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DOENÇAS DA CULTURA

DO EUCALIPTO
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum = Pseudomonas solanacearum)

• Bactéria também vive no solo em restos de matéria orgânica

• Penetração por aberturas naturais e ferimentos, posteriormente coloniza o


sistema vascular

• Também ataca fumo e solanáceas (tomate e pimentão)

• Doença encontrada nos Estados AM, BA, MG


e PA

• Inicia-se em viveiros ou árvores jovens,


• próximo de 2 meses de idade
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum)

SINTOMAS

Clorose inicial Planta morta estágio final

Folhas cloróticas, seca brusca e queda


(devida ao bloqueio do xilema)
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum)

Exsudação bacteriana

Detalhe do teste do copo para evidencialização da presença de pus bacteriano


nos tecidos infectados-Ralstonia
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum)

CONTROLE

• Plantio de cultivares resistentes ou tolerantes

• Plantio de mudas sadias, de boa qualidade.

• Mudas com micorrizas tem apresentado menor incidência da


doença
Mancha de Cylindrocladium
Cylindrocladium sp.

 Doença comum em viveiros de mudas e plantações


 Observada desde 1973 em todas as regiões brasileiras
 Danos mais sérios em MG, ES, AM.
 Relatada em mais de 15 espécies de eucalipto

HOSPEDEIROS:
 Principalmente procedências de:
 E. camaldulensis;
 E. cloeziana;
 E. grandis;
 E. salagina;
 E. tereticornis;
 híbridos de E.grandis X E.urophylla (urograndis)

FAVORECE:
 Altas temperaturas e Período prolongado de chuva
Mancha de Cylindrocladium
Cylindrocladium sp.

SINTOMAS:

 Podem variar de acordo com a Espécies de Cylindrocladium e Eucalyptus


 Os sintomas podem iniciar-se:

Base, ápice e margens das folhas

Lesões atingem grande área do limbo foliar

Acentuada desfolha no terço basal, mediano e apical das copas

Recuperação sem dano à cultura


(morte de plantas não tem sido relatadas, mesmo sob alta incidência)
Mancha de Cylindrocladium

Cylindrocladium sp.
 C. pteridis - Manchas pequenas, circulares ou alongadas, cinza clara ou marrom clara

 C. candelabrum
 C. floridanum
 C. ilicicola
 C. parasiticum
 C. scoparium

Lesões grandes – marrom-


clara a marrom
escura com halo cinza-
esverdeado
Planta infectada por Cylindrocladium pteridis
Desfolha em talhão comercial
Conidióforos contendo vesícola e conídios típicos de C. pteridis

Conidióforos contendo vesícola e conídios típicos de C. candelabrum


Variação morfológica entre colônias de Cylindrocladium spp.

CONTROLE:
 Evitar adensamento das mudas
 Aplicação de fungicidas (Celeiro e Comet)
 Plantio de cultivares resistentes
Crescimento de plantas invasoras em conseqüência da desfolha
DOENÇAS EM PLANTAÇÕES, TRONCOS E HASTES

CANCRO DO EUCALIPTO OU CANCRO DE CRYPHONECTRIA

 Cryphonectria cubensis (Bruner) Hodges FASE ASSEXUADA - Chrysoporthe cubensis


 Diaporthe cubensis FASE SEXUADA

 Todas regiões tropicais e subtropicais do mundo


 No Brasil, ocorre em todas as regiões, de norte ao sul.
 Uma das doenças mais importantes da cultura

FAVORECE:
 regiões mais quentes e úmidas
 Pluviosidade anual >1200mm
 Temperatura > 23°

HOSPEDEIROS:
 Procedências de E. grandis; E. saligna
DOENÇAS EM PLANTAÇÕES, TRONCOS E HASTES

CANCRO DO EUCALIPTO OU CANCRO DE CRYPHONECTRIA

SINTOMAS:
 a infecção pode ser observada a partir do sexto mês de plantio
 mas quando incide em plantas jovens, provoca a morte
 pode ocorrer em várias alturas do tronco (principalmente na região basal)
 formação de calo
 trincamento da casca
Cancro do eucalipto causado por Cryphonectria cubensis

D - E - Cancro típico (lesão profunda rodeada por calo;


F - Intimescimento do tronco e trincamento da casca
Cancro do eucalipto causado por Cryphonectria cubensis

G - Cancro na base do tronco;


H - Planta com cancro quebrada pelo vento
Cancro do eucalipto causado por Cryphonectria cubensis

Morte esparsa de plantas

Planta sadia (esquerda) e morta (direita)


Morte descendente de cepa - jardim clonal
em função do anelamento
Estruturas do patógeno Cryphonectria cubensis

Picnídios e peritécios

Exsudação de massa amarelada Cavidade peritecial mostrando


de conídios massa creme de ascosporos
Estruturas do patógeno Cryphonectria cubensis

Conídios e conidióforos
1- ascosporos; 2 - ascas contendo ascosporos;
3- secção da parede picnidial; 4 conídios;
5- conídios com conidióforos
DOENÇAS EM PLANTAÇÕES, TRONCOS E HASTES

CANCRO DO EUCALIPTO OU CANCRO DE CRYPHONECTRIA

CONTROLE:

 Plantio de clones / espécies resistentes


 Ex: Corymbia citriodora
C. torelliana
E. cloenziana; E. pilularis; E. paniculata; E. pellita; E. urophylla
E. resinifera; E. umcrocorys
 Mais suscetíveis: E. grandis; E. saligna
FERRUGEM DO EUCALIPTO

Puccinia psidii

 Doença tem ampla distribuição no Brasil (de importância em SP e BA)


 Também incide em várias espécies de mirtáceas nativas/cultivadas
(goiabeira; jambeiro; jabuticabeira; pitangueira)
 Danos consideráveis, principalmente em viveiros ou plantas até 1 ano
de idade

HOSPEDEIROS:
 Eucalipytus grandis; E. cloeziana; E. phaeotrichia; E. globulus; E.
nitens
FERRUGEM DO EUCALIPTO

Puccinia psidii

FAVORECEM :

 Temperatura: 18 a 25 oC (ótimo de 23 oC)


 Período prolongado de molhamento foliar
 Orvalho noturno ou garoas para período >6 horas por 5 -7 dias consecutivos
 Existência de órgãos juvenis – folhas jovens e terminais de crescimento

DESFAVORECEM:
 Órgãos vegetais maduros
 Ausência de molhamento
 Temperatura >30oC e <10o C
FERRUGEM DO EUCALIPTO

SINTOMAS :

 Presença de pontos cloróticos


 Pústulas, esporulação – urédias e urediniosporos - coloração “amarelo-vivo”
 Coalescência de pústulas: revestimento da superfície dos tecidos afetados
 Pode causar deformações, necroses, hipertrofia, minicancros e morte das porções apicais

CONTROLE:
 Viveiro: aplicação de fungicidas
(Nativo: tebuconazol + trifloxistrobina)
(Priori Top: azoxistro. + difeconazol)
(Priori Xtra: azoxistro + ciproconazol)
 Campo: resistência genética
 Eucalyptus camaldulensis
 E. pellita; E. urophylla;
E. torelliana; E. cithiodora
FERRUGEM DO EUCALIPTO

Esporulação amarela em brotações Esporulação amarela em folhas

Necrose, seca e deformação de órgãos Hipertrofia e minicrancos em ramos


FERRUGEM DO EUCALIPTO

Pústulas uredinais (amarelas) e teliais (castanhas)-ferrugem (Puccinia psidii)

F - Urediniosporos; G - Teliosporos
FERRUGEM DO EUCALIPTO
OIDIUM DO EUCALIPTO

 Oidium eucalypti
 Erysiphe cichoracearum

 Registrada em várias regiões brasileiras e várias espécies de eucalipto (viveiros e


campo)

 HOSPEDEIROS:
 Eucalyptus urophylla; E. grandis e seus híbridos; E. camaldulensis; E. globolus;
 E. pellita; E. robusta; E. saligna; E. tereticornis; E. citriodora; E. maculata

 FAVORECEM:
 Ausência de água livre no filoplano
 Temperatura de 20-25oC
OIDIUM DO EUCALIPTO

 Oidium eucalypti
 Erysiphe cichoracearum

 SINTOMAS:
 Colônias brancas isoladas ou agrupadas que recobrem a face superior do limbo de folhas
jovens e brotações (micélios, conidióforos e conídios)

 CONTROLE:
 Fungicidas (Priori Top)
 Molhamento uniforme
da parte aérea das plantas
OIDIUM DO EUCALIPTO

Incidência de Oidium em mini-cepas clonais

B - Detalhe da esporulação; C - Conídios e condióforos


OIDIUM DO EUCALIPTO

Escala diagramática de severidade da mancha foliar causada por Oidium


DOENÇAS EM VIVEIROS

A – Tombamento de Mudas (semeadura)

AGENTES CAUSAIS MAIS FREQUENTES:


 Cylindrocladium spp
 Botrytis cinerea
 Rhizoctonia spp.

AGENTES CAUSAIS MENOS FREQUENTES:


 Pythium sp
 Fusarium spp
 Phytophtora sp
DOENÇAS EM VIVEIROS

A.Tombamento de mudas

FAVORECEM:
Sobrevivência em estruturas de resistência
Disseminação: água de irrigação, partículas de solo, substrato.
Temperatura e umidade do substrato e do ar
Condições precárias de higiene
DOENÇAS EM VIVEIROS

SINTOMAS:
 Na pré-emergência:
 colonização e morte das sementes antes da germinação
 Tecidos tenros da radícula e caulículo
• Encharcamento
• Apodrecimento

 Na pós-emergência:
 Idêntico ao de outras espécies
 Depressão + necrose
 Tombamento e morte devido ao anelamento do floema na haste da muda, região do
coleto ou ao longo do caule
 Logo após a germinação ou após tocar de copas – ambiente favorável à infecção
DOENÇAS EM VIVEIROS

SINTOMAS:
 Secundários (dependendo da idade e tamanho das mudas)
 Murcha, enrolamento e seca dos cotilédones e folhas

 Presença de estruturas dos patógenos


 esporulação branca brilhante  Cylindrocladium spp.
 esporulação cinza  Botrytis cinerea
 Crescimento micelial castanho Rhizoctonia spp.
Tombamento de mudas por Cylindocladium

A - Tombamento de pré e pós emergência B - Reboleira de mudas mortas


falha na bandeja

C - Anelamento e escurecimento da haste; D- Conídios e conidióforos


murcha da planta, esporulação brilhante
Tombamento de mudas por Rhizoctonia

A - Reboleira de mudas mortas B - Mudas morta

C - Hifas binucleadas D - Ramificação em ângulo reto


Tombamento de mudas por Botrytis
A - Anelamento da haste
(esquerda)
murcha da planta e
esporulação cinza (direita)

B - Conídios e conidióforos
Botytis cinérea: Mofo cinzento ou tombamento

Reboleira de mudas mortas de mini-estacas Morte da plântula

Detalhe de mini-estaca morta Folha infectada Detalhe de macro-estaca morta


esporulação do patógeno macro-estaca esporulação do patógeno
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Cylindrocladium – podridão de Cylindrocladium


Colletotrichum - antracnose
Rhizoctonia – mela de Rhizoctonia
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Podridão de Cylindrocladium
 Cylindrocladium candelabrum; C. scoparium; C. gracile (= C.
clavatum); C. parasiticum; C. pteridis; C. ovatum

 Principais fontes de inóculo:


 Brotações doentes
 Substrato infestado
 Água contaminada
 Bandejas e tubetes

 FAVORECEM:
 Condições precárias de higiene
 Dias nublados
  Temperatura e umidade
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Podridão de Cylindrocladium
 SINTOMAS:
 CAULE:
 escurecimento/área lesionada
 podridão e morte da estaca

Morte de mudas em vivieiro


PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Podridão de Cylindrocladium

Mini-estaca Estruturas assexuadas


Lesão escura na estaca
murcha lupa
esporulação branco brilhantedo patógeno
esporulação
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Antracnose do eucalipto - Colletotrichum gloeosporioides

HOSPEDEIROS NO BRASIL:
 Clones híbridos de Eucalyptus grandis; E. pellita; E. urophylla: E. viminalis; E. deglupta

FAVORECEM:
 debilitação fisiológica do hospedeiro
  umidade e temperatura
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Antracnose do eucalipto - Colletotrichum gloeosporioides

Outros SINTOMAS:
 mancha foliar, circular, marrom-clara a avermelhada
 Desfolha pouco significativa
 Seca descendente da haste

CONTROLE:
 maior espaçamento entre plantas
 evitar podas drásticas em minicepas clonais
 adoção de técnicas de manejo para bom desenvolvimento das plantas que reduzam condições à
doença
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS
Antracnose do eucalipto - Colletotrichum gloeosporioides
PODRIDÃO DE ESTACAS E MINIESTACAS

Mela de Rhizoctonia
 Rhizoctonia solani (AG1-1B) e espécies binucleadas

 SINTOMAS:
 mela das folhas; morte das plantas

Mortalidade de mudas Perda total de estacas


casa de enraizamento
Mela de Rhizoctonia

Teia micélica sobre mini-estacas Detalhe de teia micélica eme mini-estaca

Folha doente aderida


à sadia pelo micélio do patógeno
Mela de Rhizoctonia

escala de notas para avaliar a mela de folhas causada por Rhizoctonia spp
classe de severidade
1=0%,2=1-25%,3=26-50% e 4=51%
Murcha de Ceratocystis

Ceratocystis fimbriata - peritécios

 Inicialmente observada no sudeste da Bahia, em plantas de 4 a 8


meses de idade

 Danos de até 40%

SINTOMAS:

Infecção no sistema radicular, progride para o colo da planta até


atingir o cambio vascular e casca, morte da planta
Escurecimento interno

CONTROLE:

Cultivares resistentes
Murcha e cancro de Ceratocystis fimbriata

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