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I. O Mágico ou O Mago
O Arcano da Mística, da Concentração, do Impulso Criador
Compilação de
Constantino K. Riemma
Significados simbólicos
Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual.
Domínio, poder, autorrealização, capacidade, impulso criador,
atenção, concentração sem esforço, espontaneidade.
O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode
compreender; a unidade geradora dos números, a substância
primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.
História e iconografia
Desde a Idade Média são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas
habilidades. Seu ofício combinava frequentemente a apresentação de danças e a prática de
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21/03/2021 O Mágico, o Mago, o Prestidigitador no Tarot - Clube do Tarô - Tarot
Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura europeia, mas, em
compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos.
As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um
grupo de espectadores absortos.
O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a
posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os
registros sobre as feiras é evidente.
Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi
também um personagem de vasta popularidade.
Num sentido mais geral, o Prestidigitador pode ser considerado
símbolo da atividade originária e do poder criador existente no
homem. Como ponto de partida do Tarô, é também o primeiro passo
iniciático, a vontade básica no caminho para a sabedoria, a matéria
primordial dos alquimistas, o barro paradisíaco do qual será obtido o
Adão Kadmon.
“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth–
o seu criador não será o ilusionista por excelência?”
Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser
criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo:
certamente há aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é
produto da experiência pessoal (o homem é o resultado das suas
próprias ações). Desta maneira, pode-se interpretar a supressão da
quarta perna da mesa como representativa do ternário humano no
Tarô de Oswald Wirth
mundo (espírito-psique-corpo).
Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da
sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de
intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao
simbolismo de Mercúrio.
Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a evocação do
caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase
exatamente ao capacete alado da divindade. Seu nome grego
significaria “intérprete, mediador”, o que confirmaria essa hipótese.
Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por
Hermes Trimegisto na história do ocultismo; os alquimistas
desenvolveram boa parte de suas sutis investigações em torno do
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Hermes (Mercúrio)
Fontes:
Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977.
Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.
Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.
Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.
Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
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