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Curso de Tarot

Teórico -Vivencial
(Por Carlos Manuel Dias)

O que é o Tarot?

É uma arte de adivinhação


É uma ilustração das forças da Natureza.
É um instrumento de autoconhecimento.
É uma visão simbólica do Cosmos.
É um compêndio de conhecimentos esotéricos.
É um legado de outras civilizações.
É um caminho de conhecimento espiritual.
É uma representação simbólica da arvore da vida.

É um baralho de 78 cartas,
sendo 22 Arcanos Maiores, 16 Cartas da Corte e 40 Arcanos Menores.

Origem - História do Tarot - Dúvida


Mitras, primeiros séculos depois de Cristo?
Cartas célticas pagãs?
Junto com o mito do Graal?
Egito? Livro de Thot, personagem mítico, que teria introduzido o Tarot no Egito, junto com os
hieróglifos, a astrologia e da linguagem, pertencendo ao panteão dos deuses egípcios.
Índia ou Egito, através dos ciganos. Teriam sido trazidos pelos ciganos na narrativa do historiador
Giovanni Covelluzzo, no ano de 1379, do país dos sarracenos.
Em 1387 há um édito do rei Espanha proibindo os jogos de xadrez, dados e cartas.
O primeiro baralho conhecido foi pintado por Jacquemin Guingoneur, em 1392, para o rei da França,
Carlos VI, e se encontra hoje na Biblioteca Nacional de Paris.
Cultura Gnóstica, século II da nossa era, Alexandria. Com o incêndio da Biblioteca de Alexandria e
posterior destruição total no século VII, se perde o rastro do Tarot. Há autores que sustentam que
foram guardados a sete chaves nos mosteiros medievais, e seu conhecimento, associado a coisas
satânicas, determinava a execução. Por isso, o extremo cuidado na conservação de muitos documentos
antigos pelos frades medievais.
1415 Veneza Tarot de 78 cartas.
1415 Bologna Tarot de 62 cartas.
14__ Florença 97 cartas sendo 56 arcanos menores e 41 Arcanos Maiores.
A numeração era freqüentemente mudada para fazer o Tarot coincidir com alguma teoria da época.
14__ Andrea Mantegna 50 cartas, visão teológica do Universo.
1450 Tarot de Marselha.
Até o século 18 o Tarot era usado somente por pessoas interessadas em adivinhação, por bruxos e por
pessoas "pouco respeitáveis". Em 1781 Court de Gebbelin introduziu o Tarot nas rodas ocultistas na
França, tendo publicado um baralho muito parecido com o de Marselha.
Alfhonse Louis Constant (Elifhas Levi) divulgou no século 19, a relação entre os 22 arcanos maiores e
as 22 letras hebraicas, segundo tradição oculta Gnóstica, há muito perdida. Apresenta a Arvore da
Vida, da Cabala Judaica, como a origem dos Tarot, oculta por causa da perseguição incessante aos
judeus.
Tetragramatom - disposição das 78 cartas em relação ao nome de Deus, em hebraico.
Papus, Rosacruz e fundador de uma ordem maçônica, por volta de 1900 publicou o Tarot dos
Bohêmios.

Primeiros registros históricos (Tarot completo com os arcanos maiores).


Renascença - segunda metade do século XV Itália.
Baralho de Carlos VI
Baralho Visconti-Sforza

Na virada do século, é encontrado por três membros de uma loja franco-maçônica um manuscrito que
completava o quadro, com as correspondências completas entre os Arcanos Maiores, e as letras
hebraicas. A partir daí, aparecem novas correspondência com os signos astrológicos, os planetas, os
elementos, as cores, e até com o I Ching.
Desta maneira, o Tarot desabrocha como uma flor de maravilhosa beleza, coerência e harmonia.
Ordem do Golden Dawn, 1886. Aleister Crowley entra para a ordem.
Em 18 de março de 1904, a companheira de Crowley recebe uma mensagem (mediúnica) de Horus,
que volta a se repetir nos dias seguintes e dão origem ao Livro da Lei.
A partir daí, Crowley se dedica a criar, junto com a artista Frieda Harris, um Tarot para a nova era.
Entre 1938 e 1943, Frieda pintou as 78 cartas do Tarot sob orientação de Crowley. Incluía explicações
mais sublimes e profundas que os apresentados pelos baralhos medievais. Obra original incluía as
últimas descobertas da Ciência moderna, ligada à antiga estrutura da tradição cabalística.
O Tarot só foi publicado em 1966, 22 anos depois da morte de Crowley. A tarefa dele, segundo ele
mesmo, foi "preservar os caracteres essenciais do Tarot”, que são independentes das mudanças
periódicas das eras, e atualizar aqueles caracteres, dogmáticos e artísticos que ficaram com o tempo
ininteligíveis. A arte do progresso está em manter intacto o Eterno, mas também adotar uma posição
de vanguarda com respeito aos acidentes sujeitos ao império do tempo.
Assim, a Papisa e o Papa passam a ser a Sacerdotisa e o Hierofante, a Força passa a ser o Tesão, a
Temperança é rebatizada de Arte e o Juízo, associado ao Juízo Final, vira a Era.
Neste Tarot são dadas explicitamente as atribuições dos Manuscritos. Correspondências astrológicas,
completas, com planetas e signos, letras hebraicas, além das associações simbólicas tradicionais,
míticas, já conhecidas.
A partir daí surgem muitos outros Tarots, com interpretações pessoais do tema, como o Tarot de
Salvador Dalí, de Picasso, e muitos outros.
O Tarot é a expressão simbólica de Arquétipos Universais, presentes no Inconsciente coletivo, que
aparecem de uma forma ou de outra, quando homens e mulheres, especialmente intuitivos conseguem
captá-los. A elaboração conceptual e plástica dessas imagens universais conta com a cumplicidade dos
nossos amigos do plano superior, que trabalham para dar ao ser humano um veículo que permita
orientar-se melhor na viagem do autoconhecimento ou retorno à essência divina de cada um.
Poderíamos dizer que o Tarot tem dois lados, Um imortal, sem princípio nem fim, essencial,
arquetípico, que podemos chamar de lado interno. E no outro extremo, que são as formas particulares
que adota decorrentes das circunstâncias Históricas e do uso que dele fazemos.
Aula 2

A Grande Viagem

As vinte e duas cartas denominadas Arcanos Maiores do Tarô compõem


uma serie de imagens que descrevem diferentes estágios de uma viagem.
Essa viagem é identificada em vários mitos, lendas e contos de fadas. Além
de ser encontrada também em grandes ensinamentos religiosos do mundo inteiro. É
a viagem da vida, que todos os homens fazem, desde o nascimento, onde percorrem
a infância, sob proteção dos pais; depois, pela adolescência, com os amores,
conflitos e rebeldias; mais tarde, pela maturidade, com seus desafios éticos, morais,
suas perdas e crises, desespero e transformação, para em seguida despertar com
esperança renovada, até chegar à vitória e a realização do objetivo, que, por sua vez,
conduz o homem para uma outra viagem.
Este ciclo não é apenas cronológico, mais aquele que acontece varias vezes
na vida do homem, pois tudo o que acontece tem um começo, meio e fim. Assim, a
viagem descrita pelos arcanos Maiores é arquetípica, o que significa que, não
obstante os detalhes específicos que uma vida possa ter (longa ou curta, banal ou
dramática, boa ou má) certos estágios do desenvolvimento psicológico serão
atravessados por todos nós indistintamente.
Todos já fomos crianças, já tivemos nossos pais e carregamos dentro de nós
aquela criança que está disposta a começar tudo novamente. Já passamos por
fracassos ou vitórias, grandes ou pequenos, e todos nós crescemos, embora muitas
vezes sem querer.
Desta forma, a viagem arquetípica da vida, e que na verdade é nossa grande
viagem interior, acontece em vários níveis diferentes, e pode ser encontrada nas
inúmeras manifestações artísticas ao longo dos tempos. O antigo épico Babilônico
Gilgamesh, com seu herói que luta contra as forças obscuras do mal, não diferente do
herói de Guerras nas Estrelas, Luke Skywalker.
As mudanças internas precipitam acontecimentos esternos, e por sua vez os
acontecimentos estimulam as mudanças internas. Fica difícil dizer, às vezes, que um
romance ou um caso de amor provocou uma explosão criativa, e um novo vislumbre
artístico, ou se por acaso o novo vislumbre é uma nova maneira de contemplar a vida
com criatividade foi responsável pelo novo caso de amor. É difícil também se o
fracasso de um negócio provoca a amargura e suspeita em relação às outras
pessoas ou se uma suspeita e desconfiança precipitam o fracasso de um negócio.
Desta maneira, os arcanos maiores descrevem tanto o momento interior de
um determinado indivíduo num trecho da vida, bem como a espécie de experiência
que ele poderá encontrar na vida no plano externo. Os planos externos e internos
estão sempre muito juntos porque o mesmo indivíduo está no centro delas. A
adivinhação e o insight psicológico estão lado a lado com os Arcanos Maiores do
Tarot, por que aquilo que acontece externamente está ligado ao que está nosso
íntimo.
A viagem dos arcanos maiores é na verdade a viagem do Louco, a primeira
das 22 cartas. Acompanhamos o Louco, e de alguma forma mais profunda, também o
somos, na medida em que ele emerge da escuridão da caverna maternal e se lança
no desconhecido.
Nas cartas encontramos as experiências fundamentais da infância - os pais
desconhecidos e os pais interiores do espírito e da imaginação - nas cartas do Mago,
da Sacerdotisa, da Imperatriz, do Imperador e do Hierofante. Podemos reconhecer as
paixões e conflitos do adolescente centro de nós, nas figuras do Carro e dos
Amantes. Seguindo, encontramos os tribunais da vida, com os julgamentos, grades
desafios e decisões, nas cartas da Justiça, da Arte, da Força e do Eremita.
Atravessamos crises, perdas e súbitas mudanças de vida, na carta da Roda da
Fortuna, e sofremos o desalento e desespero, nas cartas do Enforcado e da Morte.
Acompanhamos o Louco em confronto consigo mesmo, na qualidade de arquiteto da
própria vida, nas cartas do Diabo e da Torre. E das trevas profundas nasce a
esperança, através das cartas da Estrela, da Lua e do Sol, quando a Luz vence a
escuridão e nos reconciliamos com o mundo, nas cartas do Julgamento e do Mundo.
As imagens das cartas do Tarot são símbolos antigos e evocam experiências
da vida, pertencentes à própria condição humana e ao próprio destino.
E esses símbolos dão mais sentido e dignidade à vida, pois por meio deles é
que nos damos conta de que muitos outros antes de nós já estiveram aqui neste
mundo, e que de um modo ou de outro conseguiram atingir seus objetivos, à medida
que conseguiram ultrapassar todos os obstáculos no processo de crescimento e
conseqüente enriquecimento como seres humanos.
Todos as cartas possuem um significado ambivalente, indicando tanto as
dimensões positivas quanto às negativas da experiência. Dos arcanos maiores,
nenhuma das 22 cartas pode ser considerada totalmente ou absolutamente ruim. Na
realidade, podemos considera-las mais fáceis ou mais difíceis, dependendo do tipo de
experiência que estamos retratando no momento.
Todas as Cartas dos Arcanos maiores são ritos de passagem. São estágios
e processos dinâmicos e não simplesmente resultados e quadros estáticos, que
permanecem inalterados. Cada estágio da vida conduz a outro, e embora nos
esforcemos muitas vezes para manter as coisa ou fazer parar o tempo para que
possamos desfrutar ainda mais de uma situação confortável, jamais o
conseguiremos, pois não dispomos do poder de reter em nossas mãos o que mais
nos agrada.
E assim, ao final da grande jornada, o Louco começa novamente uma outra,
pois a cada objetivo atingido e cada meta alcançada, podemos ver que mais adiante
existe uma outra proposta para ser seguida e que sempre teremos de perseguir um
novo ideal ou batalhar por mais um sonho, de forma que cada finalização, fecho,
arremate de ciclo torna-se, na verdade, preparação para algo maior, e novo ciclo se
inicia outra vez.
Aula 3

 Viagem Pessoal nos Arcanos Maiores, visando o Universo Profissional.

 Viagem Pessoal pelo Tarot, contando sua própria estória emocional


através dos Arcanos Maiores.

 Vivência dos Arcanos: O Louco, O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz, O


Imperador e o Hierofante.
Aula 4

A Árvore da Vida - A Cabalah Judaica

Correspondência dos Arcanos Maiores

Arcano N° Atribuição Letra Hebraica


O Louco 0 Ar Aleph
O Mago 1 Mercúrio Beth
A Sacerdotisa 2 Lua Gimel
A Imperatriz 3 Vênus Daleth
O Imperador 4 Áries Tzaddi
O Hierofante 5 Touro Vau
Os Amantes 6 Gêmeos Zain
O Carro 7 Câncer Cheth
O Ajustamento 8 Libra Lamed
O Eremita 9 Virgem Yod
A Fortuna 10 Júpiter Kaph
A Força 11 Leão Teth
O Enforcado 12 Água Mem
A Morte 13 Escorpião Nun
A Arte 14 Sagitário Samekh
O Diabo 15 Capricornio Ayin
A Torre 16 Marte Pe
A Estrela 17 Aquário He
A Lua 18 Peixes Qoph
O Sol 19 Sol Resh
O Aeon 20 Fogo Shin
O Universo 21 Saturno Tau
Aqui se inicia o ciclo da Construção Parental.

0 - O Louco

Correspondência mitológica: Dionísio.

Correspondência nos Orixás: Bará.

Palavras chave:
Liberdade, ímpeto, abertura, inesperado, prontidão para assumir riscos, confiança, entrega, humor,
sabedoria da criança, coragem frente ao desconhecido, indo além do medo, salto quântico,
encontrando a si mesmo, orientação ao amor, lúdico, opostos, brincalhão, Heyokah, bobo da corte,
curinga, ar, fora da lógica, o início e o fim, ausência da razão, iluminação, abandonar tudo, o
mochileiro.

Afirmação:
“Eu sou a voz do meu coração”.
Lado claro: a força, fazer as coisas sem o medo do risco.
Lado escuro: nunca amarra os pontos atrás de si.

Anotações gerais:
É a porta de entrada para a vida; é ação; é arriscar-se.
Ele é necessário na tua vida quando precisa mudar alguma coisa.
O “velho do saco” – em todo lugar tem um: andarilho, fala sozinho, carrega tudo num saco, às vezes
acompanhado de um cachorro etc.
Se tiver o Louco, muda de caminho conforme sua vontade.
Mas ele (o Louco) estiver junto o tempo todo, pode mudar sempre de caminho sem concretizar coisa
alguma.
A vida não pode ser morta, é impossível de morrer.
O Louco significa a vida em si, a autopoises.
É a capacidade de ir em direção ao desconhecido.
O Louco é que fez os primeiros homens “ir para lá” sem saber o que iam encontrar e, assim,
descobrirem outros continentes.
O Louco tem tesão de viver. É a criança, a inocência. Ele é potência de vida.
Mas para que a potência de vida se desencadeie em ação é preciso de: Mago.
É o irresponsável; o inconseqüente. Busca sempre uma situação nova.
É a capacidade de ir ao desconhecido.
Quando você confia profundamente no Louco você sempre cria uma situação nova.
Ele é sempre protegido pelo divino (Deus protege as crianças, os loucos...).
Ele olha em todas as direções. O louco é a força que nunca morre.
É o impulso irracional que provoca a mudança.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a imagem do impulso misterioso dentro de cada um de nós, aquilo que nos
impele para o desconhecido.
Se jamais respondermos a esses apelos não identificados, mergulharemos numa vida monótona e
medíocre, sem altos e baixos, o que um dia, no fim da vida, nos levaria a perguntar o porquê de o
mundo parecer tão insignificante.
Negar o Louco é negar todo o nosso potencial jovem e criativo, que é muito maior que nós mesmos.
1 - O Mago

Correspondência mitológica: Hermes.

Correspondência nos Orixás: alguns aspectos de Bará e Ode.

Palavras chave:
Comunicação aberta e fácil, aura poderosa, capacidade, alegria, brincadeira, vitalidade, abertura,
amoralidade, mobilidade, trocas em vários níveis, embusteiro, charlatão, capacidade ampliada,
mágico, prestidigitador, ação no mundo físico, capacidade de criação a partir do nada, idéias originais,
pessoa voltada para fora, não tem tempo para a interiorização, o princípio, o número 1, masculino.

Afirmação:
“Eu comunico aberta, fácil e livremente”.
Lado claro: sempre criando habilidades novas.
Lado escuro: enganar, ludibriar, enrolar.

Anotações gerais:
É o começo da construção do ego; adolescência.
É uma figura hábil; com poder de persuasão.
O Mago ensina a resolver pequenas coisas do dia a dia, como consertar um aparelho, observar, fuçar,
desmontar, trocar e montar.
Tem habilidade de enganar, enrolar (camelô, vendedor, político).
O Louco olha em todas as direções e o Mago olha numa determinada direção.
O Mago é o menino adolescente.
É o que vem atrás amarrando os pontos que o Louco deixou abertos.
Vai amarrando e criando habilidades novas.
É a pessoa que faz você comprar gato por lebre.
É onde começa a descoberta do mundo interno.
É um ser crescente, precisa de forma e consistência; está sempre construindo.
É a vontade do inconsciente, por isso ele não pode ser compreendido.
O Mago é o anjo da guarda do Louco.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, representa o guia. Significa que em algum ponto dentro de nós existe um
vislumbre das profundezas do inconsciente para indicar-nos que direção deveremos tomar. Mas o
Mago não vem quando é chamado.
De certa maneira, o Mago é o mestre espiritual e o anjo protetor do Louco. Nos protege mesmo
quando não o vemos e se apresenta em circunstâncias inesperadas e em momentos difíceis da vida, nos
oferecendo auxílio e proteção.
O Louco encontra o Mago apenas depois que supera o abismo, pois a visita do guia interior não pode
chegar enquanto o Louco ainda está protegido pelas paredes da gruta maternal.
2 - A Sacerdotisa

Correspondência mitológica: Perséfone, a donzela.

Correspondência nos Orixás: Oxum.

Palavras chave:
Filha, irmã, consciência do feminino, alma gêmea, relacionamento espiritual, contato com a
interioridade, propósito, familiaridade, ligação, intuição, independência, adolescência, puberdade,
contato com o Eu superior, integração dos aspectos masculinos e femininos, amor divino, ação
intuitiva e fluida.

Afirmação:
“Eu confio em minha sabedoria intuitiva e divido com aqueles que estão abertos para ela”.
Lado claro: contato com o mundo interno, com a luz.
Lado escuro: ficar isolada, nunca se envolver, não se comprometer, não querer envelhecer.

Anotações gerais:
A descoberta do mundo interior; menina de 12 e 13 anos – que acha tudo feio; escreve
diário, tem amores platônicos, é romântica.
É a Perséfone.
Vive nos dois mundos e por isso está sempre em conflito entre o mundo interno e o mundo externo.
É a que diz não, mas querendo dizer sim.
É a que pisca os olhos para conseguir o que quer.
Aí, a Sacerdotisa amadurece, tem filhos e vira: a Imperatriz.
É a descoberta de si e da alma (feminino).
É a menina adolescente, não quer responsabilidade.
É a nossa parte mística

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, a Sacerdotisa é a imagem do elo com o misterioso e insondável mundo interior
(inconsciente). É um mundo cheio de riquezas ocultas e mistérios a serem desvendados. Contém
nossos potenciais a serem desenvolvidos, bem como as facetas sombrias e mais primitivas de nossa
personalidade. Lá também está guardado o segredo do destino do indivíduo, que permanece em estado
germinativo e embrionário até o momento de estar maduro para ser manifestado. A Sacerdotisa
representa aquela parte de nós que conhece os segredos do mundo interior.
O Louco penetra num mundo noturno, sombrio e desconhecido. Dirige-se àquela figura silenciosa que
caracteriza a Mãe, em um plano profundo e sutil; o útero do inconsciente, dentro do qual residem os
padrões de seu destino e o real objetivo de sua vida.
3 - A Imperatriz

Correspondência mitológica: Juno ou Hera.

Correspondência nos Orixás: Iemanjá.

Palavras chave:
Mãe, anima, yin, exercer a feminilidade, beleza, harmonia, amor, abundância, maternal,
emocionalmente vital, vivaz, sensibilidade, a criação, inteligência superior, tomada de consciência,
voltada para fora (céu = 3 + terra = 4) = 7.

Afirmação:
“Eu desenvolvo minha porção feminina e a expresso”.
Lado claro: é o social, a casa cheia, ela é a mãe, tem um lar, é nutridora.
Lado escuro: manipulação; informação (deter o poder).

Anotações gerais:
Uma pessoa que vem sempre alguém lhe contar segredos e pedir-lhe conselhos, até que ninguém pode
fazer nada sem contar-lhe, sem os seus conselhos.
Torna-se sabedora de todos.
O movimento é para fora, para o social.
Ela não fala de si, mas consegue que todos lhe contem seus segredos.
É uma figura matriarcal, deliciosa e quando você se senta na sua frente acaba abrindo o seu coração.
É a mãe.Autoridade moral, afetiva.
Nesta carta, o social é o importante.
A Imperatriz domina as pessoas pelos segredos e conselhos que ela dá.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a descoberta do próprio corpo como algo precioso e valioso, e requer muita
atenção. É a conscientização de sermos parte da natureza, é a apreciação dos prazeres simples da vida.
Se não tivermos a Grande Mãe dentro de nós, não poderemos gerar nada e não seremos capazes de dar
frutos, pois esse é o aspecto da natureza humana que sabe ter paciência e sabe esperar com
tranqüilidade até o momento em que as coisas estejam maduras, quando então teremos condições de
agir.
A imagem da Imperatriz está ligada à sensação interna de segurança e proteção de cada ser humano.
O Louco, criança do céu, descobre que vive dentro de um corpo físico e que é uma criatura feita tanto
de matéria quanto de espírito, e que seus pés estão sobre a terra.
4 - O Imperador

Correspondência mitológica: Zeus ou Júpiter.

Correspondência nos Orixás: Xangô.

Palavras chave:
Yang, masculino, o Pai, responsabilidade, animus, autoridade, força atividade, ígneo, ação, provedor,
estabilidade, realização, progresso material, apoio, ordem, poder, justiça, equilíbrio.

Afirmação:
“Eu desenvolvo e dou expressão para o masculino em mim”.
Lado claro: estabelecer limites.
Lado escuro: confundir o jeito certo com o jeito dele de fazer as coisas.

Anotações gerais:
Quer fazer as coisas do “jeito certo”.
Dá os limites (não tem dinheiro para isso e pronto/eu vou gastar menos do que eu ganho).
O Imperador assume que a gente precisa de uma ordem nacional e mundial.
Chefe, pai ou antipai.
Define uma realidade onde deve agir e exclui o que não precisa.
Geralmente, as mulheres casam com o Imperador – a figura do pai ou do antipai.
Dá ordem no mundo pessoal.
Poder político.
Rebeldia contra o pai.
O Imperador tem autoridade sem conhecimento.
Ele unifica o império através das leis.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, o Imperador é a imagem da experiência da paternidade. É o pai que incorpora
nossos ideais espirituais, nossos códigos de ética e a auto-suficiência com a qual conseguimos
sobreviver no mundo. É a autoridade e a ambição que nos impulsionam a conseguir o que queremos,
bem como a disciplina e a antevisão de que precisamos para completar nossos objetivos.
O pai dentro de nós implica também o auto-respeito, pois é exatamente esse aspecto da nossa
personalidade que pode fazer uma escolha ou estabelecer um princípio, para depois aceitar os desafios
da vida.
Quando o Louco encontra o Imperador, irá aprender a enfrentar a vida com seus próprios recursos, e
de acordo com o código de ética que terá de estabelecer para si. Só então poderá seguir em nossa
viagem com a certeza de que se sairá bem na vida porque existe algo maior em que pode acreditar e
cuja autoridade emana afora dele mesmo.
5 - O Hierofante

Correspondência mitológica: Quiron.

Correspondência nos Orixás: Xangô Velho (Agodô).

Palavras chave:
Espiritual, conselheiro, sabedoria, professor, meditação, a palavra da lei, consciência, comunhão,
aconselhamento, cura do espírito, procura pelo guia ou mestre interior, totalidade, sistema, olhar
dirigido para o infinito, papa, 5 = numero do espírito que domina a matéria.

Afirmação:
“No convívio com o mundo eu descubro a mim mesmo”.
Lado claro: faz as coisas com prazer e sabedoria.
Lado escuro: usar os atributos para a contravenção ou benefício próprios.

Anotações gerais:
O Papa.
Tem um dia que começa haver oposição ao Imperador, e aí há a necessidade de uma ordem superior,
que é a ordem espiritual, a ética.
São os chefes das grandes religiões: o Papa, Dalai-lama, Osho, Chico Xavier, Ghandi.
As pessoas que têm sabedoria são reconhecidas de imediato.
Tem também as que têm a letra da lei.
Ex: aquele professor que você se apaixona e aprende a matéria para sempre.
Representa o professor.
Tem autoridade com conhecimento, é o professor.
É a energia espiritual que te convida a ouvir a voz do mestre, teu terapeuta interno.
É ordem ética, conduta digna.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, simboliza o mestre espiritual dentro de cada um de nós. É o intérprete que
esclarece a natureza das leis que devemos seguir para entrarmos em sintonia com o divino.
As leis do Imperador dizem respeito à conduta digna, à firmeza de caráter do homem dentro do
mundo, enquanto as do Hierofante dizem respeito à boa conduta aos olhos de Deus. Não é uma lei
coletiva nem em forma de dogma, mas sim uma lei individual que o homem só poderá encontrar na
relação que estabelecer com seu próprio mestre interior.
Representa a parte ferida dentro do homem e que, por meio da própria dor, pode compreender e
avaliar a dor dos outros.
A figura do Hierofante (metade deus, metade cavalo) contém a dualidade própria da condição humana:
nunca seremos totalmente animais nem completamente divinos. Seremos sempre uma mistura dos
dois, pois estamos aqui para aprender a conviver com ambas as partes.
Aqui, o Louco, ao se deparar com o Hierofante, encontra-se com uma parte de si mesmo que pode
começar a formular e expressar uma filosofia própria, sua visão espiritual, sua doutrina, aquela que o
guiará pela vida a partir do momento em que abandona a infância e mergulha nos desafios da vida
adulta.
Aqui se inicia o ciclo do Ego Individual: Construção da Identidade.

6 - Os Amantes

Correspondência Mitológica: Paris.

Correspondência nos Orixás: Oxossi.

Palavras chave:
Amor, relacionamento como instrumento de aprendizado, trabalhando pela união, encontro de opostos,
intensidade, completude, transcendência, escolha, dificuldade com decisões em nível amoroso, ou
entre situações de igual valor afetivo na vida em geral. Também: pensamento dissociado de
consideração prática, indecisão, instabilidade, união em nível superficial, autocontradição.

Afirmação:
“O Amor não é um problema para ser resolvido, é um mistério para ser vivido”.
Lado claro: amor, força divina. Sair para a vivência transpessoal.
Lado escuro: projetar a possibilidade do amor fora de ti. Buscar sempre o ideal.

Anotações gerais:
Quando você se apaixona o outro é tudo. Você descobre que alguém fora do teu ser é profundamente
importante. Todo o seu ser sai de si e se projeto no outro.
Aí sai da programação parental. É o momento que transgredimos, saímos do social.
As mulheres precisam se sentir únicas, ter atenção total do homem quando ele está com ela.
O 1º amor a gente nunca esquece, pois ali Deus te flechou, você sentiu a força divina.
É uma porta de entrada para um encontro mais profundo de alma com alma.
A paixão dura mais ou menos 3 meses. Se quiser que dure muito tempo é só passar para o imaginário
– amor platônico – e aí dura anos e anos, passando para o universo mítico.
É o sexo, o tesão, o Eros, o amor. É um rito de passagem.
É transpessoal. É intenso. É a perfeição. Quando aparece dê grandes dentadas.
O perigo é apaixonar-se pelo arquétipo, e não pela pessoa.
Você se apaixona pelo outro. O pai, a mãe, o professor não têm mais importância.
O amor é a primeira experiência transpessoal da vida.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, representa o primeiro grande desafio da vida: o problema da escolha no amor. Representa
também nossos valores, pois nos remete ao tipo de pessoa que queremos nos tornar. Quando a escolha está
vinculada aos desejos e não à sua pessoa, ocorre um dilema: livre-arbítrio versus compulsão instintiva. As
conseqüências das escolhas amorosas são inúmeras, pois afetam todos os níveis da vida. Desejar outra pessoa
desenvolve os próprios valores e aprimora o autoconhecimento por meio dos conflitos resultantes da escolha.
Essa situação não pode ser evitada, simplesmente porque é arquetípica. Paris é aquela parte de nós que,
governada pela ânsia incontida do desejo e da satisfação, não consegue ver que todas as escolhas conduzem a
conseqüências e que somos inevitavelmente responsáveis por elas. Sem passarmos por esse batismo de fogo,
culparemos o destino, o acaso ou talvez a falha de outra pessoa pelo nosso insucesso, conseqüência de nossa
própria falta de reflexão.
O Louco tendo aprendido sobre a própria dualidade, deve agora testar seus próprios valores.
A carta diz respeito à necessidade de se olhar atentamente as implicações das escolhas pessoais e não se deixar
conduzir cegamente pelos impulsos, que poderão trazer, tal como a Paris, a deflagração da própria derrota.
7 - O Carro

Correspondência mitológica: Marte ou Ares.

Correspondência nos Orixás: Ogun.

Palavras chave:
Novo começo, abertura, tempo de preparação e clarificação interior acerca de seus próprios objetivos,
capacidade de luta, triunfo, esperança, violência, destrutividade, jornada interna e externa.

Afirmação:
“Eu estou organizando minha vida e me preparando para um novo começo“.
Lado claro: construir sua identidade.
Lado escuro: sair sem se preocupar com o outro, passando por cima do outro.

Anotações gerais:
Pegar a espada e construir sua identidade.
A época de querer ter o seu dinheiro, o seu espaço, ir para onde quiser.
“A vida é minha, vou construir o que eu quero”, e aí rompe com a família, sai de casa.
Hoje, a adolescência encompridou até depois da graduação, pós-graduação, emprego e o Carro não se
concretiza.
A força da Imperatriz é que contribui para isso.
Aqui começa a disputa do ego, então precisa do: Ajustamento.
É a luta pela vida.
É onde começa a relação com o mundo.
Busca de aprovação do outro.
Ego e amor não combinam

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, Ares (deus da guerra) é a imagem dos instintos agressivos guiados pela vontade
do inconsciente. Os cavalos que puxam o Carro seguem direções opostas e simbolizam as ânsias
animais e selvagens em conflito dentro de nós mesmos, repletas de vitalidade e ao mesmo tempo sem
a menor vontade de operar em harmonia. Essas forças devem ser trabalhadas com força e firmeza, mas
não devem ser reprimidas ou anuladas, pois, se o forem, perderemos toda a potência e a força para
sobreviver e vencer os obstáculos da vida. A visão espiritual apenas não é suficiente para a
sobrevivência nesse mundo difícil e altamente competitivo.
Após ter invocado o conflito como resultado de suas escolhas no amor, o Louco deve agora se deparar
com a segunda grande lição da vida: a manipulação e a utilização dos ímpetos violentos e turbulentos
do instinto natural. Na carta dos Enamorados ele ainda é um adolescente, levado pelo desejo
romântico e pela vontade de possuir alguma coisa muito bonita. Porém, através do Carro ele aprende a
assumir as conseqüências de seus atos como uma pessoa adulta.
Tal como o Louco, nós – homens e mulheres – precisamos aprender a trabalhar as forças opostas e os
ímpetos contraditórios dentro de nós mesmos se quisermos sobreviver na selva da vida.
8 - Ajustamento

Correspondência mitológica: Palas Atena.

Correspondência nos Orixás: parte de Xangô e Obá.

Palavras chave:
Justiça, ato de ajustamento, meditação, harmonia, balanço, equilíbrio à espera de decisão, permanecer
em seu próprio centro, claridade, unidade, em assuntos materiais, processos legais, em assuntos
sociais, casamento ou união arranjada, compensar perdas e ganhos, suavizar o atrito, estratégia,
diplomacia na luta.

Afirmação:
“No meu centro encontro a clareza de julgamento e o equilíbrio nas decisões”.
Lado claro: dar-se conta pela 1ª vez que existe algo além do pessoal, do ego.
Lado escuro: projetar a culpa no outro.

Anotações gerais:
A Justiça.
Aqui se deflagra com situações que não se consegue sair.
Discute-se a relação, projetando a culpa no outro.
O amor é um encontro de almas, não uma disputa de egos.
Quando se chega a esse momento, em que se pensa: “será que essa relação já era?”, “tem que acabar?”,
tem que parar e tentar sair desse arcano, sair do ego.
Às vezes passa-se muitos anos sem conseguir sair dele.
Separa-se, mas volta para o nº 6 e repete-se a história.
Buscar a luz interna.
O grande lance aqui é sair deste arcano.
Disputa de ego.
Na caminhada do ego, tem algo além da minha experiência pessoal que vou ter que construir.
Ego não tem entrega.
Amor é encontro de alma e não de ego.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é o desejo de lutar por princípios, em vez de paixões. É a mente fazendo
escolhas refletidas, mantendo os instintos sob controle.
A carta da Justiça é a primeira das quatro cartas dos Arcanos Maiores, conhecidas tradicionalmente
como as Quatro Lições Morais: o Ajustamento, a Temperança, a Força e o Eremita. Todas contribuem
para aquilo que a psicologia denomina como formação do ego. Nos permitem enfrentar os desafios da
vida com uma base individual estável e verdadeira.
E assim o Louco, tendo passado por dois grandes desafios da juventude – o desejo erótico e a agressão
–, agora se depara com a necessidade de construir sua personalidade. Precisa aprender a pensar com
clareza e a cultivar o equilíbrio da mente. A Justiça (o Ajustamento), só será possível se respeitarmos a
verdade como princípio ético fundamental e não como uma atitude diplomática para sermos aceitos
pelos outros.
9 - O Eremita

Correspondência mitológica: Cronos, deus do Tempo, filho de Urano e Gaia.

Correspondência nos Orixás: Omulu ou Xapanã.

Palavras chave:
Encontrando sua própria luz interna, auto-exploração, recolher-se, ficar sozinho, possível separação,
integrando os aspectos sombrios, iluminação vinda do interior, aposentadoria, retiro da participação de
eventos, planos práticos derivados de acordo, terra, recolhimento compulsório, através de doença,
retiro, prisão, fuga, meditação, procura da essência das coisas, desprezo pelo superficial e mundano,
Senex, urtigão, ranzinice, resmungos, monge, cura espiritual.

Afirmação:
“Através da minha solidão eu experiencio o Todo”.
Lado claro: procura a verdade: “porque que eu vim?”.
Lado escuro: isolamento, descartando tudo o que acha supérfluo, depressão, psicose.

Anotações gerais:
É a necessidade de ficar só, voltar-se para si mesmo.
Procura-se terapia, caminhos para o autodesenvolvimento.
O Eremita costuma falar: “agora quero ficar só, arrumar meu interior para depois procurar uma
pessoa, para não repetir mais a história”.
O Eremita abre portas para outra dimensão, para a caverna.
Abre espaços para caminhar, meditar, cuidar de si.
Ás vezes, voluntária ou involuntariamente a pessoa para tudo para ficar quieta, sozinha.
O Eremita encontrando sua alma começa a ser buscado pelas outras pessoas como conselheiro.
O Hierofante é um ministro religioso, ele quer ser professor; o Eremita é religiosidade.
É neste momento que a pessoa busca as práticas solidárias e a religiosidade.
É a procura da verdade. Começa a caminhada humana. Ele faz sacrifícios.
Lado claro: o homem entende que o problema é ele, não o outro.
Lado escuro: ranzinza, anti-social, urtigão.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, deve-se aprender a lição do tempo e das limitações da vida mortal. A juventude
cede lugar à maturidade e jamais poderá ser reconquistada de maneira concreta.
A lição que o Eremita nos dá é aquela que não pode ser aprendida pela batalha ou pela conquista. A
luta não pode impedir a passagem do tempo. Somente a aceitação dessa passagem é que poderá trazer
as recompensas da Era Dourada de Cronos. Por meio da limitação imposta e pelas circunstâncias que
apenas o tempo, e não a batalha, poderá libertar, o Louco passa a desenvolver as características de
Cronos, a saber: a introversão, a solitude e a reflexão. Aqui também há humildade, pois, para
enfrentarmos os obstáculos e as frustrações que a vida nos traz, é preciso silêncio e serenidade. A
paciência e a prudência do Eremita nos ensinam a esperar e a suportar tudo em silêncio.
O aspecto negativo é a resistência às mudanças e à passagem do tempo.
O Louco chega à maturidade, sua personalidade já está definida e ele pode nutrir um profundo respeito
pelas próprias limitações, preparando-se para a grande passagem pela roda do tempo.
10 - A Roda da Fortuna

Correspondência mitológica: as Moiras, fiando o tecido da vida de cada homem.

Correspondência nos Orixás: Obá, dona da Roda.

Palavras chave:
Grande fortuna, momento de virada positiva, novo começo afortunado e feliz, expansão,
enriquecimento, alargamento, mudança, novo, frutificação, grandes mudanças, novos ganhos,
necessidade de equilíbrio entre meditação e ação, visão global e ação localizada.

Afirmação:
“A Fortuna que eu experimento através dos outros me guia para minha própria realização interior”
Lado claro: alegria, esperança.
Lado escuro: não querer fazer nada e esperar que as coisas venham sempre.

Anotações gerais:
É a carta mais feliz.
Ela vai e volta.
Dá-te presentes inesperados do universo e tu recebes porque és filho de Deus.
Ela vem sempre quando você está, por alguma razão, buscando outra coisa.
No Eremita você entra em contato profundo com uma necessidade interna e aí acontece a Roda da
Fortuna.
Serve como empurrão para chegar ao ápice do ego.
São acontecimentos felizes.
É a benção de Deus naquele momento.
Vem sempre quando a gente está procurando excelência.
É quando o universo conspira a seu favor.
O mundo tem sede de alma.
É o filósofo, o místico.
Acumulou conhecimento e as pessoas procuram-no para aprender.
O mundo precisa dele para ser conselheiro.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a lei que atua dentro do indivíduo, determina as súbitas mudanças e altera os
padrões preestabelecidos da vida. São os vários estágios do destino. É aquela figura que projetamos no
mundo visível, para podermos culpar os outros ou as circunstâncias pelas mudanças repentinas em
nossas vidas. A virada da Roda nos força a entender esse “outro” como sendo o movimento inteligente
por trás de tudo – o destino que carregamos dentro de nós. As bordas da roda representam o eterno
ciclo da vida, enquanto o eixo significa o eu oculto que escolhe (embora a escolha não pertença ao ego
consciente).
O temor que algumas pessoas têm com relação ao estudo do Tarô, da astrologia, etc., se deve em parte
à ansiedade que surge quando a personalidade consciente – acostumada à tomada de decisões e à
ilusão da vontade onipotente – se confronta com esse “outro” das profundezas que, embora pertença a
nós, não está em nossas mãos o poder para controla-lo.
O Louco se defronta com as súbitas mudanças da sorte. A Roda da Fortuna significa muito mais do
que mudança. É o início de uma viagem interna e profunda, através da qual o Louco, a configuração
de nós mesmos, atinge gradualmente as etapas do próprio destino.
11 - A Força

Correspondência Mitológica: Hércules e o Leão da Neméia.

Correspondência nos Orixás: Oiá - Iansã.

Palavras chave:
Coragem, força, energia, ação, paixão, recorrer ao uso da magia, luxo, luxúria, tesão, superando
códigos morais confinantes, prazer existencial, vivência do corpo, êxtase, sensualidade, renovação,
sexualidade, integrando as sombras, domando e respeitando a besta interior, visceralidade, vitalidade e
sensualidade endógenas, prazer cinestésico, impulso, libido, pulsão ao prazer interno e externo, vestir
a própria pele instintiva.

Afirmação:
“Aceitando e expressando minha força com consciência, eu me torno completo e total”.
Lado claro: aceitar que pode ser feliz com as coisas comuns; conscientizar que as posses não são
suas; permitir-se ter, mas sem se identificar com as coisas.
Lado escuro: inflação do ego, “sai da frente que eu estou passando”, arrogância, fazer qualquer
coisa para se manter no auge, achar que tudo é teu.

Anotações gerais:
Quando se acredita que conseguiu tudo e se sente o máximo, o rei da cocada preta.
O ego se ufana.
Quando a pessoa se conecta com a vitalidade da espécie, com o poder.
Usa sempre o instinto a seu favor.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, configura o eterno problema de contermos a fera que mora dentro de nós, ao
mesmo tempo em que tentamos preservar as suas características primitivas, o instinto vital e criativo.
É a imagem do princípio infantil, egocêntrico e totalmente selvagem presente desde o início da
formação de uma personalidade.
Sempre que vestimos a pele do leão derrotado por nós, as opiniões dos outros – as poderosas pessoas
que intimidam tanto o coração dos tímidos e dos fracos – jamais terão valor, pois estamos armados
com a mais poderosa couraça, nossa própria identidade.
A conquista do leão representa uma espécie de transformação para que a força e a determinação da
fera possam se expressar pelo aspecto humano e não animal.
Aspecto negativo: tipo de força que reprime todos os instintos sem qualquer transformação, deixando
para trás uma forte couraça, dentro da qual habita uma alma sem paixão, sem raiva e sem uma
identidade verdadeira.
Dessa maneira, o Louco aprende agora a lidar com o próprio egoísmo feroz, emergindo com mais
confiança em si mm e com muito mais integridade diante dos outros.
Aqui se inicia o ciclo da Caminhada da Alma ou da Vida.

12 - O Enforcado

Correspondência mitológica: Prometeu.

Correspondência nos Orixás: no Candomblé chama-se Logun Edé (filho de Oxossi e Oxum)
possui características de Oxossi e de Oxum.

Palavras chave:
Imobilidade, cooperar com o inevitável, serenidade frente ao destino, não ação, sacrifício por um bem
maior, submissão à ordem celeste, a cabeça não está mais no controle, sacrifício voluntário, aceitação
da espera na escuridão, não há nada a fazer, abrir mão do controle para que a vida possa surgir,
abandonar o já obtido, abdicar do conhecido, confiança nos desígnios divinos, fé, permitir que a
ordem invisível tome conta.

Afirmação:
“A única forma de se libertar do sofrimento e do sacrifício é aceitá-lo de uma vez, tendo fé nos
desígnios divinos”.
Lado claro: confiança no incomensurável.
Lado escuro: manter a depressão; morte.

Anotações gerais:
Ele é obrigado a entrar na caverna, não por vontade própria. A pessoa chega ao ápice e depois perde
tudo. É o estado de depressão. A pessoa pode morrer aqui.
Neste momento tem que se entregar a Deus. No momento em que se entrega (“Pai em tuas mãos
entrego o meu espírito”), faz a transformação para o divino. Quanto mais tentar voltar ao ápice, pior
fica, pois não consegue voltar. Só pode ir para frente. Para viver o amor o ego não pode estar presente.
Doença da alma – ainda está ligado ao ego, mas o que precisa é da alma. Ele se entrega, faz o luto,
entrega para a morte do ego.
O fracasso do ego abre as portas para o caminho da alma.
Profundo abandono. É onde a gente sofre as perdas, a morte. Isto faz parte da vida.
Confiar numa ordem superior, divina. Entregar-se para entrar na luz.
Quanto mais esperneia mais aperta o pé. Somatizar as doenças da alma.
Se não avançar, a alma adoece. As pessoas querem as coisas do ego, mas precisa da alma.
Começa a se transformar em humano de verdade.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a experiência da submissão voluntária às leis invisíveis da psique – a decisão de abrir
mão de algo, na esperança de que uma nova fase possa surgir.
A súbita mudança da sorte provoca reações diversas: algumas pessoas não conseguem se adaptar e se agarram
ao passado perdido. Outras se tornam amargas, desiludidas e culpam a vida, a sociedade, até mm Deus por seus
fracassos.
O Enforcado indica a aceitação da espera na escuridão. Significa abrir mão do controle para que uma vida
melhor possa surgir – uma espécie de espírito visionário dentro de cada um de nós que consegue enxergar as
possibilidades maiores e que está disposto a abandonar tudo o que já conseguiu anteriormente para atingir uma
consciência maior das coisas. Implica a confiança no ‘outro’ – aquele que sabe mais que o ego – e naquilo que é
certo para o desenvolvi/. de cada um.
E assim, o Louco responde sem resistência e com confiança as tramas invisíveis do inconsciente, e fica – quase
sempre com ansiedade e medo – na esperança de uma vida nova, bem melhor.
13 - A Morte

Correspondência mitológica: Hades, o senhor das Trevas, do mundo subterrâneo.

Correspondência nos Orixás: Egun-gun ou Babá Egun.

Palavras chave:
Finalização definitiva, fim de ciclo, morte de um estilo de vida para dar início a outro, luto pela perda
do estado anterior, dor que acompanha o término, abrir mão de algo na esperança que algo novo venha
a acontecer, dar adeus a um estado, estar frente a frente com a total irrevogabilidade da perda, atingir o
limiar de uma situação limpar um terreno dos restos do passado para permitir que novas sementes
possam germinar.

Afirmação:
“Eu deixo ir embora aquilo que tem que morrer para deixar que possa renascer”.
Lado claro: permitir a transformação pessoal.
Lado escuro: luto permanente.

Anotações gerais:
É através dela que o ego vai embora.
O luto é necessário.
Para renascer alguma coisa tem que deixar o antigo.
Quanto mais você deixar vir o luto, chorar, mais rápido passa.
O ego morre

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a configuração da finalização definitiva de um ciclo de vida. Representa
aquele estágio intermediário em que somos colocados antes de termos a sensação de que algo novo
está para começar. A perda deve ser reconhecida e lamentada, pois os finais são tão importantes
quanto os começos. Não podemos levar conosco nossos antigos padrões de comportamento, as antigas
posturas que nos davam segurança.
Jamais poderemos retornar ao útero materno, assim como a infância deve morrer e dar lugar à
adolescência e ao início da atividade sexual para então chegarmos à juventude, que – a despeito do
esforço para mantê-la com exercícios, medicamentos ou cosméticos – um dia terá de morrer, abrindo
lugar para a maturidade da meia-idade.
O Louco penetra na escuridão das trevas e abandona sua vida anterior para se preparar para o futuro
desconhecido.
14 - A Arte

Correspondência mitológica: Iris, Deusa do Arco Iris, da pacificação e do consolo.

Correspondência nos Orixás: Oxum, no seu aspecto de mãe e consoladora.

Palavras chave:
O processo alquímico dos alquimistas: putrefatio, solutio, coagulatio, etc. Alquimia interior, união
interior de opostos, ajuste contínuo e fluido, o sentimento como base para as decisões, conduzir com
delicadeza o julgamento pelos sentimentos, silêncio, harmonia, cooperação, equilibrar o coração, amor
cósmico, desenvolvimento, criação num novo patamar de percepção, polaridades fluem e criam algo
novo.

Afirmação:
“Eu reconheço minhas contradições internas como potenciais de energia e os utilizo na recriação do
mundo”.
Lado claro: ressurreição, renascimento.
Lado escuro: achar que virou um ser de luz e que não precisa caminhar mais, iluminado, (abrir um
centro espírita, fundar uma seita etc e parar sua caminhada).

Anotações gerais:
A Temperança.
Depois que se entrega para a morta há a ressurreição, o renascimento.
Essas 3 cartas falam do mistério do catolicismo: 6ª feira da paixão, sábado de aleluia e domingo de
Páscoa, da ressurreição.
Faz a alquimia profunda da alma, passa pela morte e renasce, transforma-se.
É o mito cristão: a ressurreição no 3º dia.
Começa a caminhada divina.
Mito da cristandade
Perigo desta carta: virar um auto-referente e parar a própria caminhada.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a 2ª lição que o Louco deve aprender para construir uma personalidade estável:
o coração equilibrado. O sentimento deve fluir constantemente para se renovar de acordo com as
necessidades de cada momento. Quaisquer que sejam as reações mutantes do fluxo – até mesmo a
raiva e o conflito –, a meta será sempre a cooperação, a harmonia e um relacionamento melhor.
O fluxo incessante dos sentimentos para preservar um relacionamento pode produzir uma estagnação
porque nada asfixia tanto quanto o sentimento.
Somos desafiados a equilibrar nossos corações e, a saber, que, embora essa seja uma fase muito
agradável, o Louco não pode permanecer para sempre no regaço aconchegante e deverá prosseguir em
sua viagem.
Aqui se inicia o ciclo da Conquista da Alma.

15 - O Diabo

Correspondência mitológica: Pan.

Correspondência nos Orixás: Exu.

Palavras chave:
Sólido, terrestre, tangível, instintivo, perder-se em situações materiais ou instintivas, relações com
disputa de poder material, social ou temporal, compulsividade, tensão, dependência, perda de
liberdade ligada a posses, sexualidade ou luta por influência ou poder, ciúme patológico, excessiva
atividade sexual, servidão aos instintos, paixão cega que pode destruir, projetar no outro aquilo que
não aceitamos em nós mesmos.

Afirmação:
“Eu reconheço a minha liberdade e escolho uma vida na luz”.
Lado claro: tesão pela vida, potência.
Lado escuro: queda, acumular poder pessoal, material ou espiritual.

Anotações gerais:
É a divisão interna que causa o diálogo interno.
É a dúvida.
Se não tivéssemos a espada que separa a consciência do mundo a nossa volta, não seríamos humanos.
Sair do jardim do Éden é a consciência profunda do ser.
Quando chegar nesta carta pode optar por voltar e aí vai ser um anjo caído, que é alguém que já tomou
consciência, mas volta para a 1ª carta.
O Diabo oferece o poder material, o poder pessoal e o poder espiritual.
Quando se está nesta carta entra-se em contato com o instinto, inclusive sexual, tendo vontade de
transar o tempo todo.
Aceitar os instintos (você tem fome de quê, tem sede de quê?).
Aceitar a humanidade e que fomos separados, pela espada, todos ao mesmo tempo.
Momento de escolher o que se quer. Essa é a grande carta do testador. Aceitação profunda da alma.
São duas vozes falando com você: como se fosse o anjinho e o diabinho. Um diz sim o outro não.
Nenhum dos dois é o Diabo. A divisão ou a dúvida é que é o Diabo.
Nessa carta você atrai todo mundo.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, representa a servidão aos instintos da natureza. O deus Pan (que é selvagem,
amoral e natural), representa tudo aquilo que tememos, odiamos e desprezamos em nós mesmos e que
ao mesmo tempo, nos escraviza por meio desses mesmos temores e desgostos. É a paralisia dos
humanos, escravos do medo e do fascínio, que cria o problema. A energia que se gasta mantendo esse
diabo em sua gruta escondida é vergonhosa, é a força que se perde da personalidade, mas que pode ser
liberada com grande efeito, caso o indivíduo esteja disposto a encarar Pan de frente.
O Louco precisa confrontar-se com muita humildade com os aspectos mais mesquinhos e vergonhosos
da própria personalidade, caso contrário ficará escravo do próprio medo para sp. Às vezes, para
ocultar esse segredo vergonhoso, ele se finge de superior e projeta a própria bestialidade nos outros, o
que conduz ao preconceito, à zombaria e até mm à condenação de indivíduos ou raças que a ele são
ruins.
16 - A Torre

Correspondência mitológica: O Labirinto do Minotauro.

Correspondência nos Orixás: Oiá – Iansã.

Palavras chave:
Destruição, mudanças, sair do isolamento da torre, perceber o que está fora, destruição do ego rígido e
das estruturas subjacentes, limpeza, purificação, cura, transformação, nova realidade, estruturas indo
por terra, fachada caindo, papéis sendo desfeitos, estruturas externas que criamos para completar nosso
eu incompleto.

Afirmação: “Eu deixo ir. Eu permito”.


Lado claro: compreensão da força divina.
Lado escuro: destruição, destemperança, perder a fé.

Anotações gerais:
A Torre vem e derruba tudo em efeito cascata.
Não escolhe uma só pessoa, ela varre uma situação. Exemplo: enchente, barreiras, WTC.
Ela está numa dimensão divina universal.
Na história da Terra teve 3 quedas de meteoro. Na última morreram os grandes dinossauros e, por isso,
estamos hoje aqui.
É a força biocósmica funcionando.
A Torre vem porque não existe o poder do homem.
Não é um castigo no nível pessoal porque você acumulou poder.
Não escolhe uma pessoa. Escolhe uma situação.
Submeter-se ao poder divino. Não existe poder humano.
Humildade em nível de espécie. Religar com as funções originárias.
A Torre mostra que não existe poder humano. É a humildade a serviço do homem.
Torre é algo que vem e varre. É uma destruição em massa, não a nível pessoal (que é o caso da
Morte). Enchente vem e derruba barraco, leva carro importado, não é pessoal.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, retrata a destruição de antigos padrões. A torre representa as estruturas tanto
internas como externas que construímos para servirem de defesa contra a vida e como esconderijo para
os aspectos negativos e menos agradáveis de nossa personalidade. É a imagem das fachadas
socialmente aceitáveis que adaptamos para esconder nossa fera interior.
Exatamente da mesma maneira que nossas atitudes são alteradas sempre que encontramos com o que
está dormindo no inconsciente, nosso estilo de vida predeterminado sofre uma brusca alteração.
O encontro genuíno e verdadeiro com o Diabo requer uma profunda integridade interna e, assim, a
Torre – o edifício que representa os valores do passado – deve ruir.
O Louco se apercebe então das muitas formas pelas quais ele traiu o seu eu essencial, abre todas as
defesas e libera aquelas facetas da personalidade que por muito tempo estiveram enclausuradas.
Até que ponto estamos presos a uma falsa auto-imagem, uma vez que o desejo real de romper com
essas estruturas irreais pode nos libertar de muita angústia e dor. Contudo, a Torre cairá ainda assim –
a despeito de nossa vontade -, não por causa de obra do destino, mas porque algo dentro do indivíduo
atingiu o ponto de ebulição e já não pode ser contido.
17 - A Estrela

Correspondência mitológica: Pandora.

Correspondência nos Orixás: Oxum.

Palavras chave:
Esperança, fé na vida, convicção nos planos futuros, estrela-guia, iluminação, solução dos problemas
individuais, nova luz que brilha, a porta da espiritualidade se abrindo, encontro com o eu superior.

Afirmação:
“Amanhã será um novo dia”.
Lado claro: solidariedade.
Lado escuro: aquela pessoa que só faz coisa para os outros e esquece de si mesma.

Anotações gerais:
A Estrela aparece quando numa enchente aparece do nada alguém que vai lá com uma corda e salva
quem está preso no carro arrastado.
Nesse momento é que você aceita a religião, a religiosidade, a mão divina te ajudando.
Vivência do anjo da guarda.
Sensação de irmandade, de bem estar.
Quando tu vivencia o anjo da guarda. Você reconhece a divindade fora de ti. Ela é o guia da esperança
e da fé.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, simboliza uma parte do ser humano que, a despeito das frustrações e
desapontamentos, da depressão e das perdas, ainda tem forças para se agarrar ao sentido da vida e ao
futuro que poderá superar a felicidade do passado. Tal como as cartas do Eremita e do Enforcado, a
Estrela é uma carta de espera, pois a esperança é uma luz que brilha e nos guia, porém não dissipa a
escuridão da vida.
Está ligado a algo profundo dentro de nós e muitas vezes chamamos de força para viver. Muitas vezes
pacientes desenganados sobrepujam a doença que os levaria à morte e saem vitoriosos da batalha,
ainda cheios de vida.
A esperança é algo profundo e misterioso, pois parece transcender qualquer experiência que a vida nos
ofereça sob a forma de catástrofe. Se o indivíduo é capaz de perceber o brilho suave de sua luz, então
sua reação às dificuldades muda radicalmente.
Ela surge não da intenção deliberada, mas das cinzas da Torre que foi destruída anteriormente. O
Louco espera no meio dos destroços sem saber ao certo como ou o que deverá reconstruir. E no meio
da confusão e da destruição das antigas formas e estruturas, surge a suave, tímida e, no entanto
extremamente forte Estrela da esperança.
18 - A Lua

Correspondência mitológica: Hecate e Cérbero.

Correspondência nos Orixás:

Palavras chave:
Testes duros, a porta derradeira, defrontando-se com o lado sombrio, lidando com o Karma,
dificuldades kármicas aparecendo no cotidiano, as últimas dificuldades internas, a noite escura da
alma, caminhar sozinho pela escuridão, não ter nada em que se apegar, nenhuma imagem externa é
visível, somente a vaga esperança e a fé e mesmo assim no limite da dúvida, “será que existe alguma
ordem divina?” É a pergunta do momento. No relacionamento e na vida pessoal necessidade de
meditação ou terapia.

Afirmação:
“Caminhando pela escuridão eu alcanço a luz”.
Lado claro: queda da ilusão da separatividade.
Lado escuro: perder o contato e a confiança na estrela, a fé.

Anotações gerais:
É o 3º mergulho na caverna, quando sente que é preciso conhecer a fundo a sua sombra.
A Estrela nos dá a mão para entrar nos porões e lá descobrir que há vários túneis ligando vários
porões. É a carta da terapia profunda, da alma, da humanidade.
Quando você entra nos porões e busca seu lobisomem e o leva para passear e ele vira criança, está
também levando para passear as crianças das outras pessoas.
É preciso conviver com os lobisomens, os diabinhos dos nossos porões.
É o último mergulho na caverna. É preciso conhecer as nossas sombras.
Confiança para entrar no porão. As dores são ligadas, descobrir que as minhas dores são iguais às dos
outros. É a compaixão.
“Que Deus dê força ao meu inimigo, pois ele não é meu inimigo, e sim meu adversário. E quanto ele
se fortalece, eu me fortaleço”. É também o momento do olhar atendo. É a carta da compreensão
humana. É perceber que a vida nunca morre. Não vai ser morta pela escuridão. Carta da terapia da
alma e terapia profunda. Conhecer as tuas sombras. O ego e o sentido de direção ficam perdidos.

Tarô Mitológico:
Representa as profundezas fluidas do inconsciente. Já nos deparamos anteriormente com esse reino denso e
misterioso, através da Sacerdotisa onde o Louco se conscientizou de sua intuição e da extensão de sua realidade
interior, o eu secreto que habita sua pessoa por trás da personalidade assumida diante do cotidiano da vida.
E também na Roda da Fortuna o Louco pode experimentar a força daquilo que chamamos destino, através das
súbitas mudanças da vida que revelam uma lei invisível ou mesmo um padrão interno predeterminado.
Agora, na carta da Lua, encontramos a experiência do imenso oceano do inconsciente coletivo, do qual não
apenas o indivíduo, mas toda a vida veio à tona.
Em termos psicológicos, é a partir desse reino oceânico da imaginação humana que os grandes mitos e
símbolos religiosos ou mesmo as grandes obras de arte são produzidos.
O Louco espera pelo próprio renascimento dentro das águas de um útero maior, ligeiramente consciente de que
sua jornada pelo desenvolvimento pessoal representa apenas um pequeno fragmento de uma vida muito mais
ampla e insondável, que abrange milênios e que permanecerá não só eternamente fértil, mas também
eternamente incompleta.
19 - O Sol

Correspondência mitológica: Apolo.

Correspondência nos Orixás: Ibeji ou os Axerês.

Palavras chave:
Energia altamente criativa, liberação, prazer de viver, transformação, abertura, inocência, êxtase,
realização, sabedoria, espiritualidade, amor maduro, tempo de gozar e celebrar, deleitar-se, desfrutar,
liberação de qualquer constrangimento e compulsão, todas as energias estão livres para ser usadas
criativamente, a retomada do consciente e diretivo, nova confiança vindo da vitória do consciente
sobre as forças do mal, representadas pela carta anterior pelo mergulho no inconsciente e medo da
noite infantil, criar um bosque interior onde possa brincar para deixar que as crianças criem a função
inferior, ingressar no mundo ensolarado da experiência direta e do conhecimento puro.

Afirmação:
“O Sol do espírito ilumina meus passos, meu caminho e minha consciência”.
Lado claro: é quando as dúvidas terminaram.
Lado escuro: imobilidade; cheguei e agora não saio mais.

Anotações gerais:
Quando, depois de trazer os lobisomens e eles virarem crianças, vocês as deixa lá brincando e senta
numa cadeira e as fica olhando, tomando sol.
Sol – 1º satori – 1º contato com a divindade.
É o êxtase, é a nutrição, é quando tudo dá certo.
É quando se percebe que as pessoas são iguais a nós.
É o primeiro contato absoluto com a divindade.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, o deus-sol é a representação da força do consciente para dissipar a escuridão.
Personifica algo maior do que a capacidade individual de obter conhecimento e clareza de idéias.
A carta do Sol simboliza o espírito indomável que sempre lutou contra as superstições, a ignorância, o
conformismo e contra a servidão ao fatalismo e ao desespero.
Luz em demasia pode ofuscar o saber e destruir prematuramente o tempo necessário e a penumbra em
que as coisas devem ser geradas. Por isso a carta do Sol segue a carta da Lua. O calor intenso do Sol
pode sufocar, pois ele não respeita as leis da natureza. Apolo, segundo a mitologia, foi algumas vezes
rejeitado em suas conquistas femininas, pois sua luz era forte demais.
O Louco encontra-se com o princípio masculino da vida que, operando dentro do homem e da mulher,
movimentando-se sempre em direção ao objetivo.
20 - O Aeon

Correspondência mitológica: Hermes Psicompe, o Acompanhante das Almas.

Correspondência nos Orixás: Oxalá Velho.

Palavras chave:
Julgamento final acerca do ciclo ou processo passado, aumento de percepção, processo de finalização,
empatia, sabedoria, honestidade, confiança no plano cósmico, somatório de experiências anteriores se
juntam para compor um grande e compreensível mosaico, amadurecimento de ingredientes
anteriormente turvos do inconsciente.

Afirmação:
“Eu compreendo e faço parte do grande plano Cósmico”.
Lado claro: as histórias se fecham e tudo vai se encaixando, tendo um sentido.
Lado escuro: virar um filósofo e ficar explicando as coisas e parar de caminhar.

Anotações gerais:
A Hera, o Juízo.
Quando o estado do Sol começa ser mais freqüente e na tua mente começam a passar histórias da sua
vida e começa a montar um mosaico da sua vida e vai totalizando, até chegar a conclusões.
Separar o bem do mal.
Entender porque que as coisas acontecem assim nas nossas vidas.
São os papéis e os porquês.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, reflete o processo que ocorre quando uma somatória de experiências passadas se
juntam para compor um grande mosaico.
O artista consegue experimentar esse processo quando, após muito tempo de trabalho, na tentativa de
dar forma a uma idéia ou a um projeto, algo surge subitamente do nada e faz nascer uma nova obra.
Processo semelhante acontece na psicoterapia, quando ocorre o insight e o mosaico finalmente se
encaixa e faz sentido.
A figura de Hermes, conduzindo as almas dos mortos para o julgamento indica na realidade o processo
do nascimento. O nascimento de uma personalidade mais completa, que surge de uma forma não-
racional a partir das experiências do passado, vem entrelaçada pelo insight e com a sensação de que
fatos e circunstâncias aparentemente casuais estão, na verdade, secretamente ligadas uns aos outros.
O julgamento não representa apenas um novo começo, mas o início que emerge do passado. Tudo
deve ser relatado e somado para que o Louco possa, por fim, assumir as conseqüências de todas as
suas escolhas na vida.
21 - O Universo

Correspondência mitológica: Hermafrodito (filho de Hermes e Afrodite).

Correspondência nos Orixás: Oxalá.

Palavras chave:
Amor cósmico, liberação, imensidão, união, completude, transformação, novo começo, profunda
confiança, naturalidade, independência, complementação, integração total, individuação, realização,
sucesso, finalização positiva.

Afirmação:
“Eu estou aberto para a Grande Realização”.
Lado claro: ação integrada. Quando você está inteiro de alma, pensamento e dança.
Lado escuro: ____________________________________________________________

Anotações gerais:
Dança da Vida. Significa ação integrada, sem pensamento.
Quando você está inteiro, onde mente, corpo e coração estão juntos dançando a vida profundamente.
Vida, coração, mente e ação interligados numa visão reticular.
O amor é quando percebe que nossos túneis são interligados e concomitantes e aí cai a ilusão da
separatividade e as almas se encontram.
É a ação plenamente integrada com o universo. É a totalidade. É a iluminação.
Fazer tudo o que a vida convida a fazer. Dançar a vida de surpresa.
Ação, pensamento e coração integrado com todo o conhecimento.
Nossos túneis são interligados e concomitantes. O que nos separa é uma ilusão. O que nos une é o
amor.

Tarô Mitológico:
No nível psicológico, é a imagem da experiência de sermos inteiros, completos. Hermafrodito é o
símbolo da integração em potencial dos opostos dentro de uma só personalidade. Ele se realiza em
razão das várias experiências dessa viagem dos Arcanos Maiores que conduzirão o indivíduo à
totalização do próprio ser. As qualidades do cuidado maternal e do código de ética paternal, da
intuição e da expressão física, da mente e do sentimento, do relacionamento e da solitude, do conflito
e da harmonia, do espírito e da matéria, todos estes opostos que continuamente lutam dentro de nós e
que, justamente por causa dessa grande batalha conseguem aperfeiçoar nossa personalidade, estão
contidos na carta do Universo, unidos, convivendo harmonicamente dentro do grande círculo da
Serpente que simboliza a vida eterna.
Somos complexos enquanto seres humanos e a viagem do Louco é na realidade a viagem da
descoberta dos opostos dentro do indivíduo, ou seja, da compatibilização do consciente e do
inconsciente. O Universo é a última carta dos Arcanos Maiores e representa a última etapa da viagem
do Louco. Contudo, o Mundo é também um ovo, que prenuncia o início de outra viagem. E dessa
maneira, ao sentirmos que chegamos, que completamos algo e que nos sentimos reconfortados pela
sensação de termos atingido um objetivo, um novo desafio começa a surgir, a descoberta recente da
antiga e espiralada viagem toma forma. E, assim, continuamos a crescer e a mudar, sempre nos
movimentando na direção de Hermafrotido, a imagem da totalidade, sem contudo jamais atingi-lo,
exceto de maneiras sutis e quase imperceptíveis.
As Cartas da Corte

As Figuras da corte são arcanos menores, mas o são de maneira muito especial,
já que eles constituem uma ponte entre os maiores e os menores. Sem ser Arcanos
maiores, macrocósmicos, sua esfera de influencia não fica apenas no ser humano. As
figuras da corte, como veremos, estão ligadas aos quatro elementos e suas interações, de
maneira que apresenta múltiplos aspectos da Natureza, A nível humano, as 16 figuras da
corte mostram diferentes tipos de atitude ou de personalidade que o consulente ou as
outras pessoas à sua volta apresentam, e, às vezes, podem até representar pessoas
próximas.
Na maioria dos Baralhos, as figuras da corte estão dispostas numa configuração
patriarcal, isto é, a figura principal é o Rei, ao redor do qual as outras cartas se articulam:
sua mulher - a Rainha, o filho de ambos e herdeiro de do trono - o Cavaleiro, e o valete.
No baralho de Crowley, a figura central, dona do trono e da Terra, é a rainha. O
Rei, dos outros baralhos, é aqui o cavaleiro, que em competição aberta com outros jovens
de sangue real dos países vizinhos mostrou-se o mais esperto para ser o chefe dos
exércitos da Rainha. Em cerimônias menos abertas tinha que provar sua virilidade, que o
capacitaria a dar uma herdeira ao trono.

Os Cavaleiros (Reis)

São a parte fogosa de seu elemento. O Cavaleiro de Copas é a parte fogosa da


Água. Representa o principio ativo, dinâmico, masculino, ações impulsivas, violentas e
sempre efêmeras. Por isso estão representadas acima de um cavalo, para mostrar que a
força propulsora de seu movimento e de ordem animal, instintiva como o fogo. São os
aventureiros da Família.

As Rainhas

Parceiras dos cavaleiros promovem e transmitem o impulso inicial dos cavaleiros.


Realizam o segundo estágio do processo de criação, cuja síntese final só se dá nas
princesas. Representa o princípio feminino, receptivo, conservador, do Universo, aspecto
aquoso. A Rainha de ouros representa o aspecto aquoso da Terra. O fato de estarem
sentadas em seu trono indica isso.

Os Príncipes

O Príncipe está representada numa carroça onde carrega para frente a energia
combinada dos seus pais, enquanto a princesa é a saída passiva. Eles são a parte aérea do
elemento, como por exemplo, o príncipe de copas representa o aspecto aéreo da água.
Estando o ar ligado à mente, diremos que os príncipes são os intelectuais da família. Eles
divulgam o que era secreto. Sua ação é bem mais duradoura que as dos cavaleiros.

As Princesas

Elas levam a energia, o impulso original à sua materialização final, para através
da reabsorção da energia, dar lugar a um novo ciclo. As princesas encarnam o lado
terrestre de seu elemento, por exemplo, a princesa de copas representa o aspecto terrestre,
o aspecto mais sólido da água. São as materializadoras da família real.
Os elementos e o Zodíaco

Fogo Água Ar Terra


Fogo Fogo Câncer Gêmeos Virgo
Água Sagitário Água Aquário Capricórnio
Ar Leão Escorpião Ar Touro
Terra Áries Peixes Libra Terra

Correspondência com os signos do Zodíaco

Paus Copas Espadas Ouros


Cavaleiro Fogo Câncer Gêmeos Virgo
Rainha Sagitário Água Aquário Capricórnio
Príncipe Leão Escorpião Ar Touro
Princesa Áries Peixes Libra Terra
Os Arcanos Menores

Os Arcanos Menores se referem a momentos particulares da vida do ser humano. As


quatro séries estão ligadas a cada um dos quatro aspectos que compõe a quaternidade
humana:

 Paus (Fogo) Aspecto Energético


 Copas (Água) Aspecto Emocional
 Espadas (Ar) Aspecto mental
 Ouros (Terra) Aspecto Físico

Uma importante contribuição de Crowley para a sistematização do Tarot foi a


introdução de uma correspondência astrológica completa. Assim, temos um planeta e um
signo para cada um dos arcanos menores, com exceção dos ases.
Por exemplo, os signos de fogo têm relação com o naipe de paus. Cada signo tem
relação com três cartas:
- Áries, o cardinal de fogo, com as três primeiras cartas: 2 / 3 e 4 de paus;
- Leão, o fixo, com as três seguintes: 5 / 6 e 7 de paus;
- e finalmente o mutante Sagitário, com as três últimas: 8 / 9 e 10 de paus.
Os signos de água correspondem às cartas de copas, seguindo o mesmo esquema:
Câncer, o cardinal, para as três primeiras; Escorpião, o fixo, para as três seguintes e Peixes,
o mutante, para as três ultimas.
Com espadas e Ouros temos as mesmas designações.
Sabemos que cada signo é formado por três decanatos, e que cada decanato é
regido por um planeta diferente. De cada grupo de cartas regido pelo mesmo signo, a
primeira estará regida pelo planeta que rege o primeiro decanato, a segunda pelo planeta
que rege o segundo decanato, e assim continua na mesma seqüência.
Para aprender os arcanos menores, devemos levar em consideração principalmente:

A imagem pictórica da carta


Frieda Harris pintou muitos quadros até se chegar a estas representações.
São uma excelente maneira de conhecer seu significado imediatamente.

O número, com sua atribuição numerológica.


Ás: início da energia, ainda sem manifestação.
Dois: a energia se polariza.
Três: cria-se o novo.
Quatro: primeiras realizações.
Cinco: primeiras controvérsias.
Seis: reacomodação negociada.
Sete: Início do reconhecimento das dificuldades internas.
Oito: equilíbrio ou continuação da atribuição do sete, sendo diferente em cada naipe.
Nove: a situação caminha para uma resolução, através de uma forma somente
delineada.
Dez: resolução final, provável passagem para outro naipe.

A palavra chave estabelecida

O signo e planeta que a caracterizam


Correspondências entre os arcanos menores e os signos

 Anel interno: os signos


 Segundo anel: as 36 cartas, do dois até o dez.
 Terceiro anel: os planetas regentes de cada decanato e cada carta.
 Anel externo: os ases.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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