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EFEITOS DA LASERTERAPIA E KINESIO TAPING NO PÓS OPERATÓRIO

DE ABDOMINOPLASTIA

EFFECTS OF LASER THERAPY AND KINESIO TAPING IN THE


POSTOPERATIVE ABDOMINOPLASTY

_____________________________________________________________________

Luanne Torres Marques Correa


Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São José.

Thayna Patricia dos Santos Ramos Duarte


Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São José.

Daniele Gouvea Von Haehling Lima


Graduada em Fisioterapia. Mestre em Ciência da Atividade Física. Pós-graduada
em Dermato Funcional. Pós-graduanda em Osteopatia.

Frederico Augusto Vieira de Castro


Graduado em Ciências Biológicas. Mestre e Doutor em Bioquímica.
INTRODUÇÃO:

Em uma busca histórica é possível observar que a concepção de beleza


vem se transformando ao longo dos séculos. Nas pinturas que antecederam o século
XIX, traziam como referencial estético corpos voluptuosos aos quais eram considerados
sinônimos de saúde, sedução e status social (ALVES, 2021). Atualmente, mulheres de
diversas faixas etárias e condições socioeconômicas buscam obter um melhor bem
estar físico e emocional através de uma transformação de sua imagem pessoal que
seja estratégica e segura. Um dos recursos capazes de alcançar este desejo através de
uma ação mecânica é a cirurgia plástica (GOMES et al., 2021).

Segundo dados da Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e


Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil, aparece em segundo lugar
no ranking dos 10 países que mais realizam procedimentos cirúrgicos estéticos,
perdendo apenas para os Estados Unidos, sendo a abdominoplastia a quarta cirurgia
estética corporal mais realizada no país (PEGORARE, et al., 2021).

O principal objetivo da abdominoplastia é eliminar a flacidez abdominal, sendo


indicado para pacientes que apresentam abdômen desproporcional ao restante do
corpo, músculos abdominais enfraquecidos separados além da concentração de tecido
adiposo na região abdominal, visando um resultado satisfatório no tratamento das
disfunções estéticas. As contra indicações estão restritas aos obesos, casos de mínima
flacidez tecidual, em pacientes com alterações pulmonares, diabetes, e fumantes pelo
risco de necrose tecidual, mulheres que desejam ter filhos ou algum empecilho por
problemas de saúde (CARVALHO, 2020).

Atualmente, existem diversas técnicas operatórias para realização da


abdominoplastia, as mais utilizadas são: abdominoplastia não convencional,
abdominoplastia clássica e lipoabdominoplastia. A abdominoplastia não convencional,
conhecida também como mini abdominoplastia, é indicada para pacientes com pouco
volume no abdômen inferior e umbigo alto. Na dermolipectomia transversa clássica, ou
abdominoplastia clássica, tal incisão pode ter variações, comumente realizada em
pacientes multíparas, acima dos 45 anos, desde que não apresentem o umbigo com
localização alta e pacientes pós-bariátricos (VILLEGAS et al., 2022). Outra estratégia
utilizada para modelar o abdome é a lipoabdominoplastia, sendo a técnica mais
utilizada no Brasil, sendo baseada na combinação da abdominoplastia clássica com
lipoaspiração de todo a fração abdominal refere-se a um procedimento com baixa
incidência de intercorrências em pacientes em bom estado clínico (FAGUNDES, et al.,
2023).

Assim como outras cirurgias, a abdominoplastia também não é liberta de riscos,


a incisão cirúrgica promove uma alteração da integridade da pele resultando gerando
uma sequela cicatricial agressiva, esta lesão repercutirá com o reparo tecidual que
pode ser dividido em 3 fases: inflamatória, proliferativa e de maturação, que são
ativadas por um conjunto de mediadores químicos, fragmentos e matriz celular e
alterações físico-químicas (MOREIRA, 2021). Em razão destas alterações físico-
químicas e estruturais que um procedimento cirúrgico promove, é fundamental a
conscientização sobre as diversas complicações que estão associadas a essas
modificações, são elas: possíveis alterações de sensibilidade, diminuição da amplitude
de movimentos, deiscências, equimoses, seroma, edema e fibrose (PINHEIRO, et.al.,
2020).

Dentre as estratégias mais utilizadas capazes de prevenir estas intercorrências


podemos citar o kinesio taping e a laserterapia. A fita adesiva elástica surgiu nos anos
70, através de Kenzo Kase, o criador do método, ao qual desenvolveu esta tecnologia
a fim de reduzir algias e limitar a função tecidual e articular. Este veículo terapêutico
vem sendo cada vez mais utilizado no meio estético, pois promove a aceleração no
tempo de recuperação no pós cirúrgico. Dentre suas propriedades terapêuticas, tem-se
a função dérmica, ocasionada pela atuação sobre os mecanoreceptores, que resulta
numa ação sensorial, por meio das descompressões, trações da pele, elevações,
tensões e pressões suaves. Ao aplicar a fita sob a pele, seus filamentos e espaços
entre eles ajudam no carregamento da linfa, além de aliviar sintomas dolorosos,
tratando as respostas fisiológicas ao trauma tecidual, recuperando a funcionalidade e
possibilitando a estimulação o processo de cicatrização (DUARTE, et al., 2022).
Com a movimentação cotidiana do paciente, o taping diminui ou elimina as
restrições circulatórias, com efeito de 24 horas de drenagem linfática. O simples ato da
ancoragem da bandagem elástica, o deslizamento da pressão e a tensão da pele
promovem o alívio da dor e da sensação de desconforto nos tecidos subjacentes e no
local. Outro componente do processos álgicos são os precursores inflamatórios,
causadores do edema. Pode-se resolver este problema com a criação de espaços,
ocasionados pelas circunvoluções da epiderme e da derme imediatamente abaixo da
bandagem adesiva (CHI, et al., 2016).

Dentre as técnicas mais empregadas com este recurso no pós operatório


destaca-se o linfotaping, a fita é cortada em formato “fan” ou “polvo”, é uma técnica
muito utilizada nos últimos anos e sua aplicação é possível nos primeiros dias após o
procedimento cirúrgico, com resultados satisfatórios trazem como objetivo prevenir e/ou
atenuar as equimoses, reduzir a formação de fibroses, aderências e, principalmente, de
edema diminuindo assim, possivelmente o número de atendimentos e acelerando a
recuperação do paciente, promovendo a alta precoce (BERGESCH, et al., 2017).

O laser é constituído por ondas eletromagnéticas, visíveis ou não, onde aplica


uma energia na área a ser tratada. São classificados em alta potência e baixa potência.
O laser de alta potência geralmente são aplicados em processos de remoção, corte e
coagulação de tecidos, enquanto terapia com o laser de baixa potência, que são mais
recorrentemente aplicados em processos de reparação tecidual,produzem efeitos
fotoquímicos, e tem sido bastante empregado no pós operatório de cirurgias devido
seus efeitos analgésicos com efeitos bioquímicos atuando na liberação de histamina, ,
anti-inflamatórios, na redução de edemas e cicatrizante (BARRETO, et al., 2022).

O laser de baixa potência aplicado sob o tecido lesionado no pós cirúrgico


estimula a circulação local e acelera o processo de cicatrização de forma organizada e
controlada. Ao aumentar o processo de reparação a nível tissular e orgânico, isto
porque o estímulo exercido sobre a capacidade de cicatrização do tecido conjuntivo e a
neoformação de vasos sanguíneos, a partir dos já existentes, o laser aumenta a
velocidade de regeneração das fibras nervosas lesionadas, acelerando o calo ósseo e
aumentando o trofismo da pele sobre os fibroblastos responsáveis pela formação das
fibras colágenas e elásticas ( BARACHO, et al., 2020).

Em suma, os lasers de baixa potência demonstram: efeitos anti edematosos e


analgésicos, estimulando a liberação de endorfinas, inibindo sinais nociceptores e
controlando os mediadores da dor, efeitos anti-inflamatórios, diminuindo o edema
tecidual e a hiperemia vascular, e efeitos cicatrizantes, acelerando a cicatrização dos
tecidos lesados, estimulando a remodelação e o reparo ósseo, reparando a função
neural após injúrias e modulando as células do sistema imune para beneficiar o
processo de reparo. (SANTOS, et., al, 2016; FUZIEL et.,al, 2019).

A atuação do fisioterapeuta dermatofuncional é cada vez mais necessária


dentro e fora do ambiente cirúrgico. Sendo assim é fundamental o conhecimento por
parte deste profissional sobre o procedimento cirúrgico a ser realizado, as etapas de
cicatrização do tecido, quais recursos, sua forma de aplicação que poderão ser
utilizados e as orientações fornecidas por ele ao paciente poderá auxiliar no processo
de reabilitação funcional e reintegração do mesmo de forma mais rápida (BARRETO, et
al.,2022).

O presente estudo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica integrativa
ao analisar os efeitos do kinesio taping e da laserterapia utilizados no pós-operatório
de pacientes submetidos a cirurgia de abdominoplastia, estratificando seus efeitos no
pós operatório e resultados sobre a repercussão do reparo tecidual.

METODOLOGIA

Esta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura integrativa descritiva,


realizada nas bases de dados multidisciplinares e nas bases específicas da área de
saúde. Diante da contextualização abordada, levantou-se o seguinte questionamento:
Quais são os efeitos que kinesio taping proporciona na recuperação da funcionalidade
tecidual e do paciente no período de 72 horas, até e/ou após 15 dias do pós cirúrgico
de abdominoplastia ?
As buscas dos estudos foram realizadas na base de dados PubMed, Google
Acadêmico, SciELO. As palavras chaves utilizadas para filtrar os resultados foram
"bandagem elástica",“pós operatório”,“abdominoplastia”, “fisioterapia dermatofuncional“,
“reparo tecidual” e os descritores em inglês foram “ kinesio taping”, “post-operative“,
“abdominoplasty“, “tissue repair“. Foram utilizados como critério de inclusão artigos
mais recentes que abordassem o manuseio da kinesio taping como recurso terapêutico
no pós-operatório de cirurgias abdominais, e como critério de exclusão artigos que não
abordassem o uso do taping sobre as principais intercorrências estéticas que se
apresentam após cirurgias abdominais e cirurgias que não fossem combinadas a
cirurgias abdominais.

RESULTADOS

Conforme os critérios de inclusão, o organograma a seguir (Quadro 1) refere-se


ao número de artigos encontrados nas bases de dados PubMed, Google Acadêmico,
SciELO. Abordando também a quantidade de estudos selecionados para realização
desta revisão e quais os critérios que foram estabelecidos para a exclusão de alguns
estudos.
CRITERIO DE
DESCRIÇÃO FILTRO
EXCLUSÃO

"Bandagem Ultimos 10 anos Textos completos pagos


elastica"

Idiomas portugues e Monografias e Teses


"Pós-operatorio"
ingles

"Fisioterapia Textos completos Fora do tema


dermato-funcional"

"Abdominoplastia" 8 publicações 122 publicações

"Reparo tecidual"

Laserterapia

130
publicações

Fonte: Dados de pesquisa (2023)


A amostra ficou composta por sete estudos que abordaram sobre formas de
tratamento das intercorrências que possam ser decorrentes de procedimentos como
abdominoplastia, apresentado na tabela, organizados em título, autor e ano de
publicação, tipos de pesquisa, métodos e resultados.

AUTOR/ANO OBJETIVO INTERVENÇÃO RESULTADO CONCLUSÃO

CHI, A et al., Identificar os efeitos Estudo experimental de As pacientes que se A DLM associada ao
2016 de dois protocolos abordagem quantitativa e encontravam na fase linfotaping obteve resultados
distintos no qualitativa, onde 14 proliferativa obtiveram eficientes no tratamento de
tratamento da mulheres foram reversão total do quadro de fibrose secundária a cirurgias
fibrose secundária submetidas ao fibrose após submeter-se a de abdominoplastia
ao pós-operatório de procedimento. O DLM acompanhada do associadas ou não a
abdominoplastia e tratamento foi composto linfotaping, Acredita-se que lipoaspiração.
lipoaspiração de por 10 atendimentos, com o linfotaping promoveu uma
abdome. duração média de 90 melhora do metabolismo
minutos. Foi utilizado o devido à drenagem linfática
taping linfático em formato constante proporcionada por
de “fan”. ele.
ROQUE, et al., Analisar o efeito do Estudo de caso composto A melhora da deiscência é O estudo demonstrou efeito
2017 LBF em deiscência por uma paciente progressiva, redução da positivo da laserterapia,
cicatricial no pós- apresentando deiscência inflamação local, recuperando o tecido
operatório de cicatricial foi utilizado para reorganização do tecido e lesionado, sinalizando uma
lipoabdomino- o tratamento LBF aplicado fechamento da ferida. nova abordagem não invasiva
plastia. diretamente no local, para um tratamento seguro e
durante 12 segundos, 6 J benéfico.
de potencia, pontual sem
contato. No fim do
tratamento, totalizou 40
aplicações.
CHI, ANNY et Prevenir e minimizar Estudo randomizado,com Os resultados mostram que Pode-se concluir que o uso do
al., 2018 as fibroses, edema GC contendo 10 pacientes a ocorrência de fibrose, taping reduz o edema, a
intenso e que foram avaliados e edema e equimose no GE formação de equimose e
equimoses, iniciado o tratamento no 4° foi significativamente menor principalmente a formação de
acelerando a dia pós-operatório que no GC. Notou-se fibrose no pós-operatório.
recuperação do utilizando DLM com o também que nas regiões Também diminui o número de
paciente. método LEDUC em MMII, que o taping não foram sessões fisioterapêuticas e
MMSS, abdômen e utilizadas, formou-se maior acelera o restabelecimento do
flancos, microcorrentes no quantidade de equimose paciente no pós-operatório
abdômen durante 20 visível. das cirurgias abdominais.
minutos e taping na área
operada de acordo com a
alteração, Corte
WEB/BASKET para
fibrose, FAN/POLVO para
edema e HASHTAG para
equimose. GE foi atendido
no trans-operatorio com
aplicação de linfotaping
em fan/polvo no abdômen
e flancos e aplicação de
espuma de contenção
360° na região sob a
malha cirúrgica. O pós-
operatório seguiu como no
GC.
SANTARIANO, Abordar a Estudo de caso composto Na primeira semana de Foram evidenciados
2018 importância do LBF por uma paciente, tratamento verificou-se a resultados positivos, o LBP
na redução do apresentando edema, melhora visível e promove a aceleração no
tempo de ruptura de cicatriz, significativa no processo de processo de reparação
cicatrização e comprometimento reparo tecidual. Ao passar tecidual trazendo assim um
qualidade da pele no vascular importante e das sessões, a lesão maior conforto ao paciente.
processo de necrose cicatricial crônica, apresentou bordas
regeneração. evidente. Na primeira integras neovascularização,
semana de tratamento foi tecido de granulação
utilizado laser vermelho e aumentado. Após 60 dias do
laser infravermelho 2J. Na inicio do tratamento a lesão
segunda semana utilizou estava regredida quase
laser infravermelho de 1J totalmente.
e laser vermelho de 3J e
nas demais semanas foi
utilizado apenas o laser
vermelho de 4J.
BREDER et al, Descrever o Estudo de caso composto A paciente apresentou Conclui-se que o LLLT pode
2021 tratamento de por uma paciente com melhora significativa e após ser uma terapia coadjuvante
deiscência no pós- deiscência cicatricial, onde 84 dias a ferida cicatrizou benéfica, juntamente com o
operatório de foi realizado por total. gel de barbatimão para o
abdominoplastia desbridamento cirúrgico. tratamento de deiscência
utilizando o LLLT e No tratamento foi utilizado cicatricial.
gel barbatimão. aplicação diária de gel
barbatimão e aplicação
semanal de LLLT
ALVES, 2022 O objetivo deste Estudo experimental, com Ao avaliar os resultados do Foi possível observar os
estudo foi verificar abordagem quanti- tratamento pré e pós TLIB, benefícios do laser TLIB
os benefícios e qualitativa, foram foi observada a diminuição podendo auxiliar a melhora do
efeitos do ILIB em recrutados 23 mulheres. considerável da FC, assim estado geral e sinais vitais
mulheres na fase Em cada paciente foi como a saturação a qual foi após a realização de cirurgia
pós-operatória de realizado três intervenções notável a redução. Quanto a plástica .
cirurgia plástica. utilizando ILIB, sendo os PA, após a intervenção
primeiros sete dias antes demonstrou um leve
da cirurgia. No segundo aumento.
momento, foram
realizadas as aplicações
de sete a dez dias de pós-
operatório e a ultima com
intervalo de 48 horas
desta ultima. Foi utilizada
a aplicação do ILIB das
seguintes maneiras:
participante acomodada
em uma maca com
elevação, foi aplicado com
uma ponteira de LBP,
utilizando 3 joules/cm2 em
contato com a artéria
radial, por 30 minutos. Em
todas as intervenções
foram coletados as
variáveis antes e após a
aplicação do ILIB.
CHI,MARQUE- Propor uma Ensaio randomizado, com Os resultados demonstram O uso do taping linfático no
TTI E DIAS, abordagem inédita dois grupos divididos em que o GE apresentou uma transoperatório de
2022 desde o pré, trans e 10 no GC e 10 no GE. O melhor resposta na abdominoplastia reduziu a
pós-operatório para tratamento transoperatório resolução da equimose, formação de equimose,
prevenir e minimizar do GE foi realizado com a comparado o GC. contribuindo para a diminuição
as fibroses, edema aplicação de taping de atendimentos
intenso e linfático com o corte “fan” fisioterapeuticos, acelerando o
equimoses, ou “polvo” nas regiões restabelecimento desse
acelerando a operadas, enquanto o GC paciente.
recuperação do apenas foi avaliado no
paciente. pré-operatório e no 4º dia
pós-operatório.
NIESPODZINS Neste artigo Estudo clínico composto No primeiro momento foi Concluiu-se que a melhora do
KI, et al., 2022 abordamos as por uma paciente realizado a DLM e kinesio quadro da paciente ocorreu
técnicas e recursos submetida a cirurgia tape para diminuição do devido à aplicação
utilizados no plástica. Foram utilizados edema local, dor e minimiza de recursos
tratamento pós- os recursos e minimiza possíveis terapêuticos manuais e
operatório de uma fisioterapêuticos: DLM, aderências teciduais eletroterapia atuando na
paciente submetida kinesio tape, alta acelerando o processo de potencialização dos
à abdominoplastia, freqüência, ultrassom, recuperação. resultados, fazendo
lipoaspiração e liberação miofascial e com que a mesma retorne o
mastopexia com medicamentos. mais breve possível as suas
prótese, onde foram atividades de vida diária.
utilizados recursos
como drenagem
linfática manual,
kinesiotaping, alta
frequência,
ultrassom, liberação
miofascial, entre
outros.

LEGENDA: DLM: drenagem linfática manual / LBF: laser de baixa potencia / LLLT: terapia a laser de baixa intensidade / ILIB:
Laser Irradiation of Blood

DISCUSSÃO

O objetivo desta revisão de literatura foi analisar os efeitos da aplicação do


kinesio taping no pós-operatório de cirurgia plástica de abdominoplastia em artigos
publicados de 2013 até 2023. Quantidade da amostra: 56 indivíduos. Dos artigos
selecionados, sete discorreram sobre a atuação de recursos usados pela fisioterapia
dermatofuncional no pós-operatório de cirurgias plásticas abdominais.

Chi, A et. al., 2016 analisaram através de um estudo experimental 10 mulheres


de 44 a 51 anos que apresentaram fibrose tecidual na fase proliferativa e remodeladora
de um pós-operatório de abdominoplastia combinadas ou não a outra técnica cirúrgica
abdominal. Para o protocolo, foram utilizadas a técnica de taping linfático em formato
“fan” necessitando ser associado a drenagem linfática manual e outros recursos
eletrotermoterapêuticos. Ao total foram realizados 10 atendimentos, 2 vezes na
semana. Devido à pequena amostra, os autores não randomizaram, todavia,
subdividiram conforme as fases do reparo em que as pacientes se encontravam, sendo
as pacientes 1, 2, 3, 4, 5 pertencentes ao grupo da fase proliferativa, estas obtiveram
melhora no quadro de fibrose após a associação do linfotaping a DLM, os autores
alegam que o linfotaping possui o poder de ação drenante contínua, já os pacientes
6,7,8,9 e 10 que já se encontravam na fase proliferativa o uso do linfotaping associado
a terapia combinada, mostrou resultados satisfatório. Conclui-se sugestivo uso de
linfotaping na fase proliferativa para a prevenção de fibroses, sendo necessário ser
combinado a outras terapias para contribuir na reversão de fibrose na fase
remodeladora.
Santos e Pereira, 2016 e Correa et., al, 2021 relacionam a técnica do taping
linfático com a minimização de intercorrências no pós operatório, trazendo como
benefício a estabilização do tecido sem gerar estresse a área lesionada, além disso,
redução da dor, através do sistema nervoso central de das vias de aferências
sensoriais dos proprioceptores musculares que por fim reduzem a aferência
nociceptiva. Não obstante, a compressão gerada pela faixa proporciona o aumento da
circulação do sistema linfático, reduzindo assim o acúmulo de líquido, permitindo
também a facilitação do processo cicatricial diminuindo a chance de possíveis
aderências. Sendo assim, a técnica deve ser por profissionais habilitados com a
formação específica do método, para assim realizar uma avaliação criteriosa do tecido a
ser manipulado.
Corroborando com os achados, Chi, Anny et. al., 2018 avaliaram 20 pacientes do
sexo feminino, com idades de 18 a 56 anos de idade que apresentavam edema,
equimose e fibrose no pós-operatório de abdominoplastia combinado a outras duas
técnicas cirúrgicas e que receberam aplicação do linfotaping no trans e pós operatório.
As pacientes foram randomizadas em 2 subgrupos, sendo 10 no grupo controle (GC) e
10 no grupo experimental (GE). O protocolo consistia na aplicação do taping linfático
com tensão mínima no GE sendo utilizado o corte “web” ou “basket” para fibroses, corte
“fan” ou “polvo” para edema e corte “hashtag” para equimosis, mantendo-se de 3 a 5
dias com descanso da pele de 1 dia para a próxima aplicação quando necessário. Os
autores observaram que o GE apresentou diferenças significativas em relação ao
menor número de sessões, menor incidência na formação de fibrose, resolução das
equimoses e perimetria comparado ao GC que não recebeu nenhuma intervenção.
Shigihara e Machado, 2022, notaram que os efeitos fisiológicos que se atribuem
ao taping são devidos às características peculiares da banda e do método de
colocação. Em seus achados mostram que com a compressão imediata após a cirurgia,
é possível reduzir edemas e equimoses, para produzir o efeito de compressão, é
necessário que sejam aplicadas de 50-75% de tensão e variações no corte da fita. O
taping linfático ou linfotaping, tem como objetivo direcionar os fluidos linfáticos e
sanguíneos para um local que não tenha algum comprometimento circulatório,
diferentemente do tapping de compressão, a tensão do linfotaping é geralmente baixa,
entre 10-15% de tensão.
Já nos achados de Chi, Marquetti & Dias, 2022 avaliaram 20 mulheres, com
idade de 20 a 60 anos, onde foram randomizadas em 2 subgrupos, sendo 10 no grupo
controle (GC) e 10 no grupo experimental (GE). O protocolo consistia em: GE na
aplicação do kinesio taping em “polvo” e/ou “fan”, sendo ambos os grupos avaliados a
partir do 4º dia de pós-operatório com foto documentação e EVA (escala visual
analógica de dor, como resultados, o GE obteve melhora significativa não somente na
redução de equimose, mas também do quadro álgico em comparação ao GC que não
recebeu intervenção. Os autores observaram a efetividade no uso no taping linfático,
dada a sua ação drenante colaborando para a redução de intercorrências pós-
operatórias e diminuição do número de atendimentos.
Em seu estudo, NIESPODZINSKI e GASSNER, 2022 avaliaram uma paciente do
sexo feminino, com idade de 36 anos, a qual realizou cirurgia plastica de
abdominoplastia associada a outras duas técnicas cirurgicas. O protocolo consistia na
aplicação de kinesio taping em formato “fan” em direção aos linfonodos axilares e em
“corte X” na região lombar, além disso, outras técnicas também foram associadas,
como a terapia manual e recursos eletrotermoterapêuticos no 2º dias de pós operatório
e sua retirada no 9º dia. Foi observado pelos autores que houve melhora no aspecto da
pele, redução de edema e equimoses.
Nos estudos de Roque et, al., 2017 avaliaram uma paciente de 25 anos após 4
semanas do pós operatório de lipoabdominoplastia que apresentava deiscência
cicatricial de 7 cm de comprimento e 2cm de largura utilizaram o laser de baixa potência
associado tratamento farmacológico. O protocolo utilizado foi o laser ASGA, durante 12
segundos, 6j de potência de forma pontual e sem contato, aplicada diariamente. Os
autores relatam a melhoria da deiscência, que é observada progressivamente,
apresentando redução da inflamação local, reorganização do tecido e fechamento da
ferida, apresentando apenas a cicatriz cirúrgica no fim do tratamento, além disso os
autores levantam a atribuíram que o tratamento medicamentoso contribuiu para os
resultados.
Breder et, al., 2021 avaliaram uma paciente de 54 anos submetida a cirurgia de
abdominoplastia após um episódio de síncope com 3 semanas de pós operatório, a
qual apresentava em sua incisão cirúrgica infraumbilical um processo inflamatório,
deiscência de 10 cm e tecido necrótico 5x5. O protocolo se inicia após a melhora da
paciente, onde para realizar o desbridamento da incisão foi aplicado o laser com
parâmetros de 4 J/cm, comprimento de onda de 625 nm (largura de banda de 5 nm), de
forma pontual e uma potência óptica de saída de 25 mW ao longo da extensão do leito
e borda da ferida, semanalmente e associado ao uso tópico do gel fitoterápico de
barbatimão. Os autores observaram a melhora do processo de reparo tecidual ao qual
permitiu a cicatrização em quase 3 meses da deiscência.
Em seu estudo experimental, Alves, 2022 avaliou os efeitos sistêmicos da
aplicação do Intravascular laser irradiation of blood (ILIB) modificado ou transcutâneo
(TLIB) em 6 mulheres saudáveis que realizaram cirurgia plástica corporal, incluindo a
abdominoplastia, com idades de 30 a 60 ano. Como proposta da primeira intervenção,
as variáveis saturação periférica de oxigênio (sPO2), pressão arterial (PA) sistólica e
diastólica, frequência cardíaca e glicemia foram coletadas. O protocolo consiste na
aplicação da Laser vermelho de baixa potência, utilizando-se 3 joules/cm2 na artéria
radial no período de 30 minutos com a paciente em repouso, no 7º dia de pré operatório
e do 7º ao 10º de pós operatório sendo estabelecido o intervalo de 48h para nova
aplicação no pós, realizando também a Escala Visual Analígica (EVA). Ao final da
proposta terapêutica foram observados leve aumento da pressão arterial, redução da
frequência cardíaca e da O2 periférica, todavia, não houve relevância em relação à dor.
Ao longo da pesquisa é possível analisar que o uso do kinesio tape e da
laserterapia no pós-operatório de cirurgia plástica é utilizado como forma de intervenção
de possíveis complicações e/ou reações a cirurgia como dor, edema, equimoses,
fibroses e deiscências cicatriciais.
Dos artigos selecionados, quatro demonstraram que o uso do taping/linfotaping
no pós-operatório de abdominoplastia é promissora no manejo da dor, edema,
equimose e principalmente na prevenção da formação de fibrose, tendo em vista que
são sintomas que acometem pacientes no pós-cirúrgico. Quatro artigos demonstraram
que o efeito do laser de baixa potência promove a aceleração no processo de
cicatrização.
Os oitos artigos evidenciaram a importância da fisioterapia dermato funcional no
pós-operatório de cirurgia plástica para o restabelecimento de suas atividades de vida o
mais rápido possível.
Dos artigos pesquisados, todos ressaltaram a necessidade de estudos de alta
qualidade para determinar a eficácia do taping e laser no pós-operatório de cirurgia
plástica de abdominoplastia, assim como para confirmar e expandir os resultados já
obtidos.
Este trabalho apresenta algumas limitações devido à escassez de artigos
científicos com evidências recentes disponíveis que abordam os benefícios da técnica
para manejo das principais intercorrências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que o uso do taping linfático ou linfotaping utilizado no pó-


operatório de cirurgia plástica de abdominoplastia é um recurso eficiente no controle
das intercorrências ocasionadas pelos traumas das cirurgia plástica, como a fibrose, o
edema, a equimose, a dor e a qualidade da cicatriz. Além de diminuir o número de
sessões de fisioterapia e acelerar o restabelecimento do paciente no pós-operatório das
cirurgias abdominais.
REFERÊNCIA

ALVES BENEVINUTO, Jéssica et al. Benefícios da drenagem manual em


pacientes mulheres no pós operatório de abdominoplastia. A Universidade Castelo
Branco-RJ. Unidesc, Luziânia, 2020

ALVES, MARIA VIEIRA. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA


DERMATOFUNCIONAL NO PÓS OPERATÓRIO DE ABDOMINOPLASTIA: UMA
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ARAÚJO, Najara Viana Santos; DE CASTRO SILVA, Ana Ruth; CARNEIRO,


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lipoaspiração: revisão integrativa da literatura. 2022.

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CARVALHO, Camila Carla; SANTOS, Jéssica Castro dos. Abordagem


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