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Manejo Integrado de

Doenças na Soja
Rafael Fernandes de Lima
Índice
Introdução;
Principais doenças;
Manejo Integrado;
Fungicidas;
Custos de Produção.
Introdução
Soja tem grande importância econômica no país;
40 doenças: Fungos, bactérias, nematóides e vírus;
Número de doenças aumentando com a expansão das
áreas.

Fonte: Fundação MS.


Principais Doenças
Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi )
Disseminação: Ventos e chuva;
Condições favoráveis: Molhamento foliar e
temperatura média < 28 C;

Sintomas mais visíveis a partir de R2;


Lesões delimitadas pela nervura foliar;
Lesões apresentam uma cor verde-acinzentada, que
evoluem para uma cor marrom-escura ou marrom-
avermelhada.
Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi )
Danos:
- Desfolha precoce;
- Má formação de grãos;
- Redução da produtividade em até 100%.
Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi )

Fonte: Agriculture and Natural Resources Extension, University of Wisconsin.


Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Antracnose (Colletotrichum truncatum )

Disseminação: Sementes infectadas, restos de


cultura, chuva e ventos;

Condições favoráveis: Alta densidade populacional,


molhamento foliar prolongado, precipitações
frequentes, alta umidade relativa e temperaturas
entre 18 °C e 25 °C.
Antracnose (Colletotrichum truncatum )
Sintomas em todos os estádios de desenvolvimento;

Toda a parte aérea: cotilédones, pecíolos, folhas,


hastes e vagens.

Pode causar tombamento de plântulas.


Antracnose (Colletotrichum truncatum )
Plântulas: Necrose nos cotilédones;

Lavouras desenvolvidas: Estrangulamento dos


pecíolos e ramos tenros sombreados, necrose de
pecíolos, cancro nas nervuras e pedúnculo nas folhas,
cancro nas hastes, cancro nas vagens e desfolha
precoce;

Vagens: Manchas claras de formato arredondado ->


manchas negras -> queda das vagens.
Antracnose (Colletotrichum truncatum )

Fonte: Clube Phytus. Fonte: FMC.


Antracnose (Colletotrichum truncatum )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Antracnose (Colletotrichum truncatum )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Antracnose (Colletotrichum truncatum )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)
Disseminação: Sementes infectadas, restos de
cultura, chuva e ventos;

Fungo pode sobreviver por vários anos por meio de


escleródios;

Condições favoráveis: Alta densidade populacional,


abundância de luz, temperaturas entre 10 °C e 25 °C e
alta umidade.
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)
Ocorre tanto no estádio vegetativo quanto no
reprodutivo;

Sintomas iniciais: Podridão úmida de cor preta,


consistência mole de aspecto cotonoso;

Sintomas avançados: Folhas e caules infectados


tornam-se marrons.
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)
Na fase vegetativa plantas apresentam folhas
amarelas e morrem;

Em plantas adultas: murcha, crestamento e


amarelecimento das folhas.
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)
Sobrevivência: Restos de cultura e sementes
infectadas;
Disseminação: Solos contaminados, ventos e chuva;
Condições favoráveis: densidade populacional,
umidade e temperatura;

Infecções foliares - Umidade >80%;


Não ocorre infecção no período seco;
Ocorrência mais frequente em R1.
Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)
Sintomas em folhas, ramos, vagens, sementes,
hipocótilo e raízes;
Sintomas nas folhas: Pequenas lesões circulares

Pequenas pontuações avermelhadas

Grandes lesões castanhas


No final do ciclo lesões no terço inferior da planta.
Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Crestamento foliar de
Cercospora (Cercospora kikuchii)
Fungo mais encontrado nas sementes;
Disseminação: Sementes contaminadas;
Condições favoráveis: temperaturas entre 23 °C e
27 °C e alta umidade;
Severidade da doença > chuvas frequentes.
Crestamento foliar de
Cercospora (Cercospora kikuchii)
Sintomas:
- Ataca todas as partes da planta;
- Nas folhas: Pontuações escuras, marrom-avermelhadas
–> Grandes manchas ->Crestamento e desfolha;
- Nas vagens: Pontuações vermelhas ->manchas
castanho-avermelhadas ->atingem a semente ->mancha
púrpura;
- Nas hastes: Manchas vermelhas -> Penetração ->
necrose na medula.
Crestamento foliar de
Cercospora (Cercospora kikuchii)

Fonte: EMBRAPA.
Míldio (Peronospora manshurica )
Disseminação: Sementes infectadas e ventos;
Condições favoráveis: Alta umidade e temperaturas
amenas, entre 10 °C e 25 °C;
Início nas folhas unifolioladas ->toda parte aérea;

Sintomas: Pontuações amarelas ( 3 a 5mm) ->


necrose -> similares à “mancha olho de rã”
Parte superior: Manchas claras -> amarelo-
brilhantes.
Míldio (Peronospora manshurica )
Parte inferior: Estruturas reprodutivas - aspecto
cotonoso - coloração rosada ou cinza;

Ataques severos: Folhas amarelas e marrons -


bordas enroladas - desfolha prematura.

Vagens: Sementes com deterioração - tegumento


com crosta pulverulenta cor bege - formação de
micélio e esporos.
Míldio (Peronospora manshurica )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Oídio (Microsphaera diffusa)
Disseminação: Ventos - longas distâncias;
Condições favoráveis: Temperaturas entre 18 °C e 24
°C;

Precipitações frequentes - Inibem desenvolvimento do


fungo;
Sintomas: Massa de conídios - cor esbranquiçada e
aspecto cotonoso - superfície dos ramos e das vagens.
Oídio (Microsphaera diffusa)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Oídio (Microsphaera diffusa)

Fonte: FMC.
Fonte: FMC. Fonte: FMC.
Mela da folha (Rhizoctonia solani )
Disseminação: A partir do inóculo primário, água,
respingos de chuva;

Condições favoráveis: Temperaturas variando de 25


°C a 30 °C e alta umidade relativa do ar (acima de
80%);
Principalmente nas folhas do baixeiro.
Mela da folha (Rhizoctonia solani )
Lesões com aspecto de encharcamento, cor pardo-
avermelhada --> lesões maiores de cor marrom-escura
ou preta;

Lesões evoluídas: podridão mole.


Mela da soja (Rhizoctonia solani )

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mela da soja (Rhizoctonia solani)

Fonte: FMC. Fonte: FMC.


Mela da soja (Rhizoctonia solani)

Fonte: FMC.

Fonte: FMC.
Manejo Integrado
Manejo Integrado
Utilização de todas as técnicas disponíveis;
Manter a doença abaixo do dano econômico;
 Principais métodos de controle:
- Biológico;
- Cultural;
- Genético;
- Químico.
Controle Biológico

Parasitismo;
Predação;
Indução de defesa do hospedeiro.
Controle Cultural
Rotação de culturas;

Vazio sanitário;

Eliminação dos restos culturais;

Adubação/Fertilização;

Irrigação.
Controle Cultural
Preparo do solo;

Eliminação de plantas vivas doentes;

Incorporação de matéria orgânica no solo;

Época de semeadura/Plantio/Colheita.
Controle Genético

Obtenção/Utilização de genótipos resistentes;

Melhoramento genético.
Controle Químico

Tratamento de sementes e aplicações de:

Fungicidas;
Nematicidas;
Bactericidas;
Antibióticos.
Controle Químico
Mais utilizados são os fungicidas;
Termos importantes:
- Princípio ativo (p.a.);
- Tolerância de resíduo (TR);
- Poder residual (PR);
- Período de carência (PC);
- Dose letal a 50% (DL50).
Fungicidas
Principais formulações:
- Pó (P);
- Grânulo (G);
- Pó-Molhável (PM ou WP);
- Concentrado Emulsionável (CE) ou Emulsão
Concentrada (EC);
- Suspensão Concentrada (SC);
- Grânulos Dispersíveis em Água (GD ou WG).
Classificação dos Fungicidas

Fonte: Site Proteção Online.


Classificação dos fungicidas

Classificação segundo modo de aplicação:


- Erradicantes ou de contato;
- Protetores ou residuais;
- Curativos ou terapêuticos.
Fungicidas Erradicantes
Visam < o potencial do inóculo primário;
Apresentam eficiência no:
-Tratamento de solos;
-Tratamento de sementes;
-Tratamento de inverno;

Condições para alta eficiência: fungitoxicidade,


capacidade de atuação na presença de MO e
capacidade de penetração nas células mortas.
Fungicidas Protetores

Inibe a germinação do fungo, impedindo a sua


penetração;
Aplicados nas folhagens, ramos novos, flores e frutos;

Fungicidas aplicados no TS geralmente são


protetores;
Inibidores não específicos de reações bioquímicas,
afetando um grande número de processos vitais.
Fungicidas Curativos

Agem após a penetração do fungo;


Importante: Não sejam fitotóxicos, tenham alta
capacidade de penetração e sejam translocados;

Atuam dentro da planta;


Se movem pelo apoplasto de forma ascendente.
Classificação dos Fungicidas

Classificação quanto à mobilidade na planta:


- Imóveis: não penetram na planta;
- Sistêmicos: translocam via sistema vascular;
- Mesostêmicos: atravessam ou se movem no limbo
foliar.
Principais Grupos Químicos

Triazóis:
- Atuam na integridade da membrana plasmática;
- Inibem a biossíntese do ergosterol
-> ruptura da membrana;
- Inibem também a biossíntese de triglicerídios e
fosfolipídeos -> necrose celular.
Principais Grupos Químicos
Triazóis:
- A maioria são sistêmicos;
- Rápida absorção e translocação;
- Elevado efeito residual;

Principais produtos: Eminent Gold, Folicur 200 EC,


Orius 250 EC, Potenzor, Prisma, Score e Spectro.
Principais Grupos Químicos
Estrobilurinas:
- Inibidores da Quinona externa da mitocôndria (IQe);
- Inibem a respiração mitocondrial < formação de ATP;
- A fase mais sensível dos fungos às estrobilurinas é na
germinação de esporos;
- Controlam uma grande gama de doenças fúngicas;

Principais produtos: Priori, Priori Top e Standak Top.


Fonte: BioInfo, UFV.
Principais Grupos Químicos
Benzimidazóis:
- Inibem a biossíntese de tubulinas;
- Interferem na mitose durante a divisão da metáfase;
- O fuso mitótico é destruído e os núcleos filos não se
dividem, levando à morte da célula;

Principais produtos: Carben 500 SC, Cruiser


Advanced, Derosal 500 SC, Fungicarb 500 SC,
Support e Support WG.
Fonte: Manual de Fungicidas.
Principais Grupos Químicos
Dicarboxamidas:
- Mecanismo de ação ainda indefinido;
- Provável mecanismo de ação: Relacionado com a
peroxidação dos lipídios e bloqueio do transporte de
elétrons de NADPH para o citocromo-c;
- Inibem germinação dos esporos e causam
ramificações, dilatações e lise das hifas;

Principais produtos: Captan SC, Captan 750 TS, Sialex


500 e Sumilex 500 WP.
Há um aumento na utilização de fungicidas com mistura
de mais de um grupo químico;
Diminui as chances de resistência do patógeno;

Ex: -Aproach Prima, Azimut, Fox, Nativo, Opera, Opera


Ultra, Primo, Priori Xtra, Sphere Max(Estrobilurina +
triazol);
- Derosal Plus ( benzimidazol + dimetilditiocarbamato);
- Elatus ( Estrobilurina + pirazol carboxamida);
- Locker ( Benzimidazol + triazol + estrobilurina);
- Orkestra SC ( Estrobilurina + carboxamida).
Fonte: Engenharia de Biossistemas, Esalq.
Fungicidas usados na Safra
Tratamento de sementes
 Standak Top (BASF):

- Mistura contendo fungicidas e inseticidas, protege as


plântulas no período inicial de desenvolvimento da
cultura;

- Controla: Mancha-púrpura-da-semente, Phomopsis-da-


semente, Cancro-da-haste, Podridão-de-fusarium,
Antracnose, Fungo-de-armazenamento, Tombamento.
Fungicidas usados na Safra

Fonte: MFRural.

- Dose: 200 ml p.c./100 kg de sementes;


R$: 686,80 / litro*.
* Consultado na Adubos Araguaia em 06/12/16.
Fungicidas usados na Safra

Primeira aplicação de fungicida


 Azimut ( Adama):

- Fungicida com modo de ação sistêmico;


- Controla: Crestamento-foliar, Mancha-parda e Ferrugem-
asiática.
- Dose: 500 ml p.c./ha;
Fungicidas usados na Safra

- Em soja: máximo 2 aplicações com


intervalo de 14 dias;

- Para controle de DFC’s: aplicação a


partir de R1-R3;

- Para controle de Ferrugem: 1º


aplicação preventiva ou a partir de R1-
R3. Fonte: Adama.
Fungicidas usados na Safra
Segunda aplicação de fungicida
 Priori Xtra ( Syngenta):

- Fungicida com modo de ação sistêmico, mistura de


triazol + estrobilurina;

- Controla: Ferrugem-asiática, Crestamento-foliar,


Mancha-parda, Oídio, Mela, Mancha-alvo e Antracnose.
Fungicidas usados na Safra

Dose: 300 ml p.c./ha;

- Em soja: máximo 2 aplicações


com intervalo de 20 dias;

- Aplicar a partir de R1;


R$ 711,56 / 5 litros*.

Fonte: MFRural.

* Consultado na Adubos Araguaia em 06/12/16.


Fungicidas usados na Safra
Terceira aplicação de fungicida
 Opera ( BASF ):

- Fungicida com modo de ação sistêmico, mistura de


triazol + estrobilurina;
- Controla: Ferrugem-asiática, Oídio, Mela, Antracnose e
DFC’s.
Fungicidas usados na Safra

- Dose: 500 ml p.c./ha;

- Em soja: máximo 2
aplicações com intervalo de
20 dias;

- Aplicar a partir de R1;

R$ 101,60 / litro*.
Fonte: MFRural.

* Consultado na Adubos Araguaia em 06/12/16.


Fonte: Syngenta.
Tecnologia de Aplicação

Fonte: Embrapa Soja.


Custos de Produção
Custos de Produção

Fonte: IMEA.
Obrigado!
Rafael Fernandes de Lima
E-mail: agro.rafaelfernandes@gmail.com

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