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Fitopatologia Geral

Thaís Souza Smaniotto


Fitopatologia
• Definição:

• Phyton = planta
• Pathos =doença
• Logos = estudo

• Ciência que estuda as doenças das plantas em


todos os seus aspectos (diagnose, sintomatologia,
etiologia, epidemiologia e manejo)
Desvendou ciclo de vida de Pucccinia graminis
3 – Período Etiológico
• Doenças descritas neste período:
• Oídios, mildios, ferrugens, carvões

• Sorauer – 1874 – Manual de doenças de


plantas (doenças parasitárias e não
parasitarias)
3 – Período Etiológico

bacteriose pereira
3 – Período Etiológico
caráter infeccioso das viroses
Pesquisas sobre resistência e predisposição aos ≠ patógenos

1913- fungicidas mercuriais para o tratamento de sementes

1934 – fungicidas orgânicos do grupo tiocarbamatos


EPIDEMIAS FAMOSAS
• A severidade das doenças aumentou com o
progresso da agricultura devido à quebra do
equilíbrio biológico.
plantas patógenos

expansão do cultivo de certas plantas selecionadas, cresceu também a


ocorrência de doenças = maior produção por unidade de área, levando os
trabalhos de melhoramento a visarem apenas os aspectos agronômicos associados
à produtividade
1.Mundiais
1.1. Requeima da batata
• BatataBase da alimentação na Europa
• Produção estável e poucos problemas
fitossanitários
• 1845: requeima
• Phytophthora infestans
• prejuízos econômicos e sociais nos anos
subseqüentes,
• Irlanda e Inglaterra
• morte de 2 milhões de pessoas e a emigração de
1 milhão para outros países.
Os ingleses e o chá
• Ceilão- 1835=200ha e em 1870=200mil/há
• Toda produção(50mil) exportada para Inglaterra
• 1869 diretor Jd Botânico Ceilão enviou para Londres
algumas folhas caídas com lesões
• Beekeley – desvendou a ferrugem(Hemileia vastratix)
• A partir daí plantações de café em Ceilão foram
definhando após 20 anos e produção caiu para “zero”
• 417 plantadores= falência – Banco do Oriente
• Milhares de trabalhadores indianos devolvidos com
bolsos vazios
1.2. Míldio da videira
• Plasmopara viticola
• prejuízos economia França XIX (vinho)
• Mudas importadas da América
• Condições altamente favoráveis disseminação
• Videiras cultivadas na França eram todas
suceptíveis
1.3. Helmintosporiose do arroz
• Durante a Segunda Guerra Mundial (1942)
Habitantes de Bengala, Sudeste da Índia
(hoje dividido entre Índia e Bangladesh)
• Helminthosporium oryzae (Bipolaris oryzae)
• condições climáticas extremamente favoráveis
+ variedades altamente suscetíveis
• perdas de produção + problemas políticos = 2
milhões mortes
1.4. Helmitosporiose do milho
• Os produtores de sementes de milho híbrido
• necessitam, obrigatoriamente, efetuar cruzamentos
controlados.
• Para economizar o alto custo com o despendoamento
manual da linhagem fêmea, os produtores passaram a
empregar, a partir da década de 50, linhagens fêmeas
com pólen estéril,característica esta herdada
citoplasmaticamente.
• 1970 - Florida, EUA
• Helminthosporium maydis (Bipolaris maydis) (atacar
híbridos portadores de citoplasma macho estéril)
• 2 meses - Iowa e Illinois
• 15 dias depois todos os estados do nordeste
Americano
• destruição de 15% da produção americana
• numa grande elevação dos preços a nível
mundial.
2. No Brasil
2.1. Mosaico da cana-de-açúcar
• Introduzido no Brasil na década de 20
• toletes contaminados trazidos da Argentina
• Variedades: Saccharum officinarum
• 1922 produzidos 1.250 mil sacos de açúcar e 6
milhões de litros de álcool,
• 1925 - 220 mil sacos de açúcar e 2 milhões de
litros de álcool
• variedades POJ, híbridas de S. officinarum x S.
• barberi, resistentes à doença.
2.2. Complexo de doenças dos citros
• Em 1940, cerca de 80% das plantas cítricas do SP eram
variedades comerciais, principal/te laranjas doces
(Citrus sinensis)
enxertadas sobre laranjas azedas (Citrus
aurantium), pois esta era resistente à gomose dos
citros, causada pelo fungo Phytophthora spp
•  msm época  virose:tristeza dos citros - vírus
(pulgões)
• 1946morte de aproximadamente 6 milhões de
plantas
• Substituição de porta enxertos por limão cravo – rr
gomose e tolerância a tristeza
• torno de 1955 - nova doença - exocorte
• enxertos limão cravo –– viróide
• emprego de borbulhas oriundas de plantas
sadias a controlou efetivamente.
• Em 1957 - focos de cancro cítrico (bactéria
Xanthomonas campestris pv. Citri)
• Controle adotado: erradicação de plantas
doentes
• resultou, somente no oeste de SP destruição
de 2 milhões de árvores entre 1957 e 1979,
sem o alcance do sucesso esperado.
2.3. Murcha do algodoeiro
• Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum,
• Ocorria desde 1937 – Nordeste
• 1958- SP
• IAC-12 – altamente produtiva - muito suscetível
• substituição variedades estrangeiras introduzidas
• Variedades RM (resistentes) menor qualidade
agronômica comparada a IAC-12
• Melhoramento = IAC-RM3 e IAC-RM4
2.4. Mal do Panamá
• Fusarium oxysporum f.sp. Cubense: Danos na
américa central
• Brasil - Piracicaba - SP, em 1920.
• banana-maçã - extremamente suscetível
• desapareceu do Estado, sendo substituída
pelas variedades nanica e nanicão resistentes
à doença.
• agricultores sofreram prejuízos indiretos
elevados com a substituição.
2.5. Ferrugem do cafeeiro
• Hemileia vastratrix
• Itabuna/BA - 1970, foram recomendadas medidas de
erradicação de todos os cafezais afetados.
• medidas não foram executadas como planejado,
muitos trabalhos de controle químico foram
conduzidos objetivando encontrar um fungicida
eficiente no controle do patógeno

• cúpricos revelaram-se mais eficientes no controle


da doença, evitando o colapso da cafeicultura no
Brasil.
2.6. Mal das folhas da seringueira
• Até o início do século XX, Brasil e Peru eram os
únicos produtores de borracha natural a nível
mundial.
• A produção era obtida diretamente da floresta
amazônica, local de origem da seringueira, a
partir de árvores que cresciam naturalmente
na selva
• Até 1912, o Brasil detinha a posição de
maior produtor e exportador
• 1951 éramos importadores de borracha, situação
mantida até hoje, cerca de 75% vem do sudeste
asiático (Malásia, Tailândia e Indonésia)

• Que começou em 1876, quando o botânico inglês


Wickham coletou sementes de Hevea no Pará e
enviou-as para Londres e Sri Lanka

• americanos da poderosa Ford Motor Company


decidiram estabelecer plantações de seringueira
no Brasil
• 1928, 4.000 ha já haviam sido plantados, em
grande parte com material - Ásia.
• o ataque do fungo Microcyclus ulei foi tão
intenso que os seringais foram abandonados em
1934
• Em 1942, 6.478 ha haviam sido plantas com
clones asiáticos de alta produtividade
• No ano seguinte, M. ulei atacou novamente,
devastando as plantações e levando ao abandono
do projeto dois anos depois
• sudeste asiático não ocorrência do mal das folhas
2.7. Vassoura-de-bruxa do cacaueiro
• Crinipellis perniciosa - originários da Região
Amazônica - de onde a doença se disseminou
para todos os países produtores da América
Latina
• 1895: Suriname
• Venezuela 5126 ton para 119 ton em 4 anos
• Até 1989, a doença não ocorria na Bahia, principal
região produtora de cacau ~ 700.000 ha (95% produção
Brasil)

• 1989 constatação da doença, o volume de exportação


foi de 104 mil toneladas e, em 1996, foi de apenas 31
mil toneladas.

• 15 anos após a constatação = prejuízos de 10 bi dólares

• Êxodo rural 250 mil p/ 50 mil

• Mata atlântica sul Bahia – 150mil ha destruição


VEJA - Terrorismo biológico Petistas são acusados de disseminar a praga
que destruiu a lavoura de cacau no sul da Bahia
2.8 Ferrugem da soja
• 2001 – Paraná
• Rapidamente observou-se em demais regiões
produtoras de soja
• Cultivo contínuo na região centro-oeste +
favorecimento ambiental desenvolvimento do
doença = EPIDEMIAS!!!
• Safra 2004/05 – plantas com 20 dias
• Até 2001 BR oitavo consumidor de fungicidas
• Em 2007 segundo!!
• Manejos: vazio sanitário e plantio precoce
2.9 Huanglongbing/HLB
• O Greening é a mais destrutiva doença dos citros
no Brasil.
• Estava restrita a Ásia e África – considerada
severa e devastadora
• Não há variedade comercial de copa ou porta-
enxerto resistente à doença e as plantas
contaminadas não podem ser curadas.
• 2004Centro e Leste do Estado de São Paulo
• Hoje, está presente em todas as regiões citrícolas
de São Paulo e pomares de Minas Gerais e
Paraná.
• Bactéria habitante do floema – descrita 3 spp
• Dispersão – insetos vetores – Diaphorina citri
• Controle: Erradicar plantas doentes e combater entrada
inseto
• De acordo com a Instrução Normativa nº 53 publicada pelo
Ministério da Agricultura, em outubro de 2008, o produtor
deve inspecionar e eliminar as plantas doentes.
• As inspeções devem ser feitas pelo menos a cada três
meses e os resultados encaminhados à Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado por meio de
relatórios semestrais. Talhões com incidência superior a
28% de plantas com sintomas devem ser totalmente
eliminados.

psilídeo
Tipologia dos danos
• As doenças de plantas são importantes para o homem devido
a causarem danos às plantas e seus produtos, bem como por
influenciarem direta ou indiretamente na rentabilidade do
empreendimento agrícola.
• 1.Dano potencial: se refere ao dano que pode
ocorrer na ausência de medidas de controle
Ex: Hemileia vastatrix
• 2.Dano Real: se refere ao dano que já ocorreu ou
que ainda está ocorrendo

• 2.1 Dano Indireto: efeitos econômicos e sociais


• doenças de plantas que estão além do impacto
agronômico imediato, podendo ocasionar danos
ao nível do produtor, da comunidade rural, do
consumidor, do Estado e do ambiente
• Ex: Mal do panamá – América Central
• 2.2 Dano Direto:são os que incidem na
quantidade ou qualidade do produto ou, ainda,
na capacidade futura de produção, dividindo-se
em dois grupos:
• A) primários:são os danos de pré e pós-colheita
de produtos vegetais devidos às doenças.
QUANTIDADE E QUALIDADE
• B) secundários: são os danos na capacidade
futura de produção causadas pelas doenças,
sendo comuns quando o patógeno é veiculado
pelo solo ou disseminado por órgãos de
propagação vegetativa de seu hospedeiro.
Colletotrichum sp

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