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Trabalhistas
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Advocacia Pública
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Prezado aluno, antes de iniciarmos nossos estudos de hoje, precisamos ter uma conversa
séria. Trata-se do respeito aos nossos esforços na produção deste curso, a que temos dedicado
todas nossas energias nos últimos meses.

Saiba que nosso objetivo é sempre oferecer o melhor produto possível e que realmente
faça a diferença na sua caminhada rumo à aprovação. Mas, para que nós consigamos atingir essa
meta, sua ajuda é imprescindível.

Então, sempre que algum amigo ou conhecido falar “será que você passa para mim aquele
material do RevisãoPGE que você tem?”, lembre desta nossa conversa. Mais: lembre que o Pre-
paração Total (assim como todos os nossos produtos) são tutelados pela legislação civil (como a
Lei 9.610/98 e o Código Civil) e pela legislação penal (especialmente pelo art. 184 do Código Pe-
nal).

Para que não reste dúvida: este curso se destina ao uso exclusivo do aluno que o adquirir
em nosso site, e sua aquisição não autoriza sua reprodução. Ok?

Sabemos que falar isso parece pouco amigável, mas só estamos tendo este “papo reto”
porque queremos de você justamente um ato de amizade: não participar, de forma alguma, da
pirataria deste curso. Se isso acontecer, o fornecimento das aulas a você será interrompido e ne-
nhum valor pago será restituído, sem prejuízo, evidentemente, de toda a responsabilização cabí-
vel nos âmbitos civil e penal.

Bem, o recado era esse. Agora podemos voltar às boas e meter a cara nos livros! Ops...
nos PDFs!

Bons estudos!
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Última atualização 05/10/2022


Informativos nº 261 do TST e nº 1069 do STF

INFORMATIVOS TRABALHISTAS RESUMIDOS


PARA CONCURSOS DA ADVOCACIA PÚBLICA
DIREITO DO TRABALHO.......................................................................................................................... 5
DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO............................................................................................... 5
FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ................................................................................... 6
RELAÇÃO DE EMPREGO X RELAÇÃO DE TRABALHO - Novidade!.............................................................. 7
CONTRATO DE TRABALHO - Novidade! .................................................................................................. 14
DURAÇÃO DO TRABALHO ....................................................................................................................... 19
PERÍODOS DE DESCANSO ....................................................................................................................... 22
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ................................................................ 24
REMUNERAÇÃO – Novidade! ................................................................................................................. 25
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO ............................................................................................... 27
ESTABILIDADES – Novidade! ................................................................................................................... 33
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – Novidade! ..................................................................................... 37
OUTROS TEMAS – Novidade! ................................................................................................................. 41
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO .................................................................................................. 43
SÚMULAS E OJS – Novidade! .................................................................................................................. 43
COMPETÊNCIA – Novidade! ................................................................................................................... 45
Competência em razão do lugar ......................................................................................................... 52
Modificação de competência.............................................................................................................. 53
Competência funcional dos Tribunais ................................................................................................. 53
FASE DE CONHECIMENTO ...................................................................................................................... 54
Petição inicial trabalhista ................................................................................................................... 54
Resposta do reclamado ...................................................................................................................... 56
Provas ................................................................................................................................................. 56
Audiência ............................................................................................................................................ 57
Custas ................................................................................................................................................. 58
Honorários – Atualização! .................................................................................................................. 61
PARTES E PROCURADORES ..................................................................................................................... 64
ATOS PROCESSUAIS – Novidade!............................................................................................................ 65
RECURSOS – Novidade! .......................................................................................................................... 67
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Pressupostos recursais ........................................................................................................................ 69


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Recurso de revista – Novidade! .......................................................................................................... 72


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Agravo de petição............................................................................................................................... 73
AÇÃO RESCISÓRIA – Novidade! .............................................................................................................. 74
MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................................... 78
LIQUIDAÇÃO ........................................................................................................................................... 82
EXECUÇÃO – Novidade! .......................................................................................................................... 83
PROCESSO COLETIVO.............................................................................................................................. 88
OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES – Novidade! ...................................................................................... 92

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DIREITO DO TRABALHO

DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO


É POSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO COMO BASE DE CÁLCULO E DE ATUALIZAÇÃO PARA
PENSÃO INSTITUÍDA COMO INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO (Informativo nº 232 do TST – 2021)

Com base no art. 7º, IV, da CF e na Súmula Vinculante nº 4 do STF, o TST reconhecia a
impossibilidade de vinculação do salário mínimo como fator de correção do
pensionamento, apenas sendo admitida a fixação do montante inicial da pensão em
múltiplos ou fração do salário mínimo. Ocorre que, consoante o entendimento do STF,
a utilização do salário mínimo como base de cálculo e atualização de pensão deferida a
título de indenização por ato ilícito não viola o art. 7º, IV, da CF.

TST-RO-8509-64.2012.5.04.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 02/02/2021, Informativo


232.

A FIXAÇÃO DO PISO SALARIAL EM MÚLTIPLOS DO SALÁRIO MÍNIMO MOSTRA-SE COMPATÍVEL COM O


TEXTO CONSTITUCIONAL, DESDE QUE NÃO OCORRA VINCULAÇÃO A REAJUSTES FUTUROS
(Informativo nº 1044 do STF – 2022) – Novidade!

“A parte final do inciso IV do art. 7º da Constituição Federal (CF) não veda a pura e
simples utilização do salário-mínimo como mera referência paradigmática, destinada a
servir como parâmetro para definir a justa proporção do valor remuneratório mínimo
apropriado à remuneração de determinada categoria profissional. Entretanto, a
estipulação do piso salarial com referência a múltiplos do salário-mínimo não pode dar
ensejo a reajustamentos automáticos futuros voltados à adequação do salário
inicialmente contratado aos novos valores vigentes para o salário-mínimo nacional.
Evita-se, com isso, a indesejável espiral inflacionária resultante do reajuste automático
de verbas salarias e parcelas remuneratórias no âmbito do serviço público e da
atividade privada, assim como a elevação concomitante de preços de produtos e
serviços nos diversos setores da economia nacional.

No caso, especificamente com relação à aplicação da norma inscrita no art. 5º da Lei


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4.950-A/66, entendeu-se que o congelamento da base de cálculo do piso salarial serve


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como critério de desindexação do valor do salário-mínimo e deve ter, como marco


temporal, a data da publicação da ata do julgamento que reconhecer a
incompatibilidade da norma com a CF.”

ADPF 53 Ref-MC/PI, relatora Min. Rosa Weber, j. em 18.2.2022; ADPF 149 Ref-MC/DF, relatora Min.
Rosa Weber, j. em 18.2.2022; ADPF 171 Ref-MC/MA, relatora Min. Rosa Weber, j. em 18.2.2022,
Informativo 1044.

FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO


ILICITUDE DA EXTINÇÃO UNILATERAL, PELA EMPRESA, DE COMISSÃO REPRESENTATIVA QUE FOI
PREVISTA EM REGULAMENTO INTERNO COM INTUITO CONTINUATIVO E SEM QUALQUER
VINCULAÇÃO AO NÚMERO DE EMPREGADOS (Informativo nº 244 do TST – 2021)

É ilícita a extinção unilateral, pela empresa, de comissão representativa que foi


prevista em regulamento interno (comissão de representantes, ou seja, um órgão
colegiado, e não uma comissão como verba salarial), sem qualquer vinculação a um
número mínimo de empregados e com nítido intuito continuativo, ainda que reduzido
o quadro de funcionários para menos de 200 empregados.

Embora o art. 11 da CF/88 assegure que nas empresas com mais de 200 (duzentos)
empregados deva ser eleito um representante (a CF fala em representante, a CLT fala
em comissão) destes para promover o entendimento direto com o empregador, é
possível que outras normas criem regras jurídicas mais favoráveis aos trabalhadores do
que aquela fixada em seu art. 11 e no art. 510-A da CLT, o que pode ser feito, por
exemplo, através de lei ordinária, normas internacionais incorporadas ao
ordenamento, negociação coletiva e regulamentos internos empresariais.

No caso, o direito à existência da comissão representativa (um órgão colegiado),


previsto no regulamento interno da empresa, incorporou-se às relações jurídicas como
condição mais favorável, independentemente do critério quantitativo fixado na lei. E,
por se tratar de vantagem de natureza coletiva, prevista em regulamento empresarial,
não poderia ser extirpada unilateralmente do patrimônio jurídico dos trabalhadores,
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sob pena de desrespeito aos princípios da inalterabilidade contratual lesiva, da


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incorporação da norma mais favorável, bem como da lealdade e transparência nas


relações coletivas de trabalho.

TST-ROT-1002264-93.2020.5.02.0000, SDC, red. p/ acórdão Min. Mauricio Godinho Delgado,


20/09/2021, Informativo 244.

RELAÇÃO DE EMPREGO X RELAÇÃO DE TRABALHO -


Novidade!
DESDE A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
PROFISSIONAL DEVEM CONTRATAR EMPREGADOS COM A OBSERVÂNCIA DA REGRA DO CONCURSO
PÚBLICO, SENDO NULOS OS CONTRATOS FIRMADOS EM VIOLAÇÃO A ESSA REGRA (Informativo nº 243
do TST – 2021)

Em relação aos Conselhos de Fiscalização Profissional, há o entendimento de que eles


estão sujeitos à regra do concurso público para a contratação de seus empregados, de
modo que, havendo violação dessa regra, os contratos devem ser reputados nulos, por
violação à Constituição Federal.

Por serem nulos, todos os contratos de emprego firmados pelos Conselhos de


Fiscalização Profissional sem a observância do concurso público desde a promulgação
da CF/88 devem ser rescindidos, pois a decisão tomada pelo STF, pela obrigatoriedade
do concurso público nos Conselhos Profissionais, não foi modulada.

TST-RO-203-68.2012.5.09.0000, SBDI-II, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, 31/8/2021,


Informativo 243.

O ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE OBRA – OGMO POSSUI COMPETÊNCIA EXCLUSIVA PARA REALIZAR A
INTERMEDIAÇÃO DE MÃO DE OBRA DO TRABALHADOR AVULSO NAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS
(Informativo nº 246 do TST – 2021)

“Conferindo interpretação sistêmica aos arts. 1º e 13 da Lei nº 9.719/98 e 32, 33, 39,
41 e 43 da Lei nº 12.815/13, firmou-se o entendimento de que o Órgão Gestor de Mão
de Obra - OGMO detém competência exclusiva para gerir e intermediar o
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fornecimento de mão de obra de trabalhador avulso. O art. 43 da Lei nº 12.815/13


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prevê que serão objeto de negociação entre as entidades representativas dos


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trabalhadores portuários avulsos e dos operadores portuários as questões atinentes à


“remuneração, a definição das funções, a composição dos ternos, a
multifuncionalidade e as demais condições do trabalho avulso”. Ademais, ressaltase
que, a partir do novo marco legislativo das atividades portuárias (normas estatais
posteriores à Constituição Federal), incumbe aos entes sindicais portuários tão
somente compor a estrutura tripartite do OGMO, na defesa dos interesses e direitos
individuais, plúrimos e coletivos dos trabalhadores. Outrossim, destaca-se que,
conforme o art. 39 da Lei nº 12.815/13, o OGMO tem como finalidade específica a
intermediação e gestão da mão de obra do trabalhador avulso, com caráter de
utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar serviços a terceiros ou
exercer qualquer atividade não vinculada à gestão de mão de obra. Portanto, esse
limite legal, que define a finalidade do OGMO, reforça o entendimento de que é
atribuição exclusiva deste órgão a intermediação de mão de obra do trabalhador
avulso nas atividades portuárias.”

TST-SDC-1000360-97.2017.5.00.0000, SDC, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 18/10/2021, Informativo


246.

OS CORREIOS PODEM CELEBRAR CONVÊNIOS COM OS MUNICÍPIOS PARA REALIZAR A TERCEIRIZAÇÃO


DA PRESTAÇÃO DE SEUS SERVIÇOS POSTAIS. A LEGISLAÇÃO EXPRESSAMENTE AUTORIZA A
CELEBRAÇÃO DESSE TIPO DE CONVÊNIO, NÃO EXISTINDO ÓBICE PARA A TERCEIRIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS POSTAIS JUNTO AOS MUNICÍPIOS (Informativo nº 232 do TST – 2021)

“I. No caso, é incontroverso que a parte reclamada celebrou convênios com os


municípios do interior de Goiás. II. A Corte Regional entendeu que “a alegação da
Reclamada de que os convênios firmados teriam respaldo em autorização legal
expressa pelo art. 2º da Lei nº 6.538/78 c/c art. 18 do Decreto-Lei nº 509/69 não
merece prosperar, porquanto a referida legislação não permite à ECT a terceirização
de suas atividades-fim”, e que, “ao contrário, o art. 18 do Decreto-Lei nº 509/69 é
bastante claro ao dispor que ‘A ECT procurará desobrigar-se da realização material de
tarefas executivas recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante
contratos e convênios, condicionado esse critério aos ditames de interesse público e às
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conveniências da segurança nacional’ (destacou-se), o que não tem sido observado


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pela Reclamada”. III. O Plenário do Supremo Tribunal Federal já decidiu que é possível
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a terceirização de atividade-fim, no julgamento do recurso extraordinário nº 760.931,


submetido ao regime de repercussão geral. IV. No caso dos autos, há lei que
claramente autoriza a realização de convênio com outras entidades, exatamente como
o que foi celebrado entre a parte reclamada e os Municípios, possibilitando a
prestação de serviços postais, por meio das agências de correios comunitárias.”

TST-RR-781-38.2010.5.18.0004, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em


24/2/2021, Informativo 232.

SE UMA DETERMINADA EMPRESA FIRMA CONTRATO COM OUTRA, INTEGRANTE DO MESMO GRUPO
ECONÔMICO, PARA QUE ESTA LHE FORNEÇA TRABALHADORES PARA O EXERCÍCIO DE SUA ATIVIDADE
FIM, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM TERCEIRIZAÇÃO, POIS AS DUAS SÃO CONSIDERADAS EMPREGADORAS
DAQUELE TRABALHADOR (Informativo nº 244 do TST – 2021)

“Apesar de o Tema nº 725 de Repercussão Geral consagrar a licitude da terceirização


de serviços em atividade-fim, é certo que o próprio Supremo Tribunal Federal excluiu
do alcance dessa a tese os casos em que as empresas tomadora e prestadora de
serviços integram o mesmo grupo econômico. Precedentes. Ora, se uma empresa, ao
invés de contratar empregados, escolhe desempenhar sua atividade-fim por meio de
outra pessoa jurídica do grupo econômico que integra, certamente o faz com o intuito
de baratear a mão de obra, mascarar a real categoria profissional dos trabalhadores e
sonegar-lhes direitos. Registre-se que, para fins da relação de emprego, o grupo
econômico é considerado empregador único, na clara dicção da Súmula nº 129 do TST,
em especial, na circunstância presente, em que o labor é prestado por meio de uma
empresa e em prol de outra, em condições de simultaneidade. Tal conduta não admite
chancela do Judiciário. Correta, portanto, a decisão regional que reconheceu a fraude
perpetrada entre as rés, deferiu à parte autora os pedidos calcados na condição de
empregada direta da tomadora e declarou a responsabilidade solidária. Inteligência
dos artigos 942 do Código Civil, 2º, § 2º, e 9º da CLT.”

TST-RR-10716-31.2015.5.01.0027, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


15/9/2021, Informativo 244.
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SÃO VÁLIDAS AS ADMISSÕES E ASCENSÕES FUNCIONAIS OCORRIDAS ENTRE 1988 E 1993 NAS
EMPRESAS ESTATAIS, AINDA QUE REALIZADAS SEM CONCURSO PÚBLICO (Informativo nº 233 do TST –
2021)

Não se questiona hoje em dia a submissão das empresas públicas e sociedades de


economia mista à regra do concurso público. Todavia, entre a promulgação da
Constituição Federal em 1988 e a data de 23/04/1993, quando se firmou esse
entendimento de forma definitiva, havia controvérsia jurídica sobre a aplicação ou não
dessa regra a essas pessoas jurídicas.

Por esse motivo, pela existência da controvérsia, o Supremo Tribunal Federal entendeu
que são reputadas válidas as admissões e as ascensões funcionais ocorridas durante
esse período, ainda que realizadas sem concurso público, entendimento que foi
seguido pelo TST conforme se constata no Informativo nº 233 do TST.

TST-RR-131200-18.2011.5.17.0012, 2ª Turma, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 10/3/2021,


Informativo 233.

PRESUME-SE DISCRIMINATÓRIA A DISPENSA SEM JUSTA CAUSA DE EMPREGADOS QUE POSSUAM


DOENÇA QUE CAUSE ESTIGMA OU PRECONCEITO, AINDA QUE OCUPEM CARGO EM COMISSÃO DE
LIVRE NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO EM EMPRESA PÚBLICA (Informativo nº 240 do TST – 2021)

O TST possui uma Súmula, de nº 443, segundo a qual a dispensa sem justa causa de
empregado que possua doença que cause estigma ou preconceito presume-se
discriminatória. Pois bem, no Informativo nº 240 do TST, este considerou que essa
presunção também se aplica aos empregados que ocupem cargo em comissão de livre
nomeação e exoneração em empresa pública.

Dessa forma, caso a empresa pública retire seu empregado de determinado cargo em
comissão, se esse empregado possuir uma doença que cause estigma ou preconceito,
haverá a presunção de que houve discriminação contra o empregado em razão da
doença que ele possui, devendo a empresa reintegra-lo ao cargo.

TST-RRAg-324-27.2017.5.10.0022, 6ª Turma, rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, julgado em 23/6/2021,


Informativo 240.
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É CONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE, FIXANDO PISO SALARIAL REGIONAL PARA OS


TRABALHADORES, EXCLUI DE SUA INCIDÊNCIA OS CONTRATOS DE APRENDIZAGEM (Informativo nº
1.035 do STF – 2021)

Em 22/10/2021 o STF analisou uma lei do Estado de São Paulo através da qual se
instituiu pisos salariais para os trabalhadores, excluindo do regime legal os aprendizes.
Logo, estes não possuiriam direito ao piso salarial regional estabelecido naquela lei.

Debruçando-se sobre o tema, o Supremo entendeu que a referida lei não possuía
qualquer vício de inconstitucionalidade, seja material ou formal.

Não possui vício material em razão do regime jurídico peculiar de que esse vínculo
trabalhista é dotado. E não possui vício formal porque, apesar de ser competência
privativa da União legislar sobre Direito do Trabalho, o art. 21, parágrafo único, da CF
permite que a União delegue aos Estados e ao DF, por meio de lei complementar, a
competência para tratar de matérias especificas relacionadas à sua competência
privativa. Foi o que a União fez por meio da Lei Complementar nº 103/2000 ao
permitir aos Estados e ao DF fixar o piso salarial regional.

Portanto, é constitucional lei estadual que, fixando piso salarial regional para os
trabalhadores, exclui de sua incidência os contratos de aprendizagem (ADI 6.223/SP).

STF. Plenário. ADI 6223/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 22/10/2021, Informativo 1035.

O CONDOMÍNIO RESIDENCIAL NÃO É OBRIGADO A CONTRATAR APRENDIZES (Informativo nº 256 do


TST – 2022) – Novidade!

“Os condomínios residenciais não são destinatários da norma insculpida no art. 429 da
CLT, exatamente porque a sua atividade de conservação, limpeza e acesso predial não
é atividade econômica nem social do empregador, o que é um pressuposto para tal
incidência. Para alcançar essa conclusão, basta perceber que a redação atual do art.
429 da CLT veio a substituir uma redação anterior que restringia a exigência de cota de
aprendizagem a “estabelecimentos industriais”, nos seguintes termos: “Os
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estabelecimentos industriais de qualquer natureza, inclusive de transportes,


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comunicações e pesca, são obrigados a empregar, e matricular nos cursos mantidos


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pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).” Ou seja, a correta exegese


do preceito contido hodiernamente no art. 429 da CLT, ao contrário do que advogam
os recorrentes, não é englobar indistintamente todos os estabelecimentos sem
finalidade lucrativa ou atividade social no dever jurídico de promover a contratação de
aprendizes, senão ampliar o escopo da lei para abraçar atividades econômicas ou
sociais de ramos diversos da indústria. Com isso, contudo, não se pretendeu abranger
todo tipo de empregador, como querem fazer crer os recorrentes. No sentido dessa
distinção, e conferindo tratamento diferenciado para os condomínios residenciais, já
existem, inclusive, alguns precedentes de Turmas deste Tribunal Superior do Trabalho,
devidamente citados no corpo da fundamentação desta decisão. Assim, o argumento
das partes de que o preceito do art. 429 da CLT não faz distinção quanto à natureza do
estabelecimento a ser abrangido pela norma não quer significar que o preceito de lei
se aplique indistintamente a qualquer empregador, até porque o citado § 2º do art. 51
do Decreto nº 9.579/2018, que regulamenta a matéria, estabelece essa condicionante
relativa ao exercício de atividade econômica ou social para fins de conceituação do
estabelecimento vocacionado ao programa de treinamento profissionalizante de
aprendizagem, o que não se verifica no caso dos condomínios residenciais, cujas
atividades se restringem à conservação e ao acesso e uso privado de suas áreas
comuns.”

TST-RR-212-30.2019.5.13.0014, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 8/6/2022, Informativo


256.

OFENDE A LIVRE INICIATIVA E A LIVRE CONCORRÊNCIA OBRIGAR A EMPRESA CONTRATADA PARA


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS A PAGAR REMUNERAÇÃO EM PADRÕES IDÊNTICOS AOS DA
TOMADORA DOS SERVIÇOS (Informativo nº 1.011 do STF – 2021)

Segundo o Supremo Tribunal Federal, a realidade da tomadora de serviços e a da


empresa de trabalho terceirizado são distintas, não se podendo, sob pena de violação
da livre iniciativa, buscar equiparar a remuneração do empregado de um com o da
outra.
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STF. Plenário.RE 635546/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
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julgado em 26/3/2021, Repercussão Geral – Tema 383, Informativo 1011.


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É CONSTITUCIONAL A REGRA DE TRANSIÇÃO DO REGIME OFICIALIZADO DOS CARTÓRIOS PARA O


REGIME PRIVADO, SENDO QUE OS SERVENTUÁRIOS CONTRATADOS ANTES DA LEI 8.935/94 PODEM
OPTAR PELO REGIME ESTATUTÁRIO OU CELETISTA, MAS OS CONTRATADOS POSTERIORMENTE
SUBMETEM-SE OBRIGATORIAMENTE AO REGIME CELETISTA (Informativo nº 1.020 do STF – 2021)

A partir da Constituição da República de 1988 e até a Lei nº 8.935/1994 os cartórios


poderiam admitir serventuários tanto pelo regime da CLT quanto pelo regime
estatutário. Com a edição da Lei nº 8.935/1994 os serventuários admitidos pelo regime
estatutário puderam optar pelo regime da CLT e os que não o fizeram permaneceram
submetidos àquele regime. Os serventuários contratados após a edição desse diploma
estão necessariamente submetidos ao regime celetista.

Essa corrente foi adotada pelo STF em 07/06/2021 na ADI 1.183/DF, considerando que
o art. 48 da referida lei trata de uma regra de transição, como já delineado acima, em
que os cartórios passaram do regime oficializado para o regime privado.

STF. Plenário ADI 1183/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 7/6/2021, Informativo 1020.

O DONO DA OBRA É SUBSIDIARIAMENTE RESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO DE MULTAS


DECORRENTES DO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES DE FAZER RELACIONADAS A
IRREGULARIDADES CONSTATADAS QUANTO ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO (Informativo nº 257 do TST
– 2022) – Novidade!

Conforme entendeu a 8ª Turma do TST, a OJ nº 191 da SBDI-I apenas afasta a


responsabilidade solidária ou subsidiária do dono da obra em relação às obrigações
estritamente trabalhistas, relacionadas ao vínculo de emprego, pois inexistente
previsão legal atribuindo-a.

Porém, tal entendimento jurisprudencial consolidado não alcança a situação referente


ao cumprimento ou não das normas de higiene e segurança laboral. Entende o TST que
todas as empresas que compõe o meio ambiente de trabalho são responsáveis pelo
cumprimento e fiscalização das normas de higiene e segurança laboral, cabendo a
imposição de condenação subsidiária do dono da obra pelas irregularidades cometidas
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quanto às condições de trabalho e pelo pagamento das multas aplicadas pelo auditor
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do trabalho.
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TST-RR-11728-36.2015.5.15.0045, 8ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


22/6/2022, Informativo 257.

CONTRATO DE TRABALHO - Novidade!


É POSSÍVEL A INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA
EXERCIDA POR DEZ ANOS CUJOS REQUISITOS FORAM PREENCHIDOS ANTES DA REFORMA
TRABALHISTA, QUE PASSOU A VEDAR ESSA INCORPORAÇÃO (Informativo nº 243 do TST – 2021)

De acordo com o art. 468, §2º, da CLT, a reversão do empregado ao cargo


anteriormente ocupado, com ou sem justo motivo, independentemente do tempo de
exercício da função de confiança, autoriza a supressão da gratificação, sem que seja
devida ao empregado nenhuma indenização. Porém, mantido o empregado no
exercício da função, o valor da gratificação não poderá ser reduzido (Súmula nº 372, II,
do TST).

Todavia, a SBDI decidiu, em embargos de divergência, que aqueles trabalhadores que


já tiveram a incorporação da gratificação antes do advento da Lei nº 13.467/17 (já
tinham cumprido os dez anos de exercício da função), não podem ter a parcela
suprimida, pois ela passou a fazer parte de seu contrato de trabalho, ainda que venha
a ser retirado da função de confiança após o advento da Reforma Trabalhista.

Assim, somente teria direito à incorporação aqueles que a obtiveram antes da


Reforma. Caso o lapso de dez anos se complete após a Reforma, não há direito à
incorporação, sendo ela suprimida na hipótese de reversão ao cargo de origem,
independentemente do tempo de exercício do cargo de confiança.

Não se aplica o disposto no art. 468, § 2º, da CLT, incluído pela reforma trabalhista
promovida pela Lei nº 13.467/2017, aos empregados que, em conformidade com a
diretriz do item I da Súmula n° 372 do TST, completaram 10 anos de exercício em
função gratificada anteriormente à vigência da referida novel legislação.
14

TST-E-ED-RR-43-82.2019.5.11.0019, SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, 9/9/2021, Informativo 243.
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NÃO CONFIGURA ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA A MERA ADEQUAÇÃO TEXTUAL DE ANEXO DE


NORMA REGULAMENTAR, ESPECIALMENTE QUANDO SE VERIFICA QUE O ANEXO, PARTE ACESSÓRIA
DA NORMA, ESTÁ EM DESACORDO COM A TOTALIDADE DO CONTEÚDO DA PARTE PRINCIPAL DO
REGULAMENTO (Informativo nº 215 do TST – 2020)

“Não configura alteração contratual lesiva a mera adequação textual de anexo de


norma regulamentar, mormente quando se verifica que o anexo – parte acessória da
norma –, está em descompasso com a totalidade do conteúdo da parte principal do
regulamento. No caso, a empresa pública verificou que o anexo do seu plano de cargos
e salários continha dispositivo dissonante com a norma regulamentar e com a
realidade da empresa, corrigindo-o a tempo e modo, modificando os critérios para a
progressão funcional. A correção deu-se, sobretudo, pelo fato de que a empresa é
integrante da Administração Pública indireta e possui o poder-dever de rever e corrigir
seus atos que contenham algum vício. Assim, a hipótese apresenta peculiaridade que
afasta a aplicação geral do item I da Súmula nº 51 do TST.”

TST-E-ED-RR-975-54.2015.5.22.0003, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, red. p/ acórdão Min.
Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 13.2.2020, Informativo 215.

O PAGAMENTO INDEVIDO DE ADICIONAL DE PERICULOSIDADE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A


TRABALHADORES QUE NÃO FAZEM JUS A ELE (PORTEIROS E SEGURANÇA DESARMADA) NÃO
ACARRETA A AQUISIÇÃO DO DIREITO, QUE NÃO SE INCORPORA AO CONTRATO DE TRABALHO, E PODE
SER SUPRIMIDO DE FORMA UNILATERAL PELO EMPREGADOR (Informativo nº 201 do TST – 2019).

TST-ARR-11153-26.2015.5.03.0186, 7ª Turma, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, julgado em
7.8.2019, Informativo 201.

PRESUME-SE DISCRIMINATÓRIA A DISPENSA COLETIVA DE EMPREGADOS APOSENTADOS OU NA


IMINÊNCIA DE SE APOSENTAR (Informativo nº 242 do TST – 2021)

A Terceira Turma do TST, em 25/08/2021, considerou como discriminatória a dispensa


de coletiva de empregados aposentados ou na iminência de se aposentar. Entendeu o
Tribunal que a dispensa ocorrida levou em consideração a idade dos empregados, uma
vez que seria esse um dos requisitos para a obtenção da aposentadoria, tratando-os
como fardo a ser suportado pela empregadora após longos anos de trabalho, como
15

“mero custo a ser extirpado do balanço financeiro/contábil da empresa”. A dispensa,


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então, foi considerada discriminatória.


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TST-RRAg-21738-31.2016.5.04.0201, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


25/8/2021, Informativo 242.

NAQUELES ESTADOS EM QUE AS NORMAS REGULAMENTARES DA CARREIRA MILITAR DOS POLICIAIS


PREVEJAM DEDICAÇÃO INTEGRAL OU EXCLUSIVA AO OFÍCIO MILITAR, SERÁ VEDADA A
CONTRATAÇÃO DESSES PROFISSIONAIS PELO SETOR PRIVADO PARA O DESEMPENHO DE FUNÇÕES DE
VIGIA OU VIGILANTE. PORÉM, UMA VEZ CONTRATADOS, DEVE SER RECONHECIDO O VÍNCULO DE
EMPREGO E OS DIREITOS DAÍ DECORRENTES, AINDA QUE O POLICIAL POSSA SOFRER PUNIÇÃO
ADMINISTRATIVA (Informativo nº 236 do TST – 2021)

Uma importante decisão foi proferida pela 5ª Turma do TST, veiculada no Informativo
nº 236, e diz respeito à contratação de policiais militares para a prestação, na iniciativa
privada, de serviços de vigia ou vigilante.

Nos termos do decidido pelo Tribunal Superior do Trabalho, naqueles Estados em que
as normas regulamentares da carreira militar dos policiais prevejam dedicação integral
ou exclusiva ao ofício militar, será vedada a contratação desses profissionais pelo setor
privado para o desempenho de funções de vigia ou vigilante (Informativo nº 236 do
TST).

A vedação, todavia, não impede o reconhecimento do vínculo empregatício que fora


estabelecido entre o policial e a empresa privada. Isso é o que irá nos dizer a Súmula
nº 386 do TST, a qual estabelece ser possível o reconhecimento desse vínculo mesmo
que o policial possa ser punido disciplinarmente pela transgressão das normas da
carreira a que está submetido. Assim, a possibilidade de punição disciplinar não afasta
o reconhecimento da repercussão de seus direitos trabalhistas oriundos daquela
relação mantida com a empresa privada, não isentando esta do pagamento daquilo
que é devido ao policial.

TST-Ag-AIRR-1621-40.2010.5.10.0014, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 28/4/2021,


Informativo 236.

CONFIGURA DANO MORAL, POR ABUSO DO PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR, A DISPENSA


16

IMOTIVADA DE PROFESSOR NO INÍCIO DO SEMESTRE LETIVO (Informativo nº 232 do TST – 2021)


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O TST tem o entendimento de que configura dano moral, por abuso do poder diretivo
do empregador, a dispensa imotivada (sem justa causa) de professor no início do
semestre letivo, uma vez que o trabalhador possuía justa e real expectativa de
continuar laborando na instituição de ensino para a qual foi contratado, gerando a
impossibilidade de sua recolocação no mercado de trabalho.

TST-Ag-RR-12061-14.2016.5.03.0036, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, julgado em


3/2/2021, Informativo 232.

AS DIFICULDADES FINANCEIRAS SUPORTADAS PELAS EMPRESAS EM DECORRÊNCIA DA PANDEMIA DO


CORONAVÍRUS NÃO PODEM SER CONSIDERADAS MOTIVO DE FORÇA MAIOR PARA JUSTIFICAR A
RESCISÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO CASO NÃO TENHA OCORRIDO O ENCERRAMENTO DAS
ATIVIDADES DA EMPRESA OU DO ESTABELECIMENTO EM QUE TRABALHE O EMPREGADO (Informativo
nº 247 do TST – 2021)

A empresa não pode transferir ao trabalhador, que também sofre com as


consequências da situação calamitosa, os riscos da atividade econômica, que devem
por ela serem suportados, em virtude do princípio da alteridade aplicável aos
contratos de trabalho.

A dispensa, se ocorrer, será sem justa causa, mas não por motivo de força maior, caso
em que o trabalhador somente teria direito à metade das verbas rescisórias. Assim,
não há que se falar em motivo de força maior a justificar a rescisão de contratos de
trabalho se não houve o encerramento das atividades da empresa ou do
estabelecimento em que trabalhe o empregado.

TST-AIRR-10402-15.2020.5.03.0008, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


10/11/2021, Informativo 247.

O COMPROMISSO PÚBLICO DE NÃO DEMITIR EMPREGADOS NOS PRIMEIROS MESES DA PANDEMIA


DA COVID-19 POSSUI CARÁTER PURAMENTE SOCIAL, NÃO TENDO REPERCUSSÃO JURÍDICA NO
CONTRATO DE TRABALHO (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

“O compromisso público de não demissão, firmado pelo empregador, relativamente


aos primeiros meses da pandemia de Covid-19, em especial abril e maio de 2020,
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representa apenas um acordo de intenções, com caráter puramente social, sem


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integrar juridicamente o contrato de trabalho. Nesse contexto, o ato coator, ao


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declarar a nulidade da dispensa imotivada ocorrida em 15/10/2020 e determinar a


reintegração da reclamante, representa flagrante violação ao direito potestativo do
empregador de gerir o próprio quadro de funcionários, uma vez que cria estabilidade
no emprego sem qualquer previsão normativa.”

TST-ROT-104267-73.2020.5.01.0000, SBDI-II, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em


14/6/2022, Informativo 256.

A INOBSERVÂNCIA DE NORMA INTERNA QUE ESTABELEÇA TRÂMITE ESPECÍFICO PARA O


DESLIGAMENTO DO EMPREGADO LHE CONFERE O DIREITO À REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO
(Informativo nº 252 do TST – 2022) – Novidade!

“A edição de normas internas, pelo empregador, que estabelecem critérios e


procedimentos para a dispensa dos trabalhadores, por serem mais benéficas, aderem
ao contrato de trabalho e vinculam a atuação do empregador. Nesse contexto, a não
observância das formalidades para desligamento previstas em norma interna, confere
ao empregado dispensado o direito à reintegração.”

A reintegração ao emprego será uma faculdade do empregado, que poderá optar por
não a exercer, caso entenda que não lhe é oportuno retornar àquele posto de
trabalho, pleiteando tão somente a indenização pela dispensa.

TST-E-RR-1258-27.2016.5.08.0005, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 31/3/2022, Informativo


252.

É VÁLIDA CLÁUSULA PREVISTA EM ACORDO COLETIVO DE TRABALHO QUE ESTABELECE A


POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO DO PAGAMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS (Informativo nº 261 do
TST – 2022) – Novidade!

“É válida cláusula prevista em acordo coletivo de trabalho que estabelece a


possibilidade de parcelamento do pagamento de verbas rescisórias. Ainda que o § 6º
do art. 477 da CLT estabeleça o prazo de dez dias a partir do término do contrato para
o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação, nada impede que o sindicato profissional e as empresas ajustem forma
18

diversa de pagamento das verbas rescisórias, uma vez que o direito não é elencado no
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rol taxativo do art. 611-B da CLT. No caso, a cláusula do instrumento normativo


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estabeleceu a possibilidade do parcelamento do pagamento das verbas rescisórias


pelas empresas do ramo de transporte atingidas financeiramente pela calamidade
pública decorrente da pandemia da Covid-19.”

TST-ROT-303-04.2020.5.14.0000, SDC, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


12/9/2022, Informativo 261.

DURAÇÃO DO TRABALHO
NA HIPÓTESE DE VIAGENS PARA PARTICIPAÇÃO EM CURSOS DE TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO
EXIGIDOS PELO EMPREGADOR E REALIZADOS EM CIDADES ESTRANHAS AO LOCAL DA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS, CONSIDERA-SE TEMPO À SUA DISPOSIÇÃO O PERÍODO DE TRÂNSITO AÉREO, BEM COMO
AQUELE EXPENDIDO NO AEROPORTO AGUARDANDO O EMBARQUE, LIMITADO ESTE ÚLTIMO A UMA
HORA (Informativo nº 219 do TST – 2020)

O TST já decidiu que na hipótese de viagens para participação em cursos de


treinamento e capacitação exigidos pelo empregador e realizados em localidade
diversa do local de prestação de serviços, considera-se tempo à disposição o período
de trânsito aéreo, bem como aquele gasto no aeroporto aguardando o embarque,
limitado este último a uma hora. Não deve ser computado, porém, o tempo gasto no
deslocamento até o aeroporto, nem aquele dispendido no trânsito do aeroporto até o
hotel no qual o empregado ficará hospedado.

TST-E-RR-770-74.2011.5.03.0106, SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, red. p/ acórdão Min.
Alexandre Luiz Ramos, 21.5.2020, Informativo 219.

É IMPRESCINDÍVEL QUE O TRABALHO EM FERIADOS SEJA AUTORIZADO POR MEIO DE CONVENÇÃO


COLETIVA DE TRABALHO, AINDA QUE A ATIVIDADE SEJA DESENVOLVIDA EM COMÉRCIO VAREJISTA DE
SUPERMERCADOS E HIPERMERCADOS (Informativo nº 222 do TST – 2020)

Nas atividades do comércio em geral, é permitido o trabalho em feriados, desde que


autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal (art. 6º-A da
Lei nº 10.101/2000). No julgamento do RR-266-67.2012.5.04.0571, o TST reiterou a
necessidade de convenção coletiva de trabalho, salientando que, ainda que o Decreto nº
19

9.127/2017 tenha inserido o comércio varejista de supermercados e hipermercados no rol de


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atividades autorizadas a funcionar continuadamente, permanece a exigência de negociação


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coletiva para funcionamento em feriados, uma vez que se trata de regra prevista em lei, cuja
regulamentação, materializada no decreto, não pode inovar no ordenamento jurídico, sob
pena de ofensa ao princípio da separação de Poderes e quebra da coerência do sistema
normativo brasileiro.

TST-E-ED-ED-RR-266-67.2012.5.04.0571, SBDI-I, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, 6/8/2020,


Informativo 222.

É DEVIDO O PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS ACRESCIDAS DE 100% SOBRE A HORA NORMAL A


ADVOGADO QUE TRABALHAR ALÉM DA QUARTA HORA DIÁRIA, SALVO PREVISÃO CONTRATUAL DE
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA (Informativo nº 234 do TST – 2021)

Não existindo expressa previsão contratual de dedicação exclusiva, o labor


extraordinário de advogado empregado implica o pagamento das horas excedentes à
4ª diária como extras, acrescidas do adicional de 100% da hora normal. Com efeito, a
atividade da advocacia é regulada pelo Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/1994), o qual
contém disposição específica sobre a jornada de trabalho do advogado empregado,
bem como a remuneração do trabalho extraordinário (art. 20, § 2º), impondo o
pagamento como extraordinárias das horas excedentes à jornada de 4 horas diárias.
Dessa forma, considerando-se a jornada de 20 horas semanais, há de se adotar o
divisor 100 para o cálculo do salário-hora do empregado advogado.

TST-E-ED-RR-845-80.2012.5.05.0023, SBDI-I, rel. Min. Breno Medeiros, 18/3/2021, Informativo 234.

A PREVISÃO EDITALÍCIA DE JORNADA DE OITO HORAS DIÁRIAS PARA ADVOGADO CONTRATADO


MEDIANTE CONCURSO PÚBLICO EQUIVALE AO REGIME DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA (Informativo nº
241 do TST – 2021)

Em relação à jornada de trabalho de advogado empregado contratado mediante


concurso público, após o advento da Lei 8.906/94, aplica-se o princípio da vinculação
às regras do edital do concurso público. Assim, a previsão editalícia da jornada de oito
horas de trabalho equivale ao regime de dedicação exclusiva.
20

TST-E-ED-ARR-1554-10.2012.5.22.0002, SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, 12/8/2021,


Informativo 241.
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EMPREGADO EXERCENTE DE CARGO DE CONFIANÇA NÃO TEM DIREITO A HORAS DE SOBREAVISO


(Informativo nº 241 do TST – 2021)

O empregado exercente de cargo de confiança previsto no art. 62, II, da CLT não tem
direito a horas de sobreaviso, haja vista a necessidade de um controle dos horários de
trabalho para sua concessão e a incompatibilidade entre a sistemática do controle de
jornada e a atividade exercida pelo trabalhador inserido no referido dispositivo.

TST-E-RR-10070-04.2015.5.01.0065, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 5/8/2021, Informativo


241.

O INTERVALO DE VINTE MINUTOS PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA É DEVIDO AO TRABALHADOR QUE,


EMBORA NÃO LABORE CONTINUAMENTE EM CÂMARA FRIGORÍFICA, FICA EXPOSTO À VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA DECORRENTE DA MOVIMENTAÇÃO DE UM AMBIENTE QUENTE OU NORMAL PARA
UM FRIO (Informativo nº 216 do TST – 2020)

Aos empregados que trabalham no interior de câmaras frigoríficas ou em ambientes


artificialmente frios, assim como para os que movimentam mercadorias do ambiente
quente ou normal para o frio e vice-versa, é devido o intervalo de 20 (vinte) minutos a
cada 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, nos termos da
Súmula nº 468 do TST e art. 253 da CLT.

Porém, para fazer jus ao intervalo de vinte minutos em questão, o TST já se posicionou
que o empregado não precisa laborar continuamente, por uma hora e quarenta
minutos, no interior de câmara frigorífica, sendo suficiente a sua exposição à variação
de temperatura decorrente da movimentação de um ambiente quente ou normal para
o outro, frio, durante esse período.

TST-Ag-E-RR-10257-87.2015.5.01.0040, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 12.3.2020,


Informativo 216.

A SUPRESSÃO DAS PAUSAS PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DEVE SER COMPUTADA COMO HORA
EXTRA, DEVENDO O VALOR SER PAGO EM CONJUNTO COM O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
21

(Informativo nº 233 do TST – 2021)


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Ainda sobre a pausa para recuperação térmica, a Terceira Turma do TST entendeu que
a supressão dos intervalos devidos deve ser computada como hora extra, e esse valor
deve ser pago em conjunto com o adicional de insalubridade, pois mesmo que o
intervalo seja observado, ele não exclui a exposição contínua do agente ao ambiente
insalubre (Informativo nº 233 do TST).

Logo, o trabalhador que labora em câmara frigorífica tem direito tanto ao adicional de
insalubridade como ao intervalo intrajornada de vinte minutos a cada uma hora e
quarenta minutos. Mas caso esse intervalo seja desrespeitado, o trabalhador terá
direito ao seu cômputo como hora extraordinária, sendo-lhe devido o valor a esse
título, além do já citado adicional de insalubridade.

TST-RR-243-71.2019.5.13.0007, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, julgado em
3/3/2021, Informativo 233.

O CUMPRIMENTO DE JORNADA EXTENUANTE PELA PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS HABITUAIS, POR SI


SÓ, NÃO RESULTA EM DANO EXISTENCIAL, SENDO IMPRESCINDÍVEL A DEMONSTRAÇÃO EFETIVA DE
PREJUÍZO AO CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL (Informativo nº 233 do TST – 2021)

A Segunda Turma do TST considerou que “o cumprimento de jornada extenuante pela


prestação de horas extras habituais, por si só, não resulta em dano existencial, sendo
imprescindível a demonstração efetiva de prejuízo ao convívio familiar e social”.

Desse modo, é possível o reconhecimento de dano existencial pelo cumprimento


extenuante de horas extras habituais, mas será preciso que esse dano reste
comprovado pela parte, não bastando a simples alegação do cumprimento da jornada
extenuante.

TST-RR-248-91.2016.5.09.0013, 2ª Turma, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 10/3/2021,


Informativo 233.

PERÍODOS DE DESCANSO
22

O PAGAMENTO PARCELADO DA REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS, QUANDO OCORRER POR OPÇÃO DO


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PRÓPRIO EMPREGADO, NÃO ENSEJA SEU PAGAMENTO EM DOBRO (Informativo nº 219 do TST - 2020)
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“[...] o pagamento parcelado da remuneração das férias, quando ocorria por opção do
próprio empregado, e não por imposição da empresa, não autoriza a aplicação da
Súmula nº 450 do TST, que trata de hipótese diversa, referente ao pagamento das
férias fora do prazo previsto na norma celetista por iniciativa do empregador.”

TST-RR-49-46.2019.5.21.0008, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, 20/5/2020,


Informativo 219.

A IMPOSIÇÃO DE PAGAMENTO EM DOBRO DAS FÉRIAS EM RAZÃO DE SEU ATRASO ÍNFIMO ACARRETA
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DO EMPREGADO, NÃO SENDO DEVIDA A DOBRA (Informativo nº 233 do
TST – 2021)

É necessário realizar uma interpretação restritiva da Súmula 450 do TST (pagamento


das férias em dobro se descumprido o prazo de pagamento de dois dias antes da
concessão), no sentido de se afastar sua aplicação às hipóteses de atraso ínfimo no
pagamento das férias. Nessa esteira, cabe destacar o fato de que a sanção prevista na
Súmula em comento é uma construção jurisprudencial por analogia, a partir da
conjugação dos arts. 145 e 137 da CLT. Outrossim, o verbete sumulado deve ser
aplicado à luz dos precedentes jurisprudenciais que lhe deram origem, sendo que a
Súmula 450 do TST teve, como precedentes, julgados que enfrentaram apenas a
situação de pagamento de férias após a sua fruição, concluindo-se que, em tal
situação, frustrava-se o gozo adequado das férias sem o seu aporte econômico. Já o
pagamento das férias coincidindo com o seu gozo, além de não trazer prejuízo ao
trabalhador, acarretaria enriquecimento ilícito se sancionada com o pagamento em
dobro, sem norma legal específica previsora da sanção.

TST-E-RR-10128-11.2016.5.15.0088, Tribunal Pleno, rel. Min. Ives Gandra da Silva


Martins Filho, 15/3/2021, Informativo 233.

É ÔNUS DA PARTE EMPREGADORA A COMPROVAÇÃO DE QUE O PAGAMENTO DE ABONO


PECUNIÁRIO DECORREU DE SOLICITAÇÃO DO EMPREGADO, SOB PENA DE RESTAR CONSTATADA A
IMPOSIÇÃO DO EMPREGADOR PARA A REFERIDA CONVERSÃO (Informativo nº 243 do TST – 2021)
23

“A teor do que dispõe o art. 143, caput, e § 1º, da CLT, é faculdade do empregado
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converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário,
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o qual deve ser requerido pelo trabalhador até 15 dias antes do término do período
aquisitivo. Nesse contexto, com base no princípio da melhor aptidão para a prova,
prevalece nesta Corte Superior o entendimento de que é ônus da parte empregadora a
comprovação de que o pagamento de abono pecuniário decorreu de solicitação do
empregado, sob pena de restar constatada a imposição do empregador para a referida
conversão.”

TST-RR-132-52.2011.5.09.0016, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em


8/9/2021, Informativo 243.

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO
O AFASTAMENTO DO EMPREGADO POR MOTIVO DE AUXÍLIO-DOENÇA COMUM É, POR SI SÓ, CAUSA
SUSPENSIVA DO CONTRATO DE TRABALHO, NÃO SENDO DEVIDO O PAGAMENTO DE AUXÍLIO
ALIMENTAÇÃO E CESTA BÁSICA NESSE PERÍODO (Informativo nº 216 do TST - 2020)

ARR-1815-57.2013.5.09.0242, 2ª Turma, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, 24.03.2020, Informativo


216.

SALVO DISPOSIÇÃO EXPRESSA EM CONTRÁRIO, É POSSÍVEL QUE O EMPREGADOR DEIXE DE PAGAR


VANTANGENS PREVISTAS EM NORMAS COLETIVAS A TÍTULO DE CONTRAPRESTAÇÃO PELO
TRABALHO, COMO ABONO SALARIAL E AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO, DURANTE A SUSPENSÃO DO
CONTRATO DE TRABALHO EM RAZÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (Informativo nº 233 do TST
– 2021)

De acordo com o art. 475 da CLT, a aposentadoria por invalidez acarreta a suspensão
do contrato de trabalho. Por consequência, durante esse período o empregador
desobriga-se de pagar vantagens previstas em normas coletivas a título de
contraprestação pelo trabalho, tais como o abono salarial e o auxílio-alimentação,
exceto nas hipóteses em que há previsão expressa de manutenção desses benefícios.

TST-E-ED-RR-1453-21.2012.5.03.0060, SBDI-I, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 4/3/2021, Informativo


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233.
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REMUNERAÇÃO – Novidade!
O ADICIONAL DE PERICULOSIDADE EM RAZÃO DE AGENTE INFLAMÁVEL É DEVIDO ÀQUELES QUE,
EMBORA NÃO LIDEM DIRETAMENTE COM O AGENTE INFLAMÁVEL, PRESTAM SERVIÇOS EM ÁREA
INSTALADA A UMA DISTÂNCIA INFERIOR A 7,5 METROS DA BOCA DE ABASTECIMENTO DAS BOMBAS
DE POSTO (Informativo nº 233 do TST – 2021)

De acordo com a NR 16 do Ministério do Trabalho, são consideradas atividades ou


operações perigosas com inflamáveis as operações em postos de serviço e bombas de
abastecimento de inflamáveis líquidos, sendo devido o adicional ao operador de
bomba e também aos trabalhadores que operam na área de risco. Nesse contexto,
constatada a prestação de serviços em farmácia instalada a uma distância inferior a 7,5
metros da boca de abastecimento das bombas do posto, é devido o referido adicional,
porquanto esses trabalhadores, embora não operem diretamente com o
abastecimento de veículos, exercem atividades em ponto comercial instalado em área
de risco.

TST-E-RR-20267-40.2014.5.04.0333, SBDI-I, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 4/3/2021, Informativo


233.

EM REGRA, A PROVISORIEDADE DA TRANSFERÊNCIA FICA CONFIGURADA QUANDO ELA NÃO


ULTRAPASSA O PERÍODO DE DOIS ANOS, MAS EXCEPCIONALMENTE SE ADMITE O RECONHECIMENTO
DA PROVISORIEDADE, AINDA QUE ULTRAPASSADO ESSE PERÍODO, NA HIPÓTESE DE SUCESSIVAS
TRANSFERÊNCIAS DO EMPREGADO (Informativo nº 241 do TST – 2021)

O TST possui o entendimento de que a configuração da transitoriedade da


transferência ocorre quando esta não ultrapassa o período de dois anos. Todavia, a
depender do caso concreto, é possível o reconhecimento da transitoriedade ainda que
esse prazo seja ultrapassado, tendo havido esse reconhecimento para um empregado
que foi transferido seis vezes pelo empregador, com uma dessas transferências
durando três anos. Nesse caso, foi devido o adicional de 25% previsto no art. 469, § 3º,
da CLT e tratado na OJ 113 da SBDI-I do TST.

TST-E-RR-536-14.2012.5.09.0002, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 12/8/2021,


Informativo 241.
25
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A INCAPACIDADE DECORRENTE DE DOENÇA OCUPACIONAL DEVE SER APURADA EM RELAÇÃO AO


TRABALHO PARA O QUAL O EMPREGADO SE INABILITOU, SENDO DEVIDA A INDENIZAÇÃO AINDA QUE
ELE SEJA CAPAZ PARA O EXERCÍCIO DE OUTRO LABOR (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

A incapacidade decorrente de doença ocupacional deve ser apurada em relação ao


específico trabalho para o qual o empregado se inabilitou e deve considerar o eventual
impacto da depreciação da sua força laborativa também nas outras esferas de sua vida
pessoal. Nessa linha, mesmo que ainda capaz para o exercício de outro labor, se
evidenciada a redução ou a perda total da capacidade de desempenho das funções
profissionais que geraram a lesão, emerge o dever de indenizar como consectário
lógico do princípio da restituição integral. No caso dos autos, o contexto fático
retratado no acórdão regional evidencia a perda total e permanente para a atividade
anteriormente exercida, com readaptação para função diversa. Na forma do artigo
950, "caput", do Código Civil, impõe-se a indenização por dano material, na forma de
pensionamento mensal, no importe de 100% da remuneração paga pela ré aos
empregados ocupantes da função anteriormente exercida pelo autor.

TST-ARR-917-51.2013.5.05.0017, 3ª Turma, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em 8/6/2022,
Informativo 256.

O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NÃO FAZ JUS AO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE, NÃO SE


ASSEMELHANDO A SUA ATIVIDADE ÀQUELAS DESENVOLVIDAS EM HOSPITAIS OU OUTROS
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

“A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que as atividades dos agentes


comunitários de saúde, por não se assemelharem àquelas desenvolvidas em hospitais
ou outros estabelecimentos de saúde, não se encontram inseridas no Anexo 14 da NR-
15 da Portaria 3.214/72 do Ministério do Trabalho e, portanto, não rendem ensejo ao
pagamento do adicional de insalubridade. Precedentes. A vigência da Lei n.º
13.342/2016, que alterou a Lei nº 11.350/2006, com acréscimo do § 3º ao seu artigo
9º-A, em nada modifica o entendimento fixado, uma vez que tal alteração legislativa
não afastou a necessidade de constatação de labor em condições insalubres, acima
dos limites de tolerância, e previsão em norma regulamentadora de determinada
26

atividade como sendo insalubre, nos termos em que preceitua a Súmula 448, I, do
Página

TST.”
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TST-Ag-RR-21788-98.2017.5.04.0661, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 8/6/2022,


Informativo 256.

O AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO DA FUNDAÇÃO CASA NÃO TEM DIREITO AO ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE EM RAZÃO DO LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, UMA VEZ QUE A PRESTAÇÃO
NÃO OCORRE EM ESTABELECIMENTO DESTINADO AOS CUIDADOS DA SAÚDE HUMANA, MAS SIM EM
ESTABELECIMENTO CUJA ATIVIDADE É A TUTELA DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI
(Informativo nº 259 do TST – 2022) – Novidade!

“O Tribunal Pleno, analisando a possibilidade ou não do agente de apoio


socioeducativo da Fundação Casa ter direito ao adicional de insalubridade, em razão
do local da prestação de serviço, decidiu, por maioria, aprovar a seguinte tese jurídica
para o Tema Repetitivo nº 8: ‘O Agente de Apoio Socioeducativo da Fundação Casa não
tem direito ao adicional de insalubridade, em razão do local da prestação de serviços,
na medida em que o eventual risco de contato com menores que possuem doenças
infectocontagiosas, não ocorre no estabelecimento cuja atividade é a tutela de
adolescentes em conflito com a lei e não se trata de estabelecimento destinado aos
cuidados da saúde humana’.”

TST-IncJulgRREmbRep-1086-51.2012.5.15.0031, Tribunal Pleno, red. p/ acórdão Min. Aloysio Silva


Corrêa da Veiga, 22/8/2022, Informativo 259.

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO


OCORRENDO O ACIDENTE DO TRABALHO, É OBRIGATÓRIA A EMISSÃO DA CAT PELO EMPREGADOR,
INDEPENDENTEMENTE DO AFASTAMENTO OU NÃO DO EMPREGADO (Informativo nº 217 do TST –
2020)

Verificado o acidente do trabalho, o empregador deverá comunicar o acidente à


Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, entregando cópia da Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT
ao acidentado ou seus dependentes, bem como ao sindicato a que corresponda a
categoria do empregado.
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Conforme o TST, a correta interpretação do disposto no art. 22 da Lei nº 8.213/1991 é


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no sentido de que, ocorrendo o acidente do trabalho, é obrigatória a emissão da CAT


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pelo empregador, independentemente do afastamento ou não do empregado, sob


pena de aplicação de multa.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o
assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo
previsto neste artigo.

TST-RR-10645- 07.2015.5.03.0081, 6ª Turma, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, julgado em
29/4/2020, Informativo 217.

OS SHOPPING CENTERS TEM O DEVER DE ASSEGURAR, DIRETAMENTE OU POR OUTROS MEIOS, LOCAL
APROPRIADO ONDE SEJA PERMITIDO ÀS EMPREGADAS GUARDAR SOB VIGILÂNCIA E ASSISTÊNCIA OS
SEUS FILHOS NO PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO (Informativo nº 243 do TST – 2021)

Incumbe aos shopping centers assegurar, diretamente ou por outros meios, “local
apropriado, onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os
seus filhos no período de amamentação”, atendendo ao escopo do art. 227 da CF.
Salienta-se que a norma a ser extraída do texto legal deve ser atual, manter sua
perenidade, não podendo ficar paralisada no ano de sua edição. Há de sofrer
adaptações aos novos tempos, com inclusão de figuras que vão surgindo na sociedade
não antevistas pelo legislador, como no caso dos shopping centers. Portanto, deve-se
fazer uma interpretação extensiva da ratio da Lei, em especial, dos §§ 1º e 2º do art.
389 da CLT ora em análise. Nessa esteira, é patente que os shopping centers devem
disponibilizar creches para os filhos das empregadas das lojas que abriga e que estejam
em período de amamentação, cumprindo a sua função social.

TST-E-RR-131651-27.2015.5.13.0008, SBDI-I, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,


2/9/2021, Informativo 243.

A INOBSERVÂNCIA DAS NORMAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO CONFIGURA CULPA PARA EFEITOS


DE RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL SUBJETIVA (Informativo nº 232 do TST – 2021)

“Esta Corte tem entendimento predominante no sentido de que a inobservância das


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normas de segurança do trabalho configura culpa para efeitos de responsabilização


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civil subjetiva. No caso, conforme registrado no acórdão rescindendo, restou


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evidenciada a culpa da empresa por não ter observado as normas de segurança do


trabalho. Destarte, não se trata de hipótese de responsabilização objetiva, mas sim
subjetiva. Incólume, portanto, o art. 7°, XXVIII, da Constituição Federal.”

TST-RO-21582-98.2015.5.04.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, 02/02/2021, Informativo


232.

O FATO DE O EMPREGADO PERCEBER BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO NÃO PODE EXIMIR O


EMPREGADOR DE PAGAR A PENSÃO QUE DECORRE DE DOENÇA OCUPACIONAL, UMA VEZ QUE
CONSTITUEM VERBAS DE NATUREZAS JURÍDICAS DISTINTAS (Informativo nº 241 do TST – 2021)

Viola o art. 950, caput, do Código Civil e o art. 121 da Lei 8.213/91 decisão que
indefere o pagamento de pensão mensal por danos morais decorrente de doença
ocupacional ao fundamento de que o trabalhador recebe benefício previdenciário e
não comprova prejuízo salarial. O fato de o empregado perceber benefício
previdenciário não pode eximir o empregador de pagar a pensão que decorre de
doença ocupacional, uma vez que constituem verbas de naturezas jurídicas distintas:
uma derivada da relação previdenciária e a outra, da relação de trabalho.

TST-ROT-24202-86.2019.5.24.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 10/8/2021, Informativo


241.

É ILÍCITA A CONDUTA DA EMPRESA QUE IMPEDE O RETORNO DO EMPREGADO À ATIVIDADE LABORAL


APÓS A ALTA PEVIDENCIÁRIA, DEIXANDO O EMPREGADO SEM RECEBER REMUNERAÇÃO OU
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO (Informativo nº 243 do TST – 2021)

Configura ato ilícito, nos termos do art. 187 do CC, a conduta da empresa que impede
o retorno do empregado à atividade laboral e, consequentemente, inviabiliza o
percebimento da contraprestação pecuniária, mesmo após a alta previdenciária
(“limbo jurídico”: o trabalhador não receberá nem o salário e nem o benefício
previdenciário). O sofrimento ensejado pela atitude abusiva da empregadora, ao
sonegar direitos básicos do trabalhador, independe da comprovação fática do abalo
moral, configurando-se in re ipsa (presumido em razão do próprio fato). Dessarte,
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exsurge a responsabilidade civil da empresa, nos termos do artigo 5º, X, da


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Constituição Federal, revelando-se despicienda a configuração do elemento subjetivo


da conduta do empregador.

TST-E-ED-RR-51800-33.2012.5.17.0007, SBDI-I, rel. Min. Breno Medeiros, 2/9/2021, Informativo 243.

NÃO INCIDEM O IMPOSTO DE RENDA E A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O VALOR FIXADO A


TÍTULO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS QUANDO DECORRENTES DE ACIDENTE
DO TRABALHO (Informativo nº 238 do TST – 2021)

A compensação por dano moral e material não se enquadra no conceito de


rendimento, mas sim em reparação pelos danos ocasionados pela doença profissional,
não fazendo parte, portanto, do salário de contribuição, conforme estabelecido no art.
28, I, da Lei 8.212/91. No mesmo sentido, o art. 6º, IV, da Lei 7.713/88, que alterou a
legislação do imposto sobre a renda, bem como o art. 39, XVII, do Decreto 3.000/99,
que cuida da tributação, fiscalização, arrecadação e administração do referido
imposto, preveem a proibição de tributação no caso de indenização decorrente de
acidente de trabalho, seja decorrente de dano moral ou patrimonial, seja o pagamento
realizado de qualquer forma, em parcela única ou por pensionamento.

TST-E-ED-RR-346000-68.2005.5.15.0130, SBDI-I, rel. Min. Breno Medeiros, 27/5/2021, Informativo 238.

EM RELAÇÃO AOS VIGILANTES, O DIREITO AO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE NÃO ESTÁ


CONDICIONADO AO USO DE ARMA DE FOGO, POIS O RISCO A QUE O PROFISSIONAL ESTÁ SUBMETIDO
NÃO NECESSARIAMENTE ESTÁ RELACIONADO COM ESSE FATO, PODENDO DECORRER DE OUTROS
FATORES (Informativo nº 248 do TST – 2021)
TST-AIRR-10410-73.2019.5.15.0143, 6ª Turma, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 24/11/2021,
Informativo 248.

A ATIVIDADE DE COBRADOR DE ÔNIBUS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO É CONSIDERADA DE


RISCO, DE MODO QUE OS EVENTUAIS DANOS SOFRIDOS PELO TRABALHADOR ATRAEM A
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR (Informativo nº 247 do TST – 2021)

“A atividade de cobrador de ônibus de transporte coletivo urbano é caracterizada


como de risco especial, com potencialidade lesiva superior e imposição de maior ônus
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ao trabalhador do que aos demais membros da sociedade, atraindo a responsabilidade


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civil objetiva do empregador pelos danos decorrentes de acidente do trabalho. Desse


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modo, à luz do Tema 932 da Repercussão Geral, com efeito vinculante e eficácia erga
omnes, reconhecendo o maior risco implicado ao trabalhador, que foi vitimado em
assalto, manteve-se a responsabilização objetiva da empresa pelos danos decorrentes
do acidente ocorrido, nos termos do art. 927, parágrafo único, do Código Civil.”

ST-E-ED-RR-238100-91.2005.5.01.0202, SBDI-I, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, 11/11/2021, Informativo


247.

ATRAI A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR A ATIVIDADE DE MANEJO DE GADO, SEJA


PELAS CONDIÇÕES ADVERSAS DO CAMPO, SEJA PELA LIDA COM OS ANIMAIS (Informativo nº 247 do
TST – 2021)

“Este Tribunal Superior entende pela aplicação da teoria da reponsabilidade objetiva


quando a atividade desenvolvida pelo empregador pressupõe a existência de risco
potencial à integridade física e psíquica do trabalhador, tal como ocorre na hipótese
dos autos, seja pelas condições adversas do campo, seja pela lida com os animais,
tanto que o reclamante, no exercício da função de trabalhador rural, foi vítima de
acidente de trabalho em razão da queda do animal de montaria utilizado no manejo do
gado. Estando incontroversos nos autos a existência do dano e o nexo de causalidade
(o acidente sofrido no desemprenho de suas funções), e considerando a atividade de
manejo de gado como de risco, conclui-se pela aplicação do responsabilidade objetiva
do reclamado pelo dano sofrido e, consequentemente, pela obrigação de indenizar.”

TST-RR-24256-63.2019.5.24.0061, 8ª Turma, rel. Min. Dora Maria da Costa, julgado em


10/11/2021, Informativo 247.

O TST PODE MODIFICAR A QUANTIA ARBITRADA A TÍTULO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS
APENAS NAS HIPÓTESES EM QUE AS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS FIXAREM VALORES TERATOLÓGICOS,
DESPROVIDOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE (Informativo nº 236 do TST – 2021)

Em relação ao valor estabelecido para fins de reparação por danos morais, há o


entendimento de que, via de regra, o TST não pode vir a modifica-lo. Todavia,
situações em que fique demonstrada a teratologia das decisões das instâncias
inferiores, que fixaram o valor sem qualquer razoabilidade ou proporcionalidade,
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poderá o Tribunal Superior do Trabalho alterar o quantum indenizatório, seja para


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mais ou para menos.


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TST-AIRR-969-96.2014.5.21.0007, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


27/4/2021, Informativo 236.

NÃO É A DATA DO ACIDENTE QUE DITA O INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL EM SE


TRATANDO DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DOENÇA OCUPACIONAL, MAS SIM O MOMENTO EM QUE
O EMPREGADO TEM CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA INCAPACIDADE LABORATIVA OU DO RESULTADO
GRAVOSO PARA SUA SAÚDE FÍSICA OU MENTAL (Informativo nº 247 do TST – 2021)

“A SBDI-1 desta Corte tem jurisprudência no sentido de que, às ações de indenização


por dano moral ou patrimonial decorrente da relação de trabalho, relativo a fatos
ocorridos depois da vigência da Emenda Constitucional 45/2004, a qual se iniciou em
31/12/2004, aplica-se o prazo prescricional previsto no artigo 7º, XXIX, da Constituição
Federal, sendo aplicável o prazo prescricional civil nos demais casos. A contagem do
prazo prescricional somente tem início, em se tratando de acidente de trabalho ou
doença ocupacional, a partir do momento em que o empregado tem ciência
inequívoca da incapacidade laborativa ou do resultado gravoso para sua saúde física
ou mental, ou seja, com a alta previdenciária ou com a concessão da aposentadoria
por invalidez, e não simplesmente da data do acidente, nem mesmo do afastamento. É
que não se poderia exigir da vítima o ajuizamento da ação quando ainda persistiam
dúvidas acerca da extensão dos danos sofridos.”

TST-RR-2009-73.2013.5.12.0048, 6ª Turma, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, julgado em


10/11/2021, Informativo 247.

É POSSÍVEL A PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE SALÁRIO E DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS EM


FORMA DE PENSÃO MENSAL, POIS POSSUEM NATUREZA JURÍDICA E FATO GERADOR DISTINTOS
(Informativo nº 247 do TST – 2021)

No caso concreto, o trabalhador foi acometido de doença ocupacional (uma espécie de


acidente de trabalho), sendo despedido pelo empregador e posteriormente
reintegrado por decisão judicial em função readaptada. Ao exercer a função
readaptada, o trabalhador faz jus à remuneração pela atividade desempenhada, mas
ao mesmo tempo ele já estava recebendo pensionamento mensal pelos danos
causados em decorrência da doença ocupacional. Como os fatos geradores de cada
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verba eram distintos, um em decorrência do trabalho e outro em decorrência da


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responsabilidade do empregador pelos danos causados, não há que se falar em


desnecessidade de pagamento de qualquer uma delas em razão do pagamento da
outra, sendo ambas as verbas devidas.

TST-E-RR-266300-17.2008.5.02.0060, SBDI-I, rel. Min. Hugo Scheuermann, 4/11/2021, Informativo 247.

NA AÇÃO EM QUE SE BUSCA A REPARAÇÃO POR DANOS CAUSADOS PELO ACIDENTE DE TRABALHO,
SEJAM ELES MORAIS OU MATERIAIS, OS JUROS DE MORA CONTAM-SE DESDE SEU AJUIZAMENTO E A
CORREÇÃO MONETÁRIA DESDE O ARBITRAMENTO OU A ALTERAÇÃO DO VALOR (Informativo nº 245
do TST – 2021)

A Súmula nº 439 do TST, que prevê, para as condenações por dano moral, que os juros
incidem desde o ajuizamento da ação e a correção monetária desde a decisão de
arbitramento ou de alteração do valor, também é aplicável às condenações por danos
materiais, por analogia. Desse modo, quando o trabalhador buscar a reparação pelos
danos causados pelo acidente de trabalho, sejam eles morais ou materiais, será
aplicável o disposto na Súmula nº 439 do TST: juros desde o ajuizamento da ação e
correção monetária desde o arbitramento ou a alteração do valor.

TST-AgR-E-ED-RR-19900-90.2007.5.17.0012, SBDI-I, rel. Min. Breno Medeiros, 7/10/2021, Informativo


245.

ESTABILIDADES – Novidade!
NÃO É NECESSÁRIO COMPROVAR O NASCIMENTO DA CRIANÇA PARA TER DIREITO À ESTABILIDADE,
COM OU SEM REINTEGRAÇÃO, SENDO EXIGIDO APENAS A COMPROVAÇÃO DA GRAVIDEZ AO TEMPO
DA DISPENSA IMOTIVADA (Informativo nº 217 do TST – 2020)

O TST, em ação na qual se discutia a situação de empregada que comprovou ter sido
dispensada grávida, mas não comprovou o nascimento da criança, fixou o
entendimento de que “os dispositivos que a asseguram - artigos 7º, XVIII, da
Constituição Federal e 10, II, b, do ADCT - estabelecem como único requisito ao direito
à estabilidade que a empregada esteja gestante no momento da dispensa imotivada”,
pelo que “é inexigível a juntada da certidão de nascimento da criança para fins de
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concessão da estabilidade da empregada”.


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TST-RR-100896-70.2016.5.01.0282, 5ª Turma, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em


1º/4/2020, Informativo 217 do TST.

A GESTANTE CONTRATADA SOB O REGIME DE TRABALHO TEMPORÁRIO DE QUE TRATA A LEI Nº


6.019/1974 NÃO TEM DIREITO À ESTABILIDADE PROVISÓRIA (Informativo nº 212 do TST – 2019)

Uma das hipóteses de estabilidade provisória é aquela prevista no art. 10, II, b, do
ADCT, que a garante à empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto. Embora o texto fale em “desde a confirmação”, tanto a doutrina
como a jurisprudência entendem que a garantia existe desde a concepção, sendo
assegurada a estabilidade ainda que haja o desconhecimento do estado gravídico pela
empregada e pelo empregador. Esse entendimento foi pacificado no item I da Súmula
nº 244 do TST.

Ainda sobre o entendimento sumulado, seu item III diz que a estabilidade também é
garantida na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Em
que pese a redação desse item apenas falar em “contrato por tempo determinado”, de
forma genérica, o TST firmou entendimento, em Incidente de Assunção de
Competência (IAC-5639-31.2013.5.12.0051), no sentido de que a estabilidade referida
não alcança as trabalhadoras submetidas ao regime de trabalho temporário de que
trata a Lei nº 6.019/1974.

Desse modo, a gestante contratada sob regime de trabalho temporário não terá
direito à estabilidade provisória contra dispensa sem justa causa prevista no art. 10, II,
b, do ADCT e na Súmula nº 244 do TST.

TST-IAC-5639-31.2013.5.12.0051, Tribunal Pleno, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, red. p/
acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 18.11.2019, Informativo 212.

OS DIRIGENTES DE COOPERATIVA CUJO OBJETO SOCIAL NÃO CONFLITA COM A ATIVIDADE PRINCIPAL
DO EMPREGADOR NÃO POSSUEM ESTABILIDADE PROVISÓRIA NO EMPREGO (Informativo nº 219 do
TST – 2020)

Assim como os dirigentes sindicais, os empregados eleitos diretores de sociedades


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cooperativas gozarão de estabilidade provisória a partir do registro da candidatura até


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um ano após o término do mandato. Nesse período somente poderão ser dispensados
em razão de falta grave, devidamente apurada por meio de inquérito judicial.

No entanto, o TST também já se pronunciou no sentido de que se o objeto social da


cooperativa não conflita com a atividade principal do empregador, isto é, se a
cooperativa não possui interação ou conflito com os empregadores ou seus diretores,
não se justifica a atribuição de estabilidade aos dirigentes daquela.

TST-RR-1721-39.2015.5.17.0009, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


20/5/2020, Informativo nº 219 do TST.

É POSSÍVEL O RECONHECIMENTO DE ESTABILIDADE PROVISÓRIA NO EMPREGO AO DIRETOR DE


COOPERATIVA DE TRABALHO QUANDO EVIDENCIADA A POSSIBILIDADE DE HAVER CONTRAPOSIÇÃO À
ATIVIDADE DO EMPREGADOR E, POR CONSEQUÊNCIA, EVENTUAL DISPENSA ARBITRÁRIA (Informativo
nº 255 do TST – 2022) – Novidade!

A estabilidade provisória no emprego é uma garantia que, de modo geral, é instituída


não em favor daquele empregado por ela assegurado em seu posto de trabalho, mas
sim em favor da categoria representada. Apenas em algumas hipóteses é o próprio
trabalhador que é destinatário final da estabilidade, como no caso das gestantes e do
trabalhador acidentado.

Um dos agraciados com a estabilidade provisória no emprego é o dirigente sindical,


nos termos do art. 8º, VIII, da Constituição Federal de 1988, cuja estabilidade se
estende, se eleito, inclusive como suplente, desde o registro da candidatura até um
ano após o fim do mandato. Essa estabilidade do dirigente sindical segue a regra geral
e tem por finalidade protege-lo como representante dos trabalhadores que é, logo,
protege de forma indireta o interesse dos trabalhadores.

Assim como os dirigentes sindicais, os empregados eleitos diretores de sociedades


cooperativas gozarão de estabilidade provisória a partir do registro da candidatura até
um ano após o término do mandato. Nesse período somente poderão ser dispensados
em razão de falta grave, devidamente apurada por meio de inquérito judicial.
35

No entanto, tendo em vista que a finalidade da estabilidade provisória, nesse caso, é


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proteger os interesses dos trabalhadores representados por aquele trabalhador eleito,


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o TST entende que, caso o objeto social da cooperativa não conflite com a atividade
principal do empregador, isto é, se os interesses promovidos pela cooperativa não
possuem interação ou conflito com os interesses do empregador, não se justifica a
atribuição de estabilidade aos dirigentes da cooperativa.

Dito de outro modo, havendo a possibilidade de haver contraposição entre a atividade


da cooperativa e a do empregador, com a consequente possibilidade de eventual
dispensa arbitrária em razão dessa contraposição, é assegurado ao dirigente da
cooperativa a estabilidade provisória no emprego.

TST-RR-993-78.2018.5.07.0006, 8ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


25/5/2022, Informativo 255.

OS SERVIDORES CELETISTAS (EMPREGADOS) DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, AUTÁRQUICA E


FUNDACIONAL APENAS FAZEM JUS À ESTABILIDADE DO ART. 41 DA CF/88 SE TIVEREM SIDO
ADMITIDOS ANTES DO ADVENTO DA EC Nº 19/1998 (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

“É verdade que a jurisprudência cristalizada nesta Corte, expressa na Súmula nº 390, I,


favorece a empregada, ao reconhecer que também os servidores celetistas fazem jus à
estabilidade prevista no artigo 41 da Constituição Federal. Veja-se, a propósito, que o
aludido verbete é posterior à Emenda Constitucional nº 19/1998, o que permite
concluir que já contempla a redação do artigo 41, com a alteração promovida por essa
norma. Não obstante, também é certo que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal se pacificou em direção oposta, ao afirmar que, mesmo na Administração
Pública direta, autárquica ou fundacional, somente os empregados admitidos antes da
aludida Emenda fazem jus à estabilidade em questão. Precedentes. Nesse contexto, há
que se interpretar restritivamente a Súmula nº 390 do TST para, à luz da tese
sedimentada no âmbito do Supremo Tribunal Federal, considerar que a estabilidade
prevista no artigo 41 da CLT se aplica também aos empregados públicos da
Administração Pública direta autárquica e fundacional, desde que admitidos antes da
Emenda Constitucional nº 19/98.”

TST-RR-748-16.2013.5.10.0861, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


36

8/6/2022, Informativo 256.


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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – Novidade!


A AUTONOMIA DE VONTADE DOS SERES COLETIVOS, MANIFESTADA MEDIANTE OS INSTRUMENTOS
NORMATIVOS AUTÔNOMOS, ENCONTRA LIMITE NAS NORMAS HETERÔNOMAS DE ORDEM COGENTE,
QUE TRATAM DE DIREITOS DE INDISPONIBILIDADE ABSOLUTA E NORMAS CONSTITUCIONAIS DE
ORDEM E DE POLÍTICAS PÚBLICAS (Informativo nº 242 do TST – 2021)

“No caso, os sindicatos, ao estabelecerem cláusulas que excluíam a função de


motorista da base de cálculo da cota de portadores de deficiência ou reabilitados e as
funções de auxiliar de viagem/trocador e motorista da base de cálculo da cota de
aprendizes, atingiram interesse difuso, que transpassa o interesse privado passível de
negociação pelas categorias representadas, regulando direito dissociado das condições
de trabalho dos trabalhadores, e que, portanto, não deve constar em instrumento
normativo autônomo, por afronta ao disposto nos arts. 611 da CLT e art. 104 do CCB.
Registre-se, ainda, que a jurisprudência do TST orienta-se no sentido de que o art. 93
da Lei nº 8.213/91, ao estabelecer cota mínima para contratação de pessoas com
deficiência ou reabilitados pela Previdência Social, com base no percentual de
incidência sobre o número total de empregados da empresa, não estabeleceu
nenhuma ressalva ou exceção de cargos ou atividades para o cômputo do cálculo.
Quanto à impossibilidade do cumprimento da cota de trabalhadores com deficiência
ou reabilitados por ausência de mão de obra habilitada para o exercício da função de
motorista de passageiros, que exige habilitação profissional específica – Carteira
Nacional de Habilitação Categoria D, a exigência pode ser cumprida em outros quadros
das empresas, visto existir uma série de funções na cadeia da atividade econômica
desenvolvida pelas empresas de transporte de passageiros capazes de absorver a mão
de obra das pessoas com deficiência, na forma da lei.”

TST-ROT-10139-07.2020.5.03.0000, SDC, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 16/8/2021, Informativo 242.

A GREVE MOTIVADA PELO INADIMPLEMENTO PELO EMPREGADOR DE DIREITOS FUNDAMENTAIS


PARA VIABILIZAR O CURSO NORMAL DA PRESTAÇÃO DE TABALHO NÃO É ABUSIVA (Informativo nº
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220 do TST – 2020)


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O TST já deixou de considerar abusiva greve que, conquanto tenha sido realizada
durante a vigência de instrumento normativo heterônomo, foi motivada pelo
inadimplemento pelo empregador de direitos fundamentais para viabilizar o curso
normal da prestação de trabalho – atraso no pagamento de salários, não pagamento
do 13º salário e não fornecimento de EPI e vale transporte – reputando legítima a
paralisação.

TST-RO-1000506-16.2019.5.02.0000, SDC, rel. Min. Maurício Godinho Delgado, 8/6/2020, Informativo


nº 220 do TST.

A GREVE MOTIVADA POR MORA SALARIAL, MESMO QUE NÃO OBSERVE AS EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA
SUA DEFLAGRAÇÃO, NÃO PODE SER CONSIDERADA ABUSIVA, NEM AUTORIZA O DESCONTO DOS DIAS
PARADOS (Informativo nº 239 do TST – 2021)
TST-RO-451-67.2018.5.11.0000, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 14/6/2021,
Informativo 239.

A GREVE DE CUNHO EMINENTEMENTE POLÍTICO, SEM PERTINÊNCIA COM AS RELAÇÕES


TRABALHISTAS, É CONSIDERADA ABUSIVA (Informativo nº 231 do TST – 2021)

O caso concreto era relativo à greve dos petroleiros, cujas reivindicações envolviam a
redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha, a retomada da produção
interna de combustíveis e o afastamento do presidente da Petrobras.

O TST entendeu que a greve não tinha pertinência com a relação trabalhista mantida
pelos grevistas com a empresa, de modo que a considerou abusiva.

TST-DCG-1000376-17.2018.5.00.0000, SDC, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho,
14/12/2020, Informativo 231.

MOVIMENTO ESPONTÂNEO E IMPREVISTO, ORIUNDO DE REIVINDICAÇÕES PONTUAIS, COM CURTA


DURAÇÃO E ENVOLVENDO A PARTICIPAÇÃO DE POUCOS TRABALHADORES, SEM RERESENTAR
RUPTURA DO PROCESSO PRODUTIVO DA ATIVIDADE ECONÔMICA, NÃO CONFIGURA GREVE, MAS SIM
MANIFESTAÇÃO ISOLADA (Informativo nº 215 do TST – 2020)
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“Movimento conduzido por pequeno grupo de trabalhadores e sem repercussão


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significativa não caracteriza greve. No caso vertente, houve uma pequena paralisação
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das atividades de uma das concessionárias de transporte público de Manaus,


especificamente nos terminais situados nos bairros de Vila Marinho e Augusto
Montenegro. O Tribunal Regional, após análise das provas, entendeu inexistente a
greve, por se tratar de um evento que ocorreu de maneira espontânea e imprevista,
oriundo de reivindicações pontuais (falta de pagamento de horas extras e supostas
perseguições a obreiros), com participação de pouquíssimos trabalhadores e curta
duração (cerca de 30 minutos). Concluiu-se, portanto, não estar configurada uma
efetiva greve, mas sim uma manifestação isolada, com repercussão mínima.”

TST-RO-386-09.2017.5.11.0000, SDC, rel. Min. Maurício Godinho Delgado, 9.3.2020, Informativo 215.

OS EMPREGADOS DE ENTIDADES SINDICAIS PODEM SE ASSOCIAR PARA FORMAR ENTIDADE DE


REPRESENTAÇÃO SINDICAL PRÓPRIA, SENDO ESSA UMA EXPRESSÃO DA LIBERDADE SINDICAL
PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (Informativo nº 1.020 do STF – 2021)

STF. Plenário. ADI 3890/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 7/6/2021, Informativo 1.020.

NÃO É POSSÍVEL À CATEGORIA QUE JÁ SEJA REPRESENTADA EM ÂMBITO NACIONAL POR UM


SINDICATO ESPECÍFICO REALIZAR A DISSOCIAÇÃO SINDICAL E CONSTITUIR SINDICATO ECLÉTICO DE
ÂMBITO ESTADUAL (Informativo nº 247 do TST – 2021)
Embora seja possível a dissociação de um sindicato eclético para constituir sindicato
específico, nos termos da jurisprudência do STF, a recíproca não é verdadeira. Deve
prevalecer o princípio da especificidade em detrimento da territorialidade. Assim, o
sindicato específico da categoria deve ter prevalência sobre eventual sindicato
eclético, que abarca mais de uma categoria, ainda que este último possua um âmbito
de atuação local. A irregularidade na dissociação permanece ainda que haja expresso
assentimento dos membros da categoria envolvida, não sendo possível sair de um
sindicato com representação específica para adentrar em outro com representação
eclética.

TST-RR-1257-64.2012.5.10.0801, 2ª Turma, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 17/11/2021,


Informativo 247.
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A INTERVENÇÃO SINDICAL PRÉVIA É EXIGÊNCIA PROCEDIMENTAL IMPRESCINDÍVEL PARA A DISPENSA


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EM MASSA DE TRABALHADORES, QUE NÃO SE CONFUNDE COM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA POR PARTE DA
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ENTIDADE SINDICAL OU CELEBRAÇÃO DE CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVO (Informativo nº 1058


do STF – 2022) – Novidade!

“A dispensa em massa de empregados deve ser precedida da tentativa de diálogo


entre a empresa e o sindicato dos trabalhadores.

À luz dos postulados da proteção da relação de emprego contra a despedida arbitrária


ou sem justa causa, da representatividade dos sindicatos e da valorização da
negociação coletiva, as entidades sindicais obreiras devem ser ouvidas antes da
demissão coletiva de empregados, o que se revela como requisito procedimental
indispensável.

Não se exige que cheguem a um acordo de vontades, à celebração de convenção ou


acordo coletivos, tampouco que haja autorização prévia do sindicato, assim como a
fixação de condições. Impõe-se tão somente o dever de negociar, no sentido da
abertura do diálogo entre os polos antagônicos, oportunizando o alcance de soluções
alternativas, menos drásticas e danosas.

Nesse contexto, se houver impasse absoluto, a vontade do empregador prevalecerá,


de modo que inexiste afronta à livre iniciativa ou à razoabilidade e proporcionalidade
do procedimento.

Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 638 da
repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário.”

STF-RE 999435/SP, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgamento em
8.6.2022, Informativo 1058.

SÃO CONSTITUCIONAIS OS ACORDOS E AS CONVENÇÕES COLETIVOS QUE, AO CONSIDERAREM A


ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA, PACTUAM LIMITAÇÕES OU AFASTAMENTOS DE DIREITOS
TRABALHISTAS, INDEPENDENTEMENTE DA EXPLICITAÇÃO ESPECIFICADA DE VANTAGENS
COMPENSATÓRIAS, DESDE QUE RESPEITADOS OS DIREITOS ABSOLUTAMENTE INDISPONÍVEIS
(Informativo nº 1057 do STF – 2022) – Novidade!

“É constitucional norma oriunda de negociação coletiva que, apesar de limitar ou


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afastar direitos trabalhistas, assegura aos trabalhadores os direitos absolutamente


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indisponíveis.
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Os acordos e convenções coletivas devem ser interpretados com base no princípio da


equivalência entre os negociantes, de modo que a autonomia coletiva — cujo
reconhecimento não significa renúncia ao acesso à Justiça — não pode ser
simplesmente substituída pela invocação do princípio protetivo ou da primazia da
realidade, oriundos do direito individual trabalhista.

Além disso, ajustes acordados com aval sindical são revestidos de boa-fé e a invalidade
deles deve ser a exceção, não a regra. A anulação dos acordos, na parte em que
supostamente interessa ao empregador, mantidos os ônus assumidos no que diz
respeito ao trabalhador, ao mesmo tempo em que viola o art. 7º, XXVI, da CF/1988,
leva a um claro desestímulo à negociação coletiva, que deveria ser valorizada e
respeitada, especialmente em momentos de crise.

Conjugada a autonomia coletiva com o princípio da adequação setorial negociada, é


possível a disponibilidade dos direitos trabalhistas em acordos e convenções coletivos,
desde que resguardado um patamar mínimo civilizatório, o qual é composto, em linhas
gerais, pelas normas constitucionais, pelas normas de tratados e convenções
internacionais incorporados ao direito brasileiro e pelas normas que, mesmo
infraconstitucionais, asseguram garantias mínimas de cidadania aos trabalhadores.

No caso, quanto às horas in itinere — cuja questão se vincula diretamente ao salário e


à jornada de trabalho —, trata-se de direito disponível, sujeito, portanto, à autonomia
da vontade coletiva.

Com base nesses entendimentos, o Plenário, por maioria, ao apreciar o Tema 1.046 Da
Repercussão Geral, deu provimento ao recurso.”

STF-ARE 1121633/GO, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º e 2.6.2022, Informativo 1057.

OUTROS TEMAS – Novidade!


O DIRETÓRIO NACIONAL DE PARTIDO POLÍTICO NÃO É RESPONSÁVEL POR DÍVIDAS TRABALHISTAS DO
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DIRETÓRIO REGIONAL OU MUNICIPAL (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!


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“O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC 31/DF, em 22/09/2021,


reconheceu a validade constitucional do artigo 15-A, da Lei 9.096/95, com a redação
dada pela Lei 12.034/2009, segundo o qual: ‘A responsabilidade, inclusive civil e
trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional
que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a
outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção
partidária’. A par disso, o diretório nacional do partido político não responde pelas
dívidas trabalhistas dos seus diretórios regionais ou municipais.”

TST-RR-10975-70.2019.5.18.0008, 8ª Turma, rel. Min. Delaíde Alves Miranda Arantes, julgado em


15/6/2022, Informativo 256.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

SÚMULAS E OJS – Novidade!


SÃO INCONSTITUCIONAIS, POR VIOLAÇÃO À SEPARAÇÃO DOS PODERES E AFRONTA À AUTONONIA
ADMINISTRATIVA DOS TRIBUNAIS, AS NORMAS DA REFORMA TRABALHISTA QUE DISCIPLINAM
EXIGÊNCIAS PARA O ESTABELECIMENTO E ALTERAÇÃO DE SÚMULAS E OUTROS ENUNCIADOS DE
JURISPRUDÊNCIA UNIFORME PELO TST E PELOS TRTS (Informativo nº 254 do TST – 2022) – Novidade!

Dentre as diversas modificações introduzidas pela Reforma Trabalhista de 2017, houve


uma em específico que atingiu diretamente a edição e alteração de Súmulas e outros
enunciados de jurisprudência uniforme, como as OJs do TST, causando um verdadeiro
travamento em relação à criação ou alteração dos referidos enunciados.

Isso porque o art. 702, I, f, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/2017, havia
previsto que esses enunciados, inclusive quando oriundos dos Tribunais Regionais do
Trabalho, somente poderiam ser feitos pelo Tribunal Pleno, atendidos os seguintes
requisitos: a) obter o voto favorável de pelo menos dois terços de seus membros; b) a
matéria deve ter sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo,
dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas.
Previu ainda a possibilidade de, por maioria de dois terços dos seus membros,
restringir os efeitos da declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua
publicação no Diário Oficial.

Além disso, o § 3º do art. 702 da CLT, introduzido pela Lei nº 13.467/2017,


determinava que “as sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de
súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com,
no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo
Procurador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de
classe de âmbito nacional”.

Entretanto, referidas normas foram declaradas inconstitucionais pelo Pleno do


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Tribunal Superior do Trabalho, em 16 de maio de 2022, por considerar que “o


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estabelecimento de exigências legais, por parte do Poder Legislativo, acerca da forma e


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dos requisitos para a edição e alteração de súmulas e outros enunciados de


jurisprudência uniforme no âmbito da Justiça do Trabalho, importa em violação ao
princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF) e afronta a autonomia
administrativa dos tribunais (art. 96, I, e 99, “caput”, da CF)” (TST-ArgInc-696-
25.2012.5.05.0463, Tribunal Pleno, rel. Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior,
16/5/2022, Informativo nº 254 do TST).

Assim, as limitações impostas pela Reforma Trabalhista não mais vigoram, podendo o
TST voltar a editar novas Súmulas e OJs e alterar aquelas já existentes, o que não
ocorria desde a entrada em vigor da fatídica reforma.

TST-ArgInc-696-25.2012.5.05.0463, Tribunal Pleno, rel. Ministro Amaury Rodrigues Pinto Junior,


16/5/2022, Informativo 254.

É INCONSTITUCIONAL A INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO QUE


MANTÉM A VALIDADE DE DIREITOS FIXADOS EM CLÁUSULAS COLETIVAS COM PRAZO JÁ EXPIRADO
ATÉ QUE NOVO ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA SEJA FIRMADO (Informativo nº 1056 do STF –
2022) – Novidade!

“Não cabe ao TST agir excepcionalmente e, para chegar a determinado objetivo,


interpretar norma constitucional de forma arbitrária. Assim, a ultratividade das normas
coletivas, ao argumento de que as cláusulas pactuadas se incorporam aos contratos de
trabalho individual, é incompatível com os princípios da legalidade, da separação dos
Poderes e da segurança jurídica.

Ademais, a Corte trabalhista, ao avocar para si a função legiferante, afastou o debate


público e todos os trâmites e garantias típicas do processo legislativo, passando, por
conta própria, a ditar não apenas norma, mas os limites da alteração que criou, além
de selecionar arbitrariamente quem seria atingido pela sua compreensão.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente a ADPF para
declarar a inconstitucionalidade da Súmula 277 do TST, na versão atribuída pela
Resolução 185/2012, assim como de interpretações e decisões judiciais que entendem
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que o art. 114, § 2º, da CF/1988, autoriza a aplicação do princípio da ultratividade de


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normas de acordos e de convenções coletivas.”


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STF- ADPF 323/DF, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 27.5.2022, Informativo
1056.

COMPETÊNCIA – Novidade!
NÃO COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO ANALISAR AÇÃO NA QUAL SE DISCUTE ANÚNCIO DE VAGA
DE EMPREGO COM CUNHO DISCRIMINATÓRIO (Informativo nº 216 do TST– 2020)

O TST entende que se trata de questão que precede a formação da relação de


emprego, não havendo, portanto, empregador e empregado, nem controvérsia
decorrente da relação de trabalho.

TST-RR-18200- 11.2007.5.02.0008, 5ª Turma, rel. Des. Conv. João Pedro Silvestrin, julgado em 11.3.2020,
Informativo 216.

É DA JUSTIÇA DO TRABALHO A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR EVENTUAL DEMANDA RELATIVA A


TRABALHADORES OCUPANTES DE CARGO EM COMISSÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA QUE ESTEJAM
SUBMETIDOS AO REGIME CELETISTA (Informativo nº 217 do TST – 2020)

“O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI nº 3.395/DF, firmou


entendimento de que se insere na competência da Justiça Comum o exame da existência,
validade e eficácia das relações entre servidores e o poder público fundadas em vínculo
jurídico-administrativo. Não se pode olvidar, contudo, que a Excelsa Corte no referido
julgamento se restringiu à análise de típica relação de ordem estatutária, ou seja, de caráter
jurídico-administrativo, que se estabelece entre os entes da Administração Pública Direta, suas
autarquias e fundações públicas e seus respectivos servidores. Tal pronunciamento, portanto,
não abrange a situação delineada nestes autos, em que a parte autora foi nomeada para o
exercício do cargo em comissão de diretor do departamento de cultura do município, sob o
regime da CLT, como disposto na Lei Municipal n.º 731/90.”

TST-RR-201-78.2018.5.12.0041, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


15/4/2020, Informativo 217.

AÇÕES PROPOSTAS COM A FINALIDADE DE DISCUTIR OS CRITÉRIOS ADOTADOS POR EMPRESAS


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PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA PARA A SELEÇÃO DE EMPREGADOS POR CONCURSO


PÚBLICO ESTÃO ABRANGIDAS PELA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM (Informativo nº 968 do STF –
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2020)
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O STF, ao julgar o RE 960.429, submetido à sistemática da repercussão geral,


confirmou o entendimento que já vinha adotando, de que as ações propostas com a
finalidade de discutir os critérios adotados por empresas públicas e sociedades de
economia mista para a seleção de empregados por concurso público estão abrangidas
pela competência da Justiça Comum. A tese de repercussão geral firmada foi a
seguinte: "Compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à
fase pré-contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade de
certame em face da administração pública direta e indireta, nas hipóteses em que
adotado o regime celetista de contratação de pessoal".

STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020, repercussão geral –
Tema 992, Informativo 968.

A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA APRECIAR E JULGAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA


OBJETIVANDO QUE O MUNICÍPIO IMPLEMENTE POLÍTICAS PÚBLICAS CONSTITUCIONALMENTE
PREVISTAS PARA PREVENIR E ERRADICAR O TRABALHO INFANTIL (Informativo nº 222 do TST – 2020)

“A Justiça do Trabalho é competente para apreciar e julgar ação civil pública


objetivando que o município implemente políticas públicas constitucionalmente
previstas para prevenir e erradicar o trabalho infantil. Prevaleceu o entendimento de
que a competência inscrita no art. 114 da Constituição da República não se limita aos
casos de relação de emprego existente, abrangendo, também, o exame de questões
relativas ao direito subjetivo das crianças ao não trabalho, tutela ora pretendida pelo
Ministério Público do Trabalho. Destacou-se, ainda, que as omissões inconstitucionais
do administrador público inserem-se na função típica do Poder Judiciário, que poderá
intervir na implantação de políticas públicas direcionadas à concretização de direitos
fundamentais.”

TST-E-RR-44-64.2013.5.09.0009, SBDI-I, red. p/ acórdão Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
6/8/2020, Informativo 222.

COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO PROCESSAR E JULGAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AJUIZADA PELO
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO EM FACE DE ENTE PÚBLICO, NA QUAL SE FORMULAM PEDIDOS


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RELATIVOS À ADEQUAÇÃO DO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO PARA TODOS OS TRABALHADORES,


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INDEPENDENTEMENTE DO VÍNCULO JURÍDICO LABORAL, INCLUSIVE PARA SERVIDORES


ESTATUTÁRIOS (Informativo nº 260 do TST– 2022) – Novidade!

“Nesta fase processual, encontra-se em discussão qual seria o Órgão jurisdicional


competente para julgar ação civil pública tendo como objeto a tutela do meio
ambiente do trabalho, por meio da qual se busca dar efetividade ao comando do art.
225 da Constituição Federal. A presente ação tem por objeto exigir o cumprimento,
pelo Estado, das normas relativas à higiene, saúde e segurança do trabalho - o que
configura direito constitucionalmente assegurado tanto aos trabalhadores regidos pela
CLT quanto àqueles submetidos ao regime estatutário, conforme o disposto nos arts.
7º, XXII, e 39, § 3º, da CF. Frise-se que a natureza do vínculo empregatício firmado
entre o ente público e o trabalhador, no caso concreto, não tem relevância para alterar
a competência para julgar esta lide, haja vista que a tutela do meio ambiente do
trabalho deve se dar de forma efetiva e adequada, quer se trate de servidor público
estatutário, quer envolva empregados celetistas - de modo que o bem jurídico que se
busca proteger se encontra diretamente relacionado à competência da Justiça do
Trabalho, subsumindo-se às hipóteses previstas no art. 114, I, da Constituição Federal.
Ressalte-se ser comum que, no mesmo ambiente laboral dos Órgãos públicos,
convivam pessoas ligadas à Administração Pública por diferentes vínculos: servidores
públicos estatutários, empregados públicos regidos pela CLT, servidores contratados
por tempo determinado (Lei 8.745/93), trabalhadores prestadores de serviços
terceirizados e estagiários. Nesse contexto, como as condições de segurança, saúde e
higiene de trabalho afetam todos os trabalhadores indistintamente, seria inviável
definir a competência para apreciar ações como esta, tendo como fundamento
determinante a condição jurídica individual de cada trabalhador dentro da
Administração Pública. Cuida-se, dessarte, de situação distinta da examinada pelo STF
na ADI 3.395-6, para a qual a definição da competência jurisdicional decorreu da
natureza do regime jurídico: se celetista ou estatutário. Destaque-se, inclusive, que o
entendimento jurisprudencial do STF acerca da matéria em discussão demonstra que a
limitação de competência imposta à Justiça do Trabalho pela decisão daquela Corte na
ADI 3395-6 não alcança as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento
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de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Nessa


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linha de raciocínio, tem aplicação à hipótese dos autos a Súmula 736 do STF, segundo a
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qual "compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o
descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos
trabalhadores". Portanto insere-se no âmbito da competência material da Justiça do
Trabalho a apreciação e julgamento de ação civil pública ajuizada pelo Ministério
Público do Trabalho, mediante a qual se formulam pedidos relativos à adequação do
meio ambiente de trabalho, em face de ente público, para todos os trabalhadores,
independentemente do vínculo jurídico laboral, inclusive para os servidores
estatutários.”

TST-AIRR-1539-04.2017.5.17.0132, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em


31/8/2022, Informativo 260.

AJUIZADA A AÇÃO ANULATÓRIA DE AUTO DE INFRAÇÃO, EVENTUAL EXECUÇÃO FISCAL QUE VENHA A
SER PROPOSTA PELA FAZENDA DEVERÁ SER DISTRIBUÍDA À MESMA VARA DO TRABALHO EM QUE
TRAMITA AQUELA, EM RAZÃO DA CONEXÃO EXISTENTE ENTRE OS REFERIDOS PROCESSOS
(Informativo nº 226 do TST – 2020)

“Ajuizada ação anulatória de auto de infração pelo suposto devedor, a posterior


propositura de correspondente ação de execução fiscal pela União, em outro foro, não
tem o condão de deslocar a competência, visto que esta é fixada no momento do
registro ou da distribuição da petição inicial, como preconiza o art. nº 43 do CPC/2015.
Ademais, a competência territorial para a execução fiscal (antes no art. 578 do CPC de
1973 e agora no art. 46, §5º, do CPC de 2015) é de natureza relativa, o que implica
reconhecer a possibilidade de sua alteração ou prorrogação. Dessa forma, no presente
caso, cabia à União o ajuizamento da execução fiscal no mesmo foro em que já
tramitava a ação anulatória, devendo, pois, em razão da patente conexão, ser reunidas
as referidas ações para julgamento em conjunto, a fim de se evitar a prolação de
decisões conflitantes.”

TST-CC-9953-02-2019.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, 6/10/2020, Informativo 226.

É VEDADO AO JUIZ INSERIR, DE OFÍCIO, CONDIÇÃO NÃO DESEJADA PELOS INTERESSADOS NA


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TRANSAÇÃO A SER HOMOLOGADA PELA JUSTIÇA DO TRABALHO (Informativo nº 219 do TST – 2020)
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No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição de homologação de


transação extrajudicial, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender
necessário e proferirá sentença. No âmbito do TST verifica-se a existência de decisão
preconizando que nessa análise o Juiz não poderá inserir, de ofício, condição não
desejada pelos interessados, sob pena de ofensa à autonomia da vontade das partes.
Assim, observados os requisitos legais e não havendo vício capaz de anular o negócio
jurídico, a transação deve ser homologada nos exatos termos em que celebrada

TST-RR-596-19.2018.5.06.0015, 5ª Turma, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 20/5/20,


Informativo 219.

A ATUAÇÃO DO JUDICIÁRIO LABORAL NA TAREFA DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA É BINÁRIA:


HOMOLOGAR OU NÃO O ACORDO. NÃO LHE É DADO SUBSTITUIR-SE ÀS PARTES E HOMOLOGAR
PARCIALMENTE O ACORDO (Informativo nº 247 do TST – 2021)

No caso em questão, a Justiça do Trabalho havia homologado parcialmente o acordo


que previa quitação geral dos créditos trabalhistas, se imiscuindo no mérito da questão
e rejeitando a quitação total. Todavia, a Quarta Turma do TST entendeu que não cabe
ao Judiciário adentrar no mérito da questão submetida à jurisdição voluntária
(homologação de acordo extrajudicial), pois sua atividade estaria restrita à análise dos
requisitos necessários para a celebração do acordo, não podendo questionar a
vontade das partes consubstanciada na estipulação dos termos.

TST-RRAg-1001365- 34.2018.5.02.0431, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado
em 16/11/2021, Informativo 247.

PODE A JUSTIÇA DO TRABALHO AFASTAR CLÁUSULAS CONSTANTES DE ACORDO TRABALHISTA QUE


CONSIDERAR ABUSIVAS, FRAUDATÓRIAS OU ILEGAIS, MAS SOMENTE QUANDO FOR POSSÍVEL
CONSTATAR O VÍCIO (Informativo nº 241 do TST – 2021)

Apesar de não poder se imiscuir na vontade das partes, pode a Justiça do Trabalho
afastar cláusulas que considerar abusivas, fraudatórias ou ilegais, mas somente
quando for possível constatar o vício. Não constatado o vício, deve homologar
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integralmente o acordo, ainda que haja nele a quitação total do contrato.


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TST-RR-1001432- 05.2018.5.02.0720, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, julgado em


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4/8/2021, Informativo 241.

A AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, PROPOSTA CONTRA A UNIÃO EM


DECORRÊNCIA DE SERVIÇOS PRESTADOS POR DEFENSOR DATIVO, NÃO É DA COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO (Informativo nº 244 do TST – 2021)

A ação de cobrança de honorários advocatícios, proposta contra a União, em


decorrência de serviços prestados por defensor dativo, não é da competência da
Justiça do trabalho. Isso porque, nessa situação, o advogado dativo atua como um
colaborador do Estado, exercendo suas funções transitoriamente, sem qualquer
vínculo com o Poder Público. Cuida-se de um encargo público que não decorre de
relação de trabalho, mas sim de relação jurídico-administrativa. No mesmo sentido é a
jurisprudência do STF sobre a matéria.

TST-E-RR-209000-38.2009.5.04.0018, SBDI-I, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, 23/9/2021,


Informativo 244.

A JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO É COMPETENTE PARA JULGAR A LIDE ENVOLVENDO TRABALHADOR


QUE É SERVIDOR PÚBLICO SUBMETIDO A REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO COM ESTADO
ESTRANGEIRO (Informativo 234 do TST – 2021)

Nesses casos, não se trata de uma relação de trabalho submetida à jurisdição


brasileira, aplicando-se a imunidade absoluta de jurisdição. Assim como o vínculo
jurídico-administrativo do servidor público da Administração Pública brasileira não está
sujeito à jurisdição trabalhista, o do servidor público com vínculo jurídico-
administrativo com Estado estrangeiro também não está.

TST-RR-11176-28.2015.5.01.0056, 4ª Turma, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, julgado em


23/3/2021, Informativo 234.

É CABÍVEL A IMPETRAÇÃO DE HABEAS CORPUS PERANTE A JUSTIÇA DO TRABALHO QUANDO O ATO


FOR DECORRENTE DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE, SENDO A VARA DO TRABALHO, E NÃO O TRT,
COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO QUANDO O ATO CONTRA O QUAL SE INSURGE O
IMPETRANTE FOR PRATICADO POR PARTICULAR (Informativo nº 245 do TST – 2021)
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“A SBDI-II concluiu que o cabimento do habeas corpus não se restringe aos atos
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praticados por autoridade ou agentes públicos, podendo também ser impetrado


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contra ato de particular. Na hipótese, o habeas corpus fora impetrado sob a alegação
de constrangimento ao direito de locomoção em decorrência de atos supostamente
praticados por sindicato durante o exercício do direito de greve. Consignou-se que o
inciso LXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, que trata do habeas corpus,
diferentemente dos incisos LXIX e LXXII, que dispõem, respectivamente, sobre o
mandado de segurança e o habeas data, é silente quanto ao sujeito do ato coator e
que a importância do direito à liberdade de ir e vir justifica não apenas a utilização da
ação constitucional contra ato de particular, como também a sua legitimação ativa
plena e a dispensa da capacidade postulatória. Salientou-se, ainda, que eventual
constrangimento ao direito de locomoção, decorrente de ato praticado pelo sindicato,
é passível de elisão por meio do habeas corpus, em razão do poder que lhe é
legalmente outorgado para deflagrar a paralisação coletiva. Em seguida, a SBDI-II, com
fundamento no artigo 114, incisos II e IV, da Constituição Federal, afastou a alegação
de incompetência desta Justiça Especializada suscitada pelo sindicato, deixando
consignado que é da Justiça do Trabalho a competência para processar e julgar os
habeas corpus contra atos vinculados ao exercício do direito de greve. Por fim, definiu-
se que a competência funcional para apreciar e julgar habeas corpus impetrado contra
ato praticado por particular é da Vara do Trabalho, e não do TRT.”

TST-RO-1023-93.2015.5.05.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, 28/9/2021, Informativo
245.

COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO PROCESSAR E JULGAR MANDADO DE SEGURANÇA, ENTRE


CLIENTE E ADVOGADO, NO QUAL O IMPETRANTE, RECLAMANTE VENCEDOR NA AÇÃO ORIGINÁRIA,
PLEITEIA O BLOQUEIO E ENTREGA DE VALORES REFERENTES A CRÉDITOS TRABALHISTAS
INDEVIDAMENTE RETIDOS PELO SEU ENTÃO ADVOGADO (Informativo nº 259 do TST – 2022) –
Novidade!

O caso era o seguinte: o trabalhador X contratou o advogado Y para ajuizar uma


reclamação trabalhista contra seu antigo empregador. Sagrando-se vencedor na
reclamação, o trabalhador X teria o direito ao recebimento das verbas trabalhistas a
que o empregador foi condenado. No entanto, em vez de os valores serem repassados
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para o trabalhador X, o advogado Y realizou a retenção ilegal da integralidade do


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crédito trabalhista devido a seu cliente e pago pelo reclamado.


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Em face dessa retenção integral e indevida dos créditos trabalhistas, o trabalhador X


impetrou mandado de segurança contra seu até então advogado, requerendo que
houvesse o bloqueio da quantia depositada na conta deste e a posterior entrega a seu
real titular, o trabalhador X.

A ação mandamental foi ajuizada perante a Justiça do Trabalho, e a SBDI-II do TST


considerou que a competência, de fato, era da Justiça do Trabalho, uma vez que não
estava em jogo a análise de contratos de prestação de serviços ou se tratava de ação
de cobrança pelos advogados contra seus clientes (competência essa da Justiça
Comum, conforme Súmula nº 363 do TST), mas sim se tratava de hipótese de
apropriação indébita decorrente da não satisfação de crédito trabalhista, pois, em que
pese o reclamado ter pago o valor da condenação, todo esse valor foi retido
indevidamente pelos advogados da reclamante, sendo caso de competência da Justiça
do Trabalho para garantir a execução de suas próprias decisões ou dirimir conflitos
dela decorrentes, tratando-se de questão incidental à própria execução trabalhista.

TST-RO-67-68.2017.5.10.0000, SBDI-II, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em 16/8/2022,
Informativo 259.

Competência em razão do lugar


É POSSÍVEL RECONHECER A COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO FORO DO DOMICÍLIO DO RECLAMAENTE
QUANDO A ATRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA AO JUÍZO DO TRABALHO DA CONTRATAÇÃO OU DA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS INVIABILIZAR A GARANTIA DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO
(Informativo nº 185 do TST – 2018)

Em julgado disponibilizado em seu Informativo de nº 185, o TST esclareceu que “as


regras do art. 651 da CLT não devem ser interpretadas de forma literal, mas
sistematicamente, de modo a concretizar os direitos e garantias fundamentais
insculpidos na Constituição da República”, admitindo, com base na garantia de acesso
à Justiça, a possibilidade de reconhecer a competência territorial do foro do domicílio
da reclamante quando a atribuição da competência ao juízo do Trabalho da
contratação ou da prestação dos serviços inviabilizar a garantia do exercício do direito
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de ação.
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TST-E-RR-11727-90.2015.5.03.0043, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 18.10.2018,


Informativo 185.

Modificação de competência
O PRAZO PARA A OPOSIÇÃO DA EXCEÇÃO DE COMPETÊNCIA TEM NATUREZA PRECLUSIVA, SENDO
INCABÍVEL A MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL APÓS SEU DECURSO, AINDA QUE AS
PARTES EXPRESSAMENTE CONCORDEM COM A MODIFICAÇÃO (Informativos nº 225 e 231 do TST –
2020 e 2021)

O TST entende que o prazo do art. 800 da CLT para a oposição da exceção de
incompetência tem natureza preclusiva, de modo que se a exceção não for proposta
no prazo ali previsto, a competência do local em que fora proposta a ação será
prorrogada (Informativo nº 225 do TST).

O entendimento foi reforçado no Informativo nº 231, entendendo o TST que, se não


houver a oposição da exceção de incompetência no momento oportuno, será incabível
a modificação de competência territorial, ainda que as partes expressamente
concordem com a pretensão de modificação.

TST-CC-10467- 93.2019.5.15.0013, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, 22/9/2020, Informativo
225.
TST-CC-1000129-26.2020.5.02.0383, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 15/12/2020,
Informativo 231.

Competência funcional dos Tribunais


É DO PLENO DO TST A COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DE RECLAMAÇÕES QUE TENHAM COMO
CAUSA DE PEDIR A INOBSERVÂNCIA DE SÚMULA POR ELE ESTABELECIDA (Informativo nº 221 do TST –
2020)

No julgamento da Reclamação nº 1000623-61.2019.5.00.0000, divulgado em seu


Informativo de nº 221, o TST decidiu que, uma vez que detém competência para
estabelecer súmulas e julgar reclamações, nos termos dos incisos VII e XI do art. 75 do
RITST, o Tribunal Pleno é competente para julgar reclamação que tiver como causa de
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pedir a inobservância de súmula por ele estabelecida, visto ser o órgão colegiado cuja
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autoridade se pretende garantir, conforme previsto no art. 210, parágrafo 2º, do


RITST.

TST-Rcl-1000623-61.2019.5.00.0000, Tribunal Pleno, rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, 29/6/2020,
Informativo 221.

FASE DE CONHECIMENTO

Petição inicial trabalhista


AO FORMULAR PEDIDOS COM VALORES LÍQUIDOS NA PETIÇÃO INICIAL, SEM REGISTRAR QUALQUER
RESSALVA, A PARTE LIMITA A CONDENAÇÃO A TAIS PARÂMETROS (Informativo nº 219 do TST – 2020)

“Ao formular pedidos com valores líquidos na petição inicial, sem registrar qualquer
ressalva, o autor limita a condenação a esses parâmetros, a teor do disposto no art.
492 do CPC de 2015. Com efeito, nos termos do referido dispositivo legal, “é vedado
ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”. No caso
concreto, extrai-se da petição inicial que o reclamante requereu o pagamento de horas
in itinere no exato valor de R$ 3.803,00, não havendo qualquer menção de se tratar de
mera estimativa ou requerimento de apuração em liquidação, como havia sido feito
em outros pedidos.”

TST-E-ARR-10472-61.2015.5.18.0211, SBDI-I, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 21/5/2020, Informativo


219.

A INDICAÇÃO DO VALOR DO PEDIDO NÃO SIGNIFICA QUE DEVA SER FEITO UM CÁLCULO DETALHADO
A SER JUNTADO À INICIAL. NÃO HÁ EXIGÊNCIA NA CLT, E NEM O JUIZ PODERÁ FAZÊ-LA, DE QUE A
PARTE APRESENTE MEMÓRIA DE CÁLCULO OU INDIQUE DE FORMA DETALHADA OS CÁLCULOS DE
LIQUIDAÇÃO QUE A LEVOU A ATINGIR OS VALORES INDICADOS EM SEU PEDIDO (Informativo nº 232
do TST – 2021)

“A nova redação do § 1º do artigo 840 da CLT, inserida pela Lei nº 13.467/2017, incluiu
novas exigências, dirigidas à parte autora, para o ajuizamento de reclamação
54

trabalhista na modalidade escrita. Tais exigências dizem respeito ao pedido formulado,


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“que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor”. Entende-se por
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pedido certo aquele que não é realizado de forma implícita, em caráter vago ou
genérico, mas sim expresso na petição inicial, por exemplo, o pagamento de horas
extras não adimplidas no curso do contrato. Por outro lado, o pedido determinado é
aquele realizado de modo preciso, sem que haja margem de interpretação sobre o
bem da vida que se deseja, ou seja, em prosseguimento do exemplo referido, o
pagamento da 7ª e 8ª horas trabalhadas durante um período determinado. Por fim, a
indicação de valor é expressão autoexplicativa, sendo obrigação da parte apontar o
valor que pretende receber em razão de cada pedido certo e determinado que
formular. Verifica-se, portanto, que a norma legal em questão em momento algum
também determina que a parte está obrigada a trazer memória de cálculo ou indicar
de forma detalhada os cálculos de liquidação que a levaram a atingir o valor indicado
em seu pedido. Observa-se que a previsão legal em questão tem por objetivo (mens
legis), possibilitar ao polo passivo o pleno exercício de seus direitos processuais
fundamentais de ampla defesa e de exercício do contraditório, como garantido pelo
artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. Assim, havendo o reclamante apresentado
em sua peça inicial pedido certo e determinado, com indicação de valor, está garantido
ao reclamado a possibilidade de amplo exercício de seus direitos, visto que este sabe
precisamente, desde o início do processo, quais são os pleitos formulados contra si.
Ainda, não se pode interpretar tal previsão legal de modo a, de forma irrazoável e
desproporcional, atribuir um peso desmedido sobre o reclamante que, ao início da
demanda, não tem e nem pode ter conhecimento nem possibilidade de acesso a todos
os documentos e informações necessárias para a precisa liquidação de suas
pretensões, exigindo-se lhe que apresente pedido com indicação precisa de valores,
inclusive com planilhas de cálculo detalhado, sob pena de, assim, impedir o seu direito
de acesso ao judiciário (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal), direito este
igualmente fundamental, tão importante quanto os da ampla defesa e contraditório,
ora mencionados. Resulta, portanto, que, ao exigir do reclamante a formulação de pedido
certo, determinado e com indicação de valor, não pode o juiz da causa também lhe exigir a
simultânea apresentação de cálculos detalhados como, no caso em exame, indevidamente
exigiram as instâncias ordinárias, com a flagrante e direta violação dos direitos fundamentais,
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constitucionalmente assegurados a ambas as partes, de acesso ao Judiciário e de defesa de


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seus direitos materiais alegadamente violados ou ameaçados (artigo 5º, inciso XXXV, da
Constituição da República).”

TST-RR-1001473-09.2018.5.02.0061, 2ª Turma, Relator Min. José Roberto Freire Pimenta, Julgado em


24/2/2021, Informativo 232.

No mesmo sentido: TST-AIRR-228-34.2018.5.09.0562, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado,


julgado em 22/6/2022, Informativo 257.

Resposta do reclamado
A AUSÊNCIA DE REPETIÇÃO EXPRESSA DO PEDIDO RECONVENCIONAL AO FIM DA CONTESTAÇÃO NÃO
IMPEDE QUE ESSE SEJA ANALISADO (Informativo nº 217 do TST – 2020)

“1 - Extrai-se dos excertos que o Tribunal Regional entendeu prejudicada a análise da


reconvenção apresentada pela reclamada por ausência de pedido expresso ao fim da
contestação, no tocante ao reconhecimento do pedido de demissão ou dispensa por justa
causa. 2 - Com efeito, a partir da vigência do CPC/15, admite-se a apresentação de
reconvenção em peça única, juntamente à própria contestação. Por outro lado, em clara
tendência adotada pelo novo diploma processual civil, há uma desvalorização do excessivo
rigor formal para maior prestígio da apreciação do mérito da questão litigiosa, destacando-se
como tal o disposto no art. 322, que possibilita ao magistrado apreciar o teor da petição inicial
(e da reconvenção, por consectário) levando em conta o conjunto argumentativo juntamente
ao princípio da boa-fé. 3 - Opor à parte litigante óbice à análise do pedido reconvencional por
mera ausência de repetição de forma expressa ao fim da peça processual se apresenta como
conduta não mais admitida no âmbito das regras processuais hoje em vigor. 4 - Nesse aspecto,
destaque-se, inclusive, que o princípio da informalidade é adotado há mais tempo no processo
do trabalho, no qual se aplica a regra do art. 840, § 1º, da CLT, em que se exige que a petição
inicial apresente o pedido e uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, sem
maiores rigores formais.”

TST-RR-716-17.2017.5.14.0131, 6ª Turma, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 22/4/2020,


Informativo 217.
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Provas
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NÃO CONFIGURA PROVA ILÍCITA AQUELA OBTIDA PELO EMPREGADOR MEDIANTE O ACESSO AO E-
MAIL CORPORATIVO CONFERIDO AO EMPREGADO (Informativo nº 221 do TST – 2020)

Segundo o Tribunal, o e-mail corporativo colocado à disposição do empregado tem


natureza jurídica de ferramenta de trabalho, de modo que não é vedado o acesso do
empregador ao conteúdo das mensagens enviadas e recebidas pelo empregado.
Assim, poderá o empregador utilizar aquelas informações colhidas no e-mail
corporativo do empregado, independentemente de sua autorização de acesso, e
utiliza-las como prova no processo trabalhista.

TST-RR-1347- 42.2014.5.12.0059, 4ª Turma, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em 23/6/2020,
Informativo 221.

A OMISSÃO DO EMPREGADOR QUANTO AO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA A PROGRESSÃO


POR MÉRITO, DADO SEU CARÁTER SUBJETIVO, NÃO GARANTE A AUTOMÁTICA PROMOÇÃO DO
EMPREGADO (Informativo nº 238 do TST – 2021)

Dado o caráter eminentemente subjetivo da apuração da progressão por mérito,


eventual omissão do empregador quanto à implementação do procedimento não
garante a promoção do empregado, por não se poder afirmar que ele teria obtido
êxito, caso tivesse sido avaliado. Contudo, os empregados fazem jus ao pagamento de
diferenças salariais quando o réu não apresenta nos autos – embora instado a fazê-lo –
os documentos que poderiam comprovar o correto cumprimento do sistema de grades
previsto no regulamento empresarial.

TST-E-ED-ARR-532-29.2014.5.03.0016, SBDI-I, rel. Min. Breno Medeiros, red. p/ acórdão Min. Cláudio
Mascarenhas Brandão, 20/5/2021, Informativo 238.

Audiência
CASO O RECLAMADO COMPAREÇA À AUDIÊNCIA INAUGURAL, FICA AFASTADA A REVELIA, MAS SE ELE
VIER A FALTAR À AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO NA QUAL DEVERIA PRESTAR DEPOIMENTO PESSOAL,
SERÁ POSSÍVEL APLICAR A CONFISSÃO FICTA EM RELAÇÃO AOS FATOS QUE SERIAM OBJETO DE
PRODUÇÃO PROBATÓRIA (Informativo nº 235 do TST – 2021)
57

Nesse sentido, o TST desconsiderou uma prova apresentada pelo reclamado na


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audiência inaugural quando, impugnada pela reclamante e essa impugnação seria


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objeto de prova testemunhal e depoimento pessoal do preposto do reclamado na


audiência de instrução, o réu não compareceu à segunda audiência. No caso concreto,
a parte ré apresentou cartões de ponto com força probante na audiência inaugural.
Todavia, esses cartões foram impugnados pela autora, que pretenderia comprovar sua
alegação por meio de prova testemunhal e do depoimento pessoal do preposto da ré.
Como a parte ré faltou à audiência seguinte, em que a prova seria produzida, os
cartões juntados na audiência inaugural, apesar da força probante, foram
desconsiderados, uma vez que sua ausência na audiência de instrução provocou a
impossibilidade da contraprova, sendo então aplicado ao réu a confissão ficta da
jornada alegada pelo reclamante.

TST-RR-11417- 12.2013.5.01.0043, 2ª Turma, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 14/4/2021,
Informativo 235.

A REVELIA NÃO IMPORTA A ACEITAÇÃO DE TUDO QUE FORA ALEGADO PELA PARTE AUTORA, SENDO
LÍCITO AO MAGISTRADO UTILIZAR CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE PARA PONDERAR SOBRE O
ALEGADO PELA RECLAMANTE, ACATANDO OU NÃO SEU PEDIDO (Informativo nº 246 do TST – 2021)

“A revelia e confissão ficta da reclamada, bem como a ausência de controles de ponto,


gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, que pode ser elidida por
prova em contrário, com recurso à razoabilidade e à experiência do magistrado (art.
375 do CPC), de modo que não se impõe a adoção, pelo julgador, de toda e qualquer
jornada de trabalho informada pelo reclamante, sobretudo quando esta se mostrar
inverossímil, como ocorre no presente caso. Precedentes. Todavia, tratando-se a
discussão acerca de jornada considerada inverossímil, em face da confissão ficta e da
ausência de apresentação dos registros de jornada, cumpre ao magistrado não excluir
as horas extras, mas arbitrá-las segundo critérios de razoabilidade.”

TST-RR-101450-91.2017.5.01.0048, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, julgado
em 27/10/2021, Informativo 246.

Custas
58

O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA PODERÁ SER CONCEDIDO TAMBÉM ÀS PESSOAS JURÍDICAS,


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TENHAM ELAS OU NÃO FINS LUCRATIVOS (Informativo nº 216 do TST – 2020)


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“Dispõe o art. 899, § 10, da CLT, incluído pela Lei nº 13.467/2017, serem “isentos do
depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as
empresas em recuperação judicial”. Cuida, portanto, exclusivamente da questão
atinente à isenção de depósito recursal. No que diz respeito particularmente às custas
processuais, o art. 790, § 4º, da CLT, também incluído pela Lei nº 13.467/2017, passou
a admitir a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita “à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”. Tal benefício
inequivocamente estende-se à pessoa jurídica, tenha ela ou não fins lucrativos. Não
obstante, pressupõe comprovação cabal da insuficiência econômica, de conformidade
com o entendimento sufragado na Súmula nº 463, II, do TST.”

TST-RR-1000558-91.2017.5.02.0255, 3ª Turma, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em


24.3.20, Informativo 216.

O DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA À PESSOA NATURAL, EM MANDADO DE


SEGURANÇA QUE TRAMITE NA JUSTIÇA DO TRABALHO, DEMANDA APENAS QUE O INTERESSADO
DECLARE, SOB AS PENAS DA LEI, A IMPOSSIBILIDADE DE PAGAR AS CUSTAS DO PROCESSO, SEM
PREJUÍZO DO SUSTENTO PRÓPRIO OU DE SUA FAMÍLIA (Informativo nº 232 do TST – 2021)

Em relação ao Mandado de Segurança que tramite na Justiça do Trabalho, entendeu o


TST que a norma aplicável é a do CPC, e não a trabalhista, bastando que a parte faça
simples alegação de que não pode pagar as custas sem prejuízo do sustento próprio e
de sua família, não sendo necessária a comprovação da insuficiência de recursos.

“O silêncio na legislação específica que trata do mandado de segurança, a respeito de


parâmetros para concessão da gratuidade da justiça, impõe a adoção supletiva da
legislação processual comum (CPC, art. 1.046, § 2º), não se cogitando, por
conseguinte, de aplicação de disposições da legislação processual do trabalho,
notadamente da Lei 13.467/2017, ainda mais quando a matéria discutida no writ for
administrativa. Assim, o deferimento do benefício da justiça gratuita à pessoa natural,
em mandado de segurança, demanda apenas que o interessado declare, sob as penas
da lei, a impossibilidade de pagar as custas do processo, sem prejuízo do sustento
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próprio ou de sua família (art. 99, § 3º, do CPC de 2015).”


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TST-RO-1000015-09.2019.5.02.0000, Órgão Especial, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 8/2/2021,


Informativo 232.

A COMPROVAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS DA PESSOA NATURAL PARA A OBTENÇÃO DA


GRATUIDADE DE JUSTIÇA PODE SE DAR MEDIANTE DECLARAÇÃO DE MISERABILIDADE DA PRÓPRIA
PARTE (Informativo nº 215 do TST – 2020)

Apesar de a CLT fazer referência “à parte que comprovar insuficiência de recursos”, o


TST admite que essa comprovação possa se dar mediante declaração de
miserabilidade da própria parte.

“[...] a comprovação a que alude o § 4º do artigo 790 da CLT pode ser feita mediante
declaração de miserabilidade da parte. Nesse contexto, a simples afirmação do
reclamante de que não tem condições financeiras de arcar com as despesas do
processo autoriza a concessão da Justiça gratuita à pessoa natural. Enfatiza-se, por fim,
que o banco recorrente nada provou em sentido contrário, ficando na cômoda posição
de negar validade à declaração de pobreza feita pelo reclamante, sem nada alegar de
substancial contra ela e seu conteúdo.”

Esse entendimento também é seguido pela 8ª Turma (TST-RR-1613-60.2012.5.18.0082,


8ª Turma, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, DEJT 9/10/2020.) e pela 5ª Turma do TST
(TST- RR-10255-30.2017.5.03.0093, 5ª Turma, Rel. Min Douglas Alencar Rodrigues,
DEJT de 18/03/2022).

TST-RR-340-21.2018.5.06.0001, 2ª Turma, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em 19.2.2020,
Informativo 215.

EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (ESTATAIS) QUE PRESTEM RELEVANTES


SERVIÇOS PÚBLICOS, TÍPICOS DE ESTADO, NÃO ATUANDO EM REGIME CONCORRENCIAL E SEM
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS FAZEM JUS À ISENÇÃO DE CUSTAS E DE DEPÓSITO RECURSAL (Informativo
nº 237 do TST – 2021)

Nos termos do art. 173, § 1º, II, e § 2º da CF e da Súmula 170 do TST, as sociedades de
economia mista estão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
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inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários e


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não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado, razão pela
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qual não estariam dispensadas do pagamento de custas processuais e do recolhimento


do depósito recursal. Não obstante, o STF tem estendido algumas prerrogativas da
Fazenda Pública a determinadas empresas estatais prestadoras de relevantes serviços
públicos (embora não façam parte do conceito de Fazenda Pública), quando não
atuam em regime de concorrência e não há comprovação de acúmulo ou distribuição
de lucros, tais como os Correios, a Infraero, a EBSERH e diversas companhias estaduais
de saneamento básico. Tais prerrogativas abrangem a dispensa do pagamento do
depósito recursal e das custas processuais para interposição do recurso ordinário e
demais recursos, ante a isenção do preparo.

TST-E-ED-ARR-1609-56.2016.5.13.0006, SBDI-I, rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, 13/5/2021,


Informativo 237.

É CONSTITUCIONAL A IMPOSIÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS PELO BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA


GRATUITA QUE FALTAR À AUDIÊNCIA INICIAL E NÃO APRESENTAR JUSTIFICATIVA LEGAL NO PRAZO DE
15 DIAS (Informativo nº 1.035 do STF – 2021)

A condenação do beneficiário da gratuidade de justiça ao pagamento das custas, em


decorrência de sua ausência na audiência una, conforme prevê o art. 844, § 2º, da CLT,
foi declarada constitucional pelo STF na ADI nº 5766, em outubro de 2021.

STF. Plenário. ADI 5766/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 20/10/2021, Informativo 1035.

Honorários – Atualização!
SÃO INCONSTITUCIONAIS AS NORMAS TRABALHISTAS QUE, PRESUMINDO A SUPERAÇÃO DA
SITUAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA APENAS PELO FATO DE SAGRAREM-SE VENCEDORES
EM OUTRA CAUSA, DETERMINAM O PAGAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS E ADVOCATÍCIOS
SUCUMBENCIAIS POR BENEFICIÁRIOS DA JUSTIÇA GRATUITA (Informativo nº 1.035 do STF – 2021) –
Atualização!

O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a presunção de superação da


situação de hipossuficiência econômica do beneficiário da justiça gratuita prevista no
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art. 791-A, § 4º, e no art. 790-B, caput e § 4º, da CLT.


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Importante destacar que os pedidos acolhidos na ADI 5766 foram para declarar: a) a
inconstitucionalidade da expressão “ainda que beneficiária da justiça gratuita”,
constante do caput do art. 790-B da CLT; b) a inconstitucionalidade do § 4º do art. 790-
B da CLT; e c) a inconstitucionalidade da expressão “desde que não tenha obtido em
juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa,”,
constante do § 4º do art. 791-A da CLT.

Essa informação é importante pelo fato de o acórdão ter sido redigido de maneira
genérica, de modo que a situação somente foi esclarecida em sede de embargos de
declaração, embora estes tenham sido rejeitados, pois ali foi dito que a conclusão do
julgamento esteve adstrita aos pedidos formulados pelo autor da ADI, que foi nos
exatos termos acima descritos, sendo rejeitada apenas a declaração de
inconstitucionalidade do § 2º do art. 844 da CLT (permanecendo a possibilidade de
condenação do reclamante que não comparecer à audiência, ainda que beneficiário da
gratuidade de justiça, ao pagamento das custas).

Toda essa explicação é necessária porque não houve o afastamento da possibilidade


de condenação do beneficiário da gratuidade de justiça ao pagamento dos ônus
sucumbenciais, isso ainda é possível, ficando a obrigação sob condição suspensiva de
exigibilidade pelo prazo de dois anos a contar do trânsito em julgado, após o qual
haverá sua extinção.

O que se afastou nesse julgamento foi: a) a possibilidade de condenação do


beneficiário da justiça ao pagamento dos honorários periciais, que deverão ser
suportados pela União (art. 790-B, caput e § 4º); e b) a presunção de superação da
situação de hipossuficiência econômica prevista no art. 791-A, § 4º, da CLT, pelo qual,
em sua redação, possibilitava que a condição suspensiva de exigibilidade fosse
afastada pelo simples fato de que o reclamante então sucumbente obtivesse, de algum
modo, ainda que em outro processo, um crédito qualquer capaz de solver
(abstratamente) aquela obrigação sucumbencial.

Assim, bastava que o beneficiário vencesse uma outra demanda Y que já haveria a
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presunção de que ele é capaz de suportar os ônus sucumbenciais advindos da


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demanda X em que fora condenado, sem qualquer análise mais profunda acerca da
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real possibilidade de arcar com os ônus sem detrimento de seu sustento. Sem analisar,
por exemplo, se aquele crédito obtido já seria totalmente consumido com outras
dívidas relativas à subsistência própria e de sua família.

STF. Plenário. ADI 5766/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 20/10/2021, Informativo 1035.

SOMENTE HÁ QUE SE FALAR EM SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA SE O AUTOR DECAIR NA INTEGRALMENTE


DE UM DE SEUS PEDIDOS, DE MODO QUE O DEFERIMENTO DE APENAS UMA PARTE DO PEDIDO NÃO
SIGNIFICA QUE O AUTOR SUCUMBIU (Informativo nº 250 do TST – 2022)

“O artigo 791-A, §3º, da CLT, introduzido pela Lei nº 13.467/2017, instituiu na Justiça
do Trabalho os honorários de sucumbência recíproca, mediante a seguinte disposição:
“Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca, vedada a compensação entre os honorários”. Embora a redação do
dispositivo suscite dúvidas acerca do parâmetro de incidência dos referidos
honorários, a melhor interpretação a ser conferida é aquela que se coaduna com a
característica, ordinária, da cumulatividade de pretensões na reclamação trabalhista,
de modo que o autor apenas será sucumbente se decair, integralmente, de um pedido.
Há, ainda, na doutrina quem diferencie a sucumbência parcial - relativa ao
indeferimento de uma simples parcela do pedido, e, portanto inaplicável para os fins
da norma celetista - da procedência parcial (expressão contida no texto expresso em
lei), esta analisada no contexto global da ação, em face da própria pretensão, como já
afirmado. Assim, tendo sido acolhida a pretensão, ainda que indeferida parcela do
pedido, não se há de falar em condenação do autor no pagamento dos honorários
advocatícios previstos no artigo 791-A, §3º, da CLT, pois não configurada, nessa
hipótese, a sucumbência recíproca exigida pelo dispositivo.”

TST-RR-1000353-68.2018.5.02.0080, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


16/2/2022, Informativo 250.

NAS AÇÕES DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS É INCABÍVEL A CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO


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DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS (Informativo nº 235 do TST – 2021)


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“Cinge-se a controvérsia em saber se é devido o pagamento de honorários


advocatícios de sucumbência em ação de produção antecipada de provas. A rigor, na
ação autônoma de produção antecipada de provas não existe litiscontestatio,
tampouco sucumbência em sentido estrito, razão pela qual é incabível o pagamento
dos honorários advocatícios previstos no art. 791-A, caput, da CLT em tais hipóteses.
Precedentes da 4ª Turma do TST.”

TST-RR-923-63.2019.5.12.0046, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 7/4/2021, Informativo


235.

PARTES E PROCURADORES
NÃO CONFIGURA MANDATO TÁCITO A REALIZAÇÃO DE SUSTENTAÇÃO ORAL POR ADVOGADO SEM
PROCURAÇÃO VÁLIDA (Informativo nº 237 do TST – 2021)

“A jurisprudência do TST é firme no sentido de que não configura mandato tácito a


realização de sustentação oral por advogado, sem procuração válida. Ademais, nos
termos da Orientação Jurisprudencial 200 da SBDI-I do TST, “É inválido o
substabelecimento de advogado investido de mandato tácito”. Nesse contexto, não é
possível afastar a irregularidade de representação constatada em recurso cujo
subscritor recebeu substabelecimento de advogado sem poder nos autos. Ressalte-se
ainda que, antes mesmo da modificação do art. 897-A, § 3º, da CLT, o entendimento
desta Corte já era no sentido de ser inaplicável o efeito interruptivo do prazo recursal,
quando da interposição de embargos de declaração sequer conhecidos, por ausência
de pressuposto extrínseco de admissibilidade, tal como a regularidade de
representação.”

TST-E-ED-RR-16400-08.2008.5.13.0007, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 13/5/2021,


Informativo 237.

NÃO HÁ QUE SE FALAR EM OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO NA APLICAÇÃO DE MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL NA CONDIÇÃO DE TERCEIRO, DESDE QUE O VALOR OBSERVE
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O LIMITE DE 20% DO VALOR DA CAUSA, NOS TERMOS DO ART. 77, § 2º, DO CPC DE 2015 (Informativo
Página

nº 234 do TST – 2021)


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“Não há falar em ofensa a direito líquido e certo na aplicação de multa por


descumprimento de ordem judicial na condição de terceiro, desde que o valor observe
o limite de 20% do valor da causa, nos termos do art. 77, § 2º, do CPC de 2015. No
caso, foi direcionada ao banco impetrante ordem judicial determinando o bloqueio
imediato de contas bancárias, bem como a transferência da quantia para uma conta
judicial, sob pena de multa. Não obstante, passados 33 dias, não houve qualquer
resposta do impetrante à determinação judicial. Em razão da inércia do banco, o juiz
da execução entendeu que ficou caracterizada prática de ato atentatório à dignidade
da justiça e fixou, na decisão impugnada, multa no valor correspondente ao montante
que deveria ter sido bloqueado. Sob esses fundamentos, a SBDI-II, por maioria, deu
parcial provimento ao recurso ordinário para conceder em parte a segurança,
reduzindo a multa aplicada por ato atentatório ao exercício da jurisdição para 20% do
valor da causa, revertida à União.”

TST-RO-663-18.2018.5.10.0000, SBDI-II, red. p/ acórdão Min. Maria Helena Mallmann, 23/3/2021,


Informativo 234.

ATOS PROCESSUAIS – Novidade!


NÃO SE ADMITE A LIMITAÇÃO, POR ATO INFRALEGAL, AO NÚMERO DE PÁGINAS DOS DOCUMENTOS
ENVIADOS ELETRONICAMENTE (Informativo nº 239 do TST – 2021)

A legislação referente à transmissão eletrônica de documentos, especificamente as


Leis 9.800/1999 e 11.419/2006, não atribui limitação ao número de páginas dos
documentos enviados eletronicamente, não se admitindo o estabelecimento de tais
restrições por atos infralegais.

TST-RO-221-61.2019.5.12.0000, SBDI-II, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 15/6/2021, Informativo 239.

A TRANSMISSÃO DE PETIÇÃO VIA FAC-SÍMILE DE FORMA INCOMPLETA TORNA INVÁLIDA A PEÇA


PROCESSUAL, NÃO SE ADMITINDO A APRESENTAÇÃO DE NOVA PETIÇÃO SUBSTITUTIVA EM RAZÃO DA
PRECLUSÃO CONSUMATIVA E DO PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE (Informativo nº 235 do TST –
65

2021)
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A transmissão incompleta da petição dos embargos realizada por intermédio de fac-


símile (fax) torna inválida a peça recursal, uma vez que impede a imprescindível
conferência do seu conteúdo com o teor dos originais do recurso, conforme o art. 4º
da Lei nº 9.800/99. Além disso, a preclusão consumativa opera-se com a apresentação
da petição incompleta, transmitida por fax. À luz do princípio da unirrecorribilidade,
não se pode considerar, para fins de verificação da regularidade da interposição do
recurso, uma segunda petição, também transmitida via fac-símile, ainda que dentro do
prazo recursal.

TST- AgR-E-RR-20300-30.2013.5.17.0001, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 15/4/2021,


Informativo 235.

PARA EFEITOS DE CONTAGEM DE PRAZO PROCESSUAL, A INTIMAÇÃO OPERADA NO DIÁRIO


ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO (DEJT) TEM PREVALÊNCIA SOBRE A INTIMAÇÃO PELO
SISTEMA PJE (Informativo nº 248 do TST – 2021)

“Em se tratando de Processo Judicial Eletrônico (PJE), para efeitos de contagem de


prazo processual, a intimação operada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho
(DEJT) tem prevalência sobre a intimação pelo sistema PJE, conforme a disciplina do
art. 4º, § 2º da Lei nº 11.429/2006. Desse modo, os prazos indicados no PJE não têm o
condão de suplantar a disposição legal expressa acerca da prevalência da publicação
no diário eletrônico como critério de contagem dos prazos processuais.”

É importante destacar que o STJ tem entendimento em sentido diverso, de modo que
a intimação operada pelo PJe seria prevalecente em relação àquela operada pelo Diá-
rio Eletrônico. Porém, esse entendimento não se aplica ao processo do trabalho.

TST-E-ED-RR-1043-12.2017.5.10.0021, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 18/11/2021, Informati-


vo 248.

A RECLAMAÇÃO TRABALHISTA NÃO PODE FICAR SOBRESTADA POR TEMPO INDETERMINADO EM


VIRTUDE DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL, ANTE A NATUREZA ALIMENTAR DO CRÉDITO
DEMANDADO, A INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS E A RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
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(Informativo nº 255 do TST – 2022) – Novidade!


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“O sobrestamento de reclamação trabalhista, por prazo indeterminado (superior ao


previsto no art. 315, § 1º, do CPC), em virtude de instauração de inquérito policial,
importa em violação de direito líquido e certo, diante do princípio da duração razoável
do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal, da natureza
alimentar do crédito demandado e da independência entre instâncias.”

TST-ROT-10879-28.2021.5.03.0000, SBDI-II, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em


24/5/2022, Informativo 255.

CABE AO ADVOGADO A RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA PELO SEU ADEQUADO ACESSO À REDE


MUNDIAL DE COMPUTADORES, NÃO CONFIGURANDO CERCEAMENTO DE DEFESA A IMPOSSIBILIDADE
DE SUSTENTAÇÃO ORAL DECORRENTE DE INSTABILIDADE NA SUA CONEXÃO À INTERNET (Informativo
nº 254 do TST – 2022) – Novidade!

“Não configura cerceamento de defesa a impossibilidade de sustentação oral em


sessão telepresencial decorrente de instabilidade na conexão à internet de advogado,
a quem cabia exclusivamente a responsabilidade pelo adequado acesso à rede
mundial, de acordo com regulamento do Tribunal Regional de origem. Consignou-se
ainda que, na hipótese, não houve qualquer tentativa prévia de contato com a
secretaria do órgão judicante com o objetivo de solicitar o adiamento ou retirada do
processo da pauta do julgamento, o que somente ocorreu após a apreciação do feito.”

TST-ROT-930- 57.2020.5.05.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 17/5/2022,
Informativo 254.

RECURSOS – Novidade!
INDEPENDENTEMENTE DA COMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO, É NULO O ATO DE PUBLICAÇÃO DE
ACÓRDÃO AO QUAL NÃO SE TENHA JUNTADO AS RAZÕES DO VOTO VENCIDO (Informativo nº 227 do
TST – 2020)

“A ausência de juntada das razões de voto vencido no acórdão recorrido que julgou o
pleito rescisório gera a nulidade absoluta do ato de publicação da referida decisão,
67

independentemente da comprovação de prejuízo, diante do disposto no artigo 941, §


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3º, do CPC de 2015. Sob esse fundamento, a SBDI-II, por unanimidade, conheceu do
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recurso ordinário interposto pelo autor da ação rescisória e acolheu a preliminar


suscitada para declarar a nulidade dos atos procedimentais a partir da publicação do
acórdão recorrido, determinando a devolução dos autos ao Tribunal Regional de
origem para que haja o saneamento do vício (juntada dos votos vencidos), com
restituição às partes do prazo para a interposição do recurso ordinário e o regular
prosseguimento do feito, nos termos do art. 941, § 3º, do CPC de 2015.”

TST-RO-80168-25.2018.5.22.0000, SBDI-II, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, 20/10/2020,


Informativo 227.

OS PROCESSOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA NÃO SE SUBMETEM AO RITO SUMÁRIO, SENDO


POSSÍVEL A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ORDINÁRIO INDEPENDENTEMENTE DO VALOR DA CAUSA
(Informativo nº 235 do TST – 2021)

“No caso, o TRT não conheceu do recurso ordinário, sob o fundamento de que se trata
de processo que tramita em rito sumário, cuja tramitação se restringe ao primeiro
grau. Da leitura do inteiro teor do que dispõe o art. 2º da Lei nº 5.584/70, que rege a
matéria, infere-se que se trata de rito aplicável à jurisdição contenciosa (sujeita a
conciliação, instrução e julgamento da causa), não sendo esse o caso do protesto
interruptivo da prescrição, que é procedimento de jurisdição voluntária. Em se
tratando de procedimento de jurisdição voluntária, o valor atribuído à causa é mera
formalidade, apenas para fins fiscais, razão por que não influi na submissão ou não da
ação ao rito sumário. Cumpre registrar que, no capítulo do CPC que trata dos
procedimentos de jurisdição voluntária, o art. 724 dispõe que “da sentença caberá
apelação”. Por analogia, no processo do trabalho, aplica-se o inciso I do art. 895 da
CLT, segundo o qual “Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões
definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias;” Assim, ao
adotar o fundamento de que a presente ação se submete ao procedimento sumário,
previsto na Lei nº 5.584/70, tendo em vista o valor atribuído à causa, e, por
consequência, julgar incabível o recurso ordinário, o Tribunal Regional incorreu em
violação do princípio do contraditório e da ampla defesa, insculpido no art. 5º, LV, da
Constituição Federal.”
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TST-RR-803-27.2018.5.09.0664, 6ª Turma, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 7/4/2021,


Informativo 235.

HAVENDO CONTRADIÇÃO ENTRE A EMENTA E VOTO DO RELATOR EM RELAÇÃO AO DISPOSITIVO E À


CERTIDÃO DE JULGAMENTO, DEVE PREVALECER O ENTENDIMENTO EXTRAÍDO DAS NOTAS
DEGRAVADAS DA SESSÃO DE JULGAMENTO (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

Havendo incongruência entre o voto apresentado pelo relator e as notas degravadas


da sessão de julgamento, estas devem prevalecer, pois representam o entendimento
manifestado pelo órgão colegiado que apreciou a controvérsia. Na hipótese,
constatou-se evidente contradição entre a ementa e a fundamentação do acórdão
embargado publicado em relação ao dispositivo e à certidão de julgamento do referido
voto.

TST-ED-ROT-20473-73.2020.5.04.0000, SBDI-II, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 7/6/2022,


Informativo 256.

Pressupostos recursais

A CONCESSÃO DO PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PARA A PARTE RECORRENTE SANAR O VÍCIO DE


REPRESENTAÇÃO SÓ É CABÍVEL QUANDO VERIFICADA IRREGULARIDADE NO INSTRUMENTO DE
PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO QUE JÁ CONSTA NOS AUTOS (Informativo nº 218 do TST –
2020)

“Não se conhece de recurso interposto com assinatura digital de advogado sem


procuração nos autos, revelando-se inexistente o ato praticado por irregularidade de
representação. A concessão do prazo de 5 (cinco) dias para a parte recorrente sanar o
vício, consoante o item II da Súmula nº 383 do TST, só é cabível quando verificada
irregularidade no instrumento de procuração ou substabelecimento que já consta nos
autos. No caso, o recurso ordinário interposto pelo impetrante foi subscrito
eletronicamente por advogado que não estava habilitado por procuração ou
substabelecimento no momento da interposição do apelo.”

TST-AIRO-154-58.2019.5.17.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em


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05/05/2020, Informativo 218.


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É INVÁLIDO O SUBTABELECIMENTO EFETUADO POR ADVOGADO INVESTIDO POR MANDATO TÁCITO,


PADECENDO O RECURSO INTERPOSTO DE VÍCIO INSANÁVEL POR AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO
VÁLIDA (Informativo nº 237 do TST – 2021)

Se o mandato for tácito, a OJ nº 200 da SBDI-I do TST dispõe que “É inválido o


substabelecimento de advogado investido de mandato tácito”. Logo, eventual recuso
apresentado por advogado que foi supostamente substabelecido para atuar no lugar
de outro que havia sido investido por mandato tácito configura irregularidade de
representação por ausência de instrumento válido, sendo um vício insanável, não
havendo que se falar em prazo para regularização.

No caso sob julgamento, outra irregularidade foi constatada, pois o advogado que se
dizia ter sido investido por mandato tácito apenas havia feito uma sustentação oral,
sendo que “a jurisprudência do TST é firme no sentido de que não configura mandato
tácito a realização de sustentação oral por advogado, sem procuração válida.”

TST-E-ED-RR-16400-08.2008.5.13.0007, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 13/05/2021,


Informativo 237.

COMPETE AO JUÍZO DE ORIGEM EXAMINAR O CABIMENTO DA SUBSTITUIÇÃO DO DEPÓSITO


RECURSAL, JÁ RECOLHIDO, PELO SEGURO GARANTIA JUDICIAL (Informativo nº 239 do TST – 2021)

Compete ao juízo de origem examinar o cabimento da substituição do depósito


recursal, já recolhido, pelo seguro garantia judicial, uma vez que, para fins de
deferimento de pedido de tal natureza, além de outras questões jurídicas afetas ao
respectivo pedido, é essencial o exame dos requisitos de validade das apólices de
seguro.

TST-Ag-ED-AIRR-489-36.2013.5.06.0019, Órgão Especial, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho,
07/06/2021, Informativo 239.

NA SUBSTITUIÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL EM DINHEIRO PELO SEGURO GARANTIA JUDICIAL OU


PELA FIANÇA BANCÁRIA, NÃO HÁ NECESSIDADE DE QUE ELES POSSUAM PRAZO INDETERMINADO OU
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CONDICIONADO AO TÉRMINO DO LITÍGIO, SENDO POSSÍVEL A APRESENTAÇÃO DE SEGURO GARANTIA


JUDICIAL OU FIANÇA BANCÁRIA COM PRAZO DETERMINADO (Informativo nº 246 do TST – 2021)
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A SBDI-I do TST fixou entendimento, em sede de Embargos de Divergência, de que é


possível a substituição do depósito recursal em dinheiro pelo seguro garantia judicial
ou pela fiança bancária. Além disso, não há necessidade de que eles possuam prazo
indeterminado ou condicionado ao término do litígio, sendo possível a apresentação
de seguro garantia judicial ou fiança bancária com prazo determinado, de modo que a
extinção ou a não renovação da garantia deverá ser arcada pela parte que a ofereceu,
mas o prazo determinado não impedirá sua aceitação em substituição ao depósito
recursal.

TST-E-AIRR-1154-45.2013.5.04.0007, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 28/10/2021,


Informativo 246.

O AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE IMPUGNA ÓBICE PROCESSUAL ELEITO NO DESPACHO


DENEGATÓRIO DO RECURSO DE REVISTA NÃO NECESSITA RENOVAR AS RAZÕES DO MÉRITO DO
RECURSO, AS QUAIS NÃO FORAM EXAMINADAS NO DESPACHO AGRAVADO (Informativo nº 235 do
TST – 2021)

Suponha-se que a parte interponha um recurso (ex.: peço o afastamento da


configuração da relação de emprego), que não é conhecido (ex.: intempestivo). Diante
da negativa de seguimento, o recorrente pode interpor agravo de instrumento, que no
Processo do Trabalho tem a finalidade de destrancar o recurso principal. Esse agravo
de instrumento não precisa renovar as razões do recurso principal (no exemplo, não
precisa repetir a fundamentação do pedido de afastamento a relação de emprego).
Como ele vai pedir apenas o conhecimento do recurso principal, basta que ele
justifique o erro na decisão que negou o seguimento (o juiz errou na contagem do
prazo).

Desse modo, o agravo de instrumento que impugna óbice processual eleito no


despacho denegatório do recurso de revista não necessita renovar as razões do mérito
do recurso, as quais não foram examinadas no despacho agravado.

TST-E-ED-ED-RR-291-13.2016.5.08.0124, Tribunal Pleno, red. p/ acórdão Min. Luiz Philippe Vieira de


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Mello Filho, 19/4/2021, Informativo 235.


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Recurso de revista – Novidade!


É POSSÍVEL O CONHECIMENTO DE RECUSO DE REVISTA POR CONTRARIEDADE A PRECEDENTE
NORMATIVO DO TST (Informativo nº 183 do TST – 2018)

“É possível o conhecimento de recuso de revista por contrariedade a precedente


normativo do TST, pois, embora o art. 896, “a”, da CLT, com redação dada pela Lei nº
13.015/2014, refira-se a “súmula de jurisprudência uniforme”, pode-se afirmar que
jurisprudência uniformizada é gênero, do qual súmulas, orientações jurisprudenciais e
precedentes normativos são espécies. Ademais, se a Orientação Jurisprudencial nº 219
da SBDI-I admite invocar orientação jurisprudencial do TST para conhecimento de
recurso de revista ou de embargos, independentemente da origem do verbete (SBDI-I,
SBDI-II, Tribunal Pleno/Órgão Especial ou SDC), não se justifica inadmitir o recurso por
contrariedade a precedente normativo, simplesmente pelo fato de consolidar
entendimento jurisprudencial firmado no âmbito dos dissídios coletivos.”

TST-E-RR-2294-39.2012.5.02.0029, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 06/09/2018, Informativo


183.

CONTRA A DECISÃO DO RELATOR QUE NÃO CONSIDERAR DEMONSTRADA A TRANSCENDÊNCIA DA


QUESTÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA CABERÁ A INTERPOSIÇÃO DE
AGRAVO INTERNO (Informativo nº 228 do TST – 2020)

Em relação à decisão monocrática do relator que reconhecer a ausência de


transcendência, se essa decisão for proferida em agravo de instrumento em recurso de
revista, a CLT a considera irrecorrível, mas essa irrecorribilidade foi declarada
inconstitucional pelo TST.

O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho declarou a inconstitucionalidade do art. 896-


A, § 5º, da CLT, que prevê a irrecorribilidade da decisão do relator que, em agravo de
instrumento em recurso de revista, não considera demonstrada a transcendência da
questão. Considerou que o dispositivo viola os princípios da colegialidade, segurança
jurídica, devido processo legal, isonomia e proteção da confiança. Dessa forma, contra
a decisão do relator que não considerar demonstrada a transcendência da questão em
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agravo de instrumento em recurso de revista caberá a interposição de agravo interno.


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TST-ArgInc-1000845-52.2016.5.02.0461, Tribunal Pleno, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão,


6/11/2020, Informativo 228.

NÃO HÁ QUE SE FALAR EM VIOLAÇÃO DIRETA E LITERAL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, APTA A ENSEJAR
A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE REVISTA EM PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, PELA AUSÊNCIA DE
RECOLHIMENTO DO FGTS NA RESCISÃO INDIRETA (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

Em primeiro lugar, é preciso relembrarmos que as únicas hipóteses de interposição de


recurso de revista no procedimento sumaríssimo são pela ocorrência de violação
direta da Constituição Federal ou por contrariedade à Súmula do TST ou Súmula
Vinculante do STF.

Assim, tendo em vista que o recolhimento do depósito do FGTS na rescisão indireta


possui regramento em legislação infraconstitucional, têm-se que o seu não
recolhimento configura hipótese de violação à lei federal, apenas atingindo
indiretamente norma prevista no art. 7º, III, da CF/88, motivo pelo qual não é cabível a
interposição de recurso de revista, no procedimento sumaríssimo, pelo não
recolhimento do FGTS na rescisão indireta, ante a ausência de violação direta e literal
da Constituição Federal.

TST-E-RR-1159-31.2019.5.20.0001, SBDI-I, red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da Veiga, julgado em


9/6/2022, Informativo 256.

Agravo de petição
SOMENTE DO EXECUTADO SE EXIGE A DELIMITAÇÃO DOS VALORES IMPUGNADOS NO AGRAVO DE
PETIÇÃO, CONSTITUINDO PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NÃO EXIGÍVEL DO
EXEQUENTE (Informativo nº 171 do TST – 2018)

Justamente em virtude de o art. 897, §1º, da CLT ter por finalidade permitir o
prosseguimento da execução no tocante àquelas matérias e valores não impugnados
no agravo de petição, o TST já decidiu que o preenchimento do pressuposto de
admissibilidade em questão somente é exigível do executado, não podendo ser exigido
do exequente.
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Nesse sentido, a SBDI-I salientou que “a delimitação dos valores impugnados a que
alude o art. 897, § 1º, da CLT é pressuposto de admissibilidade do agravo de petição e
visa a execução imediata da parte incontroversa, razão pela qual somente é exigível do
executado” e que “o exequente, via de regra, pretende obter um acréscimo ao valor já
apurado, de modo que o descumprimento da referida norma não acarreta qualquer
prejuízo ao prosseguimento da execução”.

TST-E-RR-143500-80.2004.5.01.0342, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 08/02/2018,


Informativo 171.

AÇÃO RESCISÓRIA – Novidade!


ANTES DE INDEFERIR A PETIÇÃO INICIAL E EXTINGUIR A AÇÃO RESCISÓRIA SEM RESOLUÇÃO DE
MÉRITO, DEVE O MAGISTRADO CONCEDER PRAZO PARA QUE A PARTE REGULARIZE O DEPÓSITO
PRÉVIO (Informativo nº 221 do TST – 2020)

“A decisão que, antes de conceder prazo para regularização do depósito prévio,


indefere a petição inicial e extingue a ação rescisória, sem resolução de mérito, está
em desacordo com o princípio da primazia da resolução do mérito e com o que
preceitua o art. 321 do CPC, o qual é aplicável à ação rescisória em virtude do
parágrafo único do art. 318 do CPC. Na espécie, a despeito de a autora ter
regularizado, espontaneamente, o depósito prévio um dia após o ajuizamento da ação
rescisória, o julgador extinguiu a ação, sem qualquer concessão de prazo para que o
vício fosse sanado. Ocorre que, se a ausência de recolhimento do depósito prévio
reclama a concessão de prazo para saneamento do vício, antes de se cogitar do
indeferimento da exordial, a sua realização espontânea pela parte, ainda que em data
diversa do protocolo da petição inicial, demonstra o pleno atendimento dos
pressupostos processuais para a regular tramitação do feito.”

TST-RO-107-24.2016.5.23.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, 23/6/2020, Informativo 221.

ANTES DE REJEITAR A AÇÃO RESCISÓRIA POR AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO


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EXERCÍCIO DO JUÍZO RESCISÓRIO, É NECESSÁRIO QUE O JUIZ POSSIBILITE À PARTE A RETIFICAÇÃO DO


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VÍCIO EM MOMENTO OPORTUNO (Informativo nº 255 do TST – 2022) – Novidade!


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“A ausência de documentos necessários na petição inicial de ação rescisória impede o


efetivo exercício do juízo rescisório e justifica o saneamento do processo quando não
possibilitado à parte autora a retificação do vício em momento oportuno. Nesse
contexto, se faz necessária à anulação, de ofício, dos atos processuais perpetrados
após o ajuizamento da ação rescisória. Com base nesses fundamentos, a SBDI-II, por
unanimidade, conheceu do recurso ordinário e, no mérito, por maioria, anulou, de
ofício, os atos processuais praticados após a petição inicial da ação rescisória,
determinando o retorno do feito ao órgão de origem, para fins de oportunizar à autora
a juntada da cópia do processo matriz, nos termos do art. 321 do CPC.”

TST-ROT-18-04.2021.5.13.0000, SBDI-II, red. p/ acórdão Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em
24/5/2022, Informativo 255.

DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL PONTUAL INTALADA NO TST APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA


DECISÃO RESCINDENDA NÃO SE PRESTA A DESCONSTITUIR A COISA JULGADA (Informativo nº 240 do
TST – 2021)

A divergência jurisprudencial pontual instalada no TST após o trânsito em julgado da


decisão rescindenda não se presta a desconstituir a coisa julgada. Desse modo, a
oscilação jurisprudencial, em momento posterior à decisão rescindenda e de seu
trânsito em julgado, a partir de julgados isolados, não autoriza o corte rescisório de
decisão condizente com a pacífica, notória e reiterada jurisprudência do TST.

TST-RO-21209-33.2016.5.04.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, red. p/ acórdão Min.
Douglas Alencar Rodrigues, 29/6/2021, Informativo 240.

O MPT POSSUI LEGITIMIDADE ATIVA PARA PROPOR AÇÃO RESCISÓRIA, COM FUNDAMENTO NO ART.
966, III E V, DO CPC, AINDA QUE NÃO TENHA SIDO PARTE NO PROCESSO ORIGINÁRIO, EM FACE DE
DECISÃO QUE JULGOU IMPROCEDENTE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM FUNDAMENTO EM LAUDO
OFICIAL FRAUDULENTO PRODUZIDO POR PERITO JUDICIAL, EXCETO NAS HIPÓTESES EM QUE A
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA FOR EXTINTA POR ACORDO (Informativo nº 236 do TST – 2021)

O TST decidiu que o MPT terá legitimidade para ajuizar a rescisória em todos aqueles
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casos em que sua atuação for necessária em razão de suas finalidades institucionais, o
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que se enquadra na cláusula aberta da alínea “c” do inciso III do art. 967 do CPC.
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O caso era relativo ao julgamento de improcedência de reclamação trabalhista


baseada em laudo pericial oriundo de fraude, produzido por profissional investigado
pelo Ministério Público Federal. Inúmeros trabalhadores foram prejudicados por conta
dessa atuação fraudulenta do perito, denotando que as pretensões rescisórias não
eram meramente individuais, mas transindividuais, ligando os trabalhadores por
circunstância comum que os privou de obter uma sentença proferida com base no
devido processo legal, atraindo, assim, a legitimidade do Ministério Público do
Trabalho para o ajuizamento da ação rescisória.

A legitimidade ativa do MPT na ação rescisória, por outro lado, não resta configurada
quando o processo originário é extinto pela homologação de acordo celebrado entre
as partes em juízo. Nesse caso, entende-se que o interesse decorrente da rescisão da
sentença é meramente particular, tendo o acordo sido derivado da autonomia da
vontade, não atraindo a atuação do MPT.

TST-RO-6784-24.2018.5.15.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, e TST-RO-6789-46.2018.5.15.0000,


rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, SBDI-II, 20/04/2021, Informativo 236.

A DATA DO TRÂNSITO EM JULGADO SE DÁ NO DIA SUBSEQUENTE AO FINAL DO PRAZO PARA


INTERPOSIÇÃO DE RECURSO, E O INÍCIO DO PRAZO DECADENCIAL PARA AJUIZAMENTO DA AÇÃO
RESCISÓRIA É O DIA SEGUINTE À DATA DO TRÂNSITO EM JULGADO (Informativo nº 241 do TST – 2021)

A data do trânsito em julgado corresponde ao dia imediatamente subsequente ao


último dia do prazo para a interposição do recurso, iniciando-se a contagem do prazo
decadencial para ajuizamento da ação rescisória no dia seguinte, nos termos do inciso I
da Súmula 100 do TST, e findando-se no dia de igual número do de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência, conforme art. 132, § 2º, do CC.

Caso concreto: prazo recursal até 9/10/2014; portanto, trânsito em julgado em


10/10/2014 (“dia imediatamente subsequente”); primeiro dia da contagem do prazo
para ação rescisória: 11/10/2014 (“dia seguinte”); último dia para ajuizar a ação
rescisória: 11/10/2016 (art. 132, § 2º, do CC).
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TST-RO-1293-83.2016.5.05.0000, SBDI-II, red. p/ acórdão Min. Renato de Lacerda Paiva, 10/8/2021,


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Informativo 241.
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OS FATOS RECONHECIDOS EM SENTENÇA CRIMINAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO NÃO


PODEM SER REDISCUTIDOS NA SEARA TRABALHISTA, ANTE O PRINCÍPIO DA UNIDADE DA JURISDIÇÃO,
CABENDO O AJUIZAMENTO DE AÇÃO RESCISÓRIA POR VIOLAÇÃO À COISA JULGADA (Informativo nº
189 do TST – 2018)

A coisa julgada que, caso ofendida, autoriza o ajuizamento da ação rescisória é a coisa
julgada material, que, ademais, deve ser oriunda de relação processual distinta,
conforme deixa claro a OJ nº 157 da SDBI-II do TST.

Nesse ponto é importante destacar que o TST já admitiu a rescisão de decisão


proferida no âmbito da Justiça do Trabalho em razão de ofensa a coisa julgada oriunda
de sentença criminal condenatória.

“No caso, a coisa julgada que se formou no processo criminal, em que constatado o
crime cometido pelo empregado (ato de improbidade), com a consequente pena de
perda do emprego público, operou-se anteriormente ao trânsito em julgado do
acórdão rescindendo que, ao analisar as razões que ensejaram a justa causa, concluiu
pela nulidade da dispensa do reclamante. Assim, a decisão penal se sobrepõe à
sentença trabalhista, de modo que esta não pode subsistir com conteúdo decisório
oposto àquele que transitou em julgado na esfera criminal. Sob esse entendimento, a
SBDI-II, por unanimidade, conheceu e negou provimento ao recurso ordinário,
mantendo, portanto, a decisão do Tribunal Regional que, com fundamento no art. 485,
IV, do CPC de 1973, julgou procedente o pedido de corte rescisório para reconhecer a
justa causa praticada pelo empregado.”

TST-RO-9301-70.2010.5.01.0000, SBDIII, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, 11.12.2018,


Informativo 189.

O MARCO DIVISOR PARA AFASTAR A CONTROVÉRSIA A RESPEITO DA INTERPRETAÇÃO DE NORMA


INFRACONSTITUCIONAL É O FATO DE A MATÉRIA ESTAR PACIFICADA NA SBDI-I E NAS OITO TURMAS
DO TST, NO MOMENTO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO RESCINDENDA, MESMO QUE NÃO
EDITADA SÚMULA OU ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL A RESPEITO DO TEMA (Informativo nº 180 do
TST – 2018)
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“O TST, flexibilizando os comandos da Súmula nº 83 da Corte, firmou o entendimento


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de que o marco divisor para afastar a controvérsia a respeito da interpretação de


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norma infraconstitucional é o fato de a matéria estar pacificada na SBDI-I e nas oito


Turmas do TST, no momento do trânsito em julgado da decisão rescindenda, mesmo
que não editada súmula ou orientação jurisprudencial a respeito do tema. Na hipótese,
todavia, à época em que proferido o acórdão rescindendo, a tese acerca da
necessidade, ou não, de comprovação da inexequibilidade da devedora principal, para
os fins de redirecionamento da execução para a responsável subsidiária nos casos de
falência da responsável principal, não estava pacificada, pois ausentes precedentes da
SBDI-I e da 3ª Turma acerca do mérito da questão, além de também haver
controvérsia no âmbito dos Tribunais Regionais. Assim, ante o óbice da Súmula nº 83
do TST, a SBDI-II, por unanimidade, conheceu do recurso ordinário, e, no mérito, por
maioria, deu-lhe provimento para julgar improcedente a ação rescisória.”

TST-RO-8573-11.2011.5.04.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, red. p/ acórdão Min.
Renato de Lacerda Paiva, Informativo 180.

O PRAZO DECADENCIAL DA AÇÃO RESCISÓRIA É DE NATUREZA MATERIAL, NÃO SENDO APLICÁVEL A


ELE QUALQUER DETERMINAÇÃO DO CNJ PARA SUSPENSÃO DE PRAZOS PROCESSUAIS EM VIRTUDE DA
PANDEMIA DA COVID-19 (Informativo nº 259 do TST – 2022) – Novidade!

“Por se tratar de típico prazo de natureza material, ou seja, relacionado ao exercício de


direitos e pretensões, não se aplica ao prazo decadencial da ação rescisória qualquer
determinação advinda de atos normativos do CNJ no sentido de suspender os prazos
processuais, em virtude dos efeitos da pandemia da COVID-19. Assim, a inobservância
do biênio previsto no art. 975 do CPC de 2015, impõe a pronúncia da decadência da
ação rescisória.”

TST-ROT-380-78.2020.5.08.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 16/8/2022,
Informativo nº 259.

MANDADO DE SEGURANÇA
É CABÍVEL MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO QUE DETERMINA A SUSPENSÃO DO
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PROCESSO ATÉ ULTERIOR DELIBERAÇÃO DO STF, TENDO EM VISTA A INEXISTÊNCIA DE RECURSO


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APROPRIADO PARA IMPUGNAR A DECISÃO (Informativo nº 234 do TST – 2021)


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“Tratando-se o suposto ato coator de determinação de suspensão do processo até


ulterior deliberação do STF na ADPF n.º 323, a SBDI-II, por maioria, entendeu pelo
cabimento da ação mandamental para impugnar o referido ato, por considerar
inexistente via recursal ordinária apropriada. Para tanto, fundamentou no sentido de
ser incabível a correição parcial fundada no Regimento Interno do Tribunal Regional de
origem ou no Regimento Interno da CGJT. Isso porque ausente abuso ou erro de
procedimento, porquanto a decisão impugnada apenas estabeleceu critério de
adequação da matéria ao tema do Supremo Tribunal Federal, bem como não se cuida
de hipótese de dano irreparável, pois o julgamento do feito pelo STF possibilitará a
retomada da regular marcha processual.”

TST-RO-90-07.2018.5.09.0000, SBDI-II, red. p/ acórdão Min. Renato de Lacerda Paiva, 16/3/2021,


Informativo 234.

É INCABÍVEL O MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR QUE


INDEFERE PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL PELO SEGURO GARANTIA, TENDO EM
VISTA QUE A DECISÃO É IMPUGNÁVEL MEDIANTE AGRAVO INTERNO (Informativo nº 239 do TST –
2021)

A decisão monocrática, em processo em curso no TST, que indefere o pedido de


substituição do depósito recursal pelo seguro garantia constitui decisão interlocutória,
de inequívoco caráter judicial. Há de se reconhecer, portanto, que a decisão
impugnada possui recurso próprio, no caso, o agravo interno. Salienta-se, ainda, que
apesar da disciplina do art. 893, § 1º, da CLT (irrecorribilidade de imediato das
interlocutórias), a jurisprudência do TST pacificou-se no sentido de admitir o recurso
imediato de decisões interlocutórias suscetíveis de impugnação mediante recurso para
o próprio Tribunal, caso do agravo interno, a teor do disposto na Súmula 214 do TST.
Logo, no presente caso, evidencia-se ser incabível a impetração do mandado de
segurança, porquanto há recurso próprio. Com efeito, é inadmissível a utilização do
mandamus como sucedâneo recursal, como orientam a Súmula 267 do STF e a OJ 92
da SBDI-II do TST.
79

TST-MSCiv-1001295-35.2020.5.00.0000, Órgão Especial, red. p/ acórdão Min. Lelio Bentes Corrêa,


Página

7/6/2021, Informativo 239.


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APLICA-SE À GRATUIDADE DE JUSTIÇA NO MANDADO DE SEGURANÇA AS NORMAS PREVISTAS NA


LEGISLAÇÃO PROCESSUAL COMUM, NÃO AS NORMAS DA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL TRABALHISTA,
BASTANDO A MERA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA PARA TER DIREITO AO BENEFÍCIO
(Informativo nº 232 do TST – 2021)

O silêncio, na legislação específica que trata do mandado de segurança, a respeito de


parâmetros para concessão da gratuidade da justiça, impõe a adoção supletiva da
legislação processual comum (CPC, art. 1.046, § 2º), não se cogitando, por
conseguinte, de aplicação de disposições da legislação processual do trabalho, ainda
mais quando a matéria discutida no writ for administrativa. Assim, o deferimento do
benefício da justiça gratuita à pessoa natural, em mandado de segurança, demanda
apenas que o interessado declare, sob as penas da lei, a impossibilidade de pagar as
custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família (art. 99, § 3º,
do CPC de 2015).

TST-RO-1000015-09.2019.5.02.0000, Órgão Especial, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 8/2/2021,


Informativo 232.

CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO QUE, EMBORA OSTENTE CARÁTER


INTERLOCUTÓRIO, CONTRARIA A JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA, REITERADA E NOTÓRIA DO TST
(Informativo nº 186 do TST – 2018)

“Cabe mandado de segurança contra decisão que, embora ostente caráter interlocutório,

contraria a jurisprudência pacífica, reiterada e notória do TST. Na espécie, o writ foi impetrado
pelo Ministério Público do Trabalho contra acórdão proferido em recurso ordinário pelo TRT
da 5ª Região, que anulou de ofício sentença prolatada em ação civil pública e determinou o
retorno dos autos à Vara de origem para que fossem chamados à lide os litisconsortes passivos
necessários (empregados ocupantes de funções de confiança potencialmente atingidos pelo
pedido de declaração de nulidade dos contratos firmados com ente público sem prévia
aprovação em concurso público). Ocorre que, conforme entendimento firmado pelo TST, não
há litisconsórcio passivo necessário entre a pessoa natural ou jurídica demandada e os sujeitos
que possam ser atingidos pelos efeitos da decisão proferida em ação civil pública voltada à
defesa de direitos e interesses difusos e coletivos. O litisconsórcio na ação civil pública apenas
80

se viabiliza em relação aos demais legitimados ativos para o debate coletivo (art. 5º, §§ 1º e 5º,
da Lei nº 7.347/1985).”
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TST-RO-144- 28.2011.5.05.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 06/11/2018, Informativo
186.

ADMITE-SE A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM FACE DE DECISÃO JUDICIAL


TERATOLÓGICA (Informativo nº 207 do TST – 2019)

“Cabe, excepcionalmente, mandado de segurança para impugnar decisão que


determinou a emenda à petição inicial de reclamação trabalhista para que o autor
juntasse planilha contábil, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
Trata-se de decisão teratológica, a afastar a incidência da Orientação Jurisprudencial
nº 92 da SBDI-II, pois impõe ônus ilegal ao exercício do direito de ação, visto que a
planilha contábil não é documento indispensável à propositura da reclamação, nos
termos do art. 840, § 1º, da CLT e dos arts. 319, IV e V; 320; 322, caput, § 2º e 324,
todos do CPC de 2015. Ademais, exigir que o reclamante aguardasse a prolação da
sentença de extinção do processo, sem julgamento do mérito, para só então se valer
da medida processual cabível atenta contra a celeridade da prestação jurisdicional. Sob
esses fundamentos, a SBDI-II, por maioria, deu provimento ao recurso ordinário para
conceder a segurança e determinar o prosseguimento da reclamação trabalhista em
questão, independentemente da juntada da planilha contábil.”

TST-RO-368-24.2018.5.12.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann – Informativo 207.

É CABÍVEL A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA NOS CASOS EM QUE HÁ CRIAÇÃO DE


EMBARAÇOS NÃO PREVISTOS EM LEI, CAPAZES DE INVIABILIZAR O LIVRE EXERCÍCIO DO DIREITO
CONSTITUCIONAL DE AÇÃO, AINDA QUE SEJA POSSÍVEL A IMPUGNAÇÃO DA DECISÃO MEDIANTE
RECURSO PRÓPRIO (Informativo nº 246 do TST – 2021)

O mandado de segurança não é cabível quando for possível a impugnação da decisão


mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido (OJ nº 92 da SBDI-II do TST).

Todavia, a SBDI-II do TST vem mitigando a aplicação da OJ nº 92 naqueles “casos em


que há criação de embaraços não previstos em lei capazes de inviabilizar o livre
exercício do direito constitucional de ação”. O caso julgado dizia respeito à exigência
81

de que o impetrante fizesse uma liquidação pormenorizada do valor de cada pedido


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constante da reclamação trabalhista, algo não previsto em lei e que impõe restrição
indevida de acesso ao Judiciário.

TST-ROT-101623-94.2019.5.01.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, 26/10/2021, Informativo


246.

LIQUIDAÇÃO
OS JUROS DE MORA CONTAM-SE DESDE O AJUIZAMENTO DA PRIMEIRA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,
CASO ESSA SEJA ARQUIVADA E POSTERIORMENTE O TRABALHADOR VENHA A PORPOR OUTRA
(Informativo nº 235 do TST – 2021)

A incidência de juros moratórios, decorrentes de condenação na justiça laboral, ocorre


a partir do ajuizamento da primeira reclamação trabalhista, ainda que tenha sido
arquivada, e não a partir da propositura da segunda reclamação na qual se condena a
mesma reclamada em objeto idêntico ao do primeiro pedido. Com efeito, a partir do
ajuizamento da reclamação inicial, a reclamada já passa a ter ciência, ao menos em
tese, de que existe uma pretensão material em seu desfavor, e naquele momento já
fica constituída em mora.

TST-E-RR-1023-29.2010.5.15.0085, SBDI-I, rel. Min. Lélio Bentes Corrêa, 15/4/2021, Informativo 235.

É INCABÍVEL A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA PARA ALEGAR EXCESSO DE EXECUÇÃO,


TENDO EM VISTA A EXISTÊNCIA DE MEIOS PROCESSUAIS PRÓPRIOS (Informativo nº 232 do TST –
2021)

A alegação de excesso de execução deve ser deduzida nos momentos processuais


adequados, seja no prazo previsto para o contraditório contábil prévio (art. 879, § 2º,
da CLT), seja naquele indicado para ataque à sentença de liquidação (art. 884, § 3º, da
CLT). Portanto, havendo no ordenamento jurídico medidas processuais idôneas para
corrigir a suposta ilegalidade, revela-se incabível a impetração do mandado de
segurança.

TST-ROT-40-17.2019.5.10.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 23/2/2021, Informativo


82

232.
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EXECUÇÃO – Novidade!
É LÍCITA A PENHORA DE VENCIMENTOS PARA PAGAMENTO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA
DECORRENTE DO CONTRATO DE TRABALHO, OBEDECIDOS OS REQUISITOS DO ART. 529, § 3º DO CPC
(Informativo nº 244 do TST – 2021)

É lícita a penhora de vencimentos determinada na vigência do CPC de 2015 para


pagamento de prestação alimentícia em percentual inferior ao limite estabelecido no
art. 529, § 3º. A penhora deve preencher todos os requisitos legais de validade, quais
sejam: a) determinada na vigência do CPC de 2015; b) imposta para o pagamento de
créditos reconhecidos pela Justiça do Trabalho, os quais possuem nítido caráter
alimentar; e c) fixada em percentual condizente com o que preceitua o art. 529, § 3º,
do CPC de 2015 (até 50% dos ganhos líquidos).

TST-ROT-100876-81.2018.5.01.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, 21/9/2021, Informativo
244.

É APLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO O DISPOSITIVO DO CPC QUE PREVÊ MEDIDAS EXECUTIVAS


ATÍPICAS, DESDE QUE A MEDIDA GUARDE RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO ENTRE SUA APLICAÇÃO E O
PAGAMENTO DO CRÉDITO TRABALHISTA E NÃO CAUSE RESTRIÇÕES DESPROPORCIONAIS A DIREITOS
DO EXECUTADO (Informativo nº 232 do TST – 2021)

O art. 139, IV, do CPC tem aplicação subsidiária ao Processo do Trabalho. Contudo, a
sua aplicação exige cautela, porque a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação
(CNH) e do passaporte implica restrição ao direito fundamental de ir e vir do
executado. No caso concreto, a medida será desproporcional e sem afinidade com o
pagamento de créditos trabalhistas caso não haja garantia de que a restrição dos
direitos viabilizará de forma eficiente a probabilidade de adimplemento do débito. Ou
seja, deve haver relação de causa e efeito entre a aplicação da medida coercitiva e o
pagamento da dívida.

TST-RO-1412-96.2017.5.09.0000, SBDI-II, rel. Min. Delaíde Alves Miranda Arantes, 23/2/2021,


Informativo 232.
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NÃO É CABÍVEL O MANDADO DE SEGURANÇA PARA IMPUGNAR DECISÃO QUE REJEITA O PEDIDO DE
REMIÇÃO DE DÍVIDA APRESENTADO PELA EXECUTADA APÓS A ASSINATURA DO AUTO DE
ARREMATAÇÃO (Informativo nº 232 do TST – 2021)

Não é cabível o mandado de segurança para impugnar decisão que rejeita o pedido de
remição de dívida apresentado pela executada após a assinatura do auto de
arrematação. O direito subjetivo à remição apenas se convalida se exercido antes da
alienação dos bens penhorados (art. 926 do CPC), revelando-se preclusos os
requerimentos formulados após a assinatura do auto de arrematação, salvo se
vinculados à existência de vício processual para o próprio exercício do direito à
remição (art. 903, caput e § 1º, I, do CPC).

TST-ROT-40-17.2019.5.10.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 23/2/2021, Informativo


232.

A CLÁUSULA DE IMPENHORABILIDADE INSERIDA PELO DOADOR DO IMÓVEL NÃO TEM


APLICABILIDADE EM EXECUÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS (Informativo nº 216 do TST – 2020)

“O e. TRT julgou que a cláusula de impenhorabilidade inserida pelo doador do imóvel


não tem aplicabilidade em execução de débitos trabalhistas, razão pela qual entendeu
ser possível a penhora dos bens. [...] Para o deslinde de controvérsia existente na fase
de execução trabalhista, dispõe o art. 889 da CLT que, em caso de omissão da norma
celetista, deve ser aplicável o disposto na Lei de Execuções Fiscais, Lei nº 6.830/80.
Desta maneira, o caso em análise deve ser solucionado com fulcro na previsão contida
no art. 30 da Lei nº 6.830/80, no sentido de que a totalidade dos bens e rendas do
devedor respondem pelo pagamento dos créditos trabalhistas, seja qual for sua
origem ou natureza, inclusive os gravados por cláusula de impenhorabilidade, restando
excluídos, somente, os bens e as rendas que a lei declara serem absolutamente
impenhoráveis.”

TST-Ag-AIRR-188800-06.1996.5.02.0023, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 11/03/2020,


Informativo 216.
84

É ÔNUS DO EXEQUENTE A PROVA DE QUE O IMÓVEL NÃO CONSTITUI BEM DE FAMÍLIA (Informativo
Página

nº 250 do TST – 2022)


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Não é a parte que deseja ser beneficiada com a impenhorabilidade sobre o bem de
família que deve provar que o bem é seu único imóvel, produzindo prova negativa de
que possua outros bens. Pelo contrário, é o exequente que deve demonstrar que o
imóvel que deseja executar não constitui bem de família, possuindo o executado
outros bens.

“1. Cinge-se a controvérsia em definir se o único imóvel de propriedade do executado,


locado ou disponível para locação, é abrangido pela impenhorabilidade do bem de
família. 2. Para os efeitos da impenhorabilidade do bem de família involuntário,
versada na cabeça do artigo 5º da Lei n.º 8.009/1990, exige-se, a princípio, apenas que
o bem indicado à penhora seja o único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade
familiar para moradia permanente. A incidência da tutela legal é automática,
independente de qualquer iniciativa do devedor. 3. Registre-se, ainda, que o Superior
Tribunal de Justiça, interpretando referido dispositivo legal – artigo 5º da Lei n.º
8.009/1990 – firmou entendimento, cristalizado na Súmula n.º 486 daquela Corte
superior, no sentido de que o fato de a família não residir no único imóvel de sua
propriedade não descaracteriza, automaticamente, o instituto do bem de família. 4.
Portanto, o fato de o imóvel estar locado ou disponível para locação, por si só, não
afasta a garantia da impenhorabilidade do bem família. 5. De outro lado, a
jurisprudência desta Corte superior firmou-se no sentido de que não se afigura
juridicamente razoável a exigência, ao executado, de apresentar prova de que
determinado imóvel é seu único bem, pois tal exigência equivaleria à determinação
para produção de prova negativa de que não tem outros bens. Portanto, a
compreensão desta Corte superior firmou-se no sentido de que cabe ao exequente
comprovar que o imóvel em discussão não constitui bem de família, indicando outros
bens de propriedade do executado. 6. No caso dos autos, considerando que as
premissas adotadas pelo Tribunal Regional – tanto em relação ao afastamento da
garantia legal da impenhorabilidade em razão da não residência da executada no
imóvel, como no tocante ao ônus da prova de que aquele é seu único bem –
encontram-se dissonantes da jurisprudência que rege a matéria, temse por
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demonstrada a transcendência política da controvérsia.”


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TST-RR-1000290-91.2016.5.02.0022, 6ª Turma, red. p/ acórdão Min. Lelio Bentes Corrêa, julgado em


9/2/2022, Informativo 250.

A EXECUÇÃO INDIVIDUAL TRABALHISTA DECORRENTE DE SENTENÇA COLETIVA PROFERIDA EM AÇÃO


CIVIL PÚBLICA SOMENTE PRESCREVERÁ APÓS O DECURSO DO PRAZO DE CINCO ANOS, A CONTAR DO
TRÂNSITO EM JULGADO DESTA (Informativo nº 240 do TST – 2021)

O TST entende que o prazo prescricional da execução individual de sentença coletiva


proferida em ação civil pública é de cinco e não de dois anos, a contar do trânsito em
julgado da sentença, sendo irrelevante o fato de o vínculo empregatício ter sido
rompido antes do trânsito em julgado. Assim, por analogia, em razão da falta de norma
na lei de ação civil pública, aplica-se o prazo prescricional quinquenal previsto na lei de
ação popular, de modo que a execução individual trabalhista decorrente de sentença
coletiva proferida em ação civil pública somente prescreverá após o decurso de cinco
anos, a contar do trânsito em julgado desta.

TST-RRAg-11213-19.2019.5.03.0134, 6ª Turma, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 23/6/2021,


Informativo 240.

A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NÃO SE APLICA AOS PROCESSOS CUJA EXECUÇÃO FOI INICIADA EM
DATA ANTERIOR AO INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017 (Informativo nº 242 do TST – 2021)

“À luz do que preconiza a Súmula nº 114, é inaplicável na Justiça do Trabalho a


prescrição intercorrente. No que se refere à alteração trazida pela Lei nº 13.467/17,
com a inserção do artigo 11-A da CLT, o artigo 2º da IN nº 41 do TST disciplina que a
prescrição intercorrente conta-se a partir do descumprimento da determinação
judicial, desde que feita após 11 de novembro de 2017. Extrai-se, assim, que a
prescrição intercorrente é inaplicável aos processos cuja execução teve início
anteriormente à Lei nº 13.467/17, o que impossibilita a penalização do exequente por
inércia. Precedentes. Na hipótese dos autos, verifica-se que o crédito do exequente foi
constituído antes da vigência da Lei nº 13.467/17, ou seja, a execução poderia ser
impulsionada, de ofício, pelo juiz.”

TST-RR-649-18.2010.5.18.0121, 4ª Turma, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, julgado em


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17/8/2021, Informativo 242.


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HAVENDO MAIS DE UMA PENHORA SOBRE O MESMO IMÓVEL, PREVALECE A DO CREDOR QUE
PRIMEIRO LAVROU O AUTO DE PENHORA EM SUA EXECUÇÃO, POUCO IMPORTANTO QUEM FOI O
PRIMEIRO A FAZER O REGISTRO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL EM CARTÓRIO (Informativo nº 248 do
TST – 2021)

“Para os casos de penhoras que recaem sobre o mesmo imóvel, tem preferência
aquele credor que primeiro tiver lavrado o auto de penhora em sua execução, pouco
importando quem foi o primeiro a fazer o registro na matrícula do imóvel do cartório.
Na espécie, os agravados, nos autos da ação n° 0082200- 98.1995.5.02.0021, que
tramitou perante a 21ª Vara do Trabalho de São Paulo, efetivaram a penhora em
4/7/2002 e registraram-na em 30/12/2003, sem que fosse providenciado o registro
imobiliário do título. Em outro do processo de n° 0249000- 82.1991.5.02.0013, que
tramitou perante a 13ª Vara Trabalhista de São Paulo, a ora autora logrou, em
24/4/2008, em leilão judicial, arrematar o imóvel descrito e caracterizado na Matrícula
84.717, do 3° Registro de Imóveis de São Paulo e, em consequência, foi devidamente
imitida na posse do imóvel arrematado. A autora, para transferir a propriedade do
imóvel, providenciou o registro da competente carta de arrematação, em 10/8/2009.
Tem-se, portanto, que a penhora do imóvel foi efetivada em momento anterior à
anotação, o que denota que a penhora dos ora réus sobre o bem tem preferência,
conforme preceitua o art. 797 do CPC. Com efeito, fazendo o cotejo entre a previsão
do código de processo civil, da lei de registros públicos e do código civil, o Superior
Tribunal de Justiça decidiu que a regra contida no CPC, em seu artigo 797, deve
prevalecer, estando claro que terá preferência o credor que primeiro tiver lavrado o
auto de penhora em sua execução, independentemente de quem foi o primeiro a fazer
o registro na matrícula, em cartório.”

TST-ROT-1001437-87.2017.5.02.0000, SBDI-II, rel. Min. Amaury Rodrigues Pinto Júnior, 30/11/2021,


Informativo 248.

EM RELAÇÃO À EXECUÇÃO CONTRA MASSA FALIDA OU EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, A JUS-


TIÇA DO TRABALHO SOMENTE SERÁ COMPETENTE ATÉ O MOMENTO DA INDIVIDUALIZAÇÃO E QUAN-
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TIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRABALHISTA, APÓS O QUE DEVERÁ O CREDOR HABILITAR SEU CRÉDITO NO
JUÍZO UNIVERSAL (Informativo nº 241 do TST – 2021)
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“1.1. A competência da Justiça do Trabalho para executar créditos contra a massa fali-
da ou contra empresa em recuperação judicial estende-se até a sua individualização e
quantificação, momento após o qual cabe ao credor habilitá-lo no Juízo Universal. 1.2.
Assim, tratando-se de execução de empresa em processo de recuperação judicial,
eventual decisão sobre liberação dos depósitos recursais em favor do exequente, ain-
da que tais depósitos tenham sido realizados antes do deferimento do pedido de recu-
peração judicial, insere-se na competência da Justiça Universal e não da Justiça do Tra-
balho. Precedentes da SBDI-2.”

TST-RRAg-128600-14.2007.5.03.0025, 8ª Turma, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado em


4/8/2021, Informativo 241.

NÃO SE ADMITE A DETERMINAÇÃO DE BLOQUEIO DE VALORES PERTENCENTES A TERCEIRO NÃO


INTEGRANTE DO PROCESSO ORIGINÁRIO, DEVENDO A PENHORA DE CRÉDITO EM PODER DE TERCEIRO
SE LIMITAR À DETERMINAÇÃO DE QUE OS VALORES SEJAM POSTOS À DISPOSIÇÃO DO JUÍZO, CASO
VENHA CUMPRIR A OBRIGAÇÃO (Informativo nº 253 do TST – 2022) – Novidade!

“Afronta o princípio do devido processo legal (art. 5º, LV, da CF) a decisão que, com o
objetivo de garantir o pagamento de débitos trabalhistas de empresa executada no
feito primitivo, determina o bloqueio de valores pertencentes a terceiro não
integrante do processo originário, decorrentes de contrato de prestação de serviços
firmado com a executada, os quais constituem objeto de ação de cobrança em trâmite
na Justiça Comum. A penhora de crédito em poder de terceiro deve restringir-se à
determinação para que os valores sejam postos à disposição do juízo, caso venha
cumprir a obrigação e, assim, esteja habilitado ao seu recebimento, não cabendo a
execução direta do contrato entre terceiros pelo juiz a manu militari.”

TST-ROT-80559-26.2020.5.07.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 19/4/2022,
Informativo 253.

PROCESSO COLETIVO
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A CELEBRAÇÃO DE ACORDO SEM RESSALVAS, COM A FINALIDADE DE ENCERRAR MOVIMENTO


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GREVISTA, AFASTA O INTERESSE PROCESSUAL EM VER DECLARADA A ABUSIVIDADE DA GREVE EM


DISSÍDIO COLETIVO (Informativo nº 216 do TST – 2020)
FABIANO MELLO AOZANI 93903456004 FABIANO MELLO AOZANI 93903456004 FABIANO MELLO AOZANI 9390345600

“A celebração de acordo sem ressalvas, com o fim de encerrar movimento paredista,


afasta o interesse processual, em dissídio coletivo, de ver declarada a abusividade da
greve, configurando a hipótese do art. 485, VI, do CPC/2015. Assim, não havendo, no
acordo entabulado, manifestação expressa quanto ao interesse no exame da
legalidade da greve, o processo deve ser extinto sem resolução de mérito.”

TST-RO-240-16.2017.5.20.0000, SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, red. p/ acórdão Min. Aloysio
Corrêa da Veiga, 09/03/2020, Informativo 216.

É INADEQUADA A VIA DO DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA PARA A PRETENSÃO DE


PROVIMENTO DE NATUREZA MANDAMENTAL, RELATIVO À FIXAÇÃO DE UMA OBRIGAÇÃO DE NÃO
FAZER (Informativo nº 235 do TST – 2021)

O dissídio coletivo de natureza jurídica tem por finalidade exclusiva proceder à


interpretação de instrumentos de negociação coletiva e enunciados normativos,
destinados a regular, de forma particular e específica, os interesses da categoria
profissional ou econômica. Logo, é inadequada a via do dissídio coletivo de natureza
jurídica para a pretensão de provimento de natureza mandamental, relativo à fixação
de uma obrigação de não fazer.

No caso em questão, o proponente requeria que fossem os empregadores obrigados,


durante a pandemia de COVID-19, a não convocar profissionais que se enquadrassem
em grupos de risco.

TST-ROT-10481-18.2020.5.03.000, SDC, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 12/4/2021,


Informativo 235.

A EXCEPCIONALIDADE DA PANDEMIA DE COVID-19 NÃO JUSTIFICA A UTILIZAÇÃO DE DISSÍDIO


COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA PARA A IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÕES ÀS EMPRESAS E
EMPREGADORES ALÉM DAQUELAS JÁ PREVISTAS EM LEI (Informativo nº 244 do TST – 2021)

Decidiu o TST que o dissídio coletivo não é via adequada para buscar a suspensão de
atividades presenciais durante a pandemia de COVID-19, além de que o não
cumprimento de eventuais liminares concedidas durante esse processo, por ser ele
89

nulo, não pode gerar efeitos entre as partes, como o pagamento de multas, dando-se à
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extinção do processo efeitos ex tunc.


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ROT-10443-06.2020.5.03.0000, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 20/9/2021, Informativo
244.

A AÇÃO ANULATÓRIA NÃO É A VIA ADEQUADA PARA PROVIMENTO DE NATUREZA CONDENATÓRIA,


NEM PODE SERVIR PARA REGULAR OS EFEITOS FINANCEIROS DE EVENTUAL NULIDADE DECLARADA DE
INSTRUMENTO COLETIVO (Informativo nº 232 do TST – 2021)

A ação anulatória não é a via adequada para provimento de natureza condenatória,


nem pode servir para regular os efeitos financeiros de eventual nulidade de
instrumento coletivo declarada. Eventual deferimento de compensação equivaleria à
emissão de provimento jurisdicional condenatório, incompatível com a ação
anulatória. Além disso, não é possível a compensação com base no critério da
aplicação da norma mais favorável (art. 620 da CLT) e da teoria do conglobamento no
caso de instrumentos coletivos celebrados por sindicatos profissionais distintos e que
representam categorias diferentes. O deferimento da compensação com base em
acordo coletivo de trabalho celebrado por sindicato que não representa a categoria
dos profissionais do mesmo setor implicaria violação do princípio da unidade sindical
(art. 8º, II, da CF).

TST-RO-1000037-04.2018.5.02.00009, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, red. p/ o
acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 22/2/2021, Informativo 232.

A IMPOSIÇÃO DE COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL A EMPREGADOS NÃO ASSOCIADOS EM


FAVOR DA ENTIDADE SINDICAL AFRONTA DIRETAMENTE A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADA, INDEPENDENTEMENTE DE EVENTUAL AUTORIZAÇÃO EM
ASSEMBLEIA GERAL DA CATEGORIA (Informativo nº 235 do TST – 2021)

A imposição de cobrança de contribuição assistencial a empregados não associados em


favor da entidade sindical afronta diretamente a liberdade de associação
constitucionalmente assegurada, independentemente de eventual autorização em
assembleia geral da categoria.

Além disso, é reconhecido o interesse recursal do sindicato dos empregadores para


impugnar a cláusula que institui a contribuição assistencial em favor do sindicato dos
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trabalhadores, pelas seguintes razões: a) o custo que terá com elaboração de cálculos,
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burocracia e trabalho para efetuar os descontos; b) os ônus processuais a que estará


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sujeito, em caso de eventual não desconto e repasse das aludidas contribuições, com
encargo de multa, juros e correção monetária, além de gastos com advogados para
possível defesa, tendo em vista que os descontos de trabalhadores não associados são
considerados inconstitucionais pelo STF; c) a necessidade de se dar cumprimento aos
precedentes vinculantes do STF sobre esta matéria, que se tornariam inócuos se não
reconhecida legitimidade recursal das entidades sindicais patronais.

Tais razões justificam-se, ainda, pelo fato de que os sindicatos dos trabalhadores,
beneficiários das contribuições sobre os empregados não associados, não irão
recorrer; tampouco o MPT, que se manifesta contrariamente à limitação contributiva
aos associados; ou mesmo os próprios trabalhadores, se considerada a relação custo
benefício dessa demanda. Deste modo, para evitar lesão à garantia constitucional de
acesso à justiça, faz-se patente reconhecer o interesse recursal dos sindicatos
patronais.

TST-RO-1004102-76.2017.5.02.0000, SDC, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho,
12/4/2021, Informativo 235.

A AÇÃO ANULATÓRIA NÃO É A VIA ADEQUADA PARA PROVIMENTO DE NATUREZA CONDENATÓRIA,


NEM PODE SERVIR PARA REGULAR OS EFEITOS FINANCEIROS DE EVENTUAL NULIDADE DECLARADA DE
INSTRUMENTO COLETIVO (Informativo nº 232 do TST – 2021)

A ação anulatória não é a via adequada para provimento de natureza condenatória,


nem pode servir para regular os efeitos financeiros de eventual nulidade de
instrumento coletivo declarada. Eventual deferimento de compensação equivaleria à
emissão de provimento jurisdicional condenatório, incompatível com a ação
anulatória. Além disso, não é possível a compensação com base no critério da
aplicação da norma mais favorável (art. 620 da CLT) e da teoria do conglobamento no
caso de instrumentos coletivos celebrados por sindicatos profissionais distintos e que
representam categorias diferentes. O deferimento da compensação com base em
acordo coletivo de trabalho celebrado por sindicato que não representa a categoria
dos profissionais do mesmo setor implicaria violação do princípio da unidade sindical
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(art. 8º, II, da CF).


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TST-RO-1000037-04.2018.5.02.00009, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, red. p/ o
acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 22/2/2021, Informativo 232.

OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES – Novidade!


PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA TEM LEGITIMIDADE PARA
APRESENTAR PEDIDO DE SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA QUANDO ATUAR NA DEFESA DO
INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO (Informativo nº 241 – 2021)

A legitimidade ativa de pessoa jurídica de direito privado integrante da Administração


Pública Indireta para apresentar pedido de suspensão de liminar e de sentença
restringe-se às hipóteses em que atua na defesa de interesse público primário.

TST-OE-SLS-1001214-86.2020.5.00.0000, Órgão Especial, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi,


9/8/2021, Informativo 241.

NÃO SE APLICA A TAXA REFERENCIAL (TR) COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE DÉBITOS
TRABALHISTAS (Informativo nº 1043 do STF – 2021) – Novidade!

“Tendo-se em vista que a TR não reflete o poder aquisitivo da moeda nacional, a


Justiça laboral deve utilizar, até que o Poder Legislativo oportunamente solucione a
questão, os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as
condenações cíveis em geral, isto é, o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E) na fase pré-judicial e a taxa do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (SELIC) a partir do ajuizamento da ação. Também devem ser estritamente
observados os marcos fixados para a modulação dos efeitos da decisão plenária
proferida no julgamento conjunto acima destacado, cujas balizas foram
expressamente reproduzidas na tese do tema de repercussão geral.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, reconheceu a existência


de repercussão geral da questão constitucional suscitada (Tema 1191 RG). No mérito,
por maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria para prover
parcialmente o recurso extraordinário.”
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Tese fixada:
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“I - É inconstitucional a utilização da Taxa Referencial - TR como índice de atualização


dos débitos trabalhistas, devendo ser aplicados, até que sobrevenha solução
legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as
condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e,
a partir do ajuizamento da ação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), à
exceção das dívidas da Fazenda Pública, que possuem regramento específico. A
incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser
cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que
representaria bis in idem;

II - A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação desta tese, devem ser
observados os marcos para modulação dos efeitos da decisão fixados no julgamento
conjunto da ADI 5.867, ADI 6.021, ADC 58 e ADC 59, como segue: (i) são reputados
válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova
demanda, incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR
(IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial
ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como
devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que
expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA-E)
e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados
na fase de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença,
inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros
e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título judicial
fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14,
ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC e (iii) os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-
se aos processos, ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha
consignado manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de
juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais).”

RE 1269353/DF, relator Min. Luiz Fux, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 17.12.2021,
Informativo 1043.
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AS SUSPENSÕES E INTERRUPÇÕES DE PRAZOS RECURSAIS NÃO INTERFEREM A CONTAGEM DO PRAZO


DA CORREIÇÃO PARCIAL, ANTE A SUA NATUREZA DE MEDIDA ADMINISTRATIVA SUI GENERIS, NÃO SE
CONFUNDINDO COM RECURSO (Informativo nº 256 do TST – 2022) – Novidade!

“Por não se tratar de recurso, mas sim de medida administrativa sui generis, derivada
da natureza da atuação ininterrupta da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho e
sem relação direta com o processo de origem, a correição parcial não se submete a
interrupção nem a suspensão de prazos previstas no art. 897-A, § 3º, da CLT (oposição
de embargos de declaração) e nos arts. 192 do RITST e 775-A, da CLT (recesso forense
e férias coletivas), respectivamente. Nesse contexto, a apresentação de correição
parcial, após o prazo de 5 dias previsto no art. 17, caput, do RICGJT, torna intempestiva
a medida e impõe o seu indeferimento. E, uma vez declarada a intempestividade da
correição parcial, essa precede em relação ao exame de ausência superveniente de
interesse capaz de ensejar a perda de objeto.”

TST-Ag-CorPar-1000023-35.2022.5.00.0000, Órgão Especial, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, julgado


em 6/6/2022, Informativo 256.

A AUSÊNCIA DE INTERVENÇÃO DO MPT NAS AÇÕES COLETIVAS EM QUE O SINDICATO FIGURA COMO
SUBSTITUTO PROCESSUAL, QUANDO NÃO EVIDENCIADA A OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO, NÃO É APTA,
POR SI SÓ, A GERAR NULIDADE POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO MPT (Informativo nº 255 do TST –
2021) – Novidade!

“No âmbito desta Especializada, a decretação de eventual nulidade demanda a


comprovação de manifesto prejuízo às partes, na forma do art. 794 da CLT. Ademais a
jurisprudência desta Corte tem se manifestado no sentido de que não há nulidade por
ausência de intervenção do Ministério Público do Trabalho nas ações coletivas em que
o sindicato figura como substituto processual, notadamente quando não evidenciado
qualquer prejuízo, como no caso dos autos. Precedentes da SBDI-II e de Turmas desta
Corte.”

TST-RR-820-57.2018.5.12.0057, 5ª Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 18/5/2022, Informativo


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ANTE A INEXISTÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE DE SUA PARTICIPAÇÃO NO FEITO, A AUSÊNCIA DO


MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO EM AÇÃO COLETIVA MOVIDA POR SINDICATO COMO
SUBSTITUTO PROCESSUAL NO INTERESSE ESPECÍFICO DA CATEGORIA NÃO É CAUSA DE NULIDADE
(Informativo nº 261 – 2022) – Novidade!

“Trata-se de ação coletiva, ajuizada pelo sindicato dos trabalhadores, na qualidade de


substituto processual, em que se pretende o pagamento de horas in itinere. Segundo
entendimento do TST, não é obrigatória a participação do Ministério Público do
Trabalho nas ações coletivas propostas por sindicatos na defesa de direitos individuais
homogêneos. A atuação do sindicato, na qualidade de substituto processual e agindo
no interesse específico da categoria, tem previsão específica nos arts. 8º, III, da
Constituição Federal e 195, §2º, e 513, "a", da CLT, e não se confunde com a atuação
dos legitimados no art. 92 da Lei nº 8.078/1990 na propositura de ação civil coletiva
para a defesa de interesses e direitos dos consumidores.”

TST-ARR-10595-96.2014.5.03.0151, 2ª Turma, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 14/9/2022,


Informativo 261.

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