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Ana Carolina Gomes

FORRAGEM – P1
Panorama das pastagens no Brasil
➢ Agronegócio: Segurança alimentar, custo de produção (maior produtividade),
perfil do consumidor (busca por rastreabilidade, carne macia, leite de qualidade),
produção sustentável (maior eficiência e proteção ambiental).
➢ Usos da terra no Brasil: Pau Brasil (1º ciclo), Cana de açúcar (2º ciclo),
Mineração (3º ciclo), Café (4º ciclo) e bovinos (5º ciclo)
➢ Pastagens no Rio de Janeiro: 55% é pastagem
➢ Dependências das pastagens: 90-95% da criação de bovinos ocorre em
pastagens
Degradação de pastagens
➢ Queda acentuada e contínua da produtividade da pastagem, no decorrer do
tempo.
➢ Indicativos de degradação:
➢ Cupinzeiro na pastagem indica acidez no solo
➢ Plantas invasoras (daninhas) e pragas
➢ Capim baixo/pouco produtivo
➢ Boi magro
➢ Solo exposto – compactação – erosão
➢ Pasto passado – Passou o momento de colheita, o pasto se torna menos
nutritivo. Alternativa é o homem colher e fornecer no cocho.

➢ Causas da degradação:
➢ Formação inadequada das pastagens (valor cultural - qualidade das sementes,
taxa de semeadura – quantos kg de semente/hectare, época de plantio)
➢ Falta de adubação. O nitrogênio é o primeiro nutriente a ser exaurido, depois o
fósforo. Importante adubar pois solos tropicais são naturalmente de baixa
fertilidade
➢ Sem correção de pH do solo
➢ Subpastejo/super pastejo
➢ Super pastejo: É o excesso de animais na área, há excesso de desfolhação e
pisoteio
➢ Queimadas (perda de nutrientes e repelência à água). Os produtores usam o
fogo na tentativa de corrigir um erro de manejo “começar do zero”, acabar com
pragas e plantas daninhas.
➢ Escolha incorreta da forrageira
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➢ Consequências da degradação:
➢ Baixa produtividade resulta em baixa renda
➢ Êxodo rural (procura por atividades urbanas)
➢ Baixa valorização da terra que é um patrimônio
➢ Sucessão familiar comprometida (falta de interesse por falta de exemplo)
➢ Comprometimento do bem estar animal (desnutrição e doenças)
➢ Impactos ambientais negativos (maior pegada de carbono)
➢ Degradação biológica – Não ter vida vegetal no solo, desertificação – solo
exposto
➢ Degradação agrícola - Muitas plantas que não são alimento para o gado
➢ Resumo:

Milagrass: Em Busca da Planta Perfeita

➢ Importâncias das plantas: Base de toda a cadeia alimentar (fotossíntese –


oxigênio), fonte de energia renovável (biomassa, etanol), fonte de energia não
renovável (petróleo), remédios (moléculas e princípios ativos naturais) e construção
(flexibilidade e resistência das fibras).
➢ Hoje mais 31 mil espécies de plantas documentadas com diversos fins. Sendo mais
de 18 mil delas usadas para fins medicinais.
➢ Animais x Plantas: As plantas são imóveis, produzem e fixam CO2. Os animais são
móveis, consomem e liberam CO2.
➢ Coevolução entre grandes herbívoros e plantas forrageiras
➢ Origem das plantas forrageiras: África. São usadas plantas exóticas porque os
animais também são exóticos. As plantas nativas estão adaptadas ao pastejo de no
máximo o peso de uma Anta. Não suportam o peso, pisoteio e pastagem de grandes
herbívoros.
➢ As plantas de origem Africana vieram junto com os escravos no navio negreiro e foi
acidental e se adaptaram bem ao Brasil.
➢ Força do capim: Área de pastagem de norte ao sul do Brasil
➢ Produção forrageira: A planta usa recursos (solo, água e nutrientes) para crescer.
Quando a planta está produzida será usada pelo animal. Uma vez que animal
consumiu a planta, irá converter em produto animal (carne, leite, lã) e gerará
dinheiro.
➢ Produção da forrageira depende: da genética do capim, animal, manejo e ambiente
➢ Tipos de colheita do capim: Pelo homem: Pode ser forragem fresca ex: capineira
ou forragem conservada ex: silagem e feno. Pelo animal: Capim pastejado ex: pasto
➢ No Brasil predomina-se o tipo de colheita do capim pelo animal a pasto
➢ O determina a maciez da carne é a idade do animal e a raça.
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➢ A pecuária no Brasil evoluiu, em 1940 era preciso 3 hectares para 1 animal. Quando
houve a melhora do pastejo e melhoramento genético essa relação passou de 1
para 1.
➢ O Brasil hoje é o primeiro exportador de carne bovina. Quinto maior produtor de leite.
➢ Escolha da forrageira:
➢ Evitar monocultivo (no mínimo 3 forrageiras), grande disponibilidade de forrageiras,
para evitar a vulnerabilidade por pragas, clima, intempéries, etc.
➢ Diagnóstico profundo da propriedade (avaliar a realidade):
➢ Vantagens x Limitações (não existe planta perfeita) – Capim milagroso não existe.
➢ Cuidado com o Capim da moda! “na boca de todo mundo”
➢ Escolher o capim certo é o primeiro passo. O segundo passo é aprender o manejo
correto
➢ Critérios de escolha: Qual o clima, solo (fertilidade, acidez, encharcado), topografia
(relevo – plano, área de morro), aceitabilidade (para qual espécie animal?),
utilização (feno, silagem, pasto, capineira), pragas e doenças (cigarrinha), formação
(mudas/sementes), nível tecnológico (o produtor sabe o momento certo de colher?
tem experiência? Capacidade financeira?)
➢ Plantas que não cobrem bem no solo não podem ser plantadas em áreas de morro
– risco de erosão, formação de voçorocas
➢ Mais de 90% da pastagem do Brasil é feita por Brachiaria e Panicum que vieram da
África.
➢ Forrageiras tropicais: Brachiaria, Panicum, Cynodon, Pennisetum, Leguminosas.
➢ Gênero, espécie e dentro de cada espécie há os cultivares. Dentro do mundo animal
é como se fossem as raças.
➢ O capim mais plantado dentro de Brachiaria é o Capim marandu (Brachiaria
brizantha). O segundo que se destaca é o Capim humidicola (Brachiaria humidicola)
pois é uma das poucas que é usada em solo úmido. Outros tipos não germinam em
solos encharcados.
➢ A Brachiaria é de pequeno/médio porte, não precisa de muita adubação e o solo
ácido não atrapalha tanto o crescimento da planta. O que é uma vantagem visto que
os solos no Brasil são naturalmente ácidos. Fornece boa cobertura do solo, assim
pode ser plantada em qualquer relevo pois protege da erosão do solo. Outra virtude
é a propagação via semente – mais barato, menos arriscado. Uma das
desvantagens é a fotossensibilização, Brachiaria decumbens. Outras: Valor
nutricional menor e produção de biomassa menor do que outras forrageiras.
➢ Caprinos e ovinos não é indicado Brachiaria decumbens pois são mais susceptíveis.
Para bovinos raramente é um problema, mas pode acontecer.
➢ Panicum maximum – Capim colonião é o primeiro a chegar pelos navios negreiros.
Mas a hoje mais usada é o Capim Mombaça. É de maior porte, potencial de
produção é alto, propagação por semente. A cobertura de solo não é tão boa, assim
tem restrição de relevo – só pode ser plantada em área plana ou com pouca
inclinação. Em solos ácidos não produz e em solos inférteis também não produz.
Valor nutricional maior do que da Brachiaria.
➢ Cynodon – Os mais destacados é o Cynodon dactylon (Tifton 85 e a Coast cross) –
Porte baixo, usado para equinos e pequenos ruminantes – bezerros, caprinos,
ovinos. Produz sementes, mas é infértil, então ela é propagada por mudas, o que é
uma desvantagem. Possui boa cobertura do solo. Exigência em fertilidade e acidez
é maior. O valor nutritivo é mais alto do que da Brachiaria.
➢ Pennisetum – Os mais destacados é o Pennisetum purpureum Capim capiaçu –
Potencial de produção muito alto. Entretanto, produz sementes inférteis, então a
propagação é por mudas. A cobertura do solo é baixa, faz sombras sobre si mesma.
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A exigência por fertilidade e acidez é alta, isto é, precisa corrigir o solo e adubação
constante.
➢ Leguminosas – São plantas nativas. As principais é o Amendoim forrageiro (Arachis
pintoi) e os Etilosantes (Estylozanthes). O valor nutricional é muito alto em relação
a todas as outras forrageiras. Fazem a fixação biológica do nitrogênio – simbiose
com bactérias. Não precisa de nitrogênio. Desvantagem: É pouco produtiva.
➢ Palma forrageira – A região da Caatinga é muito comum, pois a precipitação é baixa
e estas são as plantas mais adaptadas ao clima seco. As principais são a
Mandacuru, Facheiro, Coroa de frade. Devido aos espinhos é preciso queimar a
planta para alimentar o animal. O espinho desintegra e não é capaz de machucar o
animal. Outra alternativa é a Palma forrageira e não possui espinho em alguns
cultivares ou é muito minúsculo o que não trás prejuízos. São plantas ricas em água
e energia. Desvantagem: A propagação é por muda pois as sementes são inviáveis.
➢ Plantas mais usadas para:
➢ Bovinos: É um animal menos seletivo, consume praticamente de tudo. As mais
usadas: Brachiaria e Panicum
➢ Equinos: Não usar: Brachiaria e Panicum de porte alto (Mombaça e Massai), pois
é muito fibroso e corre risco de morrer por excesso de cólica. As mais comuns
usadas são: Cynodon e Panicum (desde que seja de porte baixo)
➢ Caprinos e ovinos: Não usar Brachiaria decumbens (fotossensibilização-saponinas
ou por fungo Pithomyces chartarum) e Panicum de porte alto (visão de grupo-
comportamental pois na natureza são presas e não se sentem confortáveis em sair
da vista do outro). Mais usadas: Cynodon e Panicum (de porte baixo)
➢ Qual a forrageira ideal:
➢ Área de morro, solo pobre e pastejo de bovinos de corte: Brachiaria decumbens
(Braquiarinha)
➢ Área plana, solo encharcado e pastejo de bovinos e equinos: Brachiaria humidicola
(capim humidicola)
➢ Área plana, solo fértil, colheita do capim capineira-silagem: Pennisetum purpureum
(capim elefante)
➢ Área plana, solo menos fértil e pastejo para bovinos:
➢ Área plana, solo fértil e pastejo para equinos: Cynodon (Tifton)
➢ Área plana, solo fértil e pastejo para ovinos: Panicum maximum (Áries)

Brachiaria

➢ São mais de 100 espécies


➢ As principais são: B. brizantha, B. decumbens, B. ruziziensis, B. humidicola, B.
arrecta e B. mutica.
➢ Expansão das Braquiárias nos trópicos: Adaptada a solos ácidos, pobres em
nutrientes. A sua multiplicação é por sementes. É competitiva com plantas invasoras
e tem bom desempenho animal em relação as plantas nativas.
➢ Usada em extensos monocultivos – pasto. A principal usada é a B. brizantha
(Marandu)
➢ 3 BBB’s da pecuária: Boi Branco Braquiária
➢ Monocultivo de braquiária tem riscos: Baixa diversidade genética (apomíticos- a
semente é o clone da planta mãe) assim estão suscetíveis a doenças e pragas.
➢ Histórico das braquiárias: “Divisor de água no Brasil”. Chegou no Brasil em 1970.
Em 1980 lançaram a braquiária Marandu e está presente até hoje.
➢ Origem: Costa leste da África.
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➢ Pragas: Formiga, cupim, percevejo (cigarrinha da pastagem), lagartas. A cigarrinha


adulta suga a seiva da planta e seca a planta. São usados inseticidas químicos e
biológicos (fungo) para combater a praga. Mas pode não ser viável em áreas
grandes, áreas de morro e dificuldade de atingir os alvos. O mais indicado é a
prevenção: uso de braquiárias tolerantes a cigarrinha.
➢ Identificação: Inflorescência chamada de Racemo. Diferenciar as braquiárias pelas
morfologias do racemo
➢ Brachiaria brizantha – Capim marandu, braquiarão, brizantão. Lançada em 1984
(Embrapa Gado de Corte). Maior monocultivo do Brasil. Morfologias: Bainha Pilosa,
margem das folhas não cortantes e glabra (sem pelo) no dorso. Florescimento no
final do verão (fev/mar). Espigueta unisseriada.
➢ Vantagens: Boa persistência sob pastejo (rebaixar até 15cm), boa consorciação
com leguminosas, propagação por sementes e bom potencial produtivo
➢ Desvantagens: Exige solos de fertilidade média a alta e baixa tolerância em solos
úmidos.
➢ Síndrome da morte do capim-marandu. Não suporte solos alagados como na
Amazônia

➢ Brachiaria decumbens – Braquiarinha. Lançada em 1970. Folha pilosa nas duas


faces, florescimentos em dias longos de verão (jan-fev) e espiguetas bisseriadas.
➢ Vantagens: Resiste ao pastejo intenso, tolera solos de baixa fertilidade tolera solos
ácidos, propagação por sementes, boa cobertura do solo.
➢ Desvantagens: Baixa tolerância em solos úmidos, suscetível a cigarrinha e
fotossensibilização. A esporodesmina ou as saponinas impedem o fluxo da bile por
lesões dos ductos biliares, então não ocorre o metabolismo da clorofila. A clorofila
se acumula nas periferias do animal, e como é fotossensível gera lesões na pele
desse animal. Tratamento: Retirar os animais do pasto de “Braquiarinha”, proteger
o animal da incidência direta de raios solares, tratamento das lesões com soluções
ou pomadas antissépticas.
➢ Brachiaria humidicola – Quicuio da Amazônia, Espetudinha. Origem: Leste e
Sudeste da África (áreas úmidas), planta rústica (tolera solos úmidos e cigarrinhas).
Colmos ocos, espiguetas alternadas, lâminas lanceoladas (estolões) lineares
(colmos) e folhas com bordos serrilhados.
➢ Vantagens: Adaptados a solos de baixa fertilidade (solos mal drenados e várzeas),
propagação por sementes, boa capacidade competitiva com plantas daninhas e boa
cobertura do solo. Tolerante a cigarrinhas.
➢ Desvantagens: Susceptível a ferrugem e menor qualidade nutricional dentre as
Braquiárias. Osteodistrofia fibrosa “Cara inchada em Equinos”: Inchaço bilateral dos
ossos da face, deficiência de cálcio no sangue estimula a glândula paratireoide a
produzir o paratormônio que mobiliza o cálcio dos ossos para o sangue. O cálcio
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retirado dos ossos é substituído por um tecido cicatricial fibroso, que provoca o
aumento de volume dos ossos da face. O oxalato é uma substância presente em
algumas forrageiras que, ao ser absorvida pelo organismo, se une ao cálcio
formando um quelato, tornando-o indisponível e impedindo que este possa cumprir
suas funções vitais. Tratamento: Aumentar a administração de cálcio, evitar pastos
em oxalato. Em casos graves pode levar o animal à óbito por obstrução dos seios
nasais impedindo a respiração.

➢ Brachiaria ruziziensis – Espigueta bisseriada, densamente pilosa.


➢ Brachiaria arrecta – Braquiária do brejo. Colmos ocos, sem pelos e adaptadas a
solos úmidos
➢ Vantagens: Tolera solos inundados, suporta pastejo pesado
➢ Desvantagens: Fotossensibilização, propagação vegetativa (muda), suscetível a
cigarrinha e toxidez por nitrato – No rúmen dos animais as bactérias transformam
nitrato em nitrito. Parte do nitrito é convertido em proteína. O restante se acopla a
hemoglobina (metahemoglobina), assim a hemoglobina deixa de transportar o
oxigênio.

➢ Resumo
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Panicum

➢ Gênero com mais de 600 espécies


➢ P. maximum, P. infestum e P. trichocladum
➢ Origem: África - Quênia e Tanzânia
➢ Trazida cama de escravo no século XIX
➢ Inflorescência panícula, crescimento cespitoso (para cima)
➢ Usos: Silagem e pastejo
➢ Vantagens: alta produtividade (mais produtiva do que as braquiárias e é propagada
por sementes), alta qualidade, resistente à cigarrinha.
➢ Desvantagem: Exigente em fertilidade do solo
➢ Novos cultivos: Colonião, Sempre verde, Tobiatã (são de fácil manejo)
➢ Novos cultivares: Aruana, Áries e Atlas – são de porte mais baixo e pode ser usado
para pequenos ruminantes
➢ Capim Mombaça: Lançado comercialmente em 1993. Perene, cespitosa de porte
alto (1,7m), folhas largas (3cm) eretas e quebradas nas pontas. Poucos pelos, sendo
duros e curtos. Inflorescência panícula.
➢ Uso: Pastejo rotacionado para bovino adulto
➢ Caracterização Agronômica: Alta qualidade, resistente às cigarrinhas e
propagação por sementes. Alta produção (alto nível tecnológico), alta exigência em
fertilidade do solo, não tolera solos ácidos. Relato de mortalidade de equinos e
muares em pastagens de capim Mombaça.

➢ Capim Tanzânia – Lançado comercialmente em 1990, perene, cespitosa de porte


médio (1,5m), folhas médias (2,6) e decumbentes. Colmo arroxeado e inflorescência
panícula.
➢ Uso: Pastejo rotacionado para bovinos adultos
➢ Caracterização Agronômica: Alta produção e qualidade, resistente às cigarrinhas
e propagação por sementes. Média-alta exigência em fertilidade do solo, não tolera
solos ácidos. Suscetível ao fungo Bipolaris maydis. Relato de mortalidade de
equinos e muares em pastagens de capim Tanzânia.
➢ Capim Massai – P. maximum x P. infestum. Lançado comercialmente em 2001.
Perene, cespitosa de porte baixo (0,6m), folhas estreitas (0,9cm) e eretas e média
pilosidade. Alta densidade de perfilhos. Inflorescência intermediária (panícula x
rácemo). Híbrido.
➢ Uso: Pastejo contínuo ou rotacionado para gado de corte
➢ Caracterização Agronômica: Mais resistente às cigarrinhas, mais tolerante a seca
e a propagação são por sementes. Média produção (médio nível tecnológico), média
exigência em fertilidade do solo, tolerância média em solos ácidos e média
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qualidade. Não é recomendada para equinos por causa da ocorrência de cólica e


outras complicações no Norte do país.

➢ Capim Zuri: Lançado em 2014, porte alto, perene, cespitosa de porte alto (1,6m),
folhas largas (4,3cm) longas e arqueadas. Folhas sem pelos, colmos grossos,
inflorescência panícula.
➢ Uso: Pastejo rotacionado para bovinos
➢ Caracterização Agronômica: Resistente ao fungo Bipolaris maydis. Alta produção,
resistente às cigarrinhas e propagação por sementes. Média-alta exigência em
fertilidade do solo, não tolera solos ácidos
➢ Capim Tamani: Lançado em 2005, perene, cespitosa de porte baixo (1,2m), folhas
verdes escutas, longas e finas (1,2cm), folhas sem pelo, colmos finos e muitos
perfilhos, inflorescência panícula. Híbrido.
➢ Uso: Pastejo rotacionado para caprinos e ovinos
➢ Caracterização Agronômica: Alta produção, alta qualidade, mais resistente às
cigarrinhas, propagação por sementes. Média-alta exigência em fertilidade do solo,
não tolera solos ácidos.
➢ Capim Quênia: Lançado em 2007. Perene, cespitosa de porte intermediário, folhas
macias, colmo tenro (alto perfilhamento), alta qualidade, inflorescência panícula.
Híbrido.
➢ Uso: Pastejo rotacionado
➢ Caracterização Agronômica: Alta produção. Mais resistente às cigarrinhas,
propagação por sementes. Média- alta exigência em fertilidade do solo, não tolera
solos ácidos
➢ Resumo
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Cynodon
➢ Gênero com poucas espécies
➢ Origem: África
➢ Usos: Campos de futebol, feno, gramas de jardim e feno
➢ Estolonífera
➢ Cynodon dactylon
➢ Inflorescência rácemo subdigitado – maioria das sementes inviáveis
➢ Tipos de Cynodon
➢ Capim bermuda – presença de rizoma (reserva), folhas menores, maior resistência
a condições de estresse. Ex: Tifton 85, Tifton 78, Jiggs, Flora Kirk
➢ Capim estrela – ausência de rizoma e folhas maiores. Ex: Coast cross e Tifton 68
➢ Desvantagem das mudas: Valor para transporte e plantio, pode ser armazenado por
12 dias, assegurar a sanidade e o cultivar.
➢ Caracterização agronômica: Propagação vegetativa (planta inteira, estolões e
rizoma), alta exigência em fertilidade do solo, não tolera solos ácidos, boa cobertura
do solo, resistência ao pisoteio, pragas e doenças
➢ Uso: Pastejo, feno e pré-secado
➢ Cynodon para feno: Cultivares têm mais folha que colmo. Flora Kirk, Tifton 85,
Jiggs, Coast Cross, Florana
➢ Cynodon spp. Cv. Coast Cross 1
➢ É o Cynodon mais disseminado no país. Foi melhorado nos EUA (não tolera baixas
temperaturas). Lançado em 1967.Híbrido. Perene, estolonífera, ausência de
rizomas, folhas macias, pilosas verde clara, inflorescência avermelhada e
propagação vegetativa.
➢ Cynodon spp. Cv. Tifton 85
➢ Preferido na formação de novas áreas. Melhorado nos EUA. Lançado em 1992.
Híbrido. Perene, estolonífera, presença de rizomas, folhas largas e verde escura,
propagação vegetativa.
➢ Cynodon spp. Cv. Jiggs
➢ Usado no Brasil para gado de leite e equinos. Lançamento particular – pecuarista
do Oeste do Texas J.C. Riggs. Perene, estolonífera, presença de rizomas (poucos e
finos), folhas verde-claras, propagação vegetativa. Dentre os Cynodon tolera mais
seca e solos pobres
➢ Cynodon spp. Cv. Tifton 78
➢ Melhorado nos EUA (G.W. Burton), lançado em 1984. Híbrido. Perene, estolonífera,
presença de rizomas, resistência ao frio e propagação vegetativa.
➢ Cynodon spp. Cv. Tifton 68
➢ Melhorado nos EUA (G.W. Burton), liberado em 1984. Híbrido. Áreas restritas no
Brasil. Suscetível a cigarrinhas. Perene, estolonífera, ausência de rizomas, alta
digestibilidade, propagação vegetativa e sementes (falta semente comercial e
estabelecimento lento).
➢ Cynodon spp. Cv. Flora Kirk
➢ Melhorado nos EUA (Flórida e Geórgia), lançado em 1994. Híbrido. Adaptado a
condições subtropicais. Perene, estolonífera, presença de rizomas, colmos finos e
glabros, propagação vegetativa. Tolera solo úmido melhor do que outras gramas
bermudas. Acúmulo de glicosídeos cianogênicos (HCN)
➢ Cynodon Cultivares propagados por sementes (Common, Giant, Cheyenne,
Wrangler, Tierra Verde, Ranchero Frio e Vaquero): Facilidade e rapidez no plantio,
menores custos, capaz de formar áreas em que as mudas seriam difíceis de plantar.
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➢ Resumo

Pennisetum
➢ Expansão da fronteira agrícola (reduzida pela legislação e pressões sociais)
➢ Aumentar a produção na mesma área (recuperação de pastagens e forrageiras de
elevado potencial produtivo)
➢ Estacionalidade de produção do pasto (silagem e capineira)
➢ Origem: África
➢ Introduzido nos EUA em 1913 e disseminado nas Américas
➢ Introduzido no Brasil em 1920 – mudas de Cuba
➢ Ampla variabilidade fenotípica: Cor (verde, roxo), tamanho (anão, porte alto >6m),
formas de uso (capineira, silagem, pastejo)
➢ Pennisetum purpureum – Capim Elefante Schum (capim elefante)
➢ Conhecido pelos nativos africanos pelo nome de Zinyamunga
➢ Divulgação como planta forrageira foi feito pelo coronel Napier
➢ Características agronômicas: Elevada produção (+eficiência fotossintética), alto
valor nutritivo, resistente ao frio e a seca, alta exigência em fertilidade, propagação
vegetativa (colmos ou rizomas), não tolera solo encharcado, não promove boa
cobertura do solo (plantar até 25% inclinação), alguns grupos são susceptíveis à
cigarrinha (Mahanarna)
➢ Inflorescência panícula fechada
➢ Crescimento cespitoso: Não protege bem o solo e é proibido em áreas de morro
➢ Usos: Pastejo, silagem, picado verde e bioenergia
➢ Implantação da capineira: Localização (facilidade de transporte-alimentação e
adubo), relevo plano a suave (crescimento cespitoso), não tolera excesso de
umidade (evitar várzeas úmidas), correção do solo (não tolera acidez), propagação
por mudas (5-10 toneladas/ha)
➢ Desvantagens das mudas: Assegurar sanidade e cultivar, valor de transporte e
plantio, armazenar (<12 dias).
➢ Capineira: Bovinocultura de leite – 1ha capineira/10 vacas de leite/ 120 dias
➢ Capins de porte alto não são indicados para pastejo. São indicados para colheita
pelo homem. Tipos: Mineiro, Napier, Cameroon e BRS Capiaçu.
➢ Napier: Primeira cultivar introduzida no Brasil (1920), cespitosa de porte alto (> 5,0
m) e colmo de diâmetro médio
➢ Cameroon: Cultivar introduzida no Brasil (1960), cespitosa de porte alto (3,00 m) e
colmos grossos + pelos
➢ Mineiro: Primeira variedade selecionada no Brasil, Cespitosa de porte alto (3,80 m)
e colmos aéreos
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➢ BRS Capiaçu: Lançado comercialmente em 2016, perene, cespitosa de porte alto


+ alta produtividade, colmo com internódio amarelo, propagação vegetativa (mudas),
uso principal: corte (cocho verde picado / silagem).
➢ Características Agronômicas: Elevada produção, resistente ao tombamento, bom
valor nutritivo, ausência de joçal (pelos) o que facilita a colheita manual. Não tolera
solos de baixa fertilidade, tolerância intermediária à cigarrinha, propagação por
mudas
➢ Capins de porte baixo são indicados para pastejo. Tipos: Mott e BRS Kurumi
➢ BRS Kurumi: Lançado comercialmente em 2012, perene, cespitosa de porte baixo
(0,7m), elevada proporção de folhas (qualidade e arquitetura de pastejo),
propagação vegetativa (mudas), uso principal: pastejo.
➢ Características Agronômicas: Elevado valor nutritivo, adaptado ao sistema de
pastejo rotacionado. Não tolera solos de baixa fertilidade, suscetível à cigarrinha e
propagação por mudas
➢ Roxo Botucatu: Alta aceitabilidade, perene, cespitosa de porte alto (3,8m), folhas
de coloração roxa, propagação vegetativa (mudas), uso principal: corte (cocho verde
picado/silagem).
➢ Características Agronômicas: Boa produção e bom valor nutritivo. Apresenta
tombamento
➢ Paraíso: Híbrido (capim elefante x milheto), perene, cespitosa de porte alto (3,0 m)
*produtividade inferior aos clones de capim elefante, propagação por sementes, uso
principal: corte (cocho verde picado/silagem).
➢ Características Agronômicas: Propagação por sementes. Menor produção e
menor longevidade da capineira
➢ Resumo:

Forrageiras Nativas
➢ Características: Mosaico de pastos de diversas espécies nativas; baixa capacidade
produtiva; ampla variação entre biomas; manutenção do ecossistema natural
(biodiversidade).
➢ Campos sulinos: Bioma Pampa
➢ Pantanal: Maior planície inundável do mundo
➢ Caatinga: Vegetação xerófila. Características de adaptação ao semiárido
nordestino – suporta altas temperaturas, raízes profundas, órgãos de reserva,
cutícula espessa, ceras cuticulares, presença de espinhos e folha caduca. Tipos:
Mandacaru, Facheiro, Xique xique, Coroa de Frade, Palma forrageira. Propagação
por mudas, adaptadas ao clima seco.
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➢ Capim buffel: Sistema radicular profundo (tolerante a seca); exigente em fertilidade


do solo (adubação); não tolera solo ácido (correção pH); não tolera cigarrinha
(suscetível à praga); propagação por sementes (sementes devem ser usadas > 6
meses). Pode causar intoxicação em equinos.
➢ Capim corrente: Morfologicamente parecido com as braquiárias (boa cobertura do
solo), sistema radicular profundo (tolerante a seca)
➢ Forrageiras subtropicais: As forrageiras de clima temperado são plantas que
apresentam seu melhor crescimento em temperaturas entre 20 e 25°C, ocorrem
predominantemente ao norte da latitude 30°N e sul da latitude30°S.
➢ Assegurar alimento no período hibernal (baixa temperatura); manter o uso do pasto
ao longo do ano (complementar); majoritariamente plantas C3 (adaptados a baixa
temperatura); majoritariamente plantas C3 (produção mediana).
➢ Benefícios: Aumento na produção de matéria seca no “inverno”; redução da
Estacionalidade forrageira; melhoria na qualidade nutricional da dieta dos animais
em pastejo; Diminuição no uso de concentrados e volumosos conservados;
maximização do uso da terra, com sua ocupação produtiva no “inverno”; redução
da área necessária à produção de alimentos conservados; maximização do uso de
equipamentos de irrigação; redução na necessidade de uso de mão de obra e
maquinário no “inverno”; melhoria no controle de plantas invasoras.
➢ Azevém: Azevém anual (Lolium multiflorum Lam.); forrageira hibernal; Anual
(desaparece no verão); cespitosa; resistente ao pastejo; ressemeadura natural.
➢ Aveia preta: Aveia-preta (Avena strigosa), forrageira hibernal, anual (desaparece
no verão), cespitosa, resistente ao pastejo.
➢ Aveia preta (Avena strigosa): mais usada como forrageira
➢ Aveia branca (Avena sativa): duplo propósito: grão e forragem
➢ Aveia amarela (Avena byzantina): duplo propósito: grão e forragem

Leguminosas Forrageiras
➢ Principais representantes de pastagens no mundo: Poaceae (Gramineae) e
Fabaceae (Leguminoseae).
➢ Morfologia das gramíneas: Raiz fasciculada e folha lanceolada
➢ Morfologia das leguminosas: Raiz pivotante e folha arredondada. Formas de
crescimento: Arbustivas/arbóreas (porte médio/alto), semi-arbustiva (porte médio) e
rasteiras (porte baixo; presença de estolões). Inflorescência (racemosa) e vagem.
➢ Benefícios: Aumento no aporte de N para o ecossistema pastagem (↓fertilizantes
e pressão ambiental); aumenta a oferta e forragem em algumas épocas do ano (raiz
profunda / subtropicais); Melhora o valor nutritivo da forragem (↑PB e minerais,
↓fibra); aumenta a diversidade da pastagem (ecossistema + resiliente); Ferramenta
na recuperação de áreas degradadas (↑MOS); favorece a atividade biológica do solo
em pastos consorciados (↑estoques de COS).
➢ Formas de utilização: Sistemas consorciados (gramínea + leguminosa);
leguminosas na recuperação de pastagens (adubação verde); Banco de proteína
(pastejo); Legumineira (oferecida no cocho); Silagem (conservação); Feno
(conservação).
➢ Leguminosas forrageiras de verão: Stylosanthes; Leucena; Kudzu Tropical;
Calopogônio; Gliricídia; Arachis.
➢ Stylosanthes: Baixa exigência em fertilidade do solo; tolerante a seca; não tolera
solo alagado; sensível à geada; porte herbáceo; produção 6-8 t/ha/ano MS.
Consumida preferencialmente na época seca.
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➢ Leucena: Alta exigência em fertilidade do solo; tolerante a seca; não tolera solo
alagado; tolerante ao frio; Porte arbóreo; Produção 12-20 t/ha/ano MS. Pode causar
intoxicação por mimosina.
➢ Sintomas da intoxicação: Redução no apetite, letargia, queda de pelos, salivação,
catarata, queda na fertilidade, aborto, Parição de bezerros leves, baixos níveis de
tiroxina no sangue

➢ Calopogônio: Baixa exigência em fertilidade do solo; não tolera a seca; não tolera
sombra; não tolera o frio; porte herbáceo; produção 5-6 t/ha/ano MS. Excelente
consorciação com braquiárias.
➢ Gliricídia: Baixa exigência em fertilidade do solo; tolera a seca; tolera acidez; não
tolera solo alagado; porte arbóreo; produção 12-20 t/ha/ano MS. Muito usada como
cerca viva.
➢ Arachis (Amendoim forrageiro): Baixa exigência em fertilidade do solo; tolera
acidez; tolerância média a solos úmidos; tolera sombra; porte herbáceo; produção
5-6 t/ha/ano MS. Mais usada em consórcio.
➢ Leguminosas forrageiras de inverno: Alfafa e Trevo branco
➢ Alfafa: Alta exigência em fertilidade do solo; não tolera acidez; versatilidade de uso
(feno, pastejo, pellets); porte herbáceo; produção até 26 t/ha/ano MS. Excelente
qualidade, mas pode causar timpanismo: alta velocidade de digestão, elevado
volume de gases, borbulhas estáveis no rúmen, retenção de gases e inibição da
eructação. Diminuição do consumo ou morte por asfixia.
➢ Trevo branco: Alta exigência em fertilidade do solo; não tolera acidez; porte
herbáceo; produção até 7-11 t/ha/ano MS. Excelente qualidade, mas pode causar
timpanismo.

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