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ATUAÇÃO DO ESTETICISTA

NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO
DE ABDOMINOPLASTIA1

PERFORMANCE OF R E S U M O

THE AESTHETICIST A estética está em evidência. A eficiência de uma cirurgia plástica

IN THE PRE AND não depende somente do seu planejamento cirúrgico. A preocu-
pação com os cuidados no pré e pós-operatório tem demonstrado
POST-OPERATIVE OF fator preventivo de possíveis complicações e promoção de um
ABDOMINOPLASTY resultado estético mais satisfatório. A abdominoplastia é uma
cirurgia comum entre as mulheres, e sua realização acontece nor-
malmente após perda de peso excessivo, perda da musculatura
e após a gestação.
Alexsandra Soares Bessa Franco
O estudo realizado teve como propósito analisar a atuação do
bessabrandaosophia@gmail.com
esteticista antes e após a realização da cirurgia de abdomino-
Wanessa de Oliveira Souza plastia, verificando se os métodos adotados são efetivos para o
wanessaoliveirasouza1992@gmail.com
melhor restabelecimento do paciente, e evitar possíveis inter-
corrências. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a te-
mática em destaque em livros e periódicos. Este artigo também
é observacional e descritivo. Caracteriza-se por um estudo de
prevalência realizado com um grupo de oito pacientes do sexo
feminino que previamente foram submetidas a uma cirurgia de
abdominoplastia, na cidade de Belo Horizonte Minas Gerais. O
instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questioná-
rio estruturado e investigativo sobre o pré e pós-operatório da
abdominoplastia. Conclusão: A estética está fundamentada em
conceitos científicos sólidos e muito tem contribuído tanto no pré
quanto no pós-operatório, prevenindo e/ou tratando as respos-
tas advindas das intervenções cirúrgicas, possibilitando ainda a
diminuição da ansiedade pós-operatória, edemas recorrentes do
trauma cirúrgico, fibroses e cicatrizes.
Palavras-chave: Abdominoplastia; Pré e pós operatório; Esteti-
cista; Eletroterapia; Drenagem linfática.

Este trabalho está licenciado sob uma Licença 1 Artigo apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso
Creative Commons Attribution 3.0. de Bacharelado em Estética.

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

1 INTRODUÇÃO estética dotadas de equipamentos modernos


e recursos tecnológicos inovadores, espera-
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirur- -se com esse artigo verificar a relação entre
gia Plástica - SBCP (2019), o índice de cirur- esses procedimentos pré e pós-operatórias
gias plásticas estéticas tem crescimento con- de abdominoplastia e a eficácia da cirurgia.
tinuo no Brasil, a busca por beleza e corpo Considerando que o sucesso da cirurgia
perfeito faz com que a procura pelas cirur- plástica, não depende apenas do procedi-
gias plásticas aumente a cada dia. mento cirúrgico e do cirurgião, mas, também
A abdominoplastia se baseia na correção de uma abordagem pré e pós-operatória e
estética da parede abdominal que pode estar embasamento técnico científico e experiên-
alterada devido a vários fatores, dentre eles cia (Guirro & Guirro,2012), o problema da
estão às sucessivas gestações, amplo ema- pesquisa tem como pergunta norteadora:
grecimento, excesso de tecido adiposo na Como o esteticista pode atuar no pré e pós-
parede abdominal e porção inferior do abdô- -operatório de abdominoplastia para dimi-
men e flacidez da muscular (Cardoso, 2013). nuir ou evitar as possíveis intercorrências?
No resultado pode ocorrer a redução de Para responder à pergunta norteadora
peso devido à retirada de excesso de pele apresentada no problema da pesquisa, este
e tecido adiposo, no entanto os abdomens estudo teve como objetivo descrever a atua-
que apresentam os melhores resultados são ção do esteticista e os benefícios dos proce-
aqueles em que se fazem as menores retira- dimentos estéticos no pré e pós-operatório
das (Mauad, Naressi & Banzato, 2011). de abdominoplastia; e, especificamente iden-
No que se refere ao pós-operatório podem tificar técnicas usadas no pré e pós-operató-
ser observadas várias alterações. Dentre rios; descrever os resultados apresentados
elas ocorrem edema acentuado, equimose na pela literatura cientifica; analisar as melho-
região pubiana e/ou flancos, hipoestesia, se- res práticas e demonstrar a importância da
roma abaixo da cicatriz e hematomas (Guirro atuação do esteticista no pré e pós-operató-
& Guirro, 2012). rios de abdominoplastias.
Consequências tardias à cirurgia tam- Justifica-se essa pesquisa por considerar
bém devem ser evitadas e tratadas, como importante a apropriação da literatura para
cicatriz hipertrófica, queloides, aderências avançar no conhecimento em relação a pro-
cicatriciais, dor, flacidez e fraqueza muscu- cedimentos pré e pós-operatórios de abdo-
lar, fibrose e perda da sensibilidade (Guirro minoplastia, principalmente sobre a atuação
& Guirro, 2012). do esteticista nesse contexto.
Os sintomas do pós-operatório podem ser Esse estudo foi organizado em introdução,
reduzidos pelo atendimento do especialista onde está exposto o tema, problema, obje-
por meio de procedimentos e técnicas pré e tivos e justificativa; referencial teórico, no
pós-operatórias. Observa-se a diminuição qual se encontra o estudo da literatura em
do edema e hematomas, com favorecimento relação ao objetivo proposto; metodologia,
da neoformação vascular e nervosa, além de que descreverá o percurso metodológico
prevenir ou minimizar a formação de cicatri- adotado; e, finalmente as considerações fi-
zes hipertróficas ou hipotróficas, retrações e nais, com os achados importantes sobre a
queloides (Guirro & Guirro, 2012). atuação do esteticista no pré e pós-operató-
Diante deste cenário e a partir da oferta rio de abdominoplastias.
de diversos procedimentos em clíni cas de

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2 REFERENCIAL TEÓRICO geralmente associa-se a lipoaspiração, cujo


objetivo é remover o excesso de gordura
2.1 Abdominoplastias ou através de finas cânulas, proporcionando
Dermolipectomias abdominais uma redefinição corporal.
Vieira & Netz (2012) afirmam que o Brasil
Para Santos, Cândido & Silva (2013) no está classificado como o segundo no mundo,
início do século XIX, houve mudanças no em número de cirurgias plásticas; A mídia
padrão estético de beleza, as pessoas procu- é a responsável por propor um “padrão de
ram mais intervenções cirúrgicas por ser um beleza”; As cirurgias plásticas, quando rea-
método rápido, eficaz e sem tanto esforço. lizadas com indicações pertinentes, podem
Atendendo essas características a abdomi- proporcionar transformações, ajudando as
noplastia é uma cirurgia muito solicitada pessoas a melhorarem sua autoestima e
e consiste na retirada de tecido abdominal com isso a qualidade de vida. No tocante a
excedente, através de uma incisão supra abdominoplastia, o quadro a seguir apre-
púbica com transposição do umbigo e com senta a abordagem conceitual dada por vá-
a plicatura dos músculos reto-abdominais, rios autores.

Quadro 1 – Definições de abdominoplastia

Referência Definição
Abdominoplastia é uma correção estética e funcional da parede
abdominal, devido alterações por flacidez muscular, emagreci-
Migotto e Simões (2013)
mentos em excesso, gestações sucessivas, diástase abdominal,
extenso depósito de tecido adiposo na parede abdominal e hérnias.
Abdominoplastia é uma cirurgia plástica do abdome rea-
lizada sob anestesia peridural com sedação, podendo ser
geral a critério da equipe cirúrgico-anestésica e normal-
Cabral (2012)
mente dura em torno de 3 a 5 horas. Caracteriza-se pela remo-
ção de gordura localizada na região inferior do abdome,
além da flacidez de pele ao redor do umbigo e estrias.
A abdominoplastia pode estar associada a uma lipoaspiração, com
Sousa (2010) a intenção de proporcionar retirada de excesso de gordura através
de finas cânulas, permitindo uma redefinição global do tronco.
A abdominoplastia consiste nos seguintes procedimentos: Uma
incisão transversa baixa; Deslocamento da pele até o processo
xifoide e rebordo costais; Tratamento de toda parede músculo-
Lange (2012) -aponeurótica; Confecção de uma nova cicatriz umbilical, cha-
mada de onfaloplastia e a retirada do excesso dermo-adiposo;
Colocação de drenos; a fixação da porção inferior do retalho e a
sutura do retalho na região supra púbica, com fio absorvível.
A abdominoplastia é indicada para pacientes com moderada ou
acentuada flacidez cutânea associada à lipodistrofia localizada
ou generalizada, com ou sem hérnias da parede abdominal, com o
objetivo de restabelecer o contorno corporal, eliminando o excesso
Borges (2006)
cutâneo e o tecido adiposo, quando possível; e corrigir a flacidez
muscular e eventuais hérnias. Está contraindicada quando houver
flacidez tecidual mínima, em pacientes com alterações pulmonares,
diabetes e grandes tabagistas por existir risco de necrose tecidual.

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Referência Definição
Os procedimentos operatórios utilizados para modificar o contorno
e a forma do abdome incluem a abdominoplastia, ou a dermoli-
Evans (2007)
pectomia clássica; a abdominoplastia modificada ou “mini abdo-
minoplastia” e a abdominoplastia circunferencial ou em cinto.
A abdominoplastia é uma das intervenções cirúr-
Garcia & Borges (2006) gicas habitualmente realizadas, apesar da cica-
triz ser extremamente antiestética e agressiva.
As principais técnicas para abdominoplastia são: a mini abdomi-
noplastia sem descolamento do umbigo, trata somente a porção
inferior do umbigo, por isso não há necessidade de reposicioná-lo;
a mini abdominoplastia com descolamento do umbigo, suturado
2 a 3 centímetros abaixo da posição original; abdominoplastia
clássica na qual se trabalha todo o abdome anterior na qual se
Cabral (2010)
retira uma grande parte de tecido abdominal inferior e confec-
ciona-se um novo orifício para o umbigo; a abdominoplastia com
descolamentos mínimos e a lipoabdominoplastia procede-se a
lipoaspiração do retalho abdominal procurando liberá-lo da mus-
culatura sem lesão dos vasos; há tratamento dos excessos cutâ-
neos inferiores e confecção de um novo orifício umbilical.
A abdominoplastia é realizada sob anestesia peridural com seda-
ção, ou geral a critério da equipe cirúrgico-anestésica. Normalmente
dura em torno de 3 a 5 horas. Em todas as técnicas são realizados
pontos internos do retalho. Pequenas depressões podem ser per-
ceptíveis na parede abdominal e retrocedem na medida em que
o edema regride. São dados pontos internos e externos que serão
Ribeiro (2006)
retirados conforme a programação no pós-operatório. Na maio-
ria das vezes são colocados drenos que poderão ser removidos
entre 24 a 96 horas de pós-operatório, de acordo com a avaliação
médica. É realizado curativo local e utilizado modelador cirúrgico
juntamente com espuma de algodão nos primeiros 30 a 60 dias,
ou de acordo com a recomendação específica para cada caso.
Divide as deformidades abdominais em duas categorias:
alterações estéticas e funcionais. Os defeitos estéticos são
Pitanguy (2015) aqueles que modificam o contorno corporal e devem-se prin-
cipalmente à flacidez da parede abdominal, acúmulo de
gordura e enfraquecimento músculo-aponeurótico.
Baroudi, Keppke,
& Netto (2000)
A cirurgia plástica abdominal tem por finalidade a corre-
Castañares & Goe- ção das alterações da parede abdominal, desde as que afetam
thel, (2007) a cobertura tegumentar até as que afetam a estrutura mús-
Dardour & Vilair, (2008) culo-aponeurótica, procurando atingir o padrão compatível
Hakme (2003) com o que se considera “normal” para o contorno corporal.
Jaimovich (2004).

Fonte: Desenvolvido pelas autoras.

Corroborando com as ideias dos autores criando um perfil abdominal mais suave e
acima podemos definir que a abdominoplas- tonificado. O conhecimento sobre os aspec-
tias é um procedimento em que se remove o tos cirúrgicos são fundamentais para uma
excesso de gordura e de pele da região ab- boa atuação do esteticista no pré e pós-ope-
dominal e, na maioria dos casos, restaura ratórios de abdominoplastias.
os músculos enfraquecidos ou separados,

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2.2 Complicações do Pacientes imunossuprimidos, desnutridos


pós-operatório e diabéticos são mais propensos à infecção
pós-operatória, especialmente se associados
Independentemente das técnicas empre- à obesidade (Rogliani et al. 2006; Murshidd
gadas, ainda é um procedimento com índice et. al., 2010; Gemperli & Mendes, 2019).
relativamente alto de complicações, porém de Tabagismo também aumenta o risco
fácil manejo e bom prognóstico. As compli- de infecção, conforme estudo de Manassa
cações pós-operatórias incluem hematoma, (2003). Isto é explicado pela vasoconstrição
infecção, deiscência, irregularidades, depres- decorrente dos agentes presentes no cigar-
sões, aderências, edema, fibroses, cicatrizes ro, que alteram a microcirculação cutânea,
mal posicionadas, cicatrizes hipertróficas e diminuem a imunidade celular intrínseca,
queloideanas, equimose, necrose, seroma, além de necrose tecidual e, por vezes, sero-
depressões e excessos cutâneos. São situa- ma oculto (Manassa, 2003).
ções que podem variar de acordo com cada Quando presentes, os sinais clássicos de
cirurgia e a técnica aplicada (Guirro & Guirro, infecção (dor, calor, rubor, endurecimento,
2012; Borges, 2006; Janete, Janete & Barbosa, eritema), devem ser realizados pela equipe
2005; Soares, Soares & Soares, 2005). medica uma hipótese diagnóstica de infecção
Tais complicações poderão ser evitadas, da ferida operatória ou seroma infectado, e
na grande maioria dos casos, pela correta iniciar antibioticoterapia direcionada em
indicação da cirurgia e pelo respeito aos conformidade com a cultura e antibiograma
princípios técnicos que a norteiam, associa- do material retirado para exame. Nos ca-
dos também com os cuidados específicos, sos refratários a este tratamento, uma nova
que devem ser tomados tanto no pré, inter abordagem cirúrgica com ampla drenagem
e pós-operatório, tanto pelo médico quanto deve ser discutida (Gempeli & Mendes, 2019).
pela equipe multidisciplinar que geralmente A necrose cutânea em abdominoplastias
está acompanhando o paciente (Souza, Era- pode se apresentar desde formas simples,
zo, Muniz, & Abdalla, 2009). como epiteliólise autolimitada e pequenas
A formação do seroma é a mais frequen- deiscências, até necroses extensas com per-
te complicação local na abdominoplastia. da de substância em planos profundos. Ne-
Quando presente, o tratamento dos seromas crose isolada do umbigo, por sua vez, pode
é realizado pela equipe medica, com punções ocorre em raros casos, geralmente decor-
seriadas e terapia compressiva, e, em geral, rente de plicatura excessiva ao redor desta
este problema é resolvido sem maiores pro- estrutura (Gempeli & Mendes, 2019; Mata-
blemas. Nos casos em que o seroma é volu- rasso, Swift, & Rankin, 2006; Neaman, Ar-
moso, ou mesmo persistente após múltiplas mstrong, & Baca, 2013).
punções, a nova intervenção cirúrgica, oca- Tabagismo é reconhecido como principal
sionalmente, e a inserção de drenos são ne- fator de risco para essa condição, uma vez
cessárias (Genperli & Mendes, 2019). que triplica as chances de evolução para
A infecção é a segunda complicação local necrose cutânea. O paciente deve aban-
mais comumente observada em abdomino- donar o hábito de fumar por, pelo menos,
plastias, sob a forma de infecção da ferida dois meses antes do procedimento cirúrgico
operatória e/ou seroma infectado (Gemperli (Gempeli & Mendes, 2019; Manassa, Hertl,
& Mendes, 2019; Matarasso, Swift, Rankin, & Olbrisch, 2003).
2006; Neaman, Armstrong, & Baca, 2013).

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No pós-operatório, deve-se evitar uso de é tratada com curativos, pomadas hidratan-


cintas ou similares muito apertadas. Gran- tes e desbridantes químicos, com período de
des hematomas, seroma oculto e infecção recuperação que pode levar de semanas a
também devem ser investigados e tratados meses (Gimpeli & Mendes, 2019).
prontamente pela equipe medica (Gempeli & As necroses extensas e profundas devem
Mendes, 2019). Também deve-se evitar ci- ser manejadas com desbridamento cirúrgico
rurgias prolongadas e associação com outras de modo a estimular formação de tecido de
cirurgias estéticas no mesmo ato cirúrgico, granulação e propiciar ressutura, fechamen-
fatores conhecidos de aumento de risco para to primário retardado, enxertia cutânea ou
aumento de morbidade pós-operatória (Har- mesmo cicatrização por segunda intenção.
dy et al., 2014; Gupta et al., 2015). Estratégias como oxigenoterapia hiperbá-
Quando estabelecida, a pequena necrose rica e terapia por pressão negativa têm be-
e/ou deiscência deve ser manipulada de ma- nefício comprovado, e podem ser indicadas
neira conservadora. A maioria destes casos quando necessário.

Figura 1: Necrose abdominal e seroma infectado decorrente de lipoaspiração e abdomino-


plastia. Paciente no vigésimo pós-operatório de lipoaspiração e abdominoplastia, admitida
com febre e saída de secreção purulenta pela ferida operatória. A: Necrose abdominal; B: Se-
roma infectado; C: Tecido de granulação decorrente de desbridamento e terapia por pressão
negativa; D: Resultado final após enxertia.

Fonte: Gemperli & Mendes (2019).

Figura 2: Assimetria e cicatriz inestética decorrente de cicatrização por segunda intenção


em necrose abdominal pós lipoaspiração e abdominoplastia. Paciente em pós-operatório tar-
dio de lipoaspiração e abdominoplastia com relato de tabagismo e uso de cinta apertada no
pós-operatório. Evoluiu com necrose do retalho abdominal transposto da região supraumbi-
lical. Manejada com desbridantes químicos tópicos e antibioticoterapia, evoluiu com cicatriz
inestética por segunda intenção e mau posicionamento do umbigo por retração cicatricial.

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

Fonte: Gemperli & Mendes (2019).

Com incidência próxima a 2%, hematoma é a terceira complicação local mais frequente
em abdominoplastias. O principal fator de risco para ocorrência de hematoma é alteração
pressórica intra e pós-operatória, hemostasia inadequada e coagulopatias preexistentes. Não
foi identificado aumento do risco para hematoma quando há associação com lipoaspiração.
Presença de dreno não previne formação de hematoma, porém, a mudança do débito e do
aspecto da drenagem serve para verificar ocorrência de hematoma. Muitas vezes, o hema-
toma é assintomático ou não diagnosticado, e não gera maiores consequências. Entretanto,
hematomas volumosos podem evoluir com instabilidade hemodinâmica e compressão do re-
talho descolado, o que pode propiciar necrose cutânea, e devem ser prontamente explorados
(Figura 4) (Samra et al., 2010; Hensel et al., 2001).

Figura 4: Hematoma volumoso pós-abdominoplastia. Paciente em pós-operatório recente


de abdominoplastia que evoluiu com instabilidade hemodinâmica. Submetida à drenagem de
urgência de volumoso hematoma decorrente de sangramento de vaso perfurante abdominal
(não identificado). Nota-se que o dreno presente não preveniu a formação do hematoma.

Fonte: Hensel et al. (2001)

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As demais complicações locais de apre- entre a proliferação e a apoptose dessas


sentação tardia são decorrentes, geralmente, células. Deste modo, entende-se que, para
de resultado estético insatisfatório. Cicatrizes evitar a formação de fibrose, deve-se atuar
hipertróficas podem decorrer de fechamento terapeuticamente logo no início da resposta
com tensão excessiva e devem ser manejadas a agressão tecidual, quando ocorre a síntese
com massagem, placas de silicone específicas de colágeno.
e, por vezes, com infiltração de corticoide in- Acúmulo de gordura localizada, ressecção
jetável (Gemperli & Mendes, 2019). insuficiente de pele e mal posicionamento
Correção cirúrgica é uma alternativa nos da cicatriz também são fatores de contorno
casos refratários, assim como nas cicatrizes corporal insatisfatório pós-operatório. Estes
inestéticas, alargadas ou decorrentes de ci- casos devem ser avaliados cautelosamente e
catrização por segunda intenção pós-necro- indicada nova abdominoplastia e/ou lipoas-
se, ou deiscência da ferida operatória (Gem- piração, quando necessário.
perli & Mendes, 2019). Casos de neuralgia/dor crônica decorrem,
Cicatriz queloidiana deve ser abordada geralmente, de lesão inadvertida do nervo
com cautela e, de preferência, com beta-te- cutâneo femoral lateral. Para tal, é aconse-
rapia adjuvante de modo a evitar piora e lhado dissecção cuidadosa próxima à espinha
recidiva da lesão. Assimetria de contorno ilíaca anterossuperior. A dor é, geralmente,
corporal pode ser decorrente de mal resul- sob a forma de parestesias e “pontadas” ao
tado de plicatura da diástase dos músculos longo dos dias, geralmente autolimitada. O
retoabdominais. Esta pode ocorrer em virtu- tratamento, quando ocorre neuralgia persis-
de de frouxidão da sutura, ruptura ou mesmo tente, consiste em massagem e analgésicos
de tensão excessiva e consequente isquemia comuns, associados ou não a anticonvulsi-
(Gemperli, & Mendes, 2019). vantes como amitriptilina e gabapentina.
Alguns autores recomendam plicatura em Nos casos refratários, exploração cirúrgica
duas camadas de modo a formar uma fibrose visando a liberação do nervo enclausurado
mais persistente, porém, há o risco teórico ou ressecção de um neuroma, pode ser neces-
de isquemia e consequente deiscência apo- sária (Gemperli & Mendes, 2019).
neurótica (Gemperli &Mendes, 2019). Guirro e Guirro (2012) definem o edema
Macedo (2011) descreve a fibrose como como um acumulo excessivo de fluidos nos
ondulações que surgem na área lesionada, tecidos, sendo altamente benéfico, pois é
em maior ou menor grau. Esta disfunção se uma resposta do organismo sinalizando que
traduz na produção de colágeno de manei- há indícios de reparação tecidual.
ra desordenada e desorganizada, levando a De acordo com Yamaguchi e Sanches
produção de ondulações, que podem causar (2003), o hematoma ocorre devido ao acu-
repuxamento e dor ao paciente. mulo de sangue na região lesionada, devido
Kede e Sabatovich (2003) afirmam que ao rompimento dos capilares na área afe-
a fibrose está associada a existência de de- tada. Já o seroma ocorre devido ao amplo
feitos na cicatrização em função do excesso deslocamento do retalho abdominal sendo
de produção da matriz extracelular e pelo caracterizado pelo excesso de liquido de
elevado índice de mitose dos fibroblastos coloração amarela que fica retido no tecido
dérmicos, existindo, portanto, desregulação subcutâneo (Oliveira, 2008).

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Outra resposta que ocorre a agressão do classificadas em círculos verticais, bom-


tecido é a fibrose que aparece por baixo da beamento, manobras de tração e de torção.
pele logo na fase proliferativa que vai até 21 Para Elwing e Sanches (2010) a técnica de
dias do pós operatório, à medida que o pro- Vodder baseia-se em movimentos monóto-
cesso cicatricial evolui, o tecido de granula- nos, lentos, harmoniosos, suaves e rítmicos,
ção transforma-se em um tecido mais fibroso respeitando sempre o sentido do fluxo linfá-
e menos vascular até se tornar, tecido fibroso tico superficial em direção ao terminal (sub-
denso (Low, & Reed, 2001). Esse novo tecido clavicular), onde finda a circulação linfática.
de início é frágil e posteriormente pode virar Segundo Godoy, Godoy e Godoy (2011)
a tornar-se rígido e doloroso(Angelim, 2010). a drenagem linfática manual constitui em
um dos grandes pilares do tratamento do
linfedema e contribui para transformar a
2.3 Tratamentos estéticos abordagem clínica na principal forma de
tratamento, foi desenvolvida a partir de um
De acordo com Borges (2006) além do estudo observacional e divulgada nas dé-
planejamento cirúrgico a eficiência de uma cadas de 60 e 70 despertando interesse de
cirurgia plástica depende também da inter- alguns médicos em razão dos resultados
venção e cuidados antes e depois do procedi- obtidos. Elwing e Sanches (2010) afirmam
mento, o que tem evidenciado fator preven- que para o desenvolvimento das manobras
tivo de possíveis complicações e promoção práticas da DLM, levaram em consideração
de um resultado estético mais satisfatório. as técnicas de Vodder e de alguns de seus
Novos protocolos de tratamento vêm seguidores que continuaram as pesquisas e
sendo utilizados na tentativa de reduzir as puderam comprovar a eficácia de alguns mo-
complicações citadas anteriormente. Den- vimentos, maximizando algumas manobras
tre os recursos utilizados nestes protocolos, e acrescentando outras como as manobras
podemos citar os recursos manuais (drena- profundas e especiais, visando potencializar
gem linfática manual - DLM e massagem os resultados.
manual), cinesioterapia, ultrassom, laser te-
rapêutico, os eletroterápicos como: estimu-
lação elétrica nervosa transcutânea (TENS), 2.3.2 Ultrassom
radiofrequência, a vacuoterapia, a criotera-
pia, a fototerapia, a termoterapia, o uso dos O ultra-som (US) na freqüência de 3MHz
Leds, entre outros (Guirro & Guirro, 2012; é bastante utilizado na fase inflamatória,
Borges, 2006; Tacani & Cervera, 2004; Agne atua estimulando o reparo tecidual sendo
& Jones, 2009; Prentice, 2004). que seu efeito benéfico tem sido demons-
trado sobre diversos tecidos destacando-
-se o aumento da angiogênese, do tecido de
2.3.1 Drenagem linfática manual granulação, do número de fibroblastos e da
síntese de colágeno, além da diminuição de
Publicadas por Vodder em 1936 as ma- leucócitos e macrófagos. Existem evidências
nobras fundamentais de Drenagem Linfá- que demonstram a eficácia do US nas dife-
tica Manual (DLM), foram denominadas e rentes fases do reparo. Sua utilização no PO

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de cirurgia plástica auxilia na reabsorção de na área traumatizada, limitando, portan-


hematomas, reduzindo as chances de forma- to, o trauma tecidual. Sua ação é atribuída
ção fibrótica, previne a formação de cicatri- à vasoconstrição imediata das arteríolas e
zes hipertróficas e queloides, e ainda melho- vênulas, e ainda a redução tanto do meta-
ra a nutrição celular, reduzindo o edema e a bolismo celular como das substâncias va-
dor, consequências da melhora da circulação soativas, tais como histamina. Trata-se de
sanguínea e linfática (Silva, 2012). uma técnica bastante utilizada, de baixo
Dentre os recursos térmicos, a utilização custo, relativamente de fácil manuseio e efi-
do calor no PO visa melhorar a qualidade do caz na redução da dor, edema e inflamação
tecido cicatricial, tratando as fibroses e ade- (Mezzalira,2007).
rências. Sua utilização é de grande impor-
tância a partir do momento e que se avalia a
presença de fibroses, normalmente na fase 2.3.4 Laser
proliferativa. No entanto, para alcançar o ní-
vel terapêutico de aquecimento a temperatu- A Palavra Laser é inglesa e sua abreviação
ra atingida nos tecidos deve situar-se entre Light Amplification by Stimulated Emission
40º e 45º, abaixo desse nível os efeitos do of Radiation, que significa a emissão de luz
aquecimento são considerados insuficientes por radiação. Em 1960 foi criado o primeiro
(Silva et al., 2012). laser de rubi, desde então os lasers, começa-
O US proporciona através de seus efei- ram a trabalhar com os cirurgiões, utilizados
tos térmicos e não térmicos o aumento da para cortar e destruir o tecido, assim alguns
velocidade de reparo dos tecidos e cura das pesquisadores viram o seu potencial em ra-
lesões, aumento do fluxo sanguíneo, aumen- diação de baixa intensidade, causando alguns
to da extensibilidade do tecido, dissolução fatores como fotobiestimulação do processo
dos depósitos de cálcio e redução da dor, de cicatrização dos tecidos (Silva, 2012).
por meio da alteração da condução nervosa As características transmitidas pela a
e alterações da permeabilidade da membra- luz do laser ou é invisível, ou de lâmpada
na celular. Além dos benefícios já citados, a infravermelho, contudo é agrupamento de
reabsorção de hematomas estimulada pelo ondas eletromagnéticas de propriedades
US é fundamental na primeira fase do trata- específicas como monocromaticidade que é
mento PO evitando que fibroses se instalem o comprimento de onda, caracterizado pelo
como consequência (Silva, et al., 2012). deslocamento das ondas ordenadamente, e
polarização que direciona os feixes de luz
em algum ponto fixo (Mezzalira & Frederi-
2.3.3 Crioterapia co, 2007).
Os efeitos fisiológicos do uso do laser é
A crioterapia é outro recurso térmico dis- aumentar a circulação das artérias, vênulas,
ponível contribuinte para o PO nas cirurgias melhorar a circulação, regeneração, repara-
plásticas. Verifica-se que o frio causa va- ção, recrutar o colágeno, angiogenese (Mez-
soconstrição diminuindo o fluxo sanguíneo zalira & Frederico, 2007).
regional e consequentemente, a hemorragia

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

2.3.5 Fototerapia e Leds 3 METODOLOGIA

O efeito da fototerapia laser ou LED no Para o cumprimento do objetivo da pes-


processo inflamatório, provoca o aumento quisa foi realizada uma revisão bibliográfi-
do fluxo linfático e da atividade de neutró- ca sobre a temática em destaque em livros
filos e macrófagos reduzindo assim o edema e periódicos. Foram considerados para aná-
e estimulando a resposta imune; aumenta a lise artigos nos idiomas português, espa-
formação de colágeno, estimula a formação nhol e inglês. Os textos foram analisados
de fibroblastos, aumento da circulação late- a fim de obter informações consistentes no
ral e micro circulação (ESPER, 2010). que diz respeito à atuação do esteticista no
A maioria dos autores afirma que a ener- processo de tratamentos realizados no pré e
gia a depositar num tecido deve se situar pós de abdominoplastia. Foi realizada uma
entre 1 a 6 J/cm2, sendo porém o terapeu- análise de títulos e resumos para obtenção
ta que deverá definir a dosagem para cada de artigos potencialmente relevantes para a
caso, levando-se em consideração o tipo de revisão. Para critério de inclusão, os artigos
patologia, a profundidade da lesão, tipo de deveriam relacionar-se a cirurgia plástica de
lesão, o tipo de tecido, objetivo da terapia, abdominoplastia e lipoaspiração, modalida-
cor da pele, idade do paciente e sua condição des estéticas de forma geral e seus efeitos no
sistêmica, entre outros itens analisados na tratamento do pré e pós-operatório. Foram
anamnese (Deterling et al., 2010). excluídos os artigos que não se referiam ao
Segundo Trelles e Allone (2006), o LED assunto pesquisado ou que não havia dispo-
vermelho, usado após traumas de cirurgia nibilidade de referência.
plástica, diminui o tempo de resolução dos Este artigo também é qualitativo e des-
efeitos secundários como eritema, edema e critivo. Caracteriza-se por um estudo de
hematomas, em metade do tempo a um ter- prevalência realizado com um grupo de oito
ço, por sua efetiva ação anti-inflamatória. A pacientes do sexo feminino que previamen-
dose da irradiação ou densidade de energia te foram submetidas a uma cirurgia de ab-
é um dos mais importantes parâmetros da dominoplastia, na cidade de Belo Horizonte
terapia a laser. A fototerapia pode ser esti- Minas Gerais. O primeiro contato foi realiza-
mulante ou inibitória, dependendo da dose do por telefone para agendamento do envio
usada (Pinheiro & Gerbi, 2006). do questionário. Todas aceitaram participar
Segundo vários pesquisadores a irradia- da pesquisa. O instrumento utilizado para a
ção com luz não coerente tem custo inferior coleta de dados foi um questionário estrutu-
e tem demonstrado eficácia similar a dos rado e investigativo sobre o pré e pós-opera-
lasers. Outros autores obtiveram resulta- tório da abdominoplastia.
dos satisfatórios em seus estudos e sugerem
efeitos benéficos adquiridos com o LED (Es-
per, 2010). Desta forma, atualmente os LEDs 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
estão sendo introduzido comercialmente
como uma alternativa para as terapias que Abaixo estão relacionados os gráficos
utilizam laser de baixa intensidade sobre o referentes às repostas fornecidas pelas en-
controle do edema (Vinck et al., 2003). trevistadas que serão discutidos no próxi-
mo subtópico.

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

Figura 5: Faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 6: Informação de Etnia

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 7: Informação de Tabagismo

Fonte: Dados da pesquisa

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

Figura 8: Informação de consumo de bebida alcoólica

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 9: Fator que a levou a fazer uma abdominoplastia

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 10: Prática de atividades físicas

Fonte: Dados da pesquisa

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

Figura 11: Procedimentos associados à abdominoplastia

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 12: Atuação do esteticista

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 13: Intercorrências pós-operatório

Fonte: Dados da pesquisa

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

Figura 14: Satisfação final

Fonte: Dados da pesquisa

4.1 Análise Crítica dos Resultados eles aconselham que o paciente deve aban-
donar o hábito de fumar pelo menos dois me-
A partir do questionário enviado as en- ses antes do procedimento cirúrgico.
trevistadas de forma eletrônica, foi possível Perguntamos a respeito do consumo de
quantificar que um total de oito pacientes bebidas alcoólicas, e dentre elas, somente
do sexo feminino se dispusera a responder uma mencionou fazer uso de bebidas alcoó-
todos os questionamentos, dentre elas, duas licas duas vezes por semana, uma afirmou
com 35 anos, uma com 42 anos, duas com fazer uso de vez em quando, restando cinco
43 anos, uma com 44 anos, uma de 45 anos que afirmaram não fazer uso de álcool.
e uma de 70 anos. Quatro são caucasianas, De acordo com Heinberg, Ashton e
uma amarela, duas pardas, e uma negra. Coughlin (2012) n os últimos anos, alguns
Vieira e Netz (2012) menciona que o Brasil relatos levantaram a hipótese de que os in-
está classificado como o segundo no mundo, divíduos submetidos ao tratamento cirúrgi-
em número de cirurgias plásticas. co da obesidade poderiam estar com o ris-
Após indagar sobre o consumo do cigar- co aumentado para as complicações após a
ro, somente duas afirmaram que possuem operação.
o habito de fumar diariamente. Manassa Em nossa pesquisa todas as oito partici-
(2003) a firma que o háb ito de fumar au- pantes afirmaram ter optado pela abdomi-
menta consideravelmente o risco de infec- noplastia por vontade própria, não havendo
ções, que é explicado pela vasoconstrição prévi a indicação médi ca. Para Santos, Cân-
causada pelos componentes do cigarro alte- dido e Silva (2013), no início do século XIX,
rando a microcirculação cutânea, diminuem houve mudanças no padrão estético de bele-
a imunidade e podem causar necrose nos te- za, as pessoas procuram mais intervenções
cidos e seroma oculto. cirúrgicas por ser um método rápido, eficaz
Gempeli e Mendes (2019) e Manassa, e sem tanto esforço.
Hertl e Olbrisch (2003), ainda corroborando Vieira e Netz (2012) afirmam que a mídia
com a ideia, afirmam o tabagismo e o prin- é a responsável por propor um “padrão de
cipal fator de risco para o aparecimento de beleza”. As cirurgias plásticas, quando rea-
complicações pós operatórias o que triplica lizadas com indicações pertinentes, podem
as chances de desenvolver necrose cutânea, proporcionar transformações, ajudando as

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

pessoas a melhorarem sua autoestima e com cânulas, permitindo uma redefinição global
isso a qualidade de vida. do tronco.
Borges (2006) mencionou que a abdomino- De acordo com as entrevistadas, duas
plastia é indicada para pacientes com mode- não tiveram nenhuma recomendação médi-
rada ou acentuada flacidez cutânea associa- ca pré-operatória e seis tiveram recomenda-
da à lipodistrofia localizada ou generalizada, ções médicas pré-operatória, como perda de
com ou sem hérnias da parede abdominal, peso, exames laboratoriais, não fazer uso de
com o objetivo de restabelecer o contorno cigarro ou bebida alcoólica e jejum de 12 ho-
corporal, eliminando o excesso cutâneo e o ras antes da cirurgia. Dessas seis pacientes
tecido adiposo, quando possível; e corrigir a uma destacou a recomendação médica de fa-
flacidez muscular e eventuais hérnias. Está zer seis sessões de Drenagem linfática antes
contraindicada quando houver flacidez teci- da cirurgia.
dual mínima, em pacientes com alterações Após a realização da cirurgia de abdomi-
pulmonares, diabetes e grandes tabagistas noplastia as recomendações medicas repas-
por existir risco de necrose tecidual. sadas as pacientes foram de repouso por 30
Souza (2009) afirma que as complicações dias, uso de anti-inflamatório e medicamento
pós-operatórias poderão ser evitadas, na para alív io da dor, dormir de decúbito dorsal,
grande maioria dos casos, pela correta indi- andar ligeiramente curvada para frente por
cação da cirurgia e pelo respeito aos prin- 15 dias, uso de cintas e início da Drenagem
cípios técnicos que a norteiam, associados linfática com no mínimo quinze sessões.
também com os cuidados específicos, que De acordo com Borges (2006), após a in-
devem ser tomados tanto no pré, inter e pós- tervenção cirúrgica recomenda-se: - O uso
-operatório, tanto pelo médico quanto pela da cinta elástica no período de 45 a 60 dias;
equipe multidisciplinar que geralmente está 9 - Repouso de 24 a 48 horas, até que os dre-
acompanhando o paciente nos sejam retirados; - Andar com o tronco
No que se referem a prá tica da ativida- ligeiramente curvado; - Evitar atividades
de física, quatro afirmaram praticar três que necessitam de esforço físico. Fontoura
vezes por semana, e quatro mencionaram (2007) mencionou que estas recomendações
não realizar nenhum tipo de atividade, se são importantes para o próprio bem-estar do
enquadrando como sedentárias. A respeito indivíduo e a sua correta recuperação
do tempo decorrido desde a cirurgia, quatro No que se refere à drenagem linfáti-
mencionaram ter sido realizada a menos de ca, pode-se observar que as participantes
um ano, duas a quatro anos, uma a 12 anos e relataram:
uma a 15 anos.
A pesquisa realizada revelou que todas • uma afirmou que realizou apenas uma
foram submetidas a algum procedimento as- sessão;
sociado à abdominoplastia, sendo duas com • uma afirmou que realizou cinco sessões;
próteses mamaria e lipoaspiração e seis com • uma afirmou que realizou onze sessões;
a lipoaspiração. • uma afirmou que realizou quinze sessões;
Sousa (2010) dizem que a abdominoplas- • duas outras afirmaram que realizaram
tia pode estar associada a uma lipoaspira- vinte sessões cada;
ção, com a intenção de proporcionar retira- • uma afirmou que realizou quarenta
da de excesso de gordura através de finas sessões;

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

• dentre as oito participantes, apenas uma com uma profissional esteticista. Todas afir-
não utilizou aparelho de ultrassom, e maram que os procedimentos estéticos fo-
uma utilizou tanto ultrassom quanto a ram primordiais para o restabelecimento da
radiofrequência. rotina diária.
Novos protocolos de tratamento vêm
Ao que foi possível analisar somente sendo utilizados na tentativa de reduzir as
duas não mencionaram sofrer nenhuma in- complicações citadas anteriormente. Den-
tercorrência no pós-operatório, uma afir- tre os recursos utilizados nestes protocolos,
mou ter sofrido várias intercorrências, so- podemos citar os recursos manuais (drena-
mente não teve infecção, e as outras cinco gem linfática manual - DLM e massagem
pacientes tiveram todas as intercorrências manual), cinesioterapia, ultrassom, laser te-
mais conhecidas, como fibrose, infecção, rapêutico, os eletroterápicos como: estimu-
deiscência de pontos e seroma. Devido as lação elétrica nervosa transcutânea (TENS),
intercorrências foi necessário que 2 das 8 radiofrequência, a vacuoterapia, a criotera-
mulheres ficassem afastadas por um perío- pia, a fototerapia, a termoterapia, o uso dos
do maior que 30 dias, uma retornou ao tra- Leds, entre outros (Guirro & Guirro, 2012;
balho após quarenta e cinco dias e a última Borges, 2006; Tacani & Cervera, 2004; Agne
retornou após sessenta dias. & Jones, 2009; Prentice, 2004).
Guirro e Guirro (2012), Borges (2006), Ja- Segundo Godoy, Godoy & Godoy (2011) a
nete, Janete e Barbosa (2005) e ainda Soa- drenagem linfática manual constitui em um
res, Soares e Soares (2005) relataram como dos grandes pilares do tratamento do linfe-
complicações pós-operatórias como hema- dema e contribui para transformar a aborda-
toma, infecção, deiscência, irregularidades, gem clínica na principal forma de tratamento
depressões, aderências, edema, fibroses, ci- O ultrassom (US) na frequência de 3MHz é
catrizes mal posicionadas, cicatrizes hiper- bastante utilizado na fase inflamatória, atua
tróficas e queloideanas, equimose, necrose, estimulando o reparo tecidual sendo que seu
seroma, depressões e excessos cutâneos. São efeito benéfico tem sido demonstrado sobre
situações que podem variar de acordo com diversos tecidos destacando-se o aumento
cada cirurgia e a técnica aplicada Tais com- da angiogênese, do tecido de granulação, do
plicações poderão ser evitadas, na grande número de fibroblastos e da síntese de co-
maioria dos casos, pela correta indicação da lágeno, além da diminuição de leucócitos
cirurgia e pelo respeito aos princípios técni- e macrófagos. Existem evidências que de-
cos que a norteiam, associados também com monstram a eficácia do US nas diferentes
os cuidados específicos, que devem ser to- fases do reparo. Sua utilização no PO de ci-
mados tanto no pré, inter e pós-operatório, rurgia plástica auxilia na reabsorção de he-
tanto pelo médico quanto pela equipe mul- matomas, reduzindo as chances de formação
tidisciplinar que geralmente está acompa- fibrótica, previne a formação de cicatrizes
nhando o paciente (Souza, 2009). hipertróficas e queloides, e ainda melhora a
Os procedimentos estéticos segundo rela- nutrição celular, reduzindo o edema e a dor,
to de três das entrevistadas foram feitos por consequências da melhora da circulação
enfermeiras da equipe medico que realizou sanguínea e linfática (Silva, 2012).
a cirurgia de abdominoplastia, e as outras O US proporciona através de seus efei-
cinco realizaram os procedimentos estéticos tos térmicos e não térmicos o aumento da

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

velocidade de reparo dos tecidos e cura das um tratamento pré e pós-operatório comple-
lesões, aumento do fluxo sanguíneo, aumen- mentar (Coutinho, Dantas, & Borges, 2006).
to da extensibilidade do tecido, dissolução O pré-operatório funciona também como
dos depósitos de cálcio e redução da dor, orientação para o paciente. É o momento de
por meio da alteração da condução nervosa preparo para a cirurgia, e onde se conhece
e alterações da permeabilidade da membra- suas limitações e inicia-se o plano de tra-
na celular. Além dos benefícios já citados, a tamento pós-cirúrgico (Coutinho, 2006). O
reabsorção de hematomas estimulada pelo papel do esteticista tem início no pré-ope-
US é fundamental na primeira fase do trata- ratório, visando uma recuperação cirúrgica
mento PO evitando que fibroses se instalem mais rápida, eficiente e funcional (Macedo &
como consequência (Silva, 2012) Oliveira, 2010).
De modo geral sete pacientes afirmaram A estética apresenta importante atuação
que ficaram satisfeitas com o resultado final nas abdominoplastias. Durante a fase pré-
da abdominoplastia. -operatória, iniciamos o trabalho de dre-
nagem linfática, com o objetivo de preve-
nir episódios de linfoedema complexos no
4.2 Reflexão sobre atuação pós-operatório, comum principalmente nas
do esteticista no pré dermolipectomias totais do abdome. A ma-
e pós-operatório nipulação de tecido conjuntivo e de grande
importância, promovendo mobilidade a pele
A estética funcional é fundamentada em em seus planos mais profundos e facilitando
uma sólida base científica sendo uma forte o seu descolamento durante o ato cirúrgico.
contribuinte tanto no pré quanto no pós-ope- A região periumbilical também merece ser
ratório, prevenindo ou tratando as respostas manipulada para ativação e incremento a cir-
advindas das intervenções cirúrgicas, e ape- culação periférica, com o objetivo de preve-
sar de seu papel ter início no pré-operatório, nir possíveis fibroses (Guirro & Guirro, 2012).
sua atuação torna-se fundamental no pós-ci- Ressalte-se que o esteticista atuará, no
rúrgico (Guirro & Guirro 2012; Milani, 2006; pré-operatório, prevenindo a formação das
Coutinho, Dantas, & Borges, 2006). aderências, principal fator agravante no pós-
Embora pareça desnecessário para alguns -operatório, pois estas aderências impedem
cirurgiões, o atendimento estético antes da o fluxo normal de sangue e linfa, aumentan-
cirurgia plástica é de extrema importân- do ainda mais o quadro edematoso, retar-
cia na reabilitação do paciente operado. A dando a recuperação
presença de fibroses pós-operatórias de ci- No pós-operatório é importantíssimo
rurgias anteriores também pode interferir para o paciente que ele seja encaminhado ao
no resultado da cirurgia e devem ser prefe- tratamento na fase imediata. A formação do
rencialmente tratadas no pré-operatório. A esteticista lhe permite identificar o tipo e a
presença de alterações circulatórias como profundidade dos tecidos envolvidos, deter-
edemas, linfedemas e fibro edema gelóide minar o estágio da cicatrização e reconhecer
deve ser identificada no pré- -operatório as contraindicações ao uso das modalidades
para conscientização do paciente de que de tratamento. Além do mais, poderá prio-
nem todas as afecções estéticas serão trata- rizar os problemas, estabelecer as metas e
das com a cirurgia e de que será necessário

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Atuação do esteticista no pré e pós-operatório de abdominoplastia

planejar o tratamento de forma a alcançar 5 CONCLUSÕES


o melhor resultado possível (Borges, 2006).
A estética fundamentada em conceitos Ao se optar por realizar uma cirurgia
científicos sólidos muito tem contribuído plástica, é necessário que a pessoa tenha
tanto no pré como no pós-operatório, preve- consciência dos cuidados que devem ser to-
nindo e/ou tratando as respostas advindas mados no pós-operatório e de possíveis com-
das intervenções cirúrgicas, possibilitando plicações que podem ocorrer nesse período.
ainda a diminuição da ansiedade pós-ope- Faz-se necessária toda uma preparação fí-
ratória (Guirro & Guirro, 2012). Visto que o sica, mental e emocional. Percebe-se que o
esteticista possa avaliar e eleger os méto- paradigma reabilitador também se aplica
dos que possam auxiliar o tratamento pré aos pacientes que se submetem as abdomi-
e pós-operatório de cirurgia plástica, será noplastias. No entanto, se houver disponibi-
possível o entendimento de todo o processo lidade de atenção durante o pré-operatório,
de interação entre o esteticista e o cirurgião é possível informar, prevenir e orientar o
plástico, visando em minimizar intercorrên- paciente assim como seus familiares, sobre
cias e concorrer para uma boa evolução pós- os cuidados indispensáveis no período pós-
-operatória (Macedo & Oliveira, 2010). -operatório imediato, tais como, cuidados
Infere-se que cada vez mais os esteticis- com a incisão, importância de repouso e os
tas estão montando suas próprias equipes esclarecimentos de possíveis dúvidas que o
ou fazendo parte de equipes lideradas por paciente tenha nesse momento.
médicos. A estética está cada vez mais em Visto que o esteticista possa avaliar e eleger
evidência na sociedade, a cada dia novos os métodos que possam auxiliar o tratamento
cursos de especialização e aperfeiçoa- pré e pós-operatório de abdominoplastia, será
mento profissional surgem no mercado de possível o entendimento de todo o processo
capacitação profissional nessa área, pre- de interação entre os esteticistas e cirurgiões
parando o profissional para atuarem nos plásticos, visando a minimizar intercorrências
três níveis de atenção à saúde, por meio e concorrer para uma boa evolução pós-ope-
de medidas preventivas, restauradoras e ratória. O papel do esteticista tem início no
reabilitadoras e fornecem uma formação pré-operatório, visando uma recuperação ci-
acadêmica com visão multiprofissional rúrgica mais rápida, eficiente e funcional.
(Araújo & Cabral, 2011). Na atualidade, há um crescimento das ci-
Num estudo de Milani, João e Faráh rurgias plásticas no país e a tomada de de-
(2006) concluíram que há na literatura cien- cisão por tal procedimento, faz com que seja
tífica embasamento para justificar a escolha necessário o esclarecimento prévio das téc-
dos diversos recursos utilizados nas patolo- nicas adotadas e as possíveis complicações
gias englobadas pela fisioterapia dermato- pós-operatórias. O esteticista desempenha
funcional. Por outro lado, pesquisas relatam um importante papel no tratamento pré e
que muitos pacientes submetidos a cirurgia pós operatório de abdominoplastia, preve-
plástica não são encaminhados ao trata- nindo e/ou minimizando complicações co-
mento pré e pós-operatório com o fisiotera- muns dessa cirurgia. Para que o tratamento
peuta ou são encaminhados em fases muito seja efetivo, o esteticista tem que conhecer e
tardias, o que pode levar a resultados pou- entender as fases da cicatrização e suas ca-
cos satisfatórios (Macedo & Oliveira, 2010). racterísticas clínicas.

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Alexsandra Soares Bessa Francoe Wanessa de Oliveira Souza

A partir do estudo realizado, existem vá- pesquisa de caráter longitudinal, comparan-


rios recursos estéticos que podem ser usados do os resultados no curto, médio e longo pra-
no tratamento, porém a drenagem linfática zos de pessoas que realizaram esta cirurgia e
foi a mais citada. É necessário que sejam rea- utilizaram a drenagem linfática ao longo do
lizados novos estudos sobre o tema e, como período pós-operatório.
sugestão de nova pesquisa, sugere-se uma

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APÊNDICE A - ROTEIRO 11. Após a cirurgia, quais as recomendações


DE ENTREVISTA médicas e medicamentos utilizados?
12. O médico lhe recomendou algum pro-
Todas as questões abaixo referem-se ao cedimento estético como a drenagem
pré e pós operatório de abdominoplastia linfática após a cirurgia? Quais outros?
13. Quantas sessões você fez de Drenagem
1. Nome: linfática? Quantas vezes por semana?
2. Idade: 14. Ao realizar os procedimentos estéticos,
3. Etnia: Branca, parda, amarela ou Negra fez uso de algum aparelho (ultrassom,
4. Você fuma: Sim ou Não radiofrequência e etc.) durante o trata-
5. Você faz uso de bebida alcoólica? mento? Quais?
Com que frequência? 15. Qual o profissional que realizou
6. Você faz uso de bebida alcoólica? este atendimento no seu pré e pós
Com que frequência? operatório?
7. Pratica atividades físicas? Quais? 16. Acredita que atuação do profissional, no
E com que frequência? seu pré e pós-operatório, foi primordial
8. A quanto tempo você fez a para o restabelecimento da sua rotina
abdominoplastia? diária?
9. Fez algum outro procedimento associa- 17. Houve alguma intercorrência no
do a abdominoplastia? Quais? pós-operatório?
10. Quais as recomendações médicas antes 18. Ficou satisfeita com o resultado da
de realização da abdominoplastia? cirurgia?

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