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DESENVOLVIMENTO

Manejo de dejetos e águas residuais na bovinocultura de corte e bovinocultura


leiteira.
A preservação ambiental, preocupação básica de qualquer sistema de
produção, deve estar presente em qualquer atividade, em especial no manejo
dos dejetos e rejeitos de animais. Prioritariamente os dejetos devem ser
usados como adubo orgânico, respeitando sempre as limitações impostas pelo
solo, água e planta. Quando isso não for possível, há necessidade de tratar os
dejetos adequadamente, de maneira que não ofereçam riscos de poluição
quando retornarem à natureza.

Estabelecer um projeto de coleta, armazenagem, tratamento, transporte e


disposição dos dejetos de acordo com as características da propriedade;

Quando houver área suficiente para o uso dos dejetos como fertilizante
orgânico, construir esterqueiras para armazenamento do dejeto, com tempo de
retenção mínima de 120 dias, recomendado pelos Órgãos de Fiscalização
Ambiental;

Não havendo área suficiente para recebimento de dejetos, maximizar e


valorizar a produção de lodo ou composto para atender à capacidade de
absorção da propriedade e tratar o excesso de acordo com a Legislação;

Adotar sistema de separação de fases (decantador) combinado com sistemas


de tratamento como lagoas anaeróbias, facultativas e de aguapé;

Dimensionar o decantador de acordo com a característica dos dejetos e da


vazão diária e as lagoas, através da carga orgânica gerada diariamente;

Utilizar tecnologias de tratamento dos resíduos, tanto da fase líquida, através


de sistema de lagoas para remoção dos nutrientes e do odor, quanto da fase
sólida, através do processo de compostagem ou geração de biogás;

Manter as calhas de coleta de esterco dos suínos (Figura 6) com líquido


suficiente para cobrir o esterco (água de desperdício de bebedouros e urina). A
água não deixa as larvas das moscas viverem no esterco;

A água de limpeza com desinfetante deve ser desviada para um sumidouro


para não atrapalhar a fermentação do esterco;

Se a canaleta externa de coleta de esterco for muito rasa ou for em desnível,


que não permita a manutenção da água, raspar o esterco para a esterqueira
duas vezes por semana, antes das larvas das moscas formarem o casulo;

O esterco misturado à maravalha, usada na maternidade ou em outras baias


de animais, deve ser destinado à compostagem em leiras cobertas com lona
plástica ou em compoteiras construídas em alvenaria.
Uso dos dejetos como fertilizante

A segurança sanitária é um item que também deve ser levado em conta na


reciclagem dos dejetos. Para diminuir os riscos envolvidos na reciclagem dos
dejetos e a disseminação de organismos potencialmente prejudiciais a humanos,
animais e/ou ao ambiente, além de todos os cuidados sanitários aplicados aos
rebanhos, mostra-se prudente assegurar um tempo mínimo de retenção de 30 dias
para a decomposição dos dejetos em sistemas anaeróbios ativos, antes de utilizá-
los como fertilizante.
   
O reaproveitamento dos dejetos como fertilizante na propriedade requer área
disponível e distanciamento dos corpos d'água (rio, córrego, açude, nascentes,
lagoa, etc.). A disposição do resíduo no solo deve obedecer aos seguintes
critérios:

 Proceder à análise do solo;


 Seguir as recomendações de segurança sanitária;
 Não ultrapassar a capacidade de absorção do sistema solo planta;
 Utilizar técnicas adequadas de conservação do solo;
 Procurar utilizar o plantio de espécies exigentes em N e P.

Os dejetos de suínos são um composto multinutriente, cujos elementos encontram-


se em quantidades desproporcionais em relação aos assimilados pelas plantas.
Quando os dejetos são aplicados ao solo com base na demanda total das plantas,
de qualquer um dos elementos N-P-K, os demais geralmente estarão em excesso.
Com o acúmulo de nutrientes no solo, surge o risco de fitotoxicidade às plantas e
de perdas de nutrientes por erosão e lixiviação, que poderão causar a poluição das
águas e do solo, cuja gravidade será tanto maior, quanto menos se observar o
princípio do balanço de nutrientes e as boas práticas agronômicas.

O Que São Águas Residuais?

Águas residuais são aquelas que, de alguma forma, já foram utilizadas para uma
determinada finalidade humana. Em outras palavras, são os famosos esgotos.
Basicamente, são as águas descartadas após uso residencial, comercial, industrial
ou na agropecuária.
O papel ambiental das águas residuais tratadas ganha mais evidência e
importância a cada nova crise hídrica e ameaça de racionamento de água. 
Porém, quando vemos especialistas em gestão hídrica fazerem seguidos apelos
sobre o uso racional da água, geralmente pensamos, exclusivamente, na
economia de água tratada que jorra nas torneiras de nossas casas. 
Mas não é só isso! Esse tipo de alerta hídrico também contempla a recomendação
de zelo com a água bruta e, especialmente, com a água residual.
Hoje mais do que nunca, a segurança hídrica, a sustentabilidade e a saúde pública
dependem da coleta, do tratamento adequado e da devolução (à natureza!) das
águas previamente utilizadas nas residências, nas atividades comerciais e
industriais.
Ou seja, o tratamento correto das águas residuais – aquelas provenientes de
esgotos industriais e urbanos – é essencial para assegurar a proteção de
ecossistemas, a continuidade da atividade econômica, a qualidade dos mananciais
e da água que, de maneira cíclica, será novamente consumida nas residências,
nas fábricas, no comércio e no setor de serviços.

Água de reuso, é um recurso inexplorado que pode virar lei. O reaproveitamento


das águas residuais é uma urgente necessidade de racionalizar recursos nos dias
de hoje. Porém, de maneira geral, o processo de água de reúso ainda é uma
prática bastante limitada em todo o mundo.
As águas residuais – também chamadas de residuárias ou águas servidas – ainda
incluem a água das chuvas (pluvial) e a água empregada na conservação dos
espaços públicos e rega de áreas verdes.
Por causa dos mais diversos tipos de manipulação e usos, a água residual contém
substâncias poluentes, material orgânico, resíduos minerais, sais dissolvidos, óleos
e graxas, metais pesados, sólidos em suspensão e outros agentes contaminantes.

Tratamento de Águas Residuais

Em uma boa parte das cidades brasileiras, a água residual oriunda dos esgotos
domésticos é adequadamente tratada e devolvida à natureza. 
Nesses municípios que possuem condições satisfatórias de saneamento básico –
situação que ainda inclui a oferta de água tratada -, o esgoto é coletado,
transportado por meio de redes de tubulações e, posteriormente, encaminhado
às Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).
Depois de ser tratado nas ETEs municipais, o esgoto urbano é lançado com
segurança no mar ou em corpos hídricos de água doce como rios, córregos e
lagos, sem oferecer riscos de poluição e danos socioambientais.
O Brasil, contudo, ainda tem um grande déficit na área de esgoto tratado. Segundo
dados do Painel Saneamento Brasil, estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil
(ITB), apenas 32% dos habitantes de cidades brasileiras de porte médio – aquelas
com população entre 50 mil e 140 mil pessoas – têm acesso a redes de coleta e
tratamento de esgoto.
Isso significa que uma grande parcela do esgoto gerado no país ainda não é
tratada, lamentavelmente. Ou seja, é descarregada de maneira irregular no meio
ambiente, provocando impactos à natureza e à população.
Já os esgotos industriais, que são os resultantes dos processos fabris, devem ser
tratados de modo apropriado pelas empresas geradoras e depois devolvidos ao
meio ambiente.
Isso geralmente é feito em Estações de Tratamento de Efluentes Industriais
(ETEI), que são unidades particulares e especialmente construídas para o
atendimento de demandas industriais. 
Em tempo: as diretrizes ambientais, sanitárias e técnicas envolvendo o tratamento
de efluentes industriais são estabelecidas por leis, decretos, normas e resoluções,
que são emitidas por órgãos e entidades competentes.
Esse regramento ambiental, que também diz respeito ao uso e à cessão de
outorgas da água no Brasil, se dá por meio de órgãos governamentais como:
CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente)
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
Ministério da Saúde (MS)
CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)

Como as águas residuais podem ser classificadas?

Águas residuais de infiltração: águas residuais resultantes de infiltrações nos


coletores de água nos terrenos; Águas residuais turísticas: águas residuais que
apresentam características sazonais, com menor ou maior carga poluente
provenientes de estabelecimentos hoteleiros ou complexos turísticos isolados.

O que é o tratamento de águas residuais?

O tratamento de águas residuais é o processo de conversão de águas residuais –


água que já não é necessária ou que já não é adequada para utilização – em
águas de porão que podem ser descarregadas para o ambiente. É formado por
uma série de atividades, incluindo banho, lavagem, uso do banheiro e escoamento
de águas pluviais. Águas residuais estão cheias de contaminantes, incluindo
bactérias, produtos químicos e outras toxinas. Seu tratamento visa reduzir os
contaminantes a níveis aceitáveis para tornar a água segura para a descarga de
volta ao meio ambiente.

Existem duas estações de tratamento de águas residuais, nomeadamente a de


tratamento químico ou físico e a de tratamento biológico de águas residuais. As
estações de tratamento de resíduos biológicos utilizam matéria biológica e
bactérias para decompor os resíduos. As instalações de tratamento de resíduos
físicos usam reações químicas, bem como processos físicos para tratar águas
residuais. Os sistemas de tratamento biológico são ideais para o tratamento de
águas residuais de residências e estabelecimentos comerciais. As estações de
tratamento de águas residuais físicas são usadas principalmente para tratar águas
residuais de indústrias, fábricas e empresas de manufatura. Isso ocorre porque a
maioria das águas residuais dessas indústrias contém substâncias químicas
e outras toxinas que podem ambiente.

Processo de tratamento de águas residuais passo a passo

1. Coleta de Águas Residuais


Este é o primeiro passo no processo de tratamento de águas residuais. Os
sistemas de coleta são implementados pela administração municipal, proprietários
de residências e proprietários de empresas para garantir que toda a água residual
seja coletada e direcionada para um ponto central. Essa água é então direcionada
para uma estação de tratamento usando sistemas de drenagem subterrâneos ou
por exaustores produzidos e operados por pessoas de negócios. O transporte de
águas residuais deve, no entanto, ser feito em condições higiênicas. Os tubos ou
trilhos devem ser à prova de vazamento e as pessoas que oferecem os serviços
exaustivos devem usar roupas de proteção.

2. Controle de Odor

Na estação de tratamento, o controle de odores é muito importante. Águas


residuais contém muitas substâncias sujas que causam um mau cheiro ao longo
do tempo. Para garantir que as áreas ao redor estejam livres do mau cheiro, os
processos de tratamento de odor são iniciados na estação de tratamento. Todas as
fontes de odor são contidas e tratadas usando produtos químicos para neutralizar
os elementos que produzem mau cheiro. É o primeiro processo de tratamento de
águas residuais e é muito importante.

3. Triagem

Este é o próximo passo no processo de tratamento de águas residuais. A triagem


envolve a remoção de objetos grandes, por exemplo, fraldas, cotonetes, plásticos,
fraldas, panos, itens sanitários, fraldas, lenços faciais, garrafas quebradas ou
tampas de garrafas que, de uma forma ou de outra, podem danificar o
equipamento. O não cumprimento desta etapa resulta em constantes problemas de
máquinas e equipamentos. Equipamentos especialmente projetados são usados
para se livrar de grãos que normalmente são lavados nas linhas de esgoto pela
água da chuva. Os resíduos sólidos removidos das águas residuais são então
transportados e sanitários.

4. Tratamento Primário

Este processo envolve a separação da matéria sólida macrobiótica da água


residual. O tratamento primário é feito despejando as águas residuais em grandes
tanques para que a matéria sólida se estabeleça na superfície dos tanques. O
lodo, o resíduo sólido que se deposita na superfície dos tanques, é removido por
grandes raspadores e é empurrado para o centro dos tanques cilíndricos e depois
bombeado para fora dos tanques para posterior tratamento. A água restante é
então bombeada para tratamento secundário.

5. Tratamento Secundário

Também conhecido como o processo de lodo ativado, o estágio de tratamento


secundário envolve a adição de lodo de sementes ao efluente para garantir que ele
seja decomposto ainda mais. O ar é primeiramente bombeado para enormes
tanques de aeração que misturam as águas residuais com o lodo que é
basicamente uma pequena quantidade de lodo, que alimenta o crescimento
de bactérias que usam oxigênio e o crescimento de outros microrganismos
pequenos que consomem a matéria orgânica restante. Este processo leva à
produção de grandes partículas que se depositam no fundo dos enormes
tanques. A água residual passa pelos grandes tanques por um período de 3-6
horas.

6. Manipulação de bio-sólidos

A matéria sólida que se estabelece após os estágios de tratamento primário e


secundário é direcionada aos digestores. Os digestores são aquecidos à
temperatura ambiente. Os resíduos sólidos são então tratados por um mês, onde
são submetidos à digestão anaeróbica. Durante este processo, os gases metano
são produzidos e há uma formação de bio-sólidos ricos em nutrientes que são
reciclados e desaguados em empresas locais. O gás metano formado é
normalmente usados como fonte de energia nas estações de tratamento. Pode ser
usado para produzir eletricidade em motores ou simplesmente para dirigir
equipamentos da fábrica. Este gás também pode ser usado em caldeiras para
gerar calor para os digestores.

7. Tratamento terciário
Esta fase é semelhante à utilizada pelas estações de tratamento de água potável
que limpam a água bruta para fins de consumo. O estágio terciário de tratamento
tem a capacidade de remover até 99% das impurezas das águas residuais. Isso
produz água efluente que está perto da qualidade da água potável. Infelizmente,
esse processo tende a ser um pouco caro, pois requer equipamentos especiais,
operadores de equipamentos bem treinados e altamente qualificados, produtos
químicos e um fornecimento constante de energia. Todos estes não estão
prontamente disponíveis.

8. Desinfecção

Após a fase de tratamento primário e o processo de tratamento secundário, ainda


existem algumas doenças que causam organismos nas águas residuais
remanescentes tratadas. Para eliminá-los, as águas residuais devem ser
desinfetadas por pelo menos 20 a 25 minutos em tanques que contenham uma
mistura de cloro e hipoclorito de sódio. O processo de desinfecção é parte
integrante do processo de tratamento porque protege a saúde dos animais e as
pessoas locais que usam a água para outros fins. O efluente (águas residuais
tratadas) é posteriormente liberado no meio ambiente através dos canais de água
locais.

9. Tratamento de Lodo

O lodo que é produzido e coletado durante os processos de tratamento primário e


secundário requer concentração e espessamento para permitir processamento
adicional. É colocado em tanques de espessamento que permitem que ele se
estabeleça e depois se separe da água. Esse processo pode levar até 24 horas. A
água restante é coletada e enviada de volta para os enormes tanques de aeração
para posterior tratamento. O lodo é então tratado e enviado de volta ao meio
ambiente e pode ser usado para uso agrícola.

O tratamento de águas residuais tem vários benefícios. Por exemplo, o tratamento


de águas residuais assegura que o meio ambiente seja mantido limpo, não
haja poluição da água , utilize o recurso natural mais importante ; Água, a água
tratada pode ser usada para máquinas de refrigeração em fábricas e indústrias,
previne o surto de doenças transmitidas pela água e, mais importante, garante que
há água adequada para outros fins, como a irrigação.

Conclusão

Em resumo, o processo de tratamento de águas residuais é um dos mais


importantes processos de conservação ambiental que devem ser incentivados em
todo o mundo. A maioria das estações de tratamento de águas residuais tratam as
águas residuais de casas e locais comerciais. Usinas industriais, refinarias e
usinas de tratamento são geralmente tratadas nas instalações do local. Essas
instalações são projetadas para garantir que as águas residuais sejam tratadas
antes de serem liberadas para o ambiente local. Parte da água é usada para
resfriar as máquinas dentro das plantas e tratada novamente. Eles tentam garantir
que nada seja perdido. É ilegal descartar águas residuais não tratadas em rios,
lagos, oceanos ou no meio ambiente e, se for considerado culpado, pode-se ser
processado.

O principal objetivo de uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR) é


cumprir os requisitos de qualidade da água residual tratada, de forma a
salvaguardar a saúde pública e preservar os meios receptores, com fiabilidade,
eficiência e sustentabilidade na utilização dos recursos. Em termos de recursos, o
consumo de energia representa um dos custos mais elevados dos serviços de
água e águas residuais, e constitui geralmente a segunda maior parcela dos custos
de funcionamento de uma ETAR, logo após os custos com pessoal. Em tempo
chuvoso, é comum a ocorrência de descargas a montante das ETAR. Estas
descargas têm frequentemente cargas poluentes significativas, e têm portanto um
impacto negativo nos meios hídricos receptores. As ETAR municipais são também
frequentemente chamadas a tratar efluentes industriais. A par disto, muitas ETAR
urbanas estão em subutilização, em termos volêmicos e/ou mássicos. Ou seja,
pode existir alguma capacidade de encaixe de afluências pluviais ou industriais nas
ETAR, mas não existem ferramentas credíveis e generalizadas de apoio à gestão
sustentada dessas afluências, sendo imperativo estudar o efeito das variações de
caudal e concentração no funcionamento dos órgãos das ETAR. Empresas,
reguladores e organismos de financiamento têm utilizado sistemas de avaliação de
desempenho para apoiar as suas decisões. No entanto, a maioria dos sistemas
aplicam-se à empresa como um todo e/ou focam as redes de abastecimento de
água e de drenagem de águas residuais e questões de financiamento. Apenas
alguns abordam os sistemas de água e tratamento de águas residuais. Para
ultrapassar esta lacuna no conhecimento e em ferramentas práticas, o LNEC tem
vindo a desenvolver o sistema de avaliação de desempenho (PAS) de ETAR
concebido para medir e melhorar a eficácia e a fiabilidade, ou seja, o cumprimento,
ao longo do tempo, dos requisitos de qualidade da água tratada, e a sua eficiência
(em termos de utilização de recursos) e sustentabilidade (económica e ambiental),
através de indicadores e índices de desempenho. A 1.ª geração do PAS foi
desenvolvida no âmbito de duas teses de doutoramento e testada em quatro ETA
e duas ETAR. A 2.ª geração surgiu no âmbito do projeto PASt21, envolvendo 18
instituições, 17 ETAR e 10 ETA. Os indicadores e os índices são ferramentas de
avaliação e melhoria do desempenho, mas ambos requerem o estabelecimento de
valores de referência. Apesar de serem elementos cruciais, os valores de
referência precisavam de ser definidos para avaliar e melhorar aspetos
fundamentais do desempenho, como a eficiência energética. Esta temática foi
desenvolvida no âmbito da tese de doutoramento onde a presente comunicação se
enquadra. O principal objetivo da tese consistiu no desenvolvimento da terceira
geração de indicadores e índices para benchmarking de ETAR, ou seja, para
avaliação e melhoria do seu desempenho, focando os principais objetivos da
ETAR, ou seja, garantir a sustentabilidade técnica, económica e ambiental dessas
infraestruturas, assegurando um tratamento eficaz e fiável com um consumo
otimizado de energia, reagentes e produção de lamas. Os principais
desenvolvimentos da 73 terceira geração foram a proposta de valores de
referência que, sempre que aplicável, incorporam o efeito de parâmetros chave
que quantificam o efeito das variações de caudal e concentração. Na presente
comunicação apresenta-se resumidamente a estratégia e a abordagem
desenvolvida para cada objetivo de avaliação de desempenho: eficácia, eficiência
e fiabilidade, energia e gestão de lamas. 

Bovinocultura de corte e leiteira

O que é?

Bovinocultura é a atividade pecuária destinada à criação de gado, sendo dividida


em leite e corte (produção de carnes).
Com ela são vistas técnicas para a criação de bovinos, com múltiplas finalidades,
desde entretenimento a alimentação por si só.
Sendo necessário, conhecer suas características raciais, comportamento,
necessidades nutricionais e sua reprodução.
Vale lembrar que a criação de bovinos foi fundamental para o transporte no
passado em relação a tração de carros e montaria, por exemplo.
Já na lavoura com tração de implementos agrícolas, como o arado, o gado
também foi e às vezes ainda é um aliado.
A bovinocultura está presente em lugares que sequer imaginamos como, na
utilização do esterco para adubação da agricultura.
Rodeios e touradas são formas clássicas de entretenimento usando esses animais.
Sendo assim a bovinocultura se insere na pecuária como atividade econômica e
desenvolve profissionais capacitados em universidades e centros de pesquisa em
todo o mundo.

Os bovinos estão presentes no Brasil desde a chegada dos portugueses.


E apesar de ser uma atividade difundida e bem estabelecida em todo o mundo, no
Brasil é a atividade econômica que ocupa a maior extensão de terras atualmente.
Tanto no que se refere tanto ao gado leiteiro quanto à produção de carne bovina.
A pecuária brasileira se destaca no agronegócio mundial e é uma das
mais poderosas do mundo.
Em 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo, representando 14,3%
do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, seguido pela Índia com 190
milhões de cabeças.
O bom resultado alcançado na produção de bovinos está diretamente ligado ao:

Clima tropical 
Extensão territorial. 
Controle da sanidade animal 
Segurança alimentar
Tecnologia
Capacitação profissional

A bovinocultura se desenvolve e proporciona rentabilidade principalmente em duas


vertentes: a cadeia produtiva da carne e a cadeia produtiva do leite. 

Corte

A maior parte do rebanho nacional é de bovinocultura de corte, sendo crucial para


a pecuária brasileira.
O gado de corte pode ser criado de forma extensiva, semi-confinado ou confinado,
e posteriormente destinado ao abate.
O gado em sistema de pecuária extensiva é criado solto no pasto e com
suplementos complementares.
Sendo necessário ter em mente que, o pasto precisa ser cuidado e nos períodos
de seca, principalmente, deve-se fornecer melhor aporte nutricional aos animais.
Já o bovino em confinamento, apresenta um controle mais abrangente da
alimentação fornecida, em relação a quantidades.
Diversos fatores favorecem uma maior rentabilidade, desde o sistema de produção
até a raça escolhida. 

Leite

Tradicionalmente praticada em todo o mundo, a cadeia produtiva de leite tem


também importante significado econômico no agronegócio nacional.
O Brasil ocupa a terceira colocação no cenário mundial quando o quesito é
produção de leite. 
O investimento em genética e na qualidade da alimentação do gado leiteiro é
constante.
As propriedades nutricionais do leite tornam-no um alimento essencial e
amplamente consumido, seja na forma in natura ou como subproduto (queijo,
iogurte, doces, etc.).
A produção leiteira, requer investimentos e um bom gerenciamento, visto que as
vacas leiteiras são mais sensíveis que o gado de corte, porém são capazes de dar
um bom retorno financeiro.
Isso é causado por fatores genéticos, portanto o tratamento deve ser mais
direcionado e cauteloso.
Além do monitoramento do processo reprodutivo necessitar ser mais preciso, de
forma a não interromper a produção.
A bovinocultura leiteira e a cadeia do leite estão em expansão em diversas regiões
do país e vem gerando mais empregos a população.
Independente do segmento escolhido, seja corte ou leite, é importante que seja
feito um bom manejo do gado, forneça:

Boas condições de instalações


Manutenção constante
Acesso à água
Áreas de descanso
Manejo do rebanho
Manejo nutricional

Os sistemas confinados de produção de bovinos merecem atenção especial


pela característica e volume de dejetos produzidos. No Brasil, a maior parte da
produção de bovinos de corte ainda é extensiva, não causando grandes
problemas com relação à poluição. Sob o ponto de vista de geração de dejetos,
os mais representativos são os confinamentos para produção de leite. Esses
sistemas devem ser avaliados e projetados para maximizar o uso dos dejetos
(esterco e urina) e das águas de lavagem e ordenha, como importante fonte de
nutrientes recicláveis, de forma sustentável, sem comprometer o equilíbrio
ambiental, evitando a poluição e aproveitando seu valor como fertilizante e
melhorador da estrutura física do solo. Para se ter uma ideia da dimensão do
problema, um sistema de confinamento de vacas leiteiras – com 100 animais,
considerando-se o peso de cada animal em torno de 600 kg – produz, em
média, 50 kg/dia de esterco por animal. Acrescentando-se a esse volume, a
urina, a água de bebida desperdiçada, água de lavagem da ordenha, entre
outros, pode-se estimar a produção de até 100 kg/dia de dejetos o que totaliza
aproximadamente 10.000 kg/dia (10 m3 /dia), a ser coletado, transportado,
estocado, tratado e distribuído. Além do grande volume produzido, deve-se
levar em conta que, pela sua composição física, química e microbiológica, esse
dejeto é um grande agente poluidor das águas superficiais e profundas. Esse
resíduo pode causar alto impacto ambiental pela emanação de odores de
gases que contribuem para o efeito estufa e pela possibilidade de proliferação
de insetos e roedores.
Manejo
Devido aos diferentes tipos de manejo dos animais e diferentes tipos de
construção, existem também várias maneiras de se manejar os dejetos. Na
maioria dos casos, o dejeto é constituído de coleta, transporte, estocagem,
tratamento (nem sempre é adotado) e utilização.
Coleta
As principais formas de coleta são a raspagem e a lavagem dos pisos
concretados. No caso de lote a céu aberto, o chão de terra deve ser inclinado e
o esterco raspado e empilhado. A raspagem pode ser feita por lâminas
puxadas por cabos e motores elétricos ou por lâminas montadas em tratores. É
usada para esterco na forma sólida e semissólida. Deve ser feita pelo menos
uma vez ao dia. Normalmente, o esterco é raspado e colocados diretamente
sobre um vagão, que vai distribuí-lo no campo no mesmo dia, o que evita a
formação dos gases responsáveis pelos odores e mantém o valor nutriente do
material. Esse tipo de manejo aumenta a mão-de-obra, mas é mais econômico
e propicia boas condições sanitárias. Na lavagem, é despejado grande volume
de água nos corredores dos animais, carreando o esterco para um local de
estocagem. A lavagem deve ser feita duas vezes ao dia, o que mantém os
confinamentos e os animais limpos e com poucos odores. Esse tipo de manejo
diminui a mão-de-obra e o custo dos equipamentos, mas necessita de grande
volume de água. Outro problema é que essa grande quantidade de líquido
deve ser estocada para futura distribuição na lavoura, e a única solução é
construir lagoas.
OBS:Devido ao tamanho,
A construção de tanques de
Concreto ou de alvenaria torna-se
Economicamente inviável.
Essas lagoas também precisam ser impermeabilizadas (com argila ou manta
asfáltica), para se evitar infiltração do líquido para o subsolo.
Transporte
O esterco pode ser transportado do confinamento para a área de estocagem,
ou diretamente para a lavoura, de diversas maneiras, dependendo,
principalmente, das características do esterco, se sólido ou líquido, do tipo e da
quantidade de cama. O transporte vai depender, também, do tipo de
construção, do tipo de topografia, da qualidade da mão-de-obra e do tipo de
estocagem. As formas de transporte mais usadas são: por carretas
distribuidoras de sólidos, por tanques de vácuo para líquidos, por bombas e por
gravidade.
OBS: Dependendo da inclinação do terreno, o transporte
Por gravidade pode servir até para esterco semissólido
E tem a vantagem da economia de equipamentos e de
Mão-de-obra).
Estocagem
É necessário um bom sistema de estocagem, para manter a qualidade do
esterco e evitar poluição. O tipo de estocagem também deve estar de acordo
com as características do esterco, a quantidade de umidade contida, o tipo de
confinamento e tipo de terreno. Em todas as situações, é necessário que se
leve em conta o local e o tipo de solo (para se evitar contaminação do solo, das
águas superficiais e profundas), a posição e distância em relação às
edificações (principalmente com relação à ordenha), direção dos ventos e a
legislação vigente. Também é importante a proteção contra queda de pessoas
e de animais nos reservatórios, e a facilidade para enchê-los e esvaziá-los.
Tratamento
Os tratamentos utilizados para dejetos bovinos são majoritariamente
biológicos. Os principais tratamentos biológicos para esterco de bovinos são
lagoas aeróbias, lagoas anaeróbias, digestão anaeróbia e compostagem. A
compostagem é bastante indicada para o esterco sólido, devido à facilidade do
manejo. O dejeto a ser compostado normalmente é misturado a outros
materiais que contenham alta concentração de C (carbono). A mistura é
disposta em pilhas para ser aeradas, natural ou mecanicamente. Com esse tipo
de compostagem, se consegue uma boa estabilização do material e a
conservação dos nutrientes. Esse produto pode ser usado como condicionador
do solo e como fonte de nutrientes seguindo-se critérios agronômicos. A
degradação anaeróbia, com uso de biodigestores, tem sido bastante aplicada
recentemente, pela possiblidade de agregação de valor à matriz (utilização do
biogás como energia). O sistema de tratamento com a combinação de lagoas
(anaeróbias e aeróbias) também se mostra como alternativa para o produtor
que possui limitações de área para disposição do dejeto no solo. Um sistema
de separação sólido líquida é altamente recomendável para evitar o
assoreamento (aterramento) das lagoas.
Distribuição
Todo esterco produzido em confinamentos de bovinos é normalmente aplicado
no solo. Usando-se técnica adequada a aplicação de esterco no solo tem baixo
custo com o benefício do valor fertilizante do dejeto. O teor de umidade irá
determinar o método de aplicação do esterco no solo, podendo ser sólido
(concentração maior que 20 %), semilíquido (até 15 % de sólido) ou líquido.

Um novo tipo de manejo de esterco de gado de leite confinado vem sendo


desenvolvido pela Embrapa, e consiste num sistema aeróbio, com separação
dos sólidos e líquidos, reuso do líquido e aplicação dos efluentes na lavoura. A
proposta do sistema é o dejeto ser separado da parte sólida e da líquida. Após
a separação, a parte sólida é levada para a lavoura, para compostagem e
posterior incorporação ao solo. A parte líquida é estocada, aerada e usada para
nova lavagem do estábulo, com a repetição do ciclo até a saturação do líquido,
quando então é distribuído no solo, como fertilizante.
Na Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco, MG, esse sistema já está
em funcionamento, num confinamento tipo free stall, para 250 animais adultos.
Todo o sistema foi projetado, de forma que os animais defequem e urinem nos
corredores, os quais têm forma de uma larga calha, onde ficam todo o esterco,
urina e outros dejetos. O piso desses corredores é frisado, com inclinação de 1
% a 3 %, no sentido do fluxo do líquido de lavagem. O estábulo é lavado com
esguichos fixos nas extremidades dos corredores, de maneira a formar uma
lâmina d’água que arrasta todo o material depositado, limpando todo o espaço.
A água de lavagem misturada com o esterco é conduzida por gravidade, por
meio de canaletas e dutos para um equipamento bastante simples, existente no
mercado, que vai fazer o processo de separação entre os sólidos e líquidos. O
tanque é revestido com uma camada de 4 cm de argamassa armada,
impermeabilizada. Ao invés de argamassa armada, pode-se empregar,
também, como revestimento e impermeabilização, manta de PVC, o que trará
ainda maior economia. Uma bomba elétrica, centrífuga, de rotor aberto,
secciona o líquido do fundo do tanque a cerca de dois terços do centro. Esse
líquido pode ser bombeado em três direções. Na posição 1, o líquido é levado
para lavar os currais. Na posição 2, é injetado novamente no tanque, em cinco
pontos ao redor do fundo do tanque. Esses jatos fazem com que o líquido se
movimente, promovendo aeração e agitação. Na posição 3, o líquido vai para
irrigação, podendo ser distribuído diretamente no campo por meio de tubo
janelado ou de irrigação convencional. Essa operação ocorre sempre que o
tanque estiver cheio ou quando houver interesse em fertilizar o solo.

Tabela 1.Produção diária de biogás produzido a partir de materiais


secos/Percentual de gás metano produzido:

https://www.senairs.org.br/sites/default/files/documents/
retirada_de_fertilizante_do_biodigestor.pdf
CONCLUSÃO
O tratamento dos dejetos contribui para a redução de poluentes, oferecendo
possibilidades para reciclar os nutrientes da alimentação animal e colabora
com a preservação e melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas
do solo, mantendo um sistema produtivo e sustentável.
Entende-se que os resultados obtidos são de grande importância na orientação
de implantação de um projeto de tratamento e aproveitamento de resíduos e de
uso da água da chuva, para pequenas propriedades rurais da Zona da Mata
Mineira, acredita-se que este trabalho possa servir de modelo/referencial para
outros produtores que desejam adequar suas propriedades à legislação
ambiental e consequentemente promover melhorias na qualidade do meio
físico ambiental, além de gerar uma economia de água.
Diante do exposto sugere-se:
- implantação de um sistema de aproveitamento de água da chuva com um
reservatório de 1 m³, calhas retangulares de 0,15 m de largura e condutores
verticais de 75 mm de diâmetro;
- construção de um biodigestor modelo canadense com um volume de 130 m³;
- utilização do biofertilizante como fonte de adubação nitrogenada para a
campineira, considerando uma lâmina de 329 mm ao ano;
- instalação de um manejo de aplicação do biofertilizante, aplicando-se 10m³
em cada área de 30 m², a cada três dias.
BIBLIOGRAFIA

https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/pecuaria-sustentavel/53386/
manejo-de-dejetos-em-confinamentos.htm#:~:text=Considera
%C3%A7%C3%B5es%20finais,um%20sistema%20produtivo%20e%20sustent
%C3%A1vel.

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/594897/tratamento-
e-reciclagem-de-aguas-residuarias-em-sistema-intensivo-de-producao-de-leite

https://saber.unioeste.br/index.php/actaiguazu/article/view/9609

https://scholar.google.com.br/scholar?
q=Manejo+de+dejetos+na+bovinocultura&hl=pt-
BR&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart

https://core.ac.uk/download/pdf/328077670.pdf

http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1925

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