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Resumo
Atualmente nos deparamos com uma realidade social que supervaloriza um corpo jovem e
magro onde este pensamento tem influenciado significativamente homens e mulheres que se
esforçam para adequar-se a estes padrões de beleza. Diante disso, a abdominoplastia é uma
das intervenções cirúrgicas comumente realizadas, embora proporcione uma sequela
cicatricial extremamente agressiva e antiestética. Este trabalho selecionou por meio de uma
revisão sistemática de literatura, os recursos fisioterapêuticos mais utilizados no pós-
operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida mais comumente como
abdominoplastia. Vimos então que os recursos mais utilizados pós-cirurgia de
dermolipectomia são: a sonidoterapia (ultrassom), a DLM e a eletroterapia, mas a
termoterapia, fototerapia, massoterapia, dentre outros, também foram citados. Entendemos
que os recursos aqui identificados fazem parte da rotina das diversas clínicas existentes no
Brasil, porém poucos profissionais se atêm em publicar artigos que comprovem a eficácia de
tais recursos, o que gera uma escassez de literatura.
Palavras-chave: Dermolipectomia; Pós-operatório; Intervenção fisioterapêutica.
1. Introdução
Atualmente nos deparamos com uma realidade social que supervaloriza um corpo jovem e
magro e este pensamento tem influenciado significativamente homens e mulheres que se
esforçam para adequar-se a estes padrões de beleza. Bôas (2012) afirma que este século está
marcado pelo apelo à boa aparência, no qual os meios de comunicação de massa têm
desempenhado um papel fundamental na criação, propagação, manutenção e divulgação de
hábitos e normas sociais no cotidiano.
Estimulados por este conceito social, inúmeros procedimentos estéticos cirúrgicos são
realizados anualmente. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica
Estética (ISAPS), em 2009 foram feitas 8.536.379 cirurgias estéticas e 8.759.187 não
cirúrgicos. No que tange aos procedimentos cirúrgicos, este implica maior investimento
financeiro da pessoa, maior tempo de recuperação, chances reais de complicação no pré e pós-
operatório, e até risco de morte (BÔAS, 2012).
Tais complicações se intensificam quando estão associadas à abdominoplastia. Milani, João e
Farah (2006) afirmam que esta é uma das intervenções cirúrgicas comumente realizadas, mas
proporcionam uma sequela cicatricial extremamente agressiva e antiestética, pois consiste na
retirada de tecido subcutâneo excedente na região do abdome, através de uma incisão supra-
púbica com transposição do umbigo e com plicatura dos músculos reto-abdominais.
A fim de corroborar com a intervenção médica, a fisioterapia dermato-funcional foi
reconhecida por meio da Resolução 362/2009, enquanto especialidade. Sendo assim, o
profissional ganhou espaço na área da saúde por utilizar recursos específicos, como a
preparação para a intervenção cirúrgica, aceleração do processo de recuperação pós-
operatória, prevenção e controle de complicações comuns (FLORES, BRUM e CARVALHO,
2011).
Desta forma, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional-COFFITO-8/78 cita
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os métodos e técnicas que podem ser abordados, além das precauções que se devem tomar na
aplicação dos agentes terapêuticos: termoterápico ou crioterápico, hidroterápico, aeroterápico,
fototerápico, eletroterápico ou sonidoterápico.
Sendo assim, este estudo pretendeu por meio de uma revisão sistemática de literatura, apontar
trabalhos existentes nas bases de dados eletrônicas que abordam os recursos fisioterapêuticos
mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida mais comumente
como abdominoplastia.
Teixeira (2001) complementa dizendo que na busca pela beleza, homens e mulheres acabam
por se submeter aos procedimentos estéticos cirúrgicos que podem oferecer riscos por serem
de natureza invasiva. Borges (2010) cita que nos últimos anos, a cirurgia plástica tem larga
divulgação e importante aprimoramento de suas técnicas. É uma área em amplo crescimento,
havendo a necessidade de integração multidisciplinar, a fim de alcançar melhores resultados.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a cirurgia plástica pode ser
definida pelo conjunto de procedimentos clínicos e cirúrgicos utilizados pelo médico para
reparar e reconstruir partes do revestimento externo do corpo humano. Ferreira (2000) diz que
a cirurgia estética é a realizada para dar nova forma a estruturas normais do corpo, com o
objetivo de melhorar a aparência e a autoestima.
Ferreira (2000) cita ainda os procedimentos estéticos existentes, destaca aqueles para
rejuvenescimento facial (ritidoplastia, blefaroplastias, entre outros); para melhorar o contorno
corporal (lipoaspiração, torsoplastia, abdominoplastia, etc.); as cirurgias para alterar o volume
da mama (mastoplastia); as destinadas a melhorar a forma do nariz (rinoplastia), da orelha
(otoplastia), etc.
A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) fez um levantamento em
2009 dos procedimentos cirúrgicos realizados na última década, onde detectou que a mudança
no contorno do abdômen (lipoaspiração) representa 18,8% de todos os procedimentos
cirúrgicos, seguida pelo aumento das mamas (mamoplastia) 17%, levantamento da pálpebra
superior ou inferior (blefaroplastia) com 13,5%, alteração no formato do nariz (rinoplastia)
com 9,4% e redução da barriga (abdominoplastia) com 7,3%. A popularidade dos
procedimentos cirúrgicos variou entre os países, sendo os USA, China, Brasil, Índia, México
e Japão os países dominantes para os cinco principais procedimentos citados.
Verificamos então que o Brasil é o terceiro país a realizar cirurgias estéticas no mundo e
dentro deste contexto, os cirurgiões plásticos mais importantes são os doutores Antônio
Prudente, Ivo Pitanguy, Paulo Correa e Ricardo Baroudi, pois foram eles os pioneiros neste
tipo de intervenção.
Diante disso, Borges (2010) atenta para os aspectos importantes para um resultado satisfatório
e mencionam a preocupação com os cuidados no pré e pós-operatório como fator preventivo
de possíveis complicações. Ressaltam ainda a notável importância da fisioterapia visto que
sua atuação vai desde a preparação para a intervenção cirúrgica até após a cirurgia, buscando
acelerar o processo de recuperação pós-operatória e prevenindo e controlando as
complicações mais frequentes.
De acordo com Porchat (2004), a dermolipectomia abdominal foi inicialmente descrita por
Demars e Marx em 1890 sendo que este termo foi posteriormente modificado para
abdominoplastia. Borges (2010) frisa que a cirurgia plástica foi desenvolvida como
consequência do desejo e não da necessidade. Esta se diferencia de qualquer outra cirurgia no
sentido em que o paciente a faz por que quer e não por precisar.
Souza et al. (2009) conceituam a mesma como cirurgia na qual existe ressecção de excesso de
pele e tecido subcutâneo da parede abdominal anterior. Suas principais limitações se referem
à necessidade de grande descolamento do retalho abdominal e à dificuldade de conferir ao
abdome um contorno mais natural, menos planificado.
Baseggio, Ariza e Simões (2011) por sua vez, definem a abdominoplastia como um ato
operatório que se destina a remoção de gordura localizada no abdome, assim como da flacidez
de pele ao redor da cicatriz umbilical e das estrias situadas entre a linha horizontal que passa
pelo umbigo e pelos pubianos. Ressaltam ainda que não se consegue eliminar as estrias
localizadas nos flancos e tronco, nem os excessos de gordura dessas regiões.
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Porchat (2004) ressalta que abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas em
todo o mundo onde o maior número de pacientes ainda é do sexo feminino, seja pelo
preconceito masculino em relação à cirurgia plástica, ou ao fato de ocorrer uma flacidez
abdominal mais acentuada em algumas mulheres após a gravidez.
Borges (2010) chama atenção para a diversidade de técnicas que envolvem a
dermolipectomia, sendo as mais comuns a incisão infraumbilical baixa ou suprapúbica com
transposição do umbigo.
Cunha et al. (2012) citam em seu trabalho, as diversas técnicas de dermolipectomias criadas
ao longo dos anos (Tabela - 1). Notamos que as mesmas podem estar associadas ou não a
vários outros procedimentos e técnicas em que se atua sobre a musculatura (como rotação e
plicatura dos músculos oblíquos externos), aponeurose, e com procedimentos complementares
no subcutâneo (como lipoaspiração ou ressecções segmentares).
Desta forma, Evans (2007) cita os diversos procedimentos operatórios utilizados para
modificar o contorno e a forma do abdome: a abdominoplastia, ou dermolipectomia clássica;
a abdominoplastia modificada ou “miniabdominoplastia”; a abdominoplastia circunferencial
ou em cinto; e a dermolipectomia.
Silva et al. (2012) ao realizarem um estudo em uma clínica na cidade de Natal/RN
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De acordo com Souza et al. (2009), que o amplo descolamento do retalho abdominal é o
grande responsável pela alta incidência de efeitos desfavoráveis da abdominoplastia,
sobretudo em pacientes tabagistas, diabéticos, obesos e hipertensos. Felizmente, a maioria dos
problemas se refere a pequenas complicações locais, de fácil resolução e de adequada
tolerabilidade.
Silva et al. (2012) concluem dizendo que tais complicações podem ser evitadas, na grande
maioria dos casos, pela correta indicação da cirurgia e pelo respeito aos princípios técnicos
que a norteiam, associados também com os cuidados específicos, que devem ser tomados
tanto no pré, inter e pós-operatório, tanto pelo médico quanto pela equipe multidisciplinar que
geralmente está acompanhando o paciente.
Segundo Evans (2007), durante o período pós-operatório, o paciente deve ter repouso no leito
em uma posição supina, levemente angulada, com o tronco superior elevado. O mesmo deve
fazer uso de cinta abdominal para a compressão do retalho cutâneo, devendo ser afrouxada
caso a paciente apresente dificuldades para respirar. Os recursos profiláticos para a trombose
ou infecção devem ser realizados durante a permanência do paciente no hospital. Devemos
atentar ainda para a tensão sobre as feridas operatórias, visto que pode gerar o alargamento
destas, resultando assim em cicatrizes grosseiras, distendidas, descoloridas e dolorosas. Vale
ressaltar que a compressão da parede abdominal utilizando-se bandagem não deve ser forte
demasiadamente, pois pode causar necrose da porção final distal do retalho devido ser uma
área pobremente vascularizada.
Diante disso, Guirro e Guirro (2010) entendem que os cuidados fisioterapêuticos no pós-
operatório exercem uma importante influência, no sentido de se evitar sequelas desagradáveis
provenientes do ato cirúrgico, como: hematoma, edema, alterações transitórias de
sensibilidade e de pigmentação, alterações do relevo cutâneo, cicatrizes aderentes,
deprimidas, hipertróficas ou queloideanas, fibrose, deiscência da sutura, infecções, lesões
nervosas, seroma, sofrimento cutâneo.
Coutinho et al. (2006) afirmam que diferentes são as orientações e recomendações no pós-
operatório, mas a utilização da cinta, ingestão líquida adequada, alimentação balanceada,
proteção solar, repouso moderado, cuidados quanto à higienização e hidratação da cicatriz e o
posicionamento adequado são ações importantes para um retorno precoce às atividades de
vida diária.
O tempo de pós-operatório influencia diretamente a efetividade das condutas fisioterapêuticas
para a recuperação dos pacientes que realizaram cirurgias plásticas. Por isso, o
encaminhamento mais tardio pode privar o paciente de uma recuperação mais saudável, mais
curta, com menos sofrimento, além de muitas vezes interferir no resultado final da cirurgia
(COUTINHO et al., 2006).
4. Metodologia
O presente estudo é uma revisão sistemática realizada a partir de buscas nas bases de dados
Lilacs, Medline, Scielo e Bireme para a seleção de artigos que abordam os recursos
fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal, conhecida
mais comumente como abdominoplastia. Os artigos foram publicados em periódicos
nacionais ou em língua portuguesa utilizando como descritores as seguintes palavras:
dermolipectomia, complicações cirúrgicas e intervenção fisioterapêutica. Incluiu-se nesta
revisão estudos publicados no período de 2005 a 2013, publicados em periódicos nacionais e
que mencionam os mais diversos recursos fisioterapêuticos utilizados físicos no pós-
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5. Resultados e discussão
De acordo com os estudos analisados vimos que o profissional fisioterapeuta vem atuar
satisfatoriamente na prevenção e tratamento de complicações pós-operatórias, impedindo a
instalação de deformidades e sequelas que comprometam o resultado final da cirurgia plástica.
Desta forma, Borges (2010) ressalta que é de extrema necessidade a interação entre o
fisioterapeuta, o cirurgião plástico e os outros componentes da equipe médica para que o
planejamento e a intervenção sejam feitos da melhor maneira possível. A equipe
multidisciplinar deve conhecer profundamente a técnica cirúrgica, a fisiopatologia envolvida
no pós-operatório, assim como ter noções básicas do papel do outro profissional para que
cada um assuma responsavelmente a função lhe é inerente.
Fernandes (2011) afirma que atualmente as técnicas cirúrgicas têm tido uma maciça
divulgação e um amplo refinamento fazendo com que surja a necessidade de se ofertar
melhores métodos de tratamento pós-operatório. Neste âmbito, a Fisioterapia dermato-
funcional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões plásticos por seus inúmeros
recursos utilizados na reabilitação de pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas, dentre
as quais destacamos a dermolipectomia abdominal, isolada ou associada a outras cirurgias.
No presente levantamento foram encontrados 23 artigos onde consideramos inicialmente a
abordagem da dermolipectomia e suas diversas técnicas. Posteriormente foram selecionados
10 artigos por mencionarem ou descreverem algum tipo de recurso fisioterapêutico utilizado
no pós-operatório da já citada cirurgia.
Os artigos analisados foram distribuídos da seguinte forma: temas dos artigos, tipo de
pesquisa, autores, recursos fisioterapêuticos e o objetivo da conduta como mostra a Tabela 2.
Podemos observar que são vários os recursos citados nestes artigos para o pós-operatório de
abdominoplastia, mostrando que não existe um protocolo único, pois as técnicas aparecem na
maioria das vezes associadas umas as outras, com exceção da drenagem linfática manual e do
laser de baixa intensidade, os quais foram abordados por alguns artigos de forma exclusiva.
Quanto ao método de abordagem, 4 artigos são de revisão bibliográfica, 3 estudos de caso e 3
estudos descritivos. Os anos de publicação variaram de 2006 a 2013, sendo que no primeiro
ano, 3 artigos foram publicados assim como em 2011.
Nos outros anos somente um artigo foi publicado em cada um.
4 A utilização do laser de Estudo de caso Pieri (2009) Laser AlGaInP Melhorar o quadro
baixa potência AlGaInP álgico
na cicatrização do pós- Promover ação
operatório da cirurgia de antiinflamatória
abdominoplastia em Acelerar o processo
pacientes de uma clínica de cicatrização
de cirurgia plástica na
cidade de Criciúma-SC
Percebemos na Tabela 2 que foram poucos os artigos encontrados nas bases de dados
pesquisadas que abordam algum recurso fisioterapêutico aplicado no pós-operatório de
dermolipectomia abdominal, apesar de os mesmos serem constantemente utilizados na prática
clínica. Verificamos uma escassez de publicações de cunho científico que abordem a
importância, bem como a aplicabilidade da fisioterapia dermato-funcional nesta área de
atuação, o que abre espaços para críticas e indagações quanto sua verdadeira eficácia no
tratamento pós-cirúrgico de abdominoplastia.
Tais presunções justificam a importância do presente artigo e seu objetivo principal que foi
identificar trabalhos existentes nas bases de dados eletrônicas que abordam os recursos
fisioterapêuticos mais utilizados no pós-operatório de dermolipectomia abdominal. Achamos
necessário distribuir tais recursos de acordo com a terapia utilizada para melhor entendimento
como mostra a legenda da Figura 3.
Após a análise dos 10 artigos quantificamos 49 citações de recursos utilizados neste tipo de
tratamento que estão distribuídos da seguinte forma:
7 7 DLM
6 Cinesioterapia
Eletroterapia
5 5
Endermo/vacuoterapia
4 4
Fototerapia
3 Massoterapia
Sonidoterapia
Termoterapia
Outros
O alta frequência também foi mencionado, é um aparelho de múltiplos usos devido às várias
funções que realiza. A corrente elétrica que atravessa os eletrodos de vidro é conduzida
através dos gases Neônio ou Argônio, dando-lhes uma coloração alaranjada ou azulada,
dependendo do tipo de gás que existe em seu interior. Este é usado como bactericida,
permitindo a desinfecção e assepsia da incisão cirúrgica (AGNE, 2009).
A termoterapia também foi citada em seis das 10 publicações, seja pela subtração da
temperatura (crioterapia), seja pela adição (radiofrequência). Para Macedo e Oliveira (2011),
a crioterapia reduz a temperatura tecidual limitando, portanto o trauma tecidual. A
vasoconstrição ocorre por estímulo das fibras simpáticas e a diminuição da pressão oncótica,
juntamente com a diminuição da permeabilidade da membrana que levam uma redução do
edema. Este efeito fica reforçado pela redução tanto do metabolismo celular como das
substâncias vasoativas, tais como histamina.
Coutinho et al. (2006) frisam que a crioterapia protege o tecido cutâneo porque promover o
resfriamento do local, ocasionando vasoconstricção, minimizando o extravasamento
sanguíneo e reduzindo a dor. Migotto e Simões (2013) ressaltam que sua ação é atribuída à
vasoconstrição imediata das arteríolas e vênulas, e ainda a redução tanto do metabolismo
celular como das substâncias vasoativas, tais como histamina. Trata-se de uma técnica
bastante utilizada, de baixo custo, relativamente de fácil manuseio e eficaz na redução da dor,
edema e inflamação.
A utilização do calor por sua vez tem como objetivo melhorar a qualidade do tecido
cicatricial, tratar as fibroses e aderências. Sua utilização será a partir do momento em que se
avalia a presença de fibroses (normalmente a partir da fase de proliferação). Mas para que
ocorra o efeito esperado, a temperatura deve situar-se entre 40 e 45o (MACEDO e
OLIVEIRA, 2011). Desta forma, Silva et al. (2012) dizem que o uso da radiofrequência no
pós-operatório está ligado ao tratamento das fibroses tanto recente como tardia, podendo ser
aplicada precocemente desde que a sensibilidade térmica do paciente seja perfeitamente
mensurável e que o edema não seja acentuado.
A fototerapia (laser e LED) e a massoterapia são citadas em 5 dos artigos analisados. Agne
(2009) define o laser como um conjunto de ondas eletromagnéticas que apresentam
característica ou propriedades precisas: monocromoticidade, coerência e polarização. Macedo
e Oliveira (2011) corroboram dizendo o laser proporciona os seguintes efeitos terapêuticos:
analgesia, redução da inflamação, eliminação de substâncias alógenas, efeito antiinflamatório.
Agne (2009) diz que estes efeitos só são possíveis porque o laser interfere na síntese de
prostaglandinas estimula a microcirculação, além se possuir ação fibrinolítica e cicatrizante.
Já a LED é definida uma terapia por diodos emissores de luz que envolve mecanismo de
fotomodulação que promove um tratamento seguro e indolor, fácil de aplicar e bem tolerado.
Este recurso estimula o processo de cicatrização da ferida por aumentar a proliferação dos
fibroblastos, metabolismo celular reforçada e maior síntese de colágeno (AGNE, 2009).
No que tange a massoterapia, Guirro e Guirro (2010) ressaltam que esta é capaz de produzir
estimulação mecânica nos tecidos por aplicação rítmica de pressão e estiramento, tendo como
efeitos relaxamento, auxílio da circulação venosa e linfática, e absorção de substâncias
extravasadas nos tecidos. Macedo e Oliveira (2011) comenta que por meio da massoterapia,
pode-se observar estiramento dos tecidos subcutâneos; alívio da dor devido ao estímulo do
toque nos receptores de pressão na pele; aumento da circulação da área tratada; estiramento da
fáscia; restauração da mobilidade dos tecidos moles e ainda a liberação de aderências.
Devemos atentar para as restrições da massoterapia, pois a mesma deve ser aplicada somente
na fase de maturação, pois movimentos podem provocar descolamento tecidual, retardando a
recuperação.
Vale ressaltar que a massagem pode ser usada no sentido de mobilizar estruturas variadas,
bem como para aliviar a dor e diminuir o edema, uma vez que ela produz um aumento do
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7. Considerações finais
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