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SINTOMATOLOGIA DAS

DOENÇAS DE PLANTAS
SINTOMATOLOGIA DE DOENÇAS DE
PLANTAS
Sintomatologia é a parte da
Fitopatologia que estuda
os sintomas e sinais,
visando a diagnose de
doenças de plantas.

Sintoma é qualquer
manifestação das
reações da planta a um
agente nocivo.
Sintoma - verrugose
Sintoma - galha
Verrugose do abacateiro
Meloidoginose da cenoura
. (Meloidogyne spp.)
(Sphaceloma perseae)
Sinal
Crescimento
Sinais são estruturas micelial e
do patógeno esporulação de
quando Geotrichum
exteriorizadas no candidum
tecido doente. (Podridão azeda da
batata-baroa)
Quadro
sintomatológico:
seqüência
completa dos Sinal
sintomas que Esclerócios e
ocorrem durante o crescimento
desenvolvimento micelial de
de uma doença Sclerotium
rolfsii
(Murcha-de-
esclerócio do
feijoeiro)
CLASSIFICAÇÃO DOS
SINTOMAS
Os sintomas podem ser classificados conforme:

• a localização em relação ao local de ataque do patógeno,


• as alterações produzidas no hospedeiro e
• a estrutura e/ou processos afetados.
1. Conforme a localização
• sintomas primários
• Ex.: manchas foliares e podridões de frutos

Sintoma primário - mancha


cercosporiose do caupi Sintoma primário - verrugose
(Cercospora cannescens ) Verrugose do maracujá
(Cladosporium herbarum)
• sintomas secundários ou reflexos
• Ex.: subdesenvolvimento da planta e murchas vasculares

Sintoma secundário - murcha Sintoma secundário - murcha


Murcha bacteriana do pimentão Murcha-de-esclerócio do feijoeiro
(Ralstonia solanacearum) (Sclerotium rolfsii
2. Alterações produzidas no hospedeiro
• sintomas habituais-
• superbrotamento, nanismo, esverdeamento das flores e
escurecimento dos vasos.

Sintoma habitual - subdesenvolvimento Sintoma habitual - superbrotamento


Virose do pimentão Malformação floral da mangueira
(Geminivirus) (Fusarium subglutinans
• sintomas lesionais-
Ex.: manchas necróticas, podridões e secas de ponteiro,

Sintoma lesional - mancha


Sintoma lesional - podridão
Cercosporiose da alface
(Cercospora longissima)
3. A estrutura e/ou processos afetados.
3a. Sintomas Histológicos
Quando as alterações ocorrem a nível celular

• Granulose: produção de partículas granulares ou cristalinas em


células degenerescentes do citoplasma.

Ex.: melanose em folhas e frutas cítricas, causada por


Diaporthe citri.

Granulose
Melanose dos citros
(Phomopsis citri)
• Plasmólise: Perda de turgescência das células

• Ex.: podridões moles por Pectobacterium spp.

• Vacuolose: formação anormal dos vacúolos no


protoplasma das células, levando à degeneração
3. A estrutura e/ou processos afetados.
3b. Sintomas Fisiológicos
• Quando as alterações ocorrem na fisiologia do hospedeiro,
incluindo:

• Utilização direta de nutrientes do patógeno:


Heterotróficos: carbohidratos e proteínas do hospedeiro

Ex.: Centeio→ produção de esclerócios de Claviceps purpurea,


agente do esporão.

• Aumento na respiração do hospedeiro: Ocorre área


lesionada um aumento na taxa de respiração

Ex.: Ustilago tritici, agente do carvão, apresentam um aumento


de 20% na taxa de respiração em relação a plantas sadias.
• Alteração na transpiração do hospedeiro:
conforme o estádio de colonização pelo patógeno,

Ex.: Fusarium oxysporum em bananeira e tomateiro

1º dias do ataque ocorre um aumento na taxa de


transpiração
• Interferência nos processos de síntese:
• Interferência direta → ocorre a destruição da
superfície da folha pela ação direta do patógeno

• Indiretamente →Ocorre interferência nas vias


metabólicas do hospedeiro. Ex.: acúmulo ou falta
de hidrato de carbono, aminoácidos, sais minerais,
hormônios, enzimas ou até mesmo no balanço
energético da planta.

• Ex.: Tomateiro e Ralstonia solanacearum, ocorre a


descoloração vascular (melanina) e a produção de
raízes adventícias (auxinas).
3. A estrutura e/ou processos afetados.
• 3c. Sintomas Morfológicos

• Quando as alterações exteriorizam-se ao


nível de órgão, com modificações visíveis na
forma ou na anatomia.

• necróticos ou plásticos.
• Sintomas Necróticos

• Necroses são caracterizadas pela degeneração


do protoplasma, seguida de morte de células,
tecidos e órgãos.

• plesionecróticos: antes da morte do protoplasma

• Holonecróticos: expressos após a morte do


protoplasma.
• a) Sintomas Plesionecróticos → Degeneração protoplasmática e
desorganização funcional das células

• Amarelecimento: causado pela destruição da clorofila (destruição


do pigmento ou dos cloroplastos)
Ex.: halo amarelado ao redor de manchas causadas por
Cercospora spp.

Amarelecimento - halo
Queima das folhas do inhame
(Curvularia eragrostidis)
• Encharcamento: também conhecido por "anasarca", é
a condição translúcida do tecido encharcado devido à
expulsão de água das células para os espaços
intercelulares. É a primeira manifestação de muitas
doenças com sintomas necróticos, principalmente
daquelas causadas por bactérias

Encharcamento
Míldio da videira
(Plasmopara viticola)
• Murcha:
• falta de água
• Perda de turgescência
• Pode ser permanente
• Pode ser temporária

Ex.: murchas causadas por


patógenos vasculares, como
Fusarium e Ralstonia
solanacearum
b) Sintomas Holonecróticos
• Podem se desenvolver em qualquer parte da planta doente e são
característicos da morte das células, provocando mudanças de
coloração do órgão afetado.

Cancro
Cancro
Cancro cítrico
Rhizoctoniose do caupi
(Xanthomonas
(Rhizoctonia solani)
campestris pv. citri)
• Crestamento: também denominado "requeima", refere-
se à necrose repentina de órgãos aéreos (folhas, flores
e brotações).

Crestamento
Requeima do tomateiro
(Phytophthora infestans)
• Tombamento: também denominado "damping-off

Tombamento
Rhizoctoniose do caupi
(Rhizoctonia solani)
• Escaldadura: descoramento da epiderme e de tecidos
adjacentes em órgãos aéreos, parecendo que este foi
escaldado por água fervente.

Escaldadura
Escaldadura da cana-de-açúcar
(Xanthomonas albilineans)
• Estria: lesão alongada, estreita, paralela à nervura das folhas de
gramíneas.

Estria
Estria vermelha da cana-de-açúcar
(Pseudomonas rubrilineans)
• Gomose: exsudação de goma a partir de lesões
provocadas por patógenos que colonizam o córtex ou o
lenho de espécies frutíferas.

Gomose Gomose
Fusariose do abacaxi Podridão gomosa do meloeiro
(Fusarium subglutinans) (Didymella bryoniae)
• Mancha: morte de tecidos foliares, que se tornam secos
e pardos. A forma da mancha pode ser circular, com
pronunciadas zonas concêntricas

Mancha Mancha
Cercosporiose do pimentão Alternariose da couve-chinesa
(Cercospora capsici) (Alternaria brassicicola)
Mancha Mancha anelar Mancha
Sigatoka-amarela da Mancha anelar da Helmintosporiose do sorgo
bananeira cana-de-açúcar (Exserohilum turcicum)
(Pseudocercospora (Leptosphaeria
musae) sacchaii)
• Morte dos ponteiros: morte progressiva de ponteiros e
ramos jovens de árvores.

Morte dos ponteiros


Morte descendente da
mangueira (Lasiodiplodia
theobromae)
• Mumificação: secamento rápido de frutos apodrecidos,
com conseqüente enrugamento e escurecimento,
formando uma massa dura, conhecida como múmia.

Mumificação
Podridão parda do pessegueiro
(Monilinia fructicola
• Perfuração: queda de tecidos necrosados em folhas,
provocada pela formação de uma camada de abscisão
ao redor dos sintomas.

Perfuração
Cercosporiose da beterraba
(Cercospora beticola)
• Podridão: aparece quando o tecido necrosado encontra-se em
fase adiantada de desintegração.

Podridão Podridão
Podridão azul da laranja Podridão radicular do feijoeiro
(Penicillium italicum) (Fusarium solani f.sp. phaseoli)
• Pústula: caracterizado por pequena mancha necrótica,
com elevação da epiderme, que se rompe por força da
produção e exposição de esporos do fungo.

Pústula
Ferrugem da goiabeira Pústula
(Puccinia psidii) Ferrugem branca do
Pústula
rabanete
Ferrugem do feijoeiro
(Albugo candida)
(Uromyces appendiculatus)
• Resinose: exsudação anormal de resina das
lesões em coníferas.

• Seca: secamento e morte de órgãos da planta,


diferenciando-se do crestamento por se
processar mais lentamente. Alguma vezes pode
atingir toda a parte aérea da planta.
Ex.: seca da mangueira por Ceratocystis
fimbriata.
• Sintomas Plásticos

• Anomalias no crescimento, multiplicação ou diferenciação


de células vegetais geralmente levam a distorções nos
órgãos da planta.

• Conhecidas como sintomas no crescimento, multiplicação ou


diferenciação de células vegetais geralmente levam a
distorções nos órgãos da planta.

• Subdesenvolvimento devido à redução ou supressão na


multiplicação ou crescimento das células, os sintomas são
denominados hipoplásticos.

• Superdesenvolvimento, normalmente decorrente de


hipertrofia (aumento do volume das células) e/ou hiperplasia
(multiplicação exagerada das células), os sintomas são
denominados hiperplásticos.
Sintomas Hipoplásticos

• Sintomas hipoplásticos mais comuns em doenças de plantas são: •

Albinismo: falta
congênita da produção
de clorofila,
apresentando-se,
geralmente, como
variegações brancas nas
folhas, mas podendo,
em certos casos, tomar
todo o órgão.

Ex.: folha de cana-de-


açúcar com escaldadura,
causada por
Xanthomonas
campestris pv.
albilineans. Albinismo
Virose da catléia
(Vírus)
Clorose: esmaecimento do verde em órgãos clorofilados, decorrente
da falta de clorofila. Diferencia-se do albinismo pelos órgãos não
ficarem totalmente brancos.

Clorose
Clorose variegada dos citros
(Xylella fastidiosa)
• Estiolamento: sintoma complexo, que embora seja classificado
como hipoplástico pela falta de produção de clorofila, envolve
hiperplasia das células, com alongamento do caule

Estiolamento
Estiolamento do caupi
(Deficiência de luz)
• Enfezamento: também conhecido por "nanismo", refere-
se à redução no tamanho da planta toda ou de seus
órgãos. Ex.: plantas de milho com nanismo, causado
pelo vírus do nanismo do milho.

Enfezamento
Nanismo do milho
(Spiroplasma kunkelli)
• Mosaico: em áreas cloróticas aparecem intercaladas
com áreas sadias (verde mais escuro) nos órgãos
aclorofilados. Sintoma típico de algumas viroses. Ex.:
plantas de cana-de-açúcar com mosaico, causado pelo
vírus do mosaico da cana-de-açúcar.

Mosaico
Mosaico do mamoeiro
(Papaya ringspot mosaic virus)
• Roseta: caracteriza-se pelo encurtamento dos entrenós,
brotos ou ramos, resultando no agrupamento de folhas
em rosetas. Ex.: plantas de abacaxi infectadas por
Fusarium subglutinans.

Roseta
Roseta da roseira
(Virus)
b) Sintomas Hiperplásticos

Os sintomas hiperplásticos mais


freqüentes em doenças de
plantas são:

• Bolhosidade: caracteriza-se
pelo aparecimento, no limbo
foliar, de saliências de
aparência bolhosa. Ex.:
bolhosidade causada pelo
vírus do mosaico severo em
folhas de caupi.

Bolhosidade
Mosaico severeo do caupi
(Cowpea severe mosaic virus)
• Bronzeamento:
mudança de cor da
epiderme, que fica
com cor de cobre
(bronzeada) devido
à ação de
patógenos.
• Ex.: plantas de tomateiro
infectadas pelo vírus do vira-
cabeça, no estádio inicial da
doença. Bronzeamento
Enrolamento da folha da videira
(Closterovirus)
• Encarquilhamento:
também conhecido como
"encrespamento",
representa uma
deformação de órgãos da
planta, resultado do
crestamento (hiperplasia
ou hipertrofia) exagerado
de células, localizado em
apenas uma parte do
tecido.

Encarquilhamento
Crespeira do pessegueiro
(Taphrina deformans)
• Epinastia: curvatura
da folha ou do ramo
para baixo, devido à
rápida expansão da
superfície superior
desses órgãos.

Epinastia
Epinastia da mostarda
(Beet curly top virus)
• Fasciação: estado
achatado, muito
ramificado e unido de
órgãos da planta.

Fasciação
Fasciação basal do gerânio
(Rhodococcus fascians)
• Galha: desenvolvimento
anormal de tecidos de
plantas resultante da
hipertrofia e/ou
hiperplasia de suas
células. Ex.: galhas nas
raízes de vários
hospedeiros causadas
por Meloidogyne spp. e
galhas em rosáceas
causadas por
Agrobacterium
tumefaciens
Galha
Meloidoginose da cenoura
(Meloidogyne spp.)
Galha
Galha da coroa da videira
Galha (Agrobacterium vitians)
Meloidoginose do quiabeiro
(Meloidogyne spp.) Galha
Meloidoginose do brócolis
(Meloidogyne spp.)
• Superbrotamento:
ramificação excessiva
do caule, ramos ou
brotações florais.
Algumas vezes, os
órgãos afetados
adquirem formato
semelhante ao de uma
vassoura, sendo então
denominado vassoura-
de-bruxa. Ex.: plantas Superbrotamento
de cacaueiro com Vassoura-de-bruxa do cacau
vassoura-de-bruxa, (Crinipellis perniciosa)
causada por Crinipellis
perniciosa.
• Verrugose: crescimento
excessivo de tecidos
epidérmicos e corticais,
geralmente modificados
pela ruptura e
suberificação das paredes
celulares. Caracteriza-se
por lesões salientes e
ásperas em frutos,
tubérculos e folhas. Ex.:
verrugose em citros
causada por Elsinoe spp.,
lixa do coqueiro causada Verrugose
por Sphaerodothis Verrugose do laranja
torrendiella e sarna da (Elsinoe spp.)
batata causada por
Streptomyces scabies.
Verrugose
Verrugose do maracujá
Verrugose (Cladosporium herbarum)
Lixa do coqueiro Verrugose
(Sphaerodothis torrendiela) Sarna da batata
(Streptomyces scabies)
SINAIS
• Sinais são estruturas ou produtos do patógeno, geralmente associados
à lesão. Além de estruturas patogênicas (células bacterianas, micélio,
esporos e corpos de frutificação fúngicos, ovos de nematóides, etc.),
exsudações ou cheiros provenientes das lesões podem ser
considerados como sinais.

• Em geral, os sinais ocorrem num estádio mais avançado do


processo infeccioso da planta. Ex: frutificações de alguns fungos,
como esclerócios de Sclerotium rolfsii em feijoeiro, picnídios de
Lasiodiplodia theobromae em frutos de manga, peritécios de Giberella
em trigo, apotécios de Sclerotinia em soja, micélio branco de Oidium
em caupi, massa de uredosporos ou teliosporos produzidas em
pústulas por fungos causadores de ferrugens em diversas plantas.

• Em algumas doenças, como os carvões, os sinais confundem-se com


os sintomas. Exsudações viscosas compostas de células bacterianas
liberados de órgãos atacados constituem importantes sinais para a
diagnose, como ocorre com talos de tomateiro infectados por Ralstonia
solanacearum quando submetidos a condições de alta umidade. Como
exemplo de odor que constitui sinal de doença pode-se citar o mau
cheiro emanado do colmo de cana-de-açúcar atacado por
Pseudomonas rubrilineans.
Sintomatologia
Galhas
Galhas radiculares não terminais
Endoparasitas sedentários

Meloidogyne
Nacobbus
Meloidogyne - Piriforme Globodera - Redonda Rotylenchulus - Reniforme

Nacobbus - Irregular Tylenchulus - Reniforme


Heterodera - Limão
Doença: podridão interna de pimentão
Agen. causal: Aspergilus niger
Sclerotinia sclerotiorum
Soja - oídio

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