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ESTRIAS1
RESUMO
A Carboxiterapia é uma técnica que consiste na aplicação de dióxido de carbono sob o tecido subcutâneo para
tratar disfunções na pele. Portanto, pode ser um método seguro que requer equipamentos especializados, e têm
apresentado resultados significativos, respaldados pela literatura científica. Trata-se de uma técnica
minimamente invasiva e com poucos efeitos adversos pós-procedimento, com o objetivo principal estimular a
circulação, assim favorecendo a formação de elastina, colágeno e crescimento de novos vasos sanguíneos
(Angiogênese), levando gradualmente a um preenchimento das estrias, que se caracteriza a partir do rompimento
das fibras elásticas e colágenas, que estão presentes na derme. A abordagem utilizada para esse artigo foi
revisões bibliográficas, buscando auxílios necessários na literatura existente para compreender o procedimento
como um todo. Desta forma, este estudo justifica-se pela urgente necessidade de validar a questão da utilização
da Carboxiterapia como técnica funcional da pele e no tratamento de estrias, a partir da análise das vantagens e
desvantagens. Além de identificar especificamente alterações funcionais no corpo humano após o tratamento de
estrias com Carboxiterapia.
ABSTRACT
Carboxytherapy is a technique that consists of applying carbon dioxide under the subcutaneous tissue to treat
skin disorders. Therefore, it can be a safe method that requires specialized equipment, and has shown significant
results, supported by scientific literature. It is a minimally invasive technique with few post-procedure adverse
effects, with the main objective of stimulating circulation, thus favoring the formation of elastin, collagen and
the growth of new blood vessels (Angiogenesis), gradually leading to the filling of stretch marks. , which is
characterized by the disruption of elastic and collagen fibers, which are present in the dermis. The approach used
for this article was bibliographical reviews, seeking necessary assistance in the existing literature to understand
the procedure as a whole. Therefore, this study is justified by the urgent need to validate the issue of using
Carboxytherapy as a functional skin technique and in the treatment of stretch marks, based on the analysis of
advantages and disadvantages. In addition to specifically identifying functional changes in the human body after
treating stretch marks with Carboxytherapy.
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Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de curso, do Curso de Biomedicina do Centro
Universitário Avantis – UniAvan. 2023/2.
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Acadêmico do curso de Biomedicina. E-mail: alexandra.stodieck@uniavan.edu.br
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Biomédico e Doutor em Biotecnologia e Biociências. E-mail: abadio.junior@uniavan.edu.br
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1 INTRODUÇÃO/FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na sociedade atual, existe uma necessidade pessoal de ter uma boa aparência devido à
exposição da autoimagem e à superestimação do estilo de vida e da perfeição física pela
mídia. Dentre as principais queixas, as estrias promovem desconforto e comprometem a saúde
e bem estar (emocional e psicológico), principalmente ao público feminino. A busca
incansável pela pele perfeita, tem aquecido e aumentado a procura por tratamentos e
melhorias estéticas. Dentre esses tratamentos, a Carboxiterapia atua diretamente na pele
diminuindo aspectos e/ou alterações indesejadas (Horibe, 2000; Guirro e Guirro, 2004).
Consequentemente, a pele torna-se o principal fator de insatisfação, levando a procura por
tratamentos e/ou intervenções específicas, visando minimizar os efeitos naturais do avanço da
idade.
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, possui papel fundamental como
barreira física de proteção para microrganismos invasores, recepção de estímulos externos e
no processo de regulação do organismo (Guirro e Guirro, 2004; Gerson, 2011). Além disso,
devido sua capacidade de se renovar, apresenta importância para a realização de
procedimentos estéticos. A camada da pele que mais sofre alterações com o processo de
envelhecimento é a derme, composta por fibroblastos, que produzem fibras de colágeno e
elastina, responsável pela sustentação do tecido (Borges e Scorza, 2016).
Dentre as alterações sofridas pela derme, como rugas, flacidez, podemos destacar as
estrias, caracterizadas como lineares, paralelas e perpendiculares às linhas da fenda cutânea
(linhas de Langer), a partir do rompimento das fibras elásticas e colágenas, que estão
presentes na derme (Borges, 2010). Segundo Lima e Pressi (2005), esse rompimento se
concentra mais nas regiões das coxas, nádegas, abdômen, mamas e atinge mais as mulheres,
gerando desconforto estético.
Vários são os fatores que envolvem a causa da atrofia linear cutânea, sugerindo que os
genes determinantes para a formação do colágeno, da elastina e da fibronectina estejam em
menor quantidade nesses pacientes que apresentam predisposição a atrofia linear cutânea,
caracterizando uma alteração no metabolismo do fibroblasto (Lee et al., 1994).
Embora usualmente, as estrias apareçam em regiões do corpo onde a pele sofreu uma
força mecânica excessiva, seja pela distensão dos tecidos devido a uma gestação ou
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obesidade, atividade física rigorosa (musculação) (Pereira et al., 2007; Guirro e Guirro, 2004;
Maio, 2004). As estrias possuem causa multifatorial, e há evidências de que não apenas
fatores mecânicos e/ou endócrinos estão envolvidos no desenvolvimento das estrias.
Diferentes estratégias podem ser adotadas para o tratamento de estrias, tais como:
Endermologia, Vacuoterapia e Carboxiterapia. Dependendo do estágio de evolução da estria,
os tratamentos variam. Mas, independente do método, os principais objetivos no tratamento
das estrias são: aumentar a microcirculação e espessura da derme, acelerar o crescimento e
espessura da epiderme, estimular os queratinócitos e fibroblastos e restaurar o manto lipídico
mantendo a hidratação do tecido (Borges e Scorza, 2016; Milani et al., 2006).
O primeiro uso conhecido do CO2 foi a percutânea, por meio dos banhos em água com
gás carbônico termal ou industrial. A via subcutânea foi utilizada secundariamente. Wollina e
colaboradores (2004), perceberam a diminuição da infecção local em feridas crônicas, e
observaram que a cicatrização se fazia mais rapidamente nessas feridas após aplicação do gás
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(Abramo e Teixeira, 2011). Registros mostram que o uso da Carboxiterapia não é muito
recente. Esta técnica foi usada pela primeira vez para arteriopatia periférica na França em
1932 e somente em 1953 é que foi introduzido no subcutâneo (Ferreira et al., 2012). A
Carboxiterapia tem o objetivo principal de oferecer efeitos fisiológicos no aumento da
circulação e da oxigenação tecidual (Bandeira, 2013).
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A coleta de artigos foi realizada nas ferramentas de busca Google acadêmico, Scielo e
Pubmed, utilizado em todas as ferramentas de busca as palavras chave: carboxiterapia,
carboxiterapia em cicatrizes atróficas, estrias e pele, carboxitherapy, carboxytherapy striae
distensae. Os artigos elegíveis para esta revisão foram considerados artigos completos
publicados em português e inglês, publicados entre 2008-2022 e relacionados a estrias com a
técnica de Carboxiterapia.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A busca foi realizada até dia 15 de agosto de 2023 e totalizou 30 fontes literárias,
sendo encontrados 08 artigos no Pubmed, 22 artigos no google acadêmico e no Scielo a
busca não obteve artigos sobre o tema. Após a aplicação dos critérios de inclusão,
mencionados acima, foi obtida a seleção de 13 artigos com procedência científica, localizados
nas bases de dados Google acadêmico e Pubmed. A seleção dos artigos, resultou em 11
artigos em especificidade no assunto, utilizando Carboxiterapia com ênfase em estrias sem
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neocolagênese (Brandi et al., 2001). Ferreira e colaboradores (2008), também relatam em sua
pesquisa o aumento na remodelação do colágeno induzida por injeções intradérmicas de CO2.
A infusão de CO2 induz uma inflamação subclínica, ocasionada pelo microdescolamento do
tecido durante a aplicação de CO2. Desencadeando a reparação e a regeneração tecidual que
estimulam a ativação de macrófagos, fibroblastos e células endoteliais que promovem a
neovascularização e o remodelamento da matriz extracelular (Pianez et al., 2016).
Embora, não exista uma grande diversidade de protocolos, de acordo com Borges
(2010) o volume deve estar entre 60 ml/min à 80 ml/min, podendo chegar até os 150 ml/min.
Devendo-se respeitar os intervalos durante as sessões de pelo menos 21 dias, tempo no qual o
colágeno leva para se formar e maturar. Por outro lado, Moreira e Giusti, (2013) trazem outro
parâmetro para a aplicação da carboxiterapia no tratamento de estrias. Utilizando volumes de
infusão entre 20 e 100 ml/min, e volume totais administrados entre 600 ml e 1000 ml/min
para a aplicação da Carboxiterapia no tratamento de estrias brancas.
Legenda: Fotos ilustrativas de equipamento e utensílios utilizados para a aplicação de Carboxiterapia: aparelho
aplicador de Carboxiterapia (A), no qual é realizado a programação do protocolo de aplicação; cilindro de aço
com regulador de pressão (B), empregado para a regulação, controle e certificação da pressão empregada na
aplicação; equipo com filtro biológico acoplado a agulha, empregado para a condução e inoculação do CO2.
Fontes: Adaptado Borges (2010) e https://www.hsmed.com.br/carbtek-advanced-estek.
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Quadro 1: Apresentação da síntese dos artigos científicos baseados em revisões bibliográficas incluídos no estudo.
Estudo Método de avaliação Resultados dos aspectos estético-clínicos relatados
El-Domyati et al., Melhoria clínica da estria Comprimento e largura;
2020 distensa após o Muito bom: 3 casos 15% / Bom: 10 casos 50% / Moderado: 6 casos (30%) /Leve: 1
procedimento de caso 5%
Carboxiterapia com 20 *Totalizando 20 casos 100%
pacientes. Melhora clínica de 59,8%
Mudanças de textura;
Muito bom: 10 casos 50% / Bom: 4 casos 20% / Moderado: 6 casos 30% / Leve: ----
*Totalizando em 20 casos 100%
Mudanças de textura de 66,8%
Alterações de pigmento
Muito bom: 3 casos 15% / Bom: 8 casos 40% / Moderado: 7 casos 35% / Leve: 2
casos 10%
*Totalizando em 20 casos 100%
Alterações de pigmento de 54%
Dorneles et al., Ensaio clínico aleatorizado Avaliação De Dor Durante O Procedimento.
2021 em 38 mulheres. O estudo observou uma redução significativa entre a dor na 6ª sessão e a dor na 1ª e
na 12ª sessão. Os resultados das análises mostraram que 75% das pacientes
apresentaram dor leve
Melhora na cor das estrias se tornando mais semelhante à cor natural da pele
ao redor: 67,8%
Fonte: Autoria própria
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Outro estudo realizado por Dornelles e colaboradores (2021) por mulheres com
idades entre 18 e 35 anos, hígidas, com estrias albas com bilateralidade na região glútea. As
quais foram submetidas a doze sessões com duração de 20 minutos em média, com intervalo
de 7 dias, por um período total de 3 meses. Após o protocolo de intervenções às pacientes
responderam um questionário de satisfação com o tratamento; melhoria da aspecto das estrias;
tolerância à dor; satisfação com a qualidade de vida. Também eram realizados registros
fotográficos para a avaliação da evolução. Em relação a satisfação dos pacientes 100%
ficaram satisfeitos, em 75% das pacientes apresentaram dor leve, 58% de melhoria na
visibilidade das estrias (Quadro 1).
Estudo realizado por Elmorsy e colaboradores (2021) foi efetuado com mulheres,
apresentando idade entre 20 e 35 anos, submetidas a aplicação de carboxiterapia a cada 2
semanas durante um período de 6 meses de tratamento, e acompanhadas após a última sessão
de tratamento. O estudo revelou uma melhora de 58% na visibilidade das estrias. A largura e
o comprimento diminuíram e sua cor tornou-se mais parecida com a cor natural da pele. Em
efeitos colaterais foram relatados, 10 % de dor, hematoma temporário local após injeção em
30%, e a sensação de formigamento durante o procedimento foi relatado por 10% dos
pacientes (Quadro 1).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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