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RESUMO
Doenças são comuns em viveiros florestais, geralmente por se tratar de ambiente úmido e
quente. Os fungos são os principais antagonistas do problema. Em viveiros produtores de
mudas de Ervamate da região alta do Vale do Taquari, foram constatados mortalidade de
mudas produzidas em sacos plásticos. As mudas mesmo vigorosas murcham
repentinamente e morrem. Amostras foram coletadas e enviadas ao Laboratório de
Fitopatologia Florestal da UFSM. No laboratório foram colocados em câmara úmida por
cerca de quatro dias. Estruturas formadas por micélio e conídios se formaram em todas as
partes da muda, e analisadas em microscópio constatou-se a presença do fungo Fusarium.
Para a identificação das espécies foi usada a metodologia descrita por Ventura (2000).
Foram identificadas quatro espécies: Fusarium avenaceum, F. semitectum, F.
sporotrichioides e F. merismoides.
ABSTRACT
Diseases are common in forest nurseries, usually for treating of humid and hot atmosphere. The mushrooms
are the main antagonists of the problem. In nurseries producing of seedlings of maté of the high area of the
valley of Taquari, they were verified mortality of seedlings produced in plastic sacks. The seedlings even
vigorous they wither suddenly and they die. Samples were collected and correspondents to the Laboratory of
Forest Fitopatologia of UFSM. In the laboratory they were put in humid camera for about four days.
Structures formed by micélio and conídios were formed everywhere of the seedling, and analyzed in
microscope the presence of the mushroom Fusarium was verified. For the identification of the species the
methodology was used described by Ventura (2000). They were identified four species: Fusarium avenaceum,
F. semitectum, F. sporotrichioides and F. merismoides.
1. INTRODUÇÃO
A região alta do Vale do Taquari é uma região essencialmente agrícola e entre as principais
culturas destaca-se a da Erva-mate, contribuindo fortemente na economia dos municípios
da região. Nesta também destaca-se os viveiros florestais que se encontram espalhados
entre os municípios, concentrados principalmente no município de Anta Gorda.
Por se tratar de um ambiente geralmente quente e úmido o viveiro proporciona um
ambiente favorável ao desenvolvimento de doenças, principalmente causadas por fungos.
Carneiro (1972) apud Carneiro (1995), afirma que os fungos que mais provocam doenças
em viveiros são dos gêneros, Phytophthora spp., Pythium spp., Fusarium spp.,
Cylindrocladium spp. Diplodia spp., Botrytis spp., Trichoderma spp., Fomes spp., entre
outros.
Para Grigoletti, et al. (1997) e Andrade (1999), Fusarium sp., Rhizoctonia sp. e
Pythium sp. são os principais gêneros de fungos associados a podridão de raízes de erva-
mate em sementeiras ou em mudas já transplantadas nas embalagens. Nas sementeiras, os
sintomas ocorrem em reboleiras ou em plântulas esparsas. Em mudas já transplantadas,
podem ocorrer em algumas embalagens e, ambos os casos, estão relacionados ao excesso
de umidade. Os principais sintomas da parte aérea são a redução do crescimento, a queima
e a seca das folhas que iniciam a partir da extremidade do limbo. No sistema radicular,
observa-se um crescimento reduzido com escurecimento e apodrecimento das raízes.
O apodrecimento de raízes assume vários aspectos. Uma das mais comuns é a
podridão negra (Carneiro, 1995). Segundo Hodges (1975), esta doença é bastante frequente
em viveiros de Pinus spp. Os sintomas iniciam com um espessamento muito leve das
extremidades das raízes pivotantes, assim como as laterais e com um enegrecimento
generalizado. Ao final da evolução da infecção, quase todas as raízes estão escuras e
mortas.
Doenças de podridão radicular são observados também em espécies como o Pinus
sp. cultivadas no Brasil. Segundo Krugner (1980) os principais patógenos são
Cilindrocladium clavatum e Fusarium spp. A doença ataca viveiros de mudas causando
morte das mesmas por destruição total do sistema radicular e se estas mudas forem levadas
a campo estando infectadas pela doença, podem ser atacadas ainda com maior severidade.
Os fungos afetam raízes tenras, ainda sem desenvolvimento secundário, causando
degeneração de seus tecidos. Em raízes mais desenvolvidas, estes patógenos atacam
primeiramente a região da casca e neste caso, inicialmente, aparecem lesões escuras,
correspondentes às áreas necróticas. A doença pode evoluir até afetar todo o sistema
radicular e matar a muda.
Grigoletti (2001), descreveu pela primeira vez no estado do Paraná a doença da
Podridão-deraízes da Erva-mate em plantas adultas a campo. A doença apresenta sintomas
de amarelecimento e perda das folhas, apodrecimento das raízes, estagnação do
crescimento e em estados mais avançados morte da planta, causada pelo fungo Fusarium
sp. Provavelmente a doença teria origem em mudas já contaminadas em viveiro, já que a
doença aparecia em ervais mais jovens.
Até então, não se tinham informações sobre qual ou quais espécies do fungo estariam
envolvidas na doença.
Este trabalho teve por objetivo identificar o agente causador, em nível de espécie, de
uma nova doença constatada em viveiro de mudas de Erva-mate.
2. MATERIAL E MÉTODOS2
Mudas mortas e com sintomas da doença foram arrancadas cuidando para coletar todo o
sistema radicular, embaladas em sacos plásticos devidamente identificados e levados ao
Laboratório de Fitopatologia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria.
No laboratório, as amostras foram lavadas em água corrente, desinfetadas com
hipoclorito de sódio a 1 % e lavadas duas vezes em água destilada esterilizada. Após, foram
transferidas para caixas “gerbox”, colocadas em câmara úmida, incubadas a 25º C e
mantidas sob fotoperíodo de 12 horas. Aos quatro dias, foram examinadas com auxílio de
microscópio estereoscópico.
Porções do micélio desenvolvido foram transferidas com auxílio de uma agulha para placas
de Petri contendo o meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA) e incubadas a 25°C sob
fotoperíodo de 12 horas. Cada colônia de fungo desenvolvida em BDA foi purificada
conforme a técnica de cultura monospórica descrita por Fernandes (1993).3
Seguindo a metodologia descrita por Ventura (2000), esporos de cada colônia
purificada foram transferidos para três placas de Petri com meio de cultura BDA e
incubadas a 25º C com fotoperíodo de 12 horas. Após 72 horas, foram medidos os
diâmetros das colônias desenvolvidas.
Porções destas colônias também foram transferidas para placas de Petri com meio de
cultura agar-água (AA) e folhas de cravo (FCA). Depois de dez dias, algumas folhas de
cravo foram transferidas para lâminas e analisadas em microscópio óptico, bem como
diretamente nas placas.
A identificação das espécies de Fusarium foi feita seguindo a chave de classificação
proposta por Ventura (2000) e descrições feitas por Gerlach et al., (1982).
3. RESULTADOS E DISCUÇÃO
3.1. Sintomatologia
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA5
ANDRADE, F. M., Diagnóstico da cadeia produtiva da (Ilex paraguariensis) erva-mate. Capturado em <http:
www.unicamp.br/>, em dezembro de 1999.
FERNANDES, M.R. Manual para laboratório de fitopatologia. Passo Fundo – RS: EMATER – CNPT, 1993.
128p.
GERLACH, W. & NIRENBERG, H. The Genus Fusarium – a Pictorial Atlas. Biologische Bundesanstald für
Landund. Institut für Mikrobiologie, Berlin-Dahlem. 1982. 406p.
GRIGOLETTI, J.A.; AUER, C.G.; Podridão de raízes em erva-mate (Ilex paraguariensis) causada por
Fusarium sp. Fitopatologia Brasileira, Vol. 26 suplemento, 2001. 572p.
GRIGOLETTI, J.A.; FIGUEREDO, A.D.S.; AUER, C.G.; Doenças da erva-mate no Brasil. In anais: I
Congresso Sul-americano da erva-mate, II Reunião técnica do Cone Sul sobre a cultura da erva mate. Curitiba
- PR - Brasil, 1997, 464p.
HODGES, C.S. Black root rot of Pine. Agriculture Handbook, Washington, D.C.: USDA, For. Serv., p.14-16,
1975.
KRUGNER, T. L.; Doença do Pinus spp. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A. et al.
Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. Vol. 2. São Paulo, Agronômica CERES LTDA,
1980. 587p.
VENTURA J.A.; Taxonomia de Fusarium e seus segredos. Parte II – Chaves para identificação.
In:FERNANDES, J.M.; PRESTES, A.M.; PICININI, E.C. Revisão anual de patologia de plantas. Ed. LUZ,
W.C., Vol. 8, 2000. 409p.