1. W. Bion desenvolveu pesquisas sobre formação e fenômenos de grupo em hospitais militares ingleses durante a 2a Guerra Mundial.
2. Ele criou atividades terapêuticas de grupo para soldados hospitalizados que promoveram engajamento, cooperação e autoestima dos participantes.
3. Bion identificou fatores que contribuem para um bom espírito de grupo, como propósito comum e reconhecimento dos limites de cada membro.
1. W. Bion desenvolveu pesquisas sobre formação e fenômenos de grupo em hospitais militares ingleses durante a 2a Guerra Mundial.
2. Ele criou atividades terapêuticas de grupo para soldados hospitalizados que promoveram engajamento, cooperação e autoestima dos participantes.
3. Bion identificou fatores que contribuem para um bom espírito de grupo, como propósito comum e reconhecimento dos limites de cada membro.
1. W. Bion desenvolveu pesquisas sobre formação e fenômenos de grupo em hospitais militares ingleses durante a 2a Guerra Mundial.
2. Ele criou atividades terapêuticas de grupo para soldados hospitalizados que promoveram engajamento, cooperação e autoestima dos participantes.
3. Bion identificou fatores que contribuem para um bom espírito de grupo, como propósito comum e reconhecimento dos limites de cada membro.
inglês que desenvolveu pesquisas sobre a formação e fenômenos de grupo, entre outros assuntos. Iniciou seus trabalhos no exército inglês e deu prosseguimento aos mesmos em grupos do Instituto Tavistock, constituídos de pessoas com formações diversas. Muitos dos conceitos desenvolvidos em sua pesquisa se tornaram relevantes para a compreensão de grupos de trabalho e dos fenômenos emocionais subjacentes a eles. Bionfoi designado como psiquiatra para a ala de reabilitação do Hospital Northfield, durante a segunda guerra mundial. A elaboração de hipótese de trabalho: como lidar com os soldados que haviam chegado ao hospital psiquiátrico? Bion busca a resposta num tipo de disciplina que os disporia ao tratamento. Assume que dois fatores eram primários para a convergência em um grupo: a presença de um inimigo, que fornece um perigo comum e um objetivo comum; e a presença de um oficial que, sendo experimentado, conhece algumas de suas próprias deficiências, respeita a integridade dos seus homens e não tem medo de sua boa vontade e nem de sua hostilidade. Definecomo objetivo, na relação com seus homens, a produção de homens que se respeitem a si mesmos, socialmente ajustados à comunidade e desejosos de aceitar suas responsabilidades tanto na paz quanto na guerra. O perigo comum era a existência da neurose como uma incapacidade da comunidade. Portanto, cabia apresentar a neurose como um problema do grupo. O paciente neurótico nem sempre deseja o tratamento e quando, afinal, sua aflição o leva a ele, não o deseja irrestritamente. Poderíamos falar aqui dos fenômenos que são compreendidos sob o termo resistência, mas isso não havia sido estabelecido como uma propriedade, também dos grupos. Bion decide criar as condições para um “insight”, ‘projetar’ a aflição para dar realce à maneira pela qual o comportamento neurótico se soma às dificuldades da comunidade, destruindo a felicidade e a eficiência. Criou uma série de atividades em que os pacientes pudessem ser avaliados por sua aptidão para alta e que o psiquiatra pudesse inferir adequadamente a motivação do soldado. 1. Todos os homens teriam de fazer uma hora diária de treinamento físico, a menos que um certificado médico os isentasse disso; 2. Todos os homens teriam de ser membros de um ou mais grupos, sendo os grupos projetados para o estudo de artes manuais, cursos de correspondência do exército, carpintaria, leitura de mapas, mesas de tipografia, etc. 3.Qualquer homem poderia formar um novo grupo, se assim desejasse fazê-lo, fosse por não existir um grupo para a sua atividade específica, fosse porque, não estivesse apto a unir-se a um grupo similar já existente. 4. O homem que se sentisse incapaz para frequentar o grupo deveria ir para a sala de repouso. 5. A sala de repouso ficaria a cargo de um enfermeiro e deveria ser mantida tranquila para a leitura, a escrita ou jogos. Falar em tom baixo era permitido, com a autorização do enfermeiro, mas os outros pacientes não deveriam ser perturbados; haviam sofás a disposição para repousos e o enfermeiro tomaria o nome de todos aqueles que se encontrasse na sala de repouso como questão de rotina. Foitambém anunciada uma reunião para a divulgação de comunicados e orientação de assuntos ligados à ala de reabilitação. O objetivo era que os pacientes saíssem de sua estrutura e a examinassem com o desligamento de espectadores. A postura que Bion adota é a do distanciamento, observava os conflitos que surgiriam e evitava interferir até que os reclamantes tivessem amadurecido os problemas e suas soluções. Ele preocupava-se com a disseminação o conhecimento sobre o que estava se passando, por todos. Constatação a partir das rondas que embora houvesse muitos grupos e a liberdade total para seguir as suas aspirações, muito pouco estava acontecendo. A ala de reabilitação parecia ser uma fachada sem nada por trás e isso o fazia lembrar o quão amargamente os pacientes haviam se queixado que uma de suas objeções ao exército era o ‘engodo’. Movimento autocrítico passou a se desenhar na ala, a consciência de sua condição neurótica. Queixas contra pacientes que não trabalhavam ou isentavam-se das responsabilidades: os pedidos de punição. Queixas contra o modelo de atendimento e avaliação dos pacientes, que seria muito lento. O grupo de dança (primeiro como afronta e tentativa de testar os limites, que acabou por se tornar um exercício de pragmatismo exigindo organização e comprometimento) Dentro de um mês do início do esquema, a maior parte dos pacientes se encontrava engajado em alguma atividade. A ala desenvolveu um esprit de corps. A relação com os oficiais tornou-se amistosa e cooperativa, buscavam o apoio dos oficiais para as atividades que vinham arranjando. Havia uma sensação sutil de que tanto os oficiais como os praças achavam-se empenhados numa tarefa importante e valiosa. A) um propósito comum, seja ele de vencer um inimigo ou defender e nutrir um ideal ou uma construção comunicativa do campo das relações sociais ou comunidades físicas. B) um reconhecimento comum, por parte dos membros do grupo, dos limites deste e de sua posição e função em relação às de unidades maiores ou grupos maiores. C) a capacidade de absorver novos membros e perder outros sem medo de perder a individualidade grupal, isto é, o caráter do grupo deve ser flexível. D) a liberdade dos subgrupos internos de terem limites rígidos (exclusivos). Se um subgrupo achar-se presente, ele não deve ser centrado em nenhum de seus membros nem em si próprio, tratando os outros membros do grupo principal como se eles não fizessem parte da principal barreira grupal; o valor do subgrupo para o funcionamento do grupo principal deve ser geralmente conhecido. E) cada membro individual é valorizado por sua contribuição ao grupo e possui liberdade de movimentos dentro dele, com sua liberdade de locomoção sendo limitada apenas pelas condições geralmente aceitas, esperadas e impostas pelo grupo. F) o grupo deve ter a capacidade de enfrentar o descontentamento dentro de si e possuir meios de tratar com ele. G) o tamanho mínimo do grupo é três. Dois membros têm relações pessoais; com três ou mais, há uma mudança de qualidade (relação interpessal). No grupo terapêutico, Bion não estabelecia nenhuma regra de procedimento e não adiantava qualquer agenda. Ele procurava convencer "grupos de doentes a aceitar como tarefa o estudo de suas tensões". Bion identificou no grupo um fenômeno análogo ao da associação livre. Basicamente sua atitude era de escuta e interpretação(comunicar aos outros participantes o que sentia na situação). Análise dos grupos: modifica-se o setting, conservando-se os elementos que são fundamentais na relação bipessoal (interpretação da fantasia inconsciente, teoria da identificação projetiva, análise da transferência) O setting multipessoal se constitui como uma réplica da realidade interna Para Klein, o mundo interno se constitui como uma comunidade de grupos ou objetos Todo grupo tem dois modos de funcionamento: grupo de trabalho ou grupo refinado e os grupos de base, ou mentalidade grupal ou ainda grupos de pressupostos básicos. Quando qualquer grupo de pessoas se encontra para fazer algo,uma tarefa, há em realidade dois grupos, ou duas configurações de atividade mental presentes, no mesmo momento. Porgrupo de trabalho entende-se a reunião de pessoas para a realização de uma tarefa específica, onde se consegue manter um nível refinado de comportamento distinguido pela cooperação. Cada um dos membros contribui com o grupo de acordo com suas capacidades individuais, e neste caso, consegue-se um bom espírito de grupo. - A existência de um propósito comum; - Reconhecimento comum dos limites de cada membro, sua posição e sua função em relação às unidades e grupos maiores; - Distinção entre os subgrupos internos; - Valorização dos membros individuais por suas contribuições ao grupo; - Liberdade de locomoção dos membros individuais dentro do grupo; - Capacidade do grupo enfrentar descontentamentos dentro de si e de ter meios de lidar com ele; Um grupo se encontra em trabalho terapêutico quando ele adquire conhecimentos e experiências sobre os fatores que contribuem para o desenvolvimento de um bom espírito de grupo. Todos os participantes estão comprometidos com a tarefa primária, porque eles tomaram pleno conhecimento de seu propósito. Cooperam porque é sua vontade. Procuram um conhecimento usando as suas experiências. Sondam a realidade de modo científico, testando hipóteses e estão atentos aos processos que avançaram para aprendizagem e para o desenvolvimento. O grupo de trabalho mobiliza a atividade mental sofisticada por parte de seus membros. Eles administram o limite psíquico entre os mundos internos e externos. Os participantes usam suas habilidades para entender o mundo interno do grupo, eles podem transformar suas experiências em insight e entendimento. A mentalidade de grupos é "a expressão unânime da vontade do grupo, à qual o indivíduo contribui por maneiras das quais ele não se dá conta, influenciando-o desagradavelmente sempre que ele pensa ou se comporta de um modo que varie de acordo com os pressupostos básicos" (Bion, 1975, p. 57). Ela funcionaria de forma semelhante ao inconsciente para o indivíduo. expressão num grupo de impulsos que os indivíduos desejam satisfazer anonimamente e a frustração produzida no indivíduo pelas conseqüências que para si mesmo decorrem desta satisfação" (p. 46). Nos grupos de pressuposição básica os membros do grupo se comportam como se eles estivessem compartilhando a mesma suposição tácita. A vida em grupo é orientada para a fantasia interna, e não para a realidade externa. Identificar uma suposição básica é dar significado ao comportamento do grupo e elucidar em que base o grupo não pode operar como grupo de trabalho À medida que vai observando os grupos, Bion identifica três tipos de "padrões de comportamento" próprios dos fenômenos de mentalidade de grupo. Ele denominou-os como dependência, acasalamento e luta-fuga Estepressuposto básico é o de que "existe um objeto externo cuja função é fornecer segurança para o organismo imaturo". Este objeto pode ser uma pessoa, uma idéia ou a história do grupo. O líder que age segundo este pressuposto básico se comporta como se fosse "onipotente" ou "onisciente", características próprias de uma divindade. Qualquer pessoa que queira ocupar o lugar de líder, uma vez já ocupado (ou pelo menos atribuído pelos membros do grupo), pode ser rechaçada, desdenhada ou menosprezada. Quando o suposto líder recusa-se a agir segundo o papel que se espera dele, cria-se um mal estar no grupo, que pode recorrer a explicações fantasiosas para manter-se coeso Os membros do grupo, agindo segundo este padrão de comportamento, disputam a atenção do líder e podem sentir "culpa pela voracidade" com que o fazem. Eles freqüentemente consideram suas experiências insatisfatórias e insuficientes para lidar com a realidade, desconfiam da sua capacidade em aprender pela experiência. Seus sentimentos mais freqüentes são os de inadaptação (à vida, às suas experiências etc., e não apenas ao grupo) e de frustração. Bion (1975) acredita que as pessoas aceitam estar em um grupo de dependência para "evitar experiências emocionais peculiares aos grupos de acasalamento e de luta-fuga" (p. 72). O segundo pressuposto básico identificado por Bion é que "está por vir um novo grupo melhorado" ou que o grupo futuramente atenderá às necessidades pessoais de seus membros e o autor às vezes se refere a este pressuposto como "esperança messiânica", mas o denominou como "acasalamento" em uma clara acepção à origem psicanalítica do termo. O grupo de acasalamento foi inicialmente observado em pares que conversavam assuntos diversos, à parte, sem que o grupo se incomodasse com eles ou chamasse a sua atenção, aceitando-os. Eles pareciam-se com casais de namorados, embora não tratassem de nenhum assunto de conteúdo explicitamente sexual. O líder do grupo, neste pressuposto básico, está por nascer, e pode ser uma "pessoa ou idéia" que salvará o grupo. Bion entende que esta "salvação" é, na verdade, dos sentimentos de ódio, destrutividade e desespero com relação ao seu próprio grupo ou a outro (daí a referência ao messias). Os membros de um grupo que está agindo sob a influência deste pressuposto básico, de forma geral, não estabelecem conversas com o "líder formal" ou chefe do grupo. A emoção mais presente no grupo de acasalamento é a esperança, e a atenção de seus membros, acha-se voltada ao tempo futuro. O terceiro pressuposto básico é o de luta- fuga e pode ser exposto da seguinte forma: "estamos reunidos para lutar com alguma coisa ou dela fugir". Os membros do grupo discutem sobre pessoas ausentes (que são um perigo para a coerência do grupo), estão tomados pela sensação de que a adesão do grupo é um fim em si mesmo. Eles ignoram outras atividades, que não sejam este debate infrutífero, fogem delas. Eles acreditam, ou agem como se acreditassem, que o bem estar individual é menos importante que a continuidade do grupo. O líder reconhecido como tal por este grupo é o que concede oportunidades para a fuga (que é a mesma coisa que a luta das discussões infrutíferas em torno da conservação do grupo). É ignorado quando não atua desta forma.