor ficar


com expoente positivo, tem-se:
2−1 . (𝑛 + 1)
lim
𝑛→∞ 𝑛
(𝑛 + 1)
lim
𝑛→∞ 2𝑛
𝑛 1
lim ( + )
𝑛→∞ 2𝑛 2𝑛

Simplificando o n do numerador com o n do denominador, temos:


1 1
lim ( + )
𝑛→∞ 2 2𝑛
Observem que o segundo termo da soma não pode ser simplificado, e quando
substituirmos o n pelo valor do limite, a fração se aproximará infinitamente de 0, e
por este motivo, podemos considerar esta parte como sendo nula.
Logo, o valor do limote encontrado será de 1/2.
Segundo a propriedade quando o valor do limite calculado for menor que 1,
essa série será convergente.
No nosso caso, essa série é convergente como mostrado.
Agora, resolveremos a letra b.
Para começarmos, assim como na letra a, devemos encontrar o valor de
𝑎𝑛+1 e 𝑎𝑛 .

1

𝑛+1
𝑛=2
140

1
𝑎𝑛+1 =
𝑛+1+1
1
𝑎𝑛+1 =
𝑛+2
E,
1
𝑎𝑛 =
𝑛+1

Agora, calcularemos o nosso limite.


𝑎𝑛 + 1
lim
𝑛→∞ 𝑎𝑛

1⁄
lim n+2
𝑛→∞ 1⁄
𝑛+1
Para a divisão de frações, devemos repetir a primeira e inverter a ordem da
segunda multiplicando.
1 𝑛+1
lim .
𝑛→∞ 𝑛 + 2 1
𝑛+1
lim
𝑛→∞ 𝑛 + 2

Dividindo-se todos os membros por n, tem-se:


1 + 1⁄𝑛
lim
𝑛→∞ 1 + 2⁄
𝑛
Substituindo-se o valor de n pelo valor do limite, tem-se o limite dessa função
igual a 1.
Ou seja, quando o limite é igual 1, temos um resultado inconclusivo, ou seja,
este pode ser divergente ou divergente.
Toda série de potência apresenta um intervalo de convergência que pode ser
descrito como o conjunto de números para os quais a série converge.
Por sua vez, estes intervalos possuem um raio de convergência R, que
assumira os seguintes valores de acordo com cada situação:
(1) A série converge somente no seu centro a. Então, R=0.
(2) A série converge para todo x que satisfaça |𝑥 − 𝑎| < 𝑅, em que 𝑅 > 0. A
série diverge para |𝑥 − 𝑎| > 𝑅.
(3) A série converge para todo x. Logo, 𝑅 = ∞.
141

Exemplo:
(𝑥−3)𝑛
Para quais valores de x a série ∑∞
𝑛=1 , converge?
𝑛

Solução:
(𝑥−3)𝑛
Como 𝑎𝑛 = , então
𝑛

𝑎𝑛 + 1 (𝑥 − 3)𝑛+1 𝑛
| |= | . |
𝑎𝑛 𝑛+1 (𝑥 − 3)𝑛
(𝑥 − 3)𝑛 . (𝑥 − 3). 𝑛 (𝑥 − 3). 𝑛
= 𝑛
=
(𝑛 + 1). (𝑥 − 3) (𝑛 + 1)

Dividindo-se todos os termos por n, tem-se:


1(𝑥 − 3)
= → |𝑥 − 3| 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛 → ∞
1
1+ 𝑛

Quando o intervalo de convergência se encaixa no caso 2, descrito nesta


aula, ou seja, existe um número positivo R tal que a série converge se |𝑥 − 𝑎| < 𝑅 e
diverge se |𝑥 − 𝑎| > 𝑅, então podemos reescrever esta condição de forma a obter
que 𝑎 − 𝑅 < 𝑥 < 𝑎 + 𝑅.
A partir desta definição, que simplificando afirma que 𝑥 = 𝑎 ± 𝑅, a série pode
convergir ou divergir em um ou ambos os extremos.
Então, teremos quatro possibilidades para este intervalo, sendo:
(𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅)
(𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅]
[𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅)
[𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅]
142

Figura 49: Intervalos de convergência.

Fonte: INTERVALOS (20--)

Exemplo:
Determine o intervalo de convergência da série de potências
(𝑥−3)𝑛
∑∞
𝑛=0 .
2𝑛 𝑛

Solução:
A série está centrada em 3. O raio, portanto, será;

1
∑(𝑥 − 3)𝑛 .
2𝑛 𝑛
𝑛=0

No círculo demarcado em preto na equação, é que determinaremos o 𝑎𝑛+1 e


𝑎𝑛 , para posterior cálculo do limite.
2𝑛+1 (𝑛 + 1) 2𝑛 . 2. (𝑛 + 1) 2𝑛 2
𝑅 = lim 𝑛
= 𝑛
= + =2
𝑛→∞ 2 𝑛 2 .𝑛 𝑛 𝑛

A série converge absolutamente para |𝑥 − 3| < 2.

Exemplo:
Encontre o raio de convergência e o intervalo de convergência
(−3)𝑛 𝑥 𝑛
da série ∑∞
𝑛=0 .
√𝑛+1

Solução:
(−3)𝑛 𝑥 𝑛
Seja 𝑎𝑛 = . Então
√𝑛+1
143

𝑎𝑛 + 1 (−3)𝑛+1 𝑥 𝑛+1 √𝑛 + 1
| |= | . |=
𝑎𝑛 √𝑛 + 2 (−3)𝑛 𝑥 𝑛

𝑛+1 1 + 1⁄𝑛
= |−3𝑥√ | = 3√ |𝑥| → 3|𝑥| 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛 → ∞
𝑛+2 1 + 2⁄𝑛

Pelo teste da razão, a série converge se 3|𝑥| < 1 e divergem se 3|𝑥| > 1.
1 1
Então, podemos dizer que ela converge se |𝑥| < 3 e diverge se |𝑥| > 3. Isso
1
significa que o raio de convergência é 𝑅 = 3.
1 1
Sabemos que a série converge no intervalo (− 3 , 3), mas devemos agora

testar a convergência nos extremos desse intervalo.


1
Se 𝑥 = − 3, a série torna-se;

∞ 1 𝑛 ∞
(−3)𝑛 (− ) 1 1 1 1
∑ 3 = ∑ = + + +⋯
𝑛=0
√ 𝑛 + 1 𝑛=0
√ 𝑛 + 1 √1 √2 √3

1
Que diverge. E se 𝑥 = 3, a série é;

∞ 1 𝑛 ∞
(−3)𝑛 ( ) (−1)𝑛
∑ 3 = ∑
𝑛=0
√𝑛 + 1 𝑛=0
√𝑛 + 1

1
Que converge. Portanto a série de potencias dada converge quando − 3 < 𝑥 ≤
1 1 1
, assim o intervalo pode ser escrito como (− 3 , 3].
3
Resumo
Nesta aula você pode aprender sobre os principais conceitos bases das séries
de potencias, compreendeu o que é um raio de convergência bem como o intervalo
de convergência, aprendendo também a determiná-los através de conceitos
matemáticos.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D. Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 8, página
343.
Referências Bibliográficas
Básica:
STEWART, J. Cálculo. Volume 2. Ed. Thomson Learning. São Paulo, 2006.

ZILL, D.G.; CULLEN, M.R. Equações Diferenciais. Volume I. Ed. Eugênia


Pessotti, São Paulo, 2001.
Exercícios
AULA 6

1) Encontre o raio de convergência e o intervalo de


convergência.
𝑥𝑛
a) ∑∞
𝑛=1 √𝑛

b) ∑∞
𝑛=0 √𝑛(𝑥 − 1)
𝑛

(𝑥+2)𝑛
c) ∑∞
𝑛=1(−1)
𝑛
𝑛2𝑛
(−1)𝑛
d) ∑∞
𝑛=1 𝑥𝑛
𝑛
2𝑘
e) ∑∞
𝑘=1 𝑥𝑘
𝑘
(𝑥−3)𝑛
f) ∑∞
𝑛=1 𝑛3
(−1)𝑛
g) ∑∞
𝑛=1 (𝑥 − 5)𝑛
10𝑛

h) ∑∞ 𝑛 𝑛
𝑛=0 𝑛! 2 𝑥
Gabarito
AULA 6

1)
a) 1, [-1,1).
b) 1, (0,2).
c) 2, (-4,4].
d) (-1,1].
e) [-1/2, ½)
f) [2,4]
g) (-5,15)
h) (0)
Representações de funções como séries de potências
Aula 7
APRESENTAÇÃO DA AULA

Agora que você já sabe o que são séries de potências, iremos aprender como
representar algumas funções como somas de potências através do método de
diferenciação e integração destas séries.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Demonstrar as representações de funções como séries de potência;


 Após essa demonstração, devemos aprender como representar
algumas funções como soma de potências através do método de
diferenciação e integração destas séries.
150

7 INTRODUÇÃO – REPRESENTAÇÕES DE FUNÇÕES COMO SÉRIES DE


POTÊNCIAS

A soma de uma série de potencias é uma função 𝑓(𝑥) =


∑∞ 𝑛
𝑛=0 𝑐𝑛 (𝑥 − 𝑎) cujo domínio é o intervalo de convergência da

série. Chamamos de Diferenciação e Integração termo a termo


o teorema a qual aplicamos a função quando for necessário
diferenciar e integrar tais funções. Caso a série de potencias
∑ 𝑐𝑛 (𝑥 − 𝑎) 𝑛 apresentar um raio de convergência 𝑅 > 0, então a função 𝑓 definida
por:
𝑥

𝑓(𝑥) = 𝑐0 + 𝑐1 (𝑥 − 𝑎) + 𝑐2 (𝑥 − 𝑎) + ⋯ = ∑ 𝑐𝑛 (𝑥 − 𝑎)𝑛
2

𝑛=0

É contínua no intervalo (𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅) e
𝑥

𝑓 ′ (𝑥) = 𝑐1 + 2𝑐2 (𝑥 − 𝑎) + 3𝑐3 (𝑥 − 𝑎)2 + ⋯ = ∑ 𝑛𝑐𝑛 (𝑥 − 𝑎)𝑛−1


𝑛=1

(𝑥−𝑎)2 (𝑥−𝑎)3 (𝑥−𝑎)𝑛+1


∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐶 + 𝑐0 (𝑥 − 𝑎) + 𝑐1 + 𝑐2 + ⋯ = 𝐶 + ∑𝑥𝑛=0 𝑐𝑛 𝑛+1
2 3

Para ambos o raio de convergência são R.


Vale lembrar que estes teoremas são verdadeiros para somas infinitas desde
que envolva série de potencias.
Exemplo:
1
Expresse (1−𝑥)2 como série de potencias.

Solução:
Diferenciando cada lado da equação, de acordo com a
equação 1

1
= 1 + 𝑥 + 𝑥2 + 𝑥3 + ⋯ = ∑ 𝑥𝑛
1−𝑥
𝑛=0

Obtemos:

1
= 1 + 2𝑥 + 3𝑥 2 + 4𝑥 3 + ⋯ = ∑ 𝑛𝑥 𝑛−1
(1 − 𝑥)2
𝑛=1

Podemos trocar n por n+1 e escrever:


151

1
= ∑(𝑛 + 1)𝑥 𝑛
(1 − 𝑥)2
𝑛=0

Exemplo:
Escreva na forma de série de potencias: ln(1 − 𝑥)
Solução:
1
É possível notar que a derivada desta função é (−1). (1−𝑥), logo

se integrarmos ambos os lados teremos


1
− ln(1 − 𝑥) = ∫ 𝑑𝑥 = ∫(1 + 𝑥 + 𝑥 2 + ⋯ ) 𝑑𝑥
1−𝑥
∞ ∞
𝑥² 𝑥³ 𝑥 𝑛+1 𝑥𝑛
= 𝑥 + + +⋯+𝐶 = ∑ +𝐶 = ∑ + 𝐶, |𝑥| < 1
2 3 𝑛+1 𝑛
𝑛=0 𝑛=1

Agora para determinar C, x assume o valor de 0, e assim obtemos − ln(1 −


0) = 𝐶. Então C=0 e

𝑥2 𝑥3 𝑥𝑛
ln(1 − 𝑥) = −𝑥 − − − ⋯ = − ∑ , |𝑥| < 1
2 3 𝑛
𝑛=1

Exemplo:
1
Avalie ∫ [(1+𝑥 7 )] 𝑑𝑥 como uma série de potencias.

Solução:
Primeiro devemos escrever o termo dentro da integral
como uma soma de serie de potencias. Assim, como no
exemplo anterior substituímos na fórmula x por −𝑥 7 .

1 1
= = ∑(−𝑥 7 )𝑛
1 + 𝑥 7 1 − (−𝑥 7 )
𝑛=0

= ∑(−1)𝑛 𝑥 7𝑛 = 1 − 𝑥 7 + 𝑥14 − ⋯
𝑛=0

Agora iremos integrar termo a termo:


152
∞ ∞
1 𝑛 7𝑛 𝑛
𝑥 7𝑛+1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ ∑(−1) 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐶 + ∑(−1)
1 + 𝑥7 7𝑛 + 1
𝑛=0 𝑛=0

𝑥 8 𝑥15 𝑥 22
=𝐶+𝑥− + − +⋯
8 15 22

Essa série, portanto, converge para |−𝑥 7 | < 1, isto é, para |𝑥| < 1.
Exemplo:
0,5 1
A partir do exemplo anterior, determine ∫0 [1+𝑥 7 ] 𝑑𝑥.

Solução:
Utilizando C = 0, então
0,5
1 𝑥 8 𝑥15 𝑥 22 1⁄
∫ 𝑑𝑥 = [𝑥 − + − + ⋯ ] 2
0 1 + 𝑥7 8 15 22 0
1 1 1 1 (−1)𝑛
= − + − + ⋯+ +⋯
2 8. 28 15. 215 22. 222 (7𝑛 + 1)27𝑛+1

Portanto essa série infinita é o valor exato desta integral, porem como série
alternada, se pararmos de adicionar termos com n assumindo um valor, por
exemplo, n=3, o erro é menor que n=4, e assim por diante.
1
≈ 6,4 × 10−11
29. 229
Assim temos:
0,5
1 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 ≈ − + − = 0,49951374
0 1 + 𝑥7 2 8. 28 15. 215 22. 222
Resumo
Nesta aula vimos uma forma de resolver algumas integrais que sem o uso das
series de potencias seriam muitos complicadas de se resolver.
Vimos alguns exemplos que evidenciaram os métodos propostos nesta aula e
ainda reforçamos os conhecimentos adquiridos na aula anterior.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

NAGLE, R. K.; SAFFE, E. B.; SNIDER, A. D, Equações


Diferenciais. Pearson. São Paulo, 2012, capitulo 8, página
343.
Referências Bibliográficas
Básica:
STEWART, J. Cálculo. Volume 2. Ed. Thomson Learning. São Paulo, 2006.

ZILL, D.G.; CULLEN, M.R. Equações Diferenciais. Volume I. Ed. Eugênia


Pessotti, São Paulo, 2001.
Exercícios
AULA 7

1) Determine a representação em série de potencias das


funções a seguir e encontre seus respectivos intervalos
de convergência.
1
a) 𝑓(𝑥) = 1−𝑥³
1
b) 𝑓(𝑥) = 𝑥−5

2) Determine a representação em série de potencias das funções a seguir e


encontre seus respectivos raios de convergência.
a) 𝑓(𝑥) = ln(5 − 𝑥)
1
b) 𝑓(𝑥) = (1+𝑥)²

3) Aproxime as integrais definidas, com precisão de seis casas decimais,


utilizando série de potencias.
0,2 1
a) ∫0 𝑑𝑥
1+𝑥 5
1⁄
b) ∫0 3 𝑥 2𝑡𝑔 −1 (𝑥 4 ) 𝑑𝑥
Gabarito
AULA 7

1)
a) ∑∞ 3𝑛
𝑛=0 𝑥 , (-1,1)
1
b)− ∑∞ 𝑛
𝑛=0 5𝑛+1 𝑥 , (−5,5)

2)
𝑥𝑛
a) 𝑙𝑛5 − ∑∞
𝑛=1 𝑛5𝑛 , R=5.

b) ∑∞ 𝑛 𝑛
𝑛=0(−1) (𝑛 + 2)(𝑛 + 1)𝑥 , R=0.

3)
a) 0,1999989
b) 0,000065
Aula 8
Exercícios para Revisão

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula, você irá resolver os exercícios de revisão para realizar uma boa
verificação.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Resolver os exercícios propostos e revisar o conteúdo ministrado até


este ponto.
159

8 EXEMPLOS

Neste capítulo faremos alguns exercícios revisionais, mas para isto


eis aqui alguns exemplos.
𝑥
Exemplo 1: Encontre a integral ∫ ∫𝑅 𝑑𝐴 para R limitada pelas
𝑦

retas x=1, x=2, y=1 e y=2.


Solução:
𝑥 2 2𝑥
∫ ∫𝑅 𝑑𝐴 = ∫1 ∫1 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝑦 𝑦

2 2𝑥 2 2 𝑥2
∫1 [∫1 𝑦 𝑑𝑥]𝑑𝑦 = ∫1 [2𝑦 |1dy
2 4−1 2 3
∫1 dy = ∫1 𝑑𝑦
2𝑦 2𝑦
3 3
𝑙𝑛𝑦 |21 = 𝑙𝑛2
2 2

Exemplo 2: Calcule a integral ∫ ∫𝑅 (𝑥𝑦 + 1) dx dy, onde R é o triângulo de


vértices A = (-1,-1), B = (0,0) e C = (1,-1).
Solução: Inicialmente observe que os lados do triangulo são dados pelas
retas y=x, y=-x e y=-1. Para cada y fixado −1 ≤ y ≤ 0 temos que y ≤ x ≤ −y, ou seja,
temos uma região do tipo II.
0 −𝑦 −𝑦 0 𝑥2 0
∫ ∫𝑅 (𝑥𝑦 + 1) = ∫−1 ∫𝑦 (𝑥𝑦 + 1)𝑑𝑥𝑑𝑦 = ∫−1( 2 𝑦 + 𝑥) | 𝑦 dy =∫−1(−2𝑦)𝑑𝑦 =
2𝑦 2 0
− |−1 =1
2

3 2 1
Exemplo 3: Resolva integral ∫0 ∫1 ∫0 xyz 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
3 2 𝑥2
1 3 2 𝑦𝑧 3 𝑦2 33
∫0 ∫1 [ 2 𝑦𝑧|0]dydz = ∫0 ∫1 𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∫0 𝑧|21dydz = ∫0 4 𝑧 dz =
2 4
3𝑧 2 3 27
| =
8 0 8

1
Exemplo 4: Expresse (1−𝑥)2 como série de potencias.

Solução:
Diferenciando cada lado da equação

1
= 1 + 𝑥 + 𝑥2 + 𝑥3 + ⋯ = ∑ 𝑥𝑛
1−𝑥
𝑛=0
160

Logo,

1
= 1 + 2𝑥 + 3𝑥 2 + 4𝑥 3 + ⋯ = ∑ 𝑛𝑥 𝑛−1
(1 − 𝑥)2
𝑛=1

Pode-se trocar n por (n+1) e escrever



1
2
= ∑(𝑛 + 1)𝑥 𝑛
(1 − 𝑥)
𝑛=0

Exemplo 5: Calcule a integral dupla ∬(1 − 𝑥 2 ) 𝑑𝐴 sobre a região:

1 3 1 3 1
∫0 ∫0 (1 − 𝑥 2 )𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫0 (y − 𝑥 2 𝑦)|0dx = ∫0 (3 − 3 𝑥 2 )𝑑𝑥 =

3x – x³|10 = 2

8.1 Exercícios

1) Utilize uma integ ral dupla para determinar a área


sobre a região (1,3) (3,3) (1,1) (3,1).

2) Calcule a integral dupla ∬(4 − 𝑥 2 ) 𝑑𝐴 sobre a região:

Figura 50: Exercício 2.

Fonte: EXERCÍCIO (20--)

3) A função de produção de Cobb- Douglas de um fabricante de automóveis é


F (x, y) = 100 x0, 6 y 0,4. Em que x é o número de unidades de mão de obra e
161

y, é o número de unidades de capital. Estime o nível de produção médio se o


número de unidades de mão de obra x variar entre 200 e 250 e o número de
unidades de capital y variar entre 300 e 325.

4) Resolva:
𝜋 1
𝑦 𝑦
a) ∫0 ∫0 ∫0 sin 𝑦 𝑑𝑧
2 𝑑𝑥 𝑑𝑦
3 2 1
b) ∫0 ∫0 ∫0 (𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧
3𝑥
4
c) ∫0 ∫02 √16 − 𝑥² 𝑑𝑦 𝑑𝑥
1 3
d) ∫0 ∫0 𝑒 𝑥+3𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦

5) Calcule o valor de 𝐼 = ∫ ∫𝑅 (𝑥 + 2𝑦)𝑑𝐴, sendo R a região delimitada pelas


curvas y = 2 x2 e y = x2 + 1.

6) Determinar o volume do sólido delimitado pelos planos z=0, y=0, x= 0 e 2x


+4y +z=8.

Figura 51: Exercício 6.

Fonte: EXERCÍCIO (20--)

7) Calcule a área, por integral dupla, da região D:


162

Figura 52: Exercício 7.

Fonte: EXERCÍCIO (20--)

8) Encontre as coordenadas retangulares do ponto das coordenadas esféricas


(1, 0, 0):

9) Mude de coordenadas retangulares para cilíndricas (1, -1,4).

10) Utilize uma integral tripla para determinar o volume do tetraedro limitado
pelos planos:
𝑥 = 𝑦 2 𝑥 = 𝑧, 𝑧 = 0 𝑒 𝑥=1

11) Use a integral dupla para determinar a área contida em um laço da rosácea
de quatro pétalas r= cos 2θ.

12) Determinar o volume do sólido que está sob o paraboloide z = x2 + y2,


acima do plano xy e dentro do cilindro x2 + y2 = 2x.

13) Calcule a integral de linha ∫𝐶 𝑦 3 𝑑𝑠, onde C é a curva dada, C: x = t3, y= t, 0


≤t≤2
163

Figura 53: Exercício 13.

Fonte: EXERCÍCIO (20--)

14) Calcule a integral de linha, onde C é a curva dada∫𝐶 𝑥𝑦 4 𝑑𝑠, onde C é a


metade direita do círculo x2 + y2 = 16.

15) Encontre uma representação em série de potencias para a função 𝑓(𝑥) =


𝑥³
e determine o raio de convergência.
(𝑥−2)²

16) Encontre uma representação em série de potencias para a função 𝑓(𝑥) =


1+𝑥
𝑙𝑛 (1−𝑥) e determine o raio de convergência.
Resumo
Nesta aula vimos:

 Exercícios.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Gabarito
AULA 8

1. 4
2. 32
3. Resposta=
4.
a) Resposta=2
b) Resposta= 28
c) Resposta: 32
d) Resposta: 121,4
5. R: 32/5
6. R: 32/3
7. R: 8
8. (√𝟐, 𝟕𝝅/𝟒, 𝟒) Resposta: (0,0,1)
9. Resposta:
10. Resposta: 4/5
11. Resposta: π/8
𝟏
12. (𝟏𝟒𝟓𝟑/𝟐 − 𝟏) Resposta: 3π/2
𝟓𝟒

13. Resposta:
14. Resposta: 1638,4
𝑛−2
15. ∑∞ 𝑛
𝑛=3 2𝑛−1 𝑥 , R = 2.

2𝑥2𝑛+1
16. ∑∞
𝑛=0 , R = 1.
2𝑛+1
Aula 9
Variáveis complexas, limites e continuidade

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre variáveis complexas.


E iremos falar especificamente das Variáveis Complexas e Limites e
Continuidade.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você esteja


inteirado do assunto e seja capaz de resolver as funções complexas e
os problemas aplicados sobre Variáveis Complexas e Limite e
Continuidade.
168

9 FUNÇÕES COMPLEXAS

9.1 Variáveis Complexas

Primeiramente vamos considerar funções definidas em


conjuntos complexos, assumindo valores complexos.
Seja D um conjunto de números complexos e seja f uma
lei que faz corresponder a cada elemento z do conjunto D, um
único número complexo, que denotamos por f(z).
Considerando estas condições, dizemos que f é uma função com domínio D.
O conjunto I dos valores w = f(z), correspondentes a todos os valores de z em
D, e chamado à imagem de D pela função f (Fig. 9.1); z é chamada variável
independente, e w, a variável dependente, como mostrado na Figura 54 abaixo:

Figura 54: Representação do domínio para w.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Devemos notar que para caracterizar uma função não basta dar a lei de
correspondência J; é necessário dizer o domínio de definição D. Entretanto,
normalmente consideramos funções dadas em termos de relações analíticas bem
definidas w = f (z), sem especificar o domínio de definição.
Nestes casos, devemos subentender que o domínio da função e o conjunto de
todos os valores z, faz sentido à expressão analítica f(z).
Dizemos que uma função f1 com domínio D1 é restrição de uma função f2 com
domínio D2 se D1 estiver contido em D2 e f1(z) = f2(z) para todo z em D1 (Fig. 9.2).
Considerando as condições, dizemos que f2 é uma extensão de JI.
169

Temos como exemplo a expressão w = eZ, z complexo, que define uma


função no plano complexo, no qual trata-se de uma extensão da função y = eX, x
real.

Figura 55: Representação da transformação.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Uma função da variável complexa z pode assumir valores puramente reais,


como por exemplo, 𝑓(𝑥) = |𝑧| = √𝑥 2 + 𝑦², 𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦 é uma função real da variável
complexa z.
Para cada função w = f(z) de uma variável complexa z = x + iy estão
associadas duas funções reais das variáveis reais x e y, dadas por u = u (x, y) = Re
f(z) e v = v(x, y) = Im f(z).
Tomamos como exemplo:
f(z) = exp.(z2 + 4z), no qual, u = ex2 – y2 + 4x cos (2xy + 4y) e v = ex2 – y2 + 4x

sen(2xy + 4y).

9.2 Limite e Continuidade

Seja f uma função com domínio D.


Considerando que "f tem limite L com z tendendo a zo", que nada mais é que
a distância If(z) - LI entre f(z) e L pode ser feita pequena, o que pode restringir z a
uma vizinhança conveniente de z0.
Contudo, a variável z apenas aproxima z0, sem assumir este valor.
Devemos considerar que z deve pertencer ao domínio da função e z0 deve ser
ponto de acumulação desse domínio (Fig. 9.3).
170

Figura 56: Transformação de 𝑧𝑜 .

Fonte: TRANSFORMAÇÃO (20--)

9.2.1 Definição

Seja z0 um ponto de acumulação do domínio D de uma função f.


Dizemos que f tem limite L com z tendendo a z0 se dado qualquer  > 0 existe
 > 0 tal que:
𝑧 ∈ 𝐷, 0 < |𝑧 − 𝑧0 | < 𝛿 ⇒ |𝑓(𝑧) − 𝐿| < 𝜀; ou ainda, de maneira equivalente:
𝑧 ∈ 𝐷 ∩ 𝑉 ′ 𝛿 (𝑧0 ) ⇒ 𝑓(𝑧) ∈ 𝑉𝜀 (𝐿)

Escrevemos: lim 𝑓(𝑧) = 𝐿


𝑧→𝑧0

Essa definição normalmente se reduz quando os números envolvidos são


todos reais.
Tomamos como exemplo a função f(x) = (senx)/x que está definida para todo
número real x ≠ 0.
Quando o ponto z0 pertence ao domínio de f e L = f (zo), dizemos que f é
contínua no ponto zo:
lim 𝑓(𝑧) = 𝑓(𝑧0 )
𝑧→𝑧0

sin 𝑥
Considerando essa definição de continuidade, a função: 𝑓(𝑥) = é
𝑥

contínua no ponto x = 0 se sua definição nesse ponto for f(0) = 1.


Por isso costumamos atribuir o valor 1 na origem da função f.
Tomamos como exemplo:
Vamos demostrar que a função f(z) = (z + 3i) / 2 é contínua no ponto zo = 2 –
i. Se:
𝑧 + 3𝑖 |𝑧 − (2 − 𝑖)|
|𝑓(𝑧) − 𝑓(𝑧0 )| = | − (1 + 𝑖)| =
2 2
171

Para qualquer  > 0, basta tomar  = 2 para termos:


|𝑧 − (2 − 𝑖)| < 𝛿 ⇒ |𝑓(𝑧) − 𝑓(𝑧0 )| < 𝜀

Se considerarmos a função:
0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑧 = 2 − 𝑖
𝑔(𝑧) = {𝑧 + 3𝑖
2 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑧 ≠ 2 − 𝑖

O limite com z → 2 - i será o mesmo que na da função f, porém difere do valor


de g no ponto 2 - i.

9.2.2 Definição II

Dizemos que uma função f(z) com domínio D tem limite finito L com z → ∞ se,
qualquer  > 0, existe M > 0 tal que If(z) - LI <  para todo z ∈ D , Izl > M.
Dizemos que f(z) tende a infinito com z tendendo a zo se, qualquer K> 0,
existe  > 0 tal que If(z)| > K para todo z ∈ D ∩V` (zo).
Dizemos que f(z) tende a infinito com z tendendo a infinito se, qualquer K > 0,
existe M > 0 tal que lf(z)| > K para todo z ∈ D, Izl > M.
5𝑧 5𝑧
Tomamos como exemplo: Dada a função: 𝑓(𝑧) = 2𝑧−8𝑖 = 2(𝑧−4𝑖), a mesma

tende a infinito com z → 4i.


É assim, pois o denominador estará se aproximando de zero. Mas o
numerador deve permanecer afastado de zero, assim exigimos que Izl > r, mo qual r
é um número positivo qualquer, mas menor do que 4, para que z possa se acomodar
numa vizinhança  de 4i (Fig. 9.4). Tendo o r fixo, então:
5|𝑧| 5𝑟
|𝑓(𝑧)| = >
2|𝑧 − 4𝑖| 2|𝑧 − 4𝑖|

Dado qualquer K > 0, If(z)| será maior do que K se


5𝑟
>𝐾
2|𝑧 − 4𝑖|

Ou seja,
172

5𝑟
0 < |𝑧 − 4𝑖| <
2𝐾

Esta condição deve ser satisfeita juntamente com a condição Izl > r.
Tendo 0 < Iz - 4il < , onde  = min {5r / 2K, 4 - r}, obteremos;
|𝑧| = |4𝑖 + (𝑧 − 4𝑖)| ≥ 4 − |𝑧 − 4𝑖| > 4 − 𝛿 > 4 − (4 − 𝑟) = 𝑟

Logo, 0 < Iz - 4il <  → |f(z)| > K.

Figura 57: Representação da função.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

9.3 Propriedades do Limite

9.3.1 Teorema

Se f e g têm limites finitos com z → zO, então


lim [𝑓(𝑧) + 𝑔(𝑧)] = lim 𝑓(𝑧) + lim 𝑔(𝑧)
𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0

lim [𝑓(𝑧) 𝑔(𝑧)] = lim 𝑓(𝑧) lim 𝑔(𝑧)


𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0

𝑓(𝑧) lim 𝑓(𝑧)


𝑧→𝑧0
𝑠𝑒 lim 𝑔(𝑧) ≠ 0, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 lim =
𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0 𝑔(𝑧) lim 𝑔(𝑧)
𝑧→𝑧0
173

9.3.2 Teorema

1) Se lim z → zO f(z) = L ≠ 0, então existe uma vizinhança V`(zo) na qual f(z) é


limitada.
2) Considerando a mesma hipótese, existe  > 0 tal que 𝑧 ∈ 𝐷𝑓 ∩ 𝑉 ′ 𝛿 (𝑧0 ) ⇒
|𝐿|
|𝑓(𝑧)| > 2

9.3.3 Teorema

A soma e o produto de funções contínuas são funções contínuas.


O quociente de duas funções f e g, contínuas num ponto zo, é uma função
contínua em zo, desde que g (zo) não se anule.

9.3.4 Teorema

Seja g uma função cujo domínio contenha um ponto zo e cuja imagem esteja
contida no domínio de uma função f. Considerando essas condições, se g for
continua em zo e f contínua em g (zo), então a função composta f(g(z)) será contínua
no ponto zo.

9.3.5 Teorema

Seja f = u + iv uma função com domínio D, e seja L = U + iV. Então


lim 𝑓(𝑧) = 𝐿 se e somente se lim 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑈 𝑒 lim 𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑉
𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0 𝑧→𝑧0

9.3.6 Corolário

Uma função f(z) = u (x, y) + iv(x, y) é contínua num ponto zo = xo + iyo se e


somente se sua parte real e imaginária for contínua nesse ponto.
Antes de começarmos a resolver exercícios sobre limites vamos relembrar
algumas operações com números complexos.
Como em qualquer conjunto numérico, no conjunto dos números complexos
existe uma maneira específica de aplicar as operações (adição, subtração,
multiplicação e divisão). Antes de aplicarmos as operações devemos saber que um
174

número complexo qualquer é indicado na maioria das vezes pela letra z e a sua
forma geométrica é z = a + bi, onde a é a parte real e b a parte imaginária.
Dado dois números z1 = 2 – i e z2 = -3 + 7i. Somando os dois teremos:
z1 + z2 = (2 – i) + (-3 + 7i)
z1 + z2 = 2- i – 3 + 7i
z1 + z2 = 2 – 3 – i + 7i
z1 + z2 = - 1 + 6i

Podemos concluir que para subtrair ou adicionar números complexos


devemos operar parte real com parte real e parte imaginária com parte imaginária.
De uma maneira geral podemos representar a adição e a subtração com
números complexos da seguinte forma.
Dados dos números complexos qualquer z1 = a + bi e z2 = c + di, veja a
adição e subtração entre eles.
z1 + z2 = (a + bi) + (c + di)
z1 + z2 = a + bi + c + di
z1 + z2 = a + c + bi + di

Portanto, a adição de dois números complexos quaisquer pode ser calculada


da seguinte forma:
z1 + z2 = (a + c) + (b + d)i
z1 - z2 = (a + bi) - (c + di)
z1 - z2 = a + bi - c - di
z1 - z2 = a - c + bi - di

Portanto, a subtração de dois números complexos quaisquer pode ser


calculada da seguinte forma:
Z1-z2= (a-c)+(b-d)i

Dividir dois números complexos é obter o número complexo z3 resultado da


razão entre z1 e z2. Para realizar essa divisão necessitamos utilizar algumas
técnicas, que serão demonstradas através dos exemplos a seguir:
Exemplo:
175

2+3𝑖
Determinar o número complexo, resultado da divisão lembrando que
1+2𝑖

i² = –1.
Devemos multiplicar o numerador e o denominador pelo conjugado do
denominador.
Mas o que é conjugado...

Seja um número complexo:z=x-yi , seu conjugado será ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅,


𝑧 = 𝑥 − 𝑦𝑖 para obtê-
lo apenas trocamos o sinal da parte imaginária do número, ou seja, a parte real
permanece igual e as imaginárias são simétricas.
Exemplos:
Z= 2+ 3i →𝑧̅ = 2 − 3𝑖
Então voltando a resolução da divisão oberemos:
2+3𝑖 2+3𝑖 1−2𝑖
= 1+2𝑖 x1−2𝑖
1+2𝑖
2−4𝑖+3𝑖−6𝑖 2 2−𝑖−6𝑥(−1) 2−𝑖+6 8−𝑖 8 𝑖
= = = =5−5
1−4𝑖 2 1−4𝑥(−1) 1+4 5

Os números complexos são multiplicados com base na propriedade


distributiva, sempre lembrando que um numeral complexo é formado por uma parte
real e uma imaginária.
Veja:
4 + 3i → Re(z) = 4 e Im(z) = 3
2 – 5i → Re(z) = 2 e Im(z) = –5

Exemplo:
(2 + 5i) * (1 – 2i)
2 – 4i + 5i – 10i² (lembrando que i² = – 1)
2 – 4i + 5i – 10 * (–1)
2 – 4i + 5i + 10
12 + i

Depois dessa revisão sobre as operações com números complexos iremos


retornar aos limites.
Exemplo 1:
176

lim (3𝑥𝑦 + 𝑖(𝑥 − 𝑦 2 ))


𝑧→−1+2𝑖

lim 3𝑥𝑦 + 𝑖 lim (𝑥 − 𝑦 2 )


𝑥→−1 𝑥→−1
𝑦→2 𝑦→2

(3(-1)2+i(-1-22))=-6-5i

Exemplo 2:
𝑧2 − 5
lim
𝑧 →1+𝑖 𝑖𝑧
(1+𝑖)2 −5 1+2i+𝑖 2 −5 −5+2𝑖 −1−𝑖 7 3
lim = = x−1−𝑖 = 2 + 2 𝑖
𝑧 →1+𝑖 𝑖(1+𝑖) i+𝑖 2 −1+𝑖
Resumo
Nesta aula vimos:

 Funções Complexas.
Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem
como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=dci0thljwek>.
<https://www.youtube.com/watch?v=6h8faoljxe8&index=1&list
=plavuh5kowqoguyxzwj4c_nlrli-4lskws>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª
Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

CHURCHILL, R. V. Variáveis complexas e suas aplicações. São Paulo:


McGraw-Hill, 7ed, 1978.
Exercícios
AULA 9

1) Para cada uma das funções abaixo, descreva o


domínio de definição:
1
a) 𝑓(𝑧) = 𝑧 2 +1
𝑧
b) 𝑓(𝑧) = 𝑧+𝑧

2) Escreva a função f (z) = z3 + z + 1 na forma f (z) = u (x, y) + iv(x, y).

𝑧 2
3) Mostre que o limite da função: 𝑓(𝑧) = (𝑧) , quando z tende 0 não existe.

Para fazermos isso, deixando pontos diferentes de zero z = (x, 0) e z = (x, x)


se aproxima da origem. (Note que não é suficiente considerar simplesmente
os pontos z = (x, 0) e z = (0 , y).

4𝑧 2
4) Mostre que lim (𝑧−1)2 = 4
→∞

1
5) Mostre que lim (𝑧−1)3 = ∞
𝑧→1
Gabarito
AULA 9

1)
a) 𝑧 ≠ ±𝑖
b) 𝑅𝑒 𝑧 ≠ 0
2) 𝑓(𝑧) = (𝑥 3 − 3𝑥𝑦 2 + 𝑥 + 1) + 𝑖(3𝑥 2 𝑦 − 𝑦 3 + 𝑦)
𝑥+𝑖𝑥 2 1+𝑖 2
3) 𝑓(𝑧) = (𝑥−𝑖𝑥) = (1−𝑖) = −1
4
4) lim (1−𝑧)2 = 4
𝑧→0

5) lim(𝑧 − 1)³ = 0
𝑧→1
Aula 10
Funções Analíticas e Equações Cauchy-Riemann

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre Funções Analíticas.


E iremos falar especificamente das Funções Analíticas e Equações Cauchy-
Riemann. Mas também podemos aplica-las a solução de equações diferenciais
ordinárias ou parciais onde se utiliza o método das transformadas integrais, dentre
elas, em particular as transformadas de Fourier ou Laplace.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver as funções analíticas e os


problemas aplicados sobre Funções Analíticas e Equações Cauchy-
Riemann.
183

10 FUNÇÕES ANALÍTICAS

10.1 Função Analítica

Devemos saber que a definição de derivada de uma função


de variável complexa é formalmente a mesma que no caso de
função de variável real.
Sendo f uma função cujo domínio e uma região R
(conjunto aberto e conexo) e seja z um ponto de R.
Dizemos que f é derivável no ponto z se existe o limite.
𝑓(𝑧 + ∆𝑧) − 𝑓(𝑧)
lim
∆𝑧→0 ∆𝑧

Ou, o que é equivalente, se existe;


𝑓(𝑤) − 𝑓(𝑧)
lim
𝑤→𝑧 𝑤−𝑧

Quando esse limite existe, ele define uma nova função de z, a derivada ou
função derivada da função f, denotada por f'. Então,
𝑓(𝑧 + ∆𝑧) − 𝑓(𝑧)
𝑓 ′ (𝑧) = lim
∆𝑧→0 ∆𝑧

Exemplo:
A função f(z) = Izl2 = x2 + y2 só é derivável em z = 0
(representadas na figura 31). Logo, ∆z = rei, temos:
𝑓(𝑧 + ∆𝑧) − 𝑓(𝑧) (𝑧 + ∆𝑧)(𝑧 + ∆𝑧) − 𝑧𝑧
=
∆𝑧 ∆𝑧
𝑧∆𝑧 + 𝑧∆𝑧 + ∆𝑧∆𝑧
= = 𝑧𝑒 −2𝑖𝜃 + 𝑧 + 𝑟𝑒 −𝑖𝜃
∆𝑧
184

Figura 58: Representação dos vetores da questão.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Passando ao limite com r → 0 e denotando este limite com f` (z) , obteremos:
𝑓 ′ 𝜃 (𝑧) = 𝑧𝑒 −2𝑖𝜃 + 𝑧

Esta expressão da derivada direcional depende do ângulo  para todo z ≠ 0,


de forma que f não possui derivada ordinária nesses pontos.
A derivada de f só existe para z = 0: f' (0) = 0.

10.1.1 Definição

Veremos que todas as funções na qual você se acostumou a ver são


analíticas quando estendidas ao plano complexo.
A função f(z) = zn, onde n é um inteiro positivo, é analítica e sua derivada e
f'(z) = nzn-1. Como exemplo, usando a fórmula do binômio de Newton,
𝑛(𝑛 − 1) 𝑛−2
𝑓(𝑧 + ∆𝑧) = (𝑧 + ∆𝑧)𝑛 = 𝑧 𝑛 + 𝑛𝑧 𝑛−1 ∆𝑧 + 𝑧 (∆𝑧)2 + ⋯ + (∆𝑧)𝑛
2

Daqui segue-se que:


𝑓(𝑧 + ∆𝑧) − 𝑓(𝑧) (𝑧 + ∆𝑧)𝑛 − 𝑧 𝑛
=
∆𝑧 ∆𝑧
𝑛(𝑛 − 1) 𝑛−2
= 𝑛𝑧 𝑛−1 + 𝑧 ∆𝑧 + ⋯ + (∆𝑧)𝑛−1
2

Sendo ∆z→ 0, obteremos o resultado desejado.


O cálculo das derivadas é realizado de acordo com as regras conhecidas.
185

Exemplo: a regra de derivação da função composta ou derivação em cadeia:


se g é derivável no ponto z e f e derivável no ponto g(z), logo f(g(z)) é derivável no
ponto z e;
𝑑
𝑓(𝑔(𝑧)) = 𝑓 ′ (𝑔(𝑧))𝑔′ (𝑧)
𝑑𝑧

Chamamos de função inteira toda função que é analítica em todo o plano. Os


exemplos mais simples são os polinômios.
As funções racionais, definidas como o quociente de dois polinômios são
analíticas em todos os pontos que não anulam o denominador.
(𝑧 + 2)(3𝑧 − 1)²
𝑓(𝑧) =
𝑧(𝑧 − 3)(𝑧 + 𝑖)²

Faremos o denominador z ≠ 0,
z-3 ≠ 0 logo z≠ 3
e (z+i)2 ≠ 0 resulta z≠ - i.
É analítica em todo o plano, exceto quando z = 0, 3, - i.

10.2 Derivação e analiticidade

Definição 1:
Seja f uma função complexa de variável complexa definida num
conjunto aberto D e seja z0 ∈ D.
Define-se a derivada de f em z , e denota-se por f`(z0) (ou df /dz
0

ou dw/dz) como sendo o limite


𝑓(𝑧) − 𝑓(𝑧0 )
f `(𝑧0 )lim
𝑧→𝑧0 𝑧 − 𝑧0

(Caso exista). Se f tem derivada em z0 (i.e., se este limite existe) então f diz
diferenciável em z0.

Escrevendo Δz = z − z0, a definição é equivalente à expressão:

𝑓(𝑧0 − 𝛥𝑧) − 𝑓(𝑧0 )


f `(𝑧0 )lim
𝛥→0 𝛥𝑧
186

Definição 2:
Seja f uma função complexa de variável complexa definida num
conjunto aberto D e
Seja z0 ∈ D.
A função f diz analítica em z0 se é diferenciável em z0 e numa
certa vizinhança de z0.
Se f é analítica em todos os pontos de D então diz-se analítica em D.
Seja D ⊆ C um conjunto aberto e sejam f e g funções analíticas em D.
São válidas as seguintes propriedades:
af(z) + bg(z) é analítica em D e [af(z) + bg(z)]` = af`(z) + bg`(z),

Para quaisquer números complexos a e b (linearidade da derivada);


f(z) g(z) é analítica em D e [f(z) g(z)]` = f`(z) g(z) + f(z) g`(z);

Se g(z) ≠ 0 então f (z)/g(z) é analítica em D e:


𝑓(𝑧) 𝑓 `(𝑧)𝑔(𝑧) − 𝑓(𝑧)𝑔 `(𝑧)
( )` =
𝑔(𝑧) 𝑔2 (𝑧)

Se n ∈ N então fn(z) é analítica em D e:


[𝑓 𝑛 (𝑧)]` = 𝑛𝑓 𝑛−1 (𝑧)𝑓`(𝑧)]

Todas essas propriedades já são conhecidas de todos vocês desde o Cálculo


I.
Exemplos:
Calcule as derivadas das seguintes funções:
f (z) = 2z – z + 10iz
4 3

Derivando:
f´(z) = 8z – 3z2 + 10i
g(z) = (2z + 3) 4

Aplicando a regra da cadeia obtemos:


g´(z) = 4 (2z+3)3 2
g`(z) = 8 (2z+3)3
187

10.3 Equações de Cauchy-Riemann

Considerando f = u + iv uma função derivável num ponto z = x + iy. Logo, o


quociente [f(z + ∆z) – f(z)] / ∆z tem limite f'(z) com ∆z → 0, independentemente de
como ∆z tende a zero.
Podemos fazer ∆z tender a zero por valores reais ∆z = k e, separadamente,
por valores não reais ∆z = it (Fig. 32).
Obteremos, então:
𝑢(𝑥 + 𝑘, 𝑦) − 𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖[𝑣(𝑥 + 𝑘, 𝑦) − 𝑣(𝑥, 𝑦)]
𝑓 ′ (𝑧) = lim
𝑘→0 𝑘
e
𝑢(𝑥, 𝑦 + 𝑡) − 𝑢(𝑥, 𝑦) + 𝑖[𝑣(𝑥, 𝑦 + 𝑡) − 𝑣(𝑥, 𝑦)]
𝑓 ′ (𝑧) = lim
𝑡→0 𝑖𝑡

Figura 59: Representação pontos no plano.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

A existência desses limites implica a existência, separadamente, dos limites


das partes reais e das partes imaginárias das expressões sob limites, isto é,
𝑢(𝑥 + 𝑘, 𝑦) − 𝑢(𝑥, 𝑦) 𝑣(𝑥 + 𝑘, 𝑦) − 𝑣(𝑥, 𝑦)
𝑓 ′ (𝑧) = lim + 𝑖 lim
𝑘→0 𝑘 𝑘→0 𝑘

e
𝑣(𝑥, 𝑦 + 𝑡) − 𝑣(𝑥, 𝑦) 𝑢(𝑥, 𝑦 + 𝑡) − 𝑢(𝑥, 𝑦)
𝑓 ′ (𝑧) = lim − 𝑖 lim
𝑡→0 𝑡 𝑡→0 𝑡
188

Consequente a isso, as funções u e v possuem derivadas parciais no ponto


(x, y), e valem as seguintes relações:
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝑓 ′ (𝑧) = +𝑖 ; 𝑓 ′ (𝑧) = −𝑖
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦

Quando igualando as partes reais e as partes imaginárias, obtemos daqui as


chamadas equações de Cauchy-Riemann:
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 𝑒 =−
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥

As equações de Cauchy-Riemann são uma condição necessária, mas não


suficiente para garantir a existência da derivada de uma função f.
Consideremos a função: 𝑓(𝑥) = √|𝑥𝑦|, no qual, z = x + iy.
Temos então que v = 0, portanto, vx = vy = 0.
Por outro lado, u = √|𝑥𝑦|, no qual u (k, 0) = u(0, 0) = 0, logo,
𝑢(𝑘, 0) − 𝑢(0,0)
𝑢𝑥 (0,0) = lim =0
𝑘→0 𝑘

Exemplo: Verifique as equações de Cauch-Riemann para a


função f(z)=z²+3z+2.
Solução: A função f(x)=z²+3z+2 tem parte real u(x,y)= x²-
y²+3x+2 e parte imaginária v(x,y)=2xy+3y. Como
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 2𝑥 + 3, = 2𝑥 + 3, = −2𝑦 𝑒 = 2𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥

As equações de Cauchy-Riemann são válidas em todos os pontos do


domínio.

10.3.1 Condição necessária e suficiente

10.3.1.1 Teorema

Seja u (x, y) e v (x, y) junções reais com derivadas parciais contínuas numa
região R. Logo, a condição necessária e suficiente para que a função f (z) = u (x, y) +
189

iv (x, y) seja analítica em R é que as equações de Cauchy-Riemann estejam


satisfeitas.
Demonstração: Vamos considerar o ponto z = x + iy ∈ R e um número  > 0
de modo que a vizinhança V = {(x + k + i(y + t): k2 + t2 < 2} esteja contida em R; e
os segmentos zz1 e z1z2, onde z1 = (x + k, y) e z2 = (x + k, y + t), também estão
contidos em R.
Agora poderemos aplicar o teorema da média, no qual,
u (x + k, y) - u(x, y) = kux(x + 1k, y)
u (x + k, y + t) - u(x + k, y) = tuy(x + k, y + 2t)

Onde 1 e 2 são números convenientes do intervalo (0 1).


Se somarmos as igualdades, teremos que (Fig. 60):
∆𝑢 = 𝑢(𝑥 + 𝑘, 𝑦 + 𝑡) − 𝑢(𝑥, 𝑦)
= 𝑘𝑢𝑥 (𝑥 + 𝜃1 𝑘, 𝑦) + 𝑡𝑢𝑦 (𝑥 + 𝑘, 𝑦 + 𝜃2 𝑡)

Figura 60: Demonstração no plano.

Fonte: DEMONSTRAÇÃO (20--)

Como as funções ux e uy são contínuas, podemos escrever:


𝑢𝑥 (𝑥 + 𝜃1 𝑘, 𝑦) = 𝑢𝑥 (𝑥, 𝑦) + 𝛿1

e
𝑢𝑦 (𝑥 + 𝑘, 𝑦 + 𝜃2 𝑡) = 𝑢𝑦 (𝑥, 𝑦) + 𝛿2

Onde 1 e 2 tendem a zero com k2 + t2 → 0.


190

10.3.1.2 Corolário

Qualquer função com derivado zero em toda região é constante; uma função
que só assume valores reais em toda uma região também constante.

10.3.2 Equações de Cauchy-Riemann em coordenadas polares

Qualquer função com derivado zero em toda região é constante; uma função
que só assume valores reais em toda uma região também constante.
Agora veremos que as equações de Cauchy-Riemann escritas em
coordenadas polares assumem a seguinte forma:
𝜕𝑢 1 𝜕𝑣 𝜕𝑣 1 𝜕𝑢
= 𝑒 =−
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃

Para cada ponto P = (x, y) de coordenadas polares (r, ) adicionamos um


sistema cartesiano PXY, de eixos PX e PY, partindo a escrever as equações agora:
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 𝑒 =−
𝜕𝑋 𝜕𝑌 𝜕𝑌 𝜕𝑋

Como 𝜕X = 𝜕r e 𝜕Y = r𝜕, logo teremos (Fig. 61):


𝜕𝑢 1 𝜕𝑣 1 𝜕𝑢 𝜕𝑣
= 𝑒 =−
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑟

Figura 61: Sistema cartesiana de coordenadas.

Fonte: SISTEMA (20--)

Demonstraremos analiticamente as equações utilizamos as fórmulas de


transformação,
191

x = r cos e y = r sen,
Se derivarmos com relação a x, obteremos:
𝜕𝑟 𝜕𝜃
1= cos 𝜃 − 𝑟 sin 𝜃
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑟 𝜕𝜃
0= sin 𝜃 + 𝑟 cos 𝜃
𝜕𝑥 𝜕𝑥

No qual
𝜕𝑟 𝜕𝜃 sin 𝜃
= cos 𝜃 𝑒 =−
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝑟

E em relação à y,
𝜕𝑟 𝜕𝜃 cos 𝜃
= sin 𝜃 𝑒 =
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝑟
e
𝜕 𝜕𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝜕 𝜕 sin 𝜃 𝜕
= + = cos 𝜃 −
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑥 𝜕𝜃 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃
𝜕 𝜕𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝜕 𝜕 cos 𝜃 𝜕
= + = sin 𝜃 +
𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑟 𝜕𝑦 𝜕𝜃 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃

Assim obteremos,
𝜕𝑢 sin 𝜃 𝜕𝑢 𝜕𝑣 cos 𝜃 𝜕𝑣
cos 𝜃 − = sin 𝜃 +
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃

e
𝜕𝑢 cos 𝜃 𝜕𝑢 𝜕𝑣 sin 𝜃 𝜕𝑣
sin 𝜃 + = − cos 𝜃 +
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃

Quando multiplicamos a primeira das equações por cos e a segunda por sen
 e somando-as, obtemos a prova, e assim analogamente para a segunda equação.
Exemplo: Verificar a analiticidade da função complexa f(z)=𝑧 6 .
Solução: reescrevendo f na forma polar, obtemos
f(z)=𝑟 6 [cos(6𝜃) + 𝑖𝑠𝑒𝑛(6𝜃)], 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑟 = |𝑧| e 𝜃 = 𝐴𝑟𝑔(𝑧). Temos
u(r, 𝜃) = 𝑟 6 cos(6𝜃) e v(r, 𝜃)= 𝑟 6 𝑠𝑒𝑛(6𝜃), donde:
𝑢𝑟 = 6𝑟 5 cos(6𝜃) e 𝑣𝜃 = 6𝑟 6 cos(6𝜃),
𝑢𝜃 = −6𝑟 6 sen(6𝜃) e 𝑣𝑟 = 6𝑟 5 sen(6𝜃),
192

Uma vez que as derivadas parciais 𝑢𝑟 , 𝑢𝜃 , 𝑣𝜃 e 𝑣𝑟 são contínuas para todo


1
ponto (r, 𝜃) ∊ ℝ²e também satisfazem as equações de Cauchy-Riemann, 𝑢𝑟 = 𝑟 𝑣𝜃 e
−1
𝑣𝑟 = 𝑢𝜃 , a função f(z)= 𝑧 6 é analítica para todo z ∊ 𝕔.
𝑟

10.3.3 Interpretação geométrica

10.3.3.1 Teorema

Se f = u + iv é analítica numa região R, então as curvas das famílias u (x, y) =


const. e v(x, y) = const. se cruzam em um ângulo reto em todo ponto z o = xo + iyo
onde f(zo) ≠ 0.
Exemplo:
Como o vetor grad u = (ux, uy) é normal à curva u (x, y) = u(xo,
yo) no ponto (xo, yo), o vetor (uy , -ux) é tangente, pois estes
são ortogonais (Fig. 35).
(ux, uy) . (uy , -ux) = uxuy - uyux = 0.

Figura 62: Representação de vetores.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)


Resumo
Nesta aula, abordamos:

 Função analítica;
 Regras de derivação;
 Equações de Cauchy-Riemann;
 Equações de Cauchy-Riemann em coordenadas polares;
 Interpretação geometrica.
Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem
como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=oml7_mfbmri&index=4&li
st=plavuh5kowqoguyxzwj4c_nlrli-4lskws>.
<https://www.youtube.com/watch?v=cjuod7dj7wm&index=5&li
st=plavuh5kowqoguyxzwj4c_nlrli-4lskws>.
<https://www.youtube.com/watch?v=bndfls0zasy&index=6&list=plavuh5kowqoguyxzw
j4c_nlrli-4lskws>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª
Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

CHURCHILL, R. V. Variáveis complexas e suas aplicações. São Paulo:


McGraw-Hill, 7ed, 1978.
Exercícios
AULA 10

1) Mostre que a função f(z) não existe em qualquer ponto


se:
a) 𝑓(𝑧) = 𝑧
b) 𝑓(𝑧) = 𝑧 − 𝑧

2) Mostre que a função f(z) não existe em qualquer ponto se:


a) 𝑓(𝑧) = 2𝑥 + 𝑖𝑥𝑦²
b) 𝑓(𝑧) = 𝑒 𝑥 − 𝑒 −𝑖𝑦

3) Determine onde f`(z) existe e encontre o seu valor quando f(z) = 1/z:

4) Determine onde f`(z) existe e encontre o seu valor quando f(z) = x2 + iy2;

5) Mostrar que a função é diferenciável no domínio de definição indicado, e


encontre f:
𝑖𝜃
𝑓(𝑧) = √𝑟𝑒 2 (𝑟 > 0, 𝛼 < 𝜃 < 𝛼 + 2𝜋)
Gabarito
AULA 10

1) a) Como ux = vy → 1 = -1, a equação de Cauchy-


Riemann não é satisfeita.
b) Desde que ux = vy → 0 = 2, a equação de Cauchy-
Riemann não é satifeita.

2) a) y = 0, nós temos 0 = 1, a equação de Cauchy-Riemann não é satisfeita.


b) y = (π / 2) + n π; y = n π. Como são dois conjuntos diferentes de valores de
y, a equação de Cauchy-Riemann não é satisfeita.

3) f`(z) = −1/z2 (z≠ 0).

4) f`(x + ix) = 2x.

1
5) 𝑓 ′ (𝑧) = 2𝑓(𝑧)
Aula 11
Funções exponenciais, Funções Trigonométricas,
Funções Hiperbólicas e Logaritmo

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre Funções Elementares.


E iremos falar especificamente de Funções Exponenciais, Funções
Trigonométricas, Funções Hiperbólicas e Logaritmo.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver e definir algumas funções


elementares no campo dos complexos e os problemas aplicados
sobre Funções Exponenciais, Funções Trigonométricas, Funções
Hiperbólicas e Logaritmo.
199

11 FUNÇÕES ELEMENTARES

Queridos alunos, iniciaremos agora o estudo de algumas


funções de variáveis complexas.
Trataremos, nesta aula, das definições das funções
exponencial, trigonométrica e logarítmica dos números
complexos e estudaremos algumas de suas propriedades.

11.1 Função Exponencial

Sabemos que a função w = eZ é analítica em todo o


plano. Vamos avaliá-la, lembramos que se z = x + iy, a
exponencial se escreve:
𝑒 𝑧 = 𝑒 𝑥 𝑒 𝑖𝑦 = 𝑒 𝑥 cos 𝑦 + 𝑖𝑒 𝑥 sin 𝑦

Validando, assim, as equações de Cauchy-Riemann


para todo z. Também sabemos que as derivadas parciais das partes real e
imaginária de eZ são contínuas em todo o plano. Portanto, eZ é analítica, logo, possui
derivada para todo z. Assim,
𝑑
𝑒 𝑧 = 𝑒 𝑧 para todo z.
𝑑𝑧

Agora iremos transformar o plano z = x + iy no plano w = u + iv através da


função exponencial w = eZ. Mas, antes deveremos escrever w em forma polar:
𝑤 = 𝑒 𝑥 𝑒 𝑖𝑦 = 𝜌𝑒 𝑖𝜑 , isto é, 𝜌 = 𝑒 𝑥 . 𝜑 = 𝑦.

Se nós mantivermos y constante e variarmos x, w permanece num raio pela


origem. Quando x varia de zero a +∞, 𝜌 varia de 1 a +∞ ao longo desse raio; quando
x varia de zero a -∞, 𝜌 varia de 1 a zero (Fig. 63).
200

Figura 63: Representação.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Quando x permanecer constante e y variar no intervalo [0, 2𝜋), 𝜌


permanecerá fixo e o ponto w descreverá um círculo de raio 𝜌, com centro na
origem. Esse círculo tem raio unitário quando x = 0; ele será exterior ao círculo, para
x > 0, e para x < 0, ele será interior.
Podemos concluir então que as imagens das famílias de retas coordenadas x
= const. e y = const. são ortogonais.

11.2 Propriedades da Função Exponencial

Abaixo estão apresentadas algumas das propriedades da função exponencial


no campo dos complexos:
• ∀𝑧1 , 𝑧2 ∈ ℂ, exp(𝑧1 + 𝑧2 ) = exp(𝑧1 ) exp(𝑧2 )
1
• ∀𝑧 ∈ ℂ, exp(−𝑧) =
exp(𝑧)
• ∀𝑘 ∈ ℤ, ∀𝑧 ∈ ℂ, exp(𝑘𝑧) = (exp(𝑥))𝑘

• ∀𝑧 ∈ ℂ, exp(𝑧) = exp(𝑧)
• ∀𝑧 ∈ ℂ, exp(𝑧 + 2𝜋𝑖) = exp(𝑧)

Observação 1: Apenas a última propriedade vale no campo


dos complexos. A função exponencial no campo dos
complexos é uma função multiforme, ou seja, uma função não
injetora.
201

Observação 2: Quando temos um z ∈ C real z = x + 0i,


teremos:
exp(𝑧) = exp(𝑥 + 𝑂𝑖 ) = 𝑒 𝑥 (cos(𝑂) + sin(0) 𝑖) = 𝑒 𝑥

E para um z ∈ C imaginário z = 0 + yi, teremos:


exp(𝑧) = exp(𝑂 + 𝑦𝑖) = 𝑒 𝑂 (cos(𝑦) + sin(𝑦) 𝑖) = cos(𝑦) + sin(𝑦) 𝑖

Desta forma podemos introduzir seguinte notação: exp(𝑦𝑖) = 𝑒 𝑦𝑖 = cos(𝑦) +


sin(𝑦) 𝑖 e teremos, a partir daí, uma nova forma de escrever um número complexo.
De outra forma, podemos ver:
Dado z ∈ C, z = x + yi em sua forma polar z = r(cos() + sen()i).
A partir daí, a = ln(r) e podemos escrever o número complexo z de diversas
formas.
𝑧 = 𝑥 + 𝑦𝑖 = 𝑟(cos(𝜃) + sin(𝜃) 𝑖) = 𝑟𝑒 𝜃𝑖 = 𝑒 𝛼+𝜃𝑖

Exemplo: Escreva na forma algébrica os números complexos


𝜋
𝑒 3+𝑖 , 𝑒 − 4 𝑖 , 𝑒 2±3𝜋𝑖 .
Solução:
Relembramos que
𝑧 = 𝑥 + 𝑖𝑦 ↔ 𝑧 = 𝑟(cos 𝜃 + 𝑖𝑠𝑖𝑛 𝜃) = 𝑟𝑒 𝜃𝑖

𝑦
Onde 𝑟 = |𝑧| = √𝑥 2 + 𝑦² e 𝜃 = arctan (𝑥 )

Então temos:
𝑒 3+𝑖 = 𝑒 3 (𝑐𝑜𝑠1 + 𝑖𝑠𝑖𝑛1) = 𝑒 3 cos 1 + (𝑒 3 𝑠𝑖𝑛1 )𝑖;
𝜋 𝜋 𝜋 −√2 −√2
𝑒 − 4 𝑖 = 𝑒 0 (cos (− ) + 𝑖𝑠𝑖𝑛 (− )) = − 𝑖
4 4 2 2
𝑒 2±3𝜋𝑖 = 𝑒 2 (cos(±3𝜋) + 𝑖𝑠𝑖𝑛 (±3𝜋)) = 𝑒 2 (−1 + 0𝑖) = −𝑒 2 + 0𝑖 = 𝑒 2 .
202

11.3 Funções Trigonométricas

Agora iremos às funções trigonométricas.


Começaremos observando que a partir das relações eiy = cos y + i sem y e e-iy
= cos y – i sen y decorrem as fórmulas de Euler, que são usadas para estender as
funções trigonométricas a todo o plano complexo. Logo, teremos
𝑒 𝑖𝑧 − 𝑒 −𝑖𝑧 𝑒 𝑖𝑧 + 𝑒 −𝑖𝑧
sin 𝑧 = , cos 𝑧 =
2𝑖 2
sin 𝑧 cos 𝑧 1 1
tan 𝑧 = , cot 𝑧 = , sec 𝑧 = , csc
cos 𝑧 sin 𝑧 cos 𝑧 sin 𝑧

As fórmulas de derivação (sen z)' = cos z, (cos z)' = -sen z etc. são definidas a
partir de (ez)' = ez.
Sendo assim, temos que:
sin² 𝑧 + cos² 𝑧 = 1
sin(𝑧1 + 𝑧2 ) = sin 𝑧1 cos 𝑧2 + cos 𝑧1 sin 𝑧2
cos(𝑧1 + 𝑧2 ) = cos 𝑧1 cos 𝑧2 − sin 𝑧1 sin 𝑧2
𝜋 𝜋
sin 𝑧 = cos ( − 𝑧) 𝑒 cos 𝑧 = sin ( − 𝑧)
2 2

Exemplo: Mostre que sin(2z)= 2 sin(z) cos(z) e cos (2z)=


cos²(z) –sin²(z).
Solução:
Sin (2z) = sin (z+z) = sin (z) cos (z) + cos (z) sin(z) = 2 sin (z) cos (z)
Cos (2z) = cos (z+z) = cos (z) cos (z) - sin(z) sin(z) = cos² (z) – sin²
(z)

11.4 Funções Hiperbólicas

Agora vejamos as funções hiperbólicas.


Poderemos ver que seus valores são reais para valores reais de z.
Para seno e co-seno, são definidas pelas seguintes expressões, no caso de
variáveis reais:
𝑒 𝑧 − 𝑒 −𝑧 𝑒 2 + 𝑒 −𝑧
sinh 𝑧 = , cosh 𝑧 =
2 2
203

Quando tentamos separar as partes real e imaginária das funções sen z e cos
z, elas aparecem.
Pra (senh z)' = cosh z e (cosh z)' = senhz é fácil à visualização.
As demais funções hiperbólicas são definidas pelas relações usualmente
utilizadas, que são:
sinh 𝑧 1
tanh 𝑧 = 𝑒 sech 𝑧 =
cosh 𝑧 cosh 𝑧

para todo z ∈ C com cosh z ≠ 0, e


cosh 𝑧 1
coth 𝑧 = 𝑒 csch 𝑧 =
sinh 𝑧 sinh 𝑧

para todo z ∈ C com senh z ≠ 0.

Exemplo: Determine, as relações entre as funções trigonométricas e as


funções hiperbólicas, as partes real e imaginária das funções seno e cosseno.
Sin(z)= sin(x+yi) = sin(x)cos(yi) + cos(x)sin(yi) = sin(x)cosh(y) + icos(x)sinh(y)
cos(z)=cos(x+yi) = cos(x)cos(yi) - sin(x)sin(yi) = cos(x)cosh(y) - isen(x)sinh(y)

11.5 Propriedades das funções Trigonométricas e Hiperbólicas

Com relação às funções Trigonométricas, a grande maioria das propriedades


válidas para as funções trigonométricas reais permanecem válidas no caso
complexo.
Para quaisquer z,w ∈ C, temos:
(a) sen2 z + cos2 z = 1.
(b) sen(−z) = −sen z.
(c) cos(−z) = cos z.
(d) sen(z + w) = sen z cos w + cos z sen w.
(e) cos(z + w) = cos z cos w − sen z sem w.

Com relação às funções Hiperbólicas, vejamos agora algumas de suas


propriedades. Para quaisquer z,w ∈ C, temos:
(a) cosh2 z – senh2 z = 1.
204

(b) senh(−z) = −senh z.


(c) cosh(−z) = cosh z.
(d) senh(z + w) = senh z cosh w + cosh z senh w.
(e) cosh(z + w) = cosh z cosh w + senh z senh w.

11.6 Logaritmo

Sabemos que o logaritmo de um número complexo z = rei ≠ 0, é definido


por: log z = log r + i, no qual log r descreve o logaritmo real do número r > 0.
Para todo número complexo z ≠ 0 o logaritmo está definido, e se reduz ao
logaritmo real quando  = 0, utiliza-se também como In z .
Quando consideramos 0 o valor no intervalo [0, 2𝜋), ou seja, 0 ≤0 < 2𝜋.
Logo, será dado por 2𝑘𝜋 ≤ 𝜃 < 2(𝑘 + 1)𝜋, 𝑘 = 0, ±1, ±2, … para que a
logaritmo seja uma função univalente.
Cada valor de k nos leva ao que chamamos uma determinação ou ramo do
logaritmo.
Denotando com logk z tal determinação, temos: log 𝑘 𝑧 = log 𝑟 + 𝑖𝜃, 2𝑘𝜋 ≤ 𝜃 <
2(𝑘 + 1)𝜋.
Com o valor k = 0 temos o que chamamos de valor principal, ramo principal,
ou determinação principal do logaritmo.
Se utilizarmos as equações de Cauchy-Riemann na forma polar, será fácil
verificar que qualquer ramo do logaritmo é uma função analítica em seu domínio.
Calculando sua derivada:
𝑑 log 𝑧 𝜕 𝜕𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝜕
= (log 𝑟 + 𝑖𝜃) = ( + ) (log 𝑟 + 𝑖𝜃)
𝑑𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑥 𝜕𝜃

e substituindo os valores 𝜕r/𝜕x = cos  e 𝜕 /𝜕x = - sen /r, obtemos:


𝑑 log 𝑧 1
=
𝑑𝑧 𝑧

11.7 Propriedades do Logaritmo

A fórmula:
log(𝑧1 𝑧2 ) = log 𝑧1 + log 𝑧2
205

Vale, desde que interpretada corretamente.


Sendo z1 = r1 ei1 e z2 = r2 e i2, teremos:
log 𝑧1 + log 𝑧2 = [log 𝑟1 + 𝑖(𝜃1 + 2𝑘1 𝜋) + log 𝑟2 + 𝑖(𝜃2 + 2𝑘2 𝜋)]
= log(𝑟1 𝑟2 ) + 𝑖[(𝜃1 + 𝜃2 ) + 2(𝑘1 + 𝑘2 )𝜋]

Abaixo estão apresentadas algumas das propriedades da função logaritmo no


campo dos complexos.
Algumas das propriedades da função logaritmo no campo dos reais valem
para o campo dos complexos.
• ∀𝑧1 , 𝑧2 ∈ ℂ∗ , log(𝑧1 . 𝑧2 ) = log(𝑧1 ) + log(𝑧2 )
𝑧1
• ∀𝑧1 , 𝑧2 ∈ ℂ∗ , log ( ) = log(𝑧1 ) − log(𝑧2 )
𝑧2
∀𝑧 ∈ ℂ∗ , exp(log(𝑧)) = 𝑧

Vamos revisar alguns conceitos sobre os números complexos para depois


voltarmos nos logaritmos.
Os números complexos são uma extensão do conjunto dos números reais.
Na verdade, número complexo é um par ordenado de números reais (a, b).
Escrito na forma normal, o par ordenado (a, b) fica z = a + bi.
Representando na Figura 64 esse número complexo no plano de Argand-
Gauss, teremos:
206

Figura 64: Plano de Argand-Gauss.

Fonte: PLANO (20--)

O segmento de reta OP é chamado de módulo do número complexo.


O arco formado entre o eixo horizontal positivo e o segmento OP, no sentido
anti-horário, é chamado de argumento de z.
Observe a Figura 65 abaixo para determinarmos as características do
argumento de z.

Figura 65: Triângulo retângulo.

Fonte: TRIÂNGULO (20--)

No triângulo retângulo formado, podemos afirmar que:


𝑏
sin 𝜃 =
|𝑧|
207

𝑎
cos 𝜃 =
|𝑧|
𝜃 = arg(𝑧)

Podemos constatar, também, que pelo teorema de Pitágoras:


|𝑧 2 | = 𝑎2 + 𝑏 2
Ou

|𝑧| = √𝑎2 + 𝑏 2
Exemplo:
Dado o número complexo z = 2 + 2i, determine o módulo e o argumento de z.
Solução: Pelo número complexo z = 2 + 2i, sabemos que a = 2 e b = 2.
Segue que:
Vamos calcular o módulo de z.

|𝑧| = √𝑎2 + 𝑏 2
|𝑧| = √22 + 22 = √8=2√8
𝑏 2 1 √2 √2
sin 𝜃 = |𝑧|= = 𝑥 =
2√2 √2 √2 2

𝑎 2 √2
cos 𝜃 = |𝑧|=2√2 = 2

√2 √2
(cos θ, sem θ) = ( 2 , )
2

Com os valores de seno e cosseno percebemos que θ é um arco notável,


assim podemos afirmar que θ = 45 ou π/4.
Como podemos ver na Figura 66.
208

Figura 66: Arco trigonométrico.

Fonte: ARCO (20--)

Então para calcularmos os logaritmos precisamos dos conceitos acimas


descritos.
Definição 1:
Qualquer z = x+yi ∈ C, com z 6= 0, define-se a função logaritmo principal de z
por:
log z = ln|z| + i arg z.
com arg z ∈ [−π, π[.

Podemos agora afirmar que a função logaritmo principal, log z, é a função


inversa da restrição da função exponencial de variável complexa à região
fundamental {x + yi : −π ≤ y < π}.
209

Nota 1: Podemos definir a função logaritmo mais geralmente


da seguinte forma: a função logaritmo relativa ao intervalo [θ0,
θ0 + 2π[ é a função
log z = ln|z| + i arg z.
com arg z ∈ [θ0, θ0 + 2π[.

Nota 2: Quando z é um número real positivo, z = x+0i


com x > 0, a definição de log z coincide com a definição já
conhecida em R.
log z = logx = ln|x| + i arg x = lnx.

Salvo indicação em contrário, em tudo o que se segue, quando nos referimos


à função log z referimo-nos à função logaritmo principal.

Nota 3: No cálculo real, não está definido o logaritmo de


números negativos. Em C tal não é verdade. Por exemplo,
log(−1) = ln |−1| + i arg(−1) = ln 1 + i (−π) = −πi.

Este é um dos motivos que nos leva a considerar


notações diferentes para o logaritmo de um número complexo e para o logaritmo
neperiano de um número real.
Exemplo: Determine os valores de log (-2), log i, log (-1-i) e log (√3 + 𝑖).
Solução:
Nesses exercícios primeiro precisamos calcular os módulos e os argumentos
de cada um, e depois colocar na fórmula do logaritmo.
log z = ln|z| + i arg z
Log (-2) = ln2 + iarg(-2) = ln2 + i(𝜋 + 2𝑘𝜋)
𝜋
Log i = ln 1 +iarg i = i( 2 + 2𝑘𝜋)
3𝜋
Log (-1-i)=ln √2 + iarg(-1-i)= ln√2 + i(− + 2𝑘𝜋)
4
𝜋
Log (√3 + 𝑖) = 𝑙𝑛2 + 𝑖𝑎𝑟𝑔 (√3 + 𝑖) = ln 2 + 𝑖 ( 6 + 2𝑘𝜋) , 𝑘𝜖 ℤ.
Resumo
Nesta aula, abordamos:

 Funções elementares;
 Função exponencial;
 Propriedades da função exponencial;
 Funções trigonométricas;
 Funções hiperbólicas;
 Propriedades das funções trigonométricas e hiperbólicas;
 Logaritmo;
 Propriedades do logaritmo.
Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem
como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=9NNwxKM2h5U>.
<https://www.youtube.com/watch?v=Rhggt0pP3KA>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 11

1) Mostre que exp(2 ± 3𝜋 i) = −e2:

2) Mostre que exp(z + 𝜋 i) = −exp z:

3) Usando as equações de Cauchy-Riemann mostre que


a função abaixo não é analítica em qualquer lugar.
𝑓(𝑧) = exp 𝑧

4) Mostre que Log(−ei) = 1 – (𝜋/2)i;

5) Mostre que Log(1 − i) = (1/2) ln 2 − (𝜋/4)i:

6) Mostre que Log(1 + i)2 = 2 Log(1 + i):

7) De acordo com sen2 z + cos2 z = 1, mostre que 1 + tan2 z = sec2 z.


Gabarito
AULA 11

1) Resposta 1: exp(±3𝜋𝑖) = −1

2) Resposta 2: exp 𝜋𝑖 = −1

3) Resposta 3: Como cos y = 0 e sen y = 0, não existe


um valor de y satisfatório.

𝜋
4) Resposta 4: 1 − 2 𝑖

1 𝜋
5) Resposta 5: 2 ln 2 − 4 𝑖

𝜋
6) Resposta 6: log(2𝑖) = 2(ln √2 + 4

7) Resposta 7: sec² 𝑧
Aula 12
Transformações por Funções Elementares

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre Transformações por Funções Elementares.


E iremos falar especificamente de Funções Lineares, Exponenciais, Ponto no
Infinito, Transformação Linear Fracionária e Sucessiva e algumas outras Funções.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver e definir algumas


Transformações por funções elementares no campo dos complexos e
os problemas aplicados sobre Funções Lineares, Exponenciais, Ponto
no Infinito, Transformação Linear Fracionária e Sucessiva e algumas
outras Funções.
216

12 TRANSFORMAÇÕES POR FUNÇÕES ELEMENTARES

Definimos funções como transformações de pontos. Sabemos


que a função pode ser exibida graficamente, até certo ponto. Nós
veremos nesta aula como várias regiões são transformadas por
funções analíticas elementares.

12.1 Funções Lineares

A transformação pela função w = z + C, no qual C é uma constante complexa,


ou seja, é a translação de cada ponto z.
z = x +iy, w = u + iv, C = C1 + iC2.

Logo, a imagem de cada ponto (x, y) no plano-z é o ponto (x + C1, y + C2) no


plano-w.
Sendo B uma constante complexa no qual a forma polar é B = b exp (i𝛽).
Logo, se z = r exp (i), a função abaixo transforma o ponto (r, ), do plano-z, no
ponto do plano-w, no qual as coordenadas são br e  +𝛽.
Sabemos agora que a transformação consiste em girar o raio do vetor do
ponto z em torno da origem, com ângulo 𝛽 = arg 𝛽 e em expandir ou contrair o raio
vetor pelo fator b = |B|.
W = Bz = brei(+𝛽)

A transformação pela função geral w = Bz + C consiste na rotação pelo |B|,


seguida pelo vetor C. A função abaixo ilustra isso (Fig.67).
w = (1 + i)z + 2 – i
217

Figura 67: Representação da função.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Sendo arg (1 + i) = 𝜋/4 e |1 + i| = √2 .

12.2 Funções zn

A transformação da função w = z2 pode ser escrita em termos de coordenadas


polares, se z = r exp (i) e w = 𝜌 exp (i∅), logo;
𝜌ei∅ = r2e2i∅

A função z2 transforma o 1º quadrante do plano-z, 0 ≦ ro, 0 ≦  ≦ 𝜋 é levada


na região circular 𝜌 ≦ ro2, no qual a parte da região semicircular no 1º quadrante é
transformada na parte superior da região circular.
Em se tratando de coordenadas retangulares, a transformação w = z2 ficaria u
+ iv = x2 – y2 + 2xyi.
Quando tratamos da imagem da hipérbole x2 – y2 = c1 é a reta u = c1.
Quando n é um número inteiro positivo, a transformação w = zn ou 𝜌ei∅ =
r2e2i∅, leva a região angular r ≧ 0 , 0 ≦  ≦ 𝜋/n no sentido plano superior do plano-w.
Tendo 𝜌 = rn e ∅ = n.
Exemplo 1:
Transformar um arco circular r = ro (o ≦  < o + (2𝜋/n) no
cícrculo 𝜌 = ron (Fig. 68).
218

Figura 68: Representação da transformação de um arco circular.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)

Em coordenadas polares a transformação ficaria 𝜌ei∅ = (1/r) e-i∅.


Em coordenadas cartesianas, a equação w = u iv = 1/ (x + iy) nos fornece;
u = x / (x2 + y2) v = - y / (x2 + y2)
e
x = u / (u2 + v2) y = - v / (u2 + v2)

Se temos a, b, c e d como números reais, a equação a(x2 + y2) + bx + cy + d =


0 representa um círculo ou reta, se a ≠ 0 ou a = 0.
Assim, a equação a (x2 + y2) + bx + cy + d = 0 sob a transformação w = 1/z
vira d(u2 + v2) + bu - cv + a = 0.
Isto demonstra que todo círculo passando pela origem (z = 0) é transformado
numa linha reta no plano-w.
A transformação sempre leva círculos em círculos quando consideramos retas
como limites dos círculos (Fig. 69).

Figura 69: Transformação em círculos.

Fonte: TRANSFORMAÇÃO (20--)


219

A imagem de algum ponto no semiplano é todo ponto no interior do círculo,


logo, a imagem do semiplano é a região circular.
[u – (1 - 2c1)] 2 + v2 < (1 / 2c1)2.

Se w = u + vj (onde u e v são funções reais) é uma função unívoca de z = x +


yj (onde x e y são reais), podemos escrever u + vj = f(x + yj).

Exemplo 2:
Seja w = z² e z = x + yj.
Obtenha a transformação z →w
w = z² →u + vj = (x + yj)² → u + vj = x² ‐ y² + 2xyj
Logo, u = x² ‐ y² e v = 2xy

12.3 Ponto no Infinito

Os pontos z externos ao círculo r = R são transformados nos pontos w


internos ao círculo 𝜌 = 1/R, pela transformação w = 1/z ou 𝜌ei∅ = (1/r) e-i∅.
O ponto infinito, z = ∞, é a pré-imagem do ponto w = 0 pela transformação w
= 1/z.
Exemplo 3:
Transforme o ponto z = ∞ no ponto w = 4 na função abaixo:
4𝑧 2
𝑤=
(1 − 𝑧)2

Se z = 1 / z`, logo w = (4 / z`2) / (1 – 1/z`)2 = 4 / (z`– 1)2, então w


= 4 quando z = 0. Também temos que w = ∞ quando z = 1. Se w = 1/w`, logo w` = (1
/ z)2 / 4z2, e w`= 0 se z = 1.

12.4 Transformação Linear Fracionária

É a chamada transformação T, onde a, b, c e d são constantes complexas.


𝑎𝑧 + 𝑏
𝑤= (𝑎𝑑 − 𝑏𝑐 ≠ 0)
𝑐𝑧 + 𝑑
220

A transformação T faz relação a cada ponto do plano-z um único ponto no


plano-w, exceto quando z = -d/c quando c ≠ 0.
A transformação T sempre transforma círculos e retas em círculos e retas.
Como exemplo temos, quando c ≠ 0, temos a equação w = az + b / cz + d
escrita como
𝑑 𝑎𝑑 𝑎𝑑
𝑎 (𝑧 + 𝑐 ) + 𝑏 − 𝑐 𝑎 𝑏− 𝑐
𝑤= = +
𝑑 𝑐 𝑐𝑧 + 𝑑
𝑐 (𝑧 + 𝑐 )

Se
z`= cz + d, z`` = 1/z`
Teremos
w = a/c + (bc – ad / c) z``.

As transformações são do tipo w = Bz + C, que não altera a forma da curva e


que a transformação w = 1/z transforma círculos e retas em círculos e retas.
Com relação à equação w = az + b / cz + d, quando o denominador é
eliminado toma a forma Azw + Bz + Cw + D = 0 que é linear em z e linear em w, ou
bilinear em z e w, também chamada transformação bilinear.
Usando qualquer uma das duas formas, poderemos verificar que os três
pontos são transformados e que w tende para o infinito quando z se aproxima de -1.

Exemplo 4:
Vamos encontrar o caso especial da transformação fracionaria
linear:
𝑎𝑧 + 𝑏
𝑤= (𝑎𝑑 − 𝑏𝑐 ≠ 0)
𝑐𝑧 + 𝑑

Que leva os pontos:


Z1= 2, z2=i e z3 = -2

Nos pontos:
W1= 1, w2= i e w3= -1
221

Como 1 deve ser a imagem de 2 e -1, a de -2, precisamos ter:


2c + d = 2a + b e 2c – d = -2a + b

Somando os lados correspondentes dessas equações obtemos b= 2c.


A primeira equação então é d= 2a, e temos:
𝑎𝑧 + 2𝑐
𝑤= [2(𝑎2 − 𝑐 2 ) ≠ 0]
𝑐𝑧 + 2𝑎

Como i deve ser transformado em i, a equação acima fornece c=(ai)/3. Logo:


2𝑎𝑖 2
𝑎𝑧+ 𝑎(𝑧+ 𝑖)
3 3
𝑤 = 𝑎𝑖 = 𝑖 (𝑎 ≠ 0)
𝑧+2𝑎 𝑎( 𝑧+2)
3 3

E podemos cancelar o fator não nulo a e escrever:


2𝑖
𝑧+ 3
𝑤=
𝑖
3𝑧 + 2
E que é o mesmo de:
3𝑧 + 2𝑖
𝑤=
𝑖𝑧 + 6

12.5 Função z ½

É a função f(z) = z ½ = √𝑟𝑒𝑥𝑝 i/2, onde z = exp i/2, em cada ponto z toma
dois valores, exceto na origem. Um valor será o oposto do outro, pois quando  é
acrescido de 2𝜋, exp (i/2) muda só em sinal. Sabemos que a função f pode ser
escrita como z ½ = exp (½ log z) , onde r > 0. O ramo principal da função f(z) = z ½ =
√𝑟𝑒𝑥𝑝 i/2 é f1(z) = exp (½ log z) = √𝑟exp i/2.A função –f1 será: -f1 = √𝑟𝑒𝑥𝑝 (i( + 2𝜋)
/ 2, onde r > 0, - 𝜋 < < 𝜋, que é outro ramo com o mesmo corte de ramo. Onde
todos os valores ± f1 representam a totalidade dos valores de f(z), exceto os pontos
de corte. Outros ramos de z ½ é f2(z) = √𝑟𝑒𝑥𝑝 i / 2, onde r > 0, 0 < < 2𝜋, e f2, onde
cada um tem  = 0. Um ramo com corte  = 𝛼 é f𝛼(z) = √𝑟𝑒𝑥𝑝 i / 2, onde r > 0, 𝛼 <
< 𝛼 + 2 π (Fig. 70):
222

Figura 70: Um ramo com corte.

Fonte: UM (20--)

Para se tornar  univalentes todos os cortes de ramo para z ½ necessitam


partir de um ponto de ramificação comum, z = 0.

12.6 Função w = exp z

A transformação w = ez ou 𝜌 i∅ = exeiy, no qual w = 𝜌 exp (i∅) e pode ser


escrita como 𝜌 ex, ∅ = y. Então, ficam as retas x = c nos círculos 𝜌 = exp c, e as retas
y = 0 nos raios ∅ = 𝑐.
A região retangular (c1 ≦ x ≦ c2, c3 ≦ 𝑦 ≦ c4) é transformada na região exp c1
≦ 𝜌 ≦ exp c2, exp c3 ≦ ∅ ≦ exp c4. Esta transformação é biunívoca se c4 – c3 < 2
π.(Fig. 71).

Figura 71: Região a ser transformada.

Fonte: REGIÃO (20--)

12.7 Função w = sen z

Se sen z = sen x ch y + i cos x sh y, w= sen z pode ser escrita como u = sen x


ch y, v = cos x sh y
223

Considerando x = 𝜋 / 2, logo u = ch y e v = 0. Portanto a reta x = 𝜋 / 2 é


transformada em u ≧ 1 do eixo no plano-w.
Quando y varia de zero ao infinito, positivamente, ou negativamente, u varia
de um ao infinito (Fig. 72).

Figura 72: Região de variação.

Fonte: REGIÃO (20--)

Sendo y = 0, logo u = sen x e y = 0. Portanto, todo o eixo-x é transformado em


-1 ≦ u ≦ 1 do eixo-u. A imagem da semi-reta superior do eixo-y é a semi-reta
superior do eixo-v.

12.8 Transformações Sucessivas

A função cos z = sem (z + 𝜋 / 2), sofre transformação como w = sem z`, z` = z


+ 𝜋 / 2, sendo a última uma translação para a direita, de cada poto do plano-z.
A transformação w = sh z pode ser descrita como iw = sen (iz), ou ainda, w`=
sen z`, z`= iz, w`= iw. Igualmente, a transformação w = ch z é a mesma que w = cos
z.
Exemplo 5:
Quando temos potência fracionária, w = (sen z)½, escrevemos
como w`= sen z, w = (w`)½.
A faixa semi-infinita 0 ≦ x ≦ 𝜋 / 2, y ≧ 0 no primeiro quadrante é
transformado por w = (sen z)½, e w = (w`)½ transforma o
quadrante num octante (Fig. 73).
224

Figura 73: Octante sofrendo transformação.

Fonte: OCTANTE (20--)


Resumo
Nesta aula você aprendeu:

 Transformações por funções elementares;


 Funções lineares;
 Funções zn;
 Ponto no infinito;
 Transformação linear fracionária;
 Função z1/2;
 Função w= exp z;
 Função w= sen z;
 Transformações sucessivas.
Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem
como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=uKHhh0Z9uDc>.
<https://www.youtube.com/watch?v=uKHhh0Z9uDc>.
<https://www.youtube.com/watch?v=BseXVtLBnOE>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 12

1) Justifique por que a transformação w = iz é uma


rotação do plano-z pelo ângulo 𝜋 / 2. Em seguida,
encontre a imagem da faixa infinita 0 < x < 1.

2) Encontre uma transformação linear que transforme a


faixa x > 0, 0 < y < 2 sobre a faixa -1 < u < 1, v > 0, conforme indicado na
figura abaixo:

3) Encontre a imagem da faixa infinita 0 < y < 1 / (2c) pela transformação w =


1 / z.

4) Encontre a imagem da região x > 1, y > 0 pela transformação w = 1 / z.

5) Encontre a transformação fracionária linear que leva os pontos z1 = -1; z2 =


0, z3 = 1 nos pontos w1 = -i, w2 = 1, w3 = 1.
Gabarito
AULA 12

1. 0 < v < 1.
2. w = iz + 1.
3. u2 + ( v + c)2 > c2, v < 0.
4. (u – ½)2 + v2 < (1/2)2, v < 0.
5. w = (i – z) / (i + z).
Aula 13
Teorema de Stokes

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre Teoremas de Stokes.


E iremos falar especificamente de sua definição, aplicações e exemplos.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver e definir o Teorema de Stokes e


suas aplicações.
231

13 TEOREMA DE STOKES

O Teorema de Stokes, na geometria diferencial, é uma


afirmação sobre a integração de formas diferenciais que
generaliza diversos teoremas do cálculo vetorial. É assim
chamado em homenagem ao matemático George Gabriel
Stokes (1819-1903), embora a primeira referência conhecida do
resultado seja por William Thomson (Lord Kelvin) e apareça em uma carta dele para
Stokes, datada de 2 de julho de 1850. Quando a superfície é plana, o Teorema de
Stokes cai em uma forma particular conhecido como Teorema de Green.
A relação entre uma integral de superfície com uma integral em torno da curva
dada pela fronteira da superfície de integração é estabelecida pelo teorema de
Stokes. Devemos saber que o Teorema de Stokes é uma generalização do Teorema
de Green. O teorema de Stokes estabelece uma relação entre uma integral de
superfície com uma integral em torno da curva dada pela fronteira da superfície de
integração.
Segundo o Teorema de Stokes, o fluxo do campo
rotacional de um campo vetorial F através de uma superfície S
é igual à integral de linha da componente tangencial de F
aplicada no limite de S. Dizemos que a curva C dada pela
fronteira de uma superfície S tem orientação positiva se a
superfície estiver sempre à esquerda quando percorremos a curva com a cabeça na
direção e sentido do vetor normal N (Fig. 74):

Figura 74: Representação do vetor N.

Fonte: REPRESENTAÇÃO (20--)


232

Teorema de Stokes - seja S uma superfície orientada, lisa por


partes, cuja fronteira é formada por uma curva C fechada,
simples, lisa por partes, com orientação positiva. Seja F um
campo vetorial cujas funções componentes são continuamente
diferenciáveis em um conjunto aberto U contendo a superfície
S e sua curva de contorno C. Teremos que:

∮ 𝐹 𝑑𝑟 = ∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑑𝑠
𝑐 𝑠

A integral de linha sobre a curva fechada C é chamada de circulação do


campo vetorial F ao redor de C.
Sabe-se que o trabalho total é a circulação de F ao redor de C, realizado pela
força F no transporte de partícula ao redor da curva fechada C.
Em outras palavras, a integral de linha em torno da curva fronteira de S da
componente tangencial de F é igual à integral de superfície da componente normal
do rotacional de F.
Sabemos que:

∮ 𝐹 𝑑𝑟 = ∮ 𝐹(𝑟(𝑡)) 𝑟 ′ (𝑡) 𝑑𝑡 𝑒 ∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑑𝑆 = ∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑛 𝑑𝑆


𝐶 𝐶 𝑆 𝑠

Considerando S como uma superfície plana, pertence ao plano xy, e com


orientação para cima, logo o vetor normal unitário é k.
A partir deste caso podemos afirmar o teorema de Stokes afirma que:

∮ 𝐹 𝑑𝑟 = ∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑑𝑆 = ∬ (𝑟𝑜𝑡 𝐹) 𝑘 𝑑𝐴
𝐶 𝑆 𝑆

Que nada mais é do que a formulação do teorema de Green!!!


O Teorema de Stokes possui diversas aplicações nos campos científicos.
Um de seus principais usos é em utilização conjunta com o Teorema da
Divergência de Gauss - a passagem da forma integral para a forma diferencial
das equações de Maxwell. A notação diferencial é muito importante para o estudo
do eletromagnetismo de modo mais avançado, sendo muito utilizada neste ramo da
física.
233

Exemplo 1:
Calcular ∮ 𝑐 F. dr, no qual F (x, y, z) = -y2i + xj + z2k, e C é a
curva da intersecção do plano y + z = 2 com o cilindro x2 + y2 =
1 (com orientação no sentido anti-horário quando vista por
cima).
Resolução:
De acordo com o teorema de Stokes,

∮ 𝐹 𝑑𝑟 = ∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑑𝑆 = ∬ 𝐹 ||𝑟𝜌 × 𝑟0 || 𝑑𝐴 = 𝜋
𝐶 𝐶 𝐷

em que D é o disco 0 ≤ 𝜌 ≤ 1 em coordenadas polares e


𝑟(𝜌, 𝜃) = 𝜌 cos 𝜃𝑖 + 𝜌 sin 𝜃𝑗 + (2 − 𝜌 sin 𝜃)𝑘

Descreve a superfície S.

Exemplo 2:
Seja M = {(x, y, z, w) ∈ ℝ4 : w2 + 1 = x2 + y2 + z2 , 0 ≤ w ≤ 2}.
Calcule ʃ Mµ dx ∧ dy ∧ dz onde µ é a orientação de M dada pela
normal que aponta na direção do eixo dos ww.
Resolução:
Seja V = {(x, y, z, w) ∈ ℝ4 : w2 + 1 ≥ x2 + y2 + z2 , 0 ≤ w ≤ 2}. Sendo V um
conjunto compacto e
𝜕𝑉 = 𝑀 ∪ 𝑇1 ∪ 𝑇2

onde: T1 = {(x, y, z, w) ∈ ℝ4 : w2 + 1 ≥ x2 + y2 + z2, w = 0} = {(x, y, z, w) ∈ ℝ4 :


x2 + y2 + z2 ≤ 1} e T2 = {(x, y, z, w) ∈ ℝ4 : w2 + 1 ≥ x2 + y2 + z2, w = 2} = {(x, y, z, w)
∈ ℝ4 : x2 + y2 + z2 ≤ 5}
Que de acordo com o teorema de Stokes, d(dx ∧ dy ∧ dz) = 0.

∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 = 0
𝜕𝑉

Qualquer que seja a orientação escolhida para ∂V. Pela aditividade do integral
concluímos que:
234

∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 + ∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 + ∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 = 0
𝜇 𝜇
𝑀𝜇 𝑇1 𝑇2

No qual µ é a orientação determinada em cada hipersuperfície pelo normal


interior a V. O espaço tangente a T1 e T2 é, em qualquer ponto, {(x, y, z, w) ∈ ℝ4}
pelo que dx ∧ dy ∧ dz é um elemento de volume para T1 e T2.
Resta-nos saber se se trata do elemento de volume compatível com as
orientações µ. A normal unitária interior a T1 é (0, 0, 0, 1), logo o elemento de
volume correspondente à orientação determinada pela normal é (−1) 4−11dx ∧ dy ∧ dz
= −dx ∧ dy ∧ dz. Vemos, da mesma forma que, o elemento de volume para T2
determinado pela orientação µ é dx ∧ dy ∧ dz. Logo, temos que:

∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 = − ∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 − ∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧
𝜇 𝜇
𝑀𝜇 𝑇1 𝑇2

= ∫ −𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧 − ∫ 𝑑𝑥 ∧ 𝑑𝑦 ∧ 𝑑𝑧
𝜇 𝜇
𝑇1 𝑇2

= ∫ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 − ∫ 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧
𝑇1 𝑇2

= 𝑉3 (𝑇1 ) − 𝑉3 − (𝑇2 )
4𝜋 4𝜋 3
= − √5
3 3

Exemplo 3:
Calcular a integral ʃ ʃS rot F. dS, em que F(x, y, z) = xzi + yzj +
xyk, e S é a parte da esfera x2 + y2 + z2 = 4 que está dentro do
cilindro x2 + y2 = 1 e acima do plano xy.
Resolução:
De acordo com o teorema de Stokes temos que;
2𝜋
∬ 𝑟𝑜𝑡 𝐹 𝑑𝑆 = ∮ 𝐹 𝑑𝑟 = ∫ (𝐹 𝑟 ′ (𝜃)) 𝑑𝜃 = 0
𝑆 𝐶 0

em que:
𝑟(𝜃) = cos 𝜃𝑖 + sin 𝜃𝑗 + √3𝑘
235

Exemplo 4:
Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para
calcular a circulação do campo:
F= (2y, 3x, -z2)

ao redor da elípse C de equação:


x2 + y2 = 9

no plano xy, no sentido anti-horário quando vista de cima.


Solução:
A figura abaixo ilustra o círculo C (em vermelho) e o vetor unitário
tangente T com a orientação anti-horária quando vista de cima. Ilustra também o
disco S (em azul) que é limitado por C e uma normal unitária n que é compatível com
a orientação de C.

Figura 75: Círculo C.

Fonte: CÍRCULO (20--)

Como S é uma superfície plana, segue-se que o elemento de área é dado


por dS= dxdy. Com essa notação, o Teorema de Stokes afirma que circulação

∫𝑐 < 𝐹, 𝑇 > 𝑑𝑠=∬𝑠 < 𝑟𝑜𝑡 𝐹, 𝑛 > 𝑑𝑥𝑑𝑦


236

Onde o rotacional do campo F= (2y, 3x, -z2) é igual a


Calculando as derivadas parciais e a determinante obteremos:
𝑖 𝑗 𝑘
𝜕 𝜕 𝜕
𝑟𝑜𝑡 𝐹 = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
]=[0 0 1]
2𝑦 3𝑥 −𝑧 2
Finalmente, como o vetor normal é n = (0, 0, 1), segue-se que:

Circulação=∬𝑠 < 𝑟𝑜𝑡 𝐹, 𝑛 > 𝑑𝑥𝑑𝑦

∬𝑆 1 𝑑𝑥𝑑𝑦 = área de S= 9𝜋

Exemplo 5:
Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para
calcular a circulação do campo
F = (y2+z2, x2 + z2, x2+y2)

Ao redor do quadrado C limitado pelas retas x=-1, x=1, y=-1 e y=1 no


plano Oxy, no sentido anti-horário quando vista de cima.
A figura abaixo ilustra o quadrado C (em vermelho) e o vetor unitário
tangente T com a orientação anti-horária quando vista de cima. Ilustra também a
região S (em azul) que é limitada por C e uma normal unitária n que é compatível
com a orientação de C.

Figura 76: Quadrado C.

Fonte: QUADRADO (20--)


237

Como S é uma superfície plana, segue-se que o elemento de área é dado


por dS= dxdy. Com essa notação, o Teorema de Stokes afirma que a

circulação ∫𝑐 < 𝐹, 𝑇 > 𝑑𝑠 é dada pela integral de superfície:

∫𝑐 < 𝐹, 𝑇 > 𝑑𝑠=∬𝑠 < 𝑟𝑜𝑡 𝐹, 𝑛 > 𝑑𝑥𝑑𝑦

Onde o rotacional do campo é igual a F = (y2+z2, x2 + z2, x2+y2)


Resolvendo as derivadas parciais e a determinante obteremos.
𝑖 𝑗 𝑘
𝜕 𝜕 𝜕
𝑟𝑜𝑡 𝐹 = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
]=[2𝑦 − 2𝑧, 2𝑧 − 2𝑥, 2𝑥 − 2𝑦]
𝑦2 + 𝑧2 𝑥2 + 𝑧2 𝑥2 + 𝑦2

Como o vetor normal é n = (0, 0, 1), segue-se que:

Circulação=∬𝑠 < 𝑟𝑜𝑡 𝐹, 𝑛 > 𝑑𝑥𝑑𝑦


Fazendo a multiplicação n x rot = 2x-2y
Agora integrando esse resultado no intervalo dado no enunciado do problema
obtemos:
1 1
∫−1 ∫−1(2𝑥 − 2𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦 = 0
Resumo
Nesta aula aprendemos sobre o Teorema de Stokes.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São


Paulo, 2014, capitulo 16, páginas 431 e 432.

A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem


como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=psRKyyHVe_8>.
<https://www.youtube.com/watch?v=dkZ9UntbdL8>.
<https://www.youtube.com/watch?v=0QuP1XUl8-c>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 13

1) Calcule o fluxo do campo vectorial F(x, y, z) = (xz, yz,


−z2) para fora da superfície S = {(x, y, z) ∈ ℝ3 : z2 = 1 + x2
+ y2 , 2 ≤ z ≤ 3} usando o teorema de Stokes para
campos vetoriais.

2) Use o Teorema de Stokes para calcular ʃ M ω com a orientação


correspondente à normal exterior, onde M = {(x, y, z): x2 + y2 = 1, z ≥ 0} e ω =
xe−z dy ∧ dz + ye−z dz ∧ dx.

3) Seja M = {(x, y, z) ∈ ℝ3: x = y2 + z2, x ≤ 1}. Calcule ʃ Mµ zdx ∧ dy + xdz ∧ dy


onde µ é a orientação determinada pela normal a M que tem primeira
componente positiva:

4) Seja M = {(x, y, z) ∈ ℝ3: x = y2 + z2, x ≤ 1}. Calcule ʃ ∂M ydz sendo ∂M


percorrida no sentido dos ponteiros do relógio, visto da origem.

5) Seja M = {(x, y, z) ∈ ℝ3: x2 + y2 + z2 = 1, z ≥ 0}. Utilize o teorema de Stokes


para calcular ʃ Mµ (1 + z2) dx ∧ dy onde µ é a orientação determinada pela
normal exterior à esfera.
Gabarito
AULA 13

1) ∫𝑆 𝐹 𝑛 𝑑𝑉2 = 60𝜋

2) ∫𝑀 𝜔 = ∫𝑀 𝜂 = lim ∫𝑀 𝜂 = lim 2𝜋(1 − 𝑒 −ℎ ) = 2𝜋


ℎ→+∞ ℎ ℎ→+∞

3) -π

4) π

1 1 3𝜋
5) − 3 (2𝜋 − 2 𝜋) + 2𝜋 = 2
Aula 14
Teoremas da Divergência (Teorema de Gauss)

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá aprender sobre Teoremas da Divergência (Teorema de Gauss).


E iremos falar especificamente de sua definição, aplicações e exemplos.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver e definir o Teorema de Gauss e


suas aplicações.
244

14 TEOREMA DE DIVERGÊNCIA DE GAUSS

No cálculo vetorial, o Teorema da Divergência também


conhecido como Teorema de Gauss, Teorema de
Ostrogradski ou Teorema de Ostrogradski - Gauss é um
resultado que relaciona fluxo de um campo vetorial através de
uma superfície com o comportamento do campo vetorial dentro da
superfície.
Mais precisamente, o teorema da divergência diz que o fluxo externo de um
campo vetorial que passa através de uma superfície fechada é igual a integral do
volume da divergência sobre a região dentro da superfície. Intuitivamente, ela
considera que a soma de todas as fontes menos a soma de todos sumidouros dá o
valor do fluxo líquido saindo da região.
O teorema da divergência é um resultado importante da matemática para
engenharia, em particular para a eletroestática e dinâmica de fluidos.
Na física e na engenharia, o teorema da divergência é usualmente aplicado
nas três dimensões. Entretanto, é generalizado para qualquer número de dimensão.
Em uma dimensão, é equivalente ao teorema fundamental do cálculo.
Em duas dimensões, é equivalente ao Teorema de Green.
Este teorema é um caso especial do mais geral Teorema de Stokes.
O Teorema da Divergência (Teorema de Gauss) é uma analogia, em três
dimensões, do Teorema de Green no plano, no qual se estabelece a relação que
existe entre uma integral sobre a superfície S e a integral tripla de uma região sólida
B, no qual a superfície S é sua divisa.
Seja B ⊆ ℝ3 uma região sólida no espaço limitada por uma superfície S
simples cortada, com orientação positiva, e seja F um campo vetorial definido por F :
A ⊆ ℝ3 -> ℝ3 / F (x, y, z) = (F1 (x, y, z), F2 (x, y, z), F3 (x, y, z)), tal que suas funções
componentes F1 , F2 e F3 têm derivadas parciais contínuas de primeira ordem na
região B e é incluído em S.
Se n é um vetor normal unitário correspondente na orientação positiva de S,
logo:

∯ 𝐹 𝑛 𝑑𝑆 = ∭ 𝑑𝑖𝑣 (𝐹) 𝑑𝑉
𝑆 𝐵
245

Você sabia...
Johann Carl Friedrich Gauss nasceu em Braunschweig, 30 de
abril de 1777 e morreu em Göttingen, 23 de fevereiro de 1855,
foi um matemático, astrônomo e físico alemão. Conhecido
como o príncipe dos matemáticos. Muitos consideram Gauss o
maior gênio da história da matemática. Seu QI foi estimado em
cerca de 240. Wikipédia

Agora iremos ver algumas definições e teoremas de divergência:


Definição 1. Seja 𝐹⃗ :D ⊂ R3 →R3 um campo vetorial tridimensional dado por
⃗⃗ tal que suas compontes
𝐹⃗ (x,y,z) = f1(x,y,z) 𝑖⃗ + f2 (x,y,z) 𝑗⃗ +f3(x,y,z) 𝑘
f1, f2, f3 : D ⊂ R3 →R3 sejam contínuas e tenham derivadas parciais de
primeira ordem continuas em D.
Definimos o divergente de 𝐹⃗ , denotado Div𝐹⃗
ou 𝛻. 𝐹⃗ , 𝑝𝑜𝑟:
𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
Div𝐹⃗ = 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦 + 𝜕𝑧

Exemplo 1:
Seja 𝐹⃗ :D ⊂ R3 →R3 um campo vetorial tridimensional dado por 𝐹⃗ (x,y,z) =
⃗⃗ . O seu divergente será:
x2yz 𝑖⃗ + xy2z 𝑗⃗ +xyz2 𝑘
Resolução:
𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
Jogando na formula Div𝐹⃗ = 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦 + 𝜕𝑧 e realizando as derivadas parciais

obteremos:
𝜕 𝜕 𝜕
𝛻. 𝐹⃗=𝜕𝑥 (x2yz) + 𝜕𝑦 (xy2z) + 𝜕𝑧 (xyz2)

= 2xyz +2xyz+2xyz
= 6xyz

Agora iremos estudar a transformação de certas integrais de volume em


integrais de superfícies que é o análogo no espaço do teorema de Green (em sua
forma divergente).
246

⃗⃗ é que ele tenha


Como condições impostas primeiramente ao campo vetorial F
componentes contínuas e com derivadas parciais de primeira ordem contínuas o que
já basta para o nosso propósito.
Quanto a região D ⊂ R3, que chamaremos de simples, desejamos que ela
tenha fronteira S ⊂ R3 seja regular e suave, que suas projeções Sxy no plano xy,
Syz no plano yz e Sxz no plano xz sejam regiões fechadas de R2 com fronteira
suave e que retas paralelas aos eixos coordenados que atravessem suas projeções
cortem S em no máximo dois pontos.
Uma tal região será aqui chamada de região simples.
Um exemplo de tal região é a limitada pela esfera x2 + y2+ z2= a2.
Vamos ao enunciado e a demonstração do teorema da divergência.

Teorema 1:
⃗⃗ : D ⊂ R3→ R3 um campo vetorial
Seja F
tridimensional dado por ⃗F⃗(x,y,z) = f1(x,y,z) ⃗i + f2 (x,y,z) ⃗j
+f3(x,y,z) ⃗⃗
k tal que suas compontes f1, f2, f3 : D ⊂ R3 →R3 sejam
contínuas e tenham derivadas parciais de primeira ordem
contínuas em D e D ⊂ R3 uma região do espaço regular e suave tal que sua fronteira
S ⊂ R3 seja regular e suave, que suas projeções Sxy no plano xy, Syz no plano yz e
Sxz no plano xz sejam regiões fechadas de R2 com fronteira suave e que retas
paralelas aos eixos coordenados que atravessem suas projeções cortem S em no
máximo dois pontos (Fig. 77) então:
247

Figura 77: Teorema de divergência.

Fonte: TEOREM (20--)

∭ 𝛻. 𝐹⃗ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∬ 𝐹.
⃗⃗⃗⃗ 𝑛⃗⃗𝑑𝜎
𝐷

Apesar da demonstração acima do teorema da divergência comportem um


grande número de regiões D, muitas outras não se enquadram na categoria que
satisfaz a propriedade de ser uma região do espaço regular e suave tal que sua
fronteira S ⊂ R3 seja regular e suave, que suas projeções Sxy no plano xy, Syz no
plano yz e Sxz no plano xz sejam regiões fechadas de R2 com fronteira suave e que
retas paralelas aos eixos coordenados que atravessem suas projeções cortem S em
no máximo dois pontos.
É o caso da região dada pela Fig. 78.

Figura 78

Fonte: TEOREM (20--)


248

Observando, porém, que se a região D puder ser decomposta em um número


finito de regiões simples, podemos escrever o teorema da divergência em cada uma
das sub-regiões e somar o resultado, de forma que para a região D o teorema
continue válido. Então desta forma podemos enunciar uma forma mais ampla do
teorema da divergência.
Teorema 2:
Seja _F: D ⊂ R3 _→ R3 um campo vetorial tridimensional dado por tal que
suas componentes ⃗F⃗(x,y,z) = f1(x,y,z) ⃗i + f2 (x,y,z) ⃗j +f3(x,y,z) ⃗⃗
k tal que suas
compontes f1, f2, f3 : D ⊂ R3 →R3 sejam contínuas e tenham derivadas parciais de
primeira ordem contínuas em D e D ⊂ R3 uma região do espaço regular e suave tal
que possa ser subdividida em um número finito de regiões simples e sua fronteira S
⊂ R3 seja regular e suave, então:

∭ 𝛻. 𝐹⃗ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = ∬ 𝐹.
⃗⃗⃗⃗ 𝑛⃗⃗𝑑𝜎
𝐷

Exemplo 2:
Vamos utilizar o Teorema da Divergência para avaliar a integral de superfície
do campo vetorial F (x, y, z) = (3xy2, xez, z3) através da superfície do sólido pelo
cilindro y2 + z2 = 1x nos planos x = -1 e x = 2.
Para resolver este problema, neste caso o sólido com superfície S, pode
descrever como a união de três superfícies, S1, S2 e S3, como indica a Figura 71.
Ao aplicarmos o Teorema da Divergência, teremos:

∯ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 = ∭ 𝑑𝑖𝑣 (𝐹)𝑑𝑉


𝑆 𝐵

= ∭ ∇. (3𝑥𝑦 2 , 𝑥𝑒 𝑧 , 𝑧 3 )𝑑𝑉
𝐵

Fazendo:
𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
Div𝐹⃗ = 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦 + 𝜕𝑧

Obtemos:

= ∭(3𝑦 2 + 0 + 3𝑧 2 )𝑑𝑉
𝐵
249

Colocando a constante 3 em evidencia e a colocando para antes do sinal de


integral. Passando para coordenadas esféricas os intervalos.
2 2𝜋 1
= 3∫ ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑥
−1 0 0

= 9𝜋

Se desejamos comprovar que o efeito, ∯𝑆 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 = 9𝜋 deveremos recordar


que a orientação positiva desta superfície cortada é dada pela direção em que os
vetores normais apontam para fora do sólido que corta a superfície, pois, para a
superfície S1, e parametrizar através da função, seu vetor normal na orientação
positiva é dada por n = gu x gv, para a superfície S2 seu vetor unitário normal é dado
por n = (1,0,0) e para a superfície S3 é dado por n = (-1,0,0), no qual ao aplicar as
propriedades da integral de superfície (Fig. 79) iremos a seguinte expressão:

∯ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 = ∬ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 + ∬ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 + ∬ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆


𝑆 𝑆1 𝑆2 𝑆3

= ∬ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 + ∬ 𝐹. î𝑑𝑆 − ∬ 𝐹. î𝑑𝑆


𝑆1 𝑆2 𝑆3

Figura 79: Área da superfície a ser calculada.

Fonte: ÁREA (20--)

Exemplo 3:
Utilizando o Teorema da Divergência para avaliar a integral de superfície do
campo vetorial F (x, y, z) = (z2x, 1/3 y3 + tan z, x2z + y2) através da superfície do
sólido delimitada pela parte superior da esfera x2 + y2 + z2 = 1.
Para resolvermos este problema, a superfície S que delimitam a esfera x2 + y2
+ z2 = 1 observada na Figura X, pode ser parametrizada pela função vetorial g -> ℝ2 /
g (∅, θ) = (sen(φ)cos(θ), sen(φ)sen(θ), sen(φ)cos(φ)).
250

Ao aplicarmos o Teorema da Divergência, teremos:

∯ 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 = ∭ 𝑑𝑖𝑣(𝐹)𝑑𝑉
𝑆 𝐵

1
= ∭ ∇ (𝑧 2 𝑥, 𝑦 3 + tan(𝑧) , 𝑥 2 𝑧 + 𝑦 2 ) 𝑑𝑉
3
𝐵

Fazendo as derivadas parciais.


𝜕𝑓1 𝜕𝑓2 𝜕𝑓3
Div𝐹⃗ = 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦 + 𝜕𝑧

= ∭(𝑧 2 + 𝑦 2 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑉
𝐵

Passando para coordenadas esféricas.


2𝜋 𝜋 1
=∫ ∫ ∫ 𝑟 2 sin(𝜑)𝑑𝑟 𝑑𝜑 𝑑𝜃
0 0 0

= 4𝜋
.
Podemos observar que o cálculo da integral ∯𝑆 𝐹. 𝑛𝑑𝑆 realiza-se de uma
forma mais fácil do que se tivesse resolvido a integral do campo vetorial F sobre a
superfície S (Fig.80).

Figura 80: Superfície S.

Fonte: SUPERFÍCIE (20--)


Resumo
Nesta aula aprendemos sobre Teorema da Divergência.
Complementar
Você poderá resolver mais exercícios deste conteúdo
acessando a biblioteca virtual universitária da Pearson no site
da UniRedentor.

THOMAS, G. B., Cálculo. Volume 2. Pearson. São


Paulo, 2014, capitulo 16, páginas 442 e 443.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Exercícios
AULA 14

1) Encontre o campo de fluxo a = x2i + y2j + z2k através


da superfície z = 1 - √𝑥2 + 𝑦2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 1, , aplicando o
Teorema de Gauss:

2) Verifique fórmula Gauss para calcular ∬𝑆 𝑥 3 𝑑𝑦 𝑑𝑧 + 𝑦 3 𝑑𝑥 𝑑𝑧 +

𝑧 3 𝑑𝑥 𝑑𝑦, onde S é a superfície exterior de uma pirâmide formada pelos planos

x + y + z = a, onde x = 0, y = 0, z = 0.

3) Calcular o fluxo do campo vetorial a = 4 xz i + xyz j + 3z k, através da

superfície externa, aplicando o Teorema de Gauss:

S : x2 + y2 = z2 (0≤ 𝒛 ≤ 𝟒)

4) Seja F (x, y, z) = (y, z, xz). Analise ∬𝜕𝛺 𝐹⃗ , onde Ω é o sólido x2 + y2 ≤ 𝑧 ≤ 1:


Gabarito
AULA 14

1) π / 6.
2) 3a5 / 20
3) 128 π
4) 0
Aula 15
Revisão de Conteúdo

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá revisar o conteúdo e irá aplicar seu conhecimento adquirido durante
o curso sobre Variáveis Complexas, Limite e Continuidade, Equações de Cauchy-
Riemann, Função Exponencial, Função Logarítima e Função Trigonométrica.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver os diversos problemas


relacionados às Funções elementares de variáveis complexas.
257

15 EXERCÍCIOS APLICADOS

15.1 Exercícios sobre Variáveis Complexas

1) Suponha que f (z) = x2 − y2 − 2y + i(2x − 2xy), onde z = x + iy. Utilize as


expressões
𝑧+𝑧 𝑧−𝑧
𝑥= 𝑒 𝑦=
2 2𝑖

Para escrever f (z) em relação a z, e simplifique o resultado.

2) Escreva a função f(z) = z + 1/z, sendo z ≠ 0, na forma f(z) = u(r, θ) + iv(r,


θ).

15.2 Exercícios sobre Limite e Continuidade

3) Mostre que:
𝑧2 + 1
lim =∞
𝑧→∞ 𝑧 − 1

4) Mostre que quando:


𝑎𝑧 + 𝑏
𝑇(𝑧) = (𝑎𝑑 − 𝑏𝑐 ≠ 0)
𝑐𝑧 + 𝑑

a) lim 𝑇(𝑧) = ∞ 𝑠𝑒 𝑐 = 0
𝑧→∞
𝑎
b) lim 𝑇(𝑧) = 𝑒 lim𝑑 𝑇(𝑧) = ∞ 𝑠𝑒 𝑐 ≠ 0
𝑧→∞ 𝑐
𝑧→
𝑐

15.3 Exercícios sobre Equações de Cauchy-Riemann

5) Mostrar que a função é diferenciável no domínio de definição indicado, e


encontre f:
𝑓(𝑧) = 𝑒 −𝜃 cos(ln 𝑟) + 𝑖𝑒 −𝜃 sin(ln 𝑟) (𝑟 > 0, 0 < 𝜃 < 2𝜋).
258

6) Mostre que quando f (z) = x3 + i(1 − y)3 a função pode ser escrita como f`(z)
= ux + ivx = 3x2, somente quando z = i.

15.4 Exercícios sobre Função Exponencial

7) Escreva |exp (2z + i)| e |exp (iz2)| em relação a x e y. Mostre que |exp (2z +
i) + exp (iz2)| ≤ e2x + e−2xy.

8) Mostre que |exp (z2)| ≤ exp(|z|2).

9) Prove que |exp (−2z)| < 1 se, e somente se, Re z > 0.

10) Demonstre a seguinte propriedade da função exponencial. Sejam z1, z2 ∈


C, dados por: z1 = x1 + y1 e z2 = x2 + y2.

15.5 Exercícios sobre Função Logarítima

11) Mostre que Log(−1 + i)2 ≠ 2 Log(−1 + i).

12) Encontre todas as raízes da equação log z = i𝜋 / 2.

13) Demonstre a seguinte propriedade da função logaritmo. Sejam z1; z2 ∈ C,


dados por: z1 = r1e1 e z2 = r2 e2.

15.6 Exercícios sobre Função Trigonométrica

14) De acordo com sen2 z + cos2 z = 1, mostre que 1 + cot2 z = csc2 z.


Resumo
Nesta aula vimos:

 Exercícios.
Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem como
forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=FLZOW9X2Muo>.
<https://www.youtube.com/watch?v=q522eVB8Kgw>.
<https://www.youtube.com/watch?v=9CWHOgFDxAs>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Gabarito
AULA 15

2
1) 𝑓(𝑧) = 𝑧 + 2𝑖𝑧
1 1
2) 𝑓(𝑧) = (𝑟 + 𝑟 ) cos 𝜃 + 𝑖 (𝑟 − 𝑟 ) sin 𝜃
𝑐+𝑑𝑧 𝑐
3) lim 𝑎+𝑏𝑧 = 𝑎 = 0
𝑧→0

4)
𝑐+𝑠𝑧 𝑐
a) lim 𝑎+𝑑𝑧 = 𝑎 = 0
𝑧→0
𝑎+𝑏𝑧 𝑎
b) lim =
𝑧→0 𝑐+𝑑𝑧 𝑐
𝑓(𝑧)
5) 𝑓 ′ (𝑧) = 𝑖 𝑧

6) Quando 𝑧 = 𝑖, vemos que 𝑓(𝑖) = 0.


7) |exp(2𝑧 + 𝑖) + exp(𝑖𝑧 2 )| ≤ 𝑒 2𝑥 + 𝑒 −2𝑥𝑦
8) |exp(𝑧 2 )| ≤ exp(|𝑧|2 )
9) exp(−2𝑥) < 1 ⇔ 𝑥 > 0
10) exp(𝑧1 + 𝑧2 )
3𝜋
11) log(−2𝑖) ≠ 2 (ln √2 + 𝑖 )
4

12) 𝑧 = 𝑖
13) log(𝑧1 ) + log(𝑧2 )
14) csc²(𝑧)
Aula 16
Exercícios de Revisão

APRESENTAÇÃO DA AULA

Você irá revisar o conteúdo e irá aplicar seu conhecimento adquirido durante
o curso sobre Transformações por Funções Elementares, Teorema de Stokes e
Teorema de Gauss.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Do assunto e seja capaz de resolver os diversos problemas


relacionados às Transformações por Funções Elementares, Teorema
de Stokes e Teorema de Gauss.
264

16 EXERCÍCIOS APLICADOS

16.1 Transformações Lineares

1) Encontre e esboce a região no qual é transformado o semiplano y > 0 pela


transformação w = (1 + i) z.

16.2 Transformação w = 1/z

2) Encontre a faixa semi-infinita x > 0, 0 < y < 1 pela transformação w = 1 / z.

16.3 Transformação Fracionária Linear

3) Encontre a transformação bilinear que leva os pontos z1 = ∞; z2 = i, z3 = 0


nos pontos w1 = 0, w2 = i, w3 = ∞.

4) Encontre a transformação bilinear que leva os pontos z1; z2, z3 nos pontos
w1 = 0, w2 = i, w3 = ∞.

16.4 Teorema de Stokes

5) Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para calcular a


circulação do campo F = (x2, 2x, z2) ao redor da elípse C de equação 4x2 + y2
= 9 no plano xy, no sentido anti-horário quando vista de cima.

6) Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para calcular o fluxo do


rotacional do campo F através da superfície S na direção da normal n exterior,
onde o campo F é dado por F (x, y, z) = (y2, z2, x) e a superfície S é
parametrizado por r(ظ6)=(2sen(Ø)cos(Ø)¸2sen(Ø)sen(6)¸2cos(Ø) com Ø no
intervalo [0, ĒĒŊ  / 2] e ℮ no intervalo [0, 2].
(ظ6)=(2SEN(Ø)COS(Ø)¸2SEN(Ø)SEN(6)¸2COS(Ø)

7) Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para calcular a


circulação do campo F = (x2, 2x, z2) ao redor do círculo C de equação x2 + y2
= 9 no plano xy, no sentido anti-horário quando vista de cima.
265

8) Use a integral de superfície no Teorema de Stokes para calcular a


circulação do campo F = (y2 + z2, x2 + z2, y2 + y2) ao redor do quadrado C
limitado pelas retas x = -1, x = 1, y = -1 e y = 1 no plano Oxy, no sentido anti-
horário quando vista de cima.

9) Seja n o vetor unitário normal exterior ( normal no sentido oposto da origem


) da casca parabólica S: 4x2 + y + z2 = 4, 0 y e seja F = [-z + (1 / 2+x),
arctan(y), x + (1 / 4+z).

10) Encontre o valor do fluxo.

16.5 Teorema de Gauss (Teorema da Divergência)

11) Use o teorema da divergência para encontrar o fluxo exterior de F (x, y, z) =


(6x2 + 2xy, 2y + x2z, 4x2y3) através da fronteira da região D, onde D é a região
cortada do x2 + y2 = 4 primeiro octante pelo cilindro e o plano z = 3.
√𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2

12) Use o teorema da divergência para encontrar o fluxo exterior de F(x, y, z) =


(x, y, z) através da fronteira da região D, onde D é a esfera espessa com 1 x2
+ y2 + z2 e e x2 + y2 + z2  2.
√𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2

13) √𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 √𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 Use o teorema da divergência para encontrar


o fluxo exterior de F = (x / ,y/ ,z/
) através da fronteira da região D, onde D é a esfera espessa com 1
x2 + y2 + z2 e x2 + y2 + z2  4.

14) √𝑥 2 + 𝑦 2 Use o teorema da divergência para encontrar o fluxo exterior de


F (x, y, z) = (ln (x2 + y2), -2z arctan (y / x) / x, z através da fronteira da região D,
266

onde D é o cilindro de paredes espessas com x2 + y2 entre 1 e 2 e z entre -1 e


2.

15) Use o teorema da divergência para encontrar o fluxo exterior de F (x, y, z) =


(y, xy, -z) através da fronteira da região D, onde D é o cilindro sólido x 2 + y2  4
entre o plano z = 0e o parabolóide z = x2 + y2.
Resumo
Nesta aula vimos:

 Revisão dos conteúdos.


Complementar
A seguir segue alguns vídeos para vocês assistirem
como forma de complementação de estudo.
<https://www.youtube.com/watch?v=0Qd-XAL-5fE>.
<https://www.youtube.com/watch?v=0CMXPeYOA4E>.
<https://www.youtube.com/watch?v=hpRV0C8UT_8>.
Referências Bibliográficas
Básica:
ARFKEN, G. B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para
Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de
Janeiro: Campus, 2007.

ÁVILA, G. Cálculo 3: funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 5ª Edição.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998.

ÁVILA, G. Cálculo das funções de múltiplas variáveis. Volume 3. 7ª


Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008.

GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 3. 5ª Edição. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.

GUIDORIZZI, R. Curso de Cálculo. Vol. 4. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1995.

LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. Trad. Antônio


Paques et al. São Paulo: Ed. Harper & Row do Brasil, 1977.

MUNEM, M. A., FOULIS, David J. Cálculo. Vol. 2. Trad. André Lima


Cordeiro. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Dois, 1982.

MURRAY, R. S. Variáveis complexas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,


1973.

SIMMONS, G. F. Cálculo com Geometria Analítica. Volume 2. Traduzido


por Seiji Hariki. São Paulo: Makron Books, 2007.

SPEIGEL, Murray R. Variáveis Complexas. Ed. Mc Graw Hill, 1964.

VANCE, Churchill. Variáveis Complexas e Suas Aplicações. Ed. Mc Graw


Will do Brasil. São Paulo: Ed. da USP, 1975.
Gabarito
AULA 16

1) R.: v > u.
2) (u – ½)2 + v2 > (1/2)2,u > 0, v > 0.
3) w = -1 / z.
4) w = (z – z1) (z2 – z3) / (z – z3) (z2 – z1)
5)
6) 0
7) 9.
8) 0
9) -4
10) 108 + 6.
11) 12
12) 12
13)
14) -8 

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