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A CARTOLA

A Cartola é um chapéu masculino de aba estreita, copa alta e cilíndrica, frequentemente de cor preta e
brilhante, e usada habitualmente em ocasiões solenes. Era chamado originalmente de chapéu alto. Foi
amplamente utilizado no século XVIII, principalmente na Inglaterra e Estados Unidos, sendo símbolo de
nobreza.
Na Maçonaria ela possui um significado simbólico tradicional, sendo usada apenas em trabalho
ritualístico. Fora de Loja nunca deve ser usada. Na visita a Loja de outro Rito que não use cobertura não é
necessária o seu uso. Naquelas Lojas em que o uso de cobertura é obrigatório, a cartola deve ser usada de
acordo com o Rito praticado na Loja visitada.

Durante os trabalhos ritualísticos da sessão a cartola não é retirada em momento algum. Deus,
Sabedoria, Força, Beleza, são elementos íntimos de cada pessoa, eles estão dentro de cada um de nós, por isso
exigem um tratamento formal. Por isso também, não é retirada a cartola nas orações. Em todo cerimonial que
exija uma oração o correto é cobrir-se como símbolo de igualdade.

Como a Cartola é a mais nobre das coberturas do homem na visão do Rito Schröder, o maçom deve
estar coberto com ela. Então, com a cobertura da cabeça, o Trabalho não sofrerá as influências internas de
cada um dos presentes.

A Cartola é característica do Rito. Outros ritos usam a espada como símbolo da Liberdade e
Igualdade, mas no Rito Schröder, em que é vedado o uso da espada ou qualquer outra arma, a Cartola
simboliza a Igualdade. Outros ritos usam outros tipos chapéus com outras finalidades, como o chapéu
desabado, o chapéu de três bicos, etc.

O simbolismo da cartola está prescrito nas palavras do Ir. Preparador, na preparação do Candidato: ...
“A primeira demonstração de que estais disposto em submeter-vos a estas provas, será a de nos
entregar o vossa cartola, o qual, para nós, vale como um símbolo da liberdade”. O mesmo acontece
quando ele informa a Loja através das seguintes palavras: ... “Através da confiante entrega de sua
cartola, simbolicamente se desfez de sua liberdade, para readquiri-la, como Maçom”. Após a Iniciação,
o Venerável Mestre entrega ao recém-iniciado o cartola, com as palavras: “Agora retomai a vossa
cartola e cobri-vos, como sinal da perfeita igualdade de todos nós perante a lei”.

Na Loja de Companheiro: o Ir. Preparador solicita: “Entregai vossas cartolas ao meu


acompanhante”. (Este leva mais tarde as cartolas para o interior do Templo) Após a promoção, o
Venerável Mestre lhes devolve as cartolas, dizendo:
“Tomai de volta vossas cartolas e cobri-vos com este símbolo de Liberdade e Igualdade”.
Na Loja de Mestre: o Adjunto do Preparador toma a cartola do Companheiro e leva-a para o
Templo, colocando-a no Altar. Após a elevação, o Venerável Mestre devolve a cartola com as
seguintes palavras: “Tomai também vossa cartola e cobri-vos com este símbolo de Liberdade e
Igualdade”.
Igualdade, Diversidade, Tolerância

Os maçons prezam a Igualdade. Esta está na matriz genética do que é a Maçonaria. Na Loja, todos são
essencialmente iguais, mesmo que alguém dirija, alguém assista quem dirige, alguém ensine e alguém
aprenda. Porque todos foram e potencialmente serão tudo, todos fizeram e potencialmente farão tudo em
Loja. A dignidade da condição humana é exatamente igual em todos e cada um, quaisquer que sejam as suas
habilitações, as suas aptidões, as suas realizações.

Os maçons prezam, também, e em igual medida, a Diversidade e o corolário desta, a diferença. Em


Loja, é patente a riqueza advinda do confronto e da cooperação de diferentes experiências, capacidades,
opiniões, formações. Os maçons aprendem e praticam o inestimável valor da diversidade, aprofundam o
estimulante potencial da diferença. Cada um contribui com as suas valências, os seus saberes, os seus gostos,
as suas experiências, em suma, com a sua individualidade, para enriquecer o grupo e os demais. E cada um
aprende, enriquece-se, com o que depara de diferente, com diversos pontos de vista que lhe aguçam e
estimulam o intelecto e o espírito crítico.

A Igualdade não pressupõe, não se faz, de similitude. A Igualdade aceita, resulta da multitude de
diferenças que existem na Diversidade.

Entender que os nossos iguais não deixam de o ser porque pensam diferente de nós, aceitar que as
diferenças de aspeto, de cor de pele, de experiências, de culturas, não afetam a essencial Igualdade da
natureza humana, expressa na individualidade de cada um, é a natural postura que permite, mais do que
possibilitar, mais do que meramente compatibilizar, efetivamente rentabilizar a Diversidade existente na
Igualdade.

A Igualdade é o campo que cada ser humano tem em comum, o solo que todos pisamos, a terra que a
todos nós molda. A Diversidade são as diferentes culturas que sobre essa terra comum se semeiam, granjeiam
e, a seu tempo, se colhem, todas diferentes, todas importantes, apesar das suas diferenças, afinal devido às
suas diferenças. A mesma terra dá o cereal de que se faz o pão, cria o fruto de que se fabrica o vinho,
desenvolve o algodão de que se faz tecido. A Tolerância é a alfaia que trabalha a terra e semeia, granjeia e
colhe as culturas.

Compreender que todos somos essencialmente iguais, valorizar as diferenças inerentes à nossa
individualidade, articular o que é comum com o que é diverso com a harmonia da Tolerância, são caraterísticas
imanentes da Maçonaria, presentes desde sempre na sua matriz formadora. Para os maçons, reconhecer a
Igualdade e Tolerar, isto é, aceitar, valorizar e aproveitar a Diferença, é pura rotina, algo tão natural como
respirar.

No dia em que todos em toda a Humanidade conseguirem compreender e praticar que o ser humano,
sendo essencialmente Igual aos seus semelhantes só se valoriza. se potencia, se realiza pelo exercício e
aproveitamento das suas diferenças, constituindo o conjunto de todas elas a enriquecedora Diversidade da
espécie humana, tão mais enriquecedora e propiciadora do progresso e do bem comum quanto mais bem
Tolerada, aceite, fomentada for por todos e cada um, nesse dia finalmente as trevas do obscurantismo serão
vencidas pela Luz da razão.

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